anti-cópula sei que existo quando pernas me cercam as nádegas unhas cravam-se na carne os olhos fecham e o tempo pára -anti-efémero entrar passear tornar-me duro fecundo iludir-me de eternidade --beijo eis o teu rosto olhando-me eis aqui o meu olhar a minha boca nem um gesto pára não te movas vê apenas --beijo eis o teu rosto olhando-me eis aqui o meu olhar a minha boca nem um gesto
pára não te movas vê apenas --Captura agarrei o tempo de ter tempo sem tempo de te amar olho-te sem limites nem condição alguma olho-te fixamente tão fixamente que as mãos descem a tua pele e ao rosto voltam sem palavras nem conversas apenas as mãos percorrendo subtis o teu calor e me estrangulas as nádegas contra a púbis agarrei o tempo de ter tempo sem tempo de te amar e agora que fazes ao tempo capturado
--cerco essa boca deveria estar feroz cercando este rosto sabendo ser a ternura uma agradável violência --de que serve esta belíssima árvore no seu esplendor este sossego estranho esta maresia se não vemos o olhar nem o brilho de um peito --essas tuas pernas são quentes e o frio envelhece os ossos beija as crianças aconchega-as não digas nada vem --essência persiste em mim a raiz de um sorriso não a recordação nem a imagem --estio ela passa por mim sorrindo mar corri parei
deixá-la ir --fragmentos de crepúsculo nas tuas mãos repouso a cabeça recolho-me nessa conchas neste momento no preciso momento em que reclino a cabeça nas tuas mãos és o mar na minha face eis o teu cabelo o teu olhar tímido onde uma malícia delicada passeia indecisa nos meus pés pequenas ondas murmuram espuma ali em frente uma mesa nela uma jarra de cristal decompõe o crepúsculo tomba e um fio de água escorre pela areia olho a tua boca e a (sua) serenidade seduz-me é longo o teu corpo imenso apetece olhá-lo olhá-lo apenas -líquido o desejo escorre pelas espáduas
beijo-o nos flancos murmuro o mar e nas palmas das mãos embalo os seios --não sei que destino dar a este tímido desejo esconder a secreta ânsia de olhar-te em silêncio -no teu peito os seios cantando a manhã --num cabelo loiro uma orquídea branca??? desafia a pele nua ---o magnetismo da carne exige a subtil distância dos corpos para que as mãos não esqueçam a perícia do tacto --os braços sobre mim um grito do teu olhar ouvindo-se nas minhas mãos um beijo no meu ombro o peito contra as minhas costas os mamilos na pele os dedos pelo tronco existem ânsias no meu olhar ânsia de ti de olhar-te a boca vendo os lábios em murmúrio o cabelo caindo-te sobre o peito exigindo um abraço coloco a tua cabeça no meu
regaço acaricio-te a face aperto-te repousas dormes --os dedos descem a espinha uma a uma as vértebras remoçam sonhos --partiste respiro a recordação do teu peito --persiste em mim a raiz de um sorriso não a recordação nem a imagem mas a sua plena luz apenas --que dizer do corpo exposto aos aromas e ao olhar --repouso a boca no silêncio da púbis banho a língua na tua carne e no meu peito concluo o movimento dos teus lábios