Domingo, 5 de julho de 2009
Jornal de Brasília
DVD
Explosão de som e cores DIVULGAÇÃO
Filme musical desenterra espetáculo de luz e música nos loucos anos 1960 G Cristiano Bastos
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século 21 corre adiantado. Entretanto, a década de 1960 é, ainda, um planeta a ser esmiuçado mais profundamente. Com a difusão de meios audiovisuais, como DVD e YouTube, hoje, o mundo encontra-se em vias de redescobrir a caleidoscópica arte florescida na "era psicodélica". Imprescindível, inclusive, para entender-se meandros da cultura contemporânea. A Technicolour Dream – documentário dirigido por Stephen Gammond, recentemente lançado no Brasil – é um prefácio histórico e tanto.
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Nos dias 29 e 30 de abril de 1967 (alvorecer do flower power), a vitoriana casa Alexandra Palace, em Londres, abrigou o festival 14 Hour Technicolor Dream. Contexto, porém, que começa com as marchas da Campanha para o Desarmamento Nuclear (CND), no ínicio da década – movimentação que culminou, também, na fundação da London Free School e no legendário UFO Club. A Technicolour Dream recaptura, por exemplo, leituras de poemas do beatnick Allen Ginberg, explosões lisérgicos de luzes e apresentações das "coqueluches do momento", como as bandas The Pretty Things, Soft Machine e Pink Floyd. Logo no começo, o guitarrista Roger Waters faz importante revelação: "Tinha toda sorte de loucura e coisas experimentais: um orgasmo de 14 horas". Numa divertida passagem, Waters também rememora que Syd Barret (o qual comandava, naquele tempo, o Floyd) passava rolimã nas cordas da guitarra ou um isqueiro Zipo, para que suas estripulias so-
Primeira formação do Floyd em A Technicolour Dream
noras surtissem, dessa forma, maior efeito plástico-sonoro. O filme aborda a caminhada – a passos largos de Sid – em direção à esquizofrenia – motivada pelo consumo excessivo de LSD, que fritou-lhe o cérebro: "Dependíamos muito de Syd. Ele era nosso líder criativo", admite. Como extra, o filme traz per-
formances do Floyd: Astronomy Domine, Scarecrow e Arnold Layne. Uma explosão inevitável de som e cores. A Technicolour Dream – DVD do espetáculo The 14 Hour Techicolor Dream. 156 minutos. ST2 Vídeo/Eagle Vision. Preço médio: R$ 39.
CULTURA
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DISCOS Pelo Sabor do Gesto Zélia Duncan. Biscoito Fino. 14 faixas. R$ 20. O novo de Zélia Duncan é um álbum de canções intimistas Além de muitas parcerias inéditas, há canções inesperadas: como as duas versões que fez para a trilha do filme cantor e compositor francês, Alex Beaupin. Abre o disco, Boas Razões, num clima western. Heavy Duty Love Toys. Independente. 4 faixas. R$ 10. A Love Toys, de Recife, prova que a cidade não vive só de manguebeat,e aposta na junção do punk com o rock. Frequentaram o colégio dos professores Dead Boys, Ramones e Black Flag. O EP Heavy Duty atesta a intensidade da banda. Barulho do bom.