livro digitalizado por jobis e gentilmente revisado por antonio muniz, em outubro de 2001, para uso exclusivo de deficientes visuais.
[email protected] francisco c�ndido xavier vida e sexo ditado pelo espirito emmanuel �Ndice vida e sexo em torno do sexo fam�lia namoro ambiente dom�stico energia sexual compromisso afetivo casamento div�rcio uni�o infeliz filhos altera��es efetivas desajustes t�dio no lar vincula��es desvincula��es avers�es aborto vida e sexo que os problemas do sexo agitam atualmente vastos setores da v�da humana, � �ncontest�vel. de que forma, por�m, as teses do sexo s�o tratadas do plano espiritual para o plano terrestre? semelhante indaga��o, repetidamente endere�ada a n�s outros - pequenos servidores desencarnados -, motivou a forma��o do despretensioso volume que oferecemos aqui aos leitores amigos. com ele, n�o disputamos qualquer posi��o nova, ante os devotados lidadores da psicologia moderna que hoje esqwadrinham os meandros da alma humana , para benef�cio da sa�de mental da comunidade. com as nossas ligeiras p�ginas, t�o-somente desenvolvemos conceitos formulados na codifica��o kardequiana, para demonstrar que as proposi��es, ao redor do sexo, apaixonadamente focalizadas, na atwalidade da terra, foram objeto de criteriosas anota��es do plano espiritual, no s�cullo passado, na previs�o dos choques de opini�o, em mat�ria afetiva, qwe a humanidade de agora enfrenta. nada mais realizamos que reformular o pensamento e a defini��o dos mensageiros benevolentes e s�bios que orientaram alan kardec, nos prim�rdios da doutrina esp�rita, em sua fun��o de consolador prometido ao mundo pelo
cristo de deus. e para n�o nos delongarmos em considera��es desnecess�rias, concluiremos que, em torno do sexo, ser� justo sintetizarmos todas as digress�es nas normas seguintes: n�o proibi��o, mas educa��o. n�o abstin�ncia imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. n�o indisciplina, mas controle. n�o impulso livre, mas responsabilidade. fora disso, � teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experi�ncia. sem isso, ser� enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recome�ar a obra da sublima��o pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarna��o, porque a aplica��o do sexo, ante a luz do amor e da vida, � assunto pertinente � consci�ncia de cada um. emmanuel uberaba, 5 de junho de 1970 1. em torno do sexo pergunta - o esp�rito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova exist�ncia, e vice-versa? resposta - sim, pois s�o os mesmos os esp�ritos que animam os homens e as mulheres. item no. 201 de " o livro dos esp�ritos". ante os problemas do sexo, � for�oso lembrar que toda criatura traz os seus temas particulares, com refer�ncia ao assunto. atendendo � soma das qualidades adquiridas, na fieira das pr�prias reencarna��es, o esp�rito se revela, no plano f�sico, pelas tend�ncias que registra nos recessos do ser, tipificando-se na condi��o de homem ou de mulher, conforme as tarefas que lhe cabe realizar. al�m disso a individualidade, muitas vezes, independentemente dos sinais morfol�gicos, encerra em si extensa problem�tica, em se tratando de vincula��es e inclina��es de car�ter m�ltiplo. cada pessoa se distingue por determinadas peculiaridades no mundo emotivo. o sexo se define, desse modo, por atributo n�o apenas respeit�vel mas profundamente santo da natureza, exigindo educa��o e controle. atrav�s dele dimanam for�as criativas, �s quais devemos, na terra, o instituto da reencarna��o, o templ� do lar, as b�n��os da fam�lia, as alegrias revitalizadoras do afeto e o tesouro inapreci�vel dos est�mulos espirituais. desarrazoado subtrair-lhe as manifesta��es aos seres humanos, a pretexto de eleva��o compuls�ria, de vez que as sugest�es da er�tica se entranham na estrutura da alma, ao mesmo tempo que seria absurdo desloc�-lo de sua posi��o vener�vel, a fim de arremess�-lo ao campo da aventura menos digna, com a desculpa de se lhe garantir a liberta��o. sexo � esp�rito e vida, a servi�o da felicidade e da harmonia do universo. conseguintemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse. por isso mesmo, nossos irm�os e nossas irm�s precisam e devem saber o que fazem com as energias gen�sicas, observando como, com quem e para que se utilizam de semelhantes recursos, entendendo-se que todos os compromissos na vida sexual est�o igualmente subordinados � Lei de causa e efeito; e, segundo esse exato princ�pio, de tudo o que dermos a outrem, no mundo afetivo, outrem tamb�m nos dar�. 2. fam�lia h�, pois, duas esp�cies de fam�lia: as fam�lias pelos la�os espirituais e as fam�lias pelos la�os corporais. dur�veis, as primeiras se fortalecem pela purifica��o e se perpetuam no mundo dos esp�ritos, atrav�s das v�rias migra��es da alma; as segundas, fr�geis como a mat�ria, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se diasolvem moralmente, j� na exist�ncia atual. do item 8, no cap. xiv, de "o evangelho segundo o espiritismo". de todas as associa��es existentes na terra excetuando naturalmente a humanidade - nenhuma talvez mais
importante em sua fun��o educadora e regenerativa: a constitui��o da fam�lia. de semelhante agremia��o, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos v�nculos do afeto, surge o lar, garantindo os alicerces da civiliza��o. atrav�s do casal, a� estabelecido, funciona o princ�pio da reencarna��o, consoante as leis divinas, possibilitando o trabalho executivo dos mais elevados programas de a��o do mundo espiritual. por interm�dio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais amplos cr�ditos da vida superior. da�, as fontes de alegria que se lhes rebentam do ser com as tarefas da procria��o. os filhos s�o liames de amor conscientizado que lhes granjeiam prote��o mais extensa do mundo maior, de vez que todos n�s integramos grupos afins. na arena terrestre, � justo que determinada criatura se fa�a assistida por outras que lhe respiram a mesma faixa de interesse afetivo. de modo id�ntico, � natural que as intelig�ncias domiciliadas nas esferas superiores se consagrem a resguardar e guiar aqueles companheiros de experi�ncia, volvidos � reencarna��o para fins de progresso e burilamento. a parentela no planeta faz-se filtro da fam�lia espiritual sediada al�m da exist�ncia f�sica, mantendo os la�os preexistentes entre aqueles que lhe comung�m o clima. arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a comp�em, a fam�lia terrestre � formada, assim, de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os ajustes e reajustes indispeas�veis, ante as leis do destino. apesar disso, importa reconhecer que o cl� familiar evolve incessantemente para mais amplos conceitos de viv�ncia coletiva, sob os ditames do aperfei�oamento geral, conquanto se erija sempre em educand�rio valioso da alma. temos, dessa forma, no instituto dom�stico uma organiza��o de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necess�rios ao nosso pr�prio aprimoramento para a edifica��o do mundo melhor. 3 namoro pergunta - al�m da simpatia geral, oriunda da semelhan�a que entre eles exista, votam-se os esp�ritos rec�procas afei��es particulares? resposta - do mesmo modo que os homens, sendo, por�m, que mais forte � o la�o que prende os esp�ritos uns aos outros, quando carentes de corpo material, porque ent�o esse la�o n�o se acha exposto �s vicissitudes das paix�es. item no. 291, de "o livro dos esp�ritos". a integra��o de duas criaturas para a comunh�o sexual come�a habitualmente pelo per�odo de namoro que se traduz por s�ave encantamento. dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega rec�proca e da� se desenvolve o processo de atra��o. o assunto consubstanciaria o que seria l�cito nomear como sendo um "doce mist�rio" se n�o fa ce�ssemos nele as realidades da reencarna��o e da afinidade. intelig�ncias que tra�aram entre si a realiza��o de empresas afetivas ainda no mundo espiritual, criaturas que j� partilharam experi�ncias no campo sexual em est�ncias passadas, cora��es que se acumpliciaram em delinq��ncia passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementa��o magn�tica, diariamente compartilham as emo��es de semelhantes encontros, em todos os lugares da terra. positivada a simpatia m�tua, � chegado o momento do racioc�nio. acontece, por�m, que diminuta �, ainda, no planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade fisica, habilitadas a pensar em termos de auto-an�lise, quando o instinto sexual se maes derrama do ser. estudiosos do mundo, perquirindo a quest�o apenas no "lado f�sico", dir�o talvez t�o-somente que a libido entrou em atividade com o seu poderoso dom�nio e, obviamente, ningu�m discordar�, em tese, da afirmativa, atentos que devemos estar � import�ncia do impulso criativo do sexo, no mundo ps�quico, para a garantia e perpetua��o da vida no planeta. e imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada
evolutiva do esp�rito, a influ�ncia exercida pelas intelig�ncias desencarnadas no jogo afetivo. referimo-nos aos parceiros das exist�ncias passadas, ou, mais claramente, aos esp�ri tos que se corporificar�o no futuro lar, cuja atua��o, em muitos casos, pesa no �nimo dos namorados, inclinando afei��es pacificamente raciocinadas para casamentos s�bitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que ent�o se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades. isso porque a doa��o de si mesmos � comunh�o sexual, em regime de prazer sem pondera��o, n�o os exonera dos v�nculos c�rmicos para com os seres que trazem � luz do mundo, em cuja flora��o, ali�s, se � verdade que recolher�o trabalho e sacrif�cio, obter�o tamb�m valiosa colheita de experi�ncia e ensinamento para o futuro, se compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as justas exig�ncias para a execu��o dos seus objetivos essenciais. 4 ambiente dom�stico freq�entemente, o esp�rito renace no mesmo meio em que j� viveu, estabelecendo de novo rela��es com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. se reconhecesse nelas os a quem odiara, qui�� o �dio lhe despertaria outra vez no �ntimo. de todo roodo, ele sentiria humilhado em presen�a daquelas a quem houvesse ofendido. do item 11, no cap. v, de "o evangelho segundo o espiritismo" na comunh�o de dois seres para a organiza��o da fam�lia, prevalece o compromisso de assist�ncia n�o s� de um para com o outro, mas tamb�m para com os filhos que procedem do la�o afetivo. n�o possu�mos ainda na terra institutos destinados � prepara��o da paternidade e da maternidade respons�veis. a evolu��o e o aprimoramento das ci�ncias psicol�gicas de hoje, por�m, garantir-nos-�o no futuro semelhante evento. identifiquemos no lar a escola viva da alma. o esp�rito, quando retorna ao plano f�sico, v� nos pais as primeiras imagens de deus e da vida. na t�pida estrutura do ninho dom�stico, germinam-lhe no ser os primeiros pensamentos e as primeiras esperan�as. n�o lhe ser�, contudo, t�o f�cil seguir adiante com os ideais da meninice, de vez que, habitualmente, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres sentimentais das exist�ncias passadas, debitando-se-lhe aos componentes os dist�rbios da afei��o possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e �dio manifesto ou simpatia e avers�o simult�neas. pais imaturos, do ponto de vista espiritual, comumente se infantilizam, no tempo exato do trabalho mais grave que lhes compete, no setor educativo, e, ao inv�s de guiarem os pequeninos com seguran�a para o �xito em seu novo desenvolvimento no est�gio da reencarna��o, embara�am-lhes os problemas, ora tratando as crian�as como se fossem adultos ou tratando os filhos adultos como se fossem crian�as. estabelecido o desequil�brio, irrompem os conflitos de ci�me e rebeldia, narcisismo e crueldade, que asfixiam as plantas da compreens�o e da alegria na gleba caseira, transformando-a em espinheiral magn�tico de vibra��es contradit�rias, no qual os enigmas emocionais, trazidos do pret�rito, adquirem fei��o quase insol�vel. decorre da� a import�ncia dos conhecimentos alusivos � reencarna��o, nas bases da fam�lia, com pleno exerc�cio da lei do amor nos recessos do lar, para que o lar n�o se converta, de bendita escola que �, em pouso neur�tico, albergando mol�stias mentais dificilmente revers�veis. 5energia sexual pergunta - � a mesma a for�a que une os elementos da mat�ria nos corpos org�nicos e nos inorg�nicos? resposta - sim, a lei de atra��o � a mesma para todos., item no. 60, de "o livro dos esp�ritos". a energia sexual, como recurso da lei de atra��o, na perpetuidade do universo, � inerente � pr�pria vida, gerando cargas magn�ticas em todos os seres, � face das potencialidades criativas de que se reveste. nos seres primitivos, situados nos primeiros degraus da emo��o e do racioc�nio, e, ainda, em
todas as criaturas que se demoram volunt�riamente no n�vel dos brutos, a descarga de semelhante energia se opera inconsideradamente. isso, por�m, lhes custa resultados angustiosos a lhes lastrearem lon go tempo de fixa��o em exist�ncias menos felizes, nas quais a vida, muito a pouco e pouco, ensina a cada um que ningu�m abusa de algu�m sem carrear preju�zo a si mesmo. a medida que a individualidade evolui, no entanto, passa a compreender que a energia sexual envolve o impositivo de discernimento e responsabilidade em sua aplica��o, e que, por isso mesmo, deve estar controlada por valores morais que lhe garantam o emprego digno, seja na cria��o de formas f�sicas, asseguradora da fam�lia, ou na cria��o de obras benem�ritas da sensibilidade e da cultura para a reprodu��o e extens�o do progresso e da experi�ncia, da beleza e do amor, na evolu��o e burilamento da vida no planeta. atrav�s da poligamia, o esp�rito assinala a si pr�prio longa marcha em exist�ncias e mais exist�ncias sucessivas de repara��o e aprendizagem, em cujo transcurso adquire a necess�ria disciplina do seu mundo emotivo. fatigado de experimentos dolorosos, nos quais recolhe o fruto amargo da delinq��ncia ou do desespero que haja estabelecido nos outros, reconhece na monogamia o caminho certo de suas manifesta��es afetivas. atento a isso, identifica na criatura que se lhe afina com os prop�sitos e aspira��es o parceiro ou a parceira ideais para a comunh�o sexual, suscet�vel de ihe granjear o preciso equil�brio e capaz de lhe revitalizar as for�as com que se p�e no encal�o do trabalho imprescind�vel � pr�pria evolu��o. em nenhum caso, ser-nos-� l�cito subestimar a import�ncia da energia sexual que, na ess�ncia, verte da cria��o divina para a constitui��o e sustenta��o de todas as criaturas. com ela e por ela � que todas as civiliza��es da terra se levantaram, legando ao homem preciosa heran�a na viagem para a sublima��o definitiva, entendendo-se, por�m, que criatura alguma, no plano da raz�o, se utilizar� dela, nas rela��es com outra criatura, sem conseq��ncias felizes ou infelizes, construtivas ou destrutivas, conforme a orienta��o que se lhe der. 6 compromisso afetivo o dever �ntimo do homem fica entregue ao seu livre arb�trio. o aguilh�o da consci�ncia, guar di�o da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes se mostra impotente diante dos sofismas da paix�o. fielmente observado, o dever do cora��o eleva o homem; por�m, como determin�-lo com exatid�o? onde come�a ele? o dever principia sempre, para cada um de v�s, do ponto em que amea�ais a felicidade ou a tranquilidade do vosso pr�ximo; acaba no limite que n�o desejais ningu�m transponha com rela��o a v�ssa. do item 7, no cap. xvii, de "o evangelho segundo o espiritismo" a guerra efetivamente flagela a humanidade, semeando terror e mortic�nio, entre as na��es; entretanto, a afei��o erradamente orientada, atrav�s do compromisso escarnecido, cobre o mundo de v�timas. quem estude os conflitos do sexo, na atualidade da terra, admitindo a civiliza��o em decad�ncia, t�o-s� examinando as absurdidades que se praticam em nome do amor, ainda n�o entendeu que os problemas do equil�brio emotivo s�o, at� agora, de todos os tempos, na vida planet�ria. as leis do universo esperar-nos-�o pelos mil�nios afora, mas terminar�o por se inscreverem, a caracteres de luz, em nossas pr�prias consci�ncias. e essas leis determinam amemos os outros qual nos amamos. para que n�o sejamos mutilados ps�quicos, urge n�o mutilar o pr�ximo. em mat�ria de afetividade, no curso dos s�culos, vezes in�meras disparamos na dire��o do narcisismo e, estirados na vol�pia do prazer est�ril, espezinhamos sentimentos alheios, impelindo criaturas estim�veis e nobres a processos de ang�stia e criminalidade, depois de prend�-las a n�s mesmos com o v�nculo de promessas brilhantes, das quais nos descartamos em movimenta��o imponderada. toda vez que determinada pessoa
convide outra � comunh�o sexual ou aceita de algu�m um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confian�a, estabelece-se entre ambas um circuito de for�as, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade. quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem raz�o justa, lesa o outro na sustenta��o do equil�brio emotivo, seja qual for o campo de circunst�ncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. � dada a rutura no sistema de permuta das cargas magn�ticas de manuten��o, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se n�o disp�e de conhecimentos superiores na autodefensiva, entra em p�nico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinq��ncia. tais resultados da imprud�ncia e da invigil�ncia repercutem no agressor, que partilhar� das conseq��ncias desencadeadas por ele pr�prio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustra��es que carrear� para o futuro. sabemos que a justi�a humana comina puni��es para os atos de pilhagem na esfera das realidades objetivas, considerando a respeitabilidade dos interesses alheios; no entanto, os legisladores terrestres perceber�o igualmente, um dia, que a justi�a divina alcan�a tamb�m os contraventores da lei do amor e determina se lhes instale nas consci�ncias os reflexos do saque afetivo que perpetram contra os outros. da� procede a clara certeza de que n�o escaparemos das equa��es infelizes dos compromissos de ordem sentimental, injustamente menosprezados, que resgataremos em tempo h�bil, parcela a parcela, pela contabilidade dos princ�pios de causa e efeito. reencarnados que estaremos sempre, nesse sentido, at� exonerar o pr�prio esp�rito das mutila��es e conflitos hauridos no clima da irreflex�o, aprenderemos no corpo de nossas pr�prias manifesta��es ou no ambiente da viv�ncia pessoal, atrav�s da penalogia sem c�rcere aparente, que nunca lesaremos a outrem sem lesar a n�s. 7 casamento pergunta: - ser� contr�rio � lei da natureza o casamento, isto �, a uni�o permanente de dois seres? resposta - � um progresso na marcha da humanidade. item n�. 695, de "o livro dos esp�ritos". o casamento ou a uni�o permanente de dois seres, como � �bvio, implica o regime de viv�ncia pelo qual duas criaturas se confiam uma � outra, no campo da assist�ncia m�tua. essa uni�o reflete as leis divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um cora��o para outro cora��o ou vice-versa, na cria��o e desenvolvimento de valores para a vida. imperioso, por�m, que a liga��o se baseie na responsabilidade rec�proca, de vez que na comunh�o sexual um ser humano se entrega a outro ser hu mano e, por isso mesmo, n�o deve haver qualquer desconsidera��o entre si. quando as obriga��es m�tuas n�o s�o respeitadas no ajuste, a comunh�o sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercuss�es na consci�ncia, estabelecendo problemas c�rmicos de solu��o, por vezes, muito dif�cil, porquanto ningu�m fere algu�m sem ferir a si mesmo. indiscutivelmente, nos planos superiores, o liame entre dois seres � espont�neo, composto em v�nculos de afinidade inelut�vel. na terra do futuro, as liga��es afetivas obedecer�o a id�ntico princ�pio e, por antecipa��o, milhares de criaturas j� desfrutam no pr�prio est�gio da encarna��o dessas uni�es ideais, em que se jungem psiquicamente uma � outra, sem necessidade da permuta sexual, mais profundamente considerada, a fim de se apoiarem mntuamente, na forma��o de obras preciosas, na esfera do esp�rito. acontece, no entanto, que milh�es de almas, detidas na evolu��o prim�ria, jazem no planeta, arraigadas a d�bitos escabrosos, perante a lei de causa e efeito e, inclinadas que ainda s�o ao desequil�brio e ao abuso, exigem severos estatutos dos homens para a regula��o das trocas
sexuais que lhes dizem respeito, de modo a que n�o se fa�am salteadores impunes na constru��o do mundo moral. os d�bitos contra�dos por legi�es de companheiros da humanidade, portadores de entendimento verde para os temas do amor, determinam a exist�ncia de milh�es de uni�es supostamente infelizes, nas quais a repara��o de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou n�o acobertados pelo benepl�cito das leis humanas, o aspecto de liga��es francamente expiat�rias, com base no sofrimento purificador. de qualquer modo, � for�oso reconhecer que n�o existem no mundo con juga��es afetivas, sejam elas quais forem, sem raz�es nos princ�pios c�rmicos, nos quais as nossas responsabilidades s�o esposadas em comum. 8 div�rcio o div�rcio � lei humana que tem por objeto separar legalmente o que j�, de fato, est� separado. n�o � contr�rio � lei de deus, pois que apenas reforma o que os homens h�o feito e s� � aplic�vel nos casos em que n�o se levou em conta a lei divina. do item 5, do cap. xxii, de "o evangelho segundo o espiritismo". partindo do princ�pio de que n�o existem uni�es conjugais ao acaso, o div�rcio, a rigor, n�o deve ser facilitado entre as criaturas. � a�, nos la�os matrimoniais definidos nas leis do mundo, que se operam burilamentos e reconcilia��es endere�ados � precisa sublima��o da alma. o casamento ser� sempre um instituto benem�rito, acolhendo, no limiar, em flores de alegria e esperan�a. aqueles que a vida aguarda para o trabalho do seu pr�prio aperfei�oamento e perpetua��o. com ele, o progresso ganha novos horizontes e a lei do renascimento atinge os fins para os quais se encaminha. ocorre, entretanto, que a sabedoria divina jamais institui princ�pios de viol�ncia, e o esp�rito, conquanto em muitas situa��es agrave os pr�prios d�bitos, disp�e da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abra�a. em muitos lances da experi�ncia, � a pr�pria individualidade, na vida do esp�rito, antes da reencarna��o, que assinala a si mesma o casamento dif�cil que facear� na est�ncia f�sica, chamando a si o parceiro ou a parceira de exist�ncias pret�ritas para os ajustes que lhe pacificar�o a consci�ncia, � vista de erros perpetrados em outras �pocas. reconduzida, por�m, � ribalta terrestre e assumida a uni�o esponsal�cia que atraiu a si mesma,. ei-la desencorajada � face dos empe�os que se lhe desdobram � frente. por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exerc�cio da crueldade de outro tempo, seja atrav�s de menosprezo, desrespeito, viol�ncia ou deslealdade, e o c�njuge prejudicado nem sempre encontra recursos em si para se sobrepor aos processos de dilapida��o moral de que � v�tima. compelidos, muita vez, �s �ltimas fronteiras da resist�ncia, � natural que o esposo ou a esposa, relegado a sofrimento ind�bito, se valha do div�rcio por medida extrema contra o suic�dio, o homic�dio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino. nesses lances da experi�ncia, surge a separa��o � maneira de b�n��o necess�ria e o c�njuge prejudicado encontra no tribunal da pr�pria consci�ncia o apoio moral da auto-aprova��o para renovar o caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou n�o nova companhia para a jornada humana. �bvio que n�o nos � l�cito estimular o div�rcio em tempo algum, competindo-nos t�o-somente, nesse sentido, reconfortar e reanimar os irm�os em lide, nos casamentos de prova��o, a fim de que se sobreponham �s pr�prias suscetibilidades e afli��es, vencendo as duras etapas de regenera��o ou expia��o que rogaram antes do renascimento no 2plano f�sico, em aux�lio a si mesmos; ainda assim. � justo reconhecer que a escravid�o n�o vem de deus e ningu�m possui o direito de torturar ningu�m, � face das leis eternas. o div�rcio, pois, baseado em raz�es justas, � provid�ncia
humana e claramente compreens�vel nos processos de evolu��o pacifica. efetivamente, ensinou jesus: "n�o separeis o que deus ajuntou", e n�o nos cabe interferir na vida de c�njuge algum, no intuito de arred�-lo da obriga��o a que se confiou. ocorre, por�m, que se n�o nos cabe separar aqueles que as leis de deus reuniu para determinados fins, s�o eles mesmos, os amigos que se enla�aram pelos v�nculos do casamento, que desejam a separa��o entre si, tocando-nos �nicamente a obriga��o de respeitar-lhes a livre escolha sem ferir-lhes a decis�o. 9 uni�o infeliz pergunta - qual o fim objetivado com a reencarna��o? resposta expia��o. melhoramento progressivo da humanidade. sem isto, onde a justi�a? item n� 167, de "o livro dos esp�ritos". dolorosa, sem d�vida, a uni�o considerada menos feliz. e, claro, que n�o existe obrigatoriedade para que algu�m suporte, a contragosto, a trucul�ncia ou o peso de algu�m, ponderando-se que todo esp�rito � livre no pensamento para definir-se, quanto �s pr�prias resolu��es. (aue haja, por�m, equil�brio suficiente nos casais unidos pelo compromisso afetivo, para que n�o percam a oportunidade de construir a verdadeira liberta��o. indiscutivelmente, os d�bitos que abra�amos s�o anotados na contabilidade da vida; todavia, antes que a vida os registe por fora, grava em n�s mesmos, em toda a extens�o, o montante e os caracter�sticos de nossas faltas. a pedra que atiramos no pr�ximo talvez n�o volte sobre n�s em forma de pedra, mas permanece conosco na figura de sofrimento. e, enquanto n�o se remove a causa da ang�stia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto n�o se extingue a mol�stia, em definitivo, se n�o a eliminamos na origem do mal. nas liga��es terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, � tamb�m dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras prova��es. isso porque, embora n�o percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida intima, os reflexos de n�s pr�prios. � natural que todas as conjun��es afetivas no mundo se nos figurem como sendo encantados jardins, enaltecidos de beleza e perfume, lembrando livros de educa��o, cujo pref�cio nos enleva com a exalta��o dos objetivos por atingir. a exist�ncia f�sica, entretanto, � processo espec�fico de evolu��o, nas �reas do tempo, e assim como o aluno nenhuma vantagem obter� da escola se n�o passa dos ornamentos exteriores do educand�rio em que se matricula, o esp�rito encarnado nenhum proveito recolheria do casamento, caso pretendesse imobilizar-se no �xtase do noivado. os princ�pios c�rmicos desenovelam-se com as horas. provas, tenta��es, crises salvadoras ou si tua��es expiat�rias surgem na ocasi�o exata, na ordem em que se nos recapitulam oportunidades e experi�ncias, qual ocorre � semente que, devidamente plantada, oferece o fruto em tempo certo. o matrim�nio pode ser precedido de do�ura e esperan�a, mas isso n�o impede que os dias subseq�entes, em sua marcha incessante, tragam aos c�njuges os resultados das pr�prias cria��es que deixaram para tr�s. a mudan�a espera todas as criaturas nos caminhos do universo, a fim de que a renova��o nos aprimore. a jovem suave que hoje nos fascina, para a liga��o afetiva, em muitos casos ser� talvez amanh� a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para a consecu��o da felicidade; no entanto, essa mesma jovem suave foi, no passado - em exist�ncias j� transcorridas -, a v�tima de n�s mesmos, quando lhe infligimos os golpes de nossa pr�pria deslealdade ou inconseq��ncia, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora relevar e retificar. o rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os la�os da comunh�o mais profunda, bastas vezes ser� prov�velmente depois o homem cruel e desorientado, suscet�vel de constrang�-la a carregar todo um calv�rio de afli��es, incompat�veis com
os anseios de ventura que lhe palpitam na alma. esse mesmo rapaz distinto, por�m, foi no pret�rito - em exist�ncias que j� se foram - a v�tima dela pr�pria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o car�ter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar. toda vez que amamos algu�m e nos entregamos a esse algu�m, no ajuste sexual, ansiando por n�o nos desligarmos desse algu�m, para depois somente depois - surpreender nesse algu�m defeitos e n�doas que antes n�o v�amos, estamos � frente de criatura anteriormente dilapidada por n�s, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudic�mos, no passado, n�o s� a cobrar-nos o pagamento de contas certas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreens�o e assist�ncia, toler�ncia e miseric�rdia, para que se refa�a ante as leis do destino. a uni�o suposta infeliz deixa de ser, portanto, um c�rcere de l�grimas para ser um educand�rio bendito, onde o esp�rito equilibrado e afetuoso, longe de abra�ar a deser��o, aceita, sempre que poss�vel, o companheiro ou a companheira que mereceu ou de que necessita, a fim de quitar-se com os princ�pios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para elevar-se, em silenciosa vit�ria sobre si mesmo, para os dom�nios da luz. 10 - filhos os la�os do sangue n�o criam for�osamente os liames entre os esp�ritos. o corpo procede do corpo, mas o esp�rito n�o procede do esp�rito, porquanto o esp�rito j� existia antes da forma��o do corpo. n�o � o pai quem cria o esp�rito de seu filho; ele mais n�o faz do que lhe fornecer o inv�lucro corp�reo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para faz�-lo progredir. do item 8, do cap. xiv, de "o evangelho segundo o espiritismo" entre os casais, surge comumente o problema do abandono, pelo qual o parceiro lesado � compelido � car�ncia afetiva. criaturas integradas na comunh�o rec�proca, o afastamento uma da outra provoca, naturalmente, em numerosas circunst�ncias, o colapso das for�as mais �ntimas naquela que se viu relegada a esc�rnio ou esquecimento. justo observar que toda criatura prejudicada usufrui o direito de envidar esfor�os na pr�pria recupera��o. an�logo princ�pio prevalece nas conjun��es do sentimento, sempre efetuadas com fins determinados em vista. o companheiro ou a companheira menosprezada no c�rculo dom�stico det�m a faculdade de refazer as condi��es que julgue necess�rias � pr�pria euforia, com base na consci�ncia tranquila. n�o existem obriga��es de cativeiro para ningu�m nos fundamentos morais da cria��o. um ser n�o disp�e de regalias para abusar impunemente de outro, sem que a v�tima se veja espont�neamente liberta de qualquer compromisso para com o agressor. em mat�ria afetiva, por�m, se a uni�o sexual trouxe filhos � paisagem terrestre, � razo�vel que as leis da vida reconhe�am na criatura lesada a permiss�o de restabelecer a harmonia vibrat�ria em seu mundo emotivo, logicamente dentro da �tica que sustenta a tranquilidade da vida intima; entretanto, essas mesmas leis da vida rogam, sem impor, �s v�timas da deslealdade ou da prepot�ncia que n�o renunciem ao dever de amparar os filhos, notadamente se esses filhos ainda n�o atingiram a puberdade que lhes tra�ar� come�o � compreens�o dos problemas sexuais que afligem a humanidade. em sobrevindo semelhantes crises, haja no parceiro largado em desprezo uma revis�o criteriosa do pr�prio comportamento para verificar at� que ponto haver� provocado a agress�o moral sofrida e, embora se reconhe�a culpado ou n�o, que se renda, antes de tudo, � desculpa incondicional, ante o ofensor, fundindo no cora��o os t�tuloa ternos que tenha concedido ao companheiro ou � companheira da comunh�o sexual no t�tulo de irm�o ou de irm�, de vez que somos todos esp�ritos imortais, interligados perante deus, atrav�s dos la�os da fraternidade
real. aprenda o parceiro moralnente danificado que s� pelo esquecimento das faltas uns dos outros � que nos endere�aremos � definitiva sublima��o e que nenhum de n�s, os filhos da terra, est� em condi��es de acusar nos dominios do sentimento, porquanto os virtuosos de hoje podem ter sido os caidos de ontem e os ca�dos de hoje ser�o poss�velmente os virtuosos de amanh� a quem tenhamos talvez de rogar apoio e b�n��o, quando a justi�a eterna nos venha descerrar a imensid�o de nossos d�bitos, acumulados em exist�ncias que deix�mos para tr�s nos arquivos do tempo. homem ou mulher em abandono, se tem filhos pequeninos, que se voltem, acima de tudo, para essas aves ainda tenras do p�bulo dom�stico, agasalhando-as sob as asas do entendimento e da ternura, por amor a deus e a si mesmos, at� que se habilitem aos primeiros contactos conscientes com a vida terrestre, antes de se aventurarem � ado��o de nova companhia; isso porque podem usar a atribui��o natural que lhes compete, no que se refere a poss�veis renova��es, sem se arriscarem a agravar os problemas dos filhos necessitados de arrimo e sem complicarem a pr�pria situa��o perante o futuro. 11 altera��es afetivas pergunta - nenhuma influ�ncia exercem os esp�ritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste? resposta - ao contr�rio: bem grande influ�ncia exercem. conforme dissemos, os esp�ritos t�m que contribuir para o progresso uns dos outros. pois bem, os esp�ritos dos pais t�m por miss�o desenvolver os de seus filhos pela educa��o. constitui-lhes nisso uma tarefa. tornar-se-�o culpados, se vierem a falir no seu desempenho. item n� 208, de "o livro dos esp�ritos". muito comum se alterem as condi��es afetivas, depois que o navio do casamento se afasta do cais do sonho para o mar largo da experi�ncia. converte-se, ent�o, a esperan�a em trabalho e desnudam-se problemas que a ilus�o envolvia. em muitos casos, a altura da afei��o permanece intacta; entretanto, na maioria das posi��es, arrefece o calor em que se aquecia o casal nos dias primeiros da comunh�o esponsal�cia. urge, por�m, salvar a embarca��o amea�ada de so�obro, seja pelo choque contra os rochedos ocultos das dificuldades morais ou pelo naufr�gio nas �guas mortas do desencanto. parceiro e parceira, nos compromissos do lar, precisam reaprender na escola do amor, reconhecendo que, acima da conjun��o corp�rea, f�cil de se concretizar, � imperioso que a dupla se case, em esp�rito - sempre mais em esp�rito -, dia por dia. n�o se inquiete o par, � frente das modifica��es ocorridas, de vez que toda afinidade correta, nas emo��es do plano f�sico, evolui fatalmente para a liga��o ideal, a exprimir-se na ternura confiante da amizade sem lindes. extinta a fogueira da paix�o na retorta da organiza��o dom�stica, remanesce da combust�o o ouro vivo do amor puro, que se valoriza, cada vez mais, de alma para alma, habil�tando o casal para mais altos dest�nos na vida superior. isso acontece, porque os f�lhos que surgem s�o igualmente pe�as do matrim�nio, compelindo o lar a recriar-se, de maneira incessante, em mat�ria de instituto endere�ado ao trabalho de assist�ncia rec�proca. o carinho repartido, em princ�pio, a dois, passa a ser dividido por maior n�mero de part�cipes do n�cleo familiar, e esses mesmos conddminos do estabelecimento caseiro, em muitas circunst�ncias, s�o os associados da doce hipnose do namoro e do noivado, que mantinham nos pais jovens, ainda solteiros, a chama da atra��o entusi�stica at� a consuma��o do enla�amento afetivo. quase sempre, espiritos vinculados ao casal, ora mais fortemente ao pai, ora mais especialmente ao campo materno, interessavam-se na vida maior pela constitui��o da fam�lia, � face das pr�prias necessidades de aprimoramento e resgate, progresso e autocorrigenda. em vista disso, cooperaram, em a��o decisiva, na
aproxima��o dos futuros pais, aportando em casa, pelos processos da gravidez e do ber�o, reclamando naturalmente a quota de carinho e aten��o que lhes � devida. em toda comunh�o mais profunda do homem e da mulher na forma��o do grupo dom�stico, seguida de filhos a lhes compartilhar a exist�ncia, h� que contar com a sublima��o espont�nea do impulso sexual, cabendo ao companheiro e � companheira que o colocaram em fun��o aderir aos prop�sitos da vida, que tudo renova para engrandecer e aperfei�oar. conquanto bastas vezes sejamos recalcitrantes na sustenta��o do amor ego�stico, desvairado em exig�ncias de toda esp�cie, a pouco e pouco acabamos por entender que apenas o amor que s�biamente se divide, em b�n��os de paz e alegria para com os outros, � capaz de multiplicar a verdadeira felicidade. 12 desajustes "s�de indulgentes, meus amigos, porquanto a indulg�ncia atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita." do item 16 do cap. x, de "o evangelho segundo o espiritismo". � comum observar-se que o casamento promissor repentinamente adoece. desvelam-se empe�os dos c�njuges no ramerr�o do cotidiano. conflitos, mol�stias, desn�veis, falhas de forma��o e temperamento. em certos lances da experi�ncia, � a mulher que se consorciou acreditando encontrar no esposo o retrato psicol�gico do pai, a quem se vinculou desde o ber�o; em outros, � o homem a exigir da companheira a continuidade da genitora, a quem se jungiu desde a vida fetal. ocorre, por�m, que o matrim�nio � uma quebra de amarras atrav�s da qual o navio da exist�ncia larga o cais dos la�os afetivos em que, por muito tempo, jazia ancorado. na v�agem, que se inicia a dois, parceiro e parceira se revelar�o, um � frente do outro, tais quais s�o e como se encontram na realidade, evidenciando, em toda a extens�o, os defeitos e as virtudes que, porventura, carreguem. desajustes e inadapta��es costumam repontar, amea�ando a estabilidade da embarca��o dom�stica, atirada ao navegar nas �guas da experi�ncia. � razo�vel se convoque o aux�lio de t�cnicos capazes de sanar as les�es no barco em perigo, como sejam m�dicos e psic�logos, amigos e conselheiros, cuja contribui��o se revestir� sempre de inapreci�vel valor; entretanto, ao desenrolar de obst�culos e provas, o conhecimento da reencarna��o exerce encargo de import�ncia por trazer aos interessados novo campo de observa��es e reflex�es, impelindo-os � toler�ncia, sem a qual a rearmoniza��o acena sempre mais longe. homem e mulher, usando a chave de semelhante entendimento, passam mec�nicamente a reconhecer que � preciso desvincular e renovar sentimentos, mas em bases de compreens�o e serenidade, amor e paz. urge perceber que o "n�s" da comunh�o afetiva n�o opera a fus�o dos dois seres que o constituem. cada parceiro, no ajuste, continua sendo um mundo por si. e nem sempre os caracter�sticos de um se afinam com o outro. da� a conveni�ncia do m�tuo aceite, com a obriga��o da melhoria do casal. para isso, n�o bastar�o provid�ncias de superf�cie. h� que internar o racioc�nio em considera��es mais profundas para que as ra�zes do desequil�brio sejam erradicadas da mente. aceita��o, o problema. for�oso adm�t�r o companheiro ou a companheira como s�o ou como se aboletam na embarca��o dom�stica. e, feito isso, inicie-se a obra da edifica��o ou da reedifica��o rec�procas. �bvio que conclus�es e atitudes n�o se imp�em no campo mental; entretanto, n�o se arrepender� quem se d�sponha a estudar os princ�p�os da reencarna��o e da responsabilidade individual no pr�prio caminho. obt�m-se da vida o que se lhe d�, colhe-se o material de plantio. habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a de�xou no passado pr�ximo, isto �, nas est�ncias do tempo que se foi para o continu�smo da obra de resgate ou de eleva��o no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente �
mulher. o parceiro desorientado, enfermo ou infiel, � aquele homem que a parceira, em exist�ncias anteriores, conduziu � perturba��o, � doen�a ou � deslealdade, atrav�s de atitudes que o segregaram em deplor�veis estados compulsivos; e a parceira, nessas condi��es, consubstancia necessidades e provas da mesma esp�cie. t�o-somente na base da indulg�ncia e do perd�o rec�procos, mais f�cilmente estrutur�veia no conhecimento da reencarna��o, com as imbrica��es que se lhe mostram conseq�entes na equipe da fam�lia, conseguir�o o companheiro e a companheira do 1ar o triunfo esperado, nas lides e compromissos que abra�am, descerrando a si mesmos a porta da paz e a luz da liberta��o. 13 t�d�o no lar uma vez que os esp�ritos simp�ticos s�o induzidos a unir-se, como � que, entre os encarnados, freq�entemente s� de um lado h� afei��o e que o mais sincero amor se v� acolhido com indiferen�a e, at�, com repuls�o? como �, al�m disso, que a mais viva afei��o de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em �dio? �n�o compreendes ent�o que isso constitui uma puni��o, se bem que passageira? depois, quantos n�o s�o os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas apar�ncias, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, n�o tardam a reconhecer que s� experimentaram um encantamento material! n�o basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem sup�e belas qualidades. vivendo realmente com ela � que poder� apreci�-la. tanto assim que, em muitas uni�es, que a princ�pio parecem destinadas a nunca ser simp�ticas, acabam os que as constitu�ram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! cumpre n�o se esque�a de que � o esp�rito quem ama e n�o o corpo, de sorte que, dissipada a ilus�o material, o esp�rito v� a realidade. �duas esp�cies h� de afei��o: a do corpo e a da alma, acontecendo com freq��ncia tomar-se uma pela outra. quando pura e simp�tica, a afei��o da alma � duradoura; ef�mera a do corpo. da� vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilus�o se desfa�a.� seja qual seja o motivo em que o t�dio se fundamente, recorram os companheiros imanizados em m�tua associa��o no lar ao apoio rec�proco mais profundo e mais intensivo. com isso, estar�o em justa defesa da harmonia �ntima, sem castigarem o pr�prio corpo. e reeducar-se-�o, sem hostilizar os que, porventura, lhes demonstrem afeto, mas acolhendo-os, n�o mais na condi��o de c�mplices das aventuras deprimentes, a que se renderam outrora, e sim por irm�os queridos, com quem podemos fundir-nos, em esp�rito, no mais alto amor espiritual. 14 vincula��es os que encarnam numa fam�lia, sobretudo como parentes pr�ximos, s�o, as mais das vezes, esp�ritos simp�ticos, ligados por anteriores rela��es, que se expressam por uma afei��o rec�proca na vida terrena. do item 8, do cap. xiv, de "o evangelho segundo o espiritismo". estudos e pesquisas se multiplicam, nos dom�nios da psicologia, quanto �s complexidades do mundo infantil, e o exame das vincula��es se destaca � vista. cada pequenino � um campo de tend�ncias inatas, com tamanha riqueza de material para a observa��o do analista, que, debalde, se lhe penetrar� os meandros da individualidade, baseando-nos no trabalho biol�gico de constru��o do ser, assente em mil�nios numerosos, � indubit�vel que surpreenderemos na crian�a todo o equipamento dos impulsos sexuais prontos � manifesta��o, quando a puberdade lhe assegure mais amplo controle do carro f�sico. e, com esses impulsos, eis que lhe despontam do esp�rito as inclina��es para maior ou menor liga��o com esse ou aquele companheiro do n�cleo familiar. o jogo afetivo, por�m,
via de regra se desenrola mais intensivamente entre ela e os pais, reconhecendo-se para logo se os la�os das exist�nciaa passadas est�o mais fortemente entretecidos com o genitor ou a genitora. debitando-se ao impulso sexual quase todos os alicerces da evolu��o sobre os quais se nos levanta a forma��o de esp�rito, � compreens�vel que o sexo apare�a nas cogita��es dos pequeninos em seu desenvolvimento natural, e, nesse territ�rio de cria��es da mente infantil, ser-nos-� f�cil definir a dire��o dos arrastamentos da crian�a, se para os ascendentes paternos ou maternos, porquanto a� revelar� precisamente as tend�ncias trazidas de est�ncias outras que o passado arquivou. com freq��ncia, mas n�o sempre, as filhas propendem mais acentuadamente para a liga��o com os pais, enquanto que os filhos se pronunciam por mais entranhado afeto para com as m�es. subsistir�, no entanto, qualquer estranheza nisso, quando n�o ignoramos que toda a estrutura psicol�gica, em que se nos erguem os destinos, foi manipulada com os ingredientes do sexo, atrav�s de milhares de reencarna��es? e, aceitando os princ�pios de causa e efeito que nos lastreiam a experi�ncia, desconheceremos, acaso, que os instintos sexuais nos orientaram a romagem, por mil�nios e mil�nios, no reino animal, edificando a raz�o que hoje nos coroa a intelig�ncia? apreciando isso, recordemos o cipoal das rela��es polig�micas de que somos egressos, quanto aos evos transcorridos, e entenderemos. com absoluta naturalidade, os complexos da personalidade infantil. assim sucede, porque herdamos espiritualmente de n�s mesmos, pelas ra�zes do renascimento f�sico, reencontrando, matem�ticamente, na posi��o de filhos e filhas, aqueles mesmos companheiros de experi�ncia sentimental, com os quais tenhamos contas por acertar. atentos a semelhante realidade, somos logicamente impulsionados a concluir que os v�nculos da crian�a, de uma forma ou de outra, em qualquer distrito de progresso e em qualquer clima afetivo, solicitam provid�ncias e provid�ncias, que sintetizaremos t�o-somente numa palavra �nica: educa��o. 15. desvincula��es pergunta - a algumas pessoas a doutrina da reencarna��o se afigura destruidora dos la�os de fam�lia, com o faz�-loe anteriores � exist�ncia atual. resposta - ela os distende; n�o os destr�i. fundando-se o parentesco em afei��es anteriores, menos prec�rios s�o os la�os existentes entre os membros de uma mesma fam�lia. essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um esp�rito a quem tenhas estado presos pelos la�os da consang�inidade. item n� 205, de "o livro dos esp�ritos". a desvincula��o entre os que se amam com a necessidade de sanar os enganos e erros do amor assume habitualmente o aspecto de dolorosa cirurgia ps�quica. por semelhante raz�o, a divina sabedor�a concede �s criaturas tempo e condi��es renovadas na prepara��o gradual do acontecimento. essa desvincula��o, via de regra, se verifica numa constante digna de nota a posi��o de pais e filhos, incluindo-se nela os pais e filhos adotivos -, de vez que, no enternecimento do lar, todos os jogos da ternura s�o colocados na mesa do cotidiano, revestidos de encantamento construtivo. no fundo, por�m, da personalidade paterna ou do maternal cora��o, descansam os remanescentes de grandes afei��es, �s vezes desequilibradas e menos felizes, trazidos de outras est�ncias, nos dom�nios da reencarna��o. a libido ou o instinto sexual na forma de energia ps�quica, tendente � conserva��o da vida, permanece, em muitos casos, na car�cia dos pais, vestida em velud�neo manto de carinho e beleza, mas o amor � ainda, no �dito do esp�rito, qual fogo de vida que se nutre do pr�prio lenho. por sua vez, nos entes queridos que retornam � esta��o da esperan�a dom�stica, essa mesma afetividade reponta, insopit�vel e genu�na, conquanto metamorfoseada nos brincos da inf�ncia. os
pequeninos, por�m, rec�m-vindos da amn�sia natural que a reencarna��o lhes imp�e, n�o conseguem esconder as pr�prias disposi��es no campo das prefer�ncias. e surgem neles, de inopino. quase sempre, as inclina��es descontroladas, nos caprichos com que se mostram, exigindo especial aten��o de pai ou m�e. a revelarem, de modo claro. para que rumo se lhes dirigem os la�os mais fortes. geralmente, com muitas exce��es, ali�s, as filhas se woltam para os pais e os filhos para as m�es, patenteando a natureza das liga��es havidas em exist�ncias passadas e prenunciando a obra de desvincula��o que se executar�, inevit�vel, no futuro pr�ximo. �bvio que nem todos os filhos aparecem no lar categorizados � conta da desvincula��o afetiva, porquanto milh�es de esp�ritos no corpo da humanidade tomam a estrutura f�sica, no desempenho de encargos simples ou complexos, valendo-se da colabora��o dos pais, � maneira de amigos que se entreajudam, nas faixas da confian�a e da afinidade rec�procas. referimo-nos, por�m, ao lar como pouso de desligamento, porque, na terra, as rela��es entre pais e filhos e, conseq�entemente, as rela��es de ordem familiar constituem clima ideal para a liberta��o de quantos se jungiram entre si, de modo inconveniente, nos desregramentos emotivos em nome do amor. � assim que a sabedoria da natureza faculta o reencontro, sob as teias da parentela, de quantos se desvairaram, em outro tempo, nos desmandos de ordem sexual, reencontro esse que persiste em condi��es mais �ntimas e mais profundas, at� que os companheiros do pret�rito, reencarnados na posi��o de filhos, atinjam a juventude, na exist�ncia nova, elegendo novos parceiros para a sua vida afetiva, ante a presen�a ou a supervis�o dos pais ou de familiares outros. nem sempre satisfeitos ou tranq�ilos com as escolhas que s�o obrigados a assistir ou a aprovar pela for�a das circunst�ncias. pais que sofrem na entrega das jovens que o lar lhes confiou, aos companheiros que as requisitam para os misteres do casamento, quase sempre est�o renunciando � companhia de antigas afei��es que eles mesmos, no passado, mal conduziam, ao passo que as m�es experimentam an�logo fen�meno de dilacera��o ps�quica, em se separando de filhos que lhes recordam, embora inconscientemente, as liga��es empolgantes ou menos felizes de tempos que j� se foram. e, atrav�s das lutas e adeuses em fam�lia, com a cria��o de n�cleos diferentes na parentela, pela transfer�ncia habitual dos filhos, seja a noras e genros, ou a tarefas e experi�ncias diversas das deles, os pais, sempre que respeitem as necessidades e resolu��es dos seus rebentos, alcan�am a vit�ria sobre si mesmos, no rumo da pr�pria emancipa��o na imortalidade. 16 avers�es os que encarnam numa fam�lia, sobretudo como parentes pr�ximos s�o, as mais das vezes, esp�ritos simp�ticos, ligados por anteriores rela��es, que se expressam por uma afei��o rec�proca na vida terrena. mas, tamb�m pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses esp�ritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na terra por um m�tuo antagonismo, que a� lhes serve de prova��o. n�o s�o os da consang�inidade os verdadeiros la�os de fam�lia e sim os da aimpatia e da comunh�o de ideias, os quais prendem os esp�ritos, antes, durante e depois de suas encarna��es. do item 8, do cap. xiv, de "o evangelho segundo o espiritismo". somos defrontados, em todos os departamentos da fam�lia humana, pelas ocorr�ncias da avers�o inata. pais e filhos, irm�os e parentes outros, n�o raro, se repelem, desde os primeiros contactos. claramente verific�veis os fenbmenos da hostilidade, entre adultos e crian�as, trazidos pelo imperativo do ber�o � intimidade do dia-a-dia. pais existem nutrindo antipatia pelos pr�prios rebentos, desde que esses rebentos lhes surgem no lar, e existem filhos que se inimizam com os pr�prios pais, t�o logo senhoreiam
o campo mental, nos albores da encarna��o. arraigado no labirinto de exist�ncias menos felizes, decerto que o problema das rea��es negativas, culpas, remorsos, inibi��es, vingan�as e tantos outros est� presente no quadro familiar, em que o �dio acumulado em est�ncias do pret�rito se exterioriza, por meio de manifesta��es catalog�veis na patologia da mente. nessa base de racioc�nio, determinada crian�a ter� sofrido essa ou aquela humilha��o da parte dos pais ou tutores e se desenvolveu abafando prop�sitos de desfor�o, com o que intoxicou a si mesma, no curso do tempo, e certoa pais haver�o sentido inesperada animosidade por esse ou aquele filho rec�m-nato, alimentando ci�me contra ele, embora sufocando tal sentimento, com ben�ficas atitudes de conven��o. n�o muito raro, os cadastros policiais registam infantic�dios em que pais ou m�es aniquilam o corpo daqueles mesmos esp�ritos aos quais favoreceram com a encarna��o na terra. indubit�velmente, o tratamento psicol�gico, visando � cura mental e � sublima��o da personalidade, � o caminho ideal para semelhantes pacientes; urge entender, por�m, que m�dicos e analistas humanit�rios conseguir�o efetuar prod�gios de compreens�o e de amor, liberando enfermos dessa esp�cie; no entanto, o estudo da reencarna��o � igualmente chamado a funcionar, nos alicerces da obra de salvamento. quantos milhares de exist�ncias terminam anualmente, no mundo, pelos golpes da criminalidade? claro est� que as v�timas n�o foram arrebatadas para c�us ou infernos teol�gicos. se compenetradas, quanto �s leis de amor e perd�o que dissipam as algemas do �dio, promovem-se a trabalho digno na espiritualidade, �s vezes at� mesmo em aux�lio aos pr�prios algozes. na maioria das circunst�ncias, todavia, persistem no caminho daqueles que lhes dilapidaram a vida profunda, transformando-se em perseguidores magoados ou vingativos, jungidos mentalmente aos antigos ofensores, e finalmente reconduzidos, pelos princ�pios c�rmicos, ao renascimento junto deles, a fim de sanarem, no clima da conviv�ncia, os complexos de crueldade que ainda se lhes destilem do ser. quando isso aconte�a, o apostolado de reajuste h�-de iniciar-se nos pais, porquanto, despertos para a l�gica e para o entendimento, s�o convocados pela sabedoria da vida ao apaziguamento e � renova��o. observemos, no entanto, que em semelhantes dom�nios da alma o apoio da f� religiosa se erguer� em socorro e terap�utica. � indispens�vel amar e desculpar, compreender e servir, tantas vezes quantas se fa�am necess�rias, de modo a que sofrimento e dissens�o desapare�am e a fim de que, nas bases da compreens�o e da bondade de hoje, as crian�as de hoje se levantem na condi��o de esp�ritos reajustados, perante as leis do universo, garantindo aos adultos, nas trilhas das reencarna��es porvindouras, a reden��o de seus pr�prios destinos. 17 aborto pergunta - constitui crime a provoca��o do aborto, em qualquer per�odo de gesta��o? resposta - h� crime sempre que transgredis a lei de deus. uma m�e, ou quem quer que seja, cometer� crime sempre que tirar a vida a uma crian�a antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando. item n� 358, de "o livro dos esp�ritos". falamos naturalmente acerca de rela��es internacionais, sociais, p�blicas, comerciais, clareando as obriga��es que elas envolvem; no entanto, muito freq�entemente marginalizamos as rela��es sexuais aquelas em que se fundamentam quase todas as estruturas da a��o comunit�ria. esquece-se, habitualmente, de que o homem e a mulher, via de regra, experimentam instintivo horror � solid�o e que, � vista disso, a comunh�o sexual reclama seguran�a e dura��o para que se mostre assente nas garantias necess�rias. impratic�vel, sem d�vida, impor a continuidade da liga��o entre duas criaturas, a pre�o de viol�ncia; no
entanto, � face das conting�ncias e contratempos pelos quais o carro da uni�o esponsal�cia deve passar pelas estradas do mundo, as leis da vida, muito s�biamente, estabelecem nos filhos os elos da comunh�o entre os c�njuges, atribuindo-lhes a fun��o de fixadores da organiza��o familiar; com a colabora��o deles, os deveres do companheiro e da companheira, no campo da assist�ncia rec�proca, se revelam mais claramente percept�veis e o lar se alteia por escola de aperfei�oamento e de evolu��o, em marcha para a aquisi��o de mais amplos valores do esp�rito, no mundo maior. de todos os institutos sociais existentes na terra, a fam�lia � o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida. � pela conjun��o sexual entre o homem e a mulher que a humanidade se perpetua no planeta; em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobreviv�ncia humana, quanto � forma f�sica, na face do orbe. f�cil entender que � assim justamente que n�s, os esp�ritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posi��o de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as li��es profundas do amor - do amor que nos soerguer�, um dia, em definitivo, da terra para os c�us. com semelhantes notas, objetivamos t�o-s� destacar a express�o calamitosa do aborto criminoso, praticado exclusivamente pela fuga ao dever. habitualmente - nunca sempre - somos n�s mesmos quem planifica a forma��o da fam�lia, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervis�o de instrutores benem�ritos, � maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e t�cnicos distintos. comumente chamamos a n�s antigos companheiros de ayenturas infelizes, programando-lhes a volta em nosso conv�vio, a prometer-lhes socorro e oportunidade, em que se lhes reedifique a esperan�a de eleva��o e resgate, burilamento e melhoria. criamos projetos, aventamos sugest�es, articulamos provid�ncias e externamos votos respeit�veis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundar�o em b�n��os substanciais para todo o grupo de cora��es a que se nos vincula a exist�ncia. se, por�m, quando instalados na terra, anestesiamos a consci�ncia, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o pr�prio conforto, n�o lhes podemos prever as rea��es negativas e, ent�o, muitos dos associados de nossos erros de outras �pocas, ontem convertidos, no plano espiritual, em amigos potenciais, � custa das nossas promessas de compreens�o e de aux�lio, fazem-se hoje - e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da terra - inimigos recalcados que se nos entranham � vida �ntima com tal express�o de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e afli��o que se estivessem conosco em plena experi�ncia f�sica, na condi��o de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquieta��o. admitimos seja suficiente breve medita��o, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das mol�stias de etiologia obscura e das obsess�es catalog�veis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e pris�es. 18 pais e filhos a ingratid�o � um dos frutos mais diretos do ego�smo. revolta sempre os cora��es honestos. mas, a dos filhos para com os pais apresenta car�ter ainda mais odioso. do item 9, do cap. xiv, de "o evangelho segundo o espiritismo". trazida a reencarna��o para os alicerces dos fen�menos s�cio-dom�sticos, n�o � somente a rela��o de pais para filhos que assume car�ter de import�ncia, mas igualmente a que se verifica dos filhos para com os pais. os filhos n�o pertencem aos pais; entretanto, de igual modo, os pais n�o pertencem aos filhos. os genitores devem especial considera��o aos que agridem os filhos e tentam escraviz�-los,
qual se lhes f�ssem objeto de propriedade exclusiva; todavia, encontramos, na mesma ordem de freq��ncia, filhos que agridem os pais e buscam escraviz�-los, como se os progenitores lhes constitu�ssem alim�rias dom�sticas. a reencarna��o tra�a mmos n�tidos ao m�tuo respeito que nos compete de uns para com os outros. entre pais e filhos, h� naturalmente uma fronteira de apre�o rec�proco, que n�o se pode ultrapassar, em nome do amor, sem que o egoismo apare�a, conturbando-lhes a exist�ncia. justo que os pais n�o interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os filhos n�o interfiram no passado dos pais. os pais n�o conseguem penetrar, de imediato, a trama do destino que os princ�pios c�rmicos lhes reservam aos filhos, no porvir, e os filhos est�o inabilitados a compreender, de pronto, o enredo das circunst�ncias em que se mergulharam seus pais, no pret�rito, a fim de que pudessem volver, do plano espiritual ao renascimento no plano f�sico. �nicamente no mundo das causas, ap�s a desencarna��o, ser-lhes-� poss�vel o entendimento claro, acerca dos v�nculos em que se imanizam. invoque-se, � vista disso, o aux�lio de religiosos, professores, fil�sofos e psic�logos, a fim de que a excessiva agressividade filial n�o atinja as raias da perversidade ou da delinq��ncia para com os pais e nem a excessiva autoridade dos pais venha a violentar os filhos, em nome de extempor�nea ou cruel desvincula��o. pais e filhos s�o, origin�riamente, consci�ncias livres, livres filhos de deus empenhados no mundo � obra de autoburilamento, resgate de d�bitos, reajuste, evolu��o. as leis da vida englobam-lhes a individualidade no mesmo alto gabarito de considera��o. nunca � l�cito o desprezo dos pais para com os filhos e vice-versa. n�o configuramos no assunto qualquer aspecto l�rico na tem�tica afetiva. apresentamos, sum�riamente, princ�pios b�sicos do universo. a exist�ncia terrestre � muito importante no progresso e no aperfei�oamento do esp�rito; no entanto, ao mesmo tempo, � simples est�gio da criatura eterna no educand�rio da experi�ncia f�sica, � maneira de estudante no internato. os pais lembram alunos, em condi��es mais avan�adas de tempo, no curr�culo de li��es, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de servi�o terrestre, com acesso na escola, sob o patroc�nio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matr�cula e aceita��o. e que os filhos jamais acusem os pais pelo curso complexo ou dif�cil em que se vejam no col�gio da exist�ncia humana, porquanto, na maioria das ocasi�es, foram eles mesmos, os filhos, que, na condi��o de esp�ritos desencarnados, insistiram com os pais, atrav�s de afetuoso constrangimento ou suave processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, � oficina de valores f�sicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correto, no encal�o da pr�pria emancipa��o. 19 amor livre pergunta: qual das duas, a poligamia ou a monogamia � mais conforme � lei da natureza? resposta: a poligamia � lei humana cuja aboli��o marca progresso social. o casamento segundo as vistas de deus tem que se fundar na afei��o dos seres que se unem. na poligamia, n�o h� afei��o real: h� apenas sensualidade. item n� 701, de "o livro dos esp�ritos". comenta-se a possibilidade de legaliza��o das rela��es sexuais livres, como se fora justo escolher companhias para a satisfa��o do impulso gen�sico, qual se apontam iguarias ou vitaminas mais desej�veis numa hospedaria. rela��es sexuais, no entanto, envolvem responsabilidade. homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjun��o afetiva, n�o conseguir�, sem dano a si mesmo, t�o-somente pensar em si. referentemente ao assunto, n�o se trata exclusivamente da liga��o em base do matrim�nio legalmente constitu�do. se os parceiros da uni�o
sexual possuem deveres a observar entre si, � face de preceitos humanos, volunt�riamente aceitos, no plano das chamadas liga��es extralegais acham-se igualmente submetidos aos princ�pios das leis divinas que regem a natureza. cada esp�rito det�m consigo o seu �ntimo santu�rio, erguido ao amor, e esp�rito algum menoscabar� o "lugar sagrado" de outro esp�rito, sem lesar a si mesmo. conferir pretensalegitimidade �s rela��es sexuais irrespons�veis seria tratar "consci�ncias" qual se fossem "coisas", e se as pr�prias coisas, na condi��o de objetos, reclamam respeito, que se dir� do acatamento devido � consci�ncia de cada um? � �bvio que ningu�m se lembrar�, em s�o ju�zo, de recomendar escravid�o �s criaturas claramente abandonadas ou espezinhadas pelos pr�prios companheiros ou companheiras a que se entregaram, confiantes; isso, no entanto, n�o autoriza ningu�m a estabelecer liberdade indiscriminada para as rela��es sexuais que resultariam �nicamente em licen�a ou devassid�o. institu�do o ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito � fidelidade natural, ante os compromissos abra�ados, seja para a forma��o do lar e da fam�lia ou seja para a constitui��o de obras ou valores do esp�rito. desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre � conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compuls�rio das consequ�ncias que advenham de semelhante resolu��o. toda sementeira se acompanha de colheita, conforme a esp�cie. � razo�vel nos lembr�mos disso, porquanto o autor ou autora da defec��o havida, ante os princ�pios de causa e efeito, � considerado violador de almas, assumindo com as v�timas a obriga��o de restaur�-las, at� o ponto em que as injuriou ou prejudicou, ainda mesmo quando na conceitua��o incompleta do mundo essas criaturas tenham sido encontradas supostamente j� prejudicadas ou injuriadas por algu�m. o diamante no lodo n�o deixa de ser diamante, sem perder o valor que lhe � pr�prio, diante da vida. a criatura em sofrimento n�o deixa de ser cria��o de deus, sem perder a imortalidade que lhe � pr�pria, � frente do universo. que a tenta��o de retorno dos sistemas polig�micos pode ocorrer habitualmente com qualquer pessoa, na terra, � mais que natural - � justo. em circunst�ncias numerosas, o pret�rito pode estar vivo nos mecanismos mais profundos de nossas inclina��es e tend�ncias. entretanto, os deveres assumidos, no campo do amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no cora��o e n�o se danificar�o os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na pr�pria vida. observem-se, nos cap�tulos do sexo, os des�gnios superiores da infinita sabedoria que nos orienta os destinos e, nesse sentido, urge considerar que a vontade de deus, na ess�ncia, � o dever em sua mais alta express�o tra�ado para cada um de n�s, no tempo chamado "hoje". e se o "hoje" jaz vi�ado de complica��es e problemas, a repontarem do "ontem", depende de n�s a harmonia ou o desequil�brio do "amanh�". 20 controle sexual interroguem friamente suas consci�ncias todos os que s�o feridos no cora��o pelas vicissitudes e decep��es da vida; remontem, passo a passo, � origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, n�o poder�o dizer: se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, n�o estar�a em semelhante condi��o. do item 4, do cap. v, de "o evangelho segundo o espiritismo". existe o mundo sexual dos esp�ritos de evolu��o prim�ria, in�ado de liga��es irrespons�veis, e existe o mundo sexual dos esp�ritos conscientes, que j� adquiriram conhecimento das obriga��es pr�prias, � frente da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente n�o muito distantes da selva, remanescentes pr�ximos da
conviv�ncia com os brutos, enquanto que o segundo � integrado pelas consci�ncias que a verdade j� ilu minou, estudantes das leis do destino � luz da imortalidade. o primeiro grupo se mant�m fixado � poligamia, �s vezes desenfreada, e s�, muito pouco a pouco, despertar� para as no��es da responsabilidade no plano do sexo, atrav�s de experi�ncias m�ltiplas na fieira das reencarna��es. o segundo j� se levantou para a vis�o panor�mica dos deveres que nos competem, diante de n�s mesmos, e procura elevar os pr�prios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da conten��o. falar de governo e administra��o, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifesta��es polig�micas, seria exigir do silv�cola encargos t�o-somente atribu�veis ao professor universit�rio, raz�o por que ser� justo deter-se algu�m nesse ou naquele estudo alusivo � educa��o sexual apenas com aqueles que se mostrem suscet�veis de entender as reflex�es exatas, nesse particular. estabelecida a ressalva, perguntemos a n�s mesmos se nos seria l�cito abandonar, no mundo, os compromissos de natureza afetiva, assumidos diante uns dos outros. assim nos externamos para considerar que a liga��o sexual entre dois seres na terra envolve a obriga��o de proteger a tranq�ilidade e o equil�brio de algu�m que, no caso, � o parceiro ou a parceira da experi�ncia "a dois", e, muito comummente, os "dois" se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes. urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em mat�ria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos n�o venha a romper a seguran�a daquele ou daquela que tomamos sob nossa assist�ncia e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo, em que nos arraigamos atrav�s da afinidade. n�o se trata, em nossas defini��es, do chamado "v�mculo indissoln�vel" criado por leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesados pelo comportamento de parceiros escolhidos para a viv�ncia sexual e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem � outra liga��o ou a outras liga��es subseq�entes, procurando companhia ao n�vel de sua confian�a e respeitabilidade; reportamo-nos ao impositivo da lealdade que deve ser respondida com lealdade, seja qual for o tipo de uni�o em que os parceiros se comuniquem sexualmente um com o outro, sustentando o equil�brio rec�proco. considerado o exposto, os participantes da comunh�o afetiva, conscientes dos deveres que assumem, precisam examinar at� que ponto ter�o gerado as causas da indisciplina ou deser��o naquele ou naquela que desistiu da pr�pria seguran�a �ntima para se atirar � leviandade. justo ponderar quanto a isso, porquanto, em muitas ocorr�ncias dessa esp�cie, n�o � somente aquele ou aquela que se revelam desleais, aos pr�prios compromissos, o culpado pela ruptura na liga��o afetiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que, por des�dia ou frieza, mesquinhez ou irreflex�o nos votos abra�ados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a inseguran�a, no campo do afeto, atraindo perturba��es de fei��o e tamanho imprevis�veis. 21 homossexualidade pergumta - quando errante, que prefere o esp�rito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher? resposta: - isso pouco lhe importa. o que o guia na escolha s�o as provas por que haja de passar. item n� 202, de "o livro dos esp�ritos". a homossexualidade, tamb�m hoje chamada transexualidade, em alguns c�rculos de ci�ncia, definindo-se, no conjunto de suas caracter�sticas, por tend�ncia da criatura para a comunh�o afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, n�o encontra explica��o fundamental nos estudos psicol�gicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas � perfeitamente compreens�vel, � luz da reencarna��o. observada a ocorr�ncia, mais com os preconceitos da sociedade, constitu�da na terra
pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorr�ncia vai crescendo de intensidade e de extens�o, com o pr�prio desenvolvimento da humanidade, e o mundo v�, na atualidade, em todos os pa�ses, extensas comunidades de irm�os em experi�ncia dessa esp�cie, somando milh�es de liomens e mulheres, solicitando aten��o e respeito, em p� de igualdade ao respeito e � aten��o devidos �s criaturas heterossexuais. a coletividade humana aprender�, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfol�gicos, para se erguerem como agentes mais elevados de defini��o da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunit�ria pelo pr�prio comportamento na sustenta��o do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinq��ncia. a vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, atrav�s de mil�nios e mil�nios, o esp�rito passa por fileira imensa de reencarna��es, ora em posi��o de feminilidade, ora em condi��es de masculinidade, o que sedimenta o fen�meno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. o homem e a mulher ser�o, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especifica��o psicol�gica absoluta. a face disso, a individualidade em tr�nsito, da experi�ncia feminina para a masculina ou viceversa, ao envergar o casulo f�sico, demonstrar� fatalmente os tra�os da feminilidade em que ter� estagiado por muitos s�culos, em que pese ao corpo de forma��o masculina que o segregue, verificando-se an�logo processo com refer�ncia � mulher nas mesmas circunst�ncias. obviamente compreens�vel, em vista do exposto, que o esp�rito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, n�o apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em deterrminado setor de a��o, como tamb�m no que concerne a obriga��es regenerativas. o homem que abusou das faculdades gen�sicas, arruinando a exist�ncia de outras pessoas com a destrui��o de uni�es construtivas e lares diversos, em muitos casos � induzido a buscar nova posi��o, no renascimento f�sico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de pris�o, a reajustar os pr�prios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo � impulsionada � reencarna��o em corpo morfologicamente masculino, com id�nticos fins. e, ainda, em muitos outros casos, esp�ritos cultos e sens�veis, aspirando a realizar tarefas espec�ficas na eleva��o de agrupamentos humanos e, conseq�entemente, na eleva��o de si pr�prios, rogam dos instrutores da vida maior que os assistem a pr�pria interna��o no campo f�sico, em vestimenta carnal oposta � estrutura psicol�gica pela qual transitoriamente se definem. escolhem com isso viver tempor�riamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irrevers�veis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abra�am. observadas as tend�ncias homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experi�ncia, � for�oso se lhes d� o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instru��o � maioria heterossexual. e para que isso se verifique em linhas de justi�a e compreens�o, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, � frente da vida eterna, os erros e acertos dos irm�os de qualquer proced�ncia, nos dom�nios do sexo e do amor, s�o analisados pelo mesmo elevado gabarito de justi�a e miseric�rdia. isso porque todos os assuntos nessa �rea da evolu��o e da vida se especificam na intimidade da consci�ncia de cada um. 22 adult�rio e prostitui��o atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse
jesus. esta senten�a faz da indulg�ncia um dever para n�s outros porque ningu�m h� que n�o necessite, para si pr�prio, de indulg�ncia. ela nos ensina que n�o devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a n�s mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. antes de profligarmos a algu�m uma falta, vejamos se a mesma censura n�o nos pode ser feita. do item 13, do cap. x, de o evangelho segundo o espiritismo. � curioso notar que jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos dom�nios do esp�rito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvid�vel senten�a: "aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra". dir-se-ia que no rol das defec��es, deser��es, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afetivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da terra haja escapado, no cardume das exist�ncias consecutivas, aos chamados "erros do amor". penetre cada um de n�s os recessos da pr�pria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreens�vel, no imediatismo da vida pr�tica, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto �s pr�prias tend�ncias. quem n�o haja varado transes dif�ceis, nas �reas do cora��o, no per�odo da reencarna��o em que se encontre, investigue as pr�prias inclina��es e anseios no campo �ntimo, e, em s� consci�ncia, verificar� que n�o se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da humanidade. desses embates multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da coletividade, o adult�rio que, de futuro, ser� classificado na patologia das doen�as da alma, extinguindo-se, por fim, com rem�dio adequado, e a prostitui��o que re�ne em si homens e mulheres que se entregam �s rela��es sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos. qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da viol�ncia homicida e da escravid�o que acompanham a comunidade terrestre, h� mil�nios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adult�rio e a prostitui��o ainda permanecem, na terra, por instrumentos de prova e expia��o, destinados naturalmente a desaparecer, na equa��o dos direitos do homcm e da mulher, que se harmonizar�o pelo mesmo peso, na balan�a do progresso e da vida. note-se que o lenoc�nio de hoje, conquanto situado fora da lei, � o hardeiro dos bord�is autorizados por regulamenta��o oficial, em muitas regioes, como sucedia notadamente na gr�cia e na roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, direta ou indiretamente adquiridas, � fei��o de alim�rias, para misteres de aluguel. tantos foram os desvarios dos esp�ritos em evolu��o no planeta - esp�ritos entre os quais muito raros de n�s, os companheiros da terra, n�o nos achamos inclu�dos - que decerto jesus, personalizando na mulher sofredora a fam�lia humana, pronunciou a inesquec�vel senten�a, convocando os homens, supostamente puros em mat�ria de sexualidade, a lan�arem sobre a companheira infeliz a primeira pedra. evidentemente, o mundo avan�a para mais elevadas condi��es de exist�ncia. fen�menos de transi��o explodem aqui e ali, comunicando renova��o. e, com semelhantes ocorr�ncias, surge para as na��es o problema da educa��o espiritual, para que a educa��o do sexo n�o se fa�a irris�o com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade. quando cada criatura for respeitada em seu foro �ntimo, para gue o amor se consagre por v�nculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfei�oamento pessoal luzindo na presen�a de cada uma, ent�o os conceitos de adult�rio e prostitui��o se far�o distanciados do cotidiano, de vez que a compreens�o apaziguar� o cora��o humano e a chamada desventura afetiva n�o ter� raz�o de ser. 23 abstin�ncia e celibato
pergunta - o celibato volunt�rio representa um estado de perfei��o merit�rio aos olhos de deus? resposta - n�o, e os que assim vivem, por ego�smo, desagradam a deus e enganam o mundo. pergunta - da parte de certas pessoas, o celibato n�o ser� um sacrif�cio que fazem com o fim de se votarem, de modo mais completo, ao servi�o da humanidade? resposta o caso � muito diferente. eu disse: por ego�smo. todo sacrif�cio pessoal � merit�rio, quando feito para o bem. quanto maior o sacrif�cio, tanto maior o m�rito. itens ns 698 e 699, de "o livro dos esp�ritos". abstin�ncia, em mat�ria de sexo e celibato, na vida de rela��o pressup�e experi�ncias da criatura em duas faixas essenciais - a daqueles esp�ritos que escolhem semeihantes posi��es volunt�riamente para burilamento ou servi�o, no curso de determinada reencarna��o, daqueles outros que se v�em for�ados a adot�-las, por for�a de inibi��es diversas. indubit�velmente, os que consigam abster-se da comunh�o afetiva, embora possuindo em ordem todos os recursos instrumentais para se aterem ao conforto de uma exist�ncia a mais, com o fim de se fazerem mais �teis ao pr�ximo, decerto que tra�am a si mesmos escaladas mais r�pidas aos cimos do aperfei�oamento. agindo assim, por amor, doando o corpo a servi�o dos semelhantes, e, por esse modo, amparando os irm�os da humanidade, atrav�s de variadas maneiras, convertem a exist�ncia, sem liga��es sexuais, em caminho de acesso � sublima��o, ambientando-se em climas diferentes de criatividade, porquanto a energia sexual neles n�o estancou o pr�prio fluxo; essa energia simplesmente se canaliza para outros objetivos - os de natureza espiritual. e, em concomit�ncia com os que elegem conscientemente esse tipo de experi�ncia, impondo-se duros regimes de viv�ncia pessoal, encontramos aqueles outros, os que j� renasceram no corpo f�sico induzidos ou obrigados � abstin�ncia sexual, atendendo a inibi��es irrevers�veis ou a processos de invers�o pelos quais sanam erros do pret�rito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumb�ncia de compromissos determinados, em assuntos do esp�rito. num e noutro caso, identificamos aqueles que se fazem chamar, segundo os ensinamentos evang�licos, como sendo "eunucos" por amor do reino de deus". esses eunucos, por�m, muito ao contr�rio do que geralmente se afirma, n�o s�o criaturas psicologicamente assexuadas, respirando em climas de nega��o da vida. conquanto abst�mios da emotividade sexual, wolunt�ria ou involunt�riamente, s�o almas vibrantes, inflamadas de sonhos e desejos, que se omitem, tanto quanto lhes � poss�vel, no terreno das comunh�es afetivas, para satisfazerem as obriga��es de ordem espiritual a que se imp�em. depreende-se da� a impossibilidade de se doarem a quaisquer tarefas de repara��o ou eleva��o sem tenta��es, sofrimentos, ang�stias e l�grima:; e, �s vezes, at� mesmo escorreg�es e quedas, nos dom�nios do sentimento, de vez que os impulsos do amor nelas se mant�m com imensa agudeza, predispondo-as � s�de incessante de compreens�o e de afeto. entendendo-se os valores da alma por alimento do esp�rito, imposs�vel esquecer que a produ��o do bem e do aprimoramento se realiza � base de atrito e desgaste. a semente � segregada no solo para desvencilhar-se dos empe�os que a constringem, de modo a formar o p�o, e o p�o, a rigor, n�o se completa em forno frio. a for�a no carro n�o surge sem a queima de combust�vel, e o motor n�o lhe garante movimento sem aquecer-se em n�vel adequado. abstin�ncia e celibato, seja por decis�o s�bita do homem ou da mulher, interessados em educa��o dos pr�prios impulsos, no curso da reencarna��o, ou seja por delibera��o assumida, antes do renascimento na esfera f�sica, em obedi�ncia a fins espec�ficos, n�o contam indiferen�a e nem anestesia do sentimento. celibato e abstin�ncia, em qualquer forma de express�o, constituem tentames louv�veis do ser experi�ncias de car�ter transit�rio -, nos quais a fome de alimento afetivo se lhes transforma no imo do cora��o em fogo purificador, acrisolando-lhes as tend�ncias ou
transfigurando essas mesmas tend�ncias em clima de produ��o do bem comum, atrav�s do qual, pela doa��o de uma vida, se efetua o apoio espiritual ou a ilumina��o de in�meras outras. tais considera��es nos impelem a concluir que a vida sexual de cada criatura � terreno sagrado para ela pr�pria, e que, por isso mesmo, absten��o, liga��o afetiva, constitui��o de fam�lia, vida celibat�ria, div�rcio e outras ocorr�ncias, no campo do amor, s�o problemas pertinentes � responsabilidade de cada um, erigindo-se, por essa raz�o, em assuntos, n�o de corpo para corpo, mas de cora��o para cora��o. 24 carga er�tica dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. duas viol�ncias quase t�o insensatas uma quanto a outra. ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convic��o e sem paix�o, s�o mornos no amar e econ�micos no gozar. onde, ent�o, a sabedoria? onde, ent�o, a ci�ncia de viver? em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solu��o, se o espiritismo n�o viesse em aux�lio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as rela��es que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por serem necess�rios uma ao outro, importa cuidar de ambos. amai, pois, a vossa alma, por�m, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. desatender �s necessidades que a pr�pria natureza indica, � desatender a lei de deus. n�o castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre arb�trio o induziu a cometer e pelas quais � ele t�o respons�vel quanto o cavalo, mal dirigido, pelos acidentes que causa. sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, n�o vos tornardfs menos ego�stas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso pr�ximo? n�o, a perfei��o n�o est� nisso, est� toda nas formas por que fizerdes passar o vosso esp�rito. dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes d�cil � vontade de deus e o �nico de alcan�ardes a perfei��o. do item 11, do cap. xvii, de "o evangelho segundo o espiritismo". o instinto sexual, exprimindo amor em expans�o incessante, nasce nas profundezas da vida, orientando os processos da evolu��o. toda criatura consciente traz consigo, devidamente estratificada, a heran�a incomensur�vel das experi�ncias sexuais, vividas nos reinos inferiores da natureza. de exist�ncia a exist�ncia, de li��o em li��o e de passo em passo, por s�culos de s�culos, na esfera animal, a individualidade, erguida � raz�o, surpreende em si mesma todo um mundo de impulsos gen�sicos por educar e ajustar �s leis superiores que governam a vida. a princ�pio, exposto aos lances adversos das aventuras polig�micas, o homem avan�a, de ensinamento a ensinamento, para a sua pr�pria instala��o na monogamia, reconhecendo a necessidade de seguran�a e equil�brio, em mat�ria de amor; no entanto, ainda a�, � impelido naturalmente a carregar o fardo dos est�mulos sexuais, muita vez destrambelhados, que lhe enxameiam no sentimento, reclamando educa��o e sublima��o. depreende-se disso que toda criatura na terra transporta em si mesma determinada taxa de carga er�tica, de que, em verdade, n�o se libertar� �nicamente ao pre�o de palavras e votos brilhantes, mas � custa de experi�ncia e trabalho, de vez que instintos e paix�es s�o energias e estados inerentes � alma de cada um, que as leis da cria��o n�o destroem e sim auxiliam cada pessoa a transformar e elevar, no rumo da perfei��o. f�cil entender, portanto, que do erotismo, como fator de magnetismo sexual humano, na romagem terrestre, seja em se tratando de esp�ritos encarnados ou desencarnados na comunidade planet�ria, n�o partilham t�o-somente as intelig�ncias que j� se angelizaram, em minoria absoluta no plano f�sico, e aqueles irm�os da humanidade provisoriamente
internados nas celas da idiotia, por for�a de lides expiat�rias abra�adas ou requisitadas por eles pr�prios, antes do ber�o terreno. os esp�ritos sublimados se atraem uns aos outros por la�os de amor considerado divino, por enquanto inabord�veis a n�s outros, seres em laboriosa escalada evolutiva e que compartilhamos das tend�ncias e aspira��es, dificuldades e provas do g�nero humano. e os companheiros tempor�riamente bloqueados por c�rebros deficientes e obtusos atravessam per�odos mais ou menos longos de sil�ncio emocionados, destinados a repara��es e reajustes, quase sempre solicitados por eles mesmos repetimos -, j� que se sentenciam a entraves e inibi��es, no campo de exterior�za��o da mente, atrav�s dos quais refazem atitudes e recondicionam impulsos afetivos em preciosas tomadas e retomadas de consci�ncia. � vista do exposto, � f�cil reconhecer que toda criatura humana, sempre nascida ou renascida sob o patroc�nio do sexo, carreia consigo determinada carga de impulsos er�ticos, que a pr�pria criatura aprende, gradativamente, a orientar para o bem e a valorizar para a vida. diante do sexo, n�o nos achamos, de nenhum modo, � frente de um despenhadeiro para as trevas, mas perante a fonte viva das energias em que a sabedoria do universo situou o laborat�rio das formas f�sicas e a usina dos est�mulos espirituais mais intensos para a execu��o das tarefas que esposamos, em regime de colabora��o m�tua, visando ao rendimento do progresso e do aperfei�oamento entre os homens. cada homem e cada mulher que ainda n�o se angelizou ou que n�o se encontre em processo de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz, evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarem por s�de de apoio afetivo, e � claramente, nas lavras da experi�ncia, errando e acertando e tornando a errar para acertar com mais seguran�a, que cada um de n�s - os filhos de deus em evolu��o na terra - conseguir� sublimar os sentimentos que nos s�o pr�pr�os, de modo a erguer-nos em definitivo para a conquista da felicidade celeste e do amor universal. 25 sexo e religi�o ttpergunta - como pode a alma, que n�o alcan�ou a perfei��o durante a vida corp�rea, acabar de depurar-se? resposta - sofrendo a prova de uma nova exist�ncia. pergunta - como realiza essa nova exist�ncia? ser� pela sua transforma��o como esp�rito? resposta - depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transforma��o, mas para isso necess�ria lhe � a prova da vida corporal. item n. 166, de"o livro dos esp�ritos. dar-se-� o fato de se isentar algu�m dos impulsos e inquieta��es sexuais, simplesmente por haver assumido compromissos de natureza religiosa? claro que a l�gica responde no esp�rito de seq��ncia da natureza. a criatura que abra�a encargos dessa ordem est� procurando ou aceitando para si mesma aguilh�es regeneradores ou educativos, de vez que ordena��es e provid�ncias de car�ter externo n�o transfiguram milagrosamente o mundo �ntimo. as realiza��es da f�, por isso mesmo, se concretizam � base de porfiadas lutas da alma, de si para consigo. ningu�m se burila de um dia para outro. de que modo alienar condi��es inerentes � pr�pria vida do esp�rito, acalentadas, no curso das eras, t�o-somente em fun��o de afirmativas verbais? e entendendo-se que as leis do llniverso n�o destroem o instinto, mas transformam-no em raz�o e angelitude, na passagem dos evos, pelos mecanismos da sublima��o, de que forma exigir a extin��o dos est�mulos gen�sicos em algu�m, t�o-s� porque esse algu�m se consagre ao servi�o divino da f�, quando esses mesmos est�mulos s�o ingredientes da vida e da evolu��o, criados pela mesma provid�ncia divina para a sustenta��o e a eleva��o de todos os seres? compreendida a inalienabilidade dos problemas sexuais nas individualidades representativas das ideias religiosas no mundo, � mais
que razo�vel considerar que essas individualidades, em grande maioria, solicitaram para si pr�prias os controles de fei��o moral a que transitoriamente se vinculam, no tentame de extra�rem deles o proveito m�ximo, a favor de si pr�prias. efetivamente, esp�ritos superiores e j� erguidos a not�veis campos de eleva��o, �nicamente por amor e sacrif�cio, tomam assento nas organiza��es religiosas da terra, volvendo � reencarna��o em atividades socorristas, nas quais impulsionam o progresso dos seus irm�os. esses mission�rios do devotamento vibram em faixas de amor sublime, quase sempre inacess�vel � compreens�o dos seus contempor�neos. n�o ocorrem an�logas circunst�ncias entre aquel outros que renascem sob regime disciplinar, requisitados por eles contra eles mesmos, de vez que grande n�mero desses obreiros das ideias religiosas, reencarnados em condi��es de prova, demonstram dificuldades e inibi��es m�ltiplas, no corpo e na mente, quando n�o sofrem exagerada tend�ncia aos desvarios sexuais - tend�ncia essa que habitualmente os mant�m recolhidos ao medo de qualquer expans�o afetiva. temendo as manifesta��es do amor e bastas vezes condenando indebitamente os companheiros da humanidade, pelo fato de se acomodarem a �ni�es respeit�veis e dignas, na generalidade receiam a si pr�prios e censuram os semelhantes, no impulso inconsciente de lhes copiar a independ�ncia e a cond�ta. da� surgem os incidentes menos felizes quantas vezes! - em que vemos expositores ardentes e apaixonados, dessa ou daquela ideia religiosa, tombando em experi�ncias emotivas, muito mais complicadas e deplor�veis do que aquelas outras que eles pr�prios reprovavam no caminho e na vida dos companheiros!... ali�s, registe-se que o fen�meno � mais que justo, porquanto, aceitando os distintivos de determinada seara religiosa, o esp�rito imp�e a si mesmo um fator de frenagem e autopoliciamento, sem que as marcas exteriores de f� signifiquem mais que um convite ou um desafio a que se aperfei�oe, de acordo com os princ�pios de acrisolamento que abra�a. instru��es religiosas exteriores n�o alteram, de improviso, os impulsos do cora��o, conquanto se erijam em fortaleza de luz, amparando a criatura que a elas se acolhe para o servi�o de autoaprimoramento. qualquer professor na terra h�-de se identificar com os alunos, no campo das experi�ncias naturais do cotidiano, a fim de que se estabele�a, entre eles, o fio da compreens�o m�tua, unindo vanguarda e retaguarda do esfor�o para a escalada do grupo ao conhecimento. um anjo e uma equipe de criaturas humanas n�o entrariam em relacionamento ideal para rendimento ideal do ensino. � vista disso, somos n�s mesmos, esp�ritos endividados ante as leis do universo, que nos enla�amos uns com os outros, encarnados e desencarnados, aperfei�oando gradativamente as qualidades pr�prias e aprendendo, � custa de trabalho e tempo, como alcan�ar a sublima��o que demandamos, em marcha laboriosa para a conquista dos valores eternos. 26 � margem do sexo "lembrai-vos daquele que julga em �ltima inst�ncia, que v� os movimentos �ntimos de cada cora��o e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou reprova o que relevais, porque conhece o m�vel de todos os atos. lembrai-vos de que v�s, que clamais em altas vozes an�tema, tereis, qui��, cometido faltas mais graves. do item 16, do cap. x, de "o evangelho segundo o espiritismo". companheiros da terra, � frente de todas as complica��es e problemas do sexo, abstende-vos de censura e condenac�o. todos n�s - ,os esp�ritos em aperfei�oamento nos climas do planeta - estamos emergindo de passado multimilenar, em que as tramas da alma se entreteciam em labirintos de sombra, para que as b�n��os do aprendizado se nos fixassem no esp�rito. ainda assim, achamo-nos todos muito longe da meta por alcan�ar. se algu�m vos parece cair, sob enganos do sentimento, silenciai e esperai!
se algu�m se vos afigura tombar em delinq��ncia, por desvarios do cora��o, esperai e silenciai!... sobretudo, compade�amo-nos uns dos outros, porque, por enquanto, nenhum de n�s consegue conhecer-se t�o exatamente, a ponto de saber hoje qual o tamanho da experi�ncia afetiva que nos aguarda amanh�. calai os vossos poss�veis libelos, ante as supostas culpas alheias, porquanto nenhum de n�s, por agora, � capaz de medir a parte de responsabilidade que nos compete a cada um nas irretlex�es e desequil�brios dos outros. somos todos pe�as integrantes de uma s� fam�lia, operando em dois mundos, simult�neamente - aquele das intelig�ncias corporificadas no plano f�sico e aquele outro das intelig�ncias desencarnadas que se domiciliam nas regi�es da mesma terra que habitais, disputando convosco, tanto quanto igualmente entre si, a aquisi��o de recursos substanciais da evolu��o. n�o dispomos de recursos para examinar as consci�ncias alheias e cada um de n�s, ante a sabedoria divina, � um caso particular, em mat�ria de amor, reclamando compreens�o. a vista disso, muitos de nossos erros imagin�rios no mundo s�o caminhos certos para o bem, ao passo que muitos de nossos acertos hipot�ticos s�o trilhas para o mal de que nos desvencilharemos, um dia!... aben�oai e amai sempre. diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tend�ncias mais �ntimas e, ap�s verificardes se estais em condi��es de censurar algu�m, escutai, no �mago da consci�ncia, o apelo inolvid�vel do cristo: "amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. fim