Branca de Neve Marcia Tiburi
Cada um, Homem Mulher ou alem Tem dentro de si uma Branca de Neve E seus sete pecados Pequeno ciclo de vida psíquica Em que cada um nasce cresce e morre Ela não quer ver, nem deixar ver Ela não sabe da ordem do mundo das guerras, Dor e sofrimentos corrupção Toda sorte de maldade E ela reina sobre o seu país de tontos. Eu não sabia Ela foge do príncipe Que depois a capturará para sempre Por pura preguiça moral Escava o próprio tumulo Ela é boa e má Se ama enquanto se odeia No espelho ela procura a beleza encontrando a feiúra
É a princesa que vê a bruxa? A bruxa que é a princesa Quem sou eu se sou o outro? Uma quando nenhuma A que se deixa levar pra não ter que tomar providencias Não é livre nem escolhe fugir ou ficar Confia em qualquer um Submersa que esta, no seu paraíso perdido Reino do narcisismo, Quando o mundo foi feito para lhe servir E ela se deixa conduzir A criança que espera encontrar satisfação Desejo realizado pelo choro Magia que alia mulheres a fraqueza e infantilidade Dou-lhe a mão, acendo a lâmpada no escuro? A mesma que serve aos desconhecidos É a que se aproveita dos mais próximos A mesma que seduz é que a manda A que serve é a que espera lucrar A que não faz nada sem esperar retorno Por não querer ver ela confia em todos E para nunca desagradar
Ela aceita o que lhe dão O narcisismo barato como uma mercadoria Para não trair seu espelho Para que ele não lhe diga a verdade Ela aceita o fruto, o resultado Ela a Bela a Pobrezinha a Servil a Passiva a Tonta a Sonsa A inconseqüente paga o preço de sua burrice Não sendo capaz de resistir à maçã Esquecida do seu destino de Adão de saias Ela é expulsa do paraíso Perdeu sua inocência E pagou com a morte Uma morte simbólica muito especial E aqui termina a nossa historia Cada um tem sua maça envenenada Fruto da arvore do conhecimento Do Bem e do Mal É por ela que se morre como o espelho de narciso