Karl Marx E Friedrich Engels Sobre Literatura E Arte..docx

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MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre literature e arte. Trad. Albano Lima. 4. Ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1974

Primeira Ontologia do ser social p. 182-185 ( carta de Marx a Lassale), 186-191 (carta de Engels a Lassale) CARTA DE MARX E ENGELS A FERDINAND DE LASSALE A PROPOSTO DE SUA TRAGÉDIA FRANZ VONSICKINGEN, MARÇO DE 1959.... A GUERRA DOS CAVALEIROS CONTRA OS PRÍNCIPES, OUTUBRO DE 1522. É VISTA POR LASSALE COMO UMA PROTO-HISTÓRIA DA BURGUESIA. MARX E ENGELS CRITICAM ESSA ESCOLHA PORQUE DEIXA AO LIMBO A REVOLTA CAMPONESA QUE OCORRERIA 2 ANOS DEPOIS DA DOS CAVALEIROS, QUE FINALMENTE, SE ALINHAM AOS PRÍNCIPES. LASSALE ESCOLHE OS CHEFES DOS CAVALEIROS EM DECRÍNIO. P.181-182 E SEGUINTES.

Segunda ontologia do ser social da arte– Engels critica, em 1885, o romance Os velhos e os novos de Minna Kaustky. Engels lendo o romance Os velhos e os novos MINNA Kaustkya sobre a poesia de tendência. diz que não é propriamente contra... citaÉsquilo e Aristófanes para dizer que estes últimos eram autores de tendência.... Dante, Cervantes o poeta não tem que dar de antemão a solução histórica da intriga que escreve. “Por conseguinte,a meu ver, um romance de tendência socialista preenche perfeitamente a sua missão, quando, através de uma pintura destrói as ilusões convencionais sobre a natureza dessas relações, abala o otimismo do mundo burguês, obriga a duvidar da perenidade da ordem existente, mesmo se o autor não indica diretamente a solução, mesmo se, neste caso, não toma ostensivamente partido”, Engels, Carta a Minna Kautsky, 26 de novembro de 1885, p. 191-193.

Primeiro Ontologia do ser social da arte: Engels demanda de Minna Kautsky a potência do devir histórico, para e na literatura. Essa demanda não se limita à literatura de tendência, mas tem a ver com o próprio fazer literário, quando se afirma como potência histórica. E que é uma potência história? É produzir uma literatura de alta-voltagem laica, secular, que seja, assim, capaz de mostrar que tudo é transitório, que tudo é historicamente construído, inclusive a civilização burguesa. No romance Os velhos e os novos, deMinna Kautsky, Engels identifica uma relação que tem pouca potência histórica ( compreendida como devir), porque se dá entre os velhos e os novos, isto é, entre a tradição e o novo, ou à tradição e a modernidade. Engels critica Kautsky porque percebe que a questão que importa é problematizar o novo, narrando-o como historicamente constituído e, portanto, mutável. E esse novo é a civilização Burguesa. Aqui Engels começa a relacionar a potência laica do devir histórico ao sujeito da história. Este último, no caso da civilização burguesa, nada tem a ver com o velho e o novo, mas com donos dos meios de produção e os que não o são. Referência:

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre literatura e arte. Trad. Albano Lima. 4. Ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1974, p. 194 a 198.

TERCEIRA ONTOLOGIA DO SER SOCIAL DA ARTE – ENGELS CRITICA O ROMANE DE MARGARET HARKNESS, “City girl”, em carta datada de 1888. Nessa crítica, Engels fala sobre o realismo. E, se associarmos a carta de Engels três anos antes, a Minna Kautsky, a partir da qual assinalara importância de assinalar que a civilização burguesa é historicamente constituída ( assim como tudo o mais), associando essa importância na escolha adequada dos sujeitos históricos. Na civilização burguesa, essa relação entre sujeito e história passa ter um nome, em termos de arte: o realismo. Formula-se assim o primeiro axioma sobre o realismo: é a estética que está desafiada a narrar as relações sociais e por isso está desafiada a figurar os sujeitos históricos que importam, sempre tendo em vista a potência do devir histórico. Na carta escrita a Miss Harkness, Engels usa a expressão “ o verdadeiro triunfo do realismo”, dialogando com a literatura de Balzac. E qual seria o verdadeiro triunfo do realismo? Narrar as relações sociais, figurando os sujeitos históricos que importam. Os sujeitos históricos que podem mudar a história. O realismo de Balzac, Carta a Miss Harkness, 194 a 198 – a expressão, “o verdadeiro triunfo do realismo” é da página 195. Em carta de 1888 à escritora inglesa, Margaret Harkness (1864-1923), tendo como referência a produção literária de Balzac, Friedrich Engels assinalou“o triunfo do realismo”, compreendido como estética que destituiu as relações historicamente constituídas são ao mesmo tempo evidentes e invisíveis. É possível definir um momento histórico pelas formas ideológicas que tornam ocultas as posições das diferentes classes na estrutura produtiva-social-religiosa de uma dada civilização de tradição do oprimido. Nas sociedades pré-modernas, o centro de irradiações, estabelecido pela relação suposta entre o soberano com a transcendência, demarcava a espiral das diferentes classes sociais, justificando, assim, a escravidão – esta é

sem transcendência, vida nua sagrada por ser profanável, matável, sem fala, sem Absoluto. No âmbito da era burguesa, as relações mercantis substituíram as sociais, impondo a reificação da mercadoria como referência de posição social. Em carta de 1888 à escritora inglesa, Margaret Harkness (1864-1923), tendo como referência a produção literária de Honoré de Balzac (1799-1850), Friedrich Engels (1974) assinalou “o triunfo do realismo”, no contraponto com outras perspectivas estéticas do período, porque teria conseguido representar a ascensão da burguesia e do operariado, sobretudo entre 1816 e 1848, inscrevendo sem mistificação a estrutura emergente das classes sociais na era do capitalismo. O realismo, nesse contexto, teria emergido no período revolucionário da civilização burguesa e, mais que representá-lo, levaria a cabo, como assinalou Jacques Rancière em Partilha dosensível (2000), o rompimento com o regime de verossimilhança aristotélico, no campo estético, procedimento que equivaleria ao fim da lógica formal aristotélica, no âmbito do pensamento e da práxis, se considera a categoria de dialética em Hegel-Marx, ao assumirem que a contradição( é possível um ser e um não ser ao mesmo tempo) é o devir do processo histórico, transformando-a em seu motor. Tendo rompido o regime de verossimilhança aristotélico, o Realismo Referência:

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre literatura e arte. Trad. Albano Lima. 4. Ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1974, p. 194-298

baseado no princípio de que a arte a ruptura estético-epistemolótica que assumiria a tarefa histórica, sob o ponto de vista da arte, de visibilizar as relações sociais sob o ponto de vista da potência de suas forças polimorfas, emancipadoras. no qual a própria burguesia foi revolucionária, ao afirmar o processo histórico contra as mistificações ontológicas da aristocracia e do clero. Após ter conquistado o poder, a burguesia torna-se reacionária, sob o ponto de vista de classe, e Nesse contexto, em diálogo sobretudo com Michel Foucault (1979) e Roberto Esposito (2004)

Em carta a Paul Ernst de 5 de junho de 1890, no trecho abaixo Friedrich Engels critica o escritor impressionista austríaco, Hermann Bahr, que acreditava, contestando Marx, que a mulher tinha que ser considerada a partir do fator biológico, mais importante que o histórico. De forma sarcástica, Engels mostra que se tirar a mulher da história o que sobra não é uma mulher, mas uma macaca, tendo em vista a evolução história da humanidade, também, feminina. Essa crítica de Engels é exemplar para pensarmos o feminismo essencialista que domina o mundo acadêmico na atualidade. Abaixo um fragmento da carta:

“Voltando à vaca fria, isto é a Barh, surpreende-me que as pessoas na Alemanha se tomem tão terrivelmente a sério. A chalaça e o humor, em geral, parecem aí sujeitos à maior proibição de sempre ( até os judeus parece empregar-se a fundo para enterrar o mais possível o seu humor nato). O aborrecimento parece ter se tornado num dever cívico. Se assim não fosse você teria examinado de mais perto a “Mulher” de Barh, alheia a tudo que se “desenvolveu historicamente”. Ora, o que se desenvolveu historicamente foi a sua pele, que deve ser branca ou negra, amarela ou castanha ou vermelha – no caso vertente ela não pode, portanto, ter pele humana. O que se desenvolveu historicamente foram seus cabelos, aos caracóis ou lanzudos, frisados ou escorridos, pretos, ruivos ou loiros. Cabelos humanos estão-lhe portanto também proibidos. Que restará se, com as peles e os cabelos você lhe retirar o resto que se desenvolveu historicamente e, se a mulher se apresentar tal como é, que teremos pela frente? Simplesmente a macaca antropopiteca.... Que Bahr a meta na cama “absolutamente palpável e transparente”, a ela e aos seus “instintos naturais”. Carta a Paul Ernst de 5 de junho de 1890, p. 204 Primeira Ontologia do ser social p. 182-185 ( carta de Marx a Lassale), 186-191 (carta de Engels a Lassale) CARTA DE MARX E ENGELS A FERDINAND DE LASSALE A PROPOSTO DE SUA TRAGÉDIA FRANZ VONSICKINGEN, MARÇO DE 1959.... A GUERRA DOS CAVALEIROS CONTRA OS PRÍNCIPES, OUTUBRO DE 1522. É VISTA POR LASSALE COMO UMA PROTO-HISTÓRIA DA BURGUESIA. MARX E ENGELS CRITICAM ESSA ESCOLHA PORQUE DEIXA AO LIMBO A REVOLTA CAMPONESA QUE OCORRERIA 2 ANOS DEPOIS DA DOS CAVALEIROS, QUE FINALMENTE, SE ALINHAM AOS PRÍNCIPES. LASSALE ESCOLHE OS CHEFES DOS CAVALEIROS EM DECRÍNIO. P.181-182 E SEGUINTES.

p. 177/178 – 16. Ricardo Wagner e a música do Futuro. p. 181 a 185 – Franz Von Sickingen e a realidade histórica.

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