Calcium oxide
Nome IUPAC
Calcium oxide
Outros nomes
Quicklime Identificadores
Número CAS
1305-78-8
PubChem
14778
Número RTECS
EW3100000
Código ATC
P53AX18 Propriedades
Fórmula molecular
CaO
Massa molar
56.077 g/mol
Aparência
sólido branco
Densidade
3.35 g/cm3
Ponto de fusão
2572 °C (2845 K) 2850 °C (3123 K) reage na água
Ponto de ebulição Solubilidade em água Solubilidade em [[acids, glycerol, sugar solution]] Solubilidade em [[methanol, diethyl ether, n-octanol]]
soluble insoluble
Acidez (pKa) MSDS Índice UE
12.5 Riscos associados ICSC 0409 Not listed
NFPA 704
0 3 1
Ponto de fulgor Non-flammable Compostos relacionados Calcium sulfide Outros aniões/ânions Calcium hydroxide Beryllium oxide Magnesium Outros catiões/cátions oxide Strontium oxide Barium oxide Excepto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições PTN Referências e avisos gerais sobre esta caixa
O óxido de cálcio (conhecido como cal) é uma das substâncias mais importantes para a indústria, sendo obtida por decomposição térmica de calcário (de 825[1] a 900 °C). Também chamada de cal viva ou cal virgem, é um composto sólido branco. Normalmente utilizada na indústria da construção civil para elaboração das argamassas com que se erguem as paredes e muros e também na pintura, a cal também tem emprego na indústria cerâmica, siderúrgicas (obtenção do ferro) e farmacêutica como agente branqueador ou desodorizador. O óxido de cálcio é usado para produzir hidróxido de cálcio, na agricultura para o controle de acidez dos solos, e na metalurgia extrativa para produzir escória contendo as impurezas (especialmente areia) presentes nos minérios de metais.
Índice [esconder] •
1 Obtenção
• • • •
2 Tipos e usos da cal 3 Aplicações 4 Vantagens 5 A cal nos dias atuais
•
6 Referências
Obtenção O calcário, depois de extraído, selecionado e moído, é submetido a elevadas temperaturas em fornos industriais num processo conhecido como calcinação, que dá origem ao CaO (óxido de cálcio: cal) e CO2 (gás carbônico), a equação química dessa calcinação fica assim:
Para essa reação ocorrer à temperatura do forno da caieira (indústria produtora de cal) deve ser de, no mínimo, 850 °C, mas a eficiência total da calcinação se dá à temperatura de 900 a 1000 °C. Essa temperatura é garantida pela queima de um combustível, que pode ser: lenha (gasogênio), óleo combustível, gás natural, gás de coqueira, carvão e material reciclado. Para a obtenção da cal hidratada é necessário promover a reação da cal virgem com H2O, com o seguinte desprendimento de calor[2]: + 63.7kJ/mol de CaO
Tipos e usos da cal A maioria da cal produzida no Brasil resulta da calcinação de calcários/dolomitos metamórficos de idades geológicas diferentes; geralmente muito antiga (pré-cambriana) e possui pureza variável. As cales provenientes de calcários sedimentares e de concheiros naturais recentes participam de maneira subordinada na produção. Em geral, na região sul-sudeste predominam as cales provenientes de dolomitos e calcários magnesianos, e na região nordeste-norte-centro, as resultantes de calcários calcíticos. O principal produto da calcinação das rochas carbonatadas cálcicas e cálciomagnesianas é a cal virgem, também denominada cal viva ou cal ordinária. O termo cal virgem é o consagrado na literatura brasileira e nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, para designar o produto composto predominantemente por óxido de cálcio e óxido de magnésio, resultantes da calcinação, à temperatura de 900 a 1200 °C, de calcários, calcários magnesianos e dolomitos. A cal virgem é classificada conforme o óxido predominante como indicado a seguir: •
Cal virgem cálcica: óxido de cálcio entre 100% e 90% dos óxidos totais presentes;
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Cal virgem magnesiana: Teores intermediários de óxido de cálcio, entre 90% e 65% dos óxidos totais presentes; Cal virgem dolomítica: teores de cálcio entre 65% e 58% dos óxidos totais presentes.
No mercado global da cal, a cal virgem cálcica predomina, particularmente, pela sua aplicação nas áreas das indústrias siderúrgicas, de açúcar e de celulose. Todas elas são comercializadas em recipientes (plásticos, metálicos e outros) ou a granel, na forma de blocos (tal como sai do forno), britada (partículas de diâmetro 1 a 6 cm) ou moída e pulverizada (85% a 95% passando na peneira 0,150 mm). Outro tipo de cal muito comum no mercado é a cal hidratada. Ela é composta por um pó de cor branca resultante da combinação química dos óxidos anidros da cal virgem com a água. É classificada conforme o hidróxido predominante presente ou, melhor, de acordo com a cal virgem que lhe dá origem: • • •
cal hidratada cálcica cal hidratada magnesiana cal hidratada dolomítica
A cal hidratada, geralmente, é embalada em recipientes plásticos ou em sacos de papel Kraft (com 8,20 kg e 40 kg do produto), possuindo granulometria de 85% abaixo de 0.075 mm. No Brasil, as diversificadas áreas de consumo de cal são supridas por mais de 200 produtores distribuídos pelo País. A capacidade de produção de suas instalações varia de 1 a 1000 toneladas de cal virgem por dia. A utilização da cal hidratada é muita difundida, principalmente em argamassas para assentamento de tijolos e revestimento de paredes, devido a algumas características da cal, como as relativas a trabalhabilidade e durabilidade das argamassas. A cal hidratada tem características aglomerantes como o cimento, sendo que, enquanto o cimento reage com água (reação de hidratação do cimento), o endurecimento da cal aérea ocorre pelo contato com o ar. Essa reação transforma a cal hidratada num carbonato tão sólido quanto o calcário que a originou. O uso da cal como aglomerante, no Brasil, deve-se: à dispersão geográfica das suas usinas de fabricação – face às ocorrências de calcários e dolomitos por quase todo o território nacional, à facilidade e abundância da sua oferta – ainda que para cales especiais, o suprimento às vezes implique transporte mais longo e ao seu baixo custo – o menor entre os reagentes químicos alcalinos e os aglomerantes cimentantes.
Aplicações As principais aplicações da cal no Brasil são nas: Indústrias:
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siderúrgicas como carga de fabricação de aço nos fornos, como aglomerante, regulador de pH em tratamento de águas servidas, lubrificante para trefilagem de vergalhões de aço, dessulfurante das gusas altos em enxofre e refratários básicos de fornos de aço; celulose e papel para regenerar a soda cáustica e para branquear as polpas de papel, junto com outros reagentes; açúcar na remoção dos compostos fosfáticos, dos compostos orgânicos e no clareamento do açúcar tintas como pigmento e incorporante de tintas à base de cal e como pigmento para suspensões em água, destinadas às “caiações”; alumínio como regeneradora da soda (total de 100 kg/t de alumina); diversas de refratários, cerâmica, carbonato de cálcio precipitado, graxas, tijolos sílico-cal, petróleo, couro, etanol, metalurgia do cobre, produtos farmacêuticos e alimentícios e biogás.
Outros setores: • • •
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tratamento de água na correção do pH, no amolecimento, na esterilização, na coagulação do alume e dos sais metálicos, na remoção da sílica; estabilização de solos como aglomerante e cimentante (na proporção de 5 a 8% em volume da mistura solo-cal); obtenção de argamassas de assentamento e revestimento como plastificante, retentor de água e de incorporação de agregados (com ou sem aditivos, em geral nas proporções de 13 a 17% dos volumes); misturas asfálticas como neutralizador de acidez e reforçador de propriedades físicas (em geral, 1% das misturas); fabricação de blocos construtivos como agente aglomerante e cimentante (em geral, 5 a 7% do volume do bloco). usos diversos precipitação do SOx dos gases resultantes da queima de combustíveis ricos em enxofre; corretivo de acidez de pastagens de solos agrícolas; sinalização de campos esportivos; proteção às árvores; desinfetantes de fossas; proteção à estábulos e galinheiros; e retenção de água, CO2 e SOx.
Vantagens Uma boa argamassa, além de ser dosada, deve ser composta por materiais de boa qualidade. Tradicionalmente, sempre se utilizou cal como um dos constituintes das argamassas. Atualmente, com o uso de aditivos cada vez mais difundido, a cal tem sido abandonada em muitos casos. No entanto, sabe-se que essa prática afeta a durabilidade de revestimento, como já observado em alguns países da Europa, como por exemplo a França, que tem a cal como um dos vários constituintes das argamassas. No estado fresco, a cal propicia maior plasticidade à argamassa, permitindo melhor trabalhabilidade e, conseqüentemente, maior produtividade na execução do revestimento. Outra propriedade no estado fresco é a retenção de água, importante no desempenho da argamassa, relativo ao sistema alvenaria/revestimento, por não permitir a sucção excessiva de água pela alvenaria.
No estado endurecido, a cal apresenta a capacidade de absorver deformações devido ao seu módulo de deformação. Esta propriedade é de extrema importância no desempenho da argamassa, que deve acompanhar as movimentações da estrutura. A cal possibilita a diminuição da retração gerando menor variação dimensional, além de carbonatar lentamente ao longo do tempo, tamponando eventuais fissuras ocorridas no endurecimento, no caso de argamassa mista. Todas estas propriedades permitem dizer que a qualidade da cal é absolutamente essencial para uma boa argamassa.
A cal nos dias atuais • •
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O Brasil é o sexto país no planeta com reservas naturais de calcário; A busca de matérias primas de baixo impacto faz com que esse, e outros materiais, sejam, aos poucos, vistos como sustentáveis e portanto mais utilizados, e aos poucos substituindo, em alguns casos, outros como o cimento, por exemplo; O uso de argamassas de revestimento em intervenções de conservação e ou restauro de construções históricas, é definitivo em vários países, e, aos poucos, se consolidando no Brasil; Em decorrência da influência do uso de materiais modernos, a maioria dos profissionais perderam contato com o manejo de materiais como a cal por exemplo, assim, torna-se necessário o desenvolvimento de políticas de capacitação para que esses profissionais, sobretudo os que atuam e pretendem atuar em obras de restauro, possam estar atuando e transmitindo suas experiências.
Referências 1. ↑ Merck Index of chemicals and Drugs , 9th edition monograph 1650 2. ↑ US Patent 3,955,554, Solar heating system. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cal" Categorias: Materiais | Materiais de construção | Óxidos | Compostos de cálcio Vistas • • • •
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