Folha de S.Paulo - Para academia, jornais podem virar fundação - 15/02/2009
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São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009
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Para academia, jornais podem virar fundação DE WASHINGTON
E se os principais jornais americanos se transformassem em fundações e com isso deixassem de depender de anunciantes e de cobrar por seu produto ou passassem a cobrar uma quantia simbólica? Por mais absurda que pareça, a ideia foi defendida nas páginas do próprio "New York Times". Assinado por David Swensen e Michael Schmidt, respectivamente executivo de finanças e analista financeiro da Universidade Yale, o artigo sugeria que o modelo serviria à indústria jornalística norte-americana atual. A dupla fazia mesmo as contas: num investimento que rendesse 5% ao ano, aquele diário norte-americano precisaria de uma doação de US$ 5 bilhões para sobreviver pelo resto dos tempos. A proposta não era nova, mas sua divulgação na prestigiosa página de artigos do jornal reacendeu a discussão. Houve quem calculasse quanto seria necessário para que todos os principais jornais norte-americanos virassem fundações: US$ 114 bilhões, segundo o laboratório de jornalismo da Fundação Nieman, de Harvard -ou o equivalente ao corte de impostos para a classe média aprovado no pacote do presidente Barack Obama anteontem. A ideia foi bombardeada por todos os lados. "Sem disciplina de mercado, como um jornal vai saber se está sendo bemsucedido ou não?", escreveu Jack Shafer, crítico de mídia da revista eletrônica "Slate", em troca de e-mails com a Folha, referindo-se a um artigo em que criticou a proposta. O especialista Steve Brill concorda e cita um caso para reforçar seu argumento. Em pesquisa informal feita com seus alunos de jornalismo em Yale, ele viu espantado metade da classe levantar a mão quando perguntou "quem aqui acha que o "New York Times" é uma empresa que não visa lucro?". "Eis mais uma razão para eles não darem conteúdo de graça", disse à Folha. Para Brill, depender da caridade de estranhos não é maneira de atingir a independência jornalística. "É bom que os jornais estejam na praça para ganhar dinheiro. Assim se preocupam com seus leitores e
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15/2/2009
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