~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo I ~ Isabella Siqueira.
Cheguei em casa depois de uma longa entrevista numa r�dio e liguei a secret�ria eletr�nica para ouvir os recados. Algumas f�s sempre conseguiam meu n�mero e me ligavam para deixar suas mensagens. At� gosto de ouvir algumas delas, afinal, declara��es de apoio s�o sempre bem-vindas. Mas, como nem tudo s�o p�rolas, vez e outra me ligam para dizer que n�o passo de mais um rostinho bonito e um belo corpo que por acaso se meteu no meio da ind�stria fonogr�fica. Sim, sou uma cantora. Famosa, por sinal. Canto m�sicas de base pop, mas sempre dou uma variada e fa�o uma mistura aqui e ali. J� fui comparada a v�rios grandes nomes da m�sica mundial, mas nunca chegaram a uma conclus�o. Eu gostaria de saber quando eles v�o parar com essas rid�culas compara��es e perceber que eu n�o me igualo a ningu�m, que sou �nica, que tenho personalidade. A m�dia gosta de dizer que eu sou mais uma dessas que aparecem por sua beleza, e que minha fama � moment�nea. Ser� que eles n�o sabem pegar o encarte de qualquer um dos meus dois CDs e ler que todas as minhas m�sicas s�o de minha pr�pria autoria? Ser� que eles nunca se deram ao trabalho de perceber que nunca, em momento algum da minha carreira eu usei playback? Toco viol�o, piano e agora estudo baixo. Perdoem-me se estiver enganada, mas n�o � disso tudo que se trata um artista? N�o me considero a maior artista do s�culo e nem tento fazer m�sicas sobre a paz mundial e temas pol�micos. Mas a Madonna � a rainha do pop e suas m�sicas tamb�m n�o falam de nada disso. Minhas m�sicas s�o minha hist�ria; contam momentos de minha vida, ou pelo menos se baseiam neles ou nas coisas que sonho. Tenho muito orgulho do que fiz at� aqui e sei que ao contr�rio do que dizem, n�o vou sumir t�o cedo. Tenho 19 anos, e talvez seja por isso que n�o me levam t�o a s�rio. Caso estejam se perguntando, n�o moro com meus pais. Meu pai � brasileiro e, bom, nunca fui ao Brasil, mas pelo que dizem � dif�cil ter um pouco de sossego na cidade do meu pai, S�o Paulo. Minha m�e por outro lado nasceu em Bolton, e sofreu muito quando se mudou comigo e com meu pai para Londres para me ajudar em minha carreira, pois n�o s� me ouviu cantar por todos os cantos da casa por 18 anos como tamb�m sentiu a diferen�a de uma pequena para uma grande cidade. Por isso, quando eles decidiram que eu j� era grandinha o suficiente para tomar conta de mim mesma (quando atingi a maioridade) decidiram � com meu apoio � voltar para a pequena cidade de Bolton, para ter o sossego com a qual minha m�e estava acostumada e com o qual meu pai sempre sonhou. A �ltima mensagem era de Kathryn, uma modelo que conheci h� algum tempo atr�s quando fui fazer uma sess�o de fotos em uma revista feminina. Chamava-me para ir a uma boate que estava inaugurando naquele dia, mais uma dessas boates para celebridades que abrem e fecham a cada tr�s meses. Retornei a liga��o confirmando minha presen�a. Claro, eu mere�o um pouco de divers�o e eu realmente amo sair � noite. Como sou conhecida e encontro muito paparazzi pela rua (ou melhor, eles me encontram), sou obrigada a tomar cuidado na hora de me arrumar para sair. Sim, eu disse agora h� pouco que gostaria que reconhecessem meu talento e n�o olhassem meu exterior, mas voc� entenderia se tivesse sua foto estampada nos tabl�ides como a mais mal-vestida da temporada. Ok, isso nunca me aconteceu, e da �ltima vez que falaram do meu figurino foi para elogiar, mas qual �, eu tamb�m sou vaidosa e est� a� uma das coisas nas quais eu n�o quero arriscar. Tomei um banho de espuma e relaxei na banheira por um tempo para que ficasse bem disposta mais � noite. Procurei um vestido e acabei por vestir um preto com
detalhes cor de prata, cujo estilista n�o me recordo no momento - uma das grandes vantagens de ser famosa quando tamb�m se � vaidosa, � o fato de receber v�rias pe�as de v�rios grandes estilistas, de gra�a -, e coloquei um dos meus pares de sapato Manolo Blank (por acaso eu mencionei meu v�cio por sapatos?), que combinavam perfeitamente com o meu vestido. N�o havia muito que fazer com o cabelo, j� que estava saindo para dan�ar, portanto apenas o prendi em um alto rabo-de-cavalo e coloquei meus brincos de pedrinhas. Nada muito chamativo, n�o gosto de ser o centro das aten��es em todos os lugares que vou � j� me basta o palco. Por quest�es de seguran�a, n�o ando sozinha: tenho um motorista/seguran�a, e seu nome � Charlie. Nunca precisei ser realmente protegida, mas ter um motorista era bem �til para sair � noite e n�o ter que me preocupar em ter que dirigir s�bria. Acabei de me arrumar e avisei Charlie que est�vamos saindo. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo II ~ Nice to meet you.
Cheguei � boate e quando sa� do carro tudo o que pude ver foram os flashes. N�o sei como ainda n�o fiquei cega. A boate era grande e bem estruturada: havia tr�s pistas de dan�a, cada uma com um DJ e um som diferentes; o bar era grande e oferecia uma grande variedade de bebidas. �� hoje que eu fa�o a festa�, pensei comigo mesma. N�o que eu seja dessas que n�o pode ver um bar que se acaba, mas eu estava precisando relaxar. Essa hist�ria de que ser famoso e de que � a 8� maravilha do mundo � pura baboseira. N�o, eu n�o estou reclamando - eu amo a minha vida -, s� estou dizendo que eu tamb�m me canso. Quando avistei Kathryn a vi com um grupo de amigos, todos desconhecidos. �timo, ela iria sair com um carinha e eu ficaria sozinha, de novo. � sempre assim com Kathryn: ela sempre encontra um cara louco para lev�-la para a cama, e ela n�o perde tempo. De qualquer forma caminhei at� ela. Quem sabe eu n�o encontro algu�m pra me divertir tamb�m? Os amigos de Kathryn pareciam interessantes... E por algum motivo n�o me pareciam estranhos. -Hey Kat. � Cumprimentei. Ela me viu e, como a boa exagerada que ela �, me deu um daqueles abra�os de tirar o f�lego. Sorri sem gra�a e retribu� o abra�o. Todos do grupo olhavam para n�s duas - j� disse que odeio isso? -, esperando que fossem apresentados. -Bella, esses s�o os garotos do McFly! � Disse ela empolgada. � Voc� j� deve ter ouvido a m�sica deles, toca em todas as r�dios decentes do Reino Unido. Ok, eu realmente n�o havia escutado nenhuma m�sica deles, mas ta explicada a sensa��o de j� t�-los visto antes; essas bandinhas est�o sempre em alguma revista adolescente, mostrando mais alguma parte do corpo que ningu�m viu ainda (ou alguma que ningu�m cansa de ver). -Ah, claro! Quem n�o ouviu? � Respondi com um sorriso simp�tico. O qu�? Eu n�o ia dizer a verdade, eu sei que eu n�o gostaria disso. -Oi, eu sou o Harry � apresentou-se um deles. Moreno, de olhos azuis e com um moicano bem estiloso. -Prazer Harry. Meu nome � Isabella, mas pode me chamar de Bella. -Oh, todos sabemos quem voc� � � disse o loiro de olhos castanhos sorrindo. � Eu sou o Tom, e esses s�o o Danny e o Dougie. O primeiro era moreno de olhos claros. Seus cabelos eram cacheados, e creio ter visto algumas sardas em sua bochecha � dif�cil dizer com aquela ilumina��o. O segundo era o menor de todos. Tinha uma cara de moleque, mas no bom sentido; seus cabelos eram loiros, muito loiros, e seus olhos azuis estavam em perfeita sintonia com sua clara pele. -Prazer meninos.
-O prazer � todo nosso dude � disse Danny, me olhando de cima a baixo com um olhar malicioso. Acabei rindo com esse coment�rio. Eles eram bem divertidos e a contr�rio do que pensei Kat n�o ficou com nenhum deles � ficou com algu�m que conheceu depois de 5 minutos. Por sorte me dei bem com todos eles e a noite foi bem divertida. Dan�amos em todas as pistas, mais rindo dos passinhos idiotas de Danny e Dougie do que realmente dan�ando, e bebemos. Muito. Ok, eu estava b�bada. E devia estar bem engra�ada, pois eles ficavam rindo bastante da forma como eu andava. -Bella, deixa eu te levar no colo, voc� mal ta se ag�entando em p�! � Disse Tom em meio aos risos dos meninos. -Hahaha, ta aprendendo a andar agora Bella? � Provocou Danny. -Ah, cala a bo... � A inten��o era mand�-lo ficar quieto, e eu teria completado a frase se n�o tivesse de cara no ch�o. � Ai! Todos os quatro vieram ao meu encontro, preocupados. -Bella, voc� ta bem? � Perguntou Dougie. E ent�o eu comecei a rir, sem parar. Harry me pegou no colo enquanto os outros, e eu mesma, n�o par�vamos de rir. -Ela veio de carro? � Ouvi Tom perguntar, depois que j� est�vamos sob controle. -N�o sei, mas se veio n�o vai voltar nele. Ela n�o ta em condi��es de dirigir � era a voz de Dougie? Antes de conseguir dizer que tinha motorista, adormeci. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo III ~ Good morning dear.
Acordei com uma baita dor de cabe�a e n�o conseguia me lembrar de nada. Estava com muita pregui�a de abrir os olhos, sabendo que iria me deparar com a claridade do sol entrando pelas janelas. Com muito esfor�o, eu o fiz. E achei que ainda estava dormindo. O quarto estava realmente claro, o que tornou tudo mais assustador (ir�nico, n�o?). O meu quarto � completamente colorido, com murais nas paredes, retratos com as capas e mat�rias de revistas em que apareci, entre outros v�rios detalhes. O quarto onde me encontrava tinha as paredes brancas, com nada mais que duas portas, um hack com uma TV e a cama onde eu me encontrava. N�o fazia id�ia de onde eu estava, e isso me assustou. Quando estava prestes a pegar o telefone e discar para a pol�cia � sim, porque a �nica explica��o � que eu havia sido seq�estrada-, a ma�aneta da porta se moveu, e eu me desesperei. Peguei o travesseiro e o coloquei na minha frente, como um escudo, escondendo meu rosto. A porta se abriu e eu falei com uma voz completamente esgani�ada: - Eu n�o vi seu rosto, voc� pode me soltar e tudo acaba aqui! Eu n�o te entrego pra pol�cia e todo mundo fica feliz! Sil�ncio. Eu estava completamente apavorada. -Olha, eu juro que n�o digo nada pra ningu�m, e se voc� quiser eu creio ter uma boa quantia de dinheiro na bolsa, � tudo seu! -Voc� anda com um monte de dinheiro na bolsa? Isso � bem perigoso sabe. -N�o d� pra disfar�ar quem eu sou e al�m do mais eu sempre perco meus cart�es e... Espera a�! Eu conhe�o essa voz... � Abaixei o travesseiro e pude ver Dougie segurando uma bandeja cheia de coisas apetitosas e, pelo que pude ver, uma santa cartela de aspirinas. -Good morning dear. Como dormiu? � Perguntou ele, depois de colocar a bandeja sobre meu colo. -Ahn, bem. -Desculpe por ter te assustado, mas achei que ainda estaria dormindo depois de ontem � disse Dougie com um sorriso no rosto.
-Oh! � Eu exclamei, com uma express�o de choque em meu rosto. � N�s, ahn, voc� sabe...? � acho que eu estava vermelha. -Bom, sim � ele respondeu. � Voc� n�o se lembra? � Parecia ver um certo desapontamento no rosto dele. Comecei a pensar, e alguns flashs de mem�ria me passaram pela cabe�a. -Oh... Um sorriso apareceu no rosto de Dougie, e ele percebeu que eu estava me lembrando de algo. Parecia feliz consigo, como se fosse um desastre alguma garota n�o se lembrar de dormir com ele. Bom, eu realmente acharia um desastre. E fiquei feliz por ele tamb�m, afinal, lembrar significa que eu estava razoavelmente sob controle de mim mesma. Se eu n�o lembrasse, sairia quebrando tudo da casa dele por abusar de uma pobre garota inocente. Okay, eu diminuo. -Desculpe n�o me lembrar de imediato � eu disse �, mas � que eu n�o costumo fazer esse tipo de coisa sabe. -Tudo bem, al�m do mais, voc� acabou de acordar. -�... � sil�ncio constrangedor. -Bom, coma um pouco, voc� precisa repor as energias � ele disse com um sorriso maroto. Concordei sem gra�a e comecei a comer. N�o estava me sentindo muito confort�vel, tenho de admitir. N�o menti quando disse que n�o costumo fazer esse tipo de coisa. Na realidade, nunca fiz. Claro, nunca conheci um garoto que me fizesse querer, mas ainda assim estava estranhando tudo. Por outro lado, � medida que as mem�rias voltavam a minha mente, eu me arrependia cada vez menos. Ele n�o era s� bonito, era muito bom de cama tamb�m. Acabei de comer e Dougie me convenceu a tomar um banho, tentando me persuadir para que eu ficasse para o almo�o tamb�m, mas com isso eu n�o concordei. Liguei para Charlie, passei o endere�o da casa de Dougie, e com um beijo de despedida, fui embora. Dougie disse que ligaria, mas eu n�o esperava que ele o fizesse. Que tipo de garoto liga para a menina que transa no dia em que se conhecem? Ele era lindo, n�o santo. E eu que o diga. Tomei o banho, mas n�o fiquei para o almo�o. Disse que precisava ir para casa trabalhar nas minhas composi��es e, al�m do mais, ele deveria ensaiar com os meninos mais tarde. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo IV ~ The phonecall.
Certo, eu tenho apenas 19 anos, mas acho que posso me considerar uma garota com uma certa experi�ncia. Conforme as coisas v�o acontecendo na sua vida, voc� tira li��es de cada um dos acontecimentos. Se um namorado te trai, voc� percebe os sinais de uma prov�vel trai��o com um pr�ximo, se for o caso. Entre v�rias li��es, eu aprendi - n�o por experi�ncia pr�pria, mas atrav�s de amigas - que quando uma garota dorme com um cara no dia em que se conhecem, ele s� vai ligar no dia seguinte se esquecer a carteira ou algo do tipo no apartamento dela. Pois bem, imaginem minha surpresa quando recebi uma liga��o, do cara com quem eu transei no dia em que o conheci. Isso mesmo, Dougie Poynter me ligou, e, bom, ele n�o esqueceu nada comigo j� que transamos na casa dele. -Al�? - atendi ao telefone com um tom de surpresa ap�s ver o nome dele no identificador de chamadas. -Hey Bella, � o Dougie - disse ele do outro lado da linha. -Oi, Dougie. -Tudo bem? "Tudo �timo gato, voc� me ligou." -Tudo sim e com voc�? -Aham. Escuta, Bella... - pausa.
Esperei ele completar a frase, mas isso n�o aconteceu, ent�o resolvi falar: -To escutando - dei uma risada pra descontrair. Ele deu uma risada de nervosismo. -Bom, � que eu n�o tenho nada pra fazer hoje sabe. E estava me perguntando se voc� n�o gstaria de vir � minha casa jantar comigo. �timo. Ele me chamou pra jantar. Na casa dele. Um dia depois de transarmos. Para esta ocasi�o, existem duas possibilidades: ele est� atr�s de transa f�cil, ou ele gostou da minha companhia e espera por mais. Torcendo pela segunda, resolvi aceitar o convite, e disse que estaria l� �s 20h. Me vestir nunca foi t�o dif�cil. Precisava de uma roupa que me deixasse perfeita, que fizesse com que ele me desejasse. Ao mesmo tempo, ele n�o podia me desejar tanto, afinal eu n�o queria que ele buscasse mais uma transa. Mas ent�o eu parei para pensar e percebi que estava me preocupando por nada. Quem era Dougie Poynter? Se eu sou a garota que transou com ele, ele era o garoto que me fez querer transar. N�o era como se eu estivesse apaixonada por ele ou algo do tipo. Eu mal o conhecia. Tomei meu banho, coloquei uma cal�a jeans skinny com uma blusa de manga comprida preta e uma bota de cano m�dio. �, na medida certa. Cheguei em frente � casa dele e toquei a campainha. Dougie atendeu e, oh c�us, esse garoto � muito lindo. Seus cabelos loiros estavam cuidadosamente bagun�ados, com aspecto de molhado. Ele usava uma camisa listrada de manga comprida, mas parte da manga estava dobrada, os bot�es de cima estavam abertos revelando parte de seu peito. Por baixo da camisa ele usava uma cal�a jeans clara e larga. N�o sei por quanto tempo eu fiquei ali, parada na porta, olhando aquela obra de Deus que se encontrava exatamente � minha frente, mas acho que foi mais do que deveria, j� que ele pigarreou para chamar minha aten��o. �timo, eu devia estar com a maior cara de retardada. -Hey - eu disse quando recuperei a lucidez. -Hey Bella, entra ai - ele abriu espa�o para que eu entrasse. - Te mostraria a casa mas eu acho que voc� j� conhece, n�o �? Eu n�o sei se foi a inten��o dele, mas mem�rias daquela noite me vieram � mente como um flashback. Sacudi a cabe�a para n�o ficar com cara de boba mas uma vez e dei uma risada. -Sem problemas, Doug. S� me diz onde eu posso colocar a bolsa? -Oh, claro, me desculpe. Mas se tiver camisinha pode tirar da bolsa agora que a gente n�o demora pra usar. �timo, op��o n�mero um: ele queria transa f�cil. -Bella? � brincadeira. Foi uma piada. �, acho que fiquei com cara de retardada de novo. Mas tamb�m, que droga de piada idiota foi essa? Fiz o que pude pra dar uma risadinha enquanto ele pegava a bolsa da minha m�o e a colocva no aparador da sala. -Vem, eu me atrasei um pouco com a comida, mas voc� n�o se importa de ficar comigo na cozinha enquanto eu acabo nosso jantar n�o �? -N�o, claro que n�o. Confesso que ele me deixava confusa. Com que tipo de homem estava lidando? Ele n�o era nada do que eu esperava que fosse. Em menos de um minuto eu tive a vontade de tacar minha bolsa na cabe�a dele com aquela piada idiota, e naquele momento eu s� queria traz�-lo mais para perto, e agarr�-lo ali mesmo na sala. Um cara que cozinha para a garota. Uau. Ao chegar na cozinha, ele foi mexer algo que estava no fog�o e lhe perguntei o que ele estava preparando. -Nada original - disse ele com um sorriso t�mido-, macarronada. � o �nico prato sem me preocupar em separar o folheto da pizzaria como plano b. Eu ri de verdade com esse coment�rio. Ficamos conversando at� que o jantar ficasse pronto, ajudei a levar as coisas para a mesa e comemos. Foi um jantar bem agrad�vel. Boa comida e boa conversa. Tudo indo muito bem, at� Harry chegar na casa e me dizer certas coisas que Dougie havia "se esquecido" de mencionar.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo V ~ The truth.
Como eu estava dizendo, a noite ia a mil maravilhas, at� que a campainha toca e Dougie vai atender. -Harry? O que voc� ta fazendo aqui? - Ouvi Dougie perguntar da sala. -Oi pra voc� tamb�m dude. Posso entrar ou vai ficar bloqueando a passagem mesmo? Respondeu Harry em tom brincalh�o. -Er, claro, entra a�. -Tava fazendo o qu�? -Tava jantando, at� que um ser mal educado... Dougie foi interrompido por Harry, que entrou na cozinha pronto para pegar um prato e comer, at� que me viu ali, na mesa, quieta, provavelmente com cara de perdida. -Hey Harry, como vai? Dougie entrou logo depois de Harry, que n�o me respondeu de imediato. Ele olhava de Dougie para mim com cara de desconfiado, at� que me respondeu um simples �ol� e saiu da cozinha, sendo novamente seguido por Dougie. Eu n�o sabia o que estava acontecendo. Por que Harry estava agindo daquela forma? Por que Dougie estava com um olhar de... Medo? Sem saber o que fazer, nada fiz. Vai ver eles estavam com algum problema, e eu � que n�o ia me meter. Ent�o ouvi Harry gritar com Dougie, e juro que fiz meu melhor para n�o prestar aten��o na conversa deles, mas era imposs�vel devido �s vozes exaltadas. -HARRY, P�RA DE SE METER NA MINHA VIDA! - ouvi Dougie gritar. -DESDE QUE N�O INFLUENCIE NA VIDA DE OUTRAS PESSOAS, TUDO BEM DOUGIE, MAS PRESTA ATEN��O NO QUE VOC� TA FAZENDO! Harry come�ou a falar mais baixo, e a partir da� eu mesma me forcei a escutar melhor. Qual �, queria saber o que tava acontecendo! -Eu vou l� falar com ela. - Harry anunciou. -Harry, qual �, n�o � como se voc� nunca tivesse feito uma coisa dessas! E al�m do mais, eu n�o to fazendo por mal! -Ent�o termina agora. Antes que comece a fazer mal. Sil�ncio. Do que � que eles estavam falando? -Voc� teve sua chance, Dougie. Agora me d� licen�a que ela tem direito de saber a verdade. Ouvi passos e me certifiquei de que estava em uma posi��o que n�o me denunciasse. Tentei parecer distra�da com qualquer coisa, mas sou uma aberra��o nisso e acabei mexendo no prato com os talheres. �timo, vou ficar com cara de mal educada por escutar a conversa dos outros e por fazer barulho com talheres. Oh vida. -Bella, eu sei que isso vai parecer estranho, principalmente porque n�o era de mim que voc� devia estar escutando isso. � Ele deu um olhar bem significativo para Dougie, que simplesmente baixou a cabe�a. -Harry, eu to confusa � assumi. -Eu sei, vou tentar ser mais sucinto � ele pareceu pensar por um momento at� continuar. � A verdade � que Dougie tem namorada. O nome dela � Frankie, daquela banda chamada �The Saturdays�, sabe? O namoro deles � �timo, n�o sei por que diabos ele a est� traindo com voc�. Mas sei que voc� n�o parece ser o tipo de garota que aceita isso numa boa. Quando voc�s ficaram naquela noite, eu resolvi n�o dizer nada porque ele me prometeu que tinha sido uma �nica vez, e que se te visse de novo seria como amigo. Mas n�o � isso que est� acontecendo aqui, eu n�o sou idiota. Enfim, achei que voc� deveria saber. E se voc� resolver continuar a sair com o Dougie, n�o direi nada a ningu�m, tenha certeza disso. Respirar, respirar. Quando eu penso, parece t�o f�cil. Mas f�cil era exatamente o que respirar n�o parecia naquele momento: f�cil, ent�o tive de lembrar como faz�-
lo. Dougie com namorada. E o pior, com a Frankie. �bvio que eu a conhe�o! Estudamos juntas pelo amor de Deus! Como eu n�o sabia disso? Como n�o liguei esse Dougie, lindo, perfeito (ou assim quase cheguei a pensar), ao Dougie supostamente fiel, incr�vel e amoroso da minha amiga? C�us, c�us. N�o, aquilo n�o podia estar acontecendo. Eu devia estar entendendo errado. Consegui respirar o suficiente para ter f�lego e dizer: -Espera, espera um minuto, Harry. Como assim, namorado da Frankie? Eu a conhe�o e n�o, n�o pode ser verdade! -Voc� a conhece? � perguntou Dougie, com uma cara de apavorado. � Como assim? De onde? N�o olhei pra ele, n�o conseguia. Respondi olhando apenas para Harry, que parecia, de alguma forma, envergonhado pelo amigo. -Estudamos juntas no col�gio. N�o que isso venha ao caso. Harry, me diz, � isso mesmo? Sei que parece besteira, fazer uma pergunta cuja resposta j� foi dada antes mesmo de eu me pronunciar, mas eu precisava ouvir de novo para que essa nova informa��o entrasse em minha cabe�a de uma forma coerente. -Sim, Bella, � isso mesmo. Desculpe-me. -N�o se desculpe, o cafajeste n�o � voc�. � Dessa vez olhei para ele, Dougie, com o olhar mais furioso que consegui. Tornei a olhar para Harry quando voltei a falar. � Obrigada, por ter me dito a verdade. Andei at� ele, e lhe dei um abra�o seguido de um beijo no rosto. Depois, fui at� a sala onde se encontrava minha bolsa, e simplesmente sa� de l�. N�o suportaria mais um minuto na presen�a de Dougie. Aquele era Dougie, o garoto que fazia minhas emo��es mudarem de uma hora para a outra. Em um momento, ele parecia ser o garoto ideal, e eu podia me ver apaixonada por ele. Mas naquele momento, enquanto andava pelas ruas sem destino, tudo que eu sentia por ele era raiva, nojo, desprezo. O engra�ado, � que ali, naquela cozinha, enquanto convers�vamos, d�vamos risada, eu me imaginava com ele. Cheguei a conclus�o de que por tudo ter acontecido t�o r�pido, tinha tamb�m acontecido tudo errado. Fiz o que nunca fiz, e me estrepei, galera. �. Fazer o qu�, n�o? Mais uma li��o pro meu caderninho de aprendizados. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo VI ~ Fixing things up.
N�o sei por quanto tempo fiquei ali, parada, ouvindo aquelas duas mensages da secret�ria eletr�nica repetidamente. O primeiro recado era de Frankie, seguido pelo de Dougie. �Hey, Bella, � a Frankie! Voc� ta fugindo de mim ou o qu�? Me liga pra gente sair garota! Meu anivers�rio ta chegando e se voc� n�o me ligar logo eu vou at� sua casa te arrastar pra qualquer lugar que seja. Quero te ver! Beijos.� �Bella, pelo amor de Deus, me liga de volta? Eu preciso falar com voc�. Voc� � amiga da Frankie e uma hora ou outra a gente vai se encontrar, e vai ser pior se a gente n�o conversar sobre isso antes.� Fiquei pensando sobre isso, �uma hora ou outra a gente vai se encontrar�. Por que diabos n�o nos encontramos antes de toda essa confus�o me acontecer? N�o, claro que n�o. Seria muito simples, n�o � mesmo? Seria muito sem gra�a. �bvio que me sentia um lixo, por ter transado com o namorado da minha melhor amiga. Voc� deve estar se perguntando como eu n�o o havia visto nessas circunst�ncias, mas o fato � que o namoro dos dois � relativamente recente e eu ando um tanto ocupada com composi��es e grava��o de um novo CD. Al�m do mais, nas raras vezes em que tenho a oportunidade de falar com Frankie, temos tanto assunto a por em dia
que n�o sobra tempo para detalhes como a banda em que toca seu namorado, deixando espa�o para um simples �estou namorando� e as qualidades dele, como �ele � lindo, amoroso, e o melhor namorado que j� tive.� Droga, eu sabia que precisava ligar para Frankie, e pro Dougie tamb�m. Como ela havia dito na mensagem, seu anivers�rio estava chegando e n�s t�nhamos uma certa tradi��o (se � que ficar em casa assistindo filmes do Brad Pitt e comendo pipoca com muita manteiga e sal pode ser chamado de tradi��o). Precisava falar com Dougie e esclarecer as coisas, dizer a ele que fingir�amos que nada aconteceu, e que s� conversar�amos por educa��o na frente da Frankie, pelo bem dela. Sabia de tudo isso... Mas era dif�cil agir. Encarei o telefone por muito tempo, at� que tomei coragem e resolvi discar o n�mero de Dougie. Precisava falar com ele antes, era o que me parecia mais apropriado. Ele atendeu o telefone ap�s o primeiro toque, com desespero na voz: - Bella? � Perguntou. - Sim, sou eu. A gente precisa conversar. - Eu sei. Olhe, me desculpe! Eu sei que errei e... - N�o quero falar sobre isso, Dougie. J� aconteceu e eu n�o quero explica��es. S� estou ligando pra dizer como as coisas v�o funcionar agora. - N�o entendi. - Olha, a Frankie � minha amiga h� muito tempo e n�o quero perder a amizade dela, ent�o eis o que vamos fazer: fingimos nunca termos visto um ao outro antes, quando ela nos apresentar; quando estivermos os tr�s num mesmo ambiente, bancamos a social, mas fora disso, sem contato. Nunca te vi. Voc� nunca me viu. Fim da hist�ria. - Se voc� acha que � o melhor... Ele parecia... decepcionado. Mas n�o era de seu direito � ele n�o podia sentir nada al�m de culpa. - � o melhor, pra Frankie. E tendo resolvido isso, n�o tenho mais nada a falar com voc�. - Eu realmente sinto muito, Bella - disse ele, e parecia sincero. - Eu tamb�m, Poynter, eu tamb�m. Desliguei o telefone sem ouvir sua resposta. N�o queria ouvir suas desculpas, n�o queria suas explica��es. N�o havia nenhuma explica��o. De qualquer forma, essa havia sido a parte f�cil do dia. O dif�cil seria falar com Frankie e, sabendo disso, adiaria at� o �ltimo minuto. Tomei um banho, e resolvi trabalhar um pouco em minhas composi��es. Nada do que havia come�ado antes me fazia sentido agora, e fiquei irritada. Eu normalmente usava meus momentos de agonia para composi��es e agora tudo que saia era versos dizendo algo como �seu canalha sem vergonha vou te dar um murro e te tacar na cama.� Viu, nem rimar rima direito. - Desisto � disse para mim mesma depois de meia hora de frases sem sentido. � Hora de agir como adulta e ligar para Frankie. Mal comecei a andar at� o telefone e o mesmo tocou. Olhei no identificador de chamadas e reconheci o n�mero de Frankie. Essa garota me assusta. - Uau, continua lendo meus pensamentos? � Falei em tom brincalh�o. � Eu ia te ligar agora. - Sua cachorra mentirosa, abre logo a porta � ela disse rindo, n�o conseguindo fazer voz de brava. - Qu�? � Perguntei confusa, e ent�o ouvi uma batida na porta. Andei at� l� e, � claro, a vi pelo olho m�gico. Abri a porta. � J� avisei ao porteiro que n�o dou p�o aos mendigos. - Claro. Voc� n�o tem p�o em casa, n� anor�xica? � Brincou ela me olhando de cima a baixo. - Ah, vai catar coquinho Francesca � ri, enquanto a abra�ava e fechava a porta atr�s dela. Nos sentamos no sof� e ela, � claro, come�ou a me xingar. - S�rio sua cachorrinha, por que � que n�o me ligou? Tenho que vir at� tua casa
sempre que quiser falar contigo �? - Tava ocupada n�, nem todas n�s trabalhamos dan�ando de roupinhas justas e fazendo �oh lala� com o microfone. Algumas de n�s realmente trabalhamos � provoquei. Antes que voc� se assuste, devo avisar que esse � nosso comportamento normal. Estranhe quando dissermos alguma palavra amorosa: alguma coisa estar� errada. Levei um tapa fraco em meu bra�o por esse �ltimo coment�rio. Rimos, at� que eu fiquei um pouco mais s�ria e falei: - Falando s�rio sweetie, me desculpa. Eu devia mesmo ter ligado antes. - Ta tudo bem, eu perd�o desta vez. S� desta, hein? Ficamos jogando conversa fora por um tempo, at� que combinamos como seria no anivers�rio dela � quarta feira da outra semana. Eu iria at� a casa dela na ter�a feira e assistir�amos a nosso filme com pipoca. Eu dormiria l� e ela daria uma festa em sua casa na quarta. � claro que ela queria que eu dormisse l� para ajud�la nos preparativos, e eu, como a boa amiga que sou (tirando o fato de ter dormido com seu namorado), o faria. Ela foi embora, e eu fui dormir. Confus�es acabam comigo, e lidar com elas ent�o... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo VII ~ Truth or Dare.
A semana passou voando, e logo me vi arrumando as coisas para ir � casa de Frankie. Havia passado o dia todo tentando decidir qual filme levar � essa fun��o cabia a mim, a completamente viciada no Brad �, e acabei decidindo por �Sr e Sra Smith�. Eu sei que ela vai me matar, porque assistimos a esse filme milh�es de vezes, mas eu n�o consigo obter o suficiente daquela cara de sapeca, mesmo que seja pra bocuda da Angelina. � claro que Frankie ficou me ligando o dia todo, perguntando a que horas eu chegaria l�, e me lembrando de levar a roupa da festa. Como se eu fosse esquecer o que sempre fiz desde que a conhe�o. Logo estava a caminho de sua casa, e levei um susto com meu celular que come�ou a vibrar em meu bolso. Olhei no visor e era um n�mero desconhecido. -Al�? � Perguntei. -Bella? � o Tom! � Respondeu a voz do outro lado da linha. -Hey, Tom! Como voc� ta? -Bem, bem. Escuta, voc� vai pra casa da Frankie hoje? � Tom perguntou com uma voz meio apressada e meio sem jeito. Ent�o �timo, ele devia estar a par dos acontecimentos. -Claro, por qu�? � Perguntei cautelosa. -H�, nada n�o. A gente se v� na festa amanh� ent�o. Beijos. Sem me dar tempo de resposta, Tom desligou o telefone e deixou uma Isabella completamente confusa e curiosa. Por que Tom queria saber se eu iria para a casa de Frankie se a festa era no dia seguinte? N�o demorou muito e estava tocando a campainha da casa de Frankie, com um saco de pipocas de microondas na m�o e o filme na outra, al�m de um sorriso estampado no rosto. Ela atendeu a porta e foi logo dizendo: -De novo, Bella? Voc� n�o cansa n�o? -Nop. E eu sei que voc� tamb�m n�o � dei uma piscadela e ela riu. Entrei, e logo est�vamos esparramadas no sof� da sua sala de estar, rindo e falando sobre v�rias coisas rand�micas e sem sentido. -Bella, eu fiquei pensando e... -Uau! Para tudo! � Eu a interrompi. � Voc� pensando? O mundo vai cair! � Fiz um esc�ndalo e joguei as m�os pro alto, quando aquela safadinha me puxou pelas pernas fazendo com que eu ca�sse com um baque no sof�. � Okay, parei, continue.
-Como eu estava dizendo antes de certo algu�m me interromper � ela me lan�ou um olhar de censura �, eu mudei os planos um pouquinho. -Ih, l� vem. -Ah Bella, voc� j� parou pra pensar que eu namoro h� quase um ano e voc� ainda n�o conhece meu namorado? � �Oh-oh� � Bom, eu pensei, e decidi mudar isso � �Oh-oh duplo�. -Certo, e como voc� pretende faz�-lo, minha cara Francesca? � Respondi tentando parecer tranquila, pra n�o deixar nada subentendido. -Eu convidei os garotos para vir aqui hoje. Enquanto Frankie tinha um sorriso do tamanho do mundo estampado em seu rosto, eu s� conseguia pensar em milh�es de �oh-oh�s�, e em como a lei de Murphy � s�bia. Como, meu Deus, COMO eu nunca tinha visto o garoto e quando esse dia chega, j� transei com ele? A vida me odeia, os c�us me odeiam. Ela me explicou que Tom e Harry viriam com as namoradas � Giovanna e Izzy, respectivamente �, e Danny estava solteiro. Claro que ela queria insinuar que eu ficasse com Danny, porque era �um absurdo� eu estar solteira. Tentei manter a calma, e seguir os planos que havia combinado � leia-se: ordenados � com Poynter, mas n�o sem antes fazer o drama de n�o ver o filme e dizer que ela estava quebrando nossa tradi��o, ao que ela respondeu com um simples �voc� n�o vai nem se lembrar disso quando vir meu namorado lindo e maravilhoso e seu amigo n�o t�o lindo e maravilhoso, mas ainda dispon�vel�. Decidi ficar quieta em rela��o a isso. Mas uma coisa me preocupou: eu combinei com Dougie que fingir�amos n�o nos conhecer, mas e os outros garotos? Estariam eles a par do combinado, e dispostos a passar por isso? Esperava que sim, caso contr�rio eu teria s�rias explica��es a dar. Enquanto me arrumava para receber os garotos na casa de minha melhor amiga, uma luz brilhou sobre minha cabe�a e me lembrei do telefonema de Tom. Ele queria saber se eu estaria l� para n�o ser pego de surpresa, provavelmente. Fazia sentido para mim. Coloquei uma cal�a jeans skinny com uma camiseta dos Beatles e meu All Star preto n�o t�o conservado. Voc� h� de pensar que eu poderia trocar meus t�nis quando os mesmos ficassem num estado desses, mas eu absolutamente amo qualquer All Star surrado. Fiz a maquiagem leve, pois era apenas um encontro casual, nada demais; passei l�pis, m�scara para os c�lios e um batom cor de boca para dar um brilho. Logo ouvi a campainha tocar e ouvi a voz de Tom, Dougie e de uma garota que julguei ser Giovanna. Respirei fundo, e desci as escadas em dire��o � sala de estar. Tom me avistou primeiro e, depois de uma discreta piscadela para mim, disse: -Hey, voc� deve ser a Isabella. Ouvi falar muito de voc�. Eu sou o Tom! Sorri aliviada e agradecida, e respondi: -Prazer Tom, e me chame de Bella, por favor. Isabella me lembra minha m�e me dando bronca� ri, e eles me acompanharam. � Voc� deve ser a Giovanna, certo? -Certo, � um prazer, Bella � ela enfatizou bem meu apelido, me lan�ando um sorriso t�o contagiante que tive de sorrir junto. -Bella, Bella! � Frankie me chamou a aten��o, toda euf�rica. � Esse � o Dougie! Com todo o esfor�o do mundo, dei meu melhor �sorriso simpatia� e o cumprimentei brincalhona: -O tal namorado lindo, maravilhoso e perfeito? Prazer, meu caro! -Ha, quem dera. O prazer � meu, Bella. Foi impress�o minha ou ele n�o deu nenhum sinal de desconforto? E n�o � que o cachorrinho sabe enganar direitinho? Fomos at� o sof� e fingimos nos conhecer mais, primeiro puxando o saco um do outro, sabe como �. �Sua m�sica � �tima Bella� e �Eu amo ouvir a m�sica de voc�s, � �tima!�. A campainha voltou a tocar e entraram os tr�s restantes: Danny, Harry e Izzy. -Qual � voc�s s� andam em trios? � Brinquei. Ficamos bebendo cerveja e jogando conversa fora. Estava sendo muito mais f�cil do
que eu pensei que seria. Talvez por ele ser t�o bom ator, ou porque os outros tornavam tudo mais f�cil, mas convers�ssemos como se aquela fosse a primeira conversa e como se nos d�ssemos super bem, todos n�s. O que n�o deixava de ser verdade; todos eles eram incr�veis, cada um a sua forma. Tom era o cara esperto, com jeito de l�der, e acompanhado de Giovanna, a menina mais fofa que j� conheci, formava o casal mais perfeito e mais contagiante que j� vira em minha vida. Harry fazia o tipo quiet�o � brincava, mas nunca dizia nada por si mesmo �, e Izzy parecia estar grudada nele como um im�. Danny era o mais bob�o, sempre fazendo alguma piada besta da qual r�amos por ser idiota, n�o por ser boa. Dougie era, � claro, o garanh�o, que at� do lado da namorada passava um ar charmoso e atraente. Era quase meia-noite quando resolvemos jogar verdade ou desafio. A cada duas verdades a pessoa tomaria um gole de vodka com energ�tico e passaria pro desafio. Danny come�ou, girando a garrafa, que mirou Giovanna. -Verdade � disse ela, um tanto envergonhada. -� verdade que o Tom tem pinto pequeno? -N�o, Jones � ela disse vermelha como um tomate, mas cheia de determina��o �, � bem grande e segundo a Olivia deve ser bem maior que o seu. Todos ca�ram na gargalhada e Danny resmungou alguma coisa sem sentido, sem gra�a pelo coment�rio. Era a vez da Gio, ent�o, girar a garrafa, que desta vez apontava para Frankie. -Desafio � � claro que essa seria a resposta, ela nunca se contentava com uma pergunta boba, tinha de mostrar que nada a constrangia. Tom cochichou no ouvido de Gio, que disse: -Te desafio a fazer um strip pra todo mundo aqui. -E a� Tom, ta querendo ver a minha namorada tirando a roupa? Toma conta ai, Gio! � Provocou Dougie, sem realmente se importar. Ele parecia ser do tipo confiante, que n�o se preocupa que olhem sua namorada, sabe que ela � dele e at� gosta, pra poder se gabar depois. -Eu acho que � com o Jones que voc� tem que se preocupar � brincou Tom, que levou uma almofadada de Danny. No meio a tantas provoca��es, nem percebemos quando minha amiga louca desvairada se levantou, colocou aquela t�pica m�sica de strip, puxou Dougie pela gola da camisa e come�ou a tirar a roupa. Enquanto Gio e Izzy tapavam os olhos de seus respectivos namorados, Danny olhava boquiaberto e Dougie parecia um tarado pelo modo como olhava a namorada, mas logo voltou a si quando ela estava prestes a tirar a cal�a, fazendo-a parar e dizendo que a brincadeira tinha acabado ali. Era ent�o a vez de Frankie rodar a garrafa, e a maldita cai em mim. -Verdade � me apressei em responder. Ela � minha amiga, mas s� eu sei como ela pega pesado nessas brincadeiras. -Hm. Antes, deixe-me perguntar uma coisinha. Todos n�s concordamos que a pergunta n�o precisa ser �� verdade que...�, certo? � Todos fizeram que sim com a cabe�a, e ela continuou. � Ent�o ta, prepare-se minha amiguinha. Qual foi a �ltima vez que voc� mostrou sua rosinha pra um cravinho bonitinho? -Qu�? � Perguntei sem entender nem uma parte da pergunta dela. -Ai, Isabella, como voc� � lerda! Quando voc� deu pela �ltima vez, meu amor? -Oh! Ahn... � �timo, � agora que eu saio correndo pela porta? � Eu n�o queria falar sobre isso, mas a verdade � que eu sou virgem e s� inventei que nunca tinha transado porque tinha inveja da sua vida sexual completamente ativa. -Sem detalhes da vida sexual da minha namorada antes da minha atividade nela, por favor � brincou Dougie. Incr�vel como ele conseguia ficar calmo diante da pergunta. Afinal, havia sido com ele minha �ltima �mostra da rosinha�. -Ah, por favor, Isabella, n�o nasci ontem. Fala logo! -Foi... Ai, Frank, eu n�o lembro! -Ent�o diz com quem. MERDA. MERDA, MERDA, MERDA! Era melhor ter respondido quando. -Voc� n�o conhece. -Tenta.
Ensinaram-me uma vez, que a melhor forma de mentira � a mais pr�xima a verdade. Resolvi experimentar. -Foi um cara que eu conheci numa balada, mas eu n�o lembro exatamente o dia, e eu fiquei b�bada, acordei na casa dele no dia seguinte e pronto. -Uau, depois eu que tenho a vida sexual super ativa! Ela riu e voltamos a brincar. Logo todos j� estavam praticamente b�bados porque ningu�m queria desafios, tirando Frankie, � claro. Foi quando Danny teve a brilhante id�ia de trocar a brincadeira para algo mais... Excitante. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo VIII ~ Seven minutes in heaven baby..
Depois de mais rodadas de verdade ou desafio, descobrimos que Gio e Tom fizeram sexo seis vezes naquela semana, mesmo tendo se visto em apenas dois; ficamos sabendo das posi��es preferidas de Danny (ele fez quest�o de dizer que � mais de uma); Dougie disse que sua parte preferida do corpo eram suas m�os, porque sem elas n�o trabalharia e, o mais importante segundo ele, n�o poderia se declarar independente em rela��o aos prazeres de seu �mini-Dougie�; Frankie foi a que menos declarou por n�o ter medo de desafios e disse que s� pediria verdade para poder beber, ent�o n�o ouvimos nada que j� n�o soub�ssemos dela; e eu, al�m daquele momento de super nervosismo, tamb�m revelei que s� me apaixonei uma vez na vida. Ao que Danny respondeu: Quando decidimos parar por estarmos sem id�ias, fizemos uma rodada conjunta de bebidas e todos n�s bebemos uma dose de vodka com lim�o. -Pessoal, vamos fazer alguma coisa � implorou ele com uma carinha de cachorro sem dono. -E voc� quer fazer o que? � Perguntou Harry. Ele n�o parou nem pra sequer fingir pensar e respondeu: -Sete minutos no para�so, dude! -Nem vem com essas id�ias, Jones! � Respondeu Izzy, abra�ando forte o namorado como se com esse ato dissesse que ningu�m al�m dela mexe com o namorado. -Ah qual �, � uma brincadeira inocente e ningu�m faz nada do que n�o quiser. Se derem sorte de cair com os namorados, peguem-se dentro do arm�rio, sen�o, batam papo e conhe�am a pessoa melhor, nunca � demais conhecer melhor um amigo do peito. -Danny, eu acho que voc� bebeu demais � eu disse rindo da faladeira do sardentinho. Foi ent�o que Frankie me deu aquele olhar. Aquele, que me d� arrepios s� de lembrar. Olhar esse que eu conheci quando ela teve a brilhante id�ia de sairmos juntas para conhecer garotos e eu acabei com um garoto insuport�vel enquanto ela se agarrava com o garoto lindo; aquele que eu voltei a ver quando ela resolveu me arranjar um namorado e me apresentou a um garoto lindo, mas tarado. Aquele olhar de �vou te tirar da seca amiga�. Oh-oh. -Sabe, eu n�o acho uma m� id�ia � disse ela. -Sabe, eu acho � disse Dougie, ir�nico. Ela revirou os olhos. -O Jones ta certo, ningu�m faz o que n�o quer. Vamos l�, qual o problema? A gente se conhece muito bem, ningu�m vai fazer nada de errado sabendo que vai prejudicar uma amizade. Todos pareceram pensar um pouco e, � claro, estava �bvio que a inten��o era fazer com que eu passasse sete minutos com Danny, j� que todos me davam olhares furtivos a todo instante. -Certo ent�o. Vamos l� � Izzy se pronunciou. -Vamos fazer assim ent�o... Frankie come�ou a explicar como seria a brincadeira: n�s, garotas, colocar�amos nossos nomes em pequenos peda�os de pap�is e depois os depositar�amos em um pote
providenciado para fazer o sorteio. Os meninos tirariam um papel e iriam com a garota sorteada para o arm�rio de casacos � a essa hora j� vazio para a brincadeira � para fazer o que bem entendessem (leia-se: Isabella e Danny se pegando no arm�rio enquanto os outros apenas conversam l� dentro a n�o ser que sejam namorados). Harry foi o primeiro a pegar o papel e tanto ele quanto Izzy, Gio e Tom ficaram decepcionados quando ele leu em voz alta o nome de Gio. Foram rindo para o arm�rio com Harry provocando-a sobre as seis vezes da semana. Enquanto eles conversavam l� dentro - o que era �bvio porque mais riam do que conversavam � n�s convers�vamos do lado de fora. N�o me pergunte sobre o qu�, porque eu estava brava demais com Frankie para prestar aten��o na conversa. Ela sabia que odiava quando ela tentava me arrumar algu�m como se eu fosse a amiga feia encalhada. Harry e Gio sa�ram de l�, e foi a vez de Tom tirar o papel. Ele tirou Frankie, que tamb�m se mostrou decepcionada, at� que Dougie lhe disse com um sorriso safado: -Sem essa carinha de triste, mais tarde a gente compensa num espa�o maior. -Eu vou cobrar! � Ela respondeu enquanto andava. �s vezes eu tenho certa inveja de Frankie. N�o uma inveja ruim, aquele tipo de sentimento que nos faz desejar mal a pessoa, mas ela � t�o desinibida! Eu queria poder falar abertamente assim sobre as minhas coisas. Logo eles voltaram e, todos ficaram em sil�ncio quando Danny foi tirar o papel, achando bom que as chances de ele me tirar agora eram maiores j� que duas garotas j� haviam sido escolhidas. Eu estava apreensiva. Sabia que devia torcer pra que Danny me tirasse, mas n�o estava muito inclinada a passar sete minutos me agarrando com ele. N�o me entendam errado, Danny � muito fofo e at� sem seu charme � talvez ainda desconhecido por mim �, mas eu n�o estava com cabe�a pra isso. O suspense acabou quando Danny pegou o papel e o leu em voz alta, arrancando mais suspiros de decep��o de todos, menos de Dougie. -Izzy � ele leu. Juro que se tivesse um buraco no ch�o, eu me enfiava l� dentro. Essas coisas s� acontecem comigo, � c�us. -Ops, amor, sua fun��o cupido hoje n�o deu certo � disse Tom a Frankie, brincando. -Que saco � bufou ela. -�, Bella, n�o foi dessa vez. Vai ter que pegar o Jones numa pr�xima � disse Dougie, e eu tive a impress�o de que ele me provocava de maneira sarc�stica. Resolvi dar um riso t�mido e ficar quieta. Era o melhor. Agora, o que eu faria nos sete minutos com Dougie no arm�rio, isso eu n�o sabia. Depois de sete minutos decorridos, a garota foi se sentar ao lado do namorado e disse: -Amor, obrigada por n�o ser o Danny. -Bom, de nada, eu acho. Rimos, e logo Poynter estava ao lado do arm�rio, esperando que eu o seguisse para os pr�ximos sete minutos no inferno. Entramos, e ele fechou a porta, deixando apenas a luz que saia de uma fraca l�mpada do teto nos iluminando. O arm�rio era grande o suficiente para que ali coub�ssemos, mas pequeno demais para que fic�ssemos a uma dist�ncia significativa. Est�vamos muito perto um do outro, em minha opini�o, contando que eu sentia sua respira��o fortemente ali dentro. J� percebi que ele n�o � do tipo que faz muitos rodeios, assim como eu, e assim ele provou quando come�ou: -E essa pequena farsa continua at� quando? -At� eu querer perder minha amizade e voc� a namorada. Como eu n�o vejo isso acontecendo, pela minha parte ao menos, sempre. Ele suspirou. -Eu j� disse que sinto muito. -Eu j� disse que eu tamb�m. -E ent�o � isso? -�, � isso.
-A gente se conheceu hoje? -Sim, a gente se conheceu hoje. -E voc� vai continuar fingindo que aquela noite n�o foi �tima pra voc� e que voc� n�o esperava ter outra? Ele fazia as perguntas rapidamente e assim eu as respondia, mas essa me pegou de surpresa e me fez recuar e pensar numa resposta coerente, j� que minha cabe�a dava mil voltas. -N�o sei do que voc� ta falando � respondi secamente. -Ah n�o? -N�o. -Vai ver eu preciso te lembrar de algumas coisinhas � ele disse dando um pequeno passo pra frente. -Eu me lembro de tudo perfeitamente, obrigada � respondi dando um passo da mesma magnitude para tr�s, mas j� me encostando � parede. -Oh, acho que n�o � outro passinho. � Voc� n�o deve estar se lembrando de uma das minhas m�os na sua cintura, enquanto a outra passava por seu cabelo � enquanto falava, repetia os gestos, e j� se encontrava completamente colado em mim. � Provavelmente tamb�m n�o est� se lembrando da minha boca em seu pesco�o, enquanto voc� mesma passava a m�o pelas minhas costas. Desta vez ele pegou as minhas m�os e as colocou em suas pr�prias costas, enquanto pressionava os l�bios de leve em meu pesco�o. Eu sei, devia t�-lo jogado para longe (ou o m�ximo que o ambiente permitia) e dizer que n�o cairia em seu joguinho. Mas sou fraca para isso e, preciso dizer, aquilo estava me deixando sem ar. Quando senti seus l�bios sobe minha pele, senti cada pelo de meu corpo se arrepiar, como se eu estivesse recebendo um choque el�trico. Flashes da noite que passei com ele vieram � minha cabe�a e pela primeira vez eu senti como se n�o tivesse sido um erro. Um erro n�o pode ser t�o bom. Dougie beijava meu pesco�o com delicadeza, provavelmente para n�o deixar marcas, enquanto eu voluntariamente acariciava suas costas. N�o demorou muito e nossos l�bios se encontraram, logo tornando o beijo mais intenso. Intenso, mas calmo. N�o pod�amos deixar nossos l�bios vermelhos, ou os outros desconfiariam, e isso seria p�ssimo. Tamb�m n�o pod�amos demorar muito, pois t�nhamos provavelmente uns cinco minutos apenas. -Vejo que j� se lembrou do que eu estava falando � ele sussurrou ao meu ouvido, fazendo com que eu parasse imediatamente e o empurrasse. Sou burra e tendo a fazer as coisas erradas, mas tenho orgulho pr�prio. -Vai � merda. -Hoho, n�o fica nervosa. O tempo ta passando e � melhor a gente aproveitar. -Voc� � um nojo, sabia? Tua namorada ta l� fora achando que voc� � um santo, que ta s� conversando quando ta na verdade querendo se agarrar com a melhor amiga dela! � um saco querer xingar algu�m quando se pode faz�-lo apenas sussurrando. N�o tentem isso em casa, crian�as, faz mal � sua cabecinha. -E voc� � a santa? Eu n�o fa�o nada sozinho. Eu posso ter sido o canalha aquela noite porque voc� n�o sabia de nada, mas e agora? Voc� sabe de tudo e ainda n�o me impediu de fazer nada. E pra corrigir, eu n�o to querendo nada, j� fiz. -Ai que �dio de voc�! � Teria feito mais efeito se eu pudesse gritar. Ele apenas riu. � Eu juro, eu juro que quando sairmos daqui eu vou inventar uma desculpa esfarrapada pra nunca mais ter que olhar na tua cara. -Ah e voc� vai dizer o que? �Frankie, o Dougie � um bobo e n�o quero v�-lo nunca mais!� � Disse ele fazendo uma p�ssima imita��o da minha voz. -Qualquer coisa desde que seja pra te ver longe de mim. -Se eu fosse voc� n�o faria isso, porque eu n�o pretendo deixar acontecer e voc� vai acabar saindo como a malvada enquanto eu o namorado legal que queria conhecer a amiga e foi rejeitado. -Voc� n�o presta. Pra qu� isso? Segue tua vida e deixa-me voltar pra minha como era, que droga!
Pela primeira vez eu o vi vacilar. Ele n�o sabia o que responder. E foi salvo pelo gongo quando Tom bateu na porta dizendo que o tempo tinha acabado. Trocamos um breve olhar e sa�mos para nos encontrar com os outros. Eles queriam ver o filme que eu havia levado, e eu disse que estava me sentindo mal e que iria deitar pra acordar bem no dia seguinte e arrumar a casa pra festa. Frankie me perguntou se eu queria alguma coisa e eu s� respondi que n�o, que queria apenas ficar quietinha no meu canto. Deitei na cama do quarto de h�spedes que me foi designado e n�o sonhei. A noite foi uma escurid�o total, e agradeci por isso. A falta de sonho era exatamente o sonho que eu precisava naquela noite. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo IX
Quando levantei na manh� seguinte e desci as escadas para ir � cozinha tomar um bom caf� preto que me livrasse da ressaca, levei um susto ao quase pisar em Danny, dormindo como uma crian�a no �ltimo degrau e com uma garrafa de tequila na m�o. Imagino que a festa deve ter continuado sem minha presen�a na noite anterior. Como os outros estavam tamb�m dormindo na sala � Tom e Gio no sof� enquanto Harry e Izzy se espalhavam no tapete felpudo �, fui andando sem fazer barulho para n�o acordar ningu�m. Conhecia aquela casa como se fosse a minha pr�pria e entrei na cozinha com os olhos fechados devido ao sono. Sabia que devia me esbarrar na bancada da pia e sentir o gelado do m�rmore ao andar em linha reta, ent�o me assustei ao me encostar em algo quente e desuniforme e abri os olhos. - Bom dia. � ele disse antes que eu pudesse me pronunciar ao v�-lo ali, de boxers com uma x�cara de caf� na m�o. � Quer caf�? Acabei de fazer. � ele ofereceu, e sem esperar que eu aceitasse encheu uma x�cara e estendeu-me a mesma. - Bom dia. � disse, pegando a x�cara e me sentando � mesinha. Tomei meu caf� em sil�ncio, querendo apenas que a dor de cabe�a passasse. Ele parecia ler meus pensamentos e colocou uma cartela de aspirina do meu lado. Ele parece experiente nisso e eu devo estar parecendo uma b�bada aos olhos dele, j� que aquela n�o era a primeira em vez que ele me fornecia aspirina para curar uma ressaca. Agradeci e continuei em sil�ncio. Ouvia alguns barulhos de panelas, mas n�o queria olhar para tr�s e v�-lo quase nu. S� n�o consegui deixar de olhar quando senti um cheiro irresist�vel de chocolate. - O que � isso? � Perguntei com curiosidade, a fome come�ando a tornar-se not�vel. - Panquecas � ele respondeu, me olhando com um sorriso no rosto -, chocolate com morango. Era dif�cil tentar manter a pose fria com uma coisa dessas � minha frente, fazendo o cheiro subir at� meu nariz como nos desenhos animados, e ele percebeu minha hesita��o. - N�o se preocupe, n�o sou do tipo que guarda m�goas. Fica a vontade e come o quanto quiser, eu to fazendo pra todo mundo mesmo. - Obrigada � disse, rapidamente me servindo de uma fatia. - Fome, �? Concordei e comi tudo aproveitando cada peda�o. O garoto � um cafajeste, mas cozinha que � uma beleza. Quando terminei, afastei o prato e ele me encarava. - Gostou? - Tava �tima, obrigada. Foi quando meu lado impulsivo resolveu agir e eu me peguei numa conversa que n�o queria ter.
- Olha, eu devo estar parecendo uma vaca agora, e uma idiota tamb�m. Desculpe se fui grossa ou qualquer coisa do tipo, mas essa situa��o � muito delicada para mim, a Frankie � minha irm� desde que nos conhecemos, e isso foi h� muito tempo atr�s. Eu n�o quero correr o risco de perder a amizade dela, principalmente por algo que nem tinha consci�ncia. - Eu entendo isso, eu sei como �. Sei tamb�m que voc� deve me achar um cachorro que trai a namorada com qualquer uma. Essa doeu. Eu sou qualquer uma? Valeu. - Bom, sim � eu disse. - Mas voc� n�o � qualquer uma � ele disse desviando o olhar. Agora me sinto melhor, obrigada. - O fato � � eu disse � que n�o precisamos ser t�o r�gidos quanto eu queria que f�ssemos. Ambos sabemos que cometemos um erro e, portanto, s� precisamos agir como se nunca tivesse acontecido. Continuamos agindo como se tiv�ssemos nos conhecido ontem, mas n�o precisamos agir como duas pessoas que n�o se gostam. Podemos nos dar a chance de nos gostarmos. N�o sei se eu disse alguma besteira, ou se ele foi pego de surpresa pela minha repentina mudan�a, mas ele ficou ali, parado, me olhando, como se n�o soubesse o que fazer. Acho que ele ainda estava esperando que eu o xingasse. - Ou n�o, se voc� n�o quiser � conclu� depois de um longo per�odo de sil�ncio. - N�o � ele exclamou �, eu quero. � que... Voc� me pegou de surpresa. N�o esperava uma Isabella t�o am�vel de manh�. Voc� costuma estar de bom humor pela manh� mesmo? - Olha, se voc� for ficar me provocando eu... - N�o. � s� brincadeira, pra descontrair � ele sorriu e ah, que sorriso. - Okay, ent�o � sorri junto. Conversar com Dougie era f�cil. Ele era divertido e me fazia rir. Era mais f�cil do que fingir que n�o gostava da conversa dele. Quando o ponteiro maior do rel�gio chegou ao n�mero 11, resolvemos acordar a cambada para que come��ssemos os preparativos da festa. N�o que a festa fosse cedo, come�aria �s 20h00 e terminaria sabe-se l� quando, mas havia muito a ser feito. Foi quando percebi isso que agradeci por Frankie ter mudado de id�ia quanto � nossa tradi��o; arrumar uma casa para uma festa � bem cansativo. A aniversariante havia decidido que queria os doces caseiros, ent�o enquanto os meninos faziam a parte da decora��o, se divertindo enchendo as bexigas e as pendurando nos locais demarcados nas paredes, n�s, as meninas, faz�amos o brigadeiro (receita dada por mim � Frankie, que ficou viciada e n�o vive mais sem) e o bolo de ameixa preta que ela tanto amava. Na verdade eu era a �nica realmente fazendo algo ali, j� que era a �nica que sabia, mas a companhia delas era divertida. Percebi que me dei melhor com Giovanna. Nada contra as outras duas, tamb�m s�o �timas, mas Gio tinha um ar que me deixava calma, e ela parecia esbanjar bondade. Terminamos tudo o que t�nhamos para fazer �s 18h em ponto, e a casa estava linda. Frankie havia decidido por uma festa estilo anos 60, e as bexigas com desenhos de bolinhas coloridas davam um ar festivo ao local, principalmente perto � mesa do bolo que parecia ter sa�do de uma festa de crian�a, como ela gostava. Decidimos que era hora de nos arrumarmos. Os meninos j� haviam tomado banho antes, ent�o restavam apenas as meninas. Izzy e Gio foram antes e logo depois estava no chuveiro de h�spedes enquanto Frankie estava no dela. Sa� do banho enrolada na toalha e tirei minha roupa da mala. Em horas como essa, agrade�o a minha m�ezinha querida por me ensinar a dobrar a roupa direitinho sem amassar na mala. Tirei a toalha do corpo para enxugar o cabelo, que insistia em derrubar gotas d��gua no carpete, e fui ao banheiro pegar a escova. Deixei a toalha no banheiro e voltei penteando o cabelo antes de me enfiar na roupa. Quando estava prestes a colocar a calcinha, algu�m abre a porta dizendo que estou atrasada.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo X ~ Everybody Wants To Party.
- Bella, a Frankie ta te� UOU! � Foi o que eu ouvi antes de ver Dougie na porta me olhando daquele jeito. Fiquei sem a��o por um momento, mas ent�o consegui fazer meus bra�os me obedecerem e pegarem o len�ol da cama para me cobrir, fazendo-o sair do transe e virar de costas. - Er... Desculpe por isso � ele disse nervoso. Qual � a resposta certa quando algu�m pede desculpas por te pegar pelada? - N�o te ensinaram a bater na porta n�o? � Perguntei irritada. � uma boa resposta. - N�o estou acostumado a bater na porta dos c�modos da casa da minha namorada � ele respondeu como se essa fosse uma �tima explica��o. - Ent�o o fato de Frankie n�o receber muitas visitas � �timo pra voc�. Ele se virou e disse: - Cara, voc� � bipolar, �? N�o, porque hoje de manh� tava t�o tranquila e agora s� ta me dando resposta atravessada. - Cara, voc� � retardado, �? � Disse sarc�stica, tentando imitar o tom de voz dele. � Voc� acaba de me pegar pelada e quer que eu fique tranquila? - N�o � como se eu nunca tivesse visto isso antes � ele respondeu quase num sussurro, com um sorriso maroto nos l�bios. - Nem come�a � disse irritada. � E trate de sair pra eu poder me trocar. Ele estava saindo, mas se virou de novo e olhou em meus olhos. - Desculpe, de verdade. Parecia sincero. - Ta bom, ta bom. Agora vai, se eu to atrasada tenho que terminar logo aqui. Ele saiu e eu comecei a me trocar, colocando minha mini-saia preta de bolinhas brancas rodada � as garotas da d�cada de 60 j� n�o eram t�o conservadoras quanto as da d�cada de 50 �, meu All Star branco e minha regata justa branca. Fui ao banheiro me maquiar e n�o fiz muita coisa, passando apenas l�pis preto e m�scara nos olhos e deixando as ma��s do rosto bem rosadas com o blush cor de rosa. Prendi os cabelos em um alto rabo de cavalo e dei uma �ltima olhada no espelho para verificar se estava bom antes de descer. Eu realmente estava atrasada j� que muitas pessoas j� haviam chego e a casa j� estava razoavelmente cheia. Eu s� ia at� a casa de Frankie em seus anivers�rios, praticamente, e as festas eram sempre assim, lotadas. Ela quase n�o passa tempo com o namorado porque acha muito importante dar aten��o �queles que ela n�o v� frequentemente, ent�o agora talvez seja mais f�cil entender porque nunca o havia conhecido. Eu, todavia, quase sempre passava sua festa bebendo e dan�ando quase solit�ria na pista de dan�a, porque a verdade � que n�o gosto muito de socializar. Conhecer algu�m e tentar se aproximar assim, do nada, � muito dif�cil e irritante para mim. � por isso que a maioria das pessoas que conhe�o s�o A) amigos de longa data � tamb�m conhecida pelo nome Francesca �, B) amigos de trabalho ou C) amigos de um dos amigos acima. Claro que j� conheci gente nova sozinha, mas nunca mantive contato, e estava muito bem assim, obrigada. Naquele dia, entretanto, teria companhia na festa. Companhia essa que estava absolutamente desej�vel. Quero dizer, n�o que ele fosse a �nica companhia. Quando ele subiu para me chamar, fui pega em um momento delicado e, portanto, n�o havia reparado em como estava lindo. Agora, com ele encostado � parede, um copo de bebida na m�o enquanto passava a outra por seus cabelos louros e conversava com os outros, n�o pude deixar de parar e admir�-lo. A regata de malha branca estava colada ao seu corpo, delineando as poucas defini��es que ele tinha no abd�men,
enquanto as do bra�o se mantinham mais discretas por baixo da jaqueta de couro preta. A cal�a era simples e jeans de um tom claro, dando contraste � jaqueta e se encaixando com a cor branca � ou assim deveria ser � de seu All Star. Seus cabelos estavam bagun�ados, na clara tentativa de manter um topete, mas muito lisos para isso. N�o importava que a tentativa houvesse falhado, ao contr�rio � parecia ter funcionado muito melhor, deixando que algumas mechas ca�ssem por seus olhos. Lindo. Os outros garotos, Tom, Danny e Harry tamb�m estavam muito bonitos tamb�m e as garotas n�o deixavam por menos, todos muito bem arrumados e de acordo com o tema da festa. Aproximei-me e todos me cumprimentaram. - Uau, Isabella, toda gatona hein? � Brincou Tom, fazendo quest�o de me chamar pelo nome para me provocar. - Muito obrigada, Thomas � respondi, dando �nfase ao nome para provoc�-lo tamb�m. - Thomas, dude? - Isabella, dude? � Respondi imitando-o. Todos n�s rimos, e come�amos a conversar descontraidamente. Danny me ofereceu uma bebida e quando ele saiu para busc�-la todos provocaram, dizendo que naquela noite eu e Danny far�amos o que n�o hav�amos feito na noite passada. Ri t�mida, e desconversei. Danny voltou com minha bebida e mal percebi quando j� havia bebido mais quatro copos daquilo que nem sabia o que era e algumas cervejas. N�o � preciso dizer que estava no m�nimo alegre. Dan�ava na �pista de dan�a� improvisada na sala de Frankie, ao som de alguma m�sica que n�o conhecia, mas que era bem empolgante. Danny dan�ava comigo e percebia que se aproximava cada vez mais. Ele n�o era t�o ruim. Na verdade, olhando de perto, as sardas lhe davam um charme, e o cabelo cacheado era bem original. N�o era o meu tipo de garoto, n�o tinha a cara de crian�a que eu gosto, e nem os olhos ou cabelo claros, mas era de certa forma bonito. Charmoso... E solteiro. Sem pensar duas vezes, puxei-o pela gola da camisa que usava e o beijei. Ele n�o pareceu nada surpreso, como se esperasse aquilo, e logo estava comandando a situa��o. Danny segurava firme minha cintura com ambas as m�os, enquanto eu teimava em bagun�ar seus cabelos com as minhas. N�o estava ruim. Fiquei meio surpresa com isso, mas logo comecei a aproveitar. Quando est�vamos um tanto sem f�lego, partimos o beijo com um selinho e nos encaramos, rindo logo em seguida. - Quer alguma coisa? � Ele perguntou. - Qualquer coisa pra beber seria bom � respondi sorrindo. Ele foi, e eu continuei dan�ando sozinha, e rindo sozinha tamb�m. N�o esperava fazer isso aquela noite, principalmente porque estava claro que era o que todos queriam e, pra ser sincera, n�o sou nada f� de formar casaizinhos assim. � claro que recentemente eu estava quebrando todos meus padr�es, ent�o aquilo n�o me incomodou realmente. Quando senti algu�m cutucar meu bra�o pra me chamar, me virei com os bra�os abertos, pensando ser Danny e me deparando com Dougie. Vou dizer que esse garoto tinha de estar fazendo de prop�sito, n�o era poss�vel! N�o que eu me importasse � tirando o acontecimento no quarto, n�o era inc�modo algum ser �cutucada� por ele �, mas j� tava parecendo coisa de novela. - Me concede a honra desta dan�a? � Ele perguntou estendendo a m�o em um ato de cavalheirismo. Mal tinha percebido que a m�sica havia ficado mais lenta, no ritmo de uma balada apaixonante. - Mas � claro, cavalheiro � respondi com um sorriso, pegando em sua m�o. Ele me puxou para perto e soltou minha m�o para envolver minha cintura com seus bra�os, enquanto eu colocava os meus em volta de seu pesco�o. Confesso ser p�ssima para dan�a a dois, mas n�o parecia ser ruim com ele. Vai ver � como dizem, depende de quem controla a dan�a, de quem guia. � Danny, h�? � Ele perguntou de modo casual. - �, Danny � respondi simplesmente. - Legal. �, ele � legal.
N�o sei se era viagem ou se ele realmente estava embara�ado tentando formular uma frase coerente. Ci�mes? �N�o, nem inventa, Isabella.�, tive de me controlar. - E bonito, at�. Ele riu. - At�? - At�. N�o � o tipo de beleza que me chama a aten��o, mas n�o posso dizer que ele n�o tem algum charme � dei de ombros. - Se n�o � o tipo de beleza que voc� gosta, porque o beijou? Dan��vamos a passos lentos, curtindo a m�sica que tomava o ambiente, sem prestar aten��o em nada mais al�m do rosto um do outro. - N�o sei. Impulso. Eu estou sozinha, ele est� sozinho... Garoto com garota, sabe como �. - Sei bem como � � disse ele, aproximando ainda mais nossos corpos quando a batida da m�sica a tornou mais imponente. Tive de me recompor r�pido, para n�o demonstrar o quanto gostava daquilo. Ali�s, porque � que eu gostava daquilo? Quantas vezes eu tinha de repetir a mim mesma que ele � o namorado da minha melhor amiga? Comecei a pensar em repetir umas cem vezes todos os dias antes de dormir. Talvez entrasse na minha cabe�a. Por outro lado, namorado da minha melhor amiga ou n�o, ele era lindo, e eu apenas humana. Imposs�vel n�o gostar de um cara daqueles colado em mim. - Ent�o � ele come�ou �, ele � o garoto da noite? - O que isso implica, exatamente? - Algo mais que beijos no meio de uma dan�a. Voc� sabe, everybody wants to party. - Ha � dei uma risada sarc�stica �, acho que n�o. Cedo pra isso. - Cedo? Daqui a pouco � meia noite e... - Ah fica quieto, voc� entendeu � eu ri e ele me acompanhou. Que risada gostosa, c�us. - Entendi sim. Mas, n�o me leve a mal, pelo que me lembro voc� n�o precisa necessariamente esperar muito pra fazer esse tipo de coisa. Seria ele uma exce��o? Ele n�o pareceu querer me ofender, pareceu apenas querer me entender. Ent�o n�o fiquei aborrecida com o coment�rio. - Na verdade a exce��o foi voc�. N�o sei nem como eu fiz aquilo, pra ser sincera. - Pode ter sido a bebida � ele descontraiu. - Pode. Ou n�o. N�o sei por quanto tempo ficamos quietos nos olhando, mas foi o suficiente para fazer minhas pernas ficarem bambas com aqueles olhos azuis me encarando t�o... T�o... N�o sei nem explicar. Mas ent�o Danny chegou com nossas bebidas, e Dougie foi para o canto conversar com os outros. Tive de sorrir para Danny e j� n�o me sentia mais na d�vida quando o beijava � sabia que aquilo n�o me agradava. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XI ~ Cala a boca.
A festa j� estava chegando ao fim e ainda estava tentando me esquivar dos intermin�veis beijos de Danny. C�us, como ele tinha f�lego! Os convidados j� iam se despedindo e agora est�vamos eu, Danny, Tom, Gio, Harry, Izzy e Dougie rindo das palha�adas de meu �companheiro�, mais alegre que eu pelas bebidas. - Cara, � melhor a gente levar o Danny pra casa � disse Harry em meio �s risadas. - S� se a Bella for comigo � ele respondeu, abra�ando minha cintura. Eu ri, sem saber o que responder, e Dougie respondeu por mim. - Boa tentativa, garanh�o, mas no seu estado n�o faria muita diferen�a, duvido que
voc� consiga levantar algo al�m de seu ronco esta noite. Todos n�s rimos e ent�o Harry e Izzy se despediram para levar Danny. Tom e Gio tamb�m n�o se demoraram. Frankie estava absolutamente cansada quando todos foram embora, e n�o demorou a me dar boa noite. - Bella, voc� fica muito brava comigo se te der boa noite agora e subir para dormir? - Claro que n�o � respondi com um sorriso sincero �, voc� merece um descanso depois de tanta recep��o. Vai l�, eu dou uma organizada aqui e j� vou dormir daqui a pouco. - Voc� sabe que a casa � sua. - Posso abusar disso, voc� sabe. - De mim voc� sempre abusou. Amor � disse ela dirigindo-se ao amado �, voc� vem? - N�o estou com sono agora, pode subir e descansar que mais tarde eu subo. Ela subiu e logo estava sozinha com Dougie novamente. Ele me ajudou a organizar as coisas para que ficasse mais f�cil para a faxineira no dia seguinte. - Que tal um bom ch� antes de dormir? � Ele me ofereceu. - Tem certeza que voc� n�o l� pensamentos, Poynter? - Nunca neguei gata � ele piscou e eu tive de rir. Fomos para a cozinha e ele colocou a �gua para ferver. Em seguida, me perguntou de que ch� eu gostava e depois de eu responder hortel� ele riu, dizendo que dessa vez eu tinha sido a pessoa a ler pensamentos. Tomamos o ch� conversando sobre coisas bobas, sem significado e comendo o restante do bolo. Dessa vez eu sabia que n�o precisaria das aspirinas na manh� seguinte � o a��car tamb�m tem um efeito milagroso sobre o �lcool. - M�sica preferida? � Eu perguntei. - Qualquer uma do Blink. Voc�? - All My Loving, dos Beatles. - Boa. Lugar preferido? - Torre Eiffel, acho. E o seu? - Qualquer lugar com lagartos. - N�o � poss�vel que voc� s� responda �qualquer� alguma coisa � ri. - Sou um cara indeciso. - J� percebi isso. Nenhum de n�s dois deixou de perceber as implica��es dessas duas �ltimas falas, mas as deixamos passar despercebidas. - Certo, doce preferido? � Perguntei. - Seus briga... Briga o que mesmo? - Brigadeiros? - Isso a�, �. E o seu? - Qualquer coisa com chocolate. - N�o � poss�vel que voc� s� responda �qualquer� alguma coisa � ele disse, fazendo uma voz fina na inten��o de me imitar. Mostrei a l�ngua, como uma crian�a mimada. � Sabe o que dizem sobre mostrar a l�ngua. - O qu�? Crian�as mimadas? - N�o. Beijo. - Oh. �, acho que j� ouvi isso em algum lugar. � Fiz cara de pensativa. � Ah sim, na quinta s�rie, quando os meninos precisavam de alguma desculpa pra beijar na boca. - N�o estamos mais na quinta s�rie. - Ent�o eu posso mostrar minha l�ngua o quanto quiser � pisquei, e mostrei a l�ngua novamente. - Pode, mas como eu tamb�m n�o preciso de nenhuma desculpa, posso simplesmente te atacar aqui no meio da cozinha. Aqueles olhos azuis mais uma vez me encararam de uma maneira t�o profunda que foi imposs�vel desviar o olhar, mesmo quando minha mente me dizia pra encontrar uma desculpa e sair ali. Eu sabia o que cada peda�o do meu corpo queria, e sabia que era completamente errado sequer pensar nisso. Mas ele n�o me deu muito espa�o pra
pensamento, logo me fazendo uma pergunta. - Ali�s, qual seria sua rea��o se eu te atacasse no meio da cozinha? Tive de pensar antes de responder, e ele n�o deixou de perceber meu conflito interno. Parecia at� que ele esperava por isso. - Sinceramente, n�o sei. - N�o esperava uma resposta t�o honesta � ele realmente pareceu surpreso. - Bom, n�o � como se desse pra bancar a dif�cil com voc�, estraguei isso na noite em que nos conhecemos. Ele riu. - Acho que sim. Mas n�o usaria essa palavra, �estragar�. - Ah n�o? Tem alguma melhor em mente? - N�o uma palavra espec�fica. Mas um conceito, uma id�ia. - Me explique sua id�ia ent�o, por favor. Ele pensou por um momento, como se estivesse colocando sua cabe�a no lugar, seus pensamentos em ordem. Esperei impaciente at� que ele voltasse a falar. - Veja bem, n�o me entenda como convencido, s� vou aproveitar sua honestidade para ser honesto tamb�m. Quando nos conhecemos, logo de cara, j� havia sentido aquele clima, aquela sensa��o de �eu quero ela e ela me quer�. Nada como amor a primeira vista, isso n�o existe. Mas aquela atra��o f�sica que muitas vezes � t�o forte que n�o podemos resistir. Acho que foi isso que aconteceu. N�o vou dizer que nunca tra� a Frankie antes, estaria mentindo e n�o me sinto confort�vel em mentir para voc�, mas nunca foi como aquela noite. Das outras vezes foi por canalhice, por t�dio nas turn�s quando alguma garota se oferecia. E no dia seguinte, eu era tomado por uma culpa enorme. Com voc�, foi algo maior. Era como se eu n�o pudesse deixar aquilo passar, eu nem lembrava que tinha uma namorada, pra falar a verdade. E eu esperei pela culpa no dia seguinte, mas ela n�o chegou. Ent�o eu te liguei, por um impulso, pensando em reviver aquilo. Mas o Harry apareceu e voc� j� sabe o resto. Agora, eu tamb�m pensei no que podia ter acontecido com voc�, pensei nas suas caracter�sticas, naquelas que eu j� havia reparado e no que a teria levado a dormir comigo naquele dia. N�o parecia do seu feitio fazer algo assim, e hoje eu percebo que realmente n�o �. Mas ent�o, o que aconteceu? Penso ter sido o mesmo que aconteceu comigo. Corrija-me se estiver errado. Respirei fundo, e dei a resposta mais �bvia. - N�o. Est� certo. Por�m, eu senti a culpa quando descobri quem era voc�. O namorado da minha melhor amiga. - Claro que sentiu. Voc� � melhor que eu. E tamb�m � a pessoa que n�o deveria sentir culpa, pois n�o sabia de nada. - Eu sei agora e ainda quero repetir tudo. Ele travou. E eu percebi o que tinha acabado de dizer. - Ahn... Eu disse isso em voz alta mesmo? Disse? - Em alto e bom som. - Ent�o esse � o momento em que digo boa noite e vou me matar no quarto. Dito e feito. Levantei-me e fui para o quarto, enquanto ele permaneceu sentado na cadeira da cozinha, como uma est�tua. Mas � claro, o que mais ele poderia fazer? N�o � como se estiv�ssemos em um filme e ele fosse me abra�ar e se declarar para mim depois de eu ter soltado algo como aquilo. Ali�s, como eu consegui dizer aquilo? Eu nem sabia que queria dizer aquilo. Coloquei meu pijama e deitei na cama, torcendo pra que o sono me levasse pra longe dali o mais r�pido poss�vel. Mas antes que isso fosse poss�vel, ele entrou no quarto e fez sinal com o dedo pra que eu n�o emitisse nenhum som. Fechou a porta ao passar e se aproximou, sentando na ponta da cama. - Voc�... Voc� n�o pode dizer uma coisa daquelas e... - Desculpe � eu o interrompi. N�o precisava levar um fora agora. �, eu n�o devia ter dito aquilo. Eu entendo a sua situa��o e sei que realmente foi errado o que eu falei. - Posso terminar? � Ele perguntou, com um sorriso torto nos l�bios. Fiz que sim com a cabe�a. � Voc� n�o pode dizer uma coisa daquelas e sair andando. Como � que
eu vou te beijar se voc� n�o me d� tempo? Okay, por essa eu n�o esperava. Tamb�m n�o esperava que ele fosse t�o r�pido, e j� estivesse vindo na minha dire��o. - Dougie... � Comecei a falar em uma tentativa frustrada de dizer que a namorada dele estava no quarto ao lado. - Cala a boca, Isabella. E ent�o senti seus l�bios nos meus. Ele me beijava de uma maneira ansiosa, mas ainda assim, de uma forma calculista, como se ele planejasse cada movimento. Suas m�os pareciam querer memorizar meu corpo todo, pro caso de aquilo n�o voltar a acontecer. E eu n�o fazia diferente. Logo nossas roupas j� n�o estavam mais em nossos corpos, e com o ato que veio a seguir eu me senti inteira. Como se algum peda�o de mim estivesse faltando e eu nem soubesse disso antes. Dessa vez foi melhor do que a primeira. Eu estava s�bria, e a sensa��o era mil vezes melhor por isso. E tamb�m pelo fator perigo � n�o podia fazer barulho algum por a namorada dele e minha melhor amiga estava dormindo no quarto ao lado. Eu deveria me sentir culpada por isso, mas me surpreendi ao me encontrar excitada por isso. Acho que era como Dougie havia dito, seria um erro n�o fazer aquilo, era �algo maior�, chame como quiser. O que se passava na minha cabe�a naquele momento era s� uma palavra: �timo. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XII
Acordei me sentindo uma pessoa completamente diferente. A noite havia sido �tima, e o sono tamb�m. � claro que ele n�o estava ao meu lado, havia se despedido na noite anterior para dormir ao lado de Frankie. N�o me abalei por isso. Sentei na cama e me espreguicei, com um sorriso nos l�bios, e como se ele estivesse ao meu lado, sussurrando em meu ouvido, ouvi uma frase que ele havia dito na noite anterior: �E eu esperei pela culpa no dia seguinte, mas ela n�o chegou.� A minha n�o havia chegado tamb�m, e eu � que n�o esperaria por ela. Voc� pode pensar que sou uma p�ssima amiga, e que n�o presto. A verdade � que n�o parecia errado. Parecia que o errado seria n�o fazer nada, ao inv�s de fazer. Com essa �revela��o�, me senti completamente feliz. Era tudo o que eu precisava no momento � algu�m para me divertir sem compromissos. E digam o que quiserem, mas mulheres tamb�m t�m esse direito. Fui ao banheiro escovar os dentes e os cabelos, para que pudesse descer e tomar um caf� da manh�. Frankie e Dougie estavam na cozinha, quietos, comendo. Entrei, disse bom dia com um sorriso no rosto � correspondido por ele, � claro � e tomei meu caf� preto. Conversamos sobre bobagens e rimos, at� que eu disse que tinha de ir para casa. Era uma quinta-feira e eu tinha uma entrevista de r�dio naquela tarde. Despedi-me dos dois, sem deixar de perceber as implica��es que vinham com o �At� logo� do Poynter. Cheguei em casa mais ou menos �s 13h, pedi comida chinesa � cl�ssico � e fui tomar um banho enquanto a comida n�o chegava. Sa� do banho e fui me trocar, colocando uma simples cal�a jeans skinny, sem muitos detalhes, e uma camisa esporte/social, com uma dessas botas sem salto. Era um programa de r�dio, n�o precisava estar deslumbrante. Enquanto penteava o cabelo, a campainha tocou e fui buscar o dinheiro para pagar a comida, gritando �j� vou� para o entregador. Abri a porta e sim, a comida estava ali, mas o entregador era um Deus da beleza. Sim, era ele, Dougie Poynter, com minha comida nas m�os e um sorriso de tirar o f�lego. - Entrega para Srta. Pignatari? � Ele disse em um tom s�rio. Entrei na brincadeira.
- Sim, quanto �? - Um beijo e... Bom, a caixinha a gente decide mais tarde. Eu ri, e o puxei pra dentro, beijando seu pesco�o e depois sua boca, depois de ter fechado a porta. - N�o sabia que seu �at� logo� era t�o literal � eu disse enquanto colocava a comida no balc�o da cozinha. - N�o costuma ser. Gostei do apartamento. - Obrigada. Mas me diz o que te traz aqui t�o rapidamente? - Voc� � ele sorriu. � E eu queria conversar. - Ent�o senta aqui, come comigo, e a gente conversa � sugeri. Servi a comida em nossos pratos e come�amos a comer, em sil�ncio. N�o sei se era a inten��o dele, mas eu estava muit�ssimo curiosa para saber sobre o que ele queria conversar. - O gato comeu a l�ngua? � Perguntei brincalhona. - N�o, mas voc� pode. Ele � cheio dessas respostas espertinhas e safadinhas. E eu adoro. Haha. - Larga de pervers�o e diz o que voc� veio conversar, odeio suspense! - Que desespero! N�o � nada demais, s� quero saber o que acontece agora. Olha que pergunta boa. Tamb�m queria saber a resposta pra isso. Ali�s, eu sou a garota. N�o seria eu a pessoa apropriada para fazer esse tipo de pergunta? Sabe, quando a garota chega pro cara e diz �o que acontece com a gente agora? Estamos namorando? Vamos casar? Quantos filhos teremos?�. N�o que eu seja desse tipo desesperada, mas foi engra�ado ouvi-lo perguntando isso. Provavelmente eu o coloquei na linha logo que descobri que ele tinha namorada e lhe disse exatamente o que tinha de fazer. Adoro isso. � bom quando o cara te obedece, deixa as coisas mais f�ceis. N�o que ele me obedecesse muito j� que fez muito do que eu disse pra n�o fazer. Mas enfim... - Agora, a gente continua na mesma, na frente da Frankie. E quando tivermos tempo e oportunidade... � Dei um sorriso esperto para que ele entendesse o que eu queria dizer, e ele entendeu j� que respondeu com o mesmo sorriso. - Juro que n�o esperava uma mudan�a dessas de voc�. - Como assim? - �N�s n�o nos conhecemos, n�o nos falamos a n�o ser quando for necess�rio e n�o quero mais te ver!� � Ele disse com uma voz fina. � N�o que eu n�o goste! Pelo contr�rio, � ainda mais gostoso com a mudan�a. - N�o posso nem discordar. Mas a verdade � que suas palavras me fizeram mudar. Ent�o o m�rito � todo seu � pisquei. � E olha s�, voc� n�o consegue imitar a minha voz ent�o para de tentar, ok? Ele riu, e deu mais uma garfada na comida. Segui seu exemplo e continuamos comendo, at� que terminamos e ele me ajudou a lavar a lou�a � que homem, que homem! Ficamos um pouco no sof� da sala, sem dizer nada, nos beijando ocasionalmente e brincando com os cabelos um do outro. Mas eu precisava ir para a entrevista e ele precisava se encontrar com os garotos da banda para algo, ent�o nos despedimos e sa�mos. Ele entrou em seu carro, e eu no meu. Charlie dirigia pelas ruas de Londres e eu pensava na parte de tr�s do carro, ao som de Green Day, bem alto. Eu realmente havia mudado como ele dissera. Seria algo ruim? Ou algo inevit�vel? N�o, ruim n�o. J� havia me conscientizado disso. Sabia que n�o era correto, mas n�o era errado. Agora estou me confundindo. N�o era correto enganar a minha amiga daquela forma, mas tamb�m n�o era errado fazer o que achava que devia fazer. Na verdade, sempre me disseram que devemos acreditar em n�s mesmos e fazer o que achamos certo para n�s, n�o para os outros. Eu sempre fui uma pessoa muito altru�sta, mas chega uma hora em que se deve pensar em si. Frankie sempre disse que eu adiava muito essa hora... Ela � a �ltima a poder reclamar! Ir�nico. Ha! Chegamos � r�dio, e fui atingida por v�rios flashes de c�meras fotogr�ficas enquanto sa�a do carro. Meu nome era gritado e eu sorria como toda boa artista
faz. Percebi alguns f�s com caderninhos e CDs, e fui at� eles para dar aut�grafos e tirar algumas fotos. Nada demais, e eu sei que eles ficam felizes assim porque eu mesma j� passei em muita porta de r�dio esperando �dolo meu que passava sem nem olhar na cara. Finalmente entrei e fui recebida por uma atendente simp�tica que me levou a uma sala onde eu esperaria minha hora de entrar e dar a entrevista. Ofereceram-me �gua, refrigerante, o que eu quisesse. Aceitei a �gua. Esperei por cerca de 15 minutos, at� que me levaram at� o est�dio de onde seria transmitida a entrevista. Cumprimentei o apresentador do programa e as outras pessoas que ali se encontravam e me sentei. Logo o programa come�ou, e assim a entrevista tamb�m. Era uma entrevista divertida, com humor, e ri bastante. Falamos sobre o pr�ximo �lbum, para o qual ainda estava escrevendo m�sicas, e � claro que n�o escapei das perguntas pessoais como �est� solteira� e bl�bl�bl�. Respondi-as com simplicidade e logo passamos para a fase de perguntas de f�s. - Qual a sua maior inspira��o? - Perguntou uma menina pelo telefone. - N�o tenho uma espec�fica. Geralmente escrevo sobre as coisas que me acontecem na vida, ou ent�o simplesmente estou super inspirada do nada e escrevo algo idiota � super verdade. Outra pergunta de outra garota. - � verdade que voc� � amiga da Frankie, das The Saturdays? - Sim, � verdade. Somos amigas h� muito tempo. - Ent�o porque o namorado dela saiu da sua casa com voc� hoje? A amizade � menor que a vontade de pegar um garoto? Er... Odeio essa parte. A parte em que algum enxerido quer fazer fofoca e quer te ferrar. Mas nada com o que eu j� n�o esteja acostumada. - Esse tipo de pergunta � rude, enxerida e desrespeitosa, mas vou respond�-la para o bem de toda a na��o. Acontece que ontem foi a festa de anivers�rio da Frankie e eu dormi na casa dela mas esqueci meu casaco, e Dougie foi gentil o suficiente para ir at� minha casa e me devolver. Agora, pela sua voz, voc� deve ser adolescente ent�o eu sugiro que v� estudar ao inv�s de tentar criar fofoca. Certo, posso at� ter exagerado, mas essa sou eu. Nunca, em nenhum momento de minha vida � antes ou depois de carreira musical �, deixei de dizer o que pensava e nem deixei dizerem qualquer coisa sobre mim sem que eu retrucasse. A liga��o foi logo desligada e o apresentador deu uma descontra�da, fazendo uma piadinha ou outra, me agradecendo por estar ali e chamando o intervalo em seguida. - Desculpe por aquilo, mas sabe como � programas ao vivo � ele se desculpou com um sorriso sem gra�a no rosto. - Ah, imagina! Eu sei bem como � isso, acredite � respondi sincera. - Bom, h� algumas meninas que ganharam uma promo��o para te conhecer, a Clara vai te levar at� a sala em que elas se encontram. Tudo bem? - �timo! Obrigada, o programa foi �timo! Fui para a tal sala conhecer os f�s e fazer tudo o que se faz em um encontro de f�s. Tirei fotos, assinei CD�s e revistas e ganhei presentes fofos como ursinhos de pel�cia � tenho uma cole��o imensa em casa e adoro todos. � claro que n�o posso reclamar do meu trabalho, mas tamb�m n�o posso deixar de dizer que sempre saio cansada dessas coisas. Primeiro que nunca me sinto muito confort�vel quando dizem que me amam e que eu sou um exemplo e etc. � estranho e na � algo com o qual voc� se acostuma. Segundo que, apesar de essa ser uma conseq��ncia e eu me conformar com isso, nunca gostei dessa parte de ser a aten��o quando n�o estou em um palco. J� estava pronta pra ir pra casa quando recebi uma liga��o de Giovanna, me chamando para ir � sua casa no dia seguinte, pois j� era sexta-feira. - Na verdade n�o � nada demais, � s� uma reuni�o com alguns amigos � ela disse ao telefone. - Ok, n�o tenho mais o que fazer mesmo � brinquei. � Voc� chamou mais algu�m que eu conhe�a? - Que eu saiba v�m os garotos e as garotas e mais alguns amigos deles que eu nem
sei quais s�o ainda, mas a maioria � m�sico ent�o voc� deve gostar. Agradeci o convite e disse que iria sim. Despedimo-nos e eu fui pra casa. Quando cheguei, peguei o viol�o, tentando criar alguma coisa. Eu n�o tenho prazos determinados para fazer um CD, mas se eu demoro muito a gravadora come�a a pressionar e a� � que n�o sai nada. E de qualquer forma, eu estava me sentindo inspirada. Algo sobre os �ltimos dias me fazia querer escrever. Algo sobre ele me fazia querer escrever. N�o como algo apaixonado, nada disso. S� uma fonte de inspira��o baseada nas atitudes que ele e eu tom�vamos juntos. Nada mais que isso. Comecei a dedilhar algumas coisas no viol�o e gostei do que estava ouvindo. No fim da noite, quando decidi que j� era hora de dormir, j� havia praticamente terminado toda a melodia da m�sica e j� tinha at� algumas id�ias para a letra. ~ Bati na porta da casa de Tom e Gio mais ou menos �s 20h00 e Harry atendeu me abra�ando. Gio havia me dito ser uma reuni�o casual, ent�o estava com um vestido curto � da altura de um minissaia � azul claro e meu amado All Star da mesma cor. Meus cabelos estavam presos com uma fita preta em um rabo de cavalo e a maquiagem em meu rosto consistia em apenas um batom rosa claro e um blush, para dar uma cor. Entrei na casa, cumprimentei aqueles que eu j� conhecia (com um discreto beijo no canto da boca de Poynter), e Frankie, animada, me apresentou os outros garotos que estavam l�. Depois que fui propriamente apresentada a todos, percebi que eu era a �nica garota solteira em meio a quatro garotos dispon�veis, sendo um deles Danny, que me tratou como se nunca tiv�ssemos nos beijado � �timo para mim. Os outros tr�s, James, Charlie e Matt, que eu j� havia visto antes na TV por causa da banda Busted, eram bem legais. Aparentemente eles j� n�o estavam mais na mesma banda, mas continuaram amigos. Convers�vamos todos animadamente, at� que eu pedi licen�a para ir ao banheiro. Cheguei l� ainda rindo das besteiras de James e depois de realmente usar o banheiro para descarregar as cervejas por mim consumidas, lavei minhas m�os e me olhei no espelho para ver se precisava arrumar alguma coisa. Ouvi algu�m tentando abrir a porta que estava trancada e avisei que j� estava saindo. Assim o fiz. Ou melhor, assim tentei fazer. Mal tive tempo de raciocinar quando abri a porta do banheiro e Dougie me empurrou de volta para dentro, fechando a porta atr�s de si e me beijando sem demora. Tamb�m n�o demorei a responder suas car�cias, retribuindo o beijo com a mesma intensidade que a dele. Nossas l�nguas se moviam como se nunca mais fossem se encontrar, e a sensa��o era �tima. Dougie passava a m�o por todo meu corpo, demorando-se em minha bunda, enquanto eu arranhava de leve suas costas. Com uma facilidade que me impressionou, ele me levantou e me colocou na bancada da pia do banheiro, enquanto eu ofegava com seus beijos em meu pesco�o. Quando dei por mim, j� estava tentando tirar seu cinto para que ele se livrasse logo daquelas cal�as que tanto me irritavam naquele momento. Ele n�o deixou que eu as tirasse por completo, deixando-as na altura dos joelhos e tirando a minha calcinha sem se importar em tirar meu vestido. Ele colocou a camisinha e logo �ramos um s�, ofegando no banheiro da casa de nossos amigos, contendo nossos gemidos para que n�o f�ssemos descobertos. A adrenalina corria em minhas veias de uma forma impressionante, e tornava tudo muito mais excitante e gostoso. Ficamos ali por cerca de 10 minutos, at� que senti o corpo de Dougie desabar sobre o meu. Esperamos um pouco, para que nossas respira��es voltassem ao normal e come�amos a nos recompor � ele subindo sua cal�a e eu colocando minha calcinha e passando o batom de novo. - Ainda bem que optei por um batom suave hoje, ou sua boca estaria mais melada ainda � disse ao olhar para ele, com um sorriso malicioso. - Ainda bem que voc� optou por um vestido hoje, ou sua roupa estaria toda rasgada porque eu n�o teria a paci�ncia de desabotoar uma cal�a � ele disse com um olhar
que continha as mesmas inten��es do meu sorriso. - Vamos logo, daqui a pouco eles d�o por nossa falta e algu�m pode desconfiar de algo. - Eu disse pra Frankie que iria ligar para minha m�e, ent�o ela sabe que vou demorar e n�o vai me procurar. Tive de rir. - Que lindo, a criancinha que vai ligar pra mam�e � provoquei. Ele ent�o me puxou pela cintura e passou a m�o pelas minhas costas, descendo at� o final e apertando minha bunda, sussurrando em meu ouvido: - Acho que voc� acaba de ter uma bela demonstra��o da criancinha aqui. Cada p�lo da minha nuca de arrepiou com aquela voz, naquela situa��o. Parecia que ia cair no ch�o com as pernas moles se ele n�o estivesse me segurando com tanta for�a. Ele ent�o me soltou com um risinho pretensioso por perceber seu efeito sobre mim, e disse: - A prop�sito, o James est� afim de voc�. Essa me pegou de surpresa. - Ahn? Como assim? Ele n�o deu nada a entender � disse descrente. � Acho que voc� bebeu demais, Poynter. - Bella, de inocente voc� acaba de me provar que n�o tem nada � ele piscou e saiu do banheiro, me deixando completamente zonza e... Bem, extasiada. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XIII ~
Fiquei ali por um tempo, parada, completamente sem saber o que fazer. N�o sabia se devia sair logo por j� ter demorado demais ou se deveria esperar para que n�o cheg�ssemos juntos na sala. Dei uma �ltima olhada no espelho para checar se estava tudo em ordem e resolvi sair logo. Dougie era esperto e tinha certeza que se algu�m ficasse desconfiado ele arrumaria uma �tima desculpa. - Ta tudo bem? � James me perguntou preocupado, me deixando confusa. � O Poynter disse que voc� n�o estava passando bem � ele explicou. N�o disse que o garoto era um g�nio? - Oh sim, obrigada, j� estou bem. O Dougie me ajudou e fez com que eu me sentisse melhor � respondi com um sorriso discreto. - Ah, o meu namorado � t�o atencioso e prestativo! � Disse Frankie, um tanto emocionada e orgulhosa pelo namorado. Tive de controlar o riso para que ela n�o percebesse as verdades absolutas que se escondiam por tr�s do que ela mesma havia dito e percebi que n�o era a �nica se divertindo ali quando vi que Dougie fingiu um acesso de tosse para disfar�ar. Voltamos a conversar e rir das palha�adas que eles faziam hora ou outra. Na verdade, a conversa estava dividida e eu conversava mais com James. Ele era divertido e descontra�do e eu adoro pessoas assim. Pensei no que Dougie disse sobre ele estar afim de mim e praticamente ri dessa id�ia. James n�o deu nenhuma indireta e conversava comigo como se eu j� fosse sua amiga h� anos. Dougie estava viajando, definitivamente. Mesmo conversando e estando entretida, n�o podia deixar de perceber os olhares que recebia de Dougie, do outro lado da sala. Ele parecia atento a cada movimento meu, e eu n�o sabia se devia sentir-me lisonjeada, envergonhada ou irritada. Lisonjeada porque ser notada por um cara como o Dougie � sem d�vida algo que deve causar essa sensa��o de lisonjeio; envergonhada porque ele me olhava como se lembrasse de cada segundo naquele banheiro; e irritada porque dentre todas as coisas que seu olhar parecia demonstrar, estava o sentimento de posse. Ele me olhava como se fosse errado eu estar rindo e conversando com outro garoto, como se n�o gostasse disso. O que era um absurdo completo j� que, al�m de estar abra�ado � namorada, tamb�m
n�o t�nhamos nada demais al�m de sexo casual. Mas podia ser s� coisa da minha cabe�a. � claro. Ele tamb�m sabia disso. E n�o havia motivos para que eu lhe causasse esse tipo de �preocupa��o� � eu tamb�m n�o passava de sexo casual para ele. Ouvi Frankie me chamar para dizer que j� estava indo embora. - J�? � Eu perguntei. - To super cansada e amanh� tenho que acordar cedo pra um programa matutino � ela disse fazendo careta e eu ri. � Mas queria te pedir um favor. - Claro, fala a�. - O Dougie veio comigo porque ele tava na minha casa e ta sem o carro dele. Ele poderia voltar com um dos garotos, mas eles podem acabar indo pra um pub e ele vai acabar rodeado de garotinhas querendo dar pra ele � ela disse tudo num jato s� e me perguntei se ela tinha ensaiado tudo. � Tem como voc� deix�-lo em casa? � Ela fez aquela cara de pidona que eu conhe�o de cor, e eu concordei. - Sem problemas, ele volta comigo � sorri. N�o pensem que fiquei completamente feliz com isso. Um tempo sozinha com Dougie seria �timo, mas n�o pude deixar de sentir um pouco de culpa me tomar. Frankie estava confiando seu namorado a mim para que ele n�o ca�sse na m�o de �garotinhas querendo dar pra ele�, como ela disse. Matematicamente eu era a melhor op��o, mas duvido que ela me pediria isso se soubesse o que hav�amos feito mais cedo naquela noite. Sacudi a cabe�a para que esses pensamentos sa�ssem dela. J� havia me prometido que a culpa n�o me dominaria, pois o que faz�amos era bom demais para ser desperdi�ado. Ela foi embora e eu continuei conversando com James como se nada nos tivesse interrompido. � claro que como a namorada havia ido embora, Dougie n�o precisava mais ficar olhando de longe, e se juntou a n�s. - S�rio, Bella, n�o sei como voc� ainda est� solteira. � linda, engra�ada, divertida e, se me permite dizer, bem gostosa � James me perguntou quando minha barriga j� do�a de tanto rir. Minha risada deu lugar a um sorriso envergonhado, e Dougie me olhou como se me dissesse �eu avisei�. Fingi que n�o percebi. - �Brigada, Jimmy � sim, j� estava mais �ntima �, mas nem to procurando nada s�rio agora. To mais querendo curtir os momentos, sabe como �. Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, se aproximou de meu ouvido como quem vai contar um segredo e disse baixinho: - Me avisa quando quiser me incluir em algum momento. Sussurros em meu ouvido � al�m de beijos no pesco�o � s�o uma das coisas que me deixam de perna bamba, e ent�o me arrepiei toda, olhando para ele com um sorriso bobo na cara. � claro que n�o faria nada com ele naquela noite, n�o sou t�o liberal a ponto de transar com um e ficar com outro em um per�odo de poucas horas, mas ele era algu�m que valia a pena considerar para um futuro pr�ximo. Levei um susto quando Dougie se levantou abruptamente perguntando se pod�amos ir embora. Olhei no rel�gio que marcava 3am e decidi que era melhor ir mesmo. Despedi-me de todos e James pediu meu telefone, que lhe passei sem hesitar. Poynter parecia emburrado ao meu lado do carro e resolvi ficar quieta. Ele n�o pareceu gostar muito do sil�ncio, quebrando-o. - Eu n�o te fiz nenhum elogio hoje n�? � Ele perguntou. Fiz que n�o com a cabe�a e ele continuou. � Voc� ta gata, Isabella. Ri. - Bem, obrigada, Dougie � enfatizei seu nome. Odeio o fato de n�o ter como cham�lo pelo nome verdadeiro quando quero dar um outro tom � frase, j� que o que seria seu apelido � seu nome verdadeiro. �, mas n�o precisamos disso. - Disso o que? � Ele pareceu confuso. - Elogios, demonstra��es de carinho e muito menos de sentimento de posse. - Ah. Ficamos quietos, e ele foi o primeiro a voltar a falar.
- E se eu quiser te elogiar? - Elogie. Sil�ncio. Curto, de novo. - E se eu quiser carinho? - Voc� tem a quem recorrer. Ele n�o respondeu de imediato, mas algo me dizia que ele n�o demoraria muito a faz�-lo. Acertei, vendo-o abrir a boca. Sabia qual seria sua pr�xima pergunta e eu n�o queria ouvi-la saindo da boca dele. - Quando ao sentimento de posse, voc� j� tem uma namorada com a qual pode ser o qu�o possessivo quiser. Depois disso ele n�o falou mais. O caminho foi tranq�ilo e eu comecei a pensar. Acredito j� ter dito que nunca fui de transar com um cara assim, sem compromisso nenhum. Nunca tive nenhum tipo de relacionamento al�m amizade com caras compromissados � n�o intencionalmente, pelo menos. E na primeira vez eu tive a desculpa da bebida. Mas e a segunda? E a terceira? E eu ainda esperava por uma quarta. As explica��es de Dougie pareciam boas, sobre o fato de n�o podermos evitar, sobre ser algo maior. Isso explicava talvez o meu impulso, n�o as sensa��es. N�o parecia algo sacana, nem apaixonado, meloso. Cada toque que ele me dava, cada vez que sentia seus l�bios sobre minha pele nua, sentia uma sensa��o nunca sentida por mim antes. Sinto dizer que n�o consigo nem explicar, n�o consigo nem achar uma palavra que descreva essa sensa��o. J� havia transado com outros caras � n�o muitos, apenas meus dois �ltimos namorados �, e j� havia sentido muitas coisas, boas e ruins. J� havia chegado ao meu cl�max v�rias vezes. Mas nunca senti nada assim. Charlie me tirou de meus devaneios dizendo que hav�amos chegado � casa de Dougie. Esse n�o disse muita coisa. Convidou-me para subir, mas quando eu disse que era melhor eu ir pra casa ele n�o insistiu. Despedimo-nos com um beijo no rosto normal e ele saiu do carro. Tentei voltar aos meus pensamentos quando o carro voltou a andar, mas sabia que n�o importava quanto tempo eu passasse pensando, n�o chegaria a uma conclus�o. Talvez mais pra frente... Talvez quando sentisse aquelas sensa��es causadas por seu corpo colado ao meu de novo. Ansiava por isso. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XIV ~ Are you really that hypocrite?
Duas semanas haviam se passado desde a festa na casa de Gio e Tom. N�o nos encontramos de novo, mas conversamos por telefone. Acho que havia ganhado um novo amigo. N�s r�amos de besteiras ao telefone e convers�vamos pra passar o tempo. Isso me fez pensar. Vai ver minha rela��o com Dougie tinha de ser assim, amizade. Sem excluir o sexo, claro. N�o abriria m�o desse t�o facilmente. Tamb�m n�o me diverti muito nesse tempo, fiquei em casa compondo ou fazendo alguma apresenta��o em programas de televis�o e r�dio � pra que as pessoas n�o se esque�am que eu existo. Em compensa��o, esse tempo tinha sido bem produtivo. Tr�s m�sicas completamente prontas � incluindo suas demos � e duas quase terminadas. �, estava orgulhosa de mim mesma. Outra sexta-feira, sem ter o que fazer. Claro que n�o por muito tempo. Se ningu�m me ligasse logo eu ligaria para algu�m e arrumaria o que fazer. Ficar em casa sozinha n�o � comigo. Se eu estiver com algu�m, at� prefiro, mas pra arrumar o �algu�m� � preciso sair, certo? Liguei o som em uma r�dio qualquer e deixei em um volume de fundo, enquanto preparava um lanche pra comer. Ouvi o telefone tocar quando estava com a boca cheia e sa� correndo para atender. - Al�? � Consegui falar, mesmo com a voz mais grossa. - Bella? � Perguntou a voz do outro lado da linha.
- Sim, quem �? - � o James! James! N�o falei com ele depois daquele dia. Achei que ele nem me ligaria mais, depois de duas semanas. Mas olha a�, os garotos de hoje em dia s� me surpreendem. - Oi! - Escuta, vai fazer alguma coisa hoje? Nossa conversa tava boa aquele dia e voc� teve que ir embora. Tava pensando em ir jantar. � Ele perguntou. - Agora eu vou fazer alguma coisa sim, jantar com voc� � brinquei. � Chamou mais algu�m? - Na verdade tava pensando em irmos apenas n�s dois, se voc� n�o se importar. Importar-me? Hm... Jantar com um cara legal, divertido e com um sorriso de morrer? N�o sei n�o hein... Acho t�o ruim. Haha. - Claro que n�o! Onde e a que horas eu te encontro? - Podemos nos encontrar umas 20h00, mas eu preferiria passar a� pra te pegar, me sinto mais homem � ele riu, e eu o acompanhei. - Ok, as oito em ponto ent�o. To te esperando. Desliguei o telefone e fui pro banho pra me preparar. S� depois de sair do banho e ir procurar o que vestir que percebi que ele n�o havia me dito aonde ir�amos, e por consequ�ncia eu n�o fazia id�ia do que vestir. Estava eu ali, de roupa �ntima, passando os olhos por todas as roupas de meu closet quando ouvi o celular tocar. Peguei-o da cama, vi o nome �Poynter� no identificador e atendi j� falando: - Hey, se voc� chama uma garota para um jantar, mas n�o diz aonde vai lev�-la, que roupa espera que ela use? - Normalmente eu espero que as garotas n�o usem roupa nenhuma � ele riu e eu revirei os olhos�, mas se fosse algo muito social eu avisaria e se fosse muito casual tamb�m, ent�o se n�o dissesse nada acho que seria pra algo mediano. - Cal�a jeans com uma blusa mais enfeitada e um salto m�dio? � Perguntei. - Pode ser. Vai sair com algu�m? � Foi a vez de ele perguntar. - �, o James acabou de me ligar pra me chamar pra jantar � eu disse pegando uma cal�a jeans de lavagem escura e uma blusa de al�a �morcego� preta com alguns poucos brilhos espalhados. Ele n�o respondeu, ent�o voltei a falar. � Mas e a�, ta tudo bem? Me ligou pra qu�? - Eu ia te chamar pra jantar. Na verdade, a Frankie queria que eu te chamasse pra jantar. Ela queria que n�s tr�s f�ssemos a algum lugar porque segundo ela �o namorado e a melhor amiga devem se socializar�. - Avise-a que j� estamos bem socializados � brinquei, fazendo-o rir. - Acredite, n�o foi id�ia minha, mas ela disse que se voc� dissesse n�o era pra eu te amea�ar e dizer que ela vai te arrastar de qualquer forma. Suspirei. Conhecendo a Frankie como eu sei que conhe�o, ela realmente viria at� minha casa me puxar pelos cabelos e se eu n�o estivesse aqui ela me ca�aria e faria um esc�ndalo. Okay, exagero. A segunda parte, eu digo � ela teme por esc�ndalos na rua, mas com certeza me puxaria pelos cabelos. Pensei no que faria por um instante. Poderia cancelar o jantar com James, mas ter que jantar com Frankie e com o Dougie ao mesmo tempo, depois de tudo, n�o era uma id�ia agradabil�ssima. E eu queria jantar com James. - Ent�o diga a ela que eu vou, mas que vou levar algu�m comigo. - James? � Ele deduziu. - Yep, n�o vou deix�-lo na m�o, daqui a pouco ele vem me buscar. Ele me passou o nome do restaurante e fiquei feliz por poder usar a roupa que havia selecionado. Agora teria de ligar pra James para avisar a mudan�a de planos. ~ - Espero que esteja tudo bem mesmo � disse a James quando entr�vamos no restaurante. Ele parecia tranq�ilo com a mudan�a de planos, mas n�o custava nada conferir. - Relaxa, Bella, j� disse que n�o ligo � ele me respondeu com aquele sorriso de
tirar o f�lego. Avistamos nossa companhia para o jantar e seguimos para a mesa. N�o pude deixar de notar como havia uma diferen�a incr�vel entre as duas pessoas ali sentadas. A diferen�a entre Dougie e Frankie, digo. Frankie � linda, claro, sempre a achei maravilhosa. Mas ele... Parecia um anjo. A forma como cada linha de seu rosto parece ter sido desenhada por um ser superior, com as m�os t�o firmes que nada ali foge da perfei��o; seus cabelos loiros estavam em perfeita sintonia com seus olhos azuis que pareciam brilhar mais a cada dia que passava; seus bra�os n�o eram magrelos nem enormes, eram de um tamanho que faria qualquer garota babar, mas sem exageros. Parecia que ele era feito sob medida, e que qualquer garota que sentasse a seu lado seria imediata e completamente ofuscada. Senti-me mal pela Frankie � n�o deve ser f�cil sustentar a posi��o de namorada de um cara desses. Percebi que hav�amos chegado � mesa quando Frankie disse meu nome, como que para me acordar de um transe. Sorri sem gra�a e cumprimentei os dois, sentando-me ao lado de James em seguida. Frankie come�ou a tagarelar sobre um monte de coisas e eu participava da conversa �s vezes, mas me sentia um tanto desconfort�vel. Era dif�cil n�o olhar pra ele, mas sabia que n�o podia ficar encarando como uma idiota, ent�o eu preferi ficar mais em sil�ncio e me distrair com a comida. N�o trocamos muitas palavras diretas, mas tamb�m sentia seu olhar sobre mim e ele tamb�m parecia desconfort�vel ali. Claro que n�o pelos mesmos motivos que eu, j� que o anjo ali era apenas e somente ele. Jantamos, comemos a sobremesa e tomamos um caf�. Acho que o jantar durou cerca de 2 horas, e eles pareciam bem animados. Por sorte ningu�m reparou nas minhas distra��es, ent�o n�o tive de inventar nenhuma desculpa. Logo me vi no carro de James, voltando pra casa, e com ele era mais f�cil conversar quando est�vamos n�s dois. James era uma pessoa muito divertida e foi f�cil esquecer minhas distra��es � talvez por Dougie n�o estar ali �, ent�o o convidei para entrar quando chegamos em minha casa. - Fique � vontade � disse-lhe enquanto ele entrava e eu fechava a porta. Ele agradeceu e um sil�ncio tomou conta do lugar. Encaramo-nos por um momento, at� que percebi que ele chegava mais perto, com as m�os nos bolsos da cal�a e um olhar de quem n�o tem certeza do que est� fazendo. Tive pouco tempo para pensar e a primeira coisa que pensei foi exatamente isso � como o tempo pra essas coisas � curto. Ali�s, nos �ltimos dias eu havia tido situa��es parecidas em que o tempo parecia curto demais. Dougie, Danny e agora James. Gostaria de ter um controle remoto com uma fun��o de parar o tempo � estilo o filme Click, sabe? Mas sem os efeitos colaterais �, para que eu pudesse simplesmente pensar. Era como se devido � press�o, � pressa, eu tivesse que agir por impulso e isso me fazia ter medo de tomar as decis�es erradas. O medo, por sua vez, era maior em outro sentido. Minha m�e sempre me disse que eu n�o devia me arrepender pelo que deu errado e sim pelo que eu deixei de tentar. � com isso em mente que tomo as minhas decis�es. Corro os riscos mesmos, porque � s� assim que chegamos �s coisas boas � tentando. Enquanto eu pensava, ele chegava mais perto, e eu mesmo sem querer j� havia tomado a decis�o de que n�o o impediria de chegar t�o perto ao ponto de nossos l�bios se encontrarem. Era solteira e ele tamb�m, n�s n�o dev�amos nada a ningu�m e eu havia gostado dele. E foi assim que senti seus l�bios nos meus, cautelosos, como se esperassem que eu me afastasse. Sua l�ngua passou pela minha boca, pedindo passagem e eu a concedi, sem hesitar, e aproveitando cada segundo daquele beijo lento. Senti uma de suas m�os enla�ar meu pesco�o, causando-me um arrepio que percorreu toda minha espinha, enquanto a outra segurava firme minha cintura. O beijo todo se seguiu calmo, e havia um tempo que n�o experimentava algo assim. Era bom, era diferente. Ele n�o parecia apressado, n�o parecia querer chegar ao quarto e tirar a minha roupa em menos de dez segundos. Passei minhas unhas de leve pelas costas dele, fazendo carinho, e ele gemeu baixo,
em aprova��o. E ent�o mordi seu l�bio inferior, tamb�m delicadamente, e terminei o beijo com um selinho. Terminamos o beijo, mas n�o nos separamos. James me abra�ou e encostou sua testa na minha, olhando em meus olhos com um sorriso fofo nos l�bios. Pelo que parecia, ele estava t�o t�mido quanto eu. Eu sei que voc�s podem achar estranha essa coisa toda. Com o Dougie, eu n�o pensava, e nada era calmo. Era como se eu agisse por instinto, como se cada pedacinho de mim controlasse minha mente, fazendo com que eu me movesse sem que tivesse sequer consci�ncia de que o fazia. Dessa vez, eu tinha consci�ncia do que estava fazendo e cada movimento era planejado, e por isso a timidez. N�o era algo natural, algo que flu�a naturalmente. N�o sei se era melhor ou pior. Acho que cada um tinha suas vantagens e desvantagens. Ficamos parados por um tempo, na mesma posi��o, at� que eu suspirei devido aos meus pensamentos e ele entendeu meu gesto como uma indireta. - � melhor eu ir, certo? � Ele perguntou, enquanto eu o olhava surpresa. - N�o! Digo, se voc� tiver que ir. Mas n�o precisa se quiser ficar mais um pouco � respondi com um sorriso. - Sendo assim... Quando dei por mim, estava em seus ombros, sendo carregada por ele. Gritei com a surpresa e ele riu, uma risada gostosa e contagiante, fazendo com que eu risse com ele. - Eu estou me sentindo um saco de batatas! � Eu disse em meio aos risos. - Olha a batata! � ele gritou, brincando, como se estivesse me vendendo. -James, pra onde voc� ta indo? Ele andava de um lado pro outro, e devido a minha posi��o eu n�o conseguia enxergar direito o que ele estava tentando fazer. - Eu to tentando adivinhar onde � seu quarto. - Entra naquele corredor, � a �ltima porta! Ele seguiu minhas instru��es e me jogou na cama, quando chegamos ao quarto, deitando por cima de mim. Ficamos rindo e, quando nos controlamos, deitamos um do lado do outro e come�amos a conversar. O convidei para dormir em casa, j� que estava um pouco tarde e ele n�o faria nada pela manh�, assim como eu, e ele aceitou. Mas n�o houve nada al�m de simples beijos calmos e compassados, o que me deixou contente e satisfeita. Parecia que tudo estava acontecendo t�o rapidamente, e era bom ver que a antiga Isabella ainda existia dentro de mim. E isso era bom por dois simples motivos. O primeiro � o �bvio: � estranho sentir que voc� n�o se conhece mais, e n�o reconhece as atitudes que toma. O segundo me deixou inquieta: era bom saber que s� ele fazia com que eu agisse como nunca havia pensado agir antes. Era s� ele, Dougie Poynter, que fazia com que eu me sentisse outra pessoa, outra mulher. Foi pensando nisso que dormi. E aquela foi a primeira vez que sonhei com os olhos azuis que ainda viriam a fazer parte constante dos meus sonhos e da minha vida. Acordei com a campainha e vi que James estava dormindo ao meu lado. Sorri ao ver seu rosto tranquilo se transformar em uma careta e logo voltar ao normal � algu�m n�o estava gostando do sonho. Ele havia tirado as cal�as e se encontrava apenas de camiseta e boxer. Fiquei feliz por ele ter se sentido � vontade. Eu, por outro lado, ainda estava com a roupa de ontem e toda amassada. Gritei �j� vai� para quem quer que estivesse na porta e corri para o banheiro para lavar o rosto e prender meus cabelos. Fiz tudo correndo para n�o deixar ningu�m esperando e fui atender a porta. � claro que n�o devia me surpreender com Dougie parado do outro lado da porta, mas como muitas outras coisas que n�o deveria fazer e fiz recentemente, eu ainda me surpreendi. - Dougie � disse eu ao abrir a porta �, o que est� fazendo aqui? - "Ol�" � uma boa recep��o � ele respondeu com meu sorriso preferido, o que ele d� quando est� gostando de certa situa��o. � Eu acordei mais cedo e resolvi vir aqui
te fazer companhia pro caf� da manh�, mas sinto ter te acordado � ele terminou olhando minha roupa. - �, mas n�o tem problema ter me acordado. O �nico problema � que eu j� tenho companhia pro caf�. - Algu�m vai passar aqui tamb�m? Voc� pode ligar e cancelar, eu prometo fazer... - Dougie � eu o interrompi �, ningu�m ainda vem aqui. J� tem algu�m aqui. Ele me olhou com uma express�o que n�o consegui entender. N�o sei se foi descren�a, decep��o, ou sei l� mais o que, mas n�o era feliz. - James? � Ele perguntou. Afirmei com a cabe�a. Ficamos algum tempo em sil�ncio, mas j� sabia que logo ele seria quebrado porque ele n�o parece se dar bem de boca fechada. - Voc�... Er... Voc�s por um acaso... � claro que eu entendi o que ele queria dizer, e me apressei para que ele n�o tivesse a impress�o errada. - N�o! Digo, n�s n�o transamos nem nada. Ele dormiu aqui porque ficamos conversando ca�mos no sono. � Ele pareceu aliviado, mas ent�o eu percebi que isso n�o estava certo. A express�o que antes ele tinha no rosto e que eu n�o sabia qual era se tornou clara em minha mente: era ci�me. � Mas espera a�, j� combinamos que n�o vamos fazer nada desse tipo, Poynter. - Nada o qu�? - Voc� n�o pode vir at� aqui e me questionar sobre esse tipo de coisa. - Ora, Isabella, n�o aja como se isso n�o fosse estranho! � Ele dizia em um tom baixo, como um esfor�o para n�o se exaltar. � N�s n�o somos namorados, mas temos alguma coisa e voc� n�o pode negar isso! - N�o nego, temos algo sim. Sexo. Sem compromissos. Sem question�rios. - Voc� n�o pode ser t�o fria. - E voc� n�o pode ser t�o hip�crita! � Eu disse entre dentes, tentando me controlar para n�o acordar James. Ele pareceu confuso com a minha declara��o ent�o continuei. � Voc� fica fazendo pose de namorado com o seu ci�me, mas era com ela que voc� tava ontem, n�o era? Foi com ela que voc� passou a noite e eu tenho certeza que, ao contr�rio de mim, voc�s n�o ficaram s� nos beijinhos e carinhos. A� voc� tem a sua transa garantida com uma e vem falar com a outra. E ainda acha que pode vir me cobrar? N�s n�o temos nada al�m de sexo, Poynter, e se voc� n�o ta satisfeito com isso � s� avisar que a gente parte pra outra. Ele ficou quieto. Eu fiquei quieta. Ent�o ouvimos algu�m de dentro me chamar e eu fechei a porta sem dar tchau. Respirei fundo e voltei pro quarto, onde James me esperava com um sorriso irresist�vel. - Tinha algu�m a�? � Ele perguntou ainda sonolento. - O porteiro. Ele veio me trazer algumas correspond�ncias - respondi simplesmente, fazendo carinho em sua nuca enquanto ele come�ava uma conversa engra�ada sobre o sonho dele. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XV ~ Eu acho que te...
O dia com James foi t�o divertido que pareceu passar r�pido demais. Se voc�s querem saber, nem pensei em Dougie enquanto estava com James. Certo, isso ficou estranho. � claro que n�o ia pensar em um cara estando com outro, que coisa. Mas o dia passou r�pido, como eu disse, e quando James saiu, o Poynter tomou conta da minha cabe�a como se fosse a pr�pria casa dele. E eu fiquei completamente irritada com isso. Quem ele pensava que era? Pra vir na minha casa assim, do nada, e esperar que eu estivesse sozinha quando ele havia passado a noite com a namorada? Eu tamb�m tinha direito de me divertir e de ter algu�m fixo, n�o tinha? N�o que James fosse fixo, ainda n�o t�nhamos decidido nada de concreto. Mas e se fosse? Se Dougie pode, por
que � que eu n�o podia tamb�m? Ok, eu estou come�ando a viajar. Eu n�o sou assim. Eu nunca quis ficar com dois caras ao mesmo tempo. Sempre achei essa uma atitude reprov�vel, algo que s� garotas loucas que n�o tinham amor aos outros faziam. Pensar em algo assim me deixa tonta, e ainda n�o sabia o que estava acontecendo comigo para que um pensamento desses me ocorresse. Entretanto, apesar de n�o saber o que estava acontecendo, n�o podia deixar de me preocupar que aquela mini-discuss�o com Dougie de manh� me impedisse de senti-lo em meu corpo novamente. De sentir aquelas m�os deslizando por minhas costas, desenhando objetos sem sentido, s� para me arrepiar. Eu estava pensando em tudo isso em minha cama, mas um barulho na sala de estar me fez pular. Ser� que mais algum f� havia conseguido entrar em minha casa? Esses f�s me assustavam, nunca eram os normais que simplesmente ficavam felizes em te conhecer, eles pareciam man�acos. Peguei um bast�o de baseball que ficava ao lado da minha cama pra casos que eu esperava nunca acontecer e me preparei para atacar qualquer um que estivesse em minha sala. Nem me lembrei que estava apenas de calcinha e baby-look, estava com a adrenalina pulsando nas veias e n�o me liguei que poderia ser algu�m pior que f�. Devagar, fui andando, olhando para todos os lados com o bast�o na m�o. Quando cheguei na sala, vi um vulto e n�o pensei duas vezes antes de come�ar a atacar o desgra�ado com toda a for�a que tinha. - Aaaaah! � Gritei enquanto batia naquele ser, que s� gritava junto. - BELLA, P�RA! � Reconheci a voz suave do Poynter em um grito desesperado. Parei no mesmo instante, ofegando pelo esfor�o. Ele se sentou no sof�, ofegante tamb�m, com a m�o no peito. - Caralho, Isabella, que puta susto! � Ele disse. - Voc� ta tirando com a minha cara n�? � Perguntei. � Como voc� acha que eu fiquei, ao encontrar um cara dentro do meu apartamento? Ta maluco de entrar assim do nada, Poynter? Meu cora��o ta a mil! - Eu sei que eu causo esse efeito � ele deu um sorriso torto de tirar o f�lego, mas n�o deixei que ele percebesse o efeito real que causava em mim. - Hahaha, engra�ado. Agora me fala o que � que voc� ta fazendo aqui, de novo, e me dando um susto do cacete? Ele se levantou. Parecia mais calmo agora, e parecia ter retomado a consci�ncia do por que estar no meu apartamento. Olhou para meu figurino e reconheci aquele sorriso safado que toma seu rosto quando ele est� com segundas inten��es. Percebi que ele se aproximava, mas n�o me movi um cent�metro sequer. N�o tinha for�as para escapar dele, e sabia disso. N�o havia nem motivos para tentar. Ele chegou perigosamente perto, passou um bra�o por minha cintura e disse: - Eu n�o ia deixar voc� falar todas aquelas coisas sem ganhar uma resposta. Senti suas m�os em minhas costas, por baixo da baby-look, e me forcei a responder: - Ah, �? E qual � a resposta, afinal? - Hm. Acho que voc� j� imagina. A �ltima coisa que percebi com sanidade foi ele me levantando do ch�o e me segurando no colo, prensando seus l�bios nos meus, porque depois disso todas as minhas mem�rias foram completamente insanas. Sentia o corpo suado dele se movimentando sobre o meu, e causando aquelas sensa��es que eu n�o me cansava de sentir. No meio de tudo aquilo, Dougie sussurrou em meu ouvido. - Voc� me deixa louco, Isabella Siqueira � ele disse. � Eu acho que te... N�o o deixei terminar a frase. Beijei-o, e logo depois de chegar ao meu cl�max, ele chegou ao dele, soltando seu peso sobre meu corpo, fazendo com que eu sentisse seu peito se mexer ferozmente devido a sua respira��o ofegante. Depois que ele dormiu, permaneci acordada, em conflitos internos por n�o t�-lo deixado terminar a frase. Ser� que ele teria dito aquela palavra que dizia tantas vezes para Frankie? Ser� que eu queria ouvir aquilo? Ao fechar os olhos, um pequeno bal�ozinho com a palavra �sim� voou por minha cabe�a at� que o sono me
tomasse por completo. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XVI ~ I'm so off the ground.
Acordei de um pulo, como se estivesse despertando de um pesadelo. � claro que aquilo n�o era exatamente um pesadelo, j� que dormir com um deus da beleza e do sexo n�o se encaixa no quesito terror. Mas esse detalhe n�o impediu que eu n�o me assustasse com aquelas imagens que passaram por minha cabe�a enquanto eu dormia. Nunca havia tido um sonho que parecesse t�o real quanto aquele, e creio ter sido esse o fator �terror�. Isso, e o fato de ele quase ter dito que me amava no sonho. O estranho era que eu n�o costumava lembrar muito de meus sonhos uma vez que estivesse acordada, e desse eu me lembrava com muita clareza. Quando voltei a me deitar, me virei para o lado e percebi porque me lembrava de tudo: ele ainda estava ao meu lado, dormindo como um anjo, o que significava que eu tamb�m ainda estava dormindo, sonhando. Preciso dizer que estava sendo o melhor sonho da minha vida, e parecia que n�o iria acabar. Fiquei ali, observando aquela criatura im�vel, e percebi que queria sonhar com isso todos os dias. Afinal, sonhar com isso n�o faria com que eu tra�sse minha melhor amiga. O sonho � algo do subconsciente e n�o � culpa minha se ele penetrasse por minha mente enquanto minha consci�ncia estivesse vagando sabe-se l� por onde. E ent�o, em meio aos meus devaneios, Dougie acordou. Acho que nunca havia visto um sorriso t�o bonito quanto o que ele me deu. - Bom dia � ele disse com a voz rouca, t�pica de quem acaba de acordar. - Bom dia, meu sonho bom � respondi sorrindo de volta. Ele riu. - Sonho bom? N�o sabia que j� me encaixava na categoria �sonho�. - Eu tamb�m n�o, at� sonhar com voc�. Ali�s, n�o quero acordar mais. Enquanto eu falava, ele acariciava meu rosto, e fez uma careca esquisita � nada que levasse sua beleza embora, de forma alguma. - Sonhou comigo? Se quiser eu te fa�o dormir de novo, para que volte a sonhar. Mas acho que h� coisas mais interessantes para fazer se estivermos acordados � ele deu um sorriso malicioso. - Voc� � mais enigm�tico em sonho. N�o fa�o id�ia do que voc� est� falando. Nos encaramos por um momento, os dois com express�es confusas em nossos rostos. Eu devia ser a mais lerda porque Dougie logo pareceu compreender alguma situa��o da qual eu ainda estava alheia. - Ah, voc� acha que ta sonhando! � Isso parecia diverti-lo, j� que ele deu uma risada gostosa. - N�o acho, eu estou dormindo � arqueei uma de minhas sobrancelhas. - Bella, voc� acha que, se estivesse sonhando, sentiria isso � ele colocou as m�os em minha coxa, fazendo carinho dela. Eu fechei os olhos. � com tanta intensidade? - Perto da intensidade que senti em outras partes desse sonho, isso n�o � nada � respondi, ouvindo uma risadinha dele logo depois. - O que � que eu tenho de fazer para que voc� acredite estar acordada? - N�o estou acordada. Se eu estivesse, voc� n�o estaria aqui. - O que te faz ter tanta certeza disso? - Hoje � o anivers�rio de casamento dos pais da Frankie, e tenho certeza que ela te arrastaria junto. Foi a vez de Dougie levantar de um pulo, me assustando. Os sonhos costumam ser t�o repentinos assim? - Merda, merda, merda! � Ele repetia enquanto sa�a catando suas roupas pelo ch�o. � Ela vai me matar! - Dougie, � o meu sonho e ningu�m vai morrer nele.
- Porra, Isabella, j� n�o ta na cara que n�o � um sonho? Sonhos n�o s�o t�o reais, a n�o ser quando voc� os realiza, a� � porque � real... Enquanto ele se confundia em suas pr�prias palavras, a minha ficha ca�a. Ent�o n�o havia sido um sonho, e tudo aquilo realmente havia acontecido. N�o sabia se ria, se chorava ou se me escondia debaixo dos len��is de tanta vergonha e humilha��o. Vi Dougie ligar o celular que estava desligado e ficar desesperado ao ver as 16 chamadas perdidas da namorada. - Caralho, o que eu fa�o agora? � Ele passava as m�os pelos cabelos e, apesar da hora n�o ser nada prop�cia, achei aquilo muito sexy. O celular dele tocou novamente. - Se acalma, Dougie, e n�o atende. - Ta maluca? Ela vai me matar se eu n�o atender! - E se voc� atender vai dizer o qu�? Que tava transando com a amiga de inf�ncia dela por isso perdeu a hora? � O barulho do celular cessou. � Acalme-se, coloca o celular no modo silencioso. N�o queremos ficar ouvindo esse barulho irritante o tempo todo. � Ele fez o que eu disse. � Agora, o que voc� e a Frankie combinaram para hoje? Ele respirou fundo, e respondeu: - Eu deveria passar na casa dela para lev�-la at� o restaurante onde os pais v�o comemorar o anivers�rio. - Mande uma mensagem e diga que vai encontr�-la no restaurante, e que eu irei com voc�. Eu vou me trocar rapidinho e ent�o te explico o resto. - Bella... - Vai, Dougie, n�o temos tempo para contesta��es! Logo est�vamos em meu carro e, enquanto Charlie dirigia, eu explicava mais uma vez o plano para Dougie. - Tem certeza que isso vai dar certo? - Vai por mim, tanto a Frankie quanto a m�e dela v�o ficar emocionadas com a sua demonstra��o de afeto. Fomos quietos at� o restaurante, onde Frankie j� se encontrava na companhia de seus pais e dos outros convidados. Ela, como sempre grandiosa, havia reservado o restaurante como presente para os pais, j� que aquele era o preferido do casal. Mas n�o fiquei prestando muita aten��o na decora��o, j� que a cara dela estava t�o irritada que at� eu fiquei com medo. Quando ela nos viu, veio correndo em nossa dire��o. - Onde � que voc�s estavam? � Ela perguntou com os olhos fumegando. Dougie parecia que ia gaguejar, ent�o respondi a pergunta. - Frankie, v�rios convidados est�o olhando curiosos para c�, ent�o n�o aconselho interrogat�rios nesse momento. - Voc�s dois v�o me explicar tudo direitinho depois. E voc� � ela se dirigiu ao namorado � trate de socializar com a minha fam�lia. Muitos deles ainda n�o te conhecem! Agora vamos, nossa mesa � a central. Seguimos para a enorme mesa redonda que se encontrava exatamente no centro do sal�o. Reconheci quase todos daquela mesa, pois j� os havia visto em diversas outras festas daquela fam�lia. Dougie por sua vez, freq�entava uma reuni�o oficial da fam�lia Sandford pela primeira vez, j� que nas �ltimas estava sempre em turn�. N�o era a toa que esse atraso estressasse tanto minha amiga, pois pra ela era muito importante exibir o partido para todos os conhecidos. Cumprimentei todos com um enorme sorriso no rosto, e sentei-me ao meu lugar. Estava entre Dougie � que, � claro, se sentaria do lado da namorada � e um primo mais velho de Frankie que sempre tentou algo comigo. Me perguntei se aquela era mais uma das obras da garota que chamava de amiga para me arrumar um namorado. Josh era seu nome, e ele n�o era feio. Na verdade, Josh chamaria a aten��o de qualquer garota que por ele passasse. De boca fechada, ele poderia ser um �timo partido. O problema era quando ele come�ava a falar. Seus assuntos se resumiam a futebol e garotas. Eu preferia quando ele falava de futebol. De qualquer forma, estava presa ali e n�o havia como escapar das conversas � leiase: mon�logos � de Josh, j� que Dougie, minha outra companhia, estava ocupado
conhecendo a �futura fam�lia�, como ouvi sua sogra falar. Ao ouvir essas palavras sa�rem da boca de minha querida madrinha, meu est�mago deu milh�es de voltas, de uma maneira nada legal. Me senti instantaneamente sem vontade de fazer ou falar mais nada. Fiquei ali, sentada, im�vel. Comi pouqu�ssimo, e recusei at� os deliciosos camar�es que em outro dia fariam com que esquecesse a classe e me acabasse ali. E ent�o havia chegado a hora da maravilhosa desculpa que havia dado para Dougie. N�o hav�amos comprado nenhum presente para meus padrinhos, e ent�o resolvi que uma nova casa na praia cairia perfeitamente para um presente de anivers�rio de casamento. Sendo assim, liguei para minha corretora e pedi que separasse algumas casas de praias dentro de certo pre�o, e disse que depois me encontraria com ela para resolver os detalhes. Sim, n�o era um presente muito convencional, mas explicaria nosso sumi�o e faria com que Frankie ficasse cega de gratid�o e emo��o pelo que fizemos para seus pais. Al�m do mais, eu o faria de cora��o pelos meus padrinhos mesmo que n�o precisasse de uma desculpa. Eles sempre foram como meus segundos �pais�, e sempre me amaram com muita sinceridade. Decidimos que Dougie anunciaria o presente, pois era com ele que Frankie estava mais brava, e ele o faria na hora da sobremesa. Todos olharam para o pequeno palco que havia no sal�o, onde a banda havia parado de tocas as m�sicas cl�ssicas que meus padrinhos amavam, quando Dougie pegou o microfone desajeitado e tossiu para limpar a garganta. Me perguntei se ele era t�o desajeitado em um show do McFLY, ou vai ver era mais f�cil tocar para milh�es de pessoas ao inv�s de fazer um an�ncio para a fam�lia da sua namorada. - Oi, eu sou o Dougie, genro do casal aniversariante. E n�o pretendo tomar muito do tempo de voc�s. Eu, como genro, posso ser suspeito, mas admito muito o casal em quest�o. Com muito carinho por eles, eu comprei uma casa e... - AAAH! Dougie foi interrompido por um grito de emo��o. Todos se viraram para ver Frankie, de p� e de olhos lacrimejados. Ela agora seguia em dire��o a ele e o abra�ou fortemente quando o encontrou. Ele parecia n�o entender, assim como todos os outros no local, ent�o ela come�ou a explicar sua rea��o. Pegou o microfone da m�o dele e se p�s a falar: - H� algum tempo, Dougie e eu temos falado sobre morarmos juntos. E agora � �bvio o que ele tem a dizer, n�o � meu amor? � Ela perguntou. Ri por dentro, me perguntando como ele diria que a casa era para os sogros e a rea��o de Frankie, como sempre muito exagerada. Mas as palavras de Dougie a seguir fizeram meu ch�o desmoronar, e eu sa� dali sem pensar duas vezes. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XVII ~ I Just need a time to get used to it.
Deitada em minha cama, n�o conseguia fazer com que as palavras parassem de passar por minha cabe�a. �Sim�, ele disse, �vamos morar juntos, amor�. Estava prestes a bater em minha pr�pria cabe�a para que ela entrasse em pane e parasse de repetir as mesmas coisas. Ou melhor, ela devia estar em pane, e repetindo o mesmo disco. Sinceramente, nem eu mesma entendia meu comportamento. Eu mesma havia dito que nossa rela��o era estritamente sexual, e o havia impedido de dizer que me amava. Ent�o porque diabos eu me encontrava nessa situa��o? A resposta era �bvia, mas n�o queria pensar nela. Gostar de Dougie pra mim era proibido. Como eu poderia gostar de algu�m que namora minha melhor amiga? Tristeza e solid�o na certa, e eu n�o queria lidar com isso. � claro que ningu�m nunca quer, mas eu simplesmente n�o podia ter mais uma decep��o amorosa. A verdade � que antes de Dougie, eu havia namorado um cara que n�o tinha sido nada bom pra mim. Eu me entreguei por completo a ele e ele n�o deu valor a isso.
De qualquer forma, havia decidido n�o me envolver t�o profundamente com algu�m de novo, n�o deixar que meu cora��o ca�sse nessa armadilha trai�oeira que � o amor. Dizem que ele � a coisa mais linda e, quando se trata de fam�lia, eu acredito. Mas em rela��es conjugais, o amor s� causa decep��o. Aumentamos nossas expectativas e ca�mos de cara no ch�o. N�o havia desistido de me apaixonar, mas havia me prometido que se isso tivesse de acontecer, seria por algu�m que me merecesse e que n�o oferecesse nenhum tipo de empecilho que eu n�o conseguisse superar. Dougie definitivamente n�o era esse algu�m, e prova disso foi o almo�o. Que tipo de pessoa vai dizer que ama algu�m em uma noite e anuncia que vai morar com outra no dia seguinte? A resposta para essa brilhante pergunta �: Dougie Poynter. � claro que n�o podia culp�-lo � n�o por completo pelo menos � j� que eu mesma havia imposto limites em nossa rela��o. Tudo que eu sabia naquele momento � que eu me sentia a pior mulher do planeta Terra, e j� planejava esvaziar o pote de sorvete que se encontrava na minha geladeira. Ent�o me levantei para ir at� a cozinha, mas ouvi a campainha e fui atender � porta, mesmo sem vontade nenhuma de faz�-lo. Abri sem olhar pelo olho m�gico, e instantaneamente me arrependi disso. - O que � que voc� ta fazendo aqui? � Eu perguntei pro loiro cara de pau que se encontrava na minha porta. - Bella, voc� saiu correndo, eu fiquei preocupado e a Frankie mandou eu vir ver o que havia acontecido porque ela n�o podia deixar a festa. Eu ri, mas ri bem alto, e com muito deboche na risada. - Voc� preocupado? E a Frankie te mandou? � Ri de novo. � Ora, por favor, Dougie. Saia daqui logo e diga � sua namorada que estou bem, e que desejo toda a felicidade do mundo pro novo casal feliz de Londres! Ele me olhou por alguns instantes, tentando entender meu comportamento estranho. N�o demorou muito e ele percebeu o que estava acontecendo, mais uma vez no mesmo dia. - Voc�... Voc� ta brava porque Frankie e eu vamos morar juntos? � Ele perguntou com calma na voz, mas eu n�o respondi. � Responde. � isso? - N�o sei. Eu preciso assimilar as coisas, Dougie. Por isso preciso que voc� saia logo daqui. Ele n�o me respondeu mais, e saiu de l� sem demoras. N�o me dei tempo pra pensar nessa visita, e fui direto pra cozinha, me afogar no sorvete assistindo FRIENDS. ~~~~* Toda semana recebia um convite de Frankie me convidando para conhecer sua casa nova. A casa que Dougie havia comprado com a minha corretora, no lugar da casa de praia que comprar�amos para meus padrinhos. E eu sempre arrumava alguma desculpa. Com isso, passou-se um m�s e meio. N�o vi mais Dougie, e sa� algumas vezes mais com James. Tamb�m n�o durou muito � n�o estava em boas condi��es para sair com algu�m no momento �, mas ele acabou sendo um bom amigo, e nos aproximamos bastante em pouco tempo. Ele era exatamente o tipo de pessoa que eu precisava: alegre, divertida, engra�ada... Tudo que me fazia rir. Mas que tamb�m me lembrava de comer quando eu pulava o jantar, e que sabia chorar comigo ao assistir �� Espera de Um Milagre�. Era como se eu tivesse ganhado um irm�o mais velho. Era uma quarta-feira e eu tinha uma consulta no m�dico, pois estava me sentindo enjoada nos �ltimos dias. N�o podia ver nada de comida na minha frente que meu est�mago revirava, e era por isso que James tinha que puxar a minha orelha, caso contr�rio eu j� teria morrido por desnutri��o. Esperava na sala de espera do consult�rio branqu�ssimo, e com pessoas da alta
classe de Londres esperando tamb�m. O Dr. Roisenblatt era um conceituado cl�nico geral de Londres, e ele tratava meus pais antes de come�ar a me tratar. Normalmente eu odiava m�dicos, mas com ele n�o era t�o ruim. Ele n�o era do tipo que precisa encher o silencio com algum assunto banal como �ta fazendo frio ultimamente, n�?�. - Srta. Siqueira? � Chamou a recepcionista. - Sou eu � respondi, me dirigindo ao balc�o. - O Dr. Roisenblatt te espera agora, pode seguir em frente. - Obrigada. Fiz alguns exames de rotina ali mesmo e ele pediu que eu fizesse exames de sangue. Segundo ele, eu poderia estar com algum princ�pio de anemia ou algo do tipo, mas n�o deveria ser nada s�rio, nada que n�o pudesse ser revertido. Deveria retornar na sexta-feira, com os exames em m�os, e ele me diria o que fazer em seguida para melhorar. Sa� do consult�rio e fui direto para a gravadora, pois deveria conversar sobre meu pr�ximo CD. Havia composto mais algumas m�sicas, mas ainda n�o era o suficiente para uma nova grava��o e eu queria adiar esse processo para que pudesse ter mais tempo de cria��o. A reuni�o foi um saco, mas fiquei feliz quando ouvi que eu podia tirar o tempo que precisasse para composi��es. Eles disseram que era melhor que eu demorasse do que entregasse um trabalho ruim que n�o lhes traria lucro. N�o esperava essa rea��o, da �ltima vez eles quase acabaram comigo por estar demorando. Voltei para casa e comecei a tentar compor. Naqueles �ltimos dias eu n�o estava tendo muito sucesso. Acho que precisava buscar inspira��es. Mas j� n�o tinha mais onde busc�-las. Tudo que eu queria escrever agora era �casalzinho irritante que agora mora junto, a garota � minha amiga, o garoto vai virar defunto�. Nada legal pra uma m�sica, n�o �? A �nica coisa que me deixava feliz naqueles dias � que o tempo passava r�pido. A quarta-feira logo acabou, a quinta passou rapidamente depois que fiz os torturantes exames de sangue � chamem-me de criancinha, mas agulhas me aterrorizam � e j� me encontrava novamente no consult�rio. O doutor encarava meu exame com cara de surpresa, e me perguntei se deveria ficar muito preocupada. Antes que eu fizesse qualquer pergunta, ele se prontificou: - Isabella, quando foi sua �ltima menstrua��o? Essa n�o era uma pergunta que eu esperava. Comecei a contar mentalmente, tentar me lembrar, mas tinha uma vaga lembran�a da data. S� sabia que j� fazia mais de um m�s, o que pra mim era completamente normal, pois minha menstrua��o nunca fora regulada � segundo minha m�e, era sintoma da minha cabe�a tamb�m desregulada. - Ah, doutor, n�o fa�o tabelas porque nunca funciona comigo. Sempre foi desregulada... Mas j� deve estar perto de voltar, meus seios est�o meio doloridos e j� faz um tempinho. - Eu n�o sei como te dizer isso, mas... � Ele parou, e meu cora��o parou junto. � Bom, vou primeiro dar as boas not�cias. Voc� n�o est� com anemia nem nenhuma doen�a que prejudique sua sa�de. Quanto a isso, pode ficar tranquila. Esperei que ele continuasse, mas ele n�o continuou. - Certo. E presumo que haja uma m� not�cia? � Perguntei apreensiva. - N�o necessariamente. - Doutor, a n�o ser que o senhor queira me matar do cora��o, diga logo! - Voc�... Voc� est� gr�vida, Isabella. O mundo parou. Para mim, pelo menos, ele parou. Meu cora��o, ao contr�rio, parecia querer sair do meu peito de tanto que pulsava. N�o fazia sentido. Eu nunca havia transado sem camisinha. Nunca. Com esse pensamento consegui me recuperar do choque e ri. - Doutor, deve ter alguma coisa errada. Eu nunca fui irrespons�vel, sempre usei camisinha. O senhor deve estar enganado. - Voc� est� sob o uso de anticoncepcionais? - N�o, pois nunca deixo de usar a camisinha. - Isabella, o anticoncepcional � um complemento � camisinha, j� que essa n�o � infal�vel, como voc� pode perceber ao olhar seu exame de sangue que, por sua vez,
nunca falha. A camisinha � 97% segura, e h� ocorr�ncias em que ela estoura, ou falha de alguma maneira. - Mas... Mas... Eu n�o posso estar gr�vida, doutor! � L�grimas come�avam a rolar pelo meu rosto, sem que eu nem tivesse consci�ncia. Um beb�, dentro de mim, n�o fazia sentido. Eu era muito nova, 19 anos, por Deus! E n�o era casada, isso n�o estava nos meus planos! Eu devia me casar primeiro, estabelecer uma rela��o de casal para depois ter filhos! Casal... Esse pensamento fez com que eu me desesperasse ainda mais. Se eu estava gr�vida, a crian�a s� podia ser de uma pessoa, e eu me recusava a sequer pensar no nome. - Doutor � eu disse chorando ainda mais �, algo tem de ser feito! Eu n�o posso estar gr�vida, entendeu? N�o posso! Ele me encarou por uns momentos, e finalmente falou, com uma calma que me irritou ainda mais. - Eu n�o cuido desse tipo de coisas, querida. E eu, como m�dico, sou contra. Mas pelo carinho que tenho a voc�, posso lhe recomendar uma cl�nica que faz esse tipo de servi�o, e eu sei que voc� correria menos risco se fosse at� eles. Eu andava bem lerda naqueles dias, mas dessa vez me surpreendi com a rapidez do entendimento daquelas palavras e de como elas me causaram repulsa. - O senhor est� falando de aborto, doutor Roisenblatt? - Como eu disse, eu sou contra. Mas se voc� n�o quer... - N�o! Eu... � Respirei fundo. � Eu preciso de um tempo pra me acostumar com a id�ia. Ele assentiu, e come�ou a me passar recomenda��es para que me cuidasse. Primeiro, deveria procurar um ginecologista especializado em obstetr�cia. E a� vinha todas aquelas coisas como alimenta��o, e bl� bl� bl�. Eu n�o prestei muita aten��o. Minha cabe�a ainda estava presa no �voc� est� gr�vida�. O que eu faria? Gra�as a Deus eu tinha um bom suporte para a crian�a, em rela��o �s finan�as. Mas que tipo de estrutura ela teria? A m�e que a teve por acidente ao transar com o namorado da melhor amiga. Isso n�o seria um �timo exemplo. � claro que havia sempre a possibilidade de nunca contar isso ao beb�, mas eu garanto que Frankie, quando soubesse, faria quest�o que o mundo todo ficasse a par de toda a hist�ria. Enquanto ia pra casa, mais l�grimas desceram pelo meu rosto, e eu come�ava a pensar no que fazer. Minha m�e sempre me disse que eu era boa com problemas, pois n�o deixava que eles me abatessem e logo come�ava a lidar com eles. Eu at� concordava, mas n�o via como n�o me deixar abater dessa vez. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~* Cap�tulo XVIII ~ Revela��es.
Cancelei todos os meus compromissos de final de semana, que eram apari��es em alguns lugares que eu nem sabia quais eram. Odiava fazer isso, mas precisava tirar um tempo pra mim. Estava parada de frente ao espelho, virada de lado, tentando ver alguma sali�ncia em minha barriga, que no momento se encontrava lisa. Tentava imaginar como ela ficaria quando estivesse gigante, se � que ficaria gigante. Era s�bado, e durante a noite eu havia colocado meus pensamentos em ordem. � claro que a hora n�o era a melhor, e sinceramente n�o tinha certezas sobre o pai, mas eu sempre quis ser m�e. Sempre dizia que n�o a vira a hora de isso acontecer, e devia estar feliz. Ent�o eu comecei a realmente gostar da id�ia. Comecei a imaginar uma crian�a correndo pela casa, que seria nos sub�rbios de Londres para que ela tivesse bastante espa�o pra brincar. Sorri com essa id�ia. Fui deitar no sof�, para assistir TV, e passando pelos canais vi passar um clipe
do McFLY. Ver Dougie ali, fez com que eu lembrasse que precisaria contar pra ele, uma hora ou outra. Qual seria a rea��o dele? Com certeza ele se assustaria no come�o, mas ser� que se acalmaria e tamb�m come�aria a gostar da id�ia, como eu estava come�ando a gostar? E como seria contar pra Frankie? Afinal, ela precisaria saber. Perderia uma amiga, e sabia disso. Em compensa��o, ganharia uma pessoinha que com certeza seria a mais importante da minha vida. Suspirei, e criei coragem para pegar o telefone e ligar para a primeira pessoa que deveria saber da not�cia. - Al�? � Ouvi a voz dele por tr�s da linha, e meu cora��o gelou. � Al�? � Ele repetiu, e eu sabia que precisava me pronunciar. - Dougie, � a Isabella - sil�ncio do outro lado. � Preciso conversar com voc�, e � urgente. - Voc� ta ocupada agora? � Ele respondeu depois de um tempo. - N�o. Se voc� puder dar uma passada aqui eu... - Daqui quinze minutos eu chego. Desligamos o telefone e eu comecei a ficar nervosa. Quinze minutos. Comecei a preparar um discurso mentalmente, pensando em como diria aquilo. N�o podia simplesmente dizer �estou gr�vida� assim que ele entrasse pela porta. N�o seria muito legal de minha parte jogar essa bomba sobre ele de cara. Precisava fazer uma abordagem mais sutil, para que eu pudesse diminuir, mesmo que s� um pouco, o baque dessa not�cia. Ele chegou antes de quinze minutos � devia estar em algum lugar perto quando eu liguei � o que n�o ajudava em nada minha situa��o. - Entre � eu disse, abrindo a porta. Ele entrou e se sentou no sof�. � Bom, como eu disse ao telefone, eu preciso realmente falar com voc�. Me sentei ao lado dele, mas n�o muito pr�xima. Ele me olhava com curiosidade nos olhos, e eu fiquei apreensiva. - �, deu pra perceber seu nervosismo ao telefone e mais ainda agora. O que ta acontecendo, Bella? Fiquei feliz por ele ter me chamado pelo apelido, acho que isso significava que ele n�o havia ficado bravo pelo meu sumi�o ou por qualquer outra coisa do tipo. Sorri involuntariamente, mas ao perceber a confus�o no rosto dele me lembrei do assunto s�rio. - Bom, acho que � bom voc� se preparar, porque eu estou prestes a te dar uma not�cia que com certeza vai mudar a sua vida. Quer voc� queira, ou n�o. - Do que � que voc� ta falando? - Dougie, voc� sabia que as camisinhas n�o s�o 100% seguras? - Claro que sim, todos sabem disso � certo, me senti uma completa idiota. S� eu n�o sabia disso? � Por qu�? Voc� ta com algum tipo de doen�a, ou algo assim? � Ele perguntou visivelmente preocupado. - N�o! N�o, claro que n�o. - Pra voc� ter me feito essa pergunta s� duas coisas podem ter acontecido, e voc� acaba de negar uma. Ele me olhou de uma forma que deu a entender que ele sabia do que eu estava falando. Era como se ele perguntasse a pergunta exata, e eu assenti com a cabe�a. Sabia que ele entenderia, e era mais f�cil do que dizer em voz alta. Ele ficou quieto por alguns instantes, at� que soltou um suspiro forte. - Gr�vida... � Fiquei quieta. � A Frankie, gr�vida. Para tudo. Frankie? Quem falou em Frankie? Eu sei que eu n�o falei. Ele queria mesmo dificultar as coisas pra mim, s� podia. - N�o, voc� deve estar enganada, Bella, ela toma anticoncepcionais � ele disse com um sorriso tranq�ilizador. Foi minha vez de suspirar. - Ningu�m ta falando da Francesca aqui, Dougie. E ent�o eu jurava que ele tinha parado de respirar. Ele tinha ficado quase roxo, ou era o que parecia. Seus olhos estavam mais abertos do que eu jamais os vira, e n�o sabia se ficava admirada pelo azul deles ou assustada pela intensidade que
eles disparavam em minha dire��o. Eu me paralisei. N�o tinha coragem de mover um m�sculo sequer. - Vo... Voc�? � Mal tive condi��es de assentir, e ele levantou de um pulo. � Como? Como? Eu, eu fiz a minha parte, por que voc� n�o tomou nenhuma droga de anticoncepcional? L�grimas come�aram a descer pelo meu rosto � era coisa de gr�vida, ficar t�o emocional assim? � e eu n�o sabia o que dizer. Sabia que ele estava certo. Isso, e o fato de ele parecer mais preocupado com uma gravidez minha do que da namoradinha, fez com que meus dutos lacrimais entrassem em pane por tanta chamada emocional. - E agora? � Ele perguntou desesperado. � Como eu explico isso pra Frankie? E... Merda! � Pulei com o grito que ele deu, e acho que isso fez com que ele percebesse o meu estado. A express�o dele passou de um tipo de desespero para o outro. Enquanto sua express�o anterior era de um desespero de raiva, nervosismo, a de agora era de um desespero de pena, e ansiedade. � Bella... Me desculpa. Surpreendi-me com o abra�o que ele me deu, mas n�o deixei a oportunidade me escapar, abra�ando-o com toda a for�a que eu tinha, e deixando o choro sair por completo. �quela hora j� solu�ava em seus bra�os, e ele me pegou no colo e me levou para o quarto, deitando-me na cama. Ele deitou ao meu lado, e passou o bra�o por sob minha cabe�a, fazendo carinho em meus cabelos para me acalmar, at� que eu dormi. N�o sei por quanto tempo havia ficado desacordada, mas deve ter sido por muito tempo, j� que olhei pela janela e j� era noite. Dougie n�o se encontrava mais do meu lado, ent�o me levantei para procur�-lo. - Dougie? � Chamei. - Na cozinha! Fui at� l�, e me deparei com ele fazendo um lanche de queijo. - Achei que voc� acordaria com fome. Dizem que a gravidez faz a mulher querer comer bastante e... � Ri da forma como ele falava, preocupado, enrolado. � Mas s� tinha queijo na sua geladeira ent�o fiz um sandu�che. - Obrigada, Dougie. Eu estou com fome mesmo. Comecei a comer e ele ficou em sil�ncio, me observando. Sabia que o sil�ncio n�o demoraria muito a ser quebrado. - Voc�... H� quanto tempo voc� sabe? Engoli o peda�o de sandu�che que estava em minha boca e respondi: - N�o muito, o m�dico me contou ontem. E eu nem desconfiava. Fiz exame de sangue porque pensava estar com princ�pio de anemia e o m�dico viu que eu estava gr�vida. - Anemia? - Eu n�o estava comendo muito, pois todas as comidas me enjoavam. O queijo na verdade tem sido minha salva��o, porque n�o me sinto mal com o cheiro nem com o gosto. � claro que agora eu sei o motivo real dos enj�os. - Pois agora voc� tem de comer direito. N�o � s� sua alimenta��o que est� em jogo � ele disse s�rio. Tive vontade de sorrir com esse coment�rio, pois mostrava que ele estava preocupado com a crian�a. Mesmo que n�o estivesse preocupado comigo, isso n�o importava. Tudo que eu queria era um pai presente para o beb� que eu carregaria pelos pr�ximos 7 meses e meio. - Voc� est� de quantos meses? - Um e meio, 6 semanas. - Voc� precisa ir a um especialista. Come�ar a fazer todos os exames necess�rios e saber qual a alimenta��o ideal. - �, eu j� marquei uma obstetra que o meu m�dico recomendou. Eu tenho consulta na segunda-feira. - Eu n�o tenho nenhum compromisso na segunda, que horas � a consulta? Essa pergunta me pegou de surpresa. - Voc� quer ir? � Perguntei, abobada. - Claro que sim. � meu filho tamb�m. - Ou filha � corrigi imensamente contente por dentro.
- Claro, claro � ele sorriu abertamente. Toda essa felicidade repentina pela gravidez n�o podia durar muito e eu sabia. O fator �Dougie� j� havia passado, mas ainda n�o �ramos um casal feliz esperando um beb�. Ele ainda estava com Frankie. Morando com a garota, e isso n�o podia ser passado em branco. - Dougie... Precisamos contar isso pra Frankie � eu disse. Ele suspirou. - Eu sei. E estou com mais medo disso do que de ser pai. - Se voc� quiser, podemos esperar um pouco. Eu sei que � muita coisa pra sua cabe�a. - Acredito que seja mais pra sua. Ali�s, me desculpa mesmo pela forma que agi quando voc� me contou. - Tudo bem. Acho que foi normal. Afinal, se fosse pra ter um filho, voc� realmente pensaria primeiro na pessoa com a qual voc� mora. Ele pareceu desconfort�vel por um momento, mas nada que n�o soubesse disfar�ar. - Mas � s�rio, que horas � a consulta no m�dico? - �s nove da manh�. - Certo, eu passo aqui pra te pegar. - Eu acho que prefiro ir com o Charlie, Dougie. At� pra n�o causar nenhum esc�ndalo se formos vistos juntos chegando a uma cl�nica de obstetr�cia. Ele concordou, e eu continuei a comer enquanto ele divagava sobre como contar a Frankie. Ele n�o disse nada sobre terminar com ela e muitas vezes se mostrou preocupado que ela n�o o perdoasse. Percebi que, apesar de estar tranquilo � na medida do poss�vel � em rela��o � gravidez, ele pretendia continuar com a Frankie e, apesar de j� esperar por isso e n�o querer nem cobrar o contr�rio, eu n�o posso negar que fiquei muito chateada. Acho que uma parte de mim esperava que ele largasse tudo e resolvesse ficar comigo. Esse pensamento fez com que eu me assustasse � desde quando eu queria ficar com Dougie Poynter? �Desde que descobri estar gr�vida dele�, pensei. n/a: N�o sei se fiquei muito satisfeita com esse cap�tulo, mas n�o consegui pensar em outra forma de escrev�-lo. N�o vou falar muito nessa n/a n�o. Qualquer cr�tica, sugest�o ou sei l� mais o qu�, os links abaixo e, � claro, SEMPRE a caixinha de coment�rios (: Orkut MySpace Twitter Msn:
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