O fim das agruras Com um mal estar que sobressaia no peito Fingia poder viver, para poder voltar a um lugar Em que os azulejos se coloriam Olhava de perto aqueles que viu crescer Indagando parte da vida Aquela que vivendo não podia ser encontrada. Julgava o desespero como solidão E confundia uma coisa com outra A sua mão, triste, escarnecia com a caneta Pela mão através das noites cansadas A sua tristeza vencia-o sempre Acabava com ele Para devolvê-lo ao lugar propositado – Onde já não sofria Estava perto do mar Com algumas orações a deus Onde já não se julgava enorme Sendo afinal tão pouco Como pouco era tudo o que sentia Estava ciente de poder ser outra personagem Até outro actor Que lhe vislumbrasse uma maneira de voltar a encontrar nas sementes O seu próprio fim Tinha-se perdido como se houvesse antecipado A morte de seu pai – como se tivesse medo de dize-lo Tal como as coisas são Agora traz consigo o pudor das coisas mortas.