Educacao

  • June 2020
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República de Moçambique Instituto do Magistério Primário de Inhamizua Relatório do mês de Junho Elaborado por Maria Victória Cardoso Segundo orientações da supervisora no mês de Junho não devia observar aulas, devia tentar explorar alguns aspectos. Não foi fácil entender o que a supervisora queria por causa da língua, mas fiz todo o possível. As perguntas que a supervisora colocou para explorar vou colocar assim como as fiz com a pedagógica da escola 12 de Outubro. Fiz o trabalho muito tarde porque estava dependente da responsável pedagógica. Não foi preciso ir até a Direcção Distrital e Provincial pois ela deu toda a informação. Escola Primária 12 de Outubro Trabalho realizado em 21 de Julho de 2004. Hora das 10 horas às 12 e 30 min. Victória: O que tem a dizer senhora pedagógica sobre a consciência que a comunidade local tem da sua identidade sobre o currículo nacional, e em termos da natureza em compreender a vida social e efectuar, e em termos de actividades económicas e culturais Pedagógica:é da consciência dos próprios pais e encarregados de educação, na medida em que eles pediram e assumem. Têm a consciência exacta naquilo que eles acham que os seus filhos devem aprender, mas não como obrigação, como um facto que eles precisavam mas não tinham essa oportunidade de poder dizer que as crianças para além disto que aprendem, queremos que aprendam a outra parte. Assim a comunidade apresentou suas propostas, assumem o proposto e exigem mais da escola. Veja só que os pais aprecem a questionar (porque é que não se pratica horta aqui na escola quando tem espaço próprio). As crianças podem muito bem fazer pequenas hortas. Nós que estamos a viver na cidade não temos exactamente aquele tempo; há quem tem machamba e quem não tem. A criança como precisa de aprender aprenderia na escola. Victória: E sobre o novo currículo a compreensão que a comunidade tem? Pedagógica: Quanto ao novo currículo os pais estão de acordo mais com a introdução das novas disciplinas, que são ofícios, a língua inglesa, a educação cívica e moral. Tendo em conta a evolução da sociedade já existia essa necessidade de se introduzir a disciplina de educação cívica e moral porque quanto civicamente e moral a juventude está um pouco estragada. Nós aqui imitamos mais as culturas europeias, não estamos na Europa. E para a disciplina de ofícios os pais e encarregados de educação receberam com as duas mãos, porque há muita coisa que as crianças aprendem, tendo como um dos objectivos do novo currículo que ao concluir o ensino básico a criança estar em altura de sobreviver. Nisto há muito material que elas fabricam como: tapetes, bolas, reciclagem de papel usado, fabrico de alguns brinquedos, noções de costura, fazem blusinhas, saias (mostrando este material). Victória: em termos da natureza em compreenderem a vida social e económica o que pode dizer? Pedagógica: Eu penso que sim porque aqui é voltar para trás ao que já dissemos, porque eles ao compreenderem a vida social é exactamente nesse sentido de quando aparecem as novas disciplinas aceitarem porque vai ajudar na vida dos alunos. Por exemplo a disciplina de ofícios para o nível de vida que a comunidade leva, não todos mas há pessoas em péssimas condições económicas; para essas pessoas a criança aprendendo a fazer tapetes com a corda de sisal, com pedacinhos de pano, restos de alfaiate fazem os tapetes, conseguem vender e o dinheiro pode servir para a sobrevivência da família.

Essas duas disciplinas eram sem tempo precisava-se mesmo. Dando exemplo da disciplina de educação cívica e moral as crianças precisavam porque comparando o comportamento das que têm a disciplina com as da sétima classe que não têm é diferente, a convivência no pátio escolar difere. Victória: O que diz sobre a transformação dos conteúdos a aprender e as habilidades a exercer em termos de actividades dos alunos? Pedagógica: Nós sabemos que para a disciplina de inglês qualquer emprego aqui em Moçambique é exigido inglês falado e escrito. Então quando o inglês começa cedo melhor é para os pais. Ë uma disciplina que nós temos com bom aproveitamento, porque as crianças estão interessadas. Digo que existem objectivos comuns ou resultados par a introdução de inglês e educação moral. Para ofícios posso dizer que também é comum falando como exemplo a cidade que recebe a disciplina com prazer principalmente na comunidades sem recursos de sobrevivência, que as suas crianças só têm direito ao ensino básico. Nos aqui na cidade da Beira podemos falar da zona de Nhangau onde o currículo local é mais abrangente. Trabalham com folhas de palmeiras, fazem peneiras, cestos: o que nós aqui na escola os pais podem não ter dito porque o material aqui não existe. Numa reunião de directores de escolas na direcção de Educação da cidade tivemos conhecimento com o director da escola de Nhangau que a comunidade pediu para que as crianças aprendessem a pescar, pois a actividade principal lá dos pais é a pesca por causa do Rio Maria. E a sobrevivência deles é precisamente a pesca por isso querem que a escola inclua no currículo local. O director informou que para alguns pais achavam que a pesca era uma actividade baixa que as crianças não podiam aprender na escola, mas que com esta liberdade aperceberam-se que o filho aprendendo na escola e sempre a estudar mais tarde não vai utilizar o material usado pelo pai mas um outro muito melhor. Victória; ok senhora pedagógica mais não respondeu a minha pergunta. Pedagógica: Falando de transformar vamos dizer que, os conteúdos são ministrados, essa transformação é a ligação da teoria com a prática, os aluno acatam, temos objectos feitos pelos alunos, estão expostos na biblioteca. Victória: Senhora pedagógica há escolas onde o professor de ofícios, diz para as crianças trazerem um boneco feito de papaia, de pepino, cesto de palha de coqueiro se não trouxerem têm negativa. A criança chega em casa exige dos pais e eles têm que arranjar maneiras de encontrar alguém que saiba fazer é assim? Pedagógica: Mas como a criança vai fazer sem aprender? As crianças fazem aqui na escola, quanto a isso nós não temos problemas, avisamos os pais e encarregados de educação , fazemos toda a lista possível no dia as crianças trazem. Até trazem termo com água quente trigo que é difícil comparar. Até porque quando são aulas de ofícios o professor a seguir tem de perder uns minutos para limpar a sal que ficou suja na aula anterior. Em suma tudo é ensinado na aula. Victória: E sobre os executores responsáveis destas todas actividades o que tem a dizer? Pedagógica: Os executores responsáveis são os professores, estes se enfrentam problemas nalgum tema, discutem entre eles se não encontrarem solução um é indicado para ir procurar saber com um outro professor de outra escola. Estes têm assumido os objectivos e os conteúdos dos temas. Quando há problemas tenta-se encontrar solução. Victória: E o que dizem ou faz a comunidade em relação ao trabalho do professor? Pedagógica: A comunidade neste caso são os representantes das turmas, que trabalham em representação dos outros pais e encarregados de educação. Eles exigem da escola o trabalho fabricado pelos alunos, estão sempre em coordenação com o director da turma. Victória: Senhora pedagógica, existe algum documento na escola ou regulamento que regula esta ligação da comunidade com a escola, que fez com que fizessem o trabalho em conjunto sobre o currículo local? Um documento do ministério ou da província que regula esta actividade?

Pedagógica: Existe um documento que se chama Plano Curricular do Ensino Básico que é do INDE, explica todo o programa que o ministério fez para uma disciplina e que 20% deve ser para o currículo local. Victória: Quero saber se existe um documento que foi usado pela escola e pela comunidade quando coordenaram os temas para o currículo local? Pedagógica: Existe o Regulamento do Geral do Ensino Básico, onde fala do concelho da escola onde fazem parte os representantes da comunidade e é o documento que nos regemos. Victória: O trabalho que acaba de mostrar (blusa saias bonecos) o que vão fazer com eles? Pedagógica: Os trabalhos neste momento estão na biblioteca outros em armários. Um dia teremos que sentar o concelho da escola para decidirmos o que fazer com o material que será muito. Victória: Tenho mais uma questão, qual a formação e serviço que foi prestado pelo Ministério ou província para motivar e facilitar o trabalho? Pedagógica: Nós usamos uns inquéritos que aparecem no Plano Curricular do Ensino Básico, são inquéritos apropriados. Portanto neste documento para termos o currículo local há inquéritos apropriados para a população, para o professor e para a camada mais baixa. Então existem inquéritos que fizemos que tivemos de explicar à comunidade, às pessoas contactadas qual era o objectivo, porque íamos para lá. Victória: E quanto a Direcção da Cidade ou Província que apoios têm? Pedagógica: Quanto a Direcção da Cidade em termos do currículo local é só exigir, apoio para a sua aplicação não existe, também nunca pedimos. O apoio que temos é a nível local. Temos um pai que tem uma carpintaria onde os alunos vão de vez em quando aprender. Em suma o novo currículo está muito planificado, mas há o problema de quadros que podem executar este currículo. Victória: quadros, refere-se a professores? Pedagógica: Quadros professores, porque as formações que os professores têm não adequam as exigências do próprio currículo. Victória: Nem com os formados nos IMAPS? Pedagógica: Nem com a formação dos IMAPS porque a formação deve ser específica, não basta o geral e as capacitações de quinze dias não são suficiente. Victória: Muito obrigada. Beira 26 de Julho de 2004. Maria Victória Cardoso

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