[email protected]
Michel Nicolau Netto
Michel Nicolau Netto
Basta para a sensação de democracia e igualdade o fato de haver artistas de países pobres com suas músicas na internet, ainda que estes sejam poucos, ainda que estes não tenham as mesmas condições, ainda que estes sejam mais facilmente descartados, ainda que estes necessitem se fixar. Afinal, a hipocrisia também se mundializa.
Música brasileira e identidade nacional na mundialização
Michel Nicolau é formado em Direito pela PUC-SP, estudou Letras na USP e é mestre em Sociologia pela Unicamp. Com Fernando Lara, publicou em 2008 o livro de poesia Concerto para Duas Vozes, pela editora Annablume/Dix. Atuou durante alguns anos em instituições culturais, tendo sido gerente da BM&A, onde foi responsável pelo projeto de exportação de música. Atualmente é doutorando em Sociologia pela Unicamp, desenvolvendo pesquisa na área de ciências da música na Humboldt Universität, em Berlim, pelo programa de bolsas DAAD/CNPQ.
to t e N u ola i c N l e ch i M A
C I S E A MÚ R I E L I S A E D BR A D I T N A N IDE L A N O O Ã I Ç C A Z NA I L A I D N U M
Tanto a música digital, quanto nacional ou regional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgrado suas diferenças sonoras e simbólicas, devem valorizar um traço específico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como “apátrida”, pelo contrário, todas, em princípio, participariam da “marca Brasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma política empresarial. Músicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional do consumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-se apagados e reescritos no âmbito da modernidademundo. Renato Ortiz
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Michel Nicolau Netto
Michel Nicolau Netto
Basta para a sensação de democracia e igualdade o fato de haver artistas de países pobres com suas músicas na internet, ainda que estes sejam poucos, ainda que estes não tenham as mesmas condições, ainda que estes sejam mais facilmente descartados, ainda que estes necessitem se fixar. Afinal, a hipocrisia também se mundializa.
Música brasileira e identidade nacional na mundialização
Michel Nicolau é formado em Direito pela PUC-SP, estudou Letras na USP e é mestre em Sociologia pela Unicamp. Com Fernando Lara, publicou em 2008 o livro de poesia Concerto para Duas Vozes, pela editora Annablume/Dix. Atuou durante alguns anos em instituições culturais, tendo sido gerente da BM&A, onde foi responsável pelo projeto de exportação de música. Atualmente é doutorando em Sociologia pela Unicamp, desenvolvendo pesquisa na área de ciências da música na Humboldt Universität, em Berlim, pelo programa de bolsas DAAD/CNPQ.
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C I S E A MÚ R I E L I S A E D BR A D I T N A N IDE L A N O O Ã I Ç C A Z NA I L A I D N U M
Tanto a música digital, quanto nacional ou regional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgrado suas diferenças sonoras e simbólicas, devem valorizar um traço específico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como “apátrida”, pelo contrário, todas, em princípio, participariam da “marca Brasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma política empresarial. Músicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional do consumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-se apagados e reescritos no âmbito da modernidademundo. Renato Ortiz
MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA MUNDIALIZAÇÃO
MICHEL NICOLAU NETTO
MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA MUNDIALIZAÇÃO
Infothes Informação e Tesauro N548
Nicolau Netto, Michel Música brasileira e identidade nacional na mundialização. / Michel Nicolau Netto. – São Paulo: Annablume; Fapesp, 2009. 242 p.; 14 x 21 cm ISBN 978-85-7419-950-4 1. Música. 2. Música Popular. 3. Música Popular Brasileira. 2. Diversidade Cultural. 3. Identidade. 4. Identidade Cultural. 5. Identidade Nacional. 6. Globalização. 7. Estado-Nação. I. Título. CDU 781 CDD 780 Catalogação elaborada por Wanda Lucia Schmidt – CRB-8-1922 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA MUNDIALIZAÇÃO Coordenação de produção Ivan Antunes Produção Rai Lopes – Paginação Capa Carlos Clémen Imagem da capa “Tucano Basket” de Alex Robinson
CONSELHO EDITORIAL Eduardo Peñuela Cañizal Norval Baitello Junior Maria Odila Leite da Silva Dias Celia Maria Marinho de Azevedo Gustavo Bernardo Krause Maria de Lourdes Sekeff (in memoriam) Cecilia de Almeida Salles Pedro Roberto Jacobi Lucrécia D’Aléssio Ferrara 1ª edição: maio de 2009 © Michel Nicolau Netto ANNABLUME editora . comunicação Rua Martins, 300 . Butantã 05511-000 . São Paulo . SP . Brasil Tel. e Fax. (011) 3812-6764 – Televendas 3031-1754 www.annablume.com.br
A meus mestres Renato Ortiz e Claudia Dornbusch
AGRADECIMENTOS
Este livro passou – em suas diversas versões – pelos olhos e ouvidos de colegas, professores e queridos amigos, cujas contribuições foram fundamentais na sua realização. A eles agradeço: Célia Gillio, David McLoughlin, Patrícia Schwan, Dirk Schade, José Carlos Guedes Mohallem, Maria Helena Carvalhaes, Fernando Lara, Paulo Renato Alves, Marcos Paiva, Rosane Pires Batista, José Roberto Zan, Gilda Portugal Gouvêa, Marcelo Ridenti e, em especial, Miqueli Michetti. Agradeço à editora Annablume, em especial ao Joaquim Antonio Pereira. Também agradeço a instituições que diretamente tornaram este livro possível. São elas: Brasil Música e Artes, Haus der Kulturen der Welt (Berlim), IFCH – Unicamp, FFLCH - USP, Instituto Moreira Salles de São Paulo e Musikwissenschaftliches Seminar da Humboldt Universtität (Berlim). Agradeço em especial ao apoio do CNPq, de quem fui bolsista no mestrado, e da FAPESP, instituição que tornou possível a publicação deste livro. Por fim, com especial carinho, aos meus pais, José Carlos e Célia, e ao meu irmão, André. A base que me dão e o amor que me dispõem todos os dias tornam meu trabalho possível. Espero retribuí-los ao menos com uma dedicação honesta a causas que, no fundo, foram vocês que me ensinaram a amar.
SUMÁRIO
PREFÁCIO ....................................................................................... 11 INTRODUÇÃO ................................................................................ 15 PARTE I – FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL: A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA NO ESPAÇO NACIONAL ................................................................... 23 CAPÍTULO I – A IDENTIDADE BRASILEIRA E OS DISCURSOS EM TORNO DA MÚSICA POPULAR ............................................ 25 CAPÍTULO II – OS MEIOS DE FORJAMENTO DA MÚSICA POPULAR COMO IDENTIDADE NACIONAL ............................... 45 PARTE II – RESSIGNIFICAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL: A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA NO ESPAÇO GLOBAL .......................................................... 89 CAPÍTULO I – REDEFINIÇÃO DA IDENTIDADE .......................... 91 CAPÍTULO II – PANORAMA DO MERCADO DE MÚSICA .......... 127
CAPÍTULO III – AS CULTURAS NACIONAL-POPULAR, INTERNACIONAL-POPULAR E POPULAR-RESTRITA ................. 163 CAPÍTULO IV – A IDENTIDADE NACIONAL NA MODERNIDADE-MUNDO ......................................................... 201 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 223 BIBLIOGRAFIA .............................................................................. 227
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MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO
PREFÁCIO
A
bro este prefácio relatando um pequeno incidente pessoal. Ele é sugestivo em relação à temática que nos ocupa. Em março de 1977 eu me transferi para a Belo Horizonte tendo aí permanecido alguns anos. Estava interessado na problemática da cultura brasileira e dei início a uma pesquisa que terminou por se materializar no livro “Cultura Brasileira e Identidade Nacional”. Não havia na época um curso de pós-graduação de Ciências Sociais na UFMG, e uma forma de trabalhar minhas preocupações era ler, junto com os alunos de graduação, alguns textos que me pareciam pertinentes para a compreensão do tema. Entre eles, recordo-me de um livro de Jorge Amado, Tenda dos Milagres, publicado em 1969, e que justamente o ano em que cheguei à Minas Gerais havia se transformado num filme de Nelson Pereira dos Santos. Pedi aos alunos que lessem o livro e fossem ao cinema. Guardo ainda a lembrança de termos tido uma discussão acalorada e instigante. Muitos anos depois, entrando no novo milênio, os alunos de graduação de Ciências Sociais da Unicamp pediram-me que eu trabalhasse com eles, num curso optativo, a problemática do nacional e do popular. Aceitei. Novamente, sugeri como leitura o livro de Jorge Amado e vimos juntos, agora em vídeo (ou foi em DVD, já não me recordo), Tenda dos Milagres. Para minha surpresa, uma incompreensão geral se abateu sobre a classe. Os jovens que me escutavam manifestaram um grande desinteresse pelo
assunto. A dança dos orixás, os búzios, o cenário colonial de Salvador, a mestiçagem das raças, lhes parecia um mundo estranho e distante. Por fim, alguns deles argumentaram: não estávamos falando do Brasil, apenas da Bahia. Esta mudança no humor geracional é eloqüente. Ela nos diz muito sobre as transformações que incidem na sociedade brasileira nos últimos trinta anos. Se na década de 70 era ainda possível imaginar o mundo do candomblé, e poderíamos dizer, do carnaval, do futebol e do samba, como metáforas da brasilidade, isso havia terminado. Os símbolos nacionais tinham sofrido um desgaste diante do processo de mundialização da cultura. O livro de Michel Nicolau Netto tem o mérito de tematizar esses dois tempos. Há um “antes” e um “depois”, mas contrariamente a uma perspectiva pós-moderna, o “depois” não sepulta o que lhe antecede. Não há o “fim” do nacional, ele se redefine num outro contexto. Para isso a escolha do objeto, a música popular brasileira, é exemplar. Ela pode ser compreendida como uma expressão cultural cujo valor heurístico revela as mudanças estruturais da sociedade brasileira. Nos anos 30, 40 e 50, a busca da identidade nacional reflete-se no universo musical. O samba, antes uma musicalidade étnica, é re-significado enquanto representação do nacional. Tudo se passa como se o Estado investisse de valor simbólico algumas manifestações populares em detrimento de outras. Ficam fora de sua órbita diversas manifestações particulares: música sertaneja, xaxado, ritmos de origem africana ou indígena. Ainda nos anos 20 e 30, cogita-se encontrar nossas raízes junto à música folclórica (lembro os estudos de Mário de Andrade), mas o advento do Estado Novo, impulsionando uma política de desenvolvimento econômico, muda o rumo das coisas. A “invenção” dos signos nacionais e populares deve adequar a busca da identidade às exigências da modernidade emergente. Dificilmente o folclore cumpriria esta missão, ele se encontrava demasiadamente apartado da vida das metrópoles e do projeto almejado. Suas raízes rurais eram contraditórias com o desejo de construção nacional. Na esfera musical isso se traduz com a aproximação de uma prática popular (e recordo, o futebol, antes uma atividade de elite, para se tornar sinal de brasilidade deve se popularizar) e os meios modernos de comunicação: o rádio e o cinema. O mundo da técnica atua como elemento legitimador, conferindo à dimensão popular um traço de contemporaneidade. Os programas de rádio, as chanchadas da Atlântica, nas quais a sonoridade carnavalesca expressa a “alma” brasileira, e nos anos 50, as primeiras incursões no mundo televisivo, passam a constituir partes essenciais do imaginário
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brasileiro. No entanto, este processo que acompanha o ritmo de modernização da sociedade (racionalização do aparelho de Estado, políticas públicas da era getulista, incentivo da indústria), possui um ator central: o Estado. De alguma maneira, pode-se dizer que ele detém o monopólio da construção da identidade nacional. Garante-se assim a ideia de que a nação, na sua totalidade, estaria condensada em torno de determinados símbolos, partilhados por todos. O samba, o carnaval, o futebol, a mulata, representariam, de maneira inequívoca, a idiossincrasia do Ser nacional. A situação de globalização transforma radicalmente este panorama. Isso se traduz claramente no que Michel Nicolau denomina discursos identitários. Cabe lembrar que toda identidade é uma construção simbólica que se faz em relação a um referente. Neste sentido, a identidade nacional é uma de suas realizações possíveis. Durante o período de consolidação da moderna tradição brasileira ela é predominante, deixa pouca margem às aspirações regionais ou locais. Mas o movimento de mundialização da cultura altera este quadro. O Estado-nação, elemento anteriormente hegemônico, é deslocado por outras forças no contexto da modernidade-mundo. Também a conjunção entre nação e modernidade se rompe. No Brasil, assim como na América Latina, havia uma disjunção conjuntural entre esses dois termos. Contrariamente a alguns paises europeus (não todos, apenas os mais industrializados) ou os Estados Unidos, o sonho de modernização somente se realizaria no futuro. Nação e modernidade encontravam-se, momentaneamente separados, mas o tempo corrigiria o hiato existente entre eles. Para tanto era necessário existir um projeto nacional que pavimentasse as bases de algo ainda inexistente. Os modernistas diziam isso de uma maneira sintética e elegante: “é preciso sermos nacionais para sermos modernos”. Com o advento da modernidade-mundo a frase toma, porém, um outro sentido: “é possível ser moderno sem sermos nacionais”. Isso significa que os referentes identitários, e com eles os discursos, agora, se multiplicam.O universo da música ilustra bem essas transformações. Não se pode esquecer que ele possui uma dimensão econômica, sua materialidade pressupõe a existência de um mercado fonográfico. A disseminação dos símbolos de brasilidade não se reduz à uma operação meramente simbólica, ela está associada à constituição de um mercado de bens simbólicos de alcance nacional. Nele atuam as diversas forças que o constituem, compositores, gravadoras, distribuidoras, etc. O mesmo ocorre na esfera transnacional. A constituição do mercado fonográfico mundial implica a atuação dos
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grandes conglomerados e transformações técnicas importantes, como a digitalização, que permitem a circulação dos produtos comerciais (evito o termo mercadoria) em escala antes desconhecida. O Estadonação não é mais o centro de organização dessas trocas. A música popular brasileira adquire assim novos significados. Cada vez mais ela deixa de ser MPB, tal como era tradicionalmente definida. Um conjunto de novos atores, com novos interesses, constróem suas identidades de outras formas. Por exemplo, a música regional, que disputava legitimidade no mercado nacional com outras musicalidades, para fundar sua autoridade, volta-se para a idéia de “diversidade cultural”. Questiona-se assim, a homogeneidade do nacional, afirmando-se o elemento particular de determinada região. O Brasil, um país diverso, pode assim oferecer símbolos distintos de identidades (mangue beat), em contraposição à sua tradição mais monolítica (samba). Da mesma maneira, o espaço da modernidade-mundo oferece também, outras possibilidades de investimento simbólico. Surge um “Brasil digital”, capaz de se expressar, não através de sua história nacional ou regional, mas de sua sintonia com o mundo globalizado (música eletrônica). Eu havia dito que no texto de Michel Nicolau o nacional não desaparecia mas se transformava. Tanto a música digital, quanto nacional ou regional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgrado suas diferenças sonoras e simbólicas, devem valorizar um traço específico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como “apátrida”, pelo contrário, todas, em princípio, participariam da “marca Brasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma política empresarial. Músicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional do consumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-se apagados e reescritos no âmbito da modernidade-mundo.
RENATO ORTIZ São Paulo 8 de janeiro de 2009
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INTRODUÇÃO
PROBLEMA, OBJETO E MÉTODO
E
ste livro é o resultado de minha pesquisa de mestrado desenvolvida no Departamento de Pós-Graduação em Sociologia do IFCH – Unicamp, entre março de 2006 e dezembro de 2007. Entre a defesa do mestrado e a finalização deste livro houve quase um ano de intervalo, tempo suficiente para que sua revisão me causasse, de um lado, um certo incômodo, que levou a um desejo de mudar o texto, de tratar de modo diferente meu objeto. Especialmente porque, ao preparar este livro, estou em meio a minha pesquisa de doutorado, na qual algumas das idéias aqui desenvolvidas já me aparecem com outras cores e outros pesos. Mas, de outro lado, este tempo também permitiu que lesse o texto com algum distanciamento crítico e percebesse que ainda entendo como válido o que expus no mestrado (passo, creio, necessário para ser válido a outras pessoas). Assim, entre um desejo incerto de mudança – causado talvez por meu amadurecimento intelectual, mas talvez por um certo cansaço de propostas com as quais há tempos convivo, ou mesmo por minha insegurança – e a validade atual, em minha avaliação, do texto, preferi mantê-lo em sua essência. Apenas atualizei alguns dados e dei um tratamento melhor a algumas idéias sem, contudo, modificá-las fundamentalmente. Com isso, ainda cumpro uma crença que
compartilho com minha editora, Annablume, e com minha apoiadora, FAPESP, que é a necessidade de dar ao público geral o conhecimento da pesquisa acadêmica. Assim, procurei oferecer ao leitor um texto que, mesmo se mantendo acadêmico, pudesse ser de leitura agradável. Se consegui, só os leitores poderão dizer. O objeto de pesquisa a que me dediquei é claro: entender como a identidade nacional se articula no processo de globalização, buscando apontar as ressignificações que esta sofre e seus novos modos de operação. Parti de uma tese que deve ser comprovada no desenrolar deste livro segundo a qual, no tempo da modernidade-mundo, as fronteiras nacionais são questionadas e sua capacidade de gerar significado social agora se articula em um contexto amplo, onde vários artífices atuam, além daqueles relacionados ao Estado-nação. Para tanto, escolhi uma base de análise que me parece privilegiada: a música popular brasileira que atua no mercado internacional. Néstor Garcia Canclini propõe que onde a globalização é mais patente como padrão reordenador da produção, da circulação e do consumo é nas indústrias audiovisuais: cinema, televisão, música, mais os circuitos informáticos, como um quarto sistema que funciona, em parte, associado aos outros na integração multimídia (Canclini, 2003: 144).
Isso se dá, em meu ponto de vista, especialmente porque as indústrias audiovisuais apresentam características peculiares e bem integradas à globalização. Em primeiro lugar, formam uma indústria e, portanto, atuam em um cenário capitalista, como o é o da globalização, onde forças são distribuídas desigualmente. Em segundo, porque são bens culturais que, por si só, geram significados imediatos que, ao se inserirem na globalização deverão ser ressignificados, restando ao trabalho intelectual identificar tais ressignificações tendo em vista as articulações entre seus espaços de produção, circulação e consagração. Por fim, porque são essencialmente bens móveis, ou seja, por sua própria natureza podem se territorializar em diversos lugares ao mesmo tempo, desde aquele relacionado a fronteiras mais restritas, até um espaço simbolicamente ilimitado. Especialmente a partir do desenvolvimento tecnológico, os bens culturais da indústria audiovisual encontraram uma mobilidade que outros bens culturais dificilmente podem ter. Se a mobilidade é a marca da globalização, ter esta indústria como base de pesquisa nos ajuda a entender sua dinâmica.
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Contudo, se disse que minha intenção é compreender as novas articulações da identidade nacional, preferi me focar em uma das áreas da indústria audiovisual, a música popular, pois esta permite levantar mais elementos relacionados à questão identitária. Isso porque, especialmente no Brasil, a música popular desde o começo do século XX foi tratada – a partir de uma série de processos de ressignificação, como procurarei mostrar – como um símbolo identitário nacional privilegiado, um símbolo que passou a ser discursado sob o registro da brasilidade, daquilo que nos propõe uma forma enquanto povo. Ainda, é a indústria da música popular a mais impactada pelos avanços tecnológicos em termos de circulação. Por ser de produção muito mais simples do que um filme ou um programa de TV e por se adaptar com mais competência ao ímpeto individualista da sociedade contemporânea, ela é mais competente em se relacionar com os novos meios de comunicação para se espalhar sobre as fronteiras. No caso da música popular brasileira, então, ao fazer isso ela leva consigo a identidade nacional para um espaço global e, com isso, seu estudo permitirá entender como esta identidade passa a ser articulada a partir de seu deslocamento. Metodologicamente adotei um estudo que tem em vista tanto os discursos feitos sobre essa música em referência a suas articulações identitárias, quanto as estruturas de mercado cultural que influenciam tais discursos e os tornam seletivos, do ponto de vista de interesses e possibilidades de apropriação de símbolos pelos atores envolvidos. Assim, fui um analista de discursos, assumindo-os em suas inteirezas, para, então, relacioná-los às instâncias capitalistas e ideológicas. Em outras palavras, assumi os discursos como efetivos para então pesquisar quem os forja, com quais intenções e onde. Para tanto, trabalhei como garimpeiro. Se o espaço de minha pesquisa é o mundo e minha base de análise é a música brasileira neste espaço, é evidente que meu corpo analítico é praticamente infinito. Tive, então, que agir de modo passivo e ativo. Passivamente, todo o tipo de material que caísse em minhas mãos e que tivesse alguma relação com meus estudos era recolhido e disponibilizado para a análise posterior. Isso vale desde discos brasileiros vendidos no exterior, até revistas de bordo de avião. De modo ativo, contudo, fui metódico. Em primeiro lugar, busquei apenas os materiais mais contemporâneos possíveis. Basicamente tudo o que citar em termos de discursos sobre a música no mercado mundial data do ano 2000 para cá e, na maior parte, de 2005 em diante (com exceção da primeira parte do trabalho, na qual estudei o começo do século XX). Depois, busquei esses materiais onde me
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pareciam ser os espaços mais privilegiados. Estive, a partir de 2005, em diversas feiras de música do mundo, entre elas as quatro maiores européias, que são: Midem (Cannes, França), Popkomm (Berlim, Alemanha), Womex (Newcastle, Inglaterra) e London Calling (Londres). Também estive em duas feiras norte-americanas, SXSW (Austin, EUA) e Canadian Music Week (Toronto, Canadá), e uma argentina, Bafim (Buenos Aires). Nestas feiras pude recolher materiais sobre projetos nacionais de exportação de música, incluindo o brasileiro, o que me deu possibilidade de compreender não apenas como este mercado se estrutura, mas também como os discursos identitários de cada país são valorizados. Também foi possível recolher um grande número de publicações nas quais a música brasileira aparecia extemporaneamente. Quanto à mídia internacional que tratasse de música brasileira, tive como pesquisa principal um foco específico: a Copa da Cultura 2006, ação desenvolvida pelos governos brasileiro e alemão para a divulgação da cultura brasileira durante os dias do campeonato de futebol na Alemanha. Estive em uma das organizadoras desta atividade, a Casa das Culturas do Mundo (Haus der Kulturen der Welt), em Berlim, e esta me disponibilizou todo o seu trabalho de recolhimento de matérias de imprensa que falassem sobre as atividades brasileiras dentro do programa Copa da Cultura. Com isso, tive acesso a 444 matérias sobre cultura brasileira (na maior parte delas com destaque para a música) que foram publicadas em 70 jornais e revistas alemãs. Ainda, visitei as principais feiras de música brasileiras, sendo estas: Porto Musical, em Recife, Feira da Música de Fortaleza e Feira da Música Independente de Brasília. Nestas feiras pude recolher diversos materiais, em especial aqueles ligados a projetos regionais de exportação de música que, como se verá, tiveram grande destaque neste trabalho. Por fim, pesquisei em bibliotecas livros e periódicos que tratassem de meu corpo de estudos ou que me trouxessem benefícios teóricos para a análise. Estive, então, nas bibliotecas: Nacional de Buenos Aires, Freie Universität de Berlim, Musikwissenschaftliches Seminar, da Humboldt Universität, de Berlim, Nacional de Londres. Ainda, no Brasil, freqüentei as bibliotecas do IFCH e do IA da Unicamp e da FFLCH da USP. Também pesquisei, para a primeira parte do trabalho, que trata especificamente da formação da identidade nacional através da música popular brasileira nas primeiras décadas do século XX, o acervo de José Ramos Tinhorão, disponibilizado gentilmente pelo Instituto Moreira Sales. Do ponto de vista teórico, este livro buscou articular diversas áreas do conhecimento. A história entrou em meu estudo especialmente no
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intuito de entender a formação do Estado-nação e sua ressignificação na contemporaneidade, tendo em vista especialmente o caráter articulador da identidade nacional, além da própria história da música, para a qual alguns etnomusicólogos e antropólogos também foram fundamentais. As áreas de comunicação e economia, além da filosofia e da crítica literária, também foram operacionalizadas tendo em vista algumas necessidades argumentativas específicas como está claro no livro. A teoria sociológica, contudo, é minha chave fundamental. É por ela que articulei as outras áreas tendo em vista que desejava entender a questão da identidade nacional a partir do registro das relações sociais, organizadas em estruturas de poder que condicionam os usos que se fazem de discursos. Ainda, é na sociologia que encontrei as principais referências e explicações dos processos de globalização e da mundialização que em todo momento permeiam o livro.
ORGANIZAÇÃO DO LIVRO Este livro está dividido em duas partes interdependentes, sendo seu foco principal aquilo apresentado na segunda parte e a base histórica do objeto o que apresento na primeira. Isso porque, se falo de uma ressignificação identitária na contemporaneidade, não poderia então deixar de compreender como a sua formação se deu originariamente. Na primeira parte do livro, então, trato do processo que leva à formação do Estado-nação. Busco compreender este processo especificamente no Brasil, que possibilitou a transformação, no começo do século XX, da música popular brasileira em um símbolo identitário nacional. Proponho que, carentes de uma identidade própria, pois não traz novidade de estruturação social e se forma na dependência da burguesia estrangeira, a elite brasileira daquele tempo teve de procurar nos cantões tradicionais, que ela sempre negligenciou, símbolos culturais que lhe coubessem e que pudessem se mostrar legitimamente brasileiros aos seus olhos e aos olhos dos outros. Essa oportunidade de identificação está, evidentemente, onde há uma suposta redoma de tradição, alheia à cópia do estrangeiro, ou seja, na música dos negros, recém-libertos, cantada no Rio de Janeiro. A partir disso, a elite e o Estado empreenderam esforços para tornar esta música em base simbólica para a identidade nacional utilizando-se de diversos instrumentos que a adaptasse a seus feitios e lhes garantissem o controle do processo de deslocamento simbólico desta música. Desta maneira, a música popular cantada por aqueles negros recém-libertos da capital do país passa a
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atuar em um espaço nacional, discursada como um valor identitário válido deste espaço e, portanto, como produtora privilegiada de sentido social. Na segunda parte, o cenário é bem diferente, pois trato da contemporaneidade. Se o Estado-nação continua operante, ele perde muitas de suas funções e outras são adquiridas. A principal mudança, proponho, é sua necessidade de atuar no mundo não mais sob a dicotomia interno/externo, mas sim sob a percepção de que todo o mundo se internalizou. Isso não significa que todo o mundo se tornou igual. Ao contrário, a desigual distribuição de forças conforma um tempo em que as diferenças sociais são mais marcantes. O que proponho, contudo, é que estas forças se articulam dentro de um espaço novo, mundial, no qual o Estado-nação deve se inserir como uma de suas partes essenciais. Neste cenário, a identidade nacional passa a ser articulada também neste espaço – no qual a música popular, através da indústria cultural, tem atuação destacada enquanto produtora de sentido social – e discursos e usos são propostos sobre ela por novos artífices em prol de vantagens no mercado mundial de símbolos. Penso este processo a partir da definição de três identidades que, proponho, se articulam mutuamente, sendo elas a nacional (referida ao espaço do Estado-nação), a restrita (referida aos espaços regionais, infra-nacionais) e a mundial (imediatamente referida ao espaço global), que produzem as seguintes vertentes culturais respectivamente: nacional-popular, popular-restrita e internacional-popular. Assim, no primeiro capítulo desta parte, estudo as novas percepções sobre a identidade, agora relacionada à idéia de diversidade. Para tanto, tenho como registro operador a dicotomia dos discursos universal e particular. Será visto, nesse capítulo, que esta dicotomia é uma atualização modificada de um debate entre ilustrados e românticos do século XIX, mas que no século XX é assumida não só por teóricos, mas também pelo mercado. No segundo capítulo, me dedico a estudar o mercado internacional de música em si, debatendo os desenvolvimentos tecnológicos que levam a uma reestruturação deste mercado que passa a ser discursado, quando em referência à tecnologia, como um espaço livre e democrático. Após apresentar estes discursos, busco questionálos mostrando que, na verdade, estamos diante de uma fragmentação de forças que, porém, não leva ao descontrole e à falta de condicionamentos capitalistas. No capítulo seguinte, me preocupo em entender as operacionalizações das identidades mundial e restritas. Pude propor que essas se articulam sob a idéia da diversidade cultural (que
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em nenhum momento sai de minhas preocupações) pela qual tais identidades assumem um espaço que antes era monopolizado pela identidade nacional. Com isso, a adequação identitária de uma pessoa passa a ser vista como mais livre. Busco mostrar, contudo, que na realidade para alguns esta liberdade se dá, mas para outros as identidades passam a representar uma maior fixidez. Proponho, assim, que se os interesses em diferentes adequações identitárias se dão a todos, a poucos há possibilidade de realização. Finalizo este livro em um capítulo que se dedica a compreender a operacionalização da identidade nacional no espaço mundial. Penso que esta se torna um valor no mercado mundial de símbolos e que, por isso, deve empreender processos de ganhos de imagem a partir daquilo que a identidade mundial propõe como consagração. Com isso, na articulação que a identidade nacional deve fazer com as outras identidades, através do prisma da idéia da diversidade cultural, haverá uma seleção e um controle de símbolos empreendidos prioritariamente por aqueles que chamei de atores móveis, deslocados dos Estados-nações. Desta maneira, proponho que, na modernidade-mundo, a identidade nacional se disjunta do Estado-nação e passa a se articular com diversos artífices. Chego, por fim, a concluir que, neste tempo, a própria junção histórica Estado-nação-povo se desfaz.
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