Maria, Mulher Crente

  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Maria, Mulher Crente as PDF for free.

More details

  • Words: 950
  • Pages: 3
1º Mistério Reflexão: O Anjo anuncia a Maria A iniciativa vem de Deus. É Deus quem decide sair de si mesmo, entrar em comunicação com os Homens e fazer-se Homem no seio de Maria. É Deus quem se dá por amor. Na vida cristã tudo é dom, tudo é graça, tudo ecoa a gratuidade do criador. Foi Ele quem amou primeiro. O amor de deus torna-se, assim, estruturante da pessoa do cristão. Quanto mais se ama, maior o reconhecimento de um próprio projecto pessoal. Tal como Maria, no momento da Anunciação, o sentir-se “escolhido” há-de motivar-nos a ser mais justos, mais íntegros – gente de paz! Neste mistério, Deus na sua profundidade faz-se presente em nós; e convida-nos a contemplar o amor trinitário, o fiat (confiar) matricial: um pai que ama; o espírito que se comunica; o Filho que incarna. E a felicidade de uma mulher que, ao sentir-se amada, se entrega num “Sim”.

2º Mistério Reflexão: Maria pôs-se a caminho Conhecida a gravidez de Isabel, a Mulher, grávida também, toma uma decisão solitária e solidária. Um exemplo para nós: quantas vezes entendemos a solidariedade como o amor ao próximo distante e nos esquecemos de que “aquele de quem eu me faço próximo” – o que eu elejo na alegria e na doença – precisa de mim como os demais. Maria sai do seu lugar de conforto e arrisca para partilhar um bem: leva o Salvador dentro de si e, em lugar de se recolher, parte, anuncia, enaltece. O canto do Magnificat nasce da confluência de duas histórias pessoais e concretas que a Graça de Deus tornou próximas. Maria tem, neste episódio, uma atitude missionária: vai ao encontro, faz-se cúmplice, torna-se íntima. A mulher da história vive com o seu povo e é no meio dele que anuncia a Paz! Na Virgem da Visitação descobrimos que a fé liberta e que quem se abre a Deus é um ser transformado e transformador; numa palavra, verdadeiramente solidário.

3º Mistério Reflexão: O nascimento de Jesus A imagem do Deus invisível tornou-se semelhante aos Homens. É esta a noite. Estamos perante o amor de um Deus da nossa raça. Nascido de mulher, em tudo igual a nós. Porém, sem pecado. Filho, sem mácula. Nos braços de Maria, a bondade de Deus sorri. O mistério do nascimento de Jesus desperta em nós sentimentos de ternura, de fraternidade, de humanidade. Por um lado, é o contorno profundamente humano do portal de Belém que nos comove; por outro, é a constatação da sublimidade do divino que nos santifica. Jesus integra ambas as causas, por isso nos toca tanto. Um Deus que abraça o homem no dom de si mesmo; um Deus que nos ensina a ser filhos e que, porque é pai, nos promove e dignifica no seu filho não pode deixar de nos interpelar. Contemplemos Belém no seu cenário de inserção: reis e pastores, crianças e velhos, os animais da quinta; juntos, “o lobo e o cordeiro” como profetizara Isaías. Um convite e uma indicação pastoral. O Menino-Deus nasceu num espaço imprevisível onde só o coração impera para nele dar lugar a todos. Não há que negar a Deus para afirmar a dignidade do Homem. É antes este Deus pobre que, na obscuridade de um curral, traz o homem à luz.

4º Mistério Reflexão: A apresentação de Jesus no Templo Maria e José levam Jesus ao Templo. Para que se cumpra um ritual; para que se respeite a tradição; para que o menino seja plenamente integrado na cultura do seu povo. Ao apresentarem o seu primogénito aos anciãos, estas duas personagens da história recordam-nos que o crente é, por natureza, um consagrado. Somos de Deus e para Deus. Tal como Maria e José, somos chamados a ser Homens e Mulheres de comunhão: uma comunhão que é, antes de mais, memória da intenção salvífica de deus com os Homens. Simeão profetiza que o menino será luz das nações e glória de Israel; estranhamente, um sinal de contradição: aceite por uns, rejeitado por outros. Sua mãe sofrerá. Não só ela; todos os que o seguem e que n’Ele acreditam sofrerão. O mundo está doente. É uma constatação dos tempos, também um sinal. Cada vez mais, são precisos homens e mulheres de coragem que não só profetizem a dor, mas que saibam lidar com ela. Tarefa árdua. De novo “uma espada trespassa os corações”. De novo, é preciso dar-se por amor.

5º Mistério Reflexão: A perda e o encontro de Jesus no Templo Vivemos numa cultura marcada pela “ausência de Deus”. Herdeiros dos “mestres da suspeita”, esquecemos muitas vezes as bases judaico cristã do pensamento ocidental. Não é fácil perceber porque se dissolvem os valores que outrora nos fundaram. Educar passa hoje por tentar repor alguns desses valores, já que o homem se esqueceu de construir a sua própria historia. É preciso saber ler nas entrelinhas: perderse é quase imediato; encontrar-se demora mais. Pouco importa, a não ser que tenhamos um sentido, um fim em vista. Jesus sabia a quem pertencia. A sua perda entre os doutores da Lei causou espanto; porém, o encontro com seus pais foi esclarecedor: “ocupava-se das coisas do Pai”. Jesus assumiu, naquele momento, o papel do educador, do que enuncia a Palavra. Uma palavra que surpreende, que ecoa nos corações. Maria guarda, reflecte, espera. Também ela sabe de quem é aquele filho. Diz o evangelho de Lucas que “Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça”; assim nos recorda o evangelista que também nós somos chamados a crescer interiormente. Aprofundar, contemplar, orar; abrir aos outros horizontes rasgados de luz… Em “dialecto cristão”, importa cultivar atitudes dos que acreditam que a fé e a formação são herança de um Deus que é Pai.

Related Documents

Mulher
October 2019 53
Mulher
May 2020 30
Mulher
May 2020 20