Guerra Fria •
Formação do bloco acidental: o Com Delano Roosevelt – Mudança de novo consenso em política externa com o fim do isolasionismo americano do entre guerras. o Diversas conferencias já mostravam a disposição das elites americanas de assumirem o liderança do mundo ocidental. Os eixos dessa nova política , entretanto, não estava clara. Isso começa a mudar com o trabalho de Jeoge Kenan com o longo telegrama, no qual qualificava a URSS como incapaz de dialogar com os princípios capitalistas. Outro ponto de mudança foi o pedido inglês aos EUA de intervir na Grécia, para impedir o comunismo no país. Trumam vai ao congresso e pede a intervenção dos EUA na Grécia. Isso ficou conhecido como Doutrina Trumam, baseada no longo telegrama. o A estratégia da doutrina Trumam se baseava no esforço de reforçar as fronteiras do mundo ocidental contra a influência comunista. o A doutrina Trumam foi complementada pelo Plano Marshall que teve como contrapartida no mundo soviétivo, em 1947, a criação do Kominform, a recriação do movimento comunista internacional, só que dessa vez mais restrito aos partidos comunistas no poder. o Essa escala de ações e reações dos dois líderes tem seu ponto culminante com a crise de Berlim. Os EUA realizam uma reforma econômica em Berlin Ocidental o que inicia uma crise com a URSS, uma vez que ainda não haviam sido negociadas por completo essas reformas. A URSS então inicia o bloqueio a Alemanha Ocidental, obrigando os americanos a realizar a ponte aérea. o Em 1949, os dois blocos já estavam formados e consolidados.
Guerra Fria - Ásia •
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Os EUA precipitam o final da guerra com as bombas atômicas contra o Japão. Os EUA, em nome dos aliados, ocupa o Japão. Os Soviéticos e os ingleses queriam participar da ocupação, mas Mackarter como comandante supremo das forcas aliadas, em suas decisões, foram tomadas únicas e exclusivamente com vistas aos interesses norte-americanos. A Guerra no pacífico teve como eixo central os interesses contraditórios entre americanos e japoneses. Os americanos entendiam que a guerra na Ásia era um problema seu, porque entendiam que o pacífico era área de projeção sua. Assim, os americanos deveriam tomar medidas para evitar que os japoneses ousassem mais uma vez tentar se impor na Ásia. Dessa forma, a estratégia primária norteamericana era neutralizar o Japão. O que significava isso. Significava transformar a economia oligopolizada industrial do Japão em uma economia liberal e desmilitarizada de baixo perfil. Para os americanos, o país que passaria a ser a base do capitalismo asiático era a China e não o Japão. No Cairo, em 43, Roosevelt se encontra com Shan-Kai-Shek e fica acertado que terminada a guerra,
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a China recuperaria sua soberania e seu território, assim como a Coréia voltaria a ser um país independente. Depois em 1944, quando definiram que o CS da ONU teria a presença de cinco países, decidiu-se pelo quinto pais sendo a China. Pelos cálculos americanos o Japão seria neutralizado devido ao surgimento da China como país capitalista na Ásia. Em 1946, Mackarter começa a trabalhar no Japão com seu plano de reformas. Institui um tribunal de guerra no país, aos moldes de Nuremberg. São instituídas as liberdades fundamentais do Japão, o que implicava a legalização dos partidos políticos no Japão e a liberação de presos políticos. Mackarter realizou também uma reforma agrária. Promoveu a reforma educacional e os currículos universitários foram modificados, suprimindo a chamada ética samurai que sobrevivera a revolução Meji (terminar com os KamiKasi). Foi também instaurada a igualdade civil, que implicou a igualdade entre homens e mulheres e o fim dos casamentos contratados. No campo político, a medida mais importante foi a redução do status do imperador, que perde sua qualidade de filho do céu e foi dada uma nova constituição para o Japão (pacifista). Essa constituição transformava o Japão em uma monarquia parlamentar bicameral. Proibia um exército e marinha, poderia ter apenas uma polícia de 100.000 homens. Essas ações foram sendo implementadas ao longo da segunda metade dos anos 40 e por último ficou a reforma econômica, que pretendia o desmanche dos Zaibatsu, oligopólios familiares do Japão. Porque as reformas econômicas foram colocadas por último. A Idéia era deixar o Japão sofrer, a opinião pública americana detestava os japoneses. Tudo isso ocorria bem, até que Mao-Tse-Tung proclama em outubro de 1949, a República Popular da China. Shan – Kai- SheK se refugia em Taiwan afirmando que a China era representada por Taiwan. Os EUA não tinham se recuperado totalmente do choque referente aos acontecimentos na China, quando em 1950, a Coréia do Norte invade a Coréia do Sul. Rapidamente, o cenário político na Ásia se torna problemático. Somado a tudo isso, ainda havia a Indochina, que desde 1882 era francesa e tinha sido invadida pela Japão durante a Guerra. Na Indochina, houve, nesse processo, o fortalecimento dos movimentos de libertação nacional. A Indochina, a princípio via os japoneses como libertadores, uma vez que esses se apresentaram como solidários a causa asiática. Porém, o exército japonês nunca tratou a Indochina como igual. A cooperação nunca poderia ser possível. Os Japoneses conquistam a colaboração do governo de Vichy, dando aos indochineses dois algozes. Daí a forca dos movimentos de libertação nacional. Quando a guerra termina, os japoneses se rendem e os Frances e holandeses tentam retomar as colônias, mas esses países já se consideravam independentes. Os EUA apóiam as independências nessa região, queriam, no plano da economia mundial, um liberalismo sem reservas de mercados coloniais. Ho-Chi-Ming declara a independia do Vietnã. Para Frances e holandeses a situação não era tão simples. Moralmente humilhados e economicamente deprimidos, contavam com as colônias para sua recuperação. Isso gera guerra entre Franca e Indochina e Indonésia e Holanda. Sukarno, na Indonésia, líder do movimento de libertação nacional proclama a independência de seu país em 1949.
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Em 1950, na visão dos americanos, o cenário estava muito difícil. Mao TSE Tung está em Pequim, os norte-coreanos estão invadindo o sul da península e guerras de recolonização estão ocorrendo na Indochina, que fortalece os comunistas dessa região. Na Coréia, a situação sempre foi de conflito, durante a guerra os coreanos lutaram pela libertação do julgo japonês. Nesse processo formaram-se dois movimentos de libertação, um ao Norte e o outro ao Sul. Ao norte de inspiração comunista, ao sul de inspiração capitalista. Quando a guerra termina, os soviéticos e americanos dividem as coréias no paralelo 38. Em 1950, esse cenário se torna subversivo. Isso tudo leva os Estados Unidos a reformular sua estratégia de atuação na área. O Japão voltaria a ser a base do capitalismo na Ásia, para frear o avanço comunista na região. Feitas todas as reformas, restava, entretanto, a reforma econômica. Era necessário por a economia japonesa em funcionamento. Se o partido comunista japonês tomasse iniciativa seria um desastre. Abandona-se a idéia de se liberalizar a economia japonesa e passa-se a defender os Zaibatsus. Os americanos passaram a utilizar a economia japonesa para fazer frente as ameaças comunistas no oriente. O Japão era reintegrado ao grupo dos 7 de 1890, agora sob a liderança dos EUA. Em junho de 1950, os norte-coreanos invadem a coréia do sul e essa questão foi para o CS da ONU. Na votação, o delegado soviético boicota e se ausenta dando 4 votos positivos para a criação de uma forca internacional para promover a paz. Na Coréia, os americanos utilizaram a economia japonesa para atuar no conflito, estimulando as indústrias japonesas. Faz-se uma emenda constitucional, que permitia ao Japão ter forcas armadas, com 1% do orçamento nacional para as forcas armadas. A crise da coréia só termina em 1953, após a intervenção da China em favor da Coréia do Norte. O conflito se estabiliza no paralelo 38. Em 1955, EUA e URSS negociam a zona desmilitarizada o que consolida a situação das duas Coréias até hoje. Em 1954, os Franceses são derrotados na Indochina (batalha de Dien Bien Phu).
OBS: É nesse ano que começa a guerra de independência da Argélia (1954-1962) •
Na índia, o processo foi confuso com a independência do país que se fracionou em Paquistão e Índia.
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A descolonização da Ásia foi, portanto, uma conseqüência da Segunda Guerra Mundial, diferente da descolonização da África que só vai ocorrer no fim da década de 1950. Podemos pensar, então, em um processo de descolonização em duas etapas, que pode ser divisado pela conferência de Bandung em 1955. Bandung é a conferência relativa ao terceiro mundo.Voltaremos a essa conferencia mais tarde. Podemos então divisar a revolução Chinesa em 1949 como ponto de inflexão na Guerra Fria.
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Obs: Assistir ao filme o americano tranqüilo (guerra do Vietnã). REVOLUÇÃO CHINESA – 1949 • •
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A relação regular da China com o Ocidente começa no século XVI, que já era um império a mais de 2000 anos. O Estado Imperial se manteve integro até 1912, quando foi proclamada a república. O sistema econômico-social chinês era assemelhado a um feudalismo centralizado, todas as terras eram do imperador. O poder do imperador era difundido, por meio de uma intensa e capilar burocracia, a chamada burocracia celeste, os Mandarins. Os mandarins eram funcionários do Estado, mediante concurso público. A matéria da prova era a filosofia confuciana, a filosofia do Estado da China. O confucionismo regula as relações dos indivíduos em todos os planos e está baseado em cinco grandes relações. A relação entre governante e governado, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e irmão mais novo, amigo e amiga. São todas relações hierarquizadas e verticais com base na família. Essa filosofia permitiu a longevidade do Estado Chinês. É esse Estado que os europeus encontram ao chegarem na China para comerciar. Era um padrão de comercio mercantilista que se manteve até o século XIX, mudando apenas com quem se fazia o comercio. A situação se modifica no século XIX, com a Revolução industrial, que faz com que os ingleses comecem a se desinteressar pelo comércio das especiarias. Isso ocorre por duas razoes: Primeiro porque o comercio das especiarias é de caráter monopolista e não livre-cambista. Segundo, esse comércio drenava ouro da Inglaterra para a China. Os ingleses querem vender suas mercadorias para os Chineses. A pressão inglesa começa a se fazer sentir cedo, já no final do século XVIII, mas sem sucesso, uma vez que o Imperador nem recebia as missões do governo inglês. Os Chineses também não se interessavam pelos produtos ingleses. Tudo isso se choca com as idéias liberais nascentes na Inglaterra, quem não comercia com os demais prejudica a si mesmo e aos outros, assim a forca, a canhoneira teria seu uso legitimado para que se alcança-se a liberdade plena desse país anti-liberal. Mas a idéia de se utilizar a forca teve seu próprio desenvolvimento. Sem saber o que fazer, os ingleses testaram diversos produtos sem maior aceitação, até que encontraram o ópio. O Ópio era produzido no Afeganistão e era contrabandeado para a China, que tem seu mercado inundado. O produto entra na ilegalidade e em 1839 o imperador confisca todo ópio que estava no porto de cantão e o joga no mar. As reações inglesas decidiram que essa atitude merecia um desagravo e entram em guerra contra a China em 1839 e vai até 1842, foi a chamada Guerra do Ópio. A Guerra termina com a assinatura com o Tratado de Nanquin. O tratado de Nanquin é o tratado pelo qual os ingleses conseguem abrir o mercado Chinês. Os chineses abrem cinco portos aos ingleses, que passam a ter direito a um representante imperial na capital chinesa, um cônsul. O CORONE é desmembrado, o governo Chinês fica impossibilitado de cobrar mais do que 5% de imposto sobre as exportações. Os ingleses obtinham o direito de extraterritorialidade, e a clausula de nação mais favorecida. Os ingleses receberam
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também Hong Kong por tempo indeterminado. A última cláusula dizia que tudo isso poderia ser negociados mais uma vez. Com Nanquin, os diversos países ocidentais fizeram o mesmo, assinando tratados semelhantes. Quando os chineses viram que não poderiam vencer a Inglaterra, para não se tornarem uma colônia inglesa, concederam tratados a outras nações. Com os primeiros 12 anos, os ingleses começaram a pressionar a china pela revisão do tratado, entretanto, os chineses não queriam essa revisão. Em um incidente, em que se queimou a bandeira da Inglaterra, os ingleses invadiram a China e queimaram o palácio de verão de Pequim, em 1860, chamada a segunda guerra do ópio. Em 1860, foi assinado o tratado de Pequim, no qual mais 11 portos foram abertos aos ingleses e foram dadas mais facilidades como a navegação do rio Yang Tsé. Os ingleses interiorizam seus interesses na China A situação nais uma vez muda na década de 80, porque mais uma vez a situação muda na Europa. O imperialismo com seu capitalismo oligopolista se projeta no mundo. O capital se espalha pelo mundo em busca de maiores retorno. Os interesses imperialistas sobrepujam os interesses meramente comerciais. Assim, iniciam-se a concessão de empréstimos ao governo chinês, investimentos em infra-estrutura em prospecção de minas, etc. Uma camada social chinesa vai sendo ocidentalizada e vai se envolvendo com os negócios com o ocidente. Na década de 80, os chineses começam uma reação. Concluem que os bárbaros invasores, apesar de serem culturalmente inferiores eram militarmente superiores. Então o que precisavam era se igualar no plano militar e isso foi feito por meio de empréstimos no exterior para o investimento em armamentos, o chamado programa do auto-fortalecimento. O grande teste desse programa foi a guerra contra o Japão em 1895, guerra Sino-Japonesa, que consistiu na primeira grande vitória japonesa. E na segunda metade da década de 1890 que alguns chineses começam a perceber que tinham que se livrar do confucionismo. O confucionismo era uma filosofia que não dava as resposta para os desafios que se apresentavam, é nesse momento então que a juventude chinesa começa a sair pelo mundo e estudar na Europa, EUA, Japão. O fim do confucionismo se dá em 1900, com a rebelião dos Boxers, contra os estrangeiros, que incluía a dinastia Manchu. Os boxers cercam o bairro das embaixadas. Diante disso, os governos ocidentais decidem por em prática o Brack up da China. Fariam na China o que fizeram na África, dividindo o país em áreas de influência. Foi quando então os EUA surgem contra essa política e defendem a política de portas abertas para a China (Open Door Policy). Todos teriam o igual direito de explorar a China. Com isso o Estado imperial chinês fica muito debilitado e, Sun Ita Tsen, um médico chinês formado na universidade inglesa de Hong Kong, entende que a solução para a China era a República e inicia uma série de revoltas. Em 1911, Yuan Chi Cai, General Chinês, percebeu que aquelas insurreições iriam acabar tendo êxito e passou para o lado dos republicanos. República é proclamada por Yuan Chi Cai. Entretanto, a república chinesa não teve nenhuma efetividade, era corrupta, a China não tinha tradição republicana. Há uma autentica quebra na unidade nacional, muitas partes da China ignoram a república, voltando quase a época dos
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reino combatentes. Sua unidade é puramente nominal e quem passa a controlar a China são as oligarquias regionais e locais, os chamados senhores da Guerra. A situação da China muda um pouco com a Primeira Guerra Mundial. Conseguiu acumular certa quantidade de divisas e uma industrialização nacional por substituição das importações. Forma-se, no sudeste, uma burguesia autenticamente chinesa, com interesses autenticamente chineses. A Guerra afastou os europeus da China, dando espaço para os chineses se organizarem um pouco mais. O fim da guerra dá alguma expectativa para os Chineses com os 14 pontos de Wilson, que pregava a autodeterminação dos povos. Outra questão que dava mais esperança aos chineses era revolução russa, que mexeu com toda a Ásia. A imagem da revolução russa era diferente da percepção ocidental. Para os asiáticos a revolução russa foi uma revolução anti-colonialista, pela qual um país asiático se tornava independente. Algo que reforça essa imagem é o fato de a Rússia ter tornado sem efeito os tratados desiguais assinados com a Europa Ocidental. Termina a Guerra e a conferencia de paris é iniciada. O que se passa. Os japoneses exigem que as áreas de influencia da Alemanha na China passassem para eles, o que revolta a China. Em 4 de maio de 1919, os estudantes em Pequim saem as ruas e vão ganhando apoio dos trabalhadores. A universidade de Pequim tornavase um local muito importante culturalmente na China, foi o epicentro do nacionalismo no país. Esse movimento torna-se muito importante para a História chinesa que fica conhecido como Movimento 4 de maio de 1919. Para os Chineses, esse movimento inaugura a China Moderna é quando o sentimento nacionalista se mostra forte. É desse movimento que irão sair as lideranças do partido comunista chinês e do Kuomitang. A república Chinesa fica a deriva até 1924. Esse ano é interessante para todo o mundo. É quando é aplicado o Plano Dowes na Alemanha, que pos fim a Hiper inflação alemã e reestabelece a confiança do sistema capitalista que volta a crescer. Diante da retomado do sistema capitalista, na União Soviética passou-se a falar de socialismo em só país, o mais importante era preservar os alicerce do Estado soviético, passa a buscar alternativas para sair do isolamento em que se encontravam. Dessa forma a internacional comunista, de 1919, aproxima-se de Sum iat Tsen, desiludido com o ocidente. Tsen viu na União Soviética a única parceria possível para a reestruturação da China. Abre-se um diálogo entre Tsen e a internacional, que dá origem a uma frente unida anti-imperialista, que se dá nos seguintes termos: o Cria-se uma agenda política. Os soviéticos se comprometem em reorganizar o Kuomitang, a criar uma academia militar para formar um novo exército e apoiar Sum Iat Tsen a reunificar a China. Como fariam isso. Tornam o Kuomitang, centralizado, igual ao partido Bolchevic. o Em 1925, Sum Iat Tsem morre e o seu lugar é ocupado por seu cunhado, Shan Kai Sheck, que se torna líder do Kuomitang. o Em 1926, com militares treinados e Shan Kay Sheck no comando, é lançada a chamada Missão ao Norte, que deveria submeter os senhores da guerra, oligarquia locais, e promover a reforma agrária, reunificando a China.
o Entretanto, ao fazer a campanha ao Norte, Shan Kai Sheck, ao invés de fazer a guerra, negociou-se com as oligarquias rurais suas submissões ao poder central e em troca não fez a reforma agrária. o O partido comunista chinês, criado em 1922, descontente programa uma sublevação na cidade de Shangai e escolheram como senha um lenço vermelho no pescoço. Houve conhecimento prévio do levante e Shan Kai Sheck massacra os revolucionários. Esse episódio ficou conhecido como Massacre de Shangai. o O partido comunista procura reagir fazendo uma sublevação em Cantão, que também é massacrado. Assim, Shan Kai Sheck consegue erradicar as grandes células comunistas nas cidades da China. o Alguns partidários comunistas, entretanto, conseguem fugir e vão para o campo, onde iniciam um trabalho de organização política dos camponeses. E o que projeta Mao TSE Tung é que a revolução comunista da China deveria ser feita de maneira diferente, por meio da organização dos homens no campo e não dos trabalhadores urbanos. Isso o afasta dos Soviets. o Mao entre 1928 e 1934, começa a formar as bases vermelhas e a primeira é a base vermelha de Huhan. Em 1934, Sham Kai Skeck, tenta, com apoio alemão atacar a base de Huhan e arrasa a base vermelha. Os comunistas sem saída realizam uma retirada estratégica para o Norte, na direção de Ieanan, iniciando a Longa Marcha. o Em 1937, os Japoneses invadem a China, e os chineses comunistas estabelecidos no norte procuram uma aliança com Shan Kai Sheck para lutar contra o invasor japonês. Shan Kai Sheck inicialmente recusa, mas acaba aceitando a aliança. Entre 1937 a 1945, a luta interna cessa para se combater os japoneses. o Em 1945, com os japoneses derrotados, Shan Kai Sheck já era um importante chefe de Estado e tudo já estava acertado com as potencias européias e os EUA para que ele fosse sue aliando na Ásia. Entretanto, os comunistas haviam se fortalecido na luta contra o Japão. Diante da forca do partido comunista, os aliando sugeriram a Shan Kai Sheck formar um governo de coalizão, assim como foi feito na Itália e na Franca. A diferença é que os partidos comunistas italiano e francês depuseram as armas, mas o chinês não as depôs. Em 1946, Shan Kai Sheck inicia a guerra Civil, já no contexto da guerra Fria, e os EUA apóiam-no. o Em 1949, os comunistas ganham a guerra civil chinesa. Shan Kai Sheck foge para Taiwan. o Os EUA não reconhecem a república popular da China, o que ocorre até 1971, quando a república popular da China é introduzida no Conselho de Segurança da ONU. o Em 1949, a China estava economicamente falida devido o longo período de guerras. Os EUA não conseguiram se aproximar do governo chinês, que ficou isolado, tendo como única saída a URSS. Em 1950, foi assinado um acordo entre China e URSS, essa aproximação não era algo natural, os soviéticos acreditavam ser os líderes do movimento comunista e queriam
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que a China estivesse sob sua influência, mas os chineses não viam dessa forma. O modelo soviético de socialismo não se ajustava as condições chinesas, um projeto de industrialização em detrimento de uma revolução agrícola não era possível para a China, uma vez que a base do movimento chinês era camponesa. As coisas começaram a ficar difíceis em 1956, no XX congresso do partido comunista, quando Krushov critica os crimes estalinistas, o que a China não aceitava. Para piorar, o governo chinês não concordava com a tese da coexistência pacífica com o ocidente. Há uma disputa entre os dois sobre a ortodoxia teórica do comunismo, que se torna mais intensa depois de 1956. O discurso de Krushov quebra a unidade comunista, é aí que os partidos comunistas começam a se fragmentar. Em 1957, os Chineses lançam um movimento chamado de cem flores. Que cem flores desabrochem e que mil idéias floreçam, que se dê liberdade para que se pudessem pensar outras formas de comunismo. O partido comunista Chinês também não era totalmente unificado. Havia o grupo dos idealistas, liderados por Mao Tse Tung, que prezava a formação ideológica de um novo homem, despregado dos valores comunistas e havia os produtivistas, liderados Deng Shao Ping, que acreditavam que uma revolução comunista só poderia ser exitosa se, no plano econômico, pudesse ser também capaz de proporcionar crescimento. Essas duas correntes se antagonizam até 1976, ano da morte de Mao Em 1958, foi lançado o grande salto adiante, marcando o afastamento entre URSS e China. Proposta por Mao, era um plano que pretendia a reformulação da sociedade e da família chinesa e criava as comunas familiares. Esse plano, já em 1961, foi considerado um fracasso, que reduziu o PIB chinês. A partir de 1961, os produtivistas passaram a ser predominantes. Em 1966, os idealistas voltam a ser predominantes e iniciam a chamada Revolução cultural, que se estende até 1974, quando perde impulso. A Revolução Cultural foi ainda mais radical que o grande salto a diante. Tinha a intenção de suprimir as diferenças entre trabalho intelectual e manual. No início dos anos 70, as necessidades econômicas se tornam prementes e a China começa a negociar com os EUA, sua entrada no CS da ONU. Em 1978, a linha idealista é colocada totalmente fora do jogo e a linha produtivista é alçada ao comando do partido comunista chinês com Deng Shao Ping, que inicia a chamada Quatro Modernizações. Modernização do exército, da agricultura, da economia industrial e da tecnologia. A China começa então um processo de abertura, o chamado socialismo de mercado.
Guerra Fria – Continuação •
Após 1945, o mundo passa para um sistema internacional bipolar. O poder está distribuído de forma que são as duas superpotências decidem os rumos do mundo. Esse sistema é bipolar, porque as duas superpotências alimentam programas
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opostos. Os EUA defendem preceitos liberais, livre-comércio, a URSS defende um programa socialista, com uma economia planificada. Ambos se percebem como ameaças um ao outro. Esse antagonismo chamamos de guerra fria, que não se transforma em guerra, devido a grande capacidade destrutiva das duas partes. Assegurada a capacidade de destruição mútua (MAD), o equilíbrio do terror impede que os dois cheguem as vias de fato. Assim a guerra fria é travada no campo da propaganda. A bipolaridade, entretanto, não se manteve a mesma ao longo de todo esse período. Há um período de bipolaridade rígida que vai de 1947 a 1953. Caracterizada por dois blocos que não têm comunicação diplomática um com outro. Ambos os lados consideravam que a terceira guerra mundial poderia ocorrer a qualquer momento. A Bipolaridade vai perdendo sua rigidez a partir de 1953, com a morte de Stalin e com o fim da guerra da Coréia, e em 1956 é o ano do XX Congresso do Partido Comunista da URSS e da crise de Suez. No XX Congresso é anunciada a coexistência pacífica por Nikita Krushov, que denuncia os crimes de Stalin. Isso causou dissensões no partido comunista. A partir desse discurso iniciou-se na Europa Oriental por uma maior margem de liberdade (na Alemanha Oriental, na Polônia e na Hungria). Outro momento importante foi o ano de 1962, com a crise dos mísseis em Cuba. Após a crise, foram estabelecidas regras não escritas que passaram a regular as relações bilaterais. Comprometeramse a dialogar, os EUA prometeu não invadir Cuba e a URSS retirou os mísseis de Cuba. Os chineses não aceitaram a retirada dos mísseis que a URSS fez, o que azeda a relação entre URSS e China. A crise dos Mísseis marca o início da Detante, que vai até 1979, com a invasão Russa no Afeganistão. Em 1963, foi assinado o tratado de Moscou, que proibia os testes nucleares no fundo do mar e no espaço. Foi o primeiro acordo dos EUA com a URSS no âmbito nuclear. Em 1968 entra em vigor o TNP, tratado de não-proliferação. Resultado da cooperação entre EUA e URSS. A partir de 68, pode-se falar sobre uma segunda fase da detante. Até 68, a detante foi espontânea, resultado da crise dos mísseis. Mas a partir de 68, com Nixon e Henry Kinssinger, tinham um programa para detante, Chamado o pentagrama de Kinssinger. Nessa época de Nixon, os EUA viviam uma crise de confiança, com o Vietnã e a crise econômica. Nixon foi eleito prometendo retirar os EUA do Vietnã. Kissinger formou uma convicção de que a única possibilidade de paz no mundo era a restauração do equilíbrio de poder. Era necessário negociar com a URRS, uma vez que os EUA não tinham mais o mesmo poder da década de 50. Kissinger convidava o Japão e a Europa a participar do sistema de segurança coletiva mais ativamente, aumentando suas despesas militares. Kissinger também procurou se aproximar mais da China, para que se dividisse o mundo comunista, enfraquecendo a URSS. Essa aproximação da China ficou conhecida como diplomacia do Ping-Pong. A China volta ao conselho de segurança em 1971, mas as relações diplomáticas com a China só foram restabelecidas formalmente, em 1979, com Jimmy Carter. O Brasil retoma relações diplomáticas plenas com a China em 1974. Foi nesse contexto que nosso embaixador Araujo Castro
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desenvolveu a tese do congelamento do poder mundial. Para Sombra Saraiva então a detente só teria começado com Henry Kissinger. Em 1972, é assinado o SALT, limitando o desenvolvimento de armas estratégicas. Sombra Saraiva, entretanto, possui uma cronologia diferente vista da periferia. Acredita que a guerra fria foi de responsabilidade americana e tinham razoes fundamentalmente econômicas. O Estado norte-americano depois da segunda guerra age no sentido de abrir caminho para os interesses econômicos. A URSS não tinha intenção de invadir ninguém. Criando a guerra fria, os americanos justificaram os gastos militares. Essa era uma visão revisionista que se desenvolveu ao final dos 60 e que orientou Sombra Saraiva em sua obra e periodização. o Primeira Guerra Fria – 1947 a 1955. Chama esse período de anos quentes da guerra fria (aquilo que anteriormente foi denominado bipolaridade rígida). Como exemplos desse período, devemos incluir a guerra da Coréia e a Crise de Berlim. o Convivência pacífica – 1955 a 1968. Aqui retira-se a importância da crise dos mísseis de 1962. A détente, para Sombra Saraiva, só começa em 1969. O autor dá maior importância a agosto de 1955, devido a Conferência de Bandung. Bandung foi um acontecimento internacional importante, porque está na raiz de dois movimentos de nosso tempo. O primeiro foi a descolonização da África e o segundo foi a criação dos movimentos dos países não alinhados em Belgrado em 1961. A descolonização na África começa com a independência de Gana em 1957. Foi uma conferencia de países afro-asiáticos que tinha por motivação o seguinte. • A independência política era importante, mas não era suficiente para responder as grandes expectativas política que seus povos nutriam. Era necessário promover o desenvolvimento. Porém consideravam que esse desenvolvimento era impedido por uma ordem internacional injusta, era premente alterar a ordem internacional. A bipolaridade e a guerra fria eram imensos obstáculos no caminho desses países recém independentes. Por isso a convocação de uma conferencia internacional. A idéia nasce de indianos, chinês e indonésios. A idéia inicial foi o acordo feito por indianos e Chineses em 1954, por razão das fronteiras do Tibet. Nessa ocasião foram elaborados os 5 princípios da boa conduta, que mais tarde ficaram conhecidos como os cinco princípios da convivência pacífica. Bandung seria orientada por esses princípios. Eram eles: o Respeito mútuo da integridade territorial e da soberania. o Não-agreção mútua. o Não intervenção nos problemas internos.
o Igualdade de direitos e vantagens mútuas. o Coexistência pacífica. • Pensou-se convidar a América Latina, mas achava-se a região um satélite dos EUA. Da África Negra compareceu somente Gana. O restante foram todos asiáticos e africanos mediterrâneos. Bandung em seu resultado final foi uma reprodução ampliada dos 5 princípios que orientaram o acordo entre China e Índia sobre as fronteiras do Tibet. Serviu como um chamado as Nações Unidas para dar prosseguimento a descolonização, para dar fim ao racismo e para promover o desenvolvimento. Bandung não produz resultados práticos no curto prazo, mas teve muita força simbólica e política. Reforça a posição neutralista, sem alinhamento a bipolaridade então em voga, pregava a idéia de cada país poder buscar seu caminho. Bandung abre um novo espaço, que juntamente com as teorias da CEPAL, irão resultar na criação da UNCTAD. A UNCATD é muito importante, porque muda a própria orientação da ONU, que reconhece a problemática do desenvolvimento como legitima. Portanto, o eixo das relações internacionais que até agira foram pautados na defesa e na segurança, no eixo Leste – Oeste, passa a ser divido com o eixo Norte – Sul, relativo aos desígnios de desenvolvimento. Para Sombra Saraiva, a conferência de Bandung é, portanto, mais importante do que a crise dos mísseis.
o Détente – 1969 a 1979 - Congelamento do poder mundial. General de Gaulle denuncia esse componente, assim como o Brasil com Araújo Castro. TNP, SALT. Década de 70 foi de declínio para os EUA. Crises do Petróleo, fim da paridade ouro-dólar. Guerra do Vietnã. Esse período termina com a invasão da URSS ao Afeganistão. o Segunda Guerra Fria -1980. Perda da confiança norte-americana, Reagan tenta recuperar o poder americano, remarcando suas posições, lembrando a todos sua condição de Guerra Fria. Proposta do projeto Star Wars. CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL. Aula 24 – A •
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No final do século XIX, duas fortes tendências contribuíram para modelar a história européia. O constitucionalismo, a idéia de que todo o poder emana da nação, e o princípio das nacionalidades, toda a nação tem direito a um Estado. Ambas tendências nasceram na Revolução Francesa. Sendo a nação a fonte do poder, toda a nação tem seu direito de constituir politicamente. O advento nacionalista se fortalece com o imperialismo Tudo isso tem haver com a questão judaica. Os judeus estavam espalhados pela Europa, havendo uma grande concentração de judeus no Leste Europeu (polônia,
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império austro-húngaro e Rússia). Nessa região os conflitos eram constantes e os ataques aos judeus também. O nacionalismo alimentava essa violência. Isso levou os intelectuais judeus nessa região a pensar na criação de Estado Judeu. Teodor Herzl, em 1896, publica um livro intitulado o Estado judeu. Ao contrário dos demais anteriores, esse livro chama a atenção do leitores judeus e Herzl passa a ocupar o lugar de um ideólogo do Estado judeu. Isso leva a formação de um movimento sionista, de criação do Estado judeu. Esse movimento busca apoio entre os judeus ricos da Inglaterra, em sua maioria banqueiros que tinham intimidade com os Estadistas europeus da época. Os europeus chegaram a sispatizar com o movimento, oferecendo territórios na Argentina e em Uganda. Essa oferta foi rechaçada, pois nessa altura desejava-se a Palestina. Desde então foi criada a agencia judia que passou a reunir fundos para financiar a aquisição de terras na palestina. Então, no início do século XX, começa um movimento por judeus pobres de inclinação socialista que compravam terras na palestina financiadas pela agencia judia e iam para lá formando os chamados Kibuts. O que era a Palestina, ela existia como uma província do império turco-otomano. Os turcos conseguiram administrar bem o império por muito tempo, uma vez que não faziam proselitismo religioso, de modo que no império cristãos de diversas tendências, judeus e mulçumanos viviam em relativa paz. Todos tinham sua capital religiosa em Jerusalém. No final do século XIX, começa a ter início o nacionalismo árabe, mas esse nacionalismo era diferente, uma vez que amadurece mais lentamente, é muito mais um sentimento de árabes que viviam nas capitais da Europa Ocidental, das elites árabes intelectualizadas, não há um nacionalismo popular árabe. Na primeira guerra mundial, o império otomano lutou ao lado do império alemão, e a Inglaterra tentou se aproximar dos árabes, para que esses lutassem, dentro do império, contra os turcos e aos alemães. Para isso, os ingleses recorrem a Lawrence das Arábias, que é enviado para a região para convencê-los a entrar na guerra contra os turcos. Os árabes a princípio não se animam e então Lawrence mostra a carta de intenções inglesa que tinha como ponto principal o reconhecimento de um Estado Árabe unificado, ao final da campanha militar. Os Árabes mudaram de atitude e passaram a cooperar com os ingleses. (ver o livro Os sete pilares da sabedoria – são as memórias de Lawrence). Entretanto, as intenções inglesas não eram de aceitar um estado árabe unificado, os ingleses preferiam a estratégia contida no acordo Sykes-Picot, de 1916, que pretendia após a guerra dividir as regiões do império turco-otomano, entre ingleses e franceses, em tutelas. Para os ingleses correspondiam o Iraque, a Jordânia e a Palestina e ao Franceses o Líbano e a Síria. Esse acordo, durante algum tempo era secreto e deixa de sê-lo no final de 1917, com a revolução bolchevic. Em Novembro de 1917, Arthur James Balfour, ministro das relações exteriores inglês, escreve uma carta para Rochtchild, declarando que sua majestade dizia que via com bons olhos a instalação na palestina de lar nacional judeu. Essa carta ficou conhecida como declaração de Baulfour. Na conferência de paz em paris, no tratado de Versalles, Wilson conseguiu formar a sociedade das nações, em 1920. A sociedade das nações tem que lidar com a
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questão do império turco otomano. Os turcos praticamente desistiram da idéia de império e se concentraram na ocidentalização do Estado turco (KEMAL). Assim, a Soc. Das Nações atribuiu a responsabilidade a Inglaterra e a Franca de tutelar os antigos territórios do império turco, que ainda não tinham condições se autogovernar. Nessa época a questão do petróleo já começava a ganhar importância. O processo de imigração judaica, iniciado no final do século XIX, continuou após 1920. Os ingleses e os franceses só desistiram do mandato na região na segunda metade da década de 1930, as vésperas da Guerra. Os anos 30 é um novo momento para a palestina. Adolf Hitler começa a perseguir os judeus na Alemanha em 1933 e a partir de 1939, o número de judeus que queriam migrar para a Palestina cresce enormemente. Em 1917, existia cerca de 580 mil árabes palestina e cerca de 60 mil judeus, em 1939, o número de judeus passou para 400 mil. O desequilíbrio não é apenas populacional, os judeus que inicialmente migravam eram pobres e socialistas, os judeus que chegaram depois eram mais ricos e educados. Isso gerou conflitos entre palestinos e judeus, o que leva a criação de organizações políticas dos dois lados. Os ingleses, então começam a ter dificuldades de controlar a região. Em 1939, os ingleses publicam um livro que propunha a criação de um só Estado misto e propunham a restrição a imigração. Isso gerou grandes problemas. Havia problemas político, moral e administrativo. Todos, judeus e ingleses se voltaram contra os ingleses. A situação se torna insustentável em junho de 1946, com o atentado ao hotel Rei Davi, que abrigava toda a delegação inglesa. Os ingleses comunicaram as Nações Unidas que em 1947 estaria dando fim aos mandatos. A ONU, por meio da resolucao 181, em novembro de 47, toma decisão reservando território para a criação de dois Estados, sendo Jerusalém aberta. Em 15 de maio de 1948, os Judeus criam seu Estado, mas os palestinos não criam seu Estado. Os palestinos quase não participaram desse processo, quem os representaram foram os Estados Árabes, mas a atitude política que tomaram foi pura e simplesmente a de rejeitar a criação do Estado Judeu, de modo que não criaram o Estado da Palestina. Imediatamente, após a criação do Estado israelense, esses Estados árabes atacaram Israel, em 1948. Israel vence a Guerra, contra todas as possibilidades. Os árabes se questionam como isso foi possível. O Estado recém instalado foi imediatamente pelos EUA e pela URSS, uma curiosa convergência durante a guerra fria. Isso pode ocorrer devido ao fato de que quando todos viram que os Ingleses iram falhar, nos EUA formou-se um lobby israelense muito forte. Na URSS, as razões se davam devido ao fato de que queriam uma base de apoio em uma região estratégica de exploração petrolífera. Esses dois estados armaram e protegeram Israel, isso gerou grande desavença, uma vez que os Estados Árabes passaram a enxergar Israel com um enclave ocidental. Os jovens comandantes Árabes percebem que para vencer Israel, seria necessário reformular seus Estados para torná-los modernos e de fato independentes. O Egito é o primeiro país que procura renovar-se com a revolução Egípcia de 1952, que derruba a monarquia e se forma um governo baseado em uma junta militar, da
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qual surge a figura do Coronel Gamal Nasser, em 1954. Em 1956 Nasser provoca uma enorme crise nacionalizando o canal de Suez, sob os cuidados de ingleses e Franceses. A idéia de Nasser era modernizar o Egito, e lança um projeto para isso. Um dos objetivos prioritário era a construção da barragem de Assua. Nasser pede dinheiro aos EUA, que inicialmente disse sim. Entretanto, Nasser comprava armas da Tchecoeslováquia. Os EUA condicionaram o empréstimo para a construção da barragem a promessa de Nasser em para de comprar armas. Nasser diz não e como saída nacionaliza o canal de Suez. A nacionalização serviria para gerar recursos para a construção da barragem de Assua. Isso gerou quase uma hecatombe. Os ingleses chegaram a comparar Nasser a Hitler e chamam os franceses e Israel a realizar uma ação militar contra os egípcios. Krushov, já preocupado com o que ocorria na Hungria e na Polônia, diz a Londres e Paris que se não saíssem do Cairo, enfrentariam um ataque atômico fulminante. Os americanos não intervieram em favor dos franceses e ingleses, isso ocorreu para que os EUA mantivessem sua liderança no Bloco, não permitindo que seus aliados menores tomassem iniciativas dessa envergadura sozinhos. O vencedor disso foi Nasser. Isso foi uma enorme desmoralização dos governos francês e inglês. Nasser se projeta como um líder árabe, nacionalista e popular. Nasser também consegue que os soviéticos financiem a barragem de Assuã. Nasser serve de modelo para outros Estados na região. Ele consegue formar um ideário político que se configurou no chamado socialismo árabe, que não tinha haver com Moscou, era mais um capitalismo de Estado de perspectiva laicizante (Partido Baath). No Iraque, houve uma revolução nos moldes da egípcia, em 1958. No Irã, a proposta laicizante foi ainda mais profunda. Os britânicos controlavam o petróleo do Irã. Em 1951, houve uma revolução no Irã, que levou ao poder um primeiro ministro nacionalista, anti-britânico, e se recusou a renovação dos contratos com a Inglaterra. Em face disso, os britânicos disseram que parariam com a prospecção e Mossadeg ficaria sem recurso e com o petróleo no subsolo parado. Mossadeg fala que tudo bem e nacionaliza o petróleo. É nesse momento que os americanos começam a atuar na região, com novos métodos. A CIA começa a fomentar uma reação ao governo de Mossadeg e pega o shá Reza Parlev, que nem vivia no Irã, e o reintroduz no Irã. Com o Shá houve a revolução branca que foi uma ocidentalização do país, com o afastamento do Islã. Assim Islã e ocidentalização formavam um par antagônico que explode em 1979, com a revolução Islâmica. Coma chegada dos Xiitas ao Irã, há uma proposta internacionalista de difundir a vertente xiita a todo o Oriente Médio. Somado a isso reivindicam a questão de Israel. Já na guerra de 1948, Israel avança sobre a linha estabelecida pela ONU. Em 1967, os Árabes se organizam para uma guerra contra os israelenses, que realizam uma guerra preventiva contra os países árabes. Essa foi a chamada guerra dos seis dias, que também representou um avanço das fronteiras judaicas. Houve a anexação da faixa de gaza, a península do Sinai, as colinas de Gola, a parte oriental de Jerusalém e Cisjordânia (West bank). Essa anexação é condenada pelas nações Unidas e o CS determinou pela resolucao 342 a retirada de Israel, o
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que não ocorreu. Essa derrota pesou muito para Nasser, morrendo em 1970, sendo substituído por Anwar Sadat. Com Sadat no poder, há a terceira guerra contra Israel, a guerra de Yonk Poor, o dia do perdão. Dessa vez os Árabes atacaram de surpresa, porém são derrotados. Isso gera represália com o aumento dos preços do petróleo. Sadat conclui que o custo da liderança do movimento árabe era demasiado alto e muda seu rumo de governo. Ele se afasta da URSS, se aproxima com os EUA, tornando-se um grande aliado americano até hoje, e inicia um diálogo com Israel que culmina nos acordos de Camp David de 1978. O Egito sai de cena e abandona sua condição de líder do mundo Árabe. Nesse momento entra o Irã que pretende tomar o lugar do Egito, o que desestabiliza todo o Oriente Médio, uma vez que os iranianos não se vinculam nem com os capitalistas nem com os comunistas e buscam apoiar os movimentos xiitas na região. Essa orientação xiita leva ao confronto com o Iraque em 1980, que tinha uma população multifacetada e controlada por Sadan Rusein, um sunita, que reprimia os curdos e os xiitas. Os americanos, que perderam a posição no Irã, apoiaram os iraquianos na guerra Irã-Iraque. Em vista de uma situação ruim, os palestinos, que ficaram deslocados pelas guerras entre os países árabes e Israel, começam a se organizar de maneira mais autônoma. Na década de 60, os grupos políticos palestinos se unem em torno da OLP, Organização para a Libertação da Palestina, que em sua origem é laica. A maioria de palestinos era se cristãos, o vetor mulçumano é mais recente. A OLP, é reconhecida em 1974, Arafat vai as Nações Unidas sendo considerado o legitimo representante do povo palestino. Entretanto, pela falta de solução sobre a questão palestina, a OLP vai se desgastando no poder como representação política legítima. Arafat sofre enorme abalo a sua legitimidade, quando apóia a invasão iraquiana no Kueit em 1991. Com o enfraquecimento de Arafat, abre-se espaço para o fortalecimento da vertente islâmica na palestina. A OLP acaba tendo de dividir poder com grupos radicais islâmicos como Fatah e Ramazh. Assim, pode-se dizer que o Estado de Israel é um Estado que aspira a segurança absoluta. Há um paradoxo, Israel é um país que tem o exercito mais bem treinado e equipado do mundo, mas não consegue se livrar do sentimento de insegurança. A sua capacidade de defesa é formidável, e admitiu ter bombas atômicas, mas isso não impede os ataques feitos por homens bomba.
DESCOLONIZAÇÃO - ÁFRICA •
O processo de descolonização pode ser vista de duas maneiras o A primeira é dividir o processo em dois tempos. O primeiro tempo é a descolonização na Ásia e o segundo tempo é a descolonização na África. o A segunda é considerar que houve duas descolonizações, uma asiática e outra africana, uma vez que representam processos diferentes e complexos.
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Como os africanos analisam a problemática do colonialismo. Ao contrário da Ásia, quando houve a chegada dos europeus na África, não havia Estados Nacionais. A África foi pressionada pela expansão islâmica e pela escravidão na Américas, que desestabilizou enormemente o Continente. Quem cria os Estados na África são os colonizadores, assim, na África, o Estado antecede a nação. Os africanos sempre reagiram às pressões européias, de maneira geral ao final do Século XIX a resistência africana já era bastante forte, porém foi facilmente vencida devido à diferença nas forcas dos instrumentos de guerra. No início do século XX, há o início do movimento pan-africanista, movimentado pelos descendentes africanos estabelecidos nas Antilhas e nos EUA, assim não é um movimento genuinamente africano, é reflexo da diáspora africana desd do século XVI. O principal dirigente desse movimento pan-africano foi Willian du Bois, americano. Esse movimento vai até o final da década de 1950.
OBS: Du Bois was the most prominent intellectual leader and political activist on behalf of African Americans in the first half of the twentieth century. A contemporary of Booker T. Washington, he carried on a dialogue with the educator about segregation, political disfranchisement, and ways to improve African American life. He was labeled "The Father of Pan-Africanism." Along with Washington, Du Bois helped organize the "Negro exhibition" at the 1900 Exposition Universelle in Paris. It included Frances Benjamin Johnston's photos of Hampton Institute's black students.[14] The Negro exhibition focused on African Americans' positive contributions to American society.[14] In 1905, Du Bois, along with Minnesota attorney Fredrick L. McGhee[15] and others, helped found the Niagara Movement with William Monroe Trotter. The Movement championed freedom of speech and criticism, the recognition of the highest and best human training as the monopoly of no caste or race, full male suffrage, a belief in the dignity of labor, and a united effort to realize such ideals under sound leadership. The alliance between Du Bois and Trotter was, however, short-lived, as they had a dispute over whether or not white people should be included in the organization and in the struggle for civil rights. Believing that they should, in 1909 Du Bois with a group of like-minded supporters founded the National Association for the Advancement of Colored People (NAACP). In 1910, Du Bois left Atlanta University to work full-time as Publications Director at the NAACP. He also wrote columns published weekly in many newspapers, including the Hearst-owned San Francisco Chronicle as well as the African American Chicago Defender, the Pittsburgh Courier and the New York Amsterdam News. For 25 years, Du Bois worked as Editor-in-Chief of the NAACP publication, The Crisis, then subtitled A Record of the Darker Races. He commented freely and widely on current events and set the agenda for the fledgling NAACP. The journal's circulation soared from 1,000 in 1910 to more than 100,000 by 1920.[
Du Bois was invited to Ghana in 1961 by President Kwame Nkrumah to direct the Encyclopedia Africana, a government production, and a long-held dream of his. When, in 1963, he was refused a new U.S. passport, he and his wife, Shirley Graham Du Bois, became citizens of Ghana. Contrary to some opinions (including David Levering Lewis's Pulitzer Prize winning biography of Du Bois), he never renounced his US citizenship, even when denied a passport to travel to Ghana. Du Bois' health had declined in 1962, and on August 27, 1963, he died in Accra, Ghana at the age of ninety-five, one day before Martin Luther King, Jr.'s "I Have a Dream" speech.[2] At the March on Washington, Roy Wilkins informed the hundreds of thousands of marchers and called for a moment of silence.[ • O Pan-africanismo é formado por negros de classe média. Não era um instrumento de confrontação, mas de diálogo entre os africanos. • Em 1963, há a criação da OUA (Organização da Unidade Africana), representando o clímax do pan-africanismo. Em 1999, a OUA foi substituída pela UA (União Africana), compreendendo 53 países. A UA possui um parlamente, sendo que cada Estado nomeia 5 deputados. • A OUA desempenhou um papel importante nos anos 60. Por meio do princípio da intangibilidade das fronteiras. As fronteiras africanas não foram estabelecidas como resultados das vontades africanas, de modo que os povos se distribuem nessas fronteiras de maneira um tanto arbitrária. O grande temor era que houvesse o abandono das fronteiras estabelecidas pelos Europeus e se buscasse delimitar novamente os Estados africanos. Isso legaria a áfrica a uma guerra sem fim. Portanto, houve o compromisso de que manteriam as fronteiras estabelecidas pelo colonizador. Esse princípio é respeitado até hoje. •
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A Primeira Guerra debilitou bastante a África. Desestabiliza um capitalismo nascente baseado na economia colonial, que produzia uma classe média africana que mandava seus filhos se educar na Europa e nos EUA. Em 1930, esses africanos que foram mandados para a Europa e América formam um movimento chamado Negritude. O negritude possuía uma revista chamada Presença Africana, muitos jovens estudantes que se destacam no negritude serão os líderes que proclamarão a independência de seus país mais tarde. Leopold Sangor, poeta e literato, primeiro líder senegalês pós-independência. O negritude era um movimento cultural literário-filosófico, de exaltação do homem africano, nasce como contraponto a uma ideologia colonialista. Essa situação muda muito com a Segunda Guerra mundial, porque, houve uma ampla mobilização africana. Muitos africanos pegaram em armas para defender a Europa ou se viram pressionados para abastecer as economias metropolitanas. As sociedades africanas entram na guerra. O próprio Hitler ajudou a redefinir os conceitos raciais, o racismo desenfreado ajuda a enxergar que havia alguns brancos mais brancos do que outros e que as metrópoles como Franca e Bélgica não eram invencíveis. O mito do homem branco cai por terra. Quando a guerra termina há uma mudança na correlação de forcas do mundo, passa existir um sistema bipolar com centros de poder fora da Europa.
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A segunda guerra também gerar conseqüências indiretas na África. A questão ideológica exerce também influencia com o socialismo. A Segunda guerra acaba com o liberalismo conservador ortodoxo, com o início do Estado de bem-estar social. Tudo isso se reflete na África com a criação de sindicatos e partido políticos. Há um processo de renovação cultural na África que se traduz em organizações políticas diversas. Em contra mão de tudo isso, durante a e após a guerra, as metrópoles tinham como política a manutenção dos impérios coloniais. Essas colônias seriam a grande forma de recuperar as economias centrais. Durante a guerra os administradores coloniais foram assediados por Vichy e por De Gaule para se aliarem a um ou a outro lado. Em 1941, houve a reunião de Trajaville, De Goule pede ajuda aos administradores coloniais para combater os alemães. Fatores extra-africanos que favorecem a descolonização. o Em primeiro lugar, as duas superpotências eram contra a colonização. Os EUA prezavam uma lógica econômica liberal, na qual a reserva de mercados por meio de colônias não era uma opção, os 14 pontos de Wilson reflete também o princípio da autodeterminação dos povos. A carta do atlântico também professava essa posição. Por outro lado, a URSS não apoiava a colonização, uma vez que isso era contrário a ética comunista. Desde os anos 20, os soviéticos apoiavam as independências no mundo colonial. São essas duas superpotências que lançam as bases da ONU, que nasce com o compromisso de dar voz as diversas nações, a Declaração Universal dos direitos do homem, de 1948, vem nesse sentido. As comissões de descolonização na ONU foram prova desse esforço. o A posição das igrejas também foi importante. Durante o colonialismo, as igrejas apoiaram a existência das colônias. Após 1945, o discurso que prega a subjugação de um povo por outro não podia mais ser pronunciado. Depois da guerra, há uma reciclagem da igreja católica que reduzir essa orientação. Na África, muitos líderes se voltam para fé protestante, que não estava tão comprometida com o discurso colonialista. o Mudança na dinâmica do capitalismo mundial. A partir de Bretton Woods, passa a existir uma nova ordem econômica liderada pelos EUA. Outro ponto, é o plano Marshall que introduz os americanos na Europa. Dessa forma, o capitalismo se internacionaliza muito mais. Se pensarmos que o colonialismo é uma grande base do nacionalismo, o transnacionalismo esvazia o movimento colonial. Em 1945, as economias africanas já estão ligadas ao capitalismo internacional. Há uma vinculação subordinada das economias africanas, que foram introduzidas como fornecedoras de matérias primas.
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Os grandes protagonistas da descolonização são os Movimentos de Libertação Nacional. São movimentos amplos e heterogêneos que conseguem se formar em virtude da luta contra um inimigo comum. Os grandes nomes da libertação africana foram intelectuais dos movimentos que se organizavam desde o início do século XX.
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Fazendo um balanço da descolonização africana, vamos ver que as guerras coloniais foram de pequeno número e só acorreram nas colônias de povoamento. Nas chamadas colônias de exploração, em que a presença do colonizador se sobrepunha a estrutura social local, não houve guerra de independência. Isso colocava em xeque a tese de Fanon que dizia que a descolonização só poderia ocorrer pó meio de guerra, na qual se substitui-se o capitalismo pelo socialismo. De modo que os marxistas, no final dos anos 70, diziam que não houve descolonização, houve foi independência políticas. Para os marxistas o colonialismo converteu-se em neo-colonialismo, que se caracteriza pela continuação, no plano econômico, das economias africanas. Nos anos 50, as organizações políticas crescem, as exigências ficam cada vez mais incisivas. Esses movimentos vão crescendo, o que é percebido pelas ações políticas clássicas, como comícios, greves, passeatas, etc. É aí que entra a questão da mudança econômica internacional, o crescimento da pressão dos movimentos, exige das metrópoles despesas cada vez maiores, em um momento em que essas metrópoles enfrentavam grandes dificuldades econômicas. As pressões nas colônias representavam uma crescente presença das metrópoles com tropas, fato que desagradava o grande capital. Na lógica da época, se questionava o porque de se gastar mais para manter o controle político se a dominação econômica estava garantida e era irreversível. Então no final dos anos 50, inicia-se um processo de negociação entre colônias e metrópoles. Esse processo, entretanto, não poderia ser rápido nem simples, uma vez que a questão era impedir que os novos Estados sofressem radicalização e pendessem para o comunismo. Assim, o processo de descolonização era feita mais por intermédio de intelectuais que poderiam manter um diálogo com as metrópoles e não os radicais. Daí o caráter pacífico, em geral, das descolonizações. Assim, a revolução africana de Fanon não virou realidade. Houve guerra de independência na Argélia, no Quênia, em Uganda, em Angola, e em Mozambique, todas colônias de povoamento com presença do europeu. Nas colônias de exploração predominou a lógica econômica, nas de povoamento, havia o fator político. Esses brancos não aceitavam a reforma feita pelo alto e se opunham as mudanças nos estatutos políticos que os beneficiavam. A primeira guerra de descolonização foi na Argélia. Os franceses da Argélia eram discriminados pelos franceses da Franca e com a independência argelina seriam prejudicados, uma vez que perderiam o poder político. Esses franceses argelinos não aceitam a situação, partem para o extremismo e suscitam o nacionalismo extremado das metrópoles. Independências na África o A primeira independência foi a da Costa do Ouro, que passa a se chamar Gana, em 1957. o Em 1958, Independência da Guiné o Em 1960, é um ano que se dá um grande número de independências. 17 Estados ganham independência. 1960 ficou conhecido na ONU como ano da África. Em 1963, a maioria dos países africanos já estava independente. o Afasta-se desse conjunto as colônias portuguesas. A começar pelo próprio capitalismo português. As colônias portuguesas foram conservadas muito
mais pelos interesses geopolíticos ingleses do que pela sua capacidade econômica política e militar. O governo português, a ditadura de Salazar, elaborou um projeto nacional em que o império português, as colônias portuguesas, era imprescindível para a sobrevivência de Portugal. Sem as colônias Portugal, para Salazar, desapareceria do mapa, sendo engolido pela Espanha. o Esse projeto começa a ser ameaçado em 1947, quando a Inglaterra reconhece a independência indiana. A Inglaterra sempre foi a garantidora do império português e agora passava a reconhecer independências de suas colônias. Diante disso, em 1951, Portugal modifica sua constituição, retirando o termo colônia e inserindo o termo províncias ultramarinas, tentando estabelecer uma idéia de Estado unitário a seu império. Em 1961, começa em Angola a luta pela libertação. Portugal sustentou 14 anos de guerra colonial em três frentes, causando grandes mazelas a sociedade. o Se comparado a descolonização inglesa e francesa, a descolonização portuguesa foi desastrosa. Se por um lado ingleses e franceses consideravam a descolonização inevitável e procuraram estabelecer vínculos com lideres africanos confiáveis, por outro Portugal considerava a descolonização algo que nunca poderia acontecer, assim nunca conseguiu manter diálogo com líderes africanos moderados. Não foi aberto nenhum canal de negociação. Em 1974, o Estado de Salazar cai. o Nos casos de Moçambique e na Guiné Bissau havia apenas 1 movimento de libertação nacional (FRELIMO, SGC). Já EM Angola, havia mais do que um movimento de libertação nacional. Angola era uma colônia de povoamento e mais rica devido a grande exploração de pedras preciosas. Assim, o processo de independência foi muito mais complexo e violento. Havia em angola o MPLA (de inspiração marxista) já os outros dois movimentos (FNLA e UNITA) tinham bases éticas. Com o passar do tempo a FNLA deixou de existir e a guerra foi travada entre UNITA e MPLA acabando somente nos anos 90 com a morte de Jonas Shavin, líder da UNITA. Hoje, Angola é grande produtor de café, petróleo e diamantes e possui um quadro político mais estável. •
Após as independências. o Os movimentos de libertação nacionais eram grupamentos heterogêneos. Assim, quando o inimigo comum desaparece os africanos enfrentaram problemas. Como dar voz a esses diversos grupos de tendências políticas diferentes. Os africanos procuraram contornar isso, transformando os movimentos de libertação nacional em partido único, para se tentar manter a unidade da época das lutas coloniais. Para justificar esse esforço, os africanos desenvolveram uma teoria chamada socialismo africano, que continha o seguinte discurso. Quando os europeus chegaram a África, os africanos viviam em socialismo comunitário e que os europeus tentaram destruir isso para introduzir o capitalismo. Mas os africanos rejeitaram o capitalismo, uma vez que esse foi um instrumento da espoliação da África e, portanto, voltaria a seu passado socialista comunitário. Por que inventar
um socialismo africano cheio de meandros e não se filiar diretamente ao socialismo marxista. Em primeiro, lugar a idéia de uma revolução realizada por trabalhadores fabris era impossível para a realidade africana que tinha sua economia baseada na agricultura e no extrativismo mineral. Quando Krushov fez a desestalinizacao não havia mais espaço para a criação de um modelo soviético. o A tentativa de partido único e socialismo africano não deram certo devido as diversas divisões internas. O desfecho desse processo foram inúmeros golpes militares ao final da década de 60. o A situação de instabilidade segue até hoje em alguns países. Ainda hoje existem problemas e os especialistas dizem que são devidos ao seguinte Os movimentos nacionais de libertação e os partidos únicos que os sucederam faziam parte de uma luta política de setores mais modernos do Estado, dos setores capitalistas em contato com as potencias colonizadores. O problema é que as chefias tradicionais, caracterizada por chefes tribais, nunca deixaram de influir diretamente na vida dos africanos e essas lideranças tradicionais não compartilhavam do projeto de muitos dos movimentos de libertação e dos partidos únicos que se seguiram as independências. Portanto, hoje, os chamados conflitos étnicos são, muitas vezes, embates entre os grupos políticos modernos e os tradicionais. Há uma dificuldade de convivência entre os setores políticos modernos e tradicionais. O problema econômico. Os Europeus nunca estiveram interessados em desenvolver economicamente a África, o que fizeram foi dotar o continente de uma estrutura capitalista mínima que introduzisse os africanos de maneira subordinada no sistema capitalista mundial. Na década de 80, por forca dos organismos internacionais, começa-se um processo de liberalização das economias africanas. O projeto neo-liberal, antes de chegar a América Latina, já havia chegado a África, com a intenção de tornar esses países mais atrativos para o investimento estrangeiro. Entretanto, apesar dessa liberalização não houve maiores investimentos no continente, uma vez que havia diversos problemas estruturais como falta de mão-de-obra qualificada, instabilidade política, que inibiam os investidores. Dessa forma, a década de 90, foi desastrosa para a África. Uma mudança, entretanto, que se notou foi o início da exportação de petróleo pela África. Os países que mais se destacam no continente são os exportadores de petróleo (Nigéria, Angola, etc.). o Um país que está em situação diferente no continente é a África do Sul. Desde 1652, o povoamento branco holandês vai se africanizando. Em 1919, com a derrota dos Boers pelos ingleses é criada, por negociação, a
União Sul Africana. A carta dos africaners aceitava a subordinação aos ingleses, mas não aceitavam a igualdade com os negros. Aí a colônia fica divida entre descendentes holandeses e ingleses. Os boers, brancos holandeses, se aglutinam ao redor do partido nacional, que chega ao poder em 1948, e institucionalizam um governo segregacionista, oficializando a descriminação. Em 1960, saem da Common Wealth e o apartheid dura até 1990. O apartheid se mantém por tanto tempo devido a Guerra Fria. O Cabo era uma região estratégica e os EUA deram apóio ao partido nacional. Após Guerra Fria Nelson Mandela foi levado ao poder. OBS: Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia. De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a freqüentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental. Com 19 anos, em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade. Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand. Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e
Oliver
Tambo,
entre
outros,
a
Liga
Jovem
do
CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid. Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180. Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar. Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países. Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993. Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no
comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano. Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá. Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos externa do presidente norte-americano Bush. Ao anunciou seu apoio à campanha de arrecadação AIDS chamada "46664" - seu número na época prisão.
atacando a política mesmo tempo, ele de fundos contra a em que esteve na
Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS. A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta