aurora a. de los santos de silveiraaurora a. de los santos de silveira aurora a. de los santos de silveira, pioneira esp�rita uruguaia, nasceu no dia 28 de agosto de 1890 e desencamou no dia 10 de agosto de 1969, em montevid�u. o espiritismo uruguaio muito deve a essa mulher idealista, que atrav�s do seu exemplo e dedica��o contribuiu para fazer germinar, naquela na��o, a semente generosa da doutrina dos esp�ritos. sofrendo as agruras de pris�es e da separa��o dos filhos revelou a sua fibra de mission�ria, n�o deixando jamais o desempenho de uma tarefa apost�lica que a impulsionava, e que culminou com a funda��o de uma institui��o esp�rita que tamb�m se tornou a pioneira naquela p�tria irm�. filha de jos� Fabr�cio dos santos, brasileiro, e petrona tejera, espanhola, aurora morava no departamento da rivera, na rep�blica oriental do uruguai, motivo que a levou a cursar apenas um ano da escola prim�ria. sua vida foi repleta de dificuldades e sacrif�cios junto a seus familiares, nos afazeres da agricultura. desde pequena se revelaram nela fen�menos medi�nicos de vid�ncia, que seus pais procuravam reprimir, por desconhecer sua verdadeira causa e por temerem que ela enveredasse pelo caminho da loucura. foi m�e extremosa de 7 filhos, em dois matrim�nios. em 1933 desencarnou o seu segundo esposo, gerv�sio si1veira, deixando- a na maior pen�ria com absoluta falta de recursos, o que a levou, juntamente com seus filhos, a passar por angustiosa fase. nesses momentos de grandes afli��es, conheceu uma senhora de nome valentina, que lhe deu alguns folhetos e revistas esp�ritas. a leitura dessas publica��es atuou como verdadeiro b�lsamo, preenchendo uma grande lacuna naquele esp�rito bondoso e abnegado. cheia de f� e esperan�a, aurora come�ou a levar os seus filhos a pequenos centros esp�ritas que existiam nas cidades de rivera e livramento, na fronteira entre o brasil e uruguai, sentindo- se da� por diante bastante aliviada em suas ang�stias, dedicando- se � leitura de "o evangelho segundo o espiritismo", de allan kardec. no dia 5 de julho de 1935, transferiu seu domic�lio para a capital uruguaia, em busca de melhores condi��es econ�micas, passando a trabalhar como costureira. em montevid�u, certo dia, estando muito cansada e aflita, pediu a seu filho baltazar que lesse o �nico livro esp�rita que possu�a, "o evangelho segundo o espiritismo", ocasi�o em que se manifestou um esp�rito que, diante do assombro do mo�o, apenas disse: "n�o temais, venho para ajudarvos", solicitando que procurassem reunir tr�s ou quatro pessoas, quando ent�o voltaria. ao despertar, aurora inteirou- se daquela solicita��o e, no dia seguinte promoveu a reuni�o, segundo a vontade expressa polo esp�rito comunicante, que deu o nome de "bon ajou". ap�s a realiza��o dessa sess�o, aurora teve desabrochada a sua mediunidade, passando a fazer curas assombrosas de cegos, paral�ticos, cancerosos e de uma s�rie de pessoas desenganadas pela medicina oficial. sua fama se expargiu e doentes vinham de todos os lugares em busca da cura. nessa �poca o espiritismo no uruguai era praticamente desconhecido e aurora foi acusada de exerc�cio ilegal da medicina, sendo presa e recolhida a uma pris�o de mulheres, onde permaneceu durante 6 meses. seus filhos foram parar nos mais diversos lugares, inclusive em orfanatos. terminada a senten�a, abandonou a pris�o, debilitada e abatida, por�m isso n�o impediu que dentro de poucos dias voltasse ao mesmo lugar, reiniciando o seu trabalho apost�lico, ajudando os seus irm�os mais necessitados e lutando pela divulga��o dos ideais esp�ritas. ap�s grandes lutas conseguiu ver realizado o seu sonho, obtendo
personalidade jur�dica para uma institui��o que fundou, o "centro evang�lico espiritual hacia la verdad", sociedade beneficente cuja inaugura��o ocorreu em 31 de maio de 1944, e cuja sede pr�pria foi levantada em 1950, na avenida general flores, 4.689, em montevid�u. tudo isso atrav�s do seu esfor�o, coadjuvado por um livro e um esp�rito amigo. os dados acima foram obtidos por interm�dio de baltazar silveira, filho da grande pioneira, entretanto, a t�tulo de subs�dios biogr�ficos, transcreveremos abaixo o que o erudito escritor e orador brasileiro, newton boechat, escreveu sobre essa not�vel batalhadora, em outubro de 1966, quando ela ainda estava entre n�s: "d. aurora de los santos de silveira, pioneira no movimento esp�rita uruguaio, m�dium not�vel e destemida, hoje repousando das lutas de antanho, quando era vigoroso seu organismo f�sico. enfrentou, vezes in�meras, o c�rcere, a persegui��o, os ataques de advers�rios terr�veis, para evidenciar a mensagem esp�rita: o "hacia la verdad", � o fruto de seus labores em fun��o do bem, obtendo, finalmente, personalidade jur�dica desde 1944. a venerada sra., junto � lareira da resid�ncia de canellones, muito nos contou das lutas de outrora, com seus ard�s e embargos, mas que n�o lhe puderam frustrar a perseveran�a. hoje, o "hacia la verdad" � organiza��o respeit�vel, com centenas de s�cios, em sede confort�vel de 200 butacas (poltronas) e preciosa biblioteca. seu auditorium lembra o da "confedera��o esp�rita jo�o evangelista" da penha, no rio de janeiro. d. aurora, quando mais tarde for escrita a historia do espiritismo uruguaio, em seus pr�dromos, aparecer� como inesquec�vel criatura que, quase s�, n�o poupou esfor�os na hora do testemunho. ela � l� o que o dr. bezerra, say�o, bittencourt, ca�rbar, eur�pedes, lins, ol�mpio teles, petitinga, batu�ra e tantos outros que j� desencarnaram, foram aqui. n�s, espiritistas brasileiros, devemos envolver o nome de d. aurora de los santos silveira, em nosso carinhoso respeito. que no sil�ncio de sua resid�ncia em canellones, meditando nas lutas sublimes de outros tempos, junto � lareira amiga e ao chimarr�o de que tanto gosta, receba o rocio de nossas irradia��es". grandes vultos do espiritismo