FUTEBOL PARA MULHERES Ângelo da Silva O futebol desde da sua origem foi um espaço apenas masculino. Talvez porque os homens vêm geneticamente pré-dispostos a essa prática, e a sociedade junto com a mídia contribuem com isso visando lucros gerados pela compra de acessórios esportivos, que as mulheres em sua maioria não comprariam. Realmente as meninas vêm desenvolvendo interesse pelo futebol, isto porque parte da socialização envolve esse tipo de atividade. Cada dia que passa vemos que esse tipo de esporte é mais praticado nas ruas, praias e clubes do que apenas em colégios Isso pode ser associado a discriminação que ainda é presente. Analisamos que quanto maior for a quantidade de meninos, maior será o comentário deles a respeito das garotas que tem interesse em praticar essa modalidade, ou que sabem muito a respeito do assunto. Isto pode estar ligado ao fato de que é um esporte de contato e que ainda hoje é predominantemente masculino. Conforme Futebol (2008) Enquanto as meninas aguardam o inicio da aula sentadas, os meninos correm de um lado para o outro ou se chutam ou chutam a bola. Com certeza o fato dos meninos correrem e chutarem bola desde de cedo fixa melhor essa atividade e a vontade da prática aumenta, tomando assim um espaço físico maior, ocupando o espaço que deveria ser dividido com as meninas. Logicamente isso nunca vai parar porque enquanto um pai que tem um menino como filho e compra uma bola e uma chuteira e dá de presente, se este mesmo pai tivesse uma filha compraria uma boneca ou um estojo de maquiagem, talvez e muito raramente daria uma bola... mas esta seria de vôlei ou outro esporte, menos uma de futebol. Conforme Futebol (2008) Esporte é coisa pra macho. Fazendo uma análise no contexto social podemos tirar algumas idéias do preconceito que abrange esse esporte. Imagine se seu filho chega-se pra você e apresentasse a sua nova namorada. Você com a maior naturalidade iria perguntar: “O que você faz minha filha?”, e se ela respondesse: “Eu sou zagueira do Joinville Esporte Clube”. Com toda certeza você ficaria espantado, sua reação não seria das melhores e seus comentários e questionamentos sairiam na seqüência.
Segundo a Revista de Educação física (2008) Já imaginou que situação esquisita se as mulheres trouxessem medalha de futebol e os homens não. Quando falamos em resultado, sempre vamos esperar algo melhor da equipe masculina, o que naturalmente é uma análise errada. Pois não podemos esquecer que as mulheres jogam contra mulheres, então não competem com o time masculino. A preparação para os jogos também é feita baseada nos limites femininos, onde mulheres disputam divididas e chutes entre elas. Conforme Futebol (2008) A mulher no esporte em geral é lembrada não por seu desempenho ou conquista, mas pela sua beleza e sensualidade. Isso realmente ocorre, o homem só comenta sobre futebol feminino se for para falar das coxas das jogadoras ou do belo corpo que elas têm. Mas na maioria das vezes comentam com os amigos dizendo: “Nossa, ela parece um homem jogando”. Os comentários deveriam ser feitos sim, mas com respeito e de forma natural, de modo a incentivar ainda mais a prática. Poderíamos falar, e ouvir comentários nos programas de esporte na televisão, sobre dribles, lançamentos, gols, tabelas, melhores jogadas... mas não é falado na mídia porque não gera lucros exorbitantes, como no futebol masculino, que em uma contratação nova o time fatura milhões de reais só na venda de camisetas do novo fenômeno. A verdade é que se profissionalizam centenas de jogadores, enquanto podemos contar nos dedos as mulheres que conseguem conquistar seu espaço. Talvez isso possa estar relacionado à falta de uma Federação que realmente apóie e divulgue a classe feminina no futebol. Partindo do princípio que o investimento só é feito no que gera grandes retornos, podemos dizer que o futebol feminino irá realmente demorar a difundir-se enquanto a própria sociedade não deixar o preconceito de lado e aceitar definitivamente o esporte independente do sexo dos integrantes do time.
REFERÊNCIAS
Revista de Educação Física. Rio Claro, SP, v.8, n.2, p. 43-49 ago. 2002. FUTEBOL para mulheres. Disponível em: < http://www.efdeportes.com >. Acesso em: 15 maio 2009.