Minha_analise

  • July 2020
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Auto-avaliação da Biblioteca Escolar e Avaliação Externa da Escola/Agrupamento

Actividade 2: Análise e comentário crítico à presença de referências à BE no corpus de relatórios de Avaliação Externa da IGE às escolas

Formanda: Fátima Correia Escola Secundária de Santo André

"As BE não podem ser julgadas independentemente das escolas em que existem e às quais estão inevitavelmente ligadas” Barbara Stripling

1. Análise do Relatório da IGE acerca da minha escola Como já tenho tido oportunidade de dizer, o início do ano lectivo transacto

foi particularmente exigente a nível profissional não só porque exercia novas funções na escola – cargo de coordenadora da BE – mas também porque integrando a equipa do Projecto Educativo e sendo coordenadora do Plano Anual de Actividades, estava pessoalmente implicada na recepção à equipa da IGE e nos painéis de entrevistas realizados nesse mês de Novembro de 2008. A própria escola, consciente de que um olhar externo é um passo fundamental para a melhoria do seu funcionamento, candidatara-se a esta avaliação, respondendo, assim, ao convite da entidade inspectiva nacional para dar continuidade ao trabalho realizado na fase piloto (2006/07). Se nessa altura estivesse na posse de dados que neste momento domino ou tivesse já realizado esta formação da RBE, como diz o ditado popular “outro galo cantaria”, ou seja, teria tido a vida mais facilitada. Isto porque parti para a referida inspecção sem saber o que me esperava e “de peito aberto às balas”, para usar uma metáfora corrente. Claro que tinha como suporte o trabalho realizado pela equipa dos Mecanismos de Auto-Avaliação da escola e a experiência da presidência do Conselho Pedagógico, dois anos antes, bem como o empenho do Conselho Executivo, mas mesmo assim... sinto que se fosse hoje estaria mais consciente de determinados aspectos, a que, na altura, respondi com base apenas no conhecimento empírico da realidade escolar. Servem estes parágrafos introdutórios para chegar à ideia de que considero fundamental começar por exercer o meu juízo crítico em relação ao relatório da minha própria escola. Assim, no documento final produzido pela IGE, a BE é referida em dois pontos como se pode ler: - ponto 1.1 “Sucesso Académico” – “Como forma de aumentar o sucesso e e a sua qualidade, a escola tem vindo a aplicar um conjunto de medidas, nomeadamente

apoio

pedagógico,

diversificação

da

oferta

educativa,

implementação do PNL (da responsabilidade da BE), Projecto Ciência Viva e investimento nas TIC” (p. 5) (itálico meu)

- ponto 3 “Organização e Gestão Escolar” - “A BE/CRE tem um aspecto renovado e agradável, possuindo um acervo considerável, devidamente informatizado,

nela decorrendo um conjunto de actividades de

leitura,

visionamento e audição” (p.8); Hoje, porém, olhando para o Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e Agrupamentos, à luz da formação que temos feito, acredito que o trabalho da BE devia ser referido em mais pontos, nomeadamente em 2.3 e 2.4 bem como em 5.2. Por outro lado, penso que a escola encarou esta experiência avaliativa externa na perspectiva formativa que quer a IGE quer a RBE preconizam já que serviu para nos debruçarmos mais atentamente sobre os domínios em que temos de intervir para melhorar, tendo sido já introduzidas algumas alterações. De acrescentar ainda que sentimos necessidade de redigir um contraditório por discordarmos de algumas das observações feitas e por considerámos que algumas classificações atribuídas pela IGE subvalorizam os dados recolhidos, nem sempre tendo em atenção todos os aspectos da nossa realidade escolar.

2. Análise dos Relatórios de outras escolas Se este olhar para nós mesmos é prioritário, não deixa de ser extremamente útil olharmos para os outros na medida em que a visão alheia nos devolve o nosso próprio reflexo, ajudando-nos a crescer. O corpus que me propus analisar é constituído por 3 escolas (como lembra a sabedoria popular, “três é a conta que Deus fez”): uma vizinha – Escola Secundária dos Casquilhos - e duas de Lisboa - Escola 3º ciclo e Secundária de Pedro Nunes e Escola Secundária de Camões – movida apenas pela mera curiosidade em relação à grande urbe, “a capital do reino”, e a duas escolas com uma história reconhecida, num estudo contrastivo com o que se faz desta banda do Tejo. Todos os relatórios são do mesmo ano - 2008/2009 - facto que realça a proximidade no horizonte temporal. Da análise efectuada aos referidos relatórios, constata-se que apenas se verificam referências pontuais à Biblioteca Escolar e ao trabalho que desenvolve. Começando pela primeira escola inspeccionada, E.S. Casquilhos, a única referência à BE aparece no ponto 3.3, reconhecendo-se que “as suas potencialidades ainda não estão a ser completamente optimizadas”. Embora

participe no PNL (ponto 4.4) não se sabe se a iniciativa parte da BE ou de professores em particular. Quanto ao antigo Liceu de Pedro Nunes, começa por reconhecer-se que “a cultura de escola tem raízes profundas” e que “é essa cultura partilhada, mais do que os documentos reguladores da acção organizacional, que confere unidade e sentido ao trabalho desenvolvido”. Tal observação não conduzirá a uma certa suspeita de que para as equipas inspectivas da IGE poderá haver dois pesos e duas medidas na observação que tecem das realidades escolares, ou de que, antes de partirem para o terreno, já poderão estar sob influência de certos pre-conceitos? Aqui fica a questão... Tive a sensação de que, neste ponto, os aspectos negativos se sobrepunham aos positivos, mas mesmo assim, a classificação atribuída foi Bom! A única referência à BE é feita numa curta linha no ponto 4.4 para dizer que a escola tem vindo a aderir a vários projectos de âmbito nacional, como o programa de RBE. Por sua vez, no relatório da IGE ao Liceu Camões, a BE é referida no ponto 3.3, apenas no sentido do espaço físico “está bem apetrechada mas o espaço é reduzido” e no ponto 4.4: “promove actividades variadas e que correspondem aos interesses dos alunos”. Concluindo, penso que esta análise consistente dos relatórios da IGE se constitui como o corolário natural da primeira actividade. O salto entre os potenciais pontos de cruzamento da Avaliação Externa e da Auto-Avaliação da BE é confrangedor: ou por incúria das escolas, por apagamento dos professores bibliotecários ou por inabilidade, desconhecimento, falta de sensibilidade, (outras razões?), das equipas de inspecção, a atenção à BE é reduzida. Afinal, a BE é um mero espaço da escola ou o centro do (nosso) mundo? Urge mudar esta perspectiva e nós temos uma palavra a dizer.