Martinho Teólogo
Lutero da
Liberdade
Baseado na Biografia de Lutero cuja íntegra poderá ser encontrada na Home Page http://www.cele-df.org.br/Lutero.htm
Martinho Lutero, 1483 - 1546
I - Vida II - Obra I - Vida
Uma das principais características de todos os reais líderes espirituais em toda a história da humanidade sempre foi o de ajudar e permitir que não houvessem barreiras entre a ânsia da alma humana em encontrar sentido para a vida no contato, ou amenos na busca pessoal, íntima, com Deus, ou o que quer que entendamos por Divindade. Sabemos, hoje, através da Antropologia, da Psicologia e da Filosofia, que a intuição do homem com um nível transcendente de realidade é um "instinto" universal, encontrado em todos os povos, mudando apenas as características culturais de como esta intuição se expressa (Campbell, 1990; Eliade, 1996, Jung, 1991). Mas, tão antiga quanto a própria busca, igualmente é o processo de diferenciação e de construção de uma elite de "especialistas" que se arvoram o direito de serem "intermediários" entre o homem e Deus, entre o leigo e a Divindade. Estes especialistas sempre formaram classes privilegiadas que, de acordo com seus interesses, "interpretam" a mensagem deixada pelos reais líderes espirituais de forma concorde a que uma determinada visão de mundo seja propaganda entre os fieis, cristalizando suas posições políticas, nem sempre de acordo com as reais necessidades das pessoas a quem lhes dirigem este paradigma. No ocidente, a mensagem de Amor Universal e Incondicional do Cristo foi, como a dos demais grandes líderes espirituais, objeto de uma paulatina mas incessante apropriação política por parte da elite religiosa do Império Romano Romano - e não é à toa que temos "sacerdotes" na Igreja de Roma, vestidos como os antigos sacerdotes da rica (não vamos taxar de errônea nem de primitiva as formas de religiosidade antigas) tradição "pagã" do Império, com ritos também muitas vezes aproximados aos de antes da cristianização. A Instituição do cristianismo como Religião Oficial, a partir de Constantino, apenas precipitou ainda mais este processo, e Roma se impôs como a cabeça do movimento cristão, passando por cima das outras Igrejas Cristãs independentes, em especial a de Alexandria, de Antioquia e de Jerusalém, que tinham suas próprias maneiras de entenderem a mensagem do Cristo.
Por várias vezes, reações populares e individuais se fizeram ouvir contra o processo de "complicação" e exclusivismo doutrinária que a mensagem do Cristo estava tendo por intermédio do Clero, sempre disposto a envolver Jesus numa áura mágica e distante da realidade humana, num processo que cristalizava ainda mais a autoridade dos "especialistas" da Igreja de Roma. A reação contra estas vozes, todos sabemos, foi férrea e violenta. Desde cedo, o poder de Roma (e de Constantinopla, mas este mais ligado à tradição da Igreja Bizantina Ortodoxa, do qual não iremos tratar aqui) protegeu os interesses da elite religiosa, pondo na categoria de hereges perigosos todos os dissidentes da Doutrina Oficial do Estado. Na Idade Média, com um sistema inteligente de polícia, a Igreja conseguiu calar várias vozes, como a de John Huss, um dos precursores maiores da Reforma, e de moviementos como o Catarismo, no sul do que hoje é a França. Só no século XVI, porém, a corrupção da Igreja e o escandá-lo entre política clerical e Mensagem Evangélica é que teria, por fim, atingido um impasse e um tensão de monta (acumulada há séculos) que iria explodir na Reforma Protestante liderada por um gênio, Martinho Lutero. Martinho Lutero (Marthin Luther) nasceu na Alemanha, àquela época uma nação dividada em inúmeros principados e ducados, a 10 de novembro de 1483, na cidade de Eisleben, Turíngia, centro da Alemanha. Seus pais chamavam-se João (Johann) e Margarida (Gretchen) e eram relativmente pobres - João era mineiro e lenhador -, mas possuiam a riqueza da instrução e sensibilidade religiosa. Johann sabia ler e escrever e desde cedo se ocupou em dar uma boa educação do filho Marthin. Em 1484, a família muda-se para a cidade de Mansfeld, onde Martinho iniciou seus estudos, demonstrando, aos poucos, possuir uma inteligência fina e arguta. Dando continuidade a seus estudos, Martinho deixou a casa paterna e ingressou na escola superior de Magdeburgo, antes dos 15 anos. Depois de um ano ali, teve que retornar à casa dos pais acometido que foi de grave enfermidade, indo por esta razão, no ano seguinte, estudar em Eisenach. Três anos cursou o colégio de Eisenach. Em 1501 ingressava na Universidade de Erfurt, cidade conhecida como "Roma Alemã" pelo número de suas igrejas e mosteiros. Obteve ali os graus de Bacharel (1502) e Mestre em Arte (1505). No mesmo ano ingressou no curso de Direito. Tudo indicava que Lutero faria carreira na vida pública ou acadêmica e, apesar de seu zelo e respeito para com a Religião (ele era um Católico Convicto, até por que não havia mesmo outras vertentes cristãs à época), nada diria que iria, de fato, um dia se dedicar seriamente a assuntos religiosos. Mas um incidente o faria mudar de idéia. Em 02 de julho de 1505, regressando da casa paterna para a Faculdade, teve sua vida seriamente ameaçada por uma tempestade que, por pouco, quase lhe tirara a vida. A emergência da situação o levou a fazer, nesta oportunidade, um voto a Sant’ana que, se lhe fosse dado viver, ingressaria no mosteiro para tornar-se monge. No dia 17 de julho de
1505 cumpriu a promessa adentrando pelas portas do convento da Ordem dos Agostinhos. Disciplinado e dado aos estudos, Lutero foi ordenado sacerdote em 1507. Porém, quanto mais se dedicada à tarefa intelectual sobre os livros de Teologia, maior crescia sua angústia. Para ele, as palavras dos doutores eram complicadas demais, rebuscadas demais e, diante da poesia dos Evangelhos, na verdade pareciam mais levar a um escurecimento da mente do que a iluminá-la diante de tantos ornamentos e armadilhas argumentativas da Escolástica Medieval. Por esta época o Renascimento já trazia um ar novo e um espírito de Liberdade na egreógra intelectual Italiana e alguns dos pensamentos humanistas já atingiam a Alemanha. Lutero entrava em conflito diante da necessidade do crescimento humano e as regras duras de Salvação que eram estabelecidas pela Igreja Tradicional (este conflito, porém, nunca esteve realmente resolvido em Lutero. Em alguns pontos de sua Doutrina, infelizmente, ele ainda adotaria uma postura rígida, estabelecendo que o Destino da Alma dependia unicamente da Fé, muito mais que das obras feitas pelos homens...). Segundo a biografia de Lutero publicada em "O Mensageiro Luterano", por indicação do vigário da ordem de Santo Agostinho, João de Staupitz, Lutero foi designado professor na Universidade de Wittenberg, fundada em 1502 por Frederico, o Sábio, duque da Saxônia e presidente dos sete eleitores civis que, juntamente com sete autoridades religiosas, elegiam o imperador do Sacro Império-Romano da Nação Alemã. Nesta Universudade, Martinho ocupou brilhantemente a cátedra de Teologia. Aprofundou-se em seus também seus estudos das línguas, instruindo-se principalmente no gregos e hebráico, repetindo quase que a mesma carreira de São Gerônimo e, em 09 de março de 1509, obteve o grau de Baccalaureus Biblicus. Um dos mais brilhantes teólogos da Alemanha, país este mais disciplinado na formação do caráter religioso que os demais, em 1511, Lutero foi escolhido, aos 28 anos, para ser enviado em missão diplomática a Roma. Ao entrar en contato, porém, com a Sede da Igreja, sua decepção foi terrível. Se querem ter uma idéia do que era a sociedade romana da época, leiam o "Decameron", de Boccacio. A corrupção, imoralidade, as zombarias, o desrespeito do clero e da cúpula da igreja para com as coisas sagradas marcaram nele uma profunda desilusão. Em tudo e por tudo, os interesses da clero eram mais mundandos que espirituais. Grandes somas de dinheiro eram obtidas de toda a Europa para financiar as vaidosas construções papais, e muito esforço era dispendido para ter o total controle do pensamento intelectual, já que pensamento do Renascimento parecia questionar pontos básicos da doutrina da Igreja e deslocava aos poucos a ênfase do pensamento da Teologia endurecida de Roma para um foco mais humanista. Embora profundamente entristecido,
diante das picuinhas da igreja de Roma, Lutero não deixou de crer em seus princípios. Em outubro de 1512, Lutero recebia o grau de Doutor em Teologia. Assumiu, a seguir, a cadeira de Lectura in Bíblia lecionando o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo Testamento, incorporando conquistas do humanismo na ciência da interpretação de textos. Ainda em 1512, foi eleito subprior do convento de Wittenberg. Em maio de 1515, o cabido geral reunido em Gotha o designava vigário do distrito, que compreendia onze conventos sob sua orientação e autoridade. As suas preleções eram tão concorridas que a elas acorriam estudantes de todas as partes e países vizinhos. Os professores assistentes também aumentavam. Ocupando o púlpito, a capela logo não mais podia comportar os assistentes. O senado o convidou então a ocupar a igreja paroquial da cidade. Nestes debates, Lutero começou a discutir o papel da Igreja na chamada "Venda de Indulgência" (que, por estranho que seja, se foi o início do movimento das Reformas na Igreja, hoje é uma das características da Igrejas Evangélicas no Brasil, em especial as de linha calvinistas vinda dos Estados Unidos e da IURD, Igreja Universal do Reinod de Deus. Mas estas vertentes evangélicas têm muito pouco a ver com a Igreja Reformada de Lutero). Lutero se irritava com o aspecto comercial e, em seu ponto vista ilógico, absurdo, da Igreja no sentido de se vender a paz de espírito e um lugar no Céu através das "Cartas de Indugência", vendas essas que financiavam a construção da Igreja de São Pedro, em Roma, e enriqueciam o clero. Em 1517, Lutero não aguentava mais este comércio e quis provocar um debate público sobre a venda de indulgências promovidas pelo Papa Leão X e o arcebispo Alberto de Mogúncia através da Ordem dos Dominicanos. Quando pregou à porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, o pergaminho com as 95 teses em latim para serem debatidas entre os acadêmicos, conforme o costume da época, Lutero estava ainda longe de acreditar que seu ato iria desencadear um movimento revolucionário na história da igreja. El era apenas o pároco que, preocupado, via como as almas dos fiéis eram desnorteadas por um grande escândalo, descaradamente apregoado em nome da santa Igreja: a venda do perdão de Deus, como se fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência. Estas são algumas das teses apresentadas por Lutero: - Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... etc., pretendia falar da vida interior do cristão que deveria ser um contínuo e ininterrupto arrependimento (Tese I) - Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório (Tese 27) - Todo o cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem compra de indulgência (Tese 36) - Esperar ser salvo
mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como garantia (Tese 52). A Reação de Roma, como era de se esperar, foi violenta. Lutero foi chamado para responder processo em Roma, dentro de sessenta dias. Mas, por interferência de Frederico, o Sábio, Príncipe da Saxônia, o Papa consentiu que a questão fosse tratada em Augsburgo, pelo Cardeal Cajetano. Este exigia simplesmente que Lutero se retratasse, o que este, naturalmente, não fez. Tinha Lutero nessa época o apoio do capítulo da Ordem dos Agostinhos e do corpo docente da Universidade de Wittenberg. A Alemanha, enfim, tinha toda uma percepção ética que apoiava a maior parte das teses de Lutero afixadas em Wittenberg. O Papa temia, com razão, que este moviemento viesse a construir uma oposição cerrada contra Roma entre os príncipes alemães. Era necessário usar alguma tática que lhe permitiesse resolver a questão sem ferir a vaidade dos políticos envolvidos. Assim, espertamente, condecorou o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, com a "Ordem da Rosa Áurea da Virtude" e enviou o conselheiro Karl von Miltitz que conseguiu que Lutero escrevesse uma carta ao papa, declarando sua fiel submissão; mas reafirmou, também, sua doutrina da justificação pela fé somente, sem os méritos de obras (um dos pontos de sua doutrina que eu mesmo acho exagerado). Expôs e defendeu sua posição num debate com o Dr. João Eck em Leipzig. O que precipitou o rumo das coisas foi sua declaração de que nem todas as doutrinas de João Huss (queimado como herege em Constança, em 1415) eram falsas, e que os concílios são passíveis de erros em suas decisões. Isto o colocou à margem da igreja papal, que se fundamentava sobre a infalibilidade do papa e dos concílios. A resposta do Papa foi a bula de excomunhão Exsurge Domine. Ela ainda dava 60 dias para Lutero retratar-se do que havia escrito e ensinado. Lutero, apesar da angústia, manteve-se firme e, em 03 de janeiro de 1521, esgotou-se o prazo dado na bula, sendo então proferido o anátema definitivo, pela bula Decet Romanum Pontificem. Em 1521 houve a primeira Assembléia do Sacro Império, presidida pelo jovem imperador Carlos V, eleito em 1520, em sucessão a Maximiliano, para dirigir o reino "em que o sol não se punha". Lutero, intimado, compareceu diante da assembléia em de abril de 1521. Perguntado se renunciava ao que tinha escrito, respondeu: "Não posso, nem quero retratar-me, a menos que seja convencido do erro por meio da palavra bíblica ou por outros argumentos claros. Aqui estou; não posso de outra maneira! Que Deus me ajude. Amém". II - Obra
Proscrito pelo imperador, Lutero corria sério risco de vida, mas foi posto em segurança pelo duque Frederico, através de um seqüestro simulado durante sua viagem de retomo, e escondido no Castelo de Wartburgo, nas proximidades de Eisenach. Sua principal realização nesse período foi a tradução do Novo Testamento grego para um alemão fluente de grande aceitação popular. Segundo cosnta, os primeiros 5 mil exemplares esgotaramse em 3 meses. Em cerca de dez anos houve 58 edições. Em 1522, ainda com risco de vida, reassumiu as funções de professor em Wittenberg. Juntamente com Felipe Melanchthon cognominado Praeceptor Germaniae - educador da Alemanha), seu grande amigo e colaborador, instruiu centenas de estudantes alemães, boêmios, poloneses, finlandeses, escandinavos. Por esta época também estabeleceu o catecismo básico luterano e os rituais da Igreja, muitos foram adaptações do ritual romano. Em vários pontos, Lutero apenas fez o que se propôs, reformou a Igreja de modo a que se fizesse mais transparente à mensagem do Cristo, mantendo os ritos e símbolos que ajudavam a meditação dos fieis e estimulavam uma interiorização da alma. Assim, a comunhão era feita realmente com pão comum e vinho. Os vitrais permaneceram e, com excessão do crucifixo, a adoção de outras imagens era facultativa. A arte era exaltada, em especial a música (lutero mesmo era bom compositor e deixou vários belíssimos hinos) e era dado muita ênfase à educação intelectual dos fieis, em especial por meio da Teologia, Filosofia e Ciências. Apesar de haver pessoas com a função de conduzir os cultos e reuniões da assembléia, Lutero afirmava que todos tinham igual capacidade do entendimento íntimo de Deus e seus desígnios e cada um é responsável por seus atos, conforme a sua consciência. Sua posição firme e coerente lhe granjeou grande estima e em 1555, 9 anos após sua morte, a Paz de Augsburgo atendeu, de certa forma, aos reclamos dos evangélicos. Os príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiaçao religiosa de cada um, e o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a confissão desejada. Martinho Lutero faleceu aos 62 anos de idade, em 18 de fevereiro de 1546, em sua cidade natal, Eisleben, depois de solucionar um litígio entre os condes de Mansfeld. Com grande cortejo fúnebre e ao som de todos os sinos, Lutero foi sepultado sob as lajes da igreja do Castelo de Wittenberg, onde sempre pregava o evangelho e deu início ao processo de liberdade religiosa que iria abraçar todo o mundo. Bibliografia Enciclopédia Delta-Larousse, 1971, Rio de Janeiro Home Page Martinho Lutero e Sua História, Congregação Luterana da Esperança, Brasília.
LUTERO E A REFORMA PROTESTANTE Martinho ou Martim Lutero, teólogo alemão e o artífice da Reforma Protestante, nasceu a 10 de novembro de 1483 em Eisleben. Embora nascido em família pobre, Lutero obteve bons estudos primários e posteriormente recebeu formação acadêmica na Universidade de Erfurt. Obteve bacharelado em Artes em 1502. Três anos mais tarde passa a estudar Direito, conforme o desejo dos pais, porém altera seu destino ao seguir posteriormente a vida religiosa, entrado para a Ordem Agostinianos, ordenando-se em 1507. Em su8a viagem a Roma, entrou em contato com a alta classe religiosa e observou, desde logo, sua riqueza ostensiva e imoral. Entrou para a Universidade de Wittenberg e doutorou-se em Teologia em 1512. Intrigado com o que havia visto em Roma, passou a dedicar-se às suas teses. A indignação de Lutero voltava-se principalmente para o caráter mercantilizado das indulgências, em que aqueles considerados pecadores pagavam determinadas somas à igreja para a remissão de seus pecados. Assam, elaborou noventa e cinco artigos em que analisava as falhas doutrinárias da igreja, assim como os abusos materiais cometidos pela instituição religiosa. Suas teses logo ganharam fôlego ao serem largamente propagadas, alimentando assim o espírito revolucionário religioso, sendo acusado de heresia por seus próprios companheiros. Às primeiras notícias quanto à divulgação e o teor das idéias de Lutero, o Papa Leão X passou a condenara severamente Lutero, exigindo mudanças em sua posição. Em contrapartida, Lutero dá mais fôlego às suas idéias reformistas ao publicar uma série de obras, entre elas “Da liberdade Cristã” e “Do Cativeiro Babilônico da Igreja”, passando a atacar os sacramentos e o papado de modo mais incisivo que de início. O marco de sua total separação da igreja deu-se em 1521, quando foi excomungado. Lutero passou a ser duramente perseguido, tendo sido obrigado a refugiar-se no Castelo de Wartburg. O movimento reformista, desencadeado por suas idéias, tornou-se então independente de sua participação, passando inclusive por várias divisões internas. Em Wartburg, Lutero dedicou-se à célebre tradução do Novo Testamento para o alemão. Convém lembrar que na época da Grande Reforma, os anabatistas (batistas) existiam por toda parte da Europa. Jesus tinha prometido que as forças demoníacas jamais venceriam a sua Igreja, Mateus 16:18. Depois de sua ressurreição ele apareceu à sua igreja e prometeu estar com ela até a consumação dos séculos, Mateus 28:18-20. O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo de Deus, disse: “A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Efésios 3:21). Cremos que a Igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nunca morreu. Cremos que esta mesma Igreja estará na terra pregando a palavra de Deus até a volta do Senhor Jesus. Todas as demais denominações existentes no mundo são frutos das idéias rebeldes dos homens que não aceitam totalmente a vontade de Deus em suas vidas. Infelizmente Lutero era um desses homens.
Lutero era um homem inteligente, porém, muito genioso. Ele tinha toda razão em revoltar com os procedimentos de sua Igreja. A Igreja Católica tinha chegado a uma situação deplorável, a ponto de vender licença para quem quisesse pecar. Eram as famosas indulgências. Quem tinha mais possibilidades financeiras, podiam, com a compra das indulgências da Igreja Católica, cometer qualquer tipo de pecado. Os pontífices vendiam a salvação aos seus fiéis e, em virtude da mentalidade da época, isso gerou lucros fabulosos para a igreja que explorava a uma população já miserável e carente, desvirtuando-se totalmente da moral. Para completar, inúmeros indivíduos que exerciam atividades eclesiásticas eram completamente despreparados para a função e preocupavam-se exclusivamente com os lucros fáceis que ela, e a posição social que dela advinha, gerava. No entanto, certos teólogos passaram a denunciar todo esse panorama e, gradualmente, a Igreja Católica caiu em descrédito. Membros da elite intelectual eclesiástica passaram a estudar novas formas de espiritualidade baseando-se no humanismo, misticismo, filosofia clássica e outras vertentes do pensamento humano. Não agüentando mais este clima de total perversidade dos líderes católicos, Lutero examinou as Escrituras Sagradas e descobriu que a salvação é pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei. Assim sendo, ele declarou guerra contra a Igreja Católica, e em 1512 começou a pregar contra a salvação pelas obras. Fez muitas conferências confirmando que o justo iria viver da fé. E nisso ele tinha razão. Em vários sermões ele condenou a prática da venda da indulgência. Em 31 de outubro de 1517 ouviram-se fortes marteladas na porta da Igreja de Wittenburg. Era Lutero condenando o Papa Leão X e seus legados numa bula de 95 teses. Entre estas teses, algumas eram especialmente desafiadoras: · “Os pregadores de indulgências erram quando declaram que o perdão do Papa livra o pecador da penitência”. · “Os que se julgam seguros da salvação pelas cartas do Papa, serão amaldiçoados eternamente, e na companhia de seus e mestres”. · Por que o Papa não esvazia o purgatório pelo amor?” Devido a essa bula Lutero foi excomungado pelo Papa Leão X em 1519. Mas, apoiado pelos imperadores regionais e pelo povo de muitas cidades alemãs, Lutero levou a afinco suas idéias. Ao meio de muita confusão e guerras ele conseguiu realizar uma revolução na Igreja Católica da Alemanha em 1521. Esta Igreja foi chamada de Luterana Seus seguidores foram chamados de Luteranos. Na Alemanha e em alguns outros países do norte europeu ela se tornou a religião oficial do país. A maioria das igrejas católicas que existiam nesses países – incluindo os fiéis, prédios e padres – simplesmente se tornaram luteranos. Geralmente as freiras se casaram co ex-padres. O termo missa foi conservado. As formas litúrgicas de dirigir a missa quase não mudaram. O batismo infantil era uma lei que deveria ser cumprida. A hierarquia continuava a mesma, sendo o primeiro chefe da Igreja Luterana o próprio Lutero.
Lutero bem que podia se unir aos anabatistas (antigos batistas) e evitar muitos problemas com a Igreja Católica. Porém, ele queria reformar a Igreja, e quem sabe, ter o prazer de ficar na história eclesiástica como o primeiro padre que se rebelou contra o Papa. Os anabatistas se encontravam espalhados, pregando clandestinamente, particularmente na Boêmia, Morávia, Suíça e Alemanha. Eles tinham que viver escondidos porque não havia a liberdade de pregar o Evangelho de Cristo. Os anabatistas estavam pagando um preço alto pela fidelidade aos ensinamentos das Escrituras Sagradas. Todos que vinham do catolicismo eram batizados à semelhança de Cristo nas águas. A Igreja Católica estava enfurecida porque não aceitava outra forma de batismo, a não ser a forma de aspersão. Em razão disso, vasto numero de anabatistas, em quase todos os países da Europa, preferiram perecer miseravelmente por afogamento, fogueira ou decapitação, do que renunciar os ensinamentos das Sagradas Escrituras. Quando Lutero protestou contra a Igreja Católica, os antigos anabatistas que estavam vivendo clandestinamente devido a perseguição da Igreja Romana, por um período curto de tempo respiraram aliviados. Animados com a revolta de Lutero, os irmãos começaram a vislumbrar uma liberdade que muito tempo não gozavam. Infelizmente esta tão sonhada liberdade não durou muito. Pois o mesmo Lutero que se revoltou contra a libertinagem da Igreja Católica, se contrapôs aos anabatistas por causa da imersão largamente pregada e praticada pelos irmãos. Lutero rejeitou somente os absurdos da Igreja Católica, porém trouxe para o seio da Igreja Luterana as doutrinas principais do catolicismo. Uma destas doutrinas era a regeneração batismal e a forma de aspersão. Os anabatistas do século XVI não aceitaram como válido os batismos dos protestantes históricos. Devido a esta rejeição, Lutero que era extremamente genioso, ordenou a morte de mais de 100.000 (cem mil) anabatistas em um só dia na Alemanha. Sem dúvida alguma, o sangue destes cem mil irmãos será cobrado no dia do juízo. Martinho Lutero morreu na cidade que nascera, Eisleben, Alemanha, em 18 de fevereiro de 1546. BIBLIOGRAFIA: O BATISMO ESTRANHO E OS BATISTAS, por W.M NEVINS. RASTO DE SANGUE, por J.M.CARROLL. O BATISMO BÍBLICO, por GILBERTO STEFANO A HISTÓRIA DOS BATISTAS, por JERRY DONALD ROSS. ENCICLOPÉDIA ELETRÔNICA 1999
Trabalho elaborado: Antônio Carlos Dias Bauru, São Paulo Rua 12 de Outubro, nº 4-3 Jardim Bela Vista 17060-300 Bauru, São Paulo Telefone: (014) 232-5025 E-mail:
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ORIGEM DA IGREJA CATÓLICA A origem do catolicismo foi em razão do desvio doutrinário das igrejas primitivas. Após a morte de Cristo, fundador da Igreja, seus discípulos ficaram vulneráveis aos ataques dos adversários. Estevão foi morto apedrejado pela multidão enfurecida, Atos 7:57-60. Mais tarde o apóstolo Tiago foi morto à espada pelo rei Herodes, Atos 12:1-2. Por incrível que pareça, as perseguições dos inimigos colaboraram para surgimento de outras igrejas. O livro de Atos diz “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra” (Atos 8:4). Devido a perseguição os discípulos fugiram de Jerusalém e por onde passavam o Evangelho era anunciado. Filipe, que era um dos fugitivos, pregou na cidade de Samaria e também ao eunuco, homem importante da Rainha da Etiópia. É bem possível que o eunuco tenha levado o Evangelho ao país da Etiópia. Porém, as perseguições não se restringiram somente aos ataques físicos. Satanás é um inimigo muito inteligente e sutil. Deus criou Lúcifer e não o Diabo. Lúcifer (portador da Luz) se transformou no Diabo porque queria ser semelhante ao Criador, Ezequiel 28:15-17. Quando Satanás percebeu que matar os cristãos não estava surtindo efeito, então resolveu mudar de tática. O Diabo resolveu solapar a fé dos crentes introduzindo idéias estranhas ao Evangelho de Cristo. Ainda nos dias dos apóstolos alguns crentes começaram a acreditar que a fé em Cristo não era suficiente para a salvação da alma. As obras foram acrescentadas à fé para alcançar a graça de Deus. No Livro de Atos podemos confirmar este fato: “ENTÃO alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (Atos 15:1). Alguns falsos pregadores entraram sorrateiramente nas igrejas da Galácia e ensinaram que era necessário guardar os preceitos da lei, transtornando assim o verdadeiro Evangelho de Cristo, Gálatas 1:7. Paulo admoestou aos irmãos gálatas que qualquer outro evangelho diferente que ele tinha anunciado deveria ser considerado anátema (maldito), Gálatas 1:8. Paulo não cedeu nenhum momento aos falsos ensinadores, e procurou reconduzir os irmãos gálatas à fé verdadeira, Gálatas 2:5; 3:10-11. Depois que os apóstolos morreram as igrejas continuaram sendo atacadas doutrinariamente. João, o último dos apóstolos a morrer, foi escolhido por
Cristo para escrever às sete igrejas da Ásia. Capítulos dois e três de Apocalipse mostram claramente os problemas que cada uma das sete igrejas tinham. As igrejas foram contagiadas pelo vírus maligno do inimigo. Um outro erro que penetrou nas igrejas foi a de alguns homens que se diziam cristãos, assenhorearem da herança de Deus. O apóstolo Pedro já havia advertido a respeito disso: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (I Pedro 5:1-2). Diótrefes, ainda no tempo do apóstolo João, queria dominar a qualquer custo uma igreja local. “Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe" (III João 9). Depois dos erros citados acima seguiu-se outro que tem sido uma das marcas da Igreja Católica Romana e de outras que dela saíram. “A Regeneração Batismal”. A idéia de que o batismo poderia ajudar na salvação da alma começou ainda no final no 2º século. Neste século muitas igrejas já haviam desviadas dos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos. Muitas igrejas questionavam que se a Bíblia fala tanto do batismo, então ele tem um valor que pode ajudar na remissão da alma. No início do ano 313 A.D., o cristianismo tinha alcançado uma poderosa vitória sobre o paganismo. Um novo imperador veio ocupar o trono do Império Romano. Ele evidentemente reconheceu algo do misterioso poder dessa religião que continuava a crescer, não obstante a intensidade da perseguição. A História diz que este Imperador que não era outro senão Constantino, teve uma maravilhosa e real visão. Divisou no céu uma CRUZ de brilhante luz vermelha na qual estavam escritas a fogo as seguintes palavras: "Com este sinal vencerás". Constantino interpretou isto como uma ordem para que se tornasse cristão. Entendeu ainda que abandonando o paganismo e uniu do o poder temporal do Império Romano ao poder espiritual do Cristianismo o mundo seria facilmente conquistado. Deste modo, a religião cristã se tornaria uma religião universal e o Império Romano o Império de todo o mundo. Assim sob a liderança do Constantino veio um descanso, um galanteio e uma proposta de casamento. O Império Romano por intermédio de seu imperador pediu em casamento o cristianismo. Para tornar efetiva e consumada esta profunda união, um concílio foi convocado. Em 313 A. D. foi feita uma convocação para que fossem enviados, juntamente, representantes de todas as igrejas cristãs. Muitas, mas nem todas, vieram. A aliança estava consumada. Uma hierarquia foi formada. Na organização desta hierarquia Cristo foi destronado como cabeça da igreja e Constantino foi entronizado (ainda que temporariamente, já se vê) como cabeça da igreja. A hierarquia estava definitivamente começando a desenvolver-se no que conhecemos hoje como Igreja Católica ou Universal. Pode-se dizer que isso tinha começado, se bem que, indefinidamente, já no fim do 2o século ou no início do 3o quando as novas idéias com referência aos bispos e ao governo da Igreja começaram a se formar. Deve ser também claramente lembrado que, quando Constantino fez a convocação para o citado Concílio houve muitos
cristãos (batistas) que deixaram de responder à mesma. Eles não aprovavam o casamento da religião com o estado, nem a centralizarão do governo religioso, nem a criação de um tribunal religioso mais elevado, de qualquer espécie que não fosse a Igreja local. Estes cristãos (batistas) bem como suas igrejas deste tempo ou mais tarde não aceitaram a hierarquia denominacional católica. Quando esta hierarquia foi criada, Constantino, que tinha sido feito o seu cabeça, não era ainda cristão. Ele tinha decidido tornar-se, mas como as igrejas que o acompanharam na fundação desta organização hierárquica, tinham adotado o erro da regenerarão batismal, uma série questão se levantou na mente de Constantino: "Se eu sou salvo dos meus pecados pelo batismo, como escapar os meus pecados posteriores ao batismo?" Constantino levantou assim. Uma questão que iria perturbar o mundo em todas as gerações seguintes. Pode o batismo lavar de antemão os pecados não cometidos? (ou sãs) os pecados cometidos antes do batismo lavados por um processo (isto é, pelo batismo) e os cometidos depois do batismo, por um outro processo? Não tendo sido possível resolver satisfatoriamente a muitas questões assim levantadas, Constantino resolveu finalmente unir-se aos cristãos, mas adiando o seu batismo para mais perto de sua morte, porque assim todos os seus pecados poderiam ser lavados de uma só vez. Este propósito ele seguiu e não havia sido ainda batizado até pouco antes de sua morte. <>Abandonando a religião pagã e aderindo ao Cristianismo, Constantino incorreu em séria reprovação por parte do Senado Romano. Eles repudiaram ou, ao menos, opuseram-se à sua resolução. Esta oposição resultou finalmente na mudança da sede do Império de Roma para Bizânico, uma velha cidade reedificada, que logo depois teve o nome mudado para Constantinopla, em honra a Constantino. Como resultado surgiram duas capitais para o Império Romano: Roma e Constantinopla. Essas duas cidades, rivais por vários séculos, por fim se tomaram o centro da Igreja Católica dividida: Romana e Grega. Constantino fez cessar a perseguição aos cristãos em todo o império e gradualmente foi cumulando-os de favores. O imperador logo percebeu a clara divisão entre os cristãos. Percebera a importância de ser apoiado pela hierarquia de uma religião poderosa. Mas precisava que essa hierarquia fosse unânime em sua fidelidade ao Estado. Assim, embora pagão, presidiu concílios da Igreja e obrigou-a a unificar-se. Devido a essa atitude foi prontamente contrariado pelos anabatistas. Indignado, e aliando-se aos cristãos errados, baniu e perseguiu os fiéis que não concordaram com sua unificação das igrejas. Começaram as terríveis perseguições das seitas cristãs oficiais - protegidas pelo imperador - contra as não oficiais, os anabatistas, que se mantiveram independentes do governo. Pela primeira vez na história, a partir do ano 313, encontramos a página mais triste da história das igrejas. Encontramos cristãos errados perseguindo os cristãos fiéis. Esta perseguição, além de visar o extermínio dos anabatistas, também foi a mais longa. Durou mais de mil e trezentos anos, vindo a terminar após a Reforma no século XVII. Depois que Constantino se tornou o cabeça das igrejas desviadas da verdade, as mudanças doutrinárias nestas igrejas, foram se avolumando a cada ano que passava. A idéia de que o batismo poderia ajudar na regeneração da alma
tinha larga aceitação por parte dos desviados que aceitaram o casamento com o poder temporal. A igreja que aceitou Constantino como seu cabeça, acreditando que o batismo era um agente ou meio de salvação, achava que quanto mais cedo fosse administrado o batismo, mais garantia poderia ter da salvação. Foi então que surgiu o “batismo infantil”. Por que esperar a idade adulta ou mesmo a velhice para ser batizado? “Ninguém sabe o que pode acontecer amanhã”, pensavam os simpatizantes da “nova igreja”. Antes disto "crentes" e "crentes" somente, eram considerados em condições de submeterem-se ao batismo. "Aspersão" e "derramamento" eram formas até então desconhecidas. Vieram muito mais tarde. Por vários séculos os infantes eram, como os demais, imersos. A Igreja Ortodoxa Grega (que é um grande ramo da Igreja Católica) até hoje não mudou a forma original de batismo. Ela pratica o batismo infantil, mas nunca procedeu de outro modo que não o da imersão das crianças. (Nota. alguns historiadores da igreja põem o inicio do batismo infantil neste século, mas eu citarei um pequeno parágrafo das "Robinson's Ecclesiastical Researches" (Pesquisas Eclesiásticas de Robinson): "Durante os primeiros três séculos as congregações espalhadas no oriente funcionaram em corpos independentes e separados, sem subvenção por parte do governo, e, conseqüentemente, sem qualquer poder secular da Igreja sobre o Estado ou vice-versa. Em todo esse tempo as igrejas batizavam e, segundo o testemunho os Pais dos primeiros 4 séculos, até Jerônimo (370, A. D.), na Grécia, Síria e África, é mencionado um grande número de batismos de adultos, sem a apresentação de ao menos um batismo de criança, até o ano 370 A. D." (Compêndio de História Batista por Shackelford, p. 43; Vedder p. 50; Chrishan p. 31; Orchard p. 50, etc.). A hierarquia organizada sob a liderança de Constantino, rapidamente se concretizou naquilo que agora conhecemos como Igreja Católica. E a novel igreja se associou ao governo temporal, não mais para ser simplesmente a entidade executiva das leis completas do Novo Testamento, mas começou a ser legislativa, começando a emendar e anular leis primitivas, bem como a criar regras completamente estranhas à letra e ao espírito do Novo Testamento. Uma das primeira ações legislativas da Igreja, e uma das mais subversivas quanto aos resultados foi o estabelecimento, por lei, do batismo infantil. Em virtude desta lei o batismo infantil tornou-se compulsório. Isto ocorreu em cerca de 416 A. D. Ele já existia, em casos esparsos, provavelmente, um século antes desde decreto. Mas, com a efetivação por lei desta prática dois princípios do Novo Testamento foram naturalmente abordados: - o do "batismo dos crentes" e o da "obediência voluntária ao batismo". Como conseqüência inevitável desta nova doutrina e lei, ,as igrejas desviadas foram rapidamente se enchendo de membros inconversos. E de fato não se passaram muitos anos até que a maioria, provavelmente, de seus membros fosse composta de pessoas não regeneradas. Assim os grandes interesses espirituais do Reino de Deus caíram nas mãos de um incrédulo poder temporal. Que se poderia esperar então?
Em 426 A.D., justamente 10 anos depois do estabelecimento legal do batismo infantil, foi iniciado o tremendo período que conhecemos como "Idade das Trevos" (Idade Média, not. Do trad.). Que período! Quão tremendo e sanguinolento o foi! A partir de então, por mais uma dezena de séculos o rasto do cristianismo do Novo Testamento foi grandemente regado pelo sangue dos cristãos. Milhões de crentes perderam suas vidas, pagando o preço da fidelidade ao Senhor Jesus Cristo. Preferiram morrer do que negar o nome do Senhor que os resgatou pela cruz do Calvário. Nossos antepassados sofreram as mais variadas e terríveis perseguições por parte dos que se uniram ao poder temporal. Creio que nem Constantino tinha a idéia do resultado da união do seu império com os chamados cristãos. Foi ainda no alvorecer da "Idade das Trevas" que o Papismo tomou corpo definitivo. Seu inicio data de Leão II de 440 a 461 A.D. Este título, semelhantemente ao nome dado à Igreja Católica, tinha possibilidade de um amplo desenvolvimento. O nome aparece aplicado primeiramente, para designar o bispo de Roma, 296-404 A.D. mas foi formalmente adotado pela primeira vez por Cirilo, bispo de Roma 384-398. Mais tarde foi adotado oficialmente por Leão II, 440-461. Sua universalidade foi reclamada em 707. Alguns séculos mais tarde foi declarado por Gregório VII, ser o titulo exclusivo do Papado. Por falta de espaço, infelizmente, não poderemos descrever neste pequeno estudo todas as mudanças que houve no decorrer dos séculos no seio da Igreja Católica. Mas vamos dar uma súmula dos mais significativos eventos ocorridos nos primeiros cinco séculos: 1) A mudança gradual do governo democrático da Igreja para o governo eclesiástico. 2) A mudança da salvação pela graça para a salvação pelo batismo. 3) A mudança do batismo de crentes para batismo infantil. 4) A hierarquia organizada. Casamento da Igreja com Estado. 5) A sede do Império mudada para Constantinopla. 6) O Batismo Infantil estabelecido por lei e tornado compulsório . 7) Os cristãos nominais começam a perseguir os cristãos. 8) A "Idade de Trevas" começa em 426 a.D. 9) A espada e a tocha, de referência ao Evangelho, que se tornou o poder de Deus para a salvação. 10) Todo o vestígio de liberdade religiosa é desfeito, coberto e enterrado por muitos séculos.
11) As igrejas fiéis ao Novo Testamento são perseguidas e tratadas por nomes diversos. São ainda açuladas para o mais longe possível do poder temporal católico. O remanescente destas igrejas se espalhou por todo o mundo e é achado, talvez escondido, em florestas, montanhas, vales, antros e cavernas da terra.
BIBLIOGRAFIA: O BATISMO ESTRANHO E OS BATISTAS, por W.MNEVINS. RASTO DE SANGUE, por J.M.CARROLL. A ORIGEM, por GILBERTO STEFANO A HISTÓRIA DOS BATISTAS, por JERRY DONALD ROSS. Trabalho elaborado: Antônio Carlos Dias Bauru, São Paulo Rua 12 de Outubro, nº 4-3 Jardim Bela Vista 17060-300 Bauru, São Paulo Telefone: (014) 232-5025 E-mail:
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