Em primeira pessoa (Janus SW)
Os Escritos de Janus
Às vezes me pergunto o porquê de achar tão poucos textos dentro dos blogs que falem , em primeira pessoa, além do necessário apreço, da dispensável dor, não física mas afetiva,do não estar, da falta do Dono(a) etc. Talvez seja porque no meu noviciado submisso eu tenha ainda a entender de que o sub falar de si não é de conveniência pública ou privada do Top, ou talvez seja contrário à própria condição de submisso(a). Se cometo o pecado da inadequação, por favor, Senhores, Senhoras e colegas, me desculpem mas acredito que seja necessário, primeiro para mim mesmo, delimitar algumas coisas, dizer outras, falar enfim e um momento "solto" de reflexão foi mais que suficiente em sua pequenês para um verdadeiro surto verborrágico. A alana, em seu comentário, disse que eu conseguia traduzir o mundo SM com alguma propriedade, ou nas palavras dela "você descreve uma submissão plena e convicta" e aí me fez perguntar se eu, na verdade, poderia descrever uma submissão plena e convicta (concordo com você alana) sem estar vivendo essa submissão no exato momento que escrevo. Sempre estive "do outro lado do chicote" e , devo confessar, nem sempre fui o melhor Dono que uma submissa pudesse ter, menos por maltratá-las e mais por ser inábil e preciptado, esquecendo-me que não adianta tentar colocar o carro à frente dos bois, de nenhuma forma. Decidi praticamente abandonar o BDSM por conta de algumas coisas que não seguiram como deviam e, de repente, pela minha consciência do mal que posso fazer às pessoas dado, inclusive, por minha inabilidade, real ou pressumida. Parei, refleti e , principalmente, experimetei nas mãos de uma Domme experiente e que sempre me fascinou, toda a dimensão que é servir, menos por ela ter sido completa, mais pela energia que se sente no ar durante uma sessão. Vai lá... Aquilo não era a submissão inteira, poderia falar alguém que já tenha visto até coisas mais significativas com Donos e Dommes em relação D/s até porque não era isso que estava acontecendo. Ailias, sou grato à essa Senhora , cujo nome não me convém mencionar por privacidade, por ter me mostrado tanto em tão pouco espaço de tempo. Devo dizer que hoje eu anseio, eu quero (será que é minimamente adequado dizer isso), preciso sentir um pouco mais do que tenha sentido. No entanto, tenho consciência plena de que o fato de já ter tido uma pessoa em minhas mãos não significa pouco na hora de submeter-me. Aprendi logo que para dominar minha alma não seja necessária uma enorme elaboração mas que a Domme soubesse ocultar um pouco de si, que saiba ser sutil no domínio, uma sutileza que beire o perverso, o subterrâneo, uma extração pedra a pedra da minha submissão. Entenda, também, que aos 44 anos talvez eu esteja vivenciando um grande cansaço de tanto tempo "na estrada" , por mais que esse tempo para muitos seja muito pouco. Sim, preciso de alguém que me renda, me subjugue, me extraia a vontade absoluta de ter domínio de minha existência mas que não se nutra e caia fora e sim que cuide e me desenvolva, seja Dona e seja Mestra, condutora, por menos que pense saber.
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Os Escritos de Janus
Eu quero spanking, shibari, agulhas, suspensão, tudo o que a Dona quiser mas espero que Ela queira mais, infinitamente mais, uma Rainha em um trono com o conselheiro sentado aos pés, aquele que por mais que saiba, sempre estará aos pés do trono, seja menos, possa menos, mande menos mas não seja de todo desprezível, até porque sabe colocar-se em seu lugar, sabe que servir é uma expressão mais satisfatória apensar de muito menos cômoda do que outras. Doar o todo, tudo, mais mas que não seja apenas de um resultado de um contrato ou de uma coleira mas seja assim pq houve a conquista do meu solo interior, de forma que fincar a bandeira seja o resultado natural de um processo. Ainda caminho nessa direção, enquanto submisso e enquanto homem, enquanto alguém que também sabe olhar nos olhos de uma mulher e encontrar submissão, no viver, no comprometer-se, no fazer acontecer. Nem sei, sinceramente, se teria algum motivo claro para estar escrevendo e publicando tais coisas ou, felizmente, tenha chegado à conclusão que fosse necessário me dar a conhecer ao mundo, ao meio e mais, cavar no solo do meu ser para plantar algo que não sei no que vai dar. Sinceramente, por mais bizarro que eventualmente possa parecer, não tenho pressa mas anseio o momento que Ela se mostrar à mim, plenamente, me tomar a alma e aí, garanto-lhes, a coleira é um mero símbolo porque Ela já me possuirá. Esse é o Janus, presente em aleph também, sem convergirem totalmente. Afinal, entre a realidade e a ficção há mais coisas que julga a nossa vã filosofia. Equanto essas coisas se me mostram ao poucos, caminhar é preciso para que a paisagem se contrua e seguimos, rumo a algum lugar. Saudações