Montanha A eternidade escreve-se no espaço Antes e depois da vida. Nele nasceu a montanha, Que impede a visão, Criando sonhos por eu não saber O que existe por detrás dela. Adivinho para lá, Estando cá. Sou verdadeiramente humano, Quando transcendo a vida Numa possibilidade. Sou, quando sei o limite E ainda assim desejo. Sou, quando, embora pequeno, Sinto a beleza do grandioso E atrevo atirar ao tempo Um dedilhado de guitarra. O som esbate-se na montanha, O vento dissipa-o no silêncio universal… Mais um fragmento de vida Que a montanha esmaga com eternidade. Mas estou contente por ser eu, Por ser apenas mais um que te contempla Nesta beleza atemporal, Por ser mais um ornamento que te põem E saber que vences inexoravelmente.
Mas estou aqui. Vou tocar mais uma música 1
Para inscrever no teu silêncio. Vou colar palavras nas tuas encostas. Derramar uma lágrima Para ser real. Acariciar um sorriso Para ser humano. Um dia, sentar-se-á aqui outro homem. Serás outro belo. Talvez até as palavras que te colei Já nem sejam entendíveis. Mas tu cá serás… Eternamente… adeus!
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