Estava um sol muito abrasador. Clara estava impaciente. Era uma menina muito prendada, de cara muito redonda, olhos imensamente escuros, causando uma enorme amálgama de sentimentos a quem os visse tinha um nariz muito pequenino, o que fazia com que quando ela se ria se formassem imensas covinhas ao redor dele. Clara já tinha feito toda a lida diária que num dia normal demorava um dia inteiro, mas como hoje o dia iria ser diferente já estava tudo feito e ainda não estava a meio da tarde. Estava impacientemente à espera do seu amigo Carlos, com uma mala na mão. Os dois tinham combinado fugir juntos, mas ele estava atrasado, o que provocou pânico a Clara, pois a mãe dele poderia ter descoberto e assim não poderiam fugir. De repente, no meio de um arbusto apareceu Carlos. O seu melhor amigo chegou com a sua pasta às costas e tinha ar de indeciso. Ao fim de alguns minutos de conversa, meteram-se a caminho, sem que ninguém soubesse, foram direitos a “Génevu”* e quando estavam no centro desta cidade, Pedro ordenou a Clara que parasse, retirou da sua pasta um enorme mapa dobrado e começou a tentar perceber por onde se teria de dirigir. Sem dizer uma única palavra, voltou a colocar o mapa na pasta e fechou o fecho desta, ordenou a Clara que o seguisse, começando a andar durante uns minutos e depois tornou a parar. Desta vez parou em frente a uma pequena pensão, parecia um pouco “rasca” de fora e também um pouco suja. Perguntou a Clara se tinha fome e ela acenou com a cabeça e ele entrou. Clara seguiu-o, puxou a porta que estava encostada e entraram para uma espécie de hall e logo à frente estava uma secretária muito antiga e uma senhora já idosa sentada em redor desta, mexendo em papéis. Assim que deu pela sua presença levantou-se, pois era um acto de educação e cumprimentou-os. Após a pergunta de o que desejavam da senhora Yasmeen, a senhora da pensão, Pedro inventou uma história dizendo que iam ter com uma avó que vivia ali numa aldeia perto de Génevu, mas como estava de noite e tinham alguma fome esperariam pelo nascer do sol para partirem a caminho da casa da avó. A senhora Yasmeen foi muito simpática e ofereceu-lhes o jantar e mais tarde foi mostrar-lhes o quarto onde iriam passar a noite. De manhã, quando acordaram, já era muito tarde e tinham de se despachar. Rapidamente pagaram à senhora (com algum dinheiro, que Pedro ganhara ao ajudar um vizinho seu) e saíram daquela pensão à saída. Pedro, mais uma vez, pegou no seu mapa e perguntou a Clara para onde iriam, pondo-lhe à escolha dois destinos: Maltadeou ou Pétrick, que eram duas cidades próximas de
*Cidade grega, muito antiga.
Génevu. Clara escolheu Pétrick, porque sempre ouvira falar aos mercadores bem daquela cidade. Pedro seguiu em frente, até ao final da rua, onde tinha de escolher entre um caminho de mato e uma pequena estrada. Foi pelo mato, pois parecia-lhe ser mais perto no mapa. Caminharam imenso tempo até que começaram a ficar com fome e pararam debaixo de uma Tília à sombra e retiraram umas sandes que a dona Yasmeen lhes tinha feito e embrulhado numa folha de prata. Comeram o mais rápido que foi possível e foram em direcção a um rio que estava perto deles, beberam água e arrecadaram alguma num pequeno cantil que Pedro trouxera de casa dentro da mochila. Seguiram caminho. Como havia imensas árvores, dava a sensação de estar de noite e começaram a ver cada vez menos, até que tudo ficou escuro. Ouviram por entre as árvores barulhos de animais Clara começava a ficar com medo e Pedro agarrou-lhe a mão para ambos se sentirem mais confiantes e assim caminharam algum tempo, mas pararam de repente após terem ouvido um ruído no meio de um pinhal. Parecia de um lobo. Ficaram apavorados, mas ao fim de algum tempo à escuta, parecia-lhes uma senhora em apuros. Foram espreitar, escondidos nos arbustos que rodeavam os pinheiros e viram um simples corvo, mas o grito de uma mulher ainda soava ao longe, até que no alto da colina à frente, viram uma senhora toda vestida de branco e ao lado alguma coisa que não conseguiam identificar na escuridão. Eram agora 22h da noite e de repente a senhora caiu no chão e o que estava junto dela desapareceu no calor da noite. Sentaram-se, no meio dos arbustos, muito juntinhos, para que ninguém os visse e ambos decidiram ir ver como estava a senhora. Quando chegaram finalmente ao topo da colina, viram que a mulher estava morta. Não sabiam o que se tinha passado, parecia estar alguém ao pé dela, mas seria mesmo algum ser vivo ou simplesmente uma sombra causada pela luz do luar que incidia mesmo sobre a colina? Ajoelharam-se em torno da mulher e, sem darem conta, apareceram dois caçadores com lebres presas à cinta que perguntaram o que se tinha passado. Eles não sabiam o que responder na realidade, nem tinham visto a arma ao lado do corpo da senhora. Esta fora descoberta por um dos caçadores que a arrastou com a bota. Sem perceberem estavam metidos num caso complicado e impróprio para a sua idade. Os caçadores ordenaram-lhes que fossem por entre um caminho e batessem à porta da 2ª casa que encontrassem. Eles estavam com medo e os caçadores, ao aperceberem-se disso, acalmaram-nos dizendo: “ tudo se vai resolver, meninos! Não fiquem assustados, agora vão pelo caminho que vos indiquei e batam à porta de minha casa e digam à minha mulher para chamar a polícia.” Os meninos, perante esta ordem, foram pelo caminho ditado pelos caçadores e bateram à porta era uma casa de pedra muito antiga e fria apareceu à porta uma senhora ruiva com a cara cheia de sardas, que lhes perguntou, um pouco arrogante, o que queriam àquela hora da noite. Eles contaram-lhe o sucedido e ela imediatamente convidou-os a entrar, foi a correr em direcção ao telefone e chamou a polícia. Até a polícia chegar,
Clara e Pedro foram bem recebidos em casa do caçador e da senhora Carla, sua esposa. Assim que a polícia chegou lá a casa, os meninos foram à porta muito apressados e indicaram o caminho da colina aos agentes da polícia. Estes chegaram à colina num instante e imediatamente começaram a investigar. Descobriram que a senhora se chamava Maria. Ao descobrirem o nome, na mesma carteira, descobriram uma lista telefónica e foram contactados os familiares. No final das investigações no terreno, como dizia a polícia, ou seja, no final das investigações na colina, foram a casa da senhora Maria ter com os seus familiares, Clara e Pedro também foram, a polícia considerou-os como «elementos fundamentais na investigação». Ao chegarem a casa de Maria e dos familiares, começaram vários interrogatórios. Descobriu-se que Maria era uma empresária de sucesso, tinha uma grande fábrica de café em África, uma ainda maior em Pétrick e outra em Génevu, e fundamentalmente: - tinha negócios com muitas pessoas e andava em briga com algumas devido à construção de uma nova fábrica; - tinha uma filha que com a sua morte receberia imenso dinheiro de herança. Todas estas informações eram muito importantes e a polícia viu que tinha entre mãos um caso complicado. Pedro e Clara, à medida que a polícia fazia os interrogatórios, apontaram num bloco cedido pelos polícias observações muito pertinentes e fundamentais para a resolução do caso, o que levou a polícia a deixa-los ir com eles para a esquadra e a reunirem-se lá com outros agentes para encontrarem a solução do caso, ou seja, para perceberem quem matara Maria. Entretanto, a polícia contactou os pais de Clara e os de Pedro esclareceu-os do sucedido e pediu-lhes autorização para ficarem com eles durante alguns dias até resolverem o caso. Os pais deles aceitaram, felizes por eles estarem bem e também por estarem a ajudar a polícia, apesar de um pouco enfurecidos e zangados por eles terem fugido de casa. Três dias depois da noite da morte de Maria, a polícia, como era costume desde essa noite, reunia-se mais uma vez com os meninos em casa de um dos polícias, o sargento Mário. No final desta reunião, organizaram as suas suspeitas dos possíveis assassinos, que eram: -Alguns funcionários (Mitra, Mariana e José), pois tinham sido despedidos na manhã do dia do assassinato e poderiam querer se vingar do despedimento; -A filha de Maria, Rosa, suspeitava que o seu padrasto Miguel tinha um caso com a melhor amiga de Maria, a senhora Joaquina;
Ou seja os suspeitos poderiam ser: Mitra, José, Mariana, Joaquina, Miguel ou Rosa. No final de traçarem este “ plano de suspeitos”, receberam uma chamada de Elisa, a empregada de Maria. Ela pediu-lhes para ir ter com eles e, passados alguns minutos, bateram à porta. Era Elisa, dizendo que tinha uma informação para lhes dar. Todos que estavam na sala ficaram muito ansiosos. Elisa começou a dizer que estava a limpar o escritório e de repente um papel caíra da secretária de Maria. Como tinha umas letras recortadas de uma revista que lhe deram cativaram o seu interesse e começou a ler. Era uma ameaça de Mariana por a ter despedido. Elisa também afirmou que, na noite do assassinato, Joana não estava em casa porque lembrava-se de ter espreitado da janela do seu quarto e na casa de Joana não havia uma única luz acesa. Ao ouvirem isto os polícias, sargento Mário e o sargento Amadeu ordenaram em coro que fossem todos para dentro do carro. Dentro do carro, o sargento Mário esclareceu que iriam a casa da senhora Maria ver a ameaça e que depois iriam ver a casa da senhora Joaquina. Em casa de Maria, Pedro descobriu um cartão com o número de telefone do senhor José e agrafado estava um fax do Sr. José. Este fax veio complicar a situação. Afinal quem era o assassino? Com duas ameaças no dia do assassinato era muito difícil responder a esta pergunta. Clara arrastou as cortinas para tentar abstrair-se daquele caso, pois fazia-lhe um pouco de impressão lembrar-se de Maria naquela noite. A janela dava para a casa de Sr.ª Joaquina, para além da casa Clara via Joaquina a cozinhar e atrás dela um homem. Chamou todos para virem à janela e quando todos estavam a ver o homem por trás dela deu-lhe com qualquer objecto na cabeça e Joaquina caiu inconsciente. Correram para casa de Joaquina e da porta saiu Miguel, que foi imediatamente capturado pelos sargentos. Algemaram-no e, enquanto a senhora Elisa chamava os bombeiros e uma ambulância, os meninos, os polícias e Miguel foram imediatamente para a esquadra. Lá Miguel confessou tudo, mas quando se pensava estar tudo resolvido, Miguel apareceu morto na cela presidiária. Este caso foi fácil de resolver: nas câmaras de vigilância aparecia Joaquina a matá-lo. Os meninos ficaram chocados: uma mulher acabada de sair do hospital, com um traumatismo craniano, veio matar quem lhe provocou o traumatismo. Joaquina foi presa, os polícias subiram de posto para comissários. Como em cada esquadra só há um comissário, o sargento Mário foi transferido para a esquadra perto de casa dos meninos e o sargento Amadeu ficou ali naquela esquadra. Pedro e Clara voltaram a casa, mas mais felizes que nunca por estarem na sua terra. Ali eram os oficiais ajudantes do comissário Mário e, mais tarde, tornaram-se polícias, colegas de Mário.