A concepção da bandeira fez-se da mesma forma que a construção da nação: com significados imediatos e muitos ideais subliminares. Mas importa relatar que, apesar de todas as mudanças e alterações, houve símbolos que se mantiveram ao longo dos séculos.
A concepção da Bandeira Nacional foi mais um processo rocambolesco. Em 1910, a comissão, na altura nomeada pelo Governo para a sua definição, apresentou um relatório onde, de forma marcadamente patriótica, “explicou” as adulterações às regras heráldicas. Aqui ficam algumas passagens.
Verde Sem tradição, foi a cor mais difícil de justificar e surge, então, a esperança: na revolta de 31.01.1891 o “momento decisivo em que, sob a (…) bandeira revolucionária, o povo português fez chispar o relâmpago (…) da alvorada”.
Vermelho Segundo a comissão, “nela deve figurar (…) por ser (…) combativa, quente, viril (…). É a cor da conquista (…). Lembra o sangue e incita à vitória.
Esfera Armilar D.Manuel I adoptou como emblema pessoal o instrumento de navegação e desde então ficou ligado à emblemática nacional. Segundo a comissão, representa na bandeira “a epopeia marítima portuguesa…feito culminante, essencial da nossa vida colectiva”. O Trópico de Capricórnio incompleto é propositado.
Escudo Sobre a esfera armilar, ficou aposto o escudo branco com as quinas que, por palavras da comissão, imortaliza “o milagre humano da positiva bravura, tenacidade diplomacia e audácia que conseguiu atar os primeiros elos da afirmação social e política da lusa nacionalidade”.
Quinas 5 quinas com 5 besantes (dinheiros).
Faixa Carmesim A comissão concluiu ainda “dever rodear o escudo branco das quinas por uma larga faixa carmesim, com sete castelos” e por considerá-los um dos símbolos “mais enérgicos da integridade e independência nacional.
7 Castelos
Esfera Armilar e Escudo O branco representa “uma bela cor fraternal, (…) de singeleza, de harmonia e de paz, e sob ela, salpicada pelas quinas (…) se ferem as primeiras rijas batalhas pela lusa nacionalidade”.