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Bem, hoje que estou só e posso ver Fernando Pessoa Bem, hoje que estou só e posso ver Com o poder de ver do coração Quanto não sou, quanto não posso ser, Quanto se o for, serei em vão, Hoje, vou confessar, quero sentir-me Definitivamente ser ninguém, E de mim mesmo, altivo, demitir-me Por não ter procedido bem. Falhei a tudo, mas sem galhardias, Nada fui, nada ousei e nada fiz, Nem colhi nas urtigas dos meus dias A flor de parecer feliz. Mas fica sempre, porque o pobre é rico Em qualquer coisa, se procurar bem, A grande indiferença com que fico. Escrevo-o para o lembrar bem.
Florbela Espanca "Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!”
Masilan Tovaga Hãesvao (Magalhães) Tal como! Fracassam as palavras que revelam o pensamento Abortam-se os adágios que desvendam a realidade A tal realidade pensada não é sina e sim pensada A mesma dita realidade existe, não pensada Tudo o que meramente houver, existe O resquício, é como o sono da infância do incômodo Uma caduquice, que surge na meninice da doença Masilan Tovaga