Erwin Rommel Rommel e Hitler
Embora desinteressado da política, Rommel admirava o Führer. A denúncia anterior feita por Hitler ao Tratado de Versalhes transformara em entusiasmo a morna aprovação que o Exército tinha por ele. A restauração da Alemanha em uma situação de poder e prestígio no mundo mantiveram e ampliaram a confiança e a aprovação. Embora figurasse entre os que acreditavam no próprio Hitler, Rommel alimentava sérias reservas a respeito dos nazistas que o cercavam.
Por sua parte, Hitler gostava de Rommel não só por sua eficiência e atenção ao dever, mas também porque ele quase nada tinha do tipo aristocrático, que o deixava contrafeito. Sabedor da história de Rommel na Primeira Guerra Mundial e de seu desejo de voltar à luta, perguntou-lhe que posto queria. Tendo observado a BlitzKrieg em ação na Polônia, Rommel pediu uma divisão blindada. Hitler concordou.
Afrika Korps
O Afrika Korps foi criado por Hitler na intenção de ajudar os italianos no norte da África. Mussolini havia iniciado esse novo teatro da guerra afim de conquistar o Egito e o canal de Suez. Depois de alguns passageiros sucessos os italianos começaram sofrer derrotas e mais derrotas. O comando do Afrika Korps foi entregue a Rommel, na missão de evitar a expulsão dos italianos do norte da África.
Rommel chega a Trípoli em 12 de fevereiro de 1941. Os britânicos estavam prestes a expulsar os italianos de seu território colonial, ja tendo tomado Tobruk, Derna, Benghazi, a capital da Cirenaica, e El Agheila, à entrada da Tripolitânia. Os italianos imploraram a Rommel que salvasse Trípoli. Mas Rommel planejava algo mais ambicioso e, no dia 19 de março, viaja até o quartel-general do Führer para receber de Hitler as Folhas de Carvalho para a Cruz de Cavaleiro por seus serviços na França. Alguns dias depois ele recebe instruções para preparar um plano para reconquistar a Cirenaica.
No dia 31 de março Rommel atacou. Obrigou os britânicos a abandonar todas as suas posições até perto de Tobruk. Não foi mais longe por falta de suprimentos e gasolina. O comandante inglês Auchinleck advertiu a seus comandantes subordinados: "Nós falamos muito de nosso amigo Rommel". Queria que suas tropas deixassem de
considerá-lo um mago ou demônio, mas simplesmente como um general alemão comum. Obviamente, esse não era o caso.
Os ingleses lançaram a ofensiva Crusader, obrigando Rommel recuar um pouco, com mínimas perdas. Após a Luftwaffe assegurar a superioridade aérea no Mediterrâneo, Rommel desferiu um golpe devastador sobre Tobruk. Aniquilou as defesas britânicas e tomou a fortaleza já parcialmente destruída. A notícia chegou a Churchil quando ele se encontrava com o presidente Roosevelt na casa branca, fazendo sua obsessão por Rommel chegar ao auge. Durante sua camapanha no norte da África, Rommel foi apelidado pelos árabes de "O Libertador", pois estava tirando o domínio inglês da região, que se fazia presente desde 1917.
Nesse momento Rommel se encontrava na fronteira egípcia, onde tinha ordens de ficar estacionado enquanto os recursos do Eixo eram desviados para um golpe decisivo sobre a assediada ilha britânica de Malta, no Mediterrâneo. Mas uma idéia passou pela cabeça de Rommel, e também na de Hitler e Mussolini. A idéia consistia em um eventual ataque ao Egito e a conquista do canal de Suez. Depois, o Afrika Korps avançaria rumo ao Oriente Médio e a Pérsia. Alimentada com o abundante petróleo dessa região, a máquina de guerra alemã avançaria e se juntaria as tropas na frente russa e, posteriormente, marcharia em direção a Índia, para se encontrar com os japoneses e assim selando a destruição do Império Britânico.
Rommel preparou planos para conquistar Alexandria. Mas no dia 1o. de julho, em Alamain, Rommel e seu desfalcado Afrika Korps encontraram um 8o. exército inglês reforçado, sob o comando direto do general Sir Auchinleck. Precisou de todos os seus recursos para manter a sua linha intacta. Escreveu ele à sua esposa: "A situação não pode continuar assim por muito tempo, ou a linha se desintegrará. Militarmente, este é o período mais difícil pelo qual já passei".
Em setembro (ocasião que o 8o. exército foi fortemente reforçado), tentou atacar mas foi inteiramente derrotado. Depois, rechaçou alguns ataques do 8o. exército, já sob o comando de Sir Bernard Montgomery.
Rommel passava por problemas de saúde. Estava com problemas estomacais e intestinais, dilatação do fígado e deficiências circulatórias, e também estava atormentado pelo desânimo com a dificuldade aparentemente insolúvel de garantir o supremento regular de suas tropas, e preocupado sobre o aparecimento das primeiras dúvidas sobre a vitória final do Eixo, deixou o norte da África em licença de tratamento médico. Visitou Mussolini em Roma, e depois foi para a Prússia Oriental para falar com Hitler. Apresentou seus
argumentos. Sugeriu uma evacuação do norte da África, a fim de resgatar as forças ali estacionadas para defender a Europa de uma invasão aliada. Mas Hitler não lhe deu ouvidos e começou a falar sobre os novos tanques Tigre e os foquetes Nebelwerfer. Depois, retirou-se para Semmering, nas proximidades de Viena, a fim de tratar do problema do fígado e da pressão arterial irregular. Enquanto repousava, manifestou à esposa as primeiras dúvidas sobre Hitler, cujas política e estratégia absurdas, segundo ele, estavam provocando a derrota.
No dia 23 de outubro de 1942, Montgomery lançou uma operação com o objetivo, como ele mesmo disse, de "eliminar Rommel". Rommel recebeu um telefonema informando que seu sucessor havia morrido na batalha. Logo em seguida, Hitler lhe telefona perguntando se ele poderia voltar. Rommel respondeu que sim.
No dia 25 de outubro, viajou para Roma, onde soube que só um mero fio de suprimentos conseguia passar pelo Mediterrâneo, e chegou a Trípoli naquela noite. Rommel visitou a frente de luta no dia 26 e ficou estarrecido. Os britânicos dominavam o ar e o mar. Avisou Hitler, Mussolini e Kelssering (General da Luftwaffe, comandante em chefe no Mediterrâneo) que esperassem uma catástrofe.
No dia 3 de novembro, Rommel assumiu posição defensiva e tentou alguns contra ataques sem resultado. O combustível já estava faltando e as unidades italianas desmoronaram, quando uma ordem de Hitler chega: "Resistir até o fim". Rommel ficou atônito com a incompreensão e frigidez de Hitler. Ordenou uma retirada total.
Rommel e o restante de seu exército foram para a Tunísia onde Hitler e Mussolini enviaram tropas para fazer um fortificada cabeça de ponte. Mas a resistência durou poucos meses, e a Alemanha teve que deixar o norte da África.
Rommel já não acreditava mais no esforço de guerra alemão no sul da Europa. Da Espanha à Turquia os aliados podiam invadir por qualquer lugar, e ele sabia que era só o primeiro soldado aliado colocar o pé na Itália que Mussolini caía. Rommel também já não acreditava mais na aliança Italo-Alemã. Era só uma questão de tempo para a Itália capitular.
Invasão da Normandia
Como Rommel previu, os aliados invadiram a Itália. Hitler nomeou Kelssering como comandante supremo na Itália e reservou para Rommel a missão de defender a costa francesa.
Rommel começou a trabalhar duro na França. Mandou construir fortificações, passar arames, barreiras, obstaculos anti-paraquedistas, colocou milhões de minas ao longo da costa, construiu uma pequena muralha que não deu tempo de acabar. E ainda, pediu reforço militar para Hitler, como duas divisões Panzer e mais unidades de infantaria.
No dia D, Rommel não estava presente na Normandia, e sim, em sua casa comemorando o aniversário de sua esposa. Hitler ordenou que as divisões Panzer ficassem atrás, como uma reserva de defesa. Rommel seguiu imediatamente para a Normandia, mas já era tarde. Os aliados haviam estabelecidos uma forte cabeça de ponte, e tinham a superioridade aérea. Era o fim para Rommel. Para ele, a Alemanha havia perdido a guerra, e o que tinha que ser feito era retornar para próximo da fronteira e organizar uma eficiênte defesa.
Os historiadores militares acreditam que se Rommel estivesse lá na hora do desembarque, imediatamente ordenaria as divisões Panzer atacar os aliados, o que mudaria e muito a história como conhecemos.
A Morte de Rommel
Três dias depois do Dia-D, em 9 de junho de 1944, o carro em que Rommel viajava foi atingido por um caça aliado. Rommel sofreu ferimentos graves na cabeça, e foi levado para um hospital da Luftwaffe nas proximidades.
Um pouco antes disso acontecer, Rommel havia tomado parte de um complô para tirar Hitler do poder e prendê-lo. O que ele não sabia, era que os conspiradores queriam era matar Hitler. No dia do acidente, o golpe chegava ao seu clímax. Uma bomba explode no quartel-general do Führer, que escapa milagrosamente. Hitler manda matar os opositores e descobre, por alguns documentos, que o nome de Rommel constava como o presidente do IV Reich.
Como Rommel era conhecido como o VolksGeneral (General do Povo), e por seus serviços prestados, o Führer ofereceu duas possibilidades: Rommel poderia cometer suicídio ou ser julgado por alta traição. Optando pelo suicídio, nada seria feito contra sua esposa e filho.
Quando Rommel estava em sua casa, dois Generais bateram à sua porta levando a notícia. Rommel se despediu da família e entrou no carro junto com os Generais para tomar o veneno. Chegou já morto ao Hospital, vitima de uma embolia fatal. Os que viram o corpo comunicaram uma expressão de desprezo em seu rosto. O corpo foi incinerado, para evitar complicações posteriores quanto ao envenenamento, e Rommel teve um enterro com honras de Estado.
No dia 7 de março de 1945 o Terceiro Reich começou a esboroar-se. Frau Rommel recebeu informação do desejo de Hitler de mandar construir um monumento esmerado na sepultura do marido.