Classe Social [sociologia]

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O CONCEITO DE CLASSE SOCIAL (1) Segundo Karl Marx: Definição “clássica”: 1ª Proprietários de meios de produção  burguesia 2ª Não proprietários (proprietários apenas de sua força de trabalho) que vendem sua força de trabalho  proletariado ou trabalhadores 3ª Comerciantes e profissionais liberais  pequena burguesia Critérios para sua determinação:

• Aspecto estrutural: as classes se definem por sua posição no modo de produção, isto é, são constituíudas pela estrutura social e não pelos indivíduos. Nesse sentido, não podemos aceitar a idéia de classe social como um agregado de indivíduos, pois um sujeito pode fazer parte de uma classe social sem mesmo ter consciência disto. É a estrutura da sociedade que dá origem às classes sociais;

• Aspecto relacional: as classes sociais estão em constante relação umas com as outras, o que vale dizer, elas se definem também por esta relação. O mesmo movimento de identificação das classes sociais é o movimento de perceber-lhes as relações que, no caso do pensamento marxista, são relações de contradição;

• Aspecto econômico: as classes sociais se definem, ainda, conforme as formas de propriedade vigentes, ou seja, classes possuidoras ou não possuidoras dos meios de produção. No esquema de Marx, burguesia e proletariado nas sociedades capitalistas. A renda não é indicador de classe social, mas a “fonte” da renda sim, pois o que interessa é sua localização no modo de produção; • Apesar de sua importância e significado para a compreensão da vida social, não constitui base comum suficiente para ações coletivas, já que não criam identidades; As relações sociais, para Marx, são sempre relações sociais de produção ou relações de produção, pois são as relações de posse ou propriedade que definem todo o edifício social e até mesmo a nossa consciência. Por sua vez, as relaçoes de propriedade são estabelecidas por relações de

produção. Isto porque a satisfação das necessidades materiais, concretas, enfim, a satisfação das necessidades humanas básicas, vêm em primeiro lugar e condicionam a existência humana. O homem se diferencia dos outros animais por recriar sua condição de sobrevivência por meio do trabalho – categoria sociológica fundamental para a estruturação da sociedade, tanto quanto para sua explicação. O trabalho humaniza o homem e em torno dele, da atividade produtiva, se erguem todas as relações e instituições sociais. Disto decorre que não podemos definir uma classe social somente pelo salário que se recebe, mas por um olhar muito mais amplo. Foi o surgimento do excedente econômico que possibilitou o surgimento da Divisão Social do Trabalho que, por sua vez, é a origem da desigualdade social. E por que? Porque a Divisão Social do Trabalho sempre contém uma forma específica de propriedade (regras sobre “como fazer o bolo” e “como dividí-lo” nunca estão dissociadas), pois ela diz respeito sobre o grau de controle que o indivíduo tem sobre o seu próprio trabalho; por sua vez, o grau de controle sobre o trabalho está estreitamente relacionado sobre o grau de controle sobre o produto deste trabalho, isto é, sobre a apropriação dos resultados deste trabalho Segundo Marx, a história da sociedade é a história da Divisão Social do Trabalho, ou seja, a história da propriedade privada dos meios de produção. Desse modo: Excedente  Divisão Social do Trabalho  Propriedade  Desigualdade Social Conforme Marx, a sociedade é constituída por uma infra-estrutura social – sua base material – e por uma superestrutura social – as representações sociais; sua perspectiva é materialista (materialismo histórico e dialético).

a

“cosnciência

coletiva”,

as

ideologias, Superestrutura

o Estado, o direito, a política, a religião e todas

as

formas

de

produção

cognitiva

Infra-estrutura

a organização do trabalho e da produção, a tecnologia, a dimensão econômica

O edifício social

sentido de causalidade sentido de condicionamento ou determinação Tecnologia

Estrutura econômica

Infra-estrutura social

Política

Cultura

Superestrutura social

Forças de produção

Relações de produção

ferramentas

dono da propriedade

estado

relações de parentesco

formas de agricultura

trabalho assalariado

sistema legal

religião

formas de manufatura

sistema de mercado

polícia

ideologia

sistemas de água

escravidão

partidos

família

matérias-primas

servidão

movimentos sociais

arte

meio ambiente natural

especialidades

habilidades de trabalho técnicas de produção

A perspectiva materialista (Adaptação do livro “Varieties of social explanation – An introduction to the philosophy of social science”, de Daniel Little)

A tabela acima pode nos fornecer claramente a idéia de uma sociologia materialista, segundo a qual as causas dos fenômenos sociais se encontram na base econômica ou material da sociedade. Tal perspectiva remete a explicação à organização econômica ou ao nível de desenvolvimento tecnológico. Hoje em dia, entretanto, chamamos as modernas sociedades capitalistas de multiestratificadas, isto é, sociedades que possuem diversas camadas sociais. Pesquisas mostram

que no capitalismo moderno podem ser identificadas nove camadas sociais principais. Vejamos o desenho abaixo:

camadas sociais

Pirâmide social no capitalismo vigente, com suas barreiras à ascensão social: entre C1 e B3 e B1 e A3. A1 – chamada “a nova aristocracia”. É a elite dominante, constituída pelos mais ricos: principais acionistas ou proprietários de grandes bancos, grupos financeiros e corporações multinacionais. A1, A2 e A3 – CLASSE ALTA OU CLASSE DOMINANTE. B1, B2 e B3 – CLASSES MÉDIAS (ALTA, MÉDIA E BAIXA).

C1, C2 e C3 – CLASSES BAIXAS (ALTA, MÉDIA E BAIXA) OU CLASSES SUBALTERNAS (OU DOMINADAS). C3 – os excluídos ou miseráveis: aqueles que estão abaixo da linha da pobreza, ou seja, que ganham até um salário mínimo por mês de renda média familiar. Essa classe social está em crescimento nos países capitalistas mais excludentes, incluindo-se nesse grupo, o Brasil. São ainda mais pobres que os pobres (C2 e C3), incluindo-se nesse grupo os indigentes e moradores de rua. Seguindo a pirâmide anterior, podemos estabelecer uma distribuição de poder na sociedade conforme a seguinte dinâmica:

CAMADAS SOCIAIS

poder cultural acadêmico

poder

poder

poder

religioso econômico político

poder sindical

poder militar

HIERARQUIAS SOCIAIS O capitalismo se desenvolveu e tornou-se tão complexo que, hoje, não é mais possível vermos tão nitidamente a divisão das classes como propôs Marx. Por exemplo, surgiu o capitalismo financeiro e, recentemente, as empresas virtuais. E também não há como compreendermos os comportamentos dos indivíduos apenas de acordo com o critério de propriedade dos meios de produção, pois as sociedades criaram outras formas de classificação e diferenciação de seus membros. Entretanto, ainda existem as camadas que visivelmente não têm propriedade de meios de produção – ou propiredade alguma – e, em função disso, nenhum ou quase nenhum poder político e prestígio social, o que mantém a questão da propriedade como elemento importante na análise sociológica. Isso nos remete a uma outra visão sobre as classes sociais e a desigualdade, que veremos no item 2, a seguir.

(2) Segundo Max Weber, classe social: • Refere-se à ocupação e renda, mas não somente, pois o que cria uma classe social é o interesse econômico e apenas aqueles interesses ligados à existência do mercado;

• Está relacionada tanto à propriedade material como às atividades lucrativas (monopólio das oportunidades no mercado e magnitude do poder de disposição dos bens e serviços para a obtenção de rendas ou receitas – ou da carência desse poder de disposição); ao contrário dos grupos de status (ou estratos), fundados na “honra social”, isto é, no prestígio (de nome, de título, de símbolos diversos etc), a classe social funda-se no mercado e na competição econômica; • É determinante das oportunidades de vida, como seu elemento causal fundamental sendo o principal modo de diferenciação dos indivíduos numa sociedade capitalista, de tal forma que apresenta caráter decisivo como condição comum para o destino dos indivíduos que vivem uma mesma situação de classe; é fonte das desigualdades sociais; • Apesar de sua importância e significado para a compreensão da vida social, não constitui base comum suficiente para ações coletivas, já que não criam identidades, isto é, os indivíduos de uma mesma classe necessariamente não irão agir enquanto

classe, pois o interesse econômico e a competição de mercado não são bases determinantes de uma consciência coletiva e de uma ação coletiva; Tipos de DESIGUALDADES:

1. SOCIOECONÔMICAS = classes sociais (camadas sociais constituídas a partir: das diferenças estabelecidas no mercado – segundo a concepção de Weber; da estrutura social ou da divisão social do trabalho – posição no modo de produção segundo a concepção de Marx)

2. POLÍTICAS = partidos políticos, mas não apenas eles (distribuição do poder ou hierarquia de poder na sociedade envolvendo todas as forças sociais como movimentos sociais, grupos de pressão ou de interesse e sindicatos)

3. SOCIAIS = grupos de status (grupos de indivíduos que compartilham o mesmo prestígio na sociedade e têm acesso aos mesmos privilégios, que tem origem num mesmo estilo de vida, posição na hierarquia social e padrão de consumo)

Definição “moderna”: classe alta, baixa e média; ou classes A, B, C, D, E e F. Critérios para sua determinação: •

Renda



Escolaridade



Consumo



Domicílio



Bens



Etc.

principais variáveis (dados quantificáveis/ mensuráveis)

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