Entomologia Forense

  • June 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Entomologia Forense as PDF for free.

More details

  • Words: 3,273
  • Pages: 13
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

4º PERÍODO

DISCIPLINA: ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS II

ACADÊMICOS: BARBARA DUMAS FERNANDA BERNARDES FERNANDO LANDA JORGE LISBOA SARA CRISTINA THYAGO RODRIGUES

ENTOMOLOGIA FORENSE

DOCENTE: CINTHYA AROSSA

ANÁPOLIS 16/11/2006.

1. INTRODUÇÃO A Entomologia Forense é a ciência que aplica o estudo dos insetos a procedimentos legais. As pesquisas nesta área são feitas desde a década de 1850 e nas últimas décadas vem obtendo progressos. A princípio existia um grande ceticismo quanto a sua aplicação, porém, paulatinamente, peritos criminais e legistas passam a contar com o auxílio de entomólogos para aprimorarem seu trabalho. Atualmente, vem crescendo o interesse de pessoas ligadas a instituições judiciais e cientistas forenses em como conduzir a entomologia junto a outras técnicas de investigação em casos de morte (Catts & Haskell, 1991 apud http://www.policiacivil.rj.gov.br). Os manuais de Medicina Legal que citam Entomologia Forense referem-se a sua primeira aplicação como ocorrida em 1235, na China, baseados em um manual chinês, escrito por Sung Tz'u, intitulado "The washing away of wrongs". Nesse livro ele citou um caso de um homicídio perpetrado com uso de instrumento de ação cortante, cujos investigadores, na busca de vestígios na vizinhança, localizaram uma foice em torno da qual sobrevoavam moscas, possivelmente, atraídas pelos odores exalados pelos restos de substâncias orgânicas ali aderidas e imperceptíveis a olho nu. Em vista disso, o proprietário da foice foi interrogado pela polícia, levando-o a confessar a autoria do crime (apud McKnight, 1981 apud http://www.policiacivil.rj.gov.br). Contudo, a literatura especializada em entomologia atribui a primeira utilização dessa ciência a Bergeret, em 1855, na França, pois ele foi o primeiro a utilizar, conscientemente, insetos como indicadores forenses. Neste caso foi encontrado o corpo de uma criança oculto no piso, coberto por uma capa de gesso, no interior de uma residência. Ele indicou um intervalo post mortem extenso através da associação da fauna encontrada com o estágio de decomposição do cadáver, e como os moradores residiam no imóvel há poucos meses, as investigações e suspeitas dirigiram-se aos habitantes anteriores da casa. Essa ciência, porém, só se tornou mundialmente conhecida após 1894, com o célebre trabalho de Mégnin o qual publicou, na França, o livro "La faune des cadavres". Nesse livro, ele divide os insetos que visitam os cadáveres em oito legiões distintas, que se sucedem de modo previsível no processo de decomposição, com duração de cerca de três anos. Essas legiões são, ainda hoje, muito divulgadas em livros de Medicina Legal, porém, apesar deste trabalho ter sido um marco genial na história dessa ciência e uma grande descoberta quanto ao padrão de sucessão de insetos europeu, esses dados não podem ser aplicados no Brasil. Nosso clima tropical conduz a um processo de decomposição muito mais veloz do que o europeu, além de que algumas das espécies verificadas aqui não ocorrem em países de clima temperado. No início do século, alguns pesquisadores brasileiros realizaram pesquisas nesta área e apesar de obterem bons resultados enfrentaram uma série de dificuldades devido à carência de dados taxonômicos, biológicos e técnicos. Entre eles podem ser citados Roquete-Pinto (1908) e Oscar Freire (1914 até 1923). Depois desses trabalhos o assunto ficou esquecido durante anos no Brasil, a despeito do seu desenvolvimento mundial.

Aplicações Conhecimentos entomológicos podem ser utilizados para revelar o modo e a localização da morte do indivíduo, bem como mais freqüentemente, estimar o tempo de morte (intervalo post mortem - IPM). 1. Local da morte Baseado na distribuição geográfica, habitat natural e biologia das espécies coletadas na cena da morte, é possível verificar o local onde a morte ocorreu. Por exemplo, certas espécies de dípteros da família Calliphoridae são encontradas em centros urbanos. E, em vista disso, a associação dessas espécies a corpos encontrados em meio rural sugere que a vítima tenha sido morta no centro e levada para o ponto onde foi encontrada. Da mesma forma que, algumas moscas apresentam habitat específico, além de distinta preferência em realizar postura em ambientes internos ou externos, e até mesmo, em diferentes condições de sombra e luz. 2. Modo da morte Drogas e tóxicos presentes nos corpos afetam a velocidade do desenvolvimento de insetos necrófagos. Cocaína, heroína, "methamphetamina", "amitriptylina" e outros metabólitos têm mostrado efeitos no desenvolvimento das larvas e da decomposição, podendo indicar um caso de morte por ingestão de dose letal dessas substâncias ("over dose") (Goff et al 1989, 1991, 1992, 1993 apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). Pela voracidade das larvas, os fluidos do corpo e partes macias necessárias para as análises toxicológicas desaparecem, sendo então, necessário identificar esses medicamentos e substâncias tóxicas no corpo de larvas de insetos necrófagos que se alimentaram desses cadáveres contaminados (Lord, 1991; Gunatilake & Goff, 1989 apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). Podendo, também, a presença de certas substâncias, como o arseniato de chumbo e o carbamato, impedir a colonização do cadáver por certos insetos necrófagos (Leclerq & Vaillant, 1992 ; OliveiraCosta, 2000 apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). 3. Intervalo post mortem (IPM) A estimativa de IPM pelo método entomológico visa estabelecer o tempo, mínimo e máximo, entre a morte e o encontro do corpo. O limite máximo de tempo é estabelecido pela coleta dos espécimes e a análise do seu padrão de sucessão nos corpos, desde que sejam correlacionados às condições ambientais do local de exposição e todos os fatores que podem atrasar a chegada dos insetos e a colonização. O limite mínimo de tempo é estabelecido, por exemplo, pela idade

dos espécimes coletados nos cadáveres, portanto o espécime mais velho corresponde ao menor intervalo entre a colonização e a descoberta do corpo. A estimativa de limite de tempo máximo de IPM é aplicada a cadáveres em adiantado estado de decomposição, baseada na composição da comunidade de artrópodes relacionados ao padrão de sucessão esperado (GOFF & FLYN, 1991 apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). Estudos do processo de decomposição cadavérica, relacionados ao padrão com que as espécies entomológicas se sucedem nos corpos, têm sido conduzidos por todo o mundo, desde o célebre trabalho de MÉGNIN, 1894 (apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). Contudo, esses padrões de sucessão não podem ser aplicados em estudos de IPM no Brasil visto que, o nosso clima, além de favorecer o surgimento de espécies tropicais, diferentes daquelas típicas de ambiente temperado onde a maior parte dos estudos é conduzida, acelera o processo de decomposição cadavérica. Um formato comum à maioria dos estudos de sucessão de artrópodes no processo de decomposição em carcaças animais ou humanas foi a tentativa de subdividir todo o processo de decomposição dentro de estágios integrados, cada um com características e reunião de artrópodes próprias. Desta forma, o processo de composição é dividido em fases de acordo com as características físicas, químicas e morfológicas da carcaça e, a cada fase, é associado um grupo diferente de insetos.

A estimativa de limite de tempo mínimo de IPM é aplicada a cadáveres em estado inicial de decomposição. Este método é feito pela interpolação dos dados da evolução do desenvolvimento de espécies criadas em temperatura conhecida com o mais velho estágio larvar coletado no cadáver e as condições ambientais que eles estariam supostamente expostos. As larvas mostram o mínimo de tempo em que o corpo foi exposto, em condições apropriadas, para atividade de insetos, já que, raramente, insetos necrófagos ovipõem em uma pessoa viva (TANTAWI & GREENBERG, 1993 apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). Os insetos imaturos encontrados, no local de morte violenta, devem ser cuidadosamente coletados e criados em laboratório até a emergência dos adultos para que a identificação das espécies possa ser feita com maior segurança. Os

fatores climáticos que podem influenciar no desenvolvimento dos insetos devem ser mensurados e registrados. A temperatura, além de influenciar o processo de putrefação dos corpos, interfere diretamente com a atividade dos insetos e sua velocidade de desenvolvimento. Isto é explicado pelo fato de que os insetos são animais de sangue frio necessitando de fontes de calor externas, só sendo ativos em certa extensão de temperatura que ocorre dentro dos limites do limiar superior e inferior, requerendo uma soma de calor acumulado para completar o seu desenvolvimento (EDWARDS et. al., 1987 apud http://janyraoliveiracosta.bio.br). É possível calcular o IPM através do comprimento total da larva, porém deve ser considerado o encurtamento sofrido pelo imaturo ao se aproximar a pupação, que se não for considerado pode induzir a erro. Outros fatores que influenciam o comprimento são as condições em que essas larvas foram criadas (condições climáticas, recursos alimentares, competição, etc.). Por esta razão, um método melhor é aquele que utiliza conceitos de desenvolvimento expressos em unidades que se denominam graus-dia. Estes conceitos revelam qual o valor térmico requerido pelo inseto para completar seu desenvolvimento, a medida desse calor acumulado é conhecida como tempo fisiológico. Os insetos, como foi citado acima, possuem uma temperatura ótima de desenvolvimento (entre os limiares). O GHA/GDA não é mais do que a temperatura acumulada entre esses dois pontos de parada, isto é, a temperatura adequada para seu desenvolvimento em uma base horária. Acredita-se que o GHA/GDA requerido para alcançar um outro estágio do ciclo de vida seja, geralmente, constante para a maioria dos dípteros, sem levar em consideração que este tenha sido obtido em temperatura constante ou variável. Posições ecológicas da fauna associada a corpos Segundo Keh (1985), a fauna freqüentadora dos cadáveres é classificada em: 1. Necrófagos São aqueles cujos adultos e/ou imaturos alimentam-se dos tecidos dos corpos decompostos, incluindo as espécies que aparecem sucessivamente com as mudanças nos corpos. • Dípteros – moscas, especialmente Sarcophagidae e Calliphoridae; • Coleópteros – besouros (Silphidae e Dermestidae); • Lepidópteros – mariposas da família Tineidae. 2. Omnívoros São aqueles que se alimentam de dieta variada, inclusive carne decomposta; se alimentam tanto dos corpos quanto da fauna associada. Populações de grande densidade dessas espécies podem retardar a velocidade de decomposição dos corpos pelo esvaziamento de espécies necrófagas. • Himenópteros – formigas e vespas;



Coleópteros – alguns besouros.

3. Parasitas e predadores Os parasitos são aqueles que utilizam as reservas dos colonizadores normais do cadáver para seu próprio desenvolvimento e os predadores são aqueles que visitam o cadáver na intenção de se alimentar dos estágios imaturos dos insetos necrófagos. Algumas espécies são necrófagas durante os estágios iniciais e tornam-se predadoras durante os últimos estágios. • Coleóptero – besouros (Silphidae, Staphylinidae e Histeridae) - alguns parasitam dípteros; • Dípteros – moscas - Calliphoridae (Chrysomya), Muscidae (Hydrotaea); • Ácaros – Macrochelidae, Parasitidae, Parholapidae; • Himenóptera – parasitas de imaturos de dípteros. 4. Acidentais São aqueles que se encontram no cadáver por acaso, como extensão do seu habitat normal. • Outros artrópodes como colêmbolas, aranhas, centopéias e tatuzinho de jardim. Descrição das espécies associadas A) Dípteros • • • •

Tamanho reduzido das asas traseiras; Proeminência das asas dianteiras; Somente um par de asas, correspondente ao par anterior; Par posterior em pequenas estruturas clavadas denominadas halteres, que funcionam como órgãos de equilíbrio.

A.1) Sarcophagidae • • • • • • •

Corpo de coloração escura com faixas cinzentas no tórax; Abdome xadrez; Antenas plumosas na base e nuas na região apical; Olhos separados nos dois sexos; Armadura bucal lambedora; Célula apical da asa fechada; Calípteros bem desenvolvidos.

A.2) Calliphoridae

• • • • • •

Possuem colorido metálico azul ou verde; Tamanho médio; Peças bucais funcionais do tipo sugador; Arista pilosa em toda a sua extensão; Pós-escutelo pouco desenvolvido; Notopleura tem duas cerdas e as cerdas abdominais geralmente pouco desenvolvidas.

B) Coleópteros • • • • • • • • •

Par de asas anterior endurecido, conhecidas como élitros; Cabeça, na maioria das espécies, é normal, arredondada; Os olhos compostos estão situados lateralmente na cabeça, sendo de contorno elíptico ou circular, com número variável de omatídeos; As antenas se articulam na fronte; O aparelho bucal nos besouros é sempre do tipo mastigador, tanto nas larvas como nos adultos, com as mandíbulas bem desenvolvidas; O protórax é geralmente mais desenvolvido e um pouco destacado, sendo o meso e o metatórax fundidos e geralmente recobertos pelos élitros; As pernas são normalmente ambulatórias, ocorrendo, todavia, pernas fossoriais e natatórias; A presença ou ausência de um espinho prosternal é também de importância taxonômica; Abdome séssil e, em geral, com 10 urômeros sendo muitas vezes escondidos uns pelos outros.

B.1) Silphidae e Dermestidae • •

Sem suturas notopleurais; Urosternito basal não dividido pelas coxas posteriores.

C) Lepidópteros • • • • • • • •

Insetos com dois pares de asas membranosas cobertas de escamas; Peças bucais adaptadas a sucção; Cabeça dos adultos é, geralmente, arredondada e mais estreita que o tórax, muito pilosa e cheia de escamas como o resto do corpo; Olhos compostos relativamente grandes e formados por um grande número de omatídeos; Antenas, inseridas próximo do bordo interno dos olhos, são mais ou menos alongadas; Peças bucais adaptadas à sucção, formando o aparelho bucal sugador maxilar, a típica espirotromba ou probóscida; O tórax é constituído por 3 segmentos reunidos num só bloco, recoberto por escamas; O abdome é geralmente cilíndrico, alongado, formado por 10 urômeros.

C.1) Tineidae

• • • • •

Borboletas e mariposas de tamanhos variáveis; Asas raramente com alguns acúleos e nervação diferente nos dois pares; Acoplamento de asas do tipo frênulo ou amplexiforme; Fêmeas com 2 aberturas genitais, sendo o óstio da bolsa copuladora no esterno 8 e a abertura genital no esterno 9 ou 10; Agrupa cerca de 98% das espécies conhecidas.

D) Himenópteros • • • •

Espécies apresentando dois pares de asas membranosas; Asas anteriores são maiores do que as posteriores; As fêmeas possuem um ovipositor típico que permite a perfuração do hospedeiro ou acessar locais inacessíveis, estando muitas vezes modificado em um ferrão; O desenvolvimento é do tipo holometabólica (metamorfose completa), que apresenta os estágios de ovo, larva, pupa e adulto.

E) Ácaros • • • • • • • •

Tamanho reduzido; O corpo apresenta simetria bilateral; As posições dos apêndices, olhos, e orifícios genitais são os únicos pontos de referência que diferenciam as regiões corporais originais; Ventralmente, as coxas dos pedipalpos estendem-se para frente formando o piso e os lados da câmara pré-bucal; As quelíceras prendem-se na parede traseira do encaixe do cone bucal; Os pedipalpos prendem-se em ambos os lados do cone; Os quatro pares de pernas têm geralmente seis segmentos : coxa, trocanter, fêmur, joelho, tíbia e tarso; O corpo dos ácaros é recoberto por pêlos ou cerdas, que podem ser simples, achatados ou em forma de bastão.

2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais A) B) C) D) E) F)

Carne em estado de putrefação; Garrafas pet; Saco plástico transparente; Tinta preta; Tesoura; Barbante;

G) H) I) J) K) L) M)

Algodão; Frascos de vidro; Álcool 70%; Lupa; Pinça; Placa de Petri; Material de apoio.

2.2 Metodologia Para a realização da parte prática montaram-se armadilhas com garrafas pet dois litros. As garrafas foram pintadas com tinta preta e fez-se uma abertura numa altura aproximadamente de dois dedos acima da base da garrafa. Após este procedimento, amarrou-se o saco plástico transparente na boca garrafa com auxílio de um barbante e o mesmo foi utilizado para pendurar a armadilha. Dentro da garrafa colocou-se um pedaço de carne em estado de putrefação. As garrafas foram deixadas em ambiente urbano (casas) e em área de mata (Trilha do Tatu – Campus UEG UNuCET) por um período de três a quatro dias. Depois se procedeu com o recolhimento das armadilhas e coleta dos insetos presentes em suas diversas fases de desenvolvimento. Os insetos foram recolhidos e colocados em recipientes de vidro com álcool 70%. No laboratório, com auxílio de lupas e uma chave de classificação de insetos, juntamente com outros materiais de apoio, foi realizada a triagem e identificação dos insetos e larvas encontrados. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na análise do material coletado em ambiente urbano (larvas e Insetos), através do uso da chave de classificação e identificação larval, obteve-se os seguintes resultados: •

Tipos de larvas encontradas Com auxílio da lupa, foram verificadas a presença dos seguintes tipos larvais: A) B)



Vermiforme: Lembram o aspecto de um verme. O corpo é cilíndrico, tendendo a cônico, e sem apêndices locomotores. Ocorre em todos os Diptera e alguns Coleoptera. Limaciforme: Possuem a forma de lesmas achatadas. Encontram-se entre os Tenthredinidae (Hymenoptera).

Insetos encontrados

Com auxílio da lupa e chave de classificação, seguiu-se com a classificação dos insetos recolhidos. Foram encontrados indivíduos de duas famílias da ordem Diptera: A) Família Sarcophagidae: Cerca de 15 indivíduos da referida família foram identificados durante a triagem do material, todos do gênero Sarcophaga. Partindo da observação de características descritas na literatura, foi possível identificar os insetos a nível de espécie. Os exemplares coletados apresentaram coloração escura, presença de faixas cinzentas no tórax; abdome xadrez; tegumento recoberto por pêlos finos; antena plumosa; grande parte da cabeça tomada pelos olhos que, por sua vez, apresentam coloração ora avermelhada ora castanha-escura; um par de asas anteriores bem desenvolvidas, com oito nervuras longitudinais principais e cobertas por microtríquias; um par de asas posteriores modificadas em halteres, que conferem equilíbrio ao inseto e aparelho bucal do tipo sugador. Dos quinze indivíduos que passaram pela triagem, 13 são da espécie Sarcophaga haemorrhoidalis. O dimorfismo sexual constatado para a espécie está condicionado a caracteres sexuais secundários verificados na plumosidade, na coloração geral do corpo, na forma dos olhos, das antenas, da cabeça, das asas e em adornos que se situam em diversas partes do corpo. As moscas da família Sarcophagidae são muito semelhantes às varejeiras quanto ao aspecto e aos hábitos, sendo geralmente bastante comuns. As espécies necrófagas são usualmente larvíparas. Podem, ainda que raramente, causar miíases acidentais, implantando-se em úlceras e tecidos necrosados dos animais ou até mesmo, do homem. B) Família Tachinidae: Um total de 7 indivíduos pertencentes a essa família foi capturado. Dentre as características morfológicas observadas para que se desse a classificação, pode-se destacar os tergos abdominais com cerdas fortes além dos pêlos mais finos; antenas pouco plumosas, de arista nua; asas bem desenvolvidas, com nervação normal, ápice em forma de ponta e nervuras transversais além da base; empódio em forma de cerda; presença de sutura frontal; coxas aproximadas entre si; pernas presas ventralmente ao tórax; abertura bucal normal e peças bucais funcionais..................................... A família Tachinidae é, provavelmente, a família de dípteros muscóides mais rica em espécies. Os taquinídeos podem ser, em geral, facilmente reconhecidos: tanto as cerdas hipopleurais como as pteropleurais são desenvolvidas e o pósescutelo é saliente; os escleritos ventrais do abdome apresentam numerosas cerdas muito grandes além das menores. Muitos taquinídeos assemelham-se, quanto ao aspecto geral, à mosca doméstica e aos sarcofagídeos; outros são grandes, cerdosos e de aspecto semelhante ao de abelhas ou vespas. Encontram-se quase em todos os lugares – inclusive em flores e sobre folhagens ou gramíneas.

4. CONCLUSÃO Algumas moscas apresentam habitat específico, além de distinta preferência em realizar postura em ambientes internos ou externos, e até mesmo, em diferentes condições de sombra e luz. Com relação ao habitat dos insetos que passaram pela triagem, não foram verificadas diferenças entre as espécies encontradas em áreas de mata e nos centros urbanos, fato que contradiz os resultados esperados mas que pode ser explicado pelas constantes ações antrópicas sofridas pelo ambiente de mata no qual foram implantadas as armadilhas (Trilha do Tatu – Campus UEG UNuCET). As moscas pertencentes às famílias Sarcophagidae e Tachinidae são conhecidas por compreenderem espécies de importância sanitária e forense, e níveis diferentes de associação com os ambientes humanos. Devido ao hábito necrófago de grande parte das espécies que compõem essas famílias, seus representantes participam ativamente da remoção ou decomposição de carcaças de animais mortos, o que determina a esses grupos um papel importante para estudos médico-legais, no auxílio da determinação de possíveis causas e/ou provável data de mortalidade de um indivíduo.

5.REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS Princípios de Entomologia. acesso em 11/11/2006. acesso em 11/11/2006. acesso em 11/11/2006. acesso 11/11/2006. acesso em 11/11/2006.

Related Documents

Entomologia Forense
November 2019 23
Entomologia Forense
June 2020 6
Entomologia Forense Forum
November 2019 6
Entomologia
November 2019 22
Entomologia Wszystko
November 2019 13
Entomologia(2)
November 2019 18