Extra 15 Anos

  • October 2019
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Extra Especial 15 anos é uma edição comemorativa do jornal-laboratõrio do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Unisul Campus Tubarão | Coordenação do Curso de Comunicação Social: Darlete Cardoso | Coordenação do Jornal-laboratório: Professora Andressa Fabris | Textos e fotos: alunos 6º semestre (professora Andressa Fabris) | Edição: alunos do 7º semestre (professor Ildo Silva) | Opinião: alunos do 7º semestre (professora Darlete Cardoso) | Projeto Gráfico: João Lucas Cardoso | Diagramação: Carine Bergmann/Agcom e

João Lucas Cardoso | Capa: João Lucas Cardoso | Anúncio contracapa: Vanessa Joaquim da Silva/Agcom-PP | Impressão: Gráfica Soller Reitor: Gerson Luis Joner da Silveira | Vice-reitor e Pró-reitor Acadêmico: Sebastião Salésio Herdt | Chefe de Gabiente e Secretário-geral da Reitoria: Fabian Martins de Castro | Pró-reitor de Administração: Marcus Vinícius Anátocles da Silva Ferreira | Diretor do Campus Unisul: Valter Alves Schimitz Neto

Opinião Uma história coletiva s trinta alunos mal continham a emoção, era o primeiro semestre do ano de 2004. A maioria dos estudantes havia recém-terminado o terceiro ano e aguardava ansiosa o primeiro contato com os veteranos. Muitos se perguntavam qual seria o tal famoso trote. A resposta viria dias depois com algumas caras pintadas e a contribuição com o trote solidário, doando um quilo de alimento. Mas, antes disso, logo no início das aulas, muito confundiram as salas, os prédios e foram parar no curso de Engenharia Civil. Equívocos a parte, o cettalzinho, como é conhecido o Bloco H, tornou-se o ponto de encontro dos futuros publicitários e jornalistas. Hoje, penso em quantas turmas, quantas pessoas não devem ter passado pelas mesmas carteiras. Quantos calouros nervosos não cruzaram os corredores? E quantos livros passaram pelas mesmas mãos nestes 15 anos do curso de Comunicação Social. Tomamos parte, mesmo que inconscientemente, da construção do curso, durante os quatro anos que participamos da graduação. Dias pas-

O

samos erguendo e desconstruindo valores no meio acadêmico. Tabus foram derrubados dentro das salas de aula, como a imparcialidade dos meios de comunicação no Jornalismo. Brigamos pela valorização do diploma dos jornalistas, como também exigimos o reconhecimento da profissão de publicitário. Passamos a dividir não somente a estrutura física, mas também as aulas com os alunos de Publicidade e Propaganda. Mesmo exercendo atividades distintas, aprendemos que ambos temos importância dentro do mercado da comunicação. Muitos de nós se envolveram com o Centro Acadêmico e lutaram por melhores condições de estudo. Exigimos um laboratório gráfico moderno, novas máquinas fotográficas digitais e fomos atendidos. Hoje, contamos com laboratórios de televisão e rádio com avançadas tecnologias. Além de um canal de TV composto por profissionais formados pela Unisul, onde podemos expor nossos trabalhos. Nos últimos três anos, contabilizamos viagens, congressos, seminários. Acompanhamos o amadurecimento

nossaredação

de cada um de nossos colegas, e compartilhamos entre os estudos, suas dores e alegrias. Migramos do patamar de colegas para amigos e companheiros. Alguns destes se atiraram com tudo no mercado de trabalho, outros trilharam o caminho dos estágios, muitos oferecidos pela universidade. Dos quarenta calouros que iniciaram, alguns descobriram que não possuíam vocação, outros dedicaram-se à família não podendo continuar, mas a maioria prosseguiu firme, disposta a seguir o caminho profissional da comunicação. No fim deste ano entregaremos nossas monografias e receberemos nossos canudos. Mas a nossa história, mesmo por um curto, mas significativo período de tempo, se entrelaçou com a do curso. Junto aos professores, à coordenação, contribuímos para o desenvolvimento dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. E podemos afirmar que logo deixaremos as mesas de estudo como profissionais não só mais capacitados, como também, mais humanos.

Sucesso na profissão vem da vontade de cada um

n

as universidades particulares espalhadas pelo Brasil afora, estão na maioria estudantes que trabalham para pagar a faculdade, ou seja, a palavra salário remete à mensalidade. Talvez dessa forma eles dêem mais importância ao grau que irão receber após quatro ou cinco anos de estudo. Mas, como em tudo sempre há uma exceção, por exemplo, temos os pais que patrocinam a universidade, mas não necessariamente significa dizer que, com mais tempo de estudo, há mais empenho por parte do aluno que possui esse perfil. E não é diferente na Universidade do Sul de Santa Catarina. O que vale dentro de qualquer profissão é a vontade de crescer, de aprender, de se antenar nas alternativas. E é o que acontece com os profissionais que saem da Unisul ou de qualquer outra universidade. Quem se destaca é aquele que se preparou melhor, que correu atrás de coisas novas, de oportunidades, e dos seus sonhos. O segredo está na pretensão de ser um bom profissional. A universidade pode ajudar na formação, mas nada comparado à própria vontade do aluno. Os profissionais que saíram da Unisul estão espalhados por todos os cantos, trabalhando em redações, rádios, TVs, assessorias, empresas, agências. Uns se destacando e outros procurando se destacar. Para conquistar o mercado é necessário dedicação, empenho pessoal e profissional. Horas de sono perdidas, fios de cabelo a menos, mas que valem a pena, pois nenhuma conquista que nos orgulhe é fácil de ser alcançada. E com toda certeza, seja na edição ou na confecção de reportagens desse jornal-laboratório, sairão ótimos profissionais, dos quais a universidade se orgulhará de um dia ter abrigado. Elsie Cademartori

mudaromundo >Aos 15 anos, quem não pensa que pode mudar o mundo, ou que

Karen Novachadlo

será no futuro exatamente aquilo que for capaz de imaginar, tornou-se realista demais antes do tempo. Quinze anos podem ser suficientes para se enxergar a humanidade como ela é, mas não para aceitar isso como inevitável.

Textos Redação Jornalística III Adriana Duarte Silvano, Alice Botega, Bibiana Pignatel, Daiane Vieira Fernandes, Emanuela da Silva, Giórgia Daniel, Keith Minelli de Oliveira, Lucas Borges, Luciana Peruchi, Peterson Crippa, Saimon Coelho.

É possível que as pessoas sejam melhores, que aprendam a ser melhores. Que leiam mais, vivam mais, cresçam, e nunca se acomodem. Pelo contrário, que questionem, duvidem e principalmente alterem o que lhes parecer necessário no modelo de sociedade que nos foi entregue. O Curso de Comunicação Social da Unisul, aos 15 anos, comemorados no dia 16 de março, ainda acredita nisso. Deixar de acreditar seria abrir mão do poder de interferir. De lutar para, mais que formar jornalistas e publicitários, ajudar na mudança de um cenário de mediocridade e ignorância. Em 15 anos não é possível mudar o mundo, porém é possível mudar

Edição Turma de Edição II Alice Botega, Altair Magagnin Junior, Ana Maria Lima, Artur Zingano, André Leandro, Elsie Cademartori, Elvis Campagnollo, Fabíola Goulart, Fernando Pereira, Gustavo Colle, Jailson Vieira, Jaqueline Hahn, Juliana Ribeiro, Julia Savi, Karen Novochadlo, Kellen Baesso, Leonardo Mendes, Luís Henrique Fogaça, Maiara Gonçalves, Magali Colonetti, Márcia Denardi, Mirelli Elias, Ramires Fernandes, Tiago Brunelli

pessoas, algumas delas. E se nas mãos dessas pessoas estiver o futuro da Comunicação Social, mudá-las é necessário. Não se pode perpetuar essa cultura de superficialidade descartável, justificada na incompetência e na falta de tempo, que se traduz todos os dias em grande parte da mídia. Poucas áreas possuem poder semelhante de transformar a realidade, um potencial que até vem sendo usado, seja para eleger presidentes ou derrubá-los (os motivos é que nem sempre são os mais nobres), mas que poderia servir para muito mais. Leonardo Mendes

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OUTROS NÚMEROS além dos 15 > Alunos, formandos, professores, pessoas que são muito mais que números constróem a história do Curso de Comunicação Social da Unisul, campus de Tubarão.

500

300

100

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aproximadamente formaram-se pela Unisul, de Tubarão, nestes 15 anos.

foram formados pela Unisul, no campus de Tubarão, nos últimos 10 anos estão no mercado.

aproximadamente já lecionaram nas duas habilitações do curso de Comunicação Social ao longo dos 15 anos.

atuam hoje no curso, com o compromisso de contribuir para a boa formação profissional de jornalistas e publicitários.

jornalistas

publicitários

professores

3

professores

construindohistória

AGCOM

Nomes que fizeram a coordenação do curso >Laudelino Santos Neto Foi o fundador do Curso de Comunicação Social. Em 1991, formulou, juntamente com Cláudio Alvim Zanini Pinter, a grade curricular. Laudelino divide o sucesso do projeto com sua equipe. “O excelente resultado foi um conjunto de fatores e pessoas que acreditavam no futuro, acreditavam no ser humano, acreditavam que a utopia podia ser possível”, conta. Ele permaneceu na coordenação por seis anos.

Outra realização pioneira de Laudelino foi a criação do curso de especialização em Jornalismo, três semestres antes da conclusão da primeira turma de graduação em Jornalismo. Aposentado desde 2004, criou o projeto “Professor Voluntário”, através do qual orienta trabalhos de conclusão de curso, participando também de bancas. Atua também como pesquisador da psicanálise.

>Joana D’Arc Souza

história curso festeja aniversário

Quinze anos de comunicação Texto Daiane Fernandes / Luciane Peruchi Edição Juliana Ribeiro / Tiago Brunelli

m meados dos anos 90, o passo inicial para implantação do curso de Comunicação Social na Unisul, em Tubarão, ganhou destaque. O motivo: a necessidade de profissionais capacitados para atender ao crescimento de uma cidade em que o rádio predominava como principal veículo de comunicação. Mas somente em 16 de março de 1992, o Conselho Universitário e a Câmara de Gestão aprovam a criação do Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, no campus Tubarão. Cinco anos depois é aprovada a instalação da habilitação em Publicidade e Propaganda. A implantação do curso possibilitou a criação, Web Rádio, Web TV, Unisul TV, jornal-laboratório Extra, Agência Modelo de Comunicação (Agcom) e também do departamento de assessoria de imprensa da Universidade. Não foi tão fácil dar os primeiros passos para a aceitação do novo curso. “As dificuldades foram imensas. Foi um trabalho de uma geração de professo-

E

res, funcionários e alunos profundamente dedicados e identificados com a história pessoal e regional”, conta o idealizador do projeto, Laudelino Santos Neto. “Mas a nossa sorte, como humanos, é que nossa memória é seletiva, e quando os anos passam a gente acaba se lembrando da maioria das coisas boas”. A grande motivação dos acadêmicos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda é a identificação pessoal. “É uma profissão interessante, vai ao encontro dos meus planos pessoais e é uma área admirável para quem quer prestar serviço à sociedade”, confirma a estudante Emanuela da Silva do 6° semestre de Jornalismo. “Escolhi o Jornalismo porque sempre foi meu sonho, aquilo que quero. Não me imagino fazendo outra coisa”, afirma o calouro de Jornalismo Thiago Oliveira. Neste ano o curso completa 15 anos, deixando a marca de sucesso e correspondendo às exigências do mercado de trabalho, que está em profissionalização crescente. “Aprofundamos o compromisso com transformações sociais em benefício coletivo do país e da região na qual a universidade está inserida”, diz a coordenadora do curso, Darlete Cardoso.

Ao se dedicar à coordenação do curso no período de 1998 a 1999, teve como maior objetivo consolidar a presença dos alunos nas decisões da coordenação. Independente do tamanho da decisão, desde o que pintar nas paredes dos blocos até chegar a ter acesso a todas as reuniões do curso, tendo o aluno uma voz presente. Eram feitos varais de fotos e poesias, além dos saraus nos cor-

redores. Em uma dessas apresentações, O Grande Mentecapto foi encenado em pleno escuro. Os alunos acendiam as luzes quando Joana exclamou: “Isso é jornalismo, quando a comunicação sai do escuro!”. Hoje em dia, Joana se dedica à carreira docente e sua paixão é a pesquisa.

>Laudelino José Sardá Considera o conhecimento um processo inacabado. Por isso descreve o magistério sua vocação sacerdotal. “Sempre estou aprendendo com os alunos”, diz. Dessa forma, permaneceu sete anos na Coordenação do Curso de Comunicação Social de Pedra Branca e Tubarão. Foi ele quem fundou o curso na unidade de Pedra

Branca e descreve como uma de suas maiores conquistas. Em sua gestão, o curso foi o primeiro da Unisul a receber o conceito A no provão do MEC. Atualmente é coordenador do SIC (Sistema Integrado de Comunicação) da Universidade e foi responsável pela criação da primeira TV da região de Tubarão, a Unisul TV.

>Nei Manique

>Isaac Rodrigues

Jornalista, é do tipo que se sente muito satisfeito em contribuir para a formação de futuros e qualificados profissionais. Com esses ideais em mente, coordenou o Curso de Comunicação Social de Tubarão de 1999 a 2001. Foram dois anos e meio de trabalho que resultaram em muitos benefícios para o curso. Em sua gestão foram criados os laboratórios gráficos com 40 microcomputadores. A grade do curso foi flexibilizada. “Essas mudanças de início trouxeram desconforto, mas com o tempo agradaram, pois assim a pesquisa científica foi apresentada aos alunos no primeiro semestre”, conta Nei, que admite sentir saudades das atividades docentes. Em sua gestão, foi criada a Agcom, em 1999. Atualmente, coordena um projeto de Web jornalismo na região de Criciúma. O endereço é www.engeplus.com.br.

Publicitário, usou sua experiência como gestor de empresas no período em que coordenou o curso de 2001 a 2004. Após aceitar o convite da direção do campus para substituir Nei Manique, realizou uma pesquisa entre os alunos para desenvolvimento de um planejamento que norteou sua gestão. Este projeto tinha dois objetivos: reestruturação administrativa e organizacional e a reestruturação dos laboratórios do curso. Os laboratórios de TV, rádio e gráfico ganharam novo espaço. Hoje, Isaac é coordenador e professor do curso de Tecnologia e Marketing, da Unisul.

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durante

15ANOS uma história é construída pela Unisul no Sul de Santa Catarina. Conheça os principais momentos do Curso de Comunicação Social - Campus Tubarão.

1991

1992

Criação do curso

Aprovação

Reitoria da Unisul autoriza a implantação do Curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo. O mercado da região demonstrava a necessidade de profissionais da área.

Em 16 de março, o Conselho Universitário e a Câmara de Gestão aprovam a criação do Curso de Comunicação Social habilitação em Jornalismo, no campus de Tubarão.

ação evento marca a passagem dos 15 anos do Curso de Comunicação Social, simula e apresenta programas no Farol Shopping

Interação entre profissionais e acadêmicos AGCOM

números

Texto Emanuela da Silva Edição Maiara Gonçalves / Mirelli Elias

C

omunicação em Ação, um dos eventos que integram a programação em comemoração aos 15 anos do Curso de Comunicação Social, ocorreu no dia 24 de março no Farol Shopping. Jornalistas, publicitários, professores, alunos, ex-alunos e convidados participaram da mostra que apresentou a realidade do curso. Uma estrutura montada com equipamentos de TV, rádio, fotografia e agência experimental despertou o interesse de quem passava pelo local. O estudante Adriano Elias Rosa participou das atividades e ficou impressionado. “Achei a idéia muito produtiva. Assim podemos conhecer como funciona a TV e o rádio”, afirma. A jornalista Caroline Bortot diz que adora participar dos eventos, rever os amigos e professores. “É uma troca de experiência muito boa”, explica. Para a ex-aluna da Unisul, que atualmente trabalha na RBS TV de Criciúma, estes debates são muito importantes. “Podemos ter contato com colegas de outros veículos e de outras áreas de atuação. Isso enriquece a vida do profissional, é um aprendizado”, observa. A rotina dos veículos de comunicação foi pauta de professores e alunos que contaram com a interatividade do público presente. Convidado a participar das gravações, o estudante Laércio Botega revelou seu interesse pelo meio. “Sempre gostei de Jornalismo, mas não imaginava que tinha tanta coisa dentro dessa área”, comenta. Além das simulações de programas de rádio, debates, entrevistas, comerciais e uso de equipamentos fotográficos, havia um telão contando a histó-

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atividades diferentes foram realizadas no Comunicação em Ação, entre elas a gravação de programas de TV, apresentação ao vivo de programa de rádio, uma pesquisa de mercado e simulação de comerciais.

100 alunos

aproximadamente foram envolvidos no Comunicação em Ação. A atividade proporcionou interatividade com o público e integração de estudantes e professores.

Com a participação de alunos, professores e profissionais, o evento produziu programas e contou com a interatividade do público

ria do curso de Comunicação. Uma das atividades do Comunicação em Ação foi a gravação do programa Câmera Aberta da Unisul TV. Os alunos da Agência Modelo de Comunicação Integrada (Agcom) fizeram a cobertura fotográfica do evento. Entre os convidados para uma entrevista com profissionais da área estava o publicitário Freddy Amandio Barbosa. Segundo ele, promover o encontro de Comunicação Social é uma boa iniciativa. “Achei o cronograma muito bom. Gostei de participar principalmente por se tratar de uma estrutura organizada pelo próprio curso e também pela interação com a comunidade”, pontua Barbosa.

Comemoração surpreende estudantes A noite do dia 16 de março foi de alegria para os alunos e professores da Comunicação Social da Unisul. A comemoração dos 15 anos do curso, realizada no Bloco H, conhecido carinhosamente por Cettalzinho, teve direito a bolo financiado pela iniciativa da coordenação e dos professores do curso. A decoração do corredor com balões e banner alusivos surpreendeu os alunos que não sabiam de nada. Aos poucos, o local foi sendo ocupado e os alunos percebendo uma diferente movimentação. Coralistas da universidade fizeram uma apresentação em

meio aos acadêmicos que ficaram emocionados com o clima festivo. Em seu discurso, a coordenadora Darlete Cardoso agradeceu ao professor e fundador do curso Laudelino Santos Neto. Emocionada, admitiu seguir honrosa e humildemente o exemplo deixado por ele. Convidado a falar, Santos demonstrou satisfação pelo desenvolvimento do curso e deixou um conselho aos alunos “Vocês devem ter orgulho de participar. A Unisul possui grande estrutura. Continuem sendo o que são: profissionais formados na comunicação”.

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professores do curso de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda participaram e coordenaram as atividades desenvolvidas durante o Comunicação em Ação.

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tortas cada uma para 100 pessoas, foram servidas no dia 16 de março, na comemoração realizada com alunos e professores para celebrar os 15 anos do Curso de Comunicação Social.

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1992

1993

Primeira turma

Primeiro evento

presta vestibular e começam as aulas em agosto com 60 alunos, vindos de diversas cidades do estado. É o terceiro implantado em Santa Catarina.

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1993 Caju Criado o Centro Acadêmico de Jornalismo da Unisul, tendo como presidente a aluna Daniela Stüpp Correa

1ª Semana de Jornalismo da Unisul é realizada de 25 a 29 de setembro.

tecnologia Laboratórios do Curso de Comunicação Social dispõem de modernas ferramentas de trabalho aos estudantes

Novos equipamentos à disposição dos alunos FOTOS: GEORGIA DANIEL

O laboratório gráfico recebe vinte computadores novos para a prática profissional dos alunos

Local de leitura e pesquisa Os laboratórios de TV e Rádio já estão na era digital, com equipamentos de última geração do mercado Texto Giórgia Daniel Edição Juliana Ribeiro / Tiago Brunelli

ara iniciar o Curso de Comunicação Social em uma universidade é necessária uma boa infra-estrutura. Por isso, os laboratórios de rádio, TV e laboratório gráfico são reformados de tempos em tempos. A última reformulação ocorreu em agosto de 2006, quando foram trocados por equipamentos digitais e de fácil manuseio. A função destas salas é a de instruir os alunos para uma melhor adaptação ao mercado de trabalho. Os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda dispõem, além dos novos laboratórios, também do laboratório de fotografia e da hemeroteca. Os Laboratórios de Rádio e TV são terceirizados pela empresa Ilimitada. “Sempre procuramos manter equipamentos atualizados”, destaca a coordenadora dos cursos Darlete Cardoso. No segundo semestre de 2006, novos laboratórios e computadores para edição de trabalhos e projetos foram colocados à disposição dos alunos. Quando entrou na coordenação, Darlete achava que havia uma deficiência no curso. O que

P

faltava eram os alunos editando as imagens e áudio e usando nas câmeras filmadoras. “Os acadêmicos têm que ser os protagonistas de seu aprendizado”, complementa a coordenadora. Além de equipamentos novos, os alunos podem contar também com uma bancada, que serve para a exibição de telejornais experimentais. Os acadêmicos que tiverem interesse podem participar da jornais de TV e Rádio e da Agência de Comunicação (Agcom). Neles, os alunos aprendem a fazer matérias e comerciais publicitários em jornal, rádio e TV, vivenciar o dia-a-dia da profissão e conhecer melhor os equipamentos. Em relação aos dois laboratórios gráficos, apenas um recebeu reforma tecnológica este ano, contando com 20 computadores novos. Outros investimentos devem ser feitos nos próximos meses no segundo laboratório gráfico e no de fotografia.



a

hemeroteca é um local reservado para armazenar os periódicos, projetos e monografias. Todo Curso de Comunicação Social deve ter este espaço, pois é uma exigência do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Hoje, quem é responsável pela aquisição de jornais e revistas é a coordenação do curso, com assinaturas pagas. Os exemplares ficam

Os alunos poderem manusear os equipamentos como as câmeras de vídeo, ilhas de edição e de áudio e gravadores digitais são o diferencial do curso.” Elvis Campagnollo, 7º semestre, jornalismo, estagiário da Unisul TV

disponíveis por até dois meses e depois são doados a instituições, para que possam ser vendidos ou reciclados. Também são arquivadas monografias e projetos experimentais. A hemeroteca está localizada na frente da sala da coordenação. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 19 às 22h30min e é aberta aos acadêmicos.

Na Hemeroteca, os alunos encontram periódicos e trabalhos produzidos no curso

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1994 Prêmio É lançado o Prêmio Caju de Jornalismo, que têm três adições anuais consecutivas.

durante

15 ANOS

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1994

1995 Primeira cobertura

Jornal laboratório

1995 Registrado

Alunos produzem edições diárias do Extra! diretamente da Produsul, em parceria com o Diário do Sul, primeiro jornal diário de Tubarão.

É lançada a primeira edição do Extra!, em A4, frente e verso, tendo como jornalista responsável o professor Laudelino Santos Neto.

Max Alexandre Rampinelli toma posse no Caju . É o primeiro registro em ata do centro acadêmico.

modernização Aos 15 anos da criação do Curso de Comunicação, novo projeto pedagógico é aprovado e entra em 2008

Curso passa por atualização curricular KEITH MINELLI

Texto Keith Minelli de Oliveira Edição Elsie Cadermartori / Márcia Denardi

evar o melhor do ensino ao aluno é o que almeja toda universidade preocupada com o caminho do futuro profissional. Em 1992, surge o Curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo. Publicidade e Propaganda foi integrada após cinco anos. O fluxo curricular da habilitação em Jornalismo, ao longo dos 15 anos, foi modificado apenas uma vez, quando o projeto pedagógico sofreu alterações, em 1997. Entre elas estão a inclusão da disciplina de Comunicação Empresarial para ambos os cursos, e ajustes de algumas cadeiras. Além disso, ocorreu a inclusão de conteúdos, como jornalismo online. Ao longo dos anos, o curso foi aprimorando sua estrutura. A implantação de novas tecnologias e equipamentos acarretaram na qualificação do ensino. A coordenadora do Curso de Comunicação Social, Darlete Cardoso, afirma que o aluno não pode sair da universidade com dúvidas. “Não deixar o aluno

L

sem resposta significa investir na construção do conhecimento e essa construção passa pela interação entre aluno e professor e entre a teoria e prática”, explica a coordenadora. Há uma preocupação constante em oferecer aos acadêmicos um bom fluxo curricular, professores qualificados, com competência teórica e prática. O curso possui um quadro de professores com conhecimento do mercado de trabalho, mas também acadêmico. A universidade é o local onde o aluno pode aprimorar técnicas que utilizará no seu dia-a-dia profissional. “Aqui o aluno pode errar; no mercado não”, afirma. A atualização do projeto pedagógico e, conseqüentemente, do currículo é uma necessidade para que o curso avance e prepare o aluno para um mercado em constante evolução. O novo projeto, maturado após muita pesquisa e debate entre professores e alunos do campus de Tubarão e Pedra Branca, entra no primeiro semestre de 2008. Centrado na formação do profissional que exerça a autoria e a iniciativa, novas disciplinas e conteúdos voltados às transformações sociais e tecnológicas fazem parte do fluxo curricular.

Ex-alunos criticam antiga grade A universidade, além de formar profissionais, prepara cidadãos. É durante a vida acadêmica que os alunos desenvolvem a crítica sobre os mais variados assuntos. Por isso, o curso possui disciplinas como Sociologia, Epistemologia, Estética e Psicologia, válidas em qualquer área de atuação, para a formação humanística. Como a grade curricular não sofreu alterações significativas até agora, percebe-se que muitas disciplinas poderiam ser substituídas, ou novas serem acrescentadas.

Na opiniao do ex-aluno Marcelo Becker, que trabalha na sucursal do Diário Catarinense em Tubarão, poderia ter “Língua Estrangeira-Inglês e o aumento de matérias práticas, como redação jornalística , TV e rádio. A editora-chefe do jornal Notisul, Priscila Loch, que também é formada pela Unisul, acredita que há vários conteúdos importantes, mas não explorados. “A redação, que é a essência do Jornalismo, precisa fazer parte de todos os semestres, assim como a Língua Portuguesa”, propõe.

Novas tecnologias e disciplinas são acrescentadas aos cursos para que as aulas se adaptem ao mercado de trabalho

Estudantes discutem relevância das disciplinas oferecidas no curso de Comunicação Social para o mercado

Publicitários propõem reforma

o

publicitário Sandro Fabrício Ramos, que trabalha na Agência Zions Comunicação e Eventos em Tubarão, comenta que faria substituições em Publicidade. Destaca a idéia de ter uma cadeira de Atendimento. Para o publicitário Carlos Eduardo dos Santos há uma grande deficiência na grade de PP: “há disciplinas que não têm relevância para o mercado”. E acrescenta, “produção gráfica é oferecida somente em um semestre. Redação tem quatro disciplinas, direção de arte tem uma. Se formos olhar numa agência atual, é mais fácil encontrar diretores de arte do que redatores”.

As disciplinas teóricas são compartilhadas entre Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Então, durante um ano e meio, os alunos de ambos os cursos fazem as mesmas cadeiras. O publicitário Sandro Ramos diz que “a grade de PP foi feita com base na de Jornalismo”. Existem algumas novidades para os cursos de Comunicação Social. O Projeto Pedagógico está passando por uma renovação, com novo fluxo curricular. Já foi aprovado na Congregação do Curso, e aguarda a aprovação da Unisul. O novo projeto pedagógico entra no primeiro semestre de 2008.

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1996

Formatura

Extra!

É realizada a colação de grau da primeira turma, em cerimônia no Clube 7 de Julho. O paraninfo é Pedro Sirotsky e patrono senador Esperidião Amin. O nome de turma é um dos pioneiros da imprensa em Tubarão, jornalista Manoel Menezes.

Jornal-laboratório passa a ser impresso em tablóide, com oito páginas, em papeljornal, sob a coordenação da professora Luciane Zuê Z.. e Souza.

reconhecimento Projetos acadêmicos ganham destaque em festivais e concursos nas diversas áreas de Comunicação Social

LUCAS BORGES

1996

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Teoria e prática que resultam em prêmios Texto Peterson Crippa / Emanuela da Silva Edição Magali Colonetti / Luiz Henrique Fogaça

ários trabalhos de estudantes do Curso de Comunicação Social da Unisul de Tubarão foram reconhecidos ao longo dos 15 anos. Alguns se destacaram a tal ponto que ainda hoje são lembrados não só no meio acadêmico, mas também entre os profissionais. A grade curricular do curso, além das disciplinas distribuídas em oito semestres, possui três projetos experimentais e a monografia. Nesses trabalhos são produzidos pelos acadêmicos materiais nas áreas de TV, Rádio, mídia impressa e Web. A exigência aproxima o estudante da realidade da profissão fazendo com que o mesmo adquira experiência. A dedicação de alguns alunos na produção destes projetos é reconhecida na participação de prêmios e concursos.

V

Todos os anos na cidade de Criciúma é realizado o prêmio ACIC (Associação Empresarial de Criciúma) de Jornalismo. Este evento premia os melhores profissionais da região nas áreas de TV, rádio e mídia impressa. O prêmio abre espaço para os trabalhos acadêmicos, onde em todas as edições destacam-se os alunos da Unisul. Além de eventos regionais, os acadêmicos participam de concursos como a Expocom / Intercom. No ano de 2004 a jovem jornalista Clarissa Peixoto foi premiada na capital gaúcha. O projeto de um CD para a divulgação da cidade de Laguna, de maneira interativa através de programas educativos, ganhou o primeiro lugar na categoria Rádio/TV. “Sempre acreditei que um projeto bem montado, desafiando os obstáculos do dia-adia poderia me ajudar no ingresso para o Mercado. Por isso acho importante os trabalhos de conclusão de curso”, ressalta Clarissa.

O Intercom 2004 também reconheceu a professora Darlete Cardoso pelo sua dissertação de mestrado, ficando em primeiro na categoria Jornalismo e entre os 10 melhores do país. Muitas destas participações servem de exemplo para os demais alunos. Saymon Coelho acadêmico da sexta fase, inspirando-se nos colegas já premiados, montou um experimental de rádio e pretende inscrevê-lo na Intercom deste ano. “Quero tentar vencer, mas o importante mesmo é que outras pessoas vejam meu material. Acho interessante esta multiplicidade de idéias”, afirma. A mais recente premiação vem no Festival de Publicidade de Gramado deste ano. Os alunos de Publicidade e Propaganda Gustavo Bilessimo, Jaqueline Messaggi e Marieli Pirolla tiveram seu trabalho classificado em 3º lugar na América Latina com uma campanha social sobre o tema infância.

fiqueligado >No 7º Prêmio Acic de Jornalismo de

>No Festival de Publicidade

2007, sete trabalhos acadêmicos foram inscritos.

Gramado 2007 foram premiados os alunos de PP

Todos de alunos da Unisul, campus de Tubarão.

Gustavo Bilesimo, Jaqueline Messaggi e Marieli

Os vencedores foram Thaís Ramos e Saimon

Pirolla com o Galo de Bronze no Prêmio Universi-

Novack, com o vídeo Leite materno: a gota da

tário de Comunicação Social Latino-americano. A

vida. No ano passado, os vencedores foram João Manoel de Souza Jr. e Délia Dias, com o projeto de rádio Histórias do Cine Beluno.

>Prêmio Unimed de Jornalismo está na 6ª edição. Diversos alunos do curso inscreveram seus trabalhos, com tema Saúde. O vencedor da categoria Destaque Acadêmico recebe R$ 2.000,00. A exaluna e ex-professora Adriana Oliveira já foi contemplada com o prêmio na categoria profissional.

de

premiação foi entregue em junho, em Gramado.

As alunas de Jornalismo Júlia Savi e Magali Colonetti nas gravações do projeto de televisão

Tema único para projetos finais

n

este semestre os acadêmicos de Jornalismo da Unisul depararam-se com uma novidade. Seus projetos experimentais seriam desenvolvidos em torno de um único tema. No curso de Publicidade isso acontece desde 2006. O tema escolhido pelos professores, para ambos os cursos, foi Meio Ambiente: o Aquecimento Global. A função desses projetos é dar oportunidade para o aluno, em teoria, experimentar todas as disciplinas que ele teve contato durante o curso, agregando-as em um projeto único. “O tema meio ambiente está em destaque hoje em dia no mundo inteiro. Então achamos que seria interessante ter a nossa participação, contribuir de alguma forma para levar o assunto à discussão, à reflexão”, concluiu o professor Mário Abel Bressan, coordenador dos trabalhos de conclusão de curso. O único tema facilita também a tarefa dos professores. Além de suas atividades em sala de aula, eles precisam ler todos os projetos, buscar soluções, críticas construtivas e apontar o que poderia ter sido diferente na construção dos mesmos. Há também o sacrifício pessoal por parte dos acadêmicos, que dedicam tempo, dinheiro e disposição para desenvolverem os trabalhos especiais. Alguns acreditam que é no período de produção dos projetos que mais se aprende. A acadêmica do curso de Publicidade e Propaganda, Vânia Paris,

do sexto semestre, está se preparando para fazer o projeto. “Isso cria para nós futuros publicitários uma unidade de campanha, porque vamos preparar o material pensando em apresentar nas três formas de mídia”, afirma. Vânia vai ter que realizar os projetos de Rádio, TV e Cinema e Mídia Impressa juntos, conhecido como “projetão”, onde o aluno desenvolve uma campanha publicitária completa. Já no curso de Jornalismo, os projetos de Rádio, TV e Jornal são feitos separados. O aluno pode trabalhar uma área por semestre e não precisa fazer todos sobre o mesmo tema. Nas duas habilitações é exigida a famosa Monografia. Todas têm apresentação pública e são avaliadas por uma banca de professores. Os projetos possuem duas partes: a escrita/teórica e o material editado. Na primeira parte, o aluno explica o projeto e defende o uso da mídia para tratar sobre o assunto escolhido. Em Publicidade, a primeira parte é destinada ao histórico do cliente, à pesquisa e ao planejamento das mídias que vão ser utilizadas. Os alunos seguem um cronograma, incluindo os dias de gravações e edição. O processo é orientado por um professor e com apoio técnico dos laboratórios do curso. A apresentação dos trabalhos sobre Aquecimento Global foi realizada no período de 2 a 7 de julho.

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extra

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durante

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1997

1997

1997

Crescimento

Reformulação

Evento estadual

Habilitação em Publicidade e Propaganda é criada. O curso é criado no campus de Pedra Branca/Grande Florianópolis, com habilitações em Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Cinema e Vídeo.

Grade curricular de Jornalismo é reformulada para acompanhar as transformações e o crescimento do curso.

É realizada a terceira edição do Encontro Catarinense de Comunicação Empresarial, integrando os campi. Alunos de Tubarão apresentam dramatização de uma assessoria de imprensa.

15 ANOS

Diversos ex-acadêmicos do curso fazem parte do corpo docente da Unisul e do Curso de Comunicação Social, campos de Tubarão

>Mario Abel Bressan Jr. >Darlete Cardoso

FOTOS: GIORGIA DANIEL

Coordenadora do Curso de Comunicação Social desde 2004, Darlete sempre sonhou em tornar-se jornalista. Acabou prestando vestibular para Administração em 1975, pois na época o curso de Jornalismo só era oferecido no Rio Grande do Sul e Paraná. Neste período, Darlete trabalhou como colunista em semanários de Tubarão, na Rádio Tabajara e como assessora de comunicação. Porém em 1992, Darlete viu a possibilidade de realizar seu sonho, ingressando na primeira turma de Jornalismo da Unisul. Para a professora, a graduação em Jornalismo foi mais que um aprendizado, mas a realização de um projeto de vida.

ex-alunos A carreira acadêmica é uma das possibilidades da área

Aprendendo e ensinando na mesma universidade Texto Giórgia Daniel Edição Arthur Zingano / Fernando Pereira

A

>Rafael Matos Trilhou vários caminhos para chegar ao cargo de assessor de imprensa da Unisul e professor do curso de Jornalismo.. Formado na primeira turma de jornalismo, Rafael trabalhou como diagramador, radialista e repórter televisivo. O jornalista sempre considerou a profissão um hobby, “trabalhei muito domingo cobrindo esporte para a TV, mas eu não via como um emprego e sim diversão”, relembra.

vida estudantil apresenta diversas fases. Ao terminar o ensino médio e ingressar na universidade, a maioria dos acadêmicos tem dúvidas sobre o futuro profissional. Uma das indecisões é a área em que irá atuar. Os estudantes costumam pensar: será que vou ingressar rápido no mercado? Vou ter retorno financeiro? Mas, o amor pela comunicação e a satisfação de ser um profissional, pode despertar o interesse de diversos ex-alunos a investirem na carreira docente. A Unisul é um exemplo. Alguns dos docentes dos cursos de Comunicação são formados na própria universidade. Darlete Cardoso foi uma das acadêmicas da primeira turma de Jornalismo, e após se formar, começou a dar aulas

nos cursos de Administração e Economia, em 1996, ministrando a disciplina de Comunicação Empresarial. Hoje, além de professora do curso é também coordenadora . O professor de Publicidade e Propaganda, Mario Abel Bressan Júnior, formado na segunda turma, conta que na sua época o curso estava sendo aperfeiçoado. “O corpo docente estava melhorando suas técnicas didáticas para transmitir conhecimento aos alunos. Atualmente o nível do curso pode ser equiparado a boas universidades do país”, completa. O professor lembra que a primeira matéria que ensinou foi Comunicação Comparada. Atualmente, Mário leciona Introdução à Publicidade e Propaganda, Teoria da Comunicação e Comunicação Comparada, além de orientar Monografias e Projetos Experimentais em PP. O professor Rafael Matos, que compartilhou a primeira turma de Jornalis-

mo com Darlete, iniciou a carreira acadêmica lecionando Edição 1 em 1999. Atualmente leciona três disciplinas, além de orientar Projetos Experimental de Rádio e de TV. A professora Silvana Lucas, que leciona fotografia, fez parte da terceira turma de Jornalismo. Silvana começou a dar aulas na Pedra Branca no ano de 1998, nas disciplinas de Introdução à Fotografia e Fotojornalismo. Atualmente leciona Fotografia em Tubarão na duas habilitações, além de participar da Agência Modelo de Comunicação Integrada (Agcom) e de coordenar o Laboratório de Fotografia do curso. Outras alunas que viraram professoras são Desiree Freccia Carvalho e Helena Iracy dos Santos Neto, que leciona na Pedra Branca. William Máximo, José Henrique de Souza, Marília Koenig e Claúdia Formentin são também exemplos de exalunos que abraçaram a carreira docente, lecionando em cursos da Unisul.

Professor do curso de Publicidade e Propaganda da Unisul, campus Tubarão, Mário conta que sempre procurava algo a mais do que era ensinado na universidade. “A família observou mudanças no meu comportamento, pois eu sempre procurava atividades sobre o curso dentro de casa. Por isso me apoiaram”, diz. Mário. Ele recorda que na época de estudante os laboratórios e as oportunidades eram inferiores às encontradas atualmente. “Hoje os laboratórios são mais sofisticados e as oportunidades são melhores”. Começou a trabalhar na quinta fase do curso, participando de estágios, e não parou mais. Já atuou na Agcom e hoje coordena os projetos de conclusão do curso.

>Silvana Lucas A professora de Fotografia, iniciou o curso de Comunicação Social em 1993, na Unisul de Tubarão. Já fez especialização e concluiu o mestrado em 2006. Em janeiro deste ano, foi a Cuba fazer um curso de especialização em fotografia para aprimorar suas técnicas. Silvana conta que sempre gostou de fotojornalismo. “Muitas vezes eu estava na aula e chegavam pessoas perguntando se eu podia sair para fazer fotos”.

extra

especial15anos

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1998 Primeiro prêmio

1998 Web rádio

Semana de Jornalismo passa para Semana de Comunicação Social, integrando as duas habilitações, com palestra de abertura de Alexandre Filizola, da agência McCann.

Os alunos Simone Silva, Luciane Picollo, Márcio Eyng, Adriana Borges, Elizangêla de Oliveira, Sílvia Marceneiro e Jânia Gomes produzem vídeo combate ao fumo e recebem 1º lugar no 11º Set Universitário da PUCRS.

é a primeira rádio na internet no Brasil, criada sob a coordenação do então professor Nei Manique.

AGCOM

1998 Integração

inovação O curso de comunicação social está inovando seu currícular, ligando a teoria da sala de aula com a realidade do mercado

Quinze anos de evolução, e lá vem novidades... Texto Adriana Duarte Silvano Edição Jailson Vieira / Ramires Fernandes

evento “Comunicação em ação” realizado no Farol Shoping no dia 24 de março deste ano, ocorreu por um motivo muito especial, a comemoração aos 15 anos do Curso de Comunicação Social da Unisul, Universidade do Sul de Santa Catarina. “É importante a interação com o público externo, com a comunidade, pois este contato consolida o curso”, explica a coordenadora do curso de Comunicação Social, Darlete Cardoso. A exposição dos equipamentos durante o evento, apesar de ter sido trabalhosa, teve um retorno importante e deve continuar. Assim como o “Comunicação em Ação”, outros eventos estão previstos, entre eles o “Festival da Comunicação”, com

O

quatro categorias de exposição de projetos da área, sendo duas de Jornalismo e duas de Publicidade e Propaganda, a acadêmica e a de jovens profissionais. “O objetivo é mostrar trabalhos de acadêmicos em uma categoria, e outra para profissionais, com julgamento para cada categoria em ambos os cursos”, ressalta Darlete. O Festival vai acontecer ainda este ano, em novembro. O Curso de Comunicação Social vai sediar também o 4º Encontro de Jornais-laboratório e o 2º Encontro de Agências Experimentais de Comunicação. O curso participa tabém do Unisul Contexto, que acontece de 22 a 26 de outubro, com palestras e work shops. Uma grande festa para alunos e exalunos está em fase de organização, a realizar-se em setembro, a 1ª Macarronada da Comunicação. Sobre o conteúdo pedagógico, para o próximo ano será implanta-

do um novo projeto, somente para quem iniciar o curso. Aos veteranos continuará a mesma grade flexibilizada. As disciplinas vão mudar conceitualmente. Aa coordenadora conta que aposta no futuro das mídias digitais. Os conteúdos serão ampliados e adaptados à nova realidade social, que traz como tendência a diversificação dos meios de comunicação. A idéia do projeto é associar cada vez mais a teoria com a prática, e continuar trabalhando a qualificação dos professores, com foco na sala de aula. Serão acrescentadas três disciplinas de aperfeiçoamento, chamado núcleo orientado, em que o aluno já formado pode voltar à universidade para estudar, buscando atualização e maior qualificação para lidar com as mudanças. O curso oferece o exercício prático em rádio, web, jornal e televisão, agência de publicidade, através da Agcom.

Trabalhos extra-classe: teoria e prática

o

9

jornal - laboratório é uma atividade extra-classe com o intuito de oferecer ao aluno uma visão prática de toda a teoria que aprende em sala de aula. Este teve edição especial sobre o aniversário do curso, e o próximo provavelmente sai com edição normal de 8 páginas. “A interdisciplinaridade vem dando certo, pela experiência que é rica, pois o trabalho coletivo é similar à prática real das empresas jornalísticas”, confirma a coordenadora desta edição do jornal-laboratório, professora Andressa Fabris. Para contar as experiências na produção do jornal, as universidades de Santa Catarina, que possuem curso de Jornalismo, resolveram promover o Encontro de Jornais-laboratório, evento que serve para unir acadêmicos e professores que desenvolvem a mesma atividade nas suas universidades. O primeiro encontro foi

realizado na Unisul de Pedra Branca, o segundo na Unidavi de Rio do Sul, e a sede do encontro passado, em 2006, foi o Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus (Ielusc), em Joinville. Neste ano, a quarta edição do encontro, será na Unisul campus de Tubarão em comemoração aos 15 anos do curso. Além do jornal-laboratório, outros projetos movimentam os alunos. Como diferencial, o curso possui bolsistas na Unisul TV, canal de televisão aberta que transmite programação da TV Cultura. A assessoria de imprensa da universidade é outro campo de aprendizagem aos acadêmicos que atuam como bolsistas, além da própria Agcom, onde alunos de Jornalismo e Publicidade são acompanhados por professores na realização de atividades, capacitando para o mercado de trabalho.

Eventos como o Comunicação em Ação serão realizados com maior freqüência

fiqueligado

>nos d

ias de hoje nar com estudantes é possível se relaciodade pela internet de Jornalismo e Publici. Há sites (blogs) qu e reúnem informação e co meios de comunica nhecimento de todos os ção. >o acadêmic

o recebe muitas of ertas de concursos, como o “P “Concurso Universit rêmio Editora Abril” e ár São oportunidades io de Jornalismo CNN”. qu desapercebidas no e não podem passar meio acadêmico. >a Unisul criou o SAIAC (Serviço de At di

mento Integrado ao enaluno encontra mai Acadêmico). É lá que o s de estágios extra-c informação a respeito urriculares.

10 especial15anos extra

janeiro-junho/07

durante

15 ANOS

1999

1999

1999

Novidade

Web TV

Promoção

Agências Experimentais de Notícias e de Publicidade são criadas. São o embrião da hoje consolidada Agcom. Boletim ComunicAção é criado com notícias do curso.

É criada a Web TV pelo professor Nei Manique, que passa a coordenador do curso.

É realizada a primeira edição do Lava Car, que teve três edições anuais, com arrecadação de alimentos para a Pastoral da Criança de Tubarão.

estágio Comunicação Social alia teoria e prática na agência experimental, que congrega alunos de todos os semestres

Curso oferece exercícios de atuação profissional CRÉDITO DE FOTO

Texto Adriana Duarte Silvano Edição Fabíola Goulart / Leonardo Mendes

U

m dos motivos de discussão entre os alunos de Comunicação Social é a questão do estágio curricular não ser regulamentado. Porém como modo de suprir tais necessidades e constituir uma oportunidade ao estudante, a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), criou espaços de aprendizagem, identificados como experiência extracurricular através de estágio. No Curso de Comunicação Social, atualmente estes espaços são supridos pela Agência Modelo de Comunicação Integrada (Agcom) e o Jornal-laboratório Extra. A primeira iniciativa foi a Web Rádio, criada em 2 de abril de 1998 pelo professor Nei Manique, que um ano depois se tornou coordenador do curso. Surgiu como suporte à disciplina de Rádio Jornalismo II, com o nome inicial de Rádio Digital Unisul. “A idéia era midiatizar os trabalhos dos alunos”, explica Nei. Inspirada no projeto da Web Rádio, a Web TV começou a funcionar entre 1999 e 2000, durante a gestão de Nei. Também em 1999 foi implantada a Agcom, a agência experimen-

tal do curso que integra Jornalismo e Publicidade. Com disponibilidade de laboratório e equipamentos, os alunos de jornalismo produzem um boletim diário para a Rádio Tubá, de Tubarão, e para a Rádio Araranguá. São responsáveis também pelo site Mural.com, coordenado pelo professor Cláudio Toldo, com notícias da Unisul, ar-

da passou a estagiar na Web TV. “As atividades realizadas compreendem desde a escolha da pauta, produção, edição e montagem. Porém poucos aproveitam essas chances, em parte por acomodação e em outra por questões financeiras”, comenta. Junto com Daniela, também faz estágio o acadêmico Elvis Campagnollo, que está no sétimo semestre. “Comecei um pouco tarde e estou correndo atrás do tempo perdido”, ressalta Elvis, que trabalhava em uma empresa fora do ramo jornalístico, mas em setembro de 2006 deixou o emprego para ter um maior contato com a futura profissão através do estágio. Hoje está na Unisul TV, que é desvinculada do curso, mas há uma parceria entre ambos. Já o jornal Extra foi criado logo no início do curso, seguindo orientação do Ministério da Educação, que determina que os cursos de Jornalismo devem possuir um jornallaboratório. O professor Mauro Meurer foi um dos primeiros supervisores do jornal, que busca produzir em média quatro edições por semestre. “A idéia é que o ritmo se aproxime do mercado, normalmente a pauta é feita em uma aula, os alunos apuram durante a semana, escrevem na outra e editam na aula seguinte”, explica Mauro.

Na Agcom, UnisulTV, web rádio e TV, jornal-laboratório e na assessoria de comunicação da Unisul alunos aproveitam para adquirir prática tigos de alunos e links para blogs. Com a criação da Unisul TV em 2006, o curso passou a produzir dois blocos de cinco minutos diários veiculados nas edições do telejornal Câmera Aberta. Na parte de Publicidade da agência são criadas campanhas publicitárias, como a de lançamento da Unisul TV, além de folders e cartazes. A idéia é oferecer uma oportunidade de conhecimento prático do mercado de trabalho, aproximando os acadêmicos da realidade. A aluna de jornalismo Danieli Antonello, do quinto semestre, faz estágio desde o primeiro. Ela conta que iniciou na Agcom, e em segui-

>>>>>>>

Desde o início da Agcom, o planejamento das atividades começa na reunião de pauta

Tecnologia Rádio e TV são recursos utilizados pelo Curso de Comunicação Social para inserir os estudantes nas transformações do mercado de trabalho

crificium confessionum mearum mcrificium confessionum mearum mcrificium confessionum

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especial15anos

janeiro-junho/07

11

2000

2000

2000

Logomarca

Inovação

Flexibilização

Agcom promove campanha para escolha da logomarca do curso, sob a coordenação do então professor Marcelo Lessa. UNICOM é a logo vencedora.

O boletim ComunicAção é transformado em Mural.com, nas versões impressa e online, sob a coordenação do ex-professor Ivan dos Santos. O projeto é do aluno Gabriel Guedes, com a participação de Litiane Klein.

Grade curricular é flexibilizada no curso em Tubarão, antecipando disciplinas práticas.

Evento É lancaça a primeira edição do projeto Vídeo na Rua.

benefício concedido pela Unisul realiza o sonho de muitos alunos

Bolsa de estudo garante o acesso à universidade Depois de três anos, Joelma desiste de Jornalismo e muda para Turismo

Dificuldade tira aluno das salas de aula I A aluna Keith Minelli é uma das contempladas com a Bolsa Unisul 40 anos e realiza o desejo de cursar Comunicação Social

Texto Daiane Fernandes / Saimon Coelho Edição Karen Novochadlo / Kellen Baesso

P

ara a acadêmica do 6º semestre de Jornalismo Keith Minelli, o ensino superior era um sonho. “A maior parte da minha educação foi em escola pública e quando os meus colegas falavam sobre faculdade, eu ficava calada. Acreditava que o ensino superior estava fora da minha realidade”, revela a estudante. Keith, junto a outros sete alunos do Curso de Comunicação, é uma das contempladas com o programa Bolsa Unisul 40 anos, implantado pela universidade em comemoração ao aniversário da instituição. Mas existem outros estudantes contemplados com outros tipos de bolsas de estudo e de pesquisa. Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC), apenas 30% dos jovens brasileiros entram na universidade. A importância de um programa de bol-

sas de estudo é beneficiar o aluno que não tem condições de pagar uma universidade, para que ele tenha oportunidades melhores no mercado de trabalho. “A bolsa oferecida pela Unisul foi a oportunidade de ingressar em uma universidade e garantir um futuro profissional”, reconhece a universitária Vânia Paris, do 6° semestre de Publicidade e Propaganda. Vânia foi beneficiada, assim como Keith, com a Bolsa Unisul 40 anos, distribuída em 2004. No programa, foram destinadas 10% das vagas oferecidas no vestibular, o que totalizou 331bolsas em todos os cursos de graduação da Unisul, além de ajuda alimentícia aos estudantes mais carentes. O aluno que recebeu a bolsa assumiu o compromisso com o crédito estudantil próprio da universidade, para realizar o pagamento de 50% do benefício após o término do curso. Na graduação em Comunicação Social, do campus de Tubarão, foram aber-

tas 10 vagas, das quais hoje têm sete acadêmicos estudando regularmente. A universitária do 6° semestre de Jornalismo Adriana Duarte foi uma das beneficiadas com a bolsa. “Pensava em concluir uma graduação e quando a oportunidade surgiu me inscrevi, mas sem confiança de conseguir. Para mim foi uma surpresa ver que o meu nome constava na lista de selecionados”. Hoje, existem outros programas de bolsa, como “Passaporte Unisul”, e de financiamento, “Crédito Pravaler”. As bolsas oferecidas pela universidade abatem até 50% do valor da mensalidade. Os programas de crédito possibilitam que o aluno parcele o curso em mais vezes, mesmo depois de formado. Ainda existe uma bolsa de estudo disponiblizada pelo governo do estado de Santa Catarina, o Artigo 170, que beneficia alunos de famílias com renda inferior a 1,5 mínimo per capta e que não tenha outra graduação. São dois tipos de bolsa: trabalho voluntário e pesquisa.

ngressar na Universidade não requer apenas força de vontade e afinidade com a profissão. O investimento necessário é alto. Portanto exige atenção dobrada na hora de escolher o curso. Os acadêmicos precisam estar atentos ao mercado de trabalho, ou podem não se agradar com a escolha e acabar optando por uma área diferente. Todos os semestres, é comum os acadêmicos mudarem o foco de estudo, não apenas por não se agradar das disciplinas, mas também por problemas pessoais ou até mesmo econômicos. A aluna do curso de Turismo e Hospitalidade Joelma Josiane Turossi freqüentou durante três anos o Curso de Comunicação Social. Joelma trabalhou cinco anos em uma rádio do sul do estado. Destes, três foram como repórter policial. Algumas diferenças entre o que aprendeu em sala de aula e a experiência no dia-a-dia fizeram com que optasse pela troca de curso. Atualmente a futura turismóloga se sente satisfeita com a decisão tomada. O aluno deve escolher a profissão por afinidade e não apenas para agradar aos pais e à família. Freqüentar uma universidade exige disciplina e responsabilidade, já que muitos alunos saem da casa dos pais ou começam a trabalhar. Nem sempre o descontentamento com o curso é motivo para que os alunos abandonem as salas de aula. O fator econômico foi decisivo para que o ex-acadêmico de Jornalismo Fabrício Espíndola trancasse o curso. A saída para que alguns alunos continuem os estudos é a procura por bolsas, como o Artigo 170 ou o setor de renegociação junto ao Saiac (Serviço de Atendimento Integral ao Acadêmico). Doenças na família ou depressão são fatores que também colaboram para que o aluno pare de estudar. Esses casos afetam seriamente o desempenho acadêmico e o estudante deve ter em mente o que é melhor, trancar ou continuar estudando. Aline Demboski trancou o curso por problemas pessoais. Como acredita que um sonho não deve ser abandonado, pretende voltar no próximo semestre. “Não desanime, não desista no primeiro obstáculo, para alcançar o objetivo basta você querer”, acredita.

12 especial15anos extra

janeiro-junho/07

>Cláudia Fomentin

formou-

os pais e alunos. O mais importante

ção profissional, e diz que é sempre

se em Jornalismo em 2001 e como

foi que a diretora Erly Popoaski

bom escutá-los. “Durante o curso

outros alunos também fez estágio no

aprovou o meu projeto e publicou já o

tivemos ótimos professores, mas um

Portal da Unisul.

primeiro”, diz.

dos que marcaram foi professor Valmir

Cláudia conta que teve a idéia de

Segundo Cláudia, o projeto foi muito

dos Passos. Ele era exigente e fez

fazer o Projeto Experimental de Jornal

gratificante e rendeu um contrato

mudar alguma coisa dentro de min.

para o Colégio Dehon: “meu projeto foi

para trabalhar com a comunicação do

Mostrou que as coisas não aconte-

um jornal foi voltado para as ativida-

Dehon. Ela explica que os bons

cem separadas. Tem que ler muito e

des do colégio, um informativo para

professores ajudaram em sua forma-

ter conhecimento holístico”, relata.

>Denise de Medeiros Formada em Publicidade e Propaganda desde 2002. Pós-graduada em Fotografia pela Universidade

paixão Design é uma área que raramente cativa os alunos durante o Curso de Comunicação

Estadual de Londrina, Denise Medeiros trabalha na área de criação e produção há seis anos. Ainda estudante trabalhou no Foto Vieira com restauração fotográfica e estagiou no laboratório de fotografia da Unisul. Entre as várias atividades realizadas, trabalhou na CAF Produções com produção de vídeo e foi proprietária de um estúdio de fotos. Atualmente trabalha na Produtora Ilimitada, onde é cinegrafista, e na

Sucesso: mistura de trabalho, além de desafios

Unisul TV, apresentando e produzin-

ALICE BOTEGA

do o programa musical Clip Aqui.

Texto Alice Botega

“Tem que fazer bastante estágio,

Edição Gustavo Colle

procurar todas as áreas da profissão, ler muito. O estágio nos propor-

O

ciona a prática, nos coloca dentro do mercado”, diz Denise, que agora cursa Jornalismo.

>Gabriel Silva é formado em Publicidade e Propaganda desde 2005. Trabalhou no extinto Bureau de Comunicação da Unisul. Depois foi convidado para trabalhar com amigos na agência de web site Virtual Fusion. “Dentro da Virtual surgiu uma necessidade de mercado. Os clientes que contratavam a empresa para fazer um site sempre perguntavam se conhecíamos uma agência de Publicidade. Então tivemos a idéia de montar uma empresa para suprir

João Lucas Cardoso se apaixonou por planejamento gráfico desde o início do curso

jornalista João Lucas Cardoso, formou-se em 2004 Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), em Tubarão. Durante a universidade já começava o prenúncio do que viria a ser. Passou por alguns lugares como: revista Jurídica do curso de Direito, TV Clipagem, de Florianópolis (fazia os trabalhos da região Sul), foi bolsista (diagramador) da Agcom e prestava assessoria de imprensa para a clínica Pró-Vida. Ainda na TV Clipagem, com mais dois amigos (Eline Campos e Sandrigo Vieira), tentou montar uma espécie de agência em que o foco era o Jornalismo. Fizeram assessoria para a Amurel, alguns projetos gráficos e peças publicitárias. O jovem jornalista diz que hoje percebe que sempre teve um encanto pela área gráfica. No segundo semestre da faculdade, adiantou a grade curricular e fez Planejamento Gráfico com a turma do quinto . Pensava em aprender logo para conseguir alguns trocados diagramando projetos para colegas de curso. Daí em diante, foi tudo acontecendo naturalmente. Veio a formatura, a saída da Clipa-

gem, o fim do negócio e a viagem para a Itália. Ficou seis meses por lá e voltou sedento por um trabalho na área. Em 2005, começou a trabalhar no jornal Notisul, na criação de anúncios. Três meses depois foi para diagramação do na época Tribuna do Dia, hoje A Tribuna. Foi convidado pelo professor Ildo Silva da Silva a diagramar a revista “Phoenix”, de 64 páginas por mês, com circulação nacional. Foi um excelente “upgrade” na carreira. Com o fechamento da revista nove meses depois, mas com a grande experiência adquirida, João Lucas saiu do Jornal Tribuna do Dia e partiu para mais outra etapa da sua carreira profissional, como “free lancer”. Com a experiência e bagagem no currículo, veio o convite e a execução do redesenho do projeto gráfico do jornal A Tribuna. Uma proposta de emprego estável como redator publicitário na Idcom Comunicação fez o jornalista deixar os freelas de lado. Reconhecido como um bom diagramador e por aceitar desafios, foi convidado pelo radialista e colunista esportivo João Nassif, de Criciúma, para diagramar um novo produto jornalístico no mercado criciumense, a pioneira revista A Bola. “O trabalho começou e de cara emperrou por falta de um editor que desse

essa necessidade e criamos a Voice Comunicação”, comenta Gabriel.

>Vera Lúcia Bonfante

cia única. Lá tive conhecimentos dos

A jornalista diz que o mercado de

A Voice Comunicação é integrante da

Formada em Jornalismo em março de

mais diversos, de política à cultura. É

trabalho é muito amplo e que conse-

Incubadora CRIE. “Recebemos apoio,

2002, trabalhou como repórter em

um trabalho que acaba ficando

guiu trabalho antes mesmo de receber

utilizamos a estrutura como auxílio

diversos jornais, assessoria de impren-

rotineiro, mas serviu como experiência”.

a colação de grau. “Quando se tem

administrativo e laboratórios”, explica.

sa, no arquivo de imagens da RBS TV

Vera lembra dos bons tempos de

paixão pelo que se faz, acho que tudo

O publicitário diz que o mercado de

em Florianópolis e hoje faz a produção

faculdade e admite que poderia ter

vale a pena. Eu amo o que eu faço.

trabalho oferece muitas chances e a

do programa Falando Abertamente da

aproveitado mais. “Se eu fosse para a

Mas, se fosse pensar no lado financei-

pessoa que se empenha sempre

TVCOM (canal de TV a cabo da RBS).

faculdade hoje, minha visão seria

ro da profissão, acho que diria que

terá espaço.

“Trabalhar no arquivo foi uma experiên-

diferente, saberia dar mais valor”.

não! E hoje escolheria outro curso”, diz.

extra

especial15anos

janeiro-junho/07

>Juliana Neves

Atualmente trabalha no Sistema

impressa. “Jornalismo online naquela

Jornalismo em 1999. Pós-graduada em

Formada em

Integrado de Comunicação (SIC) da

época, não era muito falado. O leitor

Comunicação Social pela Unisul. Ela

Unisul onde escreve textos para os

que se habitua ao computador

conta que em sua trajetória profissio-

veículos de comunicação da universi-

raramente pega um jornal. A web é

nal, ainda como estudante iniciou

dade como: jornal e revista. Também

um mercado infinito com espaço para

estágio na Assessoria de Comunica-

é a editora de notícias do portal da

mostrar o seu trabalho”, comenta.

ção da Unisul e após um ano foi

universidade. Juliana conta que

O recado que Juliana deixa para os

contratada pela universidade para

quando estava na faculdade sempre

futuros colegas é a busca pela

continuar na atividade.

pensava em trabalhar com mídia

experiência profissional.

>Fábio Cadorin

13

formou-se

em jornalismo em 2002 pela Unisul. Trabalhou como estagiário durante todo o período que estudou na universidade. Depois de formado foi para o jornal Notisul, atuou na assessoria de imprensa da Prefeitura de Tubarão e, desde setembro de 2006, apresenta o telejornal Câmera Aberta 1ª Edição da Unisul TV. Também produz e apresenta o programa Cultura Local na emissora. Cadorin conta que a universidade lhe proporcionou boas oportunidades. “O ambiente universiComputador, telefone, caneta, papel e agenda são ferramentas importantes para Baraúna no dia-a-dia de seu trabalho como editor no jornal Hora de Santa Catarina

tário me colocou no mundo cultural e isso contribuiu muito para minha

conta do recado. Chamei a responsabilidade para mim”, diz. Apaixonado por revistas desde os primeiros semestres na universidade, João Lucas conta que adorou a combinação revista + esporte + desafio + pioneirismo. Porém, a publicidade não ficou de lado, João Lucas cursou algumas disciplinas e também desenvolve campanhas e trabalha como birô de criação para uma empresa de amigos em Torres. Alice Botega - O que marcou no seu tempo de estudante? João Lucas Algo que certamente marcou meus quatro anos pelo Cettal foi o fato de em várias situações deixar de ser João Lucas para carregar o peso de ser “o filho da Darlete”. Obviamente é um prazer ser filho de uma mulher respeitadíssima, batalhadora e bem-quista por todos, porém lembro de sofrer com algumas situações com professores e colegas. Já houve de receber notas inferiores pelo motivo de ser filho dela e, portanto, meu pa-

drão deveria estar acima em relação ao dos companheiros de classe. Também já ocorreu de ser mal visto por colegas. A.B. - Uma dica para quem está começando? J. L. - É ir além. Muita pesquisa. Busque os expoentes da área do setor. E tudo isso, creio, passa pela leitura. Mesmo trabalhando mais com o visual, são dos mais diversos livros, da área ou não, que tiro muitas idéias. A.B. - Como é o mundo gráfico? J. L. - Diagramador é quem trabalha as variáveis de um projeto gráfico e as aplica numa determinada publicação. Projetista gráfico é quem faz os projetos gráficos, mas não é o diagramador deles. Designer é quem cria com base em um projeto gráfico. Hoje não sou diagramador, sou designer, projetista gráfico. A diagramação é muito limitada. Quero ir além. Só voltaria a ser diagramador se fosse para uma grande revista, um grande jornal nacional ou do exterior, onde um dia voltarei a morar.

“Tudo passa pela leitura. Mesmo trabalhando mais com o visual, são dos mais diversos livros, da área ou não, que tiro muitas idéias.”

Sem medo de arriscar a

tualmente editor-chefe do jornal Hora de Santa Catarina, Giancarlo Baraúna relembra os tempos dos bancos universitários e se orgulha de sua escalada profissional. Com 17 anos, cursou quatro semestres na faculdade de Engenharia de Agrimensura em Criciúma. Durante esse período Giancarlo conta que foi trabalhar na rádio 96 FM de Morro da Fumaça como locutor. Lá teve duas paixões: por Kênia, sua esposa, e pela comunicação. Após um ano, foi para a rádio Eldorado AM de Criciúma, onde teve contato com a reportagem, com o Jornalismo. E então, trocou a engenharia pela comunicação e nunca mais parou. Em 1995 ingressou no curso de Jornalismo da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), formou-se em 1999, concluiu pós-graduação em 2002. “Naquele tempo quando comecei era bem diferente. Não tinha internet. Era professor, aluno e biblioteca. Tinha que ir buscar. Só o conhecimento da universidade não dava para concorrer com o mercado. Quem não tivesse espírito empreendedor

ficaria para trás”, diz. Ainda na época de estudante em 1997, Baraúna criou três jornais que circulavam nas cidades de: Nova Veneza (Tribuna Di Veneza), Treze de Maio (Tribuna 13) e em Forquilhinha (Tribuna Forquilhinha). Quando ia montar o quarto jornal foi convidado para trabalhar no jornal da Manhã de Criciúma. Aceitou o convite. Foi repórter policial, passou por todas as editorias, foi chefe de reportagem e editor-chefe. Fez até cobertura internacional. Pediu demissão do Jornal da Manhã e arriscou uma vaga no Diário Catarinense como frila, no caderno de verão. Em 2003, Giancarlo foi contratado para trabalhar na editoria de política como repórter. Passou a ser coordenador de reportagem na editoria geral e, em 2006, foi convidado para assumir o cargo de editor-chefe do jornal Hora de Santa Catarina, hoje o segundo jornal mais vendido do estado. “Tem que buscar mais, não pode ficar esperando. Criatividade, conhecimento e informação são essenciais”, aconselha Baraúna.

formação”, afirma. O recado que o jovem profissional deixa para quem está começando é: “dedique-se muito, é preciso investir em si próprio, em conhecimento, por mais especifica que seja a sua área, tem que ter muito conhecimento” comenta.

>Luciane Cardoso

Formada

em 2004 pelo curso de Publicidade e Propaganda. Já trabalhou em agências de Publicidade de Tubarão e Criciúma. Atualmente é uma das sócias da Voice Comunicação em Tubarão, onde é a diretora de arte e trabalha na parte de criação. “O diferencial da Voice Comunicação é a criação e a programação. Desenvolvemos tudo, sem terceirização”, explica a publicitária. Segundo ela, o que falta para o mercado são profissionais que

>Gabriela dos Santos Pereira formada em Publicidade

um projeto e foi aceito. Comecei então

vontade, não pode ficar esperando.

dominem alguns programas de

a trabalhar nesta área que ainda não

Tem que fazer acontecer”, diz. Segundo

computador específicos para o setor

Propaganda vê um mercado de

tinha um setor dentro da empresa. O

Gabriela, o mercado da região ainda

publicitário, como Corel Draw e Photo

trabalho cheio de perspectivas.

desafio foi criá-lo”, explica Gabriela.

tem muito a ser explorado na área de

Shop. Ela explica que todo profissio-

Formada em 2002, a publicitária diz

Mesmo ganhando menos, arriscou a

Marketing Publicitário. “Vejo um merca-

nal da Publicidade precisa dominar

que começou a trabalhar na Damyller,

troca, pois fazia o que gostava. A dica

do para profissionais de Marketing nas

estas ferramentas. “Isso é o básico

na área de vendas, quando estava no

da publicitária é: “correr atrás dos

indústrias. Então, acho que os estu-

da criação, o mercado está preci-

2º semestre. “Consegui enxergar um

sonhos. O aluno tem que se dar

dantes não devem pensar apenas nas

sando de bons profissionais que

futuro na área de Marketing. Fizemos

oportunidade, tem que ter força de

agências”, completa.

criem”, diz.

14 especial15anos extra

janeiro-junho/07

2000

2001

2001

Propaganda

Formatura

Reforma

Curso realiza o 1º Salão Sul Catarinense de Propaganda, em parceria com a RBS e o Sindicato das Agências de Publicidade do sul do Estado.

Primeira turma de Publicidade e Propaganda colam grau e trabalham pela profissionalização do mercado.

Laboratórios de Rádio e TV mudam do bloco F para o G. Rádio ganha dois laboratórios e estúdios de TV são ampliados.

durante

15 ANOS ARQUIVO: GRAZIELA BEZ BATTI

Pioneiros de Publicidade e Propaganda enfrentaram problemas, mas foram buscar as soluções com união

começo Primeira turma conviveu com problemas de falta de estrutura e na prática encontrou as soluções para o curso

Adaptações na busca pelo sucesso Texto Bibiana Pignatel Edição Altair Magagnin Júnior

eceio, vontade, inexperiência, preconceito, ânimo, determinação. Fracasso e sucesso. Começar nem sempre é fácil. Este turbilhão de coisas acontece ao mesmo tempo. Foi assim na Unisul de Tubarão, com a implantação do curso de Jornalismo em 1992 e de Publicidade e Propaganda em 1997. A lembrança da primeira turma é de problemas. “Passamos por muitas dificuldades”, recorda o publicitário San-

R

dro Fabrício Ramos. Ele conta que a falta de equipamentos e o despreparo de alguns professores pesou. “A universidade se esforçava, mas na região não tinha publicitários formados que tivessem experiência”, conta Carlos Eduardo dos Santos, também da turma de Publicidade. Havia uma troca constante de professores. Quando o educador não se adaptava à turma ele era substituído. O coordenador à época era o jornalista Nei Manique. Carlos Eduardo lembra que existia uma preocupação com o aprimoramento. “Ele se mobilizava para fazer com que o curso agradasse e

oferece condições ao aluno”. Alguns professores recém-formados chamavam atenção. “Eles surpreenderam em relação aos que tinham uma certa bagagem, conseguiam transformar aulas maçantes em gostosas”, admite Sandro. Conforme os alunos, estes poucos profissionais promoveram um bom resultado final ao curso. Alguns educadores ainda estão na memória dos alunos. O início aconteceu com a professora Verônica Motta. Outros vieram, entre eles, Eduardo Búrigo, de Sociologia, Ameline Mussi, de Português, Marcelo Lessa, de Redação, e Jane Knabben, de Psicologia.

Acadêmico que até pouco tempo ministrava uma disciplina nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda e integrou a primeira turma é José Henrique de Souza. Na Unisul se formou em Jornalismo. Zé Henrique também recorda que na época não haviam muitos profissionais na área e alguns acumulavam funções. Ele lembra de “Sopey Haiakawa, um japonês que dava aula de telejornalismo”. Desta forma, vencendo os desafios do começo, tropeçando e aprendendo com os erros, muitos dos alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda superaram os fracassos e chegaram ao sucesso.

>implantação do curso de Publicidade e Propaganda enfrentou a falta de profissionais com formação acadêmica para dar aulas

>alguns professores ficaram na lembrança dos primeiros alunos pelo profissionalismo, transformando aulas maçantes em gostosas.

extra

especial15anos

janeiro-junho/07

2002

2003

Apoio

Retorno

Criadas as supervisões de Jornalismo e de Publicidade, com as professoras Darlete Cardoso e Teresinha Silveira, respectivamente, à frente, sob a coordenação de Isaac Rodrigues

Curso promove a 8ª Semana Acadêmica de Comunicação Social, depois de um período sem realizá-la e traz na abertura o professor da Usp Clóvis de Barros Filho, e no encerramento, Geraldo Canalli. É publicada edição especial do Extra!, sob a coordenação do professor Mauro Meurer.

15

pioneirismo Ousadia e persistência das primeiras turmas resistem às precariedades de laboratórios, materiais e livros

Desbravadores na área de Comunicação ARQUIVO: MARISTELA BENEDET

Texto Bibiana Pignatel Edição Ana Maria Lima

esde os primórdios do curso de Jornalismo na Unisul as reivindicações dos estudantes para a coordenação eram resolvidas de forma funcional. “Chamávamos na época o professor Laudelino Santos Neto, que posteriormente ia até o professor Gérson, que era pró-reitor, para saber a situação do curso”, conta o ex-aluno Zé Henrique. O curso tinha uma estrutura ainda pequena e os laboratórios necessários demoraram a ser implantados. A primeira turma, como geralmente acontece na implantação de um curso, é a mais prejudicada nas aulas práticas. Já para Graziela Bez Batti, da primeira turma de Publicidade, além da dificuldade com os laboratórios, faltavam livros, e projetos experimentais ou monografias para nos basear. “Tivemos que ir em busca de manuais de rádio e televisão, pois não tínhamos de onde partir”, lembra. “A gente não tinha em quem se espelhar, fomos na cara e na coragem”, confirma outra ex-aluna de Jornalismo, Isabela Faraco Siqueira. Segundo ela, a banca foi um tanto diferente de como é hoje. “Nós tínhamos uma espécie de sabatina e quando estava quase acabando, a orientadora nos colocou numa mesa e começou a perguntar sobre como tínhamos feito, como foi o processo de pesquisa, de coleta de dados”. Isto com toda a turma reunida. “Era tudo muito difícil. Hoje você vê a universidade e o curso mais modernizados. Na época, nós pegamos uma câmera top de linha Beta Cam e Super V. Dividíamos computadores com a turma de Ciência da Computa-

D

ção, com Jornalismo e com a outra turma de Publicidade que veio depois”, relata Sandro Ramos. As turmas de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda, no início do curso, eram bem grandes, de acordo com o professor Rafael Matos. Até no segundo semestre a turma tinha 60 alunos. “Depois cada um foi tomando o seu caminho, os persistentes foram ficando, e na formatura éramos em 25”. Segundo Rafael, a primeira turma de Jornalismo era muito unida, mas algumas brigas aconteciam de vez em quando. “Brigas saudáveis, pois o pessoal era muito opinioso”, garante. “Nós éramos a primeira turma e precisávamos batalhar pelos laboratórios. Era a única maneira de conseguir uma boa formação”, argumenta Rafael. Conta ele que a turma nunca teve uma sala de redação, nem mesmo máquinas de escrever foram possíveis. “Foi algo que não me fez falta, mas poderia ter facilitado nosso trabalho”. O laboratório de foto foi uma das primeiras conquistas. “Tivemos Fotojornalismo I onde toda a teoria foi dada e quando chegou em Fotojornalismo II entramos num acordo com a coordenação e fizemos no outro semestre para utilizar o laboratório” relata Rafael. O laboratório de rádio, por exemplo, só ficou pronto na época dos projetos. “Quem tinha disponibilidade durante o dia, podia usar o laboratório para compensar as aulas práticas que a gente não teve”, conta. Com a falta de laboratórios, os alunos da primeira turma corriam atrás do prejuízo. Um exemplo foi um programa de rádio que a turma decidiu fazer e usou os estúdios da Rádio Difusora de Imbituba depois que encerrou sua programação às 22 horas.

Na memória da primeira turma de Jornalismo estão as lutas por melhorias no curso, além de boas histórias de aulas e trabalhos

Apuros enfrentados na rotina acadêmica s alvo as dificuldades, muitas histórias engraçadas fazem parte das boas lembranças dos ex-alunos. O Porto de Imbituba, onde a professora Darlete trabalhou por muito tempo, era proprietário de uma emissora de rádio. “A gente reunia a equipe: o Rafael, a Lanimar, que é professora aqui, a Andréia, que hoje mora em São Paulo e a Sílvia Zarbato. Sempre fazíamos trabalhos juntos”, conta Darlete. “Lembro que a rádio cedeu o estúdio, mas somente quando estivesse fora do ar”, diz o professor Rafael Matos. Os colegas se hospedavam na casa de Darlete e depois das 10 da noite, todos íam para

a rádio. Conclusão: passavam a noite toda gravando e saím de lá às 4 da madrugada. Darlete conta que muitas vezes, levava os filhos consigo quando ia realizar os trabalhos de classe. “E nessa noite, dormiram no chão, sobre a jaqueta do Rafael. Hoje a gente ri da situação”, recorda. Noutra oportunidade, a mesma equipe realizou um projeto de televisão sobre o Rio Tubarão. Filmaram desde a nascente, onde a água era límpida e gelada. A “cobaia” da vez foi o João Lucas, hoje também formado em Jornalismo e que na época tinha 9 anos. Deu um belo mergulho, “pegou uma

gripe danada”, segundo Rafael, e por fim, descobriram que a câmera estava sem bateria. Resultado: tiveram que fazer tudo de novo. Logo os estudantes fundaram o Caju (Centro Acadêmico de Jornalismo da Unisul). O professor Rafael Matos conta que havia o Prêmio Caju de Qualidade, que elegia por méritos acadêmicos os melhores alunos de cada turma e os melhores professores. Para José Henrique de Souza, que foi presidente e vice da entidade, o prêmio CAJU marcou uma época. “De lá pra cá, nunca mais ouvi falar que os alunos se reuniram para fazer este tipo de escolha”, diz.

16 especial15anos extra

janeiro-junho/07

2004

2005

Conselhos

Ex-alunos

São criados os Conselhos de Professores e de Alunos, como projeto de qualificação pedagógica.

Encontro com o Mercado, uma das atividades da 10ª Semana Acadêmica, agrada aos estudantes, com a presença de ex-alunos que contam suas experiências no mercado de trabalho e relembram os tempos da faculdade.

durante

15 ANOS integração Aulas compartilhadas já geraram polêmica entre alunos de Comunicação Social. Afinal, é importante a troca de experiência entre alunos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo?

Conhecimento passa ser compartilhado entre os jornalistas e publicitários SILVANA LUCAS

lhor das aulas compartilhadas é a interação e a troca de idéias, assim como a Edição diversidade torna a aula bastante proCarine Bergmann dutiva. “Somente há um pouco de difiompartilhar: repartir, divi- culdade quando as turmas são de sedir. Estes são alguns dos sig- mestres diferentes. Um exemplo são os nificados que o dicionário alunos do 5º semestre de Jornalismo brasileiro nos explica e nos fazendo aulas com acadêmicos do 7° traduz em poucas palavras. E compar- semestre de Publicidade. O ideal seria tilhar uma aula como será? Será que se as turmas tivessem o mesmo nível todos tem a mesma opinião com rela- semestral”, acredita Mário. ção a este assunto? Os professores e Para o estudante da 7ª fase de Joralunos, o que acham? nalismo, Tiago Brunelli, a integração Para a acadêmica do 7º semestre de entre os alunos torna o ambiente mais Publicidade e Propaganda, Elaine Fra- alegre e descontraído. Mas a bagagem mento, existe os dois lados da ques- teórica diferente dificulta um pouco. tão. “Ter aulas compartilhadas têm “Só o que atrapalha, às vezes, é o fato seus pontos positivos e negativos. O de nem todos conseguirem expressar interessante em uma experiência como uma opinião sobre um mesmo assunessa, é que o conteúdo das aulas traz to, já que alguns possuem maior doum pouco das duas visões, seja ela mínio sobre determinado tema”, copublicitária ou jornalística. Já o nega- menta Brunelli. tivo é que uma turma acaba dominanAs vantagens do compartilhado o assunto mais que a outra tur- mento é a interdiciplinaridade, é coma”, diz Elaine. Algumas matérias do nhecer as variadas formas da comucurso são compartinicação. A aluna de lhadas, como é o Publicidade, Tuany caso das disciplinas Fraga, argumenta de Língua Portugueque tanto Publicidadisciplinas sa, Estética e Cultude quanto Jornalismo geralmente são ra de Massa, Teoria podem andar lado a compartilhadas. Elas da Comunicação, Colado, pois um depenauxiliam o profissional. municação Empresade do outro para sua rial, Realidade Socioeconômica e Polí- sobrevivência. “Aliando o conhecimentica Brasileira e Regional, Comunica- to das duas áreas, o futuro profissioção Comparada, Planejamento em Co- nal entra no mercado de trabalho com municação e Epistemologia. dinamismo e perseverança, e quem Segundo o professor de Teoria da Co- tem a ganhar são os clientes”, afirma municação, Mario Abel Bressan, o me- Tuany. Texto Saimon Coelho

C

11

Apesar da resistência inicial, alunos de Jornalismo e de Publicidade acabam descobrindo o que as duas áreas têm em comum

e Publicidade, trabalha-se a noção de



mesmo curso, no caso



comunicação integrada. É o profissional

comunicação, pensam e

fica prejudicado, já que não dá para

da comunicação conhecendo além de

trocam conhecimentos

contextualizar a aula com as duas

sua área específica. Ronaldo Sant’ Anna Prof. Planejamento de Comunicação

diferentes. Filipe Zingano 5 º semestre, Publicidade.

habilitações a todo o momento. Thaís Ramos 8ª semestre, Jornalismo.



Assim como a união da turma, é importante existi-

rem as aulas compartilhadas, pois além do hiato natural entre Jornalismo

Acho interessante porque dá para ter

a idéia de como colegas de diferentes profissões e do

Acho que as aulas compartilhadas prejudi-

cam os alunos, pois além de as salas de aula ficarem bastante cheias, sinto que um ou outro lado

extra

especial15anos

janeiro-junho/07

17

2006

2006

2006

Revolução

Campanha

Causa social

Laboratórios gráfico, de Rádio e de TV são reformulados e adotam tecnologia digital. Alunos operam ilhas de edição de vídeo e de áudio.

Alunos organizam campanha de arrecadação de leite para internos do Abrigo de Velhinhos de Tubarão. Mais de 400 litros são arrecadados.

Projetos Experimentais de Publicidade adotam temas sociais. Abrigo de Velhinhos e Apae ganham campanhas integradas de comunicação. Em 2007, o aquecimento global foi tema dos projetos de alunos.

experiêncianoexterior

Brasil e Portugal >conhecer as leis que fazem parte da categoria do jornalista é muito importante quando se tem o conhecimento também da cultura de outro país, comparando-se as diferenças existentes na mesma profissão. Em Portugal algumas leis mudam. O estágio é obrigatório, por exemplo. O jornalista Ézio Gomes, formado na Unisul de Tubarão, que hoje atua na área comercial, como Diretor de Marketing em Portugal, explica algumas definições da área. “O sindicato é mais forte, mais organizado, porém com um imposto bem significativo. É cobrado um percentual na folha de pagamento. Possui uma “caixa” de saúde própria, funcionando como um plano de saúde e aposentadoria privada”. Professores do curso motivam os estudantes a aproveitar as oportunidades práticas oferecidas pela própria universidade

Por se tratar de outro país, os costumes e cultura são diferentes. “O português de Portugal é muito diferente do brasileiro. O significado e os sinônimos das

Concorrência e lei dificultam a primeira chance

o

meio jornalístico é repleto de bar- o jornalista no mercado”, prescreve a lei. reiras, para formados e estudanMesmo assim, ainda na faculdade, tes. Quem ainda está na faculdade tem muitos conseguem trabalho. Para chegrande dificuldade na busca por estági- gar à vaga e permanecer nela é preciso os, legalmente eles são proibidos em vontade e personalidade. O professor e Jornalismo. Depois da graduação a ba- suplente do conselho fiscal do Sindicato talha se trava entre aqueles que saíram dos Jornalistas, Rafael Matos, ensina que dos bancos de universidades e “profissi- os trabalhos acadêmicos são boas mosonais” que simplesmente pela prática so- tras do potencial do futuro empregado. brevivem de comunicação. Contudo, eles precisam ser bem feitos. Em defesa dos direitos dos jornalis- “Você vai ter o seu projeto de jornal para tas, lutando por salários mais justos e mostrar. Aí se ‘faz meia boca, para tirar por condições dignas de trabalho, estão um sete’, não vai servir. Um bom trabao Sindicato dos Jornalistas e a Federação lho serve como portfólio”, garante. Nacional dos Jornalistas, a Fenaj. Na jusEm relação ao esforço que o acadêmitiça e pela força das entidades, ações co tem que ter, o jornalista e professor buscam instituir o estágio e limitar a Laudelino José Sardá pondera: “se a pesação de quem trabalha sem formação soa se forma em Jornalismo para ser acadêmica ou registro junto ao Ministé- igual aos outros que já existem no merrio do Trabalho. cado, vai ter dificuldade. O grande desaAos alunos que buscam o primeiro fio é ser diferente”. emprego, o discurso é sempre muito Para alguns estudantes as questões parecido: é preciso experiência. Com em relação ao estágio são revoltantes. O isso, a primeira oportunidade dificilmen- acadêmico do 6º semestre Lucas Azevete é dada. O estágio em Jornalismo é do Borges relaciona a lei que proíbe o proibido por lei. estágio com a Uma das preo- REGISTRO PROFISSIONAL época da ditacupações é com 1. Fotocópia do diploma do curso de dura. “Acho que a reserva de comunicação, autenticado; os cursos onde mercado. Diz a 2. Fotocópia da Carteira de Identidade e do o estágio é obrilei do Progra- cartão de CPF, ambos autenticados; gatório, como 3. Declaração de bons antecedentes; ma Nacional de arquitetura, 4. Requerimento ao delegado da DRT/SC Projetos de Es- 5. Carteira de trabalho. medicina, são tágio Acadêmicursos que queco que o estágio deve se desenvolver sob rem formar bons acadêmicos e consea orientação de professores, unicamen- qüentemente bons profissionais”. te voltado ao aprendizado do aluno. “O Conforme Matos, o Sindicato dos Jorestudante estagiário não pode substituir nalistas e a Fenaj já tentam, na justiça,

flexibilizar as leis do estágio. “Alguns acordos estão sendo feitos com empresas que formalizam o pedido de estágio”, informa. Em emissoras de rádio, a situação é um pouco diferente, muitos alunos conseguem vaga. Essa situação denota outro problema, o rádio é feito, em sua maioria, por pessoas sem formação acadêmica. Há alguns anos, muitos profissionais iniciavam suas atividades em comunicação sem terem realizado qualquer curso em faculdades. Através da prática aprenderam e fizeram a sua vida neste setor e conseguiam registros profissionais. Para a atual geração, o registro não é expedido sem que exista a comprovação de um curso de habilitação para a área. Matos confirma que “muitos juízes dão ganho de causa para quem não tem direito”. As entidades organizadas fiscalizam e tentam amenizar este problema. De qualquer forma, estudantes ou formados, registrados ou não, podem se tranqüilizar pois existem muitas vagas e o mercado está em expansão, como argumenta Sardá. Contudo, é preciso ter consciência de que somente os mais bem preparados alcançam o sucesso. “Hoje em dia o jornalista tem que saber fazer o máximo que puder, escrever, fotografar, diagramar e editar”, argumenta a editora chefe do jornal Notisul Priscila Loch. Portanto, na arte do jornalismo, muita preparação e força, para vencer a concorrência, que nem sempre é leal.

palavras mudam muito. As regras gramaticais também. Foi necessário reaprender redação e estilo, conhecer a cultura e costumes”, comenta Gomes. Na questão do estágio ser obrigatório, Gomes ressalta algumas disposições: “o estágio nunca deveria ser utilizado como forma de diminuir a folha de pagamento do quadro profissional da empresa. Acho que o estagiário deveria ser subsidiado pela instituição de ensino, ou por algum órgão governamental, para garantir sua subsistência durante a formação. Nunca gerido pela empresa fornecedora da vaga do estágio”. Por outro lado, a exploração é evidente quando se trata da questão do estágio dentro das empresas. “Sistematicamente vemos estudantes sendo usados como profissionais temporários nas empresas, como se fossem empregados contratados, muitas vezes em regime de semi-escravidão”. O profissional Gomes esclarece que no momento em que ele cursava a faculdade, a mesma ainda se encontrava em um estágio embrionário, mas grande parte do sucesso depende muito do aluno, vontade e dedicação. Para ele, o maior empecilho são os salários baixos e as horas extras intermináveis sem remuneração. Ainda existem pessoas que passam uma boa imagem profissional, quando na verdade não são. “Eu conheço ótimos, maravilhosos jornalistas práticos. E conheço medíocres jornalistas doutores em jornalismo” acrescenta Gomes. Aprender com outro país pode nos aproximar da nossa própria realidade, dando mais valor à profissão, reivindicando os direitos, exigindo soluções e buscando aquilo que pode ser aperfeiçoado. “Eu costumo dizer que, se o jornalista conhece bem os idiomas, é um profissional universal sem fronteiras. Porém para atuar num outro país, também é necessário ter um bom conhecimento da cultura e costumes locais”, afirma Gomes.

Ézio Gomes vive e trabalha em solo lusitano

18 especial15anos extra

PROFISSIONAIS O MERCADO >Diferentes estados, diferentes situações. A realidade do mercado jornalístico é diferente em cada estado brasileiro, com pisos e condições de trabalho distintos.

janeiro-junho/07

1.010 reais

>em alguns estados, como a Bahia e o Pernambuco, as negociações em cada veículo é realizada de forma separada. Em Pernambuco, por exemplo, enquanto o Diário de Pernambuco paga R$ 1.315,00, o Jornal do Commercio paga R$ 903,00. O maior piso

é o piso do jornalista em Santa

salarial no Brasil é pago na cidade do Rio de Janeiro, R$ 3.233,00.

Catarina no biênio 2005/2006. Um

Para outros municípios fluminenses, há uma tabela diferenciada por

novo valor está sendo negociado

número de habitante.

525 reais

é o salário base pago para profissionais de rádio e TV de Recife, Olinda, Caruaru e Petrolina, no estado de Pernambuco.

carreira Estudantes de Comunicação Social trocam idéias com profissionais do mercado regional

Universidade une teoria e prática DEZA BERGMANN

Estudantes se preparam durante quatro anos e devem reivindicar direitos legais

O que diz a legislação da categoria

o

Estudantes de Redação Jornalística 3 participaram de um debate sobre o mercado de trabalho com dois jornalistas e dois publicitários que atuam no sul do Estado Texto Emanuela da Silva Edição André Leandro

s alunos da sexta fase de Jornalismo e de Publicidade tiveram a oportunidade de ouvir e trocar experiências com quatro profissionais atuantes na imprensa da região. Sandro Fabrício Ramos, Graziela Bez Batti, Anderson de Jesus e Marcelo Becker, todos formados pela Unisul, participaram de debate sobre a realidade na prática do mercado. As atividades, desenvolvidas em março, em sala de aula foram mediadas pela professora de Redação III, Andressa Fabris. O correspondente do jornal Diário Catarinense, jornalista Marcelo Becker, formado em 2000, diz que há uma grande rotatividade no mercado de trabalho. “Tudo acompanha a tecnologia. A internet também ajudou a criar mais vagas para os jornalistas e grandes empresas estão investindo na carreira de assessoria de imprensa”.

O

Para Becker, a qualificação é um diferencial. Ele alerta que o conhecimento de outros idiomas e a leitura são elementos fundamentais. “Leiam tudo o que vocês puderem, ajuda muito”, reforça. A publicitária Graziela Bez Batti, trabalha na área da comunicação há dez anos e retornou à universidade para concluir o Curso de Jornalismo. Segundo ela, a disputa entre jornalistas e publicitários incentiva os profissionais a procurarem especialização. Mesmo ainda não sendo formada em Jornalismo, afirma ter experiência na profissão. No entanto, reclama das dificuldades encontradas. “Ano passado trabalhei na festa do vinho e só porque fiz um release, recebi críticas. Um dono de jornal disse que eu não poderia ter feito o trabalho de um jornalista, pelo fato de eu não possuir registro de jornalista. Então resolvi voltar à universidade e terminar o curso de Jornalismo para conseguir este registro e trabalhar em paz”, explica. Na opinião do publicitário Sandro

Fabrício Ramos, o registro facilita em algumas situações, como a construção de notícias, mas considera que publicitários e jornalistas devem trabalhar juntos. “Hoje em dia os papéis do profissional de jornalismo e de publicidade têm que ser casados. Algumas agências trabalham nesta linha”. Segundo Ramos, a maior dificuldade de quem está começando a carreira é a inexperiência. Ele concorda com Graziela na questão do registro, entretanto, julga o jornalista mais apto em algumas áreas. Anderson de Jesus, jornalista, que trabalhou em vários veículos de comunicação em Criciúma e tem uma empresa de assessoria, aconselha aos estudantes aproveitarem o tempo na universidade. Ele diz que os profissionais olham os fatos de maneira diferente. “A questão não é de quem está apto a fazer determinadas tarefas e sim a forma como cada um encara. O

jornalista vê notícia e o publicitário, as vendas”, afirma. Quanto às oportunidades no mercado, o jornalista destaca que existe a insegurança de quem já atua na área e de quem está começando. Seusonho é poder se dedicar ao radiojornalismo esportivo. “Se eu pudesse, faria só rádio, adoro futebol. É uma das minhas paixões”, revela.Os convidados foram unânimes nas críticas à lei que proíbe o estágio. Mesmo com a proibição todos atuaram na área antes de se formarem. Os alunos receberam algumas dicas para quem está pensando em ingressar na carreira: manter-se informado sobre tudo o que acontece; ter seu próprio estilo; ser ético; aproveitar as oportunidades; sempre checar as informações; ser persistente; e, acima de tudo, gostar do que faz. Lições que os professores também ensinam.

Hoje em dia os papéis do profissional de jornalismo e publicidade têm que ser casados.

Sindicato dos Jornalistas/SC (SJSC) tem um amplo campo de atuação e organização, tanto na relação de trabalho quanto no exercício da profissão. O presidente do SJSC, Rubens Lunge, considera que há uma grande sendo travada para a profissionalização e regulamentação da profissão de jornalista, assim a sua fiscalização. A entidade tem denunciado as infrações (exercício ilegal da profissão) também nas delegacias de polícia, a exemplo de outras categorias. Segundo o SJSC, somente o jornalista registrado pode exercer legalmente a profissão. O registro pode ser feito mediante os seguintes documentos: fotocópias do diploma do curso de Jornalismo, autenticado; da Carteira de Identidade e do cartão de CPF, ambos autenticados; Declaração de bons antecedentes; Requerimento ao delegado da DRT/SC; Carteira de trabalho. Sobre a remuneração, o Decreto Lei nº 972/69, Art. 9º, diz que “o salário de jornalista não poderá ser ajustado nos contratos individuais de trabalho, para a jornada de cinco horas, em base inferior à do salário estipulado, para a respectiva função, em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou sentença normativa da Justiça do Trabalho”. Ou seja, o profissional não deve trabalhar por um valor abaixo do piso.

extra

especial15anos

janeiro-junho/07

CATEGORIA ORGANIZADA >mesmo sem a regulamentação, o mercado publicitário está organizado no Brasil. Profissionais e empresas da área contam com sindicatos e outras entidades para defender seus interesses

110 agências

de publicidade são associadas ao Sapesc - Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de Santa Catarina.

12

agências da região Sul de Santa Catarina aparecem na lista de associadas do Sapesc. A grande maioria está em Criciúma. Mas o mercado é maior.

19

1979

3900

foi o ano

clientes

de fundação do Sapesc. A entidade foi organizada inicialmente por oito agências de publicidade de Santa Catarina.

são atendidos pelas agências filiadas à Abap - Associação Brasileira de Agências de Publicidade, a maior entidade do setor na AL.

reconhecimento Opiniões divergem mesmo entre os profissionais da propaganda formados no ensino superior

Publicitários esperam uma regulamentação BIBIANA PIGNATEL

Texto Bibiana Pignatel Edição Alice Botega

m dos maiores dramas para quem se forma numa faculdade de Publicidade e Propaganda no Brasil, hoje, é a não-regulamentação profissional. Por isso diversos acadêmicos se sentem desmotivados. “Os donos de grandes agências não são profissionais formados. Então, não interessa muito para eles que a profissão seja regulamentada”, afirma Teresinha Silveira, publicitária e professora do curso de Comunicação Social da Unisul. A falta de regulamentação implica em direitos que o profissional deixa de ter, como um piso salarial. A publicitária Magali Colonetti explica que o Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de Santa Catarina (Sapesc) “passa uma lista com os valores para cada tipo de anúncio, que serve para o profissional freelancer se basear na hora de cobrar por seu trabalho. Esta lista não vale para as agências”, conta Magali. A profissão de publicitário, segundo a lei 4.680, de 18 junho de 1965, “compreende as atividades daqueles que, em caráter regular e permanente, exercem funções artísticas e técnicas através das quais estuda-se, concebe-se, executa-se e distribui-se propaganda”. E define a propaganda como “qualquer forma remunerada de difusão de idéias, mercadorias, produtos ou serviços, por parte de um anunciante identificado”. As opiniões divergem, mesmo entre profissionais formados em curso superior. Carlos Eduardo dos Santos, publicitário e sócio da Idcom Empresa de Comunicação, de Tubarão, diz que a regulamentação “não garante que vai ter só pessoas qualificadas no mercado. Não vejo isso como fundamental no que

U

diz respeito à qualidade dos profissionais”. Mas Santos admite que na hora de contratar alguém para sua agência tem preferência por quem está cursando Publicidade e que “95% de nossos funcionários são formados. Se a pessoa não é formada, nós cobramos que ela busque estudar e se aperfeiçoar”. Magali Colonetti diz que “qualquer pessoa que domine programas como corel draw ou photoshop se considera um profissional de Publicidade, e isso pode implicar muito na qualidade dos serviços e no mercado de trabalho”. A professora Teresinha defende: “eu não acredito que um aluno que estudou durante quatro anos, bem preparado, consiga ser pior que alguém que se diga publicitário”. Já Sandro Fabrício Ramos, da Zions Comunicação e Eventos, considera que há muitos profissionais que não são formados, mas que possuem muito mais conhecimento de mercado do que um profissional que acaba de sair da universidade. Mas faz um alerta: “esses profissionais mereceriam ser regulamentados, mas dentro de uma constituição que estabeleça para eles um certo limite de atuação. Germaá Oliveira, formado desde 2003 pela Unisul, já trabalhou no Grupo Jungle Media de Londres e atualmente vive em Lisboa, onde é diretor de arte da Revista da TV Record Internacional. Ele conta que quando iniciou a faculdade não sabia que a profissão não era regulamentada. Mas revela que isto não lhe resultou como empecilho. “Sempre tive consciência de que o espírito de agência é ‘hora para entrar, mas sem hora pra sair’. Óbvio que não gostei muito da idéia, mas apesar de algumas brigas e revoltas não ia nadar contra a maré”, revela Germaá. “Entrei no mercado graças a pessoas que conheci na universidade”, relata.

Profissionais formados em Publicidade e Propaganda concorrem com quem não é formado por falta de regulamentação

As agências preferem profissionais que passaram pelos bancos das universidades

Germaá Oliveira formou-se na Unisul e trabalhou no grupo Jungle Media, em Londres, e hoje atua na área em Portugual

Mais que criatividade para a publicidade h oje em dia, com as mudanças que aconteceram na Publicidade e Propaganda, não há mais mercado para quem é apenas criativo. Esses não têm espaço na atual concorrência”, afirma Teresinha Silveira. Segundo Teresinha, para ser ou se dizer publicitário, tem que ter conhecimento generalizado em várias áreas. E é da mesma forma que pensa o Publicitário Carlos Eduardo dos Santos. “Não podemos mais olhar só a nossa cidade, nem um outro estado, temos que olhar o país, o mundo. Temos que olhar o todo”.

Ter iniciativa para observar as coisas, entender qual é o perfil que a empresa está buscando no mercado e ter o conhecimento das novas tecnologias aumentam as possibilidades de emprego, comenta a professora. Segundo Magali Colonetti, os departamentos de marketing das empresas estão sendo muito valorizados. Conta a publicitária que os clientes estão cada vez mais exigentes, buscando sempre um trabalho de qualidade. Germaá Oliveira diz que o sucesso na profissão “depende de trabalho duro, aproveitar as oportunidades e gostar

do que faz”. Ele conta que quando se matriculou no curso, a primeira coisa que fez foi procurar estágios, contatos com agências e atividades extracurriculares. Trabalhou na Agência Experimental de Propaganda do curso e, segundo Germaá, “não ganhava nada, mas foi uma grande experiência. Foi lá que tive meu primeiro contato com os softwares utilizados, e que descobri que queria ser diretor de arte e não redator”. O publicitário, que hoje se encontra do outro lado do oceano, se sente realizado e diz que “tudo valeu a pena”.

20 especial15anos extra

HISTÓRIA DE MESTRE > Desde sua criação, o Curso de Comunicação Social da Unisul sempre buscou professores qualificados, com experiência acadêmica e também no mercado de trabalho. Isto garante até hoje a qualidade do curso.

janeiro-junho/07

>atualmente o Curso de Comunicação Social - habilitações em

>a busca constante pela qualidade garante ao Curso de

Jornalismo e em Publicidade e Propaganda conta com um grupo de 27

Comunicação Social da Unisul a formação de profissionais qualificados

professores no campus de Tubarão. Destes, três são doutores, 10,

e mérito também à própria Universidade. No último exame do Enade, as

mestres e 14, especialistas. Hoje nenhum dos professores tem apenas

duas habilitações, no campus de Tubarão, receberam nota 4, sendo que

a graduação. A qualificação constante do corpo docente garante aos

o máximo é cinco. A prova foi realizada por 104 estudantes do curso,

estudantes a preparação adequada para atuar no mercado regional e

sendo 48 acadêmicos de Publicidade e 56 de Jornalismo, entre ingres-

nacional, em todas as áreas da comunicação.

santes e formandos.

primeiros Luciane Zuê Souza e Tadeu Pereira lecionam para acadêmicos de Jornalismo desde o início da graduação

Professores garantem qualidade ao curso ALICE BOTEGA

Texto Alice Botega Edição Elvis Campagnollo

E

m 15 anos do curso de Comunicação Social muitas coisas aconteceram, mudaram, se transformaram. Com certeza todos que passaram pelo curso lembram de coisas agradáveis e talvez algumas desagradáveis. Afinal nem tudo na vida é perfeito. A universidade é um baú de tesouros. E o melhor de tudo é que cada um possui o seu. Não precisamos lutar para dividir o tesouro, basta apenas abrir o baú. Ela ainda nos dá mestres para orientar e explorar esses tesouros que são: amizade, sabedoria, conhecimento, experiência, informação, formação e tantas outras preciosidades. Nesses 15 anos do curso de Comunicação Social, a turma do sexto semestre da disciplina de Redação III, teve a responsabilidade de abrir o grande baú e tirar histórias e personagens inesquecíveis. Tadeu Jair Pereira e Luciane Zuê Zacarioski e Souza são os professores que fazem parte dessa história desde o começo. Foi um longo caminho até chegar aqui.

Apaixonada por diagramação Luciane Zuê Zacarioski e Souza, a Lú, como é conhecida no Curso de Comunicação Social, formou-se na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 1988 e especializou-se em Jornalismo pela Unisul. Atualmente leciona as disciplinas de Planejamento Gráfico I e II em Tubarão e na Pedra Branca em Palhoça, onde também é Coordenadora Gráfica do Jornal-laboratório Fato & Versão. Em 1984, foi trabalhar no jornal O Estado em Florianópolis, no departamento de revisão. “Naquela época, o processo de diagramação era feito na máquina de escrever”, comenta. A jovem funcionária do jornal O Estado cir-

culava pela redação e observava atentamente tudo o que acontecia nos bastidores de uma redação de jornal. Mas o que a fascinava era a diagramação. “A diagramação é a última etapa préindustrial de um jornal. Eu gostava de acompanhar o processo, ver o começo e o ponto final. Sentava do lado do diagramador e ficava olhando”, relembra a professora. Depois de um mês foi convidada para trabalhar na diagramação. Munida com régua de paicas, régua de entrelinhamento, caneta e calculadora, a professora Lú começou sua carreira de jornalista. “Em 20 anos o processo desapareceu. Quem entra na redação de um jornal hoje nem imagina como era o processo de diagramação antes”, comenta sobre a modernização que a tecnologia trouxe. Em 1995, começou na Unisul, onde também lecionou edição. Em 2003, trabalhou na Agência Officio Comunicação. “Era uma agência pequena. Entrei como jornalista, mas tínhamos que fazer tudo”, explica. Em 2004, abriu uma empresa com sua irmã, formada em arquitetura. “Nesta empresa trabalho na área gráfica, criação de folder, catálogos, informativos”, conta. Luciane Zuê destaca a importância do diagramador ser formado em Jornalismo. A forma, a harmonia, o conteúdo, a importância das matérias fazem parte de um conjunto que resultam no produto final. “Se eu nunca mais tiver um texto publicado, não vou chorar. Mas se eu não puder diagramar eu vou sentir”, fala Lú. De acordo com a professora, o jornalismo está em constante mudança. É dever do aluno conhecer um pouco de tudo e depois escolher a área que mais gosta. E para isso acontecer é necessário fazer a diferença. “Os alunos têm que aproveitar e sugar o máximo da universidade. A experiência se guarda para si. E não se deve prender se ao modelo que existe no mercado. Tem que inovar”, aconselha.

A professora Luciane Zuê dá aulas de Planejamento Gráfico para turmas de Jornalismo em Tubarão e em Palhoça desde o início



Se eu nunca mais tiver um texto publicado, não

vou chorar. Mas se eu não puder diagramar, eu vou sentir. Os alunos têm que aproveitar e sugar o máximo da universidade. A exeperiência se guarda para si. E não se deve se prender ao modelo que existe no mercado. Tem que inovar”. Luciane Zuê Professora das disciplinas de Planejamento Gráfico I e II.



Fazer jornalismo em Tubarão é um ato de

heroísmo. Enquanto faz o oba, oba, está tudo bem. No momento de uma crítica com fundamento, eles vêem o jornalista como inimigo, preferem se fechar e colocar a culpa no Jornalismo, na imprensa. E quando há alguma dificuldade ou crise cortam a Publicidade. “ Tadeu Jair Pereira Professor da disciplina de Ética e Legislação

Reunião no vaticano: onde tudo começou para Tadeu a

relação do professor Tadeu Jair Pereira com o curso de Comunicação Social não começou na sala de aula, e sim no “vaticano”, apelido de uma sala no prédio sede da Unisul, onde antigamente era o Colégio Sagrado Coração de Jesus, com sistema de internato mantido pelos padres. Os professores Laudelino Santos Neto e Eduardo Búrigo de Carvalho começaram a elaborar o conteúdo programático das disciplinas de Jornalismo, o novo curso da Unisul. “ Foi feita uma reunião no ‘vaticano’ e entregaram para mim o plano de ensino para desenvolver o conteúdo da disciplina de Ética e Legislação. Em duas semanas fiz o conteúdo”, relembra o professor. A história de Tadeu junto à área de comunicação iniciou na década de 60 no jornal A Imprensa de Tubarão. De lá para cá, Tadeu passou por grandes veículos de comunicação como a Editora Abril e o Jornal O Estado de São Paulo. Em 1982, Tadeu Jair Pereira, Laudelino Santos Neto, João Batista Guedes e o falecido Estener Soratto fundam o Jornal da Cidade. Segundo o professor Tadeu, o Jornal da Cidade mudou o jornalismo da cidade de Tubarão. Foi o primeiro jornal a fazer entrevistas com pessoas importantes de seguimentos comerciais, político, saúde. “Fazer jornalismo em Tubarão é um ato de heroísmo. Enquanto faz o oba, oba, está tudo bem. No momento de uma crítica com fundamento, eles vêem o jornalista como inimigo, preferem se fechar e colocar a culpa no Jornalismo, na imprensa. E quando há alguma dificuldade ou crise cortam a publicidade”, diz o professor.

extra

especial15anos

janeiro-junho/07

> Para muitos estudantes, ter o canudo na mão passa por uma viagem diária pela BR-101. Enfim, a rodovia está sendo duplicada, o que pode representar um alívio para muitos.

800

350

deverão ser beneficiadas pela obra de duplicação do trecho Sul da BR101, de Palhoça (SC) a Osório (RS).

é a extensão da obra de duplicação do trecho Sul da BR-101, de Palhoça (SC) a Osório (RS).

mil pessoas

quilômetros

73

90

passarelas,

quilômetros

67 viadutos, 52 passagens inferiores e dois túneis passarão a fazer parte da rotina dos motoristas.

de pista e 32 obras deverão ser liberados até o final de 2007 para o trânsito de veículos.

Viagem Parte dos estudantes transita pela 101 para cursar a faculdade

Encarar a estrada faz parte do currículo universitário >Kellen Rodrigues,

>Antônio Roseng,

recém-formada em Jornalismo,

jornalista recém-formado, diz

lembra das amizades feitas

que o melhor das viagens de

durante as viagens de Criciúma

Criciúma a Tubarão eram as

a Tubarão. “Algumas pessoas

festas. O pior era perder tempo,

se tornam confidentes nestes

cerca de duas horas diárias,

anos de faculdade”.

que aproveitava para dormir.

>Rafael Rosso Figueira

>João Pedro Alves testemunhou o primeiro

Viagens de Criciúma a Tubarão consomem duas horas por dia e alunos geralmente chegam em casa depos da meia-noite

semestre de Jornalismo. Agora no terceiro semestre, ele “coloca tudo na balança” e considera válido o esforço por fazer o curso de que gosta e por ter feito vários amigos, “graças à BR-101”.

>Anderson de Jesus passou quatro anos viajando diariamente pela BR-101 até concluir o curso de Jornalismo. “Na minha avaliação, valeu, sim, a pena o esforço”, afirma o jornalista.

encara a estrada há três anos para fazer Publicidade e

acidente na BR já no primeiro Texto Lucas Borges Edição Júlia Savi / Jaqueline Tente

C

riciúma, 64km. Sombrio, 110km. Laguna, 31km. Araranguá, 87km. Essas são apenas algumas das distâncias encaradas diariamente pelos acadêmicos de Comunicação Social da Unisul. Os estudantes residentes nas regiões da Amrec, Amesc e Amurel são, na maioria das vezes, pessoas que trabalham durante o dia, saem do serviço direto para o ponto de ônibus, estudam e só depois voltam para casa, chegando ao final da noite. Além do cansaço e dos riscos da estrada, existe outro empecilho: o alto custo do transporte. O acadêmico Jabson Muller, residente em Sombrio, sai de casa diariamente às 17h30min, retornando à sua cidade somente 00h30min. “A estrada é sempre uma preocupação. Freqüentemente a gente vê cenas de acidentes e isso assusta bastante. Além disso, eu chego tarde em casa e no outro dia trabalho

nos dois períodos”, aponta Muller. No caso de Jabson, são gastos R$ 305,00 por mês somente com o transporte. “Não existe condução para estudantes de Sombrio para Tubarão. Gasto R$120,00 por mês para ir da minha cidade até Araranguá e de lá para Tubarão são mais R$185,00”, conclui Muller. As idas e vindas diárias não afetam apenas os acadêmicos. O professor do curso de Publicidade e Propaganda, Gutemberg Alves Geraldes, é mais um freqüentador do trecho entre Criciúma e Tubarão. “A viagem cansa, mas por outro lado são duas horas diárias para estudar. O problema maior são os atrasos que acontecem de vez em quando”, ressalta Geraldes. Para o trecho entre Criciúma e Tubarão, de segunda a sexta, é cobrado em média R$170,00. Apesar dos sacrifícios, ficam boas lembranças. A jornalista recém-formada Kellen Rodrigues conta que o microônibus tem até comunidade no Orkut. “O que mais marca são as amizades”, revela. “Ver as pessoas que iam no mi-

cro trabalhando, no mercado de trabalho, também é muito legal”. Algumas pessoas fogem da viagem se mudando para a cidade. É o caso da acadêmica Caroline Almeida, que passou um ano vindo diariamente de Criciúma e agora está em Tubarão. “Eu fazia estágio aqui, então saía de casa às 13h e voltava por volta de meia noite. Com isso não me sobrava tempo para estudar e com as obras de duplicação da estrada se tornou comum chegar atrasada na aula”, conta Caroline. Mas morar sozinho não é um mar de rosas como muitos jovens imaginam. A acadêmica Júlia Medeiros Bitencourt morava em Torres (RS) com os pais e agora reside em Tubarão. Para ela, morar sozinha não tem pontos exclusivamente positivos. “É difícil morar longe da família. Primeiro porque você perde o conforto de não se preocupar com as tarefas domésticas e depois por causa da saudade. Mas o bom de morar aqui é pela liberdade e a facilidade de encontrar estágios na cidade”, afirma Júlia.

Propaganda. Neste período, presenciou muitos acidentes e diz que o pior das viagens é a incerteza, “o perigo em cada curva”. O melhor, afirma, é que falta pouco para acabar, já que está na sexta fase de PP.

>Heloísa da Silva Henrique, recém-formada em Publicidade e Propaganda, lembra que, apesar do cansaço e do perigo, a vinda para Tubarão era usada para estudar e a volta, para as festinhas.

(NÚMEROS EXTRAÍDOS DO CLIC RBS)

NÚMEROS DA BR-101

21

22 especial15anos extra

ESTUDANTES NO BRASIL > Movimento estudantil sempre faz parte da história política do Brasil. desde a época da ditadura até os dias atuais, passando pela era Collor, os estudantes demonstram mobilização e força.

janeiro-junho/07

>muitos políticos brasileiros têm em seu currículo uma

>o movimento mais recente realizado pela União Nacional dos

passagem pelo movimento estudantil, seja como mero participante ou

Estudantes (UNE) foi a ocupação de universidades federais em todo o

como presidente de DCEs, UNE, entre outras entidades. Para citar um

país. Em protesto por melhorias na estrutura universitária, a entidade

exemplo da história recente, o presidente da UNE na época do movi-

organizou o “Dia Nacional de Mobilização nas Universidades Pública”,

mento “Fora Collor” era Lindenberg Farias. Depois de mobilizar milhões

realizado em 5 de junho. O principal pleito é o incremento à assistência

de caras-pintadas Brasil afora, Farias elegeu-se deputado federal.

estudantil, com reformas nos restaurantes universitários e ampliação da

Depois, foi eleito prefeito de Nova Iguaçu (RJ).

moradia estudantil. CRÉDITO DE FOTO

movimento estudantil Uma nova luta social dos jovens

Política entra na vida dos acadêmicos da Unisul Texto Lucas Borges Edição Júlia Savi / Jaqueline Tente

movimento estudantil desempenhou um papel muito importante na história do país. Os estudantes organizados estiveram presentes em algumas lutas históricas como o movimento “Fora Collor”, derrubando o até então presidente da República. E também, antes, o “Diretas Já”, defendendo e conquistando o direito ao voto direto para os representantes políticos e a resistência contra a ditadura militar. Em Santa Catarina, a história do movimento estudantil teve maior repercussão no ato intitulado “Novembrada”, uma manifestação popular organizada pelos integrantes da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) durante a visita do então presidente

O

General João Figueiredo a Florianópolis, em 30 de novembro de 1979. Mais de quatro mil estudantes protestaram na Praça 15 enquanto Figueiredo visitava a cidade. A polícia reprimiu as manifestações com violência e sete estudantes acabaram presos por “infringir” a Lei de Segurança Nacional. O ato foi “abafado” por alguns veículos de comunicação que eram aliados ao governo. Os veículos que publicaram o fato tiveram seus materiais confiscados. Os movimentos estudantis hoje não são mais tão atuantes quando o assunto são as lutas sociais. Mas nas instituições de ensino algumas entidades ainda representam e defendem os interesses dos estudantes, como é o caso dos Grêmios Estudantis nas escolas de ensino médio e dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCE) e Centros Acadêmicos (CAs) nas universidades.

No curso de Comunicação Social da Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul, Tubarão, o Centro Acadêmico (CACOS) é presidido por Luiz Henrique Fogaça, que foi eleito em 2005 e reeleito em 2006 por aclamação, ou seja, sem nenhuma chapa concorrente. “É muito importante que todos os cursos tenham sua representatividade através dos CAs, pois esta é uma ferramenta de fortalecimento na luta por melhores condições para os estudantes e por uma educação de qualidade” afirma. Segundo Fogaça, a entidade precisa proporcionar uma melhor formação para os acadêmicos. “Nós atuamos em três áreas que consideramos essenciais: cultura, integração dos acadêmicos e contato com os bons profissionais”. A cultura é uma das ações que mais se destacou, com a primeira feira de livros do curso e a oficina de Hip Hop e Grafitagem. FOTOS: ARQUIVO CACOS

No Cettalzinho, I Feira do Livro realizada em 2006 integra alunos de Comunicação Social de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda

Alunos acompanham palestras do movimento estudantil na universidade

Conquistas de estudantes e professores ao longo dos anos

o

primeiro registro em ata do Centro Acadêmico de Comunicação Social da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, Tubarão, foi feito no dia 14 de dezembro de 1995, quando tomou posse a diretoria presidida por Max Alexandre Rampinelli, tendo como vice-presidente Luiz “Pi” de Freitas. Anos depois, “Pi” foi professor da disciplina de Lingue Portuguesa I do curso de Comunicação Social no Campus da Unisul em Tubarão. Já a primeira presidente eleita do Centro Acadêmico de Comunicação Social (CAJU) foi a estudante Daniela Stüpp, tendo como vice-presidente o acadêmico Arilson Machado e na diretoria, o atual professor da disciplina de Telejornalismo II, Rádio I e II e orientação de projetos experimentais do curso, Rafael Matos. “Como era o começo do curso, o Centro Acadêmico precisava lutar por tudo, desde as estruturas básicas, como os laboratórios de televisão e rádio, de fotografia e gráfico, até as lutas por melhorias do corpo docente e da grade curricular”, explica o professor Matos. Na primeira gestão, o CAJU fez uma greve e os estudantes se negaram a fazer a disciplina de Fotojornalismo II, pois em todas as aulas era somente

aplicada a parte teórica e não existiam laboratórios para ser desenvolvida a prática da matéria. “Nosso protesto foi grande e conseguimos adiar a disciplina para quando ficasse pronto o laboratório de fotojornalismo. A disciplina de Fotojornalismo I já tinha sido aplicada apenas teóricamente, então a gente não aceitou aprender sem praticar”, conta Matos. A primeira gestão do Centro Acadêmico instituiu também o Prêmio CAJU de Qualidade, uma iniciativa para premiar os melhores alunos do curso de comunicação, porém com o passar dos anos foi extinto.

Disputas O vice-presidente Arilson Machado foi o candidato de situação na eleição seguinte, contra o acadêmico Cristiano Carrador. O pleito foi conturbado porque a oposição alegava envolvimento partidário entre Machado e o PC do B. “O Diretório Central dos Estudantes (DCE) se envolveu na eleição difamando a chapa de situação, nós descemos o morro e fomos na sede do DCE para esclarecer tudo, foi uma briga só”, conta Rafael Matos. Na eleição a chapa encabeçada por Cristiano Carrador foi a vencedora.

extra

especial15anos

janeiro-junho/07

VIAGENS DE ACADÊMICOS > Estudantes de Jornalismo e Publicidade e Propaganda abriram a agenda de viagens estudantis com a participação no Intercom Regional Sul. O segundo evento foi o Festival de Publicidade em Gramado.

>o Intercom Regional Sul aconteceu em Passo Fundo

>16º Festival Mundial de Publicidade de Gramado

(RS) no período de 10 a 12 de maio. Estudantes da Unisul, campus

aconteceu no período de 13 a 15 de junho e também contou com a

Tubarão, lotaram um ônibus para participar do evento. Eles puderam

participação de estudantes do curso de Comunicação Social, campus

acompanhar principalmente debates sobre o mercado e o ensino de

de Tubarão, especialmente os de Publicidade e Propaganda. Na

comunicação na era da sociedade digital. O evento contou ainda

programação do festival, além da premiação, constavam palestras

com uma mostra de curtas regionais e uma programação cultural,

sobre TV Digital, mídias digitais, propaganda multimídia, entre outros

com vários shows.

temas atuais relativos à publicidade.

23

descobertas Alunos contam experiências de excursões do curso

álbumdaturma

Viagens são parte integrante da formação dos acadêmicos ARQUIVO ALICE BOTEGA

m Sul de Passo >descontração Momento de diversão no Interco

Fundo

>Unisul Estudantes de Jornalismo e Publicidade na Interc

om Sul 2007

Grupo de estudantes levou dois dias para chegar a Maceió/AL e participar do evento nacional Enecom realizado em 1998

Texto Peterson Crippa da Silva Edição Maiara Gonçalves / Mirelli Elias

A

>Rio de Janeiro Grupo de Jornalismo e Publicidade

em viagem em 2005

>Alunos da primeira turma de PP já curtiam as viagen

s de estudos

s viagens passaram a ser uma das ferramentas de ensino do Curso de Comunicação Social. A cada passeio promovido, a sensação de férias entre amigos somada à possibilidade de conhecer a realidade das empresas do ramo aproxima ainda mais o acadêmico da sua carreira. O prazer de estar em uma cidade até então desconhecida também fortalece o interesse pela atividade extracurricular. Várias turmas do campus de Tubarão, nos 15 anos de Jornalismo e 10 de Publicidade e Propaganda, viajaram e conheceram cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Gramado, entre outras. Visitaram organizações jornalísticas, agências de propaganda e participaram também de congressos. Em cada uma, os alunos estiveram um pouco mais perto o dia-a-dia de cada profissão. Para o estudante da quinta fase de

PP, Leandro Cardoso Pires, ir à São Paulo em 2005 foi muito importante para a trajetória na faculdade. Além de ter conhecido vários pontos turísticos da maior cidade brasileira, o grupo também visitou a Bolsa de Valores paulista e as principais agências de publicidade e empresas do país. “A viagem foi muito boa e bastante divertida. Estivemos em vários veículos importantes. Quero ver se neste ano participo de mais uma viagem”, diz. O formando de PP Roberto Amboni Nicolazzi foi um dos acadêmicos que participou do Congresso Mundial de Publicidade e Propaganda de 2003, em Gramado, no Rio Grande do Sul. A Unisul disponibilizou ônibus e, acompanhados pelo professor Paulo Mendes, cerca de 60 alunos estiveram na cidade gaúcha. Para Nicolazzi, o evento ficou marcado principalmente pela palestra do

fotógrafo italiano Oliviero Toscani. Na época, o profissional era responsável pela campanha da grife Benetton, que levou às lojas temas polêmicos como racismo e guerra. “As fotos da campanha entre crianças brancas e negras, nas quais a Benetton buscava mostrar a igualdade entre as etnias, foram para mim um ponto chave. Ali notei o quanto a publicidade e a propaganda possuem poder”, analisa o formando. Atualmente, a Metrotur Turismo de Florianópolis é a agência responsável por promover as excursões do curso de Comunicação Social. O diretor da empresa, Cláudio Metrópole, já levou estudantes para diversos programas da televisão brasileira, como o “Altas Horas”, “Domingão do Faustão” e o “Programa do Jô”. As últimas viagens dos alunos foram ao Intercom Sul”, em Passo Fundo, e no Festival de Gramado, no Rio Grande do Sul.

O prazer de estar em uma cidade diferente fortalece o interesse pelas atividades extracurriculares

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