O e-commerce se profissionaliza Sites maiores e com mais estrutura. Agora parece que o comércio eletrônico vai dar certo POR MARCELO BAUER Quem costuma fazer compras online em sites brasileiros e estrangeiros conhece bem as diferenças. As poucas opções, as home pages precárias e a entrega deficiente fizeram com que o comércio eletrônico no Brasil tivesse um crescimento abaixo do esperado. Mas agora a situação começa a mudar. Uma série de novas iniciativas - e muito dinheiro - parecem alçar o comércio eletrônico no País a um estágio de maior profissionalismo. A mudança, na verdade, acompanha a evolução da indústria da Internet no Brasil. Os primeiros a trilhar esse caminho foram os provedores de acesso. Antes pequenas empresas, nascidas na maioria das vezes de empreendedores sem dinheiro e estrutura, os provedores são hoje grandes empresas. Todos os principais fornecedores de acesso estão ligados a grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros. A evolução atingiu também, ainda que em menor escala, o mercado dos produtores de sites. No início, havia um enxame de pequenos empreendimentos amadores, formados por entusiastas do HTML sem noção de estratégia empresarial. Hoje, embora o enxame de pequenos continue, já há um grupo considerável de empresas capazes de tocar grandes projetos de forma profissional. Agora, finalmente, o profissionalismo começa a chegar ao e-commerce. Nos últimos dias, uma série de anúncios de novos investimentos nessa área foram feitos. Na última quarta-feira, o GP Investimentos apresentou o Submarino, sucessor da Booknet, agora convertido em loja de CDs, livros e brinquedos. O GP também investiu no site de leilão FreeLance, rebatizado de Lokau. Outro site de leilão, o Mercado Livre, recebeu investimentos da ordem de 7,6 milhões de dólares de três fundos de investimento americanos. Só um segmento parece não ter dado a devida importância ao comércio eletrônico no Brasil. Todos os empresários de Internet com quem tenho conversado são unânimes em reclamar da falta de sensibilidade dos cartões de crédito para o assunto. Por incrível que pareça, as grandes administradoras de cartões ainda não oferecem no Brasil mecanismos de conferência e autorização de compra realmente online.