Jardim Dos Orixas

  • October 2019
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PERGUNTAS SOBRE “O JARDIM DOS ORIXÁS”, DE RAMATÍS P- Os artificiais e formas-pensamento são a mesma coisa? R- Conforme Ramatis explicou, os artificiais são seres artificialmente criados a partir do fluxo de pensamento e de sentimentos do indivíduo, com certas porções de ectoplasma, e, por isso, têm uma vida factícia maior e mais duradoura; podem agir com certa autonomia, mas sem raciocínio e vontade; são como robôs teleguiados. Após descarregarem seu teor vibratório na vítima, se desagregam. As formas-pensamento são como nuvens de mosquitos: são atraídas pelo teor vibratório semelhante, e podem se dissolver rapidamente, a não ser que encontrem um foco que os alimente, quando então se fortalecem e fixam, até se cristalizarem, formando seres (artificiais), idéias e ambientes conforme a criação do indivíduo, sendo daninhas pela tenacidade com que se fixam. P- Basta um mau pensamento para se cair no domínio do mal? R- Se assim fosse, quem estaria livre desse domínio? Como somos humanos, comprazemo-nos, muitas vezes, em erros e falhas que, repetidos continuamente, isso sim, vão criando “brechas” e enfraquecendo o Corpo Astral, sendo que, pela similitude vibratória, entramos em sintonia com entidades mais baixas, em conúbio antifraterno, ou sob seu domínio. P- Como o domínio das Trevas transforma esses Espíritos endividados em sequazes? R- Muitas vezes, tendo estudado sobejamente a parte psíquica de suas vítimas, aproveitam os que têm mais “qualidades” a serem aproveitadas, ou seja, os mais frios, indiferentes ou cruéis; não penses que não há os que se comprazem em fazer o mal. A criatura empedernida, que fez e aconteceu sem remorsos, vai para o Umbral com referências valiosas aos chefes das hordas umbralinas, que buscam subordinados “de confiança”, embora vivam de sobreaviso nesse sentido, porque “entre bandidos não há fidelidade”; então os aliciam e treinam, aproveitando para dar-lhes honras, gozos, e amparando-os na vingança, ódio e perseguição dos desafetos. Mas isso dura por certo tempo; a intervenção do Alto se fará aos primeiros sinais de tédio, e mediante orações dos que o amam. Quando estiver pronto, será resgatado, pois é um irmão necessitado que buscou e escolheu o caminho equivocado. Mais tarde, quando reformado, transformar-se-á em valioso elemento de resgate dos infelizes, trabalhando junto dos tarefeiros da Luz. P- Lendo Ramatís, podemos ver certa parecença com as descrições de outro autor, (Robson Pinheiro, em “Legião”) em que vemos Corpos Etéricos roubados e presos em câmaras, no Umbral Inferior. Certo?

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R- Certíssimo. Não é à toa que estão surgindo obras psicografadas pelos médiuns mais receptivos, descrevendo cruamente (mas não em todos os detalhes) o que ocorre no Umbral, mesmo porque o encarnado não suportaria. Seria muito útil que os espíritas em geral tivessem disso conhecimento, pois tão-só a doutrinação não modifica o obsessor pertinaz, sendo que nós outros, deste lado, temos que levá-los para locais onde devem ser tratados e expurgados dos males. Na Apometria (e, diga-se de passagem, também na Umbanda), os médiuns participam mais ativamente do trabalho. De fato, o Plano Astral não é o Limbo incorpóreo, mas tão concreto como o mundo encarnado, sendo que o pensamento, pela maior plasticidade, cria mais facilmente, e o ectoplasma é matéria-prima desejada e procurada pelas facções do mal, para criar seres teleguiados e objetos de imantação, extraindo, sem pudor, de recém desencarnados, nos cemitérios, essas energias vitais, e dilapidando o encarnado indefeso, deixando-o totalmente inerme e fraco. Nós também utilizamos a energia ectoplásmica, que é oriunda do Duplo, mas mediante permissão superior e em quantidade ínfima, que não prejudique o irmão que a cede, recebendo ele, em contrapartida, quotas de energias mais sutilizadas e sãs, que vocês denominam de Energia Espiritual. P- Se o Duplo Etérico de um encarnado inferior é útil às Trevas, como seria com o Duplo de um indivíduo evangelizado? R- Um indivíduo evangelizado emite um fluxo de energias mais sutis e elevadas, incompatíveis com as dos Espíritos inferiores, traduzindo-se numa luminosidade, que expressa justamente as qualidades superiores de que se faz portador. Isso afugenta as criaturas da Sombra, que fogem espavoridas diante da Luz, sendo essa proteção obtida por merecimento de tarefa e evolução em que se coloca. Portanto, jamais conseguiriam roubar qualquer quantidade das energias do indivíduo moralizado, que não seria adequada, inclusive, para seus fins infelizes. P- Podemos comparar o Duplo a uma veste plástica flexível, que pode envolver e emitir energia? R- Sim, pois o Duplo acompanha a forma humana, não se afastando do Físico, e expandindo-se aproximadamente de 15 a 20 centímetros do mesmo. Isso porque nele estão as forças vitais, captadas do Cosmo pelos chacras, e transformados conforme a necessidade, para os diversos setores do corpo, e para as diferentes finalidades. O Duplo , porém, não é somente energia física, mas energia vital. No efeito Kirlian, a Aura que vedes é física, do elemento físico propriamente, que também tem núcleos energéticos, que se expandem; é a quota de energia vital armazenada, obtida a partir do Duplo. As energias desse Duplo é que mantêm a vitalidade no indivíduo, decrescendo nos doentes e idosos, e abundantes em certos indivíduos que sabeis ter grande vitalidade ou força física, mas ela provém da natureza física e animal, embora, de certa forma, se ligue também aos corpos sutis.

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Quanto aos objetos, a Aura que vedes na máquina Kirlian é a emanação proveniente da vibração atômica, não havendo, certamente, vitalidade ou Espírito nos mesmos. A proximidade de uma criatura, encarnada ou desencarnada, pode vitalizar o objeto, pois o pensamento o envolve, formando um núcleo atômico ativado e formando um halo característico, conforme o poder desse pensamento fixado no objeto, por exemplo, se for de estimação. É o que ocorre com certas jóias famosas. P- Por que os elementais podem ser envolvidos e presos no Duplo? O que acontece com eles? R- O Duplo não é, grosso modo, compatível com a delicada tessitura desses irmãos, sendo pesado e desagradável. Como são criaturas inermes, podem ser facilmente capturadas por ardilosos Espíritos cheios de malícia, que os “vestem” com esse traje inadequado, para dar aparência e certa vitalidade à imagem que eles constroem; constrangem-nos a se ligar a um encarnado doente, como se fosse um parasita, e em seus esforços para escapar, inadvertidamente fazem diminuir a cota de energia deste; imaginai que eles devem, também, sentir-se mal, ameaçados da própria sobrevivência, porque muitos podem ser destruídos dessa forma, já que são delicados e pequenos. P- Seria o Artificial como a carapaça de um robô, e os Espíritos acoplados, o que lhe dão vida? R- Justamente. O Artificial tem mais longa duração, e essa “vida” é falsa, factícia, tal como a de um robô, que se move e age conforme os circuitos que lhe dão autonomia. E, como um robô, o Artificial é programado para esta ou aquela ação. Estar ligado a um encarnado pode alimentar-lhe o tempo de vida, tanto mais quanto esteja, por assim dizer, absorvendo e se impregnando das energias vitais, o que não sucede com alguém evangelizado, pois o nível de energia lhes é incompatível: daria um “curto-circuito”! P- Locais específicos na Terra têm, na contraparte astral, locais semelhantes? R- Muitos locais na Terra têm, superpostos e se combinando, acoplados, locais semelhantes, mas é o local espiritual a origem do local terrestre. Assim, onde há fulcros do sexo, criam-se boates, prostíbulos e casas de tolerância; em locais de tortura e sofrimento, há presídios e lugares onde há sempre algo violento; onde se juntam os viciados em bebidas ou drogas, surgem os bares, “inferninhos”, etc. Um alimenta o outro, numa simbiose doentia. Há locais de que ouviste falar, onde ocorrem acidentes sempre; onde há assassinatos, e assim por diante. São locais impregnados dessas energias deletérias, exsudadas por encarnados e desencarnados em sofrimento. Em contrapartida, há também locais onde o indivíduo se sente bem: o hospital espiritual pode formar uma casa de saúde, um hospital para ajudar aos doentes; nos locais de oração e recolhimento, podem-se formar igrejas, centros ou casas de oração e de trabalho em prol do próximo.

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Não deveis esquecer que o pensamento alimenta esses fulcros vibratórios, e que o homem encarnado sintoniza com este ou aquele, conforme seu nível de adiantamento. Não cabe a nós impedir-vos: vós é que deveis formar a egrégora adequada, adaptando-a ao ambiente que desejais, pois a ligação do Mundo Astral com o Mundo Encarnado está cada vez mais estreita. P- É melhor o chamamento à responsabilidade através de apelos doutrinários ou pela dor, com exemplos dolorosos? R- É evidente que é melhor o aprendizado pelo amor, pelo trabalho, pelo estudo e pelos esforços sinceros de auto-aperfeiçoamento. Somente quando estes falham, ou quando o indivíduo não está interessado é que se utilizam os estímulos pela dor. Ademais, num planeta de provas e expiações, há também muito a corrigir, resgatar e sofrer, pela própria imperfeição humana. P- Basta ter bons sentimentos para se livrar do poder de um Artificial e das Trevas? R- De maneira alguma. Somente ter bom coração, mas não atuar no bem, é como terdes bons instrumentos que ficam enferrujando ociosos. O bem não deve ficar parado; urge cultivá-lo no canteiro das aspirações, das boas ações e dos bons pensamentos. Além disso, orar e vigiar, pois não sois ainda suficientemente perfeitos para vos tornardes invulneráveis aos ataques trevosos. P- Uma pessoa evangelizada conseguiria proteção por si mesma, por mérito, sem o amparo dos bons Espíritos? R- O bem atrai o bem. O indivíduo evangelizado pode ter qualidades incríveis, e por isso faria jus à proteção e amparo da Espiritualidade Superior; mas, quando encarnado, ainda que médium, não conhece todas as armadilhas das Trevas, portanto é imprescindível tal proteção, que lhe é mérito inconfundível. P- André Luiz descreve na “tempestade magnética”, após a remoção de uma colônia para um local menos atingido, a “implosão”. De que Ramatis fala? R- As tempestades magnéticas no Plano Espiritual ou mesmo na Crosta são as mesmas tempestades que vedes na Terra, às vezes com violência inaudita; raios e trovões ionizam a atmosfera e queimam os miasmas deletérios, que vos sufocariam, se não houvesse esse recurso. Os elementais movimentam e ativam tais tempestades, para que haja uma higienização maior. Os raios provindos, por sua vez, das armas dos Espíritos guardiães, feitos de um elemento cuja descarga fere a tessitura astral com uma sensação incômoda, assustam os indivíduos cruéis e rebeldes, que ignoram o alcance delas, mas sabem que podem prejudicá-los; não que possam fazê-lo, mas porque ativam as sensações negativas, provindas justamente do interior desalinhado. E, sim, são semelhantes entre si, mas não totalmente iguais.

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P- É preciso um estímulo específico qualquer para desencadear o processo de rememoração, ou eco da experiência traumática do passado? R- Quando tendes uma situação conflitante nas malhas da memória pregressa, ela repousa como uma fera ferida: aparentemente inerme, mas presente ainda. Determinados estímulos, em forma de lembranças, palavras ou ações cometidas, podem acionar o gatilho das mesmas, despertando a idéia negativa, e ativando as lembranças das situações daí decorrentes. Tanto pode ser um estímulo qualquer, até que inócuo, como um especial, ligado a ele, o que explicaria certas tendências, como desejo de suicídio, síndrome do pânico, etc. A memória é um imenso repositório; não se sabe o que se pode obter, mergulhando nela... P- Quer dizer que novas sinapses, adquiridas no presente, também podem criar novos traumas? R- É evidente que tudo que o indivíduo faz, ou sofre, pode criar novos condicionamentos, sendo a resposta automatizada, ou cristalizada, dentro de si. Uma criança continuamente maltratada pelo pai pode desenvolver em sua psique não só o temor mórbido à brutalidade, como adquirir uma resposta altamente inadequada, ou seja, tornar-se, mais tarde, um indivíduo grosseiro e brutal. Muitas vezes tais respostas deletérias nada mais são do que um grito de socorro; mas é preciso ver que depende da psique; muitos sofrem também maus tratos, e nem por isso se tornam maus: Chico Xavier foi muito maltratado pela madrasta, mas seu altruísmo e bondade permitiram que orasse por ela e a ajudasse. P- Se a Apometria é um passo a mais para o homem, por que tanta dificuldade em ser aceita nos grupos espíritas? R- É preciso ver que muitos espíritas são egressos de hostes vindas do Catolicismo ferrenho, e trazem ainda muitos preconceitos “embutidos”. Também levam, ao pé da letra, as recomendações de Kardec a respeito do simbolismo, etc. É claro que também somos contra amuletos e objetos pretensamente mágicos; mas a mentalização que usamos, e a técnica em si, têm razão de ser, existindo, como já explicamos, apenas ponto de referência para a mente, que, nos níveis mais inferiores, não consegue criar a não ser a partir da forma. Outra coisa é sobre os magos negros: não é, desculpem-me os irmãos kardecistas, uma única doutrinação o suficiente para modificar o indivíduo que se apegou ao mal; é verdade que, já encaminhados, estão mais enfraquecidos e mais propensos à mudança; mas, na Apometria, os irmãos índios, caboclos e preto-velhos neutralizam-lhes as forças (através da inversão da metade dos “spins”), para que possam ser efetivamente ajudados, sem ferilos ou prejudicá-los, como imaginam os espíritas.

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São encaminhados ao hospital espiritual, em condições melhores, tendo começado a se reconciliar com o próprio passado e, após o tratamento, aptos para ajudar nas hostes do Bem. P- O médium, na Apometria, deixa de ser passivo e começa a trabalhar de forma mais ativa. É por isso que a mediunidade parece mais ostensiva? R- A mediunidade é instrumento que pode ser utilizado com firmeza e competência, e não é preciso, nem desejável, que os médiuns fiquem passivos, enquanto “do lado de cá” fazemos tudo. Ao contrário: é preciso conhecer e trabalhar em níveis diferentes, a fim de também fortalecer-se e aperfeiçoar-se. Como, geralmente, as pessoas com graves problemas têm também obsessores de longa data, a Apometria funciona como uma desobsessão. O médium medroso e inseguro não deve trabalhar, porque ele também pode ser atingido, mas, pelo teor do trabalho, parece-vos mais intensa a fenomenologia, porque trabalhais no nível das sensações, tornando-vos antenas vivas sintonizadas no Plano do Espírito e, com um desdobramento maior do Corpo Espiritual, podeis trabalhar com mais segurança. Por isso, a Apometria deu-se bem na Umbanda, que já pratica esse tipo de tarefa comumente. O espírita, por sua vez, utiliza mais o Corpo Mental, e nem sempre é treinado em desdobrar-se; a maioria, por sinal, mal consegue locomover-se longe do próprio Corpo Físico, durante as horas de sono. P- A ajuda do médium é preciosa para o trabalho no Umbral e o refazimento dos atendidos? R- Evidentemente que sim. Na Apometria, o médium desdobrado não vai ao Umbral (teor vibratório incompatível, sem dizer dos perigos que iria enfrentar); mas pode ir, se apto, e sempre acompanhado, a determinados locais da Crosta, que chamamos Furnas, onde se amontoam infelizes e perdidos. O ectoplasma exarado pelo Duplo Etérico é precioso para o refazimento dos doentes e estropiados. Quando lúcido o suficiente, também trabalha ativamente, inclusive plasmando, para si mesmo, imagens do subconsciente, formando egrégoras para melhor convencer e encaminhar, sempre orientado pelos guias. Se não houvesse médiuns, a Terra seria um tremedal de lodo e um inferno de dores, pois não seria possível encaminhar com tanta presteza os inúmeros sofredores e revoltados que aí pululam. P- Quer dizer que o que o médium enxerga é um símbolo, um referencial para o ato que deve ser feito? R- Determinados níveis de vibração, em que estagiam certos Espíritos e a grande massa de encarnados, não permitem o ato criativo ou a ação, sem o correspondente simbólico material. Vedes isso aí na Terra: o coração simboliza amor, afeto, paixão; as asas do anjo, representadas nos templos, para mostrar o grau de elevação desses Espíritos, e assim vai.

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Não é de admirar que mentalizemos imagens como pirâmides, por exemplo, que na verdade são campos energéticos que sustentam, e, em alguns casos, coíbem os Espíritos. Mesmo as imagens relacionadas às personalidades pretéritas dos consulentes na Apometria, muitas vezes são representadas de forma simbólica, como uma corda para significar prisão, enforcamento e até impossibilidade de algo. Trabalhamos muito com símbolos; e sois vós quem deveis decodificá-los, a fim de entender o que significam; isso, porque a linguagem humana é insuficiente para explicar o que há nos diferentes planos vibratórios. São meras representações ideoplásticas de nossa mente e da egrégora coletiva. P- Quer dizer que os Exus são a força-tarefa que permite a restrição e o saneamento no mundo espiritual, impedindo pioras e caos na Terra? R- Considerai os ex-réprobos. Estão arrependidos e prontos a retomar o caminho para a evolução, como soldados valiosos nos grupos espirituais. Como foram egressos do Umbral e das Furnas Astrais, conhecem os meandros, desvios, etc. Utilizam a figura, geralmente de militar, ou mesmo a de chefes tiranos, como “veste provisória”, caminhando em bandos, resgatando muitos infelizes; orientando grupos de socorristas para os locais onde devam ir, sem temer travar batalhas, embora em último caso. Por isso fazem jus à ajuda do Alto, resgatando dessa forma o passado, e constroem edificações para o futuro, muito melhores e mais dignas. A representação de Exu como demônio é também um desvio, cabendo aos ignorantes o medo desses Espíritos; na realidade, os que são “exus” perigosos, são “quiumbas”, Espíritos das Trevas que dizem sê-lo, criando medo e cizânia; o verdadeiro Exu pode, às vezes, ser ríspido, mas nunca desleal. P- No Espiritismo, também há médiuns magistas (feiticeiros do passado)? R- Acredita: todos nós, ao menos uma vez, mergulhamos na magia; fomos sacerdotes egípcios; hierofantes na Atlântida; sacerdotisas em Roma; pitonisas na Grécia; magos caldeus... e por aí vai. A força da evolução atrai irresistivelmente a criatura para tentar entender e dominar as forças do Universo, até mesmo as telúricas. O homem pré-histórico rendia culto ao sol, aos raios e qualquer fenômeno natural; os alquimistas buscavam, pela transmutação, a Pedra Filosofal, sede de todo conhecimento; o ocultista buscou, em rituais esotéricos, a ligação com o Alto, ou mesmo com as forças trevosas. Por que admirai-vos que sejamos herdeiros de tal passado? O próprio Kardec foi um mago druida, em encarnação anterior; e não foi ele o insigne Codificador do Espiritismo? P- Achamos necessários que os encarnados espíritas e apométricos em geral saibam dos roubos dos Duplos dos encarnados, para os fins de magia negra, conforme diz Ramatís, e Robson Pinheiro em “Legião”. Por que ainda não há conhecimento disso na literatura espírita?

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R- Hoje há um conhecimento mais profundo, porque a humanidade está mais preparada e apta para saber disso. André Luiz passa bastantes noções, embora não detalhes, sobre o uso das energias dos encarnados pelos desencarnados. É preciso ver que a melhor garantia de defesa contra as Trevas é a moralização do indivíduo, e o trabalho efetivo no Bem, a fim de coibir os abusos; a higienização mental também é necessária, afugentando as nuvens de miasmas que podem vir a se somar aos pensamentos desencontrados. A disciplina mental, o progresso moral e o trabalho no Bem são as grandes linhas de defesa contra as Trevas e suas ações. P- O transe na Umbanda é mais perfeito que no Espiritismo? R- Não é mais perfeito: é diferente no teor vibratório. Por necessidade de trabalho, a passividade é maior, sendo que os médiuns têm um desdobramento mais completo. Cada qual trabalha no que lhe compete e a Divina Providência a tudo dispõe, conforme as possibilidades de cada um, sem preferências ou distinções. P- Ramatis fala de uma entidade que será mulher e reencarnará no Brasil, que será importante para o Budismo. Há mais entidades elevadas, preparando-se para reencarnar no Brasil? R- Em toda a parte, em todos os países, sempre há e haverá indivíduos mais ou menos elevados, que auxiliem a multidão nos mais diversos campos da sociedade. Uns são e serão cientistas; médicos; artistas; políticos; economistas, e aí vai. Assim como, certamente, há também os que nascem com o propósito de perturbar. Porém, gradativamente, a humanidade irá se depurando. Por enquanto, o mal é necessário, para corrigir o próprio mal. Como distinguir o mal do bem, se não se sofrer seus efeitos? P- Pelo que compreendo, Ramatis explica que, conforme se evolui, o Espírito vai sutilizando também os sentimentos e o êxtase com a Divindade substituirá o gozo carnal. Certo? R- Conforme se evolui, o indivíduo irá perdendo a massa mais pesada do Astral, que é o corpo dos sentimentos e emoções, mas que ainda tende para o personalismo. Adentra o Mental, permanecendo mais livremente, e acaba por conseguir estagiar no Mental Superior, sede da criação e das idéias, ainda inacessível para a criatura humana, nesse estágio da humanidade. O êxtase só será possível quando não mais for necessário possuir os corpos inferiores, dominando a tríade superior, com o Átmico e o Búdico quando, aí sim, ele se conscientizará de Ser, para integrar-se com a Divindade Suprema. P- É chocante imaginar que haja sexo na Espiritualidade... R- Há muita incompreensão entre vós, quando supondes que, ao desencarnar, o indivíduo se coloque acima dos desejos terrenos, cessando abruptamente a ânsia de gozo carnal. Principalmente nos que, quando encarnados, cevavamse nas sensações de sexo, esse desejo continua, pois é do Espírito.

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E a mente traduz essa ânsia pela vontade, assim como também sucede com os que se entregam à bebida, à droga, à gula. Somente a disciplina mental e o firme desejo de mudar é que impedem a queda abrupta no Vale do Sexo, pois o indivíduo normal, na sociedade, também não sai por aí dando vazão a seus instintos: há o policiamento das sanções legais e da própria consciência. Porém, no Umbral, muitos são para ali levados, para servirem de repasto a entidades viciosas, principalmente as chamadas “mulheres públicas”, sexólatras, homens sensuais e toda criatura entregue ao gozo sem moderação. O sexo não é algo pecaminoso e errado, como podeis imaginar: é o portal de entrada para a vida encarnada, meio de redenção para o Espírito. O sexo praticado entre casais que permutam, na verdade, trocas energéticas que não podeis ainda compreender, é algo que merece respeito e compreensão. Não podeis supor que os casais, ao se reencontrarem no Plano Espiritual, passem a ter conúbios uns com os outros, mesmo havendo respeito e carinho. Seria demais embaraçoso; há, sim, senso de fraternidade traduzido em sensações amorosas, mais parecidas com a de amizade. Quanto às sensações mais cruas do sexo e o ato em si, inclusive com perversões inimagináveis, esses pertencem ao Umbral Inferior, nos bolsões chamados Vale do Sexo e outros semelhantes, em grande número atualmente, por infelicidade da própria criatura invigilante... Felizmente, o encarnado, ainda que médium, não conhece esses locais: é algo chocante e doloroso, não só pelos atos fesceninos, mas pelas deformidades que atingem às entidades infelizes, cujos órgãos sexuais ficam desalinhados e em total desacordo com tudo que se pode conhecer, merecendo, por isso, piedade e não ironia ou crítica. P- A busca pela espiritualidade através de técnicas é válida? R- É ilusão se achais que técnicas, tão somente, assim como cursos pagos regiamente, são suficientes para vos candidatardes à melhora íntima. É preciso mais do que isso: a necessidade provém do íntimo e se traduz pela vontade firme, apesar dos obstáculos e dificuldades, e tanto mais meritória quanto maiores são eles. Ademais, o respeito e o carinho ao próximo também rendem pontos preciosos para se auferir adiantamento ou maior iluminação interior. P- Evoluir significa mudar o foco de consciência para que este vibre sempre em diapasão superior? R- O resultado da evolução, efetivamente, é a mudança do foco consciencial, que alcança patamar superior e nele se mantém, ascendendo sempre. Isso não se faz de uma só vez, nem sem percalços. A criatura erra e acerta, e cada vez errará menos, até que automatize e vivencie o correto, sendo então que terá aprendido e galgado mais um degrau evolutivo. De certa forma, sim, a definição está correta, embora o resultado seja lento e gradativo, mas sempre se vencerão obstáculos e galgarão degraus, pois a evolução é infinita.

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P- Cabe ao homem encarnado a “culpa” da existência e vitalidade desses locais trevosos e seus habitantes? R- Seria simplista atribuir ao homem encarnado tal culpa, quando o próprio estado psicofísico do globo se presta a isso. Como planeta de provas e expiações, os habitantes da Terra são, no mais das vezes, criaturas muito primitivas ou em aperfeiçoamento; enquanto não aprenderem a disciplina mental e a força moral, para se higienizarem no íntimo, haverá, tanto para encarnados como para desencarnados, esses locais trevosos, frutos de egrégoras coletivas multimilenares, que se alimentam, continuamente, de sentimentos e pensamentos desalinhados, torpes, infelizes. Até que o próprio ser se modifique, serão eles possíveis, embora também seja aí que se debitem os venenos e miasmas mentais que possuem, antes de se envenenarem. O sapo e o jacaré precisam do pântano, assim como o beija-flor do jardim florido. Cada qual vive no ambiente que lhe é afim, até que se evangelize e faça jus a melhores parâmetros e paisagens. P- É possível a permissão de certos espíritos abnegados para resgate e auxílio no Umbral, por parte dos chefes das Sombras? R- Muitos desses irmãos das Trevas são extremamente inteligentes; não penses que ignoram a ação do Cordeiro e do Bem; não a desejam para si; sabem que, no fundo, não conseguem vitórias expressivas, nem têm a hegemonia. Então, a contragosto, algumas vezes permitem que grupos socorristas venham e levem um ou outro; temem a Luz e se encolerizam com a temeridade desses soldados abnegados, que sempre acabam por fazer mais e melhor. Orações a favor dessas criaturas também os movem a ceder um pouco; mas quando contrariados se irritam, perdem o tino e agem como touros furiosos em loja de louças: atacam sem pensar, porque não desejam perder sua posição, embora saibam que um dia tudo isso terminará para eles, pois terão que voltar à carne. P- Diz Pai Quirino que o indivíduo, mesmo desencarnado, pode evoluir. Certo? R- Certíssimo! A morte é apenas transição de Plano; é uma etapa vencida, e não há sentido em se mover aqui e ali sem propósito. Embora detentores do livre arbítrio, sempre há um momento em que o Espírito deve evoluir. Trabalhar, estudar e aprender, tal como na Terra, é uma necessidade, pois ficar estagnado, marcando passo, é tão prejudicial, que atrai irresistivelmente para a encarnação os Espíritos ociosos e apáticos (pelo teor vibratório e força de atração telúrica). P- Interessante a forma como os Exus despistaram o rastro do médium no retorno ao Corpo Físico: pedras graníticas incandescentes, formadas pelo próprio ectoplasma. Há outras formas de despiste?

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R- Na eventualidade de um encarnado desdobrado no sono vier auxiliar-nos no resgate, efetuado na Crosta, o cordão fluídico que o liga ao Corpo Físico é um sinal magnético, fácil de detectar, deixando um rastro, como aí há o cheiro corporal, que os cães farejadores perseguem; uma forma de confundir os grupos das Sombras é formar essas pedras incandescentes, que emitem também sinais como o do próprio cordão fluídico, evitando, assim, o rastreamento do Corpo Físico. Caso contrário, o pobre encarnado seria perseguido sem tréguas. Há, de fato, outras formas de despiste, mas, por motivos óbvios, não estamos autorizados a divulgá-las. P- Conforme diz Ramatis, antes de fazer jus à harmonia espiritual, devemos aprender a servir nos antros trevosos... R- Como bem sabes, o espírita deve exercitar o amor, a fraternidade e a caridade. São importantes bases de defesa perante qualquer ameaça do inimigo que age nas Sombras. Aprender a servir forma, antes de tudo, o bom cristão. Não importa onde, mas que se comece, ao menos na família e nos grupos mais chegados; a caridade também se treina e se aprende; aos poucos, torna-se parte de nós mesmos e continuaremos servindo, indiferentemente, em qualquer lugar e a qualquer criatura, até mesmo nas Trevas, pois lá se concentra o maior percentual de dores e sofrimentos humanos. P- Ramatis também diz que cursos e simpósios podem até ajudar, mas os esforços para evoluir cabem ao próprio homem. R- É evidente que o estudo, os esforços de aprendizado têm seu mérito, mas, por si só, não formam um cristão. Jesus não observava sempre, aos fariseus e doutores do Templo, esclarecendo-os quanto às leis divinas? Porventura eram eles ignorantes? O que devemos fazer, além de aprender e estudar, é vivenciar as lições dadas; a teoria sem a prática de nada vale. Podemos ser grandes expositores e oradores; palestristas exímios; dirigentes capazes; médiuns portentosos; mas, sem espírito de humildade e serviço, não faremos a verdadeira caridade, e seremos como bolhas de sabão, que explodem no ar: belas, mas vazias por dentro. P- A tristeza que podemos sentir, tanto diante de belezas que sabemos não ser eternas, como as dores que nos chocam, são naturais? R- Tristezas, decepções e outros sentimentos fazem parte do acervo emocional do homem, quando ainda regido por arroubos e emoções. O que não é natural é perseverar nele, por grande tempo, desgastando a mente, depauperando o corpo e atraindo a si a negatividade, porque denota inconformação, personalismo egoísta, e falta de discernimento, o que não é bom. Temos momentos agradáveis e tristes; deixemo-los passar naturalmente, e evitemos alimentar essas dores, que são, muitas vezes, dívidas a serem pagas do pretérito culposo. Temos que transmutar as nossas emoções inferiores em sentimentos de perdão, compreensão, caridade e amor.

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P- Mesmo quando seguros e com bastante prática de desdobramento, os encarnados são acompanhados pelos guias e mentores? R- Sim, mesmo porque, na carne, não tendes a autonomia que temos, desenfeixados dela. Não tendes a visão completa, nem noção dos perigos que podem vos assaltar e que repercutirão no Corpo Físico indefeso. Portanto, quer no desdobramento apométrico, no trabalho mediúnico ou no trabalho feito durante o sono, sois ajudados e orientados; tal não acontece, porém, no desdobramento ordinário à noite, quando buscais ambientes afins, nem sempre recomendáveis ou bons; aí a busca é vossa e não podeis vos queixar do que podereis encontrar. P- Ramatís explica que as capacidades dos médiuns se ampliam porque atuam em grupo, formando uma “egrégora coletiva”. Podem me explicar? R- A leitura da ficha de atendimento vos põe a par das necessidades dos consulentes; e, a partir da contagem dada pelo Dirigente, vós desdobrais, permitindo a formação de uma tela mental formada de ectoplasma. Nessa tela se registram, como no écran do cinema, as principais peripécias das vidas transatas do indivíduo, facilitando-vos conhecer e entender o que há. Há ampliação dos sentidos extracorpóreos, mediante a soma de vossos pensamentos, na mesma direção de ajuda. Portanto, não é de admirar que possais ver, ouvir, entender e retransmitir, com mais fidelidade, tanto mais quanto mais envolvidos estiverdes e com mais vontade de ajudar. P- Diz também que o Trabalho Apométrico, com desdobramento dos médiuns, é superior ao desdobramento efetuado durante o sono. Como assim? R- Vamos dizer que, de certa forma, somamos nossas forças na direção do mesmo objetivo. Quando dormis, como já explicamos em pergunta anterior, raramente tendes os pensamentos focados na direção correta; muitas vezes eles estão diversos, ou “ligados” em preocupações comezinhas, ou sofrendo influenciações não tão boas. No Trabalho Apométrico, trabalhais sob nossa supervisão: é necessária certa disciplina mental e bom grau de passividade (que não é “deixar acontecer”), para vos tornardes receptivos a nossas orientações e conselhos. De outra forma, ao dormir, vocês desdobram o Agregado Espiritual (os 5 corpos mais sutis) dos Corpos Somático e Etérico. Já nos Trabalhos Apométricos, o desdobramento é consciencial. Vocês dissociam personalidades encarnada e do passado, para tratamento. P- Ramatis critica a excessiva preocupação de dividir em Personalidades Múltiplas e Subpersonalidades, por parte da Apometria, dificultando o próprio atendimento em si. O que é necessário para o atendimento bem sucedido? R- Não exigimos dos médiuns nem dos apômetras, em geral, o conhecimento tão profundo da anatomia psíquica do ser, nem a decoração dos termos excessivamente técnicos.

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Importante é conhecer o mecanismo do desdobramento; ter fé e confiança na equipe espiritual; colocar-se na posição de poder ajudar, com equilíbrio e bom senso, caridade e boa vontade. Quanto ao resto, prendei-vos demais à nomenclatura e às definições, desviando-vos, muitas vezes, por isso, do que é útil e necessário, imprescindível mesmo, que é auxiliar cristãmente. P- Pelo que entendi, os corpos de manifestação do encarnado são quatro, no geral: físico, etérico, astral e mental, sendo que, daí em diante, são o potencial para o indivíduo evoluído. Certo? R- Ramatís deixa isso bem claro, nos últimos capítulos do livro. O Causal, p Búdico e o Átmico já pertencem ao indivíduo cósmico, ou seja, livre das fraquezas e tolices advindas da inferioridade moral. Formam o Eu Divino que vigora em todos, mas que se abre em leque na criatura já evangelizada e livre das peias dos equívocos terrenos. P- Diz Ramatis que o Corpo Astral é “um veículo temporário e sujeito à transitoriedade de manifestação do Espírito no Plano Astral”, relacionando-se com “o presente da consciência que o anima”. Podem me explicar? R- É a consciência o ponto focal, a noção primeira do Eu como ser único, individual e responsável por si mesmo. No início, há esse Eu egóico, que se alimenta dos corpos em que se manifesta, nos Planos Físicos, Astral e Mental. Nele há o contato (e a resposta) com o mundo que o cerca, adquirindo paulatinamente maior compreensão, discernimento e qualidades cada vez mais elevadas. Lógico que, enquanto indivíduo sujeito a falhas, erros e vícios, está sujeito também aos equívocos inúmeros, em razão justamente do plano em que estagia; assim, sua consciência no momento responderá de acordo, embora, quando desencarnado, possa ter um ou outro ponto de vista divergente do que tinha encarnado, porque acessará outro nível de compreensão e verá as coisas com mais isenção. Referimo-nos, evidentemente, ao indivíduo medianamente evoluído; os inferiores têm que passar por experiências para adquirir esse discernimento, e os superiores já o ultrapassaram. P- Podemos inferir que o homem alcançará a consciência plena e, com ela, a memória integral, quando não estiver mais preso à reencarnação? R- Assim é e deve ser. A razão é simples: enquanto estivermos presos aos Planos Inferiores de consciência, somos guiados por idéias, preconceitos e sensações tanto mais imperfeitos quanto mais mergulhados na ilusão. Portanto, temos as qualidades crísticas em potencial, mas não as ativamos; a consciência completa, a noção do Ser Integral só se adquire com a vivência plena na caridade e no amor, com as asas do amor e da sabedoria. A memória integral pode-se desdobrar, então, sem traumas ou medos, porque se estará acima de julgamentos de valor ou equívocos, tão comuns aos que ainda devem encarnar, para aprender lições valiosas na vida.

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P- Às vezes, no trabalho apométrico, pergunta-se aos médiuns se é Espírito, obsessor, personalidade múltipla ou subpersonalidade. É importante fazer essa distinção? Ajuda no resgate e limpeza da casa mental e na vida do consulente? R- Respondamos por partes. De fato, é hábito perguntar-se isso, para ver o tipo de técnica a aplicar; mas, na verdade, as orientações sempre fluem via intuição, e, não raro, as próprias manifestações acabam por mostrar, por si só, sua origem. Grosso modo, não faz diferença: a auto-obsessão, por sinal, é muito mais comum do que se pensa, e, no entanto, teme-se muito mais o assédio de uma entidade obsessora que, no mais das vezes, apenas se aproxima por necessidade de ajuda e por sentir-se bem, perto de um encarnado. Para vós, dá mais segurança identificar quem se manifesta; mas, para efeito terapêutico, não faz diferença nenhuma: seja entidade ou personalidade, será tratada e auxiliada da mesma maneira. E, sim, ajuda muito o seu encaminhamento, sendo, porém, que a cura depende do próprio consulente, ou seja, a reforma íntima. A remoção do obstáculo é paliativa: sem a mudança de atitude, pode estar momentaneamente bem, mas atrairá outros da mesma forma. P- Ramatis explica que o Corpo Mental pode agir no Plano Astral, no Corpo Astral, mas não entrar no Plano Mental com o Corpo Astral. É por causa da disparidade vibratória? R- Exatamente. Podeis acessar Planos inferiores, mas não os superiores. Podeis, vós que sois médiuns, estar com o Corpo Mental agindo no Plano Astral, quando sois mais racionais, lúcidos, e não vos deixais levar pela emoção. Porém, é impossível adentrar o Plano Mental somente com o Corpo Astral, por incompatibilidade vibratória. P- Vocês usam o termo “egrégora”. Podem explicar melhor o que é e como funciona? R- Egrégora (mental) é o acúmulo, se assim se pode chamar, de pontos de vista, idéias e sentimentos, focados numa só direção e com objetivo comum. Somados, eles têm força suficiente para se plasmar, no Plano Astral, paisagens, coisas e até criaturas, a bem dos indivíduos perdidos e necessitados, pois o poder de plasmar não pertence só a um e a outro. Até mesmo o encarnado pode concorrer para tal, mesmo que não tenha consciência disso. Vós, médiuns, ajudam a plasmar, com vosso ectoplasma, muitas coisas de que necessitamos, como remédios, etc.; daí a necessidade e utilidade da formação desses cenários, por exemplo, que substituem muitas vezes a imagem obsessiva que vigora na mente desequilibrada, restabelecendo a calma e a serenidade, e permitindo o tratamento subseqüente. P- Na Umbanda, há cânticos; na Apometria não, só orações. Isso faz alguma diferença?

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R- Cada um com seus hábitos. O católico reza e canta, assim como o evangélico. O maometano ora voltado para Meca, conforme especificado no Alcorão. Cada qual procura a união com o Divino conforme pode. Na verdade, orações e cânticos predispõem à elevação mental e à estabilização das vibrações. Podeis não cantar, mas sempre há uma música de fundo. O que, de fato, faz diferença, é o que trazeis no coração. Nada que seja externo pode cobrir o que sentis e desejais. P- Ramatis explica, no capítulo 5, que havia uma médium enciumada que perseguiu o autor do livro durante o sono. Pode suceder que sentimentos inconfessáveis aflorem no Trabalho da Apometria, entre os médiuns? R- Ser médium não confere atestado de santidade a ninguém. O indivíduo que não consegue identificar, domar e tentar extinguir sentimentos negativos poderá estar trabalhando em qualquer labor mediúnico, seja na Apometria, na Umbanda, ou na mesa espírita, mas, com certeza, atrairá companhia compatível com seus desejos e sentimentos, sendo que, muitas vezes, ódio, mágoa, ressentimentos surgem, ou alimentados por entidades trevosas para dividir os grupos, ou por contingências do pretérito, em diferentes situações de convivência anterior. P- Ramatis diz que, na maioria das vezes, o encarnado obseda o encarnado, e são os encarnados que buscam os gozos na Crosta, quase nas Trevas. Podem dar algumas considerações sobre isso? R- Quando vos preparais para dormir, exaustos e muitas vezes preocupados com situações ocorridas durante o dia, desdobrai-vos despreparados para uma noite frutuosa do ponto de vista espiritual, limitando-vos a flanar aqui e ali, sem destino. Isso, quando a mente indisciplinada não está fixada em sentimentos ou sensações menos nobres, quando, de fato, buscais ambientes compatíveis e companhia afim, para a satisfação dos apetites sensuais. E, muitas vezes, no desdobramento do sono, ponde-vos à espreita ou perseguis indivíduos, homens e mulheres, que vos ocupam o pensamento (para o bem ou para o mal), criando teias de simbiose obsessivas e perigosas a todos. Nós, Espíritos, não somos tão obsessores como pensais. O encarnado, sim, busca outros para companhia ou para perseguição. Exemplos: A mãe possessiva que persegue a nora; o rapaz ciumento da namorada; o subordinado que deseja prejudicar o colega; o chefe que busca, a todo custo, promoção na firma, à custa do sócio... e assim vai. Procurai bem em vós, e vereis que todo pensamento repetido e que vos atinge muitas vezes, é, geralmente, egrégora mental de formas-pensamento, emoções e desejos somados às vossas intenções, que vós mesmos, encarnados, lançais aos que estão à vossa volta, prejudicando-vos e aos incautos alvos das mesmas. Paz em Cristo. Assim seja. AURELIUS E DUCELIUS.

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