Mostra Itau Video

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Mostravídeo de agosto revela técnicas do cinema em obras experimentais Filmes deste mês, em Belo Horizonte, evidenciam luzes e sombras da projeção, mostram a figura do diretor ou questionam as formas de distribuição e circulação; são 15 trabalhos de brasileiros, espanhóis, mexicanos, neozelandeses, norte-americanos, britânicos e canadenses realizados dos anos 1970 até hoje Nos dias 12, 19 e 26 de agosto, a Mostravídeo Itaú Cultural exibe no Cine Humberto Mauro, em Belo Horizonte, 15 obras que evidenciam a linguagem cinematográfica ao revelar para o público elementos de luz, projeções e sombras geralmente ocultas nas produções da sétima. O curador deste mês é Gabriel Menotti, doutorando em Goldsmiths, Universidade de Londres, que escolheu o tema Distâncias Negadas, para mostrar ao espectador como a experimentação de técnicas básicas do cinema faz parte de sua essência. “Parti do princípio de que a imagem para ser da cinematografia deve ser transportada pela distância da projeção”, afirma Menotti. “Muitas pessoas não percebem que a luz da projeção é o mais importante no cinema e que ela é apenas um foco”, destaca. Para ele o desvelamento das técnicas não perturba os alicerces do cinema, mas os transformam e excitam a criatividade dos artistas. Às 19h do dia da abertura da mostra, Menotti contará mais detalhes sobre o tema de sua curadoria em palestra seguida da exibição de sete obras que se aproximam do universo da pintura explorando a espessura e a profundidade da tela. Do canadense Michael Snow é exibido WVLNT (Wavelength for Those Who Don’t Have the Time), uma versão atualizada do Wavelenght original, filmado em 1967, e considerado uma obra importante para a exploração da linguagem cinematográfica com camadas simultâneas de imagens e sons em oposição a um zoom sequencial e que retém de diferentes formas a atenção do espectador. O zoom é novamente utilizado como ferramenta em A Man. A Road. A River, do brasileiro Marcellvs. A obra mostra a cheia de um rio sobre uma estrada, interrompendo o fluxo normal de pessoas e automóveis. Da dupla Detanico Lain, formada por Angela Detanico e Rafael Lain, é exibido Flatland, uma viagem de barco pelo rio Mekong, no Vietnã. O filme seguinte é I’ve Got a Guy Running, de Jonathon Kirk, uma obra criada com base em fotografias da Guerra do Iraque, liberadas pelo Departamento de Defesa norte-americano. Do Reino Unido é projetado The Girl Chewing Gun, de John Smith, uma obra clássica do cinema experimental dos anos 1970 que desloca o enquadramento e coloca o diretor dentro da cena. Em Three Transitions, Peter Campus, diretor do filme, explora técnicas elementares de vídeo, criando autorretratos conforme encontra modos de trabalhar a presença do corpo na imagem eletrônica. Paper Landscape, do artista britânico Guy Sherwin, finaliza as apresentações do dia. O filme registra uma performance do diretor em que o passado se sobrepõe ao presente e a imagem esconde o artista.

Próximas semanas

A cidade utilizada não apenas como set de filmagem, mas também como suporte para gravações, com seus muros e janelas sendo usados para as projeções é o foco das exibições do dia 19. Em 4’22”, ao longo de seis dias o artista britânico Willian Raban, também diretor do filme, lê um texto para a câmera. A cada dia, a filmagem anterior é projetada ao fundo do discurso e assim sucessivamente. Em mais um filme de perfomance, a sombra do corpo projetada na tela de exibição é explorada em Horror Film 1, do também britânico Malcolm Le Grice. Apresentada originalmente em 1971, a obra envolve o trabalho de três projeções em um mesmo espaço. A ação começa rente à tela e – atravessando todo o espaço da audiência – termina nos projetores. Um dos filmes que integrou a exposição Cinema Sim, que esteve em cartaz no Itaú Cultural em outubro do ano passado, You and I, Horizontal III, do britânico Anthony McCall, é tema do curta homônimo da brasileira Manoela Ziggiatti, no qual ela registra um depoimento do artista. Da Espanha, é exibido Augmented Sculptures & Urban Installations, de Pablo Valbuena. A obra mexe com a percepção de perspectiva da imagem e da realidade, com projeções aplicadas em larga escala em instalações urbanas. Lançado no Sundance de 2008, Graffiti Research Lab: The Complete First Season, apresentado em seguida, é resultado do trabalho de um arquiteto e de um engenheiro que largaram seus empregos para desenvolver ferramentas de arte baseadas em tecnologias de luz e projeção. Encerrando as projeções deste dia, dois trabalhos de Rafael Lozano-Hemmer: Relational Architecture: Body Movies e Vectorial Elevation Mexico, nos quais o artista utiliza uma projeção em escala monumental e pública.

Apenas um filme será exibido no dia 26, último da mostra: Steal This Film – 1 and 2, cujo tema são as fronteiras entre gêneros cinematográficos e os limites do circuito cultural e econômico. Trata-se de um documentário realizado pelo coletivo The League of Noble Peers, feito em parceria entre o Reino Unido e a Alemanha, que revela como funciona o compartilhamento de arquivos on-line e suas implicações legais. A obra acompanha a história do site sueco The Pirate Bay, onde era possível baixar músicas, vídeos, filmes, games e softwares e cujos responsáveis foram condenados por infração de direitos autorais. Todas as exibições são gratuitas e o público pode conferir também textos inéditos sobre a programação, além de se comunicar com o curador e discutir os filmes no blog www.mostravideoitaucultural.wordpress.com.

Biografia do curador Gabriel Menotti é bacharel em comunicação social pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e mestre e doutorando em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Produtor e curador independente, também cursa doutorado em Goldsmiths, Universidade de Londres, e integra o projeto Cine Falcatrua. Já organizou festivais de cinema, cinecampeonatos de videogame, oficinas de roteiro pornô e instalações com projetores super-8. Mostravídeo

Projeto do Itaú Cultural, a Mostravídeo sempre apresenta uma programação permanente de exibição de filmes e vídeos que representem conceitualmente as mais instigantes produções nacionais e internacionais em meios audiovisuais (cinema, vídeo e novas mídias). Desde 1997 este projeto mantém-se perene, fiel ao seu público e possibilita aos realizadores um espaço de exibição qualificado. Neste ano está sendo realizado simultaneamente em Belo Horizonte e em Vitória, com um curador diferente a cada mês.

PROGRAMAÇÃO Dia 12 de agosto, quarta-feira, a partir das 19h Palestra com o curador Gabriel Menotti WVLNT (Wavelength for Those Who Don’t Have the Time) Michael Snow, Canadá, 2003, 15 min O Wavelenght original, de 1967, é considerado uma exploração seminal de linguagem cinematográfica. O filme consiste basicamente em um zoom muito lento, que desperta a consciência do espectador para o tempo da própria exibição e o contexto da imagem. Nessa nova versão, o filme é “empilhado” em si mesmo, criando camadas simultâneas de som e imagem que se opõem ao zoom sequencial, produzindo diferentes formas de atenção.

A Man. A Road. A River. Marcellvs L., Brasil, 2004, 10 min A cheia de um rio, que toma parte de uma estrada e interrompe o fluxo normal de pessoas e automóveis, dá motivo a este poema visual. Trata-se de um retrato do cruzamento de vias e vidas e da força da natureza sobre a artificialidade. Novamente, o

zoom se torna uma ferramenta para explorar os limites não apenas da cena, mas do próprio suporte. Flatland Detanico Lain, Brasil, 2003, 8 min Uma viagem de barco no delta do Rio Mekong – ou flatland, como a região é conhecida no Vietnã. Do material filmado, foram selecionadas oito imagens de paisagem. Elas mostram diferentes momentos do dia no horizonte plano da região. Cada imagem foi fatiada em colunas de pixels; cada coluna, estendida até o formato original da imagem; e, por fim, cada imagem assim construída recolocada no formato de vídeo e editada com o som da filmagem. O processo, repetido 640 vezes, transforma a paisagem em uma sequência de imagens de linhas horizontais.

I’ve Got a Guy Running Jonathon Kirk, Estados Unidos, 2006, 8 min Obra criada com base em fotografias da guerra do Iraque liberadas pelo Departamento de Defesa norte-americano. No decorrer do vídeo, as imagens, inicialmente abstratas e pixelizadas, se revelam transparentes. O processamento digital explora a contingência da guerra, cuja natureza se torna puramente visual, acessível e operável a distância.

The Girl Chewing Gun

John Smith, Reino Unido, 1976, 12 min Nesta clássica obra do cinema experimental dos anos 1970, o diretor, de fora do enquadramento, parece ter controle absoluto sobre tudo o que é visto na tela. Mas será que isso é verdade? O filme termina por revelar o quão longe da cena esse controle se efetiva.

Three Transitions Peter Campus, Estados Unidos, 1973, 5 min Nestes três exercícios, Campus explora técnicas elementares de vídeo, criando autorretratos impressionantes conforme encontra modos de trabalhar a presença do corpo, esse sólido tridimensional, na imagem eletrônica.

Paper Landscape Guy Sherwin, Reino Unido, 1975, 9 min O trabalho é o registro de uma performance de Sherwin. Um filme de 8 mm é projetado em uma superfície transparente. O artista, posicionado atrás da tela, a pinta de branco – e o filme se revela: é o passado que se sobrepõe ao presente, a imagem que esconde o artista.

Dia 19 de agosto, quarta-feira, 19h 4’22” Willian Raban, Reino Unido, 2008, 4min30s Uma nova versão do icônico 2’45”, de 1973. Ao longo de seis dias, Raban lê um texto para a câmera. A filmagem do dia anterior é projetada ao fundo desse discurso. O produto final é, segundo o artista, um filme que “começa e termina no período de sua própria confecção”, uma “soma de todas as suas exibições”.

Horror Film 1 Malcolm Le Grice, Reino Unido, 1971, 8 min Trabalho de performance apresentado originalmente em 1971, que envolve três projeções na mesma tela. A ação, que começa rente à tela e – atravessando todo o espaço da audiência – termina nos projetores, trata da presença do corpo e de sua complexa sombra colorida.

You and I, Horizontal III Manoela Ziggiatti, Brasil, 2009, 3 min Depoimento do artista Anthony McCall sobre sua instalação You and I, Horizontal III, de 2007 – que integrou a exposição Cinema Sim – Narrativas e Projeções, apresentada na sede do Itaú Cultural, em São Paulo, em outubro de 2008. O filme lançado em 2009 é um dos trabalhos da série Solid Light Films (Filmes de Luz Sólida), que McCall produz desde 1973, utilizando tecnologia de vídeo digital. Nesta obra, a luz dos projetores cria no ambiente escuro do espaço expositivo um volume luminoso de forma abstrata e desenha, lenta e continuamente, a imagem de uma linha.

Augmented Sculptures & Urban Installations Pablo Valbuena, Espanha, 2007-2008, 10 min Documentação de diferentes trabalhos de Pablo Valbuena. A série de esculturas aumentadas inicia uma exploração da tridimensionalidade dos suportes de projeção, que é aplicada em larga escala nas instalações urbanas, manipulando de maneira sofisticada a perspectiva da imagem e da própria realidade.

Graffiti Research Lab: The Complete First Season Graffiti Research Lab, Estados Unidos, 2008, 52 min A trajetória do grupo Graffiti Research Lab, composto de um arquiteto e um engenheiro que largaram seus empregos para desenvolver ferramentas de arte baseadas em tecnologias de luz e projeção. O filme foi lançado no Festival de Sundance de 2008.

Relational Architecture: Body Movies Rafael Lozano-Hemmer, Nova Zelândia, 2008, 6 min

Vectorial Elevation Mexico Rafael Lozano-Hemmer, México, 1999-2000, 18 min No trabalho de Lozano-Hemmer, a projeção de luz elementar adquire monumentalidade pública. Graças a recursos interativos – desde o mais simples jogo de sombras até sistemas de controle on-line –, o ser humano é colocado na escala dessas projeções.

Dia 26 de agosto, quarta-feira, 19h Steal This Film – 1 and 2 The League of Noble Peers, Reino Unido e Alemanha, 2006-2007, 96 min Documentário sobre compartilhamento de arquivos on-line e suas implicações legais. A primeira parte acompanha a saga do site sueco The Pirate Bay, cujos responsáveis foram condenados legalmente por infrações de direito autoral. A segunda faz uma análise mais detalhada das dinâmicas peer-to-peer e de suas implicações culturais e econômicas.

SERVIÇO

Mostravídeo Itaú Cultural em Belo Horizonte Dias 12, 19 e 26, quartas-feiras, às 19h Não recomendado para menores de 14 anos Ingressos distribuídos com uma hora de antecedência

Palácio das Artes Sala Humberto Mauro Avenida Afonso Pena, 1537 Belo Horizonte Fone (31) 3237-7399 www.palaciodasartes.com.br

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