GALILÉIA, SAMARIA, JUDÉIA At 18.8
Estrutura dos Atos dos Apóstolos Em Atos 1,6-8, encontramos os grandes passos do caminho testemunhal da Igreja primitiva, os critérios da geografia, o material e os sumários que permitem distinguir dois grandes blocos da descrição desse caminho: um em que predomina a atividade na Palestina sob a direção de Pedro, os Doze e a Igreja de Jerusalém (1-12); e o outro, em que prevalece a atividade fora da Palestina e neste Paulo é o protagonista (13-28)80. Há diversidade de estudos sobre a estrutura do Livro. Por isso, se torna difícil enquadrar sua estrutura sobre uma única perspectiva. Com grande predominância nos estudos sobre a composição dos Atos é a forma apresentada por Fitzmyer81 que distribui a estrutura em sete divisões principais, nas quais explica gradativamente como o testemunho da palavra de Deus é levado por etapas, desde Jerusalém até Roma. Apresenta o itinerário marcante no livro dos Atos e por isso, muito pertinente ao nosso trabalho, apesar de longo e detalhado.
Pedro e Paulo: os apóstolos dos gentios
• Os Atos dos apóstolos narram a história, não de todos os apóstolos, senão de dois em particular, Pedro e Paulo. A figura de Pedro domina a primeira parte do livro (1-12) que podia chamar-se “Atos de Pedro” (ainda que também apareçam João, Estevão e Felipe). Dos capítulos 13 ao 28 são os “Atos de Paulo” (ainda que também apareçam Barnabé, Silas, Timóteo, Priscila e Áquila). Ambos aparecem intercalados entre os dois relatos, como no episódio do “Concilio de Jerusalém”. • Para poder escrever o livro dos Atos dos apóstolos, Lucas recorreu a certo número de fontes. Algumas delas se podem identificar facilmente, como a fonte jerosolimitana, reunida em torno a Pedro, ou a fonte antioquena, que narrava a conversão, as viagens e o cativeiro de Paulo, a outras fontes como a “nós”, além de numerosas suturas lucanas. Os gentios • O grande objetivo de Lucas ao narrar esta história é sinalar a extensão progressiva do Reino de Deus pelo mundo inteiro, sua manifestação a toda carne. Este é o programa que o mesmo Jesus havia fixado a seus apóstolos no momento da Ascensão (At. 1, 8). • A saída aos gentios nasce por ocasião da perseguição desencadeada contra os cristãos depois da morte de Estêvão. Este novo movimento, alcançado também pelo impulso do Espírito, leva à Igreja a fechar de maneira definitiva a porta diferenciadora que havia surgido com sua distinção dos judeus (11, 26; 14, 27) • Paulo se converte em modelo e símbolo do missionário que leva esta boa notícia aos confins do mundo. Assim, diante destas propostas apresentadas, a divisão mais freqüentemente usada é a que: o livro é separado em duas grandes partes84 (alguns dividem até o capítulo 1285 e outros até o capítulo 15), e estas fragmentadas em cinco secções que pormenorizam a estrutura do livro, obedecendo a uma seqüência geográfica, com dados cronológicos e personagens que nele aparecem86. As duas grandes partes são assim distribuídas. A primeira parte (1,115,35) forma um mosaico de acontecimentos diversos, que servem para linear a expansão e o crescimento do cristianismo; enquanto a segunda parte (15,36-28,29) apresenta a jornada missionária de Paulo, que leva em viagem o Evangelho deAntioquia até Roma. Porém estas partes se tecem formando um conjunto87. Sendo assim, dentro desta dupla estrutura, apresentamos cinco secções que são divididas da seguinte forma:
Estrutura do texto 1’
I. A primeira comunidade cristã (1, 1-26) • 1. Missão das testemunhas e despedida de Jesus (1, 1-14) – 1.1 O prólogo (1, 1-2) – 1.2 Cenário: despedida de Jesus e missão (1, 3-8) – 1.3 Ascensão de Jesus (1, 9-11) – 1.4 A primitiva congregação em Jerusalém (1, 12-14) • 2. Recomposição dos Doze (1, 15-26)
COMENTÁRIOS: Introdução à obra. -1,1-2: resume o caminho de Jesus desde seus começos até a ascensão, depois de instruir aos Doze, movido pelo Espírito. -1,3-11: desenvolve a última afirmação: os Doze e o Espírito são os que garantem o caminho. a) Aparições durante 40 dias. Jesus os instrui sobre o Reino de Deus. b) Última aparição, Jesus envia-lhes como testemunhas a Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins do mundo, com a assistência do Espírito. c) Assunção de Jesus e fixação dos limites do tempo da Igreja: entre a assunção e a parusia. -1,12-26: eles se preparam na oração e reconstroem o grupo dos Doze. Este capítulo explica teologicamente a traição de um dos Doze e oferece a teologia dos Doze: testemunhos qualificados de Jesus, de seu ministério e ressurreição. II A missão do testemunho em Jerusalém (2, 1-8, 4) • 1. Chamamento a todo Israel (2, 1-3, 26) – 1.1 Acontecimento de Pentecostes: batismo no Espírito (2, 113) – 1.2 Discurso de Pedro à assembléia de Israel (2, 14-36) – 1.3 Reação ao discurso de Pedro (2, 37-41) – 1.4 Primeiro resumo maior: a vida da comunidade unificada (2, 42-47) – 1.5 milagre de Pedro no templo (3, 1-11) – 1.6 Discurso de Pedro no templo (3, 12-26) • 2. Vida e tribulações da comunidade de Jerusalém (4, 1- 8, 4) – 2.1 Pedro e João ante o sinédrio (4, 1-22) – 2.2 A oração dos cristãos de Jerusalém (4, 23-31) – 2.3 Segundo resumo maior: uma comunidade solidária (4, 32-35) – 2.4 Exemplos individuais de conduta cristã (4, 36- 5, 11) – 2.5 Terceiro resumo maior. Uma comunidade compassiva (5, 12-16) – 2.6 Outra perseguição aos apóstolos (5, 17-42) – 2.7 Comunidade reestruturada: comissão dos Sete (6, 1-7) – 2.8 Testemunho de Estêvão (6, 8- 7, 1) – 2.9 Discurso Estêvão(7, 2-53)
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2. 10 Redação ao testemunho de Estêvão; seu martírio (7, 54 – 8, 1ª) 2.11 Outra perseguição em Jerusalém (8, 1b-4)
COMENTÁRIOS: introdução e a comunidade de Jerusalém (1,1-5,42) Com a apresentação do prólogo do livro constituído por aparições do Ressuscitado, suas instruções e o relato de sua ascensão (1,1-11). Em seguida, a composição da comunidade, a escolha de Matias, Pentecostes e o discurso inflamado de Pedro, convertendo 3.000 homens. Sublinha o messianismo vigente e a realidade da Igreja nascente, que estava no Plano Econômico Salvífico de Deus. Assim, as Escrituras se cumpriam. Em suma, apresenta as origens da Igreja de Jerusalém, explicitando todas as dificuldades e também as maravilhas que o cristianismo realizava no seio das primeiras comunidades cristãs. Início da Igreja em Jerusalém a partir de Pentecostes, aparição do grupo dos helenistas. -2,1-13: Pentecostes. O Espírito faz com que tenham consciência da necessidade da missão e capacita-os para levá-la a cabo. Lucas destaca a ação do Espírito. Somente se é discípulo de Cristo quando se recebe o Espírito e se anuncia o Evangelho do Senhor. -2,14-47: começa o testemunho da Igreja em Jerusalém. Pedro junto aos Doze predica que Jesus morreu e ressuscitou; ensinamento apostólico, comunhão de vida, fração do pão e oração comum. -3,1-5,42: Os Apóstolos e a comunidade de Jerusalém dão testemunho da ressurreição curando, predicando e sofrendo as perseguições sob a orientação do Espírito. -6,1-8,3: novo conflito com a autoridade judia. São designados sete membros (diáconos) da comunidade para se encarregar do serviço aos pobres. Testemunho do proto-mártir Estêvão ante o Conselho e seu martírio por lapidação. Perseguição e dispersão dos helenistas, grupo importante e o más aberto e dinâmico da Igreja nascente. No desenrolar da obra lucana, os helenos são a premissa histórica que possibilita o caminho aos confins da terra.
III. A missão de testemunha em Judéia e Samaria (8, 5-40) • 1. Felipe encontra com Simão em Samaria (8, 5-25) • 2. Felipe e o Eunuco etíope no caminho de Gaza (8, 26-40)
COMENTÁRIOS: -8,5-40: Felipe prega o anuncio fora de Jerusalém.
IV. A palavra é levada longe, incluso aos gentios (9, 1- 14, 28) • 1. O perseguidor se converte em testemunha cristã. (9, 1-31) – 1.1 O chamado de Saulo (9, 1-19ª) – 1.2 Pregação de Saulo e problemas em Damasco (9, 19b-25) – 1.3 Primeira visita de Saulo a Jerusalém (9, 26-31) • 2. Pedro inicia a missão aos gentios (9, 31 -11, 18) – 2.1 Milagres de Pedro em Lida e Jope (9, 32-43) – 2.2 Conversão de Cornélio e sua família em Cesaréia (10, 1 -11,18) • a) Visão de Cornélio (10, 1-8) • b) Visão de Pedro (10, 9-16) • c) Boas vindas de Cornélio aos mensageiros (10, 1723ª) • d) Testemunho de Pedro em casa de Cornélio (10, 23b48) • e) Auto-defesa de Pedro em Jerusalém (11, 1-18) • 3. Propagação da Palavra aos gentios em outras partes (11, 19 -12, 25) – 3.1 Gregos em Antioquia batizados por Barnabé (11, 19-26) – 3.2 O profeta Ágabo e a coleta para Jerusalém (11, 27-30) – 3.2 Perseguição de Santiago e Pedro por Herodes; morte de Herodes (12, 1-23) – 3.4 Resumo e sutura lucana (12, 24-25) • 4. Primeira viagem missionária de Paulo aos gentios em Ásia menor (13, 1 -14, 28) – 4.1 Missão de Barnabé e Saulo (13, 1-3) – 4.2 Evangelização de Chipre (13, 4-12) – 4.3 Evangelização de Antioquia de Pisídia; discurso de Paulo (13, 13-52) – 4.4 Evangelização de Icônio (14, 1-7) – 4.5 Evangelização de Listra e Derbe (14, 8-20) – 4.6 Volta de Paulo a Antioquia em Síria (14, 21-28)
COMENTÁRIOS: início das missões (6,1-12,25) Esta seção apresenta a difusão do Evangelho para além das fronteiras de Jerusalém88. A missão dos apóstolos estende-se ao universo (At 1,8; cf. Is 45,14).
As etapas, aqui assinaladas, traçam em linhas gerais o esquema geográfico dos Atos: Jerusalém, que era o ponto de chegada do Evangelho, é agora o ponto de partida (cf. Lc 2,38)89. A figura central desta seção é Pedro, que abre as portas do Evangelho ao mundo pagão90 (cf. 10,1-48). Porém também encontramos outras figuras que enriquecem estes relatos: os sete diáconos (6,1-7)91, dentre os quais destacam-se Estêvão (6,8-8-3)92 e Filipe (8,4-40)93. Nesta seção, outro ponto de relevante destaque é a narrativa das primeiras perseguições ao cristianismo, episódios que culminam por propagarem o Evangelho para as outras regiões. Percebemos o divino plano de Deus (Economia da Salvação) na difusão do Evangelho. Também nos deparamos com a primeira narrativa da conversão de Paulo. Assim, em três momentos, é resumida a ação dos missionários nesta seção: At 6,7: “E a palavra do Senhor crescia. O número dos discípulos94 multiplicava-se enormemente em Jerusalém, e considerável grupo de sacerdotes obedecia à fé”. A Igreja fortificava sua estrutura com a escolha de sete diáconos (6,1-7), o discurso de Estêvão anuncia o movimento “cristão” que se apartava dos judeus e culminava com seu martírio, tornando-se uma nova realidade de testemunho, e iniciava a expansão abrindo perspectivas para novos personagens com novos rumos evangelizadores: Filipe, Pedro, Paulo, Barnabé. Eis um pequeno esquema: Filipe converte um eunuco da Etiópia na Samaria (8,4-40); Saulo, o outrora perseguidor dos que aderiam a Jesus, converte-se no caminho de Damasco e torna-se um novo propagador da Palavra de Deus, tendo como companheiro Barnabé (9,1-30); a figura de Pedro, que também inicia o processo universal de expansão da Igreja vivente, com uma visão que o leva a Cesaréia95 e ali batiza a família de um centurião romano, Cornélio96 (9,31-11,18). Em At 9,31: “Entretanto, as igrejas gozavam de paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Elas se edificavam e andavam no temor do Senhor, repletas da consolação do Espírito Santo”. At 12,24: “Entretanto, a Palavra de Deus crescia e se multiplicava”, mesmo com o início das perseguições: Pedro é preso e Tiago, filho de Zebedeu, é decapitado (12,1-25).
-9,1-31: Conversão e vocação de Paulo. -9,32-43: Pedro visita as comunidades de Judéia: Lida (Eneas) e Jope (Tabita). -10,1-11-18: Pedro, obedecendo o mandato divino, acolhe ao pagão Cornélio no seio da comunidade cristã. Este acontecimento prepara o caminho à difusão universal. -11,19-30: começo da comunidade de Antioquia. Paulo e Barnabé intervêm na coleta para remediar a fome. Antioquia enviará a Paulo e a Barnabé. -12,1-23: Lucas acaba esta parte referindo-se à Igreja de Jerusalém, com a qual havia começado: perseguição da comunidade primitiva em tempos de Herodes Agripa; prisão de Pedro e libertação prodigiosa; castigo e morte do perseguidor. -13,1-14,28: primeira viagem. Missão de Paulo e Barnabé: Chipre (Pafos; pro cônsul Sergio Paulo). Galácia Meridional (Antioquia de Pisídia, Icônio, Listra, Derbe). Regresso a Antioquia At 10, nos versículos 34-35 mostram através da conversão de Cornélio (centurião romano) a expansão étnica do cristianismo, pois, Deus não faz acepção de pessoas. 91 Lucas não usa o termo diak, onoj, mas sim diakonia, , que significa serviço. Eis os escolhidos: Estêvão, Filipe, Prôcoro, Nicanor, Timon, Parmenas, Nicolau. Todos têm nomes gregos. Assim, o grupo dos cristãos helenistas recebe uma organização separada do grupo hebreu. O ministério, de certa forma, se expande para fora da raça judaica (cf. nota “i” – Bíblia de Jerusalém, 8ª edição: Atos dos Apóstolos, capítulo 6, versículo 5). 92 Primeiro mártir cristão. Por sua atividade missionária foi expulso de Jerusalém e apedrejado até a morte. 93 Segundo a tradição, foi martirizado na Frígia aos 87 anos de idade. 94 “Os discípulos” nova maneira, em certas seções dos Atos (nem antes de 6,1, nem depois 21,6: indícios de fontes utilizadas por Lucas), de designar os cristãos, assimilados assim ao pequeno grupo de fiéis que aderiram a Jesus e que os Evangelhos designam por este nome. (cf. nota “d” – Bíblia de Jerusalém, 8ª edição: Atos dos Apóstolos, capítulo 6, versículo 1). Porto que Herodes, o grande, construiu em honra a César Augusto na costa do Mediterrâneo, a 40 Km de Samaria. Cornélio, o centurião romano, era de lá (At 10. Paulo esteve preso por dois anos nesta cidade (At 23,31-26,32). 96 Cornélio, um dos centuriões da corte itálica da Cesaréia (At 10,1), o primeiro gentio a se converter à fé cristã. As circunstâncias que acompanham este batismo provaram aos cristãos de
origem judia que a circuncisão não era necessária à salvação. VICENTE, A., Dicionário Bíblico. São Paulo: Edições Paulinas, 1969, p. 132. 97 Paulo, Barnabé e João Marcos foram à Ilha de Chipre, onde já havia comunidades cristãs. Pregaram em Sálamis, percorreram toda a ilha até Pafos. De Pafos seguiram para Perge e Panfília, onde João Marcos se despede e volta para Jerusalém. Paulo e Barnabé seguem para Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra Derbe e redondezas. Depois retornaram por Listra, Icônio e Antioquia da Síria (anos de 44-49).
V. A • • • • •
decisão de Jerusalém sobre os gentios cristãos (15, 1-35) 1. Pré-história (15, 1-2) 2. Convocação e apelação de Pedro ao precedente (15, 3-12) 3. Confirmação de Santiago e propostas (15, 13-21) 4. A carta de Jerusalém às igrejas locais dos gentios (15, 22-29) 5. Repercussão da decisão de Jerusalém e carta (15, 30-35)
COMENTÁRIOS: Barnabé e Paulo – A primeira viagem missionária e o primeiro Concílio de Jerusalém (13,1 - 15,35). Na terceira seção do livro, começa a narrativa da primeira viagem missionária de Paulo97 (12,1-14,28), especificamente no capítulo 13, enviados como missionários a Antioquia, evangelizam Chipre e penetram até Licaônia. Daí, nos depararmos com a expansão do cristianismo que ultrapassa a barreira do mundo judaico e penetra a Ásia Menor, desbravando, com audácia e convicção, a dimensão territorial do Evangelho98. Com a nova geografia de evangelização surgiram divergências de culturas e costumes, fazendo-se mister um maior esclarecimento da nova fé que surgia no mundo. Mesmo convertendo muitos a Cristo, Paulo e Barnabé são convidados a voltarem a Jerusalém para, esclarecerem os novos rumos do cristianismo, antes um patrimônio exclusivo do povo judeu. Os conflitos de identidade foram debatidos e esclarecidos na primeira convocação da Igreja, para conciliar propostas. Assim, surgiu o Concílio de Jerusalém (At 15; cf. Gl 2,1-10), presidido por Tiago99, então bispo da Igreja de Jerusalém. Convocação que tinha como encarte principal o colóquio entre os novos convertidos100. Com o concílio está concluída a terceira parte desta seção. Assim, Paulo
tem mãos livres para levar, diante do mundo greco-romano a carga gloriosa e dolorosa do testemunho cristão, pois primeiro pregava aos judeus e, em seguida, aos pagãos101. - 15, 1-35. Problema de relacionamento com os judeu-cristãos, resolvido com a celebração do concilio apostólico de Jerusalém (decreto). -15,36-18,22: segunda viagem de missão (Macedônia e Acaia): saída de Antioquia; separação entre Barnabé e Paulo; por meio de Ásia Menor (Galácia setentrional) até Trôade; em Macedônia (Filipos, Tessalônica, Beréia); em Acaia (Atenas, Corinto) . Regresso a Antioquia passando por Éfeso e Cesaréia. -18,23-20,4: terceira viagem de missão (Éfeso): o alexandrino Apolo em Éfeso e Corinto; atividade de Paulo em Éfeso; a alvoroço dos ourives (Demetrio); marcha de Paulo, visita a Macedônia e invernada no Hélade (Corinto). 20,5-22,21: última viagem a Jerusalém (passando por Filipos,Trôade e Mileto onde Paulo pronuncia um discurso de despedida aos anciãos de Éfeso, Cesaréia); sombrios pressentimentos e vaticínios. -Chegada a Jerusalém e visita à comunidade primitiva; tentativa de afastar o perigo que lhe ameaça por parte dos judeus. -Entrada no templo e prisão. Testemunho de Paulo missionário, falando aos judeus VI. Missão universal de Paulo e testemunho (15, 36 -22, 21) • 1. Ulteriores viagens missionárias de Paulo (15, 36 -22, 21) – 1.1 Paulo e Barnabé diferem e separam-se (15, 36 -20,38) – 1.2 Segunda viagem missionária de Paulo (15, 41 -18, 22) • a) Em Derbe e Listra: Timóteo como companheiro (15, 41 -16,5) • b) Paulo cruza Ásia menor (16, 6-10) • c) Evangelização de Filipos (16, 11-40) • d) Paulo em Tessalônica e Beréia (17, 1-15) • e) Paulo evangeliza Atenas no Areópago (17, 16-34) • f) Paulo evangeliza Corinto; Arrastado ante Galião (18, 1-17) • g) Paulo volta a Antioquia (18, 18-22) – 1.3. Terceira viagem missionária de Paulo (18, 23- 20, 38) • a) Apolo em Éfeso e Acaia (18, 23-28) • b) Paulo em Éfeso e discípulos do Batista (19, 1-7) • c) Evangelização de Paulo de Éfeso (19, 8-22) • d) Motim dos ourives de Éfeso (19, 23-41) • e) Paulo sai para Macedônia, Acaia e Síria (20, 1-6) • f) Paulo revive a Êutico em Trôade (20, 7-12) • g) Viagem de Pablo a Mileto (20, 13-16) • h) Discurso de despedida em Mileto (20, 17-38) • 2. Paulo em Jerusalém (21, 1 -22, 21) – 2.1 Viagem de Paulo a Jerusalém (21, 1-16)
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2.2 Paulo visita a Santiago e aos anciãos de Jerusalém (21, 17-25) 2.3 Paulo é preso em Jerusalém (21, 26-40) 2.4 Discurso de Paulo à multidão de Jerusalém (22, 1-21)
COMENTÁRIOS: as grandes missões da Igreja primitiva (15,36 - 19,20) A segunda e a terceira viagens de Paulo são narradas nesta parte102, que engloba a fundação das primeiras comunidades nos grandes centros da Ásia Menor, Macedônia e Grécia, dentre os quais estão Filipos, Tessalônica, Beréia, Corinto, Atenas e Éfeso. Ali, o Evangelho encontra-se em conflito com a cultura grega e com as autoridades e estruturas do Império103. O autor dos Atos está bem informado sobre alguns personagens que entram no universo de Paulo: Priscila, Áquila, que vêm de Roma; Apolo, um alexandrino eloqüente. Paulo parte com Silas e Timóteo de Listra. O Espírito Santo o conduz, contra a sua vontade, até Trôade. O relato da viagem passa repentinamente para a primeira pessoa do plural, o autor, provavelmente se encontra entre os companheiros de Paulo. Lucas se interessa em narrar, particularmente, os acontecimentos em Éfeso, esta “segunda capital” do mundo Paulino, onde Paulo chega depois de sua peregrinação e lá permanece por dois anos (primeira fase da terceira viagem)104. - 22,22-23,35. testemunho de Paulo missionário; cativeiro na torre Antonia; ataques de fanáticos judeus e prisão; discurso ao povo; ante o Sinédrio; conjura dos judeus; conduzido a Cesaréia. - 24,1-26,32. Processo de Paulo ante o tribunal do governador; comparecimento ante Felix; adiamento do processo; ante o tribunal de Festo; Paulo apela a César; Festo informa sobre o processo ao rei Agripa II; Paulo pronuncia um discurso de defesa ante Agripa. - 27, 1-28.29. Paulo é conduzido a Roma; de Cesaréia Creta, passando por Mira de Licia; temporal no mar; naufrágio cerca de Malta e salvamento; invernada em Malta; de Malta a Roma. -Paulo passa dois anos preso em Roma: prega primeiro aos judeus, porém muitos deles são cépticos ao anúncio. Diz: “Sabei que a salvação de Deus se envia aos pagãos; eles sim, escutarão.” O sumário final (28,30-31), deixa claro que Paulo durante sua permanência em Roma dedicou-se ao anuncio da Boa Nova. Lucas apresenta a Paulo, como protótipo da missão universal da Igreja. VII. Paulo preso pelo testemunho da Palavra (22, 22-28, 31)
• 1. Prisioneiro em Jerusalém e testemunho ali (22, 22 -23, 22) – 1.1 Paulo levado aos quartéis romanos; o cidadão romano (22, 22-29) – 1.2 Paulo levado ante o sinédrio de Jerusalém (22, 30 -23, 11) – 1.3 Conspiração do povo de Jerusalém para matar a Paulo (23, 12-22) • 2. Prisioneiro em Cesaréia e testemunho ali (23, 23 -26,32) – 2.1 Traslado a Cesaréia (23, 23-35) – 2.2 Processo ante o governador Félix (24, 1-21) – 2.3 Prisão de Paulo em Cesaréia (24, 22-27) – 2.4 Ante o governador Festo, Paulo apela a César (25, 1-12) – 2.5 Festo convida a Agripa a escutar a Paulo (25, 13-27) – 2.6 Discurso de Paulo ante Agripa e Festo (26, 1-23) – 2.7 Reações ao discurso de Paulo (26, 24-32) • 3. Prisioneiro em Roma, testemunho e ministério ali (27, 1 -28, 31) – 3.1 Partida para Roma (27, 1-8) – 3.2 Tormenta no mar e naufrágio (27, 9-44) – 3.3 Paulo passa o inverno em Malta (28, 1-10) – 3.4 Chegada de Paulo a Roma e prisão domiciliaria (28, 1116) – 3.5 Testemunho de Paulo aos judeus principais de Roma (28, 17-31)
COMENTÁRIOS: término das missões (prisão de Paulo) e chegada do Evangelho a Roma (19,21-28,29). A quinta e última parte do livro enfoca, principalmente, a prisão de Paulo e sua chegada a Roma, pois fora encarcerado em Jerusalém e depois em Cesaréia. Levado em escolta militar para Roma, sofreu naufrágio antes de chegar, enfim a Roma, apresentando a prisão de Paulo. A narração é relatada da forma mais viva, no próprio estilo de Lucas. Deste modo, a divisão obedece a uma dinâmica geral da trajetória estabelecida por Lucas considerando a dispersão do anúncio cristão, distinguindoo da expansão da Boa Nova, que se dilata do mundo eleito, onde a figura de Pedro predomina, e se propaga para o mundo pagão pela imposição e ímpeto de Paulo. Assim, o livro dos Atos pode ser considerado como um prólogo adequado para o resto da história da igreja vigente.
Estrutura dos Atos dos Apóstolos Em Atos 1,6-8, encontramos os grandes passos do caminho testemunhal da Igreja primitiva, os critérios da geografia, o material e os sumários que permitem distinguir dois grandes blocos da descrição desse caminho: um em que predomina a atividade na Palestina sob a direção de Pedro, os Doze e a Igreja de Jerusalém (1-12); e o outro, em que prevalece a atividade fora da Palestina e neste Paulo é o protagonista (13-28)80. Há diversidade de estudos sobre a estrutura do Livro. Por isso, se torna difícil enquadrar sua estrutura sobre uma única perspectiva. Com grande predominância nos estudos sobre a composição dos Atos é a forma apresentada por Fitzmyer81 que distribui a estrutura em sete divisões principais, nas quais explica gradativamente como o testemunho da palavra de Deus é levado por etapas, desde Jerusalém até Roma. Apresenta o itinerário marcante no livro dos Atos e por isso, muito pertinente ao nosso trabalho, apesar de longo e detalhado.
Pedro e Paulo: os apóstolos dos gentios • Os Atos dos apóstolos narram a história, não de todos os apóstolos, senão de dois em particular, Pedro e Paulo. A figura de Pedro domina a primeira parte do livro (1-12) que podia chamar-se “Atos de Pedro” (ainda que também apareçam João, Estevão e Felipe). Dos capítulos 13 ao 28 são os “Atos de Paulo” (ainda que também apareçam Barnabé, Silas, Timóteo, Priscila e Áquila). Ambos aparecem intercalados entre os dois relatos, como no episódio do “Concilio de Jerusalém”. • Para poder escrever o livro dos Atos dos apóstolos, Lucas recorreu a certo número de fontes. Algumas delas se podem identificar facilmente, como a fonte jerosolimitana, reunida em torno a Pedro, ou a fonte antioquena, que narrava a conversão, as viagens e o cativeiro de Paulo, a outras fontes como a “nós”, além de numerosas suturas lucanas. Os gentios • O grande objetivo de Lucas ao narrar esta história é sinalar a extensão progressiva do Reino de Deus pelo mundo inteiro, sua manifestação a toda carne. Este é o programa que o mesmo Jesus havia fixado a seus apóstolos no momento da Ascensão (At. 1, 8). • A saída aos gentios nasce por ocasião da perseguição desencadeada contra os cristãos depois da morte de Estêvão. Este novo movimento, alcançado também pelo impulso do Espírito, leva
à Igreja a fechar de maneira definitiva a porta diferenciadora que havia surgido com sua distinção dos judeus (11, 26; 14, 27) • Paulo se converte em modelo e símbolo do missionário que leva esta boa notícia aos confins do mundo. O contexto histórico dos Atos dos Apóstolos Contexto social e político: é sabido historicamente que o povo de Jesus era dominado pelos romanos. Logo, a influência social e política eram demasiadas. Portanto, diante destes aspectos, podemos entender certas situações nas quais passavam os judeus. a) A sociedade romana das cidades no tempo de Jesus era formada por livres e escravos. A classe dos livres era formada: por metecos127 e cidadãos128, que faziam parte da ekklhsia, ou assembléia. Os escravos não possuíam direitos civis nem podiam constituir famílias, eram tratados com muita dureza em Roma, considerados como animais e chamados de soma ou zwon, em latim: greges ancillarum, legionis mancipiorum, desenvolviam trabalhos agrícolas ou serviços domésticos. Entre os escravos, o cristianismo encontrou muitos adeptos, pois, na nova religião, eles eram considerados filhos de Deus e irmãos de Cristo, adquirindo sua dignidade humana. Uma lógica menção sobre o sentido da escravidão no Novo Testamento, conferir a Epístola de Filemon129. Sobre a divisão administrativa, o império romano era dividido em províncias (eparceia) que, por sua vez, eram divididas em categorias: imperiais139 e senatórias140. c) No sentido religioso, o fenômeno mais notável dentre as várias manifestações religiosas do mundo greco-romano era a religião imperial, ou seja, o culto a Roma e ao imperador. Seu culto oficial surgiu com Augusto, que recebeu forte influência com a nomeação de Alexandre “o Grande” (ano 332) pelos oráculos e pelos sacerdotes como “filho de Amon” que equivalia em grego ao “filho de Zeus”. Augusto se intitulou herdeiro e sucessor de Alexandre. Já a partir de 29 a.C., as cidades da Ásia Menor, Pergámo, entre outras, organizavam seus cultos ao imperador. Nestas cidades havia templos dedicados à deusa Roma.
Nero e Domiciano estimularam e exigiram a adoração a sua pessoa. Sob Domiciano, o culto ao imperador ganhou sentido universal tornando-se expressão de lealdade do cidadão ao próprio império. O cristianismo encontrou vários problemas com relação ao culto imperial, como, por exemplo, o próprio Jesus que sofreu com esta acusação (Lc 23,2). Assim, a situação do livro no seu contexto serve para mostrar as crises e dificuldades dos primeiros cristãos e situá-los no momento atual, já que a narrativa teológica-histórica do livro abrange o período da ascensão de Cristo, por volta do ano 30 d.C., até a chegada de Paulo a Roma, por volta do ano 60 da era cristã, e sua composição redacional se dá por volta dos anos 80/90 da nossa era. d) A Palestina nos tempos de Jesus: em relação à situação política, a Palestina estava sob ocupação romana. A cultura dominante no país era a judaica, mas também o grego é a língua dominante. Predominava a diversidade entre as culturas: hebraica, grega, romana. Roma respeitava bastante as instituições e peculiaridades dos povos que dominava. Havia um representante romano que governava ajudado de uma pequena guarda142. A situação social da Palestina se compunha de dois grupos sociais predominantes: os judeus, habitantes da própria Palestina, e os pagãos romanos. Havia muitos judeus na diáspora, ou seja, vivendo fora da Palestina. Dentro do grupo judeu, havia duas linhas do ponto de vista religioso influente: os fariseus145 e os saduceus146. Outras classes sociais: a grande maioria era de gente simples e religiosa. Os sacerdotes eram quem cuidavam do templo e ofereciam os sacrifícios, ajudados pelos levitas147. Os guardas colocavam ordem no templo. Com mais recursos, havia os escribas, mestres e advogados. Os anciãos eram determinantes para as decisões importantes. Havia também os essênios ou monges de Qunram, espécie de ordem religiosa; os discípulos de João Batista. Não bem vistos pelo povo, os publicanos, unidos aos romanos, cobravam impostos, eram ricos e
odiados; considerados pecadores, não obedeciam à lei; os herodianos eram revolucionários que desejavam que a família de Herodes tomasse o poder na Palestina148. Lucas, provavelmente, esteve com Paulo em algumas de suas viagens, pois narra a seção “nós” (At 16,10-17; 20,5-21,18; 27,1-28,16)170 de experiência própria. Surpreendentemente, esta seção é narrada na primeira pessoa do plural. Outra hipótese plausível é a de que Lucas esteve com Paulo em Roma, na época de sua prisão. Isso explica os vários sermões e discursos de Paulo. VICENT, A., Dicionário Bíblico. São Paulo: Edições Paulinas, 1969, p. 504. O sentido primitivo é de zeloso (At 21,20; 22,3; Gl 1,14). Partido político de rebeldes fanáticos contrários à dominação romana; nacionalistas, fundamentalistas e violentos, queriam uma nação livre e governada em nome de Deus. Fundado por Judas de Gamala em 7 d.C., teve um papel relevante em 64-65, sob Gérsio Floro, e na revolta de Jerusalém contra Roma. 144
KASCHEL, W.; ZIMMER, R., Dicionário da Bíblia de Almeida. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 71. Era um grupo de maioria leiga, embora fizessem parte dele alguns sacerdotes. Obedeciam estritamente à Lei de Moisés. Respeitavam as tradições (o sábado, os ritos de purificação, as orações, a esmola, o dízimo etc), estudavam a Lei de Moisés, eram influentes e respeitados. Esperavam a futura vinda de um Messias libertador político, acreditavam na ressurreição final, desejavam a independência da Palestina. Embora vivessem com os romanos, não eram seus amigos. Paulo se dizia fariseu (At 23,6). 145
2.3. Finalidade do livro dos Atos dos Apóstolos O autor dos Atos buscou, dentro de uma proposta teológica, unir e significar o conjunto da obra175. Reconstruindo em grandes linhas uma perspectiva histórico-teológica que dá substância à missão e à fé oriundas das primeiras comunidades176. Tais como177: a) Mostra a continuidade histórica e teológica entre a Igreja das origens (a dos Apóstolos que se une com a história de Israel) e as novas Igrejas, surgidas fora da Palestina, numa outra área cultural sem tradição e passado histórico; b) Faz emergir as raízes históricas e espirituais da Igreja, que prolonga a herança
espiritual de Israel – as promessas – e se abre ao mesmo tempo para o mundo ecumênico dos povos; c) Sublinha, enfim, a unidade do desígnio salvífico de Deus, isto é, daquela salvação que se realiza na história, que foi prometida no AT, e é atuada em Jesus e ainda se prolonga na Igreja. O Livro dos Atos dos Apóstolos, enquanto relato, desperta grande interesse em todos os cristãos, pois apresenta, de forma peculiar, as questões relativas às origens cristãs: da vida de Jesus até a chegada do Evangelho em Roma178. Como fonte de história, pensamento, experiência e teologia da Igreja, a obra proporciona exposições que nos ajudam a compreender as primeiras comunidades cristãs179. Mesmo sem grande aprofundamento, a maioria dos cristãos já ouviu algum comentário sobre a historicidade desta obra lucana. Por exemplo, a narração de Pentecostes: o despertar da Igreja; a história do protomártir Estêvão que, imbuído pela força da conversão, doou sua vida pela glória da Igreja; as narrativas do outrora “anticristão” Paulo e de Pedro180. Assim, diante desta dimensão apostólica, podemos perceber a influência e a eficácia desta obra para a história e o início missionário eclesial dos cristãos da primeira hora e dos novos convertidos. Portanto, a experiência dos Atos dos Apóstolos sempre teve grande autoridade em toda a vida da Igreja de Deus181. Assim, a dinâmica dos Atos inspira um modo comum de vida e participação na Igreja universal182. Desta forma, a experiência viva e comunitária dos Atos serviu de exemplo para que a Igreja vivesse uma realidade completa de comunidade, de modo que “a multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava seu o que possuía, mas tudo era comum entre eles” (At 4,32)183. Apesar de Lucas se concentrar nas atividades missionárias de Pedro e de Paulo, na realidade o livro descreve primeiro a ação do mistério do Espírito Santo, que adverte os cristãos ao impulso do querigma e do testemunho, através do qual a trajetória da Boa Nova de
Deus, aos poucos, desloca-se de Jerusalém para Roma, conforme a ordem dada pelo Ressuscitado: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra”184. Devido à práxis revolucionária descrita na obra lucana, sempre há indagações sobre a mensagem apostólica, pois os fatos realizáveis no “Corpus Lucanum”, no qual aparecem momentos singulares das personagens e suas atividades, expõem a rica narrativa histórica da Igreja primitiva, explorada sobre a perspectiva da construção do “modus vivendi” dos primeiros passos do cristianismo que brotou de uma “insignificante cidade”185, por um “simples homem” que vivia sob uma forte pressão cultural e política. Portanto, quando nos deparamos com a dimensão desta obra, nos interrogamos: qual a intenção dos Atos dos Apóstolos? Esta obra que, no início da Igreja, circulava anônima e sem título. Assim, a partir da práxis da obra Lucana, nós podemos compreender a estrutura e a intenção teológica de Lucas. Ele quer mostrar como o Evangelho se propagou no mundo, deslocando-se do mundo judaico para o mundo pagão186, não por vontade humana, mas por ordem divina, pois o universalismo da economia da salvação perpassa toda a perspectiva da dupla obra Lucana. 185
1 ª VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO Paulo, que o nome hebreu era Saulo, nasceu em Tarso, uma cidade que está hoje no sul da Turquia. Seus pais eram Judeus, embora um deles tivesse cidadania Romana . (Atos 22:25-28). Contexto: Tarso é uma cidade que hoje está no sul da Turquia. Ela se localiza ao longo da costa de um rio que provê acesso para a costa do Mediterrâneo. Ao norte da cidade se erguem as montanhas Taurus. A estrada próxima de Tarso leva através de uma passagem conhecida como Portões Cilicianos para o interior do país. Uma moeda Grega de Tarso, mostra a cabeça de uma divindade, como na figura acima. Nos tempos Romanos a cidade era o lugar de encontro de Antônio e Cleopatra. A cidade também se tornou num importante centro de filosofia. Paulo nasceu em Tarso mas recebeu pelo menos parte de sua educação em Jerusalém. (Atos 22:3) Paulo nasceu em Tarso, mas gastou ao menos parte de sua juventude em Jerusalém. Lá ele estudou as leis judaicas com o Rabino Gamaliel. Contexto: Jerusalém tornou-se a capital do antigo Israel durante o reino de Davi, cerca de 1000 a.C. Nos tempos romanos ela permaneceu como cidade central para a vida dos
Judeus. Este é um lado do templo, que era um lugar onde os sacrifícios podiam ser oferecidos de acordo com a lei judáica. DAMASCO: Contexto: Damasco era a principal cidade da antiga Síria. Localizada na rota do comércio da antiguidade, seu amplo suprimento de água fez dela uma importante cidade para o comércio e agricultura. No primeiro século, Damasco estava debaixo do governo romano, mas no tempo da conversão de Paulo estava aparentemente sendo governada por um rei local chamado Aretas (2 Cor 11:32). Havia uma grande comunidade judia em Damasco. Os judeus cristãos como Ananias, que ajudou Paulo, deveria estar associado com a sinagoga de Damasco. ANTIOQUIA: Antioquia foi o lugar onde os Cristãos começaram fazer esforços para extender o evangelho a não-judeus . Barnabé trouxe Paulo de Tarso para Antioquia para se juntar ao ministério da congregação. Paulo e Barnabé também levaram a contribuição de Antioquia para Jerusalém, onde havia um perigo de fome. Contexto: Antioquia foi a terceira maior cidade no Império Romano. Foi construída próxima à costa do Mediterrâneo no que é hoje o sudeste da Turquia. A rua principal foi pavimentada com mármore e cercada por colunas. A população de Antioquia era composta de muitos povos, incluindo gregos e judeus. Pedro batizou gentios em Cesaréia (Atos 10:47-48), mas o primeiro esforço sustentado para trazer não-judeus ao cristianismo teve lugar em Antioquia. Foi lá que os seguidores de Jesus foram primeiramente chamados "Cristãos". CHIPRE - SALAMINA: At 13 Paulo, Barnabé e um cristão chamado João Marcos navegaram de Antioquia para Chipre. Eles desceram em Salamina, na costa oriental da ilha e falaram da Palavra de Deus em vários lugares, inclusive sinagogas. Contexto: Chipre é a maior ilha do lado oriental do Mediterrâneo que caiu debaixo do controle romano no primeiro século d.C. Salamina era uma das maiores cidades da ilha. Chipre tinha uma significativa comunidade de judeus nos tempos de Paulo. Judeus de Chipre, que se juntaram a comunidade cristã de Antioquia, foram instrumentos para extender o evangelho aos não-judeus.O companheiro de Paulo, Barnabé, foi um judeu que se tornou cristão em Jerusalém (Atos 4:36) . Depois da desavença com Paulo, Barnabé e João Marcos retornaram mais tarde para Chipre e Paulo foi para a Ásia Menor.(Atos 15:36)
CHIPRE-PAFOS Atos 13:6-12
Paulo, Barnabé e João Marcos atravessaram Chipre até a cidade de Pafos. Eles receberam uma favorável recepção do administrador romano de lá, mas encontraram resistência de um judeu mágico chamado Barjesus ou Elimas. Em resposta, Paulo o feriu temporáriamente com um cegueira. Contexto: Pafos era uma das maiores cidades de Chipre. Situada no lado leste da ilha, ela foi o centro administrativo romano para Chipre. Entre as divindades cultuadas em Pafos estava Afrodite a deusa do amor e beleza.
PERGE
Atos 13:13
Paulo, Barnabé e João Marcos navegaram do norte de Chipre até a Panfília. Eles pararam rapidamente em Perge. Lá João Marcos os abandonou e retornou para Jerusalém. Por causa disso, Paulo o considerou não confiável e mais tarde se recusaria a trabalhar com ele (Atos 15:38). Contexto: Perge era uma cidade da região da Panfília no sudeste da Ásia Menor. Possuia impressionantes portais, torres, aquedutos e prédios públicos. O estádio e o teatro contribuíam para a vida da cultura regional. Um ginásio, adornado com estátuas, foi dedicado ao imperador Cláudio.
ANTIOQUIA DA PSÍDIA Atos 13:13-52
Deixando Chipre, Paulo e Barnabé foram para Antioquia da Psídia. Paulo fez um sermão na sinagoga de lá apresentando Jesus à luz da história de Israel. Alguns foram favoráveis a mensagem, mas outros resistiram e os apóstolos partiram. Contexto: Antioquia da Psídia foi uma cidade no que é hoje a parte oeste da Turquia central. É confundida com a Antioquia da Síria, de onde Paulo partiu. O imperador Augusto fez de Antioquia na Psídia uma colônia romana em 25 a.C. A cidade era adornada de prédios devotados ao culto do imperador. Alguns destes são mostrados acima. No meio do
primeiro século d.C., diversos membros de casa imperial tinham servido como magistrados nesta cidade. Como muitas cidades na Ásia, Antioquia tinha uma sinagoga de judeus. Aqueles que se reuniam incluiam judeus e outros, que reverenciavam ao Deus de Israel, mas que não eram completamente convertidos ao judaísmo (Atos 13:16).
ICÔNIO: Atos 14:1-7
Os apóstolos foram para o oeste da cidade de Icônio. Embora alguns estivessem abertos para a mensagem, outros mostraram hostilidade. O povo tentou apedrejá-los. Contexto: Icônio foi uma importante cidade na provincia romana da Galácia, no que é hoje a Turquia. Localizada ao longo de uma das maiores rotas que conectava o oeste das províncias romanas da Ásia Menor ao leste, Icônio era uma cidade próspera. Sua riqueza vinha do comércio e agricultura.
LISTRA: Atos 14:8-23
Em Listra, Paulo curou um homem aleijado. O povo pensou que Paulo e Barnabé fossem os deuses Júpiter e Mercúrio. Eles trouxeram touros e grinaldas para oferecer um sacrifício, mas Paulo os impediu. Mais tarde o povo se revoltou contra Paulo. Eles o apedrejaram e o arrastaram para fora da cidade. Contexto: Sacrifícios de touros eram comuns na prática da religião Grega. A imagem aqui é de um ritual de sacrifício numa escultura Asiática. Júpiter (Zeus) era o deus supremo entre as divindades gregas. Como Paulo era o orador, foi identificado como Mercúrio (Hermes) e
Barnabé com a figura de Júpiter. Na segunda viagem de Paulo, ele retornou para Listra onde encontrou Timóteo, que se tornou um valioso companheiro. DERBE: Atos 14:20-21
Paulo e Barnabé deixaram Listra e foram para a cidade de Derbe, onde sua mensagem encontrou recepção favorável. Mais tarde, eles voltaram pelo mesmo caminho para a costa. Contexto: Derbe foi uma cidade no parte central do sul da Ásia Menor. A mensagem de Paulo foi recebida favoravelmente em Derbe durante a primeira viagem. Ele visitaria Derbe em sua segunda viagem (16:1) e provavelmente numa outra vez em sua terceira viagem através da Galácia (Atos 18:23). Durante a terceira viagem, Paulo estava acompanhado de diversas pessoas da Grécia e da Ásia. Entre eles estava Gaio que era de Derbe (Atos 20:4). ATÁLIA: Como Paulo e Baranabé completaram a fase inicial de seu trabalho na Ásia, eles retornaram para Perge, próximo a costa. Eles tomaram uma navio próximo do porto de Atália, que os levou de volta para a Antioquia na Síria e então para Jerusalém para uma das mais importantes assembléias. Contexto: Atália era o porto chefe da região da Panfília. Foi fundada por uma rei de Pérgamo, a cidade que dominou o oeste da Ásia Menor antes das conquistas romanas. A cidade tinha torres e muros defensivos. Seu porto podia ser fechado com uma corrente.
CONCÍLIO DE JERUSALÉM:
Atos 15:1-29
Um grande número de não-judeus aceitaram a fé cristã. Isso levantou questões sobre a necessidade dos Cristãos observarem os ritos judáicos. No encontro em Jerusalém, foi decidido que os Cristãos não tinham necessidade de serem circuncidados. Contexto: O concílio determinou que não-judeus convertidos aos cristianismo não precisavam ser circuncidados, mas outras práticas do judaísmo continuavam inalteradas. Atos 15:20 diz que os Cristãos gentios eram aconselhados a se absterem de coisas sacrificadas aos ídolos, da imoralidade sexual, de carne de animais sufocados e sangue.
2ª VIAGEM MISSIONÁRIA FILIPOS: Atos 16:12-40
Paulo seguiu o Caminho Egnatan de Neápolis a Filipos, que era uma colônia e principal cidade da Macedônia. Lá permaneceu algum tempo. Contexto: Filipos era uma colônia que estava localizada no Caminho Egnatan, que era a principal estrada que cruzava a Macedônia. Por ser uma cidade cosmopolita, Filipos misturava tradições gregas e latinas. Clique abaixo para conhecer mais sobre Filipos
LISTRA NOVAMENTE: Atos 16:1-5
Paulo e Silas viajaram na direção oeste de Antioquia até Derbe e Listra, onde eles anteriormente pregaram a Palavra. Timóteo, um jovem cristão de Listra, tinha uma mãe cristã-judia e um pai grego não-cristão. Paulo circuncidou Timóteo para evitar as críticas dos judeus. Timóteo acompanhou Paulo e Silas na jornada missionária para as regiões mais a oeste. Contexto: A visita anterior de Paulo a Listra foi marcada por acentuado contraste. Inicialmente, Paulo foi recebido favoravelmente depois que curou a um homem. As pessoas de Listra pensaram que ele era um deus e quiseram sacrificar para ele. Depois, as pessoas se voltaram contra ele o apedrejando e expulsando da cidade (Atos 14:8-20) GALÁCIA: Atos 16:6-7
Movendo-se em direção ao norte de Listra, Paulo viajou através das regiões da Frígia e Galácia. Avisado pelo Espírito Santo para não entrar na região da Bitínia, que estava mais ao norte, eles desceram para Trôade na costa da Ásia Menor e de lá foram para a Europa. Contexto: Frígia e Galácia eram regiões no que é hoje a Turquia central. A imagem acima é uma área da galácia próxima a cidade de Ankara. No terceiro século a.C., Celtas da Gália na Europa vieram para esta região.O nome Galácia lembra esses ancestrais dos habitantes da região que vieram da Gália. A província romana da Galácia incluia a área tradicional da Galácia incluindo as cidades de Icônio, Listra e Derbe ao sul. Diversas congregações foram estabelecidas nesta região, embora sua localização exata seja desconhecida. Em sua carta para "as igrejas da Galácia" (Gal 1:2), Paulo mais tarde lida com questões a respeito dos cristãos observarem práticas dos judeus, como a circuncisão.
TRÔADE: Atos 16:8-10
Paulo parou em Trôade, no oeste da costa da Ásia Menor. Durante a noite ele teve uma visão na qual um homem falou para ele ir à Macedônia, através da mar Egeu. Paulo rapidamente embarcou para lá. Contexto: Trôade era uma importante cidade-porto ao longo do mar Egeu. Construída logo após o tempo de Alexandre, o Grande, ela estava situada ao noroeste da Ásia Menor, sul da antiga cidade de Tróia. Paulo viajou através de Trôade diversas vezes. SAMOTRÁCIA: Atos 16:11
Paulo navegou no sentido oeste através do mar Egeu, parando à noite na ilha de Samotrácia. No dia seguinte ele continuou a viagem, embarcando para Neápolis perto de Filipos. Contexto: Samotrácia é uma ilha montanhosa ao norte do mar Egeu. O ponto mais alto da ilha cria uma visível marca para a navegação. Embora a ilha não tivesse um bom porto, os navios sempre ancoravam nas práias. Samotrácia era o centro de um culto grego misterioso que tinha uma deidade conhecida como Cabeiri. Pessoas pediam ajuda para esses deuses durante rituais de iniciação. A importância de uma religião central na ilha é evidente nos impressionantes santuários, um dos quais é mostrado acima. O mar é visível abaixo.
NEÁPOLIS: Atos 16:11-12
Depois de navegar de Trôade, Paulo atravessou o mar Egeu e aportou na cidade de Neápolis na Macedônia. De Neápolis, Paulo iria viajar pelo interior do país até Filipos, uma grande cidade na região. Contexto: Neápolis é uma cidade-porto na Macedônia, na parte nordeste do que é hoje a Grécia. A imagem aqui é uma baía próxima da cidade. Navios conectavam Neápolis a outros portos do mar Egeu. Uma importante rota chamada "Caminho Egnatan" passava através de Neápolis e a conectava com as cidades do leste e oeste.
Rio em Filipos Atos 16:12-40
Num rio próximo a Filipos, uma mulher chamada Lídia ouviu a mensagem de Paulo e foi batizada. Mais tarde, uma garota possessa que tinha um espírito de advinhação seguiu Paulo ao rio, gritando que Paulo era servo do Deus Altíssimo. Paulo expulsou o demônio.
Contexto: Um pequeno rio flui próximo a cidade de Filipos. Perto do rio estava o lugar de oração, que provavelmente era uma sinagoga. Lá Paulo encontrou Lídia, que era uma mercadora de roupas de Tiatira na Ásia Menor.Depois de entrar para a fé e ser batizada, ela convidou Paulo e Silas para se hospedarem em sua casa.
ACUSAÇÃO EM FILIPOS: Atos 16:12-40 Os donos da garota possessa que foi curada por Paulo, levaram Paulo e Silas para a área do fórum. Eles denunciaram Paulo e Silas aos magistrados da cidade, que bateram nos dois homens. Contexto: O agora ou mercado era uma área central pública em Filipos. Mercadores faziam seus negócios aqui e os espaços abertos eram usados para reuniões públicas. Os magistrados da cidade também tinham seu lugar no agora para ouvir os casos. Os donos da garota possessa estavam furiosos com Paulo por tê-la curado e por não poderem mais ganhar dinheiro com ela. Eles acusaram Paulo e Silas de serem perigosos para a ordem social romana. Embora Paulo e Silas não tenham recebido julgamento, os magistrados tinham poder de bater nos prisioneiros em favor da ordem ou para interrogá-los. Eles usaram seu poder contra Paulo e Silas antes de os colocarem na prisão.
Prisão em Filipos
Atos 16:12-40 Depois de apanhar, Paulo e Silas foram aprisionados. Um terremoto atingiu a prisão durante a noite. O carcereiro se converteu ao cristianismo e foi batizado. No dia seguinte, Paulo e Silas foram libertados. Contexto: Uma prisão do tipo câmara em Filipos é mostrada aqui. Na antiguidade as prisões não eram destinadas a longos períodos de punição. Eram quartos escuros onde os prisioneiros eram mantidos até que pudessem ser julgados ou castigados de outra forma. Os prisioneiros eram acorrentados durante o dia . Durante a noite , seus pés eram imobilizados para maior segurança (Atos 16:24).
Anfípolis e Apolônia
Atos 17:1 Deixando a prisão em Filipos, Paulo viajou em direção às cidades de Anfípolis e Apolônia. Sua próxima parada seria Tessalônica, a principal cidade portuária ao longo da costa. Contexto: As cidade de Anfípolis e Apolônia estavam localizadas na Estrada Egnatan a oeste de Filipos. Anfípolis estava localizada na costa. Estas cidades eram convenientes lugares de parada para os viajantes. A imagem acima mostra a região em volta de Apolônia.
Tessalônica
Atos 17:1 Em Tessalônica várias pessoas se converteram. Mas, os oponentes do cristianismo criaram tumulto e atacaram a casa de Jason, que foi preso e mantido brevemente antes de ser solto. Mais tarde, Paulo deixou a cidade. Contexto: Tessalônica foi a principal cidade na Macedônia, no que é hoje a Grécia. O porto é mostrado aima. De acordo com Atos e I Tessalonicenses , havia muita hostilidade contra a comunidade cristã em Tessalônica. Embora Atos 17:3-4 diga que alguns judeus vieram para a fé cristã, I Tessalonicenses 1:9-10 indica que a maioria dos cristãos tessalônicos vieram da religião grego-romana.
Beréia
Atos 17:10-13 Depois das dificuldades em Tessalônica, Paulo foi para Beréia. Lá, várias pessoas se converteram, mas a
oposição contra os cristãos começou novamente. Paulo rapidamente deixou a cidade. Contexto: Beréia era a cidade líder da Macedônia, no que é hoje a Grécia. Próximo a cidade está uma fértil planície que é ideal para a agricultura. O coração da cidade está no centro da imagem acima. Ásperas montanhas aparecem atrás. Atos diz que após ouvirem a mensagem de Cristo, os judeus de Beréia "examinaram as escrituras todos os dias para verem se as coisas eram de fato assim". (Atos 17:11)
Costa da Grécia Depois dos problemas em Beréia, Paulo viajou para o leste, descendo a costa através das montanhas da figura ao lado.
Paulo, provavelmente chegou na costa próximo a cidade de Dion. De lá ele deve ter viajado em direção ao sul por navio, ao longo as praias do mar Egeu, que aparecem na imagem.
A última parte da viagem deve tê-lo levado do continente a ilha de Euboea , mostrada na imagem. Depois de desembarcar , Paulo foi para a cidade de
Atenas
Atos 17:16-34
Atenas era conhecida por seus templos dedicados a muitas divindades. Paulo trouxe o evangelho para os lugares públicos de Atenas. Seu discurso encontrou resultados variados. Alguns eram curiosos, outros eram céticos. Contexto: Atenas era um renomado centro cultural Grego. A era dourada da cidade foi no quinto século antes de Cristo, quando foi o centro do império. O comércio marítimo do Mediterrâneo trazia grandes riquezas para a cidade. Templos e outros prédios públicos davam a cidade um ar de grandiosidade. A filosofia floresceu na cidade. Nos tempos romanos, Atenas perdeu a importância política mas continuou a manifestar o idealismo da cultura Grega.
Discurso em Atenas
Atos 17:16-34 Atos 17 inclui um discurso que Paulo fez no Aerópago, que era o nome de uma montanha e um concílio. Neste discurso, Paulo tentou levar seus ouvintes da idolatria para a fé no verdadeiro Deus. Contexto: Atenas possuia templos de muitas divindades. A imagem acima mostra estátuas na entrada de um dos santuários na acrópolis. Seguidores de tradições gregas frequentemente constroem relicários para demonstrar a gratidão pela ajuda de um deus ou divindade. O altar a "um deus desconhecido" (Atos 17:23 ; cf. Pausanias 5.14.8) era aparentemente destinado a manifestação de gratidão por uma ajuda divina recebida por uma pessoa, que não sabia a qual deus agradecer. O discurso de Paulo dirige a atenção para o Deus verdadeiro, Criador de todas as coisas, que não vive em santuários feitos por mão humana.
Corinto
Atos 18:1-18 Paulo viajou de Atenas para Corinto onde esteve com Aquila e Priscila. Em Corinto, Paulo se sustentou fazendo tendas. Em Corinto, Paulo escreveu a primeira carta aos Tessalonicenses cristãos. Contexto: Corinto estava localizada no istmo que conecta o nordeste ao sudeste da Grécia. Pelo fato do istmo ser estreito, navios que viajavam do leste para oeste, deveriam frequentemente transferir sua carga para o continente através de Corinto a fim de retomar sua jornada no outro lado. As tendas feitas por Paulo e Aquila deveriam ser usadas pelos negociantes e outros que precisavam de proteção e cobertura durante a viajem.
Acusações em Corinto
Atos 18:1-18 Os oponentes de Paulo o denunciaram a Gálio, administrador romano em Corinto. Pelo fato das questões terem haver com o relacionamento de Paulo com a lei judáica, Gálio se recusou a tomar qualquer ação contra Paulo. Contexto: A imagem acima é o "bema" corinto, uma plataforma onde uma pessoa ou autoridade podia sentar-se para ouvir casos jurídicos. Atos diz que quando Gáio se recusou a agir, os oponentes de Paulo bateram num homem chamado Sóstenes que era um oficial da sinagoga. Gálio novamente se recusou a tomar partido. A explicação para esta atitude era que os cristãos não estavam fora da lei, mas seus oponentes estavam. Depois de trabalhar em Corinto por um ano e meio, Paulo partiu para Cesaréia. Ele parou brevemente em Éfeso, então viajou para Cesaréia, Jerusalém e Antioquia. Mais tarde ele ele retornaria a Éfeso para um longo período de ministério.
Éfeso
Atos 18:1-18 Paulo partiu de Corinto pelo caminho próximo ao porto de Cencréia. Navegando para o lado oriental, ele parou brevemente em Éfeso antes de continuar para Cesaréia e Jerusalém. Depois de uma pequena estadia ele partiu para Antioquia. Contexto: Éfeso era a maior cidade portuária no oeste da Ásia Menor. Paulo retornou para Éfeso na sua terceira jornada, permanecendo lá por um longo período.