Filosofia Oculta

  • June 2020
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Filosofia Oculta A 'Filosofia Oculta' é um conjunto de temas de caráter refectivo vinculados ao ocultismo. Como se auto-especifica, trata-se de Filosofia, e aqui não devemos confundir com teorias relacionadas às práticas ocultistas (rituais, cerimonias, exercícios, etc). Trataremos aqui de: O que é a Magia? O que é um Mago? Mago, feiticeiro e bruxo - Das diferenças As Três Faculdades Das cores da magia Outras divisões Da importância do silêncio _________________________ O que é magia? O que é um mago? Para explicar essa grandiosa Arte Científica tomarei emprestadas as explicações dos mais antigos e tradicionais estudiosos. ”A Magia, de um modo geral, nada mais é do que a arte de causar EFEITOS VISÍVEIS a partir de CAUSAS INVISÍVEIS”. (Eliphas Levi) Muitos outros autores retratam de igual forma. Na verdade, nesse ponto primário é algo realmente bastante simples e ate mesmo intuitivo. “A Magia, em suas várias formas, é portadora da Sabedoria do Criador que se revela àquele que se dedica a conquistar a Arte Mágica. Ela é uma auxiliar indispensável à construção de nosso Templo Interior. Aos que buscam a Magia, como Caminho Iniciático, devemos lembrar que Deus não se revela a Si Mesmo, exceto quanto o Deus Interior já se tenha revelado a nós” (Extraído de Manual Mágico de Kabbala Prática - ALI A´L KHAN S:. I:., Pág.17) Outro autor diz: “A Magia é uma faculdade de maravilhosa virtude, cheia dos mais nobres mistérios, contendo a mais profunda contemplação das coisas mais secretas junto à natureza, ao poder, à qualidade, à substância e às virtudes delas, bem como o conhecimento de toda a natureza, a ela nos instrui acerca das diferenças e das concordâncias das coisas entre si, produzindo assim maravilhosos efeitos, unindo as virtudes das coisas pela a aplicação delas uma em relação a outra, unindo as virtudes dos corpos superiores. Essa é a mais perfeita e principal ciência, e mais sagrada e sublime espécie de filosofia, e por fim, a mais absoluta perfeição de toda a excelentíssima Filosofia”. (Extraído de Três Livros de Filosofia Oculta - H. C. Agrippa, Pág.80) Mais uma definição, que certamente nos auxilia a aproximar-nos da compreensão; “Ora, se quiserdes estudar a magia, começai por compenetrar-vos que tudo o que vos rodeia, todas

as coisas que atuam sobre os vossos sentidos físicos, o mundo visível, enfim, tudo isto não é interessante senão como traduções em uma linguagem tosca, de leis e idéias, livre da sensação quando esta tiver sido não somente “filtrada” pelos órgãos dos sentidos, mas ainda ”digerida” pelo vosso cérebro”. (Extraído de O Homem conforme a Magia - Papus, Pág.9) Acredito sinceramente que estes mestres não deixam dúvidas sobre o que é a magia. Claro, existe muito o que se falar sobre a magia, suas ramificações, modus operandis, etc. Mas em nossa abordagem básica nos deteremos aqui. Então! O que é um mago? Com a palavra Agrippa; “Assim, quem deseje se primar nessa faculdade, se não for versado em Filosofia Natural, pela qual se descobre a qualidade das coisas e na qual se encontram as propriedades ocultas de todo ser, e se não for versado em Matemática e nos aspectos e cifras das estrelas, sobre as quais depende a sublime virtude e a propriedade de tudo; e se não for versado em Teologia, na qual se manifestam as substancias imateriais (Especialmente os espíritos da ar mencionados por Hermes, Agostinho, Platão e outros.) que dispensam e ministram todas as coisas, não será capaz de entender a racionalidade da Magia. Pois nenhuma obra é feita por mera magia, tampouco é meramente mágica, sem abranger essas três faculdades.” (Extraído de Três Livros de Filosofia Oculta - H. C. Agrippa, Pág.82) Assim sendo, um Mago é alguém que dedica sua vida ao auto-conhecimento e o conhecimento de todas as coisas. Muitos “buscadores” duvidam, pois não obtém resultados rápidos, alguns temem o ridículo, outros são meros curiosos. A estes é minha obrigação dizer: Desista! A Grande Obra requer todo seu tempo e vida, disciplina e harmonia. Para se obter resultados satisfatórios e livres da ilusão e da dúvida leva-se muito tempo, é algo tão distante, que uma mente vacilante se perderá por muitas vezes ate conquistar um fim por demais caótico e triste, talvez algo pior que a morte... Mas Aquele que deseja ardente e sinceramente obter o perfeito entendimento das coisas deve se lançar de cabeça, e com muitos anos de estudo e prática será vitorioso. Mas entenda aqui, que, de fato, requer muita dedicação e disciplina, mas não entenda com isso Fanatismo, não digo para se privar de vida social, sexual, etc. Pelo contrário, um mago deve estar acima da vida mundana de modo que consegue tirar proveito de tudo que é bom e natural e viver em harmonia com tudo a sua volta, seu planeta e seus semelhantes, e ainda continuar suas pesquisas em silêncio. Mais à frente falarei sobre o silêncio. Agora outra observação, dada por Regardie: “O místico não busca um conhecimento teórico do eu ou uma filosofia puramente intelectual sobre o Universo, embora isso tenha um lugar legítimo. Ele procura, sim, um nível mais profundo de compreensão.” (Extraído de Magia Hermética - Israel Regardie, Pág.31) Ainda devo levantar outra questão. Por mais de uma vez ouvi jovens iniciantes dizerem: “- Não preciso de livros, sigo meu coração!” É muito bonita essa frase, mas, do que adiante seguir um coração vacilante, talvez repleto de vícios, sem instrução, nem disciplina... O que estaria seguindo com este coração? Outros preferem criar seus próprios ritos e “filosofia”, isso é bom, é criativo, mas, porque “reinventar a roda”? sendo que os sábios nos mostram o caminho, seria orgulho, preguiça de estudar...? Porém os problemas do buscador ainda não foram todos expostos, e nem todos poderão ser, mas na medida do possível posso citar mais um importante obstáculo. É comum ver pessoas que se interesse apensa pela teoria ou apenas pela prática. A Filosofia Oculta pode ser positiva para qualquer um, iniciado ou não, mas as teorias de processos na magia só levam

à dúvida, ou a aceitação de verdades falhas e meias-verdades, quando não por vezes à loucura.... E se, como dizem “A prática leva à perfeição”, mas somente a prática leva à uma armadilha de uma perdição incalculável, ate mesmo para as pessoas que rodeia este praticante. Além do mais, é considerado pelos mais antigos um desrespeito para com a tradição. É certo, e bem entendido que o homem nada faz nessa vida sozinho. Tão pouco foi criado para ser sozinho. O fato de ler, pesquisar, de esta aqui hoje, dispensando um pouco de tempo para uma pesquisa saudável, de livre vontade, testifica isso. E juntos, certamente poderemos criar novas possibilidades... creio eu. Acredito que seja interessante aqui um pouco de reflexão de cada um. As Três Faculdades * Filosofia Natural - Ensina a natureza das coisas que estão no mundo, explorando e investigando suas causas, efeitos, tempos, lugares, maneiras, eventos, o todo das partes, etc. * Filosofia Matemática - Ensina a conhecer a quantidade dos corpos naturais, que se estendem em três dimensões, bem como a conceber o movimento e o curso dos corpos celestiais. * Filosofia Teológica (ou Divindade) - Ensina o que é Deus, o que é a mente, uma inteligência, um anjo, um demônio, a alma, a religião, o que são as sagradas instituições, os ritos, templos, observações e santos mistérios: ela nos instrui também acerca da fé, dos milagres, das virtudes das palavras e números, as operações secretas e os mistérios dos selos. Agora algumas observações interessantes! Não vamos nos ater em detalhes históricos. Basta lembrar da Santa Inquisição, a qual foi responsável pela magia com inclinações cristãs, isso porque em suas formulas os magos e alquimistas tiveram de alterar os nomes e ornamentar tudo com uma atmosfera cristã para assim não serem perseguidos, evitando perder seu legado. Também é importante citar que um dos primeiros a fundamentar a filosofia foi Zoroastro ( ou Zaratustra, considerado por muitos o descobridor da magia), foi o primeiro a explicar e separar o “Bem e Mal” segundo textos antigos. Mas, a magia já era testificada muito antes dele, em diversos pontos das civilizações. Devem me perdoar não citar outras fontes como as culturas orientais, como da Índia por exemplo, de fato, peco nesta parte, mas tenham em mente que muito influenciou o que temos hoje, com um legado cultural riquíssimo, igualmente outra importante ramificação que seria necessário muita escrita seria o Druidismo. Outra derivação da magia (muito difundida) é a bruxaria, a mais conhecida é a Wicca. Alguns seguidores da Deusa dizem ser impossível ser cristão e mago ao mesmo tempo, alegam que só se pode servir de um único Deus (ou Deusa no caso). O Tema é tratado no filme As Brumas de Avalon (The Mists of Avalon) de 1979, obra escrita por Marion Zimmer Bradley em quatro volumes. Mas segundo estudiosos da área, chegou-se à conclusão (não oficial, ou mesmo aceita) de que A Deusa é de fato o planeta, Gaia, ou a Alma do Mundo, e Deus seria o criador, gerador, e ainda existiria o Cosmos, que seria o intermédio, formando a Trindade Sagrada, um todo, único. Talvez o Cosmos fosse o Deus Cornífero da wicca... talvez... melhor não entrar em detalhes. Evidentemente, cada qual segue o que lhe aparece mais compatível, de maneira que, seja qual for a tradição estará trabalhando com as mesmas forças naturais. Partimos agora para as separações e nomenclaturas; Mago, feiticeiro e bruxo - Das diferenças Bem, quanto ao Mago(a), creio que não resta nenhuma dúvida. Basta salientar que é aquele indivíduo que se utiliza tanto da prática quando da teoria e da filosofia oculta, que busca o

equilíbrio, e o auto-conhecimento. Outro ponto importantíssimo é que antigamente a magia e a religião eram uma só, em algum lugar da história houve uma separação (e me refiro a um período anterior a Cristo), tal como houve a separação da química e da física. De qualquer modo posso afirmar que um mago é um ser religioso. *(Aqui cabe uma nota do dicionário: Religião, do latim: “re-ligare”, que significa “religar com”, “ligar novamente”. No caso, se refere à divindade). Sobre o feiticeiro( a), podemos dizer que é aquele que usa da magia sem saber realmente o que está fazendo, tão pouco teria uma filosofia sólida. Nem se quer precisa ser alfabetizado para ser feiticeiro. Geralmente um individuo vil, confuso, por vezes iludido por espíritos inferiores (mesmo que ele não saiba de suas presenças). Mas também pode ser uma boa pessoa, que carece de instrução. O Bruxo( a) é aquele que segue a bruxaria, que é uma religião que se utiliza da magia. Um bruxo pode ser tanto um mago quanto um feiticeiro (geralmente trata-se de um feiticeiro). * Ainda resta observar outro nome, o profano! O profano é aquele que está afastado dos valores considerados sagrados, de sabedoria e respeito. Os profanos tem acesso a textos Iniciáticos, e tendem a profanar, ou seja, simplesmente duvidar sempre e por vezes ridicularizar, sem se dedicar a coisa alguma, apenas lendo superficialmente, e se defendendo de algo que nem se quer se importa com sua humilde existência. Das cores da magia: é importante agora definir o tipo de magia, muito se tem dito sobre isso, e cores foram criadas; Magia Branca, Negra, Vermelha, Verde, etc... Um arco-íris de possibilidades. Alguns praticantes tem profunda aversão a rótulos. Porem! é importante classificar, e dar nome às coisas, pois aquilo que não tem nome não pode existir. Mas também é importante saber do que se trata tudo isso, e seus limites. Veja, Magia Branca é, teoricamente, a Magia realizada para fins benéficos e elevado, por meios honestos e justos, e a Magia Negra seria feita para todo e qualquer finalidade, ate mesmo para fins egoístas, mas podendo aplicar em coisas boas também, como uma cura não autorizada, atrapalhando o processo natural (Um exemplo tosco, mas é apenas para ilustrar). O que difere uma da outra é apenas a intenção do mago (algumas formas ritualísticas também, mas deve compreender que a força, o poder utilizado é sempre o mesmo). Quanto às outras cores, como Magia vermelha (para o amor) e Verde (Natural), realmente não precisariam de nomenclaturas, muitos nem se quer aceitam a divisão de magia branca e negra, o que dizer destas outras? Outras Divisões: Alguns acreditam que a magia não se divide simplesmente em "branca" ou "negra", egoísta ou altruísta, e outras definições de cunho moral. Dividindo-se sim, em; Dogmática e Pragmática. Dogmática; é a forma de Magia que faz uso de símbolos alheios aos pessoais, simbologia essa díspar daquela pertencente ao subconsciente do operador. Como pantáculos de invocação, rituais de evocações etc. Fazendo referência a forma de Magia ensinada nas obras tradicionais do assunto. Pragmática; é a que faz uso apenas dos símbolos pessoais, do fator de ressurgência atávica (baseando-se em analogias), do simbolismo presente no subconsciente do operador. Um exemplo disso seria as tradições de voodoo, e de influência à distância, tipos mais simples de feitiçaria por dispensar conhecimentos alheios, fazendo uso somente do poder do operador. Da importância do silêncio: Estamos chegando ao final, resta apenas falar sobre o silêncio.

“Seja você quem for que deseja estudar esta ciência, mantenha-se em silêncio e guarda sempre nos armários secretos de seu peito religioso essa santa determinação; pois (como dizia Mercúrio) divulgar ao público um discurso tão repleto da grande majestade do divino é um sinal de espírito irreligioso.” (Extraído de Três Livros de Filosofia Oculta – H. C. Agrippa, Pág.591) Há cinco razões para o silêncio, ou circunspeção, em torno da doutrina sagrada dada por Hermes. A Primeira, citado por Agrippa, é que a divulgação de coisas sagradas para mentes profanas as polui. A Segunda razão para o silêncio é que as mentes profanas não conseguem compreender uma doutrina sagrada, caçoam daqueles que a pregam e são incitadas a cometer um mal ainda maior. A Terceira razão é que ele permite que a iluminação divina da doutrina se manifeste. “E agora meu filho, não fale, mas guarde um silêncio solene; e assim a misericórdia de Deus virá sobre nós”. (Extraído de Corpus Hermeticum) A Quarta razão para o silêncio é simplesmente a futilidade de se tentar expressar o inexprimível. A Quinta e ultima razão para o silêncio envolve uma proscrição contra a tradução das doutrinas para outras línguas, porque as próprias palavras são sagradas e personificam poder: A tradução distorce muito o sentido dos escritos e causa muita obscuridade. De modo que grande parte do conhecimento só é passado oralmente ainda. Agora você poderia me questionar: - Mas não esta você a errar em divulgar tais coisas? Afinal, você quebrou o silêncio. Ao que posso lhe responder; Sim, sou culpado! Mas vejamos, mais especificamento do que sou culpado. A primeira razão para o silêncio, “a profanação”, já se tornou inevitável, a tal ponto que perdeu o sentido, e as coisa realmente sagradas não se corrompem por tão pouco. A Segunda razão diz respeito mais direto às discussões, e tu nunca me verá discutindo com um profano coisa alguma, e aqui não peco. A terceira, trata-se de um silêncio interno e individuo, de coisa pessoais, as quais não expus aqui, e nunca o farei. A quarta razão também não pode ser, pois só me manifesto por escrita, de modo que lê quem quer, e quem não compreende não fará diferença alguma. A quinta razão é a mais clara, de fato, aqui a grande problema, a palavra escrita possui grande poder, mas não tanto quanto a falada, de modo que nunca se equipara, e por vezes falha. E certamente falhei em alguns aspectos aqui. Mas é a única forma de alcançar pessoas como você que leu ate aqui. Mas, com isso não me justifico, apenas analiso, pois a culpa ainda existe. De mesma forma que existe aos escritores citados. A isso dá-se o nome de “mal necessário”. Aquele que puder entender entenderá. Encerramos por aqui. Muitíssimo obrigado pela atenção. P:. P:. _____________________ Documento compilado por Suzaku-Sama http://suzaku-serialexperiments.blogspot.com/ “Se tu podes crer, tudo é possível àquele que crê.” (Bíblia Cristã - S.Marcos I, 23) --------------------------|Dados bibliográficos:| --------------------------Três Livros e Filosofia Oculta - Henrique Cornélio Agrippa Formulário de Alta Magia - P. V. PIOBB Dogmas e Rituais de Alta Magia- Eliphas Levi Manual Mágico de Kabbala Prática - ALI A´L KHAN S:. I:. Magia Hermética: A Árvore da Vida - Israel Regardie O Poder do Subconsciente - Joseph Murphy Magus - Francis Barrett

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