Assim Falou Nostradamus - Arvedus

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  • Words: 297,855
  • Pages: 537
Arvedus

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PRIMEIRA EDIÇÃO

ALTERNATIVE PRES, INC. P. O. Box 4266, Shrewsbury, MA. 01545

CAPA ROGÉLIS ARBIGAUS

DEZEMBRO/98

Copyright © 1998 by Armando Vedovatto – DIREITOS RESERVADOS DO AUTOR – É expressamente proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem a autorização por escrito do autor.

Library of Congress Catalog Card Number: 98-89572 ISBN: 0-9661257-3-8

ÍNDICE

8 - INTRODUÇÃO 14 - BIOGRAFIA DE NOSTRADAMUS 15 - DADOS BIOGRÁFICOS DO INTÉRPRETE 16 - BIBLIOGRAFIA 18 - INTERPRETAÇÃO DA "CARTA AO FILHO CESAR" 29 - CENTÚRIA I 67 - CENTÚRIA II 119 - CENTÚRIA III 167 - CENTÚRIA IV 218 - CENTÚRIA V 266 - CENTÚRIA VI 318 - CENTÚRIA VII 341 - CENTÚRIA VIII 395 - CENTÚRIA IX 442 - CENTÚRIA X 478 - TRADUÇÃO LITERAL DA "CARTA AO FILHO CESAR' 482 - TRANSCRIÇÃO DO ORIGINAL DA "CARTA AO FILHO CESAR'. EM FRANCÊS 486 - INTERPRETAÇÃO DA "CARTA AO REI HENRIQUE" 501 - TRADUÇÃO DA "CARTA AO REI HENRIQUE" 508 - INTERPRETAÇÃO DOS CAPÍTULOS 20; 21 E 22 DO APOCALÍPSE 519 - TRANCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS 20; 21 E 22 DO APOCALÍPSE 522 - INTERPRETAÇÃO DO CAPÍTULO VII DO LIVRO DO PROFETA DANIEL "OS 4 ANIMAIS SIMBÓLICOS" 527 - TRANSCRIÇÃO DO CAPÍTULO VII DO LIVRO DO PROFETA DANIEL "OS 4 ANIMAIS SIMBÓLICOS"529 - INTERPRETAÇÃO DO CAPÍTULO 5 DO EVANGELHO DE S. MARCOS "O ENDEMONINHADO GADARENO" 537 - TRANSCRIÇÃO DO CAPÍTULO 5 DO EVANGELHO DE S. MARCOS "O ENDEMONINHADO GADARENO"

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INTRODUÇÃO

Prezado leitor:

Restam-me poucas coisas para explicar a respeito das duas Cartas, e das 942 quadras que compõem as dez Centúrias, visto que, fui dando as explicações que se fariam necessárias a cada quadra no ítem "Comentário", e a cada carta.

Da tradução: Verifiquei que as traduções produzidas e apresentadas por outros intérpretes – em regime de tradução livre prejudica muito a interpretação. Então, achei por bem apresentar a tradução estritamente literal (ao pé da letra) a fim de assimiliar melhor o pensamento original de Nostradamus. Portanto, estarei sacrificando a forma em favor do conteúdo. Se você se propuser a interpretar sentirá esse efeito. Outrossim, no mais das vezes não traduzi nomes de cidades, de lugares, de personagens históricas, de mitológicas e de lendárias. Isto porque muitas vezes Nostradamus aplicou neologismos que vieram exigir muita perspicácia para ser entendidos. Pelos quais renomados intérpretes naufragaram. É o caso, por exemplo, do nome "Hister". Neste século tem sido interpretado por metáfora de "Hitler", com a intenção de provar que se trata de profecia de cunho histórico. Entretanto, trata-se do Rio Danúbio, o qual era chamado anteriormente de Rio Ister. E, simplesmente ele o usou para servir de metáfora de rio humano, ou de uma facção humana. Da mesma forma vamos encontrar uma porção de outros nomes de cidades ou de personagens, os quais muitas vezes são vocábulos traduzíveis por dicionários e enciclopédias, os quais ele escreve com inicial maiúscula, para chamar a atenção para o sentido literário ou gramatical que tais vocábulos representam dentro do assunto trazido pelos predicados das quadras. Então, os intérpretes premidos pela intenção de demonstrar que se tratam de profecias de episódios e acontecimentos históricos acabam montando sofismas com aquelas ficções cinematográficas que vêm aparecendo nas telas de televisões e cinemas, muito a gosto dos espectadores sequiosos por ser informados das pretensas profecias nostradâmicas e apocalípticas que têm sido criadas pela imaginação fértil de escritores. Nem Nostradamus, e muito menos o Apóstolo João Evangelista estão profetizando as tais ficções que estão sendo oferecidas pelos artífices da literatura e do cinema. Na realidade estão profetizando os efeitos trágicos da indisciplina psíquica de cada pessoa, e de cada alma; e por consequência de cada comunidade, e de toda Coletividade Humana que se sucedem pelas Gerações. Em suas profecias eles estão sempre dando primazia aos valores eternos da vida do Espírito, e ao mesmo tempo dando os devidos valores provisórios da vida humana, os quais perfazem os valores psícofísicos necessários à evolução espiritual. Em suma, pretendem ensinar de como o ser deve se comportar, e de como não deve se comportar. Aliás, dentro dos mesmos parâmentros dos profetas bíblicos, e principalmente dos Evangelhos ditados por Jesus Cristo.

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Assim falou Nostradamus De onde se infere os ensinamentos que alertam a respeito das catástrofes naturais, e das catástrofes provocadas pela loucura dos homens. Fazem-nos sentir que se as tragédias provocadas pela Natureza já nos fazem sofrer muito, por quê produzir os conflitos intensos para nos fazer sofrer ainda mais? Fundamentados nestes conceitos devemos concluir que as profecias não têm a finalidade de levar as gentes ao pânico. A finalidade é de alertar e de ensinar a viver e a conviver com mais alegria, e menos dor... Pelo exposto, consciente da necessidade de oferecer subsídios para o leitor que tenha o interesse de estudar e compreender esta obra com a melhor exatidão, eu a apresento com os textos das duas Cartas, e das Centúrias: em francês: a tradução; a interpretação; e o comentário. Lembro que para o melhor aproveitamento é importante que o estudo seja sempre feito por CONFRONTAÇÃO. E ainda ofereço um resumo dos assuntos de cada quadra das Centúrias, as quais ajudarão ao leitor ter rápida noção de toda a Obra. Considerei as necessidades de cada tipo de leitor quanto à sua intenção. Isto é, daqueles que se dedicarão apenas a ler, mais por curiosidade e recreação. E, daqueles que desejam satisfazer sua curiosidade, mas desejam, também, comprovar a veracidade da minha interpretação. E, enfim, levei a sério os leitores que desejarão constestar a minha interpretação. Estou convicto de que alcancei pelo menos 70% de exatidão do pensamento expressado por Nostradamus. Portanto, considero que abri uma trilha que deverá ser ampliada por pessoas dotadas de maiores capacidades do que as minhas.

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Da interpretação Processei a interpretação seguindo as orientações dadas por Nostradamus pela Carta ao filho Cesar, e pela Carta ao Rei Henrique, e mais algumas quadras nas quais ele repete as orientações. Por estas citadas o leitor verificará que ele não teve a intenção de profetizar acontecimentos calamitosos apenas com o fito de satisfazer a curiosidade das pessoas, como tem sido apresentado por vários escritores e cineastas. Boa parte destes intérpretes têm montado suas interpretações com sofismas e ficções com a intenção de provar que ele profetizava episódios bélicos e políticos, e calamidades geológicas e climatéricas que viriam sobre a Humanidade apenas por vontade de Deus em castigar os homens. Na realidade ele está falando de profecias bíblicas das quais era intéprete capacitado. Por isto ele confessa em termos austeros que não era profeta. Então ele tece uma colcha de retalhos teosóficos, teológicos, sociológicos, científicos, sempre em conotação com o sistema e estilo dos Profetas bíblicos. E, na quase totalidade das quadras não cita datas e lugares dos acontecimentos. E nem pressupõe os episódios regionais que costumam ser montados por tais intérpretes. As profecias dele são essencialmente teosóficas e psíquicas como as dos profetas. Pelo exposto não quero e muito menos pretendo acusar tais intérpretes de usarem da má fé. Ao contrário, seus trabalhos apresentados sempre oferecem valores aproveitáveis, principalmente no universo da literatura histórica. Têm havido alguns de má fé durante as guerras, os quais são mencionados em alguns livros que passaram por minhas mãos. Outrossim, ao interpretá-lo coloquei-me em simbiose mental e em empatia com ele, esforçando-me ao máximo das minhas capacidades a fim de alcançar seu pensamento vivo, e retransmitílo com a melhor veracidade. De uma coisa tenho certeza: Esta obra oferece bom valor cultural. É o que importa!

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Da Carta a Henrique II Esta Carta ele endereçou ao Rei Henrique II com a finalidade de proteger a sua Obra de possível destruição por parte dos Inquisidores e outros. Porém, dedicou-a, sutilmente, a Nosso Senhor Jesus Cristo em um ato de Fé, devoção, e confissão. Assim, ele confessa as suas fraquezas, os seus temores, e sua audácia colocando-se na posição do humilde servidor em prol do Cristianismo. Ao mesmo tempo está se comunicando com os intérpretes e com os leitores com a finalidade de os orientar e advertir sobre as suas intenções de participar de esforço perene do universo cultural dentro dos parâmetros religiosos e sociais. Portanto, dentro dos padrões da Providência Divina que orienta o Homem e a Coletividade Humana no caminho do progresso material, e da evolução espiritual, etc...

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De outras profecias Considerei por bem inserir neste livro uma interpretação sumária de três textos proféticos da Bíblia, nos quais os profetas que os escreveram oferecem-nos um cabedal de informações importantes para analisarmos as causas e os efeitos psíco-físicos e metafísicos de todos os acontecimentos que terão envolvido o Homem e as Gerações Humanas dos promórdios até o Juizo Final. E os insiro porque estas profecias trazem informações condizentes com muitos assuntos que Nostradamus cuidou por transmitir. Estes textos são: "Os quatro animais simbólicos" do Livro de Daniel cap. 7, no qual o Profeta oferece uma profecia referente à criação do Ser Humano, sua evolução milenar, e destacar grandes acontecimentos que ter-se-ão sucedido desde os primórdios até o Juizo Final. – Os capítulos 20, 21 e 22 do Apocalípse, pelos quais São João profetiza os acontecimentos dos "últimos tempos", os quais medeiam entre o nosso Século XX até os arredores do século XXXVIII quando se dará o término do Juizo Final. Nostradamus chega a afirmar até a data deste termo – para o ano 3797. Estes três capítulos trazem a maior promessa Divina para a Felicidade aspirada por todos nós. – E insiro o capítulo 5 da livro de São Marcos, no qual ele oferece uma alegoria profética representando a situação psíco-física das Gerações dos nossos tempos, e da sublimação mental das Gerações que advirão a partir do século XXI. As quais receberão a propalada salvação pelo poder benemérito do Nosso Senhor Jesus Cristo... Outrossim, considero importante esclarecer para os leitores que não estão familiarizados com as realidades e fenômenos mentais, espirituais e científicos que, o grande número de quadras nas quais Nostradamus se refere a fatos e fenômenos que agem e reagem sobre o cérebro, alma e espírito - são amplamente explicados dentro do Espiritismo Cristão e dentro do Espiritualismo Esotérico e/ou Teosofista. Nestes termos, aconselho procurar os dez livros psicografados pelo Espírito sob o pseudônimo de André Luiz através do médium Francisco Cândido Xavier; e os cinco livros básicos de Alan Kardec. Estes livros dar-lhes-ão os subsídios bastante suficientes para completar os esclarecimentos que situei em cada quadra.

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Da 1ª edição Pretendia eu fazer a primeira edição em dois tomos a fim de facilitar o estudo por confrontação, porém, por motivos outros achei por bem colocar em apenas um livro, o que acredito não dificultará o estudo. Isto para as duas Cartas e as três profecias bíblicas. Pois, que as Centúrias já estão dispostas em apropriado seguimento: com original em francês, tradução, interpretação e comentário. Para os leitores que me oferecerão crédito de confiança total, os quais serão raros, terão a liberdade de ler somente as interpretações. Os estudiosos e os críticos contarão com o material necessário para pesquisar, aceitar, contestar e desenvolver até melhor trabalho do que o meu... Achei por bem colocar apenas a interpretação da "Carta ao filho Cesar" antes das Centúrias, visto que esta carta tem a função de introdução a elas, e ao mesmo tempo orientar o intérprete com relação às mesmas. Então, o original em francês, e a tradução literal para o português achei por bem colocar no final, logo após à décima Centúria, o que facilitará os estudiosos a confrontar a interpretação com a tradução as quais levam ítens numerados.

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Biografia de Nostradamus Não obstante sua imensa fama, a biografia de Nostradamus é sumária e eivada de informações duvidosas e acrescida de lendas. Procurei em várias enciclopédias e só encontrei na Enciclopédia Britânica, e assaz lacônica. O que se conclui de positivo é que seu nome era Michel Nostredame ou Nostradamus, médico, astrólogo ou esoterista, e judeu convertido ao Cristianismo. Gozava de grande consideração na côrte de Henrique II e Catarina de Médicis. Duas feras contra o Protestantismo e seitas reencarnacionistas. Era altamente erudito, e consta que possuia os dons da vidência e da profecia, além do dom de curar. De certa forma, esse laconismo acadêmico é suprido pelos seus escritos, pelo qual o intérprete pode analisar bem o seu caráter e sua personalidade. Nasceu em 14 de dezembro de 1503, em Saint Remy de Provence, e faleceu em Salon em 2 de junho de 1566. Juntando-se aos dados, sou levado a concluir que ele conquistara uma erudição brilhante que o elevaria à consagração de clarividente (isto no sentido de visão inteligente, – não no sentido de ver anjos e arcanjos). Em matéria de profecia, não obstante as cartas e várias quadras tragam parâmetros claros de profecia, sou de opinião que ele era mais um futurólogo fundamentado em fatos passados e presentes, ) do que visionário – em sentido mediúnico. Ele mesmo o afirma. Em termos de espiritismo e/ou espiritualismo, baseado em suas afirmações constantes nos textos, sou de opinião que ele era mais um médium inspirado do que um vidente. Em suma, de conformidade com seus pensamentos e ideais evidenciados e subentendidos nas quadras e cartas, Nostradamus mostra um caráter e personalidade supridos pelos dotes seguintes: Vate, Judeu, Cristão, inspirado, moralista, futurólogo, filósofo, intérprete da Bíblia – altamente capacitado, sociólgo, reencarnacionista, ecumênico, eclético, humanista, etc. Baseado nas informações constantes nos cinco livros citados no ítem "bibliografia", deduzo que ele se ligava e comungava com esoteristas e sociedades secretas ou herméticas de sua época. Quiçá, nessas comunidades tenha recebido informações mediúnicas seguras para ser confirmadas no futuro. Assim como a hegemonia da Inglaterra por 300 anos, o surgimento dos aviões, a REvolução Francesa, o surgimento de Napoleão, de Hitler, e principalmente os acontecimentos de suma importância universal – as quais ele determinou com datas precisas, como é o caso da quadra LXXII da Xª Centúria, pela qual ele evidencia o sinal dos tempos para o início do sétimo ciclo evolutivo. E nas cartas ele deixa bem claro que o Juizo Final termina exatamente no ano 3797. Estas afirmações datadas com clareza – a mim demonstram que ele recebera as informações diretamente de Seres Espirituais, pessoalmente, ou, a meu ver – em comunhão com Mestres Teosofistas da sua época. Com boa astúcia, ele aplicou um constante jogo de palavras cruzadas e de certa forma enigmática para excitar e incitar a cada leitor, e principalmente a aqueles que possuem o dom de interpretar, a se dedicarem a entender a sua obra, a qual ele reputa como um monumento literário e filosófico. E, realmente, é um monumento. É notório que ele sabia e esperava que seus versos excitariam a curiosidade geral, a ponto de levar alguns a decodificar e distribuir os seus conhecimentos, na conformidade das idiossincrasias de cada um, cujo montante, ao somar-se às interpretações corretas e incorretas levaria a um resultado final bastante útil. E confiava ainda que mesmo os de pouca escolaridade – mas dotados do dom da interpretação, o qual atua em simbiose com o da profecia teriam boas possibilidades para compreender e esclarecer seus pensamentos colocados em enígma. A todos: eruditos, acadêmicos e medianos ele nomeia por "filho Cesar". Só condena os intérpretes que terão usado e abusado da sua obra por interesses escusos. Sejam particulares, de grupos, de Estado, ideológicos e religiosos. Creio que esta biografia sumária será suficiente para todos os leitores, mormente para os estudiosos que desejam desenvolver a obra por escrito ou por conferências.

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Dados biográficos do intérprete Armando Vedovatto, brasileiro, descendente de avós italianos, nasceu em São Carlos, estado de São Paulo, em março de 1927. Pseudônimo: ARVEDUS. Tem dois livros publicados e algumas poesias. É filiado à União Brasileira de Escritores. Desde menino tem tido inclinação para a vida literária. Entretanto, só veio a se dedicar a escrever e publicar alguns artigos e poesias, em jornais, por volta de 1980. Em 1981 publicou seu primeiro livro com o título "Apocalípse Total", com a interpretação do livro de Apocalípse, a qual foi bastante elogiada pelo seu caráter eclético e ecumênico. Em 1984 publicou outro livro com o título "Como enriquecer apesar da Inflação", com apenas 32 páginas, porém oferecendo um eloquente libelo contra a inflação que assolava o Brasil por quarenta anos. Possue o dom da interpretação dos textos bíblicos e herméticos, mormente sob o prisma da reencarnação. Em matéria de religião, vagou por diversas correntes religiosas cristãs e não cristãs, porém radicou-se ao Espiritismo Cristão instituido por Kardec. Está convicto de que todas as Instituições Religiosas têm sua função adequada aos Planos Divinos de Evolução, não obstante as suas divergências interpretativas dos Escritos Sagrados. Tanto as Cristãs quanto as não Cristãs. Para ele, mesmo as seitas pagãs e/ou primitivistas têm a sua função, em virtude do grau de evolução em que se encontra cada pessoa e cada alma radicada ao nosso Planeta. Nestes termos, embora discorde com a parafernália das superstições, rituais, tabus e misticismos inconsequentes que ferem frontalmente a razão e os ditames evangélicos. Afirma que qualquer intérprete que não aceita a doutrina da reencarnação jamais poderá entender pelo menos oitenta por cento das Centúrias. E, Nostradamus alerta bem sobre isso. Outrossim, afirma que sua interpretação contesta por natureza, não por intenção, a uma série de intérpretes que se submeteram a apresentar a montagem de fatos históricos, em sentido puramente acadêmico, para a maioria das quadras, as quais na realidade estão a falar de filosofia de vida comprovável pelas ciências. Outrossim, que se tornou um hábito para os intérpretes – endossar os critérios dos outros em apresentar montagens de fatos históricos de menor importância, quando Nostradamus cinge-se a acontecimentos de grande amplitude e de efeitos globais, tendo por essência filosófica e religiosa os processos psíquicos de cada cérebro e por consequência de cada comunidade, e enfim de toda a Coletividade Humana. Como não poderia deixar de ser, Nostradamus alia os processos psíquicos e físicos de almas e homens, que são levados para as finalidades da evolução planejada pela Providência Divina, no Espaço e no Tempo, e os determina como causas essenciais na produção de todos os comportamentos individuais que acabam se ampliando no seio da Humanidade na explosão dos efeitos – o que é um fato indiscutível. Desta forma ele lança algumas centenas de detalhes que inspiram e propiciam a confecção de um longo tratado, da mesma forma que os textos bíblicos nos inspiram. Pelo exposto nestes dados biográficos o leitor terá idéia do caráter e da intenção do intérprete ao confeccionar este livro...

Do Editor

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Bibliografia Tenho em mãos apenas cinco livros a respeito da obra de Nostradamus, os quais me ajudaram bastante na confecção deste livro, embora as linhas interpretativas entre mim e esses intérpretes sejam totalmente constrastantes, pelo fato de eles o considerarem um profeta interessado em apenas profetizar conflitos políticos, ideológicos e bélicos, localizados e regionais. E supõem descobrir e corroborar catástrofes naturais que ele teria profetizado, quando na realidade ele está usando-as por figura de expressão mais eloquente. Aliás ou não compreenderam, ou teimaram em desobedecer às orientações e alertas vazados na "Carta ao filho Cesar" por Nostradamus. Estes livros são os seguintes: 1 - "Nostradamus e outras profecias" Autor: Marques da Cruz, brasileiro O senhor Marques da Cruz apresenta a interpretação de apenas uma parte das quadras e cartas. Praticamente endossa o trabalho de outros intérpretes, por linha histórica, e tece longos e brilhantes comentários, o que se enquadra na autoria de uma boa obra. 2 - "As Profecias de Nostradamus" Autora: Erika Cheethan, ingleza Esta senhora apresenta todas as dez centúrias com original em francês e tradução em português. Praticamente não interpreta. Endossa a outros. E, comenta u'a minoria das quadras. 3 - "Nostradamus 'profecias'". Livro publicado pela Editora Vega, em Lisboa, Portugal, com original em francês e tradução. É apenas uma tradução literal dando subsídio para quem deseja interpretar. Não tiveram intenção de interpretar, conforme explicam. 4 - "No fim dos Tempos" Autor" Omar Cardoso, brasileiro Omar apresenta poucas quadras com extensos comentários em estilo brilhante. Embora endossando interpretações alheias ele desenvolve os acontecimentos tornando o livro em obra bastante instrutiva. 5 - "Nostradamus – historiador e profeta" Autor: Jean Charles de Fontbrune, francês. Hoje o Sr. Fontbrune é considerado uma das maiores autoridades como intérprete de Nostradamus. Apresenta uma boa obra interpretada por linha histórica e com ênfase à profecia. Nesse livro editado pelo Círculo do Livro, de São Paulo, sob licença de "Editions du Rocher", copyright1980, apresenta 570 quadras, tendo, inclusive, uma porção de sextilhas e outros presságios, os quais, ao que consta, foram publicados em tempos posteriores ao da primeira publicação das dez Centúrias. Nostradamus não faz menção dessas sextilhas e desses presságios em suas cartas. Este livro apresenta uma tradução híbrida, isto é, meio tradução e meio interpretação. Em seguida o Sr. Fontbrune alicerça as interpretações em episódios históricos dando ênfase à profecia, pelo que contesto em forma natural, visto que minha interpretação segue por linha espírita , teosófica e filosófica e científica. Embora eu não seja um cientista. O seu trabalho é bastante elogiável, tanto pelo primor literário quanto no sentido educativo...

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Enciclopédia e dicionários 1 - Enciclopédia Delta-Larousse 2 - Dicionário da Língua Portuguesa, Ed. Civilização Brasileira. 3 - Dicionário Latino-Português Autores: Geraldo Ulhoa Cintra e José Cretela Jr. 4 - The New Funk & Wagnalls Encyclopedia 5 - Webster's New World Dictionary, of American English 6 - Heath's - French And English Dictionary 7 - Dicionário francês-Protuguês: Editado por H. Garnier, Livreiro-Editor - Rio de Janeiro (por volta do ano 1900) e 6 Rue des Saints - Pères - Paris Este dicionário foi o mais eficiente para mim. Outrossim, uma porção de palavras esdrúxulas e muitas de sentido esotérico encontrei em outros livros, dos quais não me lembro dos títulos.

Outros livros importantes Além dos cinco livros mencionados atrás, que o leitor e principalmente o estudioso devem confrontar as interpretações com as deste livro – terá melhor resultado no entendimento deste se estudar os citados abaixo: 1) "A Grande Síntese". Autor: Pietro Ubaldi. 2) Os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier – pelo Espírito "André Luiz", e pelo "Emanuel". 3) Os cinco livros de Kardec. 4) "Doutrina Secreta". Autora: Madame Blavatzky. 5) "Conceito Rosa Cruz do Cosmo". 6) "Apocalípse Total". Autor: Arvedus. Existe uma profusão de outros bons livros do gênero, porém estes são bastante suficientes para ajudar a compreender esta obra de Nostradamus.

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Interpretação da Carta ao filho Cesar 1 - Meu caro Intérprete, a quem desde já considero um filho, e então cognomino por "Cesar Nostredame". Desejo-te longa vida e felicidade. 2 - Prevejo que passará muito tempo para que surja aquele ou aqueles intérpretes que virão entender minhas mensagens por eu as ter escrito em forma enigmática. 3 - Meu caro, por longo tempo e contínuas vigílias noturnas eu redigi os meus escritos na esperança de que alguém ou alguns os interpretem após a minha extinção corporal, ao entrar em simbiose mental comigo. Esteja consciente de que todos os assuntos relatados provêm de vontade divina ("divina essência"), e me foram dadas a conhecer por um processo de intermediação mental-espiritual que nomeio por ("Astronômicas revoluções"), para proveito comum dos humanos. 4 - NOTA DO INTÉRPRETE: Entendo que ao escrever ("E depois que ele tem apelado ao Deus imortal") Nostradamus está se referindo a algum ser espiritual que o assistia na ocasião. Então interpreto: E então fui orientado pelo ser espiritual que me assiste, em nome de Deus, que tu não virás a esta terrena plaga com grande sabedoria ("em natural luz"), e nem quando esse alguém ou alguns virão com habilidade suficiente ("e não querer dizer os anos que não são ainda acompanhados"), mas serão pessoas comuns, com tendências combatívas, impetuosas "(tuas tendências marciais"), de pouca erudição acadêmica ("incapazes de receber em teu débil entendimento"), "estas coisas a que eu serei constrangido após meus dias dar a conhecer." Visto que não me é possível deixar por escrito muitas coisas que serão modificadas e/ou obliteradas". 5 - E, terás dificuldades de me entender, porque o sistema hereditário de redigir as profecias ("a palavra hereditária") em sentido oculto ou esotérico de predição estará fechado no íntimo dos meus escritos ("no meu íntimo fechado"). 6 - E, considerando também que os destinos humanos são determinados em pequena parte, e a grande parte depende das circunstâncias de todo tipo. Portanto, são aventuras incertas. 7 - E mais, tu deves lembrar "que tudo é regido e governado pelo poder inestimável de Deus inspirandonos não por ilusório furor, nem simples desejos cerebrais ("linfático movimento"), mas por asserções da mente espiritual ("astronômicas asserções"). 8 - Os presságios são animados por seres espirituais dotados de sabedoria divina, conjugadas ao dom profético que é um dom particular de algumas pessoas. 9 - Muitas vezes e a longo tempo eu tenho predito com larga antecedência – coisas que depois advieram, e em particulares regiões, atribuindo a tudo ser feito pela virtude e inspiração divina, e outras felizes e sinistras aventuras de acelerada prontidão pronunciada – as quais depois foram ocorrendo pelo mundo. NOTA DO INTÉRPRETE: Daqui em diante, de aspa a aspa transcrevo o tópico visto que ele escreveu com clareza. Há pouca coisa a interpretar, e o que foi interpretado estarei sublinhando. "Tenho querido calar e resguardar por causa da injúria do tempo presente, mas também da maior parte do futuro, de colocar por escrito pelo fato que os reinos (países e instituições), seitas e religiões farão mudanças tão opostas, com visão diametralmente oposta em relação ao presente, que se eu viesse a me referir às coisas que advirão, esses do reino, seita, religião e fé tornarão tão mal, de acordo com sua fantasia auricular. Isto porque outros do futuro virão compreender por força de movimentos cíclicos, sociais e ambientais, ocasionados pelo aumento das populações e pelo progresso de todas as ciências. Considerando, também, a sentença do verdadeiro Salvador: "Não deis aos cães o que é sagrado, nem jogueis pérolas aos porcos, pois eles destruirão tudo a seus pés e se voltarão contra vós." Por estas causas fui levado a não me manifestar publicamente, e não publicar o que tenho escrito." 10 - Depois decidi me manifestar por escrito fundamentando meus conhecimentos em fatos, os quais são e serão registrados em livros e serão presenciados pelas gentes. E escrevi sobre as causas e os efeitos do comportamento humano que trarão mudanças contínuas para o futuro, em palavras, frases e sentenças abstrusas e perplexas. 11 - Coloquei todo o escrito em figuração nebulosa. Até mesmo as advertências de carácter mais

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Assim falou Nostradamus urgente, para não produzir o pânico, e no todo escrito falo mais dos fatos comuns referentes ao psíquico e ao físico do que das profecias. 12 - E de forma que os assuntos pareçam obscuros para os sábios e intelectuais, poderosos e reis, e tenha uma clareza formal para uma pequena parte de pessoas não altamente ilustradas nas ciências acadêmicas, mas dotadas de sutileza e modéstia apropriadas aos assuntos que ofereço. E aos que possuam o dom da Profecia, e são intermediários ou ministros de Deus imortal. 13 - E dos bons anjos que hão recebido o espírito do vaticínio, pelo qual eles vêm a prever os futuros adventos, pois sem eles aos quais tão grande é a influência, a bondade e a humildade dos que se ligam a eles, os quais intercambiam com eles ("os quais habitam neles"). 14 - Todas as vezes em que há intercâmbio entre tais anjos ou espíritos e pessoas haverá uma similitude de caráter e intenção benfazeja ("causa do bom Gênio"), e esse calor e poder vaticinador aproxima-se de nós, à semelhança dos raios do sol, os quais vêm por si lançando influências aos corpos elementares e não elementares. NOTA DO INTÉRPRETE: Entendo que nestes ítens 13 e 14 Nostradamus está mencionando o fato hoje mais popularizado da mediunidade, a qual em sua época era tida como arte diabólica, bruxaria, etc.; e assim, tanto os bruxos e bruxas quanto os médiuns de escol, conforme ao mencionado acima iam para os Suplícios e para as fogueiras. Hoje há uma liberdade religiosa no Mundo que permite o progresso no intercâmbio entre homens e anjos, ou espíritos, ou almas de escol, segundo menciona Nostradamus nesta carta e em muitas quadras. No Brasil o Espiritismo Cristão vem prosperando a largos passos, principalmente levado pelo trabalho humilde e altamente benfazejo do grande médium Francisco Cândido Xavier, e secundado por uma plêiade de outros médiuns notáveis. Algumas Instituições Espiritualistas fundamentadas em Doutrinas provindas de Religiões do Oriente prosperam, também, com bons resultados. Continuemos: 15 - Quanto a nós, que somos humanos, nada podemos de nosso natural conhecimento e inclinação de engenho, ter certeza dos segredos obstrusos de Deus, o Criador: "Porque não nos é facultado conhecer o tempo nem os momentos, etc." 16 - Algumas pessoas dotadas do dom da profecia podem vir a ser personagens a quem Deus, o Criador, tenha vontade de revelar acontecimentos do presente que podem influir no futuro, através de visões e impressões imaginativas. Qualquer segredo referente ao futuro o qual já foi registrado nas profecias do passado ("acordado à astrologia judicial do passado") dará certo poder e vontade de profetizar, a tais pessoas, inspirando-as a distinguir as inspirações de natureza divina, e as de natureza humana. Virá para eles por uma sensação como de chamas de fogo a aparecer. 17 - Pois as obras divinas, que são totalmente absolutas, Deus as vem concluir: e aproveitando os serviços dos anjos que são os medianeiros entre Deus e os homens, os homens, e até mesmo os malvados. 18 - Meu caro intérprete ("meu filho"), eu falo aqui a ti um pouco bastante obstrusamente; mas quanto aos ocultos vaticínios que eles (Nota do Intérprete: os profetas) vêm receber pelo dom ("pelo sutil espírito do fogo"), em qualquer ocasião, pelo entendimento agitado ao contemplar o sentido mais alto das profecias ("dos astros"), em estado de vigilância, mesmo que surpresos entre os prenúncios recebidos (Pronunciações") e o pronunciamento escrito por eles, sem temer de ser tomados por desavergonhada loquacidade. Mas por que" Porque tudo procedeu do poder do grande Deus eternal, do qual toda bondade procede". 19 - Ainda, meu filho, que eu tenha inserido o nome de profeta, eu não quero me atribuir título de tão alta sublimidade pelo tempo presente: pois que, "os que hoje são chamados profetas, antes eram chamados videntes"; pois, profeta propriamente, meu filho, é aquele que vê coisas distantes da compreensão natural de toda criatura. E, caso aconteça que o profeta ao mediar a perfeita luz da profecia apareça-lhe manifestadamente tanto das coisas divinas quanto das coisas humanas: o que não se pode fazer, visto que os efeitos da futura predição estendem-se ao longe.

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Arvedus – Pois, os segredos de Deus são incompreensíveis, e a virtude é causa eficiente. E é contingente de larga extensão da compreensão natural retendo sua mais próxima origem no livre-arbítrio. Faz aparecer as causas que delas mesmas não se pode obter. O entendimento dessas causas não pode ser obtido por não ser conhecido pelos humanos argúrios, nem por outro conhecimento ou virtude oculta existente sob a concavidade do crânio ("do céu"). Mesmo daquilo que é tornado presente vindo da total eternidade que vem envolver em si todo o tempo. Mas, medindo qualquer dimensão da indivisível eternidade por movimentos e acontecimentos que surgem pela agitação Humana ("agitação Heracliana, turbulenta"), as causas poderão ser conhecidas – ao se confrontar as causas humanas com as causas celestes. NOTA DO INTÉRPRETE: Entendo que neste ítem 19 Nostradamus tenta explicar que os homens, e mesmo os profetas, por mais sábios ou cientes que sejam não possuem ainda capacidade para compeender os mecanismos primordiais que geram a vida de cada ser e de cada coisa, por mais que a ciência avance. Porém, analisando as causas e efeitos de tudo que acontece no ambiente da Terra sob o prisma do conceito hermético: "o que está embaixo do céu é semelhante ao que está em cima no céu", os homens poderão compreender uma grande parte dos segredos de Deus. E estou certo de que Ele se sente gratificado por isto. E tanto isto é verdadeiro quanto mais a gente verifica o empenho de Deus ao enviar os Profetas, e principalmente o seu Filho dileto, Jesus, para encarnar na Terra e trazer para os homens os melhores ensinamentos sobre o DEVER e o DIREITO, os quais são os esteios eternos da Filosofia, ou Sabedoria de Viver e Conviver, os quais Deveres e Direitos são praticamente os mesmos, tanto nos Céus quanto na Terra. Além desses Anjos Missionários, perenemente, ele envia outros seres benevolentes cujas missões consistem em fazer prosperar os bens da Terra, através de todo tipo de ciência, arte e tecnologia. Dentro deste parâmetro – você e eu somos missionários enviados por Ele. Indiscutivelmente, cada ser humano assume u'a missão. Desde o rei até o lixeiro. Cada Anjo, cada espírito, cada alma, cada pessoa tem seu valor intrínseco. Na Terra a proporção de valores é ainda muito injusta. A pessoa é avaliada mais pela aparência ou personalidade do que pelo caráter. Nos céus o ser é valorizado pelo caráter, o qual por contingência acaba sendo embelezado pela aparência ou personalidade. Entendo que é a estas coisas que Nostradamus faz menção neste ítem que numerei por 19. E ele continua: 20 - Eu não digo, meu filho, a fim que bem o entendas, que o conhecimento desta matéria não se pode ainda imprimir em teu débil cérebro. Não quero dizer que as causa futuras, bem longínquas, não estejam ao alcance da criatura razoável. Estão sim ao alcance da criatura de boa índole, e principalmente da dotada de alma intelectual. Para pessoas deste tipo as causas presentes e as longínquas não lhe são de todo nem tanto ocultas, e nem tanto reveladas. – Mas o perfeito conhecimento ("perfeita notícia") das causas não se pode adquirir sem aquela inspiração divina: visto que toda inspiração profética vai recebendo seu principal movimento – de Deus, o criador. Depois, da sorte e da natureza. NOTA DO INTÉRPRETE: Entendo que com esta frase "da sorte e da natureza" ele está se referindo às pessoas que têm o dom de profetizar, ou mesmo o dom de interpretar. Visto que profecias e interpretação delas exigem conhecimentos equidistantes. Com a diferença à menor de que o profeta enxerga o que relata, e o intérprete entende o que ele relata. Nostradamus escreve que tinha algumas visões, mas que na maior parte de seus escritos ele era inspirado, principalmente, pelos textos bíblicos que ele tinha o dom de interpretar. Que os textos não lhe eram ditados como o eram ditados aos Profetas bíblicos. Por esta razão ele afirma que não se considera profeta. Pelas centúrias encontrei algumas quadras que se pode considerar proféticas.

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Assim falou Nostradamus Porém, ele não menciona sequer que tais profecias lhe foram ditadas, nem menciona que teve visão delas. Na Carta ao Rei Henrique ele afirma que esteve na presença de Jesus. Porém, escreve de uma forma poética que me leva a interpretar que ele sentiu a Presença de Jesus em algum momento de inspiração empolgante. Devo lembrar ao leitor que ele endereçou a Carta ao Rei Henrique, porém, dedicou-a a Jesus Cristo em um preito de veneração. E começa o texto da carta assim: "Por aquela soberana observação que tive, oh muito cristão e muito vitorioso Rei, depois que minha face esteve longo tempo obnubilada se apresenta diante da deidade de vossa Magestade incomensurável, depois disto estive perpetuamente ofuscado, não cessando de honrar e dignamente venerar aquele dia em que pela primeira vez vi-me diante dela como de uma singular Magestade." Ora, ele escreve: " Soberana observação", e depois escreve: "vi-me diante dela." Não diz que teve uma visão, embora quase dá para interpretar observação por visão. Mas, pelo contexto, entendo que ele teve um forte sentimento de fé em algum momento de meditação e com a sensibilidade que ele transparece deve ter tido uma visão psíquica no seu íntimo, e naturalmente sentido a Presença de Jesus. Coisa que soi acontecer com pessoas sensitivas. Mais adiante ele escreve: "São Tomás de Aquino, ....., ensina que transportado diante do olho soberano do Primeiro Monarca do Universo, do mesmo estive eu, como ele, longamente em dúvida a que poderia consagrar estar três Centúrias do restante de minhas profecias para rematar o milhar..." Novamente ele me deixa uma dúvida, se teve ou não a visão. Em todo caso eu não tenho neste instante o conhecimento do que ocorreu com São Tomás de Aquino. Não sei se ele afirmou ter visto Deus ou Jesus, a quem Nostradamus cita "Primeiro Monarca do Universo." Ele só me permite entender que era um Cristão com fé inabalável... E ele continua: – Porque estando as causas indiferentes, indiferentemente produzidas, o presságio advem em parte ou tem estado predito. – Pois o entendimento crê intelectualmente, não pode vir ocultamente, senão por notícias que são propaladas nas Esferas Superiores onde estão os Anjos e as almas mais perfeitas ("voz feita ao limbo"), os quais Anjos e almas são os intermediários entre Deus e os homens com influência sobre o espírito destes ("Mediando a exígua chama"), ao qual espírito eles têm possibilidade de inspirar, e fazê-lo sentir, e às vezes ter visões a respeito de acontecimentos futuros ("na qual à parte as causas futuras virão a se inclinar"). NOTA DO INTÉRPRETE: Entendo que ele quer dizer o seguinte: Que o profeta é um retransmissor de notícias de acontecimentos que sucederão na Terra, os quais terão estado a evoluir por muito tempo e motivados pelas atividades dos homens. Porém, os homens não percebem esse estado de coisas que vai se encadeando e em certa época desencadeará sobre eles. Tanto os maus quanto os bons acontecimentos. Podemos ter, por exemplo, as atividades dos grandes Impérios e os seus resultados. Todos eles conquistaram uma hegemonia: regional, ou mundial. E acabaram provocando grandes transformações sociais e ambientais em todos os sentidos. Boas e más. Neste século tivemos o Império Nazista, O Império Comunista e o Império Capitalista, cujas causas e efeitos estão bem visíveis para se analisar. Que causas e efeitos suas atividades estarão trazendo para as gerações deste século? Muitos resultados maléficos e benéficos que poderão ser estudados. Séculos atrás os homens não tinham a menor idéia do surgimento destes Impérios Ideológicos. Porém, Deus e/ou a Hierarquia da Providência Divina conheciam o surgimento. Por respeito ao Direito ao Livre-arbítrio dos homens, Deus simplesmente deixou que as atividades humanas corressem ao bel-prazer deles. Entretanto, não deixou de oferecer algumas profecias, embora muito restritas. É o caso, por exemplo, das crianças de Fátima e as lacônicas profecias ditadas por Nossa Senhora,

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Arvedus conforme os noticiários. E outras. Por outro lado têm aparecido alguns futurologistas que andam oferecendo análises acadêmicas, as quais no fundo não deixam de ter o dedo de Deus por intermediação de seres angelicais que inspiram tais futurólogos. Por estes parâmetros eles estão mostrando a constante assistência da Providência Divina aos homens com a necessária interligação ciência-religião, o que vem dar razão ao que Nostradamus dita nesta carta e nas quadras... E continua: 21 - E também, meu filho, eu te suplico que jamais tu queiras empregar teu entendimento a tais sonhos e vaidades que secam o corpo e metem a alma à perdição, dando confusão às pessoas de senso fraco ("dando confusão ao senso fraco"): falo dessa vaidade mais que execrável da magia negra reprovada outrora pelos sagradas escrituras e pelos cânones Divinos. 22 - É necessário que tenhas experiência e bom senso para utilizar as tuas faculdades de intercâmbio com espíritos e almas sublimadas ("astrologia judicial") assim como eu tenho feito – intermediando inspiração e revelação divina, obediente aos cânones das escrituras sagradas. E então, por continuadas vigílias e suputações, temos nossas profecias redigidas por escrito. NOTA DO INTÉRPRETE: Observemos que no final deste período gramatical ele escreveu: "temos nossas profecias redigidas por escrito." (No plural). Estará ele considerando: ele e um ser ou seres espirituais? Ou ele e mais alguma ou algumas pessoas? Sou de opinião que ele está querendo dizer que para transmitir tudo isto por escrito utilizou tudo que aprendeu, mais as informações que recebeu de outrem, principalmente do seu amigo Scalinger, e também de espíritos em comunicações diretas por mediunidade – em reuniões de grupos de pessoas que ele frequentava. E, comunicações diretas de espíritos a ele em particular. Quanto à "astrologia judicial" que ele cita – entendo que não está falando apenas de astrologia com sentido astronômico. Está usando o substantivo "astro" por metáfora de espírito, mais propriamente – de comunicação de espíritos dígnos de fé, em contraposição com a comunicação com espíritos inferiores, os quais mantêm intercâmbio com os feiticeiros que praticam a magia negra e o charlatanismo. Nestes termos: "astrologia judiciária" tem o sentido de: estudo e prática bastante ajuizada das coisas espirituais. E se refere ao grande cuidado que as pessoas devem ter, e boa experiência e capacidade para manter contato direto com espíritos e almas, a fim de não ser enganadas, e de não enganar os outros. E continua: 23 - E para que esta oculta Filosofia não fosse reprovada, nunca tenho desejado presentear suas turbulentas persuações. Do mesmo modo muitos livros que têm estado guardados por longos séculos e me pertencem, eu evitei que por mim viessem a ser conhecidos. – Então prevendo que isso ocorreria se eu o fizesse, após leitura deles eu os queimei, temendo enquanto o fogo os viria devorar. A chama em fatias reluzentes transluzia o ar em claridade insólita. Mais clara do que a chama natural. Era como a luminosidade do fogo do cristal fulgurante, iluminando de súbito a casa, como se ela fosse posta em súbita conflagração. NOTA DO INTÉRPRETE: Nesta descrição da queima dos livros ele colocou uma fantasia poética em desacordo com a realidade do fato. (vide o original e a tradução). E continua: – Então, não querendo eu ser responsável por abusos que tu possas fazer no futuro, os quais poderão prejudicar a ti e a outrem; abusos que viriam obstar o aperfeiçoamento necessário, tanto do cérebro ("tanto lunar"), quanto da mente ("quanto solar"), e das virtudes incorruptíveis do espírito que estão guardadas no íntimo da cabeça ("e subsolo metais incorruptíveis"), e das ondas de energias inteligentes que estão em atividade constante em todo o corpo do ser humano, eu os converti em cinzas. 24 - Minha intenção é a de manifestar para ti e para teu julgamento, certas realidades da vida espiritual e humana, na conformidade dos meus conhecimentos, dos quais tu poderás adquirir conhecimentos valiosos. Por tal julgamento terás conhecimento das causas futuras.

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Assim falou Nostradamus É necessário rejeitar sobriamente as fantasias que advirão da imaginação, e limitar preconcepção de ser único eleito de divina inspiração sobrenatural, cuja inspiração é concordante com os padrões de comportamento e formas celestes, os lugares, e uma parte do tempo, cuja propriedade está oculta aos homens por razões virtuosas, de poder e faculdade divina: em presença das quais os três tempos estão contidos em revolução contínua ligada à causa passada, à presente e à futura. E de tal forma e modo todas as coisas estão à disposição da inteligiencia, nuas e claras, etc. 25 - Pelas quais, meu filho, não obstante a capacidade limitada do teu cérebro ("tenro cérebro"), tu podes compreender que as coisas devem advir, podem ser profetizadas pelas faculdades da inteligência que estão em ti ("pelas noturnas"), e pela inteligência de seres celestes ("celestes luzes") que estarão sempre assistindo às pessoas de boa vontade, e tudo de uma forma bastante natural ("que são naturais"), e mais o espírito da profecia que sempre tem sido legado aos homens através daqueles que possuem e utilizam este dom para benefício geral. 26 - Confesso que não pretendo atribuir a mim mesmo: nome nem fama de profeta. Mas, atuando por revelada inspiração, como homem mortal, não menos distanciado da sensibilidade ao céu do que dos pés em terra. Não posso errar, não posso faltar à verdade, nem procurar enganar os outros como quem pretende armar laços para apanhar pássaros: – Entendo que sou pecador maior que nenhum deste mundo, e sujeito a todas humanas aflições. Por algumas vezes na semana sinto-me surpreso e um tanto em delírio, e por longas reflexões, meditações e estudos gozando de suave odor das horas noturnas. Assim eu tenho composto Livros de profecias, contendo cada um cem quadras de elevado valor profético ("quadras astronômicas de profecias"), as quais eu tenho desejado montar com sentidos subentendidos ("Obscuramente"): e são perpétuos vaticínios para daqui deste ano de 1555 ao ano de 3797. Tais profecias possivelmente serão encaradas com despreso ("farão retirar a fronte") por quaisquer pessoas, em vista de tão longa extensão de tempo. (NOTA DO INTÉRPTRETE: Mormente sendo as quadras devidamente interpretadas). De qualquer modo este livro será publicado por toda a Terra ("terá lugar") e será mencionado por todas as gentes e até mesmo as pessoas analfabetas conhecerão de seu conteúdo ("e por sob toda a concavidade da lua terá lugar e inteligência"). 27 - Apesar dos pesares o conteúdo ("as causas") desta Obra literária será extendida universalmente. Meu filho, diante do exposto ("que"), se tu analisares ("encarares") o fato pouco conhecido sobre a idade natural do espírito, e o pouco tempo de vida da pessoa humana em relação a dele, tu verificarás que a tua consciência possue muito mais experiência do que de melhor alguém pode supor ("tu verás as inclinações do teu clima"), e poderás perceber que teu espírito traz registrado em tua alma tudo que terá passado desde o nascimento dele, que enfim é também teu nascimento ("céu de teu nascimento"). Por mais este motivo é que tu poderás ter o dom da profecia e prever os futuros acontecimentos no Mundo ("prever futuras aventuras"). 28 - De modo que só Deus eternal sabe por si mesmo quem conhecerá a eternidade de sua Onipotência, Onisciência e Onipresença ("da sua luz") procedentes dele mesmo. COMENTÁRIO DO INTÉRPRETE: Tendo ele redigido os assuntos em período gramatical muito extenso, torna-se confuso. Mormente pelo fato de o assunto ter natureza abstrata, e ele ainda se sentiu obrigado a esconder o ideal mediúnico para não ser taxado de bruxo. Hoje tais assuntos são expostos claramente por espíritas cristãos e espiritualistas de todas as correntes teosóficas, os quais compreendem e explicam que os Profetas bíblicos eram homens sábios dotados de mediunidade especial, visto que eram missionários. Isto é, antes de reencarnarem na Terra passaram por grande preparação psíquica, ou conforme Nostradamus escreve: "divina". Inclusive, seus corpos terrenos mereceram tratamentos específicos nos sistemas cerebrais, glandulares, etc., produzidos por Espíritos Superiores, a fim de terem capacidades apropriadas de vidência, audiência e outras, pelas quais podiam manter o intercâmbio adequado com os seres Celestes. O corpo de Jesus era dotado de todas as faculdades mediúnicas necessárias à sua Missão, visto que Ele é o Cristo, e Regente de toda a Humanidade radicada à Terra em todos os tempos. Isto é, de toda a população de Anjos, espíritos, almas e homens.

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Arvedus Os registros bíblicos confirmam estes fatos que exponho sumariamente. O dom da mediunidade, que pragmáticamente é o mesmo dom da profecia, é um dom comum a todo ser humano. Há apenas uma diferenciação ou proporção de valores. E essa proporção de valores depende muito do valor moral intrínsico de cada pessoa. E depende, também, da dedicação de cada pessoa em conhecer os fatores religiosos ou divinos, e os humanos. É disto que Nostradamus fala nesta Carta, e repisa em muita quadras. Creio que por esta explicação sumária o prezado leitor poderá entender melhor os textos das duas cartas, e das Centúrias. Não obstante, esforço-me, de boa vontade, dando sequência à interpretação deste tópico que numero por 28: – e eu digo francamente que Ele sempre terá desejado revelar a aqueles que à semelhança dos grandes Profetas dispõem-se a conhecer, propalar e executar; obedecendo a Sua Vontade, Propósito e Boa Vontade. E assim Ele inspira o medianeiro que se dedica a conhecer e manifestar as causas e efeitos da eternal Obra Divina. E este conhecimento advem de duas causas principais: a primeira advém da longa experiência conquistada pelo espírito da pessoa, cuja experiência é manifestada pelo que é conhecido por intuição ("que vem intuir"). A segunda é produzida pela ação e/ou ajuda de Espíritos Superiores (NOTA DO INTÉRPRETE: Ou Anjos) (que produz pela doutrina dos astros"). COMENTÁRIO DO INTÉRPRETE: Aqui "astros" é metáfora de anjos e/ou espíritos"). Portanto, "doutrina dos astros" tem a significação de doutrina ditada por espíritos através da mediunidade. Neste caso Nostradamus está se referindo com maior propriedade sobre as doutrinas manifestadas pelos Profetas e Apóstolos. Moisés afirma em seus textos que Deus falava diretamente com ele. Eu acredito nessas afirmações com algumas reservas. Confio pelo fato de saber que tendo Deus o atributo da Onipresença, se Ele quizer poderá deixar ser enxergado até por mim, ou por você. Na Sua Grandiosidade, na realidade Ele é absolutamente humilde, absolutamente simples. Portanto, por que não teria falado diretamente com Moisés e com outros Profetas que afirmaram isto? O mesmo se dá com o Cristo Jesus, o qual depois de Deus é o segundo Potentado neste Mundo. Ele viveu em corpo de homem como qualquer cidadão comum. E tem sido enxergado por uma porção de pessoas: algumas ilustres e algumas anônimas. Nossa senhora tem aparecido para uma porção de gente – sem distinção de classe social. Minhas reservas mencionadas acima só estão presas ao fato de existir muitas pessoas que tenham enxergado algum espírito dotado de alguma radiosidade, e tomado-o por Deus ou Jesus ou Nossa Senhora. E o pior são aqueles que blazonam ter enxergado a Jesus ou a Nossa Senhora, por má fé. Concluindo, as doutrinas dos astros (dos espíritos) são aquelas proporcionadas a Religiões e Seitas de caráter sublime, através de mediunidade ostensiva. Como é o caso, por exemplo, do Espiritismo Cristão codificado por Kardec na França, e bastante desenvolvido pelo trabalho mediúnico de Francisco Cândido Xavier no Brasil. Aliás, cumpre-nos lembrar que todas as Religiões recebem orientações transformativas por mediunidade ostensiva. Quantas vezes a Igreja Católica tem recebido mensagens Celestes (profecias) por mediunidade de seus santos: São Francisco de Assis, Santo Antonio de Pádua, o cura d'Ars, Joana D'Arc, e tantos outros? De modo geral, Papas, bispos, monges, frades, padres e adeptos que estão a serviço de Deus terão estado sempre assistidos e inspirados por Seres Iluminados – os quais sendo invisíveis aos olhos humanos atuam como diz Nostradamus: com "origem etérea", e "tal luz e chama exígua", e "em causa oculta", etc. E Nostradamus termina este tópico que numerei por 28 dizendo que da mesma forma que os Celestes inspiram os Profetas, inspiram os filósofos renomados, sem que vários eles o percebam. Creio que meus esclarecimentos sejam suficientes para o leitor entender este tópico 28. Então passo

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Assim falou Nostradamus ao seguinte o qual ele escreveu quase claramente: 29 - –mas por esta finalidade, meu filho, que eu não quero vagar muito profundamente pela pequena capacidade de teu senso. E também pelo motivo de eu prever que estas mensagens )"as cartas") provocarão tão grande e incomparável jactancia. E também pelo fato de eu ter visões de futuras conflagrações, tanto de ordem social quanto de ordem cosmogonica, geológica e geofísica. E de tal modo que não haverá País algum que deixará de ser afetado. Principalmente por conflagrações sociais ("que ele não terá pouco terreno que não será coberto de água"). – E será por tão longo tempo na história e na topografia de modo que tudo estará decadente como os "anjos decaídos", segundo a lenda dos Peri, (Nota: mitologia persa). COMENTÁRIO DO INTÉRPRETE: Devo salientar ao leitor que nestes tópicos 28 e 29 ele coloca seu estro e verve poética simbolista até ao extremo da empolgação para expor um quadro sumário e palpitante dos acontecimentos psíquicos e físicos que ele previa ocorrer entre sua época e este Século XX. Então ele envolveu todos os acontecimentos promovidos pelos seres humanos, e ocorrências de origem cosmogônica a fim de sensibilizar os leitores com sua potente força de expressão. Ligou fatos e circunstâncias de ação concreta e de ação abstrata dando ênfase trágico às causas e efeitos. Em suma, utilizou o estilo literário plagiando o estilo convencional usado pelos Profetas hebreus, os quais colocaram as catástrofes naturais para alegorizar as causas e efeitos psíquicos gerados pelo cérebro humano, e pelo Espírito da Coletividade Humana, os quais terão levado os humanos à consequências dolorosas por se comportarem erradamente contra os bons princípios no viver e no conviver. Devemos raciocinar sobre o fato de que as convulsões geológicas e climatéricas são apenas resultados de movimentos naturais regidos pela Providência Divina no sentido de acomodar o Planeta no curso de sua evolução. Nada tem a ver com castigos de Deus e de sua imensa Hierarquia. Se produzem acidentes trágicos para os homens, e todos os outros seres viventes, só acontece pelo fato de estarem populando os locais atingidos em tais ocasiões. É evidente que o fator trágico aumenta na proporção direta do aumento populacional. Por outro lado, as convulsões sociais, sim, produzem castigos severos. Mais propriamente: – o autocastigo proporcionado pelo mau comportamento dos homens quando desrespeitam e desobedecem as Leis Divinas, as quais se fundamentam sobre a Lei primordial dos Deveres e Direitos. Nisto é que entram as alegorias do "dilúvio", "inundações", "chuvas exíguas" ou secas, "abundância de fogo", "e de pedras candentes" mencionadas por Nostradamus em seus escritos. E outras alegorias. E, por estes parâmetros ele continua: – E será por tão longo tempo na história e na topografia – de modo que tudo estará em decadência, à semelhança da decadência dos "anjos decaídos" segundo à lenda dos "Peri" Nota: da mitologia Persa). Também, antes e depois de tais inundações, em vários Países as chuvas serão tão exíguas e tombará do céu tão grande abundância de fogo e de pedras candentes que não terá permanecido nada que não seja consumido: e este advir, e em breve, e antes da derradeira conflagração. NOTA DO INTÉRPRETE: Observe bem o leitor que se formos interpretar ao pé da letra ele estaria profetizando o fim da vida e de tudo que há construído sobre a face da Terra. Porém, ele está falando em alegoria sobre a destruição, ou ao menos do arrefecimento do mau comportamento psíco-físico dos homens. Ao mesmo tempo está vaticinando os bombardeios produzidos por aviões, mísseis, canhões, etc. ("tombará do céu tão grande abundância de fogo e pedras candentes", fazendo história e alterando topografia. E isto para nossos tempos, visto que a "derradeira conflagração" dar-se-a após o ano 3000. Porém, nem esta última conflagração destruirá todos os homens, e nem as suas criações tecnológicas e científicas. Não estou profetizando. Estou divulgando algo das profecias. E continua:

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Arvedus – Pois ainda antes que a índole beligerante dos homens ("planeta Marte") termine seu ciclo, e ao fim do seu derradeiro período, muitas vezes tu terás acessos de ira, rancor, ódio ("tanto retornará ele a ti"). Porém, nessas épocas muita gente terá conquistado um caráter mais puro, manso ("congregados uns em Aquário"). os demais ainda não terão alcançado tal mansidão e tais almas ainda estarão obrigadas a passar longo tempo por contínuas reencarnações até conquistar a necessária mansidão que aquelas já terão alcançado. NOTA DO INTÉRPRETE: Este ítem refere-se ao que disse Jesus no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra (Mateus cap., vers. 5). O qual corresponde ao Salmo 25, vers. 13: "A sua alma pousará no bem, e a sua descendência herdará a terra." ("Aquário"): Neste caso é metáfora de higidez mental. Isto é, Nostradamus quer dizer que u'a multidão de almas terá conseguido a sublimação até a Era de Aquário, e as demais ainda não terão conseguido o necessário grau de mansidão citado por Jesus. ("Câncer"): Neste caso é metáfora de ser humano com suas emoções e paixões, conforme os atributos convencionados pelos astrólogos para o signo de câncer em seu aspecto negativo E continua: 30 - E agora em que vivemos conduzidos mais pela inteligência cerebral ("pela lua") do que pela inteligência do espírito; cujo espírito é o campo inteligente que medeia o poder de Deus eternal; é preciso entender que antes que a inteligência cerebral alcance total domínio na vida humana com toda a sua limitação física, a sabedoria ("o sol") virá, e por força dela virão os valores da Justiça, tanto individuais quanto sociais ("depois Saturno"). – Pois, segundo o posicionamento dos corpos celestes registrados pelos astrônomos, o reino de Saturno com seus atributos psíquicos convencionados pelos astrólogos estará de retorno. Pelos meus estudos, cálculos e experiência ("que a todo calculado") o Mundo aproxima-se de uma desordenada transformação. E, a cento e setentaa e sete anos, três meses, e onze dias, após esta data em que tenho escrito; por pestilência, longa fome e guerras, e mais por êxodo das populações ("pelas inundações") dos campos para as cidades, o mundo: entre este e aquele termo prefixado pelas profecias, entre e depois, por várias vezes, parecerá estar muito diminuido. E tão pouco das terras estará sendo aproveitado que não se encontrará quem venha trabalhar nos campos, os quais estarão abandonados longamente. E digo isto baseado nas profecias ("quanto ao visível julgamento celeste") com vistas para o início do sétimo milênio o qual aproxima os acontecimentos proféticos do Juizo Final que se dará dentro do oitavo milênio. O qual envolverá o universo das almas ("Onde está o firmamento da oitava esfera"), em cujo topo da sétima esfera está a oitava esfera, a qual, considerando por dimensão longetudinária o grande Deus eternal virá antes da mudança da órbita da Terra em sua revolução em relação às constelações. COMENTÁRIO DO INTÉRPRETE: Há informações proféticas alertando-nos de que após o Juizo Final o nosso sistema solar sofrerá u'a mudança no zodíaco. Isto é, no seu percurso anual que o relaciona com as constelações na atualidade. E que a órbita da Terra em relação ao Sol, também, será mudada. Sua órbita de translação anual em redor do sol permitirá apenas dois climas estáveis, bastante amenos como os da primavera. E que a mentalidade humana terá um clima correspondente a este fato. Isto é, estará equilibrada. Sem paixões exarcebadas. Tais informações estão corroboradas pelo Apocalípse, capítulo 21: "Os novos céus e a nova terra". No qual São João escreveu no versículo 01: "E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu, e a primeira terra passaram, e o mar já não existe..." E Nostradamus continua: Onde os astros e planetas ("imagens celestes") estarão a se movimentar em novas perspectivas em sua relatividade espacial ("retornarão a se mover"). E o movimento superior, o qual nós possuimos – manterá a terra estável e firme. Não inclinará seu eixo cósmico arbitrado pelos cientistas por séculos dos séculos. A não ser que por Vontade Justa de Deus terá que haver novas alterações. isto poderá ocorrer, mas não por motivo cruel. 31 - Na mesma medida em que as teorias científicas muitas vezes vêm proporcionar opiniões ambíguas

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Assim falou Nostradamus excedendo os valores dos fatos e razões naturais, à semelhança dos expoentes da idade Média ("por sonhos maométicos"); também Deus criador vem propor com segurança – as profecias. E o faz pelo ministério de seus anjos ("mensageiros de fogo") dotados de grande entusiasmo missionário ("em chama missiva"). Estes anjos escolhem aquele que esteja dotado do dom da profecia e o inspira, e em certos casos mostram por visões alguns acontecimentos que se darão no futuro. E também o inspiram a conjugar a sua intuição aos fatos exteriores que se desencadeiam aos nossos olhos e que são compreendidos pelos cinco sentidos ("sentidos exteriores mesmo a nossos olhos"). Deste modo o presságio é extraído do passado e do presente para alicerçar a predição do futuro, visto que o progresso material e a evolução espiritual e/ou moral avançam lado a lado. – Pois o presságio é constituído em parte pela inteligência cerebral daquele que profetiza ("da luz exterior") baseado nos fatos ("intermediando o lume exterior"). Porém, a parte mais importante advém da intuição oferecida pelo ser angélico que inspira a pessoa profetizante. 32 - Essa intuição exercida pelo anjo ou espírito comunicante é efetuada com o cuidado de não permitir que o senso racional da pessoa seja lesado pela imaginação fantasista que é muito comum nas pessoas. Assim sendo, o anjo cuida para que as visões fantasistas do cérebro ("noturnas aparições") não interfiram no entendimento do profetizante de modo que o presságio saia correto ("por diurna certeza"). Então, administrado pelo anjo, essa predição sairá conjugada às profecias oferecidas pelos profetas bíblicos ("conjugada da santíssima predição"). E devo acrescentar que de qualquer modo o anjo inspirador estará sempre respeitando o livre-arbítrio da pessoa que se propõe a prosseguir ("não consistindo de outras coisas além da coragem livre"). Vindo a esta hora entender, meu filho, que eu encontro pelos meus estudos e raciocínios ("por minhas revoluções") que estão em concordância com as profecias ("acordantes à revelada inspiração"), que a mortal espada aproxima-se de nós por um surto de guerras mais horríveis do que as tantas que têm ocorrido nos anteriores três milênios ("que tem vida de três homens"). E fome, a qual rondará pela terra e retornará frequentemente, pois os profetas e espíritos que terão estado a se comunicar através da mediunidade ("astros") são concordantes com respeito a esta ocorrência. E também um ditado bíblico: "Eu os afligirei com barra de ferro por suas iniquidades e os castigarei por suas palavras." Pois a misericórdia do Senhor não será dispensada por um grande tempo, meu filho, no qual a maior parte de minhas profecias serão cumpridas e virão ser cumpridas sob contínuos revolvimentos. NOTA DO INTÉRPRETE: Com relação a este ítem da "fome", por rápida análise chegamos facilmente a compreender as causas deste triste fenômeno. As causas principais, e principalmente neste seculo XX são proporcionadas pelo Egoismo, pela Negligiencia, pela Indolência, pela Ambição e pelo Clima. Pelo egoismo e negligência das classes de elite, que processam a distribuição das riquezas com grande. injustiça. E pela negligência e pela indolência das classes pobres. A rigor, não há inocentes. Basta analisar o comportamento das populações da Ásia, África e América Latina para se compreender estas causas. O clima excessivamente quente que afeta estes continentes influe muito sobre o caráter dos povos que vivem neles. Entretanto, este fato não justifica suficientemente quando se analisa o comportamento próspero do povo de Israel em confronto com os povos de outras raças que se situam na mesma região do Oriente Médio, na qual o clima é assaz hostil. E onde há uma hostilidade racial exagerada. Os Israelenses vêm transformando desertos em pomares e jardins enquanto os circunstantes vão se mantendo na indolência e em ação terrorista. Na Europa e na América do Norte embora sofram a ação inclemente do inverno e outras calamidades, os povos trabalham e prosperam; e distribuem as riquezas com justiça razoável, de modo a não permitir que a

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Arvedus miserabilidade prospere... E Nostradamus continua: 33 - Então, por muitas vezes durante as sinistras tempestades provocadas pelos homens "eu os golpearei", dirá o Senhor, e serão despedaçados com violência e sem piedade. E mil e uma desgraças ("e mil outras aventuras") as quais advirão das populações ("por águas") e por continuadas gerações em crescente número populacional ("e continuadas chuvas"), como tenho redigido em mais detalhe nas outras profecias, as quais estão compostas em grande quantidade, em orações gramaticais desordenadas, omitindo ("limitando") os lugares, datas ("tempos") e o termo prefixado pelas profecias, os quais os humanos verão após os acontecimentos houverem surgido ("após a vir"), e assim irão conhecendo os bens e os males ("as aventuras") que surgirão infalívelmente. Do mesmo modo como temos conhecido em nosso presente em analisando o passado ("como temos notado pelas outras"); por cuja análise compreendemos as causas e efeitos, visto que os fatos nos mostram com clareza ("falando mais claramente"). Não obstante, as quadras, versos e sentenças tenham sido postas em formas literárias sub-desconjuntadas serão compreendidas as inteligências: porém quando o sentido subentendido nos versos for compreendido ("for submovida a ignorância") o contexto será mais e mais esclarecido. Finalizando, meu filho, por consequência receba este dom de teu pai M. Nostradamus esperando que teu próprio venha esclarecer cada uma profecia das quadras aqui contidas, e rogando a Deus imortal que Ele te venha conceder vida longa em boa e próspera felicidade. De Salon este primeiro de março de 1555. Nota: Para o estudo em confronto, coloco o original em francês, e a tradução literal a partir da página 479 e numerei os ítens para facilitar ao estudioso.

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Assim falou Nostradamus

RESUMO DE ASSUNTOS DA CENTÚRIA "I" I - I - Nostradamus inicia mencionando o que pensava e sentia ao escrever as Centúrias I - II - Sequência da I I - III - Quando a Terra for sacudida pela turbulência humana. Tormento e humilhação I - IV - Perda da Fé e da Esperança I - V - As leis serão aplicadas com maior severidade para conter a onda enorme de malfeitores I - VI - Leis e regras Religiosas e Civis estarão enfraquecidas. Desenvolvimento científico e artístico I - VII - O entendimento das profecias chega com atraso. Circusntâncias. Emoções violentas por quatorze séculos ainda. I - VIII - Alerta ao injusto. Poder restaurador. I - IX - Punição virá do Céu. Senso de Justiça I - X - Os espíritos são antigos e "pais" do corpo. I - XI - Ação dos cinco sentidos e os valores éticos. I - XII - Proeminência da falsidade, da brutalidade e da fragilidade humana. I - XIII - A respeito das almas em situação infernal. Sedição de almas e homens contra Deus. I - XIV - A respeito da época da Inquisição. I - XV - Setenta guerras. Ruína da Eclesiástica. I - XVI - Renovação de valores éticos proporcionada por sofrimento e morte. I - XVII - Ele vaticina que sua obra dotada de mensagens Divinas será notável por quarenta séculos. I - XVIII - Discórdia e negligência dos Cristãos. E ganância materialista. I - XIX - A respeito da má intenção e do poder injusto I - XX - A Humanidade terá sido humilhada por seu mau comportamento. E sofrerá necessária repressão severa. I - XXI - Situação e poder do espírito entronizado no cérebro humano. I - XXII - A insensatez lesa a alma e o corpo I - XXIII - A sabedoria de viver repontará no III milênio, não obstante grande parte da Humanidade ainda

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Arvedus esteja apenas semi-civilizada. I - XXXIX - Morte do corpo. Desespero nos últimos instantes. Últimas visões.

I - XXIV - A alma humana semi-civilizada é célere em condenar os outros. E, de como amar e perdoar. I - XXV - Jesus terá sido desonrado pelos homens e almas. A vinda prometida. I - XXVI - Conflitos entre mente espiritual, anímica e humana. A grandeza dos acontecimentos. I - XXVII Tesouro escondido no cérebro e os reais valores da vida.

I - XL - A tromba falsa de cientistas, materialistas e ateus. Magia negra e magia branca. I - XLI - Nostradamus menciona o que sente ao escrever as quadras. E apela para que as analise com muita atenção, pois fala do sinistro e do benfazejo. I - XLII - Nesta quadra ele insurge contra a Arte Gótica.

I - XXVIII - O espírito teme as ações apaixonadas do cérebro. Poder e Justiça da Coletividade Humana. I - XXIX - O homem figuradamente é um ser de origem anfíbia. Quando morre é destruido por uma imensa população microscópica. I - XXX - Ao encarnar o espírito estranha o ambiente, e o corpo de criança para ele é um mundo desconhecido. Quando o corpo morre e ele volta ao seu mundo é recebido com festa. Logo depois ressentese dos erros praticados nessa existência terrena. I - XXXI - O espírito é um casto monarca. Suas lutas e sacrifícios na Terra e no Além. I - XXXII - Império mental do espírito. O corpo é seu condado. I - XXXIII - Sobre a inteligência disciplinada do espírito e as reações do meio ambiente. I - XXXIV - A respeito das pessoas de má fé e de más intenções. I - XXXV - Corpo e espírito – leão jovem e leão velho. O mortal e o imortal.

I - XLIII - Nesta quadra ele vaticina a regeneração da mentalidade humana. I - XLIV - Em futuro, leis e justiça serão necessariamente mais severas. Apelo para a reflexão sobre a ordem e a desordem. Moderação e paixão. I - XLV - Dos males provocados pelo misticismo. Mestres religiosos que são bestas em teatro. De como reconhecer a boa doutrina. I - XLVI - Da sucessão do plano Divino para a evolução da Humanidade. I - XLVII - Vaticínio sobre o constante fracasso dos congressos e assembléias religiosas e políticas que terão estado sucedendo em Genebra ou mais propriamente, na Suiça, onde está instalada a Corte de Haia. I - XLVIII - Profecia a respeito de melhoria repentina da mentalidade humana a partir do início do século XXI e de outra após o ano 3000 DC. I - XLIX - Nesta quadra ele fala da grande influência dos Mestres Religiosos do Oriente para o progresso humano em todos os sentidos. I - L - Nascimento de um sentimento religioso nobre, Eclético e Ecumênico.

I - XXXVI - Domínio da inteligência cerebral sobre a inteligência do espírito. Razões.

I - LI - A audácia, a nobreza, a justiça crescerão em sentido religioso e de boa moral.

I - XXXVII - Conflito microorgânico nos estertores da agonia e na sepultura. I - XXXVIII - Após a morte do corpo, as capacidade do espírito estarão ampliadas. Paz usual e punição usual.

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I - LII - Sobre os lados negativos do Sentimento e da Inteligência. I - LIII - Dos efeitos negativos causados pelo progresso

Assim falou Nostradamus por correntes (espírito, corpo e alma).

industrial e comercial. Injustiças sociais na distribuição dos bens.

I - LXVI - Alegoria referente à passagem do espírito pela vida humana, e de sua volta ao mundo espiritual

I - LIV - Grandes turbulências cíclicas produzidas pelos homens que recusam os princípios justos necessários à regeneração e sublimação da alma. I - LV - O comportamento desordeiro e cruel ("Babilônico") espalhará a iniquidade...

I - LXVII - Vaticínio sobre a miséria e a fome produzidas pelos homens com seus desatinos.

I - LVI - Maus resultados causados pela índole materialista.

I - LXVIII - O viver humano levado a infeliz tormento causado pelas paixões.

I - LVII - Grande discórdia. Pactos com o Céu, rompido. Os homens não sabem usufruir dos bens da Terra.

I - LXIX - Menção às profecias que informam que a Terra e quiçá o nosso sistema solar será ou serão mudados para outro espaço relativo às constelações. I - LXX - As bençãos do Céu não cessam. A fé no materialismo trairá o homem.

I - LVIII - Porque o homem nasce, vive e morre. I - LXXI - A Doutrina Cristã terá sido combatida por três milênios. Resultados das lutas religiosas.

I - LIX - A vida do espírito reencarnado na Terra em fins de ciclos turbulentos como os do século XX é de duplo sacrifício.

I - LXXII - A população da Terra é substituida a cada geração de setenta anos. Os homens existem na Terra há mais de um milhão de anos.

I - LX - Esta quadra dá o perfil de uma profecia do surgimento de Napoleão Bonaparte, e as duas quadras seguintes são consequentes. I - LXI - Cidades e populações ("república") serão devastadas por esse Imperador e seus seguidores. Seu povo ficará miserável e infeliz. I - LXII - As grandes perdas que serão geradas pelo Império Napoleônico, principalmente ao que tange à Moralidade, não serão reabilitados por longo tempo. Dilúvio de paixões e desgraças.

I - LXXIII - O homem é prejudicado pelos apetites ruins dos cinco sentidos; por descuido e indisciplina dos pensamentos e comportamento. I - LXXIV - Situação das almas após o seu desenlace do corpo. I - LXXV - O que há de tirania em uma alma, esta ao reencarnar passará essa tirania ao cérebro da pessoa... I - LXXVI - Morte é um nome feroz, amedrontador. Anjo negro para o homem, anjo radioso para o espírito.

I - LXIII - O bom comportamento moral diminuído no Mundo. A irmã concórdia marchará por Céu e Terra. Depois das guerras suscitadas. I - LXIV - Com relação à Sabedoria de viver os homens ainda estão na fase da noite. Quando procurar se conhecer, o homem verá que ainda é meio porco, meio homem. Feras brutas a falar ouvir-se-à. I - LXV - As gerações terão mostrado pouca capacidade moral para viver com alegria. Vejo-as como criançås sem mãos. E vejo o homem como três entidades atadas

I - LXXVII - Na fase da agonia a alma está entre a terra e o céu. O espírito estará confuso, mas, ver-s e á socorrido por outros. I - LXXVIII - Nessa fase o cérebro está apavorado, e o espírito está confuso. I - LXXIX - Outrossim, os cinco sentidos manejados pelo cérebro agora estão perturbados por leis. Querelas entre as forças inteligentes que perfazem a consciência e pelo desejo dele em manter o monopólio da vida e

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Arvedus restabelecer a continuação da vida corporal.

I - XCIII - O Estado e o Clero respeitam-se mais por temores do que por nobreza.

I - LXXX - Esplendor da Inteligência, e as más tendências humanas. I - LXXXI - Nostradamus sugere que 90% das almas que reencarnaram e desencarnaram são condenáveis. Que na Terra, encarnadas convivem: as boas, as médias e as perversas. Porém, no mundo espiritual vivem em separado; em grupos, colônias e cidades; de acordo com a índole e as tendências. E em lugares de natureza pobre, desagradável ou de natureza bela e gratificante, segundo ao mérito delas.

I - XCIV - A maldade na Terra já está condenada. Surgirá nova consciência moderada. I - XCV - O Espírito pode ser considerado por irmão gêmeo do corpo. É o gênio que sobrevive. É o "deusconvosco". I - XCVI - Misticistas charlatães encherão a cabeça dos tolos com sua língua ornada de fantasias. São destruidores da consciência.

I - LXXXII - A respeito da época em que a Ordem predominará sobre a desordem.

I - XCVII - O que não se consegue a ferro e fogo demover uma pessoa ruím, linguagem amável o fará...

I - LXXXIII - A justiça em exaltação. Os bons e os maus dividirão os despojos.

I - XCVIII - Referência ao Velho Testamento e ao Novo Testamento. O reino dos céus é o celeiro onde as almas estão a salvo da contaminação das paixões da carne...

I - LXXXIV - A mente humana é obscurecida pelas trevas da ignorância e da fantasia. I - LXXXV - Os Missionários desprezarão a vida. Eles vencerão o ódio, a ira e a inveja.

I - XCIX - A felicidade advém ao homem e à alma quando obedecem, disciplinadamente, ao comando do espírito.

I - LXXXVI - A turba desordeira desvirtuará vergonhosamente as leis e os costumes.

I - C - A mente do Homem ainda estará poluida por muito tempo...

I - LXXXVII - Os movimentos sociais iniciarão como escasso fogo do centro da terra e farão tremer a Humanidade. I - LXXXVIII - Ação determinante da Divindade surpreenderá os homens. Cabeça dura e miolo mole só se endireitam com chicote. I - LXXXIX - Causas e efeitos provocados pelas atividades humanas. As construtivas e as destrutivas I - XC - Maus resultados da Escolástica materialista contra o Cristianismo I - XCI - Espíritos sábios que encarnam na Terra terão sido autores de grandes conflitos. Os celestes lutam ao lado dos homens. I - XCII - Concórdia e paz intermitente. Esforço humano desperdiçado em lutas bestiais.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: E com a pena na mão, preparado para receber a inspiração de algum ser celeste para me auxiliar em meu dom de profecia. Nessa expectativa eu sinto que ele toca minha mente e o corpo. Percebo no íntimo uma voz estranha que me deixa fremendo, um tanto amedrontado. Explendor divino! O divino chega-se a mim.

CENTÚRIA I I-I Estant assis de nuict secret estude, Seul reposé sur la selle d'aerain: Flambe exigue sortant de sollitude Fait prospérer qui n'est á croire vain.

Comentário: "Branches": significa sacerdote de Apolo e dom de profecia. "mise": significa Herança, dom.

Tradução Estando sentado de noite em secreto estudo, Só repousado sobre o tripé de bronze: Chama exígua saindo da solidão, Faz prosperar quem não é de crer em vão.

I - III Quand le licture du tourbillon versée, Et feront faces de leurs manteaux couverts, La république, par gens nouveaux vexée, Lors blancs et rouges iugeront à l'envers.

Interpretação: Quando estou sentado em secreto estudo das coisas ocultas na noite dos tempos, só contando com os conhecimentos que estão no meu ser, sinto a inteligência como chama exígua, que sai da solidão e faz prosperar o entendimento de quem não é de julgar em vão. Comentário: Tripé de bronze, esotericamente é um símbolo do ser humano, composto de espírito, alma e corpo. Esta significação surgiu do fato de as pitonisas dos templos da Grécia sentar-se em um tripé de madeira, e depois de bronze, a fim de transmitir os oráculos. Bronze é o símbolo do corpo humano. Portanto, tripé de bronze simboliza a triplicidade do ser humano. Por outro lado o bronze tem a peculiaridade de acumular um campo de energias inteligentes em conjunção com as energias do corpo humano, razão pela qual os místicos afirmam que isto faculta a sintonia com forças e seres espirituais e/ou mentais facilitando intercâmbio mediúnico. Entendo que ele quiz subentender este fato.

Tradução Quando a liteira pelo turbilhão tombada, E farão faces de seus mantos cobertas: A comunidade por gentes novas vexada, Então brancos e vermelhos julgarão por lado errado. Interpretação: Quando a Terra for sacudida por um turbilhão de paixões e abalos telúricos, como se fosse uma liteira virada por um turbilhão, sem que as multidões percebam as causas: a Humanidade sentirse-á atormentada e humilhada em futuras gerações. Nesses tempos os mansos e os violentos terão desígnios opostos. Comentário: "liteira": significa metáfora da Terra.

I - IV Par l'univers sera faict un monarque, Qu'en paix et vie ne sera longuement: Lors se perdra la piscature barque, Sera régie en plus grand détriment.

I - II La verge en mains mise au milieu de Branches, De l'onde il moulle et le limbe et le pied: Un peur et voix frémissent par les manches: Splendeur divine. Le divin prés s'assied. Tradução A vara na mão posta no meio de Branches, Da onda ele molha e o limbo e o pé: Um medo e voz fremendo pelas mangas: Explendor divino. O divino junto assenta.

Tradução: Pelo universo será feito um monarca, Que em paz e vida não estará longamente: Então se perderá a piscatória barca, Será regida em maior detrimento. Interpretação: O mau comportamento dessas gerações gerará um poder estranho que prejudicará

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Arvedus longamente a paz e o bem estar na vida, - duas virtudes que toda pessoa mais aspira. Nesses tempos, perder-se-á a fé e a esperança, e a religião será levada em maior detrimento. Nota: Tomei comportamento em sentido sociológico, com amplitude: "conjunto de atitudes e reações do indivíduo em face do meio social".

I-V Chassez seront pour faire long combat, Par le pays seront plus fort grevez: Bourg et cité auront plus grand debat, Carcas. Narbonne auront coeur éprouvez.

e "Verseil" por baluarte do poder monárquico. Ambos direcionados para a prosperidade intelectual e artística. "Gauleses (Galois)": percebe-se que Nostradamus considerava este povo como de elite entre os povos e tribos antigas que habitavam as regiões mencionadas por ele. Por consequência em seu tempo e ainda hoje são ancestrais dos franceses e de outras Nações da Europa. "Olho de Ravenne": - Ravena foi sede do Papado. Desde o princípio da Igreja Católica o poder papal foi cognominado por "Olho Sagrado".

I- VII

Tradução: Caçadas serão por fazer longo combate, Pelo país estarão mais forte engano: Burgo e cidade terão maior debate, Carcas. Narbonne terão coração testado. Interpretação: Todos serão perseguidos por esses defeitos de comportamento. E todos sofrerão forte agravo pelas leis de cada país. Vilas e cidades terão maior debate. Corpo e alma terão ânimo à prova.

Tard arrivé, l'exécution faicte, Les vents contraires, lettres au chemin prinses: Les conjurés xiiij. d'une secte, Par le Rousseau senez les entreprinses.

Comentário: Tomei "Carcas" por carcassa (corpo). Narbonne - por alma.

Interpretação: O entendimento das profecias chega sempre atrasado, sempre depois dos acontecimentos. Os destinos humanos são entrecortados no caminho - pelas circunstâncias: As empresas humanas serão inspiradas pelas emoções violentas, em sequência, pelos próximos quatorze séculos. Comentário: Tomei "conjurados xiiij, de uma seita" - por quatorze séculos em sequência. "Pelo ruivo" - por emoções violentas do homem.

I - VI L'oeil de Ravenne sera destitué, Quand à des pieds les aisles failliront: Les deux de Bresse auront constitué: Turin, Verseil que Galois fouleront. Tradução: O olho de Ravenne será destituido, Quando a seus pés as asas falharão: Os dois de Bresse terão constituido Turin, Verseil que Gaulois afligirão.

Tradução Tarde chegado, a execução feita. O vento contrário, cartas no caminho presas: Os conjurados xiiij. de uma seita, Pelo Ruivo semeadas empresas.

I - VIII

Interpretação: As leis e regras da Igreja Católica serão destituidas, quando a fé e o respeito dos povos estarão fracos e substituidos pelos interesses materiais. A Religião e o Estado concordarão em que o desenvolvimento científico e artístico, conjugados com o poder do Estado, deverá ser facultado para fazer prosperar uma classe mais nobre. Comentário: Tomei "Turin" por baluarte universitário

Combien de fois prince cité solaire Sera changeant des lois barbares et vaines: Ton mal s'approche. Plus sera tributaire Le grand Hadrie recourira tes veines.

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Tradução Quantas vezes tomada cidade solar Estará cambiando as leis bárbaras e vãs: Teu mal aproxima-se. Mais serás tributário, O grande Hadrie recorrerá tuas veias.

Assim falou Nostradamus Interpretação: Por muitas vezes a mentalidade humana será tomada pelo Divino senso de justiça, e assim ela estará mudando as leis bárbaras e vãs. Se tu és selvagem, injusto, o teu mal aproxima-se. Mais terás a pagar por teus malefícios. O grande poder restaurador correrá de novo pelas consciências.

Tradução: Suas penas transpostas na gaiola de ferro, Onde os nascituros sete fios do Rei estão presos: Os velhos e pais sairão baixo do inferno, Fios morrer ver do fruto morte e lamento.

Comentário: Tomei "Hadrie" por Hadrien em francês, - Adriano em português. Adriano foi Imperador romano que restaurou os direitos humanos dos pobres e reforçou as fortificações de defesa do Império proporcionando maior segurança e maior expansão do Império Romano.

Interpretação: As penas do teu espírito são transpostas na cabeça, Onde os nascituros por sete fios do Espírito estão ligados: Os espíritos são antigos e são pais do corpo. Quando sairão dele terão escapado de um inferno. Ao suprimir os fios o espírito irá ver a morte de seu fruto e ouvir o seu lamento.

I - IX

Comentário: Para o reencarnacionista a quadra é bastante clara. Então cumpre-me esclarecer ao leitor não familiarizado com isto, e apresento-lhe uma interpretação livre, isto é, com redação minha, nos seguintes termos: Quando o espírito reencarna ele traz em sua memória todos os fatos registrados em suas vidas passadas. Por consequência tais registros são transpostos na cabeça do nascituro, porém, não na memória cerebral deste. O espírito é ligado ao novo corpo por sete fios energéticos pelos quais ele o comanda durante seu estágio na vida humana. Nos meios reencarnacionistas é fartamente conhecido que os espíritos são antigos em sua individualidade, e assumem uma personalidade distinta em cada reencarnação. Ninguém pode definir por quantas reencarnações terá passado cada pessoa. Por informações mediúnicas antigas e atuais sabe-se que o espírito passa por centenas de encarnações até conquistar a sublimação da alma, quando então deixa de estar sujeito a reencarnações compulsórias. O espírito é pai do corpo, da mesma maneira que a semente é a mãe da árvore. Provindo de ambiente celeste, isto é, de uma dimensão mais sutil e menos limitante de suas capacidades mentais e físicas, ao ser aprisionado a um corpo denso - para ele é como sair do céu e entrar no inferno. Com a morte do corpo, os fios que o prendem são rompidos e assim novamente livre ele enxerga o corpo morto e ouve o lamento do cérebro e da multidão dos seus microorganismos, além dos lamentos de amigos e parentes no velório. É isto que Nostradamus está expondo em sua

De l'orient viendra le coeur punique Fascher Hadrie, et hoirs Romulides. Accompagné de la classe Lybique, Temples Melites et proches Isles vuides. Tradução Do Oriente virá o coração púnico Perturbar Hadrie, e os herdeiros Romulides. Acompanhado da classe Líbica, Templos Melites e próximas Ilhas vazias. Interpretação: Do céu virá a coragem para os homens altruistas punirem os selvagens, da mesma forma que os Cartagineses fizeram com os Romanos. Isto porá a Humanidade como um mar revolto; e zangará os herdeiros do comportamento dos Romanos, cuja mentalidade é acompanhada de selvageria própria dos líbios. Porém, com isso implantarão um pouco do senso de justiça em suas mentes, as quais estarão vazias de virtudes - como os Templos de Malta e Ilhas próximas. "Templos de Malta": o cérebro humano. "Ilhas próximas": as glândulas do corpo. "Melites": Ilha de Malta.

I-X Serpens transmis en la cage de fer, Oú les enfans septains du Roy sont prins: Les vieus et peres sortiront bas de l'enfer, Ains mourir voir de fruict mort et cris.

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Arvedus Tradução Em pouco dirá falso bruto frágil, De baixo em alto elevado prontamente. Depois em instante desleal e lábil, Quem de Veronne terá governamento.

quadra lacônica. "Gaiola de ferro": é metáfora para cérebro e/ ou corpo, conforme o texto venha a sugerir. "Rei": neste caso é metáfora de Espírito.

I - XI

Interpretação: Dentro em pouco se reconhecerá que o falso, bruto, frágil terá proeminência. Será elevado de baixo para cima prontamente. Depois logo se mostra desleal e instável, todo aquele que em altos cargos terá governamento na Terra.

Le mouvement de sens, coeur, pieds et mains Seront d'accord Naples, Lyon Sicille, Glaives, feux, eaux puis nobles Romains, Plonges, tuez, morts par cerveau debile. Tradução O movimento dos sentidos, coração, pés e mãos, Estarão de acordo Naples, Lyon, Sicille: Gládios, fogos, águas depois aos nobres Romanos Imersos, vitimados, mortos por cérebro débil.

Comentário: Por esta quadra ele tenta mostrar a personalidade de indivíduos que alcançam posição de mando em todos os escalões da vida social. Mas, levanos a dar maior ênfase aos potentados do Estado, da Igreja e do Empresariado, e da Política, visto que dispõem de maiores poderes convencionados: e por consequência de maiores responsabilidades. Tomei "Veronne" por metáfora de Terra, e ampliei a tendência mencionada por ele _ para todo tipo de função de mando, visto que filosoficamente nota-se que toda pessoa elevada a alguma função de liderança amplia sua índole de vaidade e arrogância, mormente quando sente sua inépcia.

Interpretação O homem comporta-se pelos movimentos dos sentidos, agindo com o coração, pés e mãos, e simbolicamente eu o vejo: venenoso como a planta do acônito "naples"; feroz como o leão ("Lyon") e rústico como o ambiente da Sícilia. Por consequência dessas más qualidades ele sofrerá o efeito das lutas, das violências e das grandes máguas, assim como sucedeu com os "nobres" Romanos. Tanto os homens quanto os seus defeitos serão afogados, dizimados, mortos por manterem o cérebro débil para os valores éticos. Comentário: O fato de traduzir os vocábulos do Provençal para outros idiomas pode muitas vezes truncar completamente o sentido figurado das palavras, principalmente os nomes de coisas e lugares. Este é um caso típico. A planta que em português chama-se acônito ou napelo, em francês Napel, ele escreve Naples em Provençal. Os tradutores, naturalmente, traduzem para Napoles. Assim, o intérprete se confunde. O acônito lembra a figura de um homem com capacete. É usado como medicamento, e é também venenoso.

I - XII Dans peu dira faulce brute fragile, De bas en hault élevé promptement. Puis en instant desloyale et labile, Qui de Veronne aura gouvernement.

I - XIII Les exilez par ire, haine intestine, Feront au Roy grand coniuration: Secret mettront ennemis par la mine, Et ses vieux siens contre eux sédition. Tradução: Os exilados por ira, raiva intestina, Farão ao Rei grande conjuração: Em segredo meterão inimigos pela mina, E seus velhos parentes contra eles sedição. Interpretação: As almas que são exiladas para uma situação de inferno e purgatório vivem revoltadas, supondo-se injustiçadas, e tem seu íntimo cheio de ódio.Nesta situação comprazem-se em prejudicar os homens e almas. Sentem um inexplicável consolo em afligir aos outros. Tanto em afligir delinquentes quanto e principalmente aos que conquistam um melhor padrão de moralidade. Inspiram pensamentos de aflição e de rebeldia na mente de almas e homens, conturbando

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Assim falou Nostradamus Interpretação

até suas virtudes impressas na memória. Essas virtudes são como velhos fiéis. Assim, homens e almas vivem conjurados em permante sedição contra Deus e seus filhos.

O deus da guerra ameaça-nos pela força bélica, Por setenta vezes fará o sangue espalhar: Auge e ruina das Igrejas e mais ainda para aqueles que não quizerem ouvir as orientações delas.

Comentário:: São os propalados satãs e demônios. Aliás, essa tendência psicológica é muito comum para todas as pessoas, as quais são almas encarnadas. "parentes": figura com amplo significado. Todos os seres são parentes pelo fato de serem filhos de Deus. Inclusive os microorganismos.

I - XIV

Tradução De gente escrava canções, cantos e súplicas, Cativos por príncipes e Senhores em prisões: Ao advir por idiotas sem cabeças, Serão recebidos por divinas orações. Inrterpretação: Ouvem-se canções, cantos e suplicas, de gente escrava: cativos nas prisões por Príncipes e Senhores da Igreja e do Estado. No futuro, por idiotas sem discernimento serão cultuados por divinas orações. Comentário: Evidentemente ele está falando do tempo da Inquisição, quando Igreja e Estado perseguiam cruelmente aos herejes, cismáticos e bruxos. Alguns deles, hoje, são cultuados como santos.

Mars nous menace par la force bellique. Septante fois será le sang espandre: Auge et ruyne de l'Ecclésiastique, Et plus ceux qui d'eux rien voudront entendre. Tradução: Marte ameaça-nos pela força bélica, Setenta vezes fará o sangue espalhar: Auge e ruína da Eclesiástica, E mais aqueles quem deles nada quererão entender.

Faulx à l'estang ioincte vers le Sagittaire, En son hault AUGE de l'exaltation, Peste, famine, mort de main militaire, Le siecle approche de rénouvation. Tradução Foice ao charco dirigida contra o sagitário, Em seu alto AUGE da exaltação, Peste, fome, morte por mão militar, O século aproxima de renovação.

De gent esclave chansons, chants et requests, Catifs pas Princes et Seigneurs aux prisons: A l'advenir par idiots sans tests, Seront receus par divines oraisons.

I - XV

I - XVI

Interpretação: A foice da morte dirigida contra os homens, por destino inexorável, estará em auge de exaltação semelhante a exaltação proporcionada por eles em sua maneira de viver e de conviver. Então recrudecerão as pestes, fome e morte por mão militar, pricipalmente quando o século aproxima-se de necessária renovação. Comentário: "Foice": no caso -símbolo da morte. "Sagitário": símbolo da natureza do homem, isto é mentalidade meio humana e meio animal, ou mais propriamente, dotado de espírito divino e corpo material. "Charco": alusão depreciativa à humanidade. "Renovação do século": Ele fala em século mas não define em qual século ocorrerá a sua previsão. Na realidade, em cada século que passa é observável uma renovação constante dos valores materiais, e em pequena parte dos valores morais. A evolução da Terra e principalmente da Humanidade é um destino indiscutível, adredemente planejado pela Divindade. Assim sendo, nesta quadra, ele faz mais um alerta psicológico do que uma profecia. E este alerta é deveras importante para nossa época, cuja fermentação dos valores vem redundando em conflitos dramáticos para toda a Humanidade, superando largamente o grau de desgraça ocorrido nos séculos anteriores. Neste século XX, cognominado "Século das

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Arvedus Luzes" o progresso material foi fabuloso, porém foi acompanhado por um retrocesso moral. Resultado: Praticamente ninguém veio a usufruir dos benfícios desse progresso, visto que todas as mentes foram tomadas por aflitivas tensões. Em verdadeiro eclípse mental. De qualquer modo, por algum mérito e muito mais por Graça Divina, o século XXI será chamado o "Século da Justiça Social" e será bastante iluminado pelas luzes deste século que se finda. Terá a renovação profetizada por Nostradamus. E essa justiça será desenvolvida por força de disciplina austera, visto que a situação de hoje foi criada e desenvolvida por um exagerado liberalismo na interpretação das leis e regras de comportamento, em todos os sentidos, o que veio promover toda a sorte de rebeldia e de reinvidicações exdrúxulas, como é o caso, principalmente, da licenciosidade sexual, do teerrorismo, do tráfico de entorpecentes, das guerrilhas, do banditismo, e porque não dizer das guerras que estremeceram o Mundo neste século. Tudo é concomitante com a avidez, a ambição e o egoismo.

I - XVII Par quarente ans l'Iris n'apparoistra, Par quarente ans tous les iours será veu: La terra aride en siccité croistra, Et grands deluges quand sera aperçeu. Tradução: Por quarenta anos a Iris não aparecerá, Por quarenta anos todos os dias será vista: A terrra árida em ressecada crescerá. E grandes dilúvios quando será apercebido.

liminares forem apercebidos gerarão um dilúvio de polêmicas escritas e faladas. Comentário: Se o leitor tomar de uma enciclopédia neste ato e ler a respeito desta deusa Iris, sentirá melhor a retórica eloquente e pitoresca desta quadra. Na mitologia grega ela é tida por mensageira dos Deuses.

I - XVIII Par la discorde negligence Gauloise Sera passage à Mahommet ouvert, De sang trempé la terre et mer Senoise, Le port Phocen de voilles et nefs couvert. Tradução: Por discorde negligência Gauleza Será passagem à Maomé aberta: De sangue temperado a terra e mar Senoise, O porto Phocen de velas e naves coberto. Interpretação: Levada pela discórdia e negligência entre os cristãos será aberta a passagem para a violência religiosa, política e mercantil, nos moldes dos resultados das doutrinas de Maomé: por isto a terra e o mar humano serão ensopados de sangue. Os valores materiais e humanos estarão encobertos pela força negativa da ganância pelo poder, riqueza e fama. A Terra parecerá um porto da Fenícia, coberto de velas e navios. Comentário: O último verso significa: Terra coberta por interesses mercantis.

L - XIX

Interpretação: Por quarenta anos eu elaborei esta obra em segredo, com todas as mensagens que ela traz. Por isto, nesta quadra, como um pai carinhoso e orgulhoso, nomeio-a por "A Iris", a qual é a deusa mensageira dos deuses da mitologia grega. E por quarenta anos esta obra será pouco conhecida. Por quarenta séculos, eu tenho a convicção de que ela será vista todos os dias: Entretanto, considerando a forma literária escabrosa pela qual montei a obra, as quadras parecerão canteiros de terra árida que vai endurecendo paulatinamente pelos anos afora. Porém, à medida que seus sentidos sub-

Lors que serpens viendront circuir l'are, Le sang Troyen vexé por les Espaignes: Par eux grand nombre en fera fait tare, Chef fuict, caché aux mares dans les saigne. Tradução: Qaundo serpentes vierem cercar o altar , O sangue Troiano vexado pelas Espaignes: Por eles grande número será feito peso, Chefe foge, escondido nos pântanos nas sangrias.

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Interpretação: Quando os interesses mal intencionados, a feição de serpentes dominarem os

Assim falou Nostradamus cérebros áridos das gentes: os direitos humanos serão vexados por uma série de injúrias próprias das Espanhas. Por essas injúrias, grande número será feito em destroços. O poder injusto vai seguindo, escondido e agindo fraudulentamente pelos intertícios do cérebro, à semelhança de águas poluidas nos pântanos a sair pelas sangrias. Comentário: "Sangue troiano": espírito heróico e digno. "Espaignes": metáfora de indignidades. Derivada de " Espais" ou "Epais".

Tradução: Profunda argila branca alimenta rochedo, Quem de um abismo massa lacticinosa, Em vão perturbados não lhe ousarão tocar, Ignorando estar ao fundo da terra argilosa. Interpretação: O espírito, virtuoso como a argila branca, é o poder que alimenta o corpo. Ele está abismado no cérebro, mas um dia ele vencerá e suas virtudes saberão à leite e mel. As más intenções, que pululam no cérebro com pensamentos vãos e perturbados não conseguirão tocar-lhe. Porque o homem desconhece esse poder sublimado que se situa no fundo de seu cérebro. Comentário: "Argila branca": é, esotericamente, símbolo do espírito. "Rochedo": é símbolo do corpo humano, ou do cérebro. "Terra argilosa": mente virtuosa.

I - XX Tours, Orleans, Bois, Angers, Reims et Nantes, Citez vexées par subit changement, Par langues estranges seront tendues tentes, Feuves, dars, Renes, terre et mer tremblement.

I - XXII

Tradução: Tours, Orleans, Blois, Angers, Reims e Nantes, Cidadãos vexados por súbita mudança: Por línguas estranhas serão tendas armadas, Larvas, dardos, freios, terra e mar tremendo.

Ce qui vivra et n'ayant aucun sens, Viendra leser à mort son artifice, Autun, Chalons, Langres et les deux Sens, La gresle et la glace fera grand malefice.

Interpretação: Todos as pessoas do mundo terão suas mentes humilhadas por súbita mudança de comportamento. Os conceitos serão formados e difundidos por linguagem estranha. Todos os rincões da Terra e o mar humano estarão estremecendo, por pensamentos nocivos como as larvas, palavras ferinas como os dardos, e a repressão severa determinada por leis que atuarão como freios. Corpo e alma estarão amedrontados ("terra e mar tremendo").

Tradução: Aquele que vive e não tem nenhum senso, Virá lesar à morte seu artifício, Autun, Chalons, Langres e os dois sentidos, O granizo e o gelo fará grande malefício. Interpretação: Aquele que vive insensatamente, ao morrer verá que lesou a si mesmo com o seu procedimento cheio de artifícios. Lesou seu espírito, alma e corpo: e seus dois sentidos: a Inteligência e o Sentimento. Suas más ações e insensibilidade farão grande malefício, semelhante ao granizo e gelo.

Comentário: Tomei o 1º verso por sentido global envolvendo o Mundo e a sua população.

I-XXI

Comentário: Tomei Autun, Chalons, Langres apenas como cidades representando a trilogia - espírito, alma e corpo: visto que em profecia qualquer cidade é tomada para configurar gente, idéias ou fenômenos psíquicos. Neste caso ele poderia colocar quaisquer outras três cidades para o mesmo sentido. Às vezes ele aplica os nomes de cidades com

Profonde argile blanche nourrit rocher, Qui d'un abysme istra lacticineuse, En vain troublez ne l'oseront toucher, Ignorant estre au fond terra argilleuse.

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Arvedus sentido específico para o que o intérprete terá de conhecer certas qualidade ou defeitos pelos quais a tal cidade é proverbialmente conhecida. Assim: Paris "Cidade Luz", Rio de Janeiro "Capital do Samba"; São Paulo "Capital do Trabalho": Locomotiva do Brasil, etc.

L'oiseal de proye au ciel se vien offrir: Apres victoire à captifs pardonner, Cremone et Mantoue grand maux aura souffert. Tradução: Na cidade nova pensativo para condenar, A ave de rapina ao Céu vem se oferecer: Após vitória a cativos perdoar, Cremone e Mantoue grandes males terá sofrido.

I - XXIII Au mois troisiesme se levant le Soleil, Sanglier Liepard, au Champ de Mars pour combattre, Liepard lassé au Ciel estend son oeil, Un aigle autour du Soleil voit s'esbattre. Tradução: Ao mês terceiro levanta-se o Sol, Javali Leopardo, ao campo Marte para combater: Leopardo cansado ao Céu estende seu olho, Uma àguia em torno do Sol vê se esbater. Interpretação: No terceiro milênio da era cristã a sabedoria de viver estará se erguendo na mente humana, assim, como o sol da manhã. Nessa fase a situação mental de uma parte da humanidde ainda é bestial à semelhança do javali. A outra parte é ainda feroz, porém, já possue maiores laivos de inteligência e melhor expressão ética e estética, à semelhança do leopardo. Questão de grau de evolução. Nessa conjuntura ambas as partes continuarão belicosas. Entretanto, essa facção mais adiantada, naturalmente contando com o apoio de uma elite que já terá alcançado os bons padrões de civilização, tanto pela ação das Escolas sociais quanto das Escolas Religiosas, - sentir-se-à cansada desse tipo de luta inglória pela vida na ânsia de ter, manter, acumular valores essenciais, supérfluos e de luxo. Então começa a se inclinar por um viver moderado: sóbrio: humilde: fraterno: - Civilizado. Nos padrões ensinados pelas boas Religiões, as quais retransmitem as informaçõe sobre o estilo de vivência nos Céus. Então passarão a aspirar por uma vida simples e agradável: com a sensação de um leopardo que estendendo os olhos ao Céu vê uma àguia volitando prazenteiramente ao redor do Sol.

Intepretação: A alma humana, quando percebe que está quase regenerada é célere para condenar os outros. É como uma ave de rapina que ainda não perdeu suas garras e se oferece ao Céu sob asas de promotor, Mas o juiz responde-lhe pelos Evangelhos: "Após tua vitória tu deves perdoar aos que ainda não conquistaram as virtudes do bom comportamento." Ou "Amai vossos amigos, e perdoai vossos inimigos." O corpo e a alma terão sofrido grandes males antes de se regenerar.

I - XXIV

Comentário: Para chegar a esta interpretação usei Cremona como figura de um violino Stradivarius, e o violino como figura do corpo humano. Cremona é célebre pela qualidade dos violinos lá produzidos. Usei Mantoue como figura metafórica de alma e espírito pelo fato de esta cidade estar edificada sobre duas ilhas formadas pelo rio Mincio e Mantoue representa manto. A alma é um manto para o espírito. Outrossim, violino afinado, virtuoso, convencionalmente é figura usada em teosofia para o corpo, ou alma, ou espírito, conforme à idéia central no texto. Esotericamente, cidade é usada como metáfora de cabeça, cérebro, mente. Os profetas bíblicos usam-na constantemente com estes sentidos. Nostradamus também. Ilha é usada para figurar corpo, cérebro, pessoa, e até nação. Por antiga convenção dos grandes Mestres Espiritualistas, orientais e ocidentais, em toda literatura e retórica oral dirigidas à doutrinação popular, passaram a utilizar figuras simples de coisas, seres irracionais e racionais: cidades, acidentes geográficos, etc., por metáfora de idéias de coisas concretas. Na Bíblia isso é comum. Nos escritos egípcios, nos de Hermes Trismegisto: Zaratrusta: Maomé: nas mitologias

A cité neuve pensif pour condamner,

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Assim falou Nostradamus gregas: persas; célticas, etc. No Baghavad Gita, toda a odisséia das guerras entre Arjuna, apoiado por Krishna, contra seus irmãos, parentes e amigos, o campo de batalha é a cabeça, e os figurantes são as virtudes e os defeitos humanos em luta constante entre o bem e o mal. São campos de forças energéticas geradas por pensamentos e atos, e tornam-se enraizados no cérebro e na mente - pelos quais dirigem o caráter e a personalidade da pessoa. Assim, tornam-se individualidades distintas, inteligentes, poderosas, de cuja manifestação distinguimos os efeitos e aparências de suas ações:- o amor, o ódio, o altruismo, o egoismo, a ambição, a moderação, etc. Hoje, as fitas magnéticas que transmitem os sons inteligentes pelo rádio e sons e imagens pela televisão proporcionam-nos uma idéia clara desse fato. O Krishna do Baghavad é o espírito humano. Arjuna é o corpo, onde o cérebro é o palco da luta entre os pensamentos e sentimentos gerados pela vontade e pelos desejos, emoções e paixões. Da mesma forma ocorre com a Bíblia. Em grande parte dos seus textos históricos e estóricos os personagens, seres e coisas trazem sentidos anbíguos: exotéricos e esotéricos. Principalmente toda a história de Jesus. Em síntese, a partir do seu nascimento até a Sua ressurreição, a história de Sua vida representa a vida do homem - nos seus destinos e nas suas circunstâncias, retratando o ensino do fato primordial - de que o destino irredutível do homem é de: nascer, viver, morrer e ressuscitar para a vida imortal do espírito. Para se interpretar a Bíblia e mesmo os textos de Nostradamus não é necessário conhecer a Cabala, como supõe muita gente. Estes escritos são redigidos com figuras literárias comumente usadas pelos escritores, sendo que uma parte delas possue sentidos convencionais dos meios esoteristas. A linguagem usada nos meios acadêmicos, mormente da medicina - é mais complexa, portanto mais enigmática do que a bíblica e a ocultista.

Tradução: Perdido, achado escondido de tão longo século, Será pastor semi-Deus honrado: Antes que a Lua complete seu grande ciclo, Por outros ventos será desonrado. Interpretação: Quando Jesus morreu na cruz foi dado por perdido pelos Apóstolos e pelos discípulos e por fim pela Humanidade. Entretanto, ao ressuscitar foi achado vivo. Para muitos, Ele está oculto, fora deste Mundo, o que não passa de fruto da imaginação, pois como Ele afirmou, não sairia do âmbito da Terra, quando asseverou: "Estarei convosco pelos séculos dos séculos". Ele foi e é nosso Pastor, semi-Deus, e sempre será assim venerado. Se foi desonrado em sua época, ainda continua sendo e o será até o Juizo Final, enquanto a mentalidade humana for preponderantemente materialista. Assim: "Por outros ventos será desonrado". Comentário: Estou convicto de que Jesus Cristo sempre esteve presente na Terra, desde antes do princípio dela e estará até a consumação dos séulos. Esteve presente em corpo humano em sua missão evangélica. Segundo os registros bíblicos manter-se-à presente através do seu Poder Espiritual. E assim é visto e sentido. Mediante as promessas, nos tempos do juízo, os quais já estão em andamento, será visto por almas e homens, em forma física, - não em corpo humano. E todos, - bons e maus, sem excessão, o verão nas ocasiões aprazadas. Portanto, Ele não voltará. Ele virá gloriosamente com toda a hierarquia para consumar a regeneração da Humanidade, da qual muitos sairão vitoriosos, e semi-vitoriosos: e poucos serão condenados à expulsão para outros orbes. O 3º verso refere-se ao ciclo evolutivo do cérebro humano ("a Lua... grande ciclo").

I - XXVI

I - XXV

Le grand du fouldre tombe d'heure diurne, Mal et predict par porteur postulaire: Suivant presage tombe d'heure nocturne, Conflict Reims, Londres, Etrusque pestifere.

Perdu, trouvé, caché de si long siecle, Sera pasteur demy Dieu honoré: Ains que la Lune acheve son grand siecle, Par autres vents sera déshonoré.

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Arvedus Tradução: O grande do raio tomba de hora diurna, Mal e predito por portador postulado: O seguinte presságio tomba de hora noturna, Conflito, Reims, Londres, Etrusco pestífero.

escondido o tesouro, o qual é o resultado das experiências vividas pelo espírito e acumuladas ali por longos séculos. Quando a pessoa encontra esse tesouro, isto é, quando compreende e utiliza os valores das experiências, readquire a visão dos reais valores da vida. Então, a ignorância e seus efeitos morrerão ("Encontrado morrerá"). O lugar onde esse tesouro é encontrado (Nota: o cérebro) morrerá, e então o espírito reviverá em seu mundo para onde levará esse tesouro de experiências ("o olho aberto de novo"), com os reais valores da vida imortal.

Interpretação: A grandeza dos acontecimentos, tanto bons quanto maus, são claramente visíveis em todos os tempos, como um raio que tomba à luz do dia. Porém, o bem e o mal, tanto no ocorrido quanto no porvir é um postulado do homem e por consequência de toda a Coletividade. O seguinte presságio advém do seguinte fato pouco conhecido: Há um constante conflito entre as mentes do espírito, alma e corpo, visto que o cérebro e a mente anímica estão contaminados por resíduos e/ou vírus mentais degradantes ("Etrusco pestífero").

Comentário: "Guien": Guia, líder. O cérebro é o líder inteligente do corpo. É o Céu onde vive o espírito. Sua conformação é parecida a uma cadeia de montanhas. "Escondido tesouro": Nele está escondido o espírito com toda sua experiência e conhecimento - o tesouro acumulado por séculos de reencarnações intermitentes...

Comentário: Colocando-se o sentido de "postulado" dentro da explicção dada pelo dicionário, o sentido da quadra torna-se mais eloquente: Postulado: "Princípio ou fato, reconhecido mas não demonstrado: proposição que se admite sem demonstração: tempo de exercício e provações que antecede o noviciado das comunidades religiosas." Observe-se que nesta quadra as cidades especificam bem o espírito e alma. Reims por ser a ex-Sé do Papado . Londres por sua dinâmica em relação ao mundo. Etrusco pestífero retrata bem a natureza negativa do corpo por força das emoções apaixonadas.

I - XXVIII La tour de Boucq fuste Barbare, Un temps, long temps aprés barque hespérique Bettail, gens, meubles, tous deux feront grand tare, Taurus et Libra, quelle mortelle picque? Tradução: A torre de Boucq temerá galera Bárbara, Um tempo, longo tempo após barca hespérica: Besta, gente, móveis, todos os dias farão grande perda, Taurus e Libra, que mortal golpe?

I - XXVII Dessous de chaine Guien du Ciel frappé, Non loin de lá est caché le tresor, Qui par longs siecles avoit esté grappé, Trouvé mourra, l'oeil crevé de ressort. Tradução: Sob a cadeia Guien do Céu agitado, Não longe de lá está escondido tesouro: Que por longos séculos ter estado acumulado, Encontrado morrerá, o olho aberto de novo. Interpretação: Sob os lóbulos do cérebro, que se parecem a uma cadeia de montanhas, o Espírito vive interligado com a mente Divina e por ela é apoiado. Não longe dele, na memória da alma está

Interpretação: O espírito vigilante temerá a ação bárbara do cérebro. Um tempo longo depois a mente humana estará enriquecida de virtudes, como um barco mitológico hespérico: Por esses tempos, haverá bestialidade, gentileza, mudanças. Os dois: Poder e Justiça farão grande perda a todos. Que golpe mortal?

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Comentário: Tomei Taurus e Libra por Poder e Justiça. "Torre de Boucq": figura de fortaleza do

Assim falou Nostradamus Abordará junto de porto desconhecido: Não obstante sinais de ramo de palmeira, Após morte pilha bom aviso tarde vindo.

espírito. "Galera Bárbara": Pensamentos e atitudes grosseiros e cruéis. "Barco hespérico": barco proveniente da Hespéria. Conforme a mitologia grega a Hespéria deveria se situar no Ocidente e seria um jardim imenso cheio de riquezas onde, inclusive, encontrava-se a árvore de pomos de ouro. O que é uma alegoria do cérebro e do espírito com suas riquezas inteligentes. "Taurus": metáfora de Poder. O poder do touro. Poder do corpo. "Libra": Símbolo de Justiça.

I - XXIX Quand le poisson terrestre et aquatique Par forte vague au gravier sera mis, Sa forme estrange suave et horrifique, Par mer aux murs bien tost les ennemis.

Interpretação: Quando o espírito encarna, logo que tem consciência do mundo que o rodeia estranha-o, pois, seu cérebro recém-nascido nada conhece, e ele (espírito) está totalmente esquecido de todo o seu passado. Então, sente-se em um Mundo completamente desconhecido. No seu mundo espiritual ele promete vencer as paixões que o assaltarão durante a vida humana e recebe lá muitas orientações e avisos. Mas sempre falha, e a morte o leva a ressucitar. Então, de volta a seu mundo ele percebe que também os avisos recebidos na Terra, só agora ele entende. Comentário: "Nave": figura de espírito "Sinais de ramo de palmeira": cerimônia de boas vindas, quando o espírito volta a seu mundo.

Tradução: Quando o peixe terrestre e aquático Por forte vaga ao cascalho será posto: Sua forma estranha suave e horrível, Por mar aos muros bem cedo os inimigos,

I - XXXI Tant d'ans en Gaulle les guerres dureront Outre la course du Castulon monarque: Victoire incerte trois grands couronneront, Aigle, Coq, Lune, Lyon, Soleil en marque.

Interpretação: O homem ("peixe terrestre e anfíbio"), quando por força da morte for posto debaixo da terra, com sua figura serena e horrífica bem cedo é atacado por um "mar" de microorganismos e vermes inimigos de seu ser. Comentário: Cientificamente, sabe-se que o homem iniciou a sua evolução na àgua. Portanto, é de natureza anfíbia. A alma vem do céu ("mar"). O corpo vem do barro. Portanto, metaforicamente o homem é anfíbio. Figuração do 4º verso: Os microorganismos que vivem no "mar" de sangue estão postados em todo o sistema orgânico "muros".

I - XXX La nef estrange par le tourment marin Abordera press de port incogneu: Nonobstant signes de rameau palmerin, Apres mort pille bon advis tarde venu.

Tradução: Tantos anos na Gália as guerras durarão, Além do curso do Castulon monarca: Vitória incerta três grandes coroarão, Àguia, Galo, Lua, Leão, Sol em marca. Interpretação: Pelos tantos anos em que o espírito estará encarnado na Terra suas lutas durarão, e irão além, devido a sua vida imortal, pois ele é o monarca sempre Casto ("Castulon"). Na realidade, espírito, alma e corpo são três individualidades valiosas, sempre sujeitos a ser coroados por vitória incerta no tempo. Em vida humana, o ser tríplice é regido pelo Espírito (sol em marca) e conta com a força volitiva do pensamento (àguia); com uma inteligência limitada (lua); e com uma grande energia (leão). Comentário: "Castulon": metáfora derivada de Casto. "Galo": metáfora de corpo humano.

Tradução: A nave estranha pelo tormento marinho

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Arvedus

I - XXXII

I - XXXIV

Le grand Empire sera tost translaté En lieu petit, qui bien tost viendra croistre Lieu bien infime d'exigue comté Ou au millieu viendra poser son sceptre.

L'oyseau de proye volant à la fenestre, Avant conflict faict aux Francois pareure, L'un bon prendra l'un ambigue sinistre: La partie foible tiendra par bon augure.

Tradução: O grande Império fará breve transladar Em lugar pequeno, o qual bem cedo virá crescer: Lugar bem ínfimo de exíguo condado, Onde ao meio virá posar seu cetro.

Tradução: A ave de rapina voando à janela, Antes conflito faz aos François parecença, A um bom tomará, a um ambíguo sinistro; A parte fraca terá por bom augúrio.

Interpretação: Ao reencarnar, o espírito fará transladar seu império mental para o corpo do nascituro, o qual em breve virá crescer: O corpo parece-lhe um lugar bem ínfimo, como que um exíguo condado para um rei, onde ao meio (na cabeça) virá posar seu cetro.

Interpretação: Todos aqueles dotados de espírito de rapina mostram pelas suas atitudes as suas más intenções, como acontece quando se vê uma àguia a esvoaçar junto a uma janela. Antes de agir contra os bem intencionados, eles enfeitam suas palavras e atitudes, à semelhança do frade franciscano ("Francois"). Muitos os tomarão por bons, outros, mais perspicazes os tomarão devidamente por indivíduos de muitas caras. Os inocentes serão enganados.

I - XXXIII Pres d'un grand pont de plaine spatieuse, Le grand Lyon par forces Cesarees, Fera abattre lors cité rigoureuse, Par effroy portes luys seront reserees.

Comentário: "François": Francisco. Metáfora referente à humildade de São Francisco.

Tradução: Próximo a uma grande ponte de planície espaçosa, O grande Leão por forças Cesarianas: Fará abater fora cidade austera, Por pavor portas lhe serão fechadas de novo.

I - XXXV

Interpretação: Entronizado no cérebro, entre os dois lóbulos, o Espírito posta-se como um leão altamente disciplinado. E, dali emite para fora suas ordens austeras. Porém, como lhe deve ter ocorrido em outras vidas, a inteligência cerebral fecha-lhe as portas do entendimento, por medo das reações do meio ambiente humano. Comentário: A primeira vista será difícil para muitos leitores concordar com esta intepretação, mormente quando desconhecem a chamada Lei da Reencarnação, e também a ação mental e cerebral. Acredito que alguns Espiritualistas entenderão e desenvolverão, não só esta quadra, mas também o conjunto, pois há sequência, embora meio confusa e sumária.

Le lyon jeune le vieux surmontera, En champ bellique par singulier duelle, Dans cage d'or les veux lui crevera, Deux classes une puis mourir mort cruelle. Tradução: O leão jovem, o velho suplantará, Em campo bélico por singular duelo: Na jaula de ouro os olhos lhe vazará, Duas classes uma depois morrer morte cruel. Interpretação: O corpo (leão jovem) dominará o espírito, que é velho, em singular duelo que se dará no próprio corpo, onde a luta pela vida é constante. É parecido a um campo de batalha. O espírito fica entronizado numa glândula, no cérebro, e ali mantém sua refulgência cor de ouro. Assim aprisionado, como em jaula de ouro, a sua visão da vida fica muito limitada, como se seus olhos fossem vasados. Corpo e espírito são dois universos distintos

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Assim falou Nostradamus em suas estruturas. Um é mortal, o outro é imortal. O corpo, que é mortal, sofrerá morte cruel.

Mas virá bem mais tarde consentir, Que todo seu sangue por morte fará desfazer.

Comentário: Para quem não está familiarizado com este fato, cumpre-nos dar uma explicação sumária. A glândula pineal que fica no centro, embaixo dos dois lóbulos do cérebro é onde o espírito fica radicado ao encarnar. Esta glândula tem o tamanho de um grão de ervilha. É chamada pelos mestres reencarnacionistas por "trono do espírito"; "deus"; "altar". E, "lótus de mil pétalas": isto em virtude de sua luminescência segundo explicado pelos clarividentes, esta flor de lótus ou coroa aparenta 999 pétalas, cada uma com seu matiz, cujos matizes representam determinados números de vibrações por segundo. Tais pétalas são os terminais de correntes de força que circulam pelo corpo. Outrossim, o corpo possue sete centros de força que regem todo o processo vital dele, sendo que a pineal comanda as seis outras, e estas, por sua vez comandam toda a estrutura do corpo e seu funcionamento, inclusive o cérebro. Nas pessoas comuns esta glândula é um olho que permanece fechado. ("olhos vazados") que Nostradamus coloca figuradamente. Excepcionalmente, esse olho do espírito, também conhecido por terceiro olho, abre-se e oferece à pessoa a capacidade da terceira visão ou vidência, e com isto tal pessoa passa a enxergar os seres, lugares e coisas que existem em outras dimensões, no âmbito da Terra, dito por "mundo espiritual" ou "mundo das almas". Tais pessoas são conhecidas por videntes e/ ou clarividentes. A morte cruel a que ele se refere é a morte do corpo, o qual com a retirada do espírito passa a decomposicão. Por consequência há nele uma batalha hedionda entre os microorganismos, vermes, etc. E continua nas quadras seguintes:

Interpretação: Tardiamente o espírito virá a se arrepender de não ter agido com maior rigor contra a ação do cérebro, neutralizando a força de seus pensamentos nocivos para que o espírito tem poderes para isso. Mas de qualquer modo embora se sinta comprometido pela conivência passiva nos enganos e pecados, concordará em que pela morte do corpo o poder que este tem será desfeito.

I - XXXVI

Comentário: Para maior clareza do fato: O espírito humano, essencialmente virtuoso, é provido de capacidades inteligentes superiores às do corpo. Comumente e por muitas circunstâncias tem a sua vontade superada pelas forças dos desejos do corpo. A sua energia sutil, por muitas vezes, transpassa pela energia condensada do cérebro, assim como a água passa por uma peneira, ou a luz pelo vidro, sem afetar a contextura. Nesta conjuntura ele sabe que, após passar séculos e séculos em vidas sucessivas pela vida na carne, com intermitência de vida no mundo espiritual, vai assimilando um maior cabedal de experiências que fixarão suas capacidades de dominar as energias mentais do cérebro, e por consequência do corpo. Trata-se de um processo natural, instituido por Deus, à primeira vista esquisito, mas perfeitamente sábio quando a pessoa o compreende bem. Da mesma forma em que as coisas materiais evoluem pelo processo de trasnformações constantes, o espírito também evolue. É Lei Cósmica. Com vistas a este fato Jesus asseverou: "O espírito é forte, mas a carne é fraca." O que redunda na conclusão: - As fraquezas humanas, do corpo e da alma, enfraquecem ou limitam as forças do espírito quando encarnado, principalmente. Quando o espírito consegue dominar, permanentemente, as índoles e intenções do corpo o homem torna-se um santo. Porém, jamais poderá ser divino. Questão de proporção de valores no meio ambiente.

Tard le monarque se viendra repentir, De n'avoir mis à mort son adversaire, Mais viendra bien à plus hault consentir, Que tout son sang par mort sera deffaire.

I - XXXVII Un peu devant que le soleil s'absconce, Conflict donné, grand peuple dubiteux, Profligez, port marin ne fait response, Pont et sepulchre en deux estranges lieux.

Tradução: Tarde o Monarca virá arrepender-se, De não ter posto à morte seu adversário:

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Arvedus Tradução: Um pouco antes que o Sol se esconda, Conflito dado, grande povo em dúvidas, Contaminado, porto marinho não faz resposta, Ponte e sepulcro em dois estranhos lugares.

ricamente ajaezado pelos nobres das côrtes. No caso, - o homem orgulhoso do seu status social e dos seus feitos.

Interpretação: Quando a pessoa entra na fase de moribundo, nos estertores da agonia, o conflito entre os microorganismos é dado. E um grande povo fica em estado de insegurança. Os microorganismos que mantém a vida são os fiéis que pedem socorro. Porém, o cérebro já não responde, visto o corpo estar contaminado. Esta transição da morte e o sepulcro são dois lugares estranhos para os microorganismos, os quais têm sua inteligência específica para cada tipo de função, mas não têm visão geral que o cérebro possue. Evidentemente. Nota: Os médicos e biólogos conhecem bem estes fatos. Videntes os enxergam claramente.

De nuict dans lict le supresme estrangle, Pour trop avoir seiourné blond esleu, Par trois l'empire subroge exancle, A mort mettra carte, et paquet ne leu.

I - XXXIX

I - XXXVIII Le Sol et l'Aigle au victeur paroistront. Response vaine vaincu l'on asseure, Par cor ny cris harnois n'arresteront, Vindicte paix par mort si acheve à l'heure. Tradução: O Sol e a Águia ao vencedor aparecerá, Resposta vã ao vencido se assegura, Por corneta nem gritos jaez luxuoso não arrastarão, Punição paz para mortos se acaba à hora.

Tradução: De noite no leito o supremo estrangulado, Por demais ter jornadeado louro efeito: Por três o Império sub-roga exangue, A morte porá carta, e pacote não lido. Interpretação: Nos últimos instantes da sua vida terrena, o homem sente-se estrangulado. Seja um mendigo ou um potentado. Por mais que acalente a loura fantasia de que seja um eleito para permanecer vivo por séculos. O império do cérebro, nesses últimos momentos, exangue, sub-roga para si o direito à vida eterna que é pré-estabelecido para o espírito. Então, o cérebro em desespero, pressupõe este direito para três: espírito, alma, corpo. Por fim a morte fecha-lhe o destino: e lhe apresenta na tela da alma todos os episódios da sua vida, com os mínimos detalhes, os quais estão gravados em sua memória.

Interpretação: Ao deixar o corpo, o Espírito passa a ter uma capacidade de inteligência muito mais ampla (Sol), e também a capacidade de volição (Águia). E, se cumpriu bem os seus deveres humanos, préestabelecidos antes de reencarnar, ele agora é aclamado vencedor, por anjos e almas que o guiarão a lugares ditosos. E se não cumpriu bem os seus deveres quando na carne - é recebido como vencido que perdeu o seu tempo, e será levado a força para lugares desagradáveis. De nada adiantará ameaças e gritos, nem argumentos supérfluos sobre posições e status sociais. Pelo exposto conclue-se que na hora da morte, um receberá a paz usual, e outro a punição usual. Nota: "Jaez luxuoso": - representa o cavalo

Comentário: Esta visão dos episódios da vida é dada às três inteligências ao mesmo tempo, e fica gravada na alma, perenemente, para uso do espírito, juntamente com todos os fatos de suas vidas passadas, na carne e nos céus. É lei cósmica.

I - XL La trombe fausse dissimulant folie, Fera Bisance un changement de loix: Histra d'Egypte, qui veut que l'on deslie, Edict changeant monnoye et aloys.

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Tradução: A tromba falsa dissimulando loucura, Fará Bisâncio uma transformação de leis: Surgirá do Egito, quem quer que se desligue, Edito alterando moeda e valores.

Assim falou Nostradamus Interpretação: A tromba falsa dos cientistas ateus e dos ressurreicionistas, por loucura dissiminada, fará na Terra uma transformação de Leis Cósmicas, igual às descritas nestas quadras. Suas concepções estarão fundamentadas nos padrões da magia negra do Egito, de cuja intenção de sacerdotes e adeptos mal intencionados era confundir as consciências, e então editarem concepçoes e regras degenerantes contra os valores virtuosos do espírito e do corpo, e das verdadeiras doutrinas e filosofias. Comentário: As doutrinas herméticas, ou chamadas por "magia branca", tiveram seus tempos áureos no Egito. Depois foram suplementadas por doutrinas primitivistas, como sói acontecer no Brasil com o surgimento de seitas de caráter primitivista, medíocre e decadente, a idolatrar e cultuar mitos, conturbando assim as consciências cristãs. Saliento Brasil, por ser minha pátria, porém, isto ocorre em todos os países do Mundo, em maior ou menor escala. Comentário: "Bisance": sentido duplo, ambíguo.

I - XLI Siege en cité est de nuict assaillie, Peu eschapé, non loin de mer conflict, Femme de joye, retours fils defaillie, Poison et lettres cachees dans le plic. Tradução: Cerco em cidade é de noite assaltada, Pouco escapado, não longe do mar conflito: Mulher de alegria, retorno filho desmaia, Veneno e cartas ocultas no sobrescrito.

muito em simbiose com ele, empolguei-me e estrapolei no sentimento. Porém, creio não ter fugido da idéia central dele cuja mensagem principal consiste em mostrar a esperança de dias melhores para as futuras gerações,

I - XLII Le dix Calende d'Avril de faict Gotique, Resuscité encor par gens malins, Le feu estainct, assembles diabolique, Cherchant les os du d'Amant et Pselin. Tradução: A dez Calenda de abril de feito Gótico, Ressuscitado ainda por gente maligna: O fogo extinto assembléia diabólica, Procurando os ossos do d'Amante e Pselin. Interpretação: A partir do século XI artistas europeus passaram a ressuscitar as artes primitivas e bárbaras criadas por artistas de natureza maligna e medíocre vindos das tribos dos Godos. Infestaram as catedrais com pinturas e esculturas horrendas e grotescas, as quais agrupadas pelos nichos e naves em penumbra, chocam a visão dos fiéis, numa expressão de assembléia diabólica. Esses artistas infelizes procuram expressar os restos macabros do maior Amante da Humanidade pelos padrões do livro "De demonibus" escrito por Psellus: ao invés de criar obras de arte para realçar os brilhantes feitos e o semblante magestoso da figura humana e Divina do Amante (Jesus).

Interpretação: Nos meus momentos de estudos e reflexões à noite minha mente é assaltada pela visão dos fatos e acontecimentos que se dão em mim e no seio da Coletividade Humana. Pouco deixei de comprender. Contudo, minha inteligência desmaia de alegria por saber que o fruto de ouro da Sabedoria voltará. Analise minhas quadras com muita atenção, porque se no escrito há um toque de veneno, no sentido subentendido você encontrará as realidades da tragédia e da felicidade do indivíduo e da Coletividade humana em todos os tempos.

Comentário: Consta que o precursor da Arte Gótica foi o italiano, Nicola Pisano, que viveu entre 1206 e 1278. Nesta quadra Nostradamus se insurge contra essa arte, tanto no estilo arquitetônico quanto artístico.

I - XLIII Avant qu'advienne le changement d'Empire, Il adviendra un cas bien mervellieux, Le champ mué, le pillier de Porphire Mis, transmué sur le rocher noilleux.

Comentário: Ao interpretar esta quadra senti-me

Tradução: Antes que advenha a mudança de Império, Advirá um caso bem maravilhoso: Um campo mudado, o pilar de Porphire Posto transmudado sobre o rochedo nodoso.

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Arvedus

I - XLV

Interpretação: Antes que aconteça a mudança do Império do mal para o do Bem, acontecerá um caso maravilhoso. A mentalidade humana estará mudada. A tese de Porfírio posta, transmudada sobre o cérebro humano, o qual se parece a um rochedo nodoso. Comentário: "Porphire" - (Porfírio) foi um filósofo que viveu em Tiro e/ou Batanea na Síria, de 262 a 304 D.C.. Seu nome original era Malchus (que significa Rei). Este nome foi mudado por Cassius Longinus para Porphyrius (Vestido de Púrpura). Porphyrius era Neoplatonista e foi o precursor da Escolástica. Esposava o ideal reencarnacionista de Platão. Por conclusão entendo que nesta quadra Nostradamus está mencionando que na época em que se inicia o plano de regeneração mental da Humanidade, prevista para o século XXI, o ideal da reencarnação já estaria radicado nas mentes de muita gente, o que ainda não ocorria em sua época.

I - XLIV En bref seront de retour sacrifices, Contrevenans seront mis à martyre, Plus ne seront moines, abbez, ne novices, Le miel sera beaucoup plus cher que cire.

Secteur de sectes grand peine au delateur, Beste en teatre, dresse le ieu scenique, Du faict antique ennobly l'inventeur, Par sects monde confus et schismatique. Tradução: Sectário de seitas grande pena ao delator, Besta em teatro, prepara o jogo cênico: Feito antigo enobrece o inventor, Por seitas mundo confuso e cismático. Interpretação: A sectários de seitas misticistas é exigido grande sigilo sobre suas práticas. Os delatores são ameaçados com grandes penas, tanto na Terra quanto no outro mundo. Os mestres de tais seitas são bestas em teatro, armando o jogo cênico para encobrir seus interesses furtivos. Não obstante, há seitas místicas que são nobres. Ambos serão reconhecidos por seus frutos. De qualquer modo o Mundo anda confuso, cismático e cético devido às mistificações montadas por elas, pois a religião verdadeira é simples e clara. Não necessita de engodos misteriosos para atrair os seus fiéis.

I - XLVI Tout aupres d'Aux de Lestore et Mirande Grand feu du Ciel en trois nuictes tombera: Cause adviendra bien stupende et Mirande, Bein peu apres la terre tremblera.

Tradução: Em breve estarão de volta sacrifícios, Opositores serão postos a martírio: Não haverá mais monges, abades, nem noviças, O mel será muito mais caro que o círio. Interpretação: Em breve as leis e a justiça serão aplicadas com maior severidade para limitar os males que a liberalidade excessiva promove nos lares e no seio da Sociedade. Isto forçará a sacrifícios. Os transgressores serão postos em martírio. Então não haverá mais só um pequeno grupo de pessoas zelosas no comportamento, à semelhança dos monges, abades e noviças. Evidentemente, para levar uma vida mais virtuosa é bem mais difícil do que levar a vida aquecida pelas paixões, pois o bem estar constante custa mais caro para quem está viciado na embriaguês das fortes emoções e sensações ("mel e círios").

Tradução: Bem perto de Aux, de Lestore e Mirande, Grande fogo do céu em três noites tombará: Causa parecerá bem estupenda e Mirande, Bem pouco depois a terra tremerá.

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Interpretação: Junto ao homem e junto a Coletividade Humana, a Hierarquia Celeste estará ativa pelos três milênios da Era Cristã, de modo que pelos planos de evolução uma determinante ação inteligente irá caindo sobre a Terra, como se fosse um grande fogo do céu. Por isto acontecerá fatos estupendos e admiráveis. Pouco depois a terra tremerá, visto que os planos de evolução abrangem o planeta e sua Humanidade.

Assim falou Nostradamus Comentário: Devo salientar, segundo meu entendimento, que todo tipo de turbulência visível e sensível, no indivíduo, na Coletividade, no planeta; é um efeito produzido pela ação e reação natural, da mente ou do ambiente, quando energias inteligentes os afetam na intimidade de sua constituição física e/ ou psíquica. Deus instituiu Leis Cósmicas que atuam na intimidade da Natureza. Se o indivíduo ou a coletividade fere estas Leis passsam a sofrer um autocastigo. Nunca um castigo intencional da Divindade.

Quando o Sol tiver os seus dias exauridos, Então cumprir, e minar minha profecia. Interpretação: Quando vinte séculos da Era Cristã houver passado, o qual é o ciclo do reinado do cérebro, segundo os parâmetros herméticos; por sete mil anos - um outro tipo de consciência mais brilhante terá a sua monarquia. Quando essa nova consciência já estará suplantada por uma luminosidade ainda maior, então começará a ser cumprida e conhecida a minha profecia.

Comentário: "Aux": metáfora de homens. "Lestore": metáfora de fatos, história, estória. "Mirande": metáfora de análise, observação.

Comentário: Todas as grandes transformações da mentalidade humana, e em paralelo as da Natureza; de acordo com planos pré-estabelecidos pela Providência Divina, completam-se a cada sete mil anos. Segundo as Instituições Espiritualistas, cristãs e não cristãs, - no início do terceiro milênio, Era do Aquário, a Humanidade entrará na Era de regeneração mental e social que deverá durar perto de dois mil anos. Aliás, já entrou recentemente. Segundo Nostradamus esta Era fecha-se pelos arredores de 3797, no que há conformidade com as profecias bíblicas e informações intermitentes de parte de Espíritos elevados, através de alguns médiuns, principalmente do Brasil.

I - XLVII Du lac Leman les sermons fascheront, Des iours seront réduicts par semaines, Puis mois, puis an, puis tous defailliront, Les Magistrais damneront leur loix vaines. Tradução: De lago Leman os sermões lamentáveis, De dias serão reduzidos para semanas: Depois mês, depois ano, depois todos desanimarão, Os Magistrados danarão suas leis vãs. Interpretação: Os discursos vindos de Genebra irritarão. De dias serão reduzidos por semanas. Depois mês, depois ano, depois todos desanimarão. Os magistrados amaldiçoarão suas leis vãs.

I - XLIX Beaucoup avant telles menees, Ceux d'Orient par la vertu lunaire: L'an Mil sept cens feront grand emmenées Subjugant presque le coing Aquilonaire.

Comentário: Genebra, tradicionalmente, tem sido palco de congressos internacionais, inclusive para o Protestantismo nascente. Hoje continuamos vendo este fato com as assembléias e congressos que ali se instalam.

I - XLVIII Vingt ans du regne de la Lune passez, Sept mille ans autre tiendra sa monarchie: Quand le Soleil prendra ses iours lassez, Lors accomplir et mine ma prophetie. Traducão: Vinte anos do reino da Lua passados, Sete mil anos outro terá sua monarquia:

Tradução: Muito antes tais práticas secretas, Os do Oriente pela virtude lunar: O ano mil setecentos farão grandes avanços, Quase subjugando a marmelada Aquilonária. Interpretação: Muito antes, tais práticas secretas vindas do Oriente pela virtude cerebral foram associando muitas almas humanas que naturalmente vão passando por vidas intermitentes aqui e no além, e vão adquirindo grandes virtudes que as capacitam a ajudar no progresso humano. No ano de 1700 notar-se-à um destacado progresso evolutivo em todas as artes e ciências, quase subjugando os fortes ventos dos movimentos

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Arvedus involutivos provocados pela Sociedade Humana.

Dieu eternel quelles mutations? Puis par long siecle son maling temps retourne, Gaule et Italie, quelles esmotions?

Comentário: "Virtude lunar": metáfora de: processos mediúnicos no entercâmbio entre homens e almas e/ ou Anjos - os quais em práticas secretas transmitiram grandes conhecimentos em muitos sentidos para o benefício da Humanidade. "marmelada aquilomária": Metáfora de Turbulências provocadas pela Humanidade, semelhantes às tormentas vindas do Polo Norte.

Traducão: Chefes de Áries, Júpiter e Saturno, Deus eterno que mutações? Depois por longo século seu maligno tempo retorna, Gaule e Itália, que emoções? Interpretação: Crescerão: a audácia, a nobreza, a justiça. Ah! Deus eterno - que mutações virão? Depois, por longos tempos, um tempo mau retorna. Que emoções para o corpo e alma!

I-L Dans l'aquatique triplicité naitra, D'un qui fera de Ieudy pour sa feste: Son bruit, loz, regne, sa puissance croistra Par terre et Mer aux Oriens tempeste.

Comentário: "Áries": Audácia, combatividade, entusiasmo. "Jupiter": Nobreza, construtividade. "Saturno": Justiça, moderação, equilíbrio.

Tradução: Da aquática triplicidade nascerá, De um que fará a quinta feira para sua festa: Seu eco, fama, seu poderio crescerá, Por terra e mar aos Oriens tormenta.

I - LII

Interpretação: Do conjunto mental tríplice da Humanidade nascerá um sentimento religioso nobre que fará a sua festa. Seu eco, fama, reinado e seu poderio crescerá, por terra e por mar como uma benígna e lúcida tempestade ("Oriens tormenta"). Comentário: "Aquática triplicidade": Seres e coisas na Terra possuem natureza tríplice em ação inteligente (positivo, negativo e neutro). O homem é u'a miniatura da Natureza, e ao mesmo tempo miniatura da Humanidade. A movimentação humana no dia a dia é semelhante a uma tormenta, - tanto em ação benéfica quanto maléfica, a produzir as transformações em direção ao progresso em todos os sentidos. "Oriens tormenta": expressão significando também que: para os iniciados nesse sentimento religioso é um sacrifício seguir os preceitos. Do latim "Oriens": que nasce; que vem nascendo. Um respeito ao direito de professar livremente a doutrina que cada pessoa acha melhor para seu gosto e convivência, dentro dos Ditames Divinos.

Les deux malins de Scorpion conioincts, Le grand seigneur meurdry dedans la salle: Peste à l'Eglise par le nouveau Roy joinct, L'Europe basse et Septentrionale. Tradução: Os dois malígnos de Scorpion Conjugados, O grande senhor assassinado na sala: Peste na Igreja pelo novo Rei junta A Europa baixa e Setentrional. Interpretação: Os lados negativos do sentimento e da inteligência, maldosos como o veneno do escorpião, quando atuam unidos mortificam o espírito, o grande senhor que vive no homem. Quando essas tendências ruins preponderam na mentalidade humana é como um surto pestilento que assola o Mundo de Sul a Norte.

I - LIII

I - LI

Las qu'on verra un grand peuple tourmenté, Et la loy saincte en totale ruine, Par autres loix toute la Crestienté, Quand d'or et d'argent trouve nouvelle mine.

Chefs d'Aries, Jupiter et Saturne,

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Assim falou Nostradamus Tradução: Eis que se verá grande povo atormentado, E a lei santa em total ruína: Por outras leis toda a comunidade, Quando de ouro de prata encontra nova mina.

De reino e em ciclos fazem permutação. Enxerga-se os sinais pela movimentação, quando os movimentos estão no ápice e quando começam a declinar. NOTA: Ele está se referindo, em suma, que os movimentos destrutivos provocados pelos homens ceifando vidas e trazendo grandes sofrimentos acabam por ajudar a evolução do Mundo, dos homens e dos espíritos. Embora seria melhor que o progresso e a evolução fossem feitos só por atividades construtivas e pacíficas.

Interpretação: Eis que veremos grande povo atormentado. E a lei santa (justiça) em toda ruína, em razão de outras leis muito injustas que afetarão a Cristandade, quando de ouro e prata será encontrada nova mina. Comentário: Esta quadra é bem clara para nossos tempos, principalmente que neste século XX o surto de industrialização e comercialização está sendo enormemente ampliado. Isto é bom, mas para ser ótimo é necessário que o processo de distribuição dos bens e riquezas seja mais justo. O que não tem sido. Por consequência os valores humanos são depreciados. Nostradamus, no seu caráter de moralistareligioso dá maior ênfase ao lado mau da questão. E com boas razões. Seu alerta severo, enfim é como um zumbido distante em relação as reclamações e alertas que se ouve diariamente pelos canais de comunicação, os quais na realidade não têm conseguido sensibilizar os aproveitadores. E assim a "nova mina" é usada e abusada por uns poucos em desfavor da grande maioria. Aí a grande injustiça, as eternas reinvidicações salariais, greves, distúrbios, revoluções, guerras e ideologias exdrúxulas em desfavor de toda a Humanidade!

I - LV Sous l'opposite climat Babylonique, Grand sera de sang effusion, Que terre et mer, air, ciel, sera inique, Sectes, faim, regnes, pestes, confusion. Tradução: Sob o oposto clima Babilônico, Grande será de sangue efusão: Que terra e mar, ar, céu será iníquo, Seitas, fome, reinos, pestes, confusão. Interpretação: Motivado pelo comportamento desordeiro e cruel ("Babilônico"), que é oposto aos ditames da Justiça; grande será a efusão de sangue. Pois a iniquidade estará espalhada por toda a face da Terra e seus arredores. Seitas, fome, pestes, confusão, estarão reinando para mal da Humanidade.

I - LVI

I - LIV Deux revolts faicts du maling facigere, De regne et siecles fait permutation: Le mobil signe à son endroit si ingere, Aux deux esgaux et d'inclination.

Vous verrez tost et tard faire grand change, Horreurs extremes et vindications: Que si la Lune conduicte par son ange, Le ciel s'approche des inclinations.

Tradução: Duas revoltas feitas do malígno ceifeiro, De reino e séculos faz permutação: O sinal móvel a seu lugar se introduz, Aos dois iguais e de inclinação.

Tradução: Vós vereis tão logo quanto depois houver grande mudança, Horrores extremos e reinvindicações: Que se a Lua conduzida por seu anjo, O céu se aproxima das inclinações.

Interpretação: Continuando com o que dizem as Profecias, haverá duas revoluções violentas: uma para regeneração, e outra para a sublimação. Ambas violências ocasionadas pelo lado mau dos homens.

Interpretação: Cedo e tarde vereis os homens produzirem grandes mudanças, horrores externos e reinvindicações.

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Arvedus E vereis que se o homem continuar a se conduzir apenas guiado pelo materialismo do seu cérebro, fará declinar as virtudes, o que lhe causará

mentalidades ("com duas cabeças"). Isto é, com a índole do espírito e a índole do ser humano. E, depois se comportará ambiguamente, isto é, com as virtudes do espírito, e com os defeitos naturais do corpo e da alma, o que eu figuro por um ser dotado de quatro braços. E assim o homem viverá por uns tempos ("viverá por alguns anos inteiros"). E, nestes anos de vida terrena o Espírito ("Alquiloye"), que eu figuro como um Alquimista arrendatário estará cuidando de aprimorar as suas qualidades mentais e físicas de acordo com a Lei da Evolução ("celebrará suas festas") até o dia em que ao corpo ("chefe Ferrare") sobrevirá a morte, e o coveiro ("Fossen") o levará à sepultura, e assim concluirá as cerimônias fúnebres ("Turin").

graves transtornos. Nota: "Lua conduzida por seu anjo": corresponde a cérebro conduzido pelo poder emocional materialista. "Céu": mente ou força mental.

I - LVII Par grand discord la trombe tremblera, Accord rompu dressant la teste au Ciel, Bouche sanglante dans le sang nagera, Au sol la face oincte de lait et miel.

Interpretação: A humanidade será sacudida por grande discórdia. Por sua rebeldia os pactos com o Céu estão rompidos. Com a boca a sangrar no sangue nadará, - sem aproveitar os bens que a face da Terra oferece à luz do Sol. Nota: No 3º e 4º versos ele alerta que por desobediência ao Céu e por consequente mau comportamento, os homens sofrerão demais e perdem a capacidade de usufruir dos bens que estão na face da Terra.

Comentário: "Alquiloye": neologismo derivado de "Alchimiste e/ou Alquimista", e do substantivo "Loyer"; aluguel, arrendamento (em francês arcáico: "prêmio, recompensa"). Esotericamente, o espírito é considerado um alquimista, a quem por Graça Divina é doado corpos humanos à guisa de arrendamento, e prêmio e recompensa. "Fossen": derivado de "fosse": cova, sepultura. Portanto, coveiro. "Turin": Cerimônia religiosa dos hebreus. Neste caso é alegoria de cerimônias fúnebres. "Ferrare": metáfora derivada de ferro. O sangue humano que é constituido por natureza ferrosa das hemoglobinas, levou os esoteristas a convencionar o ferro como metáfora do corpo humano. Nostradamus, usou muitas vezes esta metáfora em várias quadras.

I - LVIII

I - LIX

Tradução: Por grande discórdia a tromba tremerá, Acordo rompido erguendo a testa ao Céu: Boca sangrante no sangue nadará, Ao sol a face untada de leite e mel.

Tranché le ventre naistra avec deux testes, Et quatre bras quelques ans entiers vivra? Iour qui Alquiloye celebrera ses festes, Fossen, Turin,chef Ferrare suyvra.

Les exilez desportez dans les Isles, Au changement d'un plus cruel monarque Seront meurtris, et mis dans les scintiles, Qui de parler ne seront estez parques.

Tradução: Cortado o ventre nascerá com duas cabeças, E quatro braços, alguns anos inteiros viverá: Dias quem Aquiloye celebrará suas festas, Fossem, Turin, chefe Ferrara sobreviverá.

Tradução: Os exilados deportados nas Ilhas, Ao cambiamento de um mais cruel Monarca: Serão martirizados, e postos a duas centelhas, Quem de falar não terão sido parcos.

Interpretação: Pelo parto ("Cortado o ventre") o homem nascerá dotado de duas inteligências ou

Interpretação: Os espíritos enviados para reencarnar na Terra na ocasião da mudança de um poder cruel

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Assim falou Nostradamus dominante; e considerando-se a sua situação passada na Terra em outros tempos, estarão sujeitos a sacrifício duplo. Aliás, o que já tem sido falado a este respeito não é pouco. Comentário: Ele costuma figurar os espíritos por "exilados", e neste caso, reencarnados por "deportados". Aliás, esta metáfora é comum na literatura esotérica. "Ilhas": metáfora de corpos humanos. "Cruel Monarca": poder oculto da maldade que está em cada pessoa, e por consequência na Coletividade humana.

Interpretação: O seu povo estará miseravelmente infeliz. Será devastado por esse novo magistrado. As almas que estarão reencarnadas nas regiões em que o seu poder alcançará sofrerão o grande malefício acumulado por ele e pelos seus seguidores, os quais também serão almas degredadas ("do exíl"). As lutas começarão principlamente contra o povo de origem germânica ("Sueve"). Comentário: ("do exil"): expressão sugerindo a idéia de que os sequazes dele e muita gente envolvida nesses acontecimentos eram almas de índole malfeitora.

I - LXII

I - LX

La grand perte, las que feront les lettres, Avant le Ciel de Latona parfaict, Feu grand deluge plus que par ignares sceptres, Que de long siécle ne se verra refaict.

Un empereur naistra pres d'Italie Qui a l'Empire sera vendu bien cher, Diront avec quels gens il se ralie, Qu'on trouvera moins prince que boucher.

Tradução: A grande perda, as que farão as cartas, Ante o céu de Latona perfeito: Fogo grande dilúvio mais por ignaros cetros, Que por longo século não se verá refeito.

Tradução: Um Imperador nascerá perto da Itália, Quem ao Império será vendido bem caro: Dirão com que pessoas ele se alia, Que se o achará menos príncipe que açougueiro. Interpretação: Um Imperador nascerá perto da Itália, de cujo Império os povos pagarão muito caro por suas estrepolias. As pessoas do seu tempo e os historiadores comentarão que ele terá sido menos príncipe do que açougueiro. Comentário: Esta quadra e as duas seguintes profetizam o surgimento de Napoleão Bonaporte e suas estrepolias.

I - LXI La republique miserable infelice Sera vastee du nouveau magistrat, Leur grand amas de l'exil malefice Fera Sueve ravir leur grand contract.

Interpretação: A grande perda que será gerada por esses acontecimentos, embora lamentavelmente tráagicos, e serem o resultado da concentração e fermentação de paixões humanas, e mesmo não tendo sido os seus detalhes feitos pelos planos divinos, tais detalhes, quase completamente circunstanciais, encaixam-se nos Planos de evolução da Providência Divina. Analizando-se o fato à luz da odisséia de Latona o argumento fica inteligível ("perfeito"). O fogo da ambição provocará um grande dilúvio de paixões e desgraças, mais por estúpida ambicão pelo poder e suas glórias. Desgraça da amplitude desta não se verá refeita por longo século. Comentário: Nestas três quadras Nostradamus traça um quadro claro da aparição de Napoleão Bonaparte; das causas e efeitos de suas façanhas, e dos efeitos que eles viriam a proporcionar para o futuro. Um vaticínio indiscutível que se realizou, e continua a se realizar. Devo agora tentar esclarecer melhor a interpretação na forma em que apresento na quadra

Tradução: A república miserável infeliz Será devastada pelo novo magistrado: Sua grande coleção do exíl malefício, Fará Sueve romper seu grande contrato.

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Arvedus liberdade, tanto para o seu próprio bem como para seu próprio mal. Outro fato que é importante considerar: não existe um ser chamado Satanás, com um poder malígno correspondente aos poderes santos de Deus. Esse nome - satanás, representa uma imensa condensação de energia mental negativa ou malígna gerada pela Humanidade, a qual flutua pelos arredores do planeta, como nuvens; da mesma forma em que as mentalidades maldosas do indivíduo flutua dentro da sua cabeça. O Apóstolo João Evangelista dá a tais formações o nome alegórico de "dragão vermelho". Os esoteristas chamam-nas por "egrégora". E esse imenso campo de energias negativas influencia e/ou exalta os maus sentimentos que estão na cabeça da pessoa, na proporção de seu grau de ruindade. As almas perversas e as sofredoras vivem nessas tais nuvens depressivas: em grupos, bandos e até em grandes comunidades. Possuem líderes poderosos como os chefes de bandidos, de narcotraficantes, guerrilheiros e de ditadores daqui. Então, há uma grande diferença: a Hierarquia Divina é formada por um poder coeso, unificado para o Bem geral. Os satânicos possuem poderes limitados e caóticos. Pois bem. Das tais hostes saem almas com poderes relativos, preparadas entre eles com a missão de subverter os homens em algumas regiões da Terra. Eis então que surge um Napoleão, Hitler, Stalin,e congêneres; os quais galvanizam almas e pessoas do seu quilate, e acabam subjugando a facção humana menos desvirtuada, e pela astúcia e pela força pôem as facções ao serviço de suas intenções. Foi o que ocorreu com as três figuras mencionadas e outras que terão pululado pelo Mundo. Os escritores, Palweis e Bergier, em seu livro "O despertar dos mágicos", explicam mais detalhadamente estes fatos, relatando a parte oculta das atividades de Hitler e seus asseclas: gestapo, SS, e a parte do seu povo e de outros povos - que entraram de gaiatos nas estrepolias deles na época da II Guerra Mundial. Outrossim, devemos lembrar que em contrapartida existem imensos campos de energia mental positiva e benéfica, que circundam os campos negativos, onde vivem os anjos e almas sublimadas e almas boas, onde o Poder Divino impera com a Sua Magestade. A estes espaços, São João Evangelista nomeia alegoricamente por: "a mulher vestida do Sol". Por esta razão podemos ficar despreocupados,

LXIII, considerando, principalmente, o leitor não familiarizado com as profecias, mormente quando vistas pelo prisma reencarnacionista. Então, em conformidade com os profetas, os planos Divinos para a evolução da Terra e da Humanidade traçam determinados destinos - no espaço e no tempo. Entretanto, a Hierarquia Divina, ou Providência Divina, deixa os destinos como esteios que receberão a sua consumação através das circunstâncias ocasionais: - à semelhança de uma construção em que a alvenaria preenche os espaços entre as colunas. É idêntico ao destino do homem. O destino inexorável do homem é de: nascer, viver, morrer e ressuscitar. Todo o mais é circunstancial ao meio ambiente. O destino do espírito humano é de: nascer, viver e ser imortal, dentro do ambiente circunstancial no seu Mundo espiritual e/ou no Mundo da carne. Por consequência os destinos da Humanidade são semelhantes. Quando Nostradamus coloca a figura de Latona, ele propõe a seguinte análise: - De acordo com a mitologia - Latona era irmã dos Titans dos Céus, isto é, era um espírito humano, o qual trazia a Inteligência Celeste para o homem e a alma. Filha de Zeus - o qual corresponde a Deus para os cristãos. O seu destino era de procriar Apolo, com suas qualificações, o qual é a figura do espírito humano. E, também procriar Artemis - com suas qualificações de vida selvagem, e deusa da lua, isto é, regida pelo cérebro; então, a representar o corpo humano e a alma juntos. A Ilha Delos é a figura que representa a Terra. Os Espíritos e os Mestres reencarnacionistas ensinam que a Providência Divina planeja o sucesso da evolução na expectativa de que almas e homens conduzam-se por apropriada moralidade. Mas sabe que as injunções da carne produzirão procedimentos inadequados, em virtude da natureza ambiental do planeta e a mental deles, e assim serão ajudados a reajustar o seu caráter. Por outro lado ensinam que um Napoleão, um Hitler, um Stalin e outros personagens do gênero não são preparados e enviados por Deus para castigar os homens, como argumentam alguns por aí. Não! ELE, respeitando a Sua Lei do livre-arbítrio, concede aos homens e almas o direito de pensar e agir com

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Assim falou Nostradamus

I - LXV

principalmente pelo fato de que acima dessa esfera há ainda várias outras esferas pertencentes a Terra, dotadas de energias mais e mais sublimadas...

Enfant sans mains iamais veu si grand foudre, L'enfant royal au ieu d'oesteuf blessé. Au puy brises fulgures allant mouldre, Trois souz les chaines par le milieu troussez.

I LXIII Les fleurs passez diminué le monde, Long temps la paix terres inhabitees, Seur marchera par Ciel, terre, mer et onde, Puis de nouveau les guerres suscitees.

Tradução: Menino sem mãos jamais visto tão grande relâmpago, O menino Real no jogo de péla ferido: Ao passo brisas fulgores levam moldar, Três sob as cadeias pelo meio atados.

Tradução: As flores passadas diminuido o Mundo, Longo tempo a paz terras inabitadas, Irmã marchará por Céu, terra e onda, Depois de novo as guerras suscitadas. Nota: Por "diminuido o Mundo" ele está prevendo a evolução dos transportes e dos sistemas de comunicação - pelos quais em sua velocidade transparece-nos que o Mundo torna-se pequeno. Interpretação: O bom comportamento diminuido no Mundo, o qual facultava um viver mais prazenteiro. Falo das alegrias que se tornaram tão passageiras quanto a vida das flores. Porém, de certa forma a concórdia marchará pelo Céu, terra e onda. Depois, de novo, as guerras serão suscitadas.

Interpretação: Cada geração terá mostrado pequena capacidade moral para encontrar a alegria de viver. Vejo-as como uma criança sem mãos, e no futuro se dirá que jamais se terá visto tão grande multidão delas. O Espírito ainda jovem é ferido no jogo da vida ("jogo de péla"). Mas, quando ele chega ao fim da sua evolução as alegrias vão moldar fulgores. Eu vejo o homem como três entidades atadas ao meio por correntes (Nota: corpo, espírito, alma). Comentário: "Menino real": metáfora de espírito. "Três": este número três subentende: espírito, corpo, alma.

I - LXVI

I - LXIV De nuict Soleil penseront avoir veu Quand le pouceau demy homme on verra. Bruit, chant bataille au ciel aperceu, Et bestes brutes à parler l'on oira.

Celuy que lors portera les nouvelles, Apres un peu il viendra respirer, Viviers, Tournon, Montferrant et Pradelles, Gresle et Tempeste le fera souspirer.

Tradução: De noite Sol pensarão ter visto Quando o porco meio homem se verá, Barulho, canto batalha ao Céu bater apercebido. E bestas brutas a falar se ouvirá.

Tradução: Aquele que então portará as novas, Depois um pouco ele virá respirar, Viviers, Tournon, Montferrant e Pradelles, Granizos e Tempestades o fará suspirar.

Interpretação: Em relação à necessária Sabedoria de viver, os homens ainda estarão na fase da noite, supondo ver o Sol dentro de si. Quando o homem procurar se conhecer, verá que não passou ainda de um porco meio homem. O barulho, o canto, a batalha serão apercebidos a bater no Céu; e feras brutas a falar se ouvirá.

Interpretação: Ao deixar o corpo, o espírito levará todos os acontecimentos de sua vida gravados na sua memória, e nos primeiros momentos do desenlace ele os verá (Nota int: Verá como em uma tela de TV). Depois de um pouco de tempo ele se sentirá livre e feliz. Para ele a vida consiste em Viver, Tornar, sofrer no Corpo e depois voltar a gozar da liberdade

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Arvedus nos Prados espirituais. Contudo, de vez em quando ele se lembrará dos granizos e tempestades da vida humana, e isto o fará suspirar. Comentário: "Viviers": metáfora de viver. "Tournon": novo turno, tornar, retornar. "Montferrant": metáfora de corpo. Como sendo um monte de ferro. Esotericamente, é figura do corpo estruturado pelos elementos da terra com predominância ferrosa das hemoglobinas. "Pradelles": alegria mostrando sumariamente o episódio de o espírito passando pela vida humana, e depois sua volta às alegrias do Mundo espiritual. Este tema pode ser desenvolvido largamente na conformidade dos conhecimentos de cada leitor baseando-se nos conceitos da reencarnação.

Veneno suspeito, mal guardado traimento, Postos em horror por carrascos embriagados. Interpretação: OH! Que horrível e infeliz tormento está sendo o viver humano. E o que é o homem, senão três inocentes em uno, que se virá entregar a constante suspeita de ser envenenado, e a sentir-se ameaçado por constantes sinais de traição. Porém, virá a se livrar. Enfim, as três entidades estarão postas em horror por carrascos embriagados pelas paixões. Nota: Os carrascos são os cinco sentidos, e os contratempos circunstanciais. "Três inocentes": espírito, corpo e alma.

I - LXIX

I - LXVII

La grand montagne ronde de sept stades, Apres paix, guerre, faim, inondation, Roulera loin abismant grand contrades, Mesmes antiques, et grand fondation.

La grande famine que je sens approcher, Souvent tourner, puis estre universelle, Si grande et longue qu'on viendra arracher Du bois racine et l'enfant de mammelle.

Tradução: A grande montanha redonda de sete estádios, Após paz, guerra, fome, inundação, Rolará longe abismando grandes campos, Mesmo antigos, e grande fundação

Tradução: A grande fome que eu sinto aproximar, Muitas vezes tornar, depois ser universal, Tão grande e longa que se virá arrancar Raízes do bosque, e a criança do peito. Interpretação: A grande fome que eu sinto a se aproximar do Mundo, e muitas vezes desandar, e depois ser universal, será tão grande e longa que muitos serão obrigados a arrancar raízes para comer, e arrancar as crianças do peito.

Interpretação: A terra, esta grande montanha redonda com sete continentes; depois de ter passado por paz, guerra, fome, inundação; rolará ainda por longo tempo e a visão de sua face será grandemente transformada. Mesmo as grandes construções antigas e de grande fundação.

Comentário: dispensável. Em nossos dias esta situação é bem visível.

Comentário: Os dois últimos versos parecem exprimir a idéia de que em certa ocasião a Terra mudará de lugar nos céus e passará a pertencer à alguma outra constelação, e nesta conjuntura teríamos um visão totalmente diversa da abóbada celeste. Será como um eletron mudando para um outro sistema nuclear. Inspiram também a idéia de que o nosso sistema solar mudará para outro espaço. E a alegoria aí também encaixa, visto que naquela época contavase sete planetas ao redor do sol. Portanto, "grande montanha redonda de sete estádios". Isto vem corroborar a profecia do Apóstolo João Evangelista quando diz no cap. 21 do Apocalipse:

I - LXVIII O quel horrible et mal'heurex tourment, Trois innocens qu'on Viendra à livrer, Poison suspecte, mal gardé tradiment, Mis en horreur par bourreaux enivrez. Tradução: Oh! que horrível e infeliz tormento, Três inocentes que se virá a livrar,

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Assim falou Nostradamus "E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe." Nesta segunda hipótese a interpretação seria: - O grande sistema solar, que é esférico, levando ao seu redor os sete planetas; depois de ter a Terra

"Monarca": o rei da terra, - o homem. "En Perse": em per si, - em si mesmo, em sua própria mente.

I - LXXI

sofrido intermitentes inundações de guerra e paz, e fome; rolará para longe abismando grandes campos da visão que temos hoje e mesmo do passado desconhecido por nós, cuja grande fundação a

La tour marine trois fois prise et reprise, Par Espagnois, Barbares,Ligurins: Marseille et Aix, Arles par ceux de Pise, Vast, feu, pillé, Avignon des Thurins.

noite dos tempos apagou da memória histórica. Situarse-à junto a outras constelações. Enfim, as duas hipóteses permanecerão até que os fatos venham a corroborar qual das versões seja a certa. Mesmo porque tanto ele quanto o Apóstolo são por demais lacônicos, e a ligação de fatos propostos por eles, para confirmar a idéia, são ainda tênues para nos levar a uma compreensão específica. Tal profecia deverá ser cumprida após o Juizo Final. De algum modo - será mudado o movimento de translação da Terra.

Tradução: A torre marinha três vezes tomada e retomada, Por Espanhóis, Bárbaros, Lígures: Marseille e Aix, Arles pelos de Pise, Devastação, fogo, ferro, pilhada Avignon por Thurins.

I - LXX Pluye, faim, guerre en Perse non cessee, La foy trop grand trahira le monarque: Par la finie en Gaule commencée, Secret augure pour à un estre parque. Tradução: Chuva, fome, guerra em Perse não cessada, A fé muito grande trairá o monarca: Por a terminar em Gaule começada, Secreto augúrio a um ser parco. Interpretação: Bençãos do Céu, fome, guerra na mente humana não terá cessado. A fé grande demais nos cânones materialistas vai trair o homem. Este é um secreto augúrio baseado nos acontecimentos todos que se davam na Gália, onde começou esse tipo de fé. E, este secreto augúrio eu dirijo a alguém que o venha a compreender no futuro.

Interpretação: A doutrina cristã terá sido combatida por três milênios, e as suas virtudes tomadas e retomadas pela ação dos costumes bárbaros arraigados, próprios dos Íberos, Lígures, e na realidade, de todo o tipo de filosofia doutrinária. Se nos reportarmos a história podemos observar os movimentos religiosos e filosóficos de Marselha e Aix, Arles e Pisa. Analise a devastacão a ferro e fogo, pilhagens de Igrejas, etc. Você notará que duas intenções lideram nessas lutas: os interesses ideológicos e religiosos, e os interesses materiais. Comentário: "Torre marinha": doutrina cristã. Para melhor entendimento desta quadra, devemos observar que o Cristianismo sofre um assédio perene vindo das outras ideologias religiosas, e o pior é que as próprias seitas cristãs lutam entre si, eivadas por algum fanatismo desconcertante, e por interesses materiais, inclusive nos dias de hoje. Verifique-se as notícias sobre as dissenções religiosas no Oriente Médio, Ásia, África, Europa e mesmo nas Américas! A barbárie mencionada nesta quadra continua viva e atuante em todo o Mundo. Sinais dos tempos...

I - LXXII

Comentário: "A un estre parque" é uma expressão idiomática que significa: "a alguém em lugar retirado." Ou em tempo futuro. "Chuva": neste caso - bençãos do Céu.

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Du tout Marseille des habitans changee, Course et poursuite jusque aupres de Lyon,

Arvedus Nota: A muitos leitores esta interpretação parecererá incongruente, porém, mesmo que eu não explique sobre o uso das metáforas, estou certo de que os estudiosos concordarão com ela. As quadras posteriores confirmam o conteúdo desta. "Barcellone": berço em francês. Neste caso o corpo é berço do espírito.

Narbon, Tholoze, par Bourdeaux outragee, Tuez captifs presque d'un million. Tradução: Toda Marselha por habitantes mudada, Corrida e perseguida até perto de Lyon, Narbon, Tholoze, por Bourdeaux ultrajada, Mortos cativos quase um milhão.

I - LXXIV

Interpretação: Em toda a face da Terra as populações são substituidas a cada geração de setenta anos. A vida humana é cheia de disputas e perseguições até a morte. O espírito e a alma são ultrajados pelo corpo ("Bourdeaux") devido à ação das emoções. Os homens existem na Terra por aproximadamente um milhão de anos. Comentário: "Mortos cativos": Esotericamente, o espírito, quando está reencarnado, é considerado cativo, morto. Isto porque seus poderes e faculdades ficam muito limitados pela natureza corporal. "Narbon": metáfora derivada de: nardo bom. "Tholoze": metáfora figurada por abóboda de madeira: Cabeça humana. "Bourdeaux": o corpo em suas emoções.

I - LXXIII France a cinq pars par neglect assaillie, Tunys, Argel, esmeus par Persiens: Leon, Seville, Barcellone faillie, N'aura la classse par les Venitíens.

Apres seiourné vogueront en Epire, Le grand secours viendra vers Antioche: Le noir poil crespe tendra fort à l'Empire, Barbe d'aerain se rostira en broche. Tradução: Após descanso vogarão em Epire, O grande socorro virá da Antióchia: O negro pelo crespo tenderá forte ao Império, Barba de bronze se queimará em espeto. Interpretação: Após uma estadia na erraticidade tais almas que falharam na sua vida na carne vogarão para um lugar de descanso e socorros ("1º verso"). O grande socorro virá através da Prece ("Antióquia"). A alma ruím e revoltada tenderá fortemente a sofrer o Império das entidades perversas. As maldosas, violentas e rebeladas sofrerão penas fustigantes, como que se estejam sendo queimadas em espetos: conforme alegorias de algumas Escolas Religiosas.

I - LXXV

Tradução: A França em cinco partes por negligência assaltada, Tunys, Argel convulcionadas por Persiens: Leon, Seville, Barcellone falhada, Não terá a classe pelos Venezianos.

Le tyran Sienne occupera Savonne, Le fort gaigné tiendra classe marine: Les deux armees par la marque d'Anconne, Par effrayer le chef s'en examine. Tradução: O tirano Sienne ocupará Savonne, O forte ganho manterá classe marinha: Os dois exércitos pela marca d'Anconne, Por medo o chefe se examina.

Interpretação: A pessoa, e por consequência a Coletividade são assaltadas pelos cinco sentidos, por descuido no pensamento e no comportamento. Mente e cérebro são perturbados por pensamentos ruíns. Com isto: espírito ("Leon"), corpo ("Barcellone") e alma ("Seville") falham na vida. E assim, quando a alma ruím ressurgir em seu mundo não será aceita para fazer parte das comunidades das almas boas ("Venezianos").

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Interpretação: Após tempo indeterminado a alma tirana volta a reencarnar. O novo cérebro recebido por ela manterá a sua índole, e os seus pensamentos nadarão pelo cérebro, como fazem os seres do fundo

Assim falou Nostradamus Cloto - a fiandeira: Lachesis - a dispenseira dos destinos: Atropo - a inexorável ceifadora do fio da vida. Os mestres reencarnacionistas explicam que o epírito está arraigado no corpo em sete glândulas principais (chacras, - centros energéticos). e que o clarividente enxerga três cordões prateados de energias constantes que permitam ao espírito vagar por longas distâncias sem se desligar do corpo, durante o sono ou por desdobramento mediúnico. Na fase do falecimento, almas determinadas para esse serviço cortam tais cordões, os quais fluem do plexo solar, da laringe e o último a ser rompido é o da cabeça, e está radicado na glândula pineal. Dai nasceu a alegoria mitológica citada. Outrossim, diz São Paulo: - "O salário do pecado é a morte." Estes assuntos estão repetidos em muitas quadras, razão pela qual não estendo melhores esclarecimentos.

do mar ("1º e 2º versos"). Agora as sensações da alma e as emoções do corpo são registradas na memória. Tanto as boas quanto as más ("marca d'Anconne"). Quando o espírito faz um exame de consciência fica apavorado com o que encontra na memória e na imaginação. Comentário: Os Mestres Esoteristas criaram uma alegoria que explica a convivência do espírito, corpo e alma; em forma literária simples, prática e pitoresca, - a qual transcrevo a seguir: "O corpo humano é como uma carruagem puxada por cinco cavalos fogosos. "A alma é o cocheiro, a qual fustiga os cavalos a correr pela estrada cheia de pedras e buracos - para satisfazer os prazeres dela. Dentro da carruagem, de portas trancadas, o espírito viaja sofrendo as pancadas, e segue apavorado com as expectativas de desastres que poderão ocorrer, causados pelas paixões do cocheiro e dos cavalos. Lamenta, chora e grita, porém, nem o cocheiro e nem os cavalos atendem aos seus rogos." (Os cinco cavalos são os cinco sentidos).

I - LXXVII Entre deux mers dressera promontoire, Que puis mourra par le mors du cheval; Le sien Neptune pliera voile noire, Par Calpre et classe aupres de Rocheval.

I - LXXVI D'un nom farouche tel proferé sera, Que les trois seurs auront fato le nom: Puis grand peuple par langue et faict dira, Plus que nul autre aura bruit et renom.

Tradução: Entre dois mares erguerá promontório, Que depois morrerá pela mordida do cavalo: O seu Netuno desfraldará vela preta, Por Calpre e classe perto de Rocheval.

Tradução: De um nome feroz tal mencionado será, Que as três irmãs terão fado o nome: Depois grande povo por língua e feito dirá, Mais que nenhum outro terá clamor e renome. Interpretação: Por tudo que tenho mencionado nessas quadras, a morte é esse nome feroz que apavora a toda gente. A morte é o destino comum do homem, representada por três irmãs da mitologia. Depois grande povo dirá por língua e feito: Mais que nenhum outro efeito terá tão grande clamor e comoção, e renome.

Interpretação: Na fase da agonia haverá uma forte reação do corpo contra a partida da alma, que nesse momento está entre a terra e o céu. Porém, logo depois a pessoa morrerá pela força do destino ("1º e 2º versos"). O espírito nessa fase ainda está confuso mas logo verá a boa realidade de sua vida, pois pela sua coragem e a ajuda de outras almas ele se verá seguro, como rocha forte ("3º e 4º versos").

I - LXXVIII D'un chef vieillard naistra sens hebeté, Degenerant par savoir et par armes: Le chef de France par sa soeur redouté, Champs divisez, concedez aux gendarmes.

Comentário: As três Parcas da mitologia eram consideradas as três irmãs que provocam a morte do homem.

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Arvedus Tradução: De um chefe ancião nascerá senso embotado, Degenerando por saber e por armas: O chefe de França, por sua irmã receado, Campos divididos, concedidos aos gendarmes.

Puis naistra monstre de tres hideuse beste, Mars, Avril, May, Iun, grand charpin et rogne. Tradução: Do sexto claro esplendor celeste, Virá trovejar muito forte na Bourgogne: Depois nascerá um monstro de muito odiosa besta, Março, Abril, Maio, Junho grande tormento e malícia.

Interpretação: Outrossim, nessa transição da morte a mente do espírito ainda continuará com o senso embotado, não obstante em relação à vida corporal ser um ancião. Mas, enquanto na carne o seu conhecimento e suas faculdades degeneram provisoriamente, ou, tornam-se muito limitados. Agora a consciência infunde temor ao cérebro, e os campos mentais ficam divididos e entregues às reflexões ("aos gendarmes").

Interpretação: O espírito traz em si o explendor da inteligência celeste e se fará sentir fortemente no cérebro da pessoa ("1º e 2º versos"). Depois, quando a pessoa vai se tornando adulta irá nascendo no cérebro uma tendência para o mal, semelhante a uma odiosa besta monstruosa. Então, pelas quadras da vida irão surgindo grande tormento e malícia.

I - LXXIX

Comentário: A inteligência é um sexto sentido do homem ("sexto claro").

Bazaz, Lestore, Condon, Ausch, Agine, Esmeus par loix, querelle et monopole: Car Bourd, Tholoze Bay mettra en ruine. Renouveller voulant leur tauropole.

I - LXXXI D'humain troupeau neuf seront mis à part, De jugement et conseil separez, Leur sort sera divisé en depart, Kappa, Theta, Lambda mors bannis esgarez.

Tradução: Bazaz, Lestore, Condon, Ausch, Agine, Convulsionadas por leis, querela e monopólio: Porque Bourd, Tholoze Bay porá em ruína, Querendo renovar seu tauropólio. Interpretação: Os cinco sentidos humanos agora estão perturbados por leis, discussões e monopólio, pois irão causar ruína ao corpo e à alma; devido u'a natural intenção do cérebro querendo restaurar sua natureza animal (do cérebro) e evitar a morte que agora o assedia. Comentário: Nostradamus mostra-se bastante repetitivo nesses fatos mentais e espirituais, evidentemente enfocando-os por variados prismas. Tomei os cinco nomes do 1º verso por cinco sentidos. "Bourd": alma. "Tholoze Bay": corpo. "Tauropólio": cidade do touro. Natureza animal do cérebro com intenção de manter seu poder e sua vida.

Tradução: Do humano bando nove serão postos a parte, Em julgamento e conselho separados: Sua sorte será dividida em grupamentos, Kappa, Thita, Lambda reprimidos banidos desordenados. Interpretação: Em todas as gerações as almas humanas que vão desencarnando, nove partes delas estarão sujeitas a julgamentos e conselhos de conformidade com suas índoles. São encaminhadas em grupamentos divididos em locais da face da Terra onde o ambiente e as tendências são similares a cada grupo ou bando. Nesta conjuntura os espíritos e almas são banidos, de acordo com o seu comportamento desordenado no ambiente social, tanto na vida terrena quanto no mundo das almas.

I - LXXX

Comentário: Segundo específica a Lei da Reencarnação, as almas vão se purificando gradativamente, de acordo com o maior ou menor

De la sixiesme claire splendeur celeste, Viendra tonner si fort en la Bourgogne,

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Assim falou Nostradamus Interpretação: Os bons e os maus dividirão os despojos. A justiça em exaltação corajosa estará atuando furiosamente. Nesses padrões a situação é horrível e estranha, tanto para os bons quanto para os maus. Parecerá muito esquisito que as potestades celestes e humanas, em conjunto, estejam a ferir o homem com tal severidade.

esforço de cada ser humano até conquistar a angelitude. É uma Lei Cósmica. Quando o espírito consegue o perfeito domínio da ética e da estética torna-se um anjo e não estará mais obrigado a encarnações compulsórias na Terra ou qualquer outro planeta onde o ambiente seja hostil para ele. "Kappa, Theta, Lambda": neste caso representam: espírito, alma, corpo. Nesta quadra Nostradamus sugere que dez por cento das pessoas e de almas são razoávelmente boas. Que na Terra convivem juntas, mas no mundo espiritual vivem separadas em locais, grupos, colônias, de acordo com suas índoles e tendências, boas ou más.

Comentário: "Gregos": - Feitos Divinos e humanos, a semelhança da mitologia grega com seus deuses e heróis e vilões.

I - LXXXIV Lune obscurcie aux profondes tenebres, Son frere passe de couleur ferrugine, Le grand caché long temps les tenebres, Tiedera fer dans la praye sanguine.

I - LXXXII Quand les colonnes de bois grand tremblee, D'austere conduicte, couverte de rubriche, Tant vuidera dehors grande assemblee, Trembler Vienne et le pay d'Austriche.

Tradução: Lua obscurecida em profundas trevas, Seu irmão passa à cor ferrugínea: O grande escondido longo tempo sob as trevas, Temperará o ferro na ferida sanguínea.

Tradução: Quando as colunas de madeira bastante estremecidas, De austera conduta, coberta de rubrica: Tanto porá fora grande assembléia, Tremer Viena e o país do Austríaco. Interpretação: Quando as frágeis estruturas que regem a Sociedade Humana estremecerem diante de um novo surto de conduta austera, coberta pela censura,,esta nova mentalidade esvaziará a grande parte da coletividade desordeira. Nesses tempos a Humanidade e a Terra tremerão (Vienne et pay d'Austriche"). Nota: Substituindo-se - coletividade humana por cérebro, o resultado do pensamento central da quadra é similar.

Interpretação: A mente humana é como a lua obscurecida nas profundas trevas, tanto da ignorância quanto das sinistras fantasias. Seu irmão, o espírito, acaba ficando ofuscado em sua ação mental. O espírito, por longo tempo escondido na escuridão dos meandros do cérebro aproveitará as experiências que lhe traz essa índole maldosa que infesta a inteligência humana, e assim sublimará sua consciência durante os sofrimentos na vida humana, à semelhança de uma espada em brasa temperada no corpo de uma pessoa. Comentário: Há informações de que em alguma época as famosas espadas de Toledo eram temperadas ao ser enterradas no corpo de pessoas vivas condenadas à morte.

I - LXXXIII La gent estrange divisera butins, Saturne et Mars son regard furieux, Horrible estrange aux Toscans et Latins, Grecs qui seront à frapper curieux.

I - LXXXV

Tradução: A gente estranha dividirá espólio, Saturno em Marte seu olhar furioso: Horrível estranho aos Toscans e Latinos, Gregos que estarão a agitar curiosos.

Par la response de Dame Roy trouble, Ambassadeurs mespriseront leur vie, Le grand ses freres contrefera doublé, Par deux mourront ire, haine et envie.

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Arvedus Tradução: Pela resposta da Dama Rei perturbado, Embaixadores menosprezarão sua vida: A maioria seus irmãos contrafará dobrado, Por eles morrerão ira, ódio e inveja. Interpretação: O Poder Divino ("Rei") fica perturbado pelo mau comportamento da Humanidade ("Dama"). Os Missionários, em seu trabalho junto aos homens, desprezarão a vida. A um grande número de missionários que terão vindo à Terra, seus irmãos falsearão os seus ensinos e exemplos. Por força do trabalho deles morrerão o ódio, a ira e a inveja.

Interpretação: Todos os movimentos sociais e nacionais nascem no seio da Humanidade como um precário fogo vindo do centro da terra e fará estremecer as populações, mas sempre traz um reflorescimento ("1º e 2º versos"). Depois acabam tornando-se em grandes blocos a fazer guerra por longo tempo. O sofrimento e o derramamento de sangue acompanham o seu desenvolvimento, da mesma forma que um regato vai se transformando em rio, no caso: em um rio rubro de sangue. Nota: Arethusa - Ninfa ou deusa das fontes.

I - LXXXVIII Le divin mal surprendra le grand Prinde, Un peu devant aura femme espousse, Son appuy et credit à un coup viendra mince, Conseil mourra pour la tete rasee.

I - LXXXVI La grand Royne quand se verra vaincue Fera excez de masculin courage, Sur cheval, fleuve passera toute nue, Suite par fer, à foy fera outrage.

Tradução: O divino mal surprenderá o grande Príncipe, Um pouco antes terá mulher despojada: Seu apoio e crédito a um golpe virá fraco, Conselho morrerá pela cabeça rapada.

Tradução: A grande Rainha quando se verá vencida, Fará excesso de masculina coragem: Sobre cavalo, rio passará toda nua, Seguida por ferro,, à fé fará ultrage. Interpretação: A grande turba desordeira reinante, quando se sentir vencida agirá com excessiva coragem masculina. Composta de u'a maioria cheia de imoralidade e rebeldia desvirtuará as leis e os costumes vergonhasamente, como se fora uma rainha atravessando um rio, toda nua, sobre um cavalo.

I - LXXXVII En nosigee feu du centre de terre, Fora trembler autour de cité neuve, Ceux grands rochers longtemps feront la guerre, Puis Arethuse rougira nouveau fleuve.

Interpretação: A ação determinante e severa das hierarquias Divinas conjugadas com as humanas surpreenderá até as legiões de almas e homens eleitos, acostumados aos padrões bondosos da Divindade. Contudo, convém observar que antes de ser concedido o desencadeamento da desordem, o Poder amoroso do Cristo foi instituido e ensinado, portanto a humanidade é como uma mulher preparada para as núpcias. Em sua totalidade. Seu amparo e crédito amável enfraquecerá algum tempo depois, visto que devido aos desatinos humanos Ele terá que agir com severidade contra a noiva infiel. Homens e almas de cabeça dura e miolo mole só se emendarão pela força do chicote. Conselhos amáveis resolvem para poucos. Comentário: "Cabeça rapada": Cabeça vazia, imbecil, desobediente, teimosa, ignorante, etc.

Tradução: Por escasso fogo do centro da terra, Fará tremer em torno de cidade nova: Dois grandes rochedos longo tempo farão a guerra, Depois Aretusa enrubecerá novo rio.

I - LXXXIX Tous ceux de Illerde seront dans la Moselle,

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Assim falou Nostradamus Mettant à mort tous ceux de Loire et Seine, Le cours marin viendra pres d'haute velle, Quand Espagnols ouvrira toute veine.

A grande classe irá até o Angon: Contra Gaulês, será sua tramontana, Quando monstro horrendo nascerá perto de Orgon.

Tradução: Todos os de Illerde estarão no Moselle, Metendo à morte todos os de Loire e Seine: O curso marinho virá perto de alta vela, Quando Espanhóis abrirá toda veia.

Interpretação: Alguns filósofos do Escolaticismo, tanto os realistas quanto os abstracionistas, ao som das campanhas contestatórias marcharão em grande estilo até o tempo da ceifa. Seu maior rumor será contra os sábios da Igreja, quando nascerá o racionalismo materialista, o qual como um monstro horrendo estará vivendo no cérebro humano (Orgon).

Interpretação: Todos os movimentos humanos terão suas atividades no sentido de lavar ou batizar homens e almas, pondo à morte os defeitos, tanto dos maus quanto dos bons. O percurso dessa ação de limpeza do mar humano irá alcançar muito tempo ainda, e será percebido quando a selvageria mostrar-se em toda exaltação, conforme o comportamento de cada geração. Comentário: Tomei Illerde (Leria) por metáfora d e povo. Mosela por metáfora de batismo, - por referência ao batismo dos novos cristãos no Jordão. Loire e Sena por metáfora de bons e maus, não por supor que ele teria considerado bom o povo de uma cidade, e ruím o da outra, mas considerando que toda comunidade tem gente boa e ruím. E tomei Espanhóis por selvagens pelo fato de - ele demonstrar grande mágoa contra eles devido a perseguição cruel que aqueles moviam contra os judeus daquela época. Por isto nota-se que ele sempre coloca os Espanhóis com sentido pejorativo. "O curso marinho": curso evolutivo da mente humana. "Perto de alta vela": idéia de grandes conquistas progressivas em todas as ciências, a semelhança de alta vela que leva o barco a avançar pelos mares. "4º verso": Quando a violência e as paixões mostrarem-se em exaltação ruinosa a fustigar as Coletividades humanas.

I - XC

Comentário: "Angon": Azagaia, metáfora com idéia de luta e mortandade. Assim, o 2º verso dá referência aos tempos proféticos. "Bordeaux" e "Poitiers" foram redutos do Escolaticismo filosófico materialista.

I - XCI Les Dieux feront aux humains apparence, Ce qu'ils seront auteurs de grand conflict, Avant Ciel veu serain espee et lance, Que vers main gauche sera plus grande afflict. Tradução: Os Deuses farão aos humanos aparência, O que eles serão autores de grande conflito: Antes Céu parecia sereno espada e lança, Que em direção à mão esquerda estará maior aflito. Interpretação: Os Espíritos sábios terão encarnado na Terra, e terão sido autores de grande conflito. Antigamente o Céu era considerado apenas como um paraíso sereno, pacífico. Agora é sabido que os celestes lutam juntamente com os humanos, com sua espada e lança da lei e da justiça; coisas que para as almas e homens perversos causam muita aflição.

I - XCII

Bordeuax, Poictiers au son de la campagne, A grand classe ira iusqu'a l'Angon, Contre Gaulois sera leur tramontane, Quand monstre hideux naistra pres de Orgon.

Sous un la paix partout sera clamee, Mais non long temps pille et rebellion, Par refus ville, terre et mer entamee, Mort et captifs le tiers d'un million.

Tradução: Bordeaux, Poictiers ao som da campanha,

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Arvedus Tradução: Sob um a paz por todos será clamada, Mas não longo tempo pilhagem e rebelião: Por recusa vila, terra e mar retalhada, Morte e cativos o terço de um milhão.

A liberdade não ainda recoberta: O novo Marte por vindita e remorso, Dama por força de pavor honrada.

Interpretação: Sob um espírito de concórdia a paz será de todo lado clamada, mas não por muito tempo. Nesses entretempos surgem as vilezas da pilhagem e rebelião. Por recusar a concórdia: vila, terra e mar serão assolados. Assim sendo, um terço do esforço humano é consumido e desperdiçado em lutas bestiais.

I - XCIII Terre Italique pres des monts tremblera, Lyon et Coq non trop confederez, En lieu de peur l'un l'autre s'aidera, Seul Catulon et Celtes moderez.

Interpretação: A maldade na Terra, com toda a sua tirania, já está condenada a desaparecer. Porém, a liberdade ainda não está recuperada. Surgirá uma nova consciência, ainda agressiva, mas moderada por força da justica e do remorso. Mais por força do pavor ante as consequências desastrosas do que por fraternidade inteligente a humanidade passará a ser mais honrada. Nota: Os mesmos conceitos são bastante válidos para cada pessoa. "Porto Selin": Coletividade Humana; "Selin": símbolo esotérico do homem - cuja estrutura física é proporcionada pelos sais da terra. De "sel": sal. Portanto "Selin" corresponde ao homem vindo do sal da terra.

Tradução: Terra Itálica perto dos montes tremerá, Leão e Galo não bastante confederados: Em lugar de medo a um outro ajudará, Só Catulon e Celtas moderados.

I - XCV Devant moustier trouvé enfant besson, D'heroic sang de moine et vetustique: Son bruit par secte langue et puissance son, Qu'un dira fort eslevé le vopisque.

Interpretação: A avidez imperialista, do tipo do império romano, tremerá, quando o Estado e o Clero não estejam mais confederados. Por medo, um ao outro ajudará. Só por índole de nobreza e semi-civilização estarão moderados. Comentário: Usei "Catulon" por metáfora de nobreza baseado em uma das famílias mais nobres da Roma Imperial: os Catulos. "Celtas", neste caso, por semi-civilização visto que estes eram semi-civilizados, e esta concepção condiz com a natureza humana, principalmente dentro da idéia central da quadra.

I - XCIV Au port Selin le tyran mis à mort, La liberté non pourtant recouvree: Le nouveau Mars par vindicte et remort, Dame par force de frayeur honnoree. Tradução: No porto Selin o tirano posto a morte,

Tradução: Diante mosteiro encontrado menino gêmeo, De heróico sangue de monje e vetusto: Seu clamor por seita e língua e poder são, Que se dirá muito elevado o que sobrevive. Interpretação: Quando um clarividente observa uma pessoa ele enxerga o espírito como um irmão gêmeo do corpo, só que sempre de aparência jovem, não obstante sua vida ser antiga. E, ele tem uma natureza heróica e as virtudes de um monge. E ouve a sua voz que é uma linguagem mental, e ouve também um potente som produzido pelas energias vibrantes dele. Quem vê e ouve o espírito dirá: o elevado convosco, isto é; "Deus convosco". Ele é o gênio que sobrevive. Comentário: "Vopisque": do latim "Vopiscus, i": gêmeo que nasceu bem e na época certa tendo o outro nascido morto e por aborto."

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Assim falou Nostradamus

I - XCVI

Cinco mil em Creta e Tessália findos, O chefe fugindo salvo no marinho celeiro.

Celuy qu'aura la charge de destruire Temples, et sactes,changez par fantasie: Plus aux rochers qu'aux vivans viendra nuire, Par langue ornee d'oreilles ressassie. Tradução: Aquele que terá o encargo de destruir Templos, e seitas, trocados por fantasia: Mais aos rochedos que aos vivos virá prejudicar, Por língua ornada orelhas convocar. Interpretação: Toda pessoa que se propõe a destruir Templos e seitas; trocando-os por fantasias místicas e por simulacros, virá lesar mais aos encarnados do que aos desencarnados. Tais pessoas irão encher as orelhas dos tolos com sua língua ornada de fantasias.

Interpretação: A doutrina hebráica é essa que terá conduzido povo incontável. É uma doutrina ministrada pelo Céu, mas na Terra ela parece tecer costumes estranhos e sua linguagem é estranha. Ela tem atuado por mais de cinco mil anos, levada pelo povo hebreu, e praticamente terminou seu apogeu em Creta e Tessália, em virtude do trabalho missionário dos Apostólos e discípulos de Jesus, após a sua ressurreição e ascenção aos Céus onde está o seu reino. O seu reino nos céus é o celeiro onde as almas estão a salvo da contaminacão dos prazeres da carne e do sangue.

I - XCVII

Comentário: Cumpre-nos salientar que a Religião hebráica com sua Filosofia de vida codificada no Velho Testamento pelos maiores expoentes da Filosofia Religiosa de caráter Cósmico, continua vigente. Não foi destituida por Jesus. Foi revisada e confirmada por Ele - no que tange aos padrões humanos - instituidos por Moisés, e mesmo por outros profetas. A revisão essencial que ele promulgou foi a substituição da Lei de Talião para a Lei do amor e da Fraternidade Universal Com isto retirou a errônea concepção de serem os hebreus os filhos diletos de Deus e os demais povos serem os renegados; sem direito aos Céus prometidos para as almas. Com isto Ele destituiu o velho conceito de classes "escolhidos e gentios". Conceito que inda é forte na Índia e no Oriente Médio, situando a diferenciação de elite e pária. Na síntese desta quadra, Nostradamus salienta este fato, no subentendido "Creta e Tessalia", região em que o Apóstolo Paulo fez um trabalho preponderante, pelo qual grangeou o título de Apóstolo dos gentios. Então, os Evangelhos passaram a confirmar o fato de que toda e qualquer alma é filha de Deus (sem uma única excessão, e todas estão destinadas a um fim comum, - conquistar a angelitude. Portanto, com direito irrecusável de conquistar o Paraiso Prometido; sempre resguardado pelo mérito advindo das obras ou comportamentos, mas tendo por primícia - a Graça Divina, a qual é concedida eternamente aos Seus filhos. São Paulo esclarece bem este fato dizendo que cada alma ou pessoa tem todo o direito de escolher -

Ce que fer, flamme n'a sceu parachever, La douce langue au conseil viendra faire: Par repos, songe, le Roy fera resver, Plus l'ennemy en feu, sang militaire. Tradução: Esse que ferro, chama não soube aperfeiçoar, A doce língua no conselho virá fazer: Por repouso, sonho, o Rei fará delirar, Mais o inimigo em fogo, sangue militar. Interpretação: O que não se consegue a ferro e fogo para demover uma pessoa ruím, o conselho em linguagem amável o virá fazer. Porque depois, em repouso, sua imaginação trabalha e o seu próprio espírito conseguirá chegar ao íntimo do seu sentimento. Se a mente está em chamas, menos aceitará a disciplina forçada.

I - XCVIII Le chef qu'aura conduict peuple infini Loing de son ciel de meurs et langue estrange, Cinq mil en Crete et Thessalie finy, Le chef fuyant sauvré en la marine grange. Tradução: O chefe que terá conduzido povo infinito Longe de seu céu, de costumes, e língua estranha:

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Arvedus em ser salva por mérito ou por Graça. Pode escolher a ser servo ou filho de Deus. Porém, a Graça é concedida por endosso ao mérito conquistado pelas obras...

de que, segundo as promessas Divinas a avalanche de defeitos mentais logo morrerá, e assim acabará essa desnaturada guerra que trucida o Bem Estar humano no eterno processo de viver.

I - XCIX

Comentário: Na Idade Média a palavra "dole" tinha o sentido de ajuda do governo aos desempregados e aos muito pobres. "Toscana" é uma região bela e rica da Itália. Pois bem. Chegamos ao fim da 1ª Centúria. Devo confessar que esta quadra inspira-me um outra interpretação, na qual Nostradamus estaria se referindo a ele mesmo, nos seguintes termos: Por longo tempo eu serei considerado como uma ave agourenta, tanto pelos eruditos quanto pelos leitores de intelecto mediano. Porém, minha obra é prenhe de esperança, como o ramo verdejante no bico da pomba do Gênesis. Logo morrerei e findará a minha guerra. Nota: Teria ele escrito com esta intenção? – De minha parte opto pela primeira interpretação.

Le grand monarque que fera compagnie Avec deux Roys unis par amitié: O quel souspir sera la grand mesgnie, Enfans Narbon à l'entour, quel pitié. Tradução: O grande monarca que fará companhia, Com dois Reis unidos por amizade: Oh! Que suspiro fará a grande corte, Crianças Narbon ao redor, qual piedade. Interpretação: O grande poder que se constituirá quando o cérebro e o espírito tornarem-se amigos no processo de viver: Oh! Que desabafo agradável promoverá ao grande séquito humano. Os homens na Terra e as almas nos Céus parecerão crianças inocentes a brincar pela vida. Que pureza! Comentário: Jesus Cristo, alegoricamente é o Modelo do homem perfeito. Seu cérebro e sua mente anímica obedeceram criteriosamente as determinações do seu Cristo ou Espírito. Por isto, Ele foi vitorioso em sua árdua missão. E asim mostrou como devemos nos comportar em nossa missão evolutiva.

I-C Longtemps au ciel sera veu gris oyseau, Aupres de Dole et de Toscane terre. Tenant au bec un verdoyant rameau, Mourra tost grand et finirá la guerre. Tradução: Longo tempo no céu será visto pássaro cinza, Perto de Dole e Toscana terra: Tendo ao bico um verdejante ramo, Morrerá bem cedo e findará a guerra. Interpretação: Por muito tempo ainda a mente humana estará poluida, semelhante a uma ave cinzenta a volitar pelo céu. Em um mixto de pobreza e riqueza de espírito. Não obstante estará sempre consciente de que em seu íntimo sobrevive a esperança e a certeza

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Assim falou Nostradamus

Resumo da Centúria II II - I - Grandes incursões de almas perversas e efeitos de suas ações... II - II - Males que o cérebro provoca para o espírito... II - III - Dos valores das Ciências, e dos valores Religiosos...

II - XVI - Como ele imaginava a atividade da mente no corpo humano... II - XVII - Sequência da quadra anterior... II - XVIII - O cérebro é o último a morrer. E outras descrições do vidente e médico... II - XIX - Situação do espírito encarnado, e hostilidades enfrentadas durante a vida humana...

II - IV - Dos pensamentos e comportamentos bárbaros...

II - XX - Da velhice e as marcas da luta

II - V - Nostradamus alegando o que sente, o que pensa e o que escreve...

II - XXI - Referência à vinda, e trabalho executado por Jesus...

II - VI - Espírito e alma são prisioneiros no corpo e sofrem as vicissitudes da vida humana...

II - XXII - A respeito do mundo invisível das almas, e da prece...

II - VII - Pessoas mordazes... Almas que fracassam voltarão a reencarnar...

II - XXIII - Logo que deixa o corpo, o espírito sentese confuso e assustado...

II - VIII - Pessoas com mente esclarecida rejeitarão os toscos fundamentos do paganismo...

II - XXIV - Quadra a respeito dos microorganismos predadores na fase da morte...

II - IX - O reino da paz ainda estará fraco por mais novecentos anos. Porém, será reabilitado...

II - XXV - Microorganismos, tanto predadores quanto defensores do corpo trairão o homem na hora do desenlace. O cérebro oporá grande resistência...

II - X - A respeito do esvaziamento do egoismo, da mentira, e da hipocrisia...

II - XXVI - Provas de amor à vida corporal durante esse transe...

II - XI - Surtos de barbárie mais violentos do que os dos Impérios antigos. Nos devidos tempos serão esvaziados...

II - XXVII - Quadra a respeito dos motivos pelos quais os Escritos Sagrados são redigidos em forma simbólica e alegórica...

II - XII - Desrespeito aos Direitos, de olhos abertos para a ambição. O grande poder da ética punirá essa avidez... II - XIII - O dia da morte do corpo é o dia do renascimento do espírito. A alma fica feliz...

II - XXVIII - Aquele que se dedica a conhecer as Escrituras Sagradas desenvolve seus valores e ajudará a outros. Desenvolverá o Amor e a Inteligência e assim estará mais feliz... II - XXIX - Sequência da quadra anterior...

II - XIV - Espírito e Alma quando encarnados, e sua volta ao mundo espiritual...

II - XXX - A respeito do "Poder Oculto Malígno"... II - XXXI - A Terra desolada pelo vandalismo...

II - XV - Espírito e Alma projetam-se pelo espaço como se fosse um cometa. O corpo fica interditado pela terra.

II - XXXII - Aumento dos conflitos, proporcional ao aumento das populações ...

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Arvedus II - XXXIII - A alma, quando encarnada fica sujeita ao fracasso moral que será produzido pelas paixões, principalmente pelas emoções eróticas...

misticistas supersticiosos... II - LI - Reflexões a respeito do comportamento injusto desde os primórdios até o Juízo Final.

II - XXXIV - Reflexões a respeito do duelo. II - LII - Das causas e efeitos da beligerância... II - XXXVI - A respeito das profecias e as interpretações precárias, e as interpretações com má fé... II - XXXVII - Missão dos Profetas e profetas. Seus sacrifícios e sujeição às hostilidades ambientais e humanas... II - XXXVIII - Quadra a respeito dos chamados tempos proféticos e/ou últimos tempos da degeneração... II - XXXIX - Quadra a respeito do recrudescimento do militarismo, e do decréscimo da educação ética...

II - LIII - Nesta quadra, Nostradamus traça um paralelo entre a vida de Jesus e a vida do homem comum. Ao mesmo tempo entre a mentalidade hebraíca daquela época e a mentalidade da Humanidade em nossos dias... II - LIV - Mentalidade humana, mentalidade individual, ética, cérebro... II - LV - Dos valores e desvalores do corpo em benefício da evolução do espírito... II - LVI - Sequência da anterior. Morte do cérebro e ruína do corpo, em alegoria...

II - XL - Grandes tumultos com intermitência... II - XLI - A Sabedoria brilhará para sempre. Reflexões a respeito do materialismo acadêmico, e do misticismo supersticioso...

II - LVII - Quadro triste de alguém ou de muitos que morrem assassinados. II - LVIII - O homem morre, o espírito revive. O corpo é levado à tumba. O cérebro ainda vive...

II - XLII - Reflexões sobre a tirania, imbecibilidade, morte e aleijões...

II - LIX - Outra perspectiva sobre os microorganismos predadores, e sobre os defensores do corpo, agindo desde a agonia até a tumba.

II - XLIII - Da luta mental entre espírito, alma e corpo durante a vida humana... II - XLIV - Da mente, pensamentos, juízo... II - XLV - Reflexões acêrca das alegrias e tristezas na vida humana. A troca e o desenvolvimento populacional... II - XLVI - Assunto em sequência ao da quadra anterior.

II - LX - Sequência da anterior. Os microorganismos sobreviventes, se encontrarem saída do caixão sobreviverão nas plantas e ervas dos arredores, etc... II - LXI - O espírito parte e o corpo irá se desintegrando... II - LXII - O cérebro morrerá depois de cem horas a partir do último suspiro...

II - XLVII - Pecado, velho inimigo... II - XLVIII - Vaticínios sobre o Juízo Final e sobre a Paz e Justiça Universal... II - XLIX - Outro alerta para os intérpretes referente ao enigmatismo simbólico e poético das quadras, etc... II - L - Quadra a respeito dos odientos, arrogantes e

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II - LXIII - Os desejos do corpo subjugam a vontade do espírito por força das sensações, emoções e intenções... II - LXIV - Surgirá nova Doutrina Religiosa que esclarecerá melhor as verdades psíquicas, físicas e metafísicas...

Assim falou Nostradamus II - LXV - O Mundo está fadado a grandes calamidades, mas, também, a grandes progressos. Da mentalidade dualista do homem.

caloroso elogio à sua capacidade e ao valor portentoso de sua obra... II - LXXVII - Visão alegórica da mente de uma pessoa transtornada por grande complexo de culpa.

II _ LXVI - As gerações terão passado por grandes perigos e sofrimentos. E poucos séculos a fortuna mudará. Bom angúrio... II - LXVII - Os homens terão comprometido a moral por força do comportamento injusto. Grandes almas, e grandes homens, missionários, obrigarão a repor o comportamento justo... II - LXVIII - Grandes esforços do Céu em benefício do progresso do MORAL e do FÍSICO. Maior intercâmbio entre homens e almas. Muitos temerão conhecer as Ciências que ainda estão ocultas. II - LXIX - O Rei dos Reis com sua Hierarquia de anjos, homens e almas benfeitoras para florir sua Doutrina nas cabeças duras de homens e almas, e assim trará a Concórdia Universal... II - LXX - Assunto em sequência das anteriores.. II - LXXI - A vida é eterna, e o Homem se torna civilizado pelo bom uso da RAZÃO. Ou raciocínio ajustado ao Sentimento de Amor. II - LXXII - No fim dos tempos do Obscurantismo as Doutrinas Religiosas, principalmente as de Ciência Oculta serão repelidas e negligenciadas. Pugna entre Religiões, Seitas, e Poder Temporal (NOTA: poder cívil, militar e político).

II - LXXVIII - Situação da alma encarnada; em cuja mente há total esquecimento do seu comportamento em vidas anteriores. Sua consciência sente inexplicável punição, e essa punição só é explicável pela chamada "Lei do Carma: ou Lei de Causas e Efeitos... II - LXXIX - As maldades engenhosas e astuciosas subjugarão os cruéies e arrogantes. A Lei do Amor promulgada por Jesus Cristo arrebatará todas as almas das suas culpas do presente e do passado... II - LXXX - Menções a respeito da Paz e Concórdia Universal, baseados nas Profecias do Capítulo 20 do livro de Apocalípse... II - LXXXI - A mente do homem vive sendo abrasada pelo fogo das paixões. As paixões do corpo ainda ameaçarão as futuras Gerações... II - LXXXII - Desejos e avidez. O filho segue os exemplos do pai. Da mesma forma Geração a Geração... II - LXXXIII - Reflexões a respeito da distribuição dos Deveres e Direitos. Ou, distribuição dos Bens e Serviços. Falta de Justiça...

II - LXXIII - O Mundo Humano é adjacente ao Mundo Espiritual, da mesma forma em que a mente cerebral é adjacente à mente do espírito no cérebro do homem... II - LXXIV - A respeito da Sabedoria transmitida pelos Celestes e/ou Espíritos para o progresso material e espiritual na Terra, etc... II - LXXV - Quadra a respeito dos valores e desvalores do Intelecto, e dos Instintos. Antropofagia mental.

II - LXXXIV - Menções a respeito do progresso do Cristianismo pelo Mundo... II - LXXXV - Reflexões a respeito do Plano Divino de Evolução, e suas Leis com disciplina severa. E a respeito da desobediência e rebeldia humana... II - LXXXVI - A respeito dos alertas proféticos. Ondas de trabalho da Providência Divina, a qual é constituida por celestes e humanos. Turbulências, interesses, misticismo, etc... II - LXXXVII - A respeito da prometida vinda do Cristo Jesus. Prevalência da Justiça...

II - LXXVI - Nesta quadra, Nostradamus tece um

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Arvedus um paciente na agonia. E, da morte em dia imprevisto...

II - LXXXVIII - Referência às Profecias que prevêm grandes turbulências sociais no final do sétimo milênio, as quais serão correspondentes às turbulências havidas no final do quinto milênio, época em que Jesus encarnou na Terra, etc...

II - XCIX - Observações a respeito dos Cientistas que procuram conhecer os princípios ou origem da Vida. Diferença entre os materialistas e os espiritualistas.

II - LXXXIX - A respeito da vida e da morte. Da explosão populacional com suas causas e efeitos... II - XC - Transformação constante dos padrões e costumes no seio da Humanidade. As Leis Humanas são usadas mais para castigo e expoliação do que para servir ao Bem Estar dos cidadãos. Líderes e povo em conflitos sucessivos... II - XCI - Vaticínio sobre uma Doutrina Espiritualista que deverá prosperar com liberdade que não havia na época de Nostradamus, etc. Os "Esperantes". II - XCII - De como o espírito é enxergado pelo vidente. Reflexões a respeito da morte e do morticínio... II - XCIII - Menções referentes ao transe da morte a partir da agonia... II - XCIV - Povo incontável terá passado pela Terra sem que uma pessoa sequer escapará das vicissitudes próprias da vida humana, etc. II - XCV - Da dificuldade em viver nas grandes cidades. Da injustiça nos campos. Governantes capazes, e governantes incapazes. Guerras e morticínios. II - XCVI - Menções a respeito do "fim dos tempos sombrios", e do Espírito Santo. Das grandes transformações para alcançar a Concórida Universal e a PAZ... II - XCVII - Alerta aos Papas para que evitem de intervir com parcialidade na disputa entre facções políticas e ou ideológicas, e inclusive entre outras Religiões. Principalmente nos chamados "fim dos tempos sombrios", que os Mestres Indianos chamam por Kali yuga. II - XCVIII - Visão de médico e vidente observando

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II - C - A alma parte. No interior do corpo ocorre tumulto horrendo, etc...

Assim falou Nostradamus

CENTÚRIA II

Tanto de mal quanto França tem feito seu bem: Morte à Antena, grande pendurado sob o galho, Quando preso dos seus o Rei dirá por quanto. Interpretação: A mente do homem ("cabeça azul") fará à mente do espírito ("cabeça branca, pura") tanto de mal quanto a vida na Terra ("França") tem feito seu bem: Morte à Flor, grandeza pendurada na cruz do corpo humano ("galho"). Quando preso aos seus necessários aprendizados para a sua evolução o Espírito ("Rei") determinará por quanto tempo ficará sujeito a essa prisão no corpo.

II - I Vers Aquitaine par insuls Britanniques De par eux mesmes grands incursions: Pluyes, gelees feront terroirs iniques, Port Selyn fortes fera invasions. Tradução: Em direção Aquitaine por insulares Britânicos, Por eles mesmos grandes incursões: Chuvas, nevadas farão terrenos iníquos, Porto Selyn fortes fará invasões.

Comentário: A alegoria que ele oferece no 3º verso especifica bem o conceito esotérico da Rosa Mística pregada à cruz, explicada pelos Rosacruzes, pelo qual convencionam a representação do Espírito encarnado no corpo humano. Ao mesmo tempo representa Jesus Cristo pregado na cruz, acontecimento que também é uma alegoria do holocauto do espírito ao passar pela vida humana. Significa ainda que o espírito encarnado está morto para o seu mundo onde conta com maiores capacidades de inteligência e maiores liberdades de expressão e movimento ("Morte à flor"). Por isto Nostradamus menciona que ele no corpo está preso, ou morto, ou exilado, ou cativo, etc. – em muitas quadras. "Antena": Flor (na língua grega). Figura do espírito que no corpo sente-se como morto.

Interpretação: Em direção a Terra ("Aquitânia") há grandes incursões de almas perversas que estão restringidas em comunidades nos espaços, semelhantemente aos cidadãos Britânicos que invadiram esta parte da França. Incidirão seus maus pensamentos com más intenções ("chuvas, nevadas") na mente das pessoas, as quais se tornarão corrompidas, iníquas , assim como terrenos enlameados. Invadirão as mentes ("porto Selyn") até das pessoas mais equilibradas ("fortes"). Comentário: Este fato é amplamente conhecido nos meios espíritas e espiritualistas, e de certo modo é conhecido, também, nos meios religiosos não reencarnacionistas. "Selyn, ou Selin": Metáfora de salino. Esotericamente e mesmo científicamente o corpo humano é alegoricamente convencionado de ser proporcionado pelos sais da terra. "porto": Metáfora de ser humano. No caso, mais propriamente o cérebro.

II - II La teste bleu fera la teste blanche Autant de mal que France a faict leur bien; Mort à l'Anthene, grand pendu sus la branche, Quand prins des siens le Roy dira combien. Tradução: A cabeça azul fará à cabeça branca

II - III Pour la chaleur solaire sur la mer De Negrepont les poissons demy cuits, Les habitants les viedront entamer, Quand Rhod et Gennes leur faudra le biscuit. Tradução: Pelo calor solar sobre o mar De Negrepont os peixes meio cozidos, Os habitantes os virão iniciar Quando Rhod e Gennes lhes dobrarem a espinha. Interpretação: Pelos valores da ciência ("calor solar") recaindo sobre o mar humano ignorante e boçal ("Negrepont: Ponte Negra") estes seres humanos

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Arvedus

II - IV

estarão meio amadurecidos ("peixes meio cosidos"): Os mestres e sacerdotes terão melhor oportunidade de iniciar a eles nos ditames religiosos da boa moral, quando então o poder de Deus ("Colosso de Rhodes") e dos Anjos ("Genes") lhes farão dobrar a espinha. Comentário: "Negrepont": Ponte Negra: metáfora de mentalidade ignorante, ou cérebro ignorante. "Peixes meio cozidos": à primeira vista nos dá a impressão de peixe morto. Porém, é u'a metáfora referente a textos bíblicos: "trigo maduro"; "louros campos "; "verdes prados"; "leão domesticado" etc. "Habitantes virão iniciar": A palavra "iniciação" é usada pelas seitas Espiritualistas com o sentido de preparação paulatina do adepto iniciante, ou candidato submisso às disciplinas necessárias para receber o conhecimento de ciências herméticas em estrita obediência. Então, "habitantes" neste caso são os mestres; ou no caso de religiões como a Católica, os sacerdotes; e no caso da Protestante - o pastor ou ministro. No Espiritismo Cristão é o Dirigente. "Rhod": Rhodes. A figura eminente de Rhodes é uma das sete maravilhas do Mundo Antigo: o Colosso. No caso, entendo que ele o usa para significar Deus. "Gennes": entendo por metáfora de Gênios: – Anjos. Portanto, Colosso de Rhodes: Poder de Deus, imanente. E o poder dos Anjos como seus Ministros na imensa empreitada de ajudar os homens e almas a evoluir, – física e moralmente. Em suma, nesta quadra ele pretende nos ensinar que toda sabedoria vem de Deus e é distribuida pelos Anjos, almas e homens. A sabedoria vem de Deus ("o Colosso") e é cultivada e distribuida pelos "habitantes" do Mundo, isto é,: Anjos almas e homens, o que em síntese individual é o mesmo que "Espírito", "alma" e "corpo". Repetindo, devo lembrar ao leitor que no "Monumento Nostradâmico" da quadra IX - VII estão guardados em pequenos cofres grandes tesouros de Sabedoria em jóias multicores, nas quais prevalece o espírito de Filosofia Religiosa mesclado à Filosofia profana. São 942 quadras semelhantes a 942 olhos d'águas fecundas que refletem em centenas de cores uma vasta sabedoria vinda do Céu e da Terra. Eu consigo entrar nesse monumento e esparzir águas e jóias. Você gostará de aproveitá-las?

Depuis Monach iusqu'aupres de Sicille, Toute la plage demourra desolee, In n'y aura fauxbourgs, cité, ne ville, que par Barbares pillee soit et vollee. Tradução: Desde Monech até perto de Sicile, Toda a praia demorará deserta, Ela não terá faux-bourg, cité, ne ville, Que por Bárbaros seja pilhada e roubada Interpretação: Desde o trono do espírito ("Monech") até aos pés ("Sicile"), toda gente demorará estéril, inculta, insensível ("deserta"). Ela receberá pouca cultura nobre ("fauxbourg": meia claridade nobre), mesmo os mais eruditos ("cité: cidade"), e menos ainda os menos eruditos. ("ne ville"). Enfim, todos serão pilhados e roubados por pensamentos e comportamentos bárbaros. Comentário: "Monech": Monaecus, Mônaco: – Heracles, dos Gregos; Hércules, dos Romanos. Heracles significa – Glória de Deus. No caso, o espírito, em seu trono no cérebro. "Sicile": Sicília. Ilha localizada no extremo sul da Itália. Portanto, aos pés. "faux": meia lua. No caso, meia ou pouca claridade; pouca erudição. "bourg": significa casa nobre. Portanto, "faux-bourg" é u'a metáfora de mentalidade meio nobre, e ainda dependendo do grau de erudição filosófico-religiosa de cada pessoa. Pelo quarto verso conclui-se, tanto por pensamentos e comportamentos bárbaros de cada pessoa, quanto pela facilidade de envolvimento e opressão pelos bárbaros a que todas as pessoas estão sujeitas.

II - V Qu'en dans poisson, fer lettre enfermee, Hors sortira, que fera la guerra, Aura par mer la classe bien ramee, Apparoissant pres de Latine terre.

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Tradução: Quem dentro de peixe, ferro e letra fechada,

Assim falou Nostradamus Fora sairá, quem depois fará a guerra, Terá por mar sua classe bem remada, Aparecendo perto de Latina Terra.

Então, desencarnados, semi-inconscientes pelo acontecimento agora estranho põem-se a gritar por socorro ao grande Deus imortal.

Interpretação: Eu sou aquele homem que dentro da solidão como se estivesse encerrado dentro de um peixe, escrevo ("ferro") estes versos em linguagem cifrada ("letra fechada"). Esta obra será publicada e sairá pelo Mundo e provocará muita polêmica ("fará a guerra"). Sua classe de idéias e pensamentos estão bastante distribuidos nas páginas em que as quadras estão ordenadas, em linguagem parecida à linguagem Latina.

Comentário: Em muitas quadras, Nostradamus repete a citação destes fatos em alegorias variadas. Creio que com a intenção de espalhar os conhecimentos ensinados pelas doutrinas esotéricas (espírita e espiritualista) que em seu tempo eram privilégio de pouca gente no Ocidente. Aliás, ainda hoje, quando contamos uma população de seis bilhões de almas no Mundo, suponho que só um terço desta população entende e aceita os cânones da doutrina da reencarnação, propalada pelos Espíritos através dos médiuns desde tempos remotos. Devo repetir que ele, como eu, aceitava o arbítrio dos Teosofistas determinando que o ser humano é composto de três entidades dotadas de um campo inteligente (ou mente) distinto, não obstante convivendo no mesmo espaço (o corpo humano). Por isto, nesta quadra, ele escreve ("dois cidadãos, ou duas cidades"). Eu compreendo que para o leigo, e muito mais para o cético é difícil entender e sentir este fato. Outrossim, devo confessar ao leitor que apresento o ítem da interpretação em forma quasse totalmente livre a fim de ela ficar mais explícita.

Comentário: "classe": ordem em que estão distribuidas pessoas ou coisas. ("ferro"): – Neste caso ele usa "ferro" para expressar a idéia de gravar, escrever em palavras e sentenças fechadas em metáforas e alegorias. "Quem dentro de peixe": figura de uma pessoa engolida por um peixe como no caso do Profeta Jonas. No 4º verso dá a entender que escreveu em linguagem provençal que é considerada uma linguagem mais aproximada do Latim original.

II - VI

II - VII

Aupres des portes et dedans deux citez Seront deux fleaux et onc n'aperceu un tel, Faim, dedans peste, de fer hors gens boutez, Crier secour au grand Dieu immortel. Tradução: Junto às portas e dentro dois cidadãos. Serão dois flagelados e nunca apercebido tal, Fome, dentro peste, por ferro fora gente descarnados, Gritar socorro ao grande Deus imortal. Interpretação: Espírito e alma, são dois cidadãos dentro do corpo junto às portas dos sentidos. Durante a vida do corpo serão dois flagelados pelas vicissitudes, coisa que nunca é devidamente compreendido pelas pessoas. Sentem desejos ardentes ("fome"), e dentro do corpo sofrem as doenças do corpo e o contágio da imoralidade ("peste"). Depois, por força do destino implacável da morte ("ferro") são desencarnados por almas especializadas para este mister ("gente").

Entre plusieurs aux isles deportez, L'un estre nay à deux dents en la gorge: Mourront de faim les arbres esbrotez, Pour eux neuf Roy, nouvel edict leur forge. Tradução: Entre muitos para as ilhas deportados, Um ser nasce com dois dentes na gorja: Morrerão de fome as árvores sem brotos, Para eles novo Rei, novo édito lhes forja. Interpretação: Entre muitas almas que são deportadas para encarnar na Terra uma torna-se em pessoa mordaz. As pessoas que não desabrocham suas virtudes mortificam o espírito, e sustam a sua evolução. Espíritos nesta situação terão que reencarnar de novo ("novo Rei") e virão com novos destinos para

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Arvedus piormente cada um sem fé em si mesmo. Esse estado de coisas será desfeito ("morto") por um trabalho bastante complascente de grande envergadura.

cumprir, conforme for determinado pelos mentores espirituais ("novo édito"). Comentário: "Dois dentes na gorja": metáfora de mordacidade. "árvores sem brotos": almas que não se esforçam em desenvolver suas qualidades virtuosas.

II - VIII

Comentário: Pelos vaticínios que Nostradamus apresenta sumariamente nesta quadra entendo que ele está dizendo: que a Humanidade manterá uma situação de paz um tanto frágil a partir do ano 1550 ao 2450, mais ou menos. Submetendo os acontecimentos que vão se sucedendo a uma análise acurada percebemos que ele teve uma visão certa. Ao analisar as profecias bíblicas até esta data (1998) observamos que a debilidade da paz é uma constante desde os tempos em que se tem registro até esta data. Os profetas e Apóstolos costumam não apontar datas pelo nosso calendário e sim por tempos ou ciclos de tempos correspondentes a fatos de grande envergadura social aos quais chamam sinais dos tempos. Por tal método semi-indefinido chegamos a uma compreensão mais acertada sobre o que eles se propuseram a profetizar. Porém, todos, inclusive Nostradamus, mostram-nos que a Providência Divina aciona um plano de trabalho meticulosamente preparado com a finalidade de promover a evolução das almas e o progresso material em estreita concordância com o progresso ou evolução física do Planeta por "um tempo" correspondente a dez mil anos a partir do tempo alegórico de Adão até o Juizo Final. Entretanto, tal plano é posto sob sujeição das circusntâncias de forma que pode ser completado antes ou depois dos dez mil anos pré-equacionados. Jesus afirmou que o Juizo Final teve que ser antecipado. Se não fosse antecipado nenhuma alma teria oportunidade de se salvar. No Apocalípse, São João menciona que o Juizo Final terminará depois do sétimo milênio a partir de Adão, antes que se feche o oitavo milênio. Nostradamus afirma na Carta ao filho Cesar que o Juizo Final terminará no ano 3797 da Era Cristã. São João afirma no livro do Apocalípse que haverá uma preponderância de paz e concórdia universal por mil anos, depois voltará a desordem semelhante a esta de nossos tempos, por alguns séculos, depois o Juizo Final. E para sempre, enquanto a Terra existir as Humanidades viverão em paz e

Temples sacrez prime façon Romaine, Reietteront les goffres fondements, Prenant leurs lois premieres et humaines Chassant, non tout, des saincts les cultements. Tradução: Templos sagrados primeira feição Romana, Rejeitarão os toscos fundamentos, Tomando suas leis primeiras e humanas, Cassando, não tudo, dos santos as venerações. Intepretação: As pessoas com mentes esclarecidas rejeitarão os toscos fundamentos dos pagãos de Roma, cultivando as leis evangélicas e humanas com primazia, e cassando as venerações idolátricas aos santos. Não em tudo, mas, seguindo seus santos exemplos com a devida veneração.

II - IX Neuf ans le regne le maigre en paix tiendra, Puis il cherra en soif si sanguinaire, Pour luy grand peuple sans foy et loy mourra, Tué par un beacoup plus débonnaire. Tradução: Nove anos o reino o magro em paz terá, Depois ele cairá em sede tão sanguinária, Para ele grande povo sem fé e lei morrerá, Morto por um bastante complascente. Interpretação: Por nove séculos ("anos") a Humanidade ("reino") estará sob um estado de paz um tanto frágil ("magro") . Depois cairá em um comportamento sanguinário. Isto será motivado por grande parte do povo que estará dotada de pouca fé em Deus, nas Instituições Religiosas e Instituições Governamentais e sociais, e

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Assim falou Nostradamus concórdia semelhante as dos anjos. Até onde cheguei a compreender as profecias, e corroborado por informações transmitidas por médiuns de renomada confiança, os tais mil anos de paz e concórdia iniciarão a partir do século XXI. Não quer isto dizer que será da noite para o dia. Virá paulatinamente através de grande esforço dos seres e almas que compõem a chamada Providência Divina conjugado com o esforço dos homens, principalmente daqueles que compõem a elite de líderes realmente nobres e operosos. Esta elite acompanhada das pessoas dignas, em geral, é que conseguirá matar o monstro sanguinário do 2º verso. No 4º verso ele diz que tal monstro, ("sede tão sanguinária") será morto com bastante complascência. Não com apenas complascência. É evidente que todas as Instituições e todas as pessoas envolvidas nesse processo de regeneração mental usarão da complascência, mas, acompanhada de um rigor justo, quando necessário. Há outras quadras repetindo este assunto sob prisma diferente... "Nove anos": nove séculos. Somando-se 900 anos ao ano em que ele escreveu temos o ano 2455. Então, concluo que ele vaticina que até o ano 2455 o reino da paz ainda estará fraco , embora melhorado.

Comentário: A expressão no 2º verso "Nós esperamos" dá a entender que os vaticínios e profecias não vêm só dele.

II - XI Le prochain fills de l'aisnier parviendra, Tant eslevé iusque au regne des fors: Son aspre gloire un chacun la craindra, Mais ses enfants du regne gettez hors. Tradução: O próximo filho do mais velho virá a ser Tanto elevado até ao reino dos fortes: Sua áspera glória cada um a receará, Mas seus filhos do reino posto fora. Interpretação: O próximo surto de barbárie virá a ser muito expandido e superará em violência até mesmo o reinado dos Impérios antigos.Cada pessoa receará a vitória desses ásperos movimentos de proeminente turbulência. Mas, no devido tempo os vícios causadores desses maus costumes ("filhos do reino") serão enfraquecidos por ação de movimentos humanos dignificantes. Comentário: "Filho do mais velho": um tipo de barbarismo moderno com as nuances do barbarismo antigo. "reino dos fortes": Impérios. Neste caso um império cheio de crueldade e malícia. "filhos do reino": neste caso os maus desejos e más intenções que produzem um reino de maldade no seio da Coletividade.

II - X Avant long temps le tout sera rangé, Nous espérons un siecle bien senestré: L'estat des masques et des seuls bien changé, Peu trouveront qu'à son rang veuille estre.

II - XII

Tradução: Antes longo tempo o todo estará posto em ordem, Nós esperamos um século bem sinistro: O estado das máscaras e dos solitários bem mudado, Pouco encontrarão quem em sua fileira jura estar. Interpretação: Não haverá muito tempo para o todo do comportamento humano ser posto em ordem. Nós visualisamos um tempo bem sinistro! O estado da hipocrisia e mentira, e de egoismo será bem mudado. Poucos serão encontrados para fazer parte das fileiras dos hipócritas, mentirosos e egoistas; e muito poucos terão coragem de afirmar que fazem parte delas.

Yeux clos, ouverts d'antique fantasie, L'habit des seuls seront mis à néant; Le grand monarque chastiera leur frenaisie, Ravir des temples le tresor par devant. Tradução: Olhos fechados, abertos para antiga fantasia, O hábito dos solitários serão postos à fatalidade: O grande monarca punirá seu frenesi, Arrebatar dos templos o tesouro por diante.

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Arvedus Interpretação: Olhos fechados aos direitos dos semelhantes, abertos para ambição por riqueza e fama ("antiga fantasia humana"). O mau hábito da ambição levará os egoistas a um estado de vida fútil. O grande poder da ética ("o grande monarca") punirá sua avidez. Essa avidez que está sempre a arrebatar os valores das virtudes ("tesouro") que estão guardados nos cérebros humanos ("templos") desde o nascimento das pessoas ("por diante").

Tradução: A Tours, Gien, dissimulado estarão olhos penetrantes Descobrirão de longe a grande serenidade: Ela e sua comitiva no porto estarão entrando, Combate, impelidos potência soberana.

II - XIII

Interpretação: No Espírito, Alma, existem olhos penetrantes em estado dissimulado pelo corpo. Na sua intimidade têm noção da grande serenidade que existe no Mundo espiritual. Quando a alma e sua comitiva mental estiver entrando no mundo das almas ("posto") ela e o espírito sofrerão aflições conscienciais ("combate") mas sentirse ão impelidos para algum lugar do espaço por uma força soberana indefinida por eles.

Le corps sans ame plus n'estre en sacrifice, Iour de la mort mis em nativité: L'esprit divin fera l'ame felice, Voyant le verbe en son eternité. Tradução: O corpo sem alma não estar mais em sacrifício, Dia da morte posto em natividade: O espírito divino fará a alma feliz, Vendo o verbo em sua eternidade.

Comentário: Explicar tais fatos ao leigo exige ampla gama de pormenores que não me é possível oferecer neste livro. Há muita literatura espírita e espiritualista altamente pormenorizada a respeito, e muitas pessoas bastante conhecedoras que poderão ser consultadas. Queira desculpar-me por esse lapso constante nas quadras todas. "Tours" = cidade francesa. Aqui representando o espírito (Torre). "Gien" = cidade francesa. Aqui representando a alma.

Interpretação: Quando a alma deixa o corpo pelo transe da morte, ele não está mais em sacrifício. O dia da morte, na realidade é um dia de festa para o espírito, é um dia de renascimento. O espírito que por natureza é divino fará a alma feliz. Fará ela ver e sentir a vida ("o verbo") no seu real sentido de eternidade.

II - XV

Comentário: Ele escreveu esta quadra com clareza, e até dispensaria minha interpretação. Todas as Religiões ensinam isto. Porém, a grande maioria das pessoas sentem ao contrário e lamentam a ação da morte quando ao contrário deveriam festejá-la. Nostradamus por ser reencarnacionista encara a morte em sentido real. Por ressureição da alma no Mundo Divino.

Un peu devant monarque trucidé: Castor, Pollux en nef, astre crinite: L'erain public par terre et mer vuidé, Pise, Ast, Ferrare, Turim, Terre interdicte. Tradução: Um pouco antes monarca trucidado: Castor, Polux em nave, astro crinito: O bronze público por terra e por mar esvaziado, Pise, Ast, Ferrare, Turin, terra interdita.

II - XIV

Interpretação: Um pouco antes de a pessoa ter a vida ceifada, o Espírito e a Alma estarão partindo como que se projetando por uma nave parecida a um cometa. O corpo, composto de terra e águas salgadas como as águas do mar já está com a vida em esvaziamento. Ele, com todos os seus componentes físicos está entrando na suspensão de todas as suas funções de vida na Terra. A terra o interdita. Nota: "bronze público": corpo humano. Neste caso

A Tours, Gien, gardé seront yeux penetrants, Descouvriront de loing la grand sereine: Elle et sa suit au port seront bien entrans, Combat, poussez puissance souveraine.

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Assim falou Nostradamus "bronze" tem o sentido de proporção de valores em relação ao espírito (ouro), e a alma (Prata). "em nave": figura de dois seres acomodados em uma nave, prontos para partir. "astro crinito": cometa. As quatro cidades mencionadas simbolizam a estrutura do corpo humano: cabeça, tronco, composição química, e Inteligência cerebral. "terra interdita": a terra cobre o corpo.

Interpretação: Na cabeça, onde se encontra o templo do espírito, não longe dos olhos e entre os lóbulos do cérebro, o espírito está escondido dos olhos humanos, e situado na glândula pineal. Nessa fase de sua vida, na qual o corpo está a morrer, _ dentro da cabeça (norte) as veias estão transbordadas e os dispositivos do cérebro estão sendo maltratados. Comentário: "Ethene": metáfora derivada de éter. Neste caso dá o sentido de etéreo, sutil, diáfano. Portanto é o "campo" energético do espírito ("campo... não distante de Ethene"). O assunto continua o da quadra anterior.

II - XVI Naples, Palerme, Sicille, Syracuses, Nouveaux tyrans, fulgures feux celestes: Force de Londres, Gand Bruxeles, et Suses, Grand hecatombe, triomphe faire festes.

II - XVIII

Tradução: Naples, Palerme, Sicille, Syracuse, Novos tiranos, fulgores fogos celestes: Força de Londres, Gand, Bruxelles e Suses, Grande hecatombe triunfo fazer festas.

Nouvelle et pluye subite, impetueuse, Empeschera subit deux exercites: Pierre, ciel, feux faire la mer pierreuse, La mort de sept terres et marin subites.

Interpretação: Eu vejo o corpo humano quando está morrendo, _ como que sacudido pelos vulcões das costas Italianas. Os microorganismos destruidores como novos tiranos. E vejo fulgores de fogos, como se fogos celestes, por toda a estrutura interna. Vejo o complexo orgânico tomado por grande hecatombe e os microorganismos destruidores em triunfo a festejar. Comentário: As quatro cidades do 1º verso ficam próximas ao Stromboli, ao Vesúvio e ao Etna. O 3º verso tem as cidades por figuras do complexo vital.

II - XVII

Tradução: Notícias e chuva súbita, impetuosas, Impedirá súbito dois exércitos: Pedra, céu, fogo fazer o mar pedregoso, A morte de sete terra e marinha súbitas. Interpretação: O cérebro, último a morrer, ainda emite notícias e chuva súbita de energias, impetuosas, impedirá subitamente a ação dos dois exércitos de microorganismos: O crânio agora é semelhante a uma pedra, e o universo no seu interior é como um fogo a secar o sangue, o qual agora parece um mar pedregoso. Então, os sete centros de força (chacras), toda a estrutura corporal e todo o sistema circulatório morrem subitamente. Comentário: "Céu": neste caso, em sentido esotérico é figura de cérebro e cabeça, pois que a cabeça é um universo intensamente populado, e o templo onde está o trono do Espírito.

Le camp du temple de la vierge vestale, Non éloigné d'Ethene et des monts Pyrenées: Le grand conduict est caché dans la male, North getez fleuves et vignes mastinées.

II - XIX

Tradução: O campo do templo da virgem vestal, Não distante de Ethene e montes Pyrenées: O grande conduzido está escondido na mala, Norte rios transbordados e vinhas maltratadas.

Nouveaux venus lieu basty sans defence, Occuper la place par lors inhabitable Pres, maison, champs, villes prende à plaisance Faim, peste guerre, arpen long labourable.

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Arvedus Tradução: Recém-chegados lugar baluarte sem defesa, Ocupar a praça até então inabitável: Prados, casas, campos, vilas tomar a bel-prazer Fome, peste, guerra,medida de terra longo laborável.

Tradução: Irmãos e irmãs em diversos lugares cativos, Se encontrarão a passar perto do monarca: Os cotemplar seus ramos compreensivos, Desagravando ver queixo, fronte, nariz as marcas.

Interpretação: Os corpos humanos ("lugar") quando recebem os espíritos que reencarnam (recémchegados) são totalmente inocentes, são como que baluartes sem defesa para eles que vêm ocupar estes corpos que são semelhantes à praça inabitável. E é assim que a Humandade terá vivido cheia de anseios ("fome"), contaminada por idéias; intenções e ampla gama de vícios e maus costumes ("peste") por longo tempo que corresponde a aproximadamente 6.070 anos a contar de Adão ("arpen") para trabalhar para o progresso humano e pelo progresso da natureza terrrena.

Interpretação: Espíritos e almas, irmãos em Deus, passando pela vida humana ("cativos em diversos lugares"), encontrar-se-ão passando em seu destino: Seus filhos e netos ("seus ramos") contemplálos-ão compreensivamente, embora com desagrado por ver seus queixos, fronte e nariz prenhes de rugas, as quais são as marcas da idade avançada, e da luta pelos caminhos da vida.

Comentário: "arpen": ou "arpent": medida agrária antiga usava pelos gauleses, a qual, conforme especifica o dicionário de francês x inglês D. C. Heath c Cº Publishers, corresponde a um acre e meio, portanto 40,47 x 1,5 = 60,70 m2. Como ele está falando nesta quadra sobre tempo de vida útil de uma pessoa para o trabalho, e baseado na experiência de que a capacidade para o trabalho arrefece amplamente na idade sexagenária, considero que com o valor desta medida agrária ele está explicando o fato em números. Ao mesmo tempo ele estará associando o mesmo raciocínio para a exaustão de um ciclo de 6.000 (seis mil anos) por linguagem profética; multiplicando os 60,70m2 por 100, cujo resultado é 6.070 anos. Com isto ele virá a corroborar as profecias que informam que a pior fase, a fase mais trabalhosa da Humanidade em sua evolução moral e física terá sucedido em 6000 anos a partir de Adão. Com este dado ele virá confirmar que a partir do ano 2070 da Era Cristã a prometida Concórdia Universal tomará grande impulso trazendo um viver mais pacífico, e por consequência uma situação de trabalho menos sacrificial do que tem havido até essa data.

Comentário: Nesta quadra ele tece um quadro pitoresco e ao mesmo tempo jocoso a respeito da passagem do espírito e alma pela vida terrena. Crianças, adultos e velhos sentirão e entenderão este fato ao ler este texto. Dispensa maiores comentários.

II - XXI L'ambassadeur envoyé par biremes, A my chemin d'incogneus repoulsez: De sel renfort viendront quatre triremes, Cordes et chaines en Negrepont troussez. Tradução: O embaixador enviado por birremes, A meio caminho por desconhecidos repudiado: De sal reforço vieram quatro trirremes, Cordas e correntes em Negrepont entrouxados. Interpretação: O Cristo ("embaixador") enviado à Terra em corpo e alma ("birremes"), a meio caminho de sua missão foi repudiado por motivos desconhecidos. Quatro Evangelhos vieram reforçar o seu trabalho missionário ("sal") acionados por doze apóstolos ("quatro trirremes"). Comentário: "embaixador": neste caso, o missionário. Nesta quadra Nostradamus traça o perfil de Jesus, o Cristo, em metáforas sutis, porém bastante alusivas. Por "birremes" ele nos faz compreender e sentir a valentia e a humildade do Ser que era o

II - XX Freres et seurs en divers lieux captifs, Se trouveront passer pres du monarque: Les contempler ses rameaux ententifs, Desplaisant voir menton, front, nez les marques.

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Assim falou Nostradamus Messias prometido pelas profecias do antigo testamento e longamento esperado com a expectativa de nascer em luxuoso palácio de algum poderoso rei, ou no mínimo em u'a mansão de família rica e muito influente. Os Judeus, na época, aguardavam sua vinda com muitos vaticínios de que Ele seria um potentado e iria livrar a Nação do jugo dos conquistadores Romanos. Esperavam por um Príncipe ou um Almirante que viria comandando uma armada poderosa. Ele chega trazido por uma pobre birreme puxada por uma jovenzinha e um carpinteiro, simples e pobres. Então, não reconheceram o Messias tão ansiosamente esperado, e os motivos desconhecidos por que razão Deus tivesse determinado que ele surgisse pobre e no seio de uma família sem prestígio e sem qualquer influência nos meios políticos, empresariais e militares. Não obstante os milagres e o grau de Sabedoria apresentado por Ele – não o aceitaram como o Messias. Repudiaram-no violentamente até ao holocausto na cruz. Não compreenderam que aquele pobre filho do Homem trazia uma bagagem preciosíssima oculta em sua cabeça. Aí Ele trazia o tesouro do Amor e o da Sabedoria, ("reforço de Sal"). Em poucos anos Ele distribuiu esse tesouro às mancheias. E assim seus Apóstolos e discípulos condensaram esse tesouro em quatro livros e deramlhes o nome de "Evangelhos", que Nostradamus simboliza por ("quatro trirremes") e ao mesmo tempo simboliza os doze Apóstolos pela multiplicação de 4x3 = 12. Assim, os laços do Amor e as correntes da Justiça Divina estão enfeixados ou "entrouxados" nestes quatro livros com a potência de uma armada indestrutível que levará a Humanidade à Sabedoria de viver. Creio que Nostradamus pensou mais ou menos assim ao escrever esta quadra. "Negrepont": metáfora de Humanidade com pouca sabedoria. De Ponte Negra: de cérebro ignorante e malicioso.

II - XXII Le camp Ascop d'Europe partira,

S'adioignant proche de l'Isle submergée: D'Arton classe phalange pliera, Nombril du monde plus grand voix subrogée. Tradução: O campo Ascop d'Europa partirá, Reunindo-se próximo da Ilha submersa: D'Arton classe falange dobrará, Umbigo do mundo mais grande voz sub-rogada. Interpretação: As almas ("campo Ascop": Significa conceito increditável por não ser a alma um ser visível aos olhos humanos comuns) partirão do Mundo reunindo-se próximo da Terra ("Ilha"), a qual está submersa no Oceano Celeste, ou Céu, ou Grande Expansão. No Universo das almas ("Arton") o número de almas sempre é o dobro das almas encarnadas e no seu seio sempre há uma ligação maior por preces mais contínuas ao Criador sub-rogando benefícios energéticos Divinos para fortalecer o ânimo de todos, assim como a criança sub-roga as energias da mãe durante a gestação. Comentário: É fato conhecido nos meios espiritualistas que o número de almas necessitadas de reencarnação exigível para a evolução de cada uma sempre é o dobro das que se encontram encarnadas. Outrossim, é conhecido que no mundo espiritual a oração religiosa é a alavanca mais potente para equipar as almas em seus trabalhos de ajuda a encarnados e desencarnados. E, também, conhecido que grande parte delas vai povoar espaços que circundam a Terra no círculo compreendido da face até à ionosfera. – Com duas palavras singelas ("Ilha submersa") ele lança uma expressão poética de amplosignificado que leva nossa imaginação a contemplar e a raciocinar sobre fatos importantes pouco observados pela quase totalidade das pessoas. – Na realidade vivemos no almejado Céu, onde a Terra está submersa em um grande oceano pontilhado de astros e mundos. – Se encontramos infernos e purgatórios eles estão mais em nosso corpo do que no exterior, embora haja o fato concreto de que há locais destes tipos. – Verdadeiramente é uma questão de graus de sensibilidade. – Através de nossos seis sentidos: da inteligência, do tato, da vista, do ouvido, do olfato e do paladar é que gozamos das delícias dos céus e dos

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Arvedus A alma, que é outro corpo do espírito, entretanto, dotada de uma natureza perenal: em relação ao corpo humano, também possue a sua capacidade inteligente particular com os mesmos altos e baixos e atua ora como aliada do espírito, ora como aliada do corpo. ("Trait d'oyaseau"): expressa duas situações conjugadas para o assunto do 4º verso. "parvenu": significa, também, filho da fortuna; homem cujo mérito é a sua felicidade. ("Dicionário H. Garnier).

aborrecimentos dos infernos e purgatórios... – A partir destes conceitos a lucubração e/ou elucubração é vasta. Então, deixo-a à disposição do prezado leitor!

II - XXIII Palais, oyseuax, par oyseau dechassé, Bien tost apres le Prince parvenu: Combien qu'hors fleuve par ennemy repoulsé Dehors saisi trait d'oyseau soustenu.

II - XXIV

Tradução: Palácio, pássaros, por pássaro afugentado, Tão logo após o Príncipe ter tido o mérito da sua própria felicidade: Quanto que fora rio por inimigo repelido, Exterior assustado consciência protegida. Interpretação: Quando os espíritos ("pássaros") das pessoas são afugentados pela morte ("pássaro") deixam o corpo ("Palácio"), pouco tempo depois o Espírito ("Príncipe") que tem méritos adquiridos para a sua felicidade vai para seu mundo espiritual. Ao ser posto para fora da caudal humana ("rio") o seu corpo com sua natureza apaixonada e sensível às hostilidades da vida terrena jaz como um inimigo repelido. Inicialmente o espírito fica assustado com a nova situação exterior, à qual está desacostumado, porém sente sua consciência ("trait d'oyseau") protegida e sente o apoio de espíritos amigos ("trait d'oyseau").

Bestes farouches de faim fleuves tranner, Plus part du camp encontre Hister sera, En caige de fer le grand fera treisner, Quand rien enfant de Germain observera. Tradução: Bestas ferozes de fome rios humanos atravessar nadando, Maior parte do campo contra Hister estará, Em jaula de ferro o grande fará rojar, Quando nada filho de Germain obedecerá.

Comentário: "Palácio" metáfora de corpo humano dotado de valores reais. – Observo que Nostradamus julga o corpo humano ora como um valioso cortesão ora como um lacaio vilão. – Depende da idéia central da quadra, na qual ele oferece seus conhecimentos e experiência. –Realmente, o nosso cérebro possue seus altos e baixos promovidos pela sua natureza terrena. – O corpo, e principalmente o cérebro, possue um campo inteligente particular com capacidade para obedecer os desejos virtuosos do espírito e ao mesmo tempo com capacidade para usufruir das virtudes e defeitos que o ambiente material lhe oferece. – Nestes termos ora atua com dignidade, ora atua com vileza.

Interpretação: NOTA: assunto em sequência da quadra XXIII. Os microorganismos e vermes predadores nessa hora são semelhantes a bestas ferozes esfaimadas . Vão nadando pelas veias a atravessar o corpo ("rios"). A maior parte dos microorganismos estarão contra o histrião ("Hister": metáfora de corpo nesta quadra), como peixes devoradores em um rio. O cérebro em desespero forçará o corpo ("jaula de ferro") a manter o espírito aprisionado nele, porém o corpo é filho do espírito e seu irmão de sangue ("Germain") não obedecerá, pois já não tem condições para isto.

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Comentário: E continua na quadra XXV: "Germain": significa irmão gêmeo. "Hister", ou Ister: O Rio Danúbio. Também, anagrama de histrião. "Jaula de ferro": metáfora de corpo humano devido à sua estrutura óssea.

Assim falou Nostradamus

II - XXV

Sangue e energias ("fogos") ficam enxangues ("mortos"), afogados. O quadro transparece como se o interior do corpo tivesse recebido golpes de talha.

La garde estrange trahira forteresse, Espoir et umbre de plus hault mariage: Garde deceue, fort prinse dans la presse, Loire, Saone, Rosne, Gar, à mort outrage.

Comentário: continua em sequência na quadra XXVII

Tradução: A guarda estranha trairá fortaleza, Esperança e sombra de mais alto casamento: Guarda iludida, forte tomado às pressas , Loire, Saone, Rosne, Gar à morte afronta.

II - XXVII

Interpretação: Todos elementos vivos e órgãos, etc., "guarda", e mesmo os defensores, trairão o corpo ("fortaleza") em sua esperança e desejo de continuar conjugado ao espírito para viver. Então, toda a organização defensiva é iludida ("a guarda") e o corpo é derrotado ("forte tomado") às pressas. Espírito, alma e corpo vão ao transe da morte que os afronta, e nessa hora o cérebro ("Gar") opõe grande resistência contra ela.

Le divin verbe sera du ciel frappé, Qui ne pourra proceder plus avant: Du resserant le secret estoupé, Qu'on marchera par dessus et devant. Tradução: O divino verbo será do céu agitado, A quem não poderá conduzir mais adiante: Do constrangente o segredo vedado, Que se marchará por cima e por diante.

Comentário: continua em sequência pela quadra XXVI... "Loire, Saone, Rosne": metáforas de espírito, alma, corpo. "Gar": anagrama de cérebro. ("Gar à morte afronta").

Interpretação: As realidades da vida divina ("divino verbo") estarão sendo sempre transmitidas ("Do céu agitado") do céu para a Terra, mas de uma forma um tanto ininteligível a quem tem pouca experiência e pouca ciência a respeito. Principalmente os segredos ou mistérios que produzem constrangimento, são vedados. De qualquer modo as mensagens divinas ("verbo divino") são transmitidas e retransmitidas de tal forma que permitem às almas e pessoas sempre tenham a faculdade de marchar para a frente e para o alto no caminho da evolução.

II - XXVI Pour la faveur que la cité fera, Au grand qui tost perdra camp de bataille Fuis le rang Pau Thesin versera, De sang, feux mors noyez de coup de taille. Tradução: Pelas provas de amor que a cidade fará, Ao grande quem cedo perderá campo de batalha, Fugirá a guarnição Pau Thesin derramará, De sangue fogos mortos afogados por golpe de talha.

Comentário: Nesta quadra ele faz referência ao fato real de que a Divindade coloca a nosso dispor os ditames mais que suficientes para aprendermos a nos comportar com a melhor eficácia, tanto na vida terrena quanto na vida espiritual. Entretanto, pouco transmite a respeito das particularidades da vida no Mundo Espiritual ou Mundo Divino. As Escrituras Sagradas, principalmente a Bíblia composta pelo Velho e Novo Testamentos é vazada em textos exotéricos (claros para qualquer grau de conhecimentos de qualquer pessoa) e esotéricos (textos com sentidos ocultos, por alegorias, símbolos, metáforas, parábolas, etc.). Em suma, os textos exotéricos são suficientes para o progresso humano, e para a evolução do

Interpretação: Não obstante as provas de amor à vida que o cérebro ("cidade") oferecerá ao corpo, o qual logo perderá a capacidade de viver ("campo de batalha"), a guarnição fugirá e as artérias ("Pau e Thesin", ou Pó e Tossin) vasarão o sangue como os rios Pau e Thesin nas enchentes inundam as cercanias.

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Arvedus

II - XXIX

espírito. Os textos esotéricos levam a u'a maior profundidade de conhecimento para aprender o segundo sentido das mensagens, o que proporciona à alma e à pessoa um grau de conhecimento mais apurado. Entretanto, se é bom conhecer todos esses valores da sabedoria divina, pô-los em prática na vivência e na convivência é o Excelente. É a isto que ele se refere nesta quadra. "O divino verbo": As realidades da vida espiritual e corporal.

II - XXVIII

L'Oriental sortira de son siege, Passer les monts Apennins voir la Gaule: Transpercera le ciel, les eaux et neige, Et un chacun frappera de sa gaule. Tradução: O Oriental sairá de sua sede, Passar os montes Apeninos ver a Gaule: Transpassará o céu, as águas e a neve, E um cada um agitará de sua vara. Interpretação: NOTA: Esta quadra dá sequência à anterior (XXVIII). A sua Mente ("o Oriental") sairá volitando de sua sede (a cabeça) e passará por conhecimentos elevados ("montes Apeninos") e verá muitas verdades ("Gaule"). Transpassará pelo Céu (por coisas do céu) e pelas belezas do Mundo ("águas e neve"). E um frenesi agitará as emoções de cada um, de acordo com suas inclinações ("de sua vara") íntimas ou seu caráter e personalidade.

Le penultiesme du surnom du prophete, Prenda Diane pour son iour et repos: Loin vaguera par frenetique teste, En delivrant un grand peuple d'impos. Tradução: O penúltimo do sobrenome do profeta, Tomará Diana por seu dia e repouso: Longe vagará por frenética cabeça, E liberando um grande povo do imposto.

Comentário: "Gaule": Vara comprida. Esotericamente é símbolo de Justiça e/ou Verdade. "Oriental": o que orienta. Neste caso é símbolo da mente: – a que nos orienta. "montes Apeninos": metáfora de Sabedoria ou Conhecimentos Elevados. "transpassará o céu, as águas, a neve": metáfora com dois sentidos conjugados: por convenção esotérica "céu" é símbolo do cérebro onde está o trono do espírito; "águas" : símbolo de bençãos; "neve": símbolo de ceticismo. O segundo sentido expus na interpretação. "vara": no caso, o corpo humano e/ou sua capacidade de julgamento. Esta quadra faculta duas interpretações que levam ao mesmo resultado prático. Na segunda que ofereço a seguir, e entendo que foi a principal de Nostradamus cantando uma ode a si mesmo para fazer com que o intérprete, o estudioso e mesmo o leigo sinta em uníssono com ele o efeito emocional que a sua obra inspira a cada um. Vamos a ela: Esta obra orientadora ("Oriental") terá saído da minha mente ("sede") para vencer os obstáculos que existem em nosso caminho a fim de adquirir al-

Interpretação: Todo aquele que se dedica ao conhecimento das profecias pode ser cognominado por penúltimo profeta. Usará de suas capacidades inteligentes para caçar os comentários, e isto para ele será uma recreação constante e desenvolverá a sua capacidade de amar e ser amado ("Tomará Diana..."), e verá seus dias com a cabeça empolgada com os valiosos conhecimentos que vai aos poucos encontrando. E se se propõe a retransmitir tais conhecimentos estará colaborando para liberar muita gente de variados sofrimentos ("imposto"). Comentário: "Diana": Na mitologia romana é a deusa da caça e da proteção das florestas. E/ou deusa da lua e da caça. Observe como ele simbolizou magistralmente a figura da pessoa dedicada às profecias – com a figura da deusa Diana. Se você, meu prezado leitor pelo menos ler todo este livro estará por muitos dias gozando desse frenesi mencionado por Nostradamus.

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Assim falou Nostradamus tos conhecimentos ("passar os montes Apeninos") e enxergar grandes verdades ("a Gaule"). Ela transpassará o céu, as águas, e a neve através de todos os meios de comunicação, e por ela um frêmito de emoção agitará a cada um pelo poder da minha pena ("sua vara").

"deuses infernais": Almas de todos os níveis de capacidade mental e física empenhadas em produzir a destruição, a desordem, a desgraça no seio da Humanidade. Digo, almas desencarnadas e almas encarnadas ou pessoas. Evidentemente, do lado oposto, a poderosa Organização Divina composta por almas e homens, e governada pelo Cristo Jesus está muito mais ativa do que podemos imaginar. Alguns dos sinais preponderantes das primeiras vitórias alcançadas pela citada Organização Divina (Providência Divina) em nossos tempos foi a queda do nazismo, do fascismo; e ultimamente do comunismo. O banditismo, as guerrilhas, a traficância de drogas, a corrupção nos meios governamentais e empresariais, a prostituição e toda a gama de movimentos criminosos e delituosos já estão sendo combatidos com muito rigor e maior diplomacia. E este combate recrudescerá por alguns anos, e enfraquecerá esse "poder oculto" que se tem alastrado em nossos tempos.

Comentário: Caro leitor: Se você apenas ler com atenção esta obra toda interpretada sentirá as emoções mencionadas por ele e por mim. Se a estudar com boa vontade e dedicação terá muitas e muitas horas de recreação útil e um manancial de sabedoria à sua disposição.

II - XXX Un que les deux d'Annibal infernaux, Fera renaistre,effrayeur des humains: Oncq, plus d'horreur ne plus dire iournaulx, Qu'avint viendra par Babel aux Romains. Tradução: Um quem os deuses de Annibal infernais, Fará renascer pavor dos humanos: Nunca maior horror nem mais dizer jornais, Que advento virá por Babel aos Romanos.

II - XXXI

Interpretação: Uma grande turbulência social que os deuses infernais desencadearão na Terra, semelhante à guerra Púnica de Anibal, fará renascer o pavor nos seres humanos:Nunca houve tão grande horror, e nem os jornais divulgaram tanta desgraça. Tais acontecimentos virão por extrema confusão e conflitos generalizados, semelhantemente à ação púnica de Anibal e suas hostes contra os Romanos. Comentários: Esta profecia está praticamente realizada, a partir da Revolução Francesa até esta data (Julho de 1996). Se o leitor analisar bem a situação caótica desta nossa época verá que já vem sendo consertada por uma ação mais severa da parte dos governantes em todo o Mundo. Pior do que já está não ficará mais. Está havendo toda uma tendência e todo um trabalho prolífico conjugado pelos homens e pela Providência Divina para ir eliminando os desatinos, e ir consolidando a concórdia, a ordem e a paz social. Isto estará mais visível a partir do século XXI, o qual será conhecido por "Século da Justiça Social".

En Campanie le Cassilin fera tant, Qu'on ne verra que d'aux les champs couvers: Devant apres le pluye de longtemps, Hors mis les arbres rien l'on verra de verts. Tradução: Em Campanie, o Cassilin fará tanto, Que não se verá que de águas os campos cobertos: Antes e após a chuva de longo tempo, Fora postas as árvores nada se verá de verde. Interpretação: Na Terra ("Campanie") os homens ("Cassilin": habitantes de Casilinum) praticarão tantos desatinos, de tal forma que os campos em grande parte tornar-se-ão incultiváveis como um deserto que recebeu chuvas antes e depois de tais cometimentos, principalmente pelo vandalismo dos lenhadores fazendo a devastação irracional das matas, acompanhado do êxodo dos campesinos, Então, nada de verde se verá nos campos.

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Comentário: "Campânia": antiga província da Itália que foi colonizada pelos Gregos os quais levaram o progresso e a cultura. Campânia era uma região dotada de terras

Arvedus sobre todas as populações escravizadas pelo sadismo e pelo masoquismo inerente às pessoas ("por toda Esclavonie"). Então nascerá um poder oculto degradante ("monstro") em todo o ambiente da Terra e por dentro de cada cabeça ("perto e por dentro de Ravenne").

muito férteis, ótimo clima e um belo cenário natural. Com estes principais atributos e outros de Campânia, Nostradamus a utiliza para representar a Terra nesta quadra. Nós, a sua população, ele representa metaforicamente pela população de Casilinum. Durante a segunda guerra Púnica imposta aos Romanos por Anibal suas hordas invadiram a cidade da qual os habitantes desertaram. Posteriormente Casilinum foi parcialmente destruida pelos Vândalos do ano 456 a 840 e sua total destruição foi realizada pelos Sarracenos nesta última data. A partir do ano 846 os Lombardos realizaram a reconstrução dessa cidade à qual deram o nome de Cápua, seu nome até hoje. Pelo exposto, Nostradamus utilizou estas particularidades da província e cidade para vaticinar os acontecimentos de nossos dias, isto é, a situação de descalabro em nosso ambiente ecológico no Mundo. A força de expressão imposta por ele nos quatro versos desta quadra, sendo analizada acuradamente, monstra-nos os maus resultados do comportamento humano tanto na estrutura material quanto na estrutura mental e/ou psíquica, o que transforma a Terra, – de uma Campânia em uma Casilinum.

Comentário: "Leite": metáfora com sentido de alimento construtivo. Neste caso, valores construtivos inerentes aos seres humanos. "rãs": esotericamente, a rã é figura de ser humano. "sangue": neste caso, figura de sacrifício. "Ravenne": Ravena: metáfora de ambiente externo, e metáfora de cérebro. Cidade italiana famosa.

II - XXXIII Par le torrent qui descend de Veronne, Par lors qu'au Pau guidera son entree: Un grand naufrage, et non moins en Garonne, Quand ceux de Gennes marcheront leur contree. Tradução: Pela torrente quem descende de Veronne, Por quando que ao Pau guiará sua entrada: Um grande naufrágio, e não menos em Garonne, Quando aqueles de Gennes marcharão sua região.

II - XXXII Laict, sang grenouilles escoudre en Dalmatie, Conflitc donnés, peste pres de Balennes Cry fera grand par toute Esclavonie, Lors naistra monstre pres et dedans Ravenne. Tradução: Leite, sangue rãs escorrer em Dalmatie, Conflito dado, peste perto de Balennes, Grito será grande por toda Esclavonie, Então nascerá monstro perto e por dentro Ravenne. Interpretação: Conforme as populações vão aumentando na Terra ("rãs escorrer em Dalmatie") os valores construtivos ("Leite"), e o sacrifício ("sangue") aumentarão proporcionalmene. Cada conflito que ocorre ("conflito dado") vai desencadeando grandes conflitos como se fosse uma peste a assolar um cardume de baleias ("perto de Balennes"). A propagação de notícias espantosas, alarmantes, sofisticadas ("grito") será muito grande

Interpretação: Pelo tempo que a alma ("quem descende de Veronne") viverá pela torrente da vida humana, desde quando dá a sua entrada no corpo humano ("ao Pau"): está sujeita a um grande fracasso moral ("Um grande naufrágio"), principalmente pelas emoções eróticas ("e não menos em Genes, os quais produzem as sensações geradas pela herança do sangue. (NOTA: atavismo) ("4º verso"). Comentário: "Veronne": capital da Província de Veneza. Nesta quadra significa o Céu ou Céus. Portanto, a alma desce e descende do céu, e/ ou espírito, do qual ela é um corpo sutil com forma semelhante a do corpo humano. "Pau": metáfora derivada da radical latina "pau", cuja radical sempre traz sentido diminutivo de coisa, ser e valor, isto é: pouco, raso, pobre. Neste caso, ele deve ter usado como metáfora de ser humano – com sentido pejorativo de pobre criatura. "Garonne": Entendo que é metáfora derivada de "Garonage": lupanar, bordel, para expressar o

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Assim falou Nostradamus Muitos lá dentro sufocados e assados: Perto de dois rios para solitário advirá, Sol a Arca, e Chibarro todos estarão amortecidos.

sentido de sensações e emoções eróticas. "Gennes": "genes: partículas materiais dos cromossomos, as quais encerram os caracteres hereditários". Com o 3º e 4º versos ele monta uma alegoria em jogo de palavras enigmáticas e poéticas levando a visualizar as atividades dos genes pelo corpo e alma como se fosse muita gente a marchar pela região de Garonne, e as almas a naufragar em seus rios mentais pela vida a fora. – Esta interpretação é difícil de aceitar, não é? – "É coisa de louco" conforme o dito popular no Brasil!

Interpretação: Dentro de dois lóbulos do cérebro ("dois aposentos") na escuridão que há dentro da cabeça ("de noite") o brilho da inteligência aparecerá ("o fogo pegará"). Lá dentro muitas idéias e pensamentos ficam sufocados e enfraquecidos: O pensador em meditação fica junto ao mundo material e ao mundo espiritual como se esteja perto de dois rios. Daí advirá Sabedoria ("Sol") à sua mente ("Arca"), e nesse transe os desejos inferiores do corpo ("chibarro") estarão todos amortecidos.

II - XXXIV

Comentário: Nesta quadra ele menciona a sua experiência nos momentos em que medita e escreve. O mesmo ocorre com qualquer pessoa que se dedica à meditação constante. "Chibarro": do latim "Caper-apri": bode castrado; bode semente; casta de peixe; bode mestiço; constelação de Capricórnio. Neste caso, metáfora do homem e/ou do cérebro com seus desejos e pensamentos em atividade. "Solitário": pensador em meditação.

L'ire insensee du combat furieux, Fera à table par freres le fer luire; Les despartir, blessé curieux, Le fier duelle viendra en France nuire. Tradução: A ira insensata do combate furioso, Fará à mesa por irmãos o ferro luzir: Separá-los, ofendido, curioso, O arrogante duelo virá em França prejudicar. Interpretação: A ira insensata do combate furioso que leva dois homens a fazer as espadas luzirem o seu ódio sobre a mesa dos padrinhos: Nesses momentos o amor próprio ofendido, mais é a vaidade que estará a separá-los. Para o sensato esse comportamento é curioso. Na França o duelo arrogante trará muito prejuízo cármico. Comentário: Estas considerações inclina-nos a refletir sobre a ira e seus resultados insensatos no dia a dia, nesse duelo constante "por dá lá aquela palha" que muitas vezes chega até ao genocídio.

II - XXXVI Du grand Prophet les lettres seront prinses, Entre les mains du tyran deviendront, Frauder son roy seront ses entreprinses, Mais ses rapines bien tost le troubleront. Tradução: Do grande Profeta as cartas estarão presas, Entre as mãos do tirano virão estar, Defraudar seu Rei serão suas empresas, Mas as suas rapinas em breve o perturbarão.

Dans deux logis de nuict le feu prendra, Plusieurs dedans estouffez et rostis: Pres de deux fleuves pour seul il adviendra: Sol l'Arq, et Caper tous seront amortis.

Interpretação: As mensagens do grande número de profecias estarão expostas em enigmas, ou cifradas. Chegarão, também, às mãos dos tiranos. Espoliar seu verdadeiro sentido ("Rei") serão suas intenções e procedimentos. Mas as suas rapinagens os perturbarão em pouco tempo.

Tradução: Dentro de dois aposentos de noite o fogo pegará,

Comentário: Este fato tem sucedido em todos os tempos. Principalmente com as mensagens de

II - XXXV

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Arvedus Nostradamus, mormente na época da II Guerra Mundial. A pecha recai, inclusive, sobre os charlatães que as usam para iludir a boa fé de muitos a fim de tirar vantagens econômicas e de fama.

estarão conciliados. Em um desses tempos ocorrerão muitas desgraças, muita divergência, conflitos, pouca harmonia. Comentário: Este tema é repetido por ele em muitas quadras e por variados prismas. Refere-se ao Juizo Final.

II - XXXVII De se grand nombre que l'on envoyera, Pour secourir dans le fort assiegez, Peste et famine tous devorera, Hors mis septante qui seront profligez.

II - XXXIX Un'an devant le conflict Italique, Germains, Gaulois, Espagnoes pour le fort, Cherra l'escolle maison de republique, Oú hors, mis peu, seront suffoquez mors.

Tradução: Daquele grande número que se enviará , Para socorrer dentro do forte cercados, Peste e fome tudo os devorará, Fora postos setenta que serão derrubados. Interpretação: Do grande número de Profetas que terão sido enviados com a missão de socorrer as almas e pessoas da Terra ("dentro do forte cercados") estarão sujeitos à contaminação dos maus costumes e maus desejos ("peste e fome") como qualquer mortal, dentro de setenta séculos pré-determinados. Comentário: Nesta quadra ele repete a informação do plano determinado pela Providência Divina para alcançar o progresso evolutivo das almas e pessoas. E traça um perfil da situação dos profetas que são almas missionárias que se sacrificam à toda a gama de sofrimentos proporcionados pelas hostilidades naturais da Terra, e de almas e de homens.

Tradução: Um ano ante o conflito Itálico, Germanos, Gauleses, Espanhóis para o forte, Cairá a escola casa de república, Onde fora posto pouco, serão sufocados mortos. Interpretação: Em certa ocasião ante o conflito de natureza imperialista, ao estilo do Império Romano ("conflito Itálico"), os Países ocupar-se-ão, principalmente, do poderio militar ("para Germanos, Gauleses, Espanhóis"): (Nota: nomes que ele usa aqui como metáfora para todas as Nações). Decairá a educação: na escola, no lar, e em todos os segmentos da sociedade humana, onde ressalvando-se alguns poucos resultados, a maioria das regras de boa ética e boa moral serão transtornadas, como que sufocadas, mortas. Comentário: Ele se refere bem à situação deste nosso século ("um ano"). Ao desenvolvimento exagerado do poderio militar (em arsenal e homens). Em contraposição os sistemas de educação ficam a segundo plano. Analise o leitor o que ocorre em todos os países com relação a estes dois fatos.

II - XXXVIII Des condamnes sera fait un grand nombre, Quand les Monarques seront conciliez: Mais l'un d'eux viendra si malencombre, Que guere ensemble ne seront raliez. Tradução: Dos condenados será feito um grande número, Quando os Monarcas estarão conciliados: Mas a um deles virá tanta desgraça, Que pouca harmonia não estarão reunidos.

II - XL Un peu apres non point longue intervalle, Par mer et terre sera faict grand tumulte, Beaucoup plus grand sera pugne navalle, Feux, animaux, qui plus feront d'insulte.

Interpretação: Um grande número de condenados será feito quando os tempos proféticos ("Monarcas")

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Assim falou Nostradamus

Comentário: Analisando-se a História vemos claramente que tais situações vão se incrementando mormente a partir da Revolução Francesa até os nosso dias.

Comentátio: Nesta quadra ele faz um vaticínio da entrada de predomínio das escolas filosóficas profanas e escolas e seitas misticistas contra a Filosofia Religiosa que era predominante em seu tempo. E está alertando que isto terá trazido maus resultados. Tais resultados são hoje evidentes em todos os segmentos da Sociedade Humana. Tais filosofias desencadeiam e apoiam o interesse para os bens materiais e levam as massas humanas a lutar apenas pelos valores imediatos do corpo e da alma abandonando os valores eternos do espírito. Assim, a imensa maioria esquece de uma áurea advertência do Cristo Jesus quando assevera: "O meu reino não é deste Mundo. Na Casa de meu Pai há muitas moradas..." Isto quer dizer: A vida terrena é importante, mas provisória. Passaremos por outras moradas menos efêmeras e mais radiosas...

II - XLI

II - XLII

Tradução: Um pouco depois não por longo intervalo, Por mar e terra será feito grande tumulto: Muito maior será pugna naval, Fogos, animais, quem mais farão de insulto. Interpretação: Um pouco depois do que foi dito na quadra anterior (II - XXXIX) será feito grande tumulto por terra e mar, com intermitência de curtos intervalos. Os combates navais serão os de maior envergadura. As paixões humanas, e a ferocidade própria das bestas feras são as causas principais que provocarão tais situações.

La grand estoille par sept iours bruslera, Nuee fera deux soleils apparoir, Le gros mastin toute nuict hurlera, Quand grand pontife changera de terroir.

Coq, chiens et chats de sang seront repeus, Et de la playe du tyran trouvé mort, Au lict d'un autre iambes et bras rompus, Qui n'avoit peu mourir de cruel mort.

Tradução: A grande estrela por sete dias brilhará, Nuvem densa fará dois sois aparecer, O grande mastim toda noite uivará, Quando grande pontífice mudará de terreno.

Trdução: Galo, cães e gatos de sangue estarão fartos, E da chaga do tirano engeitado morto, Ao leito de um outro braços e pernas partidas, Quem não tivera pouco morrer de cruel morte.

Interpretação: A Sabedoria Divina manterá seu brilho para sempre ("Sete dias"). A mentalidade humana, e/ou a ciência acadêmica acompanhada dos costumes diversificados e das superstições ("nuvem densa") fará surgir duas correntes de pensamento divergentes ("dois sois"), isto é, uma filosofia predominantemente religiosa, e uma filosofia profana e/ou acadêmica. Os textos sagrados ("grande mastim") estarão sempre alertando por esses tempos de obscurantismo ("toda a noite uivará"); nesses tempos em que os valores dos ensinos religiosos ("grande pontífice") ficam em segundo plano dos interesses humanos, cujos humanos estarão dando mais valor às ciências e filosofias profanas e acadêmicas, e às místicas com suas superstições e disparates ("mudará de terreno").

Interpretação: A índole imbecil do homem ("coq, galo"), desses homens que vivem a se ferir e matar como cães e gatos ficarão fartos de ver o sangue escorrer e de ver os corpos mortos, chagados por tiranos que provocam as hecatombes. Nos leitos ver a outros aleijados que embora bem o mereçam não puderam morrer por cruel morte.

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Comentário: Entendo que nesta quadra ele se insurge contra os lamentáveis resultados das guerras e revoluções que na realidade são provocadas por líderes ("galo"), porém, os ("cães e gatos") na realidade todas as pessoas os seguem e consentem, e são coniventes e igualmente culpados. Estou de acordo com ele, e tenho certeza que ele teria pensado que se nenhum homem aceitasse a imposição do serviço militar não haveria exército. Se

Arvedus de campainha; selo; miolo; cabeça. O cérebro timbra sem cessar. Basta prestarmos atenção nos sons internos do ouvido em local silencioso e escutaremos uma plêiade de sons: sons de águas, apitos, pios, vozes, gritos, risos, etc. Sons familiares a quem se dedica à meditação. ("serpente"): esotericamente é símbolo de inteligência e sabedoria. É aplicado nas sentenças com sentidos divergentes de bem e de mal, segundo à idéia central. Para o esoterista a mente humana, ou ego, ou mente cerebral, possue capacidade muito reduzida – em relação à capacidade da mente do espírito. E é muito rebelde aos bons princípios das virtudes, da boa conduta e bons costumes (ética); quando deveria não satisfazer deleites e paixões dos sentidos da carne.

não houvesse exército evidentemente não haveria guerras. Óbvio ululante, não é? "galo": literariamente, em sentido figurado é símbolo de imbecil; pateta; fátuo; indivíduo briguento; vaidoso; arrogante; conquistador barato, etc.

II - XLIII Durant l'estoille chevelue apparente, Les trois grands princes seront faits ennemis Frappez du ciel paix terre tremulente, Pau, Timbre undans, serpent sus le bort mis. Tradução: Enquanto dura a estrela cabeluda aparente, Os três grandes príncipes estarão feito inimigos: Comovidos do céu paz terra tremulante, Pau, timbre a dentro, serpente atraz do bordo posta.

II - XLIV

Interpretação: Enquanto dura a vida no ser humano ("estrela cabeluda aparente"), as três entidades inteligentes ("os três grandes princípes"), (que é metáfora de espírito, corpo e alma) viverão conflitando como inimigos. Comovidos pela razão do espírito ("céu") a paz no corpo ("terra") fica tremulamente frágil. Possuindo capacidade limitada de inteligência ("Pau", significa escasso) o cérebro ou mente humana ("timbre") que está dentro da cabeça, é como uma serpente posta a bordo de um barco. Comentário: Nesta quadra ele usa enfaticamente da simbologia esotérica de cuja interpretação poderá chocar o leitor não familiarizado com a literatura cognominada esotérica, ocultista, reencarnacionista, espírita, espiritualista, hermética, etc. Nestes termos, o corpo humano é um astro, estrela, planeta, mundo, universo, com cabelos na cabeça. Visível aos olhos humanos ("aparente"), ssendo que a alma e o espírito não nos são visíveis. ("os três grandes príncipes") são os três grandes princípios e instrumentos ou veículos da vida humana – espírito, corpo e alma, dos quais a inteligência é o motor. ("céu"): por convenção esotérica simboliza a mente do espírito, e o cérebro. ("terra") : simboliza o corpo e/ou o cérebro. ("pau"): nesta quadra ele usou como metáfora de escassez de inteligência. ("timbre"): literalmente nomeia tímpano; som

L'aigle poussee entour de pavillons, Par autres oyseaux d'entour sera chassee: Quand bruit des cymbres et sonnaillons Rendront le sens de la dame insensee. Tradução: A aguia empurrada em torno de pavilhões, Por outros pássaros do arredor será caçada: Quando ruído dos címbalos trombeta e sinetas Restituirão o juizo da dama insensata. Interpretação: A mente do homem ("aguia") volita aprisionada em torno dos dispositivos do cérebro ("pavilhões"). Pelos pensamentos que volitam ao redor será espicaçada: e quando a orquestração dos ensinamentos educativos ressoarem como címbalos, trombetas e sinetas, eles restituirão o juizo à alma insensata. Comentário: "águia": mente, pensamento. "pássaros": pensamentos, raciocínio, meditações. "dama": neste caso: mente, alma

II - XLV

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Trop le ciel pleure l'Androgyn procrée, Pres de ciel sang humain respandu: Par mort trop tard grand peuple recrée, Tard et tost vient le secours attendu.

Assim falou Nostradamus Tradução: Demais o céu chora o Andrógino procriado, Perto do céu sangue humano espalhado: Por morte demais tarde grande povo recriado, Tarde e cedo vem o socorro compassivo.

No céu é visto o sol enviando-nos as energias, como se um imenso fogo, uma longa centelha correndo pelo espaço. Comentário: Esta quadra inspira à longa meditação, palestras e comentários. Lembremos que no tempo dele a população mundial era bem menor que um bilhão de almas. Hoje conta-se seis bilhões. E daqui a quinhentos anos? Por outro lado a matemática e todas as Ciências Divinas são perfeitas. A Humanidade é um reflexo de Deus...

Interpretação: No céu é de certa forma muito lamentada a situação da gente (Andrógino": homem e mulher) que está vivendo na Terra, e por ela é espalhada sujeita à alegria ("perto do céu") e à tristeza ("sangue humano derramado"). Ao idoso ("tarde") e ao jovem ("cedo") a morte vem, e com ela vem o socorro compassivo dos céus. E por morte, a meu ver tardia, grande povo é ressuscitado. Comentário: Pessoas como Nostradamus até anseiam pelo dia de sua morte, vinda de forma natural. Jamais por suicídio. Por isto ele diz no 3º verso: "trop tard". E considera que grande povo é recriado – ressurgido no mundo das almas após a morte do corpo. Por associação de idéia devemos relembrar que a cada geração (70 anos) toda a população é trocada por nova geração. Hoje existe seis bilhões de habitantes. A cada ano morrem cento e vinte milhões e nascem aproximadamente duzentos e quarenta milhões de pessoas.

II - XLVI Apres grand troche humain plus grand s'appreste Le grand moteur des siecles renouvelle: Pluye, sang. laict, famine, fer et peste, Au ciel veu feu, courant longue estincelle.

II - XLVII L'ennemy grand vieil dueil meurt de poison, Les souverains par infiniz subiuguez: Pierres pluvoir, cachez soubs a toison Par mort articles en vain sont alleguez. Tradução: O inimigo grande velho dual mata por veneno, Os soberanos por infinito subjugados: Pedras chover, escondidos sob o tosão. Por morte artigos em vão são alegados. Interpretação: O pecado, o grande velho dual inimigo do homem é um veneno mortal para o ser humano. Os homens vivem subjugados por uma infinidade de pecados. São como chuva de pedras, das quais as almas se esquivam de prestar contas enquanto estão encarnadas ("escondidas sob o tosão"). Porém, logo depois da morte as justificativas ("artigos") serão alegadas em vão. Comentário: "Dual: – menção ao dualismo. "dualismo": Sistema religioso ou filosófico que admite a coexistência de dois princípios eternos, necessários e opostos. Por exemplo: O bem e o mal. A virtude e o pecado. Em todas as Religões e seitas os fatos mencionados nesta quadra são bastante esclarecidos.

Tradução: Após grande ajuntamento humano maior se apresta O grande motor os séculos renova: Chuva, sangue, leite, fome, ferro e peste, No céu visto fogo, correndo longa centelha.

II - XLVIII

Interpretação: A cada geração a população da Terra aumenta. Um moto-contínuo de progresso se renova. Bençãos dos Céus ("chuva"), vida ("sangue"), alimento ("leite"), fome, violência("ferro") e peste, tudo se amplia.

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La grand copie qui passera les monts, Saturne en l'Arcq tournant du poisson Mars: Venins cachez soubs teste de saulmons, Leur chief pendu à fil de polemars.

Arvedus Tradução: A grande multidão que passará os montes, Saturno no Arco tornando do peixe Marte: Vindo escondidos sob cabeças de salmões, Seu chefe pendurado à fio de corda grossa.

versos com intenção de aconselhar os leitores ("Os conselheiros") deverão ser mantidos por primeiro monopólio pelos intérpretes. Outrossim, os intérpretes ("Os conquistadores") poderão ser seduzidos pela malta de sentidos ambíguos que as metáforas oferecem ("seduzidos pela Melite") e por imaginação enganosa. Os versos estão prenhes de rodeios (Rodes"), e de ambiguidades ("Bisance") e assim os seus verdadeiros sentidos ("para seus expoentes") transparecem desolados à semelhança da aparência desolada do polo. Os intérpretes pouco dotados de conhecimentos gerais, principalmente de conhecimentos psíco-físicos e metafísicos, e dotados de caráter tíbio logo perderão a paciência e a coragem – e fugirão da empreitada ("os seguidores de fuga"). E estarão confundidos como alguém que caiu num buraco ("Terra faltará").

Interpretação: A grande multidão que estará na Terra ("quem passará os montes") quando a Justiça Divina ("Saturno no Arco") chegar ao processo final de seus planos, e colocar a Justiça Social na sua maior realidade ("Saturno no Arco") transformando o deus da guerra ("Marte") em deus de paz ("peixe") dentro do oceno da Humanidade: As almas altamente pecaminosas, que pretendem esconder seus crimes nos cérebros humanos pela eternidade, à semelhança de quem pretenda esconder algo nas cabeças de salmões serão presas e banidas. E assim como seu chefe ("o poder maléfico oculto, ou satanás") serão presas no báratro em cadeias de extrema segurança; como se alguém pendurado sobre o abismo e amarrado por uma corda muito grossa e assàs resistente.

Comentário: "Rodes": rodas, rodeios. "Bisance": duplicidade. Duplo sentido. "Melite": nome antigo da Ilha de Malta. Malta entra nesta quadra com sentido gramatical. Portanto, malta de sentidos.

Comentário: Nesta quadra ele volta a se referir ao capítulo 20 do Apocalípse cujo título é: "Satanás é amarrado por mil anos. Os fiéis reinam com o Cristo". Baseado nas informações proféticas e nos fatos – a partir de janeiro do ano 2001 nossa Humanidade estará entrando nessa fase do plano Divino de redenção e/ou regenração. "passará os montes": almas dos mortos passando para o mundo espiritual. "peixe": símbolo do homem pacífico. E, principalmente, símbolo do Cristianismo.

II - L Quand ceux d'Hainault, de Gand et de Bruxelles Verront à Langres de siege devant mis, Derrier, leurs flancs feront guerres cruelles, La playe antique sera pis qu'ennemis. Tradução: Quando os d'Hainault, de Gand e de Bruxelles Verão a Langres o cerco diante posto, Atrás de seus flancos estarão guerras cruéis, A chaga antiga será pior que inimigos.

II - XLIX Les conselleirs du premier monopole, Les conquerants seduits par la Melite: Rodes, Bisance pour leurs exponsants pole, Terre faudra les poursuivants de fuite. Tradução: Os conselheiros do primeiro monopólio, Os conquistadores seduzidos pela Melite: Rodes, Bisance para seus expoentes polo, Terra faltará os seguidores de fuga. Interpretação: Os pensamentos colocados nestes

Interpretação: Quando os odientos ("d' Hainault") arrogantes e misticistas supersticiosos ("de Bruxelles") serão obrigados a enfrentar o tribunal de suas consciências ("o cerco diante posto") verão e sentirão a angústia produzida pelos seus pecados e enganos ("Verão a Langres"). Por detrás de aparente calma externa ("Atrás de seus flancos"), no interior de sua cabeça estarão preocupações cruéis. Os seus maus instintos ("A chaga antiga") serão para eles bem piores do que os inimigos do mundo exterior.

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Assim falou Nostradamus Comentário: "de Hainault": metáfora derivada do substantivo "Haine": ódio. Portanto, odiento. "de Gand": apócope do substantivo. "Gandin": Peralvilho, arrogante, vaidoso. "de Bruxelles": metáfora referente a índole e comportamento dos bruxos e bruxas, configurando todo tipo de comportamento ficcioso, sofismático, enganoso, à semelhança dos rituais misticistas eivados de superstições. "a Langres": metáfora derivada do substantivo "langrenus" usado em Astrologia com significação de – "manchas na lua". Esotericamente, a lua simboliza o cérebro e/ ou mente. Manchas simbolizam enganos e pecados. Portanto, "a Langres" é metáfora de enganos e pecados que estarão inseridos no cérebro e/ou mente a causar angústias. "A chaga antiga": Usei maus instintos, cuja expressão envolve o conjunto de pensamentos que ele colocou na quadra e mais outras idéias subentendidas para quem conhece o assunto com maior amplitude. Creio que os psicanalistas entenderão bem e facilmente esta interpretação.

II - LI Le sang du iuste à Londres fera faute, Bruslez par foudres de vingt trois les six, La dame antique cherra de place haute, De mesme secte plusieurs feront occis. Tradução: O sangue do justo a Londres fará falta, Queimados por ráios de vinte três os seis: A dama antiga cairá de posição alta, De mesma seita muitos serão mortos.

comentário: "Queimados por ráios": metáfora de consumação de tempos marcados pelos ponteiros do relógio.

II - LII Dans plusieurs nuits la terre trembera Sur le printemps deux efforts suite, Corinthe, Ephese aux deux mers nagera, Guerre s'esmeut par deux vaillants de luite. Tradução: Por muitas noites a terra tremerá, Sobre a primavera dois esforços sequência, Corinto, Éfeso aos dois mares nadará, Guerra se promoverá por dois valentes de testículos de javali. Interpretação: Por muitos anos futuros a terra ainda tremerá. Antes que os tempos de alegria e beleza ("sobre a primavera") cheguem, duas intenções divergentes estarão-se esforçando ("dois esforços") constantemente com promessas de melhoria de vida nas Nações. Povos, com índole, costumes e ambições diferentes ("Corinto, Éfeso") movimentarão a multidão avançando um sobre os outros como peixes de dois mares a nadar. As guerras são promovidas por duas facções valentes, por cérebros bestiais semelhantes aos testículos do javali.

Interpretação: Os homens terão tido um comportamento injusto ("sangue do justo" com sentido de espírito de justiça) e por isto a Humanidade ("Londres") perpetrará muitos erros e/ou pecados ("fará falta", e/ou transgredirão as leis, produzirão crimes, delitos, etc.); durante a sucessão de vinte e três séculos da Era Cristã, e/ou seis milênios da Era Adâmica ("vinte e três e seis"). A dignidade ("dama antiga") terá seus valores diminuidos ("cairá de posição alta"). De iguais pecados ("de mesma") muitos líderes das seitas religiosas e seus adeptos e devotos serão condenados ("mortos").

Comentário: No 4º verso ele conclue suas reflexões sobre as guerras em forma pitoresca, jocosa, e de certo modo insolente ("de luite"): luites. Reza o dicionário H. Garnier que luites é o nome dado aos testículos do javali. Como testículos geram espermatozóides, os quais gerarão bestas (javalis) entendo que a pecha está bem aplicada aos geradores das guerras. De dois ou mais países em uma guerra, cada um apresenta justificativas reais e justificativas sofismadas. O mesmo ocorre entre duas ou mais pessoas. Os tribunais que o digam. Tolstoi asseverou magistralmente neste sentido: "O homem vive de justificativas".

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Arvedus Jesus proferiu esta sentença: "Qualquer um pode fazer tudo o que eu faço e até mais do que faço". Isto ao falar dos milagres da Inteligência e do Sentimento, nossos. É a isto que Nostradamus está se referindo nesta quadra, a qual apresento interpretando-a com os fatos relatados da vida de Jesus, o Cristo; Mestre e Redentor nosso. Vamos a ela: A grande soma de maldades e sofrimentos ("peste") que aflige a Humanidade ("cidade marítima") não cessará enquanto a injustiça não estiver suplantada. Jesus, o Cristo; Alma justa e pura ("justo sangue") foi preso e supliciado sem ter praticado qualquer crime, pela multidão ("grande dama") que fingia, vociferando, ter sido ultrajada pelo seu comportamento insólito contra os parâmetros tradicionais do povo da Judéia, coisa que realmente Ele não fez.

"Corinto, Éfeso": Servem apenas de figuras de expressão relativas a dois povos, ou países, ou Nações; e também a duas ou mais pessoas em conflito. "dois valentes": Movidos pelas circunstâncias, os brigões e os guerreiros ficam valentes, não é?

II - LIII La grand peste de cité maritime, Ne cessera que mort ne soit vengée Du iuste sang par pris damné sans crime, De la grand dame par feinte n'outragée. Tradução: A grande peste de cidade marítima, Não cessará que morte não seja vingada Do justo sangue por preso danado sem crime, Da grande dama por fingimento não ultrajada. Interpretação: Nota: Esta quadra tece um corolário entre a injustiça havida contra Jesus Cristo e o espírito de toda e qualquer pessoa, que sofre a injustiça proporcionada pelo corpo. Isto porque os escritores do Novo Testamento eram missionários pré-determinados a conviver com o Mestre Jesus para fixar suas experiências e conhecimentos sobre a vida tanto no Mundo físico quanto no Mundo espiritual e transmití-los a nós com a melhor qualidade possível. Então, montaram seus relatos em literatura exotérica e esotérica de modo a oferecer um amplo horizonte de informações e ensinamentos que lhes fora determinado vivenciar e exemplificar em uma síntese preciosa. Assim, vazaram seus textos registrando os episódios da vida de Jesus e ao mesmo tempo ensinando-nos a parte essencial em segundo sentido, ou sentido oculto, ou também convencionado por sentido esotérico. Nestes termos, grande parte dos acontecimentos havidos com Jesus eles colocam com situações concomitantes para o ser humano. Como exemplo preponderante podemos tomar os episódios da prisão, da condenação e do sacrifício na cruz. A notável "Via Crucis". O nosso cristo ou espírito encarna da mesma forma que o Cristo encarnou no corpo que o próprio Jesus denominou "o filho do homem". E da mesma forma vive, aprende, trabalha, goza, sofre, morre, ressuscita.

Comentário: Da mesma forma age o nosso cérebro contra o espírito. Peca e sofre, e leva o espírito a sofrer aqui e no Além, até que a alma seja purificada. Porém, o cérebro e o corpo logo sofrem a extinção pela morte, assim como em pouco tempo aquela geração da Judéia fora extinta pela morte. Então o espírito tem a sua ressurreição, da mesma forma que o Cristo Jesus teve a ressurreição no terceiro dia... Ele é o CRISTO PERFEITO. Eu sou o Cristo em evolução. (Eu, você, nós).

II - LIV Par gent estrange, et Romains loingtaine, Leur grande cité apres eau fort troublé Fille sans trop diferent domaine, Prins chef, ferreure n'avoir esté riblee. Tradução: Por gente estranha, e Romanos longínqua, Sua grande cidade após água fortemente turbada, Filha sem muito diferente domínio; Preso chefe, ferragem não tem sido desgastada. Interpretação: A Terra vai sendo populada por um complexo de gente estranha entre si, em razão das índoles, costumes, comportamentos, desde os tempos de Império Romano, e de outras idades mais longínquas.

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Assim falou Nostradamus A mentalidade humana, após gerações vai seguindo fortemente turbada. A mente de cada alma e/ou pessoa ("filha") mostra um domínio diferente perante as regras ideais de comportamento (boa ética). O chefe ("cérebro humano") continua preso a sofismas; erros; pecados; mau procedimento, etc. O cérebro humano e/ou mente humana é semelhante a um aparelho de ferro fundido que ainda não tem sido desbastado e polido Comentário: dispensável.

Dans le conflict le grand qui peu valloit, A son dernier fera cas merveilleux, Pendant qu'Hadrie verra ce qui'il falloit, Dans le banquet pongnale l'orgueilleux. Tradução: No conflito o grande quem pouca valia, A seu final fará caso maravilhoso, Enquanto Hadrie verifica o que a ele é necessário, Durante o banquete apunhala o orgulhoso.

Comentário: "Abade": metáfora de Homem.

II - LVII

Interpretação: O espírito é quem durante a vida humana, na qual há amplo conflito entre corpo e espírito, não conseguirá fazer predominar a sua vontade virtuosa ("pouca valia"). Mas no final são tomadas providências determinantes contra seu corpo e ele consegue a sua liberdade ("caso maravilhoso"). Enquanto ele ("Hadrie: espírito") absorve os valores necessários à sua evolução pela vida a fora ("banquete") inopinadamente leva o orgulhoso corpo à morte ("apunhala o orgulhoso") ao ser desligado dele. Comentário: "Hadrie": o mesmo que Adrie: Ádria. O mar Adriático, e golfo Adriático. Alegoria do fato sustentado pelos reencarnacionistas de que a Organização Espiritual ("mar") encarna o espírito a fim de ele desenvolver suas capacidades evolutivas na vida terrena, e o retira inopinadamente pela morte do corpo. No caso, o espírito é representado pelo golfo Adriático.

Que peste et glaive n'a sceu definer,

Tradução: NOTA: Esta dá sequência a anterior: Que peste e gládio não tem sabido definhar Morre no topo da montanha pelo céu abatido: O Abade morrerá quando verá arruinar, Aqueles do naufrágio ao recife querendo agarrar. Interpretação: Aquele que a maldade e a violência próprias não tem sabido enfraquecer, morrerá violentamente abatido por um poder determinante superior ("céu"), como alguém que está no topo da montanha e é fulminado por um raio. O cérebro morrerá após presenciar todo o processo de ruína do corpo, e verá a multidão de sentimentos e de microorganismos em desespero ante à morte, à semelhança dos náufragos querendo se agarrar aos escolhos existentes ao seu redor.

II - LV

II - LVI

Mort dans le puys somment du ciel frappé: L"Abbé mourra quand verra ruiner, Ceux du nauffrage l'escueil voulant grapper.

Avant conflict le grand tombera: Le grand à mort, mort trop subite et plainte Nay mi parfaict, la plus parte nagera, Aupres du fleuve de sang la terre tainte. Tradução: Diante conflito o grande tombará: O grande à morte, morte, da mais súbita e lamentada, Nascido meio perfeito, a maior parte nadará, Ao pé do rio de sangue a terra tingida. NOTA: Esta quadra, em sequência da anterior oferece dois sentidos condizentes. Em primeira instância desenha o perfil de uma pessoa que na briga é ferido de morte, tomba sobre uma pequena torrente de sangue que tinge a terra. A segunda opção é para o caso de uma guerra onde os cadáveres nadarão junto a um rio de sangue a tingir a terra. Interpretação: Diante de um conflito o homem tombará. O vencido por golpe mortal, morre, subitamente e de modo lamentável. O exército microorgânico que nasceu nele

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Arvedus com um grau de inteligência meio perfeita, nadará no sangue que escorre, o qual é a maior parte esgotada pelos ferimentos. Ao pé do rio de sangue a terra fica tingida.

II - LVIII Sans pied ne main dent aygué et forte, Par globe au fort de port et lainé nay, Pres du portail desloyal transporte, Silene luit, petit, grand emmené. Tradução: Sem pé nem mão dente agudo e forte, Por globo ao forte de porto e primogênito nascido: Ao pé do portal desleal transporte, Silene brilha, pequeno, grande conduzido.

guerreiros, Roída Provence para sustentar grande banda, Mais Marte Narbon por lanças e dardos. Interpretação: A legião de células e microorganismos que defendem a vida do corpo humano ("classe gaulesa") apoiada pelas correntes sanguíneas ("Grande Netuno") e os veteranos guerreiros com seus tridentes (Nota: toda a estrutura orgânica, nervos, ossos, etc.), tudo isto é corroido, no corpo como se este fosse uma Região ("Provence") ou província, pelos microorganismos e vermes: para sustentar a vida destes predadores. Na tumba a guerra recrudesce dentro do corpo ("mais Marte Narbon") entre as classes combatentes, à semelhança de legiões usando lanças e dardos.

Interpretação: Sem mais necessidade de usar pé, nem mão, nem dente agudo e forte, o espírito deixa seu trono na cabeça ("globo") e segue para o seu mundo que é um porto seguro ("forte de porto"). Em relação ao corpo ele é o primogênito, ou o que nasceu bem antes. De sua parte, o corpo é levado à tumba pela porta do cemitério ("portal"), em um desagradável transporte ("desleal"). O cérebro ainda brilha, ainda não morreu de todo; é semelhante ao brilho da penumbra, da lua ("silene": lua"). Agora o homem é pequeno, conduzido em um caixão grande, e ao mesmo tempo torna-se pequeno em relação à sua grandeza enquanto estivera vivo.

Comentário: "Netuno": Por questão de espaço no livro não posso transcrever sequer o que consta sobre as figuras mitológicas que dão força de expressão a essas quadras. Peço ao prezado leitor a gentileza de manusear enciclopédias e quiçá mais outros livros que o ajudarão a corroborar minhas asseverações e ao mesmo tempo ampliar seus conhecimentos, tanto esotéricos quanto acadêmicos a respeito das ciências concernentes ao corpo, alma e espírito. Creio que minha exposição oferece o mínimo suficiente para o entendimento, mesmo para o leigo no assunto. Porém, deixo a decisão ao seu livre arbítrio... ("Marte"): símbolo de guerra, intrepidez, etc. ("Narbon"): habitante de Narbonne. No caso, os habitantes da cidade Narbonne simbolizando o corpo humano. ("Classe Gaulesa"): metáfora representando os microorganismos defensores. Nostradamus costuma considerar os Gauleses como gente superior às gentes de outras tribos da Região da Gália. ("Provence"): também simboliza o corpo nesta quadra, agora expressando conhecer o alto valor do corpo humano para o bem do espirito.

Comentário: O espírito não precisa de pés pois em seu mundo ele volita. Não anda. Não precisa de dentes porque não necessita de comida.

II - LIX

II - LX

Classe Gauloise par appuy de grand garde, Du grand Neptune et ses tridens souldars, Rongee Provence pour soustenir grand bande, Plus Mars Narbon par iavelots et dards. Tradução: Classe Gaulesa por apoio de grande guarda, Do grande Netuno, e seus tridentes veteranos

La foy Punique en Orient rompue, Grand Iud et Rosne, Loyre, et Tag changeront, Quand du mulet la faim serea repue, Classe espargie, sang et corps nageront.

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Tradução: A fé Púnica no Oriente rompida,

Assim falou Nostradamus Comentário: Posso oferecer informações sumárias ditadas pela ciência esoterista ou teosófica dando possibilidade suficiente para que o leitor leigo no assunto possa entender o pensamento sub-liminar ou esotérico que ele encerrou nos quatro nomes ou símbolos do primeiro verso. Então, conforme o ensino das Escolas ou Seitas teosofistas o ser humano é composto de sete corpos interpenetrados, os quais possuem faculdades pré-determinadas para poder viver nas sete esferas de vida que compõem o Planeta, a Terra que flutua na Expansão, ou Oceano ou Céu. Daí é explicado que o ser humano é u'a miniatura com características energéticas semelhantes ao Universo a que chamamos Terra. Em suma, a Terra é composta por sete esferas de energias distintas atuando sempre em ação centrípeta e centrífuga. São esferas concêntricas. Quanto mais denso é o campo energético menor é a esfera. Quanto menos denso é o campo energético maior é a sua circunferência, formando círculos distintos. É idêntico ao que enxergamos no arco-íris. Isto é, sete cores principais e uma porção de matizes. Com o corpo humano ocorre o mesmo fato que é visto e contado pelos grandes clarividentes. É o que chamam de áura, a qual é invisível à pessoa comum como você e eu. Após esta pequena explicação você ao ler o capítulo 1º (primeiro) do livro do Profeta Ezequiel quando descreve o anjo que ele enxergava junto ao rio Quebar, entenderá a visão que ele descreve com alegorias. Experimente! Neste instante. Isto é fato científico e o que há de misterioso e místico é apenas falta de conhecimento, e principalmente incapacidade natural de nossos orgãos visuais e mentais para enxergar os campos de vida que estão além de nossa capacidade física. Daí em diante os teosofistas e também os espíritos que se comunicam conosco através da mediunidade explicam que na conformidade da evolução moral da alma, o espírito ao deixar o corpo segue para um círculo de vida cujo campo energético é idêntico ao campo energético da alma. Assim sendo, quanto maior vai sendo a sublimidade moral ou ética da alma, maior é a oportunidade de o espírito viver em mundos mais ditosos. Nestes termos, os teosofistas classificam os círculos da Terra, e correspondentes círculos e/ou campos energéticos pertencentes ao ser humano, em sete

Grande Iud, e Rosne, Loyre, e Tag mudarão Quando do mulo a fome estará saciada, Classe dispersa, sangue e corpos nadarão. Interpretação: Nota: E continua em sequência das quadras anteriores: A Disciplina ("fé Púnica") ("no Oriente") no cérebro rompida. Todos os canais de vida estarão transformados quando a fome dos vermes e microorganismos estará saciada pelas carnes e outras fontes de energias alimentares que o corpo oferece-lhes ("do mulo"). A classe defensiva está dispersada. Pelo sangue nadarão até morrer, se não conseguirem infiltrar-se pela humidade da terra. Comentário: Os quatro rios mencionados no segundo verso representam todo o sistema de circulação sanguínea pelo corpo. Os ataúdes hermeticamente fechados são câmaras de horror para os microorganismos que lutam para viver em tal situação. Antes os caixões tinham frestas por onde eles se libertavam...

II - LXI Euge, Tamins, Gironde et la Rochelle, O sang Troyen Mort au port de la flesche, Derrier le fleuve au fort mise l'eschelle, Pointes feu grand meurtre sus la bresche. Tradução: Euge, Tamins, Girond e a Rochelle, O sangue Troiano morto ao porto da flecha Atrás do rio ao forte posto a escala, Pontas de fogo grande morticínio sobre a brecha. Interpretação: (Nota: Sobre o primeiro verso dou detalhes no comentário.) Os quatro corpos de natureza mais humana ("Euge, Tamins, Girond e a Rochelle") que estrutura a vida ("o sangue") do herói agora morto ("Troyano morto") seguem ao porto do destino pré-determinado ("da flecha"). Ao espírito ("ao forte") está terminada a sua escala no porto humano, assim como um barco faz escala tamporária em um porto. Agora ele entra nas dimensões da alma ("atrás do rio humano"). Nas proximidades do corpo ele enxerga o bruxulear das energias e o morticínio dos microorganismos nas entranhas ("sobre a brecha").

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Arvedus De gens et bestes une horrible defaite, Puis tout à coup la vengance on verra, Cent, main, soif, faim, quand courra la comete

corpos principais e mundos principais: 1 - Corpo denso - mundo denso. Nosso visível. 2 - Corpo astral - ou alma , mundo astral. 3 - Corpo dos desejos - mundo dos desejos. 4 - Corpo do pensamento concreto - mundo ídem. 5 - Corpo do pensamento abstrato - mundo ídem. 6 - Corpo do espírito virginal - mundo ídem. 7 - Corpo do espírito divino - mundo ídem. Por estes fatos é que às vezes nos comportamos como os anjos, mais das vezes como demônios, e algumas vezes como satãs. Não é por demais complicado entender estas coisas. O que você acha? Um dia, mais por graça do que por mérito todos nós chegaremos a morar no mundo divino, ou mundo do Cristo, dos eleitos, etc. Ali onde é o Reino do Cristo Jesus. Por isto Ele asseverou: "Meu Reino não é deste Mundo. Na Casa de meu Pai há muitos moradas. Vou preparar-vos lugar." "Euge": Interjeição latina expressando louvor, alegria. Portanto, metáfora de espírito, nesta quadra. Assim sendo, as metáforas "Euge, Tamins, Girond, Rochelle, nesta quadra representam os quatro primeiros campos psico-físicos que estão entrelaçados no homem. Isto é, o corpo denso, o corpo astral, o corpo dos desejos e o corpo do pensamento concreto. Sendo que o espírito é proporcionado pelas sete formas ou corpos, todos dotados de energias psico-físicas relativas às sete esferas de vida referidas. As primeiras quatro, ou os primeiros campos psico-físicos, ou corpos, são mais densos, em relação aos outros três. O espírito possue todos. Quando se fala de elevação do espírito significa que ele conquistou maior força moral, tanto em inteligência quanto em sentimento. Evoluiu. Quando tal evolução chega ao máximo destinado ao espírito humano, psíquica e fisicamente ele está capacitado a viver na esfera do espírito divino. Em situação de anjo puro. Nesta situação seu corpo ou forma tem a pureza do seu psíquico. Então ele é o "eleito", o "cristo", o "ungido" no Céu, o qual é última esfera superior pertencente à Terra. Daí em diante ele evoluirá para a situação de querubim, serafim, arcanjo, CRISTO, etc...

Tradução: Mabus logo depois então morrerá, virá, De genes e bestas uma horrível destruição, Depois de repente a vingança se verá, Cem, mão, sede, fome, quando correrá o cometa. Interpretação: O cérebro ("Mabus") logo depois então morrerá, e virá de genes e células, e também de micróbios e células virulentas ("bestas") uma horrível destruição. E depois disso, de repente, a vingança se verá. Cem horas depois ("cent") todos estarão sem energias, com sede, com fome; quando então o espírito estará totalmente liberado de qualquer influência do corpo ("quando correrá o cometa").

II - LXII

Comentário: "Mabus": metáfora usada por ele para representar o cérebro. "Cent": cem: considero que ele usou apenas o número cem para designar o tempo mínimo em que o cérebro, que é o último orgão a morrer, perde totalmente suas forças e energias. Isto leva de 4 a 7 dias. Por esta razão, o espiritualista, quando deseja que seu corpo seja cremado exige que a cremação só deve ser relizada após três dias e meio após o último suspiro. "Gens": pode ser interpretado por partículas materiais do cromossomo, as quais encerram os caracteres hereditários. Foi o que fiz. E pode ser interpretado como gentes. Neste caso "gentes, gens" entrará como metáfora para situar os microorganismos benéficos, e também os dispositivos da memória, que atuam com inteligência de gente, de pessoa. "Mabus": Entendo que usou o nome do pintor e historiador flamengo Mabuse para representar o cérebro humano. Jan Mabuse ou Malbodius, cujo nome de batismo era Jan Gossaert viveu entre os anos de 1478 a 1533. A partir de 1505 foi nomeado Mestre da Associação de Antuérpia. Foi influenciado pelos artistas italianos da Renascença. Hoje alguns de seus quadros mais famosos são encontrados na famosa Galeria de Arte Britânica, e no Museu de Viena.

Mabus puis tost alors mourra, viendra,

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Assim falou Nostradamus muro"), o corpo ("o grande") perderá a vida.

Quadros mais famosos: "Adão e Eva", "Adoração dos Reis", "São Lucas pintando a Virgem". Outrossim, "Mab" é a fada dos sonhos, na mitologia. Pelo exposto verifico que ele usou estes nomes com forte expressão alegórica para personalizar os valores do cérebro humano, o qual, na realidade é um valioso mestre de cada um de nós. E cada cérebro tem a sua história, a sua imaginação pictórica, e as suas fantasias e sonhos. Não é? E, finalmente, como Nostradamus quer levarnos a compreender, este nosso mestre, o cérebro, é um universo valioso que após a morte torna-se em nojento pasto onde os predadores microbianos se deleitam e lutam e depois morrem, também. Porém, o espírito leva os valores acumulados por ele durante a vida toda.

Comentário: Mais uma vez ele deixa patente as interligações de valores do corpo e do espírito sujeitando-nos à larga reflexão. Dá ênfase aos defeitos e pecados produzidos pelas más intenções e maus procedimentos gerados pelo cérebro, mas não deixa de ajuizar, também, as virtudes. Se o prezado leitor der uma lida na enciclopédia sobre o que ela registra a respeito da figura mitológica "Pan" terá uma idéia mais clara do que ele diz nos versos. "Marne": o dicionário expõe: "terra própria para beneficiar outras terras". Nisto eu entendo que ele pretende explicar que o corpo humano é dotado de virtudes que podem e devem ser utilizadas pela pessoa e seus ideais e serviços devem ser oferecidos a outras pessoas. "Seine": rio Sena - em Paris. No caso ele usa por anagrama de "Sein" que segundo ao dicionário tem as significações de seio; regaço; ventre materno; entranhas; etc. "Muro": no caso - limite, divisa, fora do muro.

II - LXIII Gaulois Asone bien peu subiuguera, Pan, Marne et Saine fera Perme l'urie, Qui le grand mur contre eux dressera, Du moindre au mur le grand perdra la vie.

II - LXIV

Tradução: Gaulês Asone bem pouco subjugará, Pan, Marne e Seine fará Perme a urina, Quem o grande muro contra eles levantará, Do menor ao muro o grande perderá a vida.

Seicher de faim, de soif, gent Genovoise, Espoir prochain viendra au deffaillir, Sur point tremblant sera loy Gebenoise, Classe au grand port ne se peut accuellir.

Interpretação: O espírito ("Gaulês") subjugará muito pouco o corpo humano ("Asone"). Este corpo que figuradamente pode ser considerado à semelhança da figura mitológica de Pan; e como uma terra fértil para fertilizar outras terras ("Marne") e ser considerado por um ventre materno e/ou regaço em cujas entranhas multiformes sensações, emoções, intenções, etc gerarão resíduos que poluirão o cérebro como que sendo banhado por urina. Esse cérebro com valores divergentes que é banhado por extensa rede de veias e capilares. ("Perme") é semelhante à região da Beócia banhada pelo rio Permesso, o qual na mitologia era consagrado às Musas. Essas intenções, sensações, emoções do corpo ("quem o grande") levantará um grande obstáculo na comunicação ("grande muro") entre corpo e espírito. Quando o espírito com seu poder sutil ("do menor") se afastar do corpo pela lei da morte ("ao

Tradução: Secar de fome, de sede, gente Genebresa, Esperança próxima virá ao desfalecer, Sobre ponto tremente estará lei Gebenesa, Classe ao grande porto não se pode acolher.

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Interpretação: A gente mais culta e civilizada ligada às Religiões mais bem organizadas ("gente Genebresa ou Genebrina") estarão famintas e sequiosas por conhecer melhor os mistérios do corpo e da alma. Ao desfalecer a sua fé virá a se desenvolver uma nova Doutrina ("a próxima") que lhes facultará novas Esperanças. Haverá grande polêmica, dúvidas e ceticismo ("Ponto tremente") sobre a nova Doutrina que se baseará sobre fundamentos de antigas crenças e leis, do tipo das religiões místicas do Egito ("Lei Genebesa").

Arvedus

II - LXV

Haverá grande dificuldade para que toda a Coletividade Humana ("classe") venha a compreender e aceitar as grandes verdades ("grande porto") que interligam as ciências naturais humanas e as ciências naturais do mundo espiritual. Comentário: Nesta quadra e em alguma outras que o leitor ainda lerá, Nostradamus profetiza a estruturação de uma Doutrina Espiritualista Cristã que se desenvolverá pelo Ocidente. Que tal Doutrina será estruturada com verdades Bíblicas, e verdades de outras Religiões Orientais com predominância dos conceitos reencarnacionistas. Nesta quadra ele aplica a figura de expressão ("Lei Gebenesa"). A gente gebenesa era formada pelos adoradores do deus Geb no Egito. Para eles "GEB" era o deus da Terra e era filho do deus do Sol, o deus Ra. Na antiga arte egípcia Geb é representante do ser humano. Ra era o deus mitológico que representava o Deus invisível que deveria ter seu trono no Sol. Os egípcios daqueles tempos antigos conheciam e praticavam a Magia Branca em sua singeleza. Evidentemente, os Sacerdotes a transmitiam à gente comum através de mitos, símbolos e alegorias de deuses e animais. Semelhantemente as seitas e religiões de outros povos. Houve os tempos áureos da magia Branca, quando não faltava também a Magia Negra. Depois a Magia Negra acabou tendo maior predomínio, e de certa forma continua um tanto próspera levada por seitas que pululam pela África, Ásia, Américas e não deixa de sobreviver na Europa. Neste particular (da Magia Negra) Nostradamus tem razão quando especifica no 4º verso; "Classe ao grande porto não se pode acolher". Em outros termos: Pode-se conhecer a Magia Negra mas não utilizar seus padrões, e muito menos entregar-se a ela como religião. Não ser adepto dela. Ela envolve os princípios e as artes de destruição quando entra no cérebro, na mente, nas ciências religiosas e nas ciências humanas. Por outro lado podemos chamar de Magia Branca tudo o que é virtuoso e construtivo: no cérebro, na mente, nas ciências religiosas e em todas as ciências humanas.

Le parc enclin grand calamité, Par l'Hesperie et Insubre fera, Le feu en nef peste et captivité, Mercure en l'Arc Saturne fenera. Tradução: O parque inclinado grande calamidade, Pela Hespéria e Insubre fará, O fogo em nave peste e cativeiro, Mercúrio no Arco Saturno secará o feno. Interpretação: O mundo está inclinado a grandes calamidades, principalmente pelos lados do Ocidente ("Hespéria") e tais calamidades estarão desencadeadas pelos poderes militares e políticos ("Insubre"). A Terra ("em nave") estará constantemente incendiada por fogos de paixões ("o fogo") que provocarão grandes conflitos sociais e mentais e físicos como imensa peste, e por isto todos estarão cativos de grandes preocupações, sacrifícios e sofrimentos. A mentalidade e a atividade coletiva vão sendo levadas a um climax de desatinos, porém acompanhado de grande progresso. Pois, tal mentalidade e tal atividade serão promovidas com um mixto de defeitos e grandes virtudes semelhantes ao caráter das figuras mitológicas de Mercúrio (NOTA: e/ou Hermes); e de Saturno (Nota: e/ou Cronos). Tais conjunturas promoverão o amadurecimento da capacidade humana - de inteligência, progresso e justiça social, e individualidade ("Mercúrio no Arco Saturno")

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Comentário: É evidente a intenção de Nostradamus pressagiar os movimentos humanos desde a sua época até mais um pouco além dos nossos dias de hoje. É claro que me situo mais em nossos dias porque os fatos confrontados com os dizeres da quadra mostram a realização das predições dele. Se o leitor preferir se assenhorear melhor do assunto é só pesquisar o que diz a enciclopédia a respeito das figuras mitológicas (Mercúrio e Saturno; Hespéria), e acerca dos Insubres, tribo dos gauleses que atravessaram os Apeninos para a Itália. "Secará o feno": expressão literária significando amadurecimento apropriado. No caso desta quadra representa o amadurecimento mental no que tange a capacidade de inteligência e de Justiça Social e pessoal.

Assim falou Nostradamus Algumas virtudes e defeitos e/ou pecados do mito Mercúrio e/ou Hermes, segundo dados enciclopédicos: Virtudes 1 - Filho de Zeus e Maia. Portanto, de descendência Divina, por genealogia. 2 - Um deus (anjo) dos mercadores e do comércio de bens agrícolas e pastorais. 3 - Um deus (anjo) da fertilidade. 4 - Mensageiro e arauto do Olimpo (Céu). 5 - Protetor das ovelhas e gado vacum. 6 - Condutor de almas. 7 - Anjo dos sonhos. 8 - Anjo da eloquência: ou deus. 9 - Anjo ou deus da boa sorte ou fortuna escondida, ou de tesouros casualmente descobertos. 10 - Patrono da música 11 - Patrono dos atletas 12 - Jovem belo, sem pelos, e sem barbas. Em suma, qualidades que são intrínsecas e extrinsecas em qualquer pessoa comum como eu e você. Defeito e/ou pecados: 1 - Velhaco, ambicioso, astucioso, gatuno, ladrão, mercenário, etc. Algumas virtudes e Defeitos e/ou pecados do Mito Saturno e/ou Cronos. Cito apenas as virtudes: 1 - Antigo deus da agricultura. 2 - Dispensador da moralidade, civilização, justiça. 3 - Deus que propicia a Humanidade a alcançar a Justiça Social (Idade de Ouro), a qual faculta um viver inocente e feliz levado por alta disciplina moral; livre de crimes, de guerras. E, propicia uma vontade férrea de cultivar todos os bens da Terra, civilizadamente. 4 - Governante do céu e da terra. 5 - Deus da moderação. Com estas qualidades de Mercúrio e de Saturno proponderando sobre os nossos defeitos será conquistada a Civilidade das pessoas e a Civilização no Mundo, segundo às promessas Divinas propaladas nas profecias. Você e eu possuimos tais virtudes em dosagem peculiar a cada um. Não obstante possuirmos os defeitos que obstam o progresso humano e a evolução do espírito.

II - LXVI Par grands dangiers le captif eschapé,

Peu le temps grand a fortune changée; Dans le palais le peuple est attrapé, Par bon augure le cité assiegee. Tradução: Por grandes perigos o cativo escapado, Em pouco tempo grande a fortuna mudada: No palácio o povo é enlaçado, Por bom angúrio a cidade assediada. Interpretação: O povo todo ("cativo") que terá consolidado as gerações terá passado por grandes perigos, mas os terá suplantado. Em pouco tempo as gerações ("grande") irão mudando para um melhor bem estar ("fortuna mudada"). Devemos lembrar que no Mundo o povo tem o destino entrelaçado. A despeito de quaisquer circunstâncias desagradáveis devo salientar que a Terra e sua Humanidade ("cidade") estão destinados a um futuro bastante promissor de felicidade ("por bom angúrio"). Comentário: Uso o verbo conjugado no futuro e particípio passado para salientar que o progresso humano, em todos os sentidos vai se processando desde o passado longínquo até o futuro indefinido.

II - LXVII Le blonds au nez forche viendra commettre Par le duelle et chassera dehors Les exilez dedans fera remetre, Aux lieux marins commettant les plus forts. Tradução: O louro ao nariz forquilha virá comprometer, Pelo duelo e empurrará para fora: Os exilados dentro fará repor, Aos lugares marinhos admitindo os mais fortes. Interpretação: O homem ("O") virá comprometer a vitória do espírito ("Louros") e do ser humano, e da Humanidade ao que concerne o bem estar de cada um e de todos - por causa do conflito acirrado ("duelo") produzido pelo mau comportamento, ou comportamento injusto ("ao nariz forquilha"). Tal comportamento injusto obsta ("empurrará para fora") o bem estar ansiado por toda pessoa e toda alma. Os espíritos beneficentes ("os exilados") e missionários obrigarão o homem e a Humanidade a

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Arvedus recompor a moral ("dentro fará repor") com um trabalho ingente de homens e almas; colocando planificadamente os missionários da melhor qualidade moral e operosa ("os mais fortes") tanto no mar humano, quanto no mar: ou Mundo das almas ou plano espiritual ("lugares marinhos"). Comentário: Nesta quadra ele usa bastante a forma literária que costuma ser utilizada nas seitas teosóficas (espírita cristã e espiritualista). Esta última com matizes de procedência do Oriente.

II - LXVIII

II - LXIX Le Roy Gaulois par la Celtique dextre, Voyant discorde de la grand Monarchie, Sus les trois parts fera florir son sceptre, Contre la cappe de la grand Hierarchie. Tradução: O Rei Gaulês pela Céltica dextra, Vendo discórdia da grande Monarquia, Sobre as três partes fará florir seu cetro, Contra a crosta da grande Hierarquia. Interpretação: Jesus Cristo ("Rei Gaulês") acompanhado por sua Hierarquia de anjos e homens justos que constituem seu poder ("Céltica dextra"), vendo a discórdia da grande multidão de homens e almas ("grande Monarquia") fará florir a sua Doutrina ("florir seu cetro") sobre as mentes dos espíritos, corpos e almas, e contra a cabeça dura ("crosta") de uma grande multidão de almas e homens.

De l'Aquilon les effors seront grands, Sur l'Ocean sera la porte ouverte: Le regne en l'Isle sera reintegrand Tremblera Londres par voille descouverte. Tradução: Do Aquilão os esforços serão grandes, Sobre o Oceano será a porta aberta: O reino na Ilha estará reintegrando, Tremerá Londres por vela descoberta. Interpretação: Do Céu ("do Aquilão") os esforços serão grandes, sobre o Mundo das almas e o Mundo dos homens ("Oceano"). A intercomunicação entre homens e almas será aberta (" será a porta aberta"): Com isto haverá um maior conhecimento dos sistemas de vida dos céus, ou esferas superiores e esferas inferiores ("reino") dos quais sistemas de civilização mais elevada irão sendo reintegrados na Terra ("Ilha"). Os habitantes da Terra ("Londres") ficarão perplexos ao conhecer as verdades veladas nas profecias, tanto por efeito das interpretações ciosas quanto pela sucessão dos Grandes acontecimentos ("por vela descoberta"). Comentário: "Vela": metáfora de profecia velada, oculta. "Aquilão": ventos do Hemisfério Norte. Metáfora com sentido de ação semi-invisível de um grande poder. "Londres": metáfora de Humanidade que habita a Terra. "Tremerá": ficará temerosa, perplexa.

Comentário: "Rei Gaulês": referência aos títulos bíblicos dados a Jesus. Por exemplo: "Rei dos Reis", "Príncipe ou Primogênito dos homens", "Leão de Judá", etc. "Céltica dextra": Nostradamus escreveu na carta ao filho Cesar: "Deus opera entre os homens pelo ministério de seus anjos". Com esta máxima ele nomeia toda a Hierarquia composta por Anjos, Almas e Homens.

II - LXX Le dard du ciel fera son estendue, Morts en parlant, grand execution, La pierre en l'arbre la fiere gent rendue, Bruit humain monstre purge expiation. Tradução: O dardo do céu fará sua extensão, Mortos em falando, grande execução: A pedra na árvore a arrogante gente vencida, Tumulto humano monstro purga expiação. Interpretação: Os ditames da Justiça Divina ("Dardo do céu") será apregoado pela Terra ("fará sua extensão") por comunicação mediúnica das almas ("mortos em falando") em longo trabalho de informação ("grande execução").

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Assim falou Nostradamus Os ditames dos céus e as narrações das almas irão batendo na mente endurecida dos céticos e dos leigos como pedras atiradas em uma árvore e assim vão levando tais pessoas e almas a ser vencidas pelas evidências indiscutíveis. Com isso e secundado pelos acontecimentos tumultuosos que vão se sucedendo; o monstro da ignorância, do ceticismo e dos delitos, erros e pecados que escravizam o cérebro humano,. condicionará os homens e almas a purgar os males engendrados contra o próximo ("expiação"). Comentário: Os fatos mencionados por ele nesta quadra são fartamente conhecidos e experimentados nos meios espiritualistas. Mormemte hoje, e principalmente no meio espírita cristão no Brasil. A farta literatura espírita elaborada pelo renomado médium Francisco Candido Xavier em livros psicografados por vários espíritos e/ou almas benfazejos trazem à luz meridiana amplas informações do que ocorre tanto neste mundo quanto no Mundo Espiritual. Trazem reportagens singulares a altura de qualquer mentalidade a respeito do Mundo e da vivência e convivência das almas em constante intercâmbio com os seres humanos, e intercâmbio com os Espíritos que se situam em esferas superiores. Ao mesmo tempo tais livros são obras que ensinam os tesouros dos Evangelhos do Cristo Jesus, e de outros luminares de grandes seitas e religiões; de ciências filisóficas e humanas de variados teores e muito mais. Cito em primeiro lugar a "Xico Xavier" em virtude da extensão do seu trabalho que vem riscando a atmosfera do Brasil e ao mesmo tempo penetrando pela atmosfera de outros países como "dardo do céu". Porém, devo confessar que no Brasil, a partir de cinquenta anos para cá, a evolução da nova doutrina profetizada nas Centúrias de Nostradamus conta com numerosos missionários de escol, com renome mundial. E, não quero dizer, pelo exposto, que só a doutrina espírita que foi inicialmente codificada por Kardec, na França, e vai se implantando pelo Mundo com apreciável sucesso - seja a única doutrina que impulsiona "os dardos do céu" pelo Mundo. Antigas e novas doutrinas espiritualistas do Oriente mantêm-se ativas transmitindo sólidos conhecimentos que tem tido e terão propiciado a elevação moral e a sucessão do progresso material

humano. De tal modo que segundo estatísticas aproximadas - mais da metade da população mundial que hoje soma a seis bilhões de almas é reencarnacionista. Devo também confessar, a bem da verdade, que todas as outras Religiões e seitas cujas doutrinas divergem dos conceitos e concepções reencarnacionistas são Escolas intituídas pela Divindade com amplos horizontes que facultam a evolução das almas e o progresso humano. Sendo essencialmente eclético e ecumênico devo confessar que ser adepto de uma das Escolas religiosas do Mundo é mais por questão de gosto do que por necessidade. Tenho e terei frequentado várias, e a todas considero por Mansões de Deus. Não obstante, considero-me espírita convicto pelo fato de considerar o denominado Espiritismo Cristão uma Escola Religiosa ou Doutrina Religiosa que conjuga melhor a prática e a teoria realçada com a intercomunicação direta com as almas de todos os níveis evolutivos, o que a mim propicia maiores conhecimentos e experiências pelo caminho eterno da vida. E, sinto-a mais singela, semelhante ao Cristianismo nos primeiros tempos... Outrossim, encaro com reservas as seitas e doutrinas primitivistas dotadas de tabus e superstições, idolatrias e rituais folclóricos, as quais pouco progresso e evolução leva às pessoas e às comunidades. Não obstante, compreendo que desempenham alguma função util, relativa aos padrões de seus adeptos e frequentadores. Entendo que mesmo as doutrinas pagãs com suas mitologias, embora eivadas das mesmas superstições, idolatrias, tabus e rituais folclóricos produziam alguns resultados úteis por religião. Entretanto, eram medíocres na sua função e acabaram por esvanecer, sufocadas que foram pelo poder do Cristianismo...

II - LXXI Les exilez en Sicile viendront, Pour delivrer de faim la gent estrange, Au point du iour les Celtes luy faudront La vie demeure à raison Roy se range. Tradução: Os exilados para a Sicília virão

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Arvedus Para liberar de fome a gente estranha, Ao romper do dia os Celtas lhes faltarão, A vida contínua pela razão Rei se civiliza.

incerta, de modo semelhante ao da batalha do Rubicon entre as legiões de Julio Caio Cesar e as legiões do Imperador Pompeu.

Interpretação: Os espíritos missionários ("os exilados") virão para a Terra para trabalhar pelo bem estar da comunidade humana que os cerca. Ao nascer aqui ("ao romper do dia") irão sentir falta das almas amigas do seu mundo ("os Celtas"). A vida é eterna, contínua aqui e lá. O homem ("Rei") torna-se civilizado pelo bom uso da razão ou pela capacidade do raciocínio.

Comentário: É-me bastante difícil oferecer maior clareza da intenção de Nostradamus que está subentendida nesta quadra em poucas, mas expressivas metáforas; tecendo eu um comentário suscinto. Porém, tento-o. Por "Armada Céltica" ele faz subentender as Doutrinas Esotéricas baseando-as nas atividades dos Druídas, Mestres da legendária religião dos Celtas que proponderava pela Gália, Irlanda e Grã-Bretanha. Essa entidade religiosa foi absorvida pelo Cristianismo através da ação da Igreja Católica Romana. Ao mesmo tempo esta absorveu grandes conhecimentos expendidos por tais Mestres, sendo que muitos deles foram admitidos como prelados nas fileiras dessa Igreja. Portanto, é a "Armada Céltica" que não foi derrotada, mas absorvida e utilizada. Os relatos legendários a respeito dos Cavaleiros da Távola Redonda ajudam a esclarecer os fatos. Quanto à metáfora "Thesin": ela representa duas idéias subentendidas: a primeira é anagrama de "Thesis" do latim significando: A) tese, proposição. B) tempo compassado; marcado a compasso; e a segunda representa o rio Tessin, o qual foi atravessado por Júlio Cesar e suas legiões, o que gerou o famoso provérbio "Alla jacta est" (A sorte está lançada). Ou, em outros termos: "Vitória ou Morte". "Oh! Gália repelida": subentende triplo sentido: Por esta metáfora ele tenciona representar ao mesmo tempo a antiga Entidade Céltica, todas as outras Entidades Esotéricas ou Espiritualistas; e também a Igreja Católica Romana, lamentando seus infortúnios e insucessos. Outrossim, no 2º verso vaticina os conflitos religiosos na sucessão dos tempos, os quais são perfeitamente visíveis em nossos dias. No 3º verso vaticina a perda de capacidade pastoral da Igreja Católica motivada por muitos fatores amplamente propalados e vistos em nossos tempos, os quais enfraquecem a autoridade e a coragem dos seus eclesiásticos: prelados e sacerdotes. Um dos fatores principais é a rebeldia e a negligência dos seus adeptos e fiéis contra as justas disciplinas da Igreja e contra os ditames Evangélicos

Comentário: Coloquei espíritos missionários em virtude de o 2º e 3º versos proporem uma situação pouco agradável aos seres mais evoluídos, e mencionar uma necessidade de trabalho em favor de gente estranha, ou desconhecida para eles. "Sicília": a Sicília figura um lugar de grande beleza natural e ao mesmo tempo pobre, rude. E de natureza hostil, ou clima hostil.

II - LXXII Armee Celtique en Italie vexee, De toutes parts conflict et grand perte, Romains fuis, ô Gaulle repouisee, Pres du Thesin, Rubicon pugne incerte. Tradução: Armada Céltica na Itália oprimida, De todas partes conflito e grande perda, Romanos fugidos, Oh! Gália repelida, Perto do Thesin, Rubicon pugna incerta. Interpretação: No fim dos tempos ("perto do Thesin") a Doutrina Esotérica ou Ciência Oculta ("Armada Céltica") será oprimida na Terra. Por todas as partes haverá conflitos religiosos e grande perda. O necessário poder e autoridade dos Eclesiásticos Romanos estará desordenado ("Romanos fugidos"). Oh! Como lamento saber como essa Igreja será repelida! ("Ô Gália repelida"). Nesse fim dos tempos da predominância da selvageria humana ("perto do Thesin") a pugna entre as Religiões, Seitas e Instituições Humanas mais dignas e por outro lado assediados pela turbulência social, política e militar; aponta para uma vitória

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Assim falou Nostradamus que aos sacerdotes cabe defender a todo custo. Pelo exposto creio que o assunto seja entendido.

II - LXXIII Au lac Fucin de Benac le rivage, Prins du Leman au port de l'Orguion, Nay de trois bras predict bellique image, Par trois couronnes au grand Endymion. Trdução: Ao lago Fucin de Benac a margem, Presa do Leman ao porto do Orguion, Nascido de três braços prediz bélica imagem, Por três coroas ao grande Endymion. Interpretação: O Mundo Humano ("Lago Fucin") está situado à margem do Mundo Espiritual ("de Benac"), do mesmo modo em que a mente cerebral está às margens da mente do espírito no corpo humano. Assim sendo, o espírito é presa do homem ("do Leman") e aprisionado no cérebro ("ao porto do Orguion"). O homem, quando criança ("nascido") cuja mente cerebral é constituída pela inteligência do espírito, e da alma, e do cérebro ("nascido de três braços") já mostra suas tendências belicosas que predizem o seu caráter para o futuro. Durante a vida humana, o homem estará regido por três campos de inteligência distintos, ou três mentes com suas intenções peculiares - a do espírito, a da alma, e a do cérebro ("Por três coroas") até que a morte chega ao corpo e este morrerá eternamente ("ao grande Endymion"), ou irá ao "Sono eterno". Comentário: "Lago Fucin": antigo lago no norte da Itália que foi esvaziado no século XIX. Nesta quadra entra como metáfora para Mundo Humano, e ao mesmo tempo para cérebro humano. ("de Benac"): Hoje o Lago Garde, cujo nome antigo era: lacus Benacus", no leste da Itália. Nesta quadra alegoriza o Mundo Espiritual, e ao mesmo tempo a inteligência e/ou mente do espírito. "do Leman": metáfora - de o homem (Man, inglês: homem). "Orguion": Cérebro. Metáfora derivada de "Orgue": órgão, instrumento musical. E máquina infernal composta de muitos canos de espingardas. E,

de "Orgucil": orgulho, arrogância, presunção. Com esta metáfora, creio que ele pretendeu extender os sentidos da quadra com maior força de expressão. "Endymion": conforme à mitologia, "Endymion" foi um pastor amado pela deusa Silene (Nota: Lua), e tendo recebido como presente o sono eterno. Portanto, alegoria do homem que é amado pela alma enquanto ele vive, sendo que seu corpo morrerá eternamente. E, também, esta alegoria carrega a idéia de que na eternidade relativa de uma vida humana o cérebro está em sono eivado de sonhos ilusórios. Outrossim, é conveniente considerar "Fucin", também, como metáfora derivada do adjetivo latino "Fucilis, Le": falso, fingido, enganoso, ilusório". Com isto se amplia os sentidos predicativos da quadra.

II - LXXIV De Sens, d'Autun viendront iusque au Rosne, Pour passer outre vers le monts Pyrenees, La gent sortir de la marque d'Anconne, Par terre et mer suivra à grand trainees. tradução: De Sens, de Autun virão até ao Rosne, Para passar além junto dos montes Pireneus, A gente avançar da marca de Anconne, Por terra e mar seguirá à grandes rastos. Interpretação: A sabedoria ("de Sens") trazida por seres Celestes ("de Autun") os quais virão até ao Rio Humano ("ao Rosne") virá para ajudar a Humanidade a conhecer as Realidades da Vida que está além das suas atuais concepções ("1º e 2º versos). Os homens avançarão em sabedoria ("A gente avançar") para além das limitadas concepções que ainda perduram nos conceitos religiosos, inclusive das Igrejas ("avançar da marca de Anconne"). Homens e almas, tanto no Mundo Humano quanto no Mundo Espiritual ("por terra e mar") conquistarão grande progresso ao seguir os passos ("seguirá a grandes rastros") desses grandes Instrutores que se terão comungado por homens e Celestes no afã de instruir e de fazer a Humanidade progredir e prosperar. Comentário: "Rosne": Rio Reno. Metáfora de Humanidade.

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Arvedus "Sens": sentidos, sensos, juizos, - sabedoria. "Autun": cidade francesa. Nome antigo dado pelos Romanos era: "Augustodunum". Portanto, entendo que é metáfora derivada deste nome com sentido de: "augusto, magestoso, sagrado, venerando, magnífico". "Anconne": Ancona: um dos Estados da Igreja Católica, anexado pelo Papa Clemente VII no ano de 1532. Portanto, entendo que "marca de Anconna" tem o sentido de: Doutrina da Igreja Católica. "Montes Pireneus": metáfora de complexo de Sabedoria, ou sabedoria elevada. Portanto, entendo que o 2º verso tem o sentido de: juntando os conhecimentos atuais sobre a vida e a vivência dos seres humanos e dos espíritos, mais as Ciências a respeito do Mundo Celeste ou Céus - mais os conhecimentos propalados por Espíritos através da mediunidade fará a Humanidade avançar ("passar além") nos domínios da evolução.

II - LXXV La voix ouye de l'insolit oyseau, Sur le canon du respiral estage, Su hault viendra du froment le boissseau, Que l'homme d'homme sera Antropophage. Tradução: A voz ouvida do insólito pássaro, Sobre o canhão do respiral pavimento: Tão alto virá do candial a rasão, Que o homem do homem será Antropófago. Interpretação: Se os homens submetem-se a ouvir apenas a voz do instinto de conservação ("insólito pássaro") cuja sede encontra-se na testa ("sobre o canhão do respiral pavimento"); estará ultrapassando por ética injusta os altos desígnios da ética virtuosa. Estará abusando dos direitos da Razão pura ("o rasão") forjando os direitos egoistas particulares, ou de grupos, ou de comunidades, ou de Nação à Sombra do Racionalismo. Daí surgem os resultados maléficos da espoliação do homem pelo homem em dolorosa antropofagia de sentimentos, semelhante à figura do canibal a devorar as carnes de suas vítimas humanas. Comentário: Nesta quadra o adjetivo "insólito" situa muito bem os valores do instinto de conservação,

necessário ao suprimento físico da vida humana. Então, o instinto tem um valor extraordinário. Porém, o homem faz um uso contrário às regras e/ou ditames Divinos ferindo a Moral por força do abuso contra os códigos da ética. Trocando em miúdos: - contra as regras do bom comportamento. Na quadra, Nostradamus simboliza o Instinto intelectual por um "pássaro" aprisionado no cérebro, na testa, acima do corpo do nariz para termos uma visão física de uma entidade mental abstrata para nossa inteligência inexperiente. E salienta o valor dele pela natureza superior do "candial", isto é, da espécie de trigo que produz a farinha alva, de qualidade superior às de outra farinha. E, para salientar as capacidades da Razão para julgar os valores éticos, o raciocínio, ele usa a figura de alqueire ou rasa, que é um instrumento de medida antiga com capacidade aproximada dos quinze litros. Na realidade, o instinto é um campo de energias inteligentes, fruto de experiências vivenciadas pelo espírito, campo fixado nos dispositivos da alma, e adjudicados ao corpo, no campo da memória. De acordo com os padrões científicos, o instinto é mantido no íntimo dos genes e Cromossomos, e similares não especificados devidamente, os quais possuem a faculdade de transmitir e retransmitir o resultado das experiências vividas - por atavismo com o qual o dicionário explica por: "Herança de certos caracteres físicos e/ou psíquicos de ascendentes remotos", ou "herança de sangue". A definição acadêmica é realista quando especifica "certos caracteres físicos e psíquicos". Por esta frase corrobora os conceitos espiritualistas ou esotéricos de que a alma é a matriz do corpo humano, e em cada reencarnação traz registradas nos dispositivos de sua memória muitas experiências essenciais que teve em vidas sucessivas, tanto no mundo espiritual quanto no mundo denso ou material. E, também, ao reencarnar recebe parte dos instintos dos pais e ancestrais que vêm através do sangue, ou por "herança de sangue", pelos tais genes, cromossomos e similares. Nestes termos, entendo que Nostradamus teve a intenção de alertar a respeito dos abusos contra os reais direitos humanos com a expoliação de toda a gama que se observa no Mundo...

II - LXXVI Foudre en Bourgogne fera cas portenteux,

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Assim falou Nostradamus Que par engin oncques ne pourroit faire, De leur senat sacriste faict boiteux, Fera sçavoir aux ennemis l'affaire. Tradução: Raio na Bourgogne fará caso portentoso, Que por engenho jamais poderia fazer, Do seu senado sacristão feito aleijado, Fará saber aos inimigos a tese. Interpretação: Homem brilhante como um raio, na Bourgogne, fará uma obra portentosa, a qual, por invenção jamais poderia fazer. Considerado pelos eruditos de suas relações como um sacrista medíocre, fará saber aos seus inimigos a grandeza de sua tese. Comentário: Nostradamus deixa sensível nesta quadra, a certeza do valor de sua obra, e ao mesmo tempo a mágoa que sentia por ser mal considerado por certas pessoas influentes, que não aceitavam sua filosofia religiosa, principalmente aqueles que terão discordado de seus ideais, aos quais denomina "seu senado". Ele nasceu e escreveu sua obra na Provença, que se situa na região de Borgonha, ou Burgundia. "Portentoso": Este vocábulo é um adjetivo que em português tem o significado de prodigioso. Porém, advindo do latim: Portentun - i, dá um ênfase mais eloquente ao pensamento da quadra: significando: 'o que prognostica o bem e o mal futuro". "Ráio": esta palavra, entre outras significações - representa as idéias de "grande orador", e "grande guerreiro". Por consequência, entendo que nesta quadra ele está se referindo a ele e a sua obra.

II - LXXVII Par ares feux, poix et par feux repoussez, Cris hurlements sur la minuit ouys: Dedans sont mis par les rempars cassez, Par canicules les traditeurs fuys. Tradução: Por arcos fogos pez e por fogos repelidos, Gritos e lamentos sobre a meia noite ouvidos: Dentro são postos pelos baluartes rompidos, Por canícula os traidores acossados.

Interpretação: Nesta quadra ele está falando do que passa na estrutura mental de um homem alucinado por terríveis preocupações. O vidente que se põe a observar a estrutura mental de uma pessoa alucinada por um complexo de culpa na consciência por mau comportamento em sua vida, vê a ação dos neurônios emitindo circuitos energéticos como sendo arcos de fogo. Pelos interstícios do cérebro ele vê resíduos de pensamentos ruíns parecidos com uma resina ("pez": breu ou piche). Tais resíduos são remanescentes de maus pensamentos que terão sido repelidos ("fogos repelidos") pela virtuosa consciência do espírito. Então, o vidente ouve gritos e lamentos pelo meio da sombra que está encerrada dentro da cabeça ("a meia noite ouvidos:). Tudo isto acontece pelo fato de a pessoa desobedecer as virtudes morais, isto é, os ditames e leis Divinas e humanas, o que enfraquece as defesas da consciência ("baluartes rompidos"). Assim sendo, as pessos sentem-se acossadas pelas paixões e pelos complexos de culpa que passam a lhes preocupar fazendo-se sentirem "traidores" de si mesmos e do próximo, sempre perseguidos como alguém correndo a fugir por um labirinto escuro e muito quente ("canícula"). Comentário: Creio que por apresentar esta quadra em interpretação livre torna-se ocioso ampliá-la por comentário. Mormente para os especialistas em insanidades mentais.

II - LXXVIII Le grand Neptune du profond de la mer, De gent Punique et sang Gaulois meslé: Les isles à sang pour le tradit ramer, Plus luy nuira que l'occult mal celé. Tradução: O grande Netuno do profundo do mar, De gente Púnica e sangue Gaulês mesclado: As ilhas à sangue para o tardio remar, Mais lhes incomodará do que o oculto mal dissimulado. Interpretação: A mentalidade e o comportamento humano semelhantes aos de Netuno são tão difíceis de se compreender quanto são desconhecidos os fatos

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Arvedus e acontecimentos que se sucedem nas profundesas do mar ("O grande Netuno"). A Sociedade Humana é mesclada de gente belicosa e vingativa semelhante aos cartagineses durante as guerras púnicas, e ao mesmo tempo de gente pacífica, obreira, e valente, semelhante aos Gauleses, no que se refere às qualidades deste povo. As almas ("as ilhas") obrigadas a ser encarnadas ("à sangue") e sujeitadas às hostilidades e sofrimentos comuns às criaturas humanas, em processo lento "Tardio remar" de tempo e de ação; mais incomodará a alma aqui na Terra do que o mal que ela sofre em seu mundo. Mundo que para o ser encarnado é semi-oculto, ou "mal dissimulado". Comentário: Apenas lendo as características mitológicas de Netuno e/ou Poseidon você compreenderá melhor os conceitos dele nesta quadra. O "oculto mal dissimulado" é uma referência às doutrinas, escolas e ciências ocultas, esotéricas, teosóficas e que tais; que facultam conhecimentos normais e paranormais a muita gente, embora permaneçam ocultas ou em mistério para outra grande parte, esta a multidão que não se interessa e nem se dedica a conhecer tais coisas.

II - LXXIX La barbe crespe et noire par engin, Subiuguera la gent cruelle et fiere: Le grand CHIREN ostera du lungin, Tous les captifs par Seline baniere. Tradução: A barba crespa e negra por astúcia e engenho, Subjugará a gente cruel e arrogante: O grande CHIREN arrebatará do distante, Todos os cativos por Selina bandeira. Interpretação: O comportamento selvagem e maldoso manifestado com astúcia e engenho escravizará a gente cruel e arrogante. O Cristo ("grande Chiren") arrebatará do pecado original a todos os espíritos e/ou almas ("todos os cativos") do mesmo modo que foram arrebatados os habitantes de Selinus ("por Selina bandeira") para a cidade Eilybacum. Comentário: Nesta quadra Nostradamus menciona a sua fé na promessa Divina lavrada nos textos bíblicos

de que o Poder e o Amor do Cristo Jesus tem redimido e redimirá todas as almas, sem uma única excessão. Livrar-nos-à de todos os pecados desde o alegórico pecado de Adão e Eva. No 1º e 2º versos ele nos alerta que a astúcia e a sutileza ardilosa, se nos trazem algum lucro provisório - ao mesmo tempo nos tornam cruéis e arrogantes. Por consequência nos fazem candidatos às malfadadas penas infernais. "Barba crespa": figura literária com sentido de expressão selvagem. "Barba negra": ídem, ídem de expressão sinistra, malígna. "CHIREN": O centauro Chiron, que na mitologia grega era famoso médico, caçador, músico e profeta. Foi mestre de vários grandes heróis, inclusive Achilles. Por isto Nostradamus representa o Cristo Jesus por este mito em algumas quadras. "Cativos por Selina bandeira": representa os habitantes de Selinum, cidade da Sicília fundada nos arredores do século 628 A.C., destruida pelos Cartagineses em 409 A.C., e foi reconstruida. Entretanto, em 250 A.C. voltou a ser totalmente destruida pelos Cartagineses durante a Primeira Guerra Púnica. Então, sua população foi transferida para a cidade de Eilybacum, ou Lilybacum. Hoje Marsala. Considerando que o "pecado original" envolve todas as malícias e crueldades humanas, e considerando que as profecias prescrevem vitória e castigo para a Humanidade e almas, em duas etapas; uma findando mais ou menos no ano 2000,e outra findando pelos arredores do ano 3800 - no Juizo Final; o fato histórico dos Selinos passa a ser uma alegoria perfeita. Sofreram duas destruições, mas o povo não foi extinto. Foi transferido para outro lugar. A cidade foi destruida. Mas, nem o terreno e nem a população foram destruídos, não é? "Do distante": do tempo antigo. No caso, o pecado original. Caro leitor: o restante eu deixo para você estudar, refletir e meditar...

II - LXXX Apres conflict du lesé l'eloquence, Par peu de temps se trame faint repos:

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Assim falou Nostradamus ficam abrasadas, devido às reações mentais em desobediência a eles. A mentalidade ("urna") materialista continua sendo uma constante ameaça contra o Homem ("Deucalião"). As gerações ("Sardenha") serão humilhadas pelo disciplinamento moral necessário ("Púnica fusta"), depois que a balança da Justiça ("Libra") perder seu equilíbrio ("seu Faeton").

Point l'on admet les grands à delivrance, Des ennemis sont remis à propos. Tradução: Após conflito do lesado a eloquência, Por pouco tempo se trama perene repouso: Ponto pacífico não admitir os grandes à libertação, Dois inimigos são repostos a propósito. Interpretação: Após o conflito milenar em que os defeitos humanos terão predominado virá uma era de proeminência eloquente das virtudes "do lesado a eloquência". Por algum tempo haverá maior harmonia do que tem havido, de tal envergadura que todos suporão ter alcançado um sossego perene ("se trama perene repouso"). Segundo as profecias, é ponto pacífico que as almas grandemente pecadoras e/ou criminosas não terão conseguido libertar-se do domínio da má índole e serão exilados do ambiente humano. Outrossim, mesmo as almas e pessoas mais evoluidas, que se encontrarão nessa fase de seleção, não estarão totalmente sublimadas ("4º verso"). Comentário: Nesta quadra ele está fazendo referência à primeira fase dos "últimos tempos" aos quais os reencarnacionistas nomeiam por início da regeneração. O capítulo 20 do Apocalípse tem o título "Satanás será amarrado no báratro por mil anos", e explica a esse respeito. Que haverá paz e concórdia como nunca houve antes, por mil anos, mas não a esperada Paz de fato e de direito que ocorrerá após o Juizo Final.

Comentário: "Sardenha": A Sardenha está sujeita a um clima inclemente. Por isto ele a usa para dar força de expressão ao assunto da quadra. "Fogo Céu": Ação invisível da Hierarquia Divina conjugada à ação humana. "Urna": vaso. Símbolo para o corpo humano, cabeça, mente. "Deucalião": figura mitológica representando dilúvios, inundações, e povoamento da Terra. Sua alegoria, também, dá grande força de expressão ao assunto da quadra. "Phaeton": figura mitológica que neste caso representa os grandes impulsos humanos mesclados de justiça e injustiça. Se você ler agora a lenda entenderá melhor a interpretação que apresento.

II - LXXXII Par faim la proye fera loup prisonnier, L'assaillant lors en extresme detresse, Le nay ayant au devant le dernier, Le grand n'eschappe au milieu de la presse. Tradução: Por fome a presa fará lobo prisioneiro, O assaltante então em extrema angústia, O nascido tendo à frente o derradeiro, O grande não escapa ao meio da multidão.

II - LXXXI Par feu du Ciel la cité presque aduste, L'urne menace encore Deucallion, Vexees Sadaigne par la punique fuste, Apres que Libra lairra son Phaëton. Tradução: Por fogo céu a cidade quase abrasada, A urna ameaça ainda Deucalião, Humilhada Sardenha pela Púnica fusta, Depois que Libra deixar seu Phaeton. Interpretação: Pelo poder Divino acionado pelos Seus ditames, as mentes humanas ("cidade") quase

Interpretação: Levado pela fome dos desejos, a avidez ("a presa") fará o homem ("lobo") prisioneiro. Torna-se como um assaltante aprisionado em extrema angústia pela vida. O filho ("nascido") é levado pela mesma índole e exemplo do pai ("o derradeiro"). A grande parte das pessoas ("o grande") não escapa aos maus hábitos e costumes secularmente instaurados no ambiente humano ("ao meio da multidão").

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Arvedus

II - LXXXIV

Comentário: Creio desnecessário comentar.

II - LXXXIII

Entre Campaigne, Sienne, Flora, Trustie, Six mois neuf iours ne pleuvera une goutte: L'estrange langue en terre Dalmatie, Courira sus, vastant la terre toute.

Le gros traffic d'un grand Lyon changé, La plus part tourne en pristine ruine, Proye aux soldats par pille vendange: Par Iura mont et Sueve bruine.

Tradução: Entre Campaigne, Sienne, Flora, Tustie, Seis meses nove dias não choverá uma gota: A estranha língua em terra Dalmácia, Correrá por cima, abrangendo a terra toda.

Tradução: O grosseiro tráfico de um grande Leão mudado, A maior parte torna em passada ruína, Presa aos soldados por saque colheita, Por Jura monte e Sueva bruma. Interpretação: O grosseiro comércio que transforma um poderoso trabalho de distribuição e troca de serviços entre os homens, torna a maior parte em pilhagem pelo interesse de lucro imediato e acumulação exagerada de riquezas, o que é a materialização do egoismo ("passada ruína"). Figuradamente o homem é uma presa do vício da traficância, semelhante aos soldados que saqueiam os bens alheios ("colheita"), e o faziam mais abertamente nas guerras dos tempos passados. E isto é feito por falta de Justiça na formação da consciência ("Jura monte"), e por consequência de um instinto bárbaro cultivado desde a antiguidade ("Sueva bruma"). Comentário: Está evidente que ele mostra nesta quadra uma reflexão a respeito dos sistemas comerciais que têm e terão vigorado até a um tempo de Justiça Social e Individual mais fraterna, mais sensível. Ele coloca figuras que inspiram a ter rápida visão dos grandes e pequenos deslizes produzidos por cada pessoa, comunidade, nação. Assim sendo, a distribuição de bens e serviços pela troca ideal de capacidades transforma-se em tráfico, vocábulo pejorativo que envolve: mercantilismo, cartel, monopólio, dolo, saque, pilhagem, expoliação, etc., o que é normalmente acionado por indivíduos, classes, Nações, etc. "Jura monte": metáfora representando a consciência acumulada. "Sueva bruma": representando a consciência e instintos bárbaros, como se o cérebro seja uma cadeia de montanhas enevoada pelas brumas da insensibilidade aos direitos mútuos. Aos naturais direitos humanos.

Interpretação: Nota: Inicio a interpretação pelo 3º e 4º versos, visto que o sujeito da quadra é "língua estranha", e língua estranha aqui é metáfora de doutrina. No caso, os Evangelhos que foram difundidos pelo Apóstolo dos Gentios, São Paulo, a partir da Dalmácia para a Itália. Inicialmente a pregação evangélica deste Apóstolo teve resultado muito precário, razão pela qual entendo que ele diz que nos primeiros "seis meses e nove dias" o resultado era praticamente nulo ("não choverá nem uma gota"), nas terras italianas. Vamos à interpretação: A Doutrina Cristã começou a ser pregada pelo Apóstolo Paulo na Dalmácia e daí em diante a pregação foi ampliando e abrangendo a terra toda. Quando este Apóstolo dos gentios iniciou sua missão nas terras da Itália, por seis meses e nove dias os resultados dos seus esforços foram praticamente nulos. De repente, o sucesso foi efusivo. Comentário: Jesus, profetizando asseverou que "no começo do fim dos tempos" (Nota: acontecimentos evidentes no século XX) os evangelhos estariam sendo pregados em todo o Mundo. Com o advento da imprensa, mais o trabalho dos grandes missionários, o Cristianismo começou a lançar raizes por todos os recantos da Terra. Porém, com a chegada de rádio e televisão a Doutrina Cristã passou a abranger a Terra toda, não obstante a metade da população mundial não tenha aderido a Ela, ainda. O que é muito natural.

II - LXXXV Le vieux plain barbe soubs le statut severe, A Lyon faict dessus l'Aigle Celtique,

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Assim falou Nostradamus Le petit grand trop outre persevere, Bruit d'arme au ciel, mer ronge Lygustique. Tradução: O velho plano barba sob o estatuto severo, A Lyon executado superior a Águia Céltica, O pequeno grande de mais além persevera, Ruído, de guerra ao céu, mar ruminação Ligústica. Interpretação: O plano Divino, milenar ("velho") elaborado sob estatuto severo, com leis éticas e estéticas para regular o bom comportamento do espírito, alma e corpo, a fim de promover a evolução paulatina da Terra e de sua Humanidade; é executado à risca pelo poder da Hierarquia Divina ("Águia Céltica"(, cujo poder é superior ao poder dos homens ("Lyon: leão"). O espírito humano ("pequeno") persevera enormemente ("grande de mais") no esforço de evoluir, tanto na Terra quanto nos mundos espirituais ("além"). Enquanto encarnados os espíritos sofrem a rebelião do corpo, e a luta entre eles é contínua, na cabeça - ("ruído de guerra ao céu"). De qualquer modo, os seres ou espíritos humanos, tanto na vida da carne quanto na vida espiritual ("mar") estarão ruminando os resultados das experiências vividas a fim de avançar no caminho da evolução adredemente traçado pela Divindade. Comentário: As palavras: "velho plano barba" ele utilizou para incentivar a nossa imaginação. Não mencionei a barba na interpretação, porém, faço-o agora, fixado nas figuras que me foram inspiradas pelo texto. Ela deu-me, principalmente, a imagem do quadro pintado por Michelângelo mostrando a Deus como sendo um velho com barba distinta expressando grande vigor e austeridade. Reveja o quadro prestando toda atenção nos detalhes. Suponho que Nostradamus teve esta visão imaginativa ao escrever o 1º e 2º verso. "Lygustique: Ligústica - segundo o dicionário é: planta e fruto medicinal. Neste caso ele estará dizendo que a ruminação consciencial dos frutos das experiências vividas é ótima medicina para a purificação da alma. "Leão": símbolo de poder individual ou coletivo. "Águia Céltica": símbolo que ele usou nesta

quadra para representar o poder Divino e o poder religioso adjudicado ao poder civil; pelos quais assim conjugados homens e almas vão concretizando os planos Divinos. "Guerra ao céu": como ele usou "céu" minúsculo está se referindo ao cérebro ou Ego. Embor a frase possa ser bem relacionada ao fato da rebeldia humana contra as leis e ditames Divinos, os quais exigem forte disciplina para ser cumpridos, e os homens são pouco inclinados à disciplina tão austera. Não é?

II - LXXXVI Naufrage à classe pres d'onde Hadriatique, La terre tremble esmuë sus l'air en terre mis, Egypte tremble augment Mahometique, L'Herault foy rendre à crier est commis. Tradução: Naufrágio à frota perto da onda Adriática, A terra treme comovida sobre o ar em terra posto, Egito treme aumento Maomético, A Arauto fé transmitir a gritar é preposto. Interpretação: Em relação aos ditames Divinos e à onda de trabalho que vem sendo executado pela Hierarquia Celeste e gente a ela coligada ("Perto da onda Adriática" - as almas e os homens batidos pelas paixões estão sujeitos a naufrágio. ("naufrágio à frota"). A Terra vai tendo um aumento de turbulência cada vez maior em razão das transformações que vão sendo produzidas pelas energias sublimadoras, e que vão sendo impostas pelos celestes a fim de melhorar o habitat terreno ("comovida sobre o ar em terra posto"). De modo semelhante acontecem as turbulências humanas. Grande parte das turbulências humanas têm por causa - a idolatria aos desejos e interesses materiais e ao misticismo sombrio - semelhantes aos procedimentos do antigo "Egito"; e o aumento do fanatismo religioso semelhante ao fanatismo Maometano. O Arauto ou Profeta põe-se a alertar ("a gritar") visto que recebeu a missão de retransmitir o conhecimento que recebe dos Céus sobre tais coisas e acontecimentos passados e futuros. Comentário: Já alonguei dentro da interpretação o que teria de fazer comentando. Entendo ter

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Arvedus mencionado o suficiente. Basta ao leitor observar os fatos e acontecimentos do passado e do presente e confrontálos com as profecias, e entenderá as razões ou causas referidas por ele. Devo lembrar que as catástrofes naturais sempre houveram. E as tragédias produzidas por elas aumentam na razão direta do aumento e condensamento das populações. Entretanto, as desgraças produzidas por almas e homens, que também crescem em razão direta ao aumento das populações, são produzidas por causas condenáveis. Por isto, homens e almas sofrem por castigo natural e por castigos racionais perante à Lei. Ninguém é injustiçado, porque ninguém é inocente. Todos somos indisciplinados neste Mundo.

II - LXXXVII Apres viendra des estremes contrees, Prince germain, dessus le throsne doré; La servitude et eaux rencontrees, La dame serve, son temps plus n'adoré. Tradução: Depois virá de extremos reinos, Príncipe Germano, sobre o trono dourado: A servidão e águas reencontradas, A dama serva, seutempo não mais adorado. Interpretação: Depois virá dos reinos dos Céus ("extremos reinos") Jesus, o Cristo ("Príncipe Germano"), entronizado com Poder, Justiça e Glória ("sobre o trono dourado"): A obediência ("servidão") e bençãos ("águas") estarão reajustadas ("reencontradas"). A injustiça ("dama serva") não terá mais império sobre as mentes humanas e das almas. Não exercerá mais o seu fascínio. Comentário: O vocábulo "germano" tem o significado de: Que procede do mesmo pai e da mesma mãe (irmãos). Em sentido figurado significa: puro, verdadeiro. Portanto, utilizando o cognome "Príncipe Germano" Nostradamus está especificando a Jesus Cristo, que na Bíblia é louvado por Primogênito, Filho do Homem, Leão de Judá, Príncipe da Paz, Irmão dos homens, etc. "Dama serva": tomei a palavra injustiça para exprimir sinteticamente todos os desajustes mentais e

físicos.

II - LXXXVIII Le circuit du grand faict ruineux, Le nom septiesme du cinquesme sera: D'un tiers plus grand l'estrange belliqueux, Mouton, Lutece, Aix ne garantira. Tradução: O circuíto do grande feito ruinoso, O nome sétimo do quinto será: De um terço maior o estranho belicoso, Mouton, Lutece, Aix não garantirá. Interpretação: Nos últimos tempos do sétimo milênio haverá grande turbulência humana semelhante à turbulência dos últimos tempos do quinto milênio. Um terço da Humanidade terá um maior instinto belicoso muito estranho, isto é, jamais visto antes. O homem passivo ("Mouton": carneiro) e as grandes comunidades ("Lutece": Paris) não terão segurança e sossego garantido por falta de reação justa e adequada na aplicação das Leis que possuem as virtudes para sanar os abusos ("Aix não garantirá"). Comentário: "Circuíto": no caso significa ciclo de turbulência, maldade e que tais. Da Era de Adão até a Era Cristã, esotericamente, é contado um grande ciclo evolutivo de cinco milênios. O advento de Jesus traz uma revolução de novas concepções em conflito com as antigas, concernentes à religião e a toda ciência filosófica e social. Por isto Ele asseverou que: "veio trazer a guerra, não a paz". E, por que, Ele disse isto? Evidentemente, porque conhecia muito bem a índole selvagem, tosca, injusta, belicosa, de almas e homens. Índole que à luz das Leis Divinas é vista como um estranho ser belicoso ao qual Nostradamus refere ("estranho belicoso"). Entendo que ele usou "Aix" por metáfora de virtudes, devido às águas minerais que lá se encontram. Aix foi capital da Provença. Foi fundada em 123 A.C. pelo Cônsul Romano C. Sextius, o qual lhe deu o nome de Aqua Sextia, pelo fato de sua admiração pelas águas

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Assim falou Nostradamus minerais cristalinas, virtuosas, lá encontradas. "Mouton": carneiro, no caso representando o homem tímido, passivo. Com este símbolo ele retrata bem a maior parte de cada comunidade que é mais virtuosa, porém, um tanto passiva em relação à minoria ruím que costuma ser muito ativa nos seus empreendimentos delituosos. Por esta minoria, vemos pela experiência contínua, os guerrilheiros, os traficantes, ladrões, bandidos, usurpadores do tipo dos nazistas e comunistas, os ambiciosos, egoistas e toda a gama de correspondentes do gênero. Por tais razões a grande maioria passiva ("Lutece": Lutécia antigo nome da "Cidade Luz" Paris) não terá sossego garantido.

II - LXXXIX Un iour seront demis les deux grands maistres, Leur grand pouvoir se verra augmenté: La terre neuve sera en ses hauts estres, Au sanguinaire le nombre raconté. Tradução: Um dia serão desconjuntados os dois grandes mestres, Sem grande poder se verá aumentar: A terra nova estará em seus altos existires, Ao sanguinário número recontar. Interpretação: Um dia o espírito e o corpo serão desconjuntados pelo princípio e/ou processo da vida e da morte ("dois grandes mestres"). Motivado por esse movimento contínuo de vida e morte, a população terrena terá sido visto aumentar em poder a cada geração. E, desse modo, cada geração ("terra nova") irá progredindo e/ou evoluindo: Física, mental, e espiritualmente ("em seus altos existires") ou nos seus altos conceitos de existência. É importante utilizar a estatística e a história para recontar os resultados evolutivos produzidos pelos seres humanos ("ao sanguinário"), de geração em geração. Comentário: "Desconjuntados": conjunto desfeito pela morte. Quando analisamos esse moto-contínuo de vida e morte à luz das estatísticas e da história entramos em importante meditação sobre os grandes valores de uma e de outra É ainda um passatempo pitoresco, curioso e

recreativo que dá largas à reflexão e à conversação. Atualmente as estatísticas apontam um crescimento da população mundial da ordem de 2% (dois por cento) ao ano. Portanto, de 100% (cem por cento) a cada cinquenta anos. Se continuar neste passo, considerando que a população no ano 2000 será de seis bilhões de pessoas, no ano 2100 será de vinte e quatro bilhões; no ano 2150 será de quarenta e oito bilhões, e no ano 2200 atingirá os cem bilhões. Dados estarrecedores! Não é? Porém, se considerarmos que Deus é Onisciente, Onipotente e Onipresente, e que Ele e toda a sua Hierarquia trabalham compactuados conosco, temos a fé segura de que as gerações têm meios suficientes para ajustar as coisas nos coeficientes necessários. Não é? Há, também, a considerar que a cada geração de 75 (setenta e cinco) anos a população mundial fica quase totalmente renovada. Quiçá 3% (três por cento) das pessoas ultrapassam esta idade...

II - XC Par vie et mort changé regne d'Ongrie, La loy sera plus aspre que service: Leur grand cité d'urlemens plaincts et crie, Castor et Pollux ennemis dans la lice. Tradução: Por vida e morte mudado reino da Hungria, A lei será mais áspera que serviço: Sua grande cidade de lamentos gemidos e clamores, Castor e Pollux inimigos na liça. Interpretação: Dentro de um sistema natural de nascer, morrer, renascer,os padrões de vida humana ("reino") vão se transformando na Terra ("Hungria"). As leis humanas terão sido aplicadas mais por intenção de castigo e de espoliação ("a lei será mais áspera") do que por servir ao bem estar dos cidadãos ("que serviço"): Em todos os rincões da Terra ("sua grande cidade") ouvir-se-á lamentos, gemidos e clamores. Líderes ("Castor": patrono dos cavaleiros) e povo ("Polux": patrono dos pugilistas) estarão em constantes conflitos ("inimigos na liça"). Comentário: Esta quadra pode ser interpretada por ampla ambiguidade e proporcionar ilações recíprocas.

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Arvedus Se eu utilizar espírito e corpo como sujeito gramatical da quadra e os versos restantes como predicado, as conclusões serão as mesmas, em virtude das expressões representadas pelos símbolos e metáforas. Mesmo porque na mitologia Castor representa o espírito: o líder; e Polux representa o corpo: o subordinado. Apenas em se lendo os registros da enciclopédia a respeito da Hungria temos material suficiente para analisar o comportamento do homem e/ou da Coletividade humana colocando os dados históricos mesclados à alegoria. Da mesma forma que se faz na interpretação das profecias e das mitologias. Com a história da Hungria, Nostradamus mostra amplamente os comportamentos coletivos, as atitudes dos poderes governantes, os choques permanentes entre o bem e o mal dentro da Sociedade humana. Outrossim, salienta a poderosa influência do Cristianismo para a civilização das tribos e povos pagãos, e as ações e reações das classes bárbaras que retratam o barbarismo de nossos dias , principalmente. A luta entre as classes, comunidades e nações tem uma origem semelhante a origem da luta entre espírito e corpo. Isto é, é originado pela contraposição das forças das virtudes, e das forças dos defeitos. Este fato torna-se sensível e explicável pelo fato ocorrido com a mulher que sofria de um fluxo de sangue, segundo registra S. Lucas; cap. 8, vers. 43 a 48. No versículo 46" "E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude".

II - XCI

região setentrional) dirigida às pessoas tendentes à tal doutrina. Dentro de sua esfera de ação ("dedans le rond") morte e gritos se ouvirá. Por julgamentos e acusações violentas ("por espada de fogo") e ambições ("fome"), os Esperantes (NOTA DO INTÉRPRETE: Sectários de uma seita que sustentavam que se devia esperar outra Igreja, por não haver nenhuma verdadeira) irão à morte. Comentário: No tempo de Nostradamus já havia uma grande infiltração de Doutrinas Espiritualistas na Europa. provindas da Índia e do Oriente Médio. Havia muitas Sociedades Secretas. Segundo informações embora escassas ele participava delas. Secretamente, é claro, temendo a perseguição cruel dos Inquisidores, de cujos, esta quadra mostra o perfil de suas ações. Percebo que Nostradamus era um esperante, não sei se sectário da tal Instituição secreta, mas esperançoso de que no correr dos anos os espiritualistas conseguissem se reunir com a liberdade que têm em nossos dias. A respeito dos tais Esperantes só encontrei referência no dicionário H. Garnier à página 80 para o vocábulo "Attendants", cujo significado mencionei entre parênteses no texto da interpretação. "Fome": interpretei por ambição, entretanto no 3º verso tem a conotação de desejo ardente por ter a liberdade de professar as doutrinas proibidas na época. Neste século XX já está havendo melhor liberdade de culto Religioso, principalmente na Europa e Américas, e as Doutrinas Espiritualistas têm prosperado...

II - XCII

Soleil levant un grand feu lon verra, Bruit et clarté vers Aquilon tendants, Dedans le rond mort et cris lon orra, Par glaive feu, faim, mort les attendans.

Feu couleur d'or du ciel en terre veu, Frappé du haut nay, faict cas merveilleux: Grand meurtre humain; prinse du grand neveu, Morts d'espectacles eschappé lorgueilleux.

Tradução: Sol levante um grande fogo se verá, Fragor e clareza em direção Aquilão tendentes: Por dentro o círculo morte e gritos se ouvirá, Por espada fogo, fome, morte os esperantes. Interpretação: Sabedoria nascente ("Sol levante") prodigiosa ("um grande fogo") será vista e expandirá com fragor e clareza em direção da Europa ("Aquilão":

Tradução: Fogo cor de ouro do céu em terra visto, Enternecido do alto nascido, feito caso maravilhoso: Grande morticínio humano; recompensa do grande descendente, Mortes de espetáculos escapados os orgulhosos. Interpretação: O espírito é visto pelo vidente ("terra") como uma chama de fogo dourado vindo do céu.

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Assim falou Nostradamus Ele é todo ternura, pois que é nascido de uma essência superior ("do alto nascido"). É um ser maravilhoso! ( "feito caso maravilhoso"). O grande morticínio humano, para a concepção dos espíritos é uma recompensa (NOTA: "concepção do grande descendente: dos espíritos"). Para eles, o grande morticínio humano é como as cenas de mortes nos palcos teatrais. São mortes de espetáculos pelas quais eles escapam com vida, orgulhosos. Comentário: Considerando que hoje a população do Mundo é da ordem de seis bilhões de almas, e a média do morticínio é da ordem de 2% (dois por cento) ao ano, por simples cálculo estatístico concluimos que por ano morrem 120.000.000 (cento e vinte milhões) de pessoas. Dez milhões por mês. Trezentos e trinta e três mil e trezentos por dia. Treze mil e novecentos por hora. Ao meditar sobre este fato irredutível e estes números eu reflito como terá refletido Nostradamus: é comum e até lisonjeiro lamentar a morte de alguns parentes e amigos. E pelos outros irmãos em Deus, os trezentos e trinta e três mil que morrem por dia? Lamentamos? Lamentamos pelas almas que embora ignoremos suas angústias de almas condenadas pelas suas consciências? Fazemos todos os dias ao menos uma prece em favor delas? E pelas almas justas por que lamentarmos? Como bem o diz Nostradamus em várias quadras elas estão bem melhor que nós! Não é?

II - XCIII Bien pres du Tymbre presse la Lybitine, Un peu devant grand inondation, Le chef du nef prins, mis à la sentine, Chasteau, palais en conflagration. Tradução: Bem perto do Tymbre insta e oprime a Lybitine, Um pouco antes grande inundação: O chefe da nave preso, posto no porão sujo, Castelo, palácio em conflagração. Interpretação: No início da agonia ("Tymbre": timbre) a deusa da morte ("Lybetine") apressa a desencarnação da alma.

Um pouco antes da grande invasão que é ocasionada pelos vírus e energias destrutivas. O espírito ("chefe da nave") está preso, posto no corpo, agora, como um capitão de uma nau levado ao porão sujo por uma tripulação amotinada. A cabeça ("castelo") e o corpo ("palácio") entram em conflagração. Comentário: "Tymbre": timbre: como substantivo significa: tímpano, campainha, cabeça, miolo. Usado, também por verbo significa: "escrever no princípio de um ato de uma peça teatral" a data, natureza e súmula de um drama". "Lybitine": Libitina: deusa da morte e dos funerais, do paganismo romano.

II - XCIV GRAND Pau, grand mal pour Gaulois recevra, Vaine terreur au maritin Lyon: Peuple infiny par la mer passera, Sans eschapper un quart d'un million. Tradução: GRANDE Pau, grande mal para Gaulês receberá, Inútil terror ao marítimo Leão: Povo infinito pelo mar passará, Sem escapar um quarto de um milhão. Interpretação: POBRE HUMANIDADE ("GRANDE PAU") você receberá grande mal, que é danoso para o Espírito ("Gaulês"). Desnecessário terror para o Ser humano ("Leão"). Povo incontável passará pela face da terra, sem que um sequer escapará dos males e vicissitudes do Mundo. Comentário: "PAU": gramaticalmente a palavra pau é usada como prefixo que designa diminuição de valores: de tamanho, peso, quantidade. Neste caso ele usou por metáfora de POBRE HUMANIDADE, visto que Pau é cidade francesa e, cidade é metáfora de Terra com sua população. Portanto, Pau tem sentido ambíguo na frase. É agente e ao mesmo tempo paciente, em razão do predicado "grande mal para o Gaulês. No 2º verso ele alerta as pessoas para não se aterrorizar facilmente com os acontecimentos. Para ajuizadamente encarar os terríveis acontecimentos como necessárias experiências para o Ego e para o

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Arvedus espírito. Isto é uma filosofia religiosa importante para revigorar a coragem. "Quarto de um milhão": expressão literária baseada na expressão idiomática francesa: "Le tiers et le quart": o terceiro e o quarto: com significação de todo o mundo, ou sem excessão de um sequer, todos ("sem escapar um"). Ninguém deve viver preocupado demais pelos riscos a que estamos sujeitos durante a vida ("Inútil terror").

II - XCV Les lieux peuplez seront inhabitables, Pour champs avoir grand division: Regnes livrez à prudents incapables, Lors les grands freres mort et dissention.

Quanto ao 4º verso é ocioso comentar. Os canais de comunicação mostram-nos diariamente as desgraças desde a aurora do ano 1900. Outrossim, esses quadros sinistros sempre foram evidentes desde os tempos antigos. Porém, altamente recrudescidos na razão direta do aumento populacional, e do progresso científico e tecnológico. Não devemos dizer que o aumento de população e o progresso sejam os culpados pela situação. A culpa mesmo está em todas as cabeças humanas pela falta da fraternidade e justiça, acumulados por circunstâncias materiais e artificiais. Há países nos quais os governantes e o seu povo são mais educados e disciplinados.Por consequência há maior bem estar e menor miséria.

II - XCVI Flambeau ardant au ciel soir sera veu, Pres de la fin et principe du Rosne, Famine, glaive, tard le secours pourveu, La Perse tourne envahir Macedoine.

Tradução: Os lugares populados estarão inabitáveis, Pelos campos ter grande divisão: Reinos abandonados à prudentes incapazes, Então os grandes irmãos morte e dissensão. Interpretação: cidades grandes e metropóles estarão inabitáveis e pelos campos haverá muita injustiça, principalmente na divisão das terras. Países estarão abandonados nas mãos de hierarquias governantes compostas de pessoas capazes e prudentes, mas, também, de pessoas incapazes. Então as grandes Nações forjarão guerras com grandes morticínios e contínuas dissenções. Comentário: com referência a este nosso século este vaticínio dele tem uma realização indiscutível. Se nos puzermos a analisar a vida das populações em grandes metropóles como: São Paulo, Rio, México, Nova York, Paris, Londres, Tóquio, Delhi, Pequim, etc., os episódios o confirmam. Viver em tais metrópoles é uma odisséia, para ricos, classe média e classe pobre. Cada classe com suas problemáticas, não é? Nos campos vemos os exageros dos latifúndios, na maior parte improdutivos, eivados de injustiças contra os campônios que não têm meios econômicos para obter o seu sítio tantas vezes sonhado. Então, se não sofrem as agruras dali fogem para as grandes cidades onde mais das vezes tornamse mais desgraçados.

Tradução: Tocha ardente no céu à noite fará ser vista, Perto do fim e princípio do Rosne: Penúria, gládio, tarde o socorro provido, A Pérsia torna a invadir a Macedônia. Interpretação: Perto do fim dos tempos sombrios e princípio de uma nova Era da abençoada Justiça ("Rosne": Ródano) o Espírito Santo ("Tocha ardente no céu") será visível aos sentidos humanos por fé consciente ("à noite"). Até esse "perto do fim" e "princípio" os seres humanos estarão sujeitos à penúria e à guerra forçados pelos seus próprios desatinos. Só no final ("tarde") a paz e a concórdia serão conquistadas por ação conjunta da Providência Divina e seres humanos ("o socorro provido"). Nesses tempos o poder do mal torna a invadir a Terra com maior violência, à semelhança da invasão da Macedônia pela Pérsia. Comentário: As pessoas que se dedicam a estudos ciosos das profecias entenderão facilmente os alertas expendidos nesta quadra. Nos meios espiritualistas e/ou reencarnacionistas tais situações são fartamente esclarecidas.

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Assim falou Nostradamus É ensinado que o referido Espírito Santo não é um Ser. É uma qualidade. É o Espírito Santo de Deus: o qual é composto de tudo que é plenamente BOM e BELO. É pleno de Bondade, de Beleza, de Justiça, de Verdade, de Liberdade; e enfim de tudo que é sumamente virtuoso. Por esta concepção fica esclarecido a importância da alegoria Cristã colocada na trilogia da Santíssima Trindade. "Pai, Filho, Espírito Santo", a qual, em suma significa: Deus, o criador da Terra, é o Pai de todas as criaturas. Jesus é o Filho Ungido, o mais perfeito Ser Humano que viveu na Terra. Ambos são perfeitamente dotados do Espírito Santo. Quando o sacerdote afirma no confessionário a uma pessoa: "Eu te perdoo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"; ele está declarando que está imbuído da Vontade de perdoar as faltas declaradas pela pessoa na certeza de que ela não deseja voltar a cometer os mesmos pecados. E que deixa a sentença final sujeita à decisão de Deus e do Cristo Jesus, os quais são realmente dotados de Espírito Santo. O mesmo sucede quando eu ou você perdoa a alguém de todo coração. Teológica e cientificamente esta trilogia tem um valor significativo equidistante, porque todos os seres e todas as coisas vêm de Deus. Assim sendo, vamos encontrar, cientificamente, no átomo, o princípio da vida material. Em primeiro lugar encontramos a energia pura (santa) universal, à qual podemos denominar de espírito santo dele. Depois encontramos a sua alma, ou corpo, ou forma, a qual lhe dá individualidade (o pai). Depois vem o elétron (o filho), o qual possue o mesmo espírito do núcleo que é o espírito santo(a energia pura universal, cognominada por Éter, nos meios teosofistas e/ou espiritualistas). Em acepção acadêmica o átomo de hidrogênio é o princípio criador da vida. Desde o mineral até ao homem. E a vida vai se ampliando por outra trilogia: pelo movimento veloz, pela força e pela inteligência disciplinada. A força possue três faculdades trabalhando em conjunto: a força positiva, a neutra e a negativa, que são irradiadas pelo núcleo (o próton e o neutron)

e pelo elétron, a negativa. Portanto, o homem é constituido pelo mesmo princípio inteligente, sendo que a sua trilogia é composta pelo espírito (energia pura universal), pela alma que é o corpo sutil do espírito, e pelo corpo que é um campo atômico denso ou material. Pelo exposto neste sumário torna-se inteligível a informação contida no Gênesis quando diz no versículo 27 do capítulo 01: "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou". Outra santíssima Trindade de Deus, e a mais importante é: a Onisciência, a Onipotência e a Onipresença, com as quais ele doa aos seres humanos o valor relativo que possuem por serem filhos Dele. Outrossim, embora submerso no complexo mar de virtudes e defeitos a Terra e tudo que nela há é santo, é perfeito na essência. É, tudo e todos, dotado de espírito santo. É o "Flambeau ardant du ciel" do nosso amigo Nostradamus... E, também, o CONSOLADOR prometido e enviado por Jesus, conforme especifica São João Evangelista nos capítulos 14, 15 e 16. No capítulo 14, vers. 16 Ele promete: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre". No capítulo 15, vers. 26: "Mas, quando vier o consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim". No capítulo 16, vers. 13 Ele arremata: "Mas quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir". E, no capítulo 16, vers. 8: "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juizo". Ora, analisando ciosamente os fatos é fácil ver que o Consolador prometido chegou logo, alguns anos depois pela elaboração dos Evangelhos reforçada pelo trabalho ingente dos Apóstolos. e, terá inundado o Mundo com a sua Luz de verdade alcançando hoje uma população cristã que se contará a mais de dois bilhões de almas. Nostradamus viu e sentiu a presença desse Consolador e em suas quadras e cartas mostra a evidência de ter tido a vontade de co-participar na sua expansão através de seus textos elaborados em quadras

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Arvedus poéticas exdrúxulas, nesse jogo de palavras cruzadas. Por sinal, de grande efeito, em virtude de ele conhecer a índole humana sequiosa pelo lado curioso, místico, semelhante à intenção do garimpeiro que está a procura dos tesouros escondidos. E, desta plêiade faço parte. E tenho sido bem sucedido nas interpretações da Bíblia, e consequentemente nestes textos dele. Reputo estas minhas interpretações fiéis, o bastante. Não conhecendo algum trabalho que porventura tenha sido elaborado por outras pessoas sensíveis aos conhecimentos físicos, psíquicos e metafísicos e metapsíquicos, em simbiose com o caráter e personalidade de Nostradamus, reputo estas interpretações por inéditas e verídicas. Verídicas em relação ao que ele desejou transmitir. Com a certeza de que abro uma trilha nessa floresta intrincada, pela qual muitos eruditos pavimentarão larga estrada. Pelo exposto, orgulho-me, mas não me envaideço. E o declaro por coragem e certeza, e consciente de que receberei julgamentos e condenações divergentes, as quais pouco afetarão minha consciência. Tanto contra quanto a favor desta ousadia. Em simbiose com Nostradamus, deixo o julgamento à mercê da balança dos céus. Estou "minando o monumento" dele, apoiado na sua sentença posta na quadra XLVIII da 1ª Centúria: "Quando o Sol tiver seu dias exauridos, Então cumprir, e minar minha profecia." O que se refere ao final do segundo milênio da Era Cristã, aos nossos dias, nos quais os acontecimentos sombrios estão no auge, e ao mesmo tempo grandes acontecimentos auspiciosos estão repontando como os raios do sol através das nuvens, em nova aurora de justiça, concórdia e paz...

II - XCVII Romain Pontife garde de t'approcher De la cité que deux fleuves arrouse, Ton sang viendra aupres de lá cracher, Toy et les tiens quand fleurira la rose. Tradução: Romano Pontífice guarda de te aproximar Da cidade que dois rios banham de lágrimas, Teu sangue virá perto de lá esguichar, Tu e os teus quando florirá a rosa.

Interpretação: Romano Pontífice! Evita de interferir com parcialidade na disputa entre duas facções políticas, e/ou ideológicas, cujas atividades banham de lágrimas as populações. Tomando partido, teu sangue virá a esguichar. O teu e dos teus seguidores, na ocasião em que o progresso material vier a florescer pelo Mundo com o esplendor da rosa. Comentário: Vários Papas já foram sacrificados por tais motivos. Inclusive João Paulo II, quando foi baleado pelo turco Ali Agca em 1982, pelo fato de as organizações ideológicas, políticas e religiosas às quais ele pertencia decidirem que o Papa deveria ser eliminado por estar tomando partido a favor dos adversários deles, e então considerar que ele e a Igreja Católica estavam oferecendo poderosa ameaça contra os interesses de tais organizações. Outrossim, este fato demonstra muito bem a atuação satânica de certas organizações ideológicas, políticas e religiosas contra as Religiões e Seitas que laboram em conjunto com a Providência Divina, no sentido de levar a Humanidade aos píncaros da Civilização prometida. Tanto o Cristianismo quanto o Budismo e o Mosaismo, ultimamente têm estado por demais sujeitos a todo tipo de atentados terroristas. Este alerta de Nostradamus, válido para os séculos passados, é bem mais importante para este e para o século XXI, pois que a Rosa das virtudes já começou a florir acentuadamente. Isto coloca o Poder Oculto que envolve as almas desencarnadas e encarnadas de natureza satânica em elevada exaltação, em virtude de estarem percebendo a ação determinante do Poder Oculto Divino em favor do Progresso e Bem estar físico e psíquico da Humanidade. Almas e homens que perfazem tal Poder sinistro já estão em pânico, e suas reações são visíveis pelo Mundo a fora, nos dantescos quadros do terror e da libertinagem que fazem proliferar... "Florirá a rosa": metáfora referente à expansão da capacidade mental digna, acompanhada do progresso material. Esotericamente, a rosa simboliza as virtudes aprimoradas. A beleza escondida nos mistérios e nos enígmas. Os Rosacruzes utilizam o símbolo da rosa pregada na cruz para representar o sacrifício de Jesus - e como paradígma do sacrifício do Homem no caminho da evolução...

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Assim falou Nostradamus Alerta aos Papas para evitarem de interferir com parcialidade na disputa entre facções políticas e/ ou ideológicas. Principalmente nos chamados "fim dos tempos sombrios" - a Kali Yuga das Religiões da Índia.

II - XCVIII Celuy du sang reperse le visage, De la victime proche sacrifice, Tenant en Leo, augure par presage, Mais estre à mort lors pour fiancee. Tradução: Aquele do sangue inunda o semblante, Da vítima próximo sacrifício, Mantendo em Leão augúrio por presságio, Mas estar à morte no momento por noiva. Interpretação: Quando aquele matiz do sangue mesclado de rubor arroxeado e pálido inunda o semblante da vítima, próximo sacrifício avizinha, tendo o médico experimentado ("Leão") prognóstico por presságio, de que a pessoa está à beira da morte e que a morte acompanha o homem pela vida toda, e está sempre a seu lado como se fosse uma noiva sempre pronta para o dia imprevisto do casamento. Comentário: Entendo que ele faz uma referência ao que um médico experimentado sente na presença de um paciente nos momentos da agonia. E continua a se referir aos processos da morte pelas duas quadras seguintes e por mais algumas da III Centúria.

II - XCIX Terroir Romain qu'interpretoit augure, Par gent gauloise par trop sera vexee: Mais nation Celtique craindra l'heure, Boreas, classe trop loin l'avoit poussee. Tradução: Terreno Romano que interpretava augúrio, Por gente Gaulesa por demais será vexada: Mas nação Céltica temerá a hora, Bóreas, classe longe de mais a tinha induzida. Interpretação: A classe científica ("Terreno") que estuda e propala os seus conhecimentos a respeito dos princípios essenciais da vida humana - através do

sistema de dissecação: semelhante aos arúspices Romanos que interpretavam os augúrios examinando as entranhas das vítimas; será amplamente escarnecida pelos Cientistas dotados de clarividência e/ou por Espíritos, os quais enxergam, também, na quarta dimensão: ou dimensão da alma. Isto porque a Alma ("Nação Céltica") que temerá sempre o momento do desenlace do corpo ("temerá a hora") sairá como o vento do norte ("Bóreas") após ter sido induzida a permanecer nele por longo tempo ("longe de mais"), por ampla série de motivos ditados pelo seu destino no caminho da evolução ("classe"). Comentário: Elaborei uma interpretação quase livre desta quadra por vários motivos: 1º - ele a trancou com um jogo de palavras e símbolos ao nível de carta enigmática.; 2º - Só quem entende a respeito de reencarnação da alma poderá entendê-lo. De resto, um dicionário e uma enciclopédia ajudam bastante; 3º Estou certo de que a maioria dos leitores querem comprovar a veracidade da minha interpretação. Muitos outros gostarão de aprender a fazê-lo, auxiliados pela minha. Observe que ele usou o sujeito "Terreno" no gênero masculino, e o verbo "vexada" no 2º verso, no feminino. Com isto encobriu o sujeito que terá de ser feminino por exigência do verbo. Não colocou vírgula no "Terreno" e assim surge a suposição de que ele está dizendo Terreno Romano. Outrossim, terreno tem duas acepções: parte de uma terra; homem da terra. Então, tomando-se por Terreno com "T" maíusculo, o que também ele ocultou por não iniciar a frase com artigo definido ou indefinido, temos que usar do predicado para com perspicácia unida ao dom e à experiência chegar ao agente oculto no sujeito. Então, neste caso chegamos à conclusão que "Terreno" é pessoa terrena, ou Entidade Terrena. "Terreno Romano": Cientista materialista. No caso: classe científica, que genericamente estuda as ciências físicas e psíquicas. Porém, não alcança os segredos e/ou mistérios Metafísicos e Metapsíquicos. Razões pelas quais eu afirmo que todos os que se dedicam a interpretar a obra de Nostradamus, se não conhecem e se não aceitam a Doutrina da Reencarnação só alcançarão o sofisma. E, por esta razão as interpretações montadas apenas sobre episódios históricos mal se aproximam

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Arvedus da veracidade, não obstante o lisonjeável esforço e erudição de tais intérpretes...

II - C Dedans les isles si horrible tumulte, Bien on n'orra qu'une bellique brigue, Tant grand sera des predateurs l'insulte, Qu'on se viendra ranger à la grand ligue. Tradução: No interior das ilhas tão horrível tumulto, Bem não se ouvirá que uma bélica contenda, Tão grande será dos predadores o insulto, Que se virá reunir a uma grande aliança. Interpretação: Tendo a alma partido; no interior dos orgãos "ilhas" ocorre um horrendo tumulto. Porém, as pessoas que estejam ao redor do defunto nada ouvirão e não estarão sabendo que uma bélica contenda ali ocorre entre os microorganismos e entre forças energéticas inteligentes. O assalto dos predadores será tão grande, de tal forma que o vidente que alí estiver enxergará os microorganismos atacantes e os defensores em grande aliança para ultimar a destruição do corpo. Comentário: Por ser médico e vidente Nostradamus enxergava esses espetáculos desagradáveis para as pessoas comuns e os expõe em forma literária pitoresca e curiosa em uma porção de quadras, creio que tentando demonstrar que a morte, além de ser um destino irreversível não é tão cruel como se supõe.

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Assim falou Nostradamus

Resumo da Centúria III

III - XVI - Continuação do assunto da quadra anterior.

III - I - Quadra sobre a situação do corpo, e a situação do espírito na fase da morte... III - I - Do verbo Divino. Deus e o homem. Jesus...

III - XVII - Templos serão queimados à noite. De modo semelhante as preocupações queimarão o cérebro da pessoa à noite. Sacerdotes de má índole provocarão escândalos...

III - III - Da esterilidade da "luta pela vida" em prol dos bens materiais, apenas; e diminuição da Fé, e da moral...

III - XVIII - Trabalho profícuo na Terra. Fé ampliada. Conflito entre pais e filhos. E conflito entre o corpo e o espírito...

III - IV - A respeito do "fim dos tempos sombrios". Os perigos e sofrimentos sucessivos...

III - XIX - Sacrifícios e prosperidade no seio da Humanidade. Leis mais severas e dignas trarão bem estar...

III - V - Sequência dos assuntos da quadra anterior. III - XX - Menções referentes à Inquisição na época dele...

III - VI - Sequência das duas anteriores. III - VII - Alegoria a respeito das causas e efeitos que levam os homens a sofrer, e ao pânico. Não são castigos do céu. III - VIII - Menções a respeito das atividades dos Maçons em interligação com outras Escolas Esotéricas, em favor da Ordem e Progresso da Humanidade... III - IX - Quadra a respeito dos maus resultados proporcionados pelas paixões, pela arrogância e pela astúcia. E, da atividade dos Celestes... III - X - Humanidade sujeita às calamidades. Anseios dos homens, e anseios do espírito...

III - XXI - Alegoria do ser humano como um ser anfíbio... III - XXII - Morte e decomposição do corpo, e ressurreição do espírito... III - XXIII - Situação da alma após a morte, e lugares no espaço... III - XXIV - Alerta para o intérprete e ao mesmo tempo para os intelectuais e para os Religiosos. III - XXV - Sustentação pela Fé, em face das turbulências da vida humana...

III - XI - O homem vive e luta até morrer...

III - XXVI - Alerta contra os pseudo-magos e advinhadores, charlatães...

III - XII - O homem e os seus cinco sentidos. Quando o corpo morre o espírito levará as experiências para seu benefício...

III - XXVII - Recrudescimento do sentimento libidinoso por condescendência do universo intelectual...

III - XIII - Espírito, alma e corpo entrelaçados, cativos entre si...

III - XXVIII - A Justiça e a Paz serão preponderantes segundo às profecias. Até lá a injustiça terá prevalência...

III - XIV - Entre a grandeza, e a pequenez de valores do espírito e do corpo. Imbecilidade do cérebro... III - XV - O sentimento bondoso e vigoroso mudará o Mal em Bem no futuro...

III - XXIX - Alegoria sobre os anjos rebeldes, ou decaídos, os quais são os espíritos dos homens... III - XXX - O materialista, o egoista, principalmente o potentado, será surpreendido no além da sepultura...

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Arvedus III - XXXI - A respeito do trabalho da Providência Divina, por três mil anos, no afã de transformar a mentalidade humana... III - XXXII - Quantas pessoas nascem por ano? E quantas morrem por ano? Hecatombes com guerras, e sem guerras... E as almas irão para os céus... III - XXXIII - Dos bons instintos, e dos instintos selvagens. O corpo irá à deterioração e o espírito à sublimação... III - XXXIV - Sabedoria deformada. Da negligência no cumprimento dos Deveres e Direitos... III - XXXV - Profecia a respeito do surgimento da ideologia Comunista e suas consequências... III - XXXVI - Profecia mencionando que a Ideologia Comunista terá seu poder reduzido, mas não extinto... III - XXXVII - Continuação da profecia das quadras anteriores. O Capitalismo superando o Comunismo, porém, ambos a se comportar em desacordo com as Leis Divinas... III - XXXVIII - Menções a respeito do que ocorre com as almas que desencarnam. Serviço feito pelas almas socorristas...

III - XLV - Sobre a atuação dos cinco sentidos e suas consequências para o espírito... III - XLVI - Menções a respeito de súbitas mudanças psíco-físicas dos homens, e do ambiente terreno de acordo com as Profecias para o século XX. III - XLVII - Nesta quadra ele fala de si e de sua obra, e a razão do seu enigmatismo... III - XLVIII - Profecia a respeito de Concórdia Universal que iniciará pelo século XXI. III - XLIX - Profecia a respeito da Ordem e do Progresso Humano. III - L - Menções a respeito do trabalho que será realizado pela legião de idealistas dignos, baseados nos Livros Sagrados. III - LI - Conjuração de movimentos mundiais, psíquicos e físicos beneficentes contra os poderes psíco-físicos maléficos... III - LII - Continuação do assunto das anteriores... III - LIII - Menções e previsões a respeito dos movimentos dos Reformistas Protestantes. III - LIV - Vaticínio a respeito da queda do Império Espanhol.

III - XXXIX - Nostradamus menciona por cálculo empírico, ou aproximado, que três quartos da população do Mundo comporta-se em desacordo com a disciplina das Leis Divinas...

III - LV - Vaticínio a respeito da Côrte Francesa com as discórdias entre potentados Protestantes e Católicos, etc...

III - XL - Da tragi-comédia no grande teatro humano. E da vitória final da dignidade...

III - LVI - Não tenho condições para interpretar esta quadra.

III - XLI - Valores e desvalores do cérebro...

III - LVII - Menções a respeito da composição original do povo Britânico.

III - XLII - Miséria e fome no Mundo, não obstante haver grande abundância de bens... III - XLIII - Cuidar em ser virtuoso. A vida é curta. As vicissitudes da vida ajudam a alma a sair vitoriosa. III - XLIV - Sobre as circunstâncias de civilização da alma e do homem e da Coletividade.

III - LVIII - Profecia a respeito do surgimento de Hitler e seus motivos. III - LIX - O império do mal será arrefecido no III milênio, subsistirá no IV milênio... III - LX - A Terra é um campo para almas degredadas até conseguirem absolvição de suas culpas.

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Assim falou Nostradamus III - LXI - A respeito do difícil acesso de seitas Cristãs no Oriente Médio, etc.

verdadeira disciplina religiosa...

III - LXII - Intercomunicação entre cérebro e espírito e com o mundo exterior...

III - LXXVII - Corroboração de profecias a respeito de terríveis acontecimentos cíclicos que terão ocorrido a cada mil e oitocentos anos (NOTA: ciclo de Áries)...

III - LXIII - Ódios ocultos retardam a evolução do espírito e obstam a Paz no seio da Humanidade.

III - LXXXIV - Leis, sexo, templos, virgindade - tudo será violado...

III _ LXIV - Reflexões sobre a índole bárbara dos homens e os princípios virtuosos do Cristianismo.

III - LXXXV - Reflexões sobre a ilusão que fascina o jovem. A morte não escolhe idade...

III - LXV - Reflexões a respeito dos sentidos esotéricos dos textos bíblicos, e referência às Epístolas do Apóstolo Paulo.

III - LXXXVI - Quando o espírito está encarnado sofre a limitação de suas capacidades mentais e físicas, e de locomoção. Quando volta ao seu mundo fica maravilhado pela expansão de suas capacidades, etc.

III - LXVI - O espírito é cativo temporário do corpo. E é incorruptível. III - LXVII - Vaticínio sobre uma nova geração de Filósofos humildes e religiosos. Diferentes dos materialistas e ateus. III - LXVIII - Povos estarão desorientados. Consciências traídas por ligeira loucura. III - LXIX - Inclinação do corpo e da alma pelo desejos e paixões da carne. O espírito os fará amigos dele nas virtudes. III - LXX - Profecia indicando que a Grã-Bretanha tornar-se-ia em grande potência mundial. III - LXXI - O homem envelhece na aparência e rejuvenesce na essência mental. O espírito envelhece na essência e rejuvenesce na aparência. III - LXXII - Continuação do assunto da quadra anterior. O espírito é antigo na idade - e jovem na aparência e jovem na mentalidade. III - LXXIII - Da competição mental entre corpo e espírito, etc.

III - LXXXVII - Sátira contra as mulheres da Córsega e as da Sardenha. III - LXXXVIII - Poder construtivo, e poder destrutivo. III - LXXXIX - O homem é seduzido e a alma é ultrajada pelos desejos da carne. Frustrações. Socorro dos céus. III - XC - Quadra a respeito do mercantilismo inescrupuloso, ganancioso e egoista - que envolve a pessoa, a política, o militarismo e até a religião. E, a respeito da reação da Providência Divina... III - XCI - Moral humana deprimida. Cérebro doente. Ajuda Celeste. III - XCII - A Justiça reviverá, mesmo que tardiamente. III - XCIII - Contenda entre as inteligências: do espírito, do corpo e da alma. III - XCIV - Vaticínio de que suas Centúrias seriam interpretadas de fato após uns quinhentos anos da data em que escreveu.

III - LXXIV - Do sacrifício dos gozos materiais em favor da dignidade...

III - XCV - A morte provoca sentimento de grande perda. A doutrina da reencarnação alivia esse sentimento.

III - LXXV - A respeito da índole beligerante, e do socorro pela Providência Divina. III - LXXVI - Quadra sobre a licenciosidade pagã e a

III - XCVI - A injustiça, o mal e os malfeitores serão reprimidos por leis e justiça severas. E, menções a respeito do Juízo Final.

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Arvedus III - XCVII - Nova mentalidade mudará os costumes na região do Oriente Médio, e por consequência no Mundo atual. III - XCVIII - Ismaelistas e Israelistas chegarão à Concórdia e Paz. O ódio milenar que os fustiga desaparecerá. O Poder Paternal do sangue de Abraão prevalecerá. III - XCIX - Sequência da anterior. III - C - A Inveja e suas consequências.

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Assim falou Nostradamus

CENTÚRIA III

Interpretação: A Vontade Divina proporcionará a Energia Pura Universal, ou Fluido Universal, a todas as coisas e seres que estão nos céus e na terra. Enfim, Ela proporcionará a sua Onipotência, Onipresença e Onisciência em todo o Espaço e Tempo. Assim, o home que é dotado de corpo, alma e espírito possue a faculdade de receber de todo o seu Poder. O espírito é um deus em miniatura, tanto quando vivendo na Terra, quanto vivendo nas plagas Celestes.

III - I APRES combat et bataille navalle. Le grand Neptune à son plus hault befroy; Rouge adversaire de peur viendra pasle, Mettant le grand Ocean en effroy. Tradução: Após combate e batalha naval, O grande Netuno a seu mais alto campanário: Rubro adversário de medo virá pálido, Metendo o grande Oceano em pavor. Interpretação: Após deixar o corpo no qual sofreu o combate ocasionado pelas vicissitudes da vida humana, e pelas sensações, emoções e paixões do sangue ("batalha naval"). agora o Espírito ("grande Netuno") está no seu alto reino ("seu mais alto campanário"). Agora, o corpo que foi seu apaixonado adversário ("rubro adversário") jaz macilento, pálido de medo, metendo toda a sua população microscópica ("grande Oceano") em fragoroso pavor. Comentário: "Netuno": O deus mitológico do mar. Neste caso - o corpo humano é o mar de sangue populado pelos microorganismos, e "Netuno" é o espírito que o rege. "Oceano"; metáfora expressiva do poder energético que está no corpo mais proporcionado pela atividade dos serezinhos microscópicos.

III - II

Comentário: "Ouro oculto no leite místico": Sabedoria divina presente na Energia Universal, de cuja vontade todas as coisas e seres são criados dentro do Espaço e do Tempo. "Verbo": Gramaticalmente o vocábulo verbo significa: movimento, ação, atividade, vida, energia, etc. Portanto, Verbo Divino determina toda a atividade provinda de Deus. No cap. 1, versículo 1 do Evangelho de São João, ele diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus"... Neste capítulo S. João está se referindo a Jesus - mas com extensão a todos nós e a todas as coisas. Jesus é o nosso Paradigma, nosso Paráclito, nosso modelo. Somos uma extensão do Verbo Divino...

III - III Mars et Mercure et l'argent ioint ensemble, Vers le Midy extreme siccité: Au fond d'Asie on dira terre tremble, Corinthe Ephese lors en perplexité. Tradução: Marte e Mercúrio e a prata articulado em união harmônica, Em direção ao Meio Dia extrema sequidão, No fundo da Ásia se dirá terra treme, Corinto, Éfeso então em perplexidade.

Le divin Verbe à la substance, Comprins ciel, terre, or occult au laict mystique, Corps, ame, esprit ayant toute puissance, Tant soubs pieds comme au siege celique. Tradução: O divino Verbo dará a substância, Compreendido céu, terra, ouro oculto no leite místico: Corpo, alma, espírito tem todo poder, Tanto sob seus pés como nos assentos Celestes.

Interpretação: Sob o signo da "luta pela vida" em busca do maior conforto ("Marte") e da astúcia ("Mercúrio") e dos bens materiais ("Prata") articulado em união harmônica pela Humanidade e/ou pelo homem, resulta em extrema esterilidade moral para alcançar as luzes da evolução ("Meio Dia").

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Arvedus No íntimo da consciência ("no fundo da Ásia") dir-se-á que a Humanidade caminhará em pânico constante ("terra treme"). Então, a Fé e as Igrejas estarão em perplexidade. Comentário: Do que ele fala nesta quadra sempre houve. Porém, neste "século das luzes" há um recrudescimento destes fatos que ele profetizou. Não é? "Marte": metáfora com significação de espírito de luta. "Mercúrio": por sentido mitológico significa inteligência, astúcia, ambição, etc... "Prata": na conformidade com o assunto da quadra a prata entra como qualificação para os valores dos bens materiais. "Fundo da Ásia": íntimo da consciência. "Corinto e Éfeso": Duas Igrejas Cristãs muito importantes no tempo dos Apóstolos. Neste caso representam as Igrejas ou Religiões em nossos tempos.

III - IV Quand seront proche le défaut des lunaires, De l'un à l'autre ne distant grandement, Froid, siccité, dangers vers le frontieres, Mesme ou l'oracle a prins commencement. Tradução: Quando estará próxima a queda dos lunares, De um ao outro não distando grandemente, Frio, sequidão, perigos para as fronteiras, Mesmo onde o oráculo tem apreendido nascimento. Interpretação: Quando estiver próximo ao final do grande ciclo destrutivo ("queda dos lunares"), o qual é composto por outros ciclos que se sucedem e estão planejados para influir em menores escalas de tempo. Haverá invernos e secas mais rigorosos e com maiores escalas de aflição, e perigos para as fronteiras. Mesmo onde o oráculo (Nota do intérprete: Nostradamus) tem compreendido e transmitido a respeito da origem de tais acontecimentos e situações. Comentário: Lembro ao leitor que Nostradamus asseverou, principalmente nas cartas, que a expressão de seus pensamentos nos textos sempre tem sentido anfibológico. Isto é, as figuras são conotativas para subentender as conjunção das causas e efeitos físicos

e psíquicos, permitindo ao leitor uma absorção mais ampla das idéias e fatos, ao se analisar, raciocinar, meditar sobre o assunto. No caso desta quadra, por exemplo, ele menciona no 2º verso" "Frio, sequidão, perigos para as fronteiras". Em primeira análise e raciocínio ele não está contando qualquer novidade. Desde que Mundo é Mundo sempre ouve frio, secas e perigos para as fronteiras. Nestes termos a sua profecia é medíocre. Porém, ele aponta para o futuro relativo a seu tempo. E faz subentender um acréscimo, um recrudescimento das aflições que os três fatos mencionados proporcionam. Por consequência está falando da proporção da aflição em razão direta com o aumento e adensamento das populações. Ao mesmo tempo está falando da frieza e da sequidão psíquica e/ou mental das pessoas de nossos tempos, as quais dentro de nossas frontes ("fronteiras") originam perigos para o indivíduo e para as Coletividades. E isto ele confirma no 4º verso, levando a subentender que na cabeça o espírito ("oráculo") tem consciência e a transmite ao cérebro de que a frieza e a sequidão do sentimento são causas ("nascimento") de graves prejuizos ao indivíduo e às Coletividades. Quanto ao 1º e 2º versos, ele está se referindo ao grande Plano da Providência Divina que baseia a execução dos trabalhos para a realização da evolução e progresso da Terra, e do homem, e da Humanidade por meio de fases ou ciclos de tempos determinados. Como Ela não opera pelo nosso relógio o profeta tem que explicar a aparição dos cíclos por certos acontecimentos que vão se sucedendo, aos quais chamam sinais dos tempos. Em parte, os astrólogos e astrônomos têm razão. Certos movimentos dos astros e planetas, em certas conjuncões em relação a Terra são utilizados pelos profetas para nos dar informações sobre tais ciclos, visto que fazem parte da matemática e da geofísica Divina. "O oráculo": as profecias ou os profetas. E neste caso o próprio Nostradamus - no papel de retransmissor das profecias.

III - V Pres loin defaut de deux luminaires,

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Assim falou Nostradamus Qui surviendra entre l'Avril et Mars: O quel cherté: mais deux grands devonnaires La terre et mer secourront toutes parts. Tradução: Após longa deformidade de dois grandes luminares, Que sobrevirá entre o abril e março: Oh! Que carestia; mas dois grandes pacíficos Por terra e mar socorrendo todas partes. Interpretação: Após longa deformação da mente nos dois Mundos junto à face da Terra ("dois grandes luminares"), a qual sobreviverá no início do fim dos maus tempos ("Abril") e do início do fim de outros maus tempos ("Março"). Oh! Quanto as Humanidades pagarão caro ("carestia") nesse longo sacrifício necessário para evoluir e progredir! Porém a Hierarquia Divina conjugada com a hierarquia terrestre "dois grandes pacíficos" estarão sempre socorrendo todas as partes em todas as partes: tanto no Mundo terreno ("terra") quanto no Mundo das almas ("mar"). Comentário: Estou certo, por experiência, de que boa parte dos leitores conhecem este assunto. E, grande parte dos leitores que não compreendem ainda procurarão se informar e conhecer. Isto é irreversível, mesmo para os maiores céticos. Por isto dispenso maiores esclarecimentos, mesmo porque tais esclarecimentos sobrevirão através de outras quadras, por repetição sob variados prismas. Devo salientar a associação de idéias para o substantivo "pacíficos". Em primeiro plano ele está abrangendo os homens e as almas mais nobres. Ao mesmo tempo temos que considerar o fato inconteste de que as almas e homens provisoriamente menos nobres possuem, também, uma porção de virtudes. De qualquer modo, estas e estes também participam de imenso trabalho. Neste sentido, considere o leitor o acontecimento de Hiroshima, lembrando que as duas facções em guerra foram culpadas por tal destruição e hecatombe. Entretanto, as mesmas duas facções acabaram colaborando para a reconstrução da grande cidade, a qual acabou ressurgindo mais moderna e mais linda. Tem sobrado apenas alguma cicatriz na

memória de toda a Humanidade. Aliás, todas as guerras produzem situações semelhantes. Isto nos faz lembrar da sentença de Jesus: "O escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier!"

III - VI Dans temples clos de froudre y entrera, Les citadins dedans leur fort grevez: Chevaux hommes, l'onde mur touchera Par faim, soif, soubs les plus faibles armez. Tradução: Dentro do templo fechado o raio aí entrará, Os cidadãos no interior seu forte agravados: Cavalos, bois, homens, a onda muro tocará, Por fome, sede, sob os mais fracos armados. Interpretação: A experiência amarga e ao mesmo tempo radiante ("raio") atingirá a consciência ("templo") que está entronizada no cérebro ("templo fechado") dos cidadãos, e por isto sua inteligência e seu sentimento ("seu forte") íntimos ("no interior") sofrerão agravos: A onda de aflições e morte tocará os seres humanos ("muro") e nem os animais escaparão à sua sanha ("cavalos, bois"). A classe pobre ("Os mais fracos armados") sofrerá o pior. Além da miséria sentirão fome e sede de justiça. Comentário: Tais fatos estão à vista. Tais profecias só têm a função de alertar para o fato de que enquanto uma grande parte da Humanidade não tomar o juizo necessário, tais acontecimentos vão sucedendo, não é? Quando se fala em Nostradamus ou em Apocalípse as pessoas ficam arrepiadas supondo que as tragédias e figuras sinistras estão por vir. Já têm estado desde os tempos longínquos. Apenas ressurgem e recrudescem em seus efeitos - na razão direta do crescimento e adensamento populacional.

III - VII Les fugitifs, feu du ciel sus les piques, Conflict prochain des corbeaux s'esbatans,

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Arvedus De terre on crie, aide, secours celiques, Quand pres des murs seront les combattans.

acompanharão em defesa da Ordem e Progresso.

Tradução: Os fugitivos, fogo do céu sobre as lanças, Conflito próximo dos corvos se recreando, Da terra a gente grita, ajuda, socorros célicos, Quando perto dos muros estarão os combatentes. Interpretação: Quando os combatentes aproximamse das cidades ("muros") as gentes lamentam, gritam horrorizadas e pedem ajuda, socorros dos céus. Na eminência dos combates, as aves carniceiras instintivamente já estão se recreando com a visão de próximo banquete. E as hordas das populações, dos que fogem, sentem que tais situações são castigos vindo dos céus ("fogo do céu") pela força das armas ("sobre as lanças"). Comentário: Inverti a interpretação em relação aos versos supondo melhor clareza. Mantendo a alegoria, a qual faz referência, principalmente à situação aflitiva da Humanidade em nossos dias.

III - VIII Les Cimbres ioints avecques leurs voisins, Depouler viendront presque l'Espaigne; Gens affamez, Giuenne et Limosins, Seront en ligue et leur feront compaigne. Tradução: Os Cimbres juntos com seus vizinhos, Despopular virão quase A Espanha: Gentes reunidas, Guienne e Limosins, Estarão em liga e lhes farão companhia. Interpretação: Os Maçons ("Cimbres") juntamente com os sectários ligados a seitas religiosas secretas, com doutrinas espiritualistas mais ou menos semelhantes ("seus vizinhos": em idéias) virão quase a despopular a Espanha, à semelhança da extinção do povo cimbriano. Em todas as Nações do Mundo as gentes estarão reunidas ("gentes reunidas") sob o mesmo estandarte ("Guienne") e sob a Égide de Mestres Pedreiros ("Limosins"). Desta forma estarão aliados, e lhes

Comentário: "Cimbres": em português Cimbros. Pequeno povo que habitava a hoje região da Jutlândia, norte da Alemanha. Historicamente considerado um povo muito valente que enfrentou as legiões romanas no século 101 A.C. e acabou sendo massacrado pelas legiões comandadas por Gaius Marius. Ante o massacre total, suas mulheres mataram os seus próprios filhos, e assim tal povo foi quase extinto. Muito poucos sobraram e fugiram e se mesclaram a povos vizinhos. Entendo que Nostradamus utilizou estes episódios históricos como alegoria para representar a Franco maçonaria, da qual, naturalmente, era adepto. O tipo de referência exdrúxula que ele coloca nesta quadra corrobora minha suposição. A Maçonaria é um conglomerado de sociedades filantrópicas secretas, que usam como símbolos os instrumentos do pedreiro e do arquiteto. Surgiu no século XIV com Instituição de cerne filantrópico político-religioso, advinda de grêmios formados por Mestres construtores de catedrais na Europa. Na época de Nostradamus os maçons foram severamente perseguidos pelos Inquisidores e pontentados; principalmente na Espanha e Itália. Na Espanha, então, eles foram em parte massacrados e em parte banidos, pelo que ele refere no 2º verso. Em Limoges, capital da Província da Limousine houve o maior florescimento das obras de mestres pedreiros. Consta na enciclopédia que o artista e artífice Leonard Limosin, nascido em Limoges foi o mais notável Mestre pedreiro na agremiação daquela cidade, e até foi consagrado pelo Rei Francisco I como grãomestre da côrte para obras e pinturas. Viveu de 1500 a 1577. "Guienne": Província francesa. Semanticamente representa o sentido de: guião, insígnia, estandarte. Deixo estes traços para o leitor que deseje se aprofundar na questão que esta quadra inspira. A ação da Maçonaria, da qual não faço parte, infelizmente, tem e terá sido prodigiosa, em favor da evolução e progresso humano. Razão pela qual Nostradamus não deixa de fazer lacônicas referências.

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Assim falou Nostradamus

III - IX Bordeuax, Rüen, et la Rochelle ioints, Tiendront autours la grand mer Occeane, Anglois, Bretons et les Flamans conioints Les chasseront iusqu'aprés de Roüane. Tradução: Bordeaux, Rouan e La Rochelle juntas, Terão em torno do grande mar Oceano, Ingleses, Bretões e os Flamantes conjuntos, Os quebrantarão até ao pé de Rouane. Interpretação: Paixões violentas ("Bordeaux"), ostentação ("Rouan") e Astúcia ("La Rochelle") em ação conjugada formam um poder imenso; depreciativo para as mentes humanas, e se mantêm um torno da face da Terra ("Oceano") e do grande mar Humano. O poder civilizante proporcionado pelas Leis Divinas e humanas, e a execução delas proporcionada pelo esforço de legiões de pessoas de boa vontade em conquistar suas virtudes ("Anglos e Bretões"), em esforço conjunto com Anjos e almas da Grande Hierarquia Divina ("Flamantes", ou Chamejantes) quebrantará a vaidosa Arrogância ("Rouane") que domina almas e homens. Esse poder sublimante ajustará as mentes, desde aos mais eruditos até aos mais ignorantes ("até ao pé de"). Comentário: Em lance sibilino ele coloca os nomes de três cidades francesas para compor o sujeito que figura o agente depreciativo no 1º verso. Se o intérprete dirigir a interpretação por linha histórica como é comum irá de cara ao brejo, isto é, ao sofisma. Sendo perpicaz irá ao dicionário e encontrará as chaves, facilmente. Assim, "Bordeaux" significa a cor bordô. Esotérica e literariamente o bordô representa as paixões, de cujo grau de violência depende do matiz. Neste caso inspira um bordô com matiz bastante carregado representando emoções mais violentas e envolvendo a sensualidade dos desejos: ambição, avidez, sexualidade desenfreada, etc. "Rouan": é a figura do pavão (ruante) com a cauda estendida em leque. Representa a pomposidade, a arrogância, a prepotência, a soberba, etc. "la Rochelle": nomeia: uma espécie de uva; e

um famoso tecido de seda da Turaine. Então, para esta quadra representa a astúcia, a finesse, o ardil, etc. Observe que ele escreveu o artigo com "L" minúsculo quando deveria ter feito com "L" maiúsculo por ser nome da cidade La Rochelle. Estes conceitos são recíprocos para um indivíduo e para uma coletividade. Para a Natureza, inclusive.Os conceitos são expansíveis. "Anglos e Bretões": historicamente são, ou foram povos direcionados a conquistas heróicas. Neste caso representam uma legião indefinida de pessoas e almas e Instituições religiosas e profanas em um imenso trabalho para ir conquistando a Civilização no seu mais amplo sentido... "Flamantes" ou Chamejantes: figura representando os grandes seres Celestes, e almas sublimadas...

III - X De sang et faim plus grand calamité, Sept fois s'apprest à la marine plage: Monech de faim, lieu pris, captiveté, Le grand mené croc enferee cage. Tradução: De sangue e fome maior calamidade, Sete vezes se apresta à marinha plaga: Mônaco de fome, lugar tomado, cativeiro, O grande levado gancho ferrosa jaula. Interpretação: A Humanidade ("marinha plaga") estará sujeita a cada vez maior calamidade: de sofrimentos e de fome de paz e de justiça. Por muitas vezes ("sete vezes"). O Homem, este herói que figura pelo legendário "Monech" (Monecus, Mônaco - o mesmo Hércules) é cheio de anseios ("de fome"). Sente-se oprimido ("lugar tomado"), em cativeiro. Isto, porque o seu espírito ("o grande") sentese levado à vida humana como que puxado por um gancho preso ao pescoço, e encarcerado no corpo. Sente-se como um homem aprisionado em jaula de ferro. Comentário: "Marinha plaga": metáfora para a Terra e adjacências. "sangue": metáfora de sofrimento e de morte. "fome": no caso tem o sentido de gente

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Arvedus faminta por escassez de alimentação e ao mesmo tempo faminta por justiça e paz. "Monech"; ou Mônaco, ou Monecus, ou Hércules, é figura mitológica do homem - semi-deus. "Mené croc": expressão idiomática representando alguém sendo levado prisioneiro com um gancho ou por uma argola em volta do pescoço atado a uma corda, ou fixado a um pau. "ferrosa jaula": esotericamente o corpo humano é semelhante a uma jaula de ferro. Considerando a estrutura óssea como barras, e a natureza ferrosa do sangue. Em suma, ele está externando as sensações da alma obrigada a reencarnar, premida pelas necessidades de sublimação gerada pelo carma (lei das causas e efeitos).

III - XI Les armes battre au ciel longue saison, L'arbre au milieu de la cité tombé: Verbine, rogne, glaive, en face tyson, Lors le Monarque d'Hadrie sucombé. Tradução: As armas bater no céu longa estação, A árvore no meio da cidade tombada: Planta sagrada, humilhada, gládio, na face estigma, Então o Monarca da Hadrie sucumbido.

III - XII Par la tumeur de Heb, Po, Tag, Timbre et Rome, Et par l'estang Leman et Aretin: Les deux grands chefs et citez de Garonne, Prins, morts, noyez. Partir humain butin. Tradução: Pelo tumor, de Heb, Po, Tag, Timbre e Rome. E pelo charco Leman e Aretin: Os dois grandes chefes e cidadãos de Garonne, Presos, mortos, afogados. Partir espólio humano. Interpretação: Pelo cérebro humano - os cinco sentidos atuam, e também o Espírito e a Alma, e ali se sentem como em um charco. São os dois chefes e cidadãos do corpo. Ali estão presos e com suas faculdades limitadas como se estivessem mortos, afogados. Ao partir, quando o corpo falece, levarão o espólio das experiências que receberam durante essa vida. Nota: Tomei os cinco nomes por cinco sentidos, e Leman e Aretin por Espírito e Alma; sem considerar o sentido que ele quiz dar a cada nome, cujo sentido dará maior expressão à quadra.

III - XIII

Interpretação: O homem vive por indeterminado tempo longo na luta pela vida e o fragor dos acontecimentos a lhe bater na mente, até tombar como uma árvore tomba no meio da cidade. Ele é como uma verbena humilhada pelo peso da luta e traz na face as marcas da aflição. Então, ele, o Rei da Terra sucumbe. Comentário: Os Latinos consideravam o nome verbena para todas as plantas tiradas de lugar sagrado. Ofereciam-nas aos deuses, nos altares. Nestes termos, ele está considerando a vida humana semelhante à uma planta sagrada, estigmatizada pelas lutas e aflições. "Hadrie": Ádria: região junto ao Adriático. "Monarca da Hadrie": Rei da Terra, o homem. "Céu": sentido de mente, ou cérebro, ou cabeça.

Par foudre en l'arche or et argent fondu, De deux captifs l'un l'autre mangera, De la cité les plus grand estendu, Quand submergee la classe nagera/ Tradução: Por raio na arca ouro e prata fundidos, De dois cativos a um o outro subjugará: Da cidade o maior estendido. Quando submergida a classe nadará. Interpretação: Por lei da vida, o espírito e a alma estarão fundidos no corpo. Então, espírito e corpo são cativos entre si e um sugjugará ao outro. Quando a morte chegar, o corpo ficará estendido e depois de sepultado os seus microorganismos espalhar-se-ão pelos arredores. Nota: "arca": corpo. "Ouro": espírito. "Prata": alma.

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Assim falou Nostradamus

III - XIV

Tradução: Coração, vigor, glória, o reino mudará, De todos pontos, contra tendo seu adversário: Então França infância por morte subjugará, Um grande Regente será então mais contrário.

Par le rameau du vaillant personnage, De France infime, par le pere infelice: Honneurs, richesse, travail en son vieil aage, Pour avoir creu le conseil d'un homme nice. Tradução: Pelo ramo do valente personagem, De França ínfimo, pelo pai infeliz: Honores, riquezas, trabalho em sua velha idade, Por ter seguido o conselho de homem imbecil. Interpretação: O espírito é como um ramo da Árvore da Vida. É um valente e valioso personagem. Não obstante, em relação à infinidade de Seres Celestes ele é ínfimo. E, quando está encarnado torna-se infeliz devido às injunções provocadas pelo corpo ("pelo pai") através das emoções e sensações próprias deste, o qual é facilmente dominado pelo fascínio provocado pela fama e pelas riquezas. Por estes fatores, mais as vicissitudes circunstanciais da vida, o espírito, ser imortal, passa por vidas sucessivas ("sua velha idade") sobrecarregado de trabalho por ter sido obrigado a seguir a índole ("o conselho") do homem, a qual por natureza é um tanto limitada. Pode-se dizer: - imbecil. Comentário: Concordo plenamente com estes conceitos dele ao meditar sobre as proporções de valores do espírito e do corpo na eterna sequência da vida. Em índice de relatividade o espírito ora é grandioso, ora é ínfimo. O corpo, também. Ora é ínfimo, ora é grandioso. E assim, toda uma população espiritual e humana compõe os ramos e folhas da Árvore da Vida que está no meio do Jardim do Éden. Conforme à alegoria do Gêneses...

III - XV Coeur, vigueur, gloire le regne changera, De tous points contre ayant son adversaire, Lors France enfance par mort subiuguera, Un grand Regent sera alors plus contraire.

Interpretação: Um sentimento bondoso ("coração"), vigoroso conquistará a glória no Mundo. Ele mudará a regência do mal para a regência do Bem, combatendo seu adversário (o mal) em todos os pontos do Mundo. Por esse motivo a Humanidade ("França") futura estará saindo de sua infância mental, e tal infância será subjugada, à semelhança de uma criança que morre. Porém, a atuação das forças do mal ("Regente") será naqueles tempos mais ostensiva. Comentário: Esta situação prevista por ele está bem visível em nossos tempos, não é?

III - XVI Un Prince anglois Mars à son soeur de ciel. Voudra pour-suivre sa fortune prospere: Les deux duelles l'un percera le fiel, Hay de luy, bien aymé de sa mere. Tradução: Um Príncipe Inglês, Marte a seu coração de céu, Desejará perseguir sua fortuna próxima: Dos dois duelos a um penetrará o fel, Odiado por ele, bem amado por sua mãe. Interpretação: Um Sentimento Benevolente, bem dotado, ("Príncipe Inglês") tomará conta dos corações de uma facção humana, à semelhança de um Guerreiro ("Marte") dotado de sentimentos benévolos, como os sentimentos dos anjos do céu ("coração de céu"). Esta facção humana desejará lutar por um Bem Estar humano ditoso ("fortuna próxima"). No coração da facção ruím penetrará o ódio, a angústia, o ressentimento, etc. ("o fel"). Esse sentimento Benemérito será odiado pela facção ruím ("odiado por ele"). Porém, a facção boa será amada pela Sabedoria e/ou Bondade de Deus ("bem amado por sua mãe"). Nota: Creio que o comentário é dispensável. "Príncipe Inglês": Os príncipes ingleses passam por uma formação muito austera.

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Arvedus

III - XVII

("Rheims") a fé ampliada ("o céu tocado"). Oh! Que conflito doloroso ("conflito de sangue") vindo dos homens se prepara! Até pais e filhos - as regras de bom senso ("Reis") não conseguirão produzir o bom entendimento.

Mont Aventine brusler nuict sera veu, Le ciel obscur tout à un coup en Flandres, Quand le Monarque chassera son neveu, Leurs gens l'Eglise commettront des esclandres. Tradução: Monte Aventino queimar noite será visto, O céu obscuro a cada passo em Flandres; Quando o Monarca caçará seu sobrinho, Suas gentes de Igreja cometerão os escândalos. Interpretação: Templos religiosos serão vistos a queimar nas sombras da noite. Da mesma forma a consciência da pessoa. A paz e a alegria estarão obscurecidas por sombras de angústias, entermitentemente, em regiões da Terra ("Flandres"). Quando o Poder Regente do Bem ("Monarca") estará reprimindo o poder ruinoso ("sobrinho"). Sacerdotes de má índole e mau comportamento ("suas gentes de Igreja") cometerão escândalos que causarão indignação pelo mau exemplo. Comentário: "Monte Aventino": local onde os Romanos construiram vários templos para render culto aos seus deuses. Neste caso é metáfora com dois sentidos. "Flandres": Antiga Província dos Paízes Baixos.

III - XVIII Apres la pluye laict assez longuette. Em plusieurs lieux de Rheims de ciel touché: O quel conflict de sang pres d'eux s'appreste, Pere et fils Roys n'oseront approché. Tradução: Após a chuva leite bastante longuinha, Em muitos lugares de Rheims o céu tocado: Oh! Que conflito de sangue próximo deles se apresta Pais e filhos Reis não ousarão aproximar. Interpretação: Após um tempo de trabalho profícuo bastante alongado e meio suficiente ("chuva leite bastante longuinha"); em muitos lugares da Terra

Comentário: Esses fatos são evidentes em nossos dias. "Rheims": cidade onde existe uma das catedrais mais famosas do Mundo. No caso desta quadra é símbolo de fé vigorosa. ("Reis": metáfora de ditames valiosos; de regras de comportamento, boa ética/

III - XIX En Luques sang et laict viendra pleuvoir, Un peu devant changement de preteur: Grand peste et guerre faim et soif fera voir Loin ou mourra leur prince recteur. Tradução: Em Luca sangue e leite virá chover, Um pouco adiante mudança de pretor: Grande peste e guerra, fome e sede fará ver, Longe onde morrerá seu Príncipe reitor. Interpretação: Sacrifício ("sangue") e prosperidade ("leite") serão espalhados sobre a Terra ("Luca") como chuva. Um pouco adiante haverá mudança de leis e costumes, sociais e morais ("de pretor"). Isto ocasionará doenças e corrupções mentais, fome e sede de justiça e de fraternidade, e consequentes guerras. Tal situação durará por longo tempo ("longe"), quando no final do ciclo tal estado de coisas sucumbirá e será substituido por novas leis e costumes mais dignos. "Luca": cidade italiana na Toscânia. Famosa pela fertilidade de suas terras e superioridade de sua agricultura. "Leite": alimento que dá saúde e crescimento das crianças. Portanto, representa a prosperidade. "Sangue": na quadra - com conotação de sacrifício, sofrimento, angústia, etc. "Pretor": magistrado que distribuia a Justiça na antiga Roma.

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Assim falou Nostradamus Neste caso significa: leis e costumes. "Seu Príncipe reitor": significa os costumes e todas as atividades humanas regidas por leis, códigos e regras. A semelhança da função de um reitor de uma Universidade Escolar. Os conceitos expostos nesta quadra apontam claramente, no 1º verso, à abundância de todos os bens doados por Deus. O sacrifício humano para produzílos e transformá-los. O 2º e 3º versos falam das mudanças das leis e costumes que estamos observando, principalmente neste século XX em face do desenvolvimento industrial, das ciências e da tecnologia. E no 4º verso ele pressagia a derrocada das leis, sistemas e costumes nocivos, e faz subentender a substituição destes por outros mais justos, a fim de provocar maior bem estar humano.

Inquisição' à pecha mencionada. Mesmo porque ele acentua dois fatores: 1º: No tempo dele havia uma sede da Inquisição. 2º: "O campo": não tenho dúvida de que ele quer representar pelo subúrbio chamado Campo de La Verdad. Portanto, a Inquisição traiu o Evangelho, a Verdade, ou "campo" de Jesus...

III - XXI Au Crustamin par mer Hadriatique, Apparoistra un horrible poisson, De face humaine, et la fin aquatique, Qui se prendra dehors de l'ameçon. Tradução: Ao Crustamin por mar Adriático, Aparecerá um horrível peixe, De face humana, e o resto aquático, O que se prenderá fora das ondulações.

III - XX Par les contrees du grand fleuve Bethique, Loin d'Ibere au Royaume de Grenade: Croix repoussees par gens Mahometiques, Un de Cordube trahira la contrade. Tradução: Pelas margens do grande rio Bético, Longe da Ibéria ao reino de Granada: Cruz rejeitada por gentes maométicas, Um de Córdoba trairá o campo. Interpretação: Ao longo das margens do rio Guadalquivir ("Bético": na Bética, hoje Andaluzia), desde que foi fundada a província de Granada, não nos tempos selvagens da Ibéria ("longe da Ibéria"), o Cristianismo ("Cruz") está sendo rejeitado por gentes infiéis ("gentes maométicas"). O movimento denominado Sagrada Inquisição; com sede em Córdoba ("Um de Córdoba") trairá a Verdade Evangélica de Jesus ("o campo"). Comentário: Córdoba foi berço de vários homens famosos na cultura Européia. O grande retórico Marcus Sêneca, seu filho Lucius Anaeus, o poeta Lucano, o filósofo judeu Maimonides e uma porção de outros que vieram após a citada fundação da Província de Granada. Como, então, eu ou você distinguir qual deles é o referido na quadra? Arrisco e com quase certeza submeto a "Santa

Interpretação: O corpo humano é o resultado de uma incrustação de energias adensadas ("Crustamin") e provindas das energias que circundam o ambiente terrestre ("por mar Adriático"). Alegoricamente parece a um horrível peixe com semblante humano e o corpo semelhante ao peixe. Mais propriamente é um ser anfíbio que é visível dentro e ao mesmo tempo fora da vida espiritual ("das ondulações"). Comentário: Por esta quadra ele expõe uma alegoria acadêmica e esotérica, ao mesmo tempo. Se você juntar seus conhecimentos de todas as ciências acadêmicas que compõem a gênese do corpo, mais as ciências esotéricas que compõem o espírito e a alma entenderá claramente a essência ideal desta quadra. Pelo simples fato de você usar as definições do dicionário para o verbo incrustar, mais o substantivo incrustação e o adjetivo incrustante - já terá elementos suficientes para alcançar a idéia posta na quadra. Juntando os cânones científicos da Geologia e da Biologia dará mais um passo. O restante será completado pelos cânones espiritualistas ou esotéricos. "Crustamin": anagrama e ou metáfora de processo de adensamento por incrustação.

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Arvedus O mesmo processo utilizado por Deus para a criação do Planeta é utilizado para a criação do homem. E, por excelência, de todos os seres viventes, e coisas. Praticamente, o homem é de natureza anfíbia, segundo os padrões da criação ("peixe horrível", "de face humana, e o resto aquático"). Isto é, humano na manifestação. Espiritual na essência. Com a alma presa ao corpo ("o que se prenderá"), vinda de fora pelas reencarnações ("de fora das ondulações"). Entendo que a palavra " ameçon" é um neologismo dele. Composto por "ame": alma e "action": ação. Ação da alma. Em ondas sucessivas semelhantes às ondas do mar. Por isto traduzi por (fora das ondulações). A figura do homem que ele pinta no 2º e 3º versos parece a uma elucubração maldosa, desumana. Porém, se nos ativermos aos parâmetros da evolução do ser, qual é reapresentado no feto durante a gestação, a figura "horrível" está correta, não é?

III - XXII Six jours l'assaut devant cité donné: Livree sera forte et aspre bataille: Trois la rendront et à pardonné, Le reste à feu et sang tranche taille. Tradução: Seis dias o assalto diante da cidade dado: Liberada será forte e áspera batalha: Três a renderão, e a dois perdoado, O resto a fogo e sangue trincha retalho. Interpretação: Nota: Segue falando das atividades de corpo humano. Pelo tempo indeterminado para a vida de cada pessoa ("seis dias"), ela, a pessoa, fica sujeita a inúmeras vicissitudes ("o assalto diante da cidade"). Ela estará sujeita a forte e áspera luta pela vida. Quando a morte vier o espírito, a alma e o corpo render-se-ão ante a ação dela (da morte). Espírito e alma continuarão vivendo ("e a dois perdoado") . O corpo ("o resto") por consumação forçosa ("a fogo") e sacrifício ("sangue") necessário será trinchado, retalhado, dissecado, desmantelado, transformado.

Comentário: Abusei da força de expressão que as duas palavras ("tranche taille") subentendem no 4º verso - por intenção de melhor clareza para o assunto. "(seis dias"): metáfora referente aos dias da criação da Terra, suas coisas, e seres viventes. Deus trabalhou "seis dias", o que alegoricamente representa - tempo indeterminado. No sétimo dia descansou. A vida do homem é semelhante a esta alegoria. Nasce, vive em esforço contínuo e morre (descansa). O corpo descansa. O espírito continuará em atividade; vivo.

III - XXIII Si France passe outre mer lygustique, Tu te verras en isle el mer enclos: Mahommet contraire, plus mer Hadriatique, Chevaux et Asnes tu rongeras les os. Tradução: Se França passa além mar Ligústico, Tu te verás em ilhas e mares fechados: Maomé contrário, mais mar Adriático, Cavalos e Asnos tu roerás os ossos. Interpretação: Quando tu, alma, desencarnares: se viveste com dignidade e foste alma justa e boa ("se França"), passares para além do mar Humano ("mar Ligústico"), então tu te verás em agrupamentos, vilas, cidades "ilhas" onde almas convivem. E, em grandes extensões de espaços fechados por fronteiras: semelhantes aos países de origem de tais almas ("ilhas e mares fechados"). Se em tua mente mantiveres um apego fanático às coisas terrenas e às malícias ("Maomé contrário"), em comunhão com a Comunidade ou Facção apegada fanaticamente ao Materialismo, ("Mais mar Adriático") tua consciência estará ensandecida, a remoer suas falhas e pecados com grandes sofrimentos e arrependimentos ("Cavalos e Asnos tu roerás os ossos"). Comentário: Redigi a interpretação com a melhor clareza, embora ainda sumária. Nos meios espíritas e espiritualistas tais fatos são amplamente ensinados. Os livros psicografados pelo espírito que usa o pseudônimo "André Luiz", e outro com o pseudônimo de "Emanoel", através do grande Médium Francisco Cândido Xavier explicam tudo isso com

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Assim falou Nostradamus singular clareza. Da mesma forma encontramos os esclarecimentos desse assunto em muitos livros das Entidades Espiritualistas.

III - XXIV

III - XXV Qui au Royaume Navarrois parviendra, Quand la Sicile et Naples seront ioincts: Bigore et Landes par Foix loron tiendra, D'un qui d'Espagne sera par trop coioinct. Tradução: Quem ao reino de Navarra alcançar, Quando a Sicília e Nápoles estarão juntos: Bigorre e Landes por Foix sustentação terá, De um quem da Espanha será por demais conjunto.

De l'entreprinse grand confusion, Perte de gens, tresor innumerable; Tu n'y dois faire encore tension, France à mon dire fais que sois recordable. Tradução: Da empresa grande confusão, Perda de gente, tesouro inumerável: Tu não deves criar maior tensão, França a meu dizer faz que seja recordável. Interpretação: Nota: (Nesta quadra ele oferece um alertamento com sentidos subentendidos com ambivalência. Um para aquele que consiga interpretar seus escritos. Outro para o fato de grande confusão doutrinária oferecida por toda a gama de pessoas, Entidades e Religiões. Ou melhor, por intelectuais, Escolas Públicas, Escolas Filosóficas e todas as Organizações Religiosas.) Meus escritos "empresa" estão montados em grande confusão. Semelhantemente à confusão que se encadeia nos meios intelectuais e religiosos, os quais se dedicam ao aprimoramento da boa Cultura das coisas Divinas e humanas. Parte das pessoas ("parte da gente") que se dedica ao mister de produzir a boa Cultura é excelente, e produz bons resultados de grande valor ("tesouro inumerável"). Tu ( intérprete - e tu mencionada pessoa) que se esforça pela Cultura da Educação necessária ao Bem Estar humano deve ter o cuidado de não criar maiores tensões no Mundo. A pessoa digna e operosa ("França") dentro das minhas convicções ("a meu dizer"), é aquela que se comporta como um exemplo vivo ("faz que seja recordável") no que pensa, no que escreve, no que fala, e no que pratica. Comentário: Creio dispensável maiores comentários.

Interpretação: A pessoa que alcança um grau de Humildade ao menos semelhante ao poder humano de Navarra ("ao Reino de Navarra"), quando a rudeza semelhante ao clima da Sicília, e as turbulências humanas e sociais estarão proliferando à semelhança das turbulências dos vulcões Strombole; Etna e Vesúvio juntos à Sicília e Nápoles: Espírito e Alma ("Bigorre e Landes") por Fé ("Foix") terão sustentação, por força de um sentimento religioso forte, semelhante ao sentimento religioso do povo da Espanha (todo o 4º verso). Comentário: "Reino de Navarra": pequeno reino (humilde em relação aos grandes). "loron": loro em português - correia forte que sustenta os estribos para dar segurança ao cavaleiro.

III - XXVI De Roys et Princes dresseront simulacres, Augures, creuz eslevez aruspices: Corne victime doree, et d'azur, d'acre, Interpretez seront les extipices. Tradução: Dos Reis e Príncipes armarão simulacros, Augúrios, ocos elevados arúspices: Corno vítima dourada, e de azul celeste, de acre. Interpretados serão os prognósticos. Interpretação: Cuidado com os advinhos! Fantasiarão sua personalidade fazendo parecer reis magos e príncipes da sabedoria oculta ("armarão simulacros"). Fornecerão augúrios vagos com aparência de previsões vindas de dignos sacerdotes. Encherão a cabeça ("corno") do consultante

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Arvedus ("vítima") de fantasias douradas e de sonhos azuis, celestiais, e de previsões azedas. Enfim, fazem, também, uma porção de prognósticos sobre as coisas que as pessoas contam no ato da consulta, e lhes dão interpretações adequadas às dúvidas e intenções delas. Riqueza, casamento, fama, medos, etc. Comentário: "Dos Reis e Príncipes": pseudo-magos e advinhadores. "Corno": cabeça, cérebro, mente.

III - XXVII

virtudes. Com isto, nas duas formas ele atinge o seus objetivo: balançar a consciência do leitor para raciocinar e meditar mais aproximadamente sobre os fatos e acontecimentos, não é?

III - XXVIII De terre foible et pauvre parentele, Par bout et paix parviendra dans l'empire, Long temps regner une ieune femelle, Qu'oncques en regne n'en survint un si pire. Tradução: De terra fraca e pobre parentela, Por finalidade e paz chegará dentro o Império, Longo tempo reinar uma jovem mulher, Que jamais em reino esteve sobrevivendo um tão pior.

Prince libinique puissant en Occident, François d'Arabe viendra tant enflammer, Sçavant aux lettres fera condescendent, La langue Arabe en François translater. Tradução: Príncipe Libínico poderoso no Ocidente, Francês de Árabe virá tanto inflamado, Sábio nas letras fará condescendente, A língua Árabe em Francês traduzir. Interpretação: Sentimento libidinoso ("Príncipe Libínico") crescerá com grande força no Ocidente. Os do Ocidente ("Francês") terão as paixões inflamadas à semelhança dos árabes. O universo intelectual ("sábio nas letras") fará os povos tornarem-se condescendentes. A cultura Árabe será introduzida na cultura do Ocidente. Comentário: Está claro de que ele não está falando na translação da linguagem como o 4º verso faz supor. Nem da tradução em larga escala. Portanto, está falando de cultura e costumes libidinosos, grosseiros, violentos. E, a meu ver não está pretendendo culpar os povos árabes de serem os piores do Mundo. Mesmo porque os povos ocidentais sofrem das mesmas paixões daqueles. É claro que na época dele os povos da África e Oriente Médio eram muito mais bárbaros do que os do Ocidente. E, naquele tempo as Américas mal acabavam de ser descobertas. Como poeta, naturalmente, sua expressão literária tem extremos de eloquência. Mordaz para os defeitos. Onírico para as

Interpretação: Por destino determinado ("finalidade") e por paz o Homem porá o império da Felicidade dentro do seu corpo ("terra fraca") e dentro de sua alma ("pobre parentela"). Por longo tempo estará ainda a reinar a Injustiça ("uma jovem mulher") e com maior prepotência a cada dia que passa. Nunca antes seu reino tem sido pior. Comentário: "Jovem mulher": esta metáfora, diante dos fatos pode figurar vários vícios físicos e psíquicos. Pode figurar a Injustiça, a Paixão, a Sensualidade, a Emoção, etc. Qualquer destes defeitos e/ou vícios mentais e físicos satisfará a ação do agente principal da quadra. A palavra "Injustiça" possue sentido de abrangência total. Por isto a utilizei. Ele está falando de fraqueza, de pobreza psíco-física. Portanto, de degradação de virtudes. Degradação da Emoção, da Sensualidade, da Sensibilidade. Do ponto de equilíbrio: da JUSTIÇA.

III - XXIX Les deus neveux en divers lieux nourris: Navale pugne, terre perez tombez: Viendront si haut eslevez enguerris, Venger l'iniure, ennemis succombez.

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Assim falou Nostradamus Tradução: Os dois sobrinhos em diversos lugares alimentados, Naval pugna, terra pais tombados: Virão tão alto elevados aguerridos, Vingar a injúria, inimigos sucumbidos. Interpretação: O bem e o mal ("dois sobrinhos") são alimentados por ideais opostos ("diversos lugares"). Estou me referindo à alegoria bíblica da batalha nos céus entre o rebelde Lúcifer e Deus ("naval pugna") e de quando os anjos rebeldes ("pais") foram tombados sobre a Terra. Mas, sempre terão vindo os Anjos e almas, missionários que são seres de elevadas virtudes ("tão alto elevados") e poderosos ("aguerridos") e armados com as armas da Justiça para corrigir os danos causados pela injustiça ("vingar a injúria"). Os seres maus e os mau comportamento terão sucumbido, paulatinamente, ante à ação dos exércitos missionários do Bem. Comentário: Sob a alegoria bíblica da guerra entre Lúcifer e seus anjos decaídos e/ou revoltados contra Deus e seus exércitos de anjos bons - Deus é o pai do bem; e Lúcifer tornou-se o pai do mal. Portanto, como o mal é nada mais que uma degeneração do bem, ambos são irmãos de ideais opostos. Pelo mesmo fato o poder do bem, simbolicamente, é filho de Deus. O poder do mal é filho de Lúcifer. Portanto, o mal é sobrinho do poder bondoso. E o bem é sobrinho do poder maldoso. "pais tombados": alegoricamente, anjos decaídos, que na realidade são espíritos sujeitos a evolução na Terra e com a Terra.

III - XXX Celuy qu'en luitte et au faict bellique, Aura porté plus grand que luy le pris: De nuitc au lict luy feront la pique, Nud sans harnois subit sera surpris. Tradução: Aquele que em luta e ferro ao feito bélico, Terá portado maior que ele mesmo o prêmio: De noite no leito seis lhe farão a desavença, Nu sem armadura súbito será surpreendido. Interpretação: Todo aquele que na sua existência

apenas lutou egoisticamente pelos interesses materiais ("em luta") e assim causou sofrimentos e desgraças a outrem ("luta e ferro") como alguém em guerra contra o mundo ("feito bélico"), terá carregado em sua consciência uma carga de débitos com as leis Divinas maior do que as suas forças possam suportar. Quando seu corpo descer à tumba ("de noite no leito") a sua alma estará com os seis sentidos em dolorosa confusão ("seis": seis sentidos: o da inteligência, da vista, dos ouvidos, do paladar, do olfato e do tato) ("seis lhe farão a desavença"). Sentir-se-á subitamente surpreendido em outro mundo, em outra dimensão. Principalmente os potentados. Comentário: Tal situação das almas é fartamente conhecida nos meios reencarnacionistas.

III - XXXI Aux champs de Mede, d'Arabe et d'Armenie Deux grands copies trois fois s'assembleront, Pres du rivage d'Araxes la mesgnie, Du grand Soliman en terre tomberont. Tradução: Aos campos da Média, da Arábia e da Armênia, Dois grandes exércitos três vezes se congregarão, Perto das margens do Araxes a Herdade. Do grande Soliman em terra tombarão. Interpretação: A grande facção humana e a grande facção espiritual e/ou Divina ("dois grandes exércitos") congregar-se-ão ainda por três milênios ("três vezes") no imenso trabalho de sublimação da mentalidade e dos costumes humanos que sobrevive sob o império dos desatinos desde os primórdios da Humanidade. E tais desatinos são figuráveis pelos acontecimentos que a História conta a respeito da mentalidade e procedimento ("campos") dos povos da Média, Arábia e Armênia. Porém, segundo as profecias, devo afirmar que as facções adversárias às Leis e mandamentos Divinos que comporão as gerações no limiar do Juizo Final ("perto das margens do rio Araxes") terão tal mentalidade derrotada. Essa mentalidade má e esse mau procedimento que figuro por herança mental e sanguínea semelhante à herança que recebeu o grande Soliman de seus antecedentes.

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Arvedus Comentário: "Soliman" ou Suleiman herdou de seu pai o Império Turco (nos tempos em que vivia Nostradamus) e, também, recebeu por herança a soberania sobre o Mundo Maometano. Outrossim, estou considerando os três milênios da Era Cristã, até aos arredores do ano 3800, segundo presságio de Nostradamus.

III - XXXII Le grand sepulchre du peuple Aquitanique S'approchera aupres de la Toscane: Quand Mars sera pres du coing Germanique, et au terroir de la regent Mantuane.

III - XXXIV Quand le defaut du Soleil lors sera, Sur le plain iour le monstre sera veu, Tout autrement ou l'interpretera, Cherté n'a garde, nul n'y aura pourveu.

Interpretação: Toda hecatombe ("grande sepulcro") que terá ocorrido contra o povo da Terra ("povo Aquitânico") levará as almas aos mundos celestes ("Toscânia"), os quais estão bem "perto" da face dela. Isto ocorre todos os dias. E, principalmente quando a guerra ("Marte") estiver na culminância da sua expansão e da parafernália das pompas e cantos militares ("ao pé do canto Germânico"), oferecendo um terreno propício para a regência do manto da Morte ("regente Mantuana"). comentário: Em nossos dias morrem cento e vinte milhões de pessoas por ano. Nascem duzentos e quarenta milhões por ano. Quantas pessoas lamentam este fato? E quantas ficam ditosas pelos nascimentos? A guerra é uma loucura imperdoável.

En la cité ou le loup entrera, Bien pres de lá les ennemis seront: Copie estrange grand pays gastera, Aux murs et Alpes les amis passeront. Tradução: Na cidade onde o lobo entrará,

Inerpretação: No cérebro ("na cidade") onde o instinto selvagem ("o lobo") entrará, no mesmo lugar os bons instintos estarão ("inimigos estarão"). Exército estranho de microorganismos, forças, circunstâncias, tempo, deteriorará o corpo. Entrementes, o espírito e a alma ("os amigos") ultrapassarão todas as vicissitudes da vida humana ("muro") e receberão alta sabedoria ("Alpes"). Comentário: Creio desnecessário.

Tradução: O grande sepulcro do povo Aquitânico, Aproximar-se-á perto da Toscânia: Quando Marte estará ao pé do canto Germânico, E do terreno da regente Mantuana.

III - XXXIII

Bem perto dali os inimigos estarão: Exército estranho grande país deteriorará, Aos muros e Alpes os amigos passarão.

Tradução: Quando a deformidade do Sol então será, Sobre o pleno dia o monstro será visto: De modo bem diverso será interpretado, Carestia não tem guarda, ninguém tal terá provido. Interpretação: Quando a sabedoria humana aparecerá mais fortemente deformada, no que tange à Justiça, Fraternidade, Direitos e Deveres ("Sol"), as suas más consequências ("o monstro") serão vistas através dos acontecimentos diários ("sobre o pleno dia"); e nas épocas assinaladas pelas profecias ("sobre o pleno dia"). Tal situação será interpretada de modo bem diversificado. Todos pagarão caro por negligenciar o cumprimento dos Direitos e Deveres ("carestia não tem guarda"), os quais têm sido descuidados desde os tempos remotos ("ninguém tal terá provido"). Comentário: Creio que a interpretação dispensa comentário.

III - XXXV Du plus profond de l'Ocident d'Europe, De pauvres gens un ieune enfant naistra, Que par sa langue seduira grand troupe, Son bruit au regne d'Orient plus croistra.

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Assim falou Nostradamus Tradução: Do mais profundo do Ocidente da Europa, De pobres gentes um jovem infante nascerá, Quem por sua língua seduzirá grande multidão, Sua fama ao reino Oriente mais crescerá.

Qu'avoir leurs lois ce leur sembleroit changees.

Interpretação: Provindo de idealistas eruditos do Ocidente da Europa surgirá um novo idealismo de caráter fraco ("jovem infante") cuja finalidade principal será de apoiar as gentes pobres na reinvidicação de direitos espoliados pelos ricos. Tal idealismo - por sua retórica eloquente ("sua língua") seduzirá grande multidão. Sua fama crescerá mais pelos lados do Oriente da Europa. Comentário: Nesta quadra está perfeitamente clara uma profecia sobre a ideologia comunista que tem abalado o Mundo neste século. Os versos traçam, ambiguamente, o perfil da ideologia, e o perfil dos filósofos que a originaram. O 2º e 3º versos retratam bem a figura do filósofo Hegel (G.W. Friedrich Hegel) de quem os pais não eram ricos. Eram remediados. Sua filosofia influenciou a Engels (Friedrich Engels), o qual já estava bastante influenciado pelo poeta radical Heinrich Heine. Engels acabou se juntando ao movimento comunista revolucionário na França, e acabou se ligando a Karl Max e Lenin. E assim, por estes cabeças surgiu e cresceu o Comunismo o qual expandiu desde 1830 até 1990 quando suas bases implodiram e Gorbachev deu-lhe o tiro de misericórdia ao desfazer a U.R.S.S. Realmente, o Comunismo é um "Jeune enfant" que tem trazido maiores desgraças do que graças aos pobres e a toda a Humanidade. Em suma, ele faz lembrar a grande máxima de Jesus: " O escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier". Nestes termos, ninguém é inocente. Nem ricos, nem pobres. Nem poderosos, nem subordinados... E, Jesus, ainda asseverou: "Conheça a Verdade, e a Verdade o libertará".

III - XXXVI Ensevely non mort apoplectique, Sera trouvé avoir les mains mangees, Quand la cité damnera l'heretique,

Tradução: Sepultado não morto apoplético, Será encontrado ter as mãos comidas, Quando a cidade condenará o herético, Que tinha suas leis, as quais lhe pareciam mudadas. Interpretação: Aquele idealismo será suprimido, mas não extinto ("sepultado não morto"). Parecerá um defunto em estado cataléptico ("apoplético"). Permanecerá com um poder muito reduzido ("mãos comidas"), quando a grande facção contrária ("a cidade") condenará suas intenções e manobras infiéis aos postulados saudáveis ("o herético"). Essa facção que tinha suas leis, as quais lhe pareciam mudadas pela nova ideologia. Comentário: É o que está prevalescendo neste ano de 1998. Maior comentário é dispensável.

III - XXXVII Avant l'assaut l'oraison prononcee, Main prins l'Aigle par embusches deceus, Muraille antique par canons enfoncee, Par feu sang à mercy peu receu. Tradução: Antes do assalto a oração pronunciada, Milhafre preso pela Águia por emboscadas iludidas, Muralha antiga por canhões arrombada, Por fogo e sangue à mercê pouco recebidos. Interpretação: Estas profecias prenunciam ("a oração pronunciada") o que virá com violência ("antes do assalto"). Um poder rapinante menos forte ("Milhafre") estará dominado por um poder mais forte ("Águia"). Porém, ambos estarão iludidos por interesses materialistas ("por emboscadas iludidas"). A antiga Muralha das Leis Divinas estará arrombada pelos desatinos e desmandos das duas facções à semelhança da Muralha arrombada por tiros de canhões. Por consequência, haverá violência e sofrimento ("fogo e sangue"). e, pouco mérito e pouca graça serão recebidos pelos homens. Comentário: Por análise e julgamento frio, racional,

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Arvedus o Comunismo e o Capitalismo, se por um lado ofereceram doutrinas ideológicas promissoras, por outro lado falham na prática. Ambos favorecem oportunidades para a corrupção da Lei, da Honra e da Dignidade. O que de certa forma é um padrão natural da Terra. O mal vem dos excessos. Vem da injustiça na produção e distribuição de bens e direitos…

Les profligent en subites ruines.

La gent Gauloise et nation estrange, Outre les monts, morts, prins et profligez, Au moins contraire et proche de vendange, Par les seigneurs en accord redigez.

Tradução: Os sete em três meses em concórdia, Para subjugar dos Alpes Apeninos: Mas a tempestade e Ligúrio covarde, Os profligando em súbitas ruinas. Interpretação: Da população total de almas ("sete": símbolo de totalidade) um quarto delas (três meses": Nota do intérprete: que é um quarto de um ano) está sempre em concórdia para alcançar as virtudes elevadas ("subjugar dos Alpes Apeninos"). Mas, as circunstâncias naturais, hostis, e o homem, esse guerreiro selvagem e covarde ("Ligúrio covarde") vão derrotando aquelas almas e pessoas, desmantelando o seu trabalho em súbitas ruínas.

Tradução: A gente Gaulesa e nação extravagante, Além dos montes, mortos, presos e profligados, Ao menos contrário e próximo da vindima, Pelos senhores em acordo redigidos.

Comentário: Pela menção dele nesta quadra surge a suposição de que ele calculava, em números empíricos, uma população virtuosa - em relação aos padrões evolutivos, da ordem de 25% da população total. Aparentemente, a situação não mudou.

III - XXXVIII

Interpretação: As almas mais dígnas ("gente Gaulesa") e as almas menos dígnas ("Nação extravagante") quando vão para os mundos do além ("além dos montes") muitos chegam e ficam inconscientes por longo tempo ("mortos"), outros são levados presos e prostrados. As almas menos perversas ("ao menos contrário") e mais amadurecidas moralmente ("próximo da vindima") são levadas e orientadas de acordo com as necessidades delas por espíritos veteranos ("pelos senhores") nesses mistéres e de acordo com as disciplinas pré-estabelecidas ("em acordo redigido"). Comentário: O reencarnacionista convicto fica perplexo em saber que mais ou menos 80% da população adulta do Mundo Ocidental, principalmente os descendentes dos anglo-saxões, não aceitam esta realidade. E, que os de descendência latina entendem pouco e aceitam com dúvidas.

III - XXXIX Les sept en trois mois en concorde, Pour subiuguer des Alpes Apennines, Mais la tempeste et Ligure coüarde,

III - XL Le grand theátre se viendra redresser, Les dez iettez, et les rets já tendus, Trop le premier en glaz viendra lasser, Par arc prostrais de long temps já fendus. Tradução: O grande teatro se virá reerguer, Os dados lançados e as redes já estendidas, Demasiado o primeiro em dobre de sinos para defuntos vir cansar, Por arco prostrar de longo tempo já fendidos. Interpretação: Essa tragi-comédia da vida humana ("O grande teatro") virá a se reerguer. Os planos de progresso e de evolução estão lançados em constante atividade ("Os dados lançados") e tudo está preparado para colher bons resultados do comportamento humano ("e as redes já estendidas"). O espírito e/ou o ser humano ("o primeiro") virá a cansar demasiadamente dos sofrimentos e das angústias trazidas pelo mau comportamento ("o primeiro em dobre de sinos para defuntos"). Os homens sentir-se-ão prostrados pelo ciclo ("Por arco") intermitente de lutas e sofrimentos

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Assim falou Nostradamus inglórios. Aliás, a mentalidade bárbara dos homens já está fendida há muito tempo por força do trabalho de homens e almas dotadas de dignidade ("de longo tempo já fendidos"). Comentário: "glaz" ou glas: "Dobre, toque de sinos para defuntos. Descarga, ou salva de tiros no funeral".

atividade psíquica desta preciosa máquina comportada por bilhões de pessoas, evidentemente vamos ter essa visão, do monstro hediondo, no tocante à sua atividade no lado perverso, cruel, sinistro, incivilizado... Mudando para o lado virtuoso dela vamos encontrar os prodígios científicos e tecnológicos criados pela sua inteligência mesclada à inteligência do espírito. Este espírito que é sempre missionário e promove o ESPÍRITO da Coletividade humana...

III - XLI

III - XLII

Bossu sera esleu par le conseil, Plus hideux monstre en terre n'apperceu, Le coup voulant crever l'oeil. Le traistre au Roy pour fidele receu.

L'enfant naistra à deux dents en la gorge, Pierres en Tuscie par pluy tomberont, Peu d'ans apres ne sera bied ni orge, Pour saouler ceux qui de faim failliront.

Tradução: Corcunda será eleito pelo conselho, Mais hediondo monstro na terra não apercebido, O golpe querendo vazará o olho, O traidor ao Rei por fiel recebido. Interpretação: O cérebro ("corcunda") será eleito para governante do homem - pelo Ego e pelos instintos ("conselho"). Ele é o monstro mais hediondo que atua na Terra, e suas capacidades são pouco reconhecidas e pouco compreendidas ("não apercebido"). Ele é muito passível de aceitar os golpes das sensações do instinto selvagem e de querer revidar ("golpe querendo") ofensas e sofrimentos causados por outrém e por algo, e o fará sem medir consequências, cegamente ("vazará o olho"). O espírito, ao encarnar vem na esperança de tê-lo por fiel companheiro, mas ele é traidor por natureza, e dificilmente aceita as necessárias disciplinas da boa moral. Comentário: Nesta quadra ele mostra sua concepção sobre a figura física e psíquica do cérebro em síntese poética de longo alcance, e em forma jocosa e pejorativa. Utilizou para isto sua grande experiência acadêmica e esotérica. Realmente, se apanharmos um cérebro que acaba de ser retirado de um cadáver e o observarmos atentamente, aos nossos olhos parecerá apenas uma figura corcovada, corcunda. Sua aparência é hedionda. Se tivermos a experiência que tinha Nostradamus e analisarmos a

Tradução: O infante nascerá com dois dentes na gorja, Pedras na Toscânia por chuva tombarão, Pouco de anos após não haverá trigo nem cevada, Para mitigar aqueles quem de fome desfalecerão. Interpretação: O novo tempo que se avizinha ("O infante") surgirá com dois fenômenos aterrorizantes como uma criança nascendo com dois dentes na gorja. Acontecimentos terríveis cairão sobre a Humanidade, e seus efeitos serão como contínuas chuvas de pedras a cair sobre as fecundas lavouras da Toscânia. Em poucos anos haverá grande miséria física e psíquica, e não haverão providências suficientes para socorrer as facções mais pobres de capacidades físicas e psíquicas que estarão inermes para recuperar suas capacidades. Comentário: Neste nosso século a situação mencionada está bem evidente, não é? "infante... dois dentes na gorja": dois fenômenos: violência e miséria.

III - XLIII Gens d'alentour de Tarn, Loth et Garonne, Gardez les monts Apennines passer, Vostre tombeau pres de Rome et d"Anconne, Le noir poil crespe fera tropher dresser.

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Arvedus Tradução: Gentes dos arredores de Tarn, Loth e Garonne, Guardai os montes Apeninos passar, Vossa tumba perto de Roma e de Ancona, O negro pêlo crespo fará troféu levantar.

a vida. "terra": neste caso - o corpo.

Interpretação: Gentes das três classes sociais ("Tarn, Loth e Garonne") cuidai ("guardai") de elevar as suas virtudes da alma ("os montes Apeninos passar"). Vossa vida está sempre à beira da tumba, tanto na classe mais rica ("Roma") quanto na classe menos rica ("de Ancona"). As vicissitudes e sofrimentos da vida (" negro pêlo crespo") fará vossa alma vitoriosa (" fará levantar troféu"). Comentário: "O negro pêlo crespo": metáfora figurando uma confusão sinistra, turbulência, ignorância, má fé, etc.

III - XLIV Quand l'animal à l'homme domestique, Apres grands peines et sauts viendra parler, De foudre à vierge sera si malefique, De terre prince et suspendue en l'air. Tradução: Quando o animal do homem doméstico, Após grandes penas e saltos vier falar, De raio à vara será tão maléfico, De terra presa e suspendida no ar. Interpretação: Durante o tempo em que a alma ("o animal") do homem leva para ser domesticada, após grandes penas e sucessos ("saltos") que a vieram ensinar ("vier falar"); o entrechoque nas encarnações ("de ráio à vara") será muito doloroso; tanto quando ela está presa ao corpo ("de terra presa") quanto quando ela está livre no seu mundo ("suspendida no ar"). Comentário: Caro leitor: Medita sobre este fato, ao mesmo tempo refletindo sobre o tempo dispendido para a civilização ideal da pessoa e a civilização da Coletividade humana. "O animal": a alma. "homem doméstico": processo de civilização e/ou domesticação do homem e da alma. "ráio à vara": figura da alma - raio invisível penetrando na vara; figura de corpo humano recebendo

III - XLV Les cinq estranges entrez dedans le temple, Leur sang viendra la terre profaner: Aux Tholousains sera bien dur exemple, D'un qui viendra ses loix exterminer. Tradução: Os cinco estranhos entrados dentro do templo, Seu sangue virá a terra profanar: Aos Tolusanos será bem duro exemplo, De um que virá suas leis exterminar. Interpretação: Os cinco sentidos humanos possuem uma natureza estranha para o espírito que está entronizado no cérebro ("templo"). Quando eles influem na mente espiritual ("entrados") com os seus apetites, emoções, paixões ("seu sangue") passam a profanar o que há de mais digno e sagrado no corpo humano ("terra profana"). Para os espíritos de escol é sempre dura experiência enfrentar as arremetidas dos desejos apaixonados, os quais são opositores às leis divinas que regem as sensações delicadas do espírito ("suas leis exterminar"). Comentário: Tomei "Tolusanos" por espíritos de escol baseado na história que envolve os acontecimentos importantes que deram fama à cidade de Toulouse desde a criação do Condado de Toulouse por Carlos Magno, o criador do Sagrado Império Romano; cujo Condado surgiu nos arredores do ano 780 D.C. Desde então Toulouse tem sido considerado um dos mais prósperos centros da Cultura na Europa. Creio que essa empolgação de Nostradamus em dar maior eloquência ao suave valor do espírito pela figura dos Tolusanos, liga-se, principalmente ao fato da existência da Academia des Jeux Floraux fundada em 1323, onde há um concurso anual de poesia. Os troféus entregues aos vencedores são de flores de ouro, e de prata.

III - XLVI Le ciel (de plancus la cité) nous presage,

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Assim falou Nostradamus En Mitylene ira par port et par terre.

Par clers insignes et par estoilles fixes, Que de son change subit s'approche l'aage, Ne pour son bien, ne pour ses malefices.

Tradução: O velho Monarca arrancado de seu reino, Aos Orientes seu socorro irá procurar: Por medo das cruzes dobrará seu estandarte, Em Mitylene irá por porto e por terra.

Tradução: O céu (de Plâncus a cidade) nos pressagia, Por conhecimentos, e por estrelas fixas, Que de sua mudança súbita se aproxima a idade, Nem para seu bem, nem para seus malefícios. Interpretação: O céu - em ligação com a mente do profeta ("de Plancus a cidade") pressagia para nós, através de conhecimentos notáveis e por sinais proféticos determinados ("e por estrelas fixas"), que da Terra e de sua Humanidade aproxima-se u'a mudança súbita, em virtude de chegar a uma fase final de tempo ("a idade"). Essa mudança súbita não será resultado de mérito da Coletividade Humana, e nem resultado de seus malefícios. É apenas o final de uma etapa de um imenso trabalho planejado. Comentário: "Plancus": é uma espécie de águia. Águia é símbolo esotérico de pensamento. Portanto "o céu" significa a mente divina do espírito e/ou o mundo celeste; e ("de Plancus a cidade"): a mente e/ou consciência do homem, e da alma, e do profeta. Devemos observar que as mudanças que tem havido neste século XX concordam com as Profecias, tanto no tocante ao PODER CONSTRUTIVO - quanto ao PODER DESTRUTIVO. As realizações construtivas deste século superaram as realizações obtidas nos seis mil anos que compõem a História da Humanidade. Outrossim, Plancus, Lucius Munatius foi o fundador da cidade de Lyon. Lyon: significa Leão. Leão: em sentido esotérico simboliza: o homem, o espírito humano, um poder. Portanto, por este simbolismo, também, a expressão "de Plancus a cidade" pode ser bem interpretada por consciência do espírito e/ou mente que vive na cabeça do homem. Neste caso do Profeta.

III - XLVII Le vieux Monarque deschassé de son regne, Aux Orients sons secours ira querre: Pour peur des croix ployera son enseigne,

Interpretação: (Nota: Entendo que por esta quadra Nostradamus faz uma apologia magistral de si mesmo. Explicarei melhor no comentário). Sinto-me neste instante como um velho Monarca solitário que em breve será arrancado deste Mundo. Não sei para onde irei, mas tenho certeza de que receberei o socorro de bondosos Seres orientadores ("Aos Orientes") aos quais irei procurar. Por medo de perseguição e sofrimentos ("por medo das cruzes") estou velando os sentidos dos meus escritos ("dobrará seu estandarte") os quais condensados em um livro de conteúdo filosófico, religioso, científico, sociológico e metafísico à semelhança dos renomados pensadores e poetas da Ilha de Lesbos ("em Mitylene") correrão o Mundo por mar e por terra. Comentário: "Mitylene": Ilha do Mar Egeu. Berço de cinco grandes poetas da antiguidade e do grande filósofo Theophrastus que viveu entre os anos 373 287 A.C. Quando ainda jovem foi discípulo de Aristóteles, do qual tornou-se assistente na Escola Peripatética. Após a morte de Aristóteles ele herdou sua biblioteca e tornou-se o sucessor dele na Escola por trinta e cinco anos. Foi autor de mais de 200 (duzentas) obras envolvendo a lógica, psicologia, política, retórica, física, metafísica, religião, espiritualista, etc. Sua obra mais famosa na literatura mundial é um tratado da ética, em trinta esboços, cuja coleção tem o título de "caracteres". Suas obras influenciaram grandes pensadores e escritores franceses e ingleses, principalmente nos séculos XVII e XVIII. Em Lesbos ("Mitylene") nasceu e viveu a famosa poetisa Sappho (Safo) e outros três: Terpander, Arion e Alceus. Pesquisei estes fatos e figuras coligidos na Enciclopédia Funk e Wagnalls, mas o leitor poderá encontrar nas outras grandes enciclopédias os relatos

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Arvedus mais completos que propiciam compreender melhor as intenções do pensamento de Nostradamus nesta quadra. Inclusive encontrará escrito sobre um pico mais alto da Ilha, que também tem o nome de Olimpus (Olimpo) com conotação esotérica de "Morada dos Deuses".

III - XLVIII

III - XLIX Regne Gaulois tu seras bien changé, En lieu estrange est translaté l'Empire: En autres meurs et loix seras rangé, Roan, et Chartres te feront bien du pire. Tradução: Reino Gaulês tu serás bem mudado, Em lugar estranho está transladado o império: Em outros costumes e leis serás posto em ordem, Roan e Chartres te farão bem do pior.

Sept cens captifs attachez rudement, Pour la moitié meurtrir, donné le fort: Le proche espoir viendra si promptement, Mais non si tost qu'une quinziesme mort. Tradução: Setecentos cativos encadeados rudemente, Para a metade matar, dado o forte: A próxima esperança virá tão prontamente, Mas não tão logo que uma décima quinta parte morta. Interpretação: Ainda, por setecentos anos os seres humanos ("cativos") estarão fortemente presos aos enganos e pecados ("encadeados rudemente"), a fim de dominar esses defeitos, os quais formam a metade da índole ruím do ser humano ("para a metade matar"). Considere que a outra metade a virtuosa ou boa é mais forte ("dado o forte"). Segundo a Promessa Divina profetizada amplamente a próxima melhoria virá brevemente (em relação a tempos proféticos). Mas não tão logo (Nota do intérprete: em relação ao calendário humano). Não antes que tenha passado mais quinze séculos ("décima quinta parte morta") desta data em que escrevo. No mínimo. Comentário: Segundo as profecias o começo da regeneração moral, ou melhoria da civilização, começará de modo um tanto súbito a partir do século XXI. Por esta quadra Nostradamus especifica que de 1555 a mais ou menos 2250 ainda estará praticamente dominada pela mentalidade ruím. Com boa melhoria entre o 2001 e 2250. Depois disto, e por mil anos (NOTA: Conforme as profecias do Apocalípse) haverá uma Concórdia e Paz como nunca antes tem havido...

Interpretação: Reino Humano ("Gaulês") tu serás bem mudado! O império da ordem e progresso está transladado para uma situação imprevista, estranha ("lugar estranho"). Por outros costumes e outras leis serás posto em ordem. Um movimento contínuo, poderoso, mesclado de todos os tipos de força física e mental ("Roan": Ruão - cavalo malhado) e Destinos pré-determinados ("Chartres") fará de ti passar pelo pior, mas esses males far-te-ão bem ("te farão bem do pior"). comentário: "Roan": cavalo malhado. Metáfora de Poder, mesclado pelo Bem e pelo Mal. Cavalo é símbolo de poder. Chartres": Cartas, destinos, profecias, vaticínios.

III - L La republique de la grand cité, A grand rigueur ne voudra consentir, Roy sortir hors par trompette cité, L'eschelle au mur, la cité repentir. Tradução: A república da grande cidade, A grande rigor não quererá consentir, Rei sair fora por trombeta cidade, A escada ao muro, a cidade repetir. Interpretação: A Humanidade ("república") mal acostumada com maus hábitos, regras e sistemas, com grande determinação ("a grande rigor") não quererá colaborar com as mudanças necessárias ("não quererá consentir").

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Assim falou Nostradamus Uma grande facção de idealistas ("Rei") propor-se-à a trombetear por todos os meios e modos, e por todo o Mundo, sobre as necessidades de uma nova ordem de comportamento prescrita pelos livros e homens sagrados ("Rei sair fora por trombeta cidade"). Esta movimentação será semelhante a um Arauto de Rei que subia na muralha para ler os éditos, repetidamente. Comentário: Estes fatos estão se consumando em nossos dias, bem claros, através de todos os canais de comunicação que atuam em todo o Mundo.

III - LI Paris coniure un grand meutre commettre, Blois le fera sortir en plein effect: Ceux d'Orleans voudront leurs chef remettre, Angers, Troyes, Langres, leur feront un meffait. Tradução: Páris conjura um grande massacre cometer, Blois o fará surtir em pleno efeito: Aqueles de Orleans quererão repor seu chefe, Angers, Troyes, Langres, lhes farão oposição. Interpretação: Um grande movimento mundial, conjurado, muito fará para massacrar os sistemas e costumes que desintegram a boa moral, à semelhança das ações do legendário Páris para livrar a cidade de Tróia do assédio das tropas gregas. Esse poder libertador conseguirá pleno êxito como tiveram os franceses de Blois sob o comando de Joana D'Arc. Os que venceram os inimigos usurpadores, os ingleses que haviam se apoderado de Orleans. Esses inimigos estranhos, matreiros quererão recuperar o comando ("seu chefe"). Porém, os Anjos ("Angers") e os homens ("Troyes") e todas as Instituições científicas e artisticas e governamentais e culturais ("Langres") far-lhe-ão oposição. Comentário: Estes fatos estão muito em voga em nossos dias. As pessoas, classes e Instituições que lutam e reinvidicam o direito de se liberar das disciplinas saudáveis ditadas pela Divindade vêm obtendo vitórias do mal contra o Bem desde o fim da II guerra Mundial.

A partir de 1990 estamos notando uma forte reação de um poder contrário a esse poder destrutivo, que vem minando a sociedade Humana. O movimento jovem rebelde iniciado em 1960 tem obtido grande vitórias em favor da Indisciplina, da Desobediência e do Desrespeito. Desde então a juventude passou a ser presa fácil dos traficantes de drogas, dos chefes guerrilheiros, dos chefes de bandos, dos líderes homossexuais, dos exploradores do lenocínio, etc. Porém, os poderes constituidos e as Instituições Religiosas e as profanas estão se comungando em oposição, à altura desses movimentos degenerantes. Em breve essa "Blois" alcançará as vitórias necessárias contra essa "Orleans". O mesmo está acontecendo com os poderes governamentais, os políticos, os militares, os sociais e até os religiosos... "Blois": cidade francesa que foi quartel-general de Joana D'Arc e seus comandados, de onde partiram para o assalto contra os ingleses para libertar a cidade de Orleans no ano 1429. Tomei: "Angers" por metáfora de Anjos. "Troyes" por homens (troianos heróicos". "Langres" por discursos, sermões, literatura, artes, ciências, religião, etc.

III - LII En la campagne sera si longue pluye, Et en la Poüille si grand siccité, Coq verra l'aigle, l'aisle mal accomplie, Par Lyon mise sera en extremité. Tradução: Na campanha será tão longa chuva, E na Apúlia tão grande ressecamento, Galo verá a águia, a asa mal concluída, Por Lyon posto será em extremes. Interpretação: Essa grande campanha citada nas quadras anteriores terá longa duração ("tão longa") e será muito tormentosa ("grande chuva"). E haverá grande injúria e grande miséria no seio da Humanidade ("na Apúlia tão grande ressecamento"). Os doutos, os cientistas, os pensadores ("Galo") verão que os sistemas de leis e de cultura estarão mal confeccionados e mal interpretados ("3º

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Arvedus verso"). Por sistemas de leis e de cultura mais austeros e mais saudáveis ("Lyon": Leão) serão apropriados com medidas extremas. Comentário: "Apúlia": província italiana, hoje uma região fértil e com boas jazidas minerais. A Apúlia antiga era desolada e o povo de lá era muito pobre, até boa parte dele miserável. Por isto "la Pouille": Apúlia serve por símbolo de miséria. Outrossim, semanticamente a palavra "Pouille" significa: Injúria; Grosseria; Bossalidade, pobreza mental. "Galo": Ele costuma usar o galo como símbolo para variadas coisas e pensamento. Neste caso, relacionado à águia, a figura do Galo representa o Universo cultural e científico. "Lyon": Leão: neste caso um poder real, íntegro, que ele coloca para acionar as leis e sistemas jurídicos e sociais.

III - LIII Quand le plus grand emportera le prix, De Neuremberg, l'Augsbourg, et ceux de Basle Par Agrippine chef Frankfort repris, Traverseront par Flammant iusqu'en Gale. Tradução: Quando o maior arrebatará o prêmio, De Nuremberg, d'Augsbourg, e aqueles de Basle, Por Agripina chefe Frankfort retomado, Atravessarão por Flamant até em Gale. Interpretação: (Nota: Entendo que ele está se referindo a acordos e discórdias entre líderes Protestantes em vários Concílios realizados por eles nas cidades apontadas. Concílios havidos durante a época em que Nostradamus vivia. Assim sendo, apresento a interpretação a seguir, porém, não confio na veracidade dela. Fico na expectativa de que alguém o faça melhor.) Quando o mais importante arrebatar o prêmio, os Protestantes de Nuremberg, de Augsburg, e os de Basiléia - por ambições, cobiças, traições ("por Agripina") ganharão a primazia ("chefe"). De qualquer modo a fortaleza da Verdade será reabilitada ("Frankfort retomado").

Terão discussões acaloradas ("atravessarão por "Flamant": flamejante) até às raias da ira ("até em Gale"). Comentário: Agripina (mãe do Imperador Nero) por ambicionar o trono do Império Romano envenenou o seu primeiro marido, Domitius Ahenobarbus, pai de Nero. Consta que envenenou, também, o segundo marido, para poder se casar com seu tio o Imperador Claudius, o qual adotou Nero como seu filho e herdeiro do trono. Ela envenenou, também, a Claudius, e assim Nero tornou-se Imperador do Império Romano. Agripina, então, tentou governar através de seu filho Nero, mas acabou sendo assassinada por ordem dele. Terão havido coisas semelhantes entre os líderes Protestantes? Até onde conheço, Calvino e Zwinglio apresentaram teses e dogmas bastante divergentes entre si e outros líderes Luteranos. E, por resultado dos Concílios foi havendo muitos cismas e a proliferação das seitas protestantes. De qualquer forma concordo com Nostradamus, supondo que ele está afirmando que as seitas protestantes são zelosas no sentido de manter as Verdades dos Evangelhos como guias mestras para a dignidade de seus pastores, discípulos e adeptos, não obstante suas divergências dogmáticas sectárias. Quanto ao 1º verso ("Quando o maior arrebatar o prêmio") no correr dos tempos está visível que os líderes não chegaram a um acordo formal para arregimentar uma só Igreja governada por um só Pastor, como é o caso da Igreja Católica com o seu Papa. A meu ver isto não desmereceu o valor de seus líderes e de seus póstumos. As variadas Igrejas e seitas Protestantes continuam desempenhando seu papel Evangélico com dignidade e resultados dignos de aplausos. "Gale": Sarna, ronha, gatopatia. Lendo-se a história das cidades mencionadas entende-se melhor o assunto.

III - LIV L'un des plus grands fuyra aux Espaignes Qu'en longue playe apres viendra saigner, Passant copies par les hautes montaignes, Devastant tout, et puis en paix regner.

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Assim falou Nostradamus Tradução: Um dos maiores desertará nas Espanhas, Quem em longa chaga depois virá sangrar, Passando hostes pelas altas montanhas, Devastando tudo, e depois em paz reinar.

com a pessoa imperialista; arrogante, cruel. Isto os registros históricos ensinam, e percebo que Nostradamus assim raciocinou. Mesmo porque na quadra LV a seguir ele se refere a fatos similares da França; e na LVII fatos semelhantes da Grã-Bretanha.

Interpretação: Um dos maiores impérios conseguido pelos Espanhóis será dissipado ("deserterá") da Corte Espanhola. A Espanha, após ter levado grandes desgraças a outros povos passando suas hostes além de suas fronteiras, e estas devastando tudo pelos lugares por onde iam conquistando, abriu uma chaga de ódio, por longo tempo. Porém, após ter perdido o império o seu reino ficará em paz. Comentário: A geração do Império Espanhol iniciou no ano de 1519 com a eleição do rei Carlos V ao trono do Sacro Império Romano, e o seu explendor durou até mais ou menos 1590, quando passou a declinar a partir da destruição de sua "Armada Invencível" pela Armada Inglesa. O restante a História conta e comprova este presságio de Nostradamus. Nesta quadra ele faz aparentar um simples relato. Entretanto, transparece uma segunda intenção. A meu ver, a intenção de inspirar a moral da História por meio de fatos trasnformados em alegoria. Similar ao sistema usado pelos Profetas. Todas as grandes Potências Imperialistas têm seguido uma trajetória correspondente; e também similar a trajetória de um ser humano dotado de excessiva ambição, prepotência e crueldade. Atua no binômio da luz e da sombra. Gera um explendor temporário alimentado por um negrume de desgraças assim como o explendor de uma forja alimentada pelo carvão. Tempos depois, após as tropelias, a forja torna-se anacrônica, enegrecida pelo fumo, e o tempo. Em seu regaço, cinzas. Cinzas ácidas e amargas. Cicatrizes. Porém, fundamentadas pela Vontade Justa de Deus a desgraça e a Graça são irmãs inseparáveis, na Terra. E assim sendo, as obras do sortilégio desvanecem, e as obras da sorte permanecem por longo tempo. É o que sempre sucede com os Impérios e

III - LV En l'an qu'un oeil en France regnera, La cour sera en un bien fascheux trouble Le grand de Bloys son amy tuera, Le regne mis en mal et doubte double. Tradução: No ano que um olho em França reinará, A Corte estará em um bem enfadonho tumulto, O grande de Blois seu amigo matará, O reino posto em mal e dupla incerteza. Interpretação: No ano em que um rei de um olho só reinará na França, a Corte estará em um bem enfadonho tumulto (Henrique II). O grande de Blois (Henrique III, filho de Henrique II) matará seu amigo (Duque de Guise). O reino posto em mal e dupla incerteza (pelo biunvirato dos dois Henriques, isto é, Henrique III e Henrique de Navarra). Comentário: Em 1559 o rei Henrique II teve um olho furado e morreu em pouco tempo. Foi sucedido por seu filho Henrique III. Este prosseguiu cruelmente os Huguenotes (Protestantes), e mais ou menos em 1558 mandou matar o Duque de Guise, seu amigo, e o irmão deste, o Cardeal de Lorraine. Depois disto, tendo caído em desgraça ante a França Católica ele se colocou sob a proteção do rei Henrique de Navarra, e juntos liderando um exército de Huguenotes marcharam em direção de Paris. Foi morto em agosto de 1589 por um monge fanático (Jacques Clement). Esta quadra refere-se a estes fatos.

III - LVI Montauban, Nismes, Avignon et Besier, Peste, tonnerre et gresle à fin de Mars, De Paris pont, Lyon mure, Montpellier, Depuis six cens et sept-vingt trois pars.

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Arvedus Tradução: Montaubam, Nismes, Avignon e Besier, Peste, trovão e graniso à fim de Marte, De Paris pont, Lyon muro, Montpellier, Depois seiscentos e sete-vinte três partes. Interpretação: Não tenho condições para interpretar esta quadra.

III - LVII Sept fois changer verrez gens Britannique, Taints en sang en deux cens nonante an, Franche non point par appuy Germanique, Aries doubte son pole bastarnan. Tradução: Sete vezes mudar vereis gente Britânica, Tingidas em sangue em duzentos e noventa anos, Franca não ponto por ajuda Germânica, Áries dúvida seu polo bastarniano. Interpretação: O povo Britânico terá sido originado pela miscigenação de sete tribos dos seus arredores da Europa, as quais tingiram de sangue os duzentos e noventa anos iniciais da história conhecida sobre a Inglaterra. Não há uma veracidade ("franca não ponto") concreta nos dados históricos sobre a preponderância dos saxões ("ajuda Germânica") na composição atual desse povo Britânico. Há alguma dúvida ("Áries doubte") e é provável que os ditos saxões vieram em maior escala de uma tribo originária da Polônia; da tribo dos Bastarnes )"polo bastarnan"). Comentário: Os dados históricos supõem que a raça nativa da Inglaterra era do povo do país de Gales ("Wales" em inglês"), os Goidels, cuja linguagem era de origem céltica proveniente do continente europeu. Sua origem literária inicia pelo final da Idade de Bronze. Depois é que surgiram as hordas de conquistadores bárbaros: bretões, saxões, anglos, nórdicos, pictos e romanos. Portanto, sete parcelas, principais, que se tornaram, historicamente, na raiz do povo britânico. Ao se analisar a origem dos povos através da etnogenia, etnografia e da etnologia jamais se encontrará a decantada raça nativa da Terra.

Os teosofistas das Sociedades Teosóficas alegam que as raças nativas, originais, ou raças puras, são ainda os negros da África, e os mongóis da Ásia. Que a raça branca foi originada por gente de outros planetas que aportaram aqui nas sombras imemoriais dos tempos. Os teosofistas da Ordem do Graal afirmam que não há seres humanos nativos da Terra. Que, vieram sete raças, cada uma procedente de indeterminados sete planetas. Em questão de raças, a minha conclusão é de que: se nativas, ou se extra-terrestres, há três raças originais, que são: a raça branca, a raça negra e a raça amarela e/ou mongólica. E uma última quarta raça, que são os mestiços. Duvido que haja neste dia uma única pessoa no Mundo, que não seja Mestiça. Pode haver predominância de Gens e de cromossomos, ou de brancos, ou de negros, ou de amarelos. Porém, creio que sempre se encontrará gens e cromossomos provindos de ancestrais de outras raças. Diante deste fato, o Racismo é uma imbecilidade. Principalmente, o Racismo hitleriano ou nazista. Todos nós somos mestiços, miscigenados; caldeados. Por que, para quê, o orgulho imbecil de alguém se ufanar por manifestar a aparência de branco, ou de preto, ou de mongólico? Ou de europeu, ou de americano, ou de asiático, ou de africano, não é?! ("Aries"): neste caso ele usou Aries como metáfora do pronome feminino - alguma e do adjetivo: certa. Portanto, "Aries dúvida" está dizendo: tenho alguma dúvida. Tenho certa dúvida. ("Franca não ponto"): expressão idiomática significando - veracidade duvidosa. Outrossim, Aries é o símbolo do equinócio vernal, isto é, o dia exato em que entra a primavera. Na Europa é no dia 22 de março, e é o único dia do ano que tem exatamente doze horas para o sol surgir e desaparecer e doze horas de noite. Portanto, com ("Aries doubte") ele está dizendo - "com certa dúvida, ou "com alguma dúvida". "bastarnan": dos Bastarnes: povo que habitava a região do Alto Vístula ao Danúbio desde o século II e eram de raça germânica.

III - LVIII Aupres du Rhin des montaignes Noriques Naistra um grand de gens trop tard venu,

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Assim falou Nostradamus Qui defendra Saurome et Pannoniques, Qu'on ne sçaura qu'il sera devenu. Tradução: Perto do Reno das montanhas Nóricas, Nascerá um grande de gente muito mais tarde vindo, Quem defenderá Sármatas e Panônios, Que ninguém saberá quem ele será provindo. Interpretação: Perto do rio Inn que deslisa pelas montanhas Nóricas, nascerá um homem que se tornará poderoso. Isto acontecerá no futuro distante do meu tempo ("mais tarde vindo"). Aquele homem virá para reinvindicar os territórios que pertenceram aos Sármatas e Panônios, e certamente ninguém saberá o porquê de sua destinação pré-determinada ("que ninguém saberá quem ele será provindo"). Comentário: Esta quadra traz uma profecia que se realizou neste século. E a maioria dos intérpretes que a apresentaram em seus livros acertaram, visto que o perfil de Hitler é marcante pelo local de nascimento desenhado no 1º verso e no 2º. Só não entenderam bem o 4º verso por um lapso de tradução e por desconhecer o motivo metapsíquico do surgimento de Hitler neste Mundo. Ou melhor, o ressurgimento. Entendo que raros leitores concordarão com esta minha interpretação do 4º verso, visto que o sentido oculto, subentendido, só é sensível a quem compreende os padrões e postulados da doutrina da reencarnação. E para quem os aceite sem ceticismo. Pois bem, tentarei esclarecer e comprovar: Laborando a tradução ao pé da letra e/ou literal - (qu'il será devenu") temos: quem ele será provindo. O verso 4º todo: Ninguém terá condições para saber quem ele é, nem de onde virá, nem porque virá, o que virá fazer. No 3º verso a profecia diz que ele virá com a missão ou destino de defender Sármatas e Panônios, os quais desapareceram há vários séculos através da miscigenação. Conforme aos registros históricos os Sármatas e Panônios foram os ancestrais dos Slavos. Dominaram as regiões entre o Mar Cáspio, o rio Don e o Mar de Azov e a grande planície norte do Mar Negro. E estenderam seu território do Báltico até o Mar Negro indo do Rio Vístula ao Rio Volga.

Desde o Vº século A.C. até o IVº século D.C. Entre os Sármatas estavam as tribos dos Alami, Roxolani e Jacyges. Pois bem: partindo da experiência de que cada pessoa traz em si um sentimento egoista de posse arraigado na alma, este sentimento se expande na Comunidade, no povo, na Nação, na Raça. Esse desvio, esse defeito, é perfeitamente comprovável ainda hoje em todo o Mundo à vista das atuais ocorrências sangrentas dos Bascos na Espanha dos Irlandeses, dos Escoceses, dos vários povos da Ásia, dos povos da África, do Oriente Médio, etc... Ainda agora, neste ano de 1996 estamos observando o mesmo, nas regiões dos antigos Sármatas. Isto é, nos Balcans com as sangrentas guerras entre Sérvios, Croatas, Mussulmanos, Bósnia, Slovênia. Nostradamus teve informação segura de que alguns ex-líderes humanos daqueles povos antigos (atualmente Almas líderes) acompanhadas pelas almas a eles subordinadas e com o mesmo sentimento egoista, estavam organizando um plano de reconquista dos territórios - os quais supunham (e ainda supôem) lhes foram usurpados. Plano secularmente engendrado para conseguirem a realização em época oportuna, a qual época adveio no início deste Século XX. Ao leitor inexperiente no assunto, isto parecerá obra de ficção insana. Porém, é uma realidade. Hitler e seus sequazes conseguiram encarnar na época oportuna, e conseguiram executar seus planos em comunhão com as almas líderes que permaneceram alí no chamado além: ( que não está além). E isto pode ser manifestado com veracidade, diante dos fatos. Conseguiram, justamente conquistar os territórios que pertenceram aos Sármatas. Conseguiram conquistar outras partes da Europa e África por questão de circunstâncias estratégicas, e mais por razões impostas pelos principais adversários (Franceses, Ingleses e depois Soviéticos e Americanos). E só foram derrotados por ter extrapolado o plano original, que fora preparado para recuperar o "direito" à antiga região. Hitler foi ofuscado pela glória, e insanamente sonhou em conquistar o Mundo todo, supondo estar devidamente apoiado pelos seus aliados. Pelo famigerado "Eixo Berlim, Roma, Tóquio", e por

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Arvedus Nações com ideologia socialista correspondente ao Nazismo e Fascismo do seu poder político e militar. E, considerando que: "Deus escreve direito por linhas tortas", esse poder sombrio liderado por Hitler foi suprimido. Para expor estes fatos, sumariamente, estou me apoiando, também, nos fatos que os escritores franceses, Palweis e Bergier, expõem em seu livro "O despertar dos Mágicos". Se o caro leitor fizer uma leitura atenciosa deste livro compreenderá melhor as razões que exponho inspirado na interpretação desta quadra... ("perto do Reno"): Na realidade Hitler nasceu junto do Rio Inn, que é um curso de água - quase tão importante quanto o Reno. Portanto, "perto do Reno". O Reno corre no Oeste da Alemanha, e o Inn corre para o Leste.

III - LIX

milênio tal reação arrefecerá. E que no quarto milênio tal reação voltaria a ocorrer em virtude da aproximação do Juizo Final. Nostradamus está se referindo a isso nesta quadra sob a figura do sangue com os vírus da maldade e/ou da malícia própria das mentes ainda incivilizadas. Selvagens ou bárbaras em relação aos postulados e ditames Divinos. Vírus psíquicos que imperam nas mentes humanas desde os primórdios adâmicos...

III - LX Par toute Asie grand proscription, Mesme en Mysie, Lysie et Pamphylie: Sang versera par absolution, D'un jeune noir remply de felonnie. Tradução: Por toda a Ásia grande proscrição, Mesmo em Mysie, Lysie e Pamphylie: Sangue verterá por absolvição, De um jovem negro cheio de felonia.

Barbare empire par le tiers usurpé, La plus grand part de son sang mettra à mort Por mort senile par luy le quart frappé, Pour peur que sang par le sang ne soit mort. Tradução: Bárbaro império pelo terceiro usurpado, A maior parte de seu sangue meterá à morte, Por morte senil por ele o quarto estremecido, Por medo que sangue pelo sangue não será morto. Interpretação: O império do mal será enfraquecido por artifício ("usurpado") pelos anos do terceiro milênio. A maior parte da selvageria humana ("de seu sangue") esse milênio porá à morte. Morte por anacronismo e por senilidade ("morte senil"). Por este império de selvageria ("por ele") o quarto milênio ainda será estremecido por medo instintivo de que a Civilização ("que sangue") não poderá ser destruída pela selvageria ("pelo sangue não será morto"). Comentário: Os Evangelhos e as profecias alertam que Satanás - figura do instinto destruidor, nos últimos tempos do seu reinado entrará em violenta reação contra tudo que é virtuoso, e contra todos. E o Apocalípse alerta que no final do segundo milênio haverá tal reação psíquica em cada cabeça e em todas as cabeças humanas. E que durante o terceiro

Interpretação: A Terra toda é um campo de almas degredadas as quais, de fato estão vinculadas em todas as classes sociais ("Mysie, Lysie, Pamphylie"). Até cada alma conseguir a absolvição de suas culpas sofrerá por longo tempo ("sangue verterá") devido ao instinto cheio de felonia que cada uma traz no íntimo da mente ("de um jovem negro cheio de felonia"). Nota: Creio desnecessário comentar.

III - LXI La grand bande et secte crucigere, Se dressera en Mesopotamie: Du proche fleuve compaignie legere, Que telle loy tiendra pour ennemie. Tradução: A grande banda e seita crucígera, Se erguerá na Mesopotâmia: Do próximo rio companhia ligeira, Que tal lei terá por inimiga. Interpretação: Uma seita cristã fará grande número de fiéis e se erguerá no Oriente Médio...

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Assim falou Nostradamus Para as Religiões predominantes alí ("próximo rio") tal seita é leviana, de modo que tal doutrina será tida alí por inimiga. Comentário: Fato comum que ocorre com religiões que penetram em regiões onde predomina uma outra. Assim é no Oriente Médio. Assim é no Japão, na China, na Índia para o Cristianismo, e vice-versa. Tradições e costumes milenares obstam o acesso de novas ou diferentes ideologias religiosas.

III - LXII Proche del duero par mer Cyrrene close, Viendra percer les grands monts Pyrenees: La main plus courte et sa percee glose, A Carcassonne conduira ses menees. Tradução: Próximo do barco por mar Cyrrene fechado, Virá trespassar os grandes montes Pirenees: A mão mais curta e sua aberta comunicação, A Carcassone conduzirá suas idéias secretas. Interpretação: O espírito ligado ao corpo ("barco") por inúmeros dispositivos e filamentos ("por mar Cyrrene") fica encerrado e virá a trespassar pela vida humana cheia de altos e baixos ("os grandes montes") como se alguém a trespassar os grandes montes Pireneus. O cérebro, com sua capacidade inteligente mais limitada de que a inteligência do espírito ("a mão mais curta"); dotado de faculdades abertas para a comunicação do espírito com este mundo, conduzirá as idéias secretas do espírito para todas as atividades a ser desempenhadas pelo corpo ("Carcassone"). Comentário: "Próximo do barco": literária e esotericamente o corpo humano costuma ser figurado por um pequeno barco. Mormente em poesia. "del duero": duero é o nome dado a um barco de fundo chato usado para a pesca de bacalhau. "Cyrrene": filamentos. adjetivo derivado de "Cirre" ou "Cyrre": que em botânica é o nome dado aos filamentos com os quais algumas plantas se agarram aos corpos vizinhos. Portanto, "par mer Cyrrene close" significa que o espírito fica encerrado no corpo ligado por inúmeros filamentos que têm os terminais no cérebro. Em suma, é todo o sistema nervoso, e glan-

dular, que fazem circular as energias vitais e inteligentes. As energias são enxergadas pelos clarividentes. O 2º verso tem duas idéias subentendida. A 1ª está dizendo do fato de o espírito vir de alguma camada do alto para encarnar. A 2ª representa os altos e baixos da vida humana. As alegrias e aborrecimentos. "A mão mais curta": metáfora de relação de capacidades inteligentes e ação mecânica que há entre o espírito e o corpo. As capacidades do espírito são indiscutivelmente mais amplas. "Carcassone": anagrama de carcaça ou corpo. "menées": significa: enredos; intrigas secretas; e também é o nome dado a um livro dos cristãos gregos. Portanto, pelo 4º verso ele está dizendo que o espírito conduzirá a vida corporal - pelo seu livro da vida. Isto é, de acordo com as necessidades gravadas na memória da alma reencarnante. A Bíblia fala muitas vezes do "livro da vida", o qual por má interpretação é suposto que o São Pedro possue um imenso arquivo lá no céu com um livro para cada alma e/ou pessoa, e que ele vai registrando cada passo, a cada dia de vida de cada um.

III - LXIII Romain pouvoir sera du tout à bas, Son grand voisin imiter les vestiges: Occultes haines et debats, Retarderont aux bouffons leurs folies. Tradução: Romano poder estará inteiramente posto abaixo, Seu grande vizinho imitar os vestígios: Ocultos ódios civis e debates, Retardarão aos bufões suas folias. Interpretação: A capacidade mental do Homem ("Romano poder") estará muito abaixo dos padrões morais necessários. Assim, também, estará a soma da mentalidade coletiva ("grande vizinho"), pois que os grandes desatinos da sociedade Humana têm os mesmos rótulos ou nomes da mentalidade de uma pessoa ("imitar os vestígios"). Ocultos ódios coletivos ("civis") e debates retardarão a evolução do espírito dos bufões motivado pelas suas imbecilidades e loucuras ("folias").

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Arvedus Comentário: Ele alerta para a meditação ciosa, primeiro em razão individual, depois em razão sociológica.

III - LXIV Le chef de Perse remplira grande Olchade, Classe Trirreme contre gent Mahometique, De Parthe et Mede, et piller les Cyclades, Repos long temps au grand port Ionique. Tradução: O chefe da Pérsia lotará grande nave, Classe Trirreme contra gente Maomética, De Partia e Média, e pilhar as Cíclades, Repouso longo tempo ao grande porto Jônico.

Em suma, o conceito central da quadra aponta para a má índole religiosa e para o mau comportamento dos povos, e essencialmente de cada pessoa. "Cíclade": como estas ilhas, mais de duzentas ao todo, formam um círculo, entendo que ele as coloca por figura da Terra, e da preponderância do Cristianismo em variadas regiões. Por "repouso longo tempo ao grande porto Jônico" entendo que ele está dizendo que, praticamente, não há conflito entre o universo filosófico Grego e o universo doutrinário Cristão...

III - LXV

Interpretação: A índole bárbara semelhante a do povo da Pérsia antiga ("le chef de Perse") tomará lugar nos cérebros humanos ("grande nave"). Não obstante, os princípios virtuosos do Cristianismo ("classe Trirreme") estará atuando contra os princípios rudes e fanáticos semelhantes ao comportamento das gentes fiéis à doutrina de Maomé, dos Partos e dos Médos. E o Cristianismo irá se acentuar em grande parte da esfera terrestre ("e pilhar as cíclades"). E será reposto depois de longo tempo na mentalidade do povo da Grécia ("repouso longo tempo ao grande porto Jônico") Comentário: "classe Trirreme": metáfora para Cristianismo. Baseado na Santíssima Trindade - do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; que é a essência da Doutrina Cristã. Trirreme: três forças ou poderes. "contra gente Maomética": Por má interpretação do corão os Maometanos tornaram-se inimigos ferrenhos dos Cristãos e desde o século IX suscitaram guerras sangrentas contra estes. E, também, contra os Israelitas. Como Nostradamus era israelista por nascimento e cristão por adoção, ele mostra sempre uma profunda aversão pelos Maometanos e acaba usando-os pejorativamente nas metáforas. E dá aind maior eloquência a esta alegoria juntando a eles a índole dos Partos e Medos. A crueldade, a vaidade e a má fé tornaram-se em figuras proverbiais da índole dos Partos, e a tibieza dos Médos figura a tendência humana para as rebeldias.

Quand le sepulcre du grand Romain trouvé Le iour apres sera esleu Pontife, Du Senat gueres il ne será prouvé, Empoisonné son sang au sacré scyphe. Tradução: Quando o sepulcro do grande Romano encontrado, O dia após será eleito Pontífice, Do Senado não muito ele não será dado a conhecer, Envenenado, seu sangue no sagrado cálice. Intepretação: Quando o sentido velado ("sepulcro") dos escritos do Apóstolo Paulo ("do grande Romano") é devidamente interpretado ("encontrado"), então ("o dia após") o sistema ideal de compreensão será ensinado ("será eleito Pontífice"). Com relação a todas as Verdades que estão articuladas na Bíblia ("do Senado") o que ele ensina não abrange tudo ("não muito") e do que ele fala em metáforas e alegorias, também, é difícil para ser dado a compreender devidamente ("ele não será dado a conhecer"). A essência das verdades contidas em seus textos ("seu sangue no sagrado cálice") está constantemente deturpada ("envenenados") por interpretações erradas, e até de má fé. Comentário: Realmente, verifica-se que os textos metafóricos e esotéricos do Apóstolo Paulo são difíceis de compreender. Principalmente pelo fato comum aos escritores bíblicos de ter que sintetisar os assuntos em linguagem enigmática. Sem sombra de dúvida Nostradamus, nesta quadra está se referindo aos conceitos de reencarnação dos espíritos que aparecem velados em alguns textos dele (São Paulo), com expressão de ressurreição, com

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Assim falou Nostradamus a metáfora da semente do trigo e com a alegoria de Agar e Ismael, etc. São Paulo era cidadão judeu, e cidadão romano. Pelo seu trabalho missionário recebeu do Mundo Cristão o cognome de o grande Romano, Apóstolo dos Gentios. No capítulo 15 da 1ª Epístola aos Coríntios ele fala a respeito da reencarnação e/ou ressurreição. Na realidade o espírito passa por duas mortes e por duas ressurreições. Quando nasce ou ressurge na carne ele morre para a vida espiritual. Quando a carne ou homem morre ele ressurge para a vida espiritual. Estas são também chamadas a 1ª e a 2ª morte. Para isto São Paulo oferece uma alegoria magistral no capítulo 15, versículos 35, 36 e 37 dizendo: 35: "Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?" – 36:"Insensato¡ O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer!!" – 37: "E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou outra qualquer semente." Ora, partindo da figura do trigo observamos que de uma semente germina uma planta, a qual produz uma porção de sementes. Convencionemos que de uma semente a planta gera outras vinte sementes. Se plantarmos uma semente a cada ano teremos uma planta de trigo por ano durante vinte anos. E, sucessivamente. Assim é a vida do espírito a passar por sucessivas vidas humanas. Queira ler agora, meu prezado leitor, todo o capítulo 15 da 1ª Epístola aos Coríntios e você compreenderá melhor do que São Paulo está falando e do que Nostradamus está cogitando nesta quadra. E se quizer aprimorar os seus conhecimentos a respeito, leia todas as epístolas. E, no vers. 46 ele diz: "Mas não é o primeiro o espiritual, senão o animal; depois o espiritual. Com isto ele quer dizer: o espírito é um campo inteligente sem forma. Ele começa a ter a forma humana quando encarna pela primeira vez em um corpo humano. É quando ele nasce simples e inocente - segundo é afirmado na Bíblia. Nas vidas sucessivas o espírito é sempre o mesmo. O que muda é apenas o semblante por herança sanguínea dos pais. O mesmo se dá com a pessoa. Seu semblante vai mudando de acordo com a idade que vai alcançando até a velhice...

III - LXVI Le grand Baillif d'Orleans mis à mort, Sera par un de sang vindicatif: De mort merité ne mourra que par fort, Des pieds et mains malle faisoit captif. Tradução: O grande Bailio de Orleans posto à morte, Será por um de sangue vindicativo, De morte merecida não morrerá que por sorte, Dos pés e mãos mal é posto cativo. Interpretação: O espírito justo ("Bailio de Orleans") que é o governante do corpo ("Bailio de Orleans") será posto à morte por um direito natural e por lei natural de restituição de sua liberdade ("por um de sangue vindicativo"). Não morrerá de morte merecida ("de morte merecida não morrerá") visto que por destino ("que por sorte") ele é um cativo temporário do corpo, onde não é manietado incondicionalmente ("dos pés e mãos mal é posto cativo"), e nem por injustiça, mas com o propósito de ele não sofrer corrupção pela carne. Comentário: "Bailio": ("Baillif") de Orleans: antigo magistrado provincial de Orleans. No caso é figura do espírito - como governante justo do corpo. Por lei natural é imortal. "le faisoit": do verbo faisander, cujo sentido é: deixar que prinicipie a corromper (isto relativo à caça, principalmente o faisão caçado). Não deixar a caça apodrecer. No caso, o corpo morre e começa a apodrecer, mas as ligaduras do espírito nesse momento já frágeis, tornam-se fracas e ele se desliga. Com esta palavra "faisoit" ele se liga a asseveração de São Paulo, no cap. 15 aos Coríntios de que do corpo corruptível cresce o espírito incorruptível.

III - LXVII Une nouvelle secte de philosophes, Mesprisant, mort, or, honneurs et richesses, Des monts Germains ne seront limitrophes, A les ensuyvre auront appuy et presses. Tradução: Uma nova seita de Filósofos, Desprezando morte ouro, homens e riquezas,

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Arvedus

III - LXVIII

Dos montes Germanos não serão limítrofes, Aos seguidores terão apoio e atropelos. Interpretação: Haverá um nova geração de Filósofos humildes e religiosos que desprezarão a morte, ouro, horrores e riquezas. Serão bastante diferentes dos filósofos materialistas e ateus, semelhantes a alguns Filósofos da Cultura Germânica. A Filosofia propalada por eles dará apoio moral aos seus seguidores, e, também, atropelos. Comentário: Sempre houve filósofos espiritualistas do gênero dos mencionados nesta quadra. Entendo que ele está dizendo que apareceriam em maior escala, e com maior expressão de força para galvanizar maior número de seguidores fiéis às intençoes moralistas e religiosas deles. Como espírita e espiritualista Cristão eu procuro me comportar pelas experiências mostradas e ensinadas pelos filósofos de caráter religioso do tipo apontado por Nostradamus. Com isto, se meu viver não é um mar de rosas, ao menos me fortalece para enfrentar toda a turbulência destes nossos tempos com serenidade e utilidade. As seitas teosofistas , e quando menciono seitas teosofistas quero dar a entender: todas as seitas e religiões que pautam suas doutrinas pela filosofia sagrada ou proveniente da Divindade, Providência Divina, Cristãs ou não Cristãs recebem e retransmitem as orientações filosóficas mais puras que são disseminadas pelos Mestres, sacerdotes e/ou Filósofos ligados a elas. Boa parte dos Doutores da Igreja Católica receberam e distribuiram orientações e até dogmas advindos de Mestres Teosofistas do Oriente e do Médio Oriente. Os de lá, também, o tem feito. Nos meios Espíritas Cristãos os livros de Kardec e de outros ilustres escritores estão pontilhados das variadas filosofias dos grandes filósofos e santos, além das filosofias manifestadas por espíritos luminares em linguagem candente e singela, a altura de qualquer mentalidade. Com o exposto, não tenho a intenção de fazer proselitismo sectário. Na realidade estou pugnando pela utilidade da postura eclética e ecumênica. Até mesmo para o aproveitamento do que há de bom nas filosofias dos ateus, dos céticos, dos materialistas, e dos pagãos.

Peuples sans chef d'Espaigne d'Italie, Morts, profligez dedans le Cheronese, Leur dicte trahy par legere folie, Le sang nager par tout à la traverse. Tradução: Povos sem chefe de Espanha e de Itália, Mortos, profligados dentro do Quersoneso, Sem ditame traído por ligeira loucura, O sangue nadar por tudo infelizmente. Interpretação: Povos estarão desorientados ("Povos sem chefe"), e haverão muitos mortos, e muitos corrompidos dentro de suas cabeças ("dentro do Quersoneso"). Suas consciências estarão traídas por ligeira loucura. Constantemente o sangue nadará por todos os lugares do Mundo. Infelizmente! Comentário: Ele usou Espanha e Itália como poderia usar quaisquer outros países ou cidades. Apenas para ilustrar a idéia de povos em confusão. "Cheronese", o mesmo Chersoneso ou Quersoneso. Semanticamente significa Península. No caso, representa a cabeça humana como uma península do corpo. "ditame": Está no dicionário: "o que a consciência e a razão dizem dever ser", ou "doutrina", ou ordem. "à la traverse": infelizmente; inopinadamente. Acha-se no dicionário francês/português.

III - LXIX Grand exercite conduict par iouvenceau, Se viendra rendre au mains des ennemis, Mais le veillard nay demy pourceau, Fera Chalon et Mascon estre amis. Tradução: Grande exército conduzido por jovenzinho, Se virá render às mãos dos inimigos, Mas o velhote nascido no meio porco, Fará Chalon e Mascon ser amigos. Interpretação: Toda a estrutura física e mental do homem é conduzida pelo cérebro ("jovenzinho") e virá

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Assim falou Nostradamus a render-se ao poder dos desejos, emoções e paixões ("às mãos dos inimigos"). Mas, o espírito, o qual é antigo em relação ao corpo ("o velhote") encarnado nesse meio animal ("no meio porco"), fará a Alma e o Corpo ser amigos dele nas virtudes. Comentário: "Chalon": é palavra traduzível em português para "rede grande de pescar". Esotericamente a rede tem sentido de vestimenta. A alma é o corpo, ou vestimenta do espírito. Um chale do corpo. Outrossim, "chalumean" é traduzida em português por - flauta, gaita pastoril, e âlamo; as quais são usadas em metáforas poéticas. Nestes termos, ele dá uma idéia figurada da alma, a qual esotericamente é gaiteira, isto é, faladeira apaixonada. E é uma rede que entrelaça o espírito e o corpo. Mental e sensitivamente ela se curva facilmente às emoções e paixões, similarmente ao corpo, por isto são "amigos". "Mascon": entendo que é um anagrama de mascarado e de masculino. Portanto, representando o corpo humano.

III - LXX

o Decimus Magnus Ausonius. Advogado, poeta e escritor, e eloquente orador. Foi nomeado pelo Imperador Valentiniano I por tutor do seu filho Graciano, etc... Este anagrama figura os regentes de Jaime I, primeiro Rei da Grã Bretanha de 1603 a 1625. Antes, foi declarado Rei da Escócia, por abdicação de sua mãe Maria, Rainha dos Escoceses, quando ele, Jaime, contava um ano de idade, em 1567. Então, a Escócia, foi sendo governada por regentes, nobres católicos até 1581. Em 1582 a 1589 o reino passou por um período de intrigas e velhacarias, o que Jaime I, também fomentou com a intenção de jogar nobres contra nobres e assim reduzir o poder dos nobres católicos, cujo poder foi gerado desde a sua regência. Entendo que por estes fatos Nostradamus usou esse anagrama "Ausonne" ligando a regência de Ausonius à regência dos nobres católicos Escoceses sobre Jaime I, o principal instituidor da Grã Bretanha, a qual deu início a um poder hegemônico que durou até a II Guerra (1939 a 1945). Assim, sendo, esta quadra lembra um fato histórico muito importante. Isto é, seja como for, com toda a estrepolia histórica desenvolvida pela Grã Bretanha foi produzida relevante transformação no Mundo.

III - LXXI

La grand Bretaigne comprinse d'Anglaterre, Viendra par euax si haut inonder, La ligue neuve d'Ausonne fera guerre, Que contre eux se viendront bander.

Ceux dans les isles de long temps assiegez, Prendront vigueur force contre ennemis: Ceux par dehors morts de faim profligez, En plus grand faim que iamais seront mis.

Tradução: A grande Bretanha incluído de Inglaterra, Virá por águas tão alto inundar, A liga nova de Ausonne fará guerra, Que contra si eles se virão sublevar. Interpretação: A grande Bretanha quando tornada em Grã Bretanha, incluida da Inglaterra tornar-se-á em grande potência Naval e conquistará por além mar ("virá por águas tão alto inundar"). Muitas terras. No início dessa grande potência ("a liga nova") os nobres católicos ("de Ausonne") farão guerra visto que contra o novo Rei ("contra si") eles virão fustigar sublevação. Comentário: ("Ausonne"): Anagrama de Ausonius,

Tradução: Aqueles dentro das ilhas de longo tempo sitiados, Tomarão vigor força contra inimigos: Aqueles por fora mortos de fome profligados, Em maior fome que jamais serão postos. Interpretação: Aqueles espíritos que estão encarnados a longo tempo, e já o corpo envelhecido, estarão mais sábios ("tomarão vigor") e mais experientes para sobrepujar os desejos e paixões ("contra inimigos"). Evidentemente, os desejos e paixões são sensações e sentimentos intrusos ("aqueles por fora"),

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Arvedus então vão sendo suprimidos ("mortos") e derrotados (profligados) à semelhança de combatentes a morrer de fome e sentindo a derrota em ânsia semelhante à fome. Assim sendo, para mim, a velhice é como uma fortaleza em cujo arredor os atacantes sofrem os efeitos da fome cruciante e caem exangues. Comentário: É notório que na velhice o homem perde o vigor orgânico e glandular, e de modo natural, os órgãos e glândulas que incentivam os apetites sensuais têm sua ação arrefecida. A mente, ao contrário aumenta seu potencial raciocinante, e recebe menos assédio dos desejos que o desvirtuam; dentro dos padrões morais. Nestes têrmos, o espírito e a alma são velhos na essência, e jovens na aparência. Quanto mais vivem mais jovens ficam. Ao contrário do homem, que logo envelhece na aparência.

III - LXXII Le bon viellard tout vif ensevely, Pres du grand fleuve par fausse soupçon: Le nouveau vieux de richesse ennobly, Prins à chemin tout l'or de la raçon. Tradução: O bom ancião toda vida amortalhado, Perto do grande rio por falsa suspeita: O novo velho de riqueza enobrecido, Avaliado a caminho todo o ouro do resgate. Interpretação: O espírito ("bom ancião") passa toda a vida do corpo como se este lhe seja u'a mortalha. Para a facção humana que não compreende e não aceita os padrões e conceitos da reencarnação ("perto do grande rio"), por falsa concepção ("por falsa suspeita") tais padrões e conceitos são loucas fantasias. A cada encarnação o espírito sente-se revigorado, na forma e no conteúdo ("o novo"), embora seja antigo na idade ("ancião"), e em cada uma é enobrecido pelo acúmulo de experiências recebidas. Quando deixa o corpo, pela morte deste, o espírito se apropria de todos os valores morais e/ou

éticos que valerão para fortalecer sua capacidade de se comportar com maior dignidade. A cada passo. A cada vida. Comentário: Detalhei os conceitos dele e passo a passo na interpretação quando devia fazê-lo no comentário. Estes ensinamentos são dados claramente nos meios espiritualistas, e mais singelamente pelos espíritas cristãos.

III - LXXIII Quand dans le regne parviendra le boiteux, Competiteur aura proche bastard, Luy et le regne viendront si fort roigneux, Qu'ains qu'il guerisse son faict sera bien tard. Tradução: Quando no reino chegará o coxo, Competidor terá próximo bastardo, Ele e o reino virão tão forte tinhosos, Que antes que ele venha a se livrar seu destino será bem tarde. Interpretação: Quando na vida humana ("no reino") chegará o espírito ainda com um nível baixo de perfeição ("coxo"), terá no corpo um competidor com natureza pouco lisongeira ("próximo bastardo"). Ele, e o cérebro ("reino") virão a se comportar de maneira fortemente reprovável ("tão forte tinhosos"), e de tal modo inexplicável que antes que ele venha a tomar consciência dos seus erros e tomar os devidos cuidados ("antes que ele venha a se livrar seu destino") será bem tarde. Comentário: Ele está comentando sobre o fato de o espírito ainda imperfeito, ao assumir o governo do corpo encontra uma entidade mental tão ou mais poderosa do que ele mesmo. E que de certo modo o espírito neste nível de perfeição ainda é fraco e passa a gozar dos apetites da carne, os quais muitas vezes o derrotam - no sentido de suas necessidades evolutivas para conquistar as disciplina das virtudes. Então, após a morte do corpo ele sofrerá de grandes arrependimentos, mas tais arrependimentos virão a ele tardiamente.

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Assim falou Nostradamus

III - LXXIV

Faenza: sematicamente "Favence" (faventia do latim) significa: o silêncio; a meditação religiosa. Representa a virtude religiosa da pessoa. Imola: semanticamente representa a imolação, o sacrifício. No caso desta quadra é a capacidade da pessoa em sacrificar os desejos por força da educação, da disciplina. "Nolle": anagrama da expressão jurídica "nolle prosequi", com a significação de estar relutante em processar, ou acusar no tribunal. Ou, julgar. O que usei para interpretar a idéia e o fato comum de a pessoa cuidar sempre de justificar seus erros e pecados para consolar sua própria consciência.

Naples, Florence, Favence, et Imole, Seront en termes de telle fascherie, Que pour complaire aux malhereux de Nolle, Plainct d'avoir faict à son chef moquerie. Tradução: Naples, Forence, Favence, e Imole, Estarão em termos de tal aflição e fascínio, Que para consolar aos infelizes de Nolle, Lamenta de ter feito a seu chefe zombaria. Interpretação: O homem, embalado pelas vicissitudes e pelos prazeres da vida estará em termos de tal aflição e fascínio, que para justificar a si mesmo de sua relutância em sacrificar seus gozos, o que ao fim o deixa muito infeliz, lamenta ter vivido a zombar de sua consciência ("à seu chefe"). Comentário: Na dificuldade de apresentar explicações eficientes para que o leitor que o deseje possa analisar a minha interpretação e considerá-la válida - tomei a liberdade de a redigir por sistema de interpretação livre. Para meu entendimento, e uso, ela está correta. Porém, deixará o leitor em dúvida. Por atenção, que o leitor merece, vou expor o critério que usei: Os nomes, em parte podem ser traduzidos para as cidades italianas: Napoles, Florença, Faenza, Imola, Nola. Utilizando estas cidades como metáforas elas proporcionam alguma ilustração concreta (figurativa) para o assunto que é tangível nos três versos subsequentes. Assim podemos tomar Napoles como metáfora de perigos ocasionais em razão de estar situada em área vulcânica, portanto sujeita a abalos telúricos que incidem sobre a mentalidade e costumes de seus habitantes. Do mesmo modo, os perigos e ocorrências de medo, terror e pânico incidem sobre a mente da pessoa. Nola dista a dezoito milhas de Napoles, portanto, está um tanto sujeita às mesmas circunstâncias. Florença, capital da Toscânia, representa as ciências, as artes, os artifícios. então, representa as boas qualidades construtivas do homem. Semanticamente representa a florescência do progresso.

III - LXXV Pau, Verone, Vincence, Saragousse, De glaives loing, terroirs de sang humides: Peste si grand viendra à la grand gousse, Proche secour et bien loing des remedes. Tradução: Pau, Verone, Vincence, Sarragousse, De gládios longos, terrenos de sangue humildes, Peste tão grande virá à grande vagem, Próximo socorro e bem longe os remédios. Interpretação: Os povos dos quatro cantos da Terra ainda manterão sua índole beligerante ("de gládios longos"), assim sendo os homens ("terrenos") continuarão a se empapar de sangue. Desentendimentos, violências, guerras virão sobre a Humanidade ("grande vagem") como uma peste grandemente contagiosa. O socorro ideal para cada pessoa e toda a população do Mundo está ao alcance ("próximo socorro") para realizar uma vivência digna e feliz. Alcance proporcionado por toda a gama de orientação física e psíquica provinda de Deus e/ou Providência Divina e dos homens, através, também, dos acontecimentos históricos e estóricos, das Ciências, das Religiões, das Escolas e da Tecnologia. Porém, a compreensão, o interesse e a decisão de criar juízo, etc., tardam em ser utilizados por cada um e por todos ("bem longe os remédios"). Comentário: Entendo que ele usou as quatro cidades do 1º verso para ilustrar o comportamento humano, em sentido universal. Ele poderia ter usado com maior eficiência uma cidade de cada continente para

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Arvedus representar melhor a idéia global que o 3º e 4º versos inspiram.

III - LXXVI En Germanie naistront, diverses sectes, S'approchant fort de l'heureux paganisme. Le coeur captif et petits receptes, Feront retour à payer le vray disme.

"Germânica": naturalmente é metáfora para Mundo, Terra, Humanidade,visto que tal padrão de filosofia religiosa, e profana não tem sido gerado só na Alemanha. Nesta quadra ele se refere à asseveração de Jesus quando diz pelo capítulo 5 do Evangelho de São Mateus - no versículo 26: "Em verdade vos digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil".

III - LXXVII

Tradução: Na Germânia nascerão diversas seitas, Se aproximando fortemente do feliz paganismo, O coração cativo e pequenas medicações, Farão retorno a pagar o verdadeiro dízimo...

Le tiers climat sous Aries comprins, L'an mil sept cens vingt et sept en octobre: Le Roy de Perse par ceux d'Egypte prins: Conflit, mort, perte: à la croix grand opprobre.

Interpretação: No Mundo ("na Germânia") surgirão diversas seitas religiosas e filosóficas cujos postulados abrirão as portas das licenças (NOTA DO INTÉRPRETE: ou abusos de liberdade), as quais atuarão fortemente sobre a mentalidade humana nos padrões da licenciosidade feliz promulgada pelo paganismo. As angústias ("o coração cativo") e pequenas atividades altruísticas ("pequenas medicações") proporcionará ("farão retorno") a cada pessoa, e por consequência a todas as possibilidades de remissão dos erros e pecados ("a pagar o verdadeiro dízimo"). Comentário: Todas as boas Religiões pregam a diretriz ou norma de procedimento pela qual a pessoa redime seus pecados por força do sofrimento, e por força de serviços prestados ao próximo. Tanto por caridade quanto por serviços prestados com boa vontade no cumprimento de seus deveres profissionais. Meu critério a este respeito é o seguinte: acredito que o sofrimento sensibiliza a pessoa e/ou alma levando-a a ajuizar melhor as causas e os resultados de seu comportamento na convivência humana. Entretanto, o sofrimento não redime a pessoa e/ou alma. Ajuda a redimir. O servir ajuizado ou altruista, sim, é a moeda de ouro que paga os débitos do pecado. O trabalho, o serviço, a caridade. A experiência nos mostra que o facínora contumaz sofre horrivelmente, tanto física quanto psíquicamente. Nesta situação ele não é redimido neste Mundo e nem no outro, enquanto ele não mudar sem comportamento mau para o justo.

Tradução: O terceiro clima sob Áries compreendido, O ano mil setecentos vinte e sete em Outubro: O Rei da Pérsia por aqueles do Egito preso, Conflito, morte perdida à cruz grande opróbrio. Interpretação: O terceiro ciclo de tempo a partir do ciclo de Áries, o qual (III ciclo) inicia em Outubro do ano mil e setecentos e vinte e sete, o império da violência ("o Rei da Pérsia") ligado ao império da ambição, e da magia negra e da idolatria ("por aqueles do Egito preso"), trará contínuos conflitos, hecatombes e destruições. Devido a estes acontecimentos a Cristandade sofrerá grande opróbrio. Comentário: Realmente, a partir de 1727 a História vem registrando o recrudescimento da beligerância, das hecatombes e da destuição. Pelo que entendo, ele está dizendo que esse estado de coisas continuará até o ano 3524 mais ou menos, visto que o ciclo de Áries teve a duração de mais ou menos mil e oitocentos anos. O ciclo de Peixes começou com a Era Cristã e estará terminando após mil e oitocentos anos mais ou menos. E agora o ciclo de Aquário está iniciando para terminar pelos arredores do ano 3800; pelo que Nostradamus profetiza a finalização do propalado Juízo Final.

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Assim falou Nostradamus

III - LXXVIII Le chef d'Escosse, avec six d'Allemagne, Par gens de mer Orientaux captif: Traversoront le Calpre et Espagne, Present en Perse au nouveau Roy craintif. Tradução: O chefe da Escócia, com seis da Alemanha, Por gente de mar Orientais cativo: Atravessarão o Calpre e Espanha, Presente em Pérsia ao novo Rei medroso. Interpretação: Um líder maçônico da Escócia, com seis maçons da Alemanha, protegido ("cativo") por gente da hierarquia maçônica cognominados Orientais, atravessaram de Gibraltar a Espanha onde a perseguição dos Inquisidores e potentados e truculenta nesta época ("presente na Pérsia") contra qualquer novo poder Religioso ("novo Rei") por medo de que as doutrinas divergentes afetem o Catolicismo. E, também, as facções divergentes estão temerosas como um Rei medroso. Comentário: Entendo que ele está falando de maçons pelo fato de mencionar "Orientais" no 2º verso. Os maçons, na época eram mencionados por este apelido. Tanto assim que alguns primeiros templos maçons, quando tiveram a liberdade de ser instituidos tiveram o nome de Oriente e Grande Oriente: (Grand Oriente de France) por exemplo. Por menções de Nostradamus em várias quadras a respeito dos maçons acredito que ele era adepto ou membro, razão pela qual cita este fato. Quanto aos sete citados na quadra não encontrei dados quaisquer. Creio difícil encontrar visto que na época tinham que se manter em franco segredo...

III - LXXIX

Interpretação: O plano Divino pré-determinado, fatal, sempiterno, ordenado por ciclos de tempos encadeados virá sempre realizar a evolução e o progresso do espírito, do homem, e do meio ambiente por ordem consequente. Os vícios mentais e físicos humanos correspondentes aos vícios dos Fenícios ("porto Fociano ("Phocen") serão enfraquecidos à semelhança de uma corrente que vai sendo rompida. A mente viciada pelo materialismo, paganismo, mercantilismo nocivo e belicosidade será conquistada pela força das virtudes ("a cidade tomada"). Os inimigos mentais serão passo a passo ("mais a mais") desarraigados das mentes humanas e das almas/. Comentário: Nesta quadra Nostradamus está plagiando os textos do Apocalípse referentes a alegórica "Queda da Babilônia": capítulos 17, 18 19, ao mesmo tempo em que dá ênfase à obra sempiterna que vai sendo executada pela Providência Divina em conjunto com os humanos no sentido de alcançar a evolução perfectiva da alma, do corpo, e do meio ambiente em que vive e viverá o ser humano. Outrossim, estas alegorias corroboram a crônica, também alegórica, da expulsão dos mercadores do templo por Jesus. Alegoria esta, que sob interpretação concisa representa o ideal do Cristo que é: a expulsão da índole materialista com todos os seus derivados para fora da mente humana, e da alma...

III - LXXX Du regne Anglois le digne deschassé, Le conseiller par ire mis à feu: Ses adherans iront si bas tracer, Que le bastard sera demy reçeu.

L'ordre fatal sempiternel par chaisne, Viendra tourner par ordre consequent; Du port Phocen sera rompue la chaisne, La cité prince, l'ennemy quant et quant.

Tradução: Do reino Inglês o digno expulso, O conselheiro por ira posto a fogo: Os aderentes irão tão baixo traçados, Que o bastardo será meio recebido.

Tradução: A ordem fatal sempiterna por cadeia, Virá tomar por ordem consequente : Do porto Phocen será rompida a corrente, A cidade tomada, o inimigo mais e mais.

Interpretação: De todos os segmentos da Sociedade humana em que reina a falsa nobreza ("do reino Inglês") o homem dígno é expulso. O moralista ("o conselheiro") sofre dolorosas consequências por ferir os interesses e as vaidades dos

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Arvedus falsos nobres, os quais sempre reagirão com ira violenta. Mesmo os simpatizantes do moralista ainda manterão um caráter muito fraco de nobreza, o que permite ao imoral ("que o bastardo") seja por eles justificado e aceito.

("governador da armada"). A ousadia usada para repartir as questões não resolvidas ("de seu contencioso") romperá o ponto crítico da justiça. Por estas causas: as pessoas, as comunidades, os povos estarão muito preocupados, temerosos, em pânico, muitas vezes.

Comentário: "Do reino Inglês": Entendo que ele poderia apresentar esta metáfora figurando-a por qualquer côrte européia da sua época. Creio que para dar maior expressão ele usou o reino Inglês, considerando que a austeridade e a disciplina, e as nuances de uma nobreza superior dos ingleses têm sido proverbiais. Não obstante, Shakespeare assestou suas baterias moralistas contra a côrte e nobreza, às vezes com crítica direta e às vezes indiretas como o fez no romance do "Hamlet", jogando a pecha sobre a Dinamarca, e quando por Hamlet declara: "Há algo de podre no reino da Dinamarca". A intérprete inglesa Erika Cheetham monta uma interpretação em linha histórica considerando esta quadra por profecia, sobre uma crônica de episódios ocorridos com o Rei Carlos I, entre os anos de 1600 a 1649. Realmente, tais episódios coadunam bem com os dizeres da quadra. Porém, discordo dela por entender que a intenção de Nostradamus é mais moralista do que profética. E, também, porque ele prima por oferecer conceitos de caráter de ensinamento universal, em termos de filosofia. Como explica e adverte nas cartas. Portanto, em literatura de caráter de utilidade em maior abrangência. Semelhante aos textos bíblicos...

Comentário: As situações psicológicas apontadas nesta quadra sempre existiram e estão recrudescendo em nossos tempos. Vemos a todo momento a demagogia atuando de pessoa a pessoa, no lar, nas ruas, nas empresas, na política principalmente, e nas forças militares. As guerras nascem nos lares, nos empregos, nas empresas comerciais, e explodem por força das ações políticas e militares...

III - LXXXI Le grand criard sans honte audacieux, Sera esleu gouverneur de l'armée: La hardiesse de son contentieux, Le pont rompu, cité de peur pasmee. Tradução: O grande demagogo sem vergonha audacioso, Será eleito governador da armada: A ousadia de seu contencioso, O ponto rompido, cidade de medo pasmada. Interpretação: A grande demagogia sem vergonha e audaciosa será eleita para governar os povos

III - LXXXII Freins, Antibor, Villes autour de Nice, Seront vastees fort par mer et par terre; Les saturelles terre et mer vent propice, Prins, mort, troussez, pillez, sans loy de guerre. Tradução: Freins, Antibor, vilas em torno de Nice, Serão muito devastadas por mar e por terra: Os gafanhotos terra e mar vento propício, Presos, mortos, postos a fugir, pilhados, sem lei de guerra. Interpretação: Por interesses indefinidos e paixões desenfreadas ("Freins") e por comportamento culposo, nocivo, de todos, por culpa idêntica dos contendores ("Antibor"), vilas, cidades, países, serão muito devastados por terra e mar. As circunstâncias naturais e artificiais ("vento propício") propiciarão os acontecimentos destrutivos que serão causados pelos homens, por terra e mar, os quais estarão atuando com uma predação e expoliação semelhante às nuvens de gafanhotos. Então, muitos estarão presos, muitos mortos, muitos postos a fugir, todos estarão sendo pilhados. Isto acontecerá mais e mais, em grande parte porque as leis estarão sendo aplicadas com excessiva liberdade ("sem lei de guerra"). Comentário: A função das metáforas "Freins": Freios, estes freios com o sentido figurado de: impedimentos, obstáculos e mais o sentido dado pelo verbo

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Assim falou Nostradamus "Enfreinadre": inflingir, violar, o qual em termos jurídicos tem o sentido de: inflingir a lei e por consequência ser condenado a castigo - são os agentes da quadra; a causa ou causas que acrescidas pelo predicado mostram os maus efeitos. E, "Antibor": anagrama de "Antiborie": que é o nome dado pelos antigos ao quadrante equinoxial. Então, ele utilizou a palavra (equinoxial) por metáfora. Isto é, equi = igual + noxial = culpado, danoso, prejudicial. Noxius, do latim: culpado, criminoso, nocivo, danoso, prejudicial. Nestes termos, ele está fazendo uma profecia exata deste nosso século. No que tange à excessiva liberalidade na aplicação das leis, em todos os países, o noticiário de todos os dias o mostra muito bem. Principalmente com relação ao abôrto, aos guerrilheiros, aos traficantes de drogas, traficantes da armas, sequestradores, estupradores, administradores e empresários corruptos, etc... Todos os dias estamos vendo estes maiores criminosos de nossos tempos ser anistiados em alguns países, e ainda ser guindados a lideranças políticas, e até à presidência de nação. A mortandade, as desgraças, a destruição, provocadas por estes líderes e suas hostes superam até os superlativos da injustiça. A justiça das leis está sendo subordinada pela injustiça na aplicação das leis. As Instituições atuais criadas para defender os Direitos Humanos estão atuando com mais injustiça do que justiça, e com isto estão ajudando a manietar os governantes. Defendem com unhas e dentes os criminosos que são apanhados e se esquecem dos verdadeiros Direitos Humanos das populações que são desgraçadas pela truculência, pelos ataques de surpresa, e por ação astuciosa. Em suma, aí estão algumas realidades profetizadas por Nostradamus, as quais são corroborações das profecias bíblicas...

Tradução: Os longos cabelos da Gália Céltica, Acompanhados de estranhas nações: Meterão cativo a gente Aquitânica, Para sucumbir às suas intenções. Interpretação: As tradições antigas ("os longos cabelos") da Gália Céltica constituidas por estranho misticismo religioso, primitivista; e por ciências, artes costumes, filosofia; também estranho, manterão o cérebro ou ego ("cativo") da gente Ocidental ("a gente Aquitânica") sujeitado para sucumbir às suas intenções. Comentário: Em síntese: o povo celta era semicivilizado, religiosamente misticista. Por circunstâncias registradas pela história espalhou-se pela França, Irlanda e Grã Bretanha. Mesclou seus costumes e religião com outros povos. Pelos tempos seus sacerdotes assimilaram a Doutrina Cristã, e vários deles tornaram-se bispos católicos, não obstante em forma e modo sincrético. Lendo os registros históricos a respeito deles, o que não me é possível transcrever por falta de espaço neste livro, o prezado leitor entenderá melhor o pensamento de Nostradamus nesta quadra, o qual me esforcei em interpretar com a melhor veracidade. Em suma, ele está repetindo que nossa Humanidade, ainda hoje, não teria conquistado a Civilização de fato e de direito por manter os resíduos mentais inferiores e próprios dos povos antigos da Europa. "Catif": escreveu no masculino, em discordância com o predicado "la gent Aquitanique" que escreveu no feminino. Por isto, entendo que ele se refere ao cérebro, por metáfora, como um todo... Lendo-se, também, a respeito dos lendários Cavaleiros da Távola Redonda; e a respeito dos Druídas, o pensamento dele clareia mais um pouco. Como a Aquitânia estava situada no Mundo Ocidental, entendo que ele se refere à Cultura Ocidental.

III - LXXXIII Les longs cheveus de la Gaule Celtique, Accompagnez d'estranges nations: Mettront captif la gent Aquitanique, Pour sucombre à leurs intentions.

III - LXXXIV La grand cité sera bien desolee, Des habitans un seul n'y demourra: Mur, sexe, temple, et vierge violee, Par fer, feu, peste, canon peuple mourra.

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Arvedus Tradução: A grande cidade estará bem desolada, Dos habitantes um só não estará livre disto: Muro, sexo, templo, e virgem violada, Por fogo, ferro, peste, canhão povo morrerá. Interpretação: O mundo ("A grande cidade") estará bem desolado. Nem um habitante sequer estará livre da desolação. Leis, sexo, templos e virgindade, tudo será violado. Por desespero ("fogo"); peste, sofrimentos agudos ("ferro") e por erros e pecados da alma humana ("canhão povo") o povo sucumbirá. Comentário: ("Canon"): canhão ("Canon peuple"): significa íntimo do povo. Tomando-se a expressão idiomática: "Chambre d'un canon", que segundo o dicionário H. Garnier significa: defeito na alma do canhão, a idéia fica completa como exponho na interpretação. Isto é, "canon" é metáfora de íntimo, da mesma forma que o canhão do ouvido, o canhão do nariz, etc.

III - LXXXV

Comentário: "Raubine": anagrama de raubin (arcário), hoje robin: significando - veste; casca; invólucro; homem desprezível; figura burlesca, etc. "LAUDE": com a mesma grafia e significação em português. Porém, tendo ele escrito em maíusculo ("LAUDE") mostra a intenção de que seja interpretado pelo conjunto derivado desta palavra. Portanto, laudo; laudêmio; laudes; laudismo; enfiteuse; fôro, etc., considerando-se que o espírito é proprietário e o corpo o senhorio e vice versa. ("Ego") mente conjugada - do cérebro e da alma.

III - LXXXVI Un chef d'Ausonne aux Espaignes ira, Par mer fera arrest dedans Marseille, Avant sa mort un long temps languira, Apres sa mort on vera grand merveille. Tradução: Um chefe de Ausonne às Espanhas irá, Por mar estará aresto dentro de Marselha, Antes sua morte um longo tempo languirá, Após sua morte alguém verá grande maravilha. Interpretação: O espírito, a quem eu canto um panegírico constante em prosa e versos, ("chefe, de Ausonne") quando vem reencarnar no seio da população humana ("Espanhas"), é considerado de modo chistoso pelos espíritos e pelos espiritualistas ("por mar") que, enquanto encarnado ele estará sob aresto dentro do corpo ("Marselha"). Antes de encarnar ele sentirá uma languidez por longo tempo. Mas, após a morte do corpo ele e outrém verão grande maravilha.

Par cité prinse par tromperie et fraude, Par le moyen d'un beau ieune attrapé, Assaut donné Raubine pres de LAUDE, Luy et tous morts pour avoir bien trompé. Tradução: Por cidade tomada por ilusão e fraude, Pelo meio de um belo jovem fascinado, Assalto dado Raubine perto de LAUDE, Ele e todos mortos por ter bem trombeteado. Interpretação: Quando o Ego ("cidade") é tomado por ilusão e fraude, e personalizado por belo jovem fascinado pelos valores fantasiosos da vida humana; ao ser assaltado o corpo ("Raubine") pela morte, perto do dia fatal ("de LAUDE"); o cérebro e toda a estrutura física com os seus bilhões de seres microscópicos serão mortos. Nesses momentos o Ego do jovem sente as surpresas que a morte improvisada traz, mesmo porque ele vivia a trombetear imprudentemente sem lembrar que a morte não escolhe idade.

Comentário: Nos meio espíritas e espiritualistas essas situações do espírito são fartamente conhecidas e explicadas. "Ausonne": Anagrama de Ausonius. "Ausonius": Advogado, escritor e poeta romano, nascido em Burdigala (hoje Bordeaux, na França). Viveu entre os anos de 310 e 394 D.C. Era, também, orador eloquente e foi tutor do filho do Imperador Valentiniano I. Seu filho Graciano. ("arrest"): aresto em português. Sob acórdão, decisão de um tribunal que serve de paradigna para solução de casos análogos.

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Assim falou Nostradamus No caso, tacitamente, o espírito está preso ao corpo, e ao mesmo tempo com liberdade limitada para caminhar pela vida. Após a morte sua liberdade de ação física e mental é menos limitada.

III - LXXXVII Classe Gauloise n'approche de Corsegne, Moins de Sardaigne tu t'en repentiras: Trestous mourrez frustez de l'aide grogne, Sang nagera, captif ne me croiras. Tradução: Classe Gaulesa não te aproximes de Corsenha, Menos de Sardenha tu nisto te arrependerás: Atenazados morrereis frustrados da ajuda resmungosa. Sangue nadará, cativo não me crerás. Interpretação: Meu amigo ("classe Gaulesa") não te aproximes da mulher da Córsega. E muito menos da mulher da Sardenha. Se o fizeres te arrependerás. Os que o fizerem serão atenazados vida toda, e estarão frustrados pela insistente resmungação delas. Tu sofrerás ("sangue nadará"). Porém, se estiveres cativo dos encantos de alguma delas não me acreditarás. Comentário: Teria ele passado por tais experiências? Ou apenas observou tais fatos? A sátira é interessante. Não para as corsesas e as sardenhas, não é?

semelhança de uma grande armada. Todo o poder destrutivo ("Marselha") tremerá de pavor. Todas as comunidades estarão invadidas pelos dois poderes, porém, o poder construtivo estará com a ajuda assegurada ("ajuda fechada"). (Leitor: o poder do mal ("teu traidor") será subordinado ao poder do bem, da mesma forma em que o sangue nada e seca na terra )"em terra nadará"). Comentário: A Catalunha tem sido considerada, proverbialmente, a força motriz construtiva da Espanha. É o corpo, e Barcelona é sua cabeça. Esta consideração e/ou conceito proverbial é idêntico ao do Estado de São Paulo, e da cidade de São Paulo, no Brasil. "São Paulo, locomotiva do Brasil", "capital do trabalho" e outros refrões.

III - LXXXIX En ce temps lá sera frustree Cypres, De son secours de ceux de mer Egee: Vieux trucidez, mais par mesles et lyphres Seduict par leur Roy, Royne plus outragee. Tradução: Nesse tempo lá estará frustrada Cypres, De seu socorro desses do mar Egeu: Velhos trucidados, mas por disputas e delíquios, Seduzido seu Rei, Rainha mais ultrajada. Interpretação: Nesse tempo, na Terra ("lá") a Civilização ("Cypres: ciprestes") estará frustrada, por não compreender e não aceitar o socorro que é dado pelos Celestes ("desses do mar Egeu"). Velhos conceitos e costumes ruíns trucidados; mas, por disputas e desinteresse ("delíquios") pela boa ética, o homem ("Rei") é seduzido, e a alma ("Rainha") é a mais ultrajada.

III - LXXXVIII De Barcelone par mer si grand'armee, Toute Marseille de frayeur tremblera: Isles saisies de mer ayde fermee, Ton traditeur en terre nagera. Tradução: De Barcelona por mar tão grande armada, Toda Marselha de pavor tremerá: Ilhas invadidas de mar ajuda fechada, Teu traidor em terra nadará. Interpretação: Um poder construtivo ("Barcelona" constituido pela natureza, Providência Divina, e homens , estará atuando pelo mar humano à

Comentário: "Cypres": ciprestes. Metáfora para almas e homens. Está no plural, e é o sjujeito da oração. Como a esperada civilização envolve, teosoficamente, almas e homens, eu entendo que ele colocou esta palavra no plural, em discordância, com o verbo e com o predicado. Porém, como é metáfora, e usada à guisa de carta enigmática, é evidente que o sujeito subentendido deve ser civilização, ou Povo, ou População, ou Humanidade. Como a idéia central é

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Arvedus de fundo moralista - utilizei Civilização. "Socorro desses do mar Egeu": alegoria para seres vindos do Céu, ou a Providência Divina que assiste e/ou socorre perenemente almas e homens. ("delíquios"): termo usado pelos médicos para: síncopes,desmaios.("lyphres" : "delíquios") Interpreto-o por desinteresse, visto considerálo uma espécie de desmaio ou perda de sentido em relação a idéia central do 3º e 4º versos.

III - XC Le grand Satyre et Tigre d'Hircaine, Don presenté à ceux de l'Occean: Un chef de classe ira de Carmanie: Qui prendra terre au Tyrren Phocean. Tradução: O grande Sátiro e Tigre de Hircânia, Dom presenteado a aqueles do Oceâno: Um chefe de classe surgirá da Carmânia: Quem tomará terra para o Tirreno Foceano.

conhecida por seita dos Carmacianos, que surgiu no ano de 890 D.C., nas vizinhanças de Kufa, na Mesopotâmia. Sobre os Macabeus e/ou Hircanos, a enciclopédia registra os fatos principais desde o II século antes da Era Cristã até o ano 29 antes da Era Cristã. Começa com Judas Macabeu e termina com Herodes, o Grande. Em resumo, entendo que Nostradamus quer alertar ao fato de que, por uma reflexão apurada sobre os acontecimentos históricos a pessoa pode adquirir um melhor caráter no comportamento social. E, evidentemente, o seu pensamento na quadra inspira-nos a amplas reflexões a respeito do bom e mau comportamento humano... "Tirreno Foceano": Gente materialista. Mercantilista. "Foceano": da Fócea; os Fenícios, que eram mercadores proverbiais. Metáfora com idéia de mercantilismo inescrupuloso, ganancioso, egoista.

III - XCI

Interpretação: O grande número de historiadores ("grande Sátiro") que registram os grandes acontecimentos históricos proporcionados pelos povos nos seus movimentos em prol da conquista do Bem Estar humano através de um comportamento civilizado ("Tigre de Hircânia"), é um dom presenteado pelos Céus, e/ou missão, e até melhor dizendo, é um ornamento do espírito doado a muita gente deste Mundo ("do Oceano"). Uma facção político - religiosa originada por uma seita maometana da antiga Pérsia ("Carmânia") influirá muito no comportamento materialista, e violento do Mar Humano ("Tirreno Foceano"). Comentário: Compreendo bem o extenso pensamento de Nostradamus nesta quadra, porém, tendo que sintetisar a interpretação torna-se muito difícil esclarecer devidamente. Então, ela se torna em uma trilha que pode ser melhor estendida pelo leitor que tenha o interesse de conhecer mais adequadamente. Para isto, e para o 1º e 2º versos terá que ler os quatro livros dos Macabeus, na Bíblia, os quais Macabeus são cognominados Hircanos. E no mínimo ler os resumos históricos registrados na enciclopédia sobre eles. Outrossim, ler a respeito da seita Ismaelita

L'arbe qu'estoit par long temps mort serché, Dans une nuict viendra à reverdir: Cron Roy malade, Prince pied estaché, Craint d'ennemis fera voile bondir. Tradução: A árvore que estava por longo tempo morta secada, Em uma noite virá a reverdecer: Cron Rei doente, Príncipe pé estacado, Clamando de inimigos fará véu saltar. Interpretação: A moral humana ("árvore") que tem estado por longo tempo deprimida ("morte, secada") em certa ocasião futura ("uma noite") virá a se reavivar. O cérebro ("Cron": coroa) do Homem ("Rei") terá estado doente. O Espírito subjugado aos interesses e desejos materiais do corpo ("Príncipe pé estacado") estará clamando aos Céus. E, clamando, e acionando providência em todos os sentidos porá a descoberto os motivos misteriosos ("fará véu saltar") que assediam os seres humanos; e com isto se livrará de tais inimigos. Comentário: Nostradamus repete muitas vezes pelos prismas literários. Ora fundamentando o tema sobre o indivíduo, ora sobre o Espírito (ou Alma) coletivo.

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Assim falou Nostradamus No tema desta quadra em que ele deposita o assunto sobre a Coletividade leva-nos a compreender a necessidade que a Coletividade humana tem, no sentido de utilizar todas as ciências físicas, psíquicas e metafísicas, para sanar os males e adversidades naturais e artificiais que incidem sobre os seres humanos. E, realça mais ainda a necessidade de cada pessoa, e de todas as pessoas de se devotarem com maior afinco, e cada vez maior fé ao cultivo religioso, visto que os ditames Divinos perfazem o alicerce e as vigas da evolução do Espírito, e do progresso Humano. O mal maior é o mal psíquico que avassala o cérebro e a alma. É como um resíduo venenoso misterioso, invisível, alegorizado por Satanás, Diabo, demônio, etc. O mal físico também, tem seus mistérios, ainda, porém, é mais facilmente visto e subordinado, não é?

III - XCII Le monde proche du dernier periode, Saturne encor tard sera de retour: Translat Empire devers nations Brodde, L'oeil arraché à Narbon par autour. Tradução: O mundo próximo derradeiro período, Saturno ainda tarde estará de retorno: Translato Império inclinado nações marron escuro, O olho arrancado a Narbon por açor. Interpretação: O Mundo está próximo do derradeiro período da predominância da injustiça. A Justiça, ainda que tardia, estará de volta. Há uma translação de valores inclinando as mentes ao império dos pensamentos e atitudes prejudiciais. A visão do Homem está cerceada, em relação aos padrões de justiça, como se seu olho tenha sido arrancado por um açor. Comentário: "Saturno": esotericamente significa justiça, precaução, moderação. "Brodde": em francês arcaico significa: marron, escuro. Esta quadra dá sequência a anterior.

III - XCIII Dans Avignon tout le chef de l'Empire, Fera arrest, pour Paris desolé; Tricast tiendra l'Annibalique ire, Lyon par change sera mal consolé. Tradução: Dentro de Avignon todo o chefe do Império, Fará aresto para Páris desolado: Tricasta terá a Anibálica ira, Lyon por mudança estará mal consolado. Interpretação: Dentro do corpo todo ("Avignon") cérebro ("chefe do Império") fará o aresto para o espírito ("Paris"), e este sente-se desolado. Deste modo a casta tripla estará sempre em contenda ("terá Anibálica ira"). O espírito ("Lyon": leão") sentir-se-á sempre insatisfeito ("mal consolado") pela mudança de situação - entre sua vida no Mundo espiritual e no Mundo carnal. Comentário: Nostradamus repete este assunto por muitas quadras, nas dez Centúrias, em variados prismas poéticos. "Paris": metáfora figurada pelo herói troiano. "Avignon": metáfora de corpo. Poderia ser feita por qualquer cidade, porém, Avignon foi Se papal, e expressa melhor o valor do corpo como templo do espírito. "aresto": uma espécie de contrato social. "Tricast": não encontro este vocábulo nos dicionários e enciclopédia, porém, é palavra latina e sem dúvida ele quiz dizer "três castas". Isto porque considera o ser humano composto por três entidades distintas: espírito, alma, corpo. Entrementes, o dicionário latino registra: Tricastimi, orum; significando os Tricastinos, povos da Gália Narbonesa junto ao Rio Druenza. Os quais indiscutivelmente teriam a constante divisão de classes: rica, média e pobre.

III - XCIV De cinq cens ans plus compte lon tiendra. Celuy quest'estoit l'ornement de son temps, Puis à un coup grand clarté donra, Que par ce siecle les rendra trescontans.

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Arvedus Tradução: Em quinhentos anos mais informação se terá, Aquele que era o ornamento do seu tempo: Depois de um golpe grande claridade dará; Que por esse século os deixará muito contentes.

remanescentes dos sármatas. A área era das mais pobres do Mundo, e seus habitantes eram grosseiros e ignorantes. Neste caso "Lei Mórica" representa a Lei da Reencarnação.

Interpretação: Daqui a quinhentos anos ter-se-á mais informações a respeito do que escrevo. Depois, repentinamente, este que era o ornamento de seu tempo terá grande esclarecimento. Meu trabalho, nesse século deixa-los-á muito contentes. Comentário: A intenção dele está quase clara. Creio indispensável mais comentário além da interpretação.

III - XCV La loy Moricque on verra deffaillir, Apres uns autre beaucoup plus seductive: Boristhennes premier viendra faillir, Par dons et langue une plus attractive. Tradução: A lei mórica se verá desfalecer, Após uma outra muito mais sedutora: Boristhennes primeiro virá falir, Por dons e língua u'a mais atrativa. Interpretação: O conceito e sentimento de grande perda em consequência do falecimento de alguém ("lei Mórica") ver-se-á enfraquecer, após a pessoa ter conhecimento e aceitar os fatos da reencarnação ("após uma outra muito mais sedutora") A ignorância e a má fé logo virão a falir ("3º verso") através de dons e de uma doutrina metafísica (Nota: Paranormal), bem mais atrativos. Comentário: Para o espírita cristão, e para os espiritualistas em geral, a reencarnação é fato e é lei Divina, indiscutível. À primeira vista é desagradável. Porém, mostra que a morte é um fato benfazejo. "lei Mórica": Em termos jurídicos antigos (a "Morie" em francês), portanto, lei Mórica, significava: prejuízo em consequência da morte de alguém. "Boristhennes": Borístenes. Nome antigo de parte do Rio Dnieper, na Ucrânia, cujas margens servia de refúgio a traficantes de âmbar, peles, e escravos. E é suposto que alí viviam grupos

III - XCVI Chef de Fossan aura gorge coupee, Par le ducteur du limier et levrier, Le faict patree par ceux du mont Tarpee, Saturne en Leo 13, de Fevrier. Tradução: Chefe de Fossan terá garganta cortada, Pelo condutor do sabujo e do galgo, O feito patrocinado por aqueles do monte Tarpeu, Saturno em Leo 13 de fevereiro. Interpretação: O mal, em toda a sua extensão será reprimido rigorosamemte; à semelhança de um bando de malfeitores que se refugia emuma fossa imunda e é caçado por policiais auxiliados por sabujos e galgos. E, sendo os malfeitores aprisionados o chefe terá a garganta cortada. E, as almas malfeitoras que até a ocasião determinada não tiverem a mínima capacidade de regeneração moral serão condenadas ao degredo para fora do planeta; à semelhança do que era feito pelos romanos para os criminosos e covardes, os quais eram atirados pelos despenhadeiros da Rocha Tarpéia. E, isto acontecerá no fim do grande ciclo prédeterminado: no Juizo Final, no final do signo de Aquário e início do signo de Saturno em conjunção com Leão, que por ciência astrológica e/ou astronômica é marcado em futuro dia 13 de fevereiro. Comentário: Esta quadra inspira a conhecer toda a extensão das profecias referentes ao Juizo Final. "Fossan": metáfora de fossa, fôsso, abismo, cavidade subterrânea para onde se despejam imundícies, etc. "Tarpee": Rocha Tarpéia. "Saturno em Leão": expressão esotérica e/ou Semântica determinando o reinado ("em Leão") da Justiça Social em definitivo. Ao mesmo tempo o 4º verso profetiza a época em que termina o Juizo Final, a qual Nostradamus arrisca a afirmar que será nas proximidades do ano 3800 da Era Cristã.

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Assim falou Nostradamus

III - XCVII

De reino e vida será sua grande querela.

Nouvelle loy terre neuve occuper, Vers la Syrie, Iudee et Palestine: Le grand empire barbare corruer, Avant que Phebes son siecle determine. Tradução: Nova lei terra nova ocupar, Lá pela região da Síria, Judéia e Palestina: O grande império bárbaro corroer, Antes que a Lua seu século determine. Interpretação: Uma nova mentalidade mudará os costumes lá pela região da Síria, Judéia e Palestina. Corroerá os costumes bárbaros que imperam por lá. E isto ocorrerá de modo a evitar que se eternize esse tipo de comportamento secular. Comentário: Na mitologia - Phebes é irmã de Phoebus, isto é, a Lua é irmã do Sol. Esotericamente a Lua representa a mente humana, e o Sol representa a Mente Divina. Então, nesse caso, ele está dizendo que as regras de comportamento dos povos da região citada serão transformadas. Alías, isto já vem ocorrendo, por força do progresso emtodos os sentidos, o qual permite maior entrosamento cultural e material, e é de se esperar que será conseguido também um melhor entendimento religioso, através da tolerância imprescindível. Outrossim, embora ele especifique a região, pode-se ampliar a idéia para o Mundo inteiro, visto que os defeitos morais estão incrustados em cada mente humana, em variadas proporções. Razão pela qual Jesus asseverou muitas outras coisas no sermão profético, mormente nos capítulos 25 e 26 de São Mateus.

III - XCVIII Deux royals freres si fort guerroyeront, Qu'entre eux sera la guerre si mortelle: Qu'un chacun places fortes occuperont, De regne et vie sera leur grand querelle. Tradução: Dois reais irmãos tão forte guerrearão, Que entre eles será a guerra tão mortal: Que um cada um praças fortes ocuparão,

Interpretação: Os Israelistas e os Ismaelistas são dois povos vindos da mesma realeza. e, guerrearão fortemente, de modo inusitado, com a intenção de destruir totalmente um ao outro. Cada um ocupará praças fortes, e sua grande e antiga querela consiste em fazer predominar suas tradições, seus costumes e suas religiões. Comentário: "reais irmãos": Israelistas e Ismaelistas são ambos descendentes do Patriarca Abraão. Os Israelitas são filhos do príncipe hebreu Isaac; e os Ismaelistas são filhos de Ismael, que também era príncipe por ser filho de Abraão com Agar, serva de Sarai, esposa de Abraão. No livro do Gênesis está registrada a história com detalhes, inclusive o motivo desse ódio mortal e milenar que há entre os dois povos. Ismael prometeu e orientou seus descendentes a proliferar em grande escala para terem condições de dizimar totalmente os hebreus, hoje chamados Israelenses, por nacionalidade: e Israelitas, por religião. Inclusive, quando as nações árabes (Ismaelitas) invadiram o Estado de Israel em 1947, segundo o noticiário falado e escrito da ocasião, prometeram solenemente - destruir Israel e não deixar um único Israelita vivo. Foram derrotados e a intenção odiosa não foi cumprida, Hoje, fevereiro de 1998 as lutas continuam acesas entre eles, porém observa-se que os Ismaelitas chegaram a uma compreensão mais humana e não desejam mais chegar a tal disparate. Os Israelitas, por sua vez: - se agiram desumanamente, quando eram os hebreus na antiguidade, contra os povos daquelas regiões do Oriente Médio - há séculos desistiram da intenção de destruir os seus irmãos reais, os Ismaelitas. Todas as profecias afirmam que se harmonizarão...

III - XCIX Aux champs herbeux d'Aleins et du Varneigne, Du mont Lebron proche de la Durance, Camps de deux parts conflict sera si aigre, Mesopotamie defaillira en la France. Tradução: Nos campos herbosos d'Alein e do Varneigne,

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Arvedus Do monte Lebron próximo da Durance, Campos de duas partes conflito será tão acerbo, Mesopotâmia decairá na França.

misericórdia. No futuro a inveja será enfraquecida, à semelhança de um invejoso atingido mortalmente por uma seta.

Interpretação: Estes dois povos são como campos férteis, provindos do mesmo solo do monte Hebron, e são como as duas margens do rio Durance. São dois campos de ideais conflitantes, cujos conflitos acerbos durarão por mais algum tempo. Porém, concluirão um dia que são irmãos vindos da mesma estirpe a qual é fértil como a Mesopotâmia. Depois, então, seu ódio decairá.

Comentário: dispensável.

Comentário: Considerando que Alein, Varneigne e Lebron são nomes inexistentes, portanto, metáforas tomei-os apenas por força de expressão, e considerei a quadra em sequência com a anterior e sendo fechado o tema na próxima quadra "C" sobre a inveja. Tomei "Lebron" por Le Hebron. Hebron é a mais antiga cidade da Palestina, e fica a trinta quilômetros de Jerusalem. Consta que a mesquita de El-Haram está construida ao redor do sepulcro onde jazem os restos de Abraão, Isaac, Jacob, Sara, e outros personagens bíblicos. Este sepulcro conhecido por caverna de Machepelah foi encerrado por Maometanos há seiscentos anos mais ou menos. Esta quadra e a anterior servem de alegoria para toda a Humanidade lembrando que todos nós somos filhos do mesmo PAI, que é nosso Deus, o Criador da Terra.

III - C Entre Gaulois le dernier honoré, D'homme ennemy sera victorieux: Force e terroir en moment exploré, D'un coup traict quand mourra l'envieux. Tradução: Entre Gauleses último honrado, De homem inimigo será vitorioso: Força e solo em momento explorado, De um tiro de seta quando morrerá invejoso. Interpretação: Entre os Gauleses a pessoa invejosa é a última a ser honrada. A inveja será vitoriosa inimiga do homem. Os méritos do invejoso só serão lembrados por momentos, quando a morte lhe der o golpe de

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Assim falou Nostradamus

Resumo da Centúria IV

IV - XVII - Visão do momento da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. E, despedida do encarnante...

IV - I - A respeito da precariedade na interpretação e divulgação dos Textos Sagrados... IV - II - As gerações estão destinadas ao Progresso. Missionário. Conflitos instintivos. Guerras. IV - III - Quadra a respeito da frágil evolução da mentalidade humana... IV - IV - Menções a respeito de Pensadores e Escritores desgostosos com o resultado dos seus esforços não aproveitados. Valores das Escrituras Sagradas.

IV - XVIII - Comentário sobre as situações dos espiritualistas na época dele... IV - XIX - Visão do sábio. O Bem sempre sobrepuja o mal. Relatividade dos efeitos do mal... IV - XX - Da natureza física do espírito e do mundo espiritual em relação à vida física terrena… IV - XXI - Tudo e todos estão sujeitos à eterna transformação… IV - XXII - Toda gente passa pela vida com uma enganosa sensação de imortalidade corporal...

IV - V - Luta pela vida. Medo do imprevisto...

IV - XXIII - Visão das forças da morte na decomposição do corpo. Repouso da alma...

IV - VI - O corpo morre, o espírito revive e leva as experiências...

IV - XXIV - Valores da prece.

IV - VII - Pessoas que possuem poucos conhecimentos da Vida e do viver. Gerações tristes, magras... IV - VIII - Visão alegórica a respeito da ação da morte através das microvidas predadoras...

IV - XXV - Visão do clarividente. Porque o comum das pessoas não vêem os espíritos. IV - XXVI - Pensamento caótico. O homem é traído pelos desejos dos cinco sentidos... IV - XXVII - Poder do sexo, desejos, ambições. Resgate do espírito…

IV - IX - Sequência da anterior. IV - X - Sequência das anteriores.

IV - XXVIII - Quando o Sentimento de Amor é ultrajado pelo Racionalismo:

IV - XI - Crime e castigo...

IV - XXIX - Das Ciências Ocultas e seus valores convencionados…

IV - XII - Pena de morte, e seus efeitos. IV - XIII - Falanges de delinquentes. Repressão difícil... IV - XIV - O espírito nasce ignorante e inocente. Leva milênios para conquistar a Sabedoria. IV - XV - Ao contrário do que muita gente pensa - a morte leva à vida ditosa... IV - XVI - O cérebro é cidade aberta aos males e sonhos. E, conceitos de céu e inferno.

IV - XXX - Reflexões a respeito do progresso material, e do desinteresse pelo progresso psíquico, ou espiritual. Resultados... IV - XXXI - Nesta quadra, Nostradamus mostra uma análise sumária de si mesmo e de sua obra… IV - XXXII - Reflexões sobre a concupiscência da carne e sobre a moderação… IV - XXXIII - Paz e Amor…

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Arvedus IV - XXXIV - A vida do Cristo é alegoria da evolução do ser humano…

IV - L - A Justiça reinará no seio da Humanidade. E, menções a respeito de Doutrinas vindas da Ásia.

IV - XXXV - O fogo sagrado das Doutrinas Antigas em comunhão com as doutrinas novas…

IV - LI - Nenhum Poder Religioso, ou Instituição Religiosa tem o Direito de se considerar "dono da Verdade". Dos maus resultados...

IV - XXXVI - Novos costumes e novos sistemas fora dos padrões dos Direitos e Deveres, forçarão o uso de severidade retificadora... IV - XXXVII - Evolução mental e física do homem e do espírito... IV - XXXVIII - Espírito, alma, corpo - juntos na luta pela evolução... IV - XXXIX - A Humanidade será regenerada pelo esforço contínuo da Providência Divina...

IV - LII - Homens e mulheres passam a vida obsediados por banalidades e interesses materiais não recomendáveis... IV - LIII - Noções a respeito de suicídios, e de almas inimigas em outras vidas que reencarnam em família como pais e filhos, etc... IV - LIV - Reflexões a respeito de pessoas e de Religiões que se interessam em conhecer os fatos referentes à sobrevivência e reencarnação das almas...

IV - XL - A consciência do Homem está inibida pelo materialismo...

IV - LV - Durante sete milênios as gerações terão estado a fazer a apologia do materialismo. Necessário rezar e vigiar...

IV - XLI - É penoso ver as gentes dominadas pelos desejos do sexo, e os maus resultados de suas atividades...

IV - LVI - Vitória materialista não agrada o espírito...

IV - XLII - Há sessenta séculos o Homem vive constrangido pelos desejos e ambições... IV - XLIII - Conhecimento precário dos princípios religiosos leva a dimensões perigosas; a lutas, ódios e guerras... IV - XLIV - Reflexões sobre a dificuldade que o homem encontra para aperfeiçoar o seu caráter desde Adão até o Juizo Final...

IV - LVII - Motivos das quadras terem sido escritas em poesia simbólica, etc. IV - LVIII - Maledicência. A vida humana é uma benção para o espírito... IV - LIX - Anseios do homem para alcançar a Perfeição. Um velho sonhador... IV - LX - Espírito, alma e corpo são originados do mesmo princípio universal, ou fluído puro universal, etc.

IV - XLV - Doença fatal e morte. Transformação... IV - XLVI - Mantenha tua alma livre da corrupção... IV - XLVII - Poder Oculto, suplícios, medos, sustos... IV - XLVIII - A mentalidade humana é fértil, prodigiosa. IV - XLIX - Quadra referente à máxima de Jesus: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (São João - cap 8, vers. 32).

IV - LXI - O espírito, quando encarnado sente-se ridicularizado pelo comportamento do homem. Sentirá que seu irmão (homem) está sempre pré-disposto a lhe trair, etc. IV - LXII - Astúcia e ambição... IV - LXIII - No futuro a maioria das pessoas terá maior capacidade para dominar as fraquezas. Os postulados espiritualistas têm capacidade para vencer a ignorância e a personalidade rústica dos homens...

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Assim falou Nostradamus IV - LXIV - O homem, contumaz na subversão dos valores éticos - no futuro respeitará os padrões dos Direitos e Deveres... IV - LXV - O desertor dos Mandamentos Divinos deixa sua mente abandonada, a mercê da ação do mal...

IV - LXXIX - Reflexões sobre o comportamento mental injusto, a má intenção e maus pensamentos... IV - LXXX - A mentalidade humana terá estado dividida pelo Bem e o mal, etc...

IV - LXVI - Falsidades religiosas, charlatães, etc...

IV - LXXXI - Todas as almas dos mortos são socorridas e levadas a lugares apropriados para elas nos espaços junto à Terra, etc...

IV - LXVII - Justiça e belicosidade injusta, com forças iguais em expansão. Guerras, pouca conservação, muita fustigação.

IV - LXXXII - O ser humano é escravo das paixões...

IV - LXVIII - A religiosidade espiritualista comungando com o instinto de conservação dota as pessoas com maior sentimento de comiseração, o qual é um sentimento de Amor, etc. IV - LXIX - Toda alma, sem única excessão, terá tido o Direito de alcançar o céu, ou a Perfeição espiritual. É promessa Divina. IV - LXX - U m poder oculto malicioso age no cérebro do homem, contras as virtudes, até a hora da morte... IV - LXXI - A alma paga e apaga seus pecados aos poucos. O corpo paga seus pecados à vista, ao morrer, etc.

IV - LXXXIII - O espírito quando encarnado sofre as limitações físicas e psíquicas proporcionadas pelo corpo, etc. IV - LXXXIV - Sensações e sentimentos do espírito durante a infância do corpo e quando adulto, etc. IV - LXXXV - Sequência da quadra anterior. IV - LXXXVI - Justiça, Sentimento, Inteligência serão conquistadas. Ignorância e inocência serão esvaziadas... IV - LXXXVII - Por quais motivos o espírito está obrigado à reencarnação...

IV - LXXII - Não consigo interpretar esta quadra.

IV - LXXXVIII - A respeito dos vícios mentais. Principalmente - a cobiça, e ambição...

IV - LXXIII - Para o espírito, a vida humana é uma tragi-comédia, etc.

IV - LXXXIX - A respeito do "povo eleito" após o Juizo Final, etc.

IV - LXXIV - Menções das lutas entre Protestantes e Católicos, e progresso do Protestantismo...

IV - XC - A respeito da difícil arte de conviver. Violência, desconfiança e miséria...

IV - LXXV - Responsabilidade do médico em face de um paciente com doença incurável...

IV - XCI - Duelo perene entre o corpo e o espírito pela posição de liderança durante a vida humana. O espírito é acusado de ser responsável pelas tropelias do homem, etc.

IV - LXXVI - Interesse do cérebro pelos bens e prazeres materiais, etc.

IV - XCII - Sequência do assunto da anterior. IV - LXXVII - A religiosidade prosperará e pacificará a Terra. Ecletismo ecumênico trará tolerância e respeito, sob a bandeira do Cristianismo,etc. IV - LXXVIII - Meditação de um médico após a morte de um paciente...

IV - XCIII - O poder oculto, malígno, que se esconde no cérebro como as serpentes da Medusa - será transformado em poder benigno. E menção à vinda de Jesus, conforme as profecias... IV - XCIV - O poder constituido pela ignorância e

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Arvedus pela maldade será banido da Terra, e será sobrepujado pela Sabedoria e pelo Sentimento... Menção sobre o mundo lendário de Agath. IV - XCV - Pelos três mil e setecentos anos da Era Cristã os homens e almas terão estado a criar confusão e sofrimentos na Terra. Os dignos vencerão. IV - XCVI - A Justiça austera começará a ser posta em execução quinze séculos antes do Juizo Final. IV - XCVII - As almas e homens eleitos no Juizo Final viverão felizes pelos séculos dos séculos... IV - XCVIII - O homem é levado à miserabilidade por força dos desatinos, etc. IV - XCIX - Menção sobre o forte repúdio promovido pela Igreja Católica contra os reencarnacionistas. Progresso do reencarnacionismo no Ocidente, etc. IV - C - Todos os seres humanos um dia chegarão a ver a Deus. Sem uma única excessão, etc.

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Assim falou Nostradamus

CENTÚRIA IV IV - I Cela du reste de sang non espandu, Venise quiert secours estre donné, Apres avoir bien long temps attendu, Cité livree ao premier cornet sonné. Tradução: Isso do resto de sangue não espalhado, Veneza requer socorro ser dado, Após ter bem longo tempo esperado, Cidade entregue ao primeiro toque de corneta. Interpretação: A respeito das coisas da alma, as quais vão além do conhecimento científico dos homens("Isso do resto de sangue") não tem sido divulgado como deveria ser feito. A Hierarquia Divina, ou Espiritual ("Veneza") requer que os conhecedores das ciências metafísicas as divulguem com a melhor clareza e veracidade. Pelo fato de isto não ter sido feito como sempre foi esperado ("3º verso"), cada pessoa está subordinada a seguir o primeiro charlatão que deseja se aproveitar da boa fé das pessoas ("4º verso"). Comentário: Este alerta dele profetiza um fato amplamente realizado neste fim de século XX. Desde tempos remotos os Mestres e Sacerdotes que obtiveram amplos conhecimentos das Ciências humanas, e das Ciências Metafísicas - sempre tiveram uma exagerada prudência em divulgar, de um modo que qualquer pessoa, isto é, tanto pessoas dotadas de maior capacidade mental, ou pouco dotadas, pudessem compreender. Os Profetas e outros Luminares têm mostrado e exemplificado tais conhecimentos para alguns dos seus tempos na expectativa de que tais alguns fossem ampliando grupos missionários de discípulos e iniciados a fim de suprir as classes de acordo com a mentalidade dessas classes. Para assegurar as Verdades que ensinaram, puzeram-nos por escrito em linguagem enigmática ou esotérica, na esperança que os discípulos continuassem a divulgação adequada. Muitos o tem feito, porém a maioria não

cumpriu tal esperança. Desde então surgiram a Bíblia com o Velho e Novo Testamentos, os Vedas, o Bagavad Gita, o Corão, os Testamentos de Hermes Trismegisto, de Zoroastro, do Buda, do Confúcio, e de tantos outros Luminares. Cada um teceu os ensinamentos por tradição e por escrito de acordo com a mentalidade, costumes e circunstâncias de cada região da Terra. Desta forma todos têm transmitido as mesmas verdades em formas diferentes. Porém, os pósteros não têm cumprido as expectativas. Muitos por má fé em proveito próprio, cegados pelo desejo de poder, fama e riqueza. Muitos por boa fé, porém, por falta de capacidade. Por outro lado os povos em geral têm sempre mostrado pouco interesse e dedicação. Pelo exposto e outras circunstâncias surgiram as guerras religiosas, frutos de uma imbecilidade surpreendente. Jesus profetizou tais situações quando asseverou: " Vim lançar fogo na terra; e que mais quero, se já está aceso?" )S, Lucas cap. 13 vers. 49) E, (51) "Cuidais vós que vim trazer paz `a terra? Não, vos digo, mas antes dissensão." Outrossim, Jesus ensinou com bastante simplicidade como os Evangelhos deveriam ser distribuidos. Então escolheu doze Apóstolos. E determinou que cada um formasse cinco discípulos. E cada discípulo fosse formando cinco outros. E assim sucessivamente. Por esta forma de trabalho a interpretação do sentido exotérico e esotérico da Bíblia continuaria sempre clara, pois que todos os sentidos das parábolas e alegorias que foram registrados pelos Apóstolos e escribas na época foram explicados por Jesus. Com relação ao 3º e 4º versos é bem patente o fato de a grande maioria aceitar o misticismo primitivista e o charlatanismo com maior disposição e maior credulidade do que aceitar as verdades singelas dos Evangelhos. No Mundo todo as buenas dichas, os horoscopistas medíocres e o paganismo medíocre importado da África e Ásia estão na crista da onda. O candomblé, umbanda e quimbanda, voodoo, Santeria e outros que proliferam pelas Américas com toda a potência do seu misticismo degenerante, Destas coisas é que Nostradamus alerta nesta quadra. Outrossim, com o progresso dos canais de

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Arvedus comunicação está havendo um trabalho mais fértil por parte de sacerdotes e intelectuais, em nossos dias. Porém, a maioria do povo não está se dedicando a prestar a melhor atenção. Está dando preferência a livros e programas de ficção e de violência...

IV - II

IV - III D'Arras et Bourges, de Brodes sans enseignes, Un plus grand nombre de Gascons battre à pied, Ceux du long, du Rosne saignerant les Espaignes: Proche du mont ou Sagonte s'assied. Tradução: De Arras e Bourges, de Brodes grandes insígnias, Um maior número de Gascons bater a pé, Aqueles ao longo de Rosne sangrarão les Espaignes: Próximo do monte onde Sagonte se assenta.

Par mort la France prendra voyage à faire, Classe par mer, marcher monts Pyrenees, Espaigne en trouble, marcher gent militaire: Des plus grand Dames en France emmenees. Tradução: Por morte a França empreenderá viagem a fazer, Classe por mar, marchar montes Pireneus, Espaigne em perturbação, marchar gente militar: Dos maiores Damas em França conduzidas. Interpretação: De geração em geração ("por morte") a Terra ("França") cumprirá o seu destino de progresso ("empreenderá viagem a fazer"). Almas ilustres ("classe) dotadas de grande sabedoria ("por mar") levara os povos a altos padrões culturais ("marchar montes Pireneus"). Não obstante, o povo estará subordinado aos instintos humanos ("Espaigne") a causar perturbação mental e física no meio ambiente, com os conflitos sociais, guerras, etc. ("marchar gente militar"). Apesar desta condição pouco louvável, mas praticamente natural na Terra, a qual enfim acaba colaborando no desenvolvimento; almas ("Damas") da maior estirpe ("dos maiores") serão conduzidas para reencarnar na Terra. Comentário: Sou de opinião que ao escrever esta quadra Nostradamus estava enlevado pela emoção do patriotismo, visto que estes fatos são comuns para todo e qualquer País, não a França apenas. "Espaigne": metáfora derivada do adjetivo "Epais" ou espais: espesso, condensado, compacto. E substântivo: sujo,crasso, grosso, maciço, denso Tais qualificações são muito usadas na literatura espírita e espiritualista para designar o ser humano. Isto é, corpo denso, corpo material, grosseiro, animal, besta, cavalo, boi, etc. Há autores que interpretam Espaigne por Espanha, o que não é correto para esta quadra. Espanha em francês se escreve Espagne.

Interpretação: Nota: Antes de redigir a interpretação desta quadra, achei por bem apresentar um sumário do pensamento e da intenção constante de Nostradamus. E, tomei a liberdade de fazê-lo como se fosse ele mesmo escrevendo. E procurei redigir na mais simples forma possível, como segue: "Nas duas cartas e nas 942 quadras que compõem as dez centúrias eu pretendo analisar e qualificar o ser humano dentro das realidades e fantasias, do perfeito e do imperfeito, do bem e do mal, enfim dentro dos princípios inteligentes pelos quais o ser humano é dotado em sua complexidade psíquica e física. Portanto, estarei sempre mencionando a sua atividade dirigida em parte pela inteligência sublime e em parte pela sua inteligência medíocre. Em termos filosóficos, então, classifico o ser humano com o seu caráter sublime, e com sua personalidade medíocre. E ao mesmo tempo aponto os resultados que vão sendo proporcionados de geração em geração. Ao mesmo tempo ofereço meus vaticínios ou profecias, e até mesmo algumas profecias, dotadas de força inspirativa para o leitor que deseja raciocinar e meditar com melhor profundidade. Assim pensava ao compor esta quadra." Vamos á interpretação: Os homens caminham pela vida a fora como um bando de papagaios ("de Arras"), a tagarelar com a maior vulgaridade ("Bourges"). Um pequeno número deles mostram e oferecem uma capacidade de pensar, falar e construir digna de aplausos, pois vêm incrementar e enfeitar ("de Brodes") o progresso no Mundo ("grandes insígnias"). Os fanfarrões, folgazões e incompetentes

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Assim falou Nostradamus "Gascons" proporcionam o maior número, á semelhança de um regimento de infantaria ("bater à pé"). Aqueles poucos mais dotados de capacidade mental e física, e que mourejam às margens do grande rio humano ("Rosne") educarão, disciplinarão ("sangrarão") e levarão essa maioria menos capacitada ("les Espaignes") a se valorizar, e produzir uma colaboração mais valiosa para a Comunidade Humana. Portanto, essa minoria agirá sobre a mentalidade cerebral ("próximo do monte") onde os instintos simiescos ("Sagonte") se assentam por ação dos instintos inferiores, no íntimo do cérebro ("próximo do monte"). Comentário: "De Arras": Arras é uma espécie de papagaio. Não está colocando a cidade francesa de Arras como metáfora. "Bourges": anagrama, derivado de "Bourg": burgo, com significação de vulgaridade, burguesia medíocre. "Brodes": Derivado do verbo "brodes": bordar, florear, realçar, embelezar, enfeitar. "Grandes insígnias": idéia de grandes feitos mentais e materiais. "Gascons": Gascões. Da Gasconha. Proverbialmente considerados: fanfarrões, jactanciosos, incompetentes, etc. "les Espaignes": metáfora derivada do verbo "espais" ou "epais": grosso, maciço, crasso, sujo, denso, condensado. No caso, ironizando a personalidade humana, inferior. "Rosne": rio Ródano. "Sagonte": anagrama derivado de "Sagon": símio, mico, com idéia de bando de macacos. Descendente de símios.

IV - IV L'impotent Prince faché plaincts et querelles De rapts et pillé, par coqz et par Libyques: Grand est par terre par mer infinies voilles, Seule Italie sera chassant Celtiques. Tradução: O impotente Príncipe desgostoso, queixas e querelas De raptos e pilhado, por galos e por Libyques: Grande está por terra por mar infinitas velas, Só Itália estará expulsando Célticos. Interpretação: O Pensador e/ou Escritor ("Príncipe")

sente-se desgostoso por estar impotente para evitar os mal-entendidos, as queixas e polêmicas dos leitores e dos críticos. Assim, ele sente como um pai cujos filhos (livros e idéias) foram raptados e seu esforço pilhado por alguns arrogantes ("por galos") e por outros de má fé, semelhantes aos corsários Líbicos. É grande o número de livros que estão espalhados pela Terra, semelhantes a infinito número de veleiros sobre o mar. Porém, os mais valiosos são os livros de filosofia acatados pela Escola Itálica fundada por Pitágoras; e a versão itálica da Escritura Sagrada, existente antes da correção de São Jerônimo. Estes livros ("só Itália") são bastante eficientes para expulsar o misticismo medíocre, a superstição, o paganismo do cérebro humano ("expulsando Célticos"). Nota: Com "por galos e por Líbicos" ele está falando, também, contra a vasta literatura que degrada a mentalidade humana. Literatura licenciosa, violenta, satânica, etc.

IV - V Croix paix, soubs un acomply divin verbe, L'Espaigne et Gaule seront unis ensemble: Grand Clade proche, et combat tresacerbe, Coeur si hardy ne sera qui ne tremble. Tradução: Cruz, paz, sob um realizado divino verbo, L'Espaigne e Gaule estarão unidos assembléia: Grande desgraça próximo, e combate muito acerbo, Coração tão ousado não haverá quem não trema. Interpretação: Sacrifício e paz é uma realidade natural prevista pela Onisciência Divina. O corpo e o espírito ("Gaule") estarão unidos por associação mental necessária ("unidos assembléia"). Grande desgraça estará sempre por perto dos homens, e o combate durante a vida é muito acerbo. Não haverá uma pessoa sequer, por mais ousada que seja, que não tenha medo do imprevisto. Comentário: dispensável.

IV - VI D'habits nouveaux apres faict la treuve,

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Arvedus Malice tramme et machination: Premier mourra que en fera la preuve, Couleur Venise insidiation. Tradução: De hábitos novos após feita a trégua, Malícia trama e maquinação: Primeiro morrerá quem aí fará a prova, Cor Veneza insidiação. Interpretação: Tanto o homem quanto a Humanidade ("Veneza") passam pela vida semelhantemente à cidade e a República de Veneza com suas glórias e fracassos ("Cor"). Passam constantemente por transformações físicas e psíquicas ("de hábitos novos") e quando há momentos e ocasiões de paz ("após feita a trégua") seus cérebros continuam cheios de malícia, trama e maquinações. O homem morrerá ("Primeiro morrerá") à semelhança da República de Veneza com suas glórias e fracassos e com todas as suas insídias ("Cor Veneza, insidiação"). O espírito não morrerá. Ele passará por essa vida, a fim de provar suas capacidades intrínsecas e conquistar experiências e sabedoria ("quem aí fará a prova"). E como a cidade de Veneza ("Cor Veneza") ele manterá os fulgores de suas vitórias e os vestígios de seus fracassos. Tudo ficará registrado na memória da alma em cores, sons e sentimentos como em um vídeo-tape. Comentário: O reencarnacionista experiente entenderá bem este assunto. Os demais entenderão após pesquisar e se informar.

IV - VII Le mineur fils du grand et hay Prince. De lepre aura à vingt ans grand tache, De duell sa mere mourra bien triste et mince, Et il mourra là où tombe cher lache. Tradução: Os menores filhos do grande e odiado Príncipe, De lepra terá a vinte anos grande mancha, De desgosto sua mãe morrerá bem triste e magra, E ele morrerá lá onde tomba caro frouxo.

Interpretação: As pessoas dotadas de poucos conhecimentos ("Os menores filhos") a respeito das realidades que envolvem toda a estrutura da vida, e do viver ("do grande Príncipe"), principalmente ao que se refere ao Espírito, corpo e alma; e ambiente celeste e terreno: e odeiam pesquisar, estudar, meditar; terão tido vinte séculos de ignorância e sofrimentos. Em padrões acadêmicos e religiosos, o caráter das pessoas que negligenciam a conquista dos conhecimentos, e por consequência erram muito pela vida, são como uma pessoa infectada pela lepra com as manchas aparentes, as quais manifestam a infecção insidiosa do interior. As gerações passarão ("sua mãe morrerá") sofrendo muitos desgostos por causa disso. Figuradamente, cada geração será como u'a mãe que morre triste e magra por causa dos desatinos de seus filhos. E o espírito sentir-se-á fracassado ("e ele morrerá") a cada encarnação, nas ocasiões em que seus corpos vão para a tumba. Na ocasião em que o querido e valioso corpo tomba frouxamente na sepultura ("tomba caro frouxo"). Comentário: Assunto em seguimento da quadra anterior. A idéia central envolve o homem e ao mesmo tempo a Humanidade. O espírito individual, e o espírito coletivo.

IV - VIII La grand cité d'assaut prompt et repentin, Surprins de nuict, garde interrompus: Les excubies et veilles sainct Quintin, Truicidez gardes et les pourtails rompus. Tradução: A grande cidade de assalto pronto e repentino, Surpreendidos de noite, guardas interrompidos: Os vigias e espias santo Quintin, Trucidados guardas e os portais rompidos. Intepretação: Da mesma forma que um exército avança sobre uma cidade, de surpresa, a morte chega ao homem. Todas as forças que são guardas do corpo são surpreendidas e subordinadas às forças atacantes da morte. As energias e microvidas ("os vigias") e as

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Assim falou Nostradamus amarras ("espias") que defendem o espírito e o mantém ligado ao corpo ("santo Quintin": espírito) são rompidas. Portanto, toda a guarda é trucidada e os portais rompidos. Comentário:Quadro visualizado por médium clarividente. Nostradamus era médico e vidente... As imagens usadas por ele nesta quadra são muito comuns nos meios espíritas.

IV - IX

Tradução: O chefe do campo ao meio da refrega, De um golpe de flecha será ferido nas coxas, Nesses momentos em que Geneve em lágrimas e dor Será traída por Lozan e Porteiros. Interpretação: O cérebro ("O chefe do campo") ao meio da refrega, de um golpe será ferido em suas estruturas, como alguém que recebe flechas nas coxas, e perde as forças. Nesses momentos a alma ("Geneve") em lágrimas e dor será abandonada pelo corpo ("por Lozan") e pelas forças defensivas que o animam ("Porteiros") e defendem. Comentário: "Lozan": anagrama derivado de losango, figura geométrica representando o corpo neste caso. E, em sentido figurado: estúpido, imbecil. "chefe do campo": cérebro, que é o dirigente do corpo.

Le ieune prince accusé faulsement, Mettra en troubles de camp et en querelles: Meurtry le chef pour le soustenement Sceptre apaiser: puis guerir escroüelles. Tradução: O jovem Príncipe acusado falsamente, Meterá em alvoroço o campo e em querelas:

Interpretação: O espírito ("jovem Príncipe") acusado falsamente de ser responsável pelas desgraças do homem, ao abandonar o corpo este é posto em alvoroço e em querelas ("o campo"). O corpo é como o chefe que é assassinado para que o seu superior sustente o direito de viver em maior paz ("Cetro apaziguar") e então curar as chagas proporcionadas pelas hostilidades da natureza humana em sua consciência. Comentário: "escrófulas": no caso chagas psíquicas. "jovem Príncipe": o espírito pode ser antigo em idade, mas não está sujeito á lei do envelhecimento físico.

Le chef du camp au milieu de la presse, D'un coup de fleche será blessé aux cuisses, Lors que Geneve en larmes et detresse, Sera trahie par Lozan et Souysses.

IV - X

Assassinado o chefe para sustentação Cetro apaziguar: depois curar escrófulas.

IV - XI Celuy qu'aura couvert de la grand cappe, Sera induict à quelque cas patrer: Le douze rouges viendront fouiller la nappe Soube meurtre meurtre se viendra perpetrer. Tradução: Aquele que terá coberto da grande crosta, Estará induzido a alguns casos executar: Os doze rubros virão sujar o pano do açougueiro Sob assassínio, assassínio se virá perpetrar. Interpretação: A pessoa de cabeça empedernida, desumana, estará facilmente induzida a executar crimes ("coberto de grande crosta"). Os jurados ("os doze rubros") virão condenálos à morte ("virão sujar o pano do açougueiro"). Contra o assassino, assassínio se virá perpetrar. Comentário: Em nossos tempos a pena de morte é um assunto muito mais polêmico do que no tempo dele. O que é pior? Pena de morte ou prisão perpétua ou prisão temporária? Qual delas resolve melhor? Hoje, novembro de 1996 há um milhão e cem mil detentos nos Estados Unidos. Outro tanto fora das grades por falta de espaço nos presídios. No Brasil os números são aproximados em percentagem.

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Arvedus E a delinquência prolifera dia a dia! Os malfeitores zombam da polícia e dos juizes. Descaradamente! Estou perplexo e indeciso. E você, leitor? Comentário: "grande crosta": o mesmo que "miolo duro", "cabeça dura". Pessoa ignorante, teimosa e cruel. "casos a executar": erros, pecados, crimes. "doze rubros": alegoria para doze jurados. "la nappe": o pano branco que os açougueiros estendem à porta para exporem a carne. Creio que isto era costumeiro na França, em seu tempo. "4º verso": Lei de Talião". Nesta quadra Nostradamus faz-me supor que era partidário da pena de morte. Aliás, em nossos tempos, intimamente, as pessoas desejam que as autoridades imponham a pena de morte, porém, mais por medo das consequências do pecado, isto é, por desobediência às Leis Divinas temem ser coniventes de assassinato - só em pensar. Muito menos têm coragem de colaborar na execução. De minha parte, sou contra a pena de morte. Sou de opinião de que campos de concentração em ilhas será a solução mais adequada. O custo por detento será bem econômico para os cofres públicos. Nos Estados Unidos o custo, hoje, por detento é da ordem de $3.000. No Brasil perto de $1.000. Por mês, ambos.

IV - XII Le camp plus grand de route mis en fuite, Guaires plus outre ne sera pourchassé; Ost recampé et legion reduicte, Puis hors des Gaules du tout sera chassée. Tradução: O campo maior de rota, posto em fuga, Pouco mais além não será acossado: Hoste reacampada, e legião reduzida, Depois fora das Gálias de todo será rechaçado. Interpretação: Nota: Sequência da anterior). Os choques emocionais que as execuções exemplares produzem na cabeça dos malfeitores latentes fará a maioria deles desistir das intenções criminosas. Pensarão melhor e logo deixarão de ser acossados por elas (1º e 2º versos).

Assim a hoste de malfeitores aceitará mais facilmente a regeneração ("hoste reacampada"), e a legião de criminosos será reduzida. Depois da morte ("fora das Gálias") uns e outros acabarão sendo regenerados no Mundo Espiritual ("de todo será rechaçado"). Comentário: Em contacto mediúnico com os espíritos recebi boa gama de experiências a este respeito. A maioria das almas de executados aceitam o socorro regenerador das almas socorristas em tempo relativamente curto. U'a minoria mantém-se refratária por séculos e até milênios. O mesmo ocorre com aqueles que ficaram prisioneiros por dez, vinte, cinquenta anos. A mentalidade da alma funciona identicamente - tanto encarnada quanto quando desencarnada. Isto é, meio santa aqui, meio santa lá. Meio demoníaca aqui, meio demoníaca lá. E viceversa. A necessidade de reencarnação e ressurreição intermitente é produzida pelos valores intrínsecos de cada alma, e pelo que fez ou deixou de fazer. Tanto aqui, quanto lá. De bom e de ruim. Por isto Jesus ensinou: "E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." Portanto, se a alma se apega demais às coisas materiais - ao chegar nos céus estará ligada a almas e lugares materializados e estará presa a idéias fixas semelhantemente aos loucos. Se se apegarem aos bens virtuosos, tanto psíquicos quanto físicos lá estarão ligadas a almas e lugares ditosos. E Jesus complementa pelo inverso: Se a alma se desligar dos maus costumes e maus atos na terra estará desligada de tais coisas nos céus. Se se desligar dos bons costumes e dos bons atos na terra estará desligada das mesmas coisas nos céus. Jesus não contou esta Verdade só ao Apóstolo Pedro como os sacerdotes católicos pressupõem, por interpretação inadequada. Disse a São Pedro - falando para nós. Eu e você somos a "pedra." Essa "pedra" é a minha consciência que entendeu essa Verdade. Essa "pedra" é a sua consciência que entendeu essa Verdade.

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Assim falou Nostradamus E essa Verdade é a "chave dos céus" com a qual Jesus nos presenteou. Queira ler todo o capítulo 16 de São Mateus - principalmente o versículo 19; e o capítulo 18 principalmente o versículo 18. Estou certo que então você aí verá "as chaves do reino dos céus", e poderá recebê-las se andar pelas sendas da Justiça...

IV - XIII De plus grand pertes nouvelles raportees, Le raport fait le camp s'estonnera: Bandes unies encontre revoltees, Double phalange, grand abandonnera.

proliferam em todos os segmentos da Sociedade. Ao mesmo tempo há que se considerar por "dupla falange": a falange de homens, e a falange de almas. Pois, na realidade há uma conjugação de forças e interesses recíprocos. Do mesmo modo em que há reciprocidade no trabalho construtivo entre homens e almas dignas. É bom lembrar que há certas peculiaridades físicas diferentes entre o mundo terreno e o mundo espiritual. Porém, não há diferença no que tange ao psíquico, ou mental...

IV - XIV La mort subite du premier personnage Aura changé et mis un autre au regne: Tost, tard venu à su haut et bas aage, Que terre et mer faudra que on le craigne.

Tradução: De maior perda notícias reportadas, O relatório feito o campo se espantará: Bandas unidas encontros revoltados, Dupla falange, grande abandonará. Interpretação: (Nota: Sequência das duas anteriores). Notícias alarmantes serão reportadas diariamente a respeito da violência e da delinquência, as quais produzirão grandes perdas no meio da Sociedade humana. As populações ficarão espantadas (1º e 2º versos). Duas bandas de criminosos estarão unidas na intenção de roubar e violentar as populações e haverá grandes choques entre malfeitores e os poderes instituidos para a repressão. Haverá uma falange de delinquentes expostos e uma falange de delinquentes que agem às ocultas ("dupla falange"). E o número deles em cada comunidade será tão grande, que as Autoridades não terão meios suficientes para os reprimir ("grande abandonará"). Comentário: Esta quadra tão lacônica propicia uma análise e reflexão extensa para nossos dias. As idéias centralizadas nela envolvem toda a violência e criminalidade manifestada e oculta. Isto é, toda a criminalidade dos ladrões, assassinos, traficantes, guerrilheiros, revolucionários e guerreiros (das guerras). E toda a criminalidade oculta nos bastidores: corrupções, subornos, expoliações, etc., as quais

Tradução: A morte súbita do primeiro personagem Terá mudado e posto um outro ao reino: Cedo, tarde vindo a tão alto e baixa idade, Que terra e mar precisará que se o tema. Interpretação: A morte súbita do corpo ("primeiro personagem") terá mudado e posto o espírito no seu mundo espiritual. No começo de sua vida ("cedo") o espírito é inocente e ignorante. Leva muito tempo para ele elevar suas capacidades e qualidades virtuosas ("tarde vindo a tão alto"). Porém, em relação a eternidade ele é sempre jovem ("e baixa idade"). Diante deste fato é necessário que o ser humano e a alma ("que terra e mar") o respeite e o obedeça Comentário: Isto é bem conhecido nos meios espiritualistas. "terre": neste caso é alegoria de corpo humano. "mar": alegoria de corpo da alma. São as mesmas alegorias da "besta que subiu da terra" e da "besta que subiu do mar" relatadas por São João no livro de Apocalipse, capítulo 13. O corpo humano é gerado e mantido pelos elementos orgânicos e inorgânicos da terra. O corpo da alma é gerado e mantido pelos elementos da atmosfera ("mar").

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Arvedus O espírito, no seu íntimo inteligente, não tem forma ou corpo. Seu corpo é a alma. Porém, os três são gerados por um mesmo princípio - o fluído e/ou energia pura universal, a qual revolue e evolue eternamente. Isto é, sofre transformações contínuas - acionada por uma inteligência interna e externa. Adensa, condensa, e descondensa voltando ao estado primitivo de acordo com uma ação inteligente que a engendra. Assim é que a Onisciência Divina cria o TODO no Infinito, e autoriza os Anjos, os espíritos, as almas, os homens a criar e transformar a tudo que se encontre a seu redor. Nostradamus, a este respeito escreve na carta: "Deus opera entre os homens pelo ministério dos seus Anjos."

IV - XV D'ou pensera faire venir famine, De là viendra le rassasiement: L'oeil de la mer par avare canine Pour de l'un l'autre donra huyle, froment. Tradução: De onde pensará fazer vir a fome, De lá virá a saciedade: O olho do mar por ávaro canino Para de um o outro dará azeite, o melhor trigo. Interpretação: As pessoas pensam erradamente que a morte vem trazer a desgraça ("1º verso"). Ao contrário, por ela virá a ditosidade ("2º verso"). A pessoa que possue amplos conhecimentos a respeito disto ("o olho do mar"), por força de intensa procura particular ("por ávaro canino"), estará ciente de que o espírito e o corpo estão dotados de capacidades valiosas para uma troca de benefícios, como dois famintos, que trocam um tanto de azeite de um por um tanto do melhor trigo do outro para terem o pão de cada dia. Comentário: dispensável.

IV - XVI La cité franche de liberté fait serve, Des profligez et resveurs fait Asyle: Le Roy changé à eux non si proterve,

De cent seront devenus plus de mille. Tradução: A cidade franca libertará feitio serva, Dos corrompidos e malvados e sonhadores feito Asilo: O Rei mudado a eles não tão altivo, De cem serão vindos mais de mil. Interpretação: O cérebro é como uma cidade aberta que dará possibilidade de se tornar serva dos homens corrompidos e malvados, e dos sonhadores, tornandose em uma espécie de asilo para doentes. A mesma coisa acontece com a Terra. Quando o espírito encarna tem as suas faculdades mudadas, e por sua natureza benevolente e outros fatores, não tem condições de ser altivo. Dentro do tempo de vida os defeitos e imperfeições crescem num índice de mil por cem. Comentário: "Asilo": Nesta quadra ele considera a Terra como um Asilo para doentes psíquicos. A meu ver ela é, ao mesmo tempo, um paraíso, hospital, penintenciária. Ou céu purgatório, inferno. Depende de cada pessoa: saber e poder usufruir ou não dos bens. Nos mundos espirituais há uma seleção natural proporcionada pela ajuda das Organizações Socorristas, que encaminham cada alma a lugares e ambientes que correspondem ao padrão vibratório de cada uma. Assim, as almas cruéis vão se situar com as cruéis. As virtuosas com as virtuosas, etc.

IV - XVII Changer à Beaune, Muy, Chalons et Dijon, Le duc voulant amender la Barree Marchant pres fleuve, poisson, bec de plongeon Verra la queüe: porte sera serree. Tradução: Mudar à Beaune, Muy, Chalons e Dijon, O duque querendo melhorar a Miscelânia Marchando perto do rio, peixe, bico de mergulhão Verá a cauda: porta será fechada. Interpretação: O espírito ("o duque") continua a busca pela Bem-aventurança ("mudar à Beaune"), e pela busca das Verdades da Vida ("Nuy"), despede-se de seu mundo e de seus amigos ("Chalons"), e por algum tempo ficará separado da vida espiritual

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Assim falou Nostradamus ("Dijon") que lhe é própria, com o propósito de disciplinar ("melhorar") a sua consciência ("Miscelânia"). Dotado de conhecimentos da biologia, e da faculdade de clarividência tenho experiência do que sucede nos momentos da reencarnação do espírito, e aqui transmito o que vejo, em figuras poéticas da imaginação, como se fosse o reencarnante a relatar o fato: "Sinto-me marchando junto ao rio da vida humana. Vejo o espermatozóide avançando pela torrente espermática, e tem a aparência de um peixe nadando freneticamente. Logo à frente o óvulo pronto a o engolir como se fosse o bico de um mergulhão. Por fim ele entra no óvulo e a porta se fecha cortando-lhe a cauda. Daí em diante nada mais vejo, pois já estou ligado ao germen, e a porta foi fechada, e estou turbado...". Comentário: Redigi esta interpretação em simbiose imaginativa com ele inspirado pelos dados que expressou na quadra. Não é difícil entender as metáforas visto que são derivadas de palavras que estão no dicionário. "à Beaune": metáfora derivada de "Beau": Belo, bom útil. Portanto, dentro do assunto: Bemaventurança. "Nuy": derivado de "nu": nu, a nu, a verdadeiro. "Chalons": vocábulo vindo do hebráico com o sentido de despedida com votos de paz, etc. "Dijon": derivado do latim: Dijunctio, õnis: com sentido de separação. "amender la Barree": emendar, corrigir, melhorar a Barrada. No francês arcaico "barré": barrado significa miscelânia, heterogeneo, confuso. Então Nostradamus está colocando a idéia de que a sublimação da consciência do espírito vai sendo produzida pela intermitência das reencarnações, nas quais há a mistura da consciência inocente do espírito com a consciência cerebral. O mesmo que a mistura da água com o pó - que dá o barro. Esotericamente o homem veio do pó. No 3º e 4º versos ele tece uma alegoria referente ao princípio de nascimento biológico ditado pelos meios acadêmicos.

IV - XVIII Des plus lettrez dessus les faicts celestes

Seront par Princes ignorans reprouvez: Punis d'Edict, chaussez, comme scelestes, Et mis à mort lá où seront trouvez. Tradução: Dos mais letrados sobre os fatos celestes, Serão por Príncipes ignorantes reprovados: Punidos por Édito, expulsos, como fascínoras, E postos à morte lá onde serão encontrados. Interpretação: Das pessoas que possuem maiores faculdades para conhecer a respeito das verdades espirituais, muitos serão reprovados por Dignitários religiosos e por eruditos. E, punidos publicamente, e por éditos serão excomungados. e, à guisa de fascínoras serão postos à morte onde forem encontrados. Comentário: Em todos os tempos tem havido a magia branca e a magia negra. Entendemos por magia branca: as atividades e cultos de natureza moral elevada. Por magia negra: as atividades e cultos de natureza moral degradante. A Inquisição foi instituida com a intenção de suprimir a magia negra. Contudo, segundo ele comenta nesta quadra, os Espiritualistas que pertenciam à ala da magia branca, portanto eruditos nas realidades da Reencarnação e dos fatos do Além, ou das dimensões do Espírito, eram também considerados "bruxos" pelos inquisidores. E, então eram supliciados. Atualmente, embora haja intolerância, encontra-se a compreensão, por parte do Clero e do Estado, no que se nota grande progresso da Razão. "Príncipes ignorantes": Princípios ignorantes. Potentados e intelectuais ignorantes.

IV - XIX Devant Roüan d'Insubres mis le siege, Par terre et mer enfermez les passages: D'Haynaut et Flandres, de Gand et ceux de Liége, Par dons lenees raviront les rivages. Tradução: Diante Roüan d'Insubres posto o cerco, Por terra e mar fechadas as passagens: D'Haynaut e Flandres, de Gand e aqueles de Liege, Por dons as nascidas entusiasmarão as margens. Interpretação: Para a visão inteligente do sábio

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Arvedus ("diante Roüan") o espírito com todas as suas virtudes criadoras transparece como um círculo mágico ("Roüan") cercado pela natureza pouco virtuosa do corpo ("d"Insubres"). Assim sendo, a sua ação virtuosa é muito obstada pelas emoções do corpo ("por terra") e pelas sensações da alma ("por mar"). Da mesma forma estão fechadas as passagens para o progresso moral das coletividades humanas ao se analisar suas capacidades e seus feitos virtuososo e seus feitos viciosos, destrutivos - por força do que há de odioso ("D'Haynaut") e de medíocre ("Flandres"), e de vaidoso, e vil, e desprezível ("de Liege"). Não obstante, o bem sobrepujará o mal, sempre. Grande número de almas superiores sempre terão vindo à Terra ("as nascidas") dotadas de valores prodigiosos, e por esses dons entusiasmarão a muita gente por força das ciências religiosas e todas as ciências e artes ("entusiasmarão as margens"). Comentário: Observo que Nostradamus redige as quadras enfatizando o lado negativo do Ego humano mas tem sempre o cuidado de ressalvar o lado virtuoso. Creio que sua intenção era a de chocar o leitor para incentivar à reflexão e à meditação. Baseado em minhas convicções de que a minha personalidade é dotada de forças mentais e físicas com valores proporcionalmente iguais, isto é, igualdade positiva e negativa, todas as pessoas e almas que se situam na terra e arredores estão nas mesmas condições. Pelo que sinto ao interpretá-lo, entendo que suas convicções eram iguais às minhas. Por isto procuro sempre ressalvar a impressão causada. Mesmo porque o lado negativo das coisas, tanto psíquicas quanto físicas, o que denominamos mal - possue uma natureza provisória. Ou seja: o negativo ou mal é fruto de uma atividade auxiliar do Bem, o qual é eterno. Destruir é um mal. Entretanto, destruir uma casa velha para construir uma casa nova é um bem. A destruição de Hiroshima pela bomba atômica foi um mal terrível para a população daquele tempo. Hoje Hiroshina é uma cidade moderna, linda, para orgulho do povo japonês. Não estou fazendo e não quero fazer a apologia do mal. Estou, apenas, lançando um raciocínio construtivo baseado nos fatos da natureza humana.

O que há de pior para mim, e para você: a pobreza, a doença, a morte - no fim das contas transformam-se em bens, não é? "Roüen": cidade francesa, cujo nome antigo era: "Rotomagus". Nome latino que se traduz por Roda de mágos, ou Círculo Mágico. Joana D'Arc foi sacrificada nesta cidade. E no século XVI foi saqueada pelos Protestantes. Creio que por estas três razões Nostradamus colocou Roüen por metáfora altamente expressiva nesta quadra. "Haynaut": metáfora composta por "hay": ódio e "naut": de "naute": nauta. "Flandres": metáfora derivada de "flandrim": homem muito magro (personalidade inferior, ou medíocre). "Gand": peralvilho, janota, pessoa dada ao luxo, vaidosa ("de Gandin"). "Liege": metáfora derivada de "liegeux": cortiçoso, o que dá idéia de cérebro ou mente medíocre. E derivada, também, de "lie": vil, desprezível; e também, ledo, alegre.

IV - XX Paix uberté long temps lieu loüera, Par tout son regne desert la fleur de lys: Corps morts l'eau, terre lá on apportera, Sperants vain heur d'estre lá ensevelis. Tradução: Paz, uberdade longo tempo lugar será louvado, Por todo seu reino deserto a flor-de-lis: Corpos mortos de água, terra lá a eles aportará, Esperança vã hora de ser lá sepultados. Interpretação: Por longo tempo em que o espírito ("a flor-de-lis") passa sua vida na carne ("por todo seu reino deserto") instintivamente ele terá saudade da paz e da uberdade do mundo espiritual ("lugar") que é um lugar que sempre será louvado. Lá vivem as almas que deixaram os corpos mortos, e o corpos delas são tênues como os fluídos evaporados da água ("corpos mortos de água"). Os lugares onde os espíritos e/ou almas aportarão são semelhantes aos lugares da terra ("terra lá a eles aportará"), embora compostos de natureza sutil, em relação à matéria densa da Terra. É uma idéia errada ("Esperança vã") alguém

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Assim falou Nostradamus supor que a vida das pessoas será extinta na ocasião em que os seus corpos forem sepultados. Comentário: "a flor-de-lis": alegoria de pureza explendor, beleza, próprias de espírito.

IV - XXI Le changement sera fort difficile, Cité, province au change gain fera: Coeur haut, prudent, mis, chassé luy habile, Mer terre peuple son estat changera.

corpo, a qual será rechassada pela multidão da morte, dentro de um momento torna-se necessário para o bem do espírito ("Rei"). Aquela sensação que o homem tem de uma vida longa, de imortal ("a fé prometida de longe") será falseada. Diante da realidade ("nu") ele se verá em desordem lastimável, desde a agonia até à tumba. Comentário: dispensável.

IV - XXIII

Tradução: A mudança será muito difícil, Cidade província ao que muda ganho fará: Coração alto, prudente posto, afastado ele hábil, Mar terra povo seu estado mudará.

La legion dans la marine classe, Calcine, Magnes soulphre, et poix bruslera: Le long, repos de l'assuree place, Port Selin, Hercle feu les consumera.

Interpretação: A mudança será muito difícil, muito trabalhosa. Ao que muda a sua consciência para o melhor comportamento, é evidente que só terá a ganhar em termos de felicidade. O homem ou alma de caráter digno, honorável, vivendo com prudência, estará habilmente afastado dos males. Todos os seres e coisas terão seu estado mudado. Comentário: Em suma: Todos os seres e todas as coisas que existem no espaço e no tempo estarão eternamente sujeitos à mutação. Como disse Lavoisier: "Nada se cria e nada se perde. Tudo se transforma."

IV - XXII La grand copie qui sera deschassee, Dans un moment fera besoing au Roy, La foy promise de loing sera faussee, Nud se verra en piteux desarroy. Tradução: A grande multidão quem será rechassada, Dentro de um momento fará necessário ao Rei, A Fé prometida de longe será falseada, Nu se verá em lastimável desordem. Interpretação: A grande multidão de microvidas do

Tradução: A legião dentro da marina classe, Calcina, Magnes enxofre, e paz queimará" O longo repouso da assegurada praça, Porto Selyn, Hercules fogo os consumirá. Interpretação: A imensa legião de microvidas predadoras avançam por todo o sistema da circulação sanguínea ("dentro da marinha classe"), ao mesmo tempo em que as energias põem-se a calcinar os componentes químicos do corpo (magnes enxofre:), e forças magnéticas, também, entram em ação queimando carnes e gorduras como o fogo queima o breu ("pez queimará"). O longo repouso da alma ("praça") agora afastada está assegurado. Fogo hercúleo ("Hércules fogo") consumirá todos os componentes orgânicos do corpo ("Porto Selyn"). Comentário: "Calcina": do verbo "calciner": calcinação, reduzir a pó. "Magnes": metáfora comprendendo todos os componentes químicos e elementos magnéticos. E enxofre. "pez": breu, betuminosos, alcatrão, etc. "Hercules fogo": fogo grego, e possante, hercúleo. "Porto Selyn": antiga Selinus que ficava próximo a Siracusa, no oeste da Sicília. Foi destruida durante a Primeira Guerra

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Arvedus Púnica por volta do ano 250 A.C. Ruinas de construções grandiosas feitas pelos gregos permanecem ainda hoje. Metáfora bem aplicada para retratar o corpo humano em vida e depois da morte. "marina classe": toda classe de microvidas que viaja pelas correntes do sistema sanguíneo.

IV - XXIV Ouy soubs terre saincte dame voix sainte, Humaine flamme pour divine voir luire: Fera des seuls de leur sang terre tainte, Et les saincts temples pour les impurs destruire. Tradução: Ouvida sob terra santa dama voz santa, Humana chama por divina ver luzir: Fará dos simples de seu sangue terra tinta, E os santos templos pelos impuros destruir.

Comentário: Quando Moisés subiu ao monte e ouviu a voz de Deus, foi-lhe dito: "A terra em que pisas é santa." Isto significa que a Terra é santa por natureza. Por conseguinte, seu filho - o corpo humano é "terra santa". "dama"; neste caso a alma. "santos templos": Esotericamente, a cabeça e o cérebro podem ser simbolizados por templo santo, ou céu, visto ser onde o espírito é entronizado na glândula pineal. "sangue terra tinta": alegoria concernente aos sofrimentos do ser humano durante a vida.

Corps sublimes sans fin à loeil visible, Obnubiler viendront par ces raisons: Corps, front comprins, sans chef et invisibles, Diminuant les sacrees oraison.

Interpretação: Para a pessoa dotada da faculdade de clarividência - um sem fim de almas sublimes são visíveis para ela. As razões pelas quais as pessoas comuns não as enxergam são as seguintes: As emoções do corpo, inclusive do cérebro, cujas glândulas apropriadas tem a terceira visão fechada. E, também, por falta de orações e exercícios apropriados para a abertura de tais faculdades. Comentário: Existem os videntes inatos, e aqueles que a desenvolvem por exercícios e orações. Mesmo os nascidos com esta faculdade perdem-na se não tomar os cuidados prescritos por ele nesta quadra.

Interpretação: Ouvida a voz santa da alma (prece) vinda do cérebro (terra santa); o vidente enxerga uma chama humana que reluz como a chama divina. A prece torna a pessoa simples, humilde; por força conjugada com a sensibilidade produzida pelos sofrimentos. E, torna a mente humana pura, visto que prece e sofrimento destroem os pensamentos e sentimentos impuros.

IV - XXV

Tradução: Corpos sublimes sem fim ao olho visíveis, Obscurecer virão por estas razões: Corpo, fronte incluida, sem chefe e invisíveis. Diminuindo as sagradas orações.

IV - XXVI Lou grand eyssame se levera d'abelhos, Que non sauran don te siegen venguddos: Deuesch l'ebousq, lou gach dessons las treilhos, Ciutad trahido per cinq lengos non nudos. Tradução: O grande enxame se levantará de abelhas, Que não se saberá de onde vindos: De noite o emboque, o vigia sob as redes, Cidadão traído por cinco línguas não nus. Interpretação: O grande número de pensamentos se levantará durante a vida da pessoa, como se fosse um enxame de abelhas que ninguém saberá de onde vindas. E eles chegam de surpresa ("de noite o emboque"). O espírito ("o vigia") compreende o que dizem, postado sob o emaranhado do sistema nervoso do cérebro ("sob as redes"). O homem ("cidadão") é traído pelos desejos dos cinco sentidos ("cinco línguas"). Comentário: dispensável

IV - XXVII Salon, Mansol, Tarascon de SEX, l'arc,

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Assim falou Nostradamus

IV - XXVIII

Où est debout encor la piramide: Viendront livrer le Prince Dannemarc, Rachat honny au temple d'Artemide.

Lors que Venus du Sol sera couvert, Subs l'esplendeur sera forme occulte: Mercure au feu, les aura descouvert, Par bruict bellique sera mis à l'insulte.

Tradução: Salon, Mansol, Tarascon de Sex, o arco, Onde está de pé ainda a pirâmide: Virão livrar o Príncipe Dannemarc, Resgate desonroso ao templo de Artemide. Interpretação: Dentro da cabeça ("Salon"), no cérebro onde está a mansão do espírito ("Mansol"), o poder e virtude do sexo estarão degradados pelos desejos da carne ("Tarascon de Sex") se a pessoa for subjugada por tais desejos. Alegoricamente este poder terá a aparência da tarasca - (o dragão). Tais desejos gerarão um círculo vicioso ("o arco") envolvendo o sexo e o apego aos bens materiais não recomendáveis. E a pessoa ficará escravizada durante a vida toda ("onde está de pé ainda a pirâmide"). As asas da morte virão livrar o espírito que no corpo está privado do paraíso ("Príncipe Dannemarc"). E será um resgate desonroso para a Alma ("ao templo de Artemide") e para o corpo. Comentário: "Salon": Salão. Dentro da cabeça. "Mansol": alegoria de mansão, solar. "Tarascon": cidade francesa onde em festas folclóricas dedicadas a Santa Marta, a tarasca - um monstruoso dragão é levado atrás de certas provisões. É dito que o dragão foi subjugado por Santa Marta nos primórdios do Cristianismo. "2º verso": metáfora representando uma pessoa durante a vida. "Príncipe Dannemarc": alegoria do espírito ("Príncipe") privado do paraíso. "Dannemarc": metáfora derivada do verbo "Damner": com sentido de danar; condenar às penas eternas; privar do paraiso. "Artemide": metáfora derivada de Artemisia - rainha da Cária, a qual erigiu o Mausoleu, suntuoso sepulcro, uma das sete maravilhas do mundo antigo; que ela erigiu em homenagem ao rei Mausolo, seu marido e irmão. Neste caso "Artemide" figura o corpo humano e a alma.

Tradução: Quando que Venus do Sol será coberto, Sob o explendor estará forma oculta: Mercúrio ao fogo, lhes terá descoberto, Por fragor bélico será posto ao insulto. Interpretação: Quando o Sentimento de Amor ("Venus") for ultrapassado pela Inteligência ("do Sol será coberto"), sob o explendor das realizações científicas e tecnológicas - o egoismo, a avidez, a ambição e congêneres estarão atuando em forma oculta. Por esses motivos, o Homem estará posto em sofrimentos ("Mercúrio ao fogo") a fim de sensibilizar seus sentimentos da mesma forma que se põe uma peça de ouro transtornada pelo mercúrio ao fogo para retirar a ganga impura. Por aqueles defeitos psíquicos haverá grande fragor bélico que imporá ao Homem um grande insulto. Comentário: Entendo que a interpretação está clara e dispensa maiores comentário.

IV - XXIX Le Sol caché eclipse per Mercure, Ne sera mis que pour le ciel second: De Ulcan Hermes sera faicte pasture, Sol sera veu pur, rutilant et blond. Tradução: O sol escondido eclípse por Mercúrio, Não será posto senão para o céu segundo: De Ulcan Hermes será feito pastagem, Sol será visto puro, rutilante e dourado. Interpretação: A Ciência Oculta ("Sol escondido") é mantida em segredo ("eclípse") por questão de prudência necessária de modo que não seja corrompida por interesses imediatistas e ma fé ("por Mercúrio"). E por ser valioso presente dos Céus trazido pelos mensageiros celestes ("por Mercúrio"). Isto é, pelos profetas e por grandes missionários.

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Arvedus Tais conhecimentos serão transmitidos com melhor clareza apenas para os poucos iniciados que os procuram com a melhor devoção ("2º verso"). Normalmente, a cabeça do homem ("Ulcan Hermes") é ignorante e corrompida pelos ideais e desejos materialistas da mesma forma que as estátuas e cabeças de estátuas e cabeças de Hermes que eram postas nas encruzilhadas pelos antigos pagãos cultores do deus Hermes, as quais eram ulceradas, corrompidas pela ação do tempo e das intempéries ("será feito pastagem"). Após longa e paciente iniciação do discípulo dedicado, ele fica pronto para receber o ensino superior ("Hermes será feito pastagem"). Então, as Verdades ("Sol") serão compreendidas por ele: puras, rutilantes e douradas. Comentário: Normalmente, os grandes Mestres ocultistas justificam assim o fato de manterem os conhecimentos metafísicos e psíquicos, e mesmo os físicos sob rigoroso sigilo. O mesmo fazendo com os escritos vazados por alegorias, parábolas, metáforas, etc. Jesus, o Cristo, embora tenha aberto grande parte dos Conhecimentos secretos na época, ensinou por parábolas e alegorias, e determinou aos Apóstolos e discípulos que fizessem o mesmo. Assim sendo, os Evangelhos podem ser bem compreendidos por uma leitura exotérica, ou ao pé da letra, e pode ser aprimorada pelos sentidos subentendidos ou esotéricos, quando o leitor está familiarizado com os valores das palavras e sentenças que foram convencionadas pelos Mestres das ciências ocultas desde a antiguidade. Está evidente que Nostradamus conquistou boa parte desses Conhecimentos e a aplicou com maestria na sua obra em pauta. E além da linguagem tradicionalmente convencionada criou neologismos, anagramas, metáforas, símbolos e outras artes literárias que levam o intérprete não familiarizado com os conhecimentos essenciais - ao desespero. Porém, hoje, de posse de dicionários e enciclopédias, e principalmente conhecendo as verdades e fatos psíquicos e físicos ou materiais, não é necessário ser um mestre ocultista para entender o pensamento dele. Interpretar suas quadras é mais uma questão de esforço paciente ligado ao dom. Este é meu caso.

Não sou mestre e nem sequer cursei uma universidade. Porém, possuo o dom de interpretar e tenho grande prazer nisto. Um prazer semelhante ao do garimpeiro que sai a procura de ouro e pedras preciosas e sabe onde encontrar... "Sol": neste caso - Ciência Ocultas. "Mercúrio": neste 1º verso, o lado depreciativo do Mercúrio mitológico quando cultuado por interesses comerciais e materialistas. "para o céu segundo": para o discípulo ou iniciado. Ou, para pessoas de capacidade mediana no que tange a tais conhecimentos. "De Ulcan": no latin: ulcus, êris significa úlcera, chaga maligna e purulenta. Neste caso - figura de corrupção psíquica. "Hermes": metáfora ligada ao fato de os pagãos da Grécia que cultuavam este deus colocarem estátuas ou cabeças de estátuas dele nas encruzilhadas. Como hoje é feito com alguns santos católicos que os devotos colocam em beiras de estradas. "Sol": Verdades ou Ciências Ocultas.

IV - XXX Plus onze fois Luna Sol ne voudra, Tous augmenté et baissez de degré: Et si bas mi que peu or on coudra, Qu'apres faim, peste, descouvert le secret. Tradução: Mais onze vezes Lua Sol não quererá, Tudo aumentado e baixado de grau: E tão baixo posto que pouco ouro se ajuntará, Que após fome, peste, descoberto o secreto. Interpretação: Por mais onze séculos a maioria das pessoas ("Lua") não estará interessada a onhecer as Verdades psíquicas ("Sol"). Haverá grande progresso material ("tudo aumentado") e pouco progresso moral ("baixado de grau"). E tão pouco progresso neste sentido de modo que haverá muita pobreza, e poucos saberão usufruir dos bens que as ciências e a tecnologia trarão a Terra "que pouco ouro se ajuntará"). Porém, após sofrer tantas desgraças os homens estarão excitados e incitados a cuidar do seu bem estar na vida, do mesmo modo que as pessoas famintas ("fome") e as doentes põem-se a cuidar de se alimentar e usar os remédios necessários.

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Assim falou Nostradamus Então estarão sensibilizados para receber e utilizar os conhecimentos ideais para viver e conviver em maior felicidade ("descoberto o secreto"). Comentário: "mais onze vezes": vaticínio baseado nas profecias de que no século XXI haverá um bom progresso na regeneração mental da Humanidade. Evidentemente a regeneração só poderá ser gradativa. Não acontecerá da noite para o dia. E ninguém tem condições para determinar o tempo exato em que a Humanidade alcançará a melhor situação de concórdia, paz e bem estar apontada pelas profecias. Em várias quadras Nostradamus supõe tal evento para a época entre os anos 2200 e 2500. No caso desta quadra ele propões para os arredores do ano 2650 pois alega que ocorrerá a onze séculos de sua época, isto é, de 1555, quando escreveu. "Lua": metáfora de cérebro humano, o qual reflete a inteligência ou consciência do espírito e/ou a Inteligência Divina ("Sol"). Em nossos tempos está evidente, o bastante, o fato do progresso material, e uma recessão da moralidade. E a consequente pobreza, fome, pestes que acicatam as populações.

IV - XXXI La lune au plain de nuict sur le haut mont, Le nouveau sophe d'un seul cerveaux l'a veu: Par ses disciples estre immortel semond, Yeux au midy, en seins, mains, corps au feu. Tradução: A lua ao pleno de noite sobre o alto monte, O jovem sábio de um só cérebro a viu: Por seus discípulos ser imortal convidado, Olhos ao meio-dia, em seio, mãos, corpo ao fogo. Interpretação: O jovem sábio viu a Sabedoria Divina refletida sobre a Terra, como a clarividade do plenilúnio dentro da noite sobre o alto monte. Imaturo ainda "jovem sábio" mas dotado de u'a mente una com prevalência da mente espiritual ("de um só cérebro"). Por seus discípulos ele estará sujeito a ser imortalizado no universo intelectual. Seus olhos e sua inteligência estão voltados para as coisas sagradas ("olhos ao meio-dia"), assim como uma pessoa tem os olhos voltados para o sol radiante do meio-dia. Em seu íntimo ("em seio"), mãos e corpo,

freme o entusiamo e a alegria por conhecer e ter acesso às ciências psíquicas e materiais. E sente que seu íntimo, mãos e corpo estão em estado febril. Comentário: Está patente que nesta quadra Nostradamus está se referindo a si mesmo. Com a expressão "jovem ou novo sábio", mais propriamente "sábio imaturo" ele se posiciona com a devida humildade na máxima: "Sábio é aquele que quanto mais sabe, mais sabe que ainda pouco sabe." Aliás, ele menciona esses sentimentos nas cartas e nas primeiras quadras da 1ª Centúria...

IV - XXXII En lieux et temps chair au poisson donra lieu, La loy commune sera faicte au contraire: Vieux tiendra fort puis osté du milieu, Le Panta chiona philon mis fort arriere. Tradução: Nos lugares e tempos carne ao peixe dará lugar, A lei comum será feita ao contrário: Velho continuará forte depois tirado do meio, Todas as coisas possuidas em comum entre amigos posto muito atrás. Interpretação: Em todos os lugares da Terra e nos tempos futuros as concupiscências da carne serão abundantes como os cardumes de peixes. A lei comum que prescreve a excelência da moderação será usada ao contrário. Os antigos conceitos de bom comportamento ("Velho") continuarão arraigados fortemente porém, aos poucos irão sendo totalmente desobedecidos ("depois tirado do meio"). Os conceitos de fraternidade, de concórdia, de Deveres e Direitos ("todas as coisas possuidas em comum entre amigos") serão muito desrespeitados ("posto muito atrás"). Comentário: Profecia completamente realizada em nossos tempos, tanto em relação aos apetites do sexo quanto em relação aos desejos de bens e gozos materiais - a concupiscência. "Carne": metáfora relativa a concupiscência. "peixe": com sentido figurado de abundância. "Le Panta chiona philon": expressão grega significando: todas as coisas possuidas em comum entre amigos.

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Arvedus

IV - XXXIII

IV - XXXIV

Iupiter ioinct Venus plus qu'a la Lune, Apparoissant de plenitude blanche: Venus cachee sous la blancheur Neptune De Mars frapee par la gravee branche.

Le grand mené captif d'estrange terre, D'or enchainé au Roy CHIREN offert: Qui dans Ausone, Milian perdra la guerre, Et tout son os mis à feu et à fer. Tradução: O grande levado cativo de estranha terra De ouro encadeado ao Rei CHIREN oferecido: Quem dentro de Ausone, Milan perderá a guerra, E todo seu osso posto a fogo e a ferro.

Tradução: Júpiter junto mais Venus do que à Lua, Aparecerá de plenitude branca: Venus ocultada sob a brancura Netuno De Marte golpeado pela vara branca. Interpretação: As capacidades construtivas do Homem ("Júpiter") quando impelidas mais pelo Amor ("Venus") do que pelos impulsos lunáticos do cérebro ("do que à Lua") levará os homens a plenitude da paz ("2º verso"). O Amor impregnando os impulsos terrenos do Homem ("Netuno") com ideais pacíficos, benevolentes ("ocultada sob a brancura"), golpeará a natureza belicosa dele ("De marte") por força das virtudes pacificadoras ("pela vara branca") as quais são as forças essenciais do Amor. Comentário: Por força da predicação ele nos leva a entender os sentidos das metáforas no que é convencionado literária e esotericamente pelo lado bom, construtivo de cada um. Com excessão de Netuno - o qual ele usa em tom um pouco depreciativo para o homem. Assim entendo baseado nos conceitos do Netunismo. Netunismo = teoria antiga que admitia que todas as rochas se originaram das águas. Portanto, "Netuno" neste caso figura o homem, que "veio do pó" e "das águas". "Júpiter": com significação de altivo, soberano, imperioso. "Venus": com significação de mãe do amor; deusa da beleza; graça. "Marte": com significação de espírito de conquista, de luta. Deus da guerra; mas neste caso com idéia construtiva para transformação do lado destrutivo do homem ("Netuno") para o lado construtivo. "Lua": com significação da natureza inferior do homem. "vara branca": força pacífica construtiva da paz e outras virtudes.

Interpretação: O espírito valoroso quando encarnado é "um grande levado cativo de estranha terra." É um ser que se determinou ("oferecido") a cumprir os seus deveres na Terra dentro dos padrões ensinados pelo Cristo Jesus ("Rei CHIREN") e assim sendo seu caráter valioso está enquadrado ao do Cristo ("de ouro encadeado"). Ele é a vida que está dentro da Alma ("de Ausone"), e por tempo indeterminado ("Milan") estará com suas faculdades superiores muito limitadas ("perderá a guerra"). E o que resta de suas imperfeições ("e todo o seu osso") deverá ser escoimado através dos sofrimentos pelos quais será sujeitado durante a vida humana ("posto a ferro e fogo"). Comentário: dispensável. Creio que a interpretação esclarece suficientemente. "estranha terra": tanto o ambiente terreno quanto o corpo são estranhos para o espírito, mesmo que já tenha milênios de vida e tantas experiências encarnatórias. "CHIREN": ou Chiron. Chiron, na mitologia grega é apontado como um Centauro muito sábio. Centauro em linguagem esotérica é figura representativa do homem. Ele escreveu - Rei e CHIREN todo em letras maiúsculas. Portanto, Rei CHIREN representa Jesus, o Cristo; Rei dos Reis, dentro da concepção Bíblica. "Ausone": tomei arbitrariamente por figura de Alma, por força dos predicados. "Milan": metáfora de mil anos. Mil anos em linguagem bíblica é o mesmo que um minuto. Portanto, na maior parte das vezes os números de 10, 100, 1000 anos são apenas representativos de tempos indeterminados.

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Assim falou Nostradamus No caso: o homem não tem um tempo determinado para viver na Terra. "seu osso": expressão figurativa para imperfeições do espírito. É o mesmo de quando a gente diz: "são os ossos do ofício". Para não chocar a susceptibilidade de alguém, devo acrescentar que Jesus, o Cristo é um ser DIVINO que habitou em um corpo de homem, idêntico ao meu e ao seu. Ele mesmo se cognominou: "Filho do Homem."

IV - XXXV Le feu estaint, les vierges trahiront La plus grand parte de la bande nouvelle: Fouldre à fer, lances les seuls Roys garderont Etrusque et Corse, de nuict gorge allumelle.

religiosos. "Corse": metáfora referente aos sacerdotes cristãos. O nome "Corsos" no dicionário tem o sentido de milícia papal. "raio a ferro": metáfora com os sentidos de conhecimento oculto e ao mesmo tempo de sistema iniciático rigoroso. "de noite gorja iluminada": alegoria com sentido de: tradição antiga a transmitir conhecimentos altamente educativos. Envolvendo a palavra e os escritos, como se fosse uma garganta iluminada dentro da noite dos tempos.

IV - XXXVI Le ieux nouveaus en Gaule redressez, Apres victorie de l'Insubre champaigne: Montes d'Esperie, les grands liez, troussez, De peur trembler la Romaigne et l'Espaigne.

Tradução: O fogo extinto, as virgens trairão A maior parte da banda nova: Raio a ferro, "lance" os solitários Reis guardarão Etrusco e Corse, de noite gorja alumiada. Interpretação: O fogo sagrado das doutrinas secretas parecerão fogo extinto. As doutrinas novas ("as virgens") trairão a maior parte dos novos fiéis ("2º verso"). Como um raio aprisionado, permanecem os postulados antigos ("raio a ferro"), e como espátulas que modelam em barro ("lance") os solitários Mestres ("Reis") das Ciências Ocultas apascentarão (gurdarão") tanto a aqueles que se ligarão às antigas doutrinas ("Etrusco") quanto à milícia papal, ("Corse") com prudente sigilo e com palavras iluminantes ("de noite gorja alumiada"). Comentário: "as virgens": com sentido de jovens com pouca experiência e má intenção. "lance": tem o significado de lança, em francês; porém entre outros - tem também a significação de: Espátula para modelar barro. "os solitários Reis": Mestres ocultistas, ou Magos, ou Mestres das Ciências Ocultas. Esta metáfora envolve os Profetas, os Apóstolos, os Escritores, Cientistas, Missionários, Sacerdotes que cuidam das ciências psíquicas, físicas e metafísicas. "Etrusco": metáfora com sentido de povo antigo. Mais propriamente dos antigos postulados

Tradução: Os jogos novos em Gaule levantados, Após vitória da Insubre campanha: Montes de Esperie, os grandes enlaçados, entrouxados, De medo tremer a Romaigne e l'Espaigne. Intepretação: Os novos costumes e sistemas de viver ("os jogos novos") sujeitarão os homems a ser disciplinados com a Justiça da vara de ferro ("em Gaule levantados"), isto é, com grande rigor, após a vitória da estupidez, da grosseria, da violência que caracterizarão as gerações futuras - assemelhando-as ao povo Insubre ("2º verso"). Então, as classes humanas estarão vivendo e convivendo, no tocante à moralidade, como as algas marinhas ("montes de Esperie"), isto é, insensíveis aos padrões dos Direitos e Deveres - num tipo de vida vegetativa como a das algas. As grandes concentrações humanas ("os grandes enlaçados") serão reprimidas por novas leis muito severas ("entrouxados") da mesma forma que as algas são colhidas e comprimidas em fardos ("entrouxados"). Pela ação enérgica da Justiça Divina e da justiça humana, a população humana ("a Romaigne") e a população de almas ("l'Espaigne") estarão a tremer de medo diante dos funestos acontecimentos que eles próprios irão provocando.

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Arvedus Comentário: Esta quadra se refere às profecias do Apocalípse sobre os últimos tempos da predominância maléfica da Mente Humana. Mormente ao versículo 15 do capítulo 19 que registra: "E da sua boca saia uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o largar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso." "Gaule": vara comprida usada para colher frutos das árvores. "Insubre": habitante da Gália Cisalpina. Gente rude, violenta, estúpida, etc. "Esperie": gênero de algas marinhas. "l'Espaigne": gente da antiga Espanha.

é um campo energético inteligente, similar ao da alma, porém, mais denso que ela, e com capacidades de ação mais limitadas do que as da alma. Dentro deste critério Nostradamus sempre dá destaque aos três entes, isto é, espírito, alma, corpo; e por este motivo acompanho-o na interpretação. "Monech": Moneco, Hércules. Hércules, na mitologia é considerado um homem heróico, semi-deus. Portanto, representa o homem com seus defeitos e virtudes. "esquadra rubra": metáfora de emoções, paixões e sensações que são provenientes do sangue e processadas pela mente.

IV - XXXVII

IV - XXXVIII

Gaulois par saults, monts viendra penetrer, Occupera le grand lieu de l'Insubre, Au plus profond son ost fera entrer, Gennes, Monech pousseront classe rubre.

Pendant que Duc, Roy, Royne accupera, Chef Bizant du captif en Samothrace, Avant l'assaut l'un l'autre mangera, Rebours ferré Suyvra du sang la trace.

Tradução: Gaulois por saltos, montes virá penetrar, Ocupará o grande lugar do Insubre, Ao mais profundo sua hoste fará entrar, Gennes, Monech apurarão classe rubra.

Tradução: Enquanto que Duque, Rei, Rainha ocupará, Chefe Bizant do cativo em Samotrácia, Ante o assalto o um o outro comerá, Revés ferrado seguirá do sangue o rastro.

Interpretação: O Homem ("Gaulois": Gaulês) por esforços progressivos ("por saltos") adquirará os conhecimentos e comportamentos virtuosos ("montes virá penetrar"), e assim ocupará o lugar do homem bárbaro ("do Insubre"). Suas capacidades virtuosas penetrarão no íntimo do cérebro e da mente, onde os instintos estarão concentrados (3º verso"). Alma ("Gennes") e Homem ("Monech") apurarão as suas sensações e emoções ("classe rubra").

Interpretação: Enquanto encarnado no corpo ("que Duque")a Alma dominará ("Rainha ocupará") o Homem ("Rei"). O poder imperante ("chefe Bizant") do espírito ("do cativo") assistirá a constante batalha da vida humana, do mesmo modo que na mitologia grega - o deus Poisedon assistia às batalhas ao redor da cidade de Tróia, postado na Ilha de Samotrácia. Durante a vida ("ante o assalto") cada um utilizará ("comerá") as energias do outro. Fatalidade dolorosa ("Revés ferrado") seguirá o rastro do homem ("do sangue") em sua caminhada pela vida.

Comentário: "Gaulois": Gaulês. Metáfora retratando o homem. "sua hoste": sua capacidade virtuosa, psíquica e física. "Gennes": metáfora derivada de Genealogia e Genética. No caso, é uma alegoria figurando a Alma, as Almas. Na realidade o espírito é um campo energético inteligente. A alma é um campo energético inteligente, similar, porém, mais denso e menos poderoso. O corpo

Comentário: "Chefe Bizant": chefe (poder), Bizant (Bizantino." Bizantino: com sentido derivado do Império de Bizâncio. Então, poder imperante, visto que a vida do corpo está sob o império do poder do espírito. "Revés ferrado": fatalidade dura; fatalidade dolorosa. "Samotrácia": de acordo com a Ilíada, o

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Assim falou Nostradamus mitológico deus Poseidon postado na Ilha da Samotrácia assistia aos gregos nas batalhas ao redor de Tróia. "Duque": neste caso representa o corpo, pois ele carrega, conduz o espírito. "Rei": o homem. "Rainha": a Alma. Ela reveste o corpo e o anima (ocupa).

IV - XXXIX Les Rhodiens demanderont secours, Par le neglet de ses hoyds delaissée L'empire Arabe revalera son cours, Par Hesperies la cause redressés. Tradução: Os Rhodianos demandarão socorro, Pelo descuido de seus herdeiros abandonada, O império Árabe reavaliará seu curso, Por Hesperies a causa reparada. Interpretação: Os Mestres, Sacerdotes e Religiosos ("Rhodianos") demandarão por socorro da Humanidade. Por descuido dos ditames religiosos e éticos de quase todos em todas as gerações a Causa anda abandonada. Nos devidos tempos, o império da infidelidade ("império Árabe") terá seu curso reavaliado. Por esforço contínuo da Providência Divina, composta por Deus, Anjos, almas e homens ("por Hespéries") a Sociedade Humana será regenerada em todo o seu comportamento ("a causa reparada"). Comentário: "Rhodiens": Rodianos. Lendo-se a história da Ilha e da cidade de Rodes o leitor sentirá a extensão da alegoria aplicada por Nostradamus para ampliar as idéias colocadas nesta quadra. Principalmente com os acontecimentos que envolveram os Cruzados, os Cavaleiros de São João e os cristãos, após a invasão por Suleiman I e suas tropas, em 1522. Outrossim, ampliará e confirmará as idéias do 3º verso: "o império Árabe". "causa reparada" e "abandonada": referência ao desinteresse quase geral das pessoas pelos ditames religiosos para o melhor comportamento ético.

IV - XL Les fortesses des assiegez serrez, Par poudre à feu profundez en abysme, Les proditeurs seront tous vifs serrez, Onc aux sacristes n'advint si piteux scisme. Tradução: As fortalezas dos sitiados cerrados, Por pólvora a fogo aprofundados em abismo, Os traidores serão todos vivos oprimidos, Nunca aos sacristas adveio tão penoso cisma. Interpretação: As consciências dos homens estarão inibidas como fortalezas de sitiados com portas cerradas. Por preocupações profundas estarão as consciências queimando como pólvora queimando nas profundidades de um abismo. Os homens dominados pelo materialismo terão suas consciências oprimidas à guisa de traidores em suplício pela vida toda. Nunca antes os que cuidam das coisas sagradas viram o advento de tão penoso cisma. Comentário: dispensável.

IV - XLI Gymnique sexe captive par hostage, Viendra de nuit custodes decevoir, Le chef du camp deçeu par son langage, Lairra à la gente, fera piteux à voir. Tradução: Mulher nua sexo cativa por refém, Virá à noite protetores desapontar: O chefe do campo enganado por seu argumento, Cederá à gente, fará penoso a ver. Interpretação: A pessoa dominada pelos desejos do sexo torna-se cativa - como sendo refém. Será levada a ludibriar os princípios éticos, sorrateiramente. No campo social, os costumes serão violentados por reinvindicações e argumentos insidiosos que levarão a sociedade a ceder às exigências de tal facção. Ver tais coisas será muito penoso, principalmente ver a mulher que cede seu corpo à gente.

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Arvedus Comentário: "gymnique": significa mulher nua, ou despudorada. Nesta quadra ele traça uma visão poética da prostituta mercenária, e eu entendi a influência da prostituição sexual na sociedade, visto que tal sensualidade manifesta uma fraqueza mental interligante com outras fraquezas e delitos. Isto é, é notório que alguma pessoa que é dominada pelos apetites do sexo é facilmente levada aos narcóticos, ao furto, ao assassínio e outras delinquências. Não é este um quadro efusivo nos dias de hoje?

IV - XLII Geneve et Langres par ceux de Chartres et Dole, Et par Grenoble captif au Montlimard, Seysset, Lozanne, par fraudulente dole, Les trahiront par or soixante marc. Tradução: Geneve e Langres por aqueles de Chartres e Dole, E por Grenoble cativo ao Montlimard, Seysset, Lozanne, por fraudulento dolo, Os trairão por ouro sessenta marcos. Interpretação: O homem nasce e vive muito constrangido ("Geneve") e incitado pelos apetites ("Langres") e tal constrangimento e apetites são particularidades dos destinos e circunstâncias. ("Chartres"), e tais coisas levam-no ao lamento ("Dole"). E o espírito, por arbítrio nobre é cativo do corpo ("cativo ao Montlimard"). Por fim, a Alma ("Seysset") e o cérebro ("Lozanne") trairão o homem e o espírito por desejos e ambições pelos bens materiais ("por ouro") e ("fraudulento dolo") durante sessenta séculos ("sessenta marcos"). Comentário: "Geneve": metáfora formada por "Gêne": constrangimento, e genética. Portanto, nasce e vive constrangido. "Langres": metáfora derivada de "langue": língua. O dicionário diz que também a palavra langue a associa à seguinte idéia: "Língua diz-se de certas coisas que se assemelham a este órgão." Portanto, associa-se a paladar, apetite, etc. Usei apetite. "Chartres": prisões, cárceres. E, segundo o dicionário tem também o sentido de cartas. Cartas, esotericamente tem significação de

destino. Portanto, entendo que, ele quer dizer com esta metáfora que o espírito sente-se aprisionado no corpo e sujeitado aos destinos e circunstâncias que o homem enfrenta na vida humana. "Dole": significa aflição, lamento, choro. E, também, o sentido de fingimento, dolo. "sessenta marcos": metáfora de sessenta séculos ("sessenta marcos"). "Grenoble": anagrama de "Grê": vontade, gosto, arbítrio, sentimento. "noble": nobre. Nos meios espíritas é bem conhecido que a maioria das almas possuem o livre arbítrio para aceitar ou não a reencarnação. Então, quando decidem, aceitam com nobreza os sofrimentos da vida humana, como se fosse um soldado que se alista como voluntário para ir à guerra. "Montlimard": metáfora para corpo humano. Tomei "Limard" por metáfora derivada de "limaçon": caracol, caramujo; e "limas": lesma; e "limacule": espécie de material fóssil. Isto porque Nostradamus usa o caramujo como metáfora de corpo humano, em outras quadras. Nos meios espiritualistas estes nomes são usados para figurar o homem. Não por simples ironia, mas sim para destacar as capacidades do espírito que são maiores e mais rápidas do que as do homem. O homem, em relação ao espírito é como a lesma, o caramujo em relação à águia. Não encontrei qualquer associação ponderável de idéia para Seysset, então, considerei-a por Alma, fundamentado na predicação. "Lozanne": derivado de "lozange": figura geométrica de um rombóide, ou paralelograma. A alma ou mente anímica tem uma posição mental paralela à mente do cérebro.

IV - XLIII Seront ouys au ciel les armes battre; Celuy an mesme les divins ennemis, Voudront, loix sainctes iniustement debattre, Par foudre et guerre bien croyantes à mort mis. Tradução: Serão ouvidas ao céu as armas bater: Aquele ano mesmo os divinos inimigos, Quererão leis santas injustamente debater, Por ráio e guerra muitos crentes à morte postos. Interpretação: Serão ouvidas muitas dissensões

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Assim falou Nostradamus contra as regras de comportamento proporcionadas pela Providência Divina ("ao céu"), por todos os meios e modos. Será como se se ouvisse o estrépido das armas em uma grande batalha. Naquele tempo ("aquele ano"), mesmo as pessoas mais devotadas e mais virtuosas ("mesmo os divinos") serão inimigas das Verdades do Céu ("inimigos"). Estarão, também, conturbadas e quererão as leis santas debater, mas estarão com sua compreensão e reciocínios desajustados ("injustamente") com a realidade delas. Então, por confusão mental e discussões conflituosas ("por ráio"), e por atitudes ofensivas, odiosas, desumanas ("e guerra") muitos crentes perderão a verdadeira fé e entrarão no marasmo do materialismo ("postos à morte"). Comentário:Aí está o quadro vivo para os nossos dias. Esta quadra associa nosso pensamento ao sermão profético de Jesus quando Ele diz no capítulo 13, vers. 7 de S. Mateus: "E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim." E, no vers. 8: "Porque se levantará a nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isto será o princípio de dores..." Nunca no Mundo tem havido tanta GUERRA, e nunca se têm ouvido tanto de guerras como se vê e se ouve neste século XX. Todos os canais de comunicação projetam as notícias e mostram a imensidade de dissensões e a todos os instantes. Nossa geração está no "princípio de dores", no princípio da obra de regeneração, e no princípio do Juizo Final, que se ultimará pelos arredores do ano 3800; segundo menciona Nostradamus, na carta...

IV - XLIV Deux gros de Mende, et de Roudés et Milhau, Cahours, Limoges, Castres malo sepmano De nuech l'intrado, de Bourdeaux un cailhau, Par Perigort au toc de la campano. Tradução: Dois grossos de Mende, e de Roudés e Milhau, Cahours, Limoges, Castres má semana De noite o entrado, de Bourdeaux um coalhado, Por Perigort ao toque da campana.

Interpretação: Os homens estão assenhoreados por defeitos poderosos ("grossos") que afetam sua inteligência e seu sentimento ("Dois") colocando-os em uma situação psíquica própria dos mendigos ("de Mende"), rudes e injustos ("de Roudés"), e assim vêm procedendo pelos milênios a fora ("e Milhau") em cáos ("Cahours"), em comportamento sujo e abominável ("Limoges"), como que castrados ("Castres") nas suas capacidades virtuosas. Por tais razões terão passado por más situações por sete mil anos mais ou menos ("má semana"), até que em uma época mais ou menos determinada pelas profecias ("de noite") virá o Juizo Final ("o entrado"), e então os enganadores e enganados ("de Bourdeaux") serão arrebanhados como uma legião ("um coalhado") e julgados. Muitos estarão em grande perigo ("Perigort") ao toque da última trombeta, conforme a profecia do Apocalípse ("ao toque da campana"). Comentário: Em razão da escabrosa montagem que ele fez desta quadra, montei a interpretação mais por intuição imaginativa, e associando as idéias refletidas pelos predicados a substântivos, adjetivos e verbos correpondentes aos nomes que ele escreveu. Por outro lado, segui o hábito dele em ironizar o homem com suas carências psíquicas e físicas. E, também, pelo fato de esta quadra dar sequência às duas anteriores. Assim sendo, acredito que não estarei retransmitindo o pensamento dele com a exatidão que ele o faria às claras, mas, não estarei distanciado das idéias essenciais. "Grossos": poderosos, grosseiros, agitados, anciosos, etc. Para quem analisa o assunto das quadras com a intenção de colher o melhor proveito do assunto deve utilizar os sentidos de todos os sinônimos que derivam do vocábulo aplicado. Por isto menciono alguns mais necessários, e algumas sentenças e expressões. "de Mende": derivado do verbo: "Mendier": mendigar, esmolar, pedir com baixeza. "de Roudés": derivado de "rudesse": rudeza, escabrosidade, desigualdade, injustiça, etc. "Milhau": derivada de milho, com sentido de coletividade humana como sendo um milharal, ou saco de milho. E, também, com idéia associada de milênios. "Cahours": Cáos. "Limoges": derivação de limo, lodo; o que nasce do limo. Também, derivado de "limotonie" que

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Arvedus por acepção médica corresponde à "fome canina". Figurando ambição, avidez. "Castres": derivada de castração. "Bourdeaux": derivada de "bourde": mentira, burla, logro, engano, fábula. E verbo "bourder": enganar, mentir, burlar, lograr. "Perigort": derivada de "peril": perigo, e "gort" considerei por gordo, grande.

IV - XLV Par conflict Roy, regne abandonnera, Le plus grand chef faillira au besoing, Mors profligez peu en rechapera, Tous destranchez, un en sera tersmoing. Tradução: Por conflito Rei, reino abandonará, O maior chefe falirá ao necessário, Freios cortados pouco se escapará, Todos destroçados, um deles será testemunha. Interpretação: Quando a pessoa é acometida de doença fatal instala-se grande conflito no corpo. Então, o espírito ("Rei") o abandonará. O corpo morrerá. É um destino necessário. Todos os dispositivos orgânicos que facultam a vida humana serão cortados ("freios cortados") e o organismo todo, menos ossos, cabelos, dentes, será transformado ("pouco se escapará"), todos os órgãos e dispositivos serão destroçados. O cérebro ("um deles") será testemunha. Comentário: "o maior chefe": o corpo e/ou cérebro, que é a central inteligente do complexo vegetativo, ou vida corporal. "um deles será testemunha": essa testemunha pode ser o espírito, ou o cérebro - visto que o cérebro só morre mesmo após cinco a sete dias.

IV - XLVI Bien defendu le faict par excellence, Garde toy Tours de la proche ruine, Londres et Nantes par Reims fera deffense, Ne passe outres au temps de la bruine. Tradução: Bem defendido o fato por excelência,

Guarde tua Tours de tua próxima ruína, Londres e Nantes por Reims fará defesa Não passe além ao tempo da bruma. Interpretação: Este fato que menciono a seguir é bem explicado nos meios espiritualistas mostrando a excelência de um bom comportamento durante a vida humana ("tua Tours") antes que tua morte chegue ("de tua próxima ruína"). Espírito e Alma ("Londres e Nantes") não morrerão. A imortalidade deles estará sempre defendida pelas leis da Providência Divina ("por Reims"). Preserve agora a tua alma do mau comportamento para que ela - no além não leve as angústias comuns ao tempo da vida humana ("4º verso"). Comentário: "Tours": cidade francesa. Neste caso, metáfora para Alma - como sendo uma cidade. Alma e/ou consciência. "Londres e Nantes": metáforas para espírito e alma. "Reims": cidade francesa muito famosa por sua Catedral e Sede Papal. Portanto, metáfora apropriada para Hierarquia Divina e/ou Providência Divina. "tempo da bruma": nos meios espiritualistas é muito usada a alegoria de tempos brumosos para o tempo de vida humana.

IV - XLVII Le noir farouche quand aura essayé Sa main sanguine par feu, fer, arcs tendus, Trestout le peuple sera tante efreyé, Voir les plus grans par col et pieds pendus. Tradução: O negro feroz quando terá ensaiado Sua mão sangrenta por fogo, ferro, arco retesado, Grande maioria do povo estará muito assustada, Ver os maiores por pescoço e pés pendurados. Interpretação: O Poder Oculto ("O Negro") feroz depois de provocar tanta estrepolia pelo Mundo ("quando terá ensaiado") suas obras sangrentas serão esvaziadas após a Humanidade ter passado por toda a gama de suplícios ("por fogo, ferro, arco retesado"). Grande maioria do povo estará muito assustada ao ver os maiores malfeitores sofrerem as consequências dos seus desvarios, sufocados pelo rigor

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Assim falou Nostradamus das leis e da Justiça condenados à forca e pendurados pelos pés. Comentário: Compreendo o Poder Oculto do mal em sentido global. Isto é, a soma de todos os maus pensamentos e procedimentos causadores de todos os males que afligem cada pessoa, e ao mesmo tempo toda a Humanidade. Em contraparte existe o Poder Oculto do Bem("O Branco").

IV - XLVIII Planure Ausonne fertile, spacieuse, Produira taons si tant de sauterelles, Clarté solaire deviendra nubileuse, Ronger le tout, grand peste venir d'elles. Tradução: Planície Ausonne fértil, espaçosa, Produzirá moscardos tantos e tantos gafanhotos, Claridade solar tornar-se-á nebulosa, Roer o todo, grande peste virá deles.

Comentário: "Ausonne": metáfora derivada do latim: Ausus, a um: ousado, atrevido, empreendido, ou feito com atrevimento. Portanto, "planície Ausonne" envolve a figura da mentalidade ousada, atrevida, empreendedora, do ser humano.

Devant le peuple sang sera respandu, Que du haut ciel ne viendra esloigner, Mais d'un long temps ne sera entendu, L'esprit d'un seul le viendra tesmoigner.

Interpretação: O sofrimento será espalhado ("sangue será espalhado") por sobre todos os seres humanos. Embora seja desagradável é necessário ("que") e a Providência Divina ("céu") não deve e não virá desviá-lo. Mas por longo tempo não será entendido por quase toda a gente. Só pelo conhecimento ("o espírito") de cada pessoa ("de um só"), isto é, quando cada pessoa conhecer as Verdades e fatos por esforço próprio e seu espírito passar por longa experiência em vidas sucessivas ("4º verso"). Comentário: Quem compreender a asseveração de Jesus: "Conhece a Verdade e a verdade te libertará" entenderá as razões desta quadra.

Interpretação: A mentalidade Humana ("Planície Ausonne") é muito fértil, prodigiosa, tanto para a construção quanto para a destruição. Produzirá tantos pensamentos ruins ("moscardos tantos") e tantos conflitos e destruições ("tantos gafanhotos "), e sua consciência que deveria ser radiosa como a claridade solar tornar-se-á nebulosa. Como que ensombreada por nuvens de moscardos e de gafanhotos a roer tudo que se encontra sobre a terra. Grande desgraça ("grande peste") será gerada por esse Poder Oculto que é constituido pelos maus pensamentos e maus procedimentos.

IV - XLIX

Tradução: Diante do povo sangue será espalhado, Que do alto céu não virá desviar, Mas por um longo tempo não será entendido, O espírito de um só o virá testemunhar.

IV - L Libra verra regner les Hesperies, De ciel et terre tenir la Monarchie, D'Asie forces nul ne verra peries, Que sept ne tiennent par rang la hierarchie. Tradução: Libra verá reinar as Hesperies, Do céu e terra manter a Monarquia, De Ásia forças ninguém verá perigos, Que sete não mantendo por ordem a hierarquia. Interpretação: Será visto a Justiça ("Libra") reinar sobre as almas e homens iluminados ("les Hesperies") pelos conhecimentos e bons sentimentos que manterão o reinado ("a Monarquia") tanto no céu quanto na terra. Os conhecimentos vindos dos grandes Mestres da Ásia ("Da Ásia forças") não trarão perigo para quem quer que seja ("ninguém" verá perigos"), a não ser que ("que") os discípulos e seguidores ("sete") corrompam as verdades expostas por eles, na teoria e na prática, e assim pondo em desordem os princípios e conceitos ensinados por eles ("não mantendo por ordem a hierarquia"). Comentário: "Libra": símbolo da Justiça.

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Arvedus "les Hesperies": significa as borboletas diurnas. No caso, metáfora de pessoas de intelecto e sentimento mais digno do que o comum. Pessoas iluminadas. "Da Ásia forças": Há que se considerar que a Ásia é parte do antigo Continente. Como na quadra ele está se referindo a Conhecimentos Religiosos, está transmitindo a idéia dos valores dos Conhecimentos antigos vindos da Ásia. Tais conhecimentos sempre influenciaram a mentalidade dos povos Europeus, e posteriormente os povos do Novo Continente, de modo bastante sutil. Vários missionários Católicos que acabaram por ser canonizados não só levaram o Cristianismo para a Ásia. Ao mesmo tempo aprenderam muitas coisas com os Mestres de lá, e ampliaram a interpretação dos textos bíblicos dentro dos conceitos dos Mestres Asiáticos. Então, concluiram que as Verdades codificadas nos Vedas e no Bagavad Gita e outros são as mesmas Verdades codificadas na Bíblia, dependendo apenas de interpretação correta dos textos. E também, compreenderam que o mais importante está em pôr os Conhecimentos na Prática. Isto é, no comportamento ético, adequado ao Conhecimento. Então, ensinaram e exemplificaram. Por isto, foram considerados santos. É destes fatos que Nostradamus menciona que não há perigo para qualquer pessoa. Jesus fez o mesmo com relação ao Velho Testamento, quando assevera: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir..." Ele não abrogou mesmo a lei de Talião, mas ensinou que a Lei do Amor supera a lei de Talião na maioria dos casos. "Sete": neste caso deve ser tomado por número indefinido de pessoas (muitos, alguns, etc.). Este sentido é muito usado em assuntos esotéricos.

IV - LI Un Duc cupide son ennemy ensuyvre, Dans entrera empeschant la phalange, Hastez à pied si pres viendront poursuyvre, Que la iournee conflite pres de Gange. Tradução: Um Duque cupido seu inimigo resultar, Dentro entrará impedindo a falange,

Apressados a pé perto virão acossar Que a jornada conflita perto de Ganges. Interpretação: Um poder religioso dominante ("Um Duque") ávido em considerar-se o único dono da Verdade resultará em inimigo da própria Verdade ("seu inimigo resultar"). Dentro de sua jurisdição ("dentro") por-se-á a impedir a ação de outras Doutrinas que para aquele são estranhas ("impedindo a falange"). Insensatamente ("apressados"), e por opressão cruel ("à pé") logo virão acossar os dirigentes de outras Doutrinas, de tal forma que ("que") vai sendo desenvolvida uma jornada de conflitos ("a jornada conflita") ao redor das Ciências Sagradas ("perto de Ganges"). Comentário: O sujeito desta quadra - um Duque é agente qualificado por "de Ganges" que é metáfora de rio sagrado, ou historicamente cognominado por "rio sagrado" pelos Indianos. Portanto, esta quadra leva o assunto em sequência da quadra anterior, sob a influência do agente daquela: "de Ásia forças". Assim sendo, Nostradamus está se referindo à ação nada recomendável dos Inquisidores da sua época, com a conivência dos Potentados, atuando, então, com poder avassalador contra as Religiões que foram obrigadas a se reunir apenas em lugares e/ou sociedades secretas...

IV - LII En cité obsesse aux murs hommes et femmes, Ennemis hors le chef prest à foy rendre: Vent sera fort encontre les gendarmes, Chassez seront par chaux, poussiere et cendre. Tradução: Em cidade obsessa aos muros homens e mulheres, Inimigos fora o chefe prestes a se render: Vento estará forte contra os policiais, Caçados serão por cal, poeira e cinza. Interpretação: Em cabeça obsediada estão cativos homens e mulheres. Inimigos fora, o chefe ("o homem") prestes a se render. As circunstâncias do ambiente ("vento") mental estará atuando fortemente contra as regras

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Assim falou Nostradamus disciplinadoras ("contra os policiais") e/ou códigos éticos. Tais inimigos da mentalidade humana serão caçados e extinguidos pela morte da pessoa, cujo corpo será reduzido a cal, poeira e cinzas. Comentário: Pelo 4º verso ele dá a entender o fato de a pessoa se apegar demais às banalidades nocivas do dia a dia, e aos interesses materiais. E assim passa a vida em constante conturbação e tristeza.

IV - LIII Les fugitifs et bannis revoquez, Peres et fils grand garnissant les hauts puits, Le cruel pere et les siens suffoquez, Son fils plus pire submergé dans le puits. Tradução: Os fugitivos e banidos anulados, Pais e filhos grande guarnecendo os profundos poços, O cruel pai e os seios sufocados, Seu filho mais perverso submerso dentro do poço. Interpretação: As almas e/ou espíritos que tiveram a morte do corpo por suicídio ("os fugitivos") ou aqueles que sofreram morte prematura por negligência no zelo pela vida de seus corpos, estarão obrigados ("anulados") à reencarnação compulsória. Pais e filhos em grande número de casos, comporão famílias ("grande guarnecendo") sem saber que foram almas inimigas em vidas anteriores e estarão guardando em suas mentes os ressentimentos profundos ("guarnecendo profundos poços"). Por esse fato, não em geral, mas por muitas vezes ocorrem os abortos criminosos ("os seios sufocados") próprios de pais cruéis ("O cruel pai"). Porém, sob visão psíquica, será verificado que o filho mais perverso da pessoa está vivendo no íntimo do seu cérebro ("submerso dentro do poço"). Comentário: Estes fatos são muito bem explicados pela literatura espírita e pela espiritualidade. Ocorrem com suicídios, e com almas que mantêm ódios guardados de outras encarnações e pecados na vida atual.

IV - LIV

Iamais na fut un foudre si craintif, Tremblant l'Italie, l'Espagne et les Anglois, De femme estrangiers grandement attentif. Tradução: Do nome quem nunca foi ao Rei Gaulês, Jamais não foi um raio tão medroso: Tremendo a Itália, a Espanha e os Anglos, De mulher estranhos grandemente cuidadoso. Interpretação: As pessoas que nunca se dedicaram a conhecer os fundamentos das chamadas Ciências Ocultas, a respeito da sobrevivência da alma e da reencarnação, conforme terão ensinado os grandes Sacerdotes do Druidismo ("Rei Gaulês") estarão sem preparo para compreender as realidades da vida e da morte. Então, cada pessoa ("um raio") deste tipo sentirse-á muito insegura e terá muito medo da morte ("ráio tão medroso"). Assim sendo, os povos que nesta época estão submetidos a Religiões Oficiais como os da Itália, Espanha e os da Inglaterra vivem tremendo de medo, sob o manto dos mistérios que lhes são impostos. A hierarquia de tais Igrejas ("De mulher") usa critério grandemente cuidadoso em relação a esses fatos, os quais para seus próprios sacerdotes deverão ser considerados mistérios ("estranhos") "e que só a Deus deve ser dado a conhecer." Comentário: "Do nome": do montante de pessoas, ou da facção de pessoas. Inclusive, céticos e ateus. "Rei Gaulês": metáfora representando a figura do Sacerdócio Druída. Ao mesmo tempo, esta metáfora representa as doutrinas chamadas espiritualistas, espíritas, teosóficas, esotéricas, herméticas, ocultistas, etc. "De mulher": metáfora alegorizando Igreja, hierarquia, instituição religiosa, etc. "um ráio": no caso, refere-se à pessoa ou à inteligência ou mente ou consciência da pessoa. O que dá no mesmo.

IV - LV Quand la corneille sur tout le brique ioincte, Durant sept heurs ne fera que crier: Mort presagee de sang statue taincte, Tyran meurtry, aux Dieux peuple prier.

Du nom qui oncques ne fui au Roy Gaulois,

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Arvedus tivesse a língua, a carne e os ossos sempre tostados por um fogo constante, o que não agrada seu espírito.

Tradução: Quando a gralha sobre tudo de tijolo junta, Durante sete horas não fará que grasnar: Morte pressagiada de sangue estátua tingida, Tirano executado, aos Deuses povo rezar.

IV - LVII

Interpretação: Durante sete milênios ("sete horas") as gerações ("a gralha") estarão fazendo a apologia do materialismo ("sobre tudo de tijolo junta"). Terão sido semelhantes à gralha que pouco faz além de grasnar. As profecias predizem a extinção dessa avidez materialista ("morte pressagiada"), assim como pressagia o grande sofrimento que o materialismo terá causado ao homem ("de sangue estátua tingida"). O povo necessita rezar muito, pedindo a Deus que o ajude a eliminar esse mal tirânico que envolve o cérebro humano. E o povo necessita se esforçar muito para eliminá-lo, da mesma forma que um povo leve um tirano à morte por execução. Comentário: "corneille": corvo ou gralha negra em português. Neste 1º verso a gralha figura todo o esforço intelectual e físico das gerações humanas dirigidos aos bens materias e negligenciando os bens morais que devem reger o comportamento humano.

IV - LVI Apres victoire de rabieuse langue, L'esprit tempté en tranquil et repos. Victeur sanguin par conflict faict herangue, Roustir la langue et la chair et les os. Tradução: Após vitória de rabiosa língua, O espírito tentado em tranquilo e repouso: Vencedor sanguíneo por conflito feito arenga, Tostar a língua e a carne e os ossos.

Ignare enuie au grand Roy suportee, Tiendra propos deffendre les escripts: Sa femme non femme par un autre tentee, Plus double deux ne fort ne criz. Tradução: Ignara disputa ao Grande Rei suportada, Terá propósito defender os escritos: Sua mulher não mulher por um outro tentada, Mais duplo sangue não forte nem crise. Interpretação: Haverá ignara disputa entre os intérpretes da minha obra ("ao grande Rei") no desejo de alcançarem o sentido real de todos os meus pensamentos ("ao grande Rei"). De qualquer modo as verdades manifestadas e as subentendidas suportarão ("suportadas") os embates sempre com resultados úteis produzidos pelos intérpretes. O meu propósito é o de manter os meus conhecimentos defendidos pelo enigmatismo imposto nos versos por escrito até que surjam intérpretes competentes ("2º verso"). Assim, a minha obra ("Sua mulher não mulher") não poderá ser desvirtuada mesmo que algum intérprete tente fazê-lo por má fé ("por um outro tentada"). A maioria das quadras possuem duplo sentido ("Mais duplo"). Por esta razão coloquei o sinal ortográfico de dois pontos ("dois") em muitas das quadras ao invés de colocar ponto final a cada dois versos ("não forte nem crise"). Da forma em que os coloquei nesta quadra. Comentário: dispensável.

Interpretação: Mesmo tendo o homem alcançado a vitória em uma vida materialista, o espírito dele estará sempre tentado por viver em lugar tranquilo e passar por um repouso: Aquele que vence apenas na vida material ("vencedor sanguíneio") enganando aos outros e a si mesmo, com sua arenga, e em conflito e competição danada, não achará tempo para usufruir de tais bens. Os anseios, as frustrações, a ambição, fá-loão sofrer muito, e assim passará pela vida como se

IV - LVIII Soleil ardent le gosier coller, De sang humain arrouser terre Etrusque: Chef seille d'eaue, mener son fils filer, Captive dame conduicte en terre Turque. Tradução: Sol ardente dentro da garganta calar,

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Assim falou Nostradamus De sangue humano regar terra Etrusca: Chefe cântaro de água, levar seu filho a mover, Cativa dama conduzida a terra Turque. Interpretação: A maledicência é como um colar de pedras aquecidas por sol ardente dentro da garganta das pessoas, as quais são atiradas contra os outros. Pela ação dessa maledicência os homens terão estado a regar a terra fértil e promissora como a terra Toscana ("terra Etrusque") por muitos sofrimentos ("de sangue humano"). Por abençoada Justiça de Deus ("Chefe cântaro de água") o espírito ("seu filho") é posto a viver ("a mover") na carne. Então, a alma é conduzida a este ambiente hostil, cruel ("a terra Turque") na condição semelhante a uma dama cativa. Comentário: O leitor pode verificar por esta quadra a referência que Nostradamus fez ao duplo sentido que coloca entre os dois pontos. E que um sentido reveste ao outro sem conturbar a idéia central ("não forte nem crise"). "Chefe cântaro de água": cântaro de água, esotericamente, simboliza um repositório de muitas bençãos. Portanto, "Chefe cântaro de água" figura a Deus como o Grande Sacerdote que está eternamente a nos abençoar. "terra Turque": ambiente hostil e até cruel ocasionado pela Natureza e Seres. "Turque": expressão proverbial francesa para denominar alguém cruel. "cativa dama": alma e/ou espírito, cativa no corpo humano (vide dicionário H. Garnier) - dama.

IV - LIX Deux assiegez en ardente ferveur, De soif estaincts pour deux plaines tasses, Le fort limé, et un vieillard resveur, Aux Genevois de Nira monstra trasse. Tradução: Dois sitiados em ardente fervor, De sede excitados por duas planuras taças: O forte limado, e um velho sonhador, Aos Genevois de Nira mostrará traço. Interpretação: O corpo e alma ("dois sitiados")

sitiados por ardentes emoções, vivem sequiosos e ("De sede") excitados por duas naturezas mentais distintas e ao mesmo tempo correspondentes aos seus anseios ("duas planuras"); semelhantes a duas taças - em suas formas físicas ("taças"). O cérebro humano ("O forte") vai sendo aperfeiçoado ("limado") através dos tempos. O homem é um velho sonhador ambicionando a perfeição e a felicidade dela resultante, desde os primórdios da vida humana quando surgiu das águas - conforme aos postulados da genética ("Aos Genevois"), os quais sugerem que os homens evoluiram a partir das águas do mar, semelhante às rãs. Essa teoria estará baseada nas pesquisas biológicas, ontológicas, antropológicas,etc., situadas sobre os indícios mostrados pelo feto durante o seu desenvolvimento dentro da placenta ("mostrará traços"). Comentário: "Genevois": metáfora com sentido de provindo da gênese ou genética. Os estudiosos da origem dos seres. "de Nira": anagrama de "Raine" que tem o mesmo significado de "Grenouille" - Rã. Portanto, "Aos Genevois de Nira" é metáfora de: postulados da genética que supõem a evolução do homem a partir da rã, ou semelhante a evolução da rã.

IV - LX Les sept enfans en hostage laissez, Le tiers viendra son enfant trucider, Deux par son fils seront d'estoc percez, Gennes, Florence, los viendra enconder. Tradução: As sete crianças como refens deixadas, O terceiro virá seu filho trucidar, Dois por seu filho de estoc atravessados, Gennes, Florence os virá aperfeiçoar. Interpretação: Todas as almas ("As sete crianças") estão destinadas a passar por reencarnações na Terra, e quando encarnadas ficam em uma situação correspondente ao que sentem os refens. O anjo da morte, ou poder da morte )"O terceiro") virá trucidar o corpo, o qual por natureza é filho do espírito. Espírito e alma ("Dois") são originados pelo mesmo princípio de vida que rege o corpo, isto é, todos os três são originados do princípio universal conhecido

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Arvedus por fluído universal, ou energia pura, ou espírito santo. Portanto, espírito e alma ("Dois") não obstante serem imortais, quando reencarnados terão que sofrer as angústias pelas quais o ser humano ("por seu filho") passa ("atravessados"), ("de estoc atravessados"). De acordo com os postulados da Gênese e os postulados esotéricos do livro do Gênesis ("Gennes"); os três, isto é, espirito, alma, e corpo irão se aperfeiçoando pelos milênios a fora, por força das Ciências Religiosas, e das Ciências acadêmicas, e das Artes ("Florence"). Comentário: "As sete crianças": Esotericamente, o número sete, entre vários sentidos, tem o sentido de "tudo com todos" na conformidade com o sujeito ou agente gramatical, e/ou com o predicado. De acordo com a idéia central, subentendida, na quadra, ele está falando de espírito e/ou alma. Portanto, todas as almas. "O terceiro": Como ele está falando de alma e corpo "filho" - esse terceiro deve ser um terceiro poder inteligente. O qual distínguo por anjo da morte - por ser esta metáfora muito usada por sinônimo de poder da morte. "de estoc": o dicionário H. Garnier aponta a palavra estoc dotada de amplo sentido a ser aplicado conforme ao assunto do período gramatical. Menciona: "Estoc: Estoque. Chuço. Ponta de espada. Tronco de árvore. (Fig.): Descendência, estirpe, linhagem. Gênio, espírito, imaginação". Expressões idiomáticas: "Frapper d'estoc: ferir de ponta." "De son estoc: de si mesmo." "Être du même estoc: ter a mesma origem." Portanto, ele está dizendo que as três entidades mentais estão entrelaçadas pelas mesmas energias inteligentes. E, sujeitas às leis de evolução, cujas disciplinas levam os três a sofrer os embates da vida material que lhes são necessários. "Florence": Florescência. No caso, o florescimento das virtudes que levam à perfeição aspirada. "Gennes": metáfora referente aos postulados da Genética.

IV - LXI Le vieux mocqué et privé de sa place, Par l'estranger qui le subornera, Mains de son fils mangees devant sa face, Le frere à Chartres, Orl, Roüan trahira.

Tradução: O ancião escarnecido e privado de sua plaga, Pelo estrangeiro que o subornará, Mãos de seu filho devoradas ante sua face, O irmão à Chartres, Orléans Roüan trairá. Interpretação: O espírito encarnado ("O ancião escarnecido") sente-se ridicularizado ("escarnecido") e privado de seu Mundo pelo cérebro que para ele é dotado de uma natureza estranha à sua ("estrangeiro"), o qual muitas e muitas vezes o subornará pela força dos desejos, das emoções e das paixões. Porém, o homem ("filho") envelhecerá e morrerá, e assim irá perdendo a vitalidade ante os seus olhos. Então ele se sentirá como um pai presenciando a atividade de uma infecção inexorável que irá devorando as mãos de seu filho ante a sua face. Irmanado ("o irmão") aos destinos necessários à evolução ("à Chartres") o espírito ("Orléans") abandonará o homem ("Roüan") - como se fosse um irmão que um dia o trairá. Comentário: "ancião": metáfora do ser ou coisa antiga. Para o reencarnacionista o espírito é um ser velho na idade, e jovem na forma. "estrangeiro": No caso, é figura literária para homem, e mais especificamente para cérebro, visto que o verso está falando de ação inteligente. "O irmão": No caso deste 4º verso o espírito é irmão do corpo ante os destinos da vida. "Chartres": Cartas. Em sentido figurado Destinos. Semelhante às cartas de navegação para o navio, ou para o avião. Entendo que ele usou Orléans para figurar o espírito, e Roüan para figurar o corpo. Em primeiro lugar pelo fato de Orleans sempre ter sido uma cidade mais importante do que Roüan. Outrossim, posso tomar rouan por cavalo baio. Nos meios teosófistas o cavalo figura o corpo, e o cavaleiro figura o espírito. Tanto assim que São João usou os quatro cavalos no Apocalípse para figurar o destino evolutivo do espírito e do homem (vide: Apocalípse, cap. 6), quando fala do cavalo branco, do vermelho, do preto e do amarelo. Em meu livro "Apocalípse total" editado em 1981 apresentei a interpretação esotérica deste capítulo. Este livro pode ser consultado pelo leitor nas

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Assim falou Nostradamus Bibliotecas em São Paulo. Por falta de espaço neste livro só posso mencionar laconicamente, que cavaleiro é o espírito e o cavalo branco é a sua alma. O cavalo vermelho é o homem, e o cavaleiro é o Ego e/ou mente cerebral. O cavalo preto é a consciência do homem, e o cavaleiro é a figura do seu baixo grau, ou sua baixa capacidade de Justiça e de raciocínio. O cavalo amarelo alegoriza a mente humana, e o cavaleiro representa todas as circunstâncias hostis geradas pela natureza e também pelos homens contra o próprio homem... Outrossim, Orleans e Roüan têm possuido outras qualificações que darão outros valores a mais ao espírito e ao homem, o que sendo lido darão maior expressão a esta quadra.

devia ter aplicado (coronal). E o fez para dar maior força de expressão ao assunto da quadra. O sentido dado pelos dicionários à palavra Coronal é: "Relativo a coroa; em forma de coroa (Anat.), osso frontal. Psicólogos e psíco-analistas conhecem bem o assunto desta quadra. O esoterista vai além. "invenção": mais com sentido de intenção.

IV - LXII

Tradução: A armada Céltica contra os montanheses, Os quais serão descobertos e presos na armadilha: Campônios descansados esmagarão logo ambições, Precipitados todos ao fio de espada.

Un coronel machine ambition, Se saisira de la plus grand armee, Contre son Prince fainte invention, Et descouvert sera soubs sa ramee. Tradução: Um coronel maquina ambição, Apoderar-se-á da maior armada, Contra seu Príncipe, fingida invenção, E descoberto estará sob sua ramada. Interpretação: Conforme a pessoa vai ficando adulta o seu campo mental vai se concentrando na área frontal da cabeça, e transparece aos olhos do vidente como uma coroa de luz multicolorida ("um coronel"). Este campo inteligente é denominado por Intelecto. Apoderar-se-á da maior parte das decisões e do comportamento da pessoa ("2º verso") dotando-a de muita astúcia ("maquina") e muita ambição. Assim sendo, manifestará intenções fingidas contra os princípios morais ("contra seu Príncipe"), por consequência contra os princípios morais do seu espírito ("seu príncipe"), o qual é puro na inteligência e no sentimento. De qualquer modo, estes defeitos humanos, isto é, a astúcia e a ambição estarão sempre visíveis através dos gestos, palavras e atitudes da pessoa (4º verso"). Comentário: "Coronel": Ele usou "coronel" quando

IV - LXIII l'armee Celtique contre les montaignars, Qui seront sceuz et prins à la pipee: Paysans fresz poulseront tost faugnars, Precipitez tous au fil de l'espee.

Interpretação: O poder dos postulados espiritualistas ("A armada Céltica") postos contra a ignorância e a personalidade rústica dos homens ("contra os montanheses") com seus defeitos humanos bastante visíveis e facilmente analisáveis pela própria pessoa ("os quais serão descobertos"), e os quais estão entranhados no cérebro ("e presos na armadilha"). Pelos humildes ("Campônios"), moderados em seu comportamento ("descansados"), serão logo suplantados ("esmagados logo") e ao mesmo tempo as ambições estarão suplantadas por eles ("ambições"). Pelo exposto, através dos tempos, todos os defeitos, e/ou fraquezas humanas serão cerceados do cérebro como se fosse um regimento de soldados precipitados ao fio de espada. Comentário: "A armada Céltica": Religião dos Druídas dos Celtas com seus postulados reencarnacionistas e/ou espiritualistas. "faugnars": não encontro tradução ideal para esta palavra. Tomei-a, arbitrariamente, por ambições, na conformidade com o assunto da quadra. "fresz": também, não encontro tradução ideal, mas associada a palavras do gênero ressalta com sentido de: tropa fresca, tropa descansada para entrar em combate. Se errei, nos sentidos de ambas, alguém em

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Arvedus futuro traduzirá melhor. Para mim esta interpretação satisfaz a compreensão do assunto.

Tradução: Ao desertor da grande fortaleza, Depois que tenha seu lugar abandonado, Seu adversário fará tão grande proeza, O Imperador logo morte estará condenado.

IV - LXIV Le defaillant en habit de bourgeois, Viendra le Roy tente de son offence: Quinze soldats la pluspart Ustageois, Vieu derniere et chef de sa chevance. Tradução: O contumaz em hábito de burguês, Virá o Rei tentar de seu pecado: Quinze soldados a maior parte Ustageois, Vida derradeira o chefe de sua fortuna. Interpretação: O Homem ("de burguês"), contumaz em seu mau comportamento ("contumaz em hábito") estará sempre tentando subverter os bons padrões éticos ("Rei") com os seus erros e pecados ("de seu pecado"). Por quinze séculos ainda ("quinze") os homens ("soldados"), a maior parte a se comportar com violentação dos direitos humanos ("a maior parte Ustageois"); no final do maus tempos profetizados ("Vida derradeira") tornar-se-ão mais justos, disciplinados, fraternos ("o chefe"). A partir de então respeitarão disciplinadamente os padrões dos Direitos e Deveres ("o chefe"), e assim serão afortunados. Comentário: "deffaillant": desfalecido, fraco. Em termos jurídicos: "contumaz na delinquência, e fugitivo da justiça. "Quinze": metáfora referente a quinze séculos e conforme ao assunto. "Soldados": metáfora de gente homens. "Ustageois": metáfora derivada do latim: Usta-ae:Cor escarlate muito viva pendendo um pouco para a alaranjada. Esta cor simboliza a violência ou violentação. Neste caso, a bem conhecida violentação dos Direitos e Deveres, para com Deus e para com o próximo, em desrespeito e desobediência ao mandamento aúreo asseverado por Jesus, e aos dez mandamentos dados por Deus a Moisés.

IV - LXV Au deserteur de la grand'forteresse,

Apres qu'aura son lieu habandonné, Son adversaire fera si grand proüesse, L'Empereur tost mort sera condamné.

Interpretação: Toda pessoa e toda Coletividade que deserta dos ditames e mandamentos Divinos (" da grande fortaleza"), deixa sua mente abandonada ao sabor da ação do mal ("seu adversário"), pelo qual resultará muito grande escândalo ("tão grande proeza"). Por tais conjunturas - a pessoa, a alma, ou a Coletividade ("O Imperador"), por consequência já estará condenada por auto- castigo ("logo morte estará condenada") perante a Lei. Comentário: Acredito que ao redigir esta quadra ele baseou sua reflexão na sentença ditada pelo Apóstolo Paulo: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuíto de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Epístola aos Romanos cap. 6 vers. 23).

IV - LXVI Sous couler fainte de sept testes rasees, Seront fermez divers explorateurs, Puits et fontaines de poisons arrousees, Au fort de Gennes humains devorateurs. Tradução: Sob cor falsa de sete cabeças raspadas, Serão semeados diversos exploradores: Poços e fontes de venenos borrifados, Ao forte de Gennes humanos devoradores. Interpretação: Doutrinas religiosas cheias de falsidades ("sob cor falsa") instituídas por muitos mestres fingidos ("de sete cabeças raspadas") terão semeado muitos exploradores. Instituições profanas ("Poços") e instituições religiosas ("fontes") terão estado eivadas de ideais e ideologias falsas como se fossem poços e fontes borrifados de veneno. A grande maioria das pessoas ("Ao forte de

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Assim falou Nostradamus Gennes") terá estado assediada por pessoas de má fé ("humanos devoradores") a aproveitar a boa fé dos seus semelhantes. Comentário: Entendo que Nostradamus especificou um alerta para todo o tipo de charlatanismo que sempre tem havido nos meio religiosos. E, tomei a liberdade de estendê-lo a todo tipo de instituição humana, e inclusive a toda pessoa do Mundo, visto que a ganância é uma insanidade congênita, à qual pouca gente escapa. Se é que alguém escapa.

IV - LXVII

IV - LXVIII En lieu bien proche non estoigné de Venus, Les deux plus grands de l'Asie et d'Affrique, Du Ryn et Hister qu'on dira sont venus, Cris, pleurs à Malte et costé Ligustique. Tradução: Em lugar bem próximo não afastado de Vênus, Os dois maiores da Ásia e da África Do Ryn e Hister que se dirá são vindos, Gritos, lamentos à Malta e costado Ligústico. Interpretação: O sentimento de comiseração que existe no ser humano ("Em lugar bem próximo"), irmão não afastado do Amor ("Vênus"), terá vindo do maior grau de religiosidade ("da Ásia") e do maior grau de instinto de conservação ("da África"), tanto no mundo terreno ("Du Ryn": Reno), quanto no mundo das almas ("e Hister": Danúbio), a fim de aplacar os gritos e lamentos da Alma ("à Malta") e do cérebro humano ("costado Ligústico").

Lors que Saturne et Mars esgaux combust, L'air forte seiché longue trajection, Par feux secrets d'ardeur grand lieu adust, Peu pluy, vent chault, guerres, incursions. Tradução: Quando que Saturno e Marte iguais combusto, O ar forte fluxo e refluxo longa transitação. Por fogos secretos de ardor grande lugar adusto, Pouca chuva, vento quente, guerras, incursões. Interpretação: Quando o sentimento de Justiça ("de Saturno") e o sentimento belicoso ("e Marte") estiverem em expansão - em proporções iguais, como se fossem materiais inflamáveis em igual combustão - o ambiente humano ("O ar forte") estará aquecido pelas paixões em longa transitação, e por fluxo e refluxo dos acontecimentos. À semelhança do ar envolvido por uma imensa fogueira. Então, as gentes passarão por dolorosos sofrimentos inexplicáveis ("Por fogos secretos de ardor"), e em muitos lugares da Terra os homens serão abrasados ("grande lugar adusto"). Haverá pouca comiseração ("Pouca chuva") muita fustigação ("vento quente"), guerras, incursões. Comentário: Esta quadra traça uma profecia real destes nossos tempos, onde e quando os movimentos injustos provocam a necessária violência da ação da Justiça. Quem está podendo explicar as razões dessa violência que está grassando pelo seio das comunidades? Como contê-las?

Comentário: "do Ryn": do rio Reno. "Hister": ou Ister, nome antigo do rio Danúbio; ambos são metáforas de seres viventes. Isto é, almas e homens. "Malta": Ilha de Malta: metáfora de alma. "Costado Ligústico": metáfora de complexo cerebral. "Ligústico": povo rude da antiga Ligúria. "Vênus": Deusa mitológica do Amor, por cuja alegoria pode-se subentender que no primeiro verso Nostradamus está falando de comiseração, amizade, compaixão, etc. "da Ásia": metáfora referente à proverbial índole religiosa dos povos da Ásia, principalmente dos Indianos e Tibetanos. "e da África": metáfora referente à proverbial índole dos africanos nativos. Devo esclarecer, para evitar mal-entendidos, que na época de Nostradamus a grande maioria dos nativos africanos eram selvagens, e totalmente guiados pelos instintos boçais. Por esta razão ele menciona a Àfrica em termos depreciativos, da mesma forma que cita várias tribos da Europa antiga, e até alguns países. Na verdade, em matéria de selvageria só tem havido uma troca de máscaras e pouca troca de instintos por inteligências.

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Arvedus

IV - LXIX La cité grand les exilez tiendront, Les citadins morts, meutris et chassez, Ceux d'Aquilee à Parme promettront, Monstrer l'entree par les lieux non trassez. Tradução: A cidade grande os exilados o terão, Os cidadãos mortos, assassinados e afastados, Aqueles de Aquiléia à Parma prometerão, Mostrar a entrada pelos lugares não traçados. Interpretação: De todos os cidadãos que morrem na terra ("os cidadãos mortos"), seja por morte natural, assassinato ou por suicídio ("afastados"), o espírito de cada um ("os exilados") terá o direito de ir para o céu ("A cidade grande"). Os seres celestes ("Aqueles de Aquiléia") cumprirão a promessa feita aos homens, através das Religiões ("à Parma"), - de mostrar a entrada pelos mundos espirituais, de cujos lugares e destinos não é dado aos homens conhecer enquanto na vida terrena. Nem seu espírito estará sabendo. Comentário:"Aquiléia": Atualmente é uma pequena vila de pescadores italianos. Entre os anos 180 AC. até 452 DC. foi um centro comercial florescente. E também um centro Religioso a partir de 380 DC. Foi destruída pelos Hunos em 452 DC, e reconstruída pelos patriarcas Cristão de 557 a 1749. Chegou a ter uma população de quinhentas mil pessoas. Hoje tem apenas três mil. A sua vizinha cidade de Veneza cresceu, em hegemonia política e comercial no século XI e reduziu a importância de Aquiléia. Pelo exposto nota-se a razão de Nostradamus ter colocado Aquiléia por alegoria de Céu, ou Mundo espiritual. "Parma": Capital da província de Parma. Os registros históricos, tanto no que concerne a assuntos religiosos, e a assuntos profanos condiciona-a bem, para servir de metáfora do homem nesta quadra. Os fatos mencionados nesta quadra são bastante conhecidos nos meios espíritas. Kardec iniciou a transmissão desses conhecimentos para o Mundo Ocidental a partir de 1860 através de literatura simples, ao alcance de qualquer mentalidade. No Brasil seu espiritismo evangélico entrou

em grande expansão através dos livros psicografados por Franciso Candido Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, Gaspareto, José Medrado, Instituição André Luiz, Centro de Materialização Padre Zabeu e muitos outros. Os seguidores de Kardec não corresponderam às expectativas dele na França, como era esperado pela Esfera Espiritual. Esta, encontrou campo fértil no Brasil, de onde o Espiritismo Evangélico já começou a irradiar pelo Mundo, através do esforço missionário singelo das pessoas citadas acima e outros. Eles estão explicando amplamente os fatos citados nesta quadra por Nostradamus - para quem queira compreender... A maioria das populações da Ásia têm estes conhecimentos, visto que há séculos professam doutrinas reencarnacionistas. Embora suas doutrinas estejam eivadas de superstições e tabus próprios do espiritismo primitivista, e do paganismo lendário.

IV - LXX Bien contigue des grands monts Pyrenees, Un contre l'Aigle grand copie adresser, Ouverte veines, forces exterminees, Que iusqu'a Pau le chef viendra chasser. Tradução: Bem contíguo dos grandes montes Pireneus, Um contra a Águia grande multidão dirigir, Aberta veias, forças exterminadas, Que até a Pau o chefe virá caçar. Interpretação: Insinuado no cérebro humano ("1º verso"), um poder oculto, malicioso, estará agindo contra a capacidade virtuosa da Mente ("Um contra a águia") em contínua e grande multidão de pensamentos ("grande multidão dirigir"). A mente do homem está aberta ao acesso da ação mental, interna e externa, do mesmo modo que o cérebro dá entrada do sangue pelas veias. Esse poder oculto malicioso ("o chefe") virá acossar ("virá caçar") o homem ("a Pau") até o dia de sua morte ("forças exterminadas, "Que até"). Comentário: O 1º verso alegoriza a conformação do cérebro que é semelhante a um maciço montanhoso ("Pireneus"). "contra a Águia": Águia é símbolo de poder volitante. Portanto, poder ou capacidade, mental, virtuoso, visto que ("Um contra") é um poder malicioso.

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Assim falou Nostradamus

IV - LXXI

A sainct Felix seront leur parlement: Ceux de Basas viendront à la mal'heure, Saisir condon et Marsan promptement.

En lieu d'espouses les filles trucidees, Meurtre à grand faute ne sera superstile, Dedans le puits vestules inondees, L'espouse estainte pur hauste d'Aconile. Tradução: Em lugar de esposa as filhas trucidadas, Morte à grande falta não será derramada gota a gota, Dentro do poço vestes inundadas, A esposa amortecendo puro hausto de Acônito. Interpretação: No cérebro do homem, que é o lugar da inteligência ("Em lugar de esposa") as virtudes estarão sendo trucidadas ("as filhas trucidadas"). Ao morrer o homem ("Morte"), os seus erros e pecados ("a grande falta") deixarão de existir para o corpo, cujo castigo para ele é a extinção total da personalidade ("não será derramada gota a gota"). Dentro da cabeça ("dentro do poço") a estrutura cerebral ("vestes") estará inundada pela sombra da morte. Então, a alma ou consciência ou mente anímica ("A esposa") que sobrevive à vida do corpo estará meio amortecida, ou semi-consciente, como que envenenada por forte dose de Acônito puro, a qual aflige a consciência da alma por muito tempo. Comentário: Nesta quadra ele menciona o processo da morte sob o prisma de seus conhecimentos de médico. "esposa": metáfora de alma, ou inteligência, ou mente, ou consciência; o que dentro do assunto da quadra dão o mesmo sentido. O 2º verso tem a função de explicar que o espírito e/ou alma têm o direito de pagar os seus erros e pecados aos poucos ("gota a gota") por ter vida imortal. O corpo não. Paga-os à vista. O que segundo à sentença do Apóstolo. Paulo é dito: "A morte é o salário do pecado"). "Dentro do poço": dentro da cabeça. "Vestes": figura esotérica para energias inteligentes que revestem a entidade, seja o espírito, a alma, o corpo. Conforme o assunto em discussão serão vestes virtuosas, ou vestes viciosas.

IV - LXXII Les Atomiques par Agen et l'Estore,

Tradução: Os Artomiques por Agen e l'Estore, A santo Felix farão seu parlamento: Aqueles de Basas virão à má hora, Embargar Condon e Marsan prontamente. NOTA: Não tenho condições para interpretar esta quadra. E do pouco que me dá a entender parace-me repetição de assuntos de várias outras quadras, a respeito da parlamentação contínua entre as três entidades inteligentes do homem para a formação dos raciocínios.

IV - LXXIII Le nepveu grand par force prouvera, Le pache fait du coeur pusillanime, Ferrare et Ast le Duc esprouvera, Par lors qu'au soir sera le pantomine. Tradução: O descendente grande por força provará, O pacto feito do coração pusilânime, Ferrare e Ast o Duque porá à prova, Por ocasião que ao anoitecer será a Pantomima. Interpretação: As multidões de espíritos ("O descendente grande") que vêm encarnar na Terra estarão forçados a provar as suas capacidades para evoluir. É uma Lei natural proposta pela Providência Divina ("O pacto") a que o espírito submete-se com certa pusilanimidade íntima ("do coração pusilânime"). O Corpo Humano ("Ferrare") e a Alma ("Ast") com seus complexos de sensações, emoções e paixões porão o espírito ("o Duque") à prova, pelos tempos em que ele passará pela vida humana ("Por ocasião que ao anoitecer"), a qual para ele será passar por uma tragi-comédia ("será a Pantomima"). Comentário: "Le nepveu": o sobrinho, o descendente. Com idéia de espírito - o qual é filho de Deus. Mas já é um filho, de categoria inferior em razão de pureza, ou valores puros. Portanto, é um ser descendente.

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Arvedus Daí ("O descendente grande") - multidão de descendentes. No caso de espíritos ou anjos decaídos. Segundo a alegoria bíblica. O assunto desta quadra é amplamente explicado nos meio espíritas evangélicos e espiritualistas. E explicam que o espírito passará por reencarnações sucessivas a fim de passar por provas e expiações, e delas fixar experiências e potencialidades para ter condições de viver em esferas superiores. "Ferrare": metáfora derivada de ferroso. O sangue humano é dotado de elementos ferrosos constituídos pela hemoglobina. Por isto Nostradamus usa "Ferrare" em sentido esotérico ou subentendido. "AST": metáfora de alma. Derivada de: "Astaroth: divindade dos Sírios. Ídolo dos Sidônios". Ou "Astarte: divindade dos povos da Sibéria.

IV - LXXIV Du lac Leman et ceux de Brannonices Tous assemblez contre ceux d'Aquitaine, Germains beaucoup encore plus souisses Seront de faicts avec d'Humaine.

Gales é o nome de um antigo rei, tornado em herói, segundo é descrito pelo épico "Mabinogi of Branven". Este épico relata que enquanto defendia sua irmã contra seu marido Irlandês, ele foi envenenado. Sua cabeça, após ter sido decepada de seu corpo, continuou a fazer discursos cheios de sabedoria durante um século, mais ou menos. Então, Nostradamus usou esta metáfora para alegorizar o Protestantismo e suas atividades através dos tempos. Representa bem as atitudes de Lutero e seus pósteros, no sentido de defender a sua Igreja ("sua irmã"), embora tenham sido escomungados ("decepados"). "Aquitânia": metáfora para Igreja Católica. Creio que ele quiz considerar Igreja abençoada, visto que aquitânia tem o sentido de lugar - com muitas águas. Esotericamente águas tem sentido de bençãos. "Humânia": metáfora com sentido de facção Humanista.

IV - LXXV Prest à combattre fera defection, Chef adversaire obtiendra la victoire: L'arriere garde fera defension, Les defaillans mort au flanc territoire.

Tradução: Do lago Leman e aqueles de Brannonices, Todos reunidos contra aqueles da Aquitâmia, Germanos muitos ainda mais suíços, Participarão dos feitos com aqueles de Humânia. Interpretação: Os Protestantes ("Do lago Leman") e seus líderes e alguns Potentados de países vizinhos ("e aqueles de Brannonices"), todos reunidos contra a Igreja Católica e potentados que a ela se aliam ("aqueles da Aquitânia"). Muitos Alemães, ainda mais Suiços participarão dos movimentos da Reforma ("Participarão dos feitos") aliados aos cultores do Humanismo ("aqueles de Humânia"). Comentário: Nesta quadra ele faz menção à luta religiosa entre Protestantes e Católicos. E vaticina o progresso do Protestantismo pelo Mundo, caldeando seus ideais com os ideais dos Humanistas da Idade Média, no sentido de alijar certos dogmas e ortodoxias prejudiciais intituidos pelo Clero Católico, durante o Obscurantismo. "Brannonices": metáfora derivada de "Bran", com sentido de atividades de Bran. "Bran": segundo lenda corrente no País de

Tradução: Preste a combater fará defecção, Chefe adversário obterá a vitória, A retaguarda fará defesa, Os desfalecidos, morte em branco território. Interpretação: O médico ("Prest, ou preste") ao combater uma doença incurável, se abandonar o paciente à própria sorte, estará desertando de seu dever ("fará defecção"). A morte ("chefe adversário") obterá a vitória. A vitalidade do paciente ("da retaguarda") fará a defesa até que suas forças desfaleçam ("os desfalecidos"). Então, a morte vencerá deixando o cadáver jazendo sobre um branco lençol ("morte em branco território"). Comentário: Nesta quadra ele faz menção a respeito do senso de responsabilidade do médico, o que naturalmente ele sentia. Considerando que o médico é sacerdote da saúde. "Preste": Sacerdote.

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Assim falou Nostradamus

IV - LXXVI Les Nictobriges par ceux de Perigort Seront vexez, tenant iusques au Rosne, L'associé de Gascons et Begorne, Trahir le temple, le preste estant au prosne. Tradução: Os Nictobriges por aqueles de Perigort Serão vexados, ocupando até ao Rosne, O associado de Gascons e Begorne, Trair o templo, o sacerdote estando em sermão enfadonho. Nota: Não tenho condições para interpretar. Só dá para entender pelos 3º e 4º versos que ele está falando de pessoas fanfarronas ("de Gascons") e estúpidas ("de Begorne") reunidos em missa onde o padre está fazendo um sermão enfadonho. E, por tais motivos alguém mais inteligente se aborrece naquele ambiente ("trair o templo"), ou mais propriamente: uma pessoa dotada de conhecimentos religiosos mais elevados recusa-se a participar de missas onde o pároco faz sermões medíocres e os paroquianos são fanfarrões e boçais. Comentário: "Gascões": Expressão depreciativa considerando indivíduos fanfarrões. "Begorne": Indivíduo estúpido. Segundo o dicionário H. Garnier. "prosne": ou prône: (fig. fam.). Sermão; repreensão inoportuna, discurso enfadonho. O 4º verso leva também, a entender que o Ego é traidor do espírito, e que as orientações e repressões feitas pelo espírito são tomados pelo cérebro como sermão enfadonho. Semelhante ao sermão do sacerdote em u'a missa. Pois, o interesse do cérebro está direcionado para os bens materiais.

IV - LXXVII

Interpretação: Um grande surto Religioso promovido pelos homens ("SALINO Monarca") pacificará a Terra. Religiões unir-se-ão em sentido ecumênico, de respeito e tolerância ("Reinos unidos") sob a bandeira do Cristianismo ("Rei Cristão do Mundo"). Através dessa maior religiosidade todos compreenderão que estarão vivendo em um Mundo abençoado e que morrendo, também viverão em paz e alegria, após ter expulsado de sua mente, e do ambiente da Terra - as más intenções e os maus comportamentos ("3º e 4º versos"). Comentário: Esta quadra traz uma profecia importantíssima para a Humanidade.Tal profecia é repetida constantemente nos Evangelhos, por diversos prismas. É importante observar que o evento do ecumenismo eclético religioso acaba de ser iniciado pelo Papa João XXIII e vem sendo incrementado pelo atual Papa João Paulo II. "SALINO": O corpo humano é composto pelos sais da Terra. Por isto Jesus acentuou: "Vós sois o sal da Terra." Neste caso, Nostradamus acentuou em maiúsculas para termos a idéia de HOMENS. "Monarca": metáfora de poder. Por consequência "SALINO Monarca" metaforiza Poder religioso proporcionado por multidão de homens. "Itália": metáfora de Terra. "Rei Cristão": Pode-se interpretar por: Jesus Cristo, Cristianismo, Evangelhos, etc.

IV - LXXVIII La grand'armee de la pugne civile, Pour de nuict parme à l'estrange trouvee Septante neuf meurtris dedans la ville, Les estranges passez tout à l'espee.

SELIN Monarque l'Italie pacifique, Regnes unis, Roy Chrestien du monde, Mourant voudra coucher en terre Blesique Apres pyrates avoir chassé de l'onde.

Tradução: A grande armada da pugna civil, Para de noite no meio à estranha encontrada, Setenta e nove sucumbidos dentro da vila, Os estranhos passados todos à espada.

Tradução: SALINO Monarca a Itália pacífica, Reinos unidos, Rei Cristão do Mundo: Morrendo quererá deitar-se em terra abençoada, Após piratas ter expulsado da onda.

Interpretação: Estou meditando sobre o caso de um paciente que passava dos setenta e nove anos de sua vida ("3º verso"). Então, no meio da noite ele encontrou a morte

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Arvedus ("à estranha encontrada"). Sendo médico assisti a milhares de pacientes que morreram e no caso deste amigo, neste momento, escrevo o que penso a respeito: A morte não vai além da abstração amparada pela figura da megera armada de alfanje, ou do anjo negro. Assim, não vai além da imaginação. Na realidade é apenas o resultado de uma guerra civil produzida por uma grande armada de microoganismos. De um lado os predadores, e do outro lado os defensores. No final, todos estes seres pequeninos e estranhos aos nossos olhos serão mortos ("passados todos à espada"). Mormente se o corpo da pessoa for cremado. Comentário: Achei por bem, oferecer uma interpretação livre para esta quadra - pondo-me em empatia com ele. Em meditação, imaginei com pormenores que não escrevi, toda a odisséia que sucede nesse transe a que se chama morte, e conforme ao mencionado por ele. Vejo a morte como ele via. Desagradável, mas necessária e benfazeja para minh'alma.

IV - LXXIX Sang Royal fuis, Monhurt, Mas Eguillon, Remplis seront Bourdelois les Landes, Navarre, Bygorre poinctes et eguillons, Profonds de faim, vorer de Liege glandes. Tradução: Sangue Real fugidos, Monhurt, Mas, Eguillon, Ocupados estarão Bourdelois os Landes, Navarre, Bygorre pontas e aguilhões, Profundos de fomes devorar de Liege glandes. Interpretação: Quando as pessoa fogem ("fugidos") dos ditames da Justiça ("sangue Real"), conforme à minha compreensão ("Monhurt"), suas virtudes ("Mas") ficam enfraquecidas pelas tentações da carne ("Eguillon"). Suas consciências tornam-se como um matagal emaranhado ("os Landes") e seus ajuizamentos serão muito eivados de enganos ("ocupados estarão Bourdelois"). A consciência da pessoa ("Navarre"), constituida pelo Ego, fica como que encapuzada por dois gorros da seda preta ("Bygorre") cheios de pontas

("pontas") e aguilhões ("eguillons"), os quais a afligem permanentemente. Assim sendo, as pessoas passam a vida afligidas pelas cobiças e pelos desejos ardentes que emanam do seu íntimo ("profundos de fomes") a devorar a sua paz por força de pensamentos e comportamentos eivados de vilezas ("devorar de Liege glandes"). Comentário: Prezado leitor: Esta quadra é uma das mais esdrúxulas em virtude do número de metáforas. Assim sendo, eu tenho dificuldade de provar que a interpretação está correta, e você terá dificuldade de a contestar. Apesar disso, familiarizado com o pensamento vivo dele, não tenho dúvidas. Se você se propuzer a analisar minusciosamente chegará aos mesmos termos. Válido mesmo é o ideal contido no assunto, o qual merece longas reflexões. Para auxiliar a você coloco os significados a seguir, como sempre faço: "Sangue Real": Coloquei por metáfora de Justiça, pelo fato de que este vocábulo envolve todas as virtudes que possam se referir ao assunto da quadra. "Monhurt": "hurt" tem o significado de "hurtage""direito de ancoragem". Portanto, Monhurt" corresponde a "meu direito de compreensão". "Mas": moeda do reino de Achem. Achem antigamente foi um importante centro comercial em uma região montanhosa no norte de Sumatra. Portanto, representa, no caso, a mente e o cérebro com suas riquezas de virtudes. "Eguillon" ou Aiguillon, segundo o dicionário H. Garnier significa: Aguilhão. E em sentido figurado: "Estímulo, incentivo. Em sentido teológico: "Tentação da carne". "Bourdelois": metáfora derivada do verbo "bourder": mentir, enganar, petar, burlar. "Landes": Matagais "(fig.) Passagens enfadonhas de um discurso". "Navarre": reino junto à Espanha. Metáfora que pode ser também, derivada da "Navarque": chefe de uma esquadra grega. Tomei por consciência da pessoa, formada pelo Ego, isto é, a mente associada pelo cérebro e pela alma. "Bygorre": ou Bigorre: dupla de gorros. "Gorre": ou "gorra": é traduzido por gorra ou gorro, com significado de gorro de seda preta usado

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Assim falou Nostradamus em Veneza. Leva, também, o sentido de curral de peixes. Os dois gorros "Bi-gorre" alegoriza bem a idéia na quadra. O "curral de peixe" reforça essa idéia. "Liege": cortiça. Entendo que é mais expressivo tomar por metáfora derivada de "lie": "Sedimento, escória. O mais vil". Conforme o dicionário. "Glandes": as glândulas: são campos energéticos acionados pela inteligência ou mente com a função de vitalizar as atividades do corpo. Por consequência, a atividade delas incidem fortemente sobre o caráter da pessoa, sobre a personalidade e sobre o comportamento. Portanto, sobre o físico e o psíquico. Portanto "devorar de Liege glandes" torna-se em expressão significando: que as más intenções e os maus pensamentos devoram as virtudes contidas nas células, genes e glândulas, o que transtorna o caráter e a saúde da pessoa. Torna a pessoa ruím. Psíquica e fisicamente insana.

IV - LXXX Pres du grand fleuve, grand fosse, terre egeste, En quinze pars l'eau divisee: La cité prinse, feu, sang, cris conflict mettre, Et la plus part concerne au collisee. Tradução: Perto do grande rio, grande fossa, terra pobre, Em quinze partes estará a água dividida: A cidade tomada, fogo, sangue, lamentos conflito pôr, E a maior parte concerne ao coliseu. Interpretação: A mentalidade humana ("Perto do grande rio") ainda está muito vazia e obscurecida como se tivesse uma grande fossa, e muita terra pobre perto de um grande rio. Por quinze séculos ("Em quinze partes") ainda a mentalidade humana estará dividida pelo bem e o mal ("água dividida"). A mente humana ("A cidade") está tomada pelas emoções e paixões, sofrimentos e lamentos - os quais porão os homens em constante conflito. E a maior parte das desgraças é proporcionada por fantasias da imaginação à procura da felicidade nos divertimentos banais e até nos trágicos. Disto resulta um grande circo à semelhança dos circos romanos que deixaram penosas lembranças para os Cristãos ("concerne ao Coliseu").

Comentário: dispensável

IV - LXXXI Pont on fera promptement de nacelles, Passer l'armee du grand Prince Belgique: Dans profondrez, et non loing de Brucelles, Outre passez, detranchez sept a pique. Tradução: Ponte se fará prontamente de barquinhos, Passar a armada do grande Príncipe Bélgico: Nos aprofundados, e não longe de Brucelles, Além passados, dissecados sete à pique. Interpretação: Todas as almas dos que morrem "a armada do grande Príncipe Bélgico") prontamente são levados por almas socorristas ("Ponte se fará prontamente de barquinhos Passar"). Nos espaços ("Nos aprofundados"), e espaços próximos da Terra ("e não longe de Brucelles"), as almas dos mortos ("Além passados") terão os seus registros da memória analisados ("dissecados"). Quase todas as almas sentir-se-ão falidas ("sete à pique"). Comentário: "barquinhas": alegoria de almas que têm a função de socorrer a alma de pessoa falecida. Parentes, amigos, estranhos devotados a essa função, etc. Sabe-se que as almas de pessoas malfeitoras muitas vezes são levadas por almas malfeitoras para espaços infernais. "Príncipe Bélgico": metáfora de ser humano. No caso, "a armada": corresponde à multidão de almas. "Nos aprofundados": Nas profundezas do espaço celeste, que está restrito à Terra. "Sete": metáfora de um número indefinido. No caso, todas as almas serão analisadas, e realmente todas terão maior ou menor sentimento de haver falido em seu comportamento moral durante a vida. "Brucelles": Pinças pequenas que servem em vários ofícios para colher objetos miúdos. Neste caso alegoriza as almas socorristas que carregam (pinçam) as almas desencarnantes levando-as a lugares apropriados do espaço.

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Arvedus

IV - LXXXII

limitada ("arruinado"). Quando está vivendo no corpo, seus sentimentos estão sempre amotinados contra as circunstâncias ("seu povo amotinado"). E nisto ele tem razão ("sedição não vã") pois que seu corpo ("seu próprio filho") provoca a limitação de sua inteligência e de suas capacidades de movimentação física ("o terá sitiado") e psíquica.

Amas s'approche venant d'Esclavonie, L'Olestant vieux cité ruynera: Fort desolee verra sa Romanie, Puis la grand'flamme estaindre ne sçaura. Tradução: Acervo se aproxima vindo de Esclavônia, O Contaminante velho cidade arruinará: Muito desolada verá sua Romana, Depois a grande chama extinguir não saberá.

Comentário: dispensável.

Interpretação: O Ser Humano é escravo do acervo de defeitos e hostilidades físicas, psíquicas e ambientais. Esse velho acervo contaminante arruinará cada pessoa e cada geração: Sua alma ("sua Romana") verá a vida por um prisma de desolação. E ninguém sentirá capacidade de superar a grande chama das paixões. Comentário: "Esclavônia": cidade de escravos. Metáfora de cérebro escravo dos defeitos e paixões. "Romana": metáfora de alma sob o império dos defeitos e paixões.

IV - LXXXIV Un grand d'Auxerre mourra bien miserable, Chassé de ceux qui sous luy ont esté: Serré de chaines, apres d'un rude cable, En, l'an que Mars, Venus et Sol mis en esté. Tradução: Um grande de Auxerre morrerá bem miserável, Afastado daqueles quem sob ele têm estado: Oprimido por liames, mais tarde de um rude cabo, No ano que Marte, Vênus e Sol posto em estado.

Tradução: Combate noturno o valente capitaneia, Vencido fugirá pouco de gente arruinado: Seu povo amotinado, sedição não vã, Seu próprio filho o terá sitiado.

Interpretação: O espírito ("grande de Auxerre") sofrerá os horrores da morte do corpo e sentir-se-á bem miserável, principalmente nos momentos da agonia ("morrerá bem miserável"). Porém, logo estará afastado de todos aqueles sofrimentos sob os quais ele terá estado durante tal vida. Na infância do corpo ele estará oprimido pelos liames naturais. Mais tarde, quando o corpo está adulto, a ação da pessoa é para ele como um rude cabo. E isto ocorre pelo fato indescutível de o corpo ter uma natureza hostil ("que Marte") e um complexo emocional apaixonado ("Vênus"), os quais submetem a Inteligência ou Mente do espírito à situação confusa em que os seres humanos têm estado ("Sol posto em estado").

Interpretação: O espírito comanda a vida do ser humano, e sente que a luta pela vida é semelhante a de um capitão comandando um combate noturno. Vencido o tempo de duração do corpo ele se afasta como quem foge ("Vencido fugirá"). Não é puro como um anjo. E um ser em cuja alma leva um complexo de energias similares às do homem, tanto psíquicas quanto física, o que o coloca em situação um tanto

Comentário: "Auxerre": anagrama composto por: "Eaux: águas e erre: "terre", terra. Portanto, águas e pó da terra. Símbolo do homem. E a idéia pode ser reforçada, ainda, pelo antigo nome de Auxerre, dado pelos Romanos, o qual era Autessiodorum, o qual tem uma significação de terra dura, cruel, austera, sólida, robusta. Conforme o dicionário latino, o adjetivo Dúrus, A, um, carrega a significação de: "duro, sólido,

IV - LXXXIII Combat nocturne le vaillant capitaine, Vaincu fuyra peu de gens profligé: Son peuple esmeu, sedition non vaine, Son propre fils le tiendra assiegé.

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Assim falou Nostradamus rigoroso, cruel, robusto, etc. O verbo "Duro" tem ampla significação, inclusive, durar, viver.

IV - LXXXV

Interpretação: Na época em que a Humanidade conquistar o Sentimento da Justiça ("Saturno") em sua melhor pureza ("em água") colocando este Sentimento em conjunto com a Inteligência ("Com Sol"), o Homem e/ou Humanidade estará forte e possante. O espírito será recebido e ungido nos Céus ("Reims") e na Terra ("Aix"). Após tais conquistas, evidentemente, a ignorância e a inocência estarão suprimidas ("matará inocentes"), ou mais propriamente - esvaziado.

Le charbon blanc du noir sera chassé, Prisonnier faict mené au tombereau: More chameau sus pied entrelassez, Lors le puisné sillera l'aubereau. Tradução: O carvão branco do negro será caçado, Prisioneiro feito levado ao carro de lama: Mouro Camelo sobre pés entrelaçados, Quando o irmão mais moço singrará a água alva. Interpretação: A sublimação psíquica e física do espírito será conquistada por ele através da vida corporal. Quando está encarnado ele se sente como um prisioneiro levado em um carro cheio de lama. Ou tem a sensacão de um Mouro posto sobre um Camelo com os pés amarrados, até que a morte chegue ao corpo ("Quando o irmão mais moço"). Daí, então, afastar-se-á e singrará por lugares mais deliciosos onde a vida é mais pura e serena como um lago de águas claras. Comentário: Todas estas figurações literárias são muito usadas pelos escritores teosofistas. (NOTA: Entenda-se teosofia por ciência das coisas divinas. Portanto, teosofistas são aqueles que se dedicam ao conhecimento dos pretensos mistérios da vida, da alma, do espírito, etc. Enfim, sobre ciências físicas, psíquicas, metafísicas, metapsíquicas, paranormais, e outras denominações convencionadas. "l'aubereau": anagrama de alva água. E com sentido, também de aurora.

IV - LXXXVI L'an que Saturne en eau sera conioinct, Avecques Sol, le Roy fort et puissant, A Reims et Aix sera receu et oignt, Apres conqueste meutrira innocens.

Tradução: O ano que Saturno em água estará conjunto, Com Sol, o Rei forte e possante: A Reims e Aix será recebido e ungido, Após conquistas matará inocentes.

Comentário: Segundo o Gênesis - o espírito e o homem foram criados inocentes e ignorantes. Caminhando pela Lei da Evolução chegarão à sublimação da Inteligência e do Sentimento. É sobre isto que Nostradamus fala nesta quadra, e repetidamente em muitas outras.

IV - LXXXVII Un fils du Roy tant de langues apprins, A son aisné au regne different; Son pére beau au plus grand fils comprins, Fera perir principal adherant. Tradução: Um filho de Rei tanto de línguas aprendidas, A seu primogênito ao reino diferente: Seu pai belo ao maior filho compreendido, Fará perecer principal aderente. Interpretação: O espírito é um filho de Deus ("Um filho do Rei") obrigado a viver na carne por necessidade de evolução onde fixará em sua mente muitas experiências que não poderia usufruir em seu mundo ("tanto de línguas aprendidas"). Por esse motivo o Pai o coloca a viver na Terra por reencarnações intermitentes, neste reino que para ele é um ambiente diferente ("2º verso"). Então, quando encarnado, o espírito é o pai do corpo, um pai virtuoso e lindo ("seu pai belo"), e por conhecer a maior parte ("ao maior") das limitações e imperfeições do corpo ("filho") ele compreende e comisera com ele ("filho compreendido"), e se

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Arvedus esforçará muito para que durante a vida que comunga com este seu filho fará transformar os defeitos e fraquezas que estarão aderidas na sua alma ("Fará perecer principal aderente"). Comentário: Estou certo de que mesmo me esforçando para esclarecer este assunto para o leitor não familiarizado com ele, não passei da simples noção. É assunto vasto, e para ser devidamente compreendido o leitor terá necessidade de procurar nas fontes reencarnacionistas - espíritas e/ou espiritualistas. "Seu primogênito": Esotericamente, o espírito é considerado o primogênito, ou ungido, ou herdeiro do reino dos Céus, por ser imortal. No quarto verso ele trata da imperfeição da alma e do corpo como sendo um ente. Da mesma forma em que as Religiões falam do Satanás. Nome este empregado para concretizar ou personalizar o complexo de imperfeições do corpo e principalmente da alma, ao que - maniqueistamente é chamado: " o Mal, ou Satanás".

IV - LXXXVIII Le grand Antoine de nom de faict sordide, De Phthyriaise à son dernier rongé: Un qui de plomb voudra estre cupide, Passant le port d'esleu sera plongé. Tradução: O grande Antoine do nome de feito sórdido, De Ftiríase a seu derradeiro corroído: Um que de chumbo quererá ser cobiçoso, Passando o porto de eleito será submergido. Interpretação: O homem ("O grande Antoine") cujo cérebro é pecaminoso ("do nome de feito sórdido") acabará tendo sua mente corroída pelos maus pensamentos à semelhança de uma cabeça infectada por piolhos ("De ftiríase"). O homem que se propõe a ser ambicioso ("quererá ser cobiçoso") terá seu cérebro impregnado por uma substância cor de chumbo, a qual mostra a sua mentalidade ruim a qualquer pessoa que tenha a faculdade da vidência. Tendo elegido esse tipo de personalidade ("de eleito") vai passando a sua vida ("Passando o porto") submergido em grandes aborrecimentos.

Comentário: Entendo que ele está falando de um tipo de pessoa insensível à normas de bom comportamento. E ele dá ênfase ao defeito da cobiça e/ou ambição desenfreada. Quanto a "de chumbo", ao que interpretei por substância cor de chumbo; baseei nos fatos relatados nos livros dos Espíritas e Espiritualistas, principalmente em livros do espírito "André Luiz" psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, nos quais "André Luiz" explica que as energias psíquicas processadas pelos maus pensamentos criam incrustações de substâncias pegajosas e fétidas para o olfato sutil do espírito que as enxerga. Neste particular, a expressão "de chumbo" colocada por Nostradamus terá um segundo sentido para o assunto, visto que o dicionário registra o seguinte: "Plomb: Chumbo. Prumo. Sonda. Exalação mefítica das latrinas, etc. Asfixia causada por elas." Outrossim, é sabido que as energias psíquicas da mente refletem o resultado dos pensamentos e das intenções na aura que circunda a pessoa. Por tal fato, a aura apresenta-se multicolorida aos olhos dos espíritos, e aos olhos da pessoa clarividente, os quais por ela leêm os pensamentos das pessoas. "O grande 'Antoine'" (Antonio). O nome Antonio possui dois sentidos elogiosos, conforme à semântica: 1º: Florescente, próspero. 2º: Dígno de louvor. Nesta conjuntura, Nostradamus está dando um merecido valor ao homem, considerando-se que persistentemente ele deprecia os valores do homem, e do cérebro humano. Então, acredito que ele ironiza a ambos mais por prazer literário do que por menosprezo intencional.

IV - LXXXIX Trent de Londres secret coniureront, Contre leur Roy, sur le pront l'entreprinse: Luy, fatalites la mort desgousteront, Un Roy esleu blonde, natif de Frize. Tradução: Trinta de Londres segredo conjurarão, Contra seu Rei, sobre a ponte a empresa: A ele, fatalidades a morte desgostarão, Um Rei eleito louro, nativo de Frize.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: Por trinta séculos da Era Cristã ("trinta") segundo à medida de tempo elaborada pelos Homens ("de Londres"), as mentalidades psíquicas e físicas conjuradas produzirão um poder oculto ("segredo conjurarão") maléfico contra a Humanidade ("contra seu Rei"), conforme relatam as profecias ("sobre a ponte") a respeito dos planos Divinos para a evolução ("a empresa"). Ao homem ("A ele"), as fatalidades e a morte são coisas desagradáveis ("3º verso"). Porém, após o Juizo Final o povo que será eleito ("Um Rei eleito") para permanecer na Terra será aperfeiçoado, tanto física quanto psíquicamente ("louro, nativo de Frize"). Comentário: "louro, nativo de Frize" (da Frísia). Frísia, antiga província constituida por algumas ilhas e sempre com pequena população nativa. Passou a ser historicamente conhecida após conquistada pelos Romanos nos arredores dos anos 100 A.C. Segundo registros históricos, tem sido um pequeno povo tradicional, muito valente e capacitado, e mantendo uma cultura peculiar. Após conquistados pelos Romanos, a duras penas, muitos deles acabaram fazendo parte das hostes Romanas que conquistaram a Ilha Britânica, onde alguns expoentes de sua cultura tiveram influência, também, nas áreas vizinhas da Holanda, Dinamarca e Alemanha. Conta, ainda, que fisicamente os Frísios apresentam um protótipo de raça pura, similar à propalada raça Ariana. Entendo que por estes fatos Nostradamus o tenha usado por figura alegórica do Homem do futuro - do após Juizo Final propalado pelas Profecias bíblicas. O Homem puro em razão de Moral, não em termos de raça!

IV - XC Les deux copies aux murs ne pourront ioindre Dans cest instant trembler Milan Ticin: Faim, soif, doutance si fort les viendra poindre. Chair, pain, ne vivres n'auront un seul boucin. Tradução: As duas hostes aos muros não poderão juntar, Dentro daquele instante tremer Milão, Ticin:

Fome, sede, dúvida tão forte os virá pungir, Carne, pão, nem víveres não terão um só fragmento. Interpretação: Nos propalados "últimos tempos" a convivência entre as pessoas ("duas hostes") será muito difícil. Naquela ocasião haverá muita violência, e muita desconfiança, o que fará apavorar toda a Humanidade ("Milão") e cada segmento da Sociedade ("Ticin"). Haverá muita fome e sede de justiça, e por isto uma desconfiança muito forte virá pungir a todas as pessoas. E haverá muita miséria, tanto física quanto psíquica ("4º verso"). Comentário: Entendo que o assunto desta quadra está em sequência da anterior. Redigi em interpretação livre. Do contrário teria que alongar o texto. Creio ter deixado o assunto explícito. "Milão": cidade italiana. No caso é metáfora de Humanidade. "Ticin": rio Ticino. No caso serve de metáfora de segmento da Humanidade. Então, refere-se a cada segmento, da mesma forma que o rio Ticino banhava parte dos Estados de Milão.

IV - XCI Au Duc Gaulois contrainct battre au duelle, La nef Mellele Monech n'approchera, Tort accusé, prison perpetuelle, Son fils regner avant mort taschera. Tradução: Ao Duque Gaulês constrangido bater em duelo, A nave Mellele Monech não aproximará, Injustamente acusado, prisão perpétua, Seu filho reinar antes morte pretenderá. Interpretação: Para conseguir ser o Condutor do homem ("Ao Duque") o espírito ("Gaulês") é constrangido a duelar com ele. A natureza amorosa do espírito ("A nave Mellele") não concordará com a mentalidade aventureira do homem ("Monech não aproximará"). Ele costuma ser acusado injustamente de ser responsável pelas tropelias que o homem produz durante a vida, cuja vida é sentida por ele como uma

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Arvedus prisão perpétua. O homem ("Seu filho") pretenderá comandar ("reinar") antes que sua morte chegue, mesmo sabendo que ela virá para ele, inexoravelmente. Comentário: "A nave Mellele": alegoria de espírito com sua natureza e mentalidade divina. "Mellele": metáfora com sentido de excelentes virtudes do mel. Principalmente, em sentido figurado: amoroso, compassivo, saudável, divino. "Monech": metáfora de homem, semi-deus, heróico, à semelhança do Hércules da mitologia grega, "Monech" ou Mônaco é cognome do Hércules.

IV - XCII Teste trenchee du vaillant capitaine, Sera gettee devant son adversaire: Son corps pendu de la classe à l'antenne, Confus fuira par rames à vent contraire. Tradução: Cabeça trinchada do valente capitão, Será lançada diante seu adversário: Seu corpo pendurado da classe à antena, Confuso fugirá por remos a vento contrário. Interpretação: A consciência ("Cabeça") do espírito ("do valente capitão"), quando ele está encarnado, fica dividida em seus anseios ("trinchada"). É semelhante a uma cabeça lançada diante do seu adversário. Sua estrutura vital ("seu corpo") fica implantada em todo o corpo humano ("pendurado da classe") com o comando inteligente no cérebro ("à antena"). Entretanto, o cérebro do homem, conjugado a ele, é confuso, e fugirá dos deveres virtuosos por interesses materiais ("por remos") e assim será levado a situações embaraçosas e aflitivas, por força de circunstâncias criadas por si mesmo e pelo meio ambiente ("a vento contrário"). Comentário: Seguimento do assunto anterior.

IV - XCIII Un serpent veu proche du lict Royal, Sera par dame nuict chien n'abayeront: Lors naistre en France un Prince tant Royal, Du ciel venu tous les Princes verront.

Tradução: Uma serpente vista próximo de leito Real, Estará por dama noite cão não pasmarão: Então nascerá em França um Príncipe tão Real, Do céu vindo todos os Príncipes verão. Interpretação: Um poder oculto malígno como uma serpente, será visto dentro do cérebro humano, próximo da Sede do espírito ("próximo do leito Real"). E estará atuando desapercebidamente como se fosse uma prostituta ("Estará por dama noite") nas sombras da noite, e trará ao homem e à Coletividade muitas coisas ruíns ("cão"). E será tal a sutileza desse complexo de malignidade, o qual é proporcionado pelos desejos e ambições, que suas causas não poderão ser compreendidas pelos homens ("não pasmarão"), embora ficarão muitas vezes pasmados diante dos maus acontecimentos. Depois destas coisas terem chegado ao clímax - nascerá na Terra ("França") um poder benígno ("um Príncipe") um poder realmente Bom ("tão Real"), um poder virtuoso provindo da cabeça de cada pessoa ("do céu"), o qual proporcionará a felicidade a todos os homens do Mundo ("os Príncipes verão"). Comentário: Com as figuras literárias aplicadas por Nostradamus nesta quadra, similares às alegorias apocalípticas, e às herméticas ou esotéricas, ele está fazendo menção aos "últimos tempos" do poder oculto malígno, e ao advento da Concórdia Universal ou da Civilização de fato e de direito. As pessoas conhecedoras dos conceitos proféticos e esotéricos compreenderão bem o que ele está dizendo. Pela exposição que faço, embora lacônica, acredito que os leitores não familiarizados com tais assuntos, também entenderão, embora ainda não alcancem a compreensão. O sujeito ou agente do 3º e 4º versos possue dois sentidos correlatos. Em primeira instância refere-se ao Homem. Em segunda instância refere-se à profetizada vinda de Jesus Cristo com todo o seu poder de Rei dos Reis. "Os Príncipes" do 4º verso representa os Homens. Mais propriamente, os espíritos ou almas dos homens, os quais verão o Cristo, segundo prometem as profecias. Devo lembrar que o Cristo que virá a ser visto, o Cristo Jesus, não será visto pelos olhos da carne.

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Assim falou Nostradamus Quiçá, será visto por raras pessoas, até aquela ocasião. ELE não virá em missão em corpo humano como o fez há dois mil anos atrás! Mesmo porque Ele jamais saiu do âmbito da Terra, pois que é o Regente da Humanidade. E tem sido visto por uns poucos, da mesma forma que foi visto pelos Apóstolos, por São Paulo, e por São João Evangelista, conforme relata o Novo Testamento. Devo considerar que se o Cristo Jesus é a segunda Magestade, depois de Deus, o Criador; ELE é, também excelsamente simples ou humilde - e assim Ele permite ser visto a quem Ele acha por bem que o seja. Há muitos relatos a respeito... Vamos às metáforas: "Serpente": figura esotérica para mente, cérebro, inteligência, etc. Conforme o assunto de algum texto, a serpente é usada como figura de coisa benfazeja, ou malfazeja. Neste caso, é figura malfazeja. "leito Real": Sede do espírito, no corpo e/ou cérebro. "dama noite": figura similar a da "grande prostituta" do Apocalípse. "chien": cão: Conforme mencionado no dicionário H. Garnier, este substântivo pode ser aplicado como metáfora de: "tudo quanto é mau, ruim, indígno, tanto falando de pessoas como de coisas." "Do céu": Por convenção dos teosofistas ou esoteristas, a palavra "céu" representa a mente do homem. E a palavra "terra" representa o corpo do homem, ou o cérebro. Observe que Nostradamus aplicou "céu" em letras minúsculas. "um Príncipe tão Real": Este "Príncipe", no assunto da quadra figura uma situação, um poder, um estado de coisas, referente ao viver e conviver humano. "todos os Príncipes": todos os espíritos humanos. E tem, também, o sentido de todos os bons princípios morais.

IV - XCIV Deux grands freres seront chassez d'Espaigne L'ainé vaincu sous les monts Pirenees: Rougir mer, Rosne, sang Leman d'Allemaigne, Narbon, Blyterre, d'Agath, contaminees. Tradução: Dois grandes irmãos serão afugentados de Espaigne,

O mais velho vencido sob os montes Pireneus: Avermelhar mar, Rosnes, sangue Leman d'Alemaigne, Nabon, Blyterre, d'Agath, contaminadas. Interpretação: O complexo de mau comportamento, e um grande número de almas malfeitoras ("Dois grandes irmãos") serão afugentados, banidos da Terra ("Espaigne"). O poder constituido pela ignorância e maldade que sobreexiste desde os primórdios da Humanidade ("O mais velho") será vencido pelo Poder da Sabedoria em todas as Ciências ("sob os montes Pireneus"). Até que esta profecia venha a ser realizada o mar humano passará por grandes sofrimentos ("Avermelhar mar") e também cada comunidade e cada pessoa ("Rosne"), e o sangue humano ("Leman d'Alemaigne") tingirá a terra. A cabeça do homem ("Narbon"), e a sua alma ("Blyterre") terão estado contaminadas pelos desejos e pensamentos inferiores e mistificados ("d'Agath, contaminadas"). Comentário: Fundamentei esta interpretação na metáfora "d'Agath", baseado nas informações oferecidas por Seitas Teosofistas, das quais tenho conhecimentos relativos. Por livros e em conversa foi-me dito que existem três mundos subterrâneos populados por seres humanos, e que estes, definitivamente, não se comunicam pessoalmente com os seres humanos da face da Terra. Porém, algumas pessoas destas Seitas têm tido o privilégio de ser levadas a visitar esses mundos, onde existem cidades, mares, rios e até iluminação solar apropriada. O mesmo me foi dito por pessoas ligadas à Seita Teosofista "Eubiose" com sede em São Paulo, e uma sede menor na cidade de São Lourenço. Afirmam que em São Lourenço existe uma caverna que é porta de entrada para um desses mundos. E outra na região dos Chavantes, no Estado de Mato Grosso. É escrito e dito que há três mundos cujos nomes são: "Shambalah (Mundo Superior); Agatah (cuja população é constituida por gente igual a nós da face da Terra); e Duat (constituida por uma população grosseira, selvagem, similar aos índios e aos negros das tribos africanas). Que há entradas por cavernas extensas existentes em toda a Terra. E que os Discos Voadores (Ufos) vêm do Mundo de Shambalah.

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Arvedus Outrossim, que Julio Verne era Teosofista e esteve em tais mundos. E por esta razão escreveu o épico "Viagem ao centro da Terra" do qual foram feitos filmes. Entendo que Nostradamus - ou tinha informações ou teve experiência ou contato com tais mundos para ter mencionado Agatah nesta quadra Como até esta data (março de 1997) não tive oportunidade de frequentar essa Seita intitulada ("Eubiose") para uma verificação mais proveitosa deixo o assunto em quarentena... Neste momento, ainda sou de opinião de que as populações desses mundos são constituídas por almas. Não por seres humanos!? Teria Dante Alighieri penetrado no tal mundo de Duat? A enciclopédia americana "Funk e Wagnalls" menciona o seguinte sobre Duat: "Duat: (mi. egípcia) mundo subterrâneo onde a morte reside, e onde o sol vai passar a noite. Equivalente ao Hades dos gregos. Duat, para os egípcios, era o lugar onde as almas ou espíritos dos mortos são julgados." O assunto é palpitante, e eu me culpo de negligente por não ter ainda ido ver mais de perto... De qualquer modo, Nostradamus usou Agath como alegoria de um povo subterrâneo que deve possuir u'a mentalidade similiar a nossa. Com os defeitos e virtudes peculiares aos seres humanos sobre a face da Terra.

sete meses") os homens farão a guerra. (Nota do intérprete: Da Era Cristã). Porém, as duas alas dignas ("As duas vestais"), isto é, a ala de homens dignos, e a ala de almas dignas trabalharão arduamente em rebelião contra os homens e almas indígnas. O Povo Digno será o Vencedor e habitará ditosamente este Planeta, que a partir de então será fértil em Amor, Paz e Prosperidade, em ambiente semelhante à prodigiosa e bela Natureza da Armênia.

IV - XCV

Interpretação: A Justiça austera semelhante à proverbial Justiça dos Tribunais da Ilha Britânica, porém, mais amadurecida ("A irmã mais velha") comecará a ser posta em execução ("terá nascença") quinze séculos antes do Juizo Final ("do irmão"). Isto sucederá na conformidade das promessas Divinas através dos profetas ("Por seu prometido"), os quais são os medianeiros da verdade. Nos primeiros tempos já haverá um equilíbrio no ajuizamento das pessoas, e depois sucederá um reino de Justiça perfeita para o Bem de todos.

Le regne à deux laissé bien peu tiendront, Trois ans sept mois passez feront la guerre Les deux vestales contre rebelleront, Victor puisnay en Armenique terre. Tradução: O reino a dois deixados bem pouco manterão, Três anos sete meses passados farão a guerra, As duas vestais contra rebelarão, Vencedor depois-nascido em Armênica terra. Interpretação: O reino da Terra foi deixado ao livre arbítrio dos homens sujeitos às forças do Bem e do mal ("a dois"), porém condicionados a viver em paz fraternal. Entretanto, bem pouco terão mantido essa PAZ. Por três milênios e setecentos anos (Três anos

Comentário: Nesta quadra ele volta a lembrar das promessas Divinas enviadas através dos Profetas. E, segundo afirmação, quiçá profecia, de Nostradamus - essa vitória será completada após o ano de 3797 D. C.

IV - XCVI La soeur asnee de l'Isle Britannique Quinze ans devaint le frere aura naissance: Par son promis moyennant verrifique, Succedera au regne de balance. Tradução: A irmã mais velha da Ilha Britânica Quinze anos antes do irmão terá nascença: Por seu prometido mediando verdadeiro, Sucederá ao reino de equilíbrio.

Comentário: As profecias bíblicas repetem muitas vezes as promessas de uma vida humana em padrões quase angelicais. Por outro lado é preciso saber e compreender que nos céus a Disciplina é tanto exigida quanto na Terra, senão até mais rigorosa. A disciplina lá é aplicada com a melhor Justiça - tanto para os seres quanto no meio-ambiente...

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Assim falou Nostradamus Afirmo isto em virtude de ter informações seguras a respeito. E na Terra é necessário que a disciplina seja aplicada com justiça igual. Estamos falando de Justiça - em sentido global. Isto é, de comportamento justo de cada pessoa; Instituição, Nação, etc.

IV - XCVII L'an que Mercure, Mars, Venus retrograde, Du grand Monarque la ligne ne faillit: Esleu du peuple l'usitant pres de Gagdole, Qu'en paix et regne viendra fort envieillir. Tradução: O ano que Mercúrio, Marte, Vênus retrograda, Do grand Monarca a linha não falido: Eleito do povo o usitante perto de Gagdole, Que em paz e reino virá forte envelhecer. Interpretação: Nos tempos em que os homens ("O ano que") retrogradam no seu comportamento moral, principalmente no que concerne às Leis e mensagens Divinas ("Mercúrio"), e aos imperativos da Paz e da Concórdia ("Marte"), e aos imperativos do Amor e da Fraternidade ("Vênus"), criando, então, uma situação desolada, quase todos chegarão a supor que a Humanidade está perdida e sem apoio Divino. Mas, não será assim. Os planos da Providência Divina para a evolução constante dos homens e almas ("Do grande Monarca") não terão estado em falência ("não falido"), e terão mantido sempre o seu propósito ("a linha"). Do povo - os que serão eleitos para permanecer na Terra, após o Juizo Final, aqueles que utilizaram as suas faculdades todas para o cumprimento dos Deveres e Direitos ("o usitante"), não obstante o salário amargo do sacrifício disciplinado ("perto de Gagdole") - gozarão em paz no reino da felicidade ("Que em paz e reino") pelos séculos dos séculos ("virá forte envelhecer"). Comentário: Para compreendermos a finalidade de toda a mitologia grega, com seu politeísmo complicado, é necessário simplificar os valores. Isto é, ela inicia por um DEUS supremo: Urano. E, pela deusa da Terra: GEA. Gea nasceu do Caos e gerou deuses e homens. Inclusive, Zeus.

Zeus utilizou os poderes misteriosos do Céu (Urano) e ordenou e organizou a Terra e os Seres. Portanto, este deus mitológico (Zeus) é o Ser correspondente a esse Ser supremo que entendemos por Deus, o Criador da Terra e seus seres. As alegorias do livro do Gênesis são equidistantes das alegorias da mitologia grega. Os Hebreus simplificaram as Verdades contidas em suas alegorias do Velho Testamento, através dos grandes Profetas (os Mercúrios ou mensageiros bíblicos) principalmente Moisés. Estes missionários proporcionaram melhores esclarecimentos com exemplos vividos e com literatura lacônica. Depois veio Jesus, o Cristo, e nos trouxe esclarecimentos maiores, com exemplos indiscutíveis e uma literatura ainda mais singela elaborada por seus Apóstolos e discípulos, cuja literatura foi designada por "Novo Testamento" ou "Evangelhos de Jesus Cristo". Ou "Boas Novas". O exposto nos leva a seguinte conclusão: Existe um Ser Supremo que criou a Terra e tudo que nela existe, e existirá. Dentre as criaturas existe o homem que é designado por rei da Terra. Seu espírito é o ser primogênito, imortal filho de Deus. O corpo humano é um veículo sofisticado e precioso para a evolução do espírito. É a moradia temporária dele. Por esses parâmetros, Nostradamus terá utilizado a mitologia grega e outras a fim de manifestar suas idéias e conhecimentos físicos e metafísicos... Pois bem. No caso desta quadra ele aplica Mercúrio, Marte e Vênus para determinar algumas qualificações do homem, e por consequência de todas as pessoas. E está dizendo que mesmo que os homens não cumpram bem as determinações Divinas os seus espíritos não irão à falência eterna, e nem a Humanidade terrena irá. Visto que a intenção de Deus é a de fazer progredir, por tranformações contínuas, planejadas e programadas, não obstante as possíveis circunstâncias contrárias que naturalmente terão surgido...

IV - XCVIII Les Albanois passeront dedans Rome, Moyennant Langres demipler affublés, Marquis et Duc ne pardonnes à l'homme, Feu, sang, morbilles point d'eau, faillir les blés.

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Arvedus Tradução: Os Albaneses passarão dentro de Roma, Mediante Langres meio extenuar embuçados, Marquês e Duque não perdões ao homem, Fogo, sangue, infecções pustulentas, falir os trigos.

Qu'il mettra foudres, combien en tel arroy Peu et loing, puis profond ès Hespériques.

Interpretação: Os espíritos passarão pela Terra e estarão sujeitos aos desejos enganosos dos cérebros ("Mediante Langres") onde estarão invisíveis ("embuçados") e sentir-se-ão extenuados durante a vida ("meio extenuar embuçados"). Por sua conduta leviana ("Marquês e Duque") o homem não terá perdões. As suas paixões ("fogo") e suas emoções ("sangue") produzirão desatinos com maus resultados, como acontece com as infecções pustulentas, o que levará os homens à uma vida cheia de miserabilidade ("falir os trigos"). Comentário: "Albaneses": metáfora com sentido de coisa alva, branca, pura. No caso, o espírito essencialmente puro segundo à convicção de Nostradamus e a minha. "Roma": metáfora de Terra. "Langres": metáfora derivada de "langrenus": manchas na lua. Ele costuma usar lua por metáfora de cérebro. Portanto, aqui tem a significação de enganos do cérebro. "Marquis": em francês tem, também, o significado de pessoa leviana, bonifrate, peralvilha. "demipler": "demi": meio, = "pler" que é radical de "plerose". "plerose" tem a significação de restabelecimento de um corpo extenuado por enfermidades. Portanto, no caso, "demipler" é u'a metáfora de ficar meio extenuado pelas viscissitudes da vida humana. "embuçados": figura do espírito invisível aos nossos olhos e disfarçado pelo corpo. "faillir les blés": falir ou falhar os trigos. Expressão idiomática com sentido de miséria, devido à escassez de alimentos. "Morbilles point d'eau": pustulas de sarampo, de varíola ou similares. No caso, metáfora de causas e efeitos de mau comportamento da pessoa.

IV - XCIX L'ainé vaillant de la fille du Roy Repoussera si profond les Celtiques,

Tradução: O primogênito valente da filha do Rei, Repelirá tão profundo os Célticos Que ele meterá raios, quanto em tal equipagem Pouco e longo, depois profundo nos Hespéricos. Interpretação: O primeiro poder religioso valente nascido da doutrina ("da filha") do Cristo ("do Rei") repelirá profundamente a doutrina reencarnacionista dos Mestres Célticos, de tal modo que obrigará os remanescentes deles irradiar ("Que ele meterá raios") seus conhecimentos ("quanto em tal equipagem") de modo restrito ("pouco"), e assim por longo tempo ("longo"). Depois com mais liberdade ("depois profundo") nos lugares do Ocidente ("nos Hespéricos"). Comentário: Entendo que a metáfora "os Célticos" envolve todas as doutrinas reencarnacionistas do Mundo. Isto é, entendo que Nostradamus ao aplicar esta metáfora teve essa intenção. Outrossim, a primeira Igreja que gerou um poder organizado e valente foi a Católica Romana. Com seu poder ela tem produzido grandes feitos em prol da Humanidade ("primogienito valente"). É filha da Doutrina Evangélica do Cristo. Por outro lado, perseguiu acerbamente os Druídas, e outras agremiações reencarnacionistas advindas do Oriente. A partir do ano 1900 os governantes da Europa e das Américas (Ocidente) passaram a conceder a liberdade de religião. Daí em diante as Doutrinas reencarnacionistas passaram a tomar impulso. Principalmente na América do Sul e com a expansão maior no Brasil e na Argentina. Nos Estados Unidos, não obstante a grande liberdade de expressão religiosa, a expansão das doutrinas reencarnacionistas é ainda escassa. Embora a maioria do povo mostre grande curiosidade em conhecer este assunto, o qual é muito fantasiado pelos livros e filmes de mistérios. Por outro lado, a proliferação de seitas que promovem o espiritismo primitivista, que os escravos levaram da África para as Américas deprecia as doutrinas reencarnacionistas verdadeiras - devido ao seu caráter (das seitas) ritualista, supersticioso, feitichista, seus tabus e conhecimentos precários das verdades espirituais...

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Assim falou Nostradamus

IV - C De feu celeste au Royal edifice, Quand la lumière de Mars deffaillira, Sept mois grand guerre, mort gens de malefice, Roüan, Evereux au Roy ne faillira. Tradução: De fogo celeste ao Real edifício, Quando o lume de Marte esmaecerá, Sete meses grande guerra, morte gente de malefício, Roüan, Evereux ao Rei não falirá. Interpretação: Tanto o espírito quanto o ser humano, e por consequência a Humanidade toda que estará radicada à Terra ("edifício") receberá o explendor celeste da Verdade, da Bondade, da Justiça, etc ("ao Real edifício") quando o lume das paixões esmaecerá ("2º verso"). Por sete mil anos ("sete meses") terá havido grande e interminável guerra e sofrimento e morte proporcionados pelos homens intencionados pelo malefício. De qualquer forma os esforços não serão em vão. Tanto o Espírito quanto o homem ("Roüan") e também a Alma ("Evreux") receberão as delícias do Paraíso e verão a Deus ("ao Rei"). Esta promessa Divina transmitida pelos Profetas não falirá.

moral a alma é um corpo mais denso. Aos poucos vai sendo sublimada e vai mudando seu peso específico, o qual pelas medidas humanas de peso seu corpo conta com algumas gramas. Outrossim, sua mentalidade particular também vai sendo sublimada e deixa de combater a mentalidade do espírito até tornar-se perfeitamente harmônica com a dele. No final, o casamento é perfeito, e então o espírito é o soberano. Jesus deu-nos o exemplo perfeito deste fato. O seu Cristo, ou Espírito era obedecido totalmente pela mente anímica e pela mente cerebral do Filho do Homem (o corpo). Com seus exemplos ensinou-nos que um dia chegaremos à mesma situação. Isto é, conseguiremos nos comportar pela vontade de nosso espírito, não mais com os desejos da alma e do corpo. Toda alma e todo homem deste Mundo chegará a estes termos. Nem um sequer deixará de o fazer. É disto que Nostradamus faz menção nesta quadra. E mais... muito mais...

Comentário: "lume de Marte": fogo das paixões. Ou paixões desenfreadas. "Rüan": cavalo ruão. Os reencarnacionistas costumam simbolizar o corpo do homem pela figura expressiva do cavalo. "Evreux": metáfora de espírito e/ou alma. "Ev" de "Eve": Eva + "reux" com sentido de várias palavras que dão personificação e atributos esotéricos à alma e ao espírito. A cidade de Evreux já é metáfora suficiente, porém, considerando que ele aplicou o "x" com a intenção de alertar a pluralidade de sentidos tomando-se a radical reu + a desinência "nion", em português reunião tem-se os valores conjugados dos sinônimos: congregação, ligação, reconciliação, harmonia, aliança, conciliação, etc. Partindo do princípio indiscutível de que a alma é o corpo substancial do espírito e imortal como ele, embora ele seja de natureza elemental, ambos são um. Antes de chegarem à angelitude, ou pureza

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Arvedus

Resumo da Centúria V

por uma minoria de sacerdotes tendentes ao luxo e ideologias.

V - I- Agonia do cérebro. Enterro solene. Etc.

V - XVI - Sofrimentos e preces ajudam o homem a se redimir dos pecados...

V- II- Seqüência da quadra anterior. O desenlace, e o enterro... V - III - Seqüência das anteriores. Ressureição do espírito...

V - XVII - Leis naturais que regem o corpo e espírito... V - XVIII - Visão e motivos da morte. O cérebro morre em sete dias. Etc.

V - IV - Quando o poder da disciplina é corrompido. Governante e povo...

V - XIX - Continuação da anterior.

V - V - Da Demagogia e seus maus efeitos...

V - XX - Continuação das anteriores.

V -VI - Os profetas terão ajudado os homens a V - XX I- Continuação do assunto das anteriores. conquistar a Paz... V - XXII - Continuação dos assuntos anteriores. V - VII- Quando o cientista disseca o cadáver procurando o princípio da vida não o encontrará V - XXIII - Continuação das anteriores. porque se foi, levado pelo espírito. Etc. V - XXIV - Leis e Justiça aplicadas com sabedoria V - VIII - Visão patética de fases da morte... e Amor. Moderação, equilíbrio, etc... V - IX - Continuação do assunto da anterior. V - X - Continuação das anteriores.

V - XXV - Do fanatismo religioso e político...

V - XXVI - O progresso pessoal, e coletivo exigem disciplina militar, Dos interesses V - X I- O mar humano possue sabedoria materialistas e dos interesses paternais. Etc. precária... V - XXVII - Ondas de beligerância e V - XII - A morte é uma graça. E, outra sátira sofrimentos... poética a respeito da alma, cérebro e corpo desde a agonia até a tumba... V - XXVIII - Descrição e reflexões do vidente observando um cadáver... V - XIII - Atuação degradante do cérebro; em relação às virtudes... V - XXIX - Situação consciencial da alma ao deixar o corpo. Do tribunal da consciência indiV - XIV - Quadra a respeito dos processos mentais vidual... entre espírito, cérebro, e alma. Personalidade, atavismo, etc...ideologias. V - XXX - Sequência do assunto da quadra XXVIII, com visão alegórica dos combates entre V- XV - quadra a respeito da situação do Papa, o micro-organismos, etc. qual está obrigado a comandar a Igreja dentro dos ditames divinos e os da Igreja. E é dificultado V - XXXI - Vatícinio sobre o fulgor e decadência 218

Assim falou Nostradamus da filosofia grega...

Religião aos outros, etc...

V - XXXII - Nas proximidades do Juízo Final a V - XLVIII - Grande expansão de seitas e de religiões primitivistas nativas da África... mentalidade humana estará amadurecida. Etc. V - XXXIII - Continuação do assunto da quadra anterior. V- XXXIV - De como o vidente exerga as atividades do pensamento dentro do cérebro...

V - XLIX - Profetiza que nenhum candidato de nacionalidade espanhola será eleito Papa? Ou profetiza que não seja eleito alguém que não seja sacerdote como ocorreu em tempos anteriores?

V - XXXV - A respeito do livre-arbítrio e da incapacidade do homem em usar da liberdade de pensamento. Etc.

V - L - Nos tempos em que o índice de moralidade e progresso material será ampliado – assim mesmo ainda haverá muita turbulência, principalmente de caráter militar...

V - XXXVI - Reflexões a respeito do incesto entre irmão e irmã.

V - LI - Haverá um decréscimo de qualidade da literatura cognominada "literatura Romance"...

V - XXXVII - Embriaguês pelos desejos e prazeres...

V - LII - Nesta quadra ele faz uma apologia de sua obra literária...

V - XXXVIII - Vaticínio sobre o advento do matriarcado e seus maus efeitos... V - XXXIX - Valores conquistados pelo espírito através das vidas sucessivas...

V - LIII- O espírito da profecia depende da Inteligência e do Sentimento para ser entendido Os Evangelhos do grande Messias proprocionam seus valores...

V - XL - Vatícinio sobre miscigenação e Racismo...

V - LIV - O Poder Oculto gerado por cada cérebro e pela soma dos cérebros humanos pelos tempos afora...

V - XLI - Sobre a evolução psíco-física da alma...

V - LV - Cérebro. Suas virtudes e defeitos...

V - XLII - Grande esforço construtivo concentrado no seio da Humanidade reformará a mentalidade boçal…

V - LVI - O corpo é a Sé do espírito...

V - XLIII - Nesta quadra ele ridiculariza o ritualismo misticista de Seitas e Religiões... V - XLIV - Continuação da anterior. O mar humano será vítima dos charlatães vestidos com manto de religiosidade. Será presa fácil da ira, e da avareza. Orai e vigiai... V - XLV - Em futuro o Planeta e sua população estará em situação e ambiente muito difícil para viver. "Escabrosa selva". Muita corrupção e rapinagem. Etc. V - XLVI - Continuação dos assuntos das três anteriores. V - XLVII - Esforços dos Islamitas para impor sua

V - LVII - Ele repete a advertência – de que o intérprete deve usar a inteligência, e a sensibilidade, ou dom, aplicadas aos fatos concretos. Se usar da imaginação advinhatória falirá na interpretação. Que os versos, lidos e interpretados ao pé da letra transparecem em sentidos de gozação ou escárnio; mas, no íntimo trazem um sentido esotérico muito sério, etc. V - LVIII - Atividade dos Anjos Guardiães em benefício de almas e homens... V - LIX - Anjos, almas e homens sujeitos à Lei do Amor que determina a ajuda mútua... V - LX - Da vida sacerdotal e suas dificuldades... V - LXI - Continuação da anterior. A respeito da castidade...

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Arvedus V - LXII - Quadra a respeito do progresso material e da recessão da Moral e da Justiça Social. V - LXIII - Seqüência dos assuntos da anterior citando as conseqüências do comportamento injusto... V - LXIV - A respeito da injúria do Poder Governamental e do Poder Empresarial... V - LXV - Das causas psíquicas que explodem em movimentos revolucionários... V - LXVI - A mente humana é constituída por um triunvirato... V - LXVII - A respeito do comportamento hipócrita de uma pessoa... V -LXVIII - Morte do corpo, nova aurora para o espírito...

V - LXXVIII- Por mais treze séculos ainda o Poder temporal e o Poder Eclesiástico não respeitarão e não ajudarão adequadamente um ao outro... V - LXXIX - Referência às profecias sobre a vinda de Jesus e sobre o Juízo Final... V - LXXX- Conflito constante entre a dialética dos intelectuais e filósofos medíocres e a dos intelectuais e filósofos civilizados... V - LXXXI - Por sete mil anos as profecias estarão iluminando os homens. E por sete mil anos, os defeitos e fraquezas estarão assediando os homens. Etc. V - LXXXII - Advertência para o intérprete... V - LXXXIII - Advertência a quem por má fé queira subverter os valores desta obra. E, convite para estudar ciosamente a Bíblia, pois que esta obra está fundamentada nela. Etc.

V - LXIX - Esfoço humano em sentido de evoluir... V - LXXXIV - A respeito da origem do homem e do seu proverbial comportamento...

V - LXX - Muitos clamarão pela morte... V - LXXI - Esforço evolutivo da alma prejudicado pelas ganâncias do cérebro... V - LXXII - Interesses, voluptuosidade e licenciosidade substituirão leis dignas. Etc. V - LXXIII - A Igreja de Deus será combatida e os santos templos espoliados. Fanatismo, materialismo, violência...

V - LXXXV - A respeito dos pensamentos viciosos... V - LXXXVI - A respeito da mente virtuosa e da mente perversa que acionam o homem pela vida... V - LXXXVII - Quando a Justiça deixar de ser escrava da injustiça... V - LXXXVIII - A respeito dos resíduos mentais nocivos que se situam no cerebro por atavismo. Etc.

V - LXXIV - Por esforço heróico o homem tornar-seá virutoso e o Cristianismo voltará à singeleza que tinha nos primeiros tempos...

V - LXXXIX - A respeito da força sexual com suas virtudes e defeitos...

V- LXXV- Nesta quadra ele tece um curto elogio e fala do valor desta sua obra...

V - XC - Quadra a respeito das virtudes do espírito e da insensatez do homem...

V - LXXVI - Situação da alma virtuosa após o desencarne...

V - XCI - A respeito do movimento filosófico gerado na Grécia e sobre a torrente de literatura nociva...

V - LXXVII- Os graus de honra Eclesiástica serão mudados pelo grande assédio dos poderes temporais que surgem circunstancialmente do mau comportamento dos Governantes, Empresariado e Povo...

V - XCII - Profecia alertando que a partir do ano de 1700 até o ano 2200 terá havido grandes movimentos filosóficos e sociais em turbulências que nunca houveram iguais. Depois, por mil anos, grande paz...

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Assim falou Nostradamus V - XCIII - A respeito da ganância, ambição, astúcia, as quais serão derrotadas pela ação dignificante da Providência Divina. Etc. V - XCIV - Transformação da mentalidade humana para proporcionar os mil anos de Concórdia e Fraternidade que será iniciada no Século XXI. Etc. V - XCV - A respeito da geração e intercâmbio de energias mentais negativas e destrutivas e de energias mentais positivas e construtivas... X - XCVI - A respeito da Profecia, do mistério, e dos grandes acontecimentos... X - XCVII - O que o espírito sente logo ao encarnar. Suas vantagens e desvantagens... X - XCVIII - Sequência da anterior, condicionando a situação do espírito e da alma... X - XCIX - Sequência das duas quadras anteriores... X - C - Efeitos ruins provocados pela insensatez...

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Arvedus Comentário: "Sete conjurados": Os sete chacras – ou centros energéticos principais do corpo. "contra os três": Os três fios prateados de energia que ligam o espírito ao corpo. Conforme os videntes os enxergam. "mala:': Caixão do defunto.

CENTÚRIA V V-I Avant venüe de ruine Celtique, Dedans le temple deux parlementront, Poignard coeur d'un monté au soursier et picque, Sans faire bruit le grand enterreront.

V - III Le successeur de la Duché viendra Beaucoup plus outre que la mer de Toscane: Gauloise Branche la Florence tiendra, Dans son giron d'accord nautique Rane.

Tradução Antes vinda de ruina Céltica, No templo dois parlamentarão, Punhal coração, de um montado no corcel, pique, Sem fazer barulho o grande enterrarão. Interpretação:No momento da extrema agonia da pessoa ocorre uma parlamentação dentro do cérebro, entre os dois lóbulos. De súbito a morte chega, e é como se a pessoa receba uma punhalada no coração e morre. Depois enterrarão o corpo, silenciosa e solenemente. Nota: "de um montado no corcel" é figuração da morte.

V - II Sept coniurez au banquet feront luire, Contre les trois le fer hors de nauire: L'un les deux classes au grand fera conduire, Quand par le mail. Dernier au front luy tire.

Tradução: O sucessor do Ducado virá Muito mais além do mar da Toscânia: Gaulesa Branca à Florença terá, Em seu regaço de acordo náutico Rane. Interpretação: O espírito não morre. Sempre terá a sucessão da vida do corpo (Ducado). Partirá para o seu mundo, invisível à tosca visão dos olhos humanos, o qual está logo ali, como se além da linha do horizonte do mar da Toscânia. Então, para o vidente é alma branca, pura, a florescer. E o espírito estará em seu regaço, sujeito às impressões da vida que acabara de deixar. Agora é como um ser anfíbio entre dois mares. Nota: "Rane": rã - anfíbio.

V - IV Le gros mastin de cité deschassé, Sera fasché de l'estrange alliance, Apres aux champs avoir le cerf chassee, Le loup et l'ours se donront defiance.

Tradução Sete conjurados ao banquete farão luzir, Contra os três o ferro fora do barco: A um as duas classes ao grande fará conduzir, Quando por mala. Derradeiro à frente a ele puxa. Intepretação: Nessa fase do desenlace os sete chacras ainda estão com suas forças conjugadas, e brilham e relampejam pelo corpo, como se fosse sete candelabros a iluminar um banquete. De fora do corpo as três parcas aplicam a "tesoura" para decepar os fios da vida. Depois virá o enterro quando os carregadores do caixão andam postos em duas alas conduzindo o morto ao cemitério. Então, é levado à viagem derradeira.

Tradução: O grande mastim da cidade enxotado, Ficará aborrecido pela estranha aliança, Depois de nos campos ter o cervo caçado, O lobo e o urso dar-se-ão desconfiança. Interpretação : Quando o poder da disciplina é corrompido no ambiente social, torna-se semelhante a um mastim enxotado da cidade. E o povo ficará aborrecido com a estranha aliança entre a corrupção e a licença ou liberalidade exagerada. Depois os governantes e o povo parecerão o

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Assim falou Nostradamus lobo e o urso, os quais após haver caçado um cervo dar-se-ão desconfiança. Comentário: "Lobo": governantes. "Urso": o povo.

V-V

V - VII Du Triumvir seront trouvez les os, Cherchant un profond thresor aenigmatique, Ceux d'alentour ne seront en repos, Ce concauer marbre et plomb metalique. Tradução: Do Triúnviro serão encontrados os ossos, Procurando profundo tesouro enigmático: Aqueles do arredor não estarão em repouso, Este concavar mármore e chumbo metálico.

Sous ombre saincte oster de servitude, Peuple et cité l'usurpera luy mesme: Pire fera par fraux de ieune pute, Livré au champ lisant le faux proesme. Tradução: Sob sombra santa de tirar de servidão, Povo e cidade os usurpará ele mesmo: Pior fará por má fé de jovem prostituta, Propalado ao campo lindo o falso prólogo. Interpretação: Sob aparência santa o demagogo promete tirar o povo e a cidade - da miséria e da servidão. Porém, ele mesmo usurpará o povo e o lugar. Pior fará, por má fé idêntica a de jovem prostituta, quando propala sua demagogia aos ouvintes, em discursos decorados sobre prefácios continuamente repetidos. (slogans).

Interpretação: A vida humana é proporcionada por um Triunvirato de: espírito, alma e corpo. Os cientistas, procurando os profundos enígmas da vida, quando dissecam o cadáver só encontrarão os efeitos, – pouco das causas. Espírito e alma já não estarão ali, pois que não morrem e se foram. Ali só estarão os elementos preciosos do corpo - em sua composição de pó e de metais. Comentário: Sendo médico e reencarnacionista ele tinha mais ampla visão dos pormenores da vida, além dos padrões científicos de seu tempo, e mesmo de hoje.

Comentário: Esta quadra espelha: o político, o feiticeiro, o chefe de seita primitivista, e toda a corja de charlatães que pululam pelo Mundo.

Nota: Na quadra seguinte continua proporcionando sua experiência de vidente.

V - VI

I - VIII

Au Roy l'augur sur le chef la main mettre, Viendra prier pour la paix Italique: A la main gauche viendra changer le sceptre, De Roy viendra Empereur pacifique.

Sera laissé feu vif, mort caché, Dedans les globes horribles espouvantable, De nuict à classe cité en poudre lasché, La cité à feu, l'ennemy favorable.

Tradução: Ao Rei o áugure sobre o chefe a mão por, Virá orar pela paz Itálica: A mão esquerda virá mudar o cetro, De Rei virá Imperador pacífico.

Tradução: Será deixado fogo vivo, morte escondida, Nos globos horríveis apavorante, De noite à classe cidade em fermento reduzida, A cidade a fogo, o inimigo favorável.

Interpretação: Com seus augúrios o profeta ajudará os homens a conquistar a paz na Terra. Fará o poder sinistro ser transformado. O Império da paz brotará do seio da própria Humanidade.

Interpretação: De início, a morte do corpo é aparente. O vidente enxerga a movimentação dos microorganismos e luzes proporcionadas pelas energias físicas dentro dos órgãos e concavidades ósseas, à guisa de globos horríveis. É apavorante! No interior do corpo todos os elementos vivos estão em polvorosa fermentação. É como a população

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Arvedus de uma cidade em desespero e desordem. É como uma cidade incendiada a favorecer o saque para os inimigos.

V - IX Iusque au fond la grand arque demolue Par chef captif l'amy anticipé: Naistra de dame front, face chevelüe, Lors par astuce Duc à mort attrappé.

V - XI Mer par solaires seurs ne passera, Ceux de Venus tiendront toute l'Affrique: Leur regne plus Saturne n'occupera, Et changera la part Asiatique. Tradução: Mar por solares por certo não passará, Esses de Venus terão toda a África: Seu reino mais Saturno não ocupará, E mudará a parte Asiática.

Tradução: Até ao fundo a grande arca demolida, Por chefe cativo o amigo antecipado: Nascerá de dama fronte, face cabeluda, Então, por astúcia Duque à morte enlaçado. Interpretação: Então, o corpo profundamente demolido por hordas de microorganismos que se achavam cativos e subjugados pelos microorganismos amigos, do semblante soberbo ressurgirá apenas a caveira desgrenhada. Assim, astuciosamente, a pessoa é enlaçada pela morte.

V-X Un chef Celtique dans le conflict blessé, Apres de cave voyant siens mort abattre: De sang et playes et d'ennemis pressé, Et secourus par incogneus de quatre.

Interpretação: O mar humano terá pouco de sabedoria. Os homens dominados pelas paixões, principalmente sensuais, tornar-se-ão selvagens e desolados como as regiões da África. Nestes termos, a Justiça ('Saturno") não ocupará suas mentes e atividades. E desse modo, aquele senso de espiritualidade proverbial dos Asiáticos, que é benfazejo, será transformado. Nota: "solares": sábios "Venus": símbolo de paixões, sensualidade. No lado positivo é símbolo de amor. "Africa": metáfora, neste caso, com sentido de desolação e selvageria.

V - XII

Tradução: Um chefe Céltico no conflito ferido, Ao pé da cripta vendo os seus morte abater: De sangue e feridos e de inimigos apinhados, E auxiliados por incontável turbulência.

Aupres du lac Leman sera conduite, Par grace estrange cité voulant trahir: Avant son meurtre à Augsbourg la grand Suitte, Et ceux du Rhin la viendront invahir.

Interpretação: Se um espírito for observar o seu corpo logo após a morte, estando ele ao pé da tumba, verá a morte abater os seus microorganismos e a estrutura toda do corpo. Verá todo o sangue e feridas e verá que o corpo está apinhado de inimigos, e estes auxiliados pela movimentação de uma turba incontável de microorganismos, vermes, etc. Comentário: "incogneus de quatre": expressão idiomática correspondente a – diabo a quatro – em nossa língua.

Tradução: Perto do lago Leman será conduzida, Por graça estranha cidade querendo trair: Ante sua morte à Augsbourg o grande cortejo, E aqueles do Reno a virão invadir. Intepretação: Na aproximação da hora da morte ("perto do lago"), a alma ("Leman") é levada a entender que a morte é uma graça. É uma graça estranha para quem não conhece e não raciocina a respeito da necessidade que almas e homens têm dela.

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Assim falou Nostradamus E nesse momento ela (a alma) sente uma sensação estranha de querer trair o corpo que foi sua morada por longo tempo. Por sua vez, o cérebro ("Augsbourg") passa a cortejar a alma para que não abandone seu corpo, pois ele já pressente a chegada da morte. Sobrevinda a morte, ele é levado por grande cortejo ao cemitério (Augsbourg"). E, aí, os microorganismos predadores ("do Reno") virão invadir o cadáver, como se fossem devoradores saídos de um rio.

V - XIII Par grand fureur le Roy Romain Belgique Vexer voudra par phalange barbare: Fureur grinssant chassera gent Lybique Depuis Pannons iusque Hercules la hare. Tradução: Por grande furor o Rei Romano Bélgico Vexar quererá por falange bárbara: Furor rangente afugentará gente Lybique Desde Pannons até Hércules a pega. Intepretação: Por intuição furiosa, o Ego ("Rei Romano Bélgico") sempre desejará subordinar o homem aos instintos bárbaros ("falange bárbara"). Seus pensamentos atuam com um furor rangente que espanta o sistema vital. (Nota: ou corpo vital, ou perispírito)("gente Lybique"). E assim ele atua sobre todo o sistema glandular ("Pannons") até aos arredores do templo do espírito ("até Hércules") em ataques constantes ("a pega"). Comentário: Compreendo que esta menção dele dificilmente será aceita pela grande maioria dos leitores, e muito menos será aceita a minha interpretação. De qualquer modo, submeto-a nesta exposição, e peço desculpas por não poder prolongar mais nos detalhes. Entretanto, compreendo que ele está falando de fatos científicos conhecidos pelos psicanalistas e de outros conhecidos pelos esoteristas através da clarividência. E, as chaves para isto estão nas metáforas: Lybique;Rei Romano Bélgico; Pannons; e Hércules; os quais têm as seguintes significações figuradas: "Lybique" metáfora de líbido.

Líbido:"nome dado ao instinto sexual no sentido amplo do instinto vital, de energia psíquica tendente à perpetuação da vida". Isto segundo relata o dicionário. "Rei Romano Bélgico: processo mental do cérebro e da alma dominados pelos desejos viciosos, e maldosos e degradantes das virtudes do espírito; assim distribuído: "Rei": metáfora para processo mental. "Romano": cérebro com seus processos degradantes figurados pelos procedimentos dos Imperadores Romanos, de acordo com os registros históricos. "Bélgico": processo mental da alma, a qual ele designa com a metáfora "Belgica". E, considerando que a origem principal do povo da Bélgica vem do povo Celta. Portanto, a alma neste caso, é constituída de instintos semi-bárbaros semelhantes aos instintos do antigo povo Celta. "Pannons": segundo ao dicionário pode ser traduzido por: pendões, estandartes, insígnias; designações, coisas distintas, emblemas de estabelecimentos. Portanto, com o nome "Pannons", ele está distinguindo os vícios e atitudes da pessoa os quais vícios são manifestados pelo comportamento. "Hércules": figura mitológica de um herói humano; e de um semi-deus. Portanto, figura representando o espírito humano, com as suas capacidades virtuosas. Então, com "Pannons" até Hércules a pega" ele está dizendo que os maus instintos do corpo e da alma estão em constante luta com as virtudes do espírito. "a pega": expressão da atividade de pegar ou agarrar o touro à unha. E ou, discussão acalorada, desavença, luta, maledicência, etc. Através desta análise chego à conclusão de que Nostradamus está expressando todo o seu conhecimento à respeito da patologia psíco-física que envolve o complexo mental de cada pessoa, e da alma coletiva.

V - XIV Saturne et Mars en Leo Espaigne captive, Par chef Lybique au conflict attrapé, Proche de Malthe, Heredde prinse vive, Et Romain sceptre sera par coq frappé.

225

Arvedus Tradução: Saturno e Marte em Leo Espanha cativa, Por chefe Lybique ao conflito atraído, Perto de Malta, Heredde apanhada viva, E Romano cétro será por Galo fustigado. Intepretação: O sentimento de Justiça ("Saturno') e de combatividade criadora ("Marte") são virtudes essenciais do espírito ("em Leo":Leão) e delas a alma ("Espanha") não obstante estar muito tendente aos vícios humanos também é forçada ("cativa") a adquirir tais virtudes. Outrossim, por atuação mental do Ego ("Chefe Lybique") o espírito é atraído ao conflito mental durante a vida humana. Portanto, a alma dotada de seu complexo mental congrega-se no cérebro ao redor da mente do espírito, da mesma forma que o mar rodeia a Ilha de Malta ao Continente. E ela anima o corpo, dotada pelas forças de Hereditariedade ou Atavismo ("Hereda apanhada vida"). E, por tais conjunturas a personalidade do Homem ("Romano Cétro") deverá ser fustigada pela mentalidade virtuosa do espírito ("Galo'). Comentário: Esta quadra dá sequência ao assunto da anterior. "Saturno": símbolo de Justiça, de moderação, etc. "Marte": Neste caso, símbolo de combatividade. "Lybique":Líbido. Conforme já comentado na quadra anterior. "Heredde": anagrama e/ou metáfora de Hereditariedade ou Atavismo. "Romano Cétro": complexo mental do homem composto por virtudes e defeitos. "Galo": sacerdote de" Cibele": portanto, símbolo do espírito humano.

V - XV En navigant captive prins grand Pontife, Grand aprets faillir les clercs tumultuez: Second esleu absent son bien debife, Son favory bastard à mort tué. Tradução: Navegando cativo preso grandePontífice, Grande luxúria falir os clérigos tumultuados: Segundo eleito ausente seu bem debilita, Sua barba bastardo à morte neutralizado.

Intepretação: O grande Pontífice é obrigado a comandar a Igreja, cativo aos mandamentos Divinos e preso pelos seculares mandamentos da Igreja. Os clérigos tumultuados por grande luxúria, nem sempre cumprem seus deveres com dignidade, e assim o esperado benefício religioso é debilitado. Entrementes sua figura veneranda torna-se degenerada e sua merecida e exigível autoridade falece aos olhos dos inimigos e até mesmo de muitos dos fiéis. Comentário: Evidentemente Nostradamus está criticando as ovelhas negras que pontificam no seio do clero, os quais, por sorte, compõem-se de minoria. Esta quadra propõe duas interpretações ambivalentes. Preferi expor esta. Entretanto, se eu colocar a interpretação por sequência da anterior ela fica perfeitamente válida – colocando "Pontífice" por met´åfora de espírito - e "bastardo" por metáfora de corpo humano. "sua barba": sua figura venerável ou veneranda. "bastardo": filho ilegítimo. Com maior sentido de degenerado, para este caso. "tué": mortificado, amortecido, neutralizado. "favory": tomei por metáfora de barba aparada no estilo "suissas" que em francês é escrito "favoris" no plural, e é adjetivo masculino.

V - XVI A son hault pris plus la lerme sabee, D'humaine chair par mort en cendre mettre, A l'Isle Pharos par Croisars perturbee, Alors qu'à Rhodes paroistra dur espectre. Tradução: A seu alto preço mais a lágrima sabéia, Da humana carne por morte em cinza por, A Ilha Pharos por cruzados perturbada, Quando quem a Rhodes parecerá espectro implacável. Interpretação: Os sofrimentos atrozes, mais as preces que evolam como lágrimas de incenso, ajudam o homem a se redimir dos pecados da carne. O cérebro é perturbado pelos pensamentos ambiciosos, os quais atuam com ambíguos interesses, da mesma forma que agiam os Cruzados. A pessoa nesta conjuntura temerá a sua

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Assim falou Nostradamus

V - XVIII

própria consciência. Para ela, a consciência é um terrível e implacável fantasma e juíz. Comentário: Analisando-se a importância histórica das Ilhas Pharos e Rhodes na antiguidade, é fácil entender o sentido figurado por estas Ilhas, e o mesmo para os "Cruzados". O Colosso de Rhodes representava o DeusSol para os rodianos. Esotericamente, na quadra, representa o espírito e/ou consciência. O farol de Pharos representa a inteligência cerebral. Com possante, mas, limitado lume. Os Cruzados tinham intenções ambíguas para as suas guerras religiosas. Eram movidos mais por interesses ambiciosos de fama e riqueza, do que por altruismo religioso.

V - XVII De nuict passant le Roy pres d'une Andronne, Le Roy failly, la main fut long du Rosne, Celuy de Cypres et principal guette: Les coniurez l'iront à mort mettre. Tradução: De noite passando o Rei perto de uma Androna, Aquele de Cypres e principal guardião: O Rei falhado, a mão abastece longo do Rodano, Os conjurados o irão a morte pôr. Interpretação: Ao passar pela vida humana, o Espírito toma quase a mesma natureza do corpo e também a sua aparência. Convive dentro de um regime de igualdade e é o principal guardião. O homem é falível e o espírito é o poder que o rege pelo curso da vida. As leis naturais que definem as capacidades de sobreviência irão pôr o corpo a morte. Comentário:"Cypres": - é uma importante doutrina que impõe uma lei de equidade instituída pelos FrancoNormandos. "Androne: - do corpo humano. "Rodano: - Rio Ródano. Aqui figura de caudal da vida. "mão": - força ou poder criador.

De dueil mourra l'infelix profligé, Celebrera son vitrix l'hecatombe: Pristine loy, franc edict redigé, Le mur et Prince au septiesme iour tombe. Tradução: De desgosto morrerá o infeliz arruinado, Celebrará seu vencedor a hecatombe: Antiga lei, liberal édito, redigido, O muro e Príncipe ao sétimo dia tomba. Interpretação: Com desgosto o cérebro morrerá infeliz e arruinado. As hordas de microorganismos e vermes glutões serão seus vencedores e festejarão a hecatombe. A morte do corpo é um fato inexorável, regido por lei antiga, vinda dos primórdios da criação, sumamente necessária a evolução do espírito e do corpo. Não obstante é um édito liberal. Ao sétimo dia o cérebro perece totalmente e o mesmo acontece a toda a estrutura do corpo, e também à sua conjuntura inteligente. Nota:"vitrix": tem o significado de consorte; e a pessoa que faz e vende ramalhetes. Tomei-a por sentido duplo: para microorganismos, e para o espírito, como vencedores. Dei ênfase aos micros. "muro": neste caso é o corpo. "Príncipe": neste caso é o cérebro. Rei é o espírito.

V - XIX Le grand Royal d'or, d'airain augmenté, Rompu la pache par ieune ouverte guerre: Peuple affligé par un chef lamenté, De sang barbare sera couverte terre. Tradução: O grande Real de ouro, de bronze aumentado, Rompido o pacto, por jovem aberta guerra: Povo afligido por um chefe lamentado, De sangue bárbaro será coberta terra. Interpretação: O corpo, realmente é uma estrutura valiosa para o espírito, embora sua natureza material e física sejam proporcionalmente inferiores, assim

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Arvedus como a proporção de valores do ouro para o bronze. No momento da morte, rompidos os liames, acende-se nova guerra intestina. Isto é, no corpo. Então, a imensa população microscópica que mantinha a vida corporal é afligida, e a inteligência física ainda ressente disto. Na sepultura a guerra continua. Ali, tem-se a impressão de que a terra foi coberta por sangue bárbaro.

V - XX Delà les Alpes grande armee passera, Un peu devant naistre monstre vapin: Prodigieux et subit tournera. Le grand Tosquan à son lieu plus propin.

Avant qu'à Rome le grand aye rendu l'ame, Effrayeur grand à l'armee estrangere, Par esquadrons l'embusche pres de Parme, Puis les deux rouges ensemble feront chere.

Interpretação: A medida em que o corpo se defaz, um grande exército de seres microscópicos emigra pela terra adjacente. Pouco depois o cadáver torna-se monstro nojento. Prodigiosamente, e em pouco tempo o corpo, em sua grandeza tosca retorna ao pó, seu lugar propício à sua origem. Comentário: "Para lá dos Alpes": para fora do corpo. "grande Toscano": na quadra, com sentido de grande tosco, em relação ao espírito, mas importante para este. Pois, os Toscanos são tidos por povo mais distinto da Itália. Principalmente a linguagem toscana – considerada a língua máter dos italianos.

Par le trepas du Monarque Latin, Ceux qu'il aura par regne secourus: Le feu luyra divisé le butin, La mort publique aux hardis incourus. Tradução: Pelo falecimento do Monarca Latino, Aqueles que ele terá por reino assegurado,

Interpretação: Quando o homem entra no processo da morte é como se um imperador latino esteja a morrer. Toda a população microscópica do seu corpo, à qual ele assegurava como súditos, dividirão o espólio orgânico, que agora está iluminado pelo fogo das energias que brilham e fulguram em sua última expansão. A morte é comum a todos, sem excessão. Os mais ousados são abrangidos por ela.

V - XXII

Tradução: Para lá dos Alpes grande armada passará, Um pouco depois nascer monstro nojento: Prodigioso e súbito tornará O grande Toscano a seu lugar mais apropriado.

V - XXI

O fogo brilhará dividido o espólio, A morte pública aos ousados abrangidos.

Tradução: Antes que a Roma grande tenha entregue a alma, Espanto grande a armada estranha: Por esquadrões a emboscada perto de Parma, Depois os dois enfurecidos juntos farão a festa. Interpretação: Antes que ao Céu o homem tenha entregue a alma, há grande espanto para os estranhos exércitos microscópicos, os quais estão em pânico ante a situação reinante. Então começa a emboscada dos esquadrões dos virus e outros predadores, inclusive nas imediações do cérebro. Depois as duas facções, ambas em fúria sanguinária, farão a baderna. Comentário: "Roma": - Céu - neste caso. "Parma": - Importante capital da Província de Parma. Situada sobre as duas margens do Rio Parma. Notável por sua universidade fundada em 1512 e por suas catedrais. Portanto, ele a utilizou por figura eloquente do cérebro. "chere": - a festa. No sentido de baderna, desordem, confusão.

V - XXIII Les deux contens seront unis ensemble,

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Assim falou Nostradamus "Jupiter Fidius": era cultuado pelos romanos como o guardião da lei, defensor da verdade, e protetor da Jus†iça e virtudes. "Sol": Deus, Inteligência, Espírito, Sabedoria.

Quand la plupart à Mars seront conioinct: Le grand d'Affrique en effrayeur et tremble, DUUMVIRAT par la classe desioinct. Tradução: Os dois contendores unidos juntos, Quando a maior parte a Marte estarão conjunto: O grande da África em pânico e tremura, DUUNVIRATO pela classe desconjunto.

V - XXV

Intepretação: Agora os dois exércitos que têm vivido juntos passam a se guerrear. A maior parte dos pequeninos seres agora está dedicada totalmente a uma guerra sem fronteiras. Nesta conjuntura o cérebro está em pânico e o corpo em tremura. O poder mental da alma e corpo, que formavam um duunvirato está agora desconjuntado pelo conflito letal dos serezinhos. Comentário: "o grande da África": o cérebro selvagem. "Marte": beligerância.

V - XXIV Le regne et loy sous Venus eslevé, Saturne aura sus Iupiter empire: La loy et regne par le Soleil levé, Par Saturnins endurera le pire. Tradução: O reino e lei sob Venus elevado, Saturno terá sobre Júpiter império: A lei e reino pelo Sol levantado, Por Saturninos suportará o pior. Interpretação: Quando a Humanidade e as leis estiverem atuando com o Sentimento elevado pelo Amor (Venus), a Justiça (Saturno) terá império sobre o trabalho palpitante dirigido à conquista do progresso científico e social. A lei e o direito humano serão respeitados e melhorados pelo poder da Sabedoria (Sol). Tudo o que há de pior na vida, para ser suportado, será mais facilmente suportado por aqueles de carater justo e moderado, próprio da índole dos saturninos. Comentário: "Saturno"; deus da Justiça e da moderação.

Le Prince Arabe Mars, Sol, Venus Lyon, Regne d'Eglise par mer succombera: Devers la Perse bien pres d'un million, Bisance, Egipte, ver, serp, inuadera. Tradução: O Príncipe Árabe Marte, Sol, Venus, Leão, Reino de Igreja por mar sucumbirá: Desequilibrada a Pérsia bem perto de um milhão Bisance, Egypte, ver. serp. invadirá. Interpretação: Quando o fanatismo político e religioso torna-se muito acentuado ("Marte") à semelhança dos princípios religiosos e políticos do povo Árabe ("Príncipe Árabe"): a Sabedoria ("Sol"), o sentimento de Amor ("Venus"), e o sentimento da fraternidade ("Leão"); e a Religiosidade ("Reino de Igreja") estarão sucumbindo no seio da Humanidade. A situação de todos fica desequilibrada. Fica numa situação como se a Pérsia antiga fosse invadida por quase um milhão de soldados. E a Terra com sua Humanidade terá situações como aquelas vividas pelo Império de Bizâncio, tanto nos fulgores quando nas derrocadas. E, também como os Impérios do Egito, no tocante ao misticismo e magia negra que invadirão as mentes como se fosse verdadeiras serpentes ("ver. serp."). Comentário: Nesta quadra ele chama a atenção para o fanatismo político e religioso que leva os Países a grandes desatinos. E, sobre a ação sutil da falta de religiosidade do povo, a qual produz uma situação de desencanto pela vida, a cada pessoa, e angústias, e desesperança. Com a metáfora "Bisance" que nos leva a analisar os acontecimentos históricos do Império Bizantino, ele faz uma ressalva tácita levando a entender que não obstante os erros e desatinos a Humanidade também progride. E com "Egypte": Egito, ele leva a entender que o misticismo de natureza pagã que vem sempre acompanhado da magia negra é pernicioso como uma serpente que passa a viver na cabeça de cada pessoa.

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Arvedus Outrossim interpretei "Bisance" por Bizance, - ou seja, Bizâncio em português, com alguma dúvida. Embora a colocação de Bizâncio como metáfora para a situação constante de progresso material, e recesso de progresso moral ilustra bem o assunto em pauta na quadra. Mesmo porque se eu interpretar "Bisance" por um anagrama a figuração traz resultado semelhante.Como "Bisance" com "is" não consta em dicionários nem na enciclopédia, só posso me conduzir pelo anagrama que daria: Bis + ance. Dois Ance. "Ancé": é o nome de um filho do deus Netuno. "Ancelle": significa escrava, serva. Então, tomando Ancé por semi-deus e Ance de Ancelle por escrava posso figurar a idéia de polaridade de situação da humanidade, e da pessoa. Então, Ancé representa a parte virtuosa porque é filho de um deus. E Ancelle o lado ruim, o lado escravo da situação ruim. Como o tema central da quadra analisa o lado bom e o mau da situação de vida humana as duas figuras servem bem para dar melhor expressão das idéias. "prince Árabe": traduzo por princípios e costumes dos Árabes, fundamentado nos registros históricos. "Egypte": Egito. Para fins de análise esotérica das religiões comparadas pela ciência acadêmica os esoteristas afirmam que houve tempos áureos, nos quais os Sacerdotes do Egito praticavam e ensinavam a Magia Branca (Religião Virtuosa) ao povo. Porém, com os tempos a moral dos Sacerdotes e Faraós foi degenerando e passaram a cultuar a Magia Negra, com a sofisticação politeista que a história registra. "ver. serp.": com relação ao assunto estas palavras abreviadas ressaltam facilmente por "verité serpent", em portugês – verdadeiras serpentes. Realmente, o misticismo e a magia negra produzem enfraquecimento da fé na Divindade, e desenvolvem a má fé. São energias mentais pervertidas que se escondem no cérebro como as víboras se escondem nas moitas.

V - XXVI La gent esclave par heur martial, Viendra en haut degree tant eslevee: Changeront Prince, naistra un Provincial, Passer la mer copie aux monts levee.

Tradução: A gente escrava por uma sorte marcial, Virá em alto grau tanto elevada: Substituirão Princípe, nascerá um Provincial, Passar o mar hoste aos montes levantada. Interpretação: Os seres humanos têm a necessidade de se submeterem a uma disciplina militar no seu comportamento para cumprir as leis que favorecem tanto o progresso humano quanto a evolução da alma e/ou espírito. Assim fazendo conquistarão alto grau de elevação. Quando as pessoas substituem seus interesses materialistas ("substituirão Príncipe") por interesses de fraternidade ("um Provincial") segundo os padrões religiosos ("Provincial"), passarão pelo mar humano ("passar o mar") desenvolvendo o progresso material, e ao mesmo tempo o progresso moral ("hoste aos montes levantada") , o qual trará o Bem Estar evolutivo a homens e almas. Comentário: Todas as religiões ensinam este fato à sua maneira. O Espiritismo Cristão e o Espiritualismo o ensinam por um horizonte mais amplificado em virtude do intercâmbio com os espíritos desencarnados que relatam muitas realidades do mundo espiritual. Realidades que estão veladas aos limitados sentidos humanos. Entrementes, o que eles reportam é confirmado em boa parte atravees de alguns médiuns que possuem faculdades extras em relação ao comum das pessoas. Por exemplo: os videntes; os clarividentes; os médiuns de efeitos físicos,; os de faculdades de desdobramento, etc. Nostradamus conhecia bem tudo isto. Por isto fala em linguagem esotérica muito comum nos meios espiritualistas mencionados. "hostes aos montes levantada": metáfora com vários sentidos conjugados: 1º) hoste humana conquistando o sucesso em benefício do Bem Estar humano. 2º) hoste das almas que eleva seus padrões morais e são beneficiadas tanto aqui quanto em seu mundo. "montes"; símbolo de grandiosidade de valores. Tanto para valores distintos quanto para complexos. Neste caso tem fortíssima expressão para todos os valores que somam o progresso e a evolução.

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Assim falou Nostradamus Moisés subiu ao monte para receber a Sabedoria das mãos de Deus. Jesus levava o povo ao monte para lhes transmitir sabedoria. Hoje possuímos um prodigioso monte de Ciências e de tecnologia. E assim por diante...

V - XXVII Par feu et armes non Ioing de la marnegro, Viendra de Perse occuper Trebisonde; Trembler Phato, Methelin Sol alegro, De sang Arabe d'Adrie couvert onde.

do que comunicar idéias. E, também, a significação subentendida de resultados de fatos ruidosos. Portanto a metáfora "Trembler Phato" expressa a idéia de pânico no seio da Sociedade Humana. Isto segundo pesquisei no dicionáio americano Webster's. "Sangue Árabe":metáfora para – índole dos Árabes, no que se relaciona ao instinto de beligerância proverbial do povo Árabe. E mesmo sentido para "Pérsia", considerando os antigos episódios históricos dos Persas.

V - XXVIII Le bras pendant à la lambe liee, Visage pasle, au sein poignard caché: Trois qui seront iurez de la meslee, Au grand de Gennes sera le fer lasché.

Tradução: Por fogo e armas não longe do mar negro, Virá da Pérsia ocupar Trebizonda: Tremer Phato, Methelin, Sol vivaz e alegre, De sangue Árabe de Adrie coberto onda. Interpretação: Ondas de beligerância ("armas") e sofrimentos ("fogo") semelhantes ao que acontece nos mundos infernais ("não longe do mar negro") derivarão da natureza ou instinto bárbaro dos seres humanos ("virá da Pérsia") para dominar a Terra("Trebizonda"): Tais ondas porão a Sociedade Humana em pânico("Tremer Phato"). Entretanto, isto produz benefícios a ela, porque tais acontecimentos produzirão uma fermentação mental para sublimar as virtudes, da mesma forma que a fermentação do mel propicia delicioso suco licoroso("Methelin"), e por conseqüência a Humanidade conquistará um viver radioso e feliz ("Sol alegro": vivaz e alegre ou feliz). Nos entretempos a natureza selvagem de uma facção dos seres humanos ("de sangue Árabe") trará muita desgraça ao mar humano, como se fossem ondas de sangue a tingir as águas do Adriático. Comentário: "Trebizonda": pequeno mas brilhante Império antigo em uma região da Turquia. "Phato": anagrama apanhado do vocábulo grego: "Phatos" que se traduz para o partícipio passado – falado, e do adjetivo grego "Phatic" que tem a significação de estabelecer contato social, menos

Tradução: O braço pendente à perna ligada, Semblante pálido, ao seio punhal escondido: Três que serão jurados da peleja, Ao grande de Gennes será o ferro afrouxado. Interpretação: Eis o homem nos momentos finais – ante a visão do vidente. Os braços pendentes junto às pernas juntadas. Semblante pálido. Oculta no seu interior está a sombra do punhal da morte. Entrementes espírito, alma e cérebro do vidente põem em reflexão muitos juizos a respeito da peleja que ocorre na vida humana, na postura de jurados. E vê que o espírito("grande de Gennes") está tendo o sofrimento afrouxado, por se desligar do complexo corporal. Comentário: "de Gennes": figura do espírito como fonte geradora da vida humana. Gênese.

V - XXIX La liberté ne sera recouvree, L'occupera noir, fier, vilain, inique, Quand la matiere du pont sera ouvree, D'Hister, Venise faschee la republique. Tradução: A liberdade não será recuperada, A ela ocupará negro, vaidoso, vilão, iníquo,

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Arvedus Quando a matéria da ponte será lavrada, De Hister, Veneza ofendida a república. Intepretação: Nota: Assunto em sequência da quadra anterior. Ao deixar aquele corpo (Nota: da quadra anterior) a alma ainda não se sentirá com a consciência livre. Sua consciência será ocupada por um turbilhão de sentimentos de culpa ("negro") revivendo todos os episódios ocorridos durante a vida: os procedimentos vaidosos, as vilanias, e as iniquidades. Enquanto o cérebro do defunto está sendo lavrado pelas energias e microorganismos destruidores ("3º verso"), todos os acontecimentos da vida da pessoa ("de Hister") estarão sendo revividos pela Alma ("Veneza") como se ela se encontrasse dentro de uma tela em três dimensões do cinema. Então, ela vê e sente em sua consciência tudo o que em pessoa humana fez de mal e de bem ao seu redor, e assim a alma sente-se como em um tribunal cujo juiz é a sua própria consciência ("Veneza ofendida a república"). Comentário: Alonguei a interpretação explicando parte do que devia fazer no comentário. Este assunto é amplamente explicado nos meios espiritualistas, e espíritas cristãos. Devo esclarecer que cito espíritas cristãos por haver diferenças entre a doutrina espírita fundamentada nos Evangelhos e o espiritismo primitivista derivado da Ásia, da África, e da Europa. Isto é, um espiritismo lendário, mitológico, pagão, e sincrético. Sob critério minucioso, sou de opinião que este espiritismo primitivista é um mal necessário. E fundamento este critério na sentença de Jesus quando assevera:"O escândalo é necessário, mas ai daquele por quem o escândalo vier". E destaco um pouco o espiritismo cristão do espiritualismo, por experiência, e pela própria convenção tácita que existe entre os dois sistemas doutrinários. Visto que o Espiritismo Cristão é uma doutrina essencialmente fundamentada nos Evangelhos de Jesus Cristo. E o Espiritualismo é essencialmente fundamentado em doutrinas religiosas da Ásia. Isto é, no Budismo, no Bramanismo, no Hermetismo, etc. Nesses termos, por critério eclético e ecumênico sou praticamente um iniciado do Espiritualismo, em cujas fontes recebi conhecimentos

valiosos, visto que a filosofia, no fundo,é a mesma. Há, apenas, algumas divergências na prática doutrinária. Outrossim, baseado na asseveração dos Espiritualistas quando dizem que:"Jesus, o Cristo, é o Mestre dos Mestres", fato que é confirmado pelo Novo e Velho Testamento da Bíblia, decidi a minha posição de espírita Cristão convicto. E, voltando ao espiritismo primitivista devo confessar que não devo condenar pois que não tenho autoridade para isto, mas posso julgar pelos resultados perniciosos que ele faculta aos seus líderes e seguidores. Jamais deverá ser reprimido pela força bruta, mas deverá ser combatido por um paciente trabalho de catequese. Por esta confissão franca sinto-me em simbiose com o caráter religioso de Nostradamus, o que pode ser evidenciado pela interpretação que faço dos textos e contextos dele... ("de Hister"): nome antigo do rio Danúbio. Metáfora representando uma alegoria da alma passando por uma vida humana, ou pelo grande rio humano. "Veneza": metáfora de Alma e Espírito. "ponte": Neste caso, o cérebro que é uma ponte entre o corpo e a alma. "república": metáfora com sentido de complexo humano. Neste caso também, é figura da alma como uma ré em um tribunal nos momentos citados.

V - XXX Tout à l'entour de la grande cité, Seront soldats logez par champs et ville: Donner, l'assaut Paris, Rome incité, Sur le pont lors sera faicte grand pille. Tradução: Todo arredor da grande cidade, Estarão soldados alojados por campos e vila: Lançar o assalto Paris, Roma incitava, Sobre a ponte será feita grande pilhagem. Interpretação: Naquele corpo estirado ali no caixão (Nota: da quadra XXVIII)que é semelhante a uma grande cidade, em todo arredor no interior estarão alojados os exércitos de microorganismos atacantes ("soldados") por todos os sistemas energéticos ("por campos") e órgãos ("e vila") para lançar o assalto à

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Assim falou Nostradamus capital do Espírito("Paris"). O quadro é semelhante a Roma Imperial sitiada pelos inimigos e com suas forças defensivas incitadas para a batalha. Sobre toda a contextura corporal ("sobre a ponte") será feita grande pilhagem, nesses momentos.

O Tribunal Celeste estará entrando em atividade para o julgamento final das almas ("avança joeirar") na conformidade dos méritos de cada uma. Na conformidade das profecias do Apocalípse para o terceiro milênio e parte do oitavo milênio ou sétimo milênio a partir de Adão ("Sétima rocha").

Comentários: "Paris": proverbialmente "Cidade Luz". No caso, o trono do espírito, ou capital.

Comentário: Repetição dos alertas que ele faz em várias quadras. Com "Sol e Lua" ele quer expressar os graus de progresso brilhante e seus bons resultados para o conforto humano, e também no sentido de evolução moral.

V - XXXI Par terre Attique chef de la sapience, Qui de present est la rose du monde: Pont ruiné, et sa grand preeminence Sera subdite et naufrage des ondes.

V - XXXIII Des principaux de cité rebelee, Qui tiendront fort pour liberté r'avoir: Detracher masles, infelice meslee, Cris, hurlemens à Nantes piteux voir.

Tradução: Por terra Ática chefe da sapiência, Quem de presente é a rosa do mundo: Ponte arruinada, e sua grande proeminência, Será súdita e náufraga das ondas. Interpretação: Dos grandes filósofos da Ática ("por terra Ática chefe") provém grande sapiência, dos quais no presente é a rosa do Mundo. Porém, em futuro sua estrutura estará arruinada, e também a sua grande proeminência. Será subordinada como se fosse uma nau que naufraga pela turbulência das novas ondas filosóficas. Comentário: O tempo presente mostra esta profecia.

V - XXXII Où tout bon est, tout bien Soleil et Lune, Est abondant, sa ruine s'approche: Du ciel s'advance vaner ta fortune, En mesme estat que la septiesme roche. TraduçãoOnde tudo está bem, tudo bem Sol e Lua, Está abundante, sua ruína se aproxima: Do céu se avança joeirar tua fortuna, Em mesmo estado que a sétima rocha. Interpretação: Nas proximidades do Juízo Final, o Bem Estar humano estará em boa situação, tanto para o Espirito ("Sol") quanto para o corpo "Lua", e haverá grande abundância. Porém, um novo tempo ruinoso aproxima-se.

Tradução: Dos principais de cidade rebelada, Os quais terão forte para liberdade reaver: Retalhar homens infeliz confusão, Gritos, lamentos a Nantes lastimoso ver. Interpretação: Por atividade dos piores malfeitores que perfazem a facção rebelada por toda a Terra, os quais terão forte oportunidade para se libertar de seus maus instintos, ajudados que serão por um grande esforço conjugado entre Celestes e humanos ("forte"). Suas atividades produzirão enormes conflitos sociais ("retalhos homens") e grande sofrimento. Uma infeliz confusão. Haverá balbúrdia e lamentos. Para almas e homens dignos ("à Nantes") será lastimável ver. Comentário: "À Nantes": Entendo que ele está usando Nantes, cidade francesa, com os sentidos do verbo "Nantir" e do substantivo "Nantissement". Nantir: garantir uma dívida, dar garantia ou possuir garantia. Natissement: Garantia, fiança, hipoteca. Portanto, "Nantes" representa as pessoas dignas, honradas, fraternas, laboriosas, altruistas, etc., as quais mostram personalidade e caráter dos justos que serão as ovelhas eleitas, segundo às profecias.

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Arvedus

V- XXXIV

Qui porte encores à l'estomach la pierre, Angloise classe viendra sous la bruine Un rameau prende, du grand ouverte guerre.

Du plus profond de l'Occident Anglois, Où est le chef de I'Isle Britannique: Entrera classe dans Gyronde par Blois, Par vin et sel, feux cachez aux barriques.

Tradução: Por cidade franca do grande mar Seline, Quem traz ainda ao estômago a pedra, Inglesa classe virá sob a bruma, Um ramo colher, do grande aberta guerra.

Tradução: Do profundo do Ocidente Inglês, Onde está o chefe da Ilha Brtitânica: Entrará classe dentro da Gyronde por Blois, Por vinho e sal, fogos ocultos nas barricas. Interpretação: No centro do cérebro ("Ocidente Inglês") onde está o espírito que é o governante do corpo ("chefe da Ilha Britânica") entrará toda classe de inteligência virtuosa em giro mental ("dentro da Gyronde") mediada pela mente da Alma ("por Blois"). Por idéias e pensamentos ("por vinho e sal") em constante elaboração o vidente enxerga as energias mentais em atividade nas cabeças das pessoas como fogos ocultos nas barricas. Comentário: As regiões e cidades mencionadas na quadra servem para figurar o assunto mesmo sem se apontar as qualificações detalhadas que elas podem expressar com maior amplitude das idéias. Por "Ocidente Inglês" ele está falando que a glândula pineal que esotericamente é denominada por trono do espírito está situada embaixo dos dois lóbulos cerebrais e no centro entre eles. Portanto para o vidente, por alegoria, é como se fosse o sol no Ocidente ou o pôr do sol. "Anglois": anagrama para angular ou ângulo. Pois que a pineal estará alojada dentro de um ângulo ocasionado pelos lóbulos. "Gyronde": que significa decomposto por "gy" de: "Gyromancie": que significa: advinhação pelo movimento circular e "ronde": roda. Em suma: onda em giro ou energias girantes , o que expressa bem a figura da glândula pineal rodeada de energias brilhantes que são enxergadas pelo vidente. Portanto, como Nostradamus era vidente pressupõe que ele enxergava assim. "Blois": metáfora de mente anímica.

V - XXXV Par cité franche de la grand mer Seline,

Interpretação: Considerando que o homem nasce com o direito ao livre arbítrio ("por cidade franca") para viver no grande mar Humano ("Mar Seline") e quem traz ainda o coração empedernido ("ao estômago a pedra") uma grande legião de almas benfeitoras ("Inglesa classe") virá por meios velados ("sob a bruma") catequizar uma boa parte deles ("um ramo colher"). Entrementes, haverá uma guerra aberta proporcionada por almas e homens que compõem uma grande legião malfeitora ("de grande"). Comentário: "Seline": Salino em português. "mar Seline": metáfora de mar humano, considerando que o homem é constituído de água e sais da Terra. "ao estômago a pedra": expressão idiomática francesa que corresponde à nossa expressão "coração de pedra". "inglesa classe": frota inglesa. A disciplina e combatividade dos oficiais e marinheiros ingleses é proverbial. Então Nostradamus figura homens e almas como combatentes disciplinados e dignos no seu trabalho de transformar a mentalidade humana, no sentido de civilizá-la. "do grande": pelo assunto da quadra é uma referência do grande mar do Mal, em oposição ao grande mar do Bem ("Saline": Salino). "cidade franca": cidade livre, mente livre, arbítrio livre. Todas as Religiões ensinam que "Deus determina e respeita plenamente que o homem tem o Direito de pensar e agir com liberdade perante às Leis. Em compensação, ele está sujeito ao auto-castigo, e ao castigo circunstancial do meio ambiente". "sob a bruma": esta metáfora traz extensa significação. Envolve a ação do Mundo Celeste e a ação do mundo humano. Inclusive de toda atividade circunstancial proporcionada pelas Ciências físicas e psíquicas cultivadas pela Humanidade. Tanto para o progresso material, quanto para o espiritual...

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Assim falou Nostradamus

V - XXXVIII

V - XXXVI De seur le frere par simulte faintise Viendra mesler rosee en myneral: Sur la placente donne à vielle tardive, Meurt, le goustant sera simples et rural.

Ce grand Monarque qu'au mort succedera, Donnera vie illicite et lubrique, Par nonchalance à tous concedera, Qu'à la parfin faudra la loy Salique.

Tradução: De irmã e irmão por simultâneo subterfúgio, Virá misturar orvalho em mineral: Sobre a placenta dá à velha tardia, Morre, o deleite será simples e rural.

Tradução: Este grande Monarca que ao morto sucederá, Dará vida ilícita e lúbrica, Por negligência a todos concederá, Que por fim falhará a lei Sálica.

Interpretação: Acontece muitas vezes em que por mútuo interesse sensual de irmã e irmão é praticado o incesto. Então virão a misturar o humor feminino com a ejaculação masculina, de teor mineral. Se ela, ou ele, é estéril, os espermatozóides morrem na placenta. Então, o deleite será simples e o delito ficará em sigilo. Será apenas um deleite rural. Nota: "velha tardia": sentido figurado de menopausa ou esterilidade.

Interpretação: O grande poder do Matriarcado que sucederá ao Patriarcalismo extinto, dará vida ilícita e lúbrica. Por negligência concederá a todos a licenciosidade, que no final extinguirá a lei Sálica.

V - XXXVII Trois sens seront d'un vouloir et accord, Que pour venir au bout de leur attainte, Vingt mois apres tous et records, Leur Roy trahy simulant haine fainte. Tradução: Três censos estarão em querer e acordo, Que para vir ao fim de seu ultrage: Vinte meses depois todos e lembrança, Seu Rei traído simulando repugnância fingida. Interpretação:Os três entes (espírito, corpo, alma) embriagados pelos desejos da carne, de comum acordo desejarão gozar de seus prazeres com excessos, os quais no fim os levará ao ultrage. Muito tempo depois de tudo a consciência passará a recordar dos feitos e mal feitos. O espírito sente-se traído, simulando repugnância, mas com certo fingimento. Comentário: "Troissens": esta palavra "sens" tem o sentido de uso e posse por contrato. No caso usei entes com a ideeia de três entidades que usam o corpo para posse e uso solidáiro.

Comentário: Esta quadra profetiza com exatidão o advento da liberação da mulher, e por consequência a queda do poder Patriarcal, no lar e em todos os segmentos da Sociedade. As consequências já são bastante visíveis neste nossos tempos. "lei Sálica": Na França esta lei determinava a primazia dos direitos de herança para os filhos homens, isto é, para eles a maior parte, e para as filhas uma pequena parte e até nenhuma. E por ascendência desta lei a mulher teve excluído o direito de herdar o trono na França a partir do século XIV. Atualmente as mulheres vêm reivindicando e conquistando seus tronos em todos os escalões da Sociedade, com resultados pouco lisonjeiros para elas mesmas e principalmente para os filhos, não é?

V - XXXIX Du vray rameau de fleur de lyz yssu Mis et logé heritier d'Hetrurie: Son sang antique le longue main tissu, Fera Florence fleurir en l'armoirie. Tradução: Do verdadeiro ramo da flor-de-lis nascido, Posto e alojado herdeiro de Etrúria: Seu sangue antigo de longa mão tecido, Fará Florença florir no brazão. Interpretação: O espírito é nascido do verdadeiro

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Arvedus ramo da energia pura e encarnado no homem, este herdeiro da Terra ("herdeiro da Etrúria"). A sua mente herda os conhecimentos necessários à sua evolução passando por vidas humanas sucessivas, por longo tempo, recebendo as experiências com seu próprio esforço. Isto fará a Alma florescer e se tornar gloriosa na perenidade da vida. Comentário: "flor de lis": lírio, símbolo da pureza e inocência. "Etrúria": região onde vivia um povo semiselvagem hoje a Toscânia. Neste caso simboliza o corpo humano "sangue antigo": metáfora de campo mental a evoluir desde tempos antigos. "por longa mão tecido": o mesmo campo mental ou individualidade evoluindo por esforço próprio, ajudado pelo meio ambiente. "Florença": cidade expoente nas artes e ofícios. Neste caso simbolizando a alma e/ou espírito vencendo gloriosamente na arte de viver e conviver. "brazão": símbolo de glória pessoal por altos

mestiço na pele, sou mestiço na Mente. Mais propriamente mestiço na alma, em virtude das reencarnações; centenas de reencarnações das quais tenho sido - branco, amarelo, preto - Se você não transparece a mestiçagem na pele, não tenha dúvida, o teu sangue é mestiço, pois que os genes e os cromossomos são propriedades da alma. E a alma é a matriz do corpo. Eu (ou você) sou mestiço - da mesma forma que o arco-íris é mestiço por suas cores e matizes. Comentário: "Hesperie": Região mitológica onde segundo a lenda existia uma árvore com frutos de ouro. "Gauleses da Hespéria": Gente que se arroga ser de raça superior à dos outros.

V - XLI Nay sous les ombres et iournee nocturne, Sera en regne et bonté souveraine: Fera renaistre son sang de l'antique urne, Renouvellant siecle d'or pour l'airain. Tradução Nascida sob as sombras e jornada noturna, Será em reino e bondade soberana: Fará nascer seu sangue da antiga urna, Renovando Século de ouro para o bronze.

méritos.

V - XL Le sang Royal sera si tres meslé, Contraints seront Gaulois de l'Hesperie: On atendra que terme soit coulé, Et que memoire de la voix soit perie. Tradução: O sangue Real será tão amplamente misturado, Constrangidos estarão Gauleses da Hespéria: Entender-se-á que prazo esteja escoado, E que memória da voz esteja perecida. Interpretação: O sangue humano estará amplamente misturado entre raças. Por este motivo os apologistas da raça pura estarão constrangidos. Chegará o tempo em que o prazo esteja escoado para o mau sentimento de Racismo, e que até os registros históricos dos conflitos raciais sejam suprimidos. A miscigenação é fato incontestável. Hoje somos todos MESTIÇOS. Se eu (ou você) não sou

Interpretação: Cada alma é nascida ingênua e ignorante ("sob as sombras") e sua jornada pelo caminho da evolução será realizada com duração imprevista, sujeita a inúmeras circunstâncias ("jornada noturna") e surpresas. Quando conseguir conquistar todas as virtudes da inteligência e do sentimento será soberana no reino celeste e na bondade. Fará nascer a sua forma e/ou corpo sublimado ("seu sangue") através da experiência que vai adquirindo no corpo humano("antiga urna"). E assim vai renovando toda a sua estrutura psíco-física por tempos e tempos ("século") como um alquimista a transformar uma barra de bronze em barra de ouro, através de um processo físico-químico. Comentário: Isto é ensinado pelos reencarnacionistas com amplos detalhes. Esta quadra confirma meu comentário exposto na quadra anterior.

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Assim falou Nostradamus

V - XLII

Interpretação: A grande ruína dos cânones sagrados não se ausenta na Provença, Nápoles, Sicília, Sées e Ponce. Na Germania, pelo Reno e a Colonia, esses cânones vão sendo vexados e deturpados ("à morte") por todos aqueles que fazem da magia sagrada uma pantomima salpicada de macaquices.("Magonce").

Mars eslevee en son plus haut befroy, Fera retraire les Allobrox de France: La gent Lombarde fera si grand effroy, A ceux de l'Aigle comprins sous la Balance. Tradução: Marte elevado em seu mais alto campanário, Fará reforma dos Allobrox de France: A gente Lombarde fará tão grande espanto, A esses da Águia compreendidos sob a Balance. Interpretação: O grande esforço construtivo ("Marte elevado") que vai sendo empreendido no seio da Humanidade quando alcançar o seu climax produzirá a reforma dos instintos rústicos do tipo de boçalidade dos Alobroges da França. A gente usurária, expoliadora causará também um grande espanto às pessoas talentosas e perspicazes ("da Águia") os quais pautam suas vidas pelo altruismo e pela Justiça("compreendidos sob a "Balance" Balança). Comentário: "Allobrox": rústicos, toscos, grosseiros. "Lombarde": semanticamente significa" usura, mesquinhez, expoliação. Talvez o significado derive da índole dos Lombardos. "gente da Águia": a águia oferece um largo expectro de figuração para as idéias abstratas. Neste caso tomei a significação que o assunto associa. Em suma, entendo que com essas figuras metafóricas ele pretendeu expressar sentidos que abarcam extensa facção da Sociedade Humana por força de sentimentos que a simples palavra, como expoliação, boçalidade, perspicácia, justiça, por si mesmas atingem fracamente a sensibilidade do leitor.

V - XLIII La grand ruine des sacrez ne s'esloigne, Provence, Naples, Sicille, Seez et Ponce, En Germainie, au Rhin et la Cologne, Vexez à mort par tous ceux de Magonce. Tradução: A grande ruína dos sagrados não se ausenta Provence, Naples, Sicille, Seez e Ponce, Em Germainie, ao Rhin e la Cologne, Vexados à morte por todos aqueles de Magonce.

Comentário: Entendo que com o anagrama "Magonces" ele crior um neologismo com sentido de magoncie figurando as pessoas do gênero por pseudomagos praticando a Magia religiosa com expressões e gestos de macaco. O vocábulo "magot" significa: mono, bugio, macaco. Portanto, é uma sátira ao ritualismo misticista. Acredito, sem comprovação, que ele tinha contato com grupos secretos de ciências ocultas que deveriam se reunir nos locais mencionados e como Cristão não se conformava com as práticas e expressões misticistas de alguns próceres e adeptos deles. Outrossim, a pecha atinge facilmente as pessoas, seitas e Religiões que usam e abusam dos mitos, rituais e misticismos nas práticas religiosas, aumentando os tabus, as superstições, a idolatria... Mormente, aqueles que têm maior fé nas pedras, nos cristais, nos fetiches, nos" ídolos" encarnados e desencarnados ao invés de ter Fé indiscutível no Deus Onisciente.

V - XLIV Par mer le rouge será prins de pyrates, La paix sera par son moyen troublee: L'ire et l'avare commettra par sainct acte, Au grand Pontifice sera l'armee doublee. Tradução: Por mar rubro será presa de piratas, A paz será por seu meio perturbada: A ira e a avareza cometerá por santo ato, Ao grande Pontífice será a armada duplicada. Interpretação: Pela vida humana ("por mar") o homem ("o rubro") será vítima de piratas (Nota: charlatães de todo tipo). Por este motivo a sua paz será perturbada. Também, será presa fácil da ira e avareza, e por elas cometerá pecados com tal insensibilidade que lhe parecerá estar agindo com santidade.

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Arvedus Então, é necessário duplicar a vigilância o "orai e vigiai" para fortalecer a Fé no Onisciente, Onipotente e Onipresente a quem conhecemos por Deus ("ao grande Pontífice"). Comentário: Pelo que observo, boa parte da Humanidade ainda possui a Fé consciente em Deus. Porém, mostra fé irrestrita nos pseudo-magos e feiticeiros. E mesmo nas pedras, cristais, pirâmides, minérios, e barro. E, nos sapos, gato preto, cobras e lagartos...

V - XLV Le grand Empire sera tost desolé, Et translaté pres d'arduenne silue, Les deux bastards par l'aisné decollé, Et regnera AEnodarb nez de milue. Tradução: O grande Império estará cedo desolado, E transladado perto de escabrosa selva, Os dois bastardos pelo mais velho degolado, E reinará Ænodarb nariz de milhafre. Interpretação: Todo o Planeta e sua população ("o grande Império") em futuro estará desolado e transladado a uma situação semelhante a uma selva, isto é, em um ambiente onde fica muito difícil viver ("escabrosa selva"). Isto ocorrerá em situação pior quando o terceiro milênio iniciar como que degolando os dois milênios anteriores, os quais terão sido transformados pelos desatinos humanos em dois bastardos. Nesse início do terceiro milênio a situação reinante ainda estará violenta, cheia de corrupção, e de preocupação desoladora ("AEnodarb nariz de milhafre") pelo que alegorizo por uma figura sinistra de homem com nariz parecido ao do milhafre. Comentário:"AEnodarb": não encontrei uma explicação adequada para esta figura. Parece-me que a palavra foi erroneamente copiada do original. A radical "AEno": cobre, dá boa noção para arquitetar a força expressiva do sujeito "AEnodarb", mesmo sem que eu saiba a significação de "darb". Assim, componho a figura de um homem forte, dotado de um nariz adunco, cujo semblante espelha o arquetipo de um homem violento, sagaz, malicioso, ladrão, expoliador, insensível à dor alheia.

Conclusão: Não se trata de profecia dizendo que em tal ocasião surgirá um homem que comandará toda a Humanidade com prepotência, interesses excusos e barbaridade. É uma profecia figurando um universo humano em tempo futuro, cujas atividades gerais somam a adjetivação dada por Nostradamus nesta quadra e muito mais. É figura ou símbolo similar às figuras do Apocalipse: o Anti-Cristo, as bestas, o dragão vermelho, a prostituta, a Babilônia, etc. A todos os momentos estamos vendo este "AEnodarb" e as figuras apocalípticas no vídeo da TV, no rádio, nos jornais e revistas, etc. "dois bastardos": entendo que ele está figurando os dois milênios desta Era Cristã com a idéia de que eles foram abastardados pelo compartamento desatinado de parte da Humanidade, e por consequência a outra parte acaba sendo conivente por força das circunstâncias. Aliás, todas as quadras foram confeccionadas para convidar o leitor à maiores reflexões e meditações. Então, eu paro, principalmente, para não desrespeitar a sua liberdade...

V - XLVI Par chapeaux rouges querelles et nouveaux scismes, Quand on aura esleu le Sabinois: On produira contre luy grande sophismes, Et sera Rome lesee par Albanois. Tradução:Por chapéu vermelho querelas e novos cismas, Quando se terá eleito o Sabinois, Produzir-se-á contra ele grandes sofismas, E será Roma lesada por Albanois. Interpretação: Por força de grande ira ("chapéu vermelho") haverá polêmica e novos cismas dentro das seitas e Religiões quando certas pessoas adquirem a convicção de cultuar os astros e planetas segundo a doutrina dos Sabens ("Sabinois"). As pessoas que têm fé em tal doutrina ficarão subordinadas a grandes sofismas. E, tais pessoas terão a mente ("Roma") lesada pela doutrina maniqueista(Nota: doutrina do Bem e do Mal)("Albanois).

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Assim falou Nostradamus Comentário: Nesta quadra ele nos alerta do perigo que há em trocar a fé em Deus pela fé em doutrinas sofismáticas semelhantes às doutrinas dos Sabens, e a doutrina dos maniqueistas. "Sabinois": Saben, habitante do antigo reino de Sabá, hoje a Etiopia. "Saben": partidário do Sabeismo – doutrina pela qual o adepto deve cultuar os astros e estrelas. Paganismo, astrologia medíocre, mitologia, feitiçaria, estão envolvidos nesta metáfora:"Sabinois". "Albanois": Sectário do maniqueismo Albano, ou Albanista sectário da doutrina de um mago persa por nome Mani, cuja doutrina ele iniciou no Século III D.C., na Pérsia, e segundo a qual haverá uma luta eterna na Terra entre o Bem e o Mal; entre Deus e sua Hierarquia, e o Diabo e sua hierarquia. O sofisma está no fato de levar o adepto a aceitar que o Diabo ou Satanás é um ser onipotente a altura de Deus, quando na realidade não passa de uma alegoria para o universo de ações e reações psíquicas e físicas da Natureza e os seres, as quais são entendidas por males. A face real deste fato é que o Mal é fator provisório: O Bem é fator eterno. Por exemplo: a morte é encarada pelo homem como o pior dos males. Entretanto, é um mal efêmero que beneficia o espírito que é imortal. Quando a pessoa compreende esta realidade compreenderá a asseveração de Jesus através de São João, no Apocalipse, quando diz:"Tragada foi a morte". E, São Paulo dá explicação ampla sobre isto na Epístola aos Romanos, na qual ele acentua os fatos sobre a morte e a ressurreição e o pecado. Se o prezado leitor quiser parar a leitura e ler esta Epístola com toda a atenção compreenderá bem o que Jesus asseverou "Tragada foi a morte". "Roma":neste caso é figura para cérebro de uma pessoa, em relação ao assunto da quadra.

V - XLVII La grand Arabe marchera bien avant, Trahy sera par les Bisantinois; L'antique Rodes luy viendra au devant, Et plus grand mal par autres Pannonois. Tradução: O grande Árabe marchará bem avante, Traído será pelos Bisantinois;

A antiga Rodes lhe virá ao encontro, E maior mal por outros Pannonois. Intepretação: O povo Árabe envidará grandes esforços com a intenção de impor sua doutrina religiosa e seus costumes aos outros povos. Entretanto, tal intenção será rechassada por outros principalmente pelos Cristãos e pelos Espiritualistas convictos ("Bisantinois"). Conseguirá algum resultado entre os cultores do paganismo ("antiga Rodes"). Para os que cultivam as Ciências ocultas, ou doutrinas secretas ("Pannonois)", a doutrina dos Árabes seus costumes e sua prepotência formam um grande mal. Comentário:Pelo exposto, interpreto a metáfora "Bisantinois": Bizantinos, considerando o aspecto político e militar desenvolvido durante o Impeerio Bizantino, e principalmente o fato proverbial de como as questões teológicas eram debatidas na corte de Bizâncio. Semanticamente, Bizantino é tido como conotação de frivolidade sutil: de arrogância e de ambição imperialista. Nestes termos, suponho que Nostradamus embora considerando a religião, a política e os costumes dos Ismaelitas pouco recomendável,não deixava de observar o comportamento dos Cristãos e Espiritualistas da sua época, também pouco recomendável. E por esta quadra inspira-nos a verificar que tais comportamentos persistem se não com a mesma violência e astúcia, de certo modo condenável. Basta analisar os fatos hodiernos no Oriente Médio, nos Balcans, na Irlanda, e em vários Países da Ásia e da África. Não parece que estamos no "Século das Luzes"! Não é? E, daí podemos seguir para análise global verificando que o fanatismo, a incúria, o interesse imediato e outros tantos satãs persistem intrépidos pelo Mundo afora em todos os segmentos da Sociedade Humana. "antiga Rodes": metáfora de paganismo. "Pannonois": entendo que ele usou esta metáfora para o sentido de "Pannychisme": Paniquismo, cujo sentido é:"celebração noturna dos mistérios". Em outros termos: Sociedades Secretas de Ciências Ocultas. Ou, Ocultimo ou Esoterismo ou Teosofismo. Pelo que Nostradamus estará condenando

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Arvedus também o comportamento de líderes e seguidores de tais Sociedades Secretas.

V - XLVIII Apres la grand affliction du sceptre, Deux ennemis par eux seront defaicts: Classe d'Affrique aux Pannons viendra naistre Par mer et terre seront horribles faicts. Tradução: Após a grande aflição do Cetro, Dois inimigos por eles serão derrotados: Classe de África aos Pannons virá nascer, Por mar e terra farão horríveis feitos. Interpretação: Após a grande aflição de homens e almas por comandados pelo cetro da Providência Divina, dois inimigos do homem serão por eles derrotados. A selvageria e paganismo primitivista próprios da África ("classe da África") virão a ser cultuados por uma facção humana ("Pannons") em todo o Mundo e propiciarão horríveis feitos e consequências. Comentário: Ele não evidencia a sua concepção para os "dois inimigos" e assim a opção torna-se facultada ao leitor. Optei por selvageria e paganismo primitivista que são as mais fortes características na África e envolvem todos os vícios e pecados humanos. Porém deixo a cada leitor a liberdade para optar. "Pannons": metáfora concernente ao deus Pan da mitologia grega, o qual é uma alegoria que figura o ser humano. Meio gente, meio animal. E por dar maior expressão ao assunto da quadra, no tocante a culto religioso considero-a por adeptos do Paniquismo:"celebração noturna dos mistérios".

V - XLIX Nul de l'Espaigne, mais de l'antique France Ne sera esleu pour le tremblant nacelle, A l'ennemy sera faict fiance, Qui dans son regne sera peste cruelle.

Tradução: Nenhum da Espanha mas da antiga França Não será eleito para a tremulante barca, Ao inimigo será feito fiança, Quem dentro seu reino será peste cruel. Interpretação: Nenhum Papa com índole semelhante a índole proverbial do povo da Espanha será eleito para dirigir a Igreja Católica ("tremulante barca"). Mas sempre será eleito um Papa caracterizado pela índole dos Apóstolos nos primeiros tempos do Cristianismo ("da antiga França"). À toda seita e Religião de doutrina contrária a essa Igreja será dada uma garantia de que os Cristãos serão orientados a respeitar e tolerar a liberdade de culto e expressão delas. Infelizmente algumas delas comportar-se-ão com desrespeito e violência contra ela em todos os lugares em que estará instituída ('dentro de seu reino") com semelhança à peste cruel. Comenário: Constantemente ele usa a Espanha por metáfora com sentido depreciativo. Entendo a restrição que ele cultivava contra os Espanhóis: pelos fatos históricos, tanto religiosos quanto políticos e sociais. Principalmente pela perseguição violenta contra os judeus e contra as atividades da Inquisição. Com relação a França, ele sempre a usa por metáfora virtuosa por questão de patriotismo. Ao se referir a França antiga é evidente que não está com a intenção de colocar os povos antigos da França como exemplares de dignidade visto que tais povos eram constituídos por tribos de bárbaros e por algumas de semi-civilizados. Então, está se referindo aos Cristãos dignos e singelos dos primórdios do Cristianismo. Quiçá, ele profetiza mesmo que até ao Juízo Final nenhum dignitário Espanhol será eleito Papa. Outrossim, em tempos anteriores ao dele foram eleitos Papas que não eram sacerdotes da Igreja. Isto não ocorrerá mais!? Observe que ele escreveu "Espaigne", não "Espagne". "Éspais" ou "Épais" é adjetivo: espesso, grosso. (fig.: bronco, groseiro).

V-L L'un que les freres du lys seront en aage,

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Assim falou Nostradamus para o instinto bélico. Quanto à índole dos Latinos ("Latin passagem") eu entendo que se trata de um índice tácito ou proverbial, considerando-se que a índole ruim de outras raças-raiz da Europa se não tão ruim, muito deixa a desejar. E os pósteros de ambos, idem, idem. O nome "latin" conforme ao dicionário, é usado com expressão pejorativa. Por exemplo:"Gens à latin": pedantes."Être fou en latin et en français": não ter senso comum.

L'un d'eux tiendra la grand Romanie: Trembler les monts ouvert, Latin passage, Pache marcher contre fort d'Armenie. Tradução: O ano que os irmãos do lírio estarão na idade, Um deles terá a grande Romanie: Tremer os montes, aberta Latin passagem, Pacto marchar contra forte de Armenie. Interpretação: Na época em que os homens estarão mais amadurecidos nas virtudes ainda haverá duas facções principais: a dos mais virtuosos e a dos menos virtuosos ("irmãos do lírio"). Uma delas abraçará a beligerância do tipo do Império Romano ("Romanie") e assim gerarão grandes turbulências dentro das nações ("tremer os montes"). Assim, estarão abrindo passagem para a má índole dos Latinos cujos fatos e acontecimentos a história terá registrado. Entrementes, haverá acordo entre as partes contra essa tropelia arregimentada, principalmente no que tange ao armamentismo ("forte de Armenie") Comentário: Por esta quadra ele traça uma profecia cujos acontecimentos são bastante visíveis em nossos dias. Por visão facilitada pelas notícias que correm céleres pelos canais de comunicação estamos vendo estes fatos a todo momento. É importante salientar que há uma aparente vitória da facção malfeitora. Na realidade a maioria humana está conseguindo sempre uma vitória maior através do labor cultural e da geração dos bens materiais. Neste particular a expressão de Nostradamus ("irmãos do lírio") é magistral no sentido de profecia. Outrossim, devemos lembrar que o pior fascínora sempre possui algumas virtudes em sua mente. Portanto, pode ser recuperado. Evidentemente mais por força do esforço próprio secundada por alguma ajuda de outrem... "lírio": símbolo de pureza, de dignidade, de santidade, de fraternidade, etc. "grande Romanie": metáfora de beligerância imperialista, de prepotência, de crueldade, etc., semelhante aos do Império Romano. "forte Armenie": Entendo que por "Armenie" ele está usando uma metáfora para expressar o sentido de armas para combater, ou arsenais bélicos. E também

V - LI La gent de Dace, d'Angleterre et Polonne, Et de Boësme feront nouvelle ligue: Pour passer outre d'Hercules la colonne, Barcins, Tyrrens dresser cruelle brigue. Tradução: A gente de Dace, de Inglaterra e de Polônia, E de Boesme farão nova liga: Para passar além de Hércules a coluna, Barcins, Tyrrens armar cruel facção. Interpretação: A gente dedicada à literatura em poesia e prosa da linguagem Romance ("Dace": Dácia Romênia) da Inglaterrra, e da Polônia, e da Checoslováquia("da antiga região da "Boesme") terão estado a convencionar novos padrões de linguagem e estilo literário. ("nova liga"). Com a intenção de superar as qualidades dos poemas heróicos da Odisséia grega, dos quais a Odisséia de Hércules é a coluna, os literatos Catalães e os literatos Italianos comporão uma facção cruel para as normas e estilos literários. Comentário: Nesta quadra Nostradamus está criticando os movimentos literários que haviam desde o século XIII na Europa e se estenderam até nossos dias conforme verifiquei pelos registros enciclopédicos. Evidentemente, sendo ele um apologista da literatura Provençal, aborrecia-se com o fato dos literatos dos Países apontados provocarem certas dispersões linguísticas da linguagem Romance ou Românica, a qual na sua época, isto é, a Provençal era considerada a rainha dos bardos e vates. Pelo que ele se mostra orgulhoso através de seus escritos. Ao ler na enciclopédia sobre a linguagem e literatura Catalã e a Toscana, o leitor compreenderá

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Arvedus os motivos dessa crítica dele. "Barcins": habitantes da antiga região que hoje é a Província de Barcelona, ou Catalunha. "Tyrrens": habitantes da atual região da Toscânia. "Boesme": antiga região dos Balcans. "Dace": região em que hoje a Romênia faz parte. "a coluna de Hércules": renomada Odisséia de Hércules.

V - LII Un Roy fera qui donra l'opposite, Les exilez eslevez sur le regne: De sang nager la gente caste hyppolite, Et florira long temps sous telle enseigne. Tradução: Um Rei fará quem dará o oposto, Os exilados elevados sobre o reino: De sangue nadar a gente casta desconsiderada, E florirá longo tempo sob tal insígnia. Interpretação: Eu sou um rei na literatura ("um Rei") cujos textos enigmáticos fará aqueles que se darão a interpretar não entenderem o sentido real do meu pensamento. Entenderão ao contrário ("o oposto"). Meus pensamentos nos textos estão exilados em subentendidos elevados sobre o papel ("sobre o reino"). Meu pensamento vivo circula nos versos como gente pura ("casta") e como uma casta de gente mal valorizada ("casta desconsiderada"). E continuará florescente por longo tempo, semi-oculto, sob a aparência enigmática das palavras("sob tal insígnia"). Comentário: Entendo que ele teve uma intenção humilde de falar a respeito de si próprio e do valor da sua obra literária, e do seu sentimento íntimo. Não obstante, deixou transparecer a exaltação do seu orgulho, o que poderá facilmente ser tomado por vaidade, de acordo com a índole de cada leitor. Outrossim, no 3º verso, há um segundo sentido ambivalente. Isto é, ele expõe seu sentimento de tristeza, de sofrimento a nadar em seu íntimo (" de sangue nadar") por saber e prever que a sua obra ("gente casta") será mal interpretada e mal considerada por longo tempo.

V - LIII La loy du Sol et Venus contendus Appropriant l'esprit de prophetie, Ne l'un ne l'autre ne seront entendus, Par Sol tiendra la loy du grand Messie. Tradução: A lei do Sol e Vênus contendidos Apropriando o espírito de profecia: Nem a um nem a outro não serão entendidos, Por Sol terá a lei do grande Messias. Interpretação: A lei da Inteligência ("Sol") e a lei do Sentimento ("Vênus") terão estado sempre em contenda apropriando o espírito da profecia. É necessário a cada pessoa conhecer e utilizar a Inteligência e o Sentimento com o mais perfeito equilíbrio com a maior disciplina possível. Caso contrário, isto é, se a pessoa desenvolver mais a Inteligência do que o Sentimento e vice-versa, as profecias não serão entendidas por ela e nem executadas. Para ter excelentes resultados para conhecer as profecias e os melhores resultados na prática dos ditames dela, a pessoa necessita reger seus esforços pelos ditames dos Evangelhos ("Sol"), os quais envolvem todas as leis para o bom comportamento moral que regem a Inteligência e o Sentimento de Amor. Portanto, assim a pessoa terá a lei do grande Messias. Comentário: Para que o leitor compreenda o raciocínio apresentado por Nostradamus e compreenda e execute os ensinamentos Evangélicos com os melhores resultados pessoais e coletivos é necessário juntar e/ou associar os valores de cada vocábulo usado por ele. Ele usa a síntese para raciocínios amplos. Por isto ele firma a expressão do 2º verso:"Apropriando o espírito de profecia". Isto é, esforçando-se para compreender o que diz o Profeta e seguir o exemplo dele na aplicação do que ele ensina, em toda a atividade diária, com atenção para o bom comportamento em sociedade. E no 4º verso ele confirma este racicíonio alertando para que toda pessoa siga o exemplo do Cristo, do Messias, tanto no que Ele diz, quanto no que Ele realizou. Então, não tomar as profecias apenas por advinhação de acontecimentos futuros. Porém associar

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Assim falou Nostradamus toda a significação de palavras derivadas da radical "profe": proferir, professar, profissão, proficiência, profundar, etc. Com todos os seus sinônimos e expressões adjetivas e qualificativas. Do mesmo modo para "lei". Portanto, atender à forma e ao conteúdo, o físico e o psíquico da questão. O concreto e o abstrato. O corpo e o espírito da lei, e da profecia...

V - LIV – Du pont Euxime et la grand Tartarie Un Roy sera qui viendra voir la Gaule, Transpercera Alane et l'Armenie, Et dans Bisance lairra sanglante Gaule. Tradução: Da ponte Euxime e a grande Tartarie, Um Rei haverá quem virá ver a Gaule, Transpassará Alane e l'Armenie, E dentro de Bisance deixará sangrenta Gaule. Interpretação: Derivado de cada cérebro humano (" da ponte Euxime") e então somando a Mentalidade Humana com sua grande barbárie ("a grande Tartária") será gerado um poder cruel ("um Rei") o qual será manifestado pela Terra. Esse poder oculto transpassará a selvageria dos antigos Alanos e Armênios. E dentro da Terra ("de Bizâncio") deixará longo rastro de sangue. Comentário: As metáforas desta quadra propiciam o bastante para se montar uma imagem da movimentação dos Comunistas. Mormente pelo fato de que a menção "Alane": que significa indivíduo da tribo dos Alanos, povo bárbaro da antiga Sarmácia – pode associar a imaginação da figura para Comunista porque esta tribo habitava a região da Georgia, na Rússia. Stalin, um dos líderes comunistas, e um dos maiores tiranos surgidos neste mundo, nasceu na Georgia. E fez propagar a doutrina e as atividades Comunistas pelas regiões apontadas na quadra com os rastros de sangue que os historiadores registram. Nestes termos eu endosso as interpretações feitas por linha histórica, isto é, interpretações imaginativas montadas sobre apenas episódios políticos e militares para confirmar a suposição

corrente de que as quadras todas são profecias de Nostradamus que vão se realizando por tais episódios. Devo repetir que contesto tal suposição baseado nas explicações que ele oferece nas duas Cartas; pelas quais esclarece que não é profeta e que a sua obra é mais um tratado analítico das profecias bíblicas conjugado às ciências psíquicas, físicas e religiosas – e através do raciocínio sobre os fatos. Então, concluí que os símbolos, metáforas e alegorias com os quais ele monta os seus jogos de palavras cruzadas têm maior função semântica do que histórica. E vejo que ele usa uma aplicação sutil, ardilosa, de certas palavras as quais encaminham minha visão para o outro lado da aparência. Por exemplo: Nesta quadra ele escreveu: "Du pont Euxime" com "p" minúsculo. Se tivesse tido a intenção de colocar a idéia de área geográfica escreveria com inicial maiúcula e escreveria corretamente "Pont Euxin" ou Point-Euxin – antiga Província da Mísia, junto ao Mar Negro. Aliás, mesmo assim "província" figuraria bem a idéia de cérebro. Porém, ele ainda escreveu "Euxime" ao invés de "Euxin". "Euxime" então deve ser um anagrama de "Eusemie" que é um termo usado pelos médicos significando:"reunião de sintomas favoráveis em uma doença.(Eussemia – em português). Portanto, com o 1º verso ele está reiterando uma ciência esotérica de que: Não obstante o cérebro humano ter grande tendência à selvageria, ele também nasce dotado de virtudes, as quais poderão levar o homem a civilizar seus instintos selvagens. No fundo isto é uma profecia baseada nas ciências ocultas. Por consequência nas profecias bíblicas. "Gaule": semanticamente é figura de vara comprida. E, é o nome antigo do território dos Gauleses. A Gália. Ele coloca "Gaule", rimando no 2º e 4º verso, com significado diferente. No 2º verso representa a Terra(Gália). No 4º representa vara comprida, com associação imaginativa de "longo rastro de sangue". Isto porque "vara" é figura de medida, de raciocínio, de distância, etc. "Bisance": usei, na interpretação, por de Bizâncio, o que dá conotação metafórica adequada ao assunto da quadra. Porém, esta metáfora possui um segundo sentido. Sentido de duplicidade da idéia cen-

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Arvedus tral. Portanto, com sentido de "bis" = duplo. Pelo que, ele estará dizendo:"Derivado dos cérebros da Humanidade o comportamento humano deixará doloroso rastro de sangue na Terra".

V - LV De la Felice Arabie contrade, Naistra, puissant de loy Mahometique, Vexer L'Espaigne, conquester la Grenada Et plus par mer à la gent Lygustique. Tradução: Da Feliz Arábia contraditória, Nascerá potente de lei Maomética Vexar Espanha, conquistar a Grenade E mais por mar à gente Lygustique. Interpretação: O cérebro humano é semelhante às regiões da Arábia. Como lá, ele possui a Beleza e a Felicidade contraditória. Nele nascerá um potente complexo de ideais ruins e de idéias pouco recomendáveis ("lei Maomética") para vexar a pessoa ("Espanha") e conquistar a Alma ("Grenade"). E mais potente mentalidade coletiva a conquistar à gente e almas, principalmente as de natureza mais selvagem como a dos Lígures. Comentário: Com essa alegoria ("Feliz Arábia contraditória") ele expressa bem a natureza da mente humana com suas virtudes e seus defeitos naturais e artificiais à semelhança das regiões e dos povos da Arábia. "Grenade" é o nome da romã com suas sementes aureoladas por líquido da cor do rubi dentro de uma película branca transparente. Esotericamente a romã é usada como metáfora de corpo (casca), alma(líquido), espírito (semente).

V - LVI Par le trespas du tres vieillard Pontife Sera esleu Romain de bon aage, Qui fera dict que le siege debiffe, Et long tiendra et de picquant ouvrage. Tradução: Pelo trespasse do mui velho Pontífice Será eleito Romain de boa idade,

Quem será dito que a sé arruina, E longo tempo terá e de pungente labor. Interpretação: Pela morte do corpo, o qual imagino por um velho Pontífice que tem a função de manifestar o espírito no mundo terreno à semelhança do Papa que é considerado como um representante de Deus; o espírito continuará vivendo e pelo vidente ele é enxergado como um status viçoso como se fosse um Patrício Romano saudável e na flor da idade, embora a gente que não o enxerga suporá que ele também terá deixado de existir("sede arruína"). E por muito longo tempo ele terá de viver em contínuo e pungente esforço. Comentário: "sé": sede "velho Pontífice": metáfora de corpo com sentido de criatura antiga e que é sé ou sede do espírito do mesmo modo que a catedral é a sede do Papa.

V - LVII Istra du mont Gaulsier et Aventin, Qui par le trou advertira l'armee, Entre deux rocs prins le butin, De SEXT mansol faillir la renommee. Tradução: Repetirá do monte Gausier e Aventino, Quem pelo poço advertirá a armada, Entre duas rochas será apanhado o espólio, De SEXT mansol falir a renomada. Interpretação: Repetirá pelas quadras ("monte") com aparente sentido escarnecedor("Gausier") e o mesmo tempo muito sério ("Aventino") quem pelo sentido metafórico ("poço") advertirá as gentes ("a armada"). O valor correto ("O espólio") dos sentidos será apanhado pelo confronto da inteligência e da sensibilidade ("duas rochas") do intérprete. Por advinhação ("de SEXT mansol") os verdadeiros sentidos das quadras("a renomada") estarão falidos. Comentário:"Gausier" ou Gosier: escarnecedor ou gozador. "Aventino": monte em Roma onde foram construídos vários templos pagãos. Entendo que ele usuou a metáfora com sentido de templo, de coisa

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Assim falou Nostradamus séria. Em oposição ao "Gausier". "Pelo poço": metáfora de idéias virtuosas emanadas da sua mente, semelhante à água de um poço. "trou" tem a tradução para poço, boca, garganta, caverna, etc. "armada": tem significação para gente em número indeterminado. "mansol": entendo que seja um anagrama de "manse" que é uma medida agrária, mais "sol" com sentido de inteligência. Então "SEXT" mansol será – um sexto sentido derivado dos cinco sentidos. No caso, entendo por advinhação. "SEXT": em letras maiúsculas: deve ter sido escrito para chamar a atenção do intérprete para o alerta que ele faz nas cartas – de que por simples advinhação a interpretação sairá errada.

V - LVIII De l'aqueduct d'Uticense, Gardoing, Par la forest et mont inaccessible Emmy du pont sera tasché au poing Le chef Nemans qui tant sera terrible. Tradução: Do aqueduto de Uticense, Gardoing, Pela floresta e monte inacessível No meio da ponte será censurado ao punho O chefe Nemeus quem tanto será terrível.

Portanto, eu entendo que a Hierarquia Divina também chamada Providência Divina é coesa e é composta por Arcanjos, Anjos ou Espíritos ou Almas, e Homens sob comando Supremo de Deus. O poder satânico, ao contrário, é um poder caótico composto por almas malfeitoras, isto é, não tem um comandante supremo. É composto por grupos e legiões e operam apenas nas imediações do planeta, abaixo da faixa iônica. São os chamados "anjos decaídos". Por conseguinte, são almas e homens que estão "no meio da ponte" como escreve Nostradamus, sujeitos à regeneração diante do trabalho intenso da Hierarquia Divina, a qual também tem almas e homens dignos a se esforçarem. "nemeus": habitantes de Nemeia. Segundo a mitologia grega, Hércules matou o leão nemeu que vivia nas matas e aterrorizava o povo da cidade de Nemeia, ou Tristena, no Peloponeso. Por "chefe nemeus" ele está figurando o mal que assedia o homem e os homens à semelhança do leão que assediava os Nemeus... Para o melhor entendimento, é preciso considerar que a ação dos Anjos ou Espíritos é concretada no afã de ajudar o progresso de almas e homens. Que o homem, antes de tudo, é uma alma. E, é também um espírito. E o espírito é dotado de alma imortal.

V - LVIX

Interpretação: Seres Celestes ou Anjos Guardiães ("Gardoing") virão dos Céus a Terra para punir os homens selvagens("pela floresta") e ignorantes ("monte inacessível"). Eles virão como águas vêm por aqueduto, e em legiões, como as legiões Cartaginesas iam da Útica para punir os Romanos ("de Uticense"). Em tal conjuntura, almas e homens sofrerão forte repressão por seu mau comportamento ("será censurado a punho... o chefe Nemeus") na fase de transição em que a alma deixa o corpo e entra no mundo espiritual ("no meio da ponte"), para os quais a situação é terrível("quem tanto será terrível") Comentário: O reencarnacionista conhece bem este fato. Isto é: cada pessoa tem um espírito guardião, ou anjo guardião (Nota: Conforme à concepção de cada pessoa.)E, por consequência, a Coletividade Humana também conta com legiões de Anjos guardiães. Em carta Nostradamus assevera:"Deus opera entre os homens pelo ministério de seus Anjos".

Au chef Anglois et à Nymes trop seiour, Devers l'Espagne au secours AEnobarbe Pluisieurs mourront par Mars ouvert ce iour, Quand en Artois faillir estoille en barbe. Tradução: Ao chefe Anglois à Nymes demasiada assistência Da parte da Espanha ao socorro Aenobarbo Muitos morrerão por Marte aberto esse dia, Quanto em Artois falir estrela em barba. Interpretação: Para os Anjos é lei indiscutível e inadiável ajudar ("Au chef Anglois") ao próximo ("à Nymes") e até costumam dar demasiada assistência. Da parte dos homens da Terra ("Da parte da Espanha") é lei pouco obedecida o dar socorro ao próximo, ou ao Homem ("ao socorro Aenobarbo"). Muitos fracassarão ("muitos morrerão") sem cumprirem as promessas feitas antes de reencarnar. Promessas corajosas expostas na ocasião em que fo-

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Arvedus ram obsequiados para reencarnar ("por Marte aberto esse dia") com respeito ("quanto") de não falir na Terra ("em Artois") nessa ocasião em que a alma passa pela vida como um cometa ("estoille en barbe"). Comentário: Esta quadra é realmente uma estrela cabeluda. Não é leitor? Nostradamus deve estar se divertindo até hoje com a nossa cara! Em compensação eu também me diverti a valer por conseguir compreender a charada. E tanto que continuarei a sorrir quando a grande maioria dos meus caros leitores jogarem as mais variadas chacotas por cima de mim. Porém, aos críticos especializados não deixarei barato. Só poderão atirar os espinhos após pesquizar e refletir acuradamente. Para estes ofereço os indícios a seguir: "Anglois": anagrama de Anges+lois, isto é, Anjos + leis. Portanto, leis para os Anjos ("Ao chef Anglois"). "À Nymes": metáfora de Numes: divindades, gênios, divindades mitológicas. Portanto, espíritos ou almas. Considerando que gente é alma encarnada, é indiscutível que os tais Anjos ajudam almas e homens, indistintamente. "Espanha": metáfora para Terra. "Da parte da Espanha": da parte dos homens da Terra. "Aenobarbo": figura do homem, como um peixe constituído por minerais da Terra. "Aeno": cobre ou bronze."Barbo": peixe. "morrerão": fracassarão. Com sentido figurado de "morrer de cansaço", morrer de tédio, morrer de raiva. "por Marte": por coragem. No caso, aquele frêmito de coragem que o recruta sente antes de ser mandado ao campo de batalha. "em Artois": tomando-se do latim: Artus, uum que significa, os membros e articulações dos membros. E Arctare se: reduzir-se a angústias de tempo, segundo Ulpiano. E Arcturus, I: Arcturo – estrela junto à Ursa Maior, segundo Horácio – fica concluída a idéia da quadra para a alma reencarnar no corpo. E "estrela em barba" confirma a idéia pois esta metáfora tem sentido ambivalente. Isto é, a alma infiltrada em um corpo, que tem pêlos. E ao mesmo tempo é uma metáfora figurando uma estrela cabeluda,

ou cometa. Aliás, Nostradamus coloca em várias quadras: estrela, astro, sol, lua e, ás vezes, cidade para representar alma ou espírito. E neste caso, ainda "estrela em barba" tem a expressão de – alma em apuros diante das circunstâncias aflitivas da vida humana, e do além, no seu mundo.

V - LX Part teste rase viendra bien mal eslire, Plus que sa charge ne porte passera: Si grand fureur et rage fera dire, Ou à feu et sang tout sexe trenchera Tradução: Por cabeça rapada virá bem mal eleger, Mais que sua carga não poderá carregar: Tão grande furor e raiva fará dizer, Que a fogo e sangue todo sexo cortará. Interpretação: Aquele que eleger a vida sacerdotal virá a se sentir bem mal, pois que não terá capacidade para suportar a carga das emoções, principalmente dos apetites do sexo. Prometerá suplantar o furor dos apetites e os condenará com raiva até, e que os dominará a ferro e fogo. Porém, será muito difícil cumprir com as disciplinas da castidade.

V - LXI L'enfant du grand n'estant à sa naissance, Subiuguera les hauts monts Apennis: Fera trembler tous ceux de la balance, Et des monts feux iusques à Mont Senis. Tradução: O filho do grande não estando à sua nascença, Subjugará os altos montes Apennis: Fará tremer todos estes de balança, E dos montes fogos até Mont Senis. Interpretação: A pessoa espiritualizada, isto é, dotada de predomínio das virtudes do espírito, desde a tenra idade já possui capacidade para subjugar os mais ansiosos apetites da carne ("montes Apennis"). No caso, o sacerdote conseguirá, inclusive, o

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Assim falou Nostradamus necessário equilíbrio sexual – desde a juventude ("montes fogos") até a velhice (Mont Senis). Comentário: "filho do grande": Nesta quadra ele está situando as pessoas que já nascem com uma constituição cerebral bem dotada para assimilar as determinações morais do espírito (o Pai). Com isto a pessoa subjuga os desejos e paixões sobrevindos dos instintos carnais ou animais, com mais facilidade."montes e altos montes" são metáforas de acumulação de forças, sejam positivas ou sejam negativas, – em proporções de valores. "Apennis": metáfora referente ao pubis, pênis - desejos sexuais.

V - LXII Sur les rochers sang on verra pleuvoir, Sol Orient, Saturne Ocidental: Pres d'Orgon guerre, à Rome grand mal voir. Nefs parfondrees, et prins le Tridental.

em dia límpido. "Saturno Ocidental": alegoria de Justiça em decadência à semelhança do planeta Saturno visto no horizonte na hora do crepúsculo. "Orgon": metáfora de cabeça ou de cérebro considerando em grandeza de valores: um órgão. "Roma": alegoria de Terra. "Naves": Países ou Nações. "Tridental": figura esotérica do ser humano, constituído pela trilogia de corpo, alma, espírito.

V - LXIII De vaine emprinse l'honneur indue plaincte, Galliots errans par latins, froid, faim, vagues Nom loing du Tymbre de sang la terre taincte, Et sur humains seront diverses plagues. Tradução: De vã empresa a honra indevida lamentada, Galeotas errantes por latins, frio, fome, vagas Não longe do Tymbre de sangue a terra tinta, E sobre humanos estarão diversas pragas.

Tradução: Sobre os rochedos sangue se verá chover, Sol Oriente, Saturno Ocidental: Perto d'Orgon guerra, à Roma grande mal ver, Naves incoporadas, e preso o Tridental. Interpretação: Sobre as cabeças de homens e almas dotados de cabeça dura e coração empedernido ("sobre os rochedos") ver-se-á cair muitos sofrimentos ("sangue se verá chover") quando iniciar um progresso científico prodigioso à semelhança do Sol que desponta no horizonte no raiar da aurora ("Sol Oriente") porém sem ser acompanhado pelo progresso moral. (Saturno Ocidental"). Isto é, quando os homens darão primazia ao progresso material e negligenciarão o progresso da Justiça ética em seu comportamento social. O que alegorizo por Saturno em horizonte crepuscular: Por esses motivos cada cabeça estará em guerra, em constante preocupação e medo ("Perto de Orgonguerra") e assim será visto grande mal sobre a face da Terra ("a Roma grande mal ver") Todos os países estarão incorporados nessa situação aflitiva ("naves incorporadas"). E, do mesmo modo, cada ser humano estará preso a uma constante situação aflitiva ("e preso o Tridental"). Comentário:"Sol Oriente": metáfora de Sabedoria ou Ciência em expansão à semelhança do sol ao despontar

Interpretação: Será dado honra indevida ao materialismo, o que é lamentável. Por isto, as comunidades humanas estarão como galeotas errantes levadas por velas latinas. E as classes pobres sofrerão frio, fome e migrações; cheias de lamentos e sofrimentos como se a terra esteja tinta de sangue dos martírios avassalando cada cabeça. E sobre os humanos haverá inúmeros acontecimentos desagradáveis, como que em grandes surtos de pragas. Comentário:" Tymbre": Tímpano, som de campaínha; cabeça, miolos. Neste caso "não longe do timbre" significa: no cérebro, na cabeça, o som ou eco dos lamentos.

V - LXIV Les essemblez par repos du grand nombre, Par terre et mer conseil contre mandé: Pres de l'Autonne Gennes, Nice de l'ombre Par champs et villes le chef contrabandé. Tradução: Os reunidos para repouso do grande número, Por terra e mar conselho contra mandado:

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Arvedus Perto de l'Autonne Gennes, Nice da sombra Por campos e vilas o chefe contrabandeado.

mesmo tempo não as têm.A loucura toma conta, não?

Interpretação: Os poderes governamentais e o empresariado que deveriam trabalhar unidos para o Bem Estar da maioria das populações, infelizmente, por terra e mar estarão a fazer o contrário. Nas proximidades da Era da Regeneração moral, que será considerada o Outono da Humanidade, o bestial poder das sombras estará cobrindo os campos e as cidades, contrabandeando o direito de viver com felicidade. Nota: "Nice": anagrama com a contração de Ni+ce, figurando a idéia de " nem este nem aquele. De onde se conclui que ele está dizendo que no fim da estória não há desgraça total, nem benefício total, o que é bastante evidente, embora o noticiário do dia a dia nos deixe perplexos.

V - LXV Subit venu l'effrayeur sera grand, Des principaux de l'affaire cachez: Et dame embraise plus ne sera en veue Ce peu à peu seronts les grands fachez. Tradução: Súbito vindo o pavor será grande, Dos principais do assunto escondido: E dama abrasa mas não estará à vista Este pouco a pouco estarão os grandes zangados. Interpretação: Os movimentos revolucionários vão sendo fermentados e explodem de repente causando grande pavor. Os motivos principais que causam tais acontencimentos geralmente são de natureza psíquica e somam um complexo de razões, as quais fogem a uma análise lógica. E a mente humana fica abrasada, mas essa fermentação que vai crescendo pouco a pouco não é visível até a ocasião em que as turbas zangadas se amotinam ("estarão os grandes zangados"). Comentário: Realmente, todo e qualquer conflito no lar, na rua, no emprego, na comunidade, na Nação e inclusive entre países, as causas são as mesmas. Os motivos variam por serem abstratos. Quando se analisa cada caso não se consegue encontrar culpados nem inocentes, pois que as partes têm suas razões e ao

V - LXVI Sous les antique edifices vestaux, Nos esloignez d'aqueduct ruine: De Sol et Lune sont les luisan metaux, Ardante lampe Trian d'or butine Tradução: Sob os antigos edifícios vestais, Não afastados de aqueduto ruína: De Sol e Lua estão os luzentes metais, Ardente lâmpada Trian de ouro saqueia. Interpretação: O cérebro humano é dotado de energias inteligentes virtuosas semelhante aos antigos templos com suas vestais e não está livre de sofrer os efeitos da ruína. Os seus dispositivos e órgãos estão dotados de inteligência irradiante do Espírito ("De Sol") e do próprio cérebro ) ("e Lua") e para o vidente são luzentes como os metais preciosos. Nele está alojada a mente humana, constituída por um triunvirato de energias inteligentes ("Trian") peculiares ao espírito, alma e corpo; da qual o homem ("Trian") saca ("saqueia") as idéias e pensamentos. Comentário: No 2º verso ele está dando a entender que o cérebro é semelhante a um aqueduto. Por ele flui a inteligência da mesma forma em que as águas fluem pelo aqueduto. E como este, ele está sujeito à ruína por força do tempo e das circunstâncias.

V - LXVII Quand chef Perouse n'ofera sa tunique Sens au couvert tout nuds expolier, Seront prins sept faict aristocratique, Le pere et fils morts par poincte au colier. Tradução: Quando chefe Perouse não oferecerá sua túnica Senso ao coberto todo nus expoliar, Serão enganados sete feito Aristocrático, O pai efilhos mortos por ponta no colar.

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Assim falou Nostradamus Intepretação: Quando um homem mostra-se demasiado cortês ("chefe Perouse") a sua personalidade falseia seu caráter ("não oferecerá sua túnica). Fala pouco e com muito cuidado para não deixar transparecer seus pensamentos e sentimentos inferiores ("2º verso"). Muita gente ("sete") será enganada por sua aparência de cortesão ("feito Aristocrático"). O seu caráter ("o pai") e seus defeitos "("filhos") serão evidenciados por palavras e atitudes imprevistas por ele, e que serão percebidas por um observador perspicaz("ponta no colar"). Comentário: "ponta no colar": metáfora de – raciocínio agudo, perspicaz. "sete": o número sete é usado pelos esoteristas para simbolizar tempo ou coisas indefinidas. Também, símbolo de totalidade. "Perouse": metáfora com sentido de atitudes significativas do peru. Cortejar, gorgolejar, pomposidade. "todo nus expoliar": do todo, podar o que é fantasia ou metáfora como quem poda um arbusto a fim de por os pensamentos verdadeiros a nú. "senso ao coberto": sentidos velados. "feito Aristocrático": aparência nobre. Leito, considero esta intepretação correta. Entretanto, sinto que Nostradamus, por intenção ou por reflexo condicionado, colocou uma ambivalência nesta quadra, a qual mesmo sendo fruto da minha imaginação é válida. Então, ofereço-lhe uma segunda interpretação nos seguintes termos: Considerando que minha intenção principal ("chefe") é a de cortejar a curiosidade do leitor com um jogo de palavras enigmáticas pomposas à semelhança de um peru("Chefe Perouse") e desta forma velar a veracidade dos pensamentos ("não oferecerá sua túnica") pois que todos os sentidos reais ficam subentendidos ("sens au couvert") torna-se necessário que o intérprete faça uma poda da fantasia e ponha os pensamentos reais a nú ("todo nus explicar".) Muitos intérpretes serão enganados ("serão enganados sete"). Esta obra é distinta ("feito Aristocrático"). Meu estilo enigmático ("o pai") e os pensamentos que ele sugere para quem interpreta ao

pé da letra serão suprimidos ("e filhos mortos") por quem interpretar as quadras com a devida perspicácia ("por ponta no colar"). Assim, leitor, considero as duas interpretações bastante válidas. A primeira alerta para um fato comum em nossa vida. Portanto, é instrutiva. A segunda mostra a intenção de Nostradamus em repetir uma advertência e repetir instruções ao intérprete e ao leitor para o cuidado que devem ter ao interpretar seu trabalho. Ele demonstra uma preocupação constante, por várias quadras, em repetir tais advertências, visto que sabia, e é bastante evidente que cada pessoa iria interpretar sob o prisma da índole e da experiência pessoal.

V - LXVIII Dans le Danube et du Rhin viendra boire Le grand Chameau, ne s'en repentira: Trembler du Rosne, et plus fort ceux de Loire Et pres de Alpes Coq le reuinera. Tradução: Dentro do Danúbio e do Reno virá beber O grande Camelo, disso não se arrependerá: Tremer do Ródano, e mais forte aqueles de Loire E perto dos Alpes Coq o arruinará. Interpretação: Cada e todos os espíritos("o grande Camelo") virão dos céus ("do Reno") para passar pela vida humana a fim de sorver ("beber") experiências à semelhança do camelo que deverá atravessar longo deserto. Ninguém se arrependerá por ter que passar por muitos contratempos. Durante a vida humana o espírito passará por muitas aflições e medos ("tremerá do Ródano") e muito mais os homens que terão uma vida longa. E o homem quando chegar ao fim de sua caminhada ("perto dos Alpes") sofrerá a ruína da morte, a qual, enfim, estará alertando o espírito que lhe está chegando uma nova Aurora("Coq le ruinera"). Comentário: "camelo": animal que sorve bastante água com reserva bastante suficiente para atravessar um deserto por vários dias. Portanto, é figura do espírito que vem preparado para atravessar o tempo de vida humana e antes se abastece de experiências necessárias.

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Arvedus Entendo que ele usou uma característica de cada rio para expressar o predicado para cada circunstância para o espírito e para o homem como aponto a seguir: "Danúbio": desagua no Mar Negro. Evidencia o fato de o espírito entrar no Mar Humano e jungido ao corpo fica com suas faculdades de ação e visão muito limitadas, às escuras, em ("Mar negro"). "Reno": é um dos principais rios da Europa. Na Mitologia, "Europa" é uma deusa do Céu. Portanto, com esta alegoria ele está expressando o fato de o espírito vir dos céus. "Ródano": principal rio da França. Portanto, tremer Ródano" significa que o espírito sofrerá aflições e medos. "Loire": o mais longo rio da França. Portanto, "e mais forte aqueles de Loire" significa que, aquelas pessoas que têm vida mais longa sofrem mais fortemente do que o espírito embora este sofra em conjunto. "perto dos Alpes": fim da vida humana e escalada do espírito para o "alto" ou mundo espiritual. "Coq": Galo - figura de canto para nova Alvorada. Portanto, "Coq le ruinera": que a morte está chegando ao corpo e o arruinará ao mesmo tempo em que para o espírito ela é como um canto festivo avisando -da alvorada de nova vida.

V - LXIX Plus ne fera le grand en faux sommeil, L'inquietude viendra prendre repos: Dresser phalange d'or, azur et vermeil, Subiuguer Affrique, la ronger iusques os. Tradução: Mais não estará o grande em falso sono, A inquietude virá tomar repouso: Formar falange de ouro, azul e vermelho, Subjugar África, roer a ela até aos ossos. Interpretação: A boa parte da Humanidade ("o grande") não estará mais em situação de negligência e indolência("falso sono"). A inquietude virá tomar o lugar do repouso e virá formar uma valiosa falange ("de ouro") tanto na atividade mental ("azul") quanto na atividade material ("vermelho") a fim de subjugar a tendência

selvagem, a preguiça, a negligência, a pobreza, a ignorância, etc. ("subjugar África") Por tal esforço, essas más tendências humanas serão bastante enfraquecidas ("roer a ela até aos ossos").

V - LXX Des regions subiectes à la Balance Feront troubler les monts par grand guerre, Captifs tout sexe deu et tout Bisance, Qu'on criera à l'aube terre à terre. Tradução: Das regiões sujeitas à Balança, Farão perturbar os montes por grande guerra, Cativos todo sexo abrasado e todo Bisance, Que se pranteará à alva terra à terra. Interpretação: Das regiões do Mundo, aquelas que mais avançaram na cultura dos bons princípios estão mais sujeitas às leis da Justiça. Porém, farão perturbar as Nações ("os montes") por grande guerra cultural. As pessoas, no seu todo, estarão cativadas pelos desejos do sexo abrasado e cativos também dos fulgores dos bens materiais e dos desejos de conquista, a semelhança dos habitantes de todo o Império Bizantino ("de Bisance"). Nesses tempos muitos prantearão e clamarão pela morte que lhes deverá trazer a paz no corpo ("à alva terra a terra") quando este for para o fundo da terra. Comentário: Nesta quadra ele está fazendo referência aos tempos mencionados no Apocalípse onde São João escreve que os homens procurarão a morte para encontrar a paz e não encontrarão a paz mesmo depois da morte. Principalmente os suicidas, os quais supõem que a vida acaba no túmulo. Não sabem que a alma deles sofrerá maior tormento depois da morte. "à alva terra à terra": à paz do corpo sepultado na terra. "terra": esotericamente é símbolo de corpo, neste caso.

V - LXXI Par la fureur d'un qui attendra l'eau,

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Assim falou Nostradamus A volúpia e a licensiosidade ("Venus") estará em atividade tão poderosa que ofuscará todas as regras da Dignidade ("Sol") substituindo as leis da boa Moral por leis amorais e imorais ("tudo à lei").

Par la grand rage tout l'exercice esmeu: Chargé des nobles à dix sept bateaux, Au long du Rosne tard messager venu. Tradução: Pela demência de um quem esperará a água, Pelo grande delírio todo o exercício perturbado: Carregado dos nobres a dezessete barcos, Ao longo do Ródano tarde mensageiro vindo. Interpretação: Pela insanidade mental do corpo ("Pela demência de um") a alma que vem à carne, sequiosa por melhorar a sua situação moral ("quem esperará a água") pelo grande delírio dele ("do cérebro") todo o esforço dela perturbado. O Evangelho, carregado dos mais nobres ensinamentos, há já perto de dezessete séculos ("dezessete barcos") continua sendo um mensageiro tardio ao longo das multidões ("ao longo do Ródano"). Comentário: Está evidente que ele está se referindo ao descaso da maior parte das pessoas em conhecer e se dedicar ao bom comportamento ditado pelos Evangelhos do Cristo Jesus. As almas só vão tomar consciência das responsabilidades não cumpridas na vida humana, muito tarde, isto é, na hora da morte, e ao abrir sua consciência no mundo espiritual. "a água": a purificação.

V - LXXII Pour le plaisir d'edict voluptueux, On mestera la poison dans la foy; Venus sera en cours si vertueux, Qu'obfusquera du Soleil tout à loy.

Comentário: Nesta quadra ele está profetizando o vasto desenvolvimento dos vícios e maus costumes que vão sendo ampliados pelas turbas por movimentos tácitos e sutis, por reivindicações criadas de má fé, os quais acabam até sendo transformados em lei. Em nossos tempos vemos os fatos salientes – do aborto, do casamento de homossexuais, dos sequestradores, dos guerrilheiros, dos traficantes, enfim dos malfeitores em geral. Chegamos a tal situação que muitas vezes os governantes, os juízes, a polícia são condenados por usar de repressão mais violenta, por franca necessidade, enquanto aos malfeitores é dado o "direito" de usar de todo o tipo de violência, inclusive com ataques de surpresa. Está sendo dado o direito a líderes guerrilheiros que são responsáveis por crimes hediondos, cuja culpa é incontestável, de serem anistiados e assumir altos cargos na política e em altas funções governamentais, quando na realidade merecem uma condenação sumária, até mesmo a pena de morte. E o que dizer dos sequestradores, dos traficantes de drogas, e de armamentos e dos estupradores? Outrossim, todas as guerras são geradas pelos mesmos princípios e regras. Em nossos tempos notamos o recrudescimento da aplicação do édito maquiavélico" importam os fins, não importam os meios" para conquistar os resultados requeridos pelo egoismo, prazer, e volúpia, conforme Nostradamus profetiza...

V - LXXIII

Tradução: Pelo prazer de édito voluptuoso, Meter-se-á o veneno na fé; Venus estará em curso tão virtuoso, Que ofuscará do Sol tudo à lei.

Persecutee sera de Dieu l'Eglise, Et les saints Temples seront expoliez, L'enfant, la mere mettra nud en chemise, Seront Arabes aux Polons ralliez

Intepretação: Levados pelo prazer, os homens acabam forjando regras de comportamento nocivas a ética, com maus resultados para todos. Surgem regras voluptuosas tácitas ("édito") muitas das quais acabam por ser tornadas em lei. Assim, a justiça é suplantada pela injustiça ("veneno na fé").

Tradução: Perseguida será de Deus a Igreja, E os santos templos serão espoliados: O menino, a mãe meterá nu em camisa, Estarão Árabes aos Polons aliados.

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Arvedus Interpretação:As Verdades de Deus ("A Igreja de Deus") serão combatidas e as mentes humanas ("santos templos") serão expoliadas. O homem ("o menino") nasce ignorante ("nu", porém, a vida humana ("a mãe") o revestirá ("meterá em camisa") com os conhecimentos necessários para viver e conviver bem neste Mundo. Porém, os homens estarão sujeitos ao fanatismo e à violência (Árabes") e aos conceitos materialistas que são opositores aos ditames religiosos ("Polons"). Comentário: "de Deus a Igreja": Entendo que nesta quadra ele não se refere a esta ou aquela seita ou Religião. Refere-se ao complexo religioso que consagra as virtudes éticas e estéticas que devem ser utilizadas para o bem Estar do indivíduo e da Coletividade Humana – dentro dos padrões utilizados nos Céus. "santos Templos": por conquência da metáfora "de Deus a Igreja" esta metáfora também não está significando templos arquitetônicos. Isto é, a asseveração é dirigida a fatos psíquicos não a fatos materiais. Embora tenha conotação com os acontecimentos ocasionais sofridos por agremiações religiosas e igrejas. "O menino": metáfora para cérebro com sua natureza incipiente e provisória em relação com a natureza da mente do espírito que, de acordo com a doutrina da reencarnação, é antiga e é imortal. "Nu": o cérebro nasce ignorante em relação a todo o conhecimento. Com relação a todas as realidades da vida é um menino, uma criança ("enfant"). "a mãe": no caso figura as doutrinas religiosas. Ou a sabedoria religiosa. "en chemise": como ele está falando de religião, "chemise", neste caso, deve ser traduzida por veste eclesiástica. Esotericamente, a palavra veste tem significado de expressão ou manifestação de caráter do indivíduo. Assim, na Bíblia "vestes brancas" significa pureza de caráter. Pureza própria dos anjos. "Polons": anagrama referente a "polos" com idéia de polos opostos. Isto é, as pessoas com idéias e conceitos opostos aos conceitos das Religiões. Então, os ateus e materialistas.

V - LXXIV De sang Troyen naistra coeur Germanique

Qui deviendra en si haut puissance: Hors chassera gent estrange Arabique, Tournant L'Eglise en pristine preeminence. Tradução: De sangue Troiano nascerá coração Germânico, Quem se tornará em mui alta potência: Fora expulsará gente estranha Arábica, Tornando a Igreja em pristina preeminência. Intepretação: De esforço heróico ("de sangue Troiano") nascerá um caráter ("coração") digno e/ou sagrado, e/ou virtuoso semelhante à Natureza do Criador ou Deus. ("Germanique": Germânico) - tornando o homem e/ou espírito bastante poderoso, e/ou valioso, ("em mui alta potência"). Assim, expulsará para fora da mente as tendências ao fanatismo e à violência, as quais são de natureza oposta à dignidade("gente estranha, Arabique") Tornando a mente em uma situação virtuosa de acordo com as antigas determinações Divinas ("4º verso"), e similar aos primórdios do Cristianismo com sua antiga preeminência. Comentário: "sangue Troiano": metáfora de espírito heróico semelhante ao dos Troianos. "coração": símbolo de íntimo, e de sentimento. Nesta quadra ele faz uma proclamação realistica, tanto para cada pessoa quanto para cada Instituição Religiosa.

V - LXXV Montera sur le bien plus à dextre, Demourra assis sur la pierre quaree, Vers le Midy posé à la Fenestre, Baston tortu en main, bouche feree. Tradução: Subirá alto sobre o bem mais à dextra, Permanecerá assentado sobre a pedra quadrada, Cerca do Meio-dia posto à janela, Bastão torcido em sua mão, boca ferrada. Interpretação: Nota: Entendo que nesta quadra, ele está falando de si mesmo. Ao montá-la dispôs as figurações que passavam por sua imaginação poética, tanto quanto

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Assim falou Nostradamus ao seu caráter e personalidade quanto à sua obra profissional e quanto à sua obra literária. Então, ofereço duas interpretações que a quadra faculta à guisa de biografia: 1º interpretação: Pelo seu esforço subirá no conceito de um homem que fixou seu caráter sobre a arte de fazer o bem "(sobre o bem") mais pela execução do trabalho justo do que por uma mera intenção ("mais à dextra"). E sua obra literária permanecerá assentada sobre as páginas de um livro ("sobre a pedra quadrada"). Ao redor dos quarenta anos("cerca do Meiodia) passou a ser notável ("posto à janela"). Então, começou a pensar e a escrever ("bastão torcido em sua mão") na solidão e nas horas vagas e em linguagem obscura("boca ferrada"). 2º interpretação: Por seu esforço constante na prática do bem("sobre o bem") subirá alto no conceito do próximo. Mais pela execução do trabalho digno ("mais à dextra") do que por mera intenção. Após a morte permanecerá assentado, inerme, no túmulo com algum epitáfio sobre uma lápide ("sobre a pedra quadrada") cujo epitáfio durante o dia ("cerca do meio dia") poderá ser visto por outrém como se ele estivesse à janela("posto à janela). Com o passar do tempo, a sua mão direita que elaborou tantas coisas parecerá um bastão torcido. E a sua caveira em constante sorriso macabro sem poder expressar o mínimo som, estará ali como uma boca ferrada. Comentário: Caro leitor, escrevi parte da imaginação que a quadra me inspira. Naturalmente você aceitará mas a sua imaginação irá mais longe. Procure agora escrever o que a sua imaginação lhe faz vislumbrar. Com isto terá bom passatempo. Útil e agradável. Assim, é bom ser feito pelo leitor com todas as quadras para ampliar seu universo mental. Todas as metáforas desta quadra são simplesmente literárias, e os sentidos podem ser facilmente assimilados do dicionário. Pouco tem de esotérico ou de místico. "pedra quadrada": metáfora ambivalente para túmulo e lápide. Também para livro considerando a durabilidade promovida por edições constantes. "bastão torcido": também ambivalente ante a

imaginação. Como ele fala da dextra no 1º verso, imagino os braços ressequidos. E também a pena que ele usava para escrever. Pelo visto, escrevia com a mão direita. Creio que era dextro. "boca ferrada": quem escreve pensa e não fala. A boca da caveira com os dentes expostos faz imaginar uma jaula em silêncio. "Mais à dextra" sugere trabalho feito mais por atividade das mãos, e menos por atividade intelectual.

V - LXXVI En lieu libere tendra son pavillon, En ne coudra en citez prendre place: Aix, Carpen, l'Ile Voice, Mont Cavallion, Par tours ses lieux abolira sa trasse. Tradução: Em paragem libertada terá seu pavilhão, Não desejará em cidade tomar lugar: Aix, Carpen, L'isle Volce, Mont Cavaillon, Por todos seus lugares abolirá seu terraço. Intepretação: Nota: Sequência à quadra anterior. Válida para as duas interpretações. É válida para qualquer pessoa. Em paragem libertada dos males que afetam os homens, o espírito terá sua existência ("sem pavilhão") e não desejará reencarnar em outro corpo humano ("2º verso") Ali ele se sentirá ditoso, confortado ("Aix"); em ambiente acolhedor ("Carpen"), heróico e glorificado ("l'Isle Volce) altamente enriquecido ("Mont Cavaillon"). Por toda a sua contextura mental e física, a qual corresponderá aos lugares ditosos, o espírito descartará de si as sensações e desejos terrenos ("abolirá seu terraço"). Comentário: As doutrinas reencarcionistas ensinam o que ele expõe nesta quadra. "Aix", "Carpen". "Mont Cavaillon" oferecem interpretação por semântica gramatical. Não são metáforas advindas de cidades como supõem alguns intérpretes. "Aix": anagrama de "Aise" e "Aisance" cujo significado é : alegria, comodidade, sossego, conforto, ditosidade, etc. "Carpen": do latim CARPENS-ENTIS: que colhe. No caso, acolhedor.

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Arvedus "L'Isle Volce": Proverbialmente os Volscos que povoavam a Úmbria e acabaram sendo assimilados pelos Lácios (Latinos) e eram considerados guerreiros valentes e heróicos. "Mont Cavaillon": concluo por interpretação de: altamente enriquecido – pelo fato de que o nome"Cavallo" era dado à moeda Napolitana, "Cavaleto" à moeda de Florença e "Cavalier" à moeda de Flandres. Portanto, simboliza riqueza. "Mont" elevação, altura, amontoado, acumulado. Portanto, no caso, é metáfora de espírito virtuoso por cujas virtudes (riquezas) atinge alta consideração e é levado a uma esfera celeste, superior, elevada. Entendo que o assunto desta quadra interliga com as duas anteriores mostrando a esperança que ele acalentava para a sua alma após a morte. Por outro lado, ele está se referindo a um fato ou destino comum a toda alma que leva uma vida virtuosa na Terra.

V - LXXVII Tous le degrez d'honneur Eclesiastique Seront changez en dial quirinal: En Martial quirinal flaminique, Puis un Roy de France le rendre vulcanal.

(Rei de França) constituído pelo militarismo, governantes e empresários de todo o Mundo virá colocar o poder Papal em situação desastrosa e em terceiro lugar hierárquico em relação a eles. Isto porque: "Marcial" significa poder militar. "Quirinal": poder dos governantes. "flamínico: poder dos empresários, e por consequência – o poder popular. Os "flamens" eram sacerdotes escolhidos entre o povo. Os três sacerdotes superiores ("maiores") eram escolhidos e selecionados dentro da classe dos patrícios. E os dozes sacerdotes inferiores eram escolhidos dentre o povo, e eram chamados "flamens menores". "vulcanal": desastroso. O quarto verso refere ao poder turbulento gerado pelas classes de elite mais o poder caótico gerado pelas populações. Recentemente, o dogma da "infabilidade do Papa" foi abolido. Entendo que a profecia contida nos dois primeiros versos refere-se a este fato. Os fatos dos dois últimos versos persistem, por necessidade indiscutível, os quais suportam a sobre-existência da Igreja como Organização Universal e a obriga a sublimar suas capacidades virtuosas no trabalho precípuo de evangelizar o povo dotada de severa e ao mesmo tempo misericordiosa disciplina.

V - LXXVIII

Tradução: Todos os degraus de honor Eclesiástico Serão mudados em dial quirinal: Em Marcial quirinal flaminique, Depois um Rei de França o tornar vulcanal.

Le deux unis ne tiendront longuement, Et dans treize ans au Barbare Satrappe, Aux deux costez seront tel perdement, Qu'un benira la Barque et sa cappe.

Intepretação: Todos os graus de honra Eclesiástica são mudados para os padrões semelhantes aos do deus Quirinus da antiga Roma. Depois um Rei de França o tornará em desastroso poder Marcial quirinal flamínico. Comentário: Quirinus, deus da mitologia romana, era cultuado como o deus da guerra e da agricultura. Era considerado um deus de terceira categoria , – depois de Marte, na segunda categoria, e de Jupiter postado na primeira posição ou deus superior. Nestes termos entendo que Nostradamus quer dar a compreender que o Papa era considerado por ele como o poder espiritual na Terra colocado em terceiro lugar, Jesus em segundo, e Deus em primeiro, o Todo-poderoso. Porém, que um indeterminado Poder Terreno

Tradução: Os dois unidos não terão longamente, E dentro de treze anos ao Bárbaro Satrapa: Aos dois costados farão tal perdimento, Que um bendirá a Barca e sua cabeça. Interpretação: O poder eclesiástico e o poder temporal não respeitarão e não ajudarão um ao outro como é necessário para o Bem da Humanidade. E, por treze séculos, ("treze anos") ainda o poder temporal terá predominância fazendo valer – mais os desejos e intenções materialistas do que a vontade consagrada pela Divindade, e assim os povos terão por resultado as desgraças ocasionadas pelos desatinos derivados do seu mau comportamento psico-físico ("ao Bárbaro Sátrapa").

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Assim falou Nostradamus Porém, chegará a época em que após as gerações cansarem de sofrer as desgraças impostas pela desonra, imoralidade, irreligiosidade, produzidas por elas mesmas ("farão tal perdimento") – terão a consciência melhor ajuizada e assim bendirão as Instituições Eclesiásticas ("a Barca") e os Preceitos sagrados contidos na Bíblia ("e sua cabeça"). Comentário: Filosoficamente, Nostradamus está se digirindo a cada pessoa, a cada cérebro a cada Ego; ao psíquico e ao físico ("os dois unidos"). Nesta concepção ele está dizendo que as virtudes do espírito e as imperfeições do cérebro não se ajustam adequadamente para ser produzido o comportamento humano ideal. Que há ajustes ocasionais nos quais a pessoa pensa e se comporta com as virtudes elogiáveis. Da mesma forma atua a Coletividade ou Mentalidade Coletiva gerando os poderes virtuosos e os poderes bárbaros. E profetiza dizendo que, após trez séculos, mais ou menos, após sua época (1550), a mentalidade humana estará mais virtuosa. Por consequência, mais ditosa e então se achegará mais a Deus, por uma Fé mais sólida. "Bárbaro Sátrapa": expressão com idéia de um poder cruel e voluptuoso em atuação generalizada.

V - LXXIX Par sacree pompe viendra baisser les aisles, Par la venüe du grand legislateur: Humble haussera, vexera les rebelles, Naistra sur terre aucun semulateur. Tradução: Por sagrada pompa virá baixar as asas,, Pela vinda do grande legislador: Humilde alçará, vexará os rebeldes, Nascerá sobre terra nenhum de igual virtude. Interpretação: Na ocasião em que for cumprida a Promessa da vinda gloriosa do Cristo Jesus ("grande legislador") conforme às Profecias, o poder do mal será muito diminuído ("baixar as asas"). Ele exaltará uma imensa maioria humilde e castigará os rebeldes. Desde então, nascerá sobre a Terra um viver prodigioso como em nenhum tempo tem havido.

Comentário: Esta quadra faz evidente refêrencia às profecias da vinda do Cristo sobre a Terra. Uns supõem que Ele reencarnará . Outros asseveram que só será visto pelas almas. Eu estou convicto de que Ele nunca deixou o âmbito da Terra. E, na época do Juízo Final, será visto por todas as almas, conforme irão desencarnando. Mesmo porque o Juízo Final não será realizado em um dia apenas. Atuará por alguns séculos...

V - LXXX Logmion grand Bisance approchera, Chassee sera la Barbarique Ligue: De Deux loix l'estinique lachera, Barbare et franche en perpetuelle brigue. Tradução: Logmion grande Bisance aproximará, Caçada será a Bárbara Liga: Das duas leis a uma a étnica afrouxará, Bárbara e franca em perpétua briga. Interpretação: Dialética medíocre ("Logmion") sofrerá evolução e terá seu brilho apesar da ambivalência predominante. A Bárbara Liga de intelectuais e filósofos será caçada. Das duas leis, lei da ética e lei étnica, uma delas afrouxará. A Dialética Bárbara e a Dialética Civilizada estarão em perpétuo conflito. Comentário: "Logmion": Não encontrei este nome ou vocábulo. Então, tomo-o por neologismo de Nostradamus. Portanto, "Log" = lógica + "mion"= menino, rapazinho. Assim, temos – lógica medíocre. Mais propriamente, dialética medíocre. Observo pelas cartas e quadras que ele era muito cioso no que concerne à filosofia, literatura, linguística e religião. Então, por esta quadra ele mostra sua ira contra algumas Ligas criadas por intelectuais e filósofos da época e os satiriza nesse estilo enigmático. Por que não aplicou essa sátira às claras naquela ocasião? Como entender os seus motivos? Interpretei "franca" por civilizada por ser esta o antônimo de "bárbara" e pelo fato de que o nome "civilização "envolve os sentidos radiais da franqueza

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Arvedus e mais. "Bisance": ambivalência, duplicidade, ambiguidade.

V - LXXXI L'oiseau Royal sur la cité solaire, Sept mois devant fera nocturne augure: Mur d'Oriente cherra tonnerre, esclaire, Septs iours aux portes les ennemis à l'heure Tradução: O pássaro Real sobre a cidade solar, Sete meses antes fará noturno augúrio: Muro do Oriente animará trovão, judicioso, Sete dias aos portões os inimigos à hora. Interpretação: Por sete mil anos os Profetas (pássaro Real") terão manifestado as profecias dirigidas para a noite dos tempos. A Hierarquia Divina ("muro do Oriente") dispensará os ensinamentos e alertas em voz de trovão a iluminar a mente humana. Entrementes, por sete mil anos os inimigos estarão às portas dos sentidos e sentimentos humanos. Nota: Está advertindo que os defeitos e fraquezas mentais estão sempre ativos, como inimigos às portas. "pássaro Real": as mensagens, os pensamentos dos profetas escritos nas páginas da Bíblia ("sobre a cidade solar"). E "cidade solar": tem conotação de sabedoria e de cérebro, e de mente, e de Ego.

V - LXXXII

Au conclud poche hors de la fortresse, Ne sortira celuy en desespoir mis: Quand ceux d'Arbois, de Langres, contre Brosse, Auront mont Dolle, bouscade d'ennemis. Tradução: Ao concluido pacto fora da fortaleza, Não terá êxito aquele em desespero posto: Quanto aqueles de Arbois, de Langres, contra Bresse, Terão monte Dolle, emboscada de inimigos. Interpretação: Aquele que se propuser a intepretar esta obra defendida por enigmas ("1º verso") não terá êxito se se põe em desespero.

Quanto a aquele que tem dom e cultura relativa ("de Arbois") e relativa eloquência do conferencista e do escritor("de Langres"), com sua imaginação fértil ("contra Brosse") terá muitos obstáculos ardilosos ("mont Dolle") como emboscada de inimigos. Comentário: "de Arbois": relativo ao cultivador de plantas. "de Langres": relativo ao dom da eloquência. "Bresse": segundo o dicionário: "campo húmido, baixo e fértil. "Dolle": relativo a dolo, má fé, ardil. Ele faz outro alerta ao leitor que se propõe a interpretar seu trabalho. Tenho sentido tais reações com a vantagem de não desesperar. Ao contrário, empolga-me, cultiva e me divirto muito. O mesmo acontecerá ao leitor que se propuzer a intepretar, seguindo minha interpretação ou não.

V - LXXXIII Ceux qui auront entreprins subvertir, Nom pareil regne, puissant et invincible; feront par fraude, nuicts trois advertir, Quand le plus grand à table lira Bible. Tradução: Aqueles quem terão empreendido subverter, Sem igual reino, possante e invencível, Farão por fraude, noites três advertir, Quanto ao mais grande à mesa lerá Bíblia. Interpretação: Aqueles que terão a intenção de subverter este trabalho empreendido, o qual é obra prima em literatura ("sem igual reino") possante e invencível, o farão por fraude, por traição. Eu quero advertir como São Pedro foi advertido("noites três advertir"): Quanto mais a pessoa entender meus textos, muito mais entenderá os textos da Bíblia quando se puser a ler o que dizem os Profetas e os Apóstolos. Os quais são como um banquete de Sabedoria posta à mesa. Comentário: Isto é um fato. Tenho recebido e passado por tal experiência. Os textos bíblicos são mais fáceis de se compreender do que os de Nostradamus. Principalmente após conseguir entender os dele, os

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Assim falou Nostradamus quais são muitas vezes concernentes aos textos bíblicos. "noites três advertir": metáfora do texto bíblico quando Jesus disse a São Pedro:"Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conhece". (São Lucas – cap.22, vers.34). "à table": expressão com sentido de sagrada comunhão. "La Sainte Table": a sagrada comunhão, ou Sagrada Família. No caso, o 4º verso me faz imaginar ou ter uma visão de alguém estudando atenciosa e reverentemente.

V - LXXXIV Naistra du gouphre et cité immesuree, Nay de parents obscurs et tenebreux: Qui la puissance du grand Roy reveree, Voudra destruire par Roüan et Evreux. Tradução: Nascerá do abismo e cidade imensurada, Nascido de pais obscuros e tenebrosos: Quem o poder do grande Rei reverenciado, Quererá destruir por Rouen e Evreux.

violência. E também do substantivo "Roue": Roda; a que faz o peru e o pavão. E roda de suplício. "Roué": adjetivo: rodado, supliciado na roda. E em sentido figurado: velhaco, devasso, companheiro de orgias. Nostradamus sendo um poeta simbolista costuma usar e abusar de vocábulos e sentenças com sentido pejorativo, para metaforizar o homem. O que, aliás, costuma ser utilizado na literatura em prosa e verso. Entendo que ele aplica este anagrama "Rouen" para dar maior força de expressão ao 1º e 2º versos. "Evreux": Idem. Acredito que associou Evreux a eveux. "Eveux" significa terreno pantanoso o que também dá boa figuração para corpo e para alma. Se "Rouen" é o corpo, então "evreux" é a alma. Isto porque a estrutura física da alma é composta por energias menos densas do que a do corpo. E, literariamente, o homem veio do pó , do barro, do pântano e a alma veio da atmosfera. Outrossim, se a cidade de Rouen foi ou está edificada sobre área pantanosa, o que desconheço neste momento, já tem força de expressão figurada suficiente para o assunto.

V - LXXXV

Intepretação: O homem é um ser que terá surgido das substâncias dos materiais da Terra ("do abismo") ("e idade imensurada"), conforme explicam os cientistas. Então, ele é gerado também por agregação disciplinada dos microorganismos e por energias sobre os quais há relativos conhecimentos ("de pais obscuros e tenebrosos".) Hoje, por seu mau comportamento durante a vida é quem se põe a destruir o poder de Deus ("do grande Rei reverenciado") tanto por ação das suas faculdades físicas quanto pela ação das suas faculdades psíquicas ("Rouen e Evreux") ou em outros termos: por mau comportamento do corpo, e da alma. Comentário: "Rouen": cidade francesa. Porém, a metáfora é derivada dos substantivos "Rue": rua, via; e da expressão: "Être fou a courrir les rues", significando – ser doido varrido. E também, de "Ruéx": monte de estrume seco. E também, condicionada às qualificações dadas pelo verbo "Ruer": coucear, escoucear. Arrojar com

Par les Sueves et lieux circonvoisins, Seront en guerre por cause des nues: Gamp marins locustes et consins, Du Leman fautes seront bien desnuees. Tradução: Pelos Sueves e lugares circunvizinhos, Estarão em guerra por causa das nuvens: Enxame marinhos locustas e confins, Do Leman faltas estarão bem desnudas. Interpretação: Pelos processos mentais de natureza inferior, semi-selvagens ("Sueves") e seus derivados, as mentes humanas estarão em guerra por causa dos acontecimentos circunstanciais da vida do homem ("das nuvens") tanto íntimas quanto exteriores ("lugares circunvizinhos"). Os pensamentos viciosos são gerados em larga escala e são semelhantes aos predadores marinhos, locustas e confins. Os erros e pecados ("faltas") do homem ("do Leman") estarão, sempre bem visíveis ("bem desnudas").

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Arvedus Comentário: "Leman": lago na Suiça. Aqui representa a mente. Tanto do indíviduo quanto da Coletividade – ou mente humana. "Leman": para reforçar a expressão figurativa pode ser considerado como anagrama de "Le": o + "man": homem, em inglês. "Sueves": povo antigo da Germânia. Semibárbaro. E metáfora que pode ter a expressão reforçada pelo substantivo "sueur": suor, fadiga, pena, trabalho; e pelo verbo "suer": suar, trabalhar com afã, penar. Portanto, situações de vida do homem.

individualidade da mente espiritual, e a da mente física e/ou Ego. Por "três braços" está considerando as causas e efeitos produzidos por cada um.

V - LXXXVII L'an que Saturne hors de servage, Au franc terroir sera d'eau inondé; De sang Troyen sera son mariage, Et sera seur d'Espaignols circondé. Tradução: Na época em que Saturno fora de servidão, Ao franco terreno será de água inundado: De sangue Troiano será seu casamento, E estará seguro de Espanhóis circundado.

V - LXXXVI Par les deux testes, et trois bras separés, La cité grand par eaux sera vexee: Des grands d'entr'eux par exil esgarés, Par teste Perse Bisance fort pressee. Tradução: Por duas cabeças e três braços separados, A cidade grande por águas será vexada: Dos grandes entre eles por exílio desgarrados, Por cabeça Perse Bisance fortemente pressionada. Interpretação: Dotada de duas mentes e três entidades inteligentes separadas, a pessoa será humilhada pelas circunstâncias da vida, como se fosse uma cidade varrida pelas águas. Os espíritos superiores ("grandes") encarnados por entre as gentes do Mundo, sentir-seão aqui – exilados. A cabeça humana é fortemente pressionada por sensações ilusórias e perversas, repetidamente, pela vida afora. Comentário: Pérsia e Bizâncio foram dois grandes impérios brilhantes, segundo os registros históricos. Aliás, todos os impérios o têm sido. Filosoficamente, tal brilho é contraditório, pois que os seus prodígios são contrastados pelos custos elevados com os quais os povos em suas épocas terão tido que suportar. Por este prisma, eles figuram bem a conclusão que Nostradamus está montando em relação à mentalidade das pessoas, no quarto verso. Outrossim, devo repetir que ele considera o homem dotado de três personalidades que formam o seu caráter: espírito, alma, corpo, em ação física e psíquica unificada. (Nota: trilogia una). Por "duas cabeças" está considerando a

Interpretação: Na época em que a Justiça deixar de ser escrava da injustiça, os homens serão férteis nas virtudes, assim como um terreno bem irrigado pelas águas. Serão valentes como os heróis Troianos e a sua valentia estará mesclada de justiça. Então, mesmo que suas mentes estejam assediadas pelas paixões humanas ("de Espanhóis") eles se sentirão assegurados. Comentário: "Espanhóis" - Tropo de paixões depreciativas, considerando que os Espanhóis são dotados de uma índole apaixonada. "ao franco": para o melhor entendimento desta expressão, o leitor deve considerar toda a adjetivação dada pelos sinônimos da palavra "franco" para qualificar o homem superior em dignidade.

V - LXXXVIII Sur le sablon par un hideux deluge, Des autres mers trouvé monstre marin: Proche du lieu sera faict un refuge, Tenant Savonne esclave de Turin. Tradução: Sobre a areia por um horrível dilúvio, Dos outros mares encontrado monstro marinho: Próximo do lugar será feito um refúgio, Mantendo Savonne escrava de Turin. Interpretação: Nos interstícios do cérebro humano

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Assim falou Nostradamus encontram-se resíduos mentais nocivos e malignos trazidos pelo atavismo que acompanha o corpo e a alma pelas noites dos tempos. Figuradamente é como um monstro marinho posto na praia, carregado por horrível dilúvio e trazido de outros mares. Porém, no próprio cérebro o espírito é entronizado, como em um refúgio, mantendo a Sabedoria ("Savonne") por escrava de sua vontade santa ("Turin"). Comentário:"outros mares": a mente é constituída por elementos psíquicos, físicos e metafísicos. Considerando-se as informações dos epíritos superiores de que neste Mundo há almas nativas, e maior parte de almas provindas de outros Orbes, estas trazem no instinto e/ou memória muitos registros de vidas passadas naqueles e neste Planeta. Portanto, de "outros mares". "monstro marinho": figura de uma entidade mental inteligente, viva, que é gerada pelo cérebro e que persiste na mente anímica por milênios até. E vai sendo exaurida na medida em que alma vai se tornando mais virtuosa e sua extinção é completada quando ela atinge a angelitude. "Savonne:" sabedoria. "Turin": vontade santificante. Metáfora referente à cerimônia religiosa do Turin – realizada pelos israelitas.

V - LXXXIX Dedans Hongrie, par Boheme, Navarre, Et par banniere sainctes seditions: Par fleurs de lyz pays portant la barre, Contra Orleans fera esmotions. Tradução: Em Hongrie, por Boêmia, Navarra, E por estandarte santas sedições: Por flores-de-lis país portando a barra, Contra Orleans fará emoções. Interpretação: Na vida humana, a alma e o corpo são dotados de força sexual para finalidades sagradas da procriação. Porém, as pessoas usam-na, também, para a simples satisfação dos desejos, e assim perturbam a ordem. Deste modo, o homem ("país") pretextando a pureza dos lírios vai impingindo pesadas aflições

contra o espírito, por impacto das emoções. Comentário: "Boheme": Boêmia, metáfora de Alma, visto que em françês significa cigana, nômade. Para o reencarnacionista, a alma é nômade, em virtude de suas intermitentes migrações entre os dois mundos. "Navarra": pequeno reino – o corpo humano. "Orleans": Ducado mais importante da França. Portanto, o espírito. "Hongrie": Nesta quadra tem dois significados ambivalentes: representa o espírito como um país, e semanticamente significa cavalo castrado, "hongre". Portanto, a idéia é expressada para: virtudes do espírito castradas pelas emoções do sexo ("santas sedições").

V - XC Dans les cyclades, en perinthe et larisse, Dedans Sparte tout le Peloponnesse: Si grand famine, peste par faux connisse, Neuf mois tiendra et tout le cherronesse. Tradução: Dentro das vestes, em vaso sagrado e larisse, No íntimo de Sparta todo o Peloponeso: Tão grande fome, peste por falso sacrifício, Nove meses terá e toda a cherronesse. Interpretação: O espírito revestido das virtudes ("das vestes") viverá no corpo humano como em um vaso sagrado e durante esta vida é assistido pelos Lares ("larisse"). Assistido pelos pais e pelo anjo da guarda. No seu íntimo disciplinado, heróico e criador ("de Sparta" ele conta com os poderes da Natureza da Terra ("de Sparta") e com a fertilidade, a abundância e a beleza luxuriante dela, o que eu simbolizo pela natureza prodigiosa do Peloponeso. Entretanto, os homens ainda passarão por grande fome, e grandes sofrimentos ("peste" por usar erradamente de suas capacidades psíquicas e físicas ("falso sacrifício") e isto ainda continuará por nove séculos ("nove meses") motivado pela imbecilidade radicada no Ego da Grande maioria e também pelas circunstâncias adversas da Natureza ("todo o cherronesse"). Comentário: "cyclades": antigo vestuário das

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Arvedus mulheres gregas. Esotericamente, vestes significam virtudes. "perinthe ou perianthe": é o mesmo que "calice" em francês – com a significação de vaso sagrado. "larisse": anagrama de ação dos Lares. "Lares": deuses domésticos ou espíritos domésticos ou almas amigas ou familiares que eram cultuados pelos romanos. "Sparte": Esparta. Neste caso, figurando o espírito humano, e o homem, considerando suas virtudes. "todo o Peloponeso": todas as qualidades naturais do Peloponeso. "connisse": derivado do latim CONITUM I, significando sacrifício que se fazia, espalhando farinha. Tem o mesmo significado da intenção dos hebreus cobrindo-se de saco e cinzas. "cherronesse": afeto, carinho, afeição. "perianthe": em sentido figurado, também tem a significação de cálice de amarguras, penas, dores. Portanto, expressa bem a situação do espírito e do homem na vida humana. "nove meses": Esotericamente, nove séculos. Com isto, ele repete seus conceitos baseados nas profecias bíblicas de que a partir do século XXI a Humanidade entra em fase determinante de regeneração moral, e com isto alcança a paz e a ditosidade por mil anos, através da Concórdia Universal. Porém, que esta situação não será perfeita até pelos arredores do ano 2400. E acrescenta: devido à estupidez da parte animal do homem. É bom lembrar que mesmo a maioria das pessoas que terá a mente e a dignidade superior no comportamento ético ainda não serão anjos perfeitos. Esses "nove meses" referem-se, também, aos nove meses de gestação da criança.

V - XCI Au grand marché qu'on dict des mensongiers, Du tout Torrent et champ Athenien: Seront surprins par les chevaux legiers, Par Albanois Mars, Leo, Sat, un versien. Tradução: Ao grande marchar que se diz dos sofisticadores, Do todo Torrente e campo Athenien:

Serão surpreendidos pelos cavalos ligeiros, Por Albanois, Marte, Leão, Saturno, em difusão. Interpretação: Todo o movimento filosófico e pragmático que foi gerado na Grécia antiga moldando os costumes com dignidade, e ao mesmo tempo, com grandes sofismas, terá continuado pelo Mundo, principalmente no que tange aos sofismas, e terá atuado como uma torrente de águas impetuosas. Porém, os cultores dos sofismas serão surpreendidos pelos cultores da dignidade e da Verdade cuja facção desenvolver-se-á à semelhança de um regimento de cavalaria ligeira. Este regimento bastante esclarecido e esclarecedor ("Albanois") terá estado a trabalhar com intrepidez ("Marte") com a coragem simbolizada pela força do Leão e com as melhores capacidades da Justi-ça e Moderação ("Saturno"), na difusão dos melhores princípios morais que norteiam os bons costumes e o bom comportamento para realizar o Bem Estar Humano. Comentário: Em simbiose com o pensamento de Nostradamus eu compreendo que nesta quadra teve a intenção de agitar a consciência de cada leitor no sentido de analisar a si mesmo e por aí analisar a situação exterior. Ao seu redor e ao mesmo tempo em todo o universo humano. Pelo exposto, ele está profetizando a vitória dos cultores da filosofia religiosa e da filosofia profana ou temporal sobre a cultura intelectual danosa, a qual tem proliferado e até mesmo suplantado a cultura saudável, tanto nos meios de comunicação quanto na cabeça de cada cidadão. Creio que esta exposição lacônica atingirá os objetivos da intenção dele com eficiência...

V - XCII Apres le siege tenu dix sept ans, Cinq changeront en tel revolu terme: Puis sera esleu de mesme temps, Qui des Romains ne sera trop conforme. Tradução: Após o cerco mantido dezessete anos, Cinco mudarão em tal revolvido termo: Depois será eleito de mesmo tempo, Quem dos Romanos não estará muito conforme.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: Nota: Em sequência à quadra anterior: Após o cerco mantido por dezessete séculos, nospróximos cinco séculos a situação irá mudando por revolvimentos muito agitados. Depois será eleito um comportamento evangélico como o dos primeiros cristãos. Então, aqueles que não estarão de acordo com tal nova ordem produzirão conflitos semelhantes aos dos Romanos, os quais não se conformavam com a nova ordem provocada pelo Cristianismo.

força dos sinônimos que são: ambição, avareza, mesquinhez, juro excessivo, lucro exagerado, etc. "1º verso": figura da cabeça e cérebro devido a semelhança com a Lua. "Anglois": relativo aos Anjos ou Providência Divina. "Mercúrio": metáfora evidenciando a índole maliciosa do deus Mercúrio da mitologia.

Comentário: Entendo que ele está dizendo que a maior agitação social iria recrudescendo desde o ano 1700 ao ano 2200, mais ou menos. Subentende que depois haverá uma situação pacífica por mil anos como nunca houve. Isto, está conforme às profecias bíblicas e outras, inclusive dele mesmo.

Translatera en la grande Germanie, Barbant et Flandres,Gang, Bruges et Bologne, La tresve saincte, le grand duc d'Armenie Assaillira Vienne et la Coloigne.

V - XCIII Sous le terroir du rond globe lunaire, L'Isle d'Escosse fera un luminaire, Lors que sera dominateur Mercure: Qui les Anglois mettra à desconfiture. Tradução: Sob o terreno do redondo globo lunar, A Ilha da Escócia fará um luminar, Quando que será dominador Mercúrio: Quem os Anglois meterá à derrota. Interpretação: Por força das imperfeições e maus instintos escondidos no cérebro humano (1º verso) quando as capacidades da ambição e da astúcia ("Mercúrio") estarão em atividade dominante a facção gananciosa ("L'Isle d'Escosse") estará brilhante como um astro na noite ("fará um luminar"). E tal atividade usurária ("quem") será derrotada pela ação corretiva da Providência divina constituída por Anjos, almas e homens ("les Anglois"). Comentário: "L'Isle d'Escosse: considerando que a Escócia não é ilha, e que o assunto é referente à análise psíquica é evidente que ele usa a metáfora para expressar um defeito mental. E considerando que a usura é uma faceta proverbial do caráter dos Escoceses esta metáfora situa o fato com grande expressão. Mormente se analisamos a idéia dele com a

V - XCIV

Tradução: Transladará na grande Germanie, Brabant e Flandres, Gang, Bruges e Bologne, A trégua santa, o grande duc d'Armenie, Assaltará Vienne e la Coloigne. Interpretação: Por um constante trabalho educativo a Humanidade será transladada em grande fraternidade na Terra ("grande Germanie") nao obstante as confusões mentais ("Brabant") do débil e desproporcionado cérebro do homem ("Flandres") que de certo modo pode ser considerado uma corja ("Gang") preguiçosa, relaxada ("Bruges") e uma presa dos desejos e de maus condicionamentos ("Bologne"). De acordo com as profecias, a Humanidade chegará a uma trégua santa. Porém, um grande revolvimento de caráter destrutivo ("le grand duc d'Armenie") assaltará aquelas gerações que estarão gozando pacificamente da prosperidade ("Vienne") formadas por homens e almas que terão conquistado melhor dignidade("Coloigne") por mil anos. Comentário: Tomando-se os nomes das cidades citadas por metáforas já é possibilitado interpretar com os resultados colocados por mim. Porém, de posse dos sentidos literários e/ou gramaticais que ofereço a seguir, as idéias de Nostradamus tornam-se mais consistentes: "Germanie": irmãos carnais, primos irmãos. Portanto, fraternidade de homens e almas. "Brabant" - Brabante: teia de estopa de linho fabricado em Gand e Bruges. E em sentido figurado: aventureiro ("Brabançon – de Brabante). Portanto, metáfora figurando as

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Arvedus complexidades do cérebro e suas confusões mentais. "Flandres": derivado de Flandrin: substantivo com sentido irônico para magricela, homem magro e desproporcionado. Portanto, metáfora ironizando a capacidade cerebral em relação à do espírito. "Gang": palavra inglesa para corja, malta, bandidos. "Bruges": Frígios. Em latim, o substantivo "Frigens" significa frio , indolente, preguiçoso, relaxado. "Bologne": do latim Bolus, i; presa ou despojo. "Vienne": cidade de Viena. Seu nome antigo dado pelos romanos era "Vindobona" com o sentido de vindima boa, boa colheita, prosperidade. "Coloigne": com sentido de colonizada por imigrantes: nova Sociedade, nova Geração, advindas de anteriores. "o grande duc d'Armenie": com sentido de grande poder das armas. Derivado de "Arme" arma.

V - XCV Nautique rame invitera les umbres, Du grand Empire lors viendra conciter; La mer Ægee des lignes les esconbres, Empeschant l'onde Tirrene defflotez. Tradução: Náutica rama convidará as sombras, Do grande Império então virá concitar: O mar Ægee das linhas os embaraços, Impedindo a onda Tirrena ondeada. Interpretação: Energias mentais de natureza inferior gerada pelos homens e almas ("Náutica rama") serão condensadas como nuvens sombrias ao redor da Terra ("convidará as sombras") formando um poder oculto muito gande ("grande Império") em constante intercâmbio de forças mentais negativas com homens e almas ("então virá conscitar"). Em contraposição há a condensação de energias mentais de natureza superior que da mesma forma de espaços como nuvens brilhantes envolvem as sombrias ("Mar Ægee") e se ligam às mentes de homens e almas por linhas energéticas ("das linhas") embaraçando a ação das linhas sombrias("das linhas os embaraços") impedindo assim a predominância da

ação destrutiva sobre a ação construtiva de homens e almas (4º verso) à semelhança da história Tirrena. Comentário: Nesta quadra ele está mencionando fatos que são explicados pelos ocultistas e/ou reencarnacionistas. Para quem possui experiências esotéricas não é difícil compreender estas coisas. No Apocalipse, São João o menciona na alegoria do dragão vermelho e da mulher vestida do Sol. Vide o capítulo 12 do livro do Apocalípse. Nesta quadra, Nostradamus monta uma alegoria correspondente a esse capítulo 12, o qual ofereci uma interpretação no meu livro"Apocalípse Total", editado em 1981. Devo lembrar que toda elucubração maldosa da pessoa emite linhas de forças negativas que intercambiam com as energias desses espaços sombrios. E também as elucubrações altruistas emitem linhas brilhantes em intercâmbio com as energias positivas dos espaços benéficos. Outrossim, as almas de natureza inferior vivem nesses espaços os quais são denominados por purgatório e inferno. E as almas de Natureza mais virtuosa vivem nesses espaços lucíferos, os quais são denominados céus. É sobre isto, e muito mais que Nostradamus está fazendo lacônica menção, advertindo que todo pensamento mau será reforçado por intercámbio com as forças negativas de tais espaços e também poderá atrair a ligação com almas penadas e com almas malfeitoras com maus resultados para a pessoa. E viceversa. "mar Ægee": metáfora referente à figura mitológica do rei Egeu e da civilização Egea. "onda Tirrena": alegoria baseada na história dos Etruscos ou Tirrenos.

V - XCVI Sur le milieu du grand monde la rose, Pour nouveaux faict sang public, espandu: A dire vray on aura bouche close, Lors au besoin viendra tard l'attendu. Tradução: Sobre o meio do grande mundo a rosa, Por novos feitos sangue público espalhado: A dizer verdade ter-se-á boca fechada, Então, se necessário virá tarde o previsto.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: Há muitos mistérios no mundo a respeito de possíveis novos acontecimentos que terão de ocorrer no seio da Humanidade, e trarão sofrimentos e derramamento de sangue. Porém, se a Divindade nao autoriza revelar tais segredos é melhor não fazê-lo, mesmo porque muitos deles poderão deixar de ser necessários. Por outro lado, a quase totalidade das pessoas não acreditará nas profecias, e de qualquer modo, se houver necessidade de acontecer: virá, e o alerta será considerado tardio. Comentário: "rosa": esotericamente a rosa é considerada por símbolo do segredo ou mistério velado por amor e beleza. Nesta quadra ele fala das destinações secretas que estão nos planos Divinos para a evolução humana – das que ocorrerão no futuro. Por associação de idéias nossa curiosidade é aguçada para os mistérios do grande passado, de milhões e milhões de anos, cujos sinais vão sendo encontrados pelos arqueólogos. Mesmo porque São João Evangelista fala de milhões de milhões de almas que já passaram pela vida terrena e já conquistaram a angelitude. Suponho que terá havido populações imensas desde há milhões de anos cujos rastros foram apagados por sucessões intermitentes de tempos porém devem haver alguns sinais que os tempos não corroeram... Se a Terra existe a mais de três bilhões de anos, por que só terá sido populada há seis mil anos?

V - XCVII Le nay difformée par horreur suffoqué,Dans la cité du grande Roy habitable: L'edict severe des captifs revoqué Gresle et tonnerre, Condom inestimable. Tradução: O nascido deformado por horror sufocado, Na cidade do grande Rei habitável: O édito severo dos cativos revogado, Nevada e trovão, condão inestimável. Interpretação: Logo que o espírito encarna, sente suas faculdades inteligentes e físicas limitadas como se estivesse deformado e fica um tanto horrorizado pela nova situação, sentindo-se a habitar um corpo de criança.

Porém, sua consciência fica sossegada, visto que agora ele esqueceu todos os delitos do passado em outras existências os quais como neve e granizo e trovão estarão a afligir veladamente a sua consciência. Então percebe que o errôneo dogma do castigo eterno nos infernos fica revogado. E sente que a reencarnação é um condão inestimável. Comentário: dispensável, visto que ele repete este fato em muitas quadras, por variadas expressões poéticas. "2º verso": metáfora de corpo humano. O corpo para o reencarnacionista, é como uma cidade preparada para o espírito habitar ("grande Rei").

V - XCVIII A quarante huict degré climatérique, Afin de Cancer si grande seicheresse: Poisson en mer, fleuve lac cuit hectique, Bearn, Bigorre par feu ciel en detresse. Tradução: A quarenta e oito graus climatérico Afim de Câncer tão grande secura: Peixe no mar, rio, lago cozido lentamente, Bearn, Bigorre por fogo céu em angústia. Intepretação: O espírito ("Bearn") por necessária lei de evolução é como um peixe no mar, no rio, no lago. Ele vai sendo sublimado como que cozido lentamente através dos tempos. Quando encarnado, é visto como se fosse um caranguejo ("afim de Câncer") sob um calor de 48 graus climatéricos(" a quarenta e oito graus climatérico") a sofrer muito grande secura. Ele e a alma estão infiltrados com suas mentes particulares na cabeça do homem, as quais mentes eu figuro por dois gorros de seda preta por serem invisíveis aos olhos humanos ("Bigorre") e nestas conjunturas snao angustiados por necessária disciplina própria do mundo espiritual ("por fogo do Céu") cujas energias inteligentes provocam a sublimação do espírito e da alma("Bigorre") no perene movimento de ação e reação do psico-somático. Comentário:"Bigorre"anagrama de: "bi": dois + "gorre": "gorra – gorro de seda preta usada pelos Venezianos.

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Arvedus "Bearn": Província da França. "Afim de Câncer": figura literária de semelhança de um homem com um caranguejo.

V - XCIX Milan, Ferrare, Turin et Aquilleye, Capne, Brundis vexez par gents Celtique: Par le Lyon et phalange aquilee Quant Rome aura le chef vieux Britannique. Tradução: Milan, Ferrare, Turin e Aquilleye, Capne, Brundis vexados por gente Céltica: Pelo Leão e falange da águia Quanto Roma terá o chefe velho Britânico .Interpretação: Nota: Guiando-me pelos predicados, sem levar em conta todos os pormenores que as metáforas oferecem, entendo a intenção dele nesta quadra. Porém poucos leitores poderão concordar com o que vou oferecer. Então, apresento uma interpretação livre e alguns pormenores sobre palavras e nomes para aquele leitor que deseja fazer uma pesquisa mais aprofundada. Durante o tempo de vida ("Milan") do homem acionado pelas sensações e emoções do corpo ("Ferrare") e pela sensibilidade do espírito ("Turin")e pela capacidade de julgamento da Consciência ("Aquilleye"); as atividades do homem ("Capne") e da alma ("Brundis") estarão sendo vexadas por pensamentos semi-selvagens e/ou semi-civilizados ("gente Céltica"). Portanto, pela capacidade do cérebro ("pelo Leão) constituído pelos valiosos dispositivos apropriados para o processamento dos pensamentos("e falange da águia). E desse modo o espírito passará a sua vida na Terra ("Quant Rome") isto é, até que a morte chega ("o chefe velho – ou antigo") sobre o corpo ("Britânico"). Comentário:"Milan": anagrama composto por mil + ano. Mil anos. Em linguagem esotérica significa por tempo indefinido. "Ferrare": anagrama para algo de composição ferrosa. Em literatura esotérica o ferro respresenta a hemoglobina, a qual entra na composição do sangue e lhe dá a cor avermelhada. E assim simboliza o homem cuja vida é elaborada e mantida pelas

propriedades que circulam pelas artérias e veias. "Turin": turíbulo usado pelos hebreus nas cerimônias do Purim, para produzir a fumaça perfumada do incenso. Este uso do incenso é um ritual que simboliza uma oferta de louvor a Deus. No caso desta quadra simboliza as intenções virtuosas do espírito. "Aquilleye": nome antigo de Veneza. Também, figura relativa à águia. Portanto, é figura de uma cidade palpitante dentro das águas do mar Águia: representação literária e esotérica de pensamentos elevados. Com estas figurações entendo que ele está mencionando o campo da consciência com suas atividades de pensamento e julgamento. "Capne": anagrama de Cap: cabeça + ne – desinência com idéia de atividade. No caso, toda atividade sensória do homem. "Brundis": cidade italiana, antiga Brundísio: hoje Brindisi. Considerando que na área desta cidade antiga houve ocorrências históricas importantes, principalmente nas guerras púnicas, entendo que ele teve intenção de colocar esta cidade como figura representativa da alma com suas atividades mentais, em ligação com as do corpo. ("Capne") "Gents Céltica": as gentes da região Céltica eram semi-civilizadas. Aliás, na época, os outros povos eram mais ou menos civilizados; ou mais ou menos selvagens. "Leão": Neste caso, por força dos predicados, entendo que ele está especificando o cérebro. "Quant Rome": quanto a Roma; enquanto em Roma. Durante a vida na Terra. "Britânico": corpo humano. Entendo que ele usou o adjetivo Britânico para representar o corpo figurando-o como um local populado por microorganismos, à semelhança da Britânia que era uma ilha populada. "o chefe velho": o poder da morte.

V-C Le boutefeu par son feu attrapé, De feu du ciel à Carcas et Cominge, Foix, Aux, Mazere, haut vieillart eschappé, Par ceux de Hasse, des Saxons et Turinge.

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Assim falou Nostradamus Tradução: O incendiário por seu fogo apanhado, Do fogo do céu à Carcas e Cominge: Fé, Bençãos, Misericórdia, alto velhice escapado, Por aqueles de Hasse, dos Saxões e Turíngia. Interpretação: O tresloucado é apanhado pelos efeitos do seu próprio mau procedimento. E também pela reação natural das leis celestes transgredidas pela ação do corpo e da alma ("Carcas et Cominge"). Pela fé, Bençãos e Misericórdia, a pessoa que possui sabedoria elevada escapará de tais consequências produzidas pela Insensatez própria dos selvagens. Daquele tipo de selvageria que possuiam as tribos e povos de Hesse, Turíngia e dos Saxões. Comentário: "Carcas": carcaça. "Cominge": consorte. No caso, a alma que é consorte do corpo. "Hasse": Insensatez. "Por aqueles de Hasse": Pelos insensatos, semi-bárbaros. "Saxons": anagrama de "saxatile": saxátil em português: planta que cresce entre os rochedos, que habita entre pedras. Também, Saxônios: povo bárbaro da Saxônia. "Foix":Fé "Aux": águas. Bençãos. "Mazere": usei por anagrama de miséria: misericórdia – por associação de idéias do texto.

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Arvedus

Resumo da Centúria VI

VI - XVI - Continuação dos assuntos das duas anteriores... VI - XVII - Em cada encarnação a alma conquista alguma melhoria em seu caráter...

VI - I - Menção a um sábio do Garonne... VI - II - Transformações impressionantes ocorrerão a partir do ano de 1700. A felicidade virá após o Juizo Final.

VI - XVIII - Cada espírito humano será elevado e levado ao reino dos Céus, à semelhança do Cristo Jesus...

VI - III - Maus costumes, discórdias, materialismo...

VI - XIX - Mentalidade virtuosa, e mentalidade viciosa...

VI - IV - A respeito da religião Céltica, e das disputas entre Celtas e Católicos...

VI - XX - Da morte do corpo, e da liberdade do espírito...

VI - V - Sofrimentos causados pelo materialismo. E da liberdade de culto religioso...

VI - XXI - Continuação do assunto da quadra anterior...

VI - VI - A respeito da prosperidade da Sabedoria, e definhamento da ignorância, etc...

VI - XXII - Continuação do assunto das quadras anteriores...

VI - VII - Os seres estarão sempre obrigados a evoluir...

VI - XXIII - Precário cumprimento dos Deveres e Direitos. Por isto a paz é incipiente...

VI - VIII - Escritores e escritos importantes serão mal considerados e mal pagos. Escritores e escritos degradantes prosperarão... VI - IX - Poucas pessoas serão contadas por honra e louvores. "Quem se exalta será humilhado... VI - X - Das virtudes e defeitos, e das paixões desvairadas... VI - XI - Menções a respeito do calendário Adâmico, e do calendário Cristão... VI - XII - A respeito do adestramento da Humanidade para conquistar a Paz e a Felicidade... VI - XIII - Menções a respeito do combate ao Cristianismo, e a respeito da defesa dele. Prosperará...

VI - XXIV - A respeito da finalidade do Poder Governamental e do Poder Militar. E dos maus tempos, e dos futuros bons tempos para a Humanidade... VI - XXV - Continuação do assunto da quadra anterior... VI - XXVI - O poder Papal terá grande dificuldade para beneficiar a Humanidade, e até dificuldade para a sua sobrevivência... Surto libidinoso de vida sobrevirá por todo o Mundo, etc. VI - XXVII - Progresso - apesar dos desatinos humanos...

VI - XIV - De como o espírito sente quando encarnado, devido às limitações psíco-físicas do corpo...

VI - XXVIII - Intromissão de almas perversas no Seio da Humanidade. Condenação dos médiuns feiticeiros coniventes com almas perversas para fazer mal a outrém...

VI - XV - Continuação do assunto da quadra anterior relativo à situação e sentimento do espírito quando encarnado...

VI - XXIX - Menções a respeito da atitude da Igreja Católica, e das atividades condenáveis dos Inquisidores...

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Assim falou Nostradamus

VI - XXX - A respeito da personalidade e do caráter das pessoas. Vileza e pobreza...

VI - XLV - Fascinação pelos bens materiais - em desacordo com os propósitos, etc.

VI - XXXI - Ambição pelos bens materiais. Futuros novos conceitos de justiça e novos costumes...

VI - XLVI - O que sente um espírito justo quando está encarnado - com relação ao ambiente hostil da Terra, e ao ambiente humano...

VI - XXII - Por traição aos postulados das virutdes o homem será batido pela desordem mental... VI - XXXIII - O vilão e cruel sofrerá severa repressão até se emendar... VI - XXXIV - Preocupações, maquinações, frustrações, etc... VI - XXXV - Nos tempos da Era Negra, e início da Era de Regenaração Moral haverá recrudescimento da luta psíco-física. Porém, haverá grande progresso material, etc. VI - XXXVI - Não se poderá dizer que o espírito receberá a glória eterna, nem o castigo eterno ao passar por apenas uma encarnação, etc. VI - XXXVII - Continuação do assunto da quadra anterior. VI - XXXVIII - Dos inimigos da Paz, etc. VI - XXXIX - O espírito é um pequeno reflexo da Natureza de Deus, etc.

VI - XLVII - A respeito da intercomunicação mental entre o cérebro e a alma através da ação dos neurônios, etc. VI - XLVIII - A respeito da santidade fingida, do obscurantismo, e do Renascimento, etc. VI - XLIX - A respeito da capacidade construtiva e da capacidade destrutiva da Humanidade... VI - L - A respeito dos registros no memorial da alma. E, da luta pelos bens materiais, e pelos bens espirituais... VI - LI - Cada geração assiste novos espetáculos transformativos. Anjos e Deuses são assistentes. E toda a Humanidade será salva... VI - LII - A respeito da Esperança de libertação que terá sido mantida por almas e homens, por seis mil anos - virá a se realizar... VI - LIII - Nesta quadra, ele menciona que o Druidismo foi retaliado e retalhado, porém, não terá deixado de atuar sinuosamente, etc.

VI - XL - O grande Mago é privado de sua dignidade, desvirtuado pelos Materialistas, e por Sacerdotes dogmáticos, etc.

VI - LIV - Vaticínios a respeito das atividades dos Islâmicos - a partir do ano 1607, etc.

VI - XLI - A respeito do desvirtuamento dos Evangelhos, etc.,,

VI - LV - Continuação do assunto da quadra anterior...

VI - XLII - A respeito da Lógica medíocre de filosófos ateus, e de religiosos. E, esforço prudente da Providência Divina.

VI - LVI - A respeito da multidão de malfeitores. E ação do preconceito sobre céu e inferno. VI - LVII - Sequência da quadra anterior.

VI - XLIII - Advertência para os intérpretes a respeito da obra dele... VI - XLIV - Quadra com menções às Profecias de tempos sombrios, e sobre as Promessas Divinas da volta ao Paraíso, etc.

VI - LVIII - Insensatez, injustiça; perda da liberdade... VI - LIX - Rebeldia contra os bons princípios por mais dezessete séculos, etc.

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Arvedus VI - LX - A pessoa que desconhece os postulados psíquicos e metafísicos expostos pelas Doutrinas Reencarnacionistas viverá enganado, etc. VI - LXI - Outra advertência ao intérprete com referência às Centúrias e Cartas, etc. VI - LXII - A respeito das virtudes perdidas e reconquistadas. Purgação da alma, e sacrifício do espírito, etc. VI - LXIII - A respeito do grau de consciência da alma durante a infância, e na idade adulta, etc. VI - LXIV - A respeito de motivos que obstam a paz no Mundo, e em cada ser humano... VI - LXV - Discórdia e luta íntima entre corpo e espírito, etc. VI - LXVI - A respeito de nova seita cristã que se irá desenvolvendo rapidamente e dentro dos ensinamentos esotéricos do Apóstolo Paulo, etc. VI - LXVII - O Império da Lei e da Justiça será corrompido por um império de injustiça e desordem, etc. VI - LXVIII - Fúria revolucionária contra os Poderes Constituidos. Líderes e interesseiros gananciosos... VI - LXIX - Intensificação da miserabiladade, e consequentemente aumento da Piedade...

transe da morte do corpo, ele teme o transe da reencarnação, etc. VI - LXXVI - Para o homem, a morte é u'a megera real. Para o espírito, ela é apenas uma figura lendária. VI - LXXVII - Continuação do assunto da anterior. Morte do corpo, e tribunal da conciência, etc. VI - LXXVIII - Continuação das anteriores. Transe e sentença final... VI - LXXIX - Conflitos intermináveis. Insensatez, e miséria. VI - LXXX - Postulados reencarnacionistas de Religiões da Ásia ajudarão a aprimorar a mentalidade humana, etc. VI - LXXXI - Sequência da anterior para o 1º e 2º versos dela. VI - LXXXII - Destino atual, e Destino após o Juizo Final projetados pela Providência Divina para os espíritos humanos radicados à Terra... VI - LXXXIII - A criança angelical transforma-se em adulto rude... VI - LXXXIV - A pessoa indisciplinada não possue capacidade para dirigir bem a sua vida, e muito menos para liderar a outrém, etc.

VI - LXX - Ode em louvor a Jesus.

VI - LXXXV - O fanatismo de natureza farisáica será vencido pelo Cristianismo. Socorro Celeste, etc.

VI - LXXI - O sacrifício e glória de Jesus estarão sendo vendidos...

VI - LXXXVI - Vaticínio a respeito da interpretação de sua obra. E auto-elogio, etc.

VI - LXXII - A Doutrina Cristã estará sendo violada pelo fanatismo e por fingimento de emoção divina.

VI - LXXXVII - Sequência do assunto da quadra anterior.

VI - LXXIII - Visão poética de como ele encarava a si e à sua obra...

VI - LXXXVIII - Continuação do assunto das duas anteriores.

VI - LXXIV - A respeito da reencarnação da alma. E, aos setenta anos a pessoa sente o fim dos seus dias com maior certeza.

VI - LXXXIX - A respeito do corpo e alma diante das circunstâncias da vida humana, etc. VI - XC - O homem vil não terá paz de consciência...

VI - LXXV - Do mesmo modo que o espírito teme o

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Assim falou Nostradamus Vi - XCI - A respeito da guerra mental do indivíduo e da Coletividade. Mal atávico. VI - XCII - O comportamento pecaminoso provoca a ira das Leis de Deus, etc. VI - XCIII - Alerta aos Sacerdotes e Mestres Religiosos. VI - XCIV - Um poder disciplinador será desenvolvido na Terra. E, as pompas militares serão esvaziadas, etc. VI - XCV - A Lei da Reencarnação é um fato mais velho do que este Planeta, etc. VI - XCVI - Cada ofensa contra Deus e contra o próximo será dívida que deverá ser paga, seja por obra, mérito e Graça. A Graça é um prêmio extraordinário que é dado sobre o mérito. O mérito advém da Caridade, etc. VI - XCVII - Um Poder Sublimante abrasará as mentes dos seres humanos nos últimos tempos... VI - XCVIII - Ruína para os bárbaros e belicosos... VI - XCIX - Outra advertência para os intérpretes de sua obra... VI - C - "Regras de precaução contra inéptos críticos...

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Arvedus

CENTÚRIA VI

Que diversos reinos um a cinco farão mudança. Interpretação: A partir do ano mil quinhentos e oitenta, mais ou menos, verificar-se-à transformações bem estranhas neste século. No ano mil e setecentos tais transformações serão visíveis no céu, no mar, na terra. De tal forma que o observador compreenderá o advento de um sexto ciclo evolutivo que marchará junto aos cinco anteriores mas provocará mudanças físicas e psíquicas ostensivas sobre aqueles.

VI - I Autour des monts Pyrenees grands amas, De gent estrange secourir Roy nouveau: Pres de Garonne au grand temple du Mas, Un Romain chef le craindra dedans l'eau. Tradução: Em torno dos montes Pireneus grandes massas De gente estranha socorrer Rei novo: Perto de Garonne do grande templo do Mas, Um Romano chefe o sustentará na água. Interpretação: Em torno dos montes Pireneus grande número de pessoas extraordinárias têm vindo socorrer novos padrões filosóficos. Perto de Garonne e do grande templo de Mas um mestre sábio disciplinará melhor a linguagem latina e defenderá o vocabulário do Romano (Cicero). Comentário: Entendo que Nostradamus está se referindo ao grande sábio Scaliger e ao filho deste, que eram seus amigos e solidários na filosofia de vida. Os quais, na época, entre 1484 e 1609 escreveram importantes obras científicas e filosóficas, e também cuidaram de dar maior realce a linguagem latina. O pai, Julius Cesar Scaliger foi considerado um dos mais ilustres cientistas do seu tempo, em ciências físicas e metafísicas emanadas da escola de Aristóteles e de Teofrasto. Nostradamus até residiu na casa de Scaliger por algum tempo, na região do Garonne. Os Scaliger eram descendentes de italianos.

VI - II En l'an cinq cens octante plus et moins, On attendra le siecle bien estrange: En l'an Sept cens, et trois cieux feront tesmoings, Que plusieurs regnes un a cinq feront change. Tradução: No ano quinhentos e oitenta mais ou menos, Entender-se-à o século bem estranho: No ano setecentos, e três céus em testemunho,

Comentário: Fundamentando-se na Bíblia e por corroboração de informações mediúnicas de espíritos e/ou anjos há conhecimento de que Deus, pelo ministério de sua hierarquia de anjos, almas e homens, terá determinado planos perfeitos para a evolução da Terra e dos seres que a povoam. Esses planos são operados com lógica perfeita, envolvidos pelos destinos e secundados pelas circunstâncias. São determinados por ciclos maiores e menores de tempos. As ocorrências circunstânciais sujeitam-nos a desvios e acertos. Tanto os desvios proporcionados pelos seres quanto os proporcionados pela Natureza. A implantação de tais planos é semelhante ao que sucede com a vida do espírito, da alma e do homem. Para o homem, as ocorrências que surgem em sua existência são marcadas por anos, meses, dias, horas, minutos e segundos. Para o planeta a implantação é planejada para milênios e séculos. Os profetas costumam mencionar: três tempos, três e meio tempos, anos, meses e semanas; e a duração deles são observadas pelos movimentos humanos e naturais. Pelas promessas Divinas, conhecidas, de uma vivência altamente ditosa na Terra, esta evolução deverá ser conquistada em dez ciclos milenares. Porém, Jesus Cristo assegurou que este prazo teve de ser encurtado para entre sete e oito milênios a contar de Adão, alegando que essa diminuição do prazo previamente estipulado virá favorecer a salvação de maior número de almas. Nostradamus afirma que o Juizo Final terminará em 3787 D.C., e que a partir dai a promessa Divina de perene ditosidade humana será concretizada na Terra. Outrossim, nesta quadra ele profetiza a Revolução Francesa e o surgimento do Império

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Assim falou Nostradamus Napoleônico, os quais ocorreram no século XVIII, que compreende os anos de 1700 a 1800.

VI - III Fleuve qu'esprouve le nouveau nay Celtique, Sera en grand de l'Empire discorde: Le ieune Prince par gent Ecclesiastique, Ostera el sceptre coronal de concorde. Tradução: Rio que experimenta o novo Céltico, Estará em grande Império discorde: O jovem Príncipe por gente Eclesiástica, Removerá o cetro coronal de concórdia. Interpretação: O rio humano que irá revivendo os maus costumes dos Celtas levará a Humanidade a um grande Império de discórdias, tanto no âmbito social quanto no âmbito religioso. Uma nova onda de materialismo ("O jovem Príncipe") atingirá até gente Eclesiástica, e assim removerá o poder concentrado tão necessário para a Concórdia e o Bem Estar humano. Comentário: Por uma análise rápida da História através dos últimos quatro séculos em confronto com a movimentação histórica dos Celtas em suas conquistas, e em suas estrepolias; tanto no campo político, no campo militar, e no âmbito religioso, o leitor verá a realização desta profecia...

Católica ("cidade de Agripina"). Tudo transmudado, com excessão da velha linguagem, principalmente a linguagem religiosa, e alguns rituais e cerimônias antigas. Durante essa disputa secular entre a religião Céltica e a Igreja Católica terá havido rapinagem dos Direitos e Deveres de ambas no que concerne à Justiça ("Saturno"), ao Poder ("Leão"), ao desejo de conquista ("Marte"), e outras virtudes ("Câncer"). Comentário: Ao se inteirar dos fatos registrados pelos historiadores a respeito das duas Agripinas, isto é, da Agripina filha de M. Vipsanius Agripa e Júlia; e Agripina, a Jovem: filha de Germanicus e Agripina, o leitor compreenderá o pensamento de Nostradamus para esta quadra. Principalmente analisando as façanhas lendárias dos Cavaleiros da Távola Redonda e similares. Sou de opinião que o lado bom ou lado construtivo da Religião Céltica, profundamente espiritualista tem influenciado bastante as Igrejas Cristãs da Europa; mormente na França, Irlanda e GrãBretanha. Por outro lado, sou de opinião que o Cristianismo é naturalmente dotado de maior pureza, e de maior vigor ético e metafísico; razão pela qual Ele sobrepuja eficientemente as outras religiões. Mormente as religiões do tipo da Céltica, por demais eivada de paganismo primitivista...

VI - V

VI - IV Le Celtique fleuve changera de rivage, Plus ne tiendra la cité d'Agripine, Tout transmué ormisle vieil langage, Saturne, Leo, Mars, Cancer en rapine.

Si grand famine par unde pestifere, Par pluye longue le long du polle arctique, Samatobryn cent lieux de l'hemisphere, Vivront sans loy exempt de pollitique.

Tradução: O Céltico rio mudará de margem, Mas não manterá a cidade de Agripina, Tudo transmudado exceto a velha linguagem, Saturno, Leão, Marte, Câncer em rapina.

Tradução: Tão grande fome por onda pestífera, Por chuva longa o longo do polo ártico, Samatobryn cem lugares do hemisfério, Viverão sem lei clérigo independente de política.

Interpretação: A Nação Céltica ("O Céltico rio") mudará de Religião ("de margem"). Os dignitários e sacerdotes não manterão mais a disputa astuciosa entre a Igreja Céltica e a Igreja

Interpretação: Haverá grandes sofrimentos ("tão grande fome") motivados por grande surto de desejos materialistas ("por onda pestífera"). Não obstante, sempre terá continuidade o trabalho regenerador promovido por homens e almas

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Arvedus abençoados ("por chuva longa"), embora as mentes das pessoas se mantenham muito desinteressadas pelas coisas religiosas, com uma frieza correspondente à região do polo ártico ("o longo do polo ártico"). Porém, a Religiosidade ("Samatobryn") permanecerá em todos os lugares da Terra ("cem lugares do hemisfério"). E em muitos países haverá liberdade de credo religioso, e os clérigos não se imiscuirão nos assuntos de política temporal. Comentário: "Samatobryn": neologismo relacionado a Samarobriva: nome antigo da cidade francesa Amiens. Em Amiens está localizada a maior Catedral de Notre Dame, das construidas na França dedicadas a Nossa Senhora. Sua construção foi iniciada em 1220 e completada em 1288. Há muitos acontecimentos históricos importantes ligados a esta Catedral. Portanto, coloquei Samatrobyn como principal agente gramatical desta quadra. "exempt": em francês tem a significação de "isento", e também de expressão idiomática para "clérigo independente do ordinário": conforme ao dicionário H. Garnier.

VI - VI Apparoistra vers Septentrion, Non loing de Cancer l'estoille chevelue, Suze, Sienne, Boece, Eretrion, Mourra de Rome grand, la nuict disperue. Tradução: Aparecerá pelo Setentrião, Não longe de Câncer a estrela cabeluda, Suze, Sienne, Boece, Eretrion, Morrerá de Roma grande, a noite definhada. Interpretação: Para quem se dedica a estudar, compreender e conhecer será encontrado pelo Hemisfério Norte ("pelo Setentrião"), dentro da capacidade mental de cada pessoa ("Não longe de Câncer") a sabedoria irradiante provinda da mente e do cérebro dos grandes Mestres religiosos, dos Artistas, dos Cientistas, dos filósofos e enfim de toda a gama cultural ("a estrela cabeluda") dos quais eu figuro por alegoria com os nomes de regiões onde houveram no passado e em minha época os maiores

fulgores. Então, nesta quadra faço referência a "Suze": Susa, onde se encontra a tumba do profeta Daniel, e ao mesmo tempo a região onde floresceu a Doutrina de Zoroastro. Menciono "Sienne": Siena, cidade em que as Artes e ofícios floresceram em aliança com Florença na grande época do Renascimento. Menciono Boece por homenagem a este grande historiador, filósofo, místico, espiritualista; e a Boethius, filósofo romano. E faço alusão aos Eretríacos ("Eretrion") que iluminaram a Escola Filosófica de Eretria. Pela sabedoria, Ciências e Artes e ofícios com seus valores romanescos ("de Roma grande") a ignorância estará definhada ("a noite definhada") e morrerá. Comentário: Suponho que terei alcançado o pensamento dele inspirado por esta quadra. De qualquer forma, a inspiração empolgou minha imaginação que encontrou nos textos pesquizados uma associação de idéias condizentes com a essência do pensamento exposto na quadra - a qual essência resume-se em uma profecia afirmando que em fututo - a ignorância que ainda predomina em número e grau no seio da Humanidade vai se definhando, e será subordinada em número e grau pela Sabedoria de futuras gerações. "Câncer": em várias quadras ele costuma usar Câncer para figurar a cabeça e/ou o cérebro humano, com a figura de um caranguejo. Então, "não longe de Câncer" tem a significação de dentro da cabeça ou dentro do cérebro. "estrela cabeluda": estrela irisada ou irradiante. Figura apropriada para a mente espiritual. No caso, a mente humana. E é figura concreta da cabeça humana. Iluminada pela inteligência dentro e cabeluda por fora. "Suze": acredito que ele se refere a Susa onde a mentalidade do profeta Daniel deixou grande influência sobre a mentalidade humana. E por outro lado, região de onde proveio grande influência da Doutrina de Zoroastro. "Sienne": Siena. Entendo que com esta cidade ele propõe uma alegoria da força e influência das Artes para o desenvolvimento da Sabedoria Humana. "Boece": Creio que ele se referiu a Hector Boece ou Boethius, historiador e filósofo escocês que viveu entre 1465 e 1536, portanto, contemporâneo de Nostradamus. Foi professor de filosofia, e foi educado

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Assim falou Nostradamus na Universidade de Paris. Quiçá tenha privado em amizade com Nostradamus e granjeado sua admiração. E, Nostradamus pode, também, estar se referindo a Anicius M. S. Boethius grande filósofo romano que viveu entre os anos 480 e 524 D.C., quem produziu grandes obras culturais. "Eretrion": referência aos Eretriacos: componentes da Escola Filosófica de Eretria, uma cidade da ilha Eubéia; hoje Aletria, Ilha do Mar Egeu, ou Negroponto. "Grand": escreveu com sentido no masculino, pelo que interpreto por grandes valores. "de Roma": romanesco. Interpreto por romanesco - com seus sinônimos: fabuloso, maravilhoso, prodigioso, romântico. "a noite": a ignorância. Considerando-se com seus resultados causados pela negligência, indolência, desinteresse, etc. "Setentrião": pode ser usado como metáfora da parte superior do corpo, do plexo solar para cima. Em conceituação esotérica é considerado a parte mais nobre, pelo fato de estarem localizadas as glândulas e fulcros que processam as energias mais puras e mais poderosas para o complexo da inteligência.

VI - VII Norneigre et Dace, et l'isle Britannique, Par les unis freres seront vexees, Le chef Romain issu de sang Gallique Et les copies aux forest repouisees. Tradução: Norneigre e Dace e a Ilha Britânica, Pelos unidos irmãos serão vexados, O chefe Romano vindo de sangue Gálico E as forças às florestas empurradas. Interpretação: Espírito ("Norneigre") e Alma ("Dace"); e o corpo ("e a Ilha Britânica") - cada um com sua natureza particular, estarão sempre obrigados ("serão vexados") ao destino comum de evoluir e progredir psíquica e fisicamente ("pelos unidos irmãos"). Mormente quando estão unidos como irmãos tri-gêmeos na vida terrena ("pelos unidos irmãos"). O corpo humano ("O chefe Romano") é provido das mesmas energias que compõem o fluído Universal, desde a energia pura até o mais denso

conglomerado material ("vindo do sangue Gálico"). E nestes termos, todas as forças energéticas vindas do espírito, da alma e do corpo são empurradas e processadas pelos sistemas estruturais e orgânicos do corpo criando e recriando o motu-contínuo da vida ("E as forças às florestas empurradas"). Comentário: "Norneigre": este neologismo compõe uma alegoria mais extensa para o sentido da quadra. Não é apenas u'a metáfora para o espírito. "Norns" + "eigre": correspondem a Passado, Presente e Futuro amargos. Isto porque Norns é o nome que representa as Parcas da mitologia Escandinava. Isto é, as três virgens: Urd (Passado), Verdandi (Presente), Skuld (Futuro). E, conforme à mitologia, determinam o destino - tanto dos homens quanto dos deuses -ou espiritos. E nome dado, também, a mulheres que possuem as faculdades de predição ou magia. "eigre": anagrama derivado de "aigreur": agrura, amargura, aspereza, dureza. Portanto, este neologismo representa a ESSÊNCIA alegórica, não apenas desta quadra, mas de todas as Centúrias, e mais, de todas as Ciências. Tudo vem de um mesmo Princípio, o qual é nomeado por Fluído Universal, ou Energia Universal Pura. E, tal Fluído, ou Energia é processada pela Onisciência, Onipotência, e Onipresença de Deus, o Eterno Criador de todas as coisas e de todos os seres. Dentro dos conceitos alegóricos do livro de Gênesis e de outros livros sagrados e consagrados. "Dace": habitante da Dácia. No caso, "Norneigre" e "Dace" significam que o espírito e a alma habitam o corpo - "Ilha Britância". E a vida humana é pontilhada de circunstâncias amargas e doces... "Chefe Romano": o ser humano sob o império das sensações, emoções e paixões semelhantes às do Império Romano. "sangue Gálico": metáfora de espírito divino. Mais propriamente - Energia Celeste ou Fluído Universal. 'forças às florestas": energias em ação de fluxo e refluxo dentro da estrutura física e psíquica do ser humano.

VI - VIII Ceux qui estoient en regne pour sçavoir, Au Royal change deviendront apouvris:

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Arvedus

VI - X

Uns exilez sans apuy, or n'avoir, Lettrez et letters ne seront à grand pris. Tradução: Aqueles que estavam em reino pelo saber, Ao Real mudança ficarão empobrecidos: Uns exilados sem apoio, ouro não ter, Escritores e escritos não estarão a grande preço.

Un peu de temps les temples des couleurs De blanc et noir les deux entremeslee: Rouges et iaunes leur embleront les leurs, Sang, terre, peste, feu d'eau affollee.

Interpretação: Aqueles que estavam consagrados por sua sabedoria, quando houver grande mudança, invertendo-se os valores, ficarão desconsiderados, empobrecidos. Uns destituidos de apoio, estarão pobres, visto que escritores e escritos serão mal remunerados. Comentário: Isto ocorre em nossos tempos. Há milhares de escritores e milhões de livros. Contam-se nos dedos os escritores consagrados e os livros que alcançam best-seller. Principalmente os com temas religiosos e de elevada educação social, definham. Livros, revistas e jornais com temas e enredos degradantes - prosperam. Com o advento e recrudescimento do Racionalismo, as realidades metafísicas passaram a ser encaradas como insanidade mental, e o misticismo primitivista, com seu tabus, rituais e superstições medíocres, também vêm prosperando...

VI - IX

Tradução: Um pouco de tempo os templos das cores De branco e negro dos dois interligados: Vermelhos e amarelos a elas congregam as suas, Sangue, terra, peste, fogo de água dementada. Interpretação: Durante um pouco de tempo as mentes humanas estarão constituídas de virtudes e defeitos por interligação do corpo e alma. Atitudes violentas e sábias terão suas ações congregadas às virtudes e defeitos. Sangue e corpo estarão poluidos por paixões desvairadas, à guisa de fogo e água poluida a inundar um determinado espaço.

VI - XI Des septs rameaux à trois seront reduicts, Les plus les deux seront suprins par mort, Fratricider les deux seront seduicts, Les coniurez en dormans seront morts. Tradução: Dos sete ramos a três serão reduzidos, Os mais antigos serão surpreendidos pela morte, Fraticidados os dois serão subornados, Os conjurados em estagnação estarão mortos.

Aux sacrez temples seront faicts escandales, Comptez seront par honneurs et louanges, D'un que on grave d'argent, d'or les medalles La fin sera en torments bien estranges. Tradução: Aos sagrados templos serão feitos escândalos, Contados serão por honra e louvores: De um que se grave de prata, de ouro medalhas O fim será em tormentos estranhos. Interpretação: Aos sagrados templos das mentes humanas serão feitos escândalos e poucas pessoas serão contadas por honra e louvores. A pessoa que tem algum valor, e blazona valores maiores do que possue, no fim sofrerá tormentos estranhos.

Interpretação: A contagem dos milênios será mudada por novo calendário. Poucas vezes alguém se referirá aos sete milênios da Era de Adão, e sempre será utilizada a Era Cristã. Então, os sete milênios serão reduzidos a três. Será como que os quatro milênios anteriores tivessem morrido. Será encarado pelas novas gerações como que os novos tempos sejam fraticidas e corruptores dos velhos tempos. Parecerá que os acontecimentos passados não tenham influência para o futuro. Que se estagnaram e estão mortos. Comentário: No dia primeiro de janeiro de 2001

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Assim falou Nostradamus entraremos no sétimo milênio. Em 1582 passou a vigorar o calendário gregoriano. A partir de então só os judeus mantêm a contagem dos tempos por calendário adâmico. Mesmo os japoneses e chineses destituiram os calendários anteriores à Era Cristã.

VI - XII Dresser copies pour monter à l'Empire, Du Vatican, le sang Royal tiendra: Flamans, Anglois, Espaigne avec Aspire, Contre l'Italie et France contendra. Tradução: Adestrar multidão para chegar ao Império, Do Vaticano o sangue Real terá: Flamans, Anglois, Espaigne com Aspire, Contra a Itália e França contenderá. Interpretação: Para adestrar a multidão com a finalidade de conquistar o aspirado Império do Bem Estar promovido pela Concórdia Universal - segundo às Profecias ("Do Vaticano"), as quais registram os conhecimentos sobre as Realidades; os homens as encontrarão nos grandes arquivos do Vaticano, e evidentemente em muitos escritos sagrados. Gente dominada pelas paixões ("Flamans"), gente de coração endurecido ("Anglois"), gente que aspira ("Aspire") a felicidade, mas, estúpida, grosseira, ("Espaigne"), contenderá contra os bons princípios do espírito ("França") e contra os bons princípios da alma ("Itália"), e contra os padrões da boa ética religiosa ("França") e contra a boa ética humana ("Itália"). Comentário: "Sangue Real": Esta expressão - Sangue Real - é sinônimo da expressão Espírito da Verdade encontrada nos Evangelhos. Jesus assevera: "Conheça a Verdade e ela te libertará". Um diamante puro, lapidado, em minha mão é uma verdade valiosa. É uma verdade concreta. Porém, ele é originado de energias sutis, abstratas aos meus sentidos. Estas energias são chamadas - "o espírito do diamante", ou o sangue do diamante. Assim, também, é chamado a lei - e o espírito

da lei. a verdade e o espírito da verdade. E assim, todas as coisas e todos os seres. No caso desta quadra Nostradamus está considerando o valor intrínseco de todos os Escritos Sagrados e consagrados, os quais têm a função específica de ensinar a pessoa a viver e a conviver com benefício e para benefício de Bem Estar próprio e Social. Cada profecia tem a função de explicar as causas e os efeitos das ações e reações dos seres e das coisas da natureza. As boas e as más. Jesus consubstanciou isto no mandamento áureo - o qual é uma profecia, quando disse: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento". E, amarás o teu próximo como a ti mesmo". Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas". Colocou o verbo Amar no futuro! Portanto, era e ainda é uma profecia, não é, leitor? "Do Vaticano": esta metáfora envolve dois sentidos coordenados - com influência na quadra: 1º - Vaticano, deus cultuado pelos Romanos, o qual presidia à primeira fala dos meninos"; E mais o sentido derivado para "Vaticinátio, onis: Vaticínio, profecia, predição. 2º - Associa a idéia com a devida razão, ao fato de que a Igreja Católica, sediada no Vaticano é uma Seita Cristã que sustenta os ditames de Deus ("sangue Real"). "Flamans": apaixonados. "Anglois": angulosos, durázios, endurecidos, casca grossa. "Espaigne": anagrama derivado de "Espais ou Epais": espessura, grossura, densidade. Em sentido figurado: estúpido, grosseiro, imundo. "Aspire": referente a aspiração. "Itália": entendo que neste caso é metáfora de: os bons princípios da alma. "França": metáfora referente aos bons princípios divinos e/ou religiosos.

VI - XIII Un dubieux ne viendra loing du regne, La plus grand part le voudra soustenir, Un capitole ne voudra point qu'il regne, Sa grande charge ne pourra maintenir.

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Arvedus Tradução: Um duvidoso não virá longe do reino, A maior parte o quererá sustentar, Um capitólio não quererá terminantemente que ele reine, Sua grande carga não poderá manter. Interpretação: Em virtude da diversificação provocada pelo surgimento das Seitas e a inadequada interpretação dos Evangelhos, e também do Velho Testamento, o Cristianismo terá sido colocado em um complexo duvidoso ("1º verso"). A maior parte dos Cristãos esforçar-se-á para sustentar os princípios e ditames do Cristianismo. Uma facção proveniente de outras Religiões e de Célticos, o combaterão violentamente como aconteceu no Capitólio, e não quererão terminantemente, que ele reine. Porém, apesar da grande pressão dessa facção, o Cristianismo prosperará, pois essa carga contrária não poderá ser mantida no futuro. Comentário: As situações mencionadas têm sido evidentes desde os primórdios do Cristianismo. Por isto, Jesus em várias ocasiões profetizou esse estado de coisas. Principalmente por conhecer muito bem os socavões da mentalidade humana, e asseverou: "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada..." (Vide S. Mateus, cap. 10, vers. 34". Para melhor entendimento queira ler o capítulo todo. "um capitólio": alegoria referente aos massacres de cristãos no Capitólio. O 3º verso é o que faculta entender que Nostradamus está falando do Cristianismo.

VI - XIV Loing de sa terre Roy perdra la bataille, Prompt eschappé poursuivy prins, Ignare prins soubs la doree maille, Soubs fainct habit et l'ennemy surprins. Tradução: Longe de sua terra Rei perderá a batalha, Pronto escapado seguidamente conectado preso, Ignaro preso sob a dourada malha, Sob dissimulado hábito e o inimigo a seu cargo. Interpretação: Longe do seu habitat o espírito sentir-

se-á vencido: quando encarnado. Seguidamente escapa durante o sono, porém está sempre conectado ao corpo - preso. Permanece ignorado, preso, sob a dourada malha energética, à semelhança de um monge dissimulado por um hábito modesto. Assim ele se nivela, aparentemente, à índole do corpo, o qual é praticamente seu inimigo natural - por motivo das limitações físicas e mentais a que o corpo está sujeito. Nesta conjuntura o corpo lhe é praticamente um inimigo por suas rebeldias apaixonadas, o qual está a seu cargo para conduzir pelos dias de sua existência humana. Comentário: O 2º verso traz idéia ambivalente. De um lado o espírito sente efêmera liberdade durante o sono. Por outro lado Nostradamus está mencionando as reencarnações entermitentes ("seguidamente conectado, preso")...

VI - XV Dessoubs la tombe sera trouvé le Prince, Qu'aura le pris par dessus Nuremberg, L'Espaignol Roy en Capricorne mince, Fainct et trahy par le grand Vuitemberg. Tradução: Debaixo da tumba será encontrado o Príncipe Que terá o lugar por cima Nuremberg, O Espanhol Rei em Capricórnio tênue Dissimulado e traído pelo grande Vuitemberg. Interpretação: Debaixo da parte superior do crânio será encontrado o Espírito, cujo trono fica no centro da cabeça, encimado pelo cérebro ("Nuremberg")/ Alí o espírito estará envolvido em tênue dispositivo glandular e também envolvido por um campo energético inteligente de natureza animal (3º verso). Deste modo ele permanece dissimulado para as faculdades da visão humana, e na sua inocência pode-se dizer que é traído pelos interesses materialistas do cérebro, o qual furtivamente age contra a sua vontade sublime de evoluir, tanto física quanto mentalmente, dentro dos padrões da ética e da estética consagrados pelos ditames Divinos. Comentário: "Espanhol Rei em Capricórnio": alegoria pela qual ele propõe uma figuração eloquente

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Assim falou Nostradamus da situação do espírito sujeito as emoções e paixões produzidas pelo corpo, as quais acionam forças mentais suficientes para suplantar a vontade inocente do espírito. "Nuremberg": alegoria representando o cérebro, pois que "berg" em alemão significa montanha. O mesmo para "Vuitemberg" - aqui representando tanto o corpo quanto o cérebro - no sentido de cadeia de montanhas. "Capricórnio": representa a natureza animal do cérebro, isto é, a mentalização animalizada, instintiva. "Espanhol Rei": metáfora representando a índole apaixonada, a qual é proverbial índole do povo ("Rei") Espanhol.

VI - XVI Ce que ravy fera du ieune Milve, Par les Normans de France et Picardie, Le noirs du temple du lieu de Negrisilve Feront auberge et feu de Lombardie. Tradução: Aquele que arrebatado será pelo jovem Milhafre, Pelos Normandos de França e Picardia, Os negros do templo do lugar de Negrasilva, Farão albergue e fogo de Lombardia. Interpretação: Quando o espírito encarna ou é arrebatado pelo corpo nascente ("pelo jovem Milhafre") ele fica submetido às leis da vida humana ("pelos Normandos"), as quais são estruturadas pela Divindade ("de França"), e também fica subordinado a ver e sentir os efeitos dos propósitos contrários à boa ética promovidos pelo meio ambiente ("e Picardia"). Nas sombras do interior da cabeça ("os negros do templo") os maus pensamentos pululam pelos meandros como se fossem seres no meio de uma floresta negra ("do lugar de Negraselva"), e alí se albergarão ao lado dos interesses mundanos, ávaros, egoistas ("farão albergue e fogo") à semelhança dos interesses dos antigos Lombardos ("de Lombardia"). Não obstante o cérebro humano estar sujeito a estes maus hábitos e maus instintos, estará também sujeito ao fogo das sentenças Divinas e humanas, conforme ao pensamento do teólogo italiano Peter Lombardo ("e fogo de Lombardia")

Comentário: Pesquisando pela Enciclopédia Funk e Wagnalls encontra-se três pequenos registros a respeito dos Lombardos, os quais alicerçam bem os pensamentos de Nostradamus nesta quadra. No primeiro é dito que era um provérbio irônico empregado nos meios financeiros de Londres para os empresários avarentos e egoistas. No segundo caso está u'a menção pouco recomendável para a Liga Lombarda formada em aliança militar na Itália nos séculos XII e XIII para resistir aos interesses imperialistas do Imperador Frederico Barbarossa - líder do Sagrado Império Romano. E no terceiro caso um registro a respeito do teólogo italiano Pedro Lombardo, nascido em Novara, na Lombardia, e que viveu pelos arredores do século X. Este escreveu um livro: "Magister Sentenciarum" ou "Mestre das Sentenças", com uma coleção de sentenças proporcionadas por Santo Agostinho e outros sacerdotes da Igreja Cristã. "jovem Milhafre": metáfora irônica para o ser humano. Milhafre: ave de rapina. "Normandos de França": normas Divinas e humanas para a boa ética. "Picardia": velhacaria, pirraça, interesse mórbido de contrariar propósitos, ou propósitos contrários.

VI - XVII Apres les limes bruslez les assiniers, Contraints seront changer habits divers, Les Saturnins bruslez par les meusniers, Hors la pluspart que ne sera couvers. Tradução: Depois das penitências queimadas as asneiras, Constrangidas serão mudar hábitos diversos, Os Saturninos queimados pelas moleiras, Fora a maioria quem não estará coberta. Interpretação: Depois que as almas passarão pelas penitências durante a vida humana, onde serão reduzidas as asneiras, serão constrangidas a mudar diversos hábitos. Os homens e almas angustiados pelas preocupações e sacrifícios da vida ("3º verso") melhorarão o seu caráter. Ficarão mais ajuizados ("Saturninos"). Não obstante, u'a maioria não vencerá os seus

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Arvedus maus hábitos e ficará abandonada à própria sorte ("não estará coberta"). Comentário: Nesta quadra, ele está se referindo ao mau comportamento ético de pessoas e almas, de um modo geral. No 4º verso ele acentua a situação das pessoas e almas que erram e pecam demais. Principalmente, dos malfeitores que são condenados à prisão. Para as almas malfeitoras acontece o mesmo. São abandonadas nos purgatórios e infernos mentais, e lugares infernais. Quanto ao que sucede às pessoas durante a vida humana, não há quem não conheça as causas e efeitos dos males que todos nós sofremos, de acordo com o tipo de comportamento de cada um. Quanto às almas em seu mundo tenho larga experiência a respeito e sei que muitos leitores conhecem também. Todas as Instituições Religiosas ensinam, cada uma a seu modo. E no final o resultado dos ensinamentos chegam quase à mesma conclusão. Por experiência própria, estou convicto de que o espiritismo e/ou espiritualismo explica estas coisas com maiores e melhores detalhes...

VI - XVIII Par les Phisique le grand Roy delaissé, Par sort non art de l'Ebrien est en Vie, Luy et son genre au regne hault poussé, Grace donnee à gent Christ envie.

Comentário: Nesta quadra ele está fazendo referência aos textos do Apóstolo Paulo, quando assevera que o ser humano é abençoado tanto pelas obras quanto pela Graça. Porém, mais por Graça do que por mérito.

VI - XIX La vraye flamme engloutira la dame, Que voudra mettre les Innocens à feu, Pres de l'assaut l'exercite s'enflamme, Quand dans Seville monstre en boeuf sera veu. Tradução: A verdadeira chama devorará a dama, Que quererá meter os Inocentes a fogo: Perto do assalto exército se inflama, Enquanto em Sevilha monstro em boi será visto. Interpretação: A mentalidade virtuosa devorará a mentalidade viciosa, a qual tende a meter as almas de bons princípios à corrupção e consequentes sofrimentos. Quando a determinação Divina de pôr em execução um movimento de regeneração é sentida e entendida por almas e homens; ambos de bons princípios, inflamam-se para esse trabalho, enquanto a natureza animal da índole humana estará atuando como monstruosa besta fera, à semelhança de um touro monstruoso em uma arena em Sevilha. Comentário: dispensável.

VI - XX

Tradução: Pelos físicos o grande Rei abandonado, Por sorte não arte do Encantamento está em vida, A ele e seu gênero ao reino alto elevado, Graça dada a gente Cristo deseja. Interpretação: Jesus Cristo (o grande Rei) está abandonado pelos homens. ELE está em vida eterna, na conformidade da Lei Natural determinada para as criaturas pelo CRIADOR, não por arte de encantamento ou ilusão como muitos pretendem fazer supor. ELE e todo aquele que se comporta pelos ditames das Leis Divinas propostas por Ele são elevados ao reino dos Céus. A Graça é dada por Deus a Ele e a todo aquele que se comporta dentro dos padrões das Leis Divinas que regem a Fraternidade Universal.

L'union faincte sera peu de duree, Des uns changez reformez la pluspart, Dans les vaisseaux sera gent enduree, Lors aura Rome un nouveau liepart. Tradução: A união feita terá pouca duração, Dos uns mudados reformados a maior parte, Dentro das naves estará gente sofrida, Quanto terá Roma um novo lugar - parte. Interpretação: A união do espírito com o corpo terá pouca duração. A alma e/ou espírito ("dos uns") ao mudar ("mudados") para a vida no mundo espiritual terão a consciência reformada ("reformados") em sua maior parte.

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Assim falou Nostradamus Dentro dos órgãos do corpo ("Dentro das naves") estarão os microorganismos ("estará gente") dotados de alguma inteligência e de instintos - em sofrimento ("estará gente sofrida"), quando o corpo ("Roma") terá o seu lugar na sepultura ("um novo lugar - parte"). Comentário: "liepart": neologismo formado pela contração do substântivo "lie", mais o substântivo "lien", mais o substântivo "part" gerando um sentido amplo, conforme à sinonímia a seguir: "lie": lia, fezes, borra, sedimento, escória. Sentido figurado: o mais vil, o mais desprezível de uma coisa. "part": lugar, paragem, situação, sítio. Nestes termos, "liepart" é uma alegoria para defunto que vai para o cemitério.

VI - XXI Quant ceux artiq unis ensemble, En Orient grand effrayeur et crainte, Esleu nouveau, soustenu le grand tremble, Rodes, Bisance de sang Barbare taincte. Tradução: Quanto aqueles do polo ártico unidos simultâneos, Em Oriente grande espanto e temor, Eleito novo, sustentado o grande estremece, Rodes, Bisance de Sangue Bárbaro tingido. Interpretação: Quanto ao espírito e a alma ("Quanto aqueles") que pertencem a um círculo de vida superior ("do polo ártico"), unidos perenemente ("unidos simultâneo"), ao chegarem no Mundo Espiritual ("Em Oriente") sentirão grande espanto e temor. Nesse mundo novo eleito por eles ("Eleitos novos"), e onde o espírito é eleito de novo para alí viver - pelo fato de ainda estar sustentando um grande número de hábitos e costumes da vida corporal, estremece. Alma ("Rodes") e espírito ("Bisance") ainda alí estarão subordinados às sensações e sentimentos bárbaros trazidos do corpo. Sua consciência estará parecida a uma túnica salpicada de sangue exercendo influência na alma. Comentário: "do polo ártico": alegoria representando um círculo em situação superior. "Simultâneo": com sentido de junto no tempo,

ou perenemente juntos. "Oriente": alegoria para mundo espiritual. "Rodes": metáfora de alma. "Bisance": metáfora de espírito com sentido ambíguo de espírito e/ou alma. "Bis" duplo.

VI - XXII Dedans la terre du grand temple Celtique, Neveu à Londres par paix faincte meurtry, La barque alors deviendra scismatique, Liberté, faincte sera au corn et cry. Tradução: Dentro da terra do grande templo Céltico, Neveu à Londres por paz aparente morto, A barca então tornar-se-á cismática, Liberdade falsa estará ao corno e clamor. Interpretação: No mundo terreno ("Dentro da Terra") e dentro do corpo humano ("do Grande templo Céltico"), o espírito ("Neveu à Londres") vive em aparente paz, silêncio e concórdia - sentindo-se como morto. O homem ("a barca") durante a vida ("então") pensará e agirá em divergência com os padrões do espírito ("tornar-se-á cismática"). O homem terá o livre-arbítrio para agir como quizer, porém, ante as Leis Divinas, de ter mérito conforme à obra e a Graça, ele fica sujeito à falsa liberdade. Portanto, ele está sujeito às leis, à semelhança do boi enlaçado pelos cornos ("ao corno"), e assim passa pela vida a se queixar e a clamar ("a clamor"). Comentário: "Neveu à Londres": alegoria semelhante à expressão francesa: "Neveu à la mode de Bretagne" - cujo significado é: "filho de primo co-irmão. Nos meios espíritas e espiritualistas o espírito, entre outros conceitos, é considerado criador, pai do corpo. E irmão, pois que ambos são filhos do mesmo Pai, Deus, o Criador. Quando Jesus asseverou: "Ninguém vem ao Pai, senão por mim". "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." (S. João - cap. 14, vers. 6). ensinou o seguinte: (A interpretação das palavras Dele é perfeita tanto exotérica, quanto esotericamente). 1º - Ninguém chega junto a Deus, o Pai, se não cumprir os ensinamentos evangélicos dados por mim.

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Arvedus Estas palavras foram ditas pelo Cristo, o Espírito Puro ou Perfeito, o Ungido para viver na casa de Deus, no Céu; pela boca do "Filho do homem", Jesus. E foram ditas para mim, para você, para Nós, os seres humanos. Mais propriamente para o espírito humano, em geral. E quando Ele disse: "Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida", estava ensinando que era o modelo perfeito do homem. Isto é, o Cristo ou espírito perfeito caminhando pela vida humana ("o caminho") e uma verdade eterna ("a verdade"), e a realidade da vida ("a vida"). Em outros termos: o homem é dotado de um espírito imortal. O espírito terá que caminhar pelo "caminho" da evolução moral, tanto na Terra como nos céus. Esta é a "verdade". E assim é "a vida" pela eternidade. Se o prezado leitor quizer, agora, parar e passar a ler os capítulos - do 14 ao capítulo 17 do Evangelho de São João, entenderá melhor todo o assunto ensinado por Jesus. E compreenderá melhor o assunto desta quadra de Nostradamus. Outrossim, você precisará prestar muita atenção ao ler e raciocinar sobre as declarações de Jesus e as de seu Cristo, a fim de não criar conceitos errados, como soi acontecer a muitos. Observe bem que ora Ele fala do Pai, Deus. Ora Ele fala do Pai - seu Cristo, ou Espírito. E ao se dirigir aos seus Apóstolos está ao mesmo tempo se dirigindo a mim, a você, a Nós - a todos os seres humanos. Na maior parte Ele fala de Cristo para o Cristo - ou de ESPÍRITO para o espírito, visto que o corpo humano não chega no Céu. Por exemplo: no versículo 1º do cap. 14 é a mente do cérebro (o filho) ou o homem Jesus é quem fala: "Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras." E no versículo 32 do cap. 16: "Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis. Só; mas não estou só, porque o pai está comigo". Neste versículo Jesus falava de si, do corpo, pois sabia o que iria acontecer-lhe. Mas, seu cérebro estava obediente à voz do Cristo que estava nele. Esotericamente Ele está ensinando a mim e a você que na hora em que a morte chega ao corpo, e é

inevitável, os espíritos vão para o lugar que lhes compete, conforme o mérito de cada um, e o corpo ficará só ou abandonado, porque o Pai; Deus estará cuidando de cada um. Devo lembrar que o Ego de Jesus obedecia à risca as ordens do seu Cristo. E agia em uníssiono com Ele. Comigo, e com você, e com Nós, geralmente dá-se ao contrário, não é? Nosso Ego recusa ouvir a voz do cristo (espírito).

VI - XXIII D'esprit de regne musnimes descriées, Et seront peuples esmeuz contre leur Roy, Paix faict nouveau , saincts loix empirees, Rapis onc en si tres dur arroy Tradução: De espírito de reino direitos e deveres desacreditados, E estarão povos rebelados contra seu Rei, Paz fato novo, santas leis deterioradas, Rapinagem nunca foi em tanta tão cruel equipagem. Interpretação: O espírito e o reino dos direitos e deveres ("musnimes") estarão desacreditados e mal cumpridos. E os povos estarão rebelados contra os seus governantes ("contra seu Rei"). A Paz estará incipiente, precária, com aparência de novidade. Santas leis estarão deterioradas. A rapinagem dos Direitos e Deveres nunca foi tanta e tão cruel equipagem. Comentário: Esta profecia é um quadro vivo de nossos dias. :Musnimes": do latim "Múnia, Orum": ofícios públicos, obrigações, cargos. E/ou "Múnus. íris": dádiva, presente, favor, benefício, cargo, ofício, obrigação, espetáculo público. Portanto, Direitos e Deveres.

VI - XXIV Mars et le ceptre se trouvera conionct Dessoubs Cancer calamiteuse guerre, Un peu apres sera nouveau Roy oingt, Qui par longtemps pacifera la terre.

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Assim falou Nostradamus NOTA: Esta quadra vaticina os fatos que já estão em seu climax nos dias de hoje.

Tradução: Marte e o cetro se encontrará conjunto, Debaixo Câncer calamitosa guerra, Um pouco depois será novo Rei, ungido, Quem por longo tempo pacificará a terra.

VI - XXVI

Interpretação: O poder governamental ("o cetro") e o poder militar ("Marte") manifestarão intenções e atitudes conjuntas no esforço de sanar a mentalidade violenta e destrutiva no seio da Sociedade ("Debaixo Câncer"). Então, a Humanidade estará em Calamitosa guerra global. No final dos maus tempos ("um pouco depois"), e no começo de novos tempos, u'a mentalidade mais justa, de maior Concórdia será proporcionada ("Será no Rei ungido"), de cujo reinado pacificará a terra por longo tempo. Comentário: Na realidade, a finalidade da Organização Governamental e da Organização Militar é a de instituir, e a de manter a Ordem e Progresso do Povo. Por consequência dos Povos. Porém, o egoismo, a ambição, e outros tantos defeitos têm pervertido tal finalidade. Outrossim, o Povo, e os Povos, também, não são inocentes. Daí as razões da :"calamitosa guerra".

Quatre ans siege quelque peu bien tiendra, Un surviendra libidineux de vie, Ravenne et Pyse, Veronne soustiendront, Pour eslever la croix de Pape envie. Tradução: Quatro anos o trono algum pouco bem manterá, Um sobreviverá libidinoso de vida, Ravena e Pisa, Verona susterão, Para elevar a cruz do Papa desejada. Interpretação: Por quatro séculos o poder papal algum pouco benefício poderá realizar e terá até dificuldade para ser mantido. Um surto libidinoso de vida sobreviverá por todo o Mundo. Os grandes feitos semelhantes aos das gentes de Ravena e Pisa para sustentar a posição da Igreja em Verona no passado, ressurgirão para sustentar e elevar os atributos do Papa, conforme ao necessário para o bem da Humanidade. Comentário: Dispensável. Os fatos confirmam hoje esta profecia.

VI - XXV

VI - XXVII

Par Mars contraire sera la monarchie, Du grand pecheur en trouble ruyeux, Ieune noir rouge prendra la hierarchie, Les proditeurs iront iour bruyneux.

Dedans les Isles de cinq fleuves à un Par de croissant du grand Chyren Selin Par les bruyne de l'air fureur de l'un, Six eschapez, cachez fardeaux de lyn.

Tradução: Por Marte contrário estará a Monarquia, Do grande pescador em turbulência ruinosa: Jovem negro vermelho prenderá a hierarquia, Os traiçoeiros irão dia brumoso. Interpretação: Os poderes governantes estarão incapacitados para manter a ordem e a disciplina do povo. A Igreja, pelos mesmos motivos estará em turbulência danosa. Esse novo poder caótico, sinistro, violento limitará a ação dos poderes sociais constituidos. Ações e movimentos traiçoeiros trarão desgraças inconcebíveis e ameaças que levarão todos ao pânico, assim como se sente alguém em dia brumoso.

Tradução: Dentro das Ilhas de cinco rios a um Pelo crescente do grande Chyren Selin Pelas brumas do ar furor de um, Seis escapados, ocultos fardos de linho. Interpretação: No bojo dos tempos de cinco milênios já passados e no sexto em curso, a evolução dos seres humanos progride no sentido de alcançar a Civilização, a despeito de uma oposição natural, que à visão da in-teligência transparece como em furiosas brumas do ar.

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Arvedus Ao terminar os seis milênios, encontrar-se-à nas páginas da História os acontecimentos registrados ("ocultos fardos de linho"), os quais servirão para orientar de fato e de direito, que ainda não terá sido conquistada. Comentário: "Chyren Selin": Centauro CHIRON. Segundo a mitologia grega era sábio e afamado médico e apaziguador. Foi mestre de Esculápio e de alguns heróis da mitologia. Entendo que Nostradamus o coloca por figura de homens sábios e altruistas desenvolvendo trabalho construtivo. E "Selin": SILENUS da mitologia. Antigo Sátiro, guardião de Dionísio, o qual representa o Homem. Neste caso junto a Chyren. "fardos de linho": livros. "Selin": Salino. Metáfora de homem, que é dotado por sais da terra. "vindo do pó da terra": "cinco rios": Cinco milênios. "Seis escapados": Seis milênios esgotados.

VI - XXVIII

VI - XXIX Le vefve saincte entendant les nouvelles, De ses rameaux mis en perplexe et trouble: Que sera duict appaiser les querelles, Par sons pouchas des razes sera comble. Tradução: A viúva santa ouvindo as notícias, De seus ramos posto em perplexo e distúrbio: Quem será levado apaziguar as querelas, Por sua perseguição dos raspados será exagerado. Interpretação: A Igreja sabendo das notícias de que seus adeptos e cismáticos estão postos em perplexidade e distúrbio, incumbirá seus membros de apaziguar as querelas. Porém, os sacerdotes incumbidos farão exageros na sua perseguição aos herejes. Comentário: Menções a respeito das atividades condenáveis dos Inquisidores.

VI - XXX

Le grand Celtique entrera dedans Rome, Menant amas d'exilez et bannis: Le grand pasteur mettra à mort tout hommes, Qui pour le coq estoyent Alpes unis. Tradução: O grande Céltico entrará dentro de Roma, Introduzindo ardilosamente chusma de exilados e banidos: O grande pastor meterá à morte todo homem, Que pelo galo esteja aos Alpes unidos. Interpretação: O grande Poder Oculto Maligno entrará no seio da Humanidade, introduzindo ardilosamente chusmas de almas exiladas e banidas do Mundo espiritual. O Poder Celeste meterá à condenação todo homem que pela insensatez esteja em conivência com as almas perversas do Além (Alpes). NOTA: "grande Céltico": Mundo das almas perversas, do inferno e purgatório. "galo": Neste caso o corpo. Mas como figura do feiticeiro ou dos médiuns que mantêm intercâmbio com almas de natureza satânica, fazendo mal aos outros.

Par l'apparence de saincte saincteté, Sera trahy aux ennemis de siege; Nuict qu'on cuidoit dormir en seureté, Pres de Brabant marcheront ceux de Liege. Tradução: Pela aparência de santa santidade, Será traido aos inimigos o cerco: Noite que se cuidava dormir em segurança, Perto de Braban marcharão aqueles de Liege. Interpretação: O homem estará traído pela aparência de personalidade santa, mas seu caráter não tem muita santidade. Vive cercado por defeitos e imperfeições que são seus inimigos. Embora cuidando de conseguir melhor tranquilidade no futuro (3º verso), não passa de uma aventura frustrada ("perto de Braban") e assim muitos e muitos marcharão pela vida cheios de vilezas, e pobreza de espírito, como pedaços de cortiça flutuando sobre as águas de um rio. Comentário: "noite": metáfora de tempos futuros com

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Assim falou Nostradamus seus imprevistos. "perto de Braban": alegoria ligada a fatos de que os brabantinos possuiam muita tendência a aventuras. No caso, entendo que ele está situando o homem como um aventureiro a marchar pela vida, e salpicado de vilezas, e desvalores. "de Liege": "liege" é cortiça. "lie" é a parte desprezível de uma coisa. Nestes termos, entendo que ele tenciona dizer que o homem tem seus valores, mas é pobre de valores morais. E mostra muita vileza pela vida a fora.

VI - XXXI Roy trouveroit ce qu'il desiroit tant, Quand le Prelat sera reprimis à tort: Responce au Duc le rendra mal content, Qui dans Milan mettra plusieurs à mort. Tradução: Rei encontrará aquilo que ele desejava tanto, Quando o Prelado estará preso injustamente: Resposta ao Duque o deixará mal contente, Quem dentro de Milan meterá diversos à morte. Interpretação: O homem ("Rei") encontrará pela vida muita coisa material e/ou mundana que ele deseja tanto. Por outro lado, o espírito ("o Prelado") estará sujeito aos desejos do homem, embora seu caráter não se ajuste ao dele. No futuro as gerações serão submetidas a novos conceitos e costumes de justiça o que deixará o homem ("ao Duque") pouco contente. E essa nova situação ética ("Quem"), dentro de mil anos ("de Milan") esvaziará diversos conceitos e costumes ruíns ("meterá diversos à morte"). Comentário: "Prelado": espírito religioso e condutor. "Milan": anagrama de mil anos. "diversos": referente aos desejos e interesses materialistas e/ou mundanos.

VI - XXXII Par trahison de verges à mort battu, Prins sur monté sera par son desordre, Conseil frivole au grand captif sentu, Nez par fureur quant Berich viendra mordre.

Tradução: Por traição de virgens à morte batido, Preso subjugado estará por sua desordem: Conselho frívolo ao grande cativo sentido, Nariz por furor quanto Berich virá morder. Interpretação: Por traição aos postulados de virtudes ("de virgens") o homem será açoitado até à morte. Estará preso e subjugado por sua desordem mental. Conselhos dados aos homens ("ao grande cativo") são recebidos por eles com sentido frívolo. A ira Divina ("nariz por furor") virá castigar os homens do mesmo modo que os habitantes de Berry ("Berich") foram castigados pelos Francos no século VI. Comentário: "Berich": habitante da Província de Berry, parte da antiga Aquitânia. Esta província foi conquistada pelos Francos no século VI, e em 1601 passou à coroa da França. Portanto, o 4º verso é uma alegoria precisa para situar as profecias para nossos tempos atuais, visto que estamos no final do sexto milênio, e as profecias informam que na entrada do sétimo milênio iniciará severos movimentos de regeneração moral. Então, os Francos simbolizam homens e almas dignas e severas. A coroa da França representa o Trono Divino. Assim entendo, baseado nas contínuas expressões de Nostradamus...

VI - XXXIII Sa main derniere par Alus sanguinaire, Ne se pourra par la mer guarentir: Entre deux fleuves craindre main militaire, Le noir l'ireux le fera repentir. Tradução: Sua mão ultimada por Halo sanguinário, Não se poderá pelo mar garantir: Entre dois rios temerá mão militar, O negro o irado o fará arrepender. Interpretação: O ser humano que se comporta com vileza e por crueldade sanguinária não poderá proteger a si mesmo pelo mar da vida. Em sua consciência, estará sempre temeroso de sofrer a repressão por justiça severa, tanto da humana quanto da Divina (entre dois rios). Almas e homens que terão sido suas vítimas

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Arvedus serão vingadores sinistros que o farão arrepender. Comentário: "mão ultimada": comportamento contrário aos bons princípios. "Halo sanguinário": Índole cruel e vil. "negro": mau, sinistro, trevoso.

VI - XXXIV De feu volant la machination, Viendra troubler au grand chef assiegez: Dedans será telle sedittion, Qu'en despoir seront les profligez Tradução: De fogo volante a maquinação, Virá atormentar ao grande chefe sitiado: Dentro estará tal sedição, Que em desespero estarão os profligados. Interpretação: As preocupações, maquinações, etc, virão atormentar o homem ("ao grande chefe") sitiado por seus defeitos e imperfeições. Dentro de seu cérebro haverá muita sedição mental e assim estarão sempre em desespero e sentindo-se frustrados ("profligados"). Comentário: Dado a extensão da idéia é de bom arbítrio considerar toda a sinonímia de "profligados" e de maquinação para melhor compreensão.

VI - XXXV Pres de Rion, et proche à blanche laine, Aries, Taurus, Cancer, Leo, La Vierge, Mars, Jupiter, de Sol ardra grand plaine, Bois et cittez lettres cachez au cierge. Tradução: Perto de Rion, e próximo à branca lã, Aries, Taurus, Câncer, Leo, a Virgem, Marte, Júpiter, o Sol arderá grande planície, Bosques e cidades cartas ocultas ao círio. Interpretação: Próximo ao final da Era Negra ("perto de Rion"), portanto, próximo ao início da Era da Regeneração moral e/ou espiritual ("e próximo à branca lã"), haverá uma recrudescência na luta psíquica e física em cada pessoa e igualmente no meio da Humanidade, e no meio ambiente ou natureza (Nota

do intérprete: os signos e planetas simbolizam forças energéticas físicas e psíquicas, tanto para o Bem, e para o Mal - segundo a Astrologia Judiciária e/ou Ciências Ocultas. (NOTA: Deixo de esclarecer melhor por falta de espaço neste livro). A Sabedoria humana progredirá muito e mais rapidamente nessa ocasião, como se fosse a luz do Sol da manhã a resplender por uma grande planície. Os cérebros humanos ("bosques") e as mentes humanas ("cidades") ainda estarão muito incapacitadas para conhecer e compreender ("ao círio") os destinos e verdades ainda ocultas, assim como a luz está oculta no corpo do círio, e só transcende fracamente na chama que sai do pavio ("4º verso"). Comentário: Entendo que a interpretação deixa claro o suficiente as idéias e intenções dele nesta quadra. Não obstante, pode ser desenvolvida com maiores detalhes. Isto fica a cargo do leitor, e principalmente dos especializados em astrologia e/ou esoterismo. "Rion": anagrama de Noir: Negro. E, alegoria de Era Negra, de Poder Oculto, correspondente à "Yuga", dos Hindus. "cartas ocultas ao círio": Os destinos estão ocultos até mesmo aos espíritos mais avançados. Pelo menos até os que conquistam o terceiro céu. É notório que mesmo os grandes Profetas e Apostólos ficavam abismados com certas revelações que lhes eram concedidas. Assim ocorreu com Daniel, Ezequiel e São João Evangelista e outros... Até mesmo os grandes cientistas deste nosso prodigioso "Século das Luzes" mal atravessaram o limiar da porta, não obstante às grandes conquistas científicas que nos deixam pasmados!... Os signos mencionados representam, nesta quadra, os valores psíquicos das pessoas, na conformidade das qualificações convencionadas pelos Mestres Ocultistas, e/ou Astrologia Judiciária. Por exemplo: "Aries"; simboliza a coragem, o entusiasmo construtivo, o espírito de liderança, determinação racional, espírito aventureiro, etc. Para o lado negativo simboliza: a impaciência, a irracibilidade, a prepotência, etc. "Sol: Neste caso, simboliza a Sabedoria - e rege todas as qualificações dos outros signos mencionados. Do mesmo modo que o Sol físico rege os planetas do seu sistema...

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Assim falou Nostradamus

VI - XXXVI

expressão idiomática francesa: "housé": calçado com polaina. Enlameado. "housse": manta, manto. "houseaux": "Polainas, botins, calçado contra lama". Outrossim, interpretei colocando o espírito como agente individual da quadra. Entretanto, podese colocar o espírito coletivo como agente, e assim, o assunto fica em sequência à quadra anterior.

Ne bien ne mal par bataille, Ne parviendra aux confins de Perouse: Rebelle Pise, Florence voir mal estre, Roy nuict blessé sur mulet à noire house. Tradução: Nem bem nem mal por batalha terrestre, Não virá a ser aos confins de Perouse: Rebelde Pise, Florence experimentar mal estar, Rei noite ferido sobre mulo à negra bota.

VI - XXXVII

Interpretação: Ao passar pela vida terrestre ("por batalha terrestre") não se poderá dizer que o espírito voltará ao mundo espiritual recebendo a glória eterna e nem o castigo eterno ("nem bem, nem mal"). Portanto, não está sujeito a tornar-se anjo em apenas uma encarnação, e nem demônio, segundo supõem algumas doutrinas religiosas (2º verso "Perouse"). Como o Ego é rebelde contra as leis e regras de boa conduta ("rebelde Pise") o espírito ("Florence") experimenta mal estar. O espírito ("Rei") estará ferido por todo o tempo em que vive no corpo ("sobre o mulo") e estará subordinado às sensações e emoções do corpo como alguém pisado por outrém calçado com bota negra ou maldosa, e vestido com manto negro, até o dia em que o corpo seja ferido pela morte. Comentário: "aos confins de Perouse": Perouse era um Estado Papal. Portanto, com "aos confins de Perouse" ele exprime a idéia de que o dogma e ortodoxia de Céu e Inferno eternal impostos por algumas doutrinas religiosas fogem à realidade dos fatos. "Pise": sentido figurado de terra dura, terra batida. Humilhado, castigado. No caso, o cérebro humano. Rebelde às leis das virtudes. "Florence": metáfora para espírito. "Rei": espírito. Usado neste caso como o Rei para evitar repetição. "noite": metáfora de tempo indefinido e sombrio. "mulo": nos meios espíritas, principalmente no espiritismo primitivista costumam cognominar o corpo humano por cavalo, burro de carga, asno, etc. "à negra bota": expressão correspondente à

L'oeuvre ancienne se parachevera, Du toict chera sur le grand mal ruyne: Innocent faict mort on accusera, Nocent caché, taillis à la bruyne. Tradução: A obra antiga se completará, Do teto cairá sobre grande mal ruína: Inocente feito morto outrém acusará, Culpado escondido, moita de arbustos à bruma. Interpretação: A obra evolutiva do espírito completar-se-á um dia ("obra antiga"). Entrementes, do cérebro cairá sobre o espírito, males e ruína ("Do teto"). O espírito é inocente, porém, subjugado pela ação do corpo, por outrém será acusado de ser fraco ante a responsabilidade assumida. O verdadeiro culpado (cérebro e/ou corpo) fica dissimulado, como alguém que se esconde em u'a moita de arbustos em tempo brumoso. Comentário: Através das doutrinas reencarnacionistas aprende-se que o espírito nasce inocente, e com o destino de desenvolver a inteligência e o poder necessários para viver e conviver nos universos materiais e nos espirituais, até conquistar todas as capacidades para suplantar as difíceis convergências naturais. Para cumprir tal destino fica obrigado a receber o aprendizado através de existências intermitentes no mundo físico e no espiritual. Com intermitência de reencarnações e ressureições, cá e lá. A isto é dado o nome de plano de evolução do espírito. Ao mesmo tempo vai se processando a evolução material. A evolução da Natureza do planeta segue o mesmo processo.

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Arvedus Quando encarnado, o poder íntimo da estrutura física do corpo tem a capacidade de limitar a inteligência e as faculdades de ação que o espírito possui e utiliza na vida espiritual, em cujo universo a natureza lhe é mais propícia, em virtude da sutileza dos elementos e substâncias que constituem esse seu mundo. O espírito tem a responsabilidade de ser o condutor do corpo. Entretanto, o corpo sempre tende a tomar as rédeas e desembestar pela vida - fomentado pelas emoções e paixões da carne. Assim, em curto tempo de existência ele deixa o espírito débil e o arrasta a uma série de desatinos que o tornam culpado por conivência. Nesse tempo o corpo sofre junto certas injunções e repressões dolorosas, porém, ao descer à tumba é liberado delas por sua extinção ou morte. Mas, o espírito ao ressurgir em seu mundo continuará a responder pelas faltas ocorridas. É disto que Nostradamus fala nesta quadra e repete em várias outras.

Sobre o restante mencionado nestes versos, todo leitor, em qualquer grau de escolaridade, possue larga experiência, bastante suficiente para abarcar estas idéias. "água de sangue colorida": expressão relativa a aquela praga do Egito quando todas as águas tornaram-se tintas de sangue. O que, esotericamente, significa o sofrimento coletivo humano.

VI - XXXIX L'enfant du regne par paternelle prince, Expolier sera pour delivrer: Aupres du lac Transimen l'azur prinse, La troupe hostage par trop fort s'enyvrer. Tradução: O filho do reino por paternal submissão, Expoliar estará para se libertar, Ao pé do lago Trasimeno o azul preso, A multidão hospedada por fortíssimo se embriagar. Interpretação: O espírito ("o filho do reino") submetido às injunções do corpo, com a paciência de pai para com o filho ("por paternal submissão") estará cuidando de polir sua consciência para se libertar dos males que a situação de vida ainda inferior produz. O espírito é um reflexo da Natureza de Deus, semelhante ao lago Trasimeno refletindo a grandiosidade azul do Céu. Quando encarnado está sujeito a u'a multidão de desejos e emoções hospedadas no corpo e na alma, e sujeito a fortíssimo desejo de se embriagar com os prazeres da vida humana.

VI - XXXVIII Aux profligez de paix les ennemis, Apres avoir l'Italie superee, Noir sanguinaire, rouge sera commis, Feu, sang verser, eau de sang coloree. Tradução: Aos profligados de paz os inimigos, Após ter a Itália superada, Negro sanguinário, rubro será comprometido, Fogo, sangue derramar, água de sangue colorida. Interpretação: Os inimigos da paz, após superar a mentalidade humana digna ("a Itália") submeterão os amigos da paz aos seus instintos sanguinários e cruéis ("Negro sanguinário") e comprometerão os sentidos emocionais dos pacíficos. Grande violência ("fogo") sangue derramar, e assim a Humanidade estará em situação de sofrimento semelhante à visão de muitas águas coloridas de sangue. Comentário: "Itália superada": esta metáfora é de ampla expressão envolvendo todo o poder construtivo humano, tanto no campo físico quanto no campo psíquico. Ou material e espiritual.

Comentário: Dispensável.

VI - XL Grand de Magonce pour grand soif estaindre, Sera privé de la grand'dignité: Ceux de Cologne si fort se viendront plaindre, Que le grand groupe au Rhin sera ietté. Tradução: Grande de Magonce para grande sede acalmar, Será privado de sua grande dignidade: Aqueles de Colônia tão forte se virão lastimar, Que o grande remanescente ao Reno será lançado.

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Assim falou Nostradamus

Interpretação: O grande Mago ("grande de Magonce") para acalmar a grande sede pelas Ciências Metafísicas e Metapsíquicas será privado de sua grande dignidade. Sacerdotes, cientistas, intelectuais, acadêmicos, etc ("aqueles de Colônia") virão fortemente a lastimar contra ele, de tal modo que as suas obras serão desvirtuadas à semelhança de obras de arte lançadas ao Reno. Comentário: Entendo que ele está falando de si mesmo e de sua obra. Realmente, se por muitos ele é exaltado por outros muitos é humilhado. E seus pensamentos têm sido amplamente desvirtuados por interpretações errôneas. Enfim, é um vaticínio que é realizado facilmente, dado à sua poesia simbolista, e de difícil acesso. "Magonce": anagrama para alguém que conquista grandes conhecimentos acadêmicos e extraacadêmicos. Especializado em Ciências Ocultas, etc. Ou, grande Mago em ciências psíco-físicas e metafísicas. Ao mesmo tempo está falando do Teosofismo e/ou Ocultismo.

VI - XLI Le second chef du regne d'Annemarc, Par ceux de frize et l'isle Britannique, Fera despendre plus de cent mille marc, Vain exploicter voyage en Italique. Tradução: O segundo chefe do reino de Annemarc, Por aqueles de Frize e a ilha Britânica, Fará despender mais de cem mil marcos, Vão proveito viagem em Itálica. Interpretação: Os Evangelhos ("segundo") divulgados pelo Cristo Jesus ("chefe do reino") o qual é o segundo descendente valioso de Ana ("de Annemarc") terão sido desvirtuados através dos tempos por gente de pouca capacidade para interpretá-los e exemplificá-los, o mesmo acontecendo com uma grande maioria das gentes ("e a ilha Britânica"). Essa precária utilização dos ensinos evangélicos terá trazido imensos prejuízos à Humanidade ("fará despender mais de cem mil

marcos"). Devido a essa capacidade precária de grande maioria de gente responsável pela difusão das Escrituras Sagradas ("viagem em Itálica") a Humanidade terá tido muito pouco aproveitamento ("vão proveito") dos valiosos ensinamentos que as Escrituras Sagradas guardam em seu bojo, tanto em sentido exotérico quanto no esotérico. Assim, elas vão permanecendo como as terras não cultivadas ("vain esploiter", ou exploiter). Comentário: Sinto, e entendo que a metáfora ("em Italique") exige duas interpretações associadas para a idéia central desta quadra, conforme aos fatos registrados no dicionário e na enciclopédia que transcrevo, em parte, a seguir: "Italique": "antiga versão itálica ou versão latina da Escritura Sagrada, antes da correção de São Jerônimo" (Dicionário H. Garnier"). "Italique": "Escola Itálica - fundada por Pitágoras". Pitágoras era filósofo e matemático, e sua filosofia era de cunho religioso. Em pouco tempo seus discípulos foram se pondo em divergências e desavenças criando caos e cismas e facções pugnando por idéias acadêmicas materialistas, e outros por idéias espiritualistas. Pesquisando os registros históricos dos dois casos, isto é, sobre a Bíblia Itálica e sobre a Escola Itálica, o leitor entenderá melhor o pensamento de Nostradamus nesta quadra, o qual esclareço em parte. "o segundo": Nostradamus considerava o Cristo Jesus - o segundo Governante da Terra, depois de Deus. Outrossim, a colocação de "O segundo" no 1º verso proporciona a idéia de - Evangelhos segundo o Cristo Jesus. "chefe do reino": Jesus é congominado "Rei dos Reis:. Portanto, é chefe dos reis. E Ele é o segundo descendente de Santa Ana. Nasceu do reino de Ana. Isto é da família de Ana. E é um descendente valioso ("marc": marco). O marco era u'a moeda de ouro muito valiosa. O dicionário diz: "Marc d'or, marco de ouro, direito que pagavam todos os ofícios, sempre que mudava o proprietário deles. "Frize" ou frizê: seda de má qualidade. Portanto, no caso, corresponde a pouca capacidade de alguém. "Vain esploicter", mais corretamente "ex-

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Arvedus ploiter": tirar proveito de terra incultas, ou não cultivadas ainda. "Explorar, beneficiar, aproveitar, etc. Em suma, nesta quadra ele está dizendo que há um caos na interpretação das Escrituras Sagradas, criado pelos ideais e ideologias tanto por acadêmicos, quanto por religiosos, intelectuais e outras classes da Sociedade Humana. O que é um fato indiscutível, não é?

VI - XLII A Logmyon sera laissé le regne, Du grand Selin, qui plus fera de faict; Par les Itales estendra son enseigne, Regi sera par prudent contrefaict. Tradução: A Longmyon será deixado o reino, Do grande Selin, quem mais fará de fato: Pelos Italos estenderá sua insígnia, Regido será por prudente contrafato. Interpretação: À lógica medíocre ("A Logmyon") será deixado o reino da grande mentalidade humana ("do grande Selin"), quem mais fará de fato. Pelos filósofos e religiosos do tipo dos componentes da Escola Filosófica Itálica ("Itales") que estenderão suas concepções ("estenderá suas insígnias"). Porém, apesar dos pesares, haverá sempre um esforço prudente vindo da Hierarquia de celestes e homens, ou Providência Divina, em contrafato. Comentário: "Log": lógica + "myon" ou mion: menino, rapazinho - com sentido de pequeno, de medíocre. Portanto, lógica infantil, medíocre. "Selin": anagrama de salino. O homem é composto de sais da terra. "Itales": componentes da Escola Itálica fundada por Pitágoras.

VI - XLIII Long temps sera sans estre habitee, Oú signe et Marne autour vient arrouser: De la Tamise et martiaux tentee, Deceus les gards en cuidant repousser.

Tradução: Longo tempo estará sem ser habitada, Onde Signe e Marne ao redor vem banhar: Da Tamise e marciais tentada, Enganados os guardas em cuidando rechaçar. Interpretação: Por longo tempo a minha obra, na qual a Profecia ("Signe") e a Ciência ("Marne") estão inseridas ("vem banhar") em linguagem figurada ("ao redor"), não será compreendida. A interpretação será tentada por muitas pessoas que imaginarão profecias de ordem materialista ("da Tamise") e ocorrências marciais registradas pelos historiadores. Porém, cuidando eu em rechaçar más intenções, e/ou tal linha interpretativa, coloquei os escritos em linguagem enigmática ("os guardas") e assim tais pessoas estarão enganadas. Comentário: Ele volta a repetir suas intenções de defender sua vida e seus escritos na época, e ao mesmo tempo excitar o interesse pela obra dentro dos mesmos padrões das profecias bíblicas. Conhecia bem a natureza especulativa, misticista e a curiosidade excitante das pessoas, e então estava certo que sua obra proporcionaria bons resultados culturais e religiosos, mesmo que não fosse interpretada a veracidade de seu pensamento vivo. Hoje ainda, até os eruditos no assunto de Profecias continuam na perspectiva de que as figuras simbólicas da Bíblia, mormente do livro do Apocalípse e de Daniel apontam apenas para alguma pessoa que surgirá em alguma ocasião mal definida e proporcionará acontecimentos terríveis jamais ocorridos. E ficam em pânico, também, com a expectativa de ocorrências de desastres naturais que venham destruir a Terra e a Humanidade de modo pior do que o grande dilúvio. Tudo isto já aconteceu, está acontecendo, e acontecerá ainda. E as gerações passaram por eles, a nossa geração está passando, e ainda passará por tais distúrbios. As profecias, e Nostradamus falam disto. Mas, o pior não está em tais ocorrências. O pior está em cada cabeça humana, ou em cada alma humana. E deste pior quase não há temor. Quando o Apocalípse menciona o Anti Cristo não está falando de uma pessoa monstruosa que virá abalar o Mundo com seu poder e maldade.

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Assim falou Nostradamus Está falando do Espírito do Anti-Cristo. Isto é, do mau comportamento da pessoa, e do mau comportamento da Humanidade em cada geração. Em suma, está falando do mau comportamento, o qual é contrário às virtudes do espírito (do cristo) de cada pessoa, e ao mesmo tempo contrário aos ensinamentos virtuosos do CRISTO. A "besta que subiu da terra" é o homem com sua mentalidade materialista e/ou a parte animal do homem. A "besta que subiu do mar" é a alma da pessoa - a qual é gerada das forças da atmosfera, cuja mentalidade é eivada de sensações materiais. Semelhantes às sensações, emoções e paixões do homem. Se o leitor estudar os textos sobre as duas bestas - sob estes conceitos entenderá bem o que S. João está dizendo no cap. 13 do Apocalípse. E é destas coisas que Nostradamus menciona e repete pelas Centúrias. Em suma, eu temo mais os erros e pecados do que os acontecimentos externos. E você, leitor, o que mais o apavora? "Signe": signo. No caso a Ciência, o Conhecimento, a Cultura acadêmica e religiosa. "Tamise": da peneira. A trama mental. O dicionário de francês H. Garnier define: "Tamis": peneira. "Tamise": estamenha fina e lustrosa. "Tamisage": peneirada, ação de peneirar. "Estamenha": o dicionário brasileiro define: Tecido grosseiro de lã, hábito burel de frade. Ambas definições simbolizam o cérebro e mente, na conformidade com a intenção subjetiva de Nostradamus nesta quadra e em outras. "Marciais": adjetivo substantivo com idéia de belicosidade. No caso, pessoas com tendências belicosas. "os guardas": os termos enigmáticos dos versos.

Arábico golfo grande classe fundirá, Um monstro em Saxe nascerá de urso e porca. Interpretação: Nos tempos sombrios, por cumprimento das Promessas Divinas ("por Nantes"), as mensagens dos céus serão concretizadas como um arco-íris no céu ("Lyris aparecerá"). Homens e almas ("marinheiros") suscitarão a realização ("suscitarão a chuva") do processo evolutivo da Humanidade ("das artes"). Entrementes, uma grande classe de almas e homens malfeitores fundir-se-á em esforço contrário ao daqueles, como as águas que se fundem no Golfo Arábico. Um poder oculto maligno ("um monstro") nascerá no ambiente da Terra ("em Saxe") provindo do homem e da alma ("nascerá do urso e porca"). Comentário: Esses eventos são ensinados pelas boas religiões, e com maior clareza nos meio espíritas e espiritualistas. "Nantes": do verbo nanter: garantir uma divida, prover, fornecer, penhorar, afiançar, dar posse. No caso, referência às Promessas Divinas através das Escrituras Sagradas. "Lyris" ou Liris: A Iris, e iris. A idéia tem dois sentidos conjugados e dá forte expressão ao assunto. A Iris: deusa mensageira dos Deuses. Iris: arco-iris. "Marinheiros": metáfora para homens e almas que habitam a Nave, a Terra. "Das artes": de todo o processo evolutivo do homem e da Humanidade. "Golfo Arábico": antigo nome do Golfo Pérsico. "Saxe": derivado de "Saxicole": "que vive entre os rochedos", e/ou "Saxatile": "que cresce entre os rochedos": Alegoria para idéias e pensamentos que nascem, crescem e vivem no cérebro.

VI - XLIV De nuit par Nantes Lyris apparoistra, Des arts marins susciteront la pluye: Arabique goulfre grand classe parfondre, Un monstre en Saxe naistra d'ours et truye. Tradução: De noite por Nantes Lyris aparecerá, Das artes marinheiros suscitarão a chuva:

VI - XLV Le gouverneur du regne bien sçavant, Ne consentir voulant au faict Royal: Melille classe par le contraire cent, Le remettra à son plus desloial. Tradução: O governador do reino bem sábio,

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Arvedus Não consentir querendo ao feito Real: Mellile classe pelo contrário vento O remeterá a seu mais desleal.

E assim o homem ("Rei") vai retrocedendo aos seus promórdios ("à Rã") e aos instintos de rapinagem ("à Águia").

Interpretação: A natureza humana ("O governador do reino"), que possue sabedoria, não aceita consentir que o homem encaminhe a sua vida dentro dos princípios morais determinados pela Divindade ("ao feito Real"). Então, o homem fascinado pelos desejos materialistas ("Mellile classe") sofrerá dolorosas consequências ("contrário vento"), e por tais desejos e má conduta tornar-se-á desleal aos propósitos Divinos, os quais têm a finalidade de permitir que os homens tenham uma vida com maior dose de felicidades e menor dose de dores.

Comentário: "Non Seggle": Sou de opinião que este nome é um neologismo difícil de ser explicado, e que só Nostradamus o faria acertadamente. Então, tomei-o arbitrariamente por atividade mental do homem. Baseado em possível montagem por: "Non Segregation aigle": não segregação águia. Expressão que representa um sentido de que o cérebro concretiza pensamentos próprios, dos quais o espírito não aceita participar e nem se responsabiliza, mas por injunção natural sofre as más consequências. "em exílio reenviado": conceito comum para os reencarnacionistas. Isto é, o espírito é enviado a encarnar quantas vezes lhe for necessário - assistido por Organizações Espirituais que se colocam responsáveis por ele. Estes atuam como irmãos maiores de um menino órfão na infância, que tomam a responsabilidade de ajudá-lo até chegar à idade adulta. Outrossim, o 2º verso figura o conceito dos reencarnacionistas de que o ambiente da Terra - tanto o natural quanto o ambiente humano é semelhante a um charco, onde há selvageria e doenças ("pestilência aos confins de Nonseggle"). Charco onde as rãs e as águias habitam. Onde as rãs coacham, e as águias rapinam, etc...

Comentário: Esta quadra lembra o que diz o filósofo chinês, Lin Yutang: "A felicidade consiste na soma de pequenas alegrias". "ao feito Real": princípios morais ditados pela Divindade, ou Providência Divina. "Mellile": metáfora derivada do latim. "Mellila, ae": meu amorzinho, meu encanto. No caso, representa o homem fascinado pelos prazeres mundanos em detrimento da ditosidade perene.

VI - XLVI

VI - XLVII

Un juste sera en exil renvoyé, Par pestilence aux confins de Nonseggle, Response au rouge le fera desvoyé, Roy retirant à lá Rane et à l'Aigle.

Entre deux monts les deux grands assemblez, Delaiserront leur simulté secrette, Brucelle et Dolle par Langres accablez, Pour à malignes executer leur peste.

Tradução: Um justo estará em exílio reenviado, Por pestilência aos confins de Nonseggle, Resposta ao rubro o fará desviado, Rei retrocedendo à Rã e à águia. Interpretação: Um espírito ("um justo") quando estará reencarnado ("reenviado") sentir-se-á em exílio. E fica subordinado a sofrer as consequências da atividade mental do Homem ("de Nonseggle"), como uma pessoa que estivesse a sofrer a pestilência nos confins de um pantanal insalubre. O seu ajuizamento sensato é desviado pelos interesses insensatos do Ego dotado de emoções e paixões ("3º verso").

Tradução: Entre dois montes os dois grandes reunidos, Revelarão seu simultâneo segredo: Brucelle e Dolle por Langres obstados Para em Malignes executar sua peste. Interpretação: Entre os dois lóbulos do cérebro, o corpo e a alma (dois grandes) se reúnem e trocam idéias. Revelarão seus segredos simultaneamente. A conspiração que há entre ambos é constantemente obstada pelo Espírito, a fim de evitar que executem seus pecados feitos por malícia.

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Assim falou Nostradamus Comentário: Informam os espíritos, e é confirmado por cientistas, que há uma intercomunicação inteligente entre os dois lóbulos do cérebro, por meio de emissões energéticas dos neurônios, a fim de processar os raciocínios. Um deles processa a vontade e desejos do corpo, e o outro lóbulo processa os da alma. Nesta conjuntura há uma perene discussão entre ambas as mentes. O espírito observa em vigília permanente e interfere quando surge a malícia e malignidade intencional de ambos (juizo). Nota: "Brucelle": mala, estojo (corpo). "Dolle": com sentido de boneca (alma). "Langres": Tomei por ações do espírito. Por ancoras, por metáfora derivada de "L'ancres". E correspondendo à ação do juízo. "Malignes": malícia, malignas.

VI - XLVIII

Siena o leitor entenderá o que ele pretende dizer no laconismo desta quadra. Parti para a generalidade do comportamento coletivo e ao mesmo tempo relacionando o geral ao individual. Isto é, cada pessoa tem a faculdade de possuir obscuridade e florescência mental com predominâncias dependentes das capacidades de cada uma. E, a mentalidade coletiva é semelhante. Aliás, devo repetir que em todas as quadras interpreto as idéias de Nostradamus partindo do homem para o todo, visto que o homem é a miniatura da natureza, e a miniatura de Deus... Outrossim, essas profecias e/ou vaticínios de Nostradamus têm o escopo principal de alertar a cada pessoa no sentido de reforma mental, hábitos e costumes, conclamando ao esforço de melhoria moral de cada um para em consequência melhorar o todo... O que é a mesma intenção das profecias e textos bíblicos.

VI - XLIX

La saincteté trop, faincte et seductive, Accompagné d'une langue discrete; La cité vieille, et Parme trop hastive, Florence et Sienne rendront plus desertes.

De la partie de Mammer grand Pontife, Subiuguera les confins du Danube: Chasser les crois, par fer rasse ne risse, Captif, or, bagues plus de cent mille rubes.

Tradução: A santidade demais fingida e sedutora, Acompanhada de uma língua discreta: A cidade velha e Parme muito lancinante, Florence e Sienne deixarão mais desertos. Interpretação: A santidade por demais fingida e sedutora acompanhada de uma linguagem discreta semelhante aos costumes e comportamentos obscurantistas da Idade Média ("A cidade velha") permanecerá na mentalidade humana. Porém, a Religiosidade, as Ciências e as Artes e ofícios produzirão um renascimento da Moral à semelhança do Renascimento provocado pelos grandes homens de Parma, Florença e Siena. Não obstante, as gerações passarão por etapas lancinantes, mas tal renascimento da Moral, dos bons costumes, afastará o obscurantismo sinistro dos seus ambientes ("deixarão mais desertas"). Comentário: A montagem que ele fez nesta quadra faculta variadas interpretações mais ou menos correspondentes à idéia central que situa o Obscurantismo e o Renascimento como agentes gramaticais. Pesquisando a história de Parma, Florença e

Tradução: Da parte de Mammer grande Pontífice, Subjugará os confins do Danúbio: Afugentar as cruzes, por ferro rasse ne risse, Cativos, ouro, anéis mais de cem mil rubores. Interpretação: A capacidade construtiva e destrutiva ("Da parte de Mammer") da Humanidade ("grande Pontífice") subjugará as gerações até os confins dos tempos ("confins do Danúbio"). Os homens procurarão afugentar os sacrifícios circunstanciais que o rodeiam ("Afugentar as cruzes"), porém, os sofrimentos têm a função de sensibilizar a mente ("por ferro rasse"), não têm a função de destruir a consciência ("ne risse"). Para os espíritos ("cativos") a vida corporal é valiosa ("ouro"). A vida humana faculta a evolução do espírito por mais de cem mil matises de virtudes. É como uma vitrina com cem mil anéis com pedras preciosas de muitos matizes. Comentário: "Mammer": deus dos Oscos. Povo

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Arvedus antigo de Campânia. Deus pagão similar ao Marte dos Romanos. "Grande Pontífice": grande poderoso. Metáfora de poder humano. "Cruzes": sacrifícios, sofrimentos.

VI - L

Interpretação: O povo está convocado para ver novo espetáculo, em cada geração. Anjos e deuses, entre outros serão assistentes. Estruturas e códigos sociais a ruir. Mas, como por milagre toda a Humanidade será salva, e todo o esforço realizado em trinta séculos não será vão.

Dedans le puy seront trouvez les os, Sera l'inceste comis par la maratre: L'estat changé, on querra bruit et los, Et aura Mars attendant pour son astre. Tradução: Dentro do lugar elevado serão encontrados os ossos, Estará o incesto cometido pela mãe insensível: O estado mudado, se requererá rumor e louvor, E terá Marte atendendo para seu astro. Interpretação: Dentro do cérebro ("Dentro de lugar elevado") serão encontrados os registros dos acontecimentos passados ("os ossos") em outras encarnações. Estará alí u'a mistura de fatos ocorridos com a alma e o corpo e registrados na memória física ("mãe insensível"), sendo que na memória da alma estarão registrados todos os fatos anteriores do espírito ("ossos"). Se a pessoa torna-se erudita passa a requerer notabilidade e louvores. Então, passará a lutar ("terá marte") por fama e riquezas ("atendendo para seu astro"), sendo que muitos esforçar-se-ão pela evolução de seu espírito("seu astro"). Comentário: "O incesto": idéia figurada pelo fato de a alma que é a "esposa" do espírito e a "mãe" do corpo inclina-se muito a trair o espírito "esposo" e se pôr a gozar das delícias do sexo promovidas pelo "filho" o homem ou pessoa. E, gozar dos prazeres materiais; coisas a que o espírito não se inclina. "Marte": Neste caso tem a significação de espírito combativo do homem, tanto para os bens materiais quanto para os bens espirituais.

VI - LI Peuple assemblé, voir nouveau expectacle, Princes et Roys par plusieurs assistans, Pilliers faillir, murs, mais comme miracle, Le Roy sauvé et trente des instans.

Tradução: Povo convocado, ver novo espetáculo, Princípes e Reis por diversos assistentes: Pilares falir, muros, mas como milagre, O Rei salvo e trinta dos instantes.

VI - LII En lieu du grand qui sera condamné, De prison hors, son amy en la place: L'espoir troyen en six mois ioins mort né, Le Sol à l'urne seront peins fleuve en glace. Tradução: Em lugar do grande que será condenado, De prisão fora, seu amigo em seu lugar: A esperança Troiano em seis meses juntos morte nascido. O Sol à urna serão penas rio em gelo. Interpretação: Em lugar do grande número de almas que serão condenadas e postas fora do planeta virão almas amigas em seu lugar. A esperança de libertação (Troiano) mantida durante seis milênios e que parecerá morta - virá a se realizar. A Sabedoria estará na mente humana, e as penas que sacrificam o rio humano serão banidas. Comentário: Conforme as doutrinas espíritas cristãs e as teosofistas, alma alguma será extinta ou condenada à flagelação eterna. Após o Juizo Final, as almas condenadas serão banidas para outros orbes onde recomeçarão seu destino evolutivo. "Troiano": esperança de libertação dos males humanos, semelhante à esperança dos troianos, de se libertarem do assédio grego. "urna": cabeça, cérebro, corpo. "em gelo": no sentido de dívida congelada para pagamento posterior. "rio": neste caso figurando a Humanidade na Terra.

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Assim falou Nostradamus

VI - LIII Le grand Prelat Celtique à Roy suspect, De nuict par cours sortira hors du regne: Par Duc fertile à son grand Roy Bretaigne, Bisance à Cypres et Tunes insuspect. Tradução: O grande Prelato Céltico a Rei suspeito, De noite por curso sairá fora do reino: Por Duque fértil a seu grande Rei Bretaigne, Bisance à Cypres e Tunes insuspeito. Interpretação: A Organização Sacerdotal dos Celtas e sua doutrina ("O grande Prelado Céltico") acabaram por não merecer mais a confiança e/ou aceitação popular ("a Rei suspeito"). Ao passar dos tempos ("De noite por curso") e por finalidade inexplicável ("por curso") deixará de atuar abertamente ("fora do reino"). Por condutor fértil e leal às tradições do grande Povo da Bretanha ("grande Rei Bretaigne") manterá a sua atuação em sincretismo, pagão ("Bisance à Cypres") e cristão ("Tunes") de modo insuspeito. Comentário: Analisando estes fatos apontados nesta quadra, vamos encontrar a sua realidade nos registros históricos até nossos dias. Os sacerdotes Celtas ("Druídas") foram se submetendo aos imperativos da Igreja Católica desde os primeiros séculos da Era Cristã, principalmente pelo trabalho missionário de Santo Agostinho, pelos arredores do ano 600 D.C. Uma porção de sacerdotes Druídas foram transformados em sacerdotes católicos, e alguns deles se tornaram bispos. Entretanto, creio que a maioria desses sacerdotes e parte do povo druidista passaram a manter culto sincrético. Isto é, em u'a mescla de paganismo e catolicismo. Outrossim, principalmente na atual GrãBretanha, Irlanda e França impuseram seus ideais reencarnacionistas, não obstante afligidos pela Inquisição. Por outro lado, a lendária estória dos Cavaleiros da Távola Redonda, e similares mostramnos esses fatos em forma sutil. "Bisance": metáfora derivada de "Bisage": "2ª tintura dada ao tecido". No caso, com o sentido de comportamento religioso ambíguo, ou sincrético.

"Cypres": anagrama de "Cypris" e/ou "Cyprine" que são epitetos da deusa Vênus, deusa mitológica representando o Amor, a emoção, a paixão. Mas, de acordo com o texto entendo que ele a aplicou com idéia de paganismo. "Tunes": metáfora derivada de "tunicelle": túnica branca de certos religiosos". Pelo que Nostradamus estará se referindo ao fato de que tais sacerdotes atuando sincréticamente estarão livres de suspeitas. É situação similar a do sincretismo usado pelos escravos no Brasil, o qual era tolerado pelas autoridades eclesiásticas e autoridades do Governo. Portanto, "Tunes": sacerdotes cristãos notavam o comportamento sincrético dos tais sacerdotes e povo, e por beneplácito têm andado a aceitar uma série de ideais reencarnacionistas colocados por eles...

VI - LIV Au poinct du iour, au second chant du coq, Ceux de Tunes, de Fez et de Begie, Par les Arabes catif de Roy Maroq, L'an mil six cens et sept, de Liturgie. Tradução: Ao ponto do dia ao segundo canto do galo, Aqueles de Tunes, de Fez e de Begie, Pelos Árabes cativo o Rei Maroq, O ano mil seiscentos e sete, de Liturgia. Interpretação: Um pouco antes que termine o segundo milênio ("1º verso) haverá uma aliança Religiosa ("de Liturgia") mais apaixonada entre os Países de predominância Islâmica, cuja aliança será promovida pelos Árabes. Nesses Países o Cristianismo subsistirá de forma débil ("cativo o Rei") como se fosse um Rei cativo. Nesses países o Cristianismo estará tão restringido quanto é restringida a entrada de pessoas não Islâmicas nas proximidades da mesquita de Mulai Idris da cidade de Fez em Marrocos ("Maroq"). Esses movimentos de congraçamento Islâmico deverá iniciar pelo ano de mil e seiscentos e sete, e terão um caráter de Liturgia ("de Liturgia"). Isto é, como se fosse um grande trabalho missionário destinado a louvar a Deus em um imenso altar. Comentário: Por esta quadra Nostradamus faz um

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Arvedus vaticínio que em nossos dias ainda não está completamente realizado, pelo fato constante de que os Islamitas jamais conseguiram se aliar como era esperado. Creio que ao escrever esta quadra ele temia uma nova invasão da Europa por um poder Islamita concentrado, o que não ocorreu e jamais poderá ocorrer, visto que as Nações Europeias mais os Estados Unidos possuem um poder militar sobejamente superior ao deles. E, nota-se que Nostradamus teria este receio pelo fato de a Tunísia e Marrocos serem uma área estratégica próxima da Europa, a qual sempre foi usada pelos que pretenderam invadí-la. Desde os Cartagineses Quanto à mencionada "Guerra Santa", também já não haverá mais possibilidade de ocorrer. Nos tempos atuais as guerras que surgem naquelas regiões são motivadas pelo deus-petróleo, e pelo deus-dólar. Em alguns casos, certos líderes, como o do Komeine, e do Sadam Hussein, apelam para o sentimento religioso de seus povos e os levam à guerra confiantes de estar prestando grande serviço a Alah. Porém, aqueles povos já andam descobrindo que por traz está um canto de sereias, e o conto do vigário. Por outro lado, já começaram a entender que o Alah dos Islâmicos e o Deus dos Cristãos é o mesmo Pai Criador e compassivo de todos os homens da Terra. E já começaram a entender que todas as Religiões são apenas Escolas onde cada qual aprende a amar, respeitar e tolerar seus irmãos, para que acima de tudo consiga amar ao Deus Oniciente, Onipotente e Onipresente. Tenho alguns amigos mussulmanos com os quais converso respeitosamente acerca dos conceitos religiosos e das perigosas dissenções que têm causado tantas guerras e tantos sofrimentos desnecessários. Sempre concordamos de que esses males são causados por alguns líderes malucos e parte dos povos infeccionada pelo fanatismo bárbaro, e por interesses materiais de fama e riquezas. A recente "Guerra do Golfo Pérsico é u'a amostra. E devo lembrar que tais maluquices provêm dos dois lados. Nem um dos dois é inocente. Há questões profundas... "Ao ponto do dia": expressão significando: ocasião determinada pelas profecias. "ao segundo canto do galo": expressão significando o fim de uma Era Sombria, ou Era Negativa.

Correspondente ao fato em que São Pedro por três vezes negou conhecer Jesus antes que o galo cantasse três vezes. Portanto, na quadra ele está mencionando a Hora Profética no nosso segundo milênio. "Tunes": Tunis, capital da Tunisia. "Fez": capital tradicional do Marrocos. "Begie": os Begs ou Begis. Os Beys. "Beg" ou Bey é um título honorífico dado a oficiais militares na Turquia. Principalmente aos que assumem autoridade para governar alguma região, como ocorreu na Tunísia e Marrocos

VI - LV Ao chalmé Duc, en arrachant l'esponce, Voile arabesque voir, subit descouverte: Tripolis Chio, et ceux de Trapesonce, Duc prins, Marnegro et la cité deserte. Tradução: Ao calmado Duque, em arrancando o expulso, Vela Arabesca ver, súbito descoberta: Tripolis Chio, e aqueles de Trapesonce, Duque preso, Marnegro e a cidade deserta. Interpretação: Em continuação da quadra anterior devo mencionar que embora no século XX as lutas sangrentas entre Islamitas e Cristãos estejam acalmados ("Ao calmado Duque") por ter sido o Cristianismo arrancado e expulso, estará visível a hegemonia religiosa dos Islamitas ("Vela Arabesca"), facilmente observável ("súbito descoberta"); desde a África, mormente na região de Trípole; na região marcada pela Ilha de Chios, e na região marcada pela cidade de Trebizonda com irradiação para a Ásia. Principalmente nas regiões que menciono o Cristianismo estará restringido ("Duque preso"). Assim sendo, o Cristianismo estará reduzido nessas Regiões como se fosse uma cidade deserta às margens do Mar Negro. Comentário: Por estas quadras Nostradamus evidencia sua personalidade de hebreu-cristão fervoroso, e ao mesmo tempo radical em matéria de religiosidade. Fruto de sua época, na qual as lutas religiosas eram intensas demais, considerando-se tais lutas em relação aos nossos tempos. Por outro lado, ele não deixa de ter razão em

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Assim falou Nostradamus seus vatícinios. Neste "Século das Luzes" as lutas religiosas passaram a ser uma aberração da natureza humana. As Religiões e seus adeptos mais fervorosos, psíquica e moralmente, estacionaram nos tempos da barbárie e da intolerância religiosa. Não digo todas as pessoas! É evidente! Mas como compreender as lutas sangrentas que ainda proliferam em todo o Mundo? Coisas de louco! Quem tem o Direito de se julgar um Cristão, um Islamita, um Israelita, um Hinduista, um Bramanista, um Budista, etc., tendo sua mente e seu coração cheios de ódio contra seus irmãos, apenas pelo fato de abraçarem alguns conceitos diferentes? Quem pode se julgar perfeito e único dono da Verdade? Outrossim, é bom lembrar que boa parte dos genocídios religiosos advêm da inépcia dos líderes ao interpretar os textos sagrados. Em geral estes textos são vasados em linguagem alegórica com sentido esotérico destinado a ser explicada pelos Mestres ou Sacerdotes aos seus discípulos. Por exemplo: No Baghavad Gita - Krishna é a figura personificada do espírito humano, e Arjuna é a personalidade do homem. Então, Krishna manda e ajuda Arjuna a matar e/ou sacrificar seus irmãos em uma guerra cheia de odisséias. Na realidade os textos estão mandando matar os inimigos psíquicos e/ou mentais do cérebro humano. Isto é, os instintos inferiores, a má fé, as paixões, o mau comportamento. O mesmo encontra-se no Alcorão, quando o Anjo Gabriel ditou a Maomé determinando que seus discípulos matassem os "infiéis", pelo que estariam prestando serviço a Deus e isto seria uma louvação a Alah. O mesmo é encontrado no Velho Testamento quando Moisés foi mandado por Deus para conquistar a Terra Prometida, e que suas tribos deveriam passar os povos idólatras pela espada. Ora, a tal Terra Prometida é o Paraíso da felicidade que deve ser conquistada após a extinção dos instintos, desejos, paixões de natureza materialista, os quais são inimigos da sublimação da alma e do homem. Estes e outros similares são os ídolos psíquicos aos quais o homem cultua à semelhança dos povos daquele tempo que cultuavam seus ídolos demoníacos.

O que mais me surpreende e me deixa perplexo é o fato de que as Religiões e seitas fundamentadas na doutrina da Reencarnação não tenham conseguido instruir devidamente a maioria dos seus seguidores que têm permanecido nos braços da superstição, dos tabus, do feitichismo, da mistificação. Por que não colocar o candieiro acima e não embaixo do alqueire para que todos possam ser iluminados? Essa precariedade de orientação popular, por sonegação dos Conhecimentos por razão de Prudência, alegadas pelos Dirigentes de Instituições e/ou Sociedades Secretas, já não têm justificações neste século...

VI - LVI La cranite armee de l'ennemy Narbon, Effrayera si for les Hesperiques: Parpignan vuide par l'aveugle darbon, Lors Barcelon par mer donra les piques. Tradução: A pusilânime armada do inimigo Narbon, Apavorará tão forte os Hespéricos: Parpignan vista pelo ofuscado darbon, Então Barcelon por mar dará os piques. Interpretação: A multidão de malfeitores que será inimiga ("armada do inimigo") dos povos do Mundo ("Narbon") apavorará fortemente as gerações dos últimos tempos sombrios ("os Hespéricos"). Toda a gente da Terra ("darbon") estará com a mente ofuscada pelos conceitos sobre céu e inferno ("darbon Parpignan vista"). Então, o poder oculto do mal ("Barcelon") dará os golpes ("os piques") contra o mar humano, como se fosse um grande navio corsário ("Barcelon"). Comentário: Para entender o pensamento de Nostradamus nesta quadra é necessário que o leitor faça uma análise simples do Homem. E ao mesmo tempo de cada povo como sendo um Indivíduo. O homem é dotado de valiosas capacidades. Ao mesmo tempo é dotado de fraquezas ("pusilânime"). Cada povo, idem. Por esta razão verifica-se o suntuoso progresso sempre acompanhado por decadências. A pessoa, por um lado é dotada de grandes forças. Ao mesmo tempo é um ser muito frágil ante as circunstâncias da vida - circunstâncias estas

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Arvedus proporcionadas pelas hostilidades da Natureza e pelas hostilidades dos seres humanos. Na família, no trabalho, e enfim dentro do ambiente social. Isto porque vive dominado pelos maus instintos, vícios, fraquezas, prazeres, paixões. Em nossos tempos, os quais podemos dizer que são os últimos tempos proféticos, ou "o princípio das dores", conforme aos sermões proféticos deixados por Jesus, há uma grande pusilanimidade na aplicação da Justiça. A injustiça anda subordinando as forças das Leis. A partir do lar até às Instituições Internacionais. Assim os povos estão dominados pela Indisciplina, pela desordem. Então, pessoas e povos vivem apavorados, não é? Os malfeitores de toda espécie dão as cartas. Os poderes constituídos curvam-se. Guerrilheiros, narcotraficantes, sequestradores, terroristas e quejandos deitam e rolam, proliferam a cada dia. As autoridades, não obstante os poderes de que dispõem, obrigados a cumprir as leis dos "direitos humanos" ficam à mercê dos tais. Minto? Invento?... Pois bem. Vamos às metáforas: "Narbon": Entendo que é um neologismo dele com sentido de lugar com muitas árvores de espécies variadas. Também, árvore da vida - o homem e os homens. "darbon": neologismo com mais ou menos o mesmo sentido. Ambos neologismos derivados do latim: "ARBOR - ORIS: a árvore, um peixe, o mastro do navio, a forca, a árvore estéril". O qual dará maior força de expressão ao assunto da quadra se for associado com: "ARVUM - I: campo de lavoura, o país, a região, o mar". "Parpignam": Nota-se que escreveu com "a", não escreveu perpignam que é o nome de cidade francesa. Portanto, é neologismo constituído por "Par": por + "pignan": pinhão. Como ele costuma usar o sistema de jogo de palavras enigmáticas, entendo que está vizualizando "pignon de Inde": cuja tradução para o português é: figueira do inferno. Portanto, está se referindo a conceitos de céu e inferno. "Barcelon": metáfora montada sobre o substantivo latino: "Barca, ae, e Barce, es: Barca, rio e promontório da África. Uma das cidades da Pentálope Cirenaica". E, com a desinência "lon" ele dá um

significado de grandeza: Barcão. Juntando-se o significado latino associado a idéia de Barcão fica imaginado o sujeito do 4º verso por um grande poder mental singrando maldosamente pelo mar humano. Um navio corsário sinistro e poderoso constituído pelos maus pensamentos e maus comportamentos, etc. E isto é o que vemos a toda hora pelos noticiários... Todo bandido é sumamente covarde. Só mostra alguma coragem quando ataca de surpresa e pega suas vítimas desprevenidas, e ainda quando apoiado por comparsas. São como grupos de felinos africanos quando atacam manadas de gnus e de búfalos. E as comunidades e Nações andam atuando como as manadas de búfalos e gnus, que sendo atacados, ao invés de contra-atacar em grupo com seus chifres fogem espavoridos deixando algumas vítimas indefesas à mercê da sorte...

VI - LVII Celuy qu'estoit bien avant dans le regne, Ayant chef rouge proche à la hierarchie, Aspre et cruel, et se fera tant craindre, Succedera à sacrée monarchie. Tradução: Aquela que estava muito antes dentro do reino, Tendo chefe rubro próximo à hierarquia: Áspero e cruel e se fará tanto temer, Sucederá à sagrada monarquia. Interpretação: Aquele instinto selvagem que reinava nos primórdios da Humanidade ("1º verso"), dotado de crueldade ("chefe rubro") e ignorância, e muito pouco de justiça ("próximo da hierarquia"); portanto, áspero e cruel, o líder e seus comparsas obrigarão as populações a muito temor ("se fará tanto a temer"). Então, a injustiça cruel tomará o lugar da Justiça promulgada pela Providência Divina ("4º verso"). Comentário: sequência da quadra anterior.

VI - LVIII Entre les deux monarques esloignes,

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Assim falou Nostradamus Lors que le Sol par Selin clair perdue, Simulté grand entre deux indignez, Qu'aux Isles et Sienne la liberté rendue.

Mas de súbito ("Mas breve") o vitupério será conhecido. Estes instintos que vêm atuando sobre os homens desde os primórdios ainda estarão se processando por dezessete séculos e assim continuará levando todos ao martírio ("4º verso").

Tradução: Entre os dois monarcas distanciados, Quando o Sol por Selin clareza perdida, Simultâneo grande entre dois indignados, Que às Ilhas e Sienne a liberdade rendida.

Comentário: Nesta quadra ele está falando desse tipo de prostituição mental, que leva as pessoas a todo tipo de corrupção moral, movida pelos desejos e ganâncias.

Interpretação: Os homens estarão distanciados do bom senso para compreender valores que há entre a Justiça e a injustiça ("1º verso"), quando a Inteligência ("o Sol") do Homem ("por Selin") perderá sua clareza. Haverá, então, grande e simultânea confusão ("simultâneo grande") entre dois blocos indignados ("entre dois indignados"). Então, a liberdade estará perdida ("a liberdade rendida") pelos homens ("Que as Ilhas") e por toda a Terra ("e Sienne"). Comentário: Assunto em sequência das duas quadras anteriores. "dois monarcas": dois poderes. No caso, justiça e injustiça. "Sol": Inteligência, sabedoria, etc. "Selin": Salino. O homem é vindo dos sais da Terra. "Sienne": cidade de Siena. Figura representativa de Terra.

VI - LIX Dama en fureur par rage d'adultere, Viendra à son prince coniurer non de dire: Mais bref cogneu sera le vitupere, Que seront mis dix sept à matyre. Tradução: Dama em furor por sanha de adúltera, Virá a seu Príncipe conjurar não de dizer: Mas breve conhecido será o vitupério, Que serão postos dezessete a martírio. Interpretação: A Humanidade ("Dama") estará em fúria à semelhança de u'a mulher assanhada pelos maus resultados de seu adultério, e assim virá a se rebelar ("conjurar") contra os bons princípios morais ("Virá a seu Príncipe conjurar") e de modo e forma velada e astuciosa ("não dizer").

VI - LX Le Prince hors de son terroir Celtique, Sera trahy, deceu par interprete: Roüan, Rochelle par ceux de l'Armorique Au port de Blaue deceus par moyne et prestre. Tradução: O Príncipe fora de seu terreno Céltico, Será traído, enganado por intérprete: Roüan, Rochelle por aqueles da Armórica, Ao porto de Blaue enganados por monge e sacerdote. Interpretação: O homem ("o Príncipe") que desconhece os postulados psíquicos e metafísicos expostos pelos mestres da religião Céltica ("fora de seu terreno Céltico"), será traído, enganado por interpretações inadequadas. Os simplórios estarão corrompidos de corpo ("Roüan") e alma ("Rochelle") da mesma forma em que a linguagem dos Armóricos foi corrompida pelos Bretões e Romanos na antiguidade. Assim, serão enganados por monges e sacerdotes até ao fim de suas vidas ("Ao porto de Blaue enganados por monge e sacerdote"), na Terra ("de Blaue"). Comentário: "O Príncipe": neste caso, o homem. "Roüan": cavalo baio. Figura do homem. "Rochelle": cidade de La Rochelle na Baia de Biscáia em uma enseada formada pelas ilhas Ré e Oleron. Portanto, figura da alma cuja posição é de intermediária entre o corpo e o espírito. Outrossim, Rochelle é o nome de uma espécie de uva. Esotericamente, a uva simboliza o homem. O corpo é a casca. A polpa é a alma. E a pivide é o espírito. "Armorica": Região da França antigamente populada por cinco tribos Celtas. Foram dominados

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Arvedus pelos Romanos e depois pelos Bretões no Vº Século D.C. Sua linguagem original foi corrompida pelos conquistadores e tornou-se uma dialeto hoje ainda usado na Bretanha. Com esta metáfora Nostradamus tenta dizer que o sentido original dos Escritos Sagrados tem sido corrompido por pessoas que têm se dedicado às interpretações. Sacerdotes, monges e leigos, os quais não têm alcançado os verdadeiros sentidos esotéricos. "Blaue": Não encontrei explicação para este nome. Então, coloquei o sentido metafórico em relação ao assunto. "terreno Céltico": Religiões e Seitas de caráter reencarnacionista.

VI - LXI

acontecer pelo Mundo. Está alertando que tentou repassar seus conhecimentos sobre as realidades psíco-físicas e metafísicas. Que, ao estilo literário dos Profetas redigiu seus conhecimentos sobre alegorias históricas, esotéricas e mitológicas; com realce do sentido religioso.

VI - LXII Trop tard tous deux les fleurs seront perdues, Contre la loy serpent ne voudra faire: Des Liguers forces par gallots confondües, Savone, Albingue par monech grand martyre. Tradução: Tarde demais todos dois as flores estarão perdidas, Contra a lei serpente não quererá fazer: Dos Partidários forças por sacerdotes confundidas, Savone, Albingue por mônaco grande martírio.

Le grand tappis plié ne monstrera, Fors qu'à demy la pluspart de l'historie: Chassé du regne loing aspre apparoistra, Qu'au faict bellique chacun le viendra croire. Tradução: O grande tapete dobrado não mostrará, Excepto que a meio a maior parte da história: Perseguido fora do reino longe áspero aparecerá, Quem ao feito bélico cada um o virá crer. Interpretação: Este livro escrito em quadras poéticas, em estilo enigmático, não mostrará a maior parte dos meus conhecimentos. Apenas o essencial para ser desenvolvido. É semelhante a um grande tapete dobrado que sendo desdobrado aos poucos vai mostrando as figuras para ser entendidas na conformidade da imaginação e inteligência de cada pessoa. Interpretado fora dos conhecimentos essenciais ("Perseguido fora do reino") a pessoa estará "longe" da realidade, e assim os sentidos parecerão terríveis ("áspero aparecerá") quando na realidade não são. Quem se propuzer a interpretar por linha histórica, não por linha esotérica, sua imaginação ficará apegada aos feitos bélicos que terão sido proporcionados pelos registros históricos apenas. Comentário: Mais uma vez, Nostradamus alerta que sua obra não consiste em fazer profecias de acontecimentos bélicos ou de calamidades naturais que estariam destinadas pela Providência Divina a

Interpretação: As virtudes ("as flores") do homem e da alma ("todos dois"), por consequência de todos, estarão perdidas, e serão reconquistadas depois de muito tempo ("tarde demais"). O intelecto humano ("serpente") estará contra a lei natural, e assim os homens não estarão se comportando dentro dos padrões e disciplinas exigidos para serem virtuosos ("não quererá fazer"). As forças dos Partidários que se esforçam por levar uma vida virtuosa serão confundidas por sacerdotes medíocres ("gallots"). Para a purgação ("Savone") ou sublimação ("Albingue") da sua alma o espírito ("monech") passará por grande martírio. Comentário: "serpente": nos meios esotéricos a serpente é muito usada para figurar a Inteligência do ser humano. Tanto para o bem quanto para o mal: dependendo do assunto a ser analisado. "Savone": derivada de "savon": sabão, e do verbo "savonner": ensaboar, limpar, purgar, repreender, etc. "Albingue": metáfora derivada do latim: "ALBUS", A, UM: branco, alvo, alegre, feliz". Portanto, "Albingue" tem o sentido de sublimação ou alvejamento da alma. "monech": metáfora com sentido de semideus, representando o espírito humano.

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Assim falou Nostradamus "Monech" é cognome do semi-deus e herói, Hércules, da mitologia grega, o qual personifica o espírito humano. Conforme expressa Nostradamus o assunto desta quadra não será facilmente entendido por muitos leitores. Porém, entenderão um dia... "Gallots": metáfora derivada de "Gallus, i, Galo: sacerdote de Cibele".

VI - LXIII La dame seule au regne demeuree, L'unic estaint premier au lict d'honneur, Sept ans sera de douleur exploree, Puis longue vie au regne par grand heur.

VI - LXIV On ne tiendra pache aucune arresté, Tous recevans iront par tromperie, De paix et tresve, terre et mer protesté, Par Barcelone classe prins d'industrie. Tradução: Não se terá paz nenhuma arrestado, Todos recebedores irão por ilusão, De paz e trégua, terra e mar protestado, Por Barcelone classe presa de indústria. Interpretação: Nem o espírito, nem o homem terá a paz desejada durante uma vida na Terra ("arrestado") Todos terão por pagamento dos seus atos e desejos uma caudal de fraudes e ilusões. Por terra e mar os protestos serão inacabáveis com intermitência de paz e trégua (3º verso). Desde o berço ("por Barcelona") todos ("classe") estarão sendo presos da astúcia ("presa de indústria").

Tradução: A dama solitária ao reino detida, O único apoiante primeiro ao leito de honor, Sete anos estará de dor explorada, Depois longa vida ao reino por grande sorte. Interpretação: A alma ("dama") quando encarna sente-se solitária, sente-se cativa do reino do corpo. O único sentimento apoiante nos primeiros tempos é o carinho dos pais que se achegam ao seu leito e lhe faz sentir a honra de ter nascido neste mundo. Não obstante, nos primeiros sete anos ela se sente acometida por uma série de dores motivadas pelo corpo, pelo ambiente terreno e por inexplicáveis saudades. Depois terá longa vida terrena ("longa vida ao reino") na conformidade da grandeza do seu destino ("por grande sorte"). Comentário: Até os três anos a alma fica em estado de semi-consciência. E sua consciência vai se desenvolvendo junto com a inteligência do cérebro. Aos sete anos o Ego inteligente, isto é, mente anímica e mente corpórea apropriam-se do ambiente exterior e a alma, então, desliga-se dos laços de seu mundo. Depois vai se acostumando com mais facilidade com as vicissitudes da vida, e inclusive, com os prazeres materiais. Evidentemente, para uma grande parte acontece assim. Não será bem assim para os menores abandonados, nem para aqueles que tiveram o azar de ser recebidos por pais irresponsáveis e tirânicos.

Comentário: Nesta quadra, ele alerta sobre o uso excessivo da astúcia e de suas tristes consequências. "Barcelone": metáfora derivada de "barcelonnete": berço. Pode ser, também, interpretado por corpo: berço do espírito. "arrestado": esta metáfora possue amplo sentido para a reflexão sobre o assunto. "por terra e mar": esotericamente ele está dizendo que tais situações acorrem com as almas encarnadas ("terra") e com as desencarnadas ("mar"). Arresto: "Apreensão judicial de bens do devedor, necessários à garantia de uma dívida cuja cobrança foi ou vai ser ajuizada, embargo". Então, por "arrestado" ele está falando que o espírito, a alma e o homem são constantes devedores ante à Lei dos Direitos e Deveres para com Deus e com o próximo.

VI - LXV Gris et bureau demie ouvert guerre, De nuict seront assaillis et pillez, Le bureau prins passera par la serre, Son temple ouvert, deux au plastre grillez.

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Arvedus Tradução: Gris e bureau meio aberto guerra, De noite serão assaltados e pilhados, O bureau preso passará pela serra, Sem templo aberto, dois no gesso enjaulados. Interpretação: Espírito e corpo ("Gris e bureau") viverão em constante guerra aberta. No fim da vida do corpo ("De noite") ambos sofrerão o assalto e a pilhagem provocados pela morte. O corpo preso à ação da morte passará pela retalhação ("pela serra"). Nesses momentos em que o espírito e a alma são liberados do corpo ("Seu templo aberto") serão vistos em corpo diáfano à semelhança de uma estátua de gesso. Comentário: "Gris": cinzento. Metáfora do espírito representado por pessoa madura, grisalha. "bureau": metáfora de corpo. Com sentido de manto ou hábito de lã grosseira. Pode ser também conjugado o sentido de cérebro grosseiro. "Seu templo aberto": o corpo é templo do espírito. A morte abre-lhe as portas.

VI - LXVI Au fondament de la nouvelle secte, Seront les os du grand Romain trouvez, Sepulchre en marbe apparoistra couverte, Terre trembler en Auril, mal enfouez. Tradução: Ao fundamento da nova seita, Serão os ossos do grande Romano encontrados, Sepulcro de mármore aparecerá coberta, Terra tremer emAuril, mal ocultados. Interpretação: Junto ao fundamento de nova seita serão encontrados os ensinamentos do grande Apóstolo Romano, a lhe servir de estrutura ("ossos"). Sua obra será desvelada e o seu valor melhor considerado. Pois, ela está em situação semelhante a um sepulcro de mármore, soterrado, só deixando à vista - a cobertura desse sepulcro. Nessa época a Terra irá tremeluzir em tempos dourados ("Auril"), visto que as Ciências Ocultas estarão bem menos ocultadas.

dos Cristãos. "grande Romano": Apóstolo Paulo, o qual era judeu por nascimento e era romano por título de cidadania concedido a ele, segundo às leis do Império Romano. Até os dias de hoje, os ensinamentos esotéricos contidos nas Epístolas dele são conhecidos por poucos, e muitíssimo pouco difundidos. Mesmo a parte exotérica é pouco difundida e pouco entendida, visto que ela depende da base para que o conteúdo todo seja compreendido, pelo que Nostradamus apresenta uma figura bastante eloquente deste fato. Assim sendo, para que as obras do Apóstolo Paulo e também dos outros Apóstolos, e dos outros Profetas, sejam entendidas, é necessário que sejam interpretadas por pessoas que conjugam o critério da reencarnação e da ressureição em dois mundos bivalentes, isto é, no mundo terreno e no espiritual. Ao reencarnar, o espírito tem a sua ressurreição no mundo carnal. Ao desencarnar tem a sua ressurreição no mundo espiritual. No capítulo 15 da Epístola Ia. aos Coríntios o Apóstolo aborda a ressurreição, e com simplicidade magistral, ele simboliza a reencarnação - colocando o grão de trigo como espírito e a terra como corpo, segundo, principalmente se lê nos textos do versículo 35 a 38. "Auril": metáfora de coisas que brilham e têm o valor do ouro. No caso, "Época de Ouro" ou "Idade de Ouro", ou Tempos valiosos e ditosos. Nostradamus fala de uma nova seita cristã que surgiria no futuro, como religião, a qual teria a melhor capacidade para explicar o sentido oculto das Escrituras. O Protestantismo já existia no seu tempo, embora fosse uma nova seita Cristã. Até hoje, a única seita Cristã e fundamentada na Lei da Reencarnação é o Espiritismo codificado por Alan Kardec a partir do ano 1855, e que está prosperando a largos passos, principalmente no Brasil, e dali está se irradiando pelo Mundo...

VI - LXVII Au grand Empire parviendra tout un autre, Bonté distant plus de felicité: Regi par un issu non loing du peautre, Corruer regnes grand infelicité.

Comentário: "nova seita": nova mentalidade religiosa

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Assim falou Nostradamus Tradução: Ao grande Império sobrevirá todo um outro, Bondade distante mais de felicidade: Regido por um saído não longe do leito de Nero, Corroer reinos grande infelicidade.

A piedade grande estará sem longe tardar, Aqueles que davam serão obrigados a aceitar: Nus, esfaimados de frio, sede a se intensificar, Os montes passar expondo grande escândalo.

Interpretação: Ao grande Império da Lei e da Justiça sobrevirá todo um outro para o corromper. A bondade estará afastada e a felicidade mais distante ainda. Esse Império será regido por um mau sentimento constituído por todo tipo de prostituição mental, - semelhante a alguém nascido e criado em um prostíbulo correspondente ao trono de Nero. Esse poder injusto e desordeiro virá corroer as sociedades humanas e trará grande infelicidade geral. Nota: "peautre": este vocábulo tem o sentido de leito de prostíbulo, ou leito de Nero, ou trono de Nero.

Lors que soldats fureur seditieuse, Contre leur chef feront de nuict fer luire: Ennemy d'Albe soit par main furieuse, Lors vexer Rome, et principaux seduire.

VI - LXX

Tradução: Ao chefe do mundo o grande Chyren estará, O maior depois amado, admirado, temido: Sua fama e louros os céus sobrepassará, E do seu próprio título vencedor muito satisfeito.

Tradução: Quando soldados furor sedicioso, Contra seu chefe farão de noite ferro luzir: Inimigo da Alba será por mão furiosa, Então vexar Roma e principais seduzir. Interpretação: Quando certa gente, no seio dos povos estiver em fúria sediciosa contra os poderes constituídos e agir com insensatez, tornar-se-à inimiga da Dignidade, e por movimentos e ações furiosos estará a vexar a Terra, e a seduzir líderes e interesseiros ambiciosos. Nota: Esta quadra retrata bem a situação criada por guerrilheiros, terroristas, e toda espécie de banditismo e corrupção em nossos dias.

La pitié grand sera sans loing tarder, Ceux qui donnoient seront contraints de prendre: Nuds, affamez de froid, soif, soy bander, Les monts passer commettant grand esclandre. Tradução:

Comentário: dispensável.

Au chef du monde le grand Chyren sera, Plus outre apres aymé, craint, redouté: Son bruit et los les cieux surpassera, Et du tiltre victeur fort contenté.

VI - LXVIII

VI - LXIX

Interpretação: Não tardará muito para um necessário aumento da piedade. Aqueles que davam serão obrigados a aceitar esmolas e donativos. A quantidade de maltrapilhos, esfaimados, sem agasalhos para o frio, sedentos por amparo, estará a se intensificar, e a vagar pelo seio das comunidades, expondo grande escândalo.

Interpretação: No governo do mundo o grande Mestre, Médico e Profeta estará. O maior de todos, amado, admirado, temido. Sua fama e glória ultrapassará os céus, muito satisfeito por ter sido vencedor em sua própria missão. Nota: "Chyren": Chiron ou Quirão é o mais famoso centauro da mitologia grega. Nesta quadra entra como alegoria de Jesus.

VI - LXXI Quand on viendra le grand Roy parenter, Avant qu'il du tout l'âme rendué: Celuy qui moins le viendra lamenter, Par Lyons, d'Aigles, croix, couronne vendue. Tradução: Quando se verá o grande Rei aparecer, Antes que ele tenha de todo a alma entregue: Aquele que menos o virá lamentar, Por leões, Águias, cruz, coroa vendida.

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Arvedus Interpretação: Quando se virá Jesus Cristo aparecer aos homens, e antes que a sua doutrina esteja entregue em todo o Mundo, aquele que menos virá a lamentar a sua ausência é o que ainda possue uma natureza selvagem (leões), rapinadora (Águia). Por estes o sacrifício na cruz e a glória estarão sendo vendidas.

VI - LXXII Par fureur fainte d'esmotion divine; Sera la femme du grand fort violee: Iuges voulens damner telle doctrine, Victime au peuple ignorant immolee.

deviam ser expostos claramente, eu também exponho os fatos em arremedo. Mas, poderão ser entendidos por associação de idéias. Comentário: "Modena": antiga Mutina. Mutina neste caso, entra como metáfora de: falar baixo ou a medo, ou por arremedo. "sob cor de esponsais": com aparência de casamento, por associação de idéias. "cripta dizendo": linguagem críptica, cifrada.

VI - LXXIV La dechassee au regne tournera, Ses annemis trouveront des coniurez: Plus que iamais son temps triomphera, Trois et septante à mort trop asseurez.

Tradução: Por furor fingido de emoção divina, Será a mulher do grande muito violada: Juizes querendo condenar tal doutrina, Vítima ao povo ignorante imolada. Interpretação: Por fanatismo e por fingimento de emoção divina, a doutrina Cristã será violada por muitos. Arvorando-se em juízes infalíveis querendo condenar tal doutrina, imolam-na em sacrifício, ironicamente, como se estivessem fazendo favor ao povo ignorante. NOTA: Esotericamente, a doutrina Cristã é tida como a esposa de Jesus (do grande).

VI - LXXIII En cité grand un moyne et artisan, Pres de la porte logez et aux murailles, Contre Modene secret, cave disant, Trahis pour faire sous couleur d'espousaille.

Tradução: A expulsa ao reino tornará, Seus inimigos encontrados dos conjurados: Mais que nunca seu tempo triunfará, Três e setenta à morte bastante assegurados. Interpretação: A alma que foi expulsa de um corpo anterior (pela morte), a outro corpo tornará. Seus inimigos, os maus hábitos, serão encontrados na conjuração de sua natureza com a natureza corporal. Em cada existência corporal ela triunfará um pouco mais. Quando a pessoa atinge os setenta anos, os três (espírito, corpo e alma) sentem a aproximação da morte com mais certeza. Comentário: dispensável.

VI - LXXV

Tradução: Em cidade grande um monge e artesão, Perto da porta alojado e às muralhas: Contra Modena secreto, cripta dizendo: Traídos por fazer sob cor de esponsais.

Le grand pilot par Roy sera mandé, Laisser la classe pour plus haut lieu attaindre: Sept ans apres sera contrebandé, Barbare armee viendra Venise craindre.

Interpretação: Eu me coloco nesta obra como se fosse um monge e artesão alojado junto a porta de cidade grande, protegida por muralhas. Nestes termos colocoa à frente dos teus olhos, protegida por sistema literário enigmático. Porém, os segredos contidos nesses textos em desfavor da Coletividade Humana (Modena), pois que

Tradução: O grande piloto por Rei será mandado, Abandonar a classe para mais alto lugar atingir: Sete anos depois será contrabandeado, Bárbara armada virá Veneza temer.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: O espírito ("O grande piloto") será mandado por uma Organização Espiritual Superior ("por Rei") abandonar a estrutura vital do corpo ("a classe") para damandar a lugar mais alto. Após um tempo determinado ainda ("sete anos") voltará a ser reencarnado ("será contrabandeado"). Então, ele ("Veneza") virá a se atemorizar ao ter que enfrentar uma nova vida humana com toda a sua natureza física e ambiental, que para ele parecerá uma armada bárbara. Comentário: "Veneza": neste caso, a individualidade do espírito à semelhança da natureza bela da cidade de Veneza.

VI - LXXVI La cité antique d'antenoree forge, Plus ne pouvant le tyran supporter: Le manche fainct au temple couper gorge, Les siens, le peuple à mort le viendra bouter. Tradução: A cidade antiga de antenorada forja, Mais não podendo o tirano suportar: O braço fingindo ao templo cortar garganta, Os seus o povo à morte virá botar. Interpretação: O espírito é um ser valente como o príncipe troiano Antenor. Sua constituição individual é antiga ("cidade antiga"). Outrossim, ele aparenta ter uma inclinação para o suicídio, pois quando encarnado, não podendo mais suportar a tirania do corpo ele se afasta pela ação da morte. Nestes termos ele está matando o seu corpo pela ação de suas energias e pelos microorganismos os quais perfazem o seu povo. Na realidade é u'a morte fingida. Comentário: Para quem está familiarizado com os processos ditados pela doutrina da reencarnação esta quadra em poesia simbolista é de uma pujança magistral. A metáfora neológica "d'antenoree forge" é uma agente de sentido amplo que encadeia os pensamentos por associação de idéias ligadas ao processo reencarnatório. Vejamos em síntese: Mencionei na interpretação apenas o príncipe

troiano Antenor. Porém, a metáfora envolve, também, o escultor Antenor, Ateniense que viveu no século VI e esculpiu o chamado grupo "Os Tiranicidas" representando Harmodius e Aristogiton que eram venerados como heróis por terem matado Hipparchus, o tirano de Atenas... Outrossim, "antenoree" é um neologismo derivado de "Antenegesie: Antenegesia: gerado em tempos pré-históricos". Ou, "gerado antes". E, derivado, também, de "Antinéasme: Anteneasmia: que em linguagem médica significa: propensão para o suicídio. Em conceitos esotéricos - o espírito é um suicida constante. Ou, mais propriamente, um mártir intermitente. Por isto, Nostradamus aplica o gerúndio "fingindo" no 3º verso. Ele tem a necessidade evolutiva de reencarnar. Então, é instado por Organização Espiritual Superior, compreende e aceita o sacrifício. É como se morresse para a sua vida no mundo espiritual. Depois aqui é instado a desencarnar para voltar a seu mundo. Novo martírio. E assim, sucessivamente, até conquistar a angelitude. Nestes parâmetros é que temos a sensação de suicídio. "ao templo cortar a garganta": a agonia da morte.

VI - LXXVII Par la victorie du deceu fraudulente, Deux classes une, la revolte Germaine, Le chef meutry et sons fils dans la tente, Florence, Imole pourchassez dans Romaine. Tradução: Pela vitória do iludido fraudulenta, Duas classes uma, a revolta Germana, O chefe mortificado e seu filho dentro da tenda, Florence, Imole perseguidos dentro da Romaine. Interpretação: Durante o processo da morte do corpo, duas classes de microvidas ("Duas classes") que perfaziam a vida da pessoa ("uma") promovem uma revolta genocida ("a revolta germana"). Entretanto, a classe predadora estará iludida. Terá uma vitória fraudulenta. Logo o corpo estará mortificado ("O chefe mortificado") e também, depois o cérebro morrerá

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Arvedus dentro da cabeça ("e seu filho dentro da tenda"). Neste transe a Alma ("Florence") e o Espírito, imolados ("Imole") sentir-se-ão perseguidos pelo tribunal da consciência ("perseguidos dentro da Romaine"). Comentário: "Germana": metáfora derivada de "Germain": irmãos carnais, primos irmãos, irmãos gêmeos. "tenda": metáfora de cabeça. "Florence": Florência: metáfora de Alma. "Imole": no caso, personificação de espírito sob imolação. "da Romaine": da balança romana. No caso, metáfora referente a julgamento em tribunal. Então, no tribunal da conciência. É sabido que no transe da morte do corpo a memória do corpo e da alma, em conjunto repassam todos os episódios vividos - como se fosse um vídeo-tape para a consciência da alma. Assim, ela sofre um autojulgamento.

VI - LXXVIII

apócope. "Basilique": Basílica - com o sentido do latim "B ASILICA, AE: edifício público em que se tratavam os negócios da República e se ajuntavam os tribunais, os contratadores, etc. No caso, com o sentido de que a morte provêm de uma sentença Justa da Providência Divina, ou Tribunal Divino, em benefício do corpo, alma, espírito...

VI - LXXIX Pres de Tesin les habitans de Loyre, Garonne et Saone, Seine, Tain et Gironde, Outre les monts dresseront promontoire, Conflit donné, Pau granci, submergé onde. Tradução: Perto de Tesin os habitantes de Loyre, Garonne e Saone, Seine, Tain e Gironde, Além dos montes erguerão promontório, Conflito dado, Pau granci, submergido onda. Interpretação: Motivados por suas necessidades e capacidades próprias ("Perto de Tesin") os habitantes da Terra ("os habitantes de Loyre") usando dos seus cinco sentidos (Nota do intérprete: os cinco nomes do 2º verso) promoverão SISTEMAS de viver e conviver muito afastados da Sabedoria ("Além dos montes erguerão promontório"). Por esse motivo viverão em conflitos intermináveis ("conflito dado"), e sofrerão a pungência da miserabilidade ("Pau Granci"), submergidos nas ondas do mau comportamento.

Crier victorie du Grand Selin croissant, Par les Romains sera l'Aigle clamé, Ticcin, Milan et Gennes y consent, Puis par eux mesmes Basil grand reclamé. Tradução: Gritar vitória do grande Selin crescente, Pelos Romanos será a Águia clamada, Ticcin, Milan e Gennes nisso consente, Depois por eles mesmos Basil grande reclamado Interpretação: E, nesse transe, toda a estrutura inteligente do corpo ("do grande Selin") estará a gritar por crescente vitória a fim de ter a continuação da vida corporal ("será a Águia clamada"), com o mesmo ímpeto que os Romanos clamavam pela vitória no limiar da queda do Império Romano. Então, corpo ("Ticcin"), alma ("Milan") e espírito ("Gennes") estarão consentindo nisso. Depois de ter tanto reclamado eles compreenderão as finalidades da vida e da morte e aceitarão a sentença do Grande Tribunal ("Basil"). Comentário: "Selin": Salino. metáfora do corpo do homem por ele ser composto dos sais da terra. "Basil": metáfora derivada de "Basilique" por

Comentário: Prezado leitor: Apresento esta interpretação mais por intuição inspirada pelo texto, e baseada nas metáforas. Creio ter alcançado o pensamento essencial de Nostradamus quando montou esta quadra. Quanto à veracidade do meu pensamento em relação ao dele é muito difícil aceitar, não é? Entretanto, se interpretei erradamente não estou fugindo à realidade dos fatos. Mormente aos fatos em nossos dias. Como utilizei as metáforas: "Tesin": contração do adjetivo "Tes: posses, teus, tuas + a desinência latina "in" com sentido de em, no íntimo, fazendo parte, etc. Portanto, "perto de Tesin" corresponde a uma associação de idéias de algo que está nas posses dos

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Assim falou Nostradamus homens. Em sua intimidade. Então nos leva ao essencial no viver, isto é, as necessidades e as capacidades para suprir. "de Loyre": da Terra. Os nomes de regiões e rios mencionados no segundo verso podem ter uma explicação mais detalhada. Porém, usadas simplesmente como perfil dos cinco sentidos, creio dar aplicação suficiente. "montes": Esotericamente montes ou montanhas costumam ser usados por metáfora de sabedoria elevada. Por exemplo: "O sermão da montanha", proferido por Jesus Cristo tem o sentido esotérico de "sermão de alta sabedoria". "promontório": elevação escabrosa. Com esta metáfora ele está dizendo que a mentalidade e comportamento dos humanos têm sido "opostas às conveniências ou ao decoro", segundo menciona o dicionário. Isto é, que os homens têm se afastado das Leis Sábias da Providência Divina e as têm substituido por leis e comportamentos escabrosos. "Pau": Pau é uma radical da gramática latina sempre com sentido de pouco, raro, pobre, quase nada, necessidade, indigência, miséria, etc. "Granci": Entendo que ele montou um neologismo com apócope de "grand merci": que tem a significação de "obrigadíssimo". Portanto, "Pau Granci" tem o sentido que pode ser ampliado para: com sua mentalidade e comportamento escabrosos os homens produzirão uma vivência miserável para todos. Ou, estarão obrigados à miserabilidade por força do mau comportamento, ou comportamento errado, injusto, iníquo.

VI - LXXX De Fez le regne parviendra à ceux d'Europe, Feu leur cité, et lame trenchera: Le grand d'Asie terre et mer à grand troupe, Que bleuz, pers, croix à mort dechassera. Tradução: De Fez o reino estenderá a aqueles da Europa, Fogo sua cidade e lâmina trinchará: O grande da Ásia terra e mar à grande tropa, Que azuis, verdes-gaio, cruz, à morte descarnará. Interpretação: O tipo de comportamento religioso e de comportamento cívico próprio dos cidadãos da

cidade de Fez ("De Fez o reino") estender-se-á aos cidadãos da Europa. Discórdias e lutas ferozes ocorrerão por toda a Europa ("Fogo sua cidade"); e a dor retalhará a todos ("e lâmina trinchará"). O grande postulado religioso que tem sido elaborado na Ásia desde a antiguidade, ("O grande da Ásia") através do intercâmbio entre homens e seres espirituais ou almas ("terra e mar") virá em grande escala sobre a Europa e depois para a Mundo todo ("à grande tropa"). E, de tal forma e modo que aprimorará ("à morte descarnará") a mentalidade dos grandes pensadores e dos grandes religiosos ("Que azuis") e a mentalidade de todos aqueles que perfazem a Sociedade humana, isto é, os adeptos e seguidores que se dedicam a aprender e pôr os ensinamentos em prática ("verdes-gaio"). Por estes parâmetros, os seres humanos não passarão mais por tão pesados sacrifícios ("cruz") como têm e terão passado ("à morte descarnará"). Nota: "azuis": Azul, esotericamente, tem o significado de pensamento, ou mentalidade serena e construtiva. Comentário: "De Fez o reino": para o melhor entendimento desta alegoria é necessário que o leitor analise toda a condição humana e ambiental que ocorria nesta cidade na época de Nostradamus. A enciclopédia fornece dados quase suficientes. Deve ser levado em conta - o clima hostil; as tradições religiosas e cívicas; a índole regional e os costumes, etc. Por uma análise a grosso modo, sou de opinião de que a temperatura é um fator de grande importância ao atuar sobre o homem. Ela muda sua personalidade a cada momento e mesmo o seu caráter. A temperatura ambiente ideal é a de 20 a 25 graus centígrados. Para baixo ou para cima destas ela passa a irritar e a transtornar o comportamento das pessoas. É fácil observar que nas regiões do Equador e dos trópicos os habitantes são mais hostis e mais pobres do que os habitantes de regiões de clima temperado. O mesmo se dá com a temperatura do corpo. A ideal é de 36 graus centígrados. Baixando ou subindo transtorna a mente e o comportamento da pessoa. Torna-se tíbia e ao mesmo tempo violenta. Por tais razões Nostradamus usou metáforas e alegorias baseadas em cidades, vilas e regiões -

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Arvedus conforme ele menciona nas cartas... "O grande da Ásia": O grande volume de sabedoria religiosa e filosófica provinda da Ásia. "Que azuis": Pessoas dotadas de profundos conhecimentos religiosos, filosóficos, intelectuais e científicos. Em tese: o azul profundo dos céus, e dos mares. "verdes-gaio": verde-gaio, é o azul esverdeado. No caso, é metáfora de inteligência mediana. "cruz": símbolo do homem sujeito aos sacrifícios promovidos pelo ambiente externo e interno. "à morte descarnará": metáfora com sentido de exaustão, de diminuição dos erros, defeitos, pecados e do sacrifício que prejudicam o Homem e/ou o Espírito quando encarnado neste caso

VI - LXXXI Pleurs, cris et plaints, hurlemens, effrayeur, Coeur inhumain, cruel, noir et transy: Leman, les Iles, de Gennes les maieurs, Sang espancher, frofaim, à nul mercy. Tradução: Choros, gritos, queixumes, lamentos, horror, Coração inumano, cruel, negro e transido: Leman, as Ilhas, de Gennes os maiores, Sangue espalhar, frio, fome, a ninguém misericórdia. Interpretação: Pelo fato de haver u'a multidão de gente dotada de coração inumano, cruel, negro e transido. Humanidade ("Leman") e as pessoas ("as Ilhas") passarão pelos maiores tormentos ("de Gennes"). Estarão a espalhar o sofrimento ("Sangue espalhar"), a miséria ("frio, fome") e para ninguém haverá misericórdia. Ouvir-se-á muito choro, gritos, queixumes, lamentos, horror ("1º verso"). Comentário: "De Gennes": ("francês arcaíco") metáfora derivada de "Gene": "Tortura, tormento; (fig.) constrangimento, penúria, mortificação, fazer grandes esforços de espírito, etc." "frofain": Metáfora de frio e fome.

VI - LXXXII

Viendra errer nepveu du grand Pontife: Assomé à sept avecques lourde fourche, Par ceux qu'après occuperont le Cyphe. Tradução: Pelos desertos do lugar livre e feroz, Vira a errar sobrinho do grande Pontífice: Subjugado a sete com pesado tronco, Por aqueles que depois ocuparão Novo Projeto. Interpretação: O espírito humano está destinado a permanecer no âmbito da Terra, cuja situação simbólica é: de uma grande extensão livre, desértica e hostil para ele. Virá a palmilhar por ela na posição de sobrinho do grande Pontífice (Jesus). Por sete milênios estará subjugado por pesados sacrifícios na carne, e fora dela. Assim viverão todos os espíritos humanos, e após esses tempos pré-estabelecidos, segundo as profecias, viverão subordinados a um Novo Projeto Divino, que por enquanto só conhecido por Deus. Comentário: "sobrinho": - por este símbolo ele enquadra o espírito humano como anjo rebelde, filho de Lúcifer, o qual é esotericamente irmão do Cristo, em razão de qualidades, poderes e intenções, - na eterna luta entre o bem e o mal. "Cyphe": Em português - Cifra. Cifra: escrita secreta; plano ou projeto secreto.

VI - LXXXIII Celuy qu'aura tant d'honneur et caresses A son entree e la Gaule Belgique, Un temps apres fera tant de rudesses, Et sera contre à la fleur tant bellique. Tradução: Aquele que terá tanto de honra e carícias, À sua entrada na Gália Bélgica, Um tempo depois fará tantas rudezas, e estará contra à flor tanto bélica. Interpretação: O recém-nascido, que terá tanto de honra e carícias ao principiar a vida humana; ao crescer fará muitas coisas rudes e estará contra os bons princípios, os quais lhe parecerão opressivos.

Par les deserts de lieu libre et farouche,

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Assim falou Nostradamus

VI - LXXXIV Celuy qu'en Spartilhe Claude ne peut regner, Il fera tant par voye seductive; Que du court, long, le fera araigner, Que contre Roy fera sa perspective. Tradução: Aquele que em Sparthe Claude não pôde reinar, Ele fará tanto por via sedutiva: Que do curto, longo, o fará arranhar, Que contra Rei fará sua perspectiva. Interpretação: Aquele que não tem capacidade de se comportar na vida com austeridade e sobriedade ("em Sparthe") é um imbecil ("Claude") que não pode dirigir a sua vida e muito menos as vidas de outrém ("não pôde reinar"). Principalmente - em funções de Estado e de Religião ("reinar"). Ele fará muita coisa por via da sedução, intrigas, demagogia. Qualquer decisão que pode ser ordenada por sentença curta ("Que do curto"), ele faz longo discurso, parecendo uma aranha tecendo a teia para aprisionar insetos incautos. Um Governante, um Político, um Religioso, desse tipo prejudicará o Povo ("Que contra Rei") e o encaminha a se comportar em condições similares às deles ("fará sua perspectiva"). Comentário: O assunto desta quadra está dentro da sentença popular: "Cada Governo tem o povo que merece, assim como cada Povo tem o Governo que merece"). "em Sparthe": da proverbial índole Espartana: austeridade, rigor, sobriedade. "Claude": imbecil, tolo, maluco, idiota.

VI - LXXXV La grand'Cité de Tharse par Gaulois Sera destruite, captif tous à Turban: Secours par mer du grand Portugalois, Premier d'esté iour du sacre Urban. Tradução: A grande cidade de Tharse por Gaulês Será Destruída, cativos todos a Turban: Socorro por mar do grande Portugalois, Primeiro d'esté o dia do sacro Urban.

Interpretação: O farisaísmo da índole de Saulo de Tarso ("A grande cidade de Tharse") terá sua estrutura destruída pelo Cristianismo ("Por Gaulês será destruida") , e também todos os cativos da turbação mental provocada por doutrinas anti-Cristãs, (Nota: ou o anti-Cristo) serão esvaziadas. Socorro virá pelo poder Celeste ("por mar") aliado ao poder de Sacerdócio terreno ("do grande Portugalois"). E isto será realizado desde o princípio do fim da Era Negra, ou Era Hibernal, na conformidade das Profecias para os últimos tempos, quando terá começado o Julgamento Final ("Primeiro d'esté"), ocasião em que a Justiça Divina será imposta com severidade e ao mesmo tempo com urbanidade ("do sacro Urbano"). Comentário: Nesta quadra Nostradamus obriga-me a subentender a sua convicção de que o Cristianismo tem um Poder extraordinário para sublimar a capacidade moral da Humanidade toda. Compreendo a sua convicção pelo fato de eu esposar essa mesma convicção. Portanto, estou em simbiose com o pensamento dele no que tange aos Evangelhos e Profecias. Devo confessar, para bem da verdade, que devo e cuido de respeitar o Direito e o Dever das outras Religiões e de todos os seus seguidores. Estou convicto de que todas as boas Religiões são Escolas capacitadas para promover o progresso do Mundo e a sublimação do Espírito. Estas duas finalidades essenciais envolvem todo o trabalho eternal governado pela Vontade de Deus, que tudo faz para que seus filhos conquistem a Felicidade prometida por Ele. Ser adepto desta ou daquela Religião ou Seita de boa qualidade moral é apenas questão de gosto pessoal. Compreendo que a minha convicção pela excelência do Cristianismo está baseada em fatos, realidades, que me dão a Fé nas palavras do Cristo Jesus registradas por seus Apóstolos e Discípulos. e por análise acurada suprida pelas experiências da Vida. Estou certo de que Nostradamus professava os mesmos critérios. Assim como "pelos frutos se conhece a árvore" estou convicto de que conheço o íntimo dele exposto nas quadras e Cartas. Observo que muitas vezes ele usa palavras, sentenças e metáforas com expressões mordazes. Até

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Arvedus cruéis, manifestando uma personalidade por demais rigorosa. Entendo que sua intenção será de apenas ferir, chocar a consciência do leitor a fim de sensibilizar o raciocínio para o sentimento. Do mesmo modo usado pelos Profetas bíblicos. Observo que ele mostra uma profunda mágua e antipatia pelos Espanhóis, Islâmicos, gente da África, Romanos antigos, do mesmo modo que mostra antipatia por cidades e regiões, etc. Então, usou estes e aqueles por metáforas depreciativas, em condição similar às desta quadra, que exponho a seguir: "Tharse": metáfora com dois sentidos associados: com sentido de torso (do pé) e de Tarso (cidade da Síria). "tarse": "tarço, parte do pé que está antes dos dedos". Portanto, é parte da estrutura do corpo. "Tharse": ou Tarse: cidade de Tarso na Síria. Relacionando-se ao assunto da quadra, ele está se referindo ao Apóstolo Paulo de Tarso. O qual, antes de ter sido convertido na estrada de Damasco chamava-se Saulo, e era sacerdote poderoso da Igreja dos Fariseus. E sua capacidade era tamanha no sentido de destruir o Cristianismo, que levou Jesus Cristo a aparecer aos seus olhos em pleno dia. Desse momento em diante ele se tornou Cristão e acabou sendo um poderoso baluarte do Cristianismo. Então, nesta quadra "Tharse" é uma alegoria alertando que, segundo às profecias, as Organizações Religiosas irão depurando os dogmas e ortodoxias errôneas e prejudiciais, inclusive o fanatismo, de modo similar ao acontecido com Saulo de Tarso. "Gaulês": neste caso, metáfora de Cristianismo. É conveniente observar que esta alegoria vale para cada pessoa e por consequência para toda a Humanidade ("A grande cidade de Tharse"). "Turban": esta metáfora, também, exige uma associação de sentidos para condizer com o assunto da quadra. Ela fundamenta os sentidos ditados pelo dicionário para o substantivo "Turban"; para o substantivo "Turbe"; para o adjetivo "Turbe"; e para o substantivo "Turbier". "Turban": Turbante. Por expressão idiomática francesa: "Prende le turban" significa: fazer-se maometano". Portanto, com esta metáfora ele estará

especificando o Maometismo. Porém, sou de opinião de que esperava que os intérpretes considerassem o sentido da quadra envolvendo todas as Religiões, inclusive todas as Seitas Cristãs, isto é, o Catolicismo, o Protestantismo, a Igreja Ortodoxa, o Espiritismo Cristão, etc. E, esta metáfora acrescenta, também, o sentido de turbação dos sentidos e da inteligência de cada pessoa. "Socorro por mar": socorro vindo do Espaço Celeste. "Portugalois": metáfora composta de "Port: porto + "galois": galos. "Galos": ou Caribantes eram os nomes dados aos sacerdotes de Cibele nas mitologias grega e romana. Cibele personifica a deusa da Vida e/ou deusa da Natureza. Portanto, "do grande Portugalois" representa o esforço sacerdotal, em geral, no sentido de ensinar e esclarecer os povos. "d'esté": "esté" é o particípio passado do verbo "ester", cujo significado é: "comparecer em juízo. E, também, o substantivo "esté" ou été: verão. Estação do verão. Portanto, ele está exprimindo a idéia de que a partir do "princípio do fim" "Primeiro de verão", que é justamente o final deste segundo milênio já está começado o Julgamento Final, mas não a condenação das almas. A condenação virá após o ano 3000 D.C., sendo que Nostradamus especifica para os arredores do ano 3797 D.C. Até lá, toda e qualquer alma por pior que seja ainda terá a oportunidade de ser salva da condenação de ser expulsa da Terra para um Planeta mais hostil que ela, cuja situação é semelhante aos nossos tempos das cavernas. Alí as que foram expulsas reiniciarão nova caminhada evolutiva... "dia do sacro Urban": Fase da consagração das almas que permanecerão na Terra, na conformidade com as promessas de Jesus, e de Deus através dos Profetas. "sacro Urban": sagrado Urbano. Reverência que Nostradamus faz a Jesus Cristo, Juiz Supremo do Juizo Final, e ao mesmo tempo a todos os seres de Sua Hierarquia... Urbano, com sentido de urbanidade, civilidade, afabilidade, boa vontade, pronunciação correta e agradável, respeitando os Direitos das almas humanas, etc...

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Assim falou Nostradamus

VI - LXXXVI Le grand Prelat un iour apres sons songe Interpreté au rebours de son sens: De la Gascongne luy surviendra un monge Qui fera eslire le grand Prelat de Sens. Tradução: O grande Prelado um dia após seu sonho, Interpretado ao contrário de seu sentido: Da Gasconha a ele sobrevirá um monge Que fará eleger o grande Prelado de Sentidos. Interpretação: Esta obra, digna de um grande Prelado, elaborada em imagens um tanto confusas como nas visões dos sonhos, por tempo incerto após a minha vida será interpretada com seus sentidos ao contrário das minhas intenções. Porém, um dia uma pessoa até mesmo de pouca cultura, mas dotada de um senso de devotamento semelhante a de um monge, uma pessoa comum, incógnita no universo cultural, interpretará o grande Postulado de sentidos de forma e modo que será aceito por gente erudita nesses assuntos e mesmo por pessoas de erudição mediana. Por grande maioria de outros será taxado de "gascão" ("Da Gasconha"). Comentário: Nesta quadra, Nostradamus vaticina, ou até profetiza, que em ocasião indeterminada, mais provavelmente no século XX, apareceriam pessoas que viriam interpretar seus textos em forma singela e ao mesmo tempo um tanto grosseira em relação ao que é suposto de se esperar. Isto é, todo leitor está na expectativa de que a obra monumental de Nostradamus só poderá ser compreendida se a interpretação for devidamente realizada por uma pessoa de cultura renomada em cultura acadêmica. O Dr. Jean Charles de Fontbrune, hoje considerado uma das maiores autoridades no assunto, em seu livro iditado pela Editora Nova Fronteira S/A e pelo Círculo do Livro apresenta uma relação de dezenas de intérpretes, dos mais destacados, desde o ano 1580 até o ano 1980. A maioria de franceses. Dentre os relacionados só tive a possibilidade de conhecer o trabalho do Dr. Fontbrune o qual é realmente magistral em linha histórica, e principalmente no ítem intitulado "Epílogo: Modéstia". Analisei sua obra mais de perto e ela me

ajudou muitas vezes em minhas pesquisas. O mesmo ocorreu com o livro da intérprete inglesa, Sra. Erika Cheetham. Analisei por alto um livro do Sr. Papus, e outro do Sr. P. V. Piobb, ambos editados pela Editora Três. Estes muito suscintos, e embora de estilo apurado, e de conteúdo aproveitável em matéria de cultura percebi que fogem à veracidade do pensamento vivo de Nostradamus. Li, também, a obra do Sr. Marques da Cruz, o qual praticamente endossa o resultado das interpretações por linha histórica, elaborados pelos acima citados. Porém, no seu conjunto é obra de grande valor cultural. Não posso deixar de mencionar o livro entitulado "Fim dos Tempos" do astrólogo Omar Cardoso, que embora restringindo às duas Cartas e poucas quadras traz bom valor cultural. Por conclusão todos os mencionados me ajudaram, de algum modo, a entender o pensamento de Nostradamus, embora eu conteste, por natureza, que eles tenham alcançado a veracidade dos pensamentos dele. Então me pergunto: Será que entre os relacionados pelo Dr. Fontbrune estará aquele intérprete que realizou o vaticínio de Nostradamus nesta quadra? Se estiver, deve ter sido considerado "o monge" e sua obra permanece no ostracismo. Não tenho a menor dúvida de que a chave para abrir as portas desse "monumento de Nostradamus" tem a forma singela de uma cruz, cujo cabo é a metafísica, as duas pontas laterais são os dons da alma e dons do corpo, e a ponta central são os dons do espírito. Para ser mais claro: pela metafísica aprendese que o espírito da pessoa comumente terá nascido a milhares de anos - simples e inocente. Com o correr dos tempos cá e lá estará sempre recebendo conhecimentos, e assim vai desenvolvendo o seu potencial de inteligência, que fica gravado e ativo em seu dispositivo da memória. Da mesma forma em que ocorre com a memória do cérebro. Ou de modo semelhante, só que mais aperfeiçoado. O mesmo se dá com a memória da alma. Por esses fatores eu estou dotado ou estou tendo o dom de interpretar o pensamento de Nostradamus. Cujo pensamento agiu dentro dos mesmos princípios de inteligência. Como ele usou símbolos, metáforas, etc., eu

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Arvedus posso ter sido desviado, algumas vezes dos verdadeiros sentidos que ele pensou. Então posso ter interpretado alho por cebola, ou vice-versa. Porém, regido, ora pelo sujeito ou agente da sentença, ora regido pelo predicado dificilmente terei mudado a veracidade do assunto. Do mesmo modo que um prato temperado com alho, ou com cebola, se altera o gosto não altera o valor nutritivo do feijão, do arroz, da carne. Concluindo este sumário devo repetir: Nostradamus centralizou em sua obra a importância do espírito humano, imortal, em sua evolução para a angelitude. E por consequência a evolução do Espírito Humano e do progresso material na Terra. Aí está a chave do "monumento". "Prelado": Neste caso é metáfora com duplo sentido simbolizando a pessoa dele e sua obra.

VI - LXXXVII L'election faicte dans Francfort, N'aura nul lieu, Milan s'opposera: Le sien plus proche semblera si grand fort, Qu'autre le Rhin és mareschs cassera. Tradução: A eleição feita dentro de Francfort, Não terá nenhum lugar, Milan se oporá: O seu mais próximo parecerá tão grande forte, Que outro o Reno em atoleiros fracassará. Interpretação: A interpretação que for realizada dentro do sentido verdadeiro ("dentro de Francfort") dificilmente será aceita ("Não terá nenhum lugar"), e muitos ("Milan") se oporão a ela. Os sentidos exotéricos das sentenças quando lidas ao pé da letra parecerão mais verdadeiros ("parecerá tão grande forte"), e assim os sentidos esotéricos ou subentendidos ("Que outro") não serão aceitos e tal interpretação verdadeira será posta no ostracismo, fracassada, à semelhança das águas do Reno que ficam abandonadas nos atoleiros. Comentário: "Francfort": metáfora derivada de: franco e forte. Fortemente verdadeiro. "Milan": metáfora significando muita gente. À semelhança de população da cidade de Milão. Portanto, muitos contestarão. Esta quadra evidencia o fato constante de os intérpretes montarem suas interpretações com

episódios históricos, na suposição de que Nostradamus estaria profetizando tais acontecimentos. Nesta conjuntura a interpretação torna-se realmente fracassada. "A vaca vai pro brejo", conforme expressa este ditado popular no Brasil. Esta quadra evidencia bem o fato de os intérpretes embarcarem constantemente no sofisma por falta de cuidado em observar o conjunto de sentidos dados pelo sujeito, verbo e predicado das sentenças, dos versos e da quadra. No caso desta quadra costumam interpretar "Francfort" por Frankfurt, que é uma cidade alemã. Daí, e tomados pela pré-concepção de que o assunto refere-se a algum episódio político e/ou bélico, e que Nostradamus está oferecendo uma profecia a respeito acabam montando uma ficção que nada tem a ver com o peixe. Nesta conjuntura, por exemplo: o Sr. Fontbrune montou uma interpretação nos episódios históricos ocorridos em 1871 com referência "A paz de Frankfurt". A Sra. Cheetham montou uma interpretação nos episódios da eleição do Imperador Ferdinando no período de 1558-1562. Se o intérprete seguir à risca as orientações que Nostradamus dá pelas Cartas: ao filho Cesar, e ao Rei Henrique livrar-se-á em grande parte de tais enganos. E é bom que a tradução delas e das quadras seja feita ao pé da letra, ou tradução literal. Assim evita grande margem de erros. E não deve traduzir com interpretação préconcebida. Há quadras com assuntos em sequência, e outras sem sequência. As profecias dele referem-se a situações mentais, tanto do indivíduo, quanto da Coletividade, as quais situações desaguam nos acontecimentos concretos em turbulências analisáveis. Portanto, situações psíquicas e físicas - e metafísicas. E em sentido global. À semelhança das Profecias Bíblicas...

VI - LXXXVIII Un regne grand demoura desolé, Aupres de l'Hebro se seront assemblees; Monts Pyrenees le rendront console, Lors que dans May seront terre tremblees. Tradução: Um reino grande continuará desolado,

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Assim falou Nostradamus Ao pé do Hebro se estarão assembleados: Montes Pireneus o tornarão consolado, Quando que dentro de May serão terras tremidas. Interpretação: Pelo fato de eu ter usado a síntese e a linguagem enigmática nestes versos e nestas quadras, uma grande parte dos conhecimentos continuará obscura ("1º verso"). As idéias estarão conjugadas ("assembleadas") com a linguagem e as tradições do Velho Testamento Hebraico ("Ao pé do Hebro"). Intérpretes bastante dotados de conhecimentos Religiosos e Acadêmicos ("Montes Pireneus") desenvolverão esses sentidos a contento ("o tornarão consolados"). Principalmente nos chamados fins dos tempos (Nota do intérprete: dentro do lagar segundo os Profetas). "Quando que dentro de May" as populações passarão por grandes turbulências sociais e consequentes sofrimentos ("serão terras tremidas"). Comentário: Nesta quadra ele faz menção ao que já é evidente, no sentido de alertar mais uma vez de que os intérpretes podem e devem esclarecer melhor seus pensamentos, através de redação escrita e de conferências. De acordo com a capacidade de erudição de cada um. E faz subentender que o Velho Testamento da Bíblia, naturalmente revestido pelos Evangelhos do Novo Testamento, visto que ambos são envolvidos pela linguagem, tradição e costumes dos Hebreus, perfazem o melhor instrumento do Conhecimento: Religioso, Filosófico e Científico; necessários ao progresso Moral e Físico dos Homens. "Montes Pireneus": alegoria de complexo de conhecimentos elevados. "May" ou Mei: o fundo do lagar de azeite, ou de vinho. A expressão francesa "Arbre de Mei" tem a significação de: árvore de maio, árvore que se planta no dia 1º de maio em frente da porta de pessoa que se quer honrar. Com estes dois sentidos em ação convergente ele está mencionando os sentidos das profecias. Isto é, que nos tempos de maior turbulência como estes nossos tempos as populações são espremidas pelo sofrimento como as uvas e as azeitonas no lagar. Mas, ao passar por tais injunções o Espírito Humano, individual e Coletivo estarão sensibilizados para o

enobrecimento. É o mesmo que os profetas costumam registrar pela expressão esotérica: "para enobrecer as bodas do Cordeiro". Isto é o que posso esclarecer em forma sumária...

VI - LXXXIX Entre deux cymbes pieds et mains attachez, De miel face oingt, et de laict substanté: Guespes et mouches fitine amour fachez, Peccilateurs faucer, Cyphe tenté. Tradução: Entre dois barquinhos pés e mãos atados, De mel face untada, e de leite substanciado: Vespas e moscas fitina amor afligido, Copeiros corromper, Cálice tentado. Interpretação: Corpo e alma estão atados às circunstâncias da vida terrena, como dois barquinhos atados entre si. Ambos pretendem usufruir das delícias apetitosas da vida ("De mel face untada"), em postura irresponsável como se fossem crianças ainda na fase de amamentação ("e de leite substanciado"). São afligidos pelo resultado de pensamentos e atitudes pouco dignos ("Vespas e moscas") produzidas pelas emoções e paixões proporcionadas pelo sangue ("fitina amor afligido"). Agem como copeiros mal intencionados em corromper ("Copeiros corromper") o Espírito ("Cálice"), o qual por eles é tentado. Comentário: "Vespas e moscas": são metáforas usadas nos meios esotéricos para figurar os maus pensamentos e atitudes consequentes. "fitina": segundo assevera o dicionário é: "substância fosforada, existente nos vegetais como material de reserva, usada em terapêutica". O dicionário latino menciona: "PHITEUNA, ÃTIS: uma planta que serve somente para feitiços amatórios. Portanto, é metáfora bastante expressiva para o assunto desta quadra. "Cálice": Neste caso, com"C" maiúsculo é símbolo do espírito. Um cálice de cristal puro sendo tentado a ser manchado (corrompido) pelos copeiros

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Arvedus (corpo e alma). Para mim, inspira neste momento uma pessoa sendo tentada astuciosamente por um casal a fim de gozar de prazeres indecorosos, constantemente. A qual pessoa não aceita, porém, por força das circunstâncias a que está enlaçado torna-se conivente...

VI - XC L'honissement puant abominable Apres le faict sera felicité: Grand excusé pour l'estre favorable, Qu'à paix Neptune ne sera incité. Tradução: O ignóbil fétido abominável, Após o feito será felicitado: Grande excusado, para não ser favorável, Que à paz Netuno não será incitado. Interpretação: Por muitas vezes, o homem comportase de modo ignóbil, fétido, abominável; e após o feito é até felicitado por outrém. E muitas vezes é excusado por outrém pelo fato de sua condenação não ser favorável para eles. Entretanto, sua Consciência ("Netuno") não terá paz ("4º verso"). Comentário: Nesta quadra ele faz menção de um fato que qualquer pessoa tem experiência para entender. O pior malfeitor, embora não manifeste, muitas vezes sofre muito dessa dor de consciência.

paixão. É a ação dos instintos selvagens provenientes dos primórdios da Humanidade e permanecem no corpo ("dentro da dorna") e virão apegados aos genes por atavismo quando a criança nascerá de gente de maus instintos ("do grande um filho Agrippe"). Comentário: "Agrippe": Agripa - é metáfora que conjuga dois sentidos simultâneos que dão força de expressão à quadra. Segundo o dicionário latino são os seguintes: "AGRIPPA, AE: o que nasce com os pés para diante. E, célebre Romano e outros". Este "célebre" foi Marcus Vipsantus Agrippa: general e homem de Estado no Império Romano, que viveu entre os anos de 63 e 12 A.C. Foi bisavô de Gaius Caesar, mais conhecido por Calígula. Calígula passou a ser símbolo das maiores imoralidades, em todo o tipo de literatura e de eloquência. Portanto, Nostradamus dá a entender que o homem pensa com os pés, isto é, muito apegado aos prazeres materiais. E é muito dominado pelas paixões como era o Calígula. E que os descendentes de homem e/ou mulher muito imoral estão sujeitos a ser malfeitores. Por questão de atavismo (herança de sangue). Nos meios reencarnacionistas é sabido que a alma, também, está sujeita aos instintos atávicos, tanto aos maus quanto aos bons instintos. Nisto entra a Lei do Carma, isto é, Lei das Causas e Efeitos...

VI - XCI

VI - XCII

Du conductuer de la guerre navale, Rouge effrené, severe, horrible grippe, Captif eschappé de l'aisné dans la baste: Quand il naistra du grand un fils Agrippe.

Prince de beauté tant venuste, Au chef mennee, le second faict trahy: La cité au glaive de poudre face aduste, Par trop grand meurtre le chef du Roy hay.

Tradução: Do condutor da guerra naval, Rubro desenfreado, severa, horrível paixão, Cativo escapado do mais velho dentro da dorna: Quando ele nascerá do grande um filho Agrippe.

Tradução: Príncipe de beleza muito cativante, Ao chefe trama, o segundo feito traído: A cidade ao gládio de pólvora face adusta, Por deveras enodoado o chefe do Rei odiado.

Interpretação: A "luta pela vida" ("da guerra naval") é produzida pelo cérebro ("Do condutor"), por um complexo de emoções desenfreadas ("Rubro desenfreado"); que desencadeiam em severa, horrível

Interpretação: O espírito é um príncipe de beleza muito cativante. Ligado ao corpo, sente-se a ele subordinado, e pelas ações dele sente-se traído.

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Assim falou Nostradamus A sua mente fica oprimida e angustiada como alguém ameaçado constantemente por inimigos armados de espadas, e o semblante sujo de fuligem de pólvora. Por seu comportamento, deveras pecaminoso, os homens provocam a ira das Leis de Deus ("o chefe do Rei odiado"). Comentário: "Ao chefe trama": o cérebro e/ou corpo trama e age contra a dignidade do espírito. "o chefe do Rei odiado": O conjunto de Leis Divinas, e das Leis humanas é desagradável e é odiado pelos homens. Principalmente as disciplinas impostas por elas.

VI - XCIII Prelat avare d'ambition trompé Rien ne sera que trop viendra cuider: Ses messagers, et luy bien attrapé, Tout au rebours voir qui le bois fendroit. Tradução: Prelado ávaro de ambição enganado Em nada será que bastante virá cuidar: Seus mensageiros, e a ele bem apanhado, Tudo ao contrário ver quem o bosque fenda. Interpretação: Dignitário religioso dotado de índole avarenta, e ambicioso por fama, riqueza e poder viverá enganado. Estará incapacitado para cuidar de suas verdadeiras funções de pastor de almas. Seus subordinados estarão inclinados a seguir seu mau comportamento ("e a ele bem apanhado"). Quem está dotado de tal má índole verá e executará suas funções ao contrário do que é esperado e ainda irá enfraquecer a fé dos paroquianos ("quem o bosque fenda"). Comentário: "o bosque": metáfora com idéia de cultivo de muitas árvores em uma área de terra. Portanto, "o bosque fenda" significa que a atuação ávara e ambiciosa do Dignitário incidindo sobre os párocos incidirá também sobre a fé dos paroquianos. Tudo por sequência e consequência.

VI - XCIV Un Roy iré sera aux sedifragues, Quand interdicts seront harnois de guerre:

La poison tincte au sucre par les fragues Par eaux meurtris, mort, disant serre serre. Tradução: Um Rei irado estará aos sedifragues, Quando interditados serão arneses de guerra: O veneno tingindo ao açúcar pelas fragues Por águas mortais, mortos dizendo cerra cerra. Interpretação: Um Poder disciplinador irado ("Um Rei irado") estará contra o fogo sedicioso ("sedifragues") dos homens e almas quando pela Providência Divina for dada a ordem de estancar as pompas militares ("arneses de guerra"). Então, os homens e almas compreenderão que um veneno mental está poluindo as suas virtudes ("ao açúcar") tirando-lhes a felicidade no viver e fazendoos sofrer intensamente como que supliciados em uma fornalha imensa ("pelas fragues") , e/ou pela turbulência de águas mortais. Nesses tempos as almas e homens estarão dizendo aos Céus: basta! basta! ("Cerra, Cerra"). Comentário: Entendo que nesta quadra Nostradamus sintetisou uma série de profecias da Bíblia, principalmente as do profeta Isaias secundadas pelas profecias de Jesus nos Evangelhos. Essas profecias falam de uma ação disciplinadora muito severa, não para apenas aterrorizar homens e almas, mas sim, fundamentadas em fatos sucessivos que se pode analisar facilmente nos acontecimentos do dia a dia. O leitor familiarizado com essas situações e conscientes da Justiça Divina entenderá facilmente as referências desta quadra. Os demais, também, desde que leiam os textos bíblicos com a melhor atenção. Devo lembrar que esta "ira Divina" não trata de u'a mesquinha Vontade de Deus no sentido de castigar homens e almas. Trata-se de um auto-castigo produzido por homens e almas que não sabem ainda utilizar as faculdades de Livre-Arbítrio proporcionado por ELE. Essa guerra tremenda vive e revive no cérebro de cada pessoa, de cada alma. E por consequência vive e revive em cada segmento da Coletividade. Observo que dia a dia deste nosso tempo esta "ira" está sendo incrementada e o disciplinamento necessário ao Bem Estar começa a se fazer. Os poderes disciplinados, em geral, já começam a se fazer sentir com maior intensidade por

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Arvedus adoção de medidas severas instituídas pelos Legisladores, Magistrados, Governantes, etc. Os líderes de bandos, de guerrilheiros, de narcotraficantes e outros que tais começam a ser arrostados com maior rigor, conforme determinam as Leis e a Justiça. E isto porque o "poder sedicioso" mostra-se implacável e tenta proliferar. É doença que só poderá ser curada através de cirurgia dolorosa, acompanhada por medicamentos mais suaves proporcionados pelo "poder educativo". O Amor, o respeito, a civilidade, a disciplina proporcionam a medicação adequada para quem queira utilizá-los. Para os que os recusam, apenas resta o bisturi... "sedifragues": neologismo derivado de "sedition e fragues": sedição e fráguas. Fráguas: com sentido de forjas, e fornalhas. "águas mortais": metáfora com sentido de ideais, ideologias, pensamentos e ação mortais como as águas poluidas que atingem as pessoas. "serre serre": metáfora derivada do verbo "serre", mas com soma de sentidos dos seus sinônimos, do mesmo modo que em português "Cerra" usando da mesma forma. Usei a locução "basta" no sentido de declarar que o sujeito "mortos" compreende a situação e se determina a executar. E ao mesmo tempo faz uma súplica a Divindade. "mortos": neste caso significa almas encarnadas e almas desencarnadas. Em virtude de que em conceitos esotéricos a alma encarnada está praticamente morta para o seu mundo, que é chamado espiritual. E ao mesmo tempo pessoas teimam em considerar que ela estará morta porque vêem que o corpo morreu.

VI - XCV Par detracteur calomnié à puis nay, Quand seront faicts enormes et martiaux: La moindre part dubieuse à l'Aisnay, Et tost au regne seront faicts partiaux. Tradução: Por detrator caluniado a depois nascido, Quando haverão feitos enormes e marciais: A menor parte duvidosa ao mais velho, E cedo ao reino estarão feitos parciais.

Interpretação: Quando este trabalho for interpretado devidamente, tanto o autor quanto os intérpretes serão caluniados ("caluniado a depois nascido") por detratores. E isto acontecerá mais quando haverá enorme progresso material e cultural, e enormes acontecimentos marciais. Nessa época só a menor parte dos eruditos estará em dúvida quanto à Lei da Reencarnação, o que é um fato mais velho que o Planeta Terra ("ao mais velho"). Porém, mais cedo do que supõem ("E cedo") quando forem para o mundo espiritual ("ao reino") enxergarão a verdade e farão parte dela ("estarão feito parciais"). Comentário: Evidetemente, esta quadra pode ser interpretada por muitas formas: Religiosas, Filosóficas, Científicas e/ou metafísicas. Optei pela Lei da Reencarnação - na minha convicção de que Nostradamus quis se referir a este fato primordial. E, também, o fiz fundamentado em suas cartas e quadras. E, ainda, por eu ter experiência e prática na intercomunicação com o chamado Mundo Espiritual. Não obstante, o prezado leitor tem o meu respeito à sua liberdade de pensar e de contestar, da mesma forma e modo que me é facultado o direito de manifestar meus pensamentos...

VI - XCVI Grand cité à soldats abandonnee, Onc, n'y eut mortel tumult si proche: O qu'elle hideuse mortalité s'approche, Fors une offense n'y sera pardonnee. Tradução: Grande cidade a soldados abandonada, Nunca tem havido mortal tumulto tão próximo: Oh! que hedionda mortalidade se aproxima, Excepto uma ofensa não aí será perdoada. Interpretação: A mentalidade humana ("Grande cidade") terá estado abandonada ao sabor das intenções pouco gratificantes, à semelhança de uma grande cidade abandonada à sanha de soldados indisciplinados e malfeitores. Nunca tem havido mortal tumulto de tal natureza ("tão próximo"). Oh! que hedionda mortalidade aproxima-se.

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Assim falou Nostradamus Nenhuma ofensa, grande ou pequena, será na Terra perdoada. Comentário: Nostradamus menciona uma veracidade incontestável sobre a "ofensa", no 4º verso. A sentença inserida por Jesus na "Oração do Pai Nosso" é bem clara neste sentido quando diz: "...perdoai nossas dívidas (Nota: ou ofensas), assim como perdoamos aos nossos devedores (Nota: ou ofensores")"... Quando Jesus asseverou: "Não vim derrogar as Leis do Pai, mas sim, cumprí-las", está nos dizendo que não veio derrogar, também, a "lei do Talião" inserida no Velho Testamento. O Apóstolo Paulo explica que há as Leis das Obras, e há as Leis da Graça. E que as Leis da Graça são mais poderosas do que as Leis das Obras. Porém, depende do mérito. Jesus asseverou, também, que alma e homem algum estará livre de pagar suas ofensas até o último ceitil. A Lei da Reencarnação acompanha e respeita, passo a passo, as determinações justas destas Leis. O resultado é patente aos nossos olhos. Todas as ofensas a Deus, e todas as ofensas ao nosso próximo são pagas dia-a-dia, hora-a-hora. Há, apenas, duas moedas com valor suficiente para a quitação das dívidas. O sacrifício (não o martírio) é a moeda de prata. E, o Amor, que é a moeda de ouro. Ou, o trabalho proporcionado com Amor. Ou, Obra e Graça. A riqueza material adquirida fraudulentamente pode pagar a contento as dívidas materiais. Porém, jamais pagará as dívidas da alma. O trabalho honesto remunerado, paga as dívidas materiais e as dívidas da alma. Mas é insuficiente para pagar todas as dívidas da alma. O serviço feito sem intenção de lucro material, feito pelas mãos, por gentileza, por pensamento, e por palavras confortadoras; aos quais é dado o nome de CARIDADE ou AMOR, isto sim paga a "multidão de dívidas" conforme São Paulo acentua... É disto e muito mais que Nostradamus quis patentear no 4 º verso.

VI - XCVII Cinq et quarante degrez ciel bruslera

Feu approcher de la grand'cité neuve, Instant grand flamme esperse sautera Quand on voudra des Normans faire preuve. Tradução: Cinco e quarenta graus céu abrasará Fogo aproximar de grande cidade nova, Instante grande flama esparsa saltará Quando se quiser dos Normans fazer prova. Interpretação: Um poder sublimador da mentalidade humana abrasará os cérebros como se fosse uma febre de quarenta graus e atuará sobre os cinco sentidos de cada pessoa ( "cinco) (1º verso). E isto acontecerá nos séculos aproximados em que a Humanidade estará conquistando o padrão de Civilização ideal, a "Nova Jerusalem" ("aproximar da grande cidade nova"). Esse poder sublimador agirá como uma onda imensa de fogo ("fogo") e naturalmente produzirá muitos sofrimentos ("fogo"). Eficaz, persistente, estimulante ("Instante") grande flama de efeitos virtuosos saltará sobre cada cabeça ("esparsa") nessa época em que as capacidades do homem e do espírito e da alma serão postos à prova ("3º e 4º versos") Comentário: Estas situações são constantemente explicadas nos meios Religiosos, principalmente nos meios espiritualistas. Os profetas bíblicos e os Evangelhos, e o livro de Apocalípse, reiteram esses acontecimentos que terão sucedido, principalmente neste século e nos próximos duzentos anos. Em suma, nesta quadra, Nostradamus continua reiterando as profecias, as quais têm a função de esclarecer homens e almas para que não se desesperem, para que tomem consciência de que todos os acontecimentos: os desejáveis e os indesejáveis, têm finalidades justas e necessárias para o grande labor necessário para a conquista da Civilização de fato e de direito. Quem vive e convive com arte, com sabedoria, com disciplina e moderação - embora não esteja livre da dor física e mental sofre pouco. Por isto Jesus asseverou: "Meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Mateus, cap. 11 vers. 30." O jugo e o fardo do benfeitor é leve. Do malfeitor é pesadíssimo... E depende muito do grau de sensibilidade de cada alma, e de cada pessoa.

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Arvedus "Deus dá o frio conforme o cobertor". Vamos às metáforas: "Cinco": significa os cinco sentidos, conforme ao assunto. "Céu abrasará": Esotericamente, "Céu" é símbolo ou metáfora de mente humana, de cérebro, de cabeça, etc., sendo que terra representa o corpo. "Instant": instante. Para melhor entendimento do texto é necessário utilizar o verbo "instar"; Não o substantivo "instante". E conjugar os sentidos dos sinônimos. "Normans": neste caso é um neologismo derivado do verbo "normander": "aventar, limpar o trigo trilhado". E do substantivo "Normelle": "nome vulgar do meeiro". Portanto, representa o homem, a alma e o espírito, que na realidade são meeiros na lavoura da vida - com a finalidade de receberem os lucros proporcionados pela evolução progressiva. Conforme às normas Divinas.

VI - XCVIII Ruyné aux Volsques de peur si fort terribles, Leur grand cité tincte, faict pestilent: Piller Sol, Lune, et violer leurs temples: Et les deux fleuves rougir de sang coulant. Tradução: Ruína para os Volscos de medo tão forte terríveis, Sua grande cidade tingida, feito pestilento: Pilhar Sol, Lua e violar seus templos: E os dois rios enrubrecer de sangue harmonizante. Interpretação: Ruína para os bárbaros e belicosos e terríveis como eram os Volscos, os quais, como aqueles, são tão ruins devido ao medo pânico que os subjugam. Suas cabeças vivem transtornadas como uma grande cidade tingida por cores degradantes, e assim deles nasce o feito pestilento. Estarão a pilhar a Inteligência e a sabedoria do espírito ("Sol") e a Inteligência da pessoa ("Lua") e a violar as virtudes das suas consciências ("seus templos"). E desse modo estarão a causar muito sofrimento, tanto no mundo humano quanto no mundo das almas ("dois rios") os quais necessitam do espírito de harmonia ("de sangue harmonizante") para viver com melhor grau de felicidade. É como se eles estejam

a matar muita gente cujo sangue vai tingir as águas dos dois rios - de vermelho. Comentário: "Sol": símbolo de Sabedoria, Inteligência, Espírito Puro. "Lua": símbolo e metáfora de cabeça, de cérebro, de consciência, do homem e da alma. Os quais são templos do espírito. "Volscos": antigo povo bárbaro, guerreiro, que habitou a Umbria, na Itália.

VI - XCIX L'ennemy docte se tournera confus, Grand camp malade, et de faict par embusches, Monts Pyrenees et Poenus luy seront faicts refus Proche du fleuve decouvrant antiques cruches. Tradução: O inimigo douto se tornará confuso, O grande campo doente, e de fato por emboscadas, Montes Pireneus e Púnicos lhe estarão fazer recusa, Próximo do rio descobrindo antigos cântaros. Interpretação: Ao estudar estes escritos o douto tornar-se-á confuso e considerará a obra tola, e tolo o seu autor, portanto um inimigo de sua inteligência. A obra toda, com sua escabrosidade parecerlhe-á insana, e de fato ela está prenhe de emboscadas. As idéias e ideais contidos nela, tanto os de inteligência elevada e bela, semelhantes aos Montes Pireneus, e as idéias púnicas, condenatórias, complicarão suas deduções e critérios, e o levarão a recusá-las. Ao verificar que junto às margens do rio humano há verdades antigas que estão guardadas em segredo, como sóe acontecer com os cântaros e objetos de artifício da antiguidade encontrados nas escavações pelos arqueólogos, o intérprete encontrará essas verdades. Comentário: Outra advertência para os intérpretes.

VI - C LEGIS CAUTIO CONTRA INEPTOS CRITICOS Quid legent hosce versus maturé censunto, Profanun vulgus et inscium ne attractato:

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Assim falou Nostradamus Omnesque Astrologi, Blenni, Barbari procul sunto, Qui aliter facit, is rite sacer esto. Tradução: REGRAS DE PRECAUÇÃO CONTRA INÉPTOS CRÍTICOS Os que lerem estes versos julguem com bom senso. O indivíduo profano e ignorante nem tente. E que todos Astrólogos tolos, Bárbaros fiquem afastados. Quem do outro modo fizer este um rito sagrado seja. Interpretação: Os que lerem estes versos julguemnos com bom senso para conseguir interpretá-los. O indivíduo cético, ateu e ignorante nem tente. E desejo que todos os Astrólogos, Tolos e Bárbaros fiquem afastados do intento. Quem de outro modo interpretar os meus escritos, faça-o e o considere como um compêndio de rituais sagrados. Comentário: É evidente que ele está falando dos astrólogos medíocres, dos horoscopistas charlatães, que crêem e querem fazer crer na exagerada influência direta dos astros e planetas no comportamento das pessoas. Se assim fosse a Humanidade teria apenas uma dúzia de características essenciais, tanto boas quanto ruíns, quando na verdade cada pessoa conta com centenas e centenas de características para proporcionar o seu caráter e sua personalidade. Os profanos são os materialistas, os céticos e os ateus. E os que pouco conhecem das realidades psíco-físicas e metafísicas.

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Resumo da Centúria VII

VII-XVIII- Seqüência das três anteriores. VII-XIX- Menção sobre a derrota do homem pela Ambição...

VII-I- Outra orientação para os intérpretes. Em seqüência das duas últimas quadras da Centúria VI. VII-II- Continuação do assunto das anteriores.

VII-XX- A respeito dos mensageiros Celestes, e dos pseudo-mestres...

VII-III- A Justiça prevalecerá e ajustará a Sociedade Humana. Etc.

VII-XXI- A respeito da inimizade mental entre a mente cerebral e a mente espiritual do homem. E, a consequente inimizade coletiva, etc.

VII-IV- Não tenho capacidade para interpretar esta quadra.

VII-XXII- Vaticínio a respeito de nova estrutura social mais digna...

VII-V- A respeito da grande dificuldade que a alma e o homem têm para sublimar ou dignificar sua mente. Mesmo no III Milênio. Etc.

VII-XXIII- A respeito do Poder Educativo das Escrituras Sagradas.

VII-VI- A respeito da Civilização de fato e de direito que imperará no Mundo após o Juízo Final. VII-VII- A respeito dos conflitos mentais individuais e Coletivos. E, do atavismo mental e físico. VII-VIII- Outra advertência para os intérpretes.

VII-XXIV- O espírito sofre pelo mau comportamento da pessoa... VII-XXV- Sobre a luta do homem ao longo da vida. Seus valores e desvalores. Etc. VII-XXVI- Morte: guerra mortal na estrutura orgânica. Etc. VII-XXVII- Doença: visão de uma guerra microorgânica.

VII- IX- Seqüência da anterior. VII-X - A respeito da atuação mútua do corpo e do espírito durante a vida humana. Etc. VII-XI- Seqüência do assunto da quadra anterior.

VII-XXVIII- Instinto de conservação, e vitória das forças defensivas do corpo... VII-XXIX- Menção de razões das lutas religiosas entre Católicos e Protestantes e seus efeitos. Etc.

VII-XII- Seqüência das anteriores. VII-XIII- Predomínio da boçalidade e da crueldade por quatorze séculos ainda. VII-XIV- Outra advertência a respeito das Centúrias. VII-XV- Descrição relativa ao trono do espírito no cérebro; dos sete chacras; e das intenções. Etc. VII-XVI- Seqüência da quadra anterior com descrição de atividade da vida humana até à morte... VII-XVII- Seqüência das duas quadras anteriores (com duas intepretações ambivalentes).

VII-XXX- Continuação do assunto da anterior. VII-XXXI- Menção sobre origem de povos que povoaram a França e legaram costumes e linguagem aos pósteros. VII-XXXII- Profecia sobre o surgimento de Hitler, sobre sua atividade destrutiva... VII-XXXIII- Continuação do assunto da quadra anterior. VII-XXXIV- Continuação das duas anteriores.

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Assim falou Nostradamus VII-XXXV- Continuação das três anteriores. VII-XXXVI- Quadra a respeito do plano Divino determinado para a evolução humana por sete ciclos, ou sete milênios, aproximadamente. VII-XXXVII- A respeito dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Etc. VII-XXXVIII- Odisséia do espírito fustigado pelo corpo na vida humana... VII-XXXIX- Seqüência do assunto da anterior. VII-XL- Seqüência das duas anteriores. VII-XLI- Reflexões das duas anteriores. VII-XLII- O corpo e o cérebro produzem dois tipos de veneno: um físico e outro psíquico.

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CENTÚRIA VII

literal"Negro", sinistro, porém, esotericamente o sentido é benfazejo ("branco") e alcança ao climax divino ("índigo") cuja atividade e aparência divina estão dissimuladas pelo corpo("terra). Sob fingida aparência os vocábulos tornamse em traidores viciados, porém, os sentidos ocultos ou esotéricos verdadeiros são aparentes para o iniciado na linguagem simbolista da poesia em causa.

VII - I L'ARC du tresor par Achilles deceu, Aux procrez sceu la quadrangulaire, Au Faict Royal le comment sera sceu, Corps veu pendu au veu du populaire.

Comentário: "Por Marte aberto": Neste caso, Marte simboliza o intérprete corajoso, devotado, decidido, perseverante, etc. "Arles": metáfora derivada de arlequins: com sentido de bufões, de fantasistas, de enganadores, etc.

Tradução: A arca do tesouro por Achilles fraudado, Aos procriados conhecido a quadrangular: Ao feito Real o motivo será sabido, Corpo visto pendurado à vista do popular.

VII - III

Intepretação: O sentido das quadras ("tesouro") será logrado pelo intérprete diligente e sagaz à feição de Aquiles. Outrossim, será logrado por alguns iniciados em Ciências ocultas ou esotéricas ("procrez") por conhecerem as quatro dimensões doutrinárias em linguagem convencionada ("quadrangular") a qual aparece nas quadras. Cada quadra e a obra toda são como "corpo visto pendurado à vista do popular".

VII - II Par Mars ouvert Arles le donra la guerra, De nuict seront les soldats estonnez: Noir, blanc à l'inde dissimulez en terre, Sous la fainte ombre traistres verez et sonnez. Tradução: Por Marte aberto Arles lhe dará guerra, De noite estarão os soldados espantados: Negro, branco ao índigo dissimulado em terra, Sob a fingida sombra traidores viciados e aparentes. Interpretação: O sentido de cada quadra sendo aberto pelo intérprete ("Marte") sofrerá contestação e polêmica ("guerra") levados pelos críticos e céticos ("Arles"). Por dúvidas ("noite") os que se propõem a intepretar estas quadras estarão receosos como soldados espantados pela escuridão da noite. Estas quadras mostram um sentido

Apres de France la victoire navale, Les Barchinons, Saillinons, les Phocens, Lierra d'or, enclume serré dedans la balle, Ceux de Ptolon au fraud seront consens. Tradução: Depois a França a Vitória naval, Os Comandantes dos Barcos, Marinheiros e Mercadores, Corrente de ouro, bigorna encerrada na bola, Aqueles de Ptolomeu à fraude estarão consenso. Interpretação: No final dos maus tempos em que a injustiça prevalecerá,a Justiça humana e a Divina serão vitoriosas. Nessa alegórica batalha naval em que as classes humanas se debatem por mil motivos. Os poderes do Governo, os Empresários, os Mercadores da Terra serão encadeados por leis justas que serão aplicadas com severidade pelos Magistrados, à semelhança de cadeias de ouro trabalhadas em uma bigorna dentro da cabeça. Nessa Era futura esse tipo de comandantes, marinheiros e mercadores, os quais tem abusado da fraudulência, semelhantemente aos Ptolomeus da XXXI dinastia do Egito desaparecerão por consenso, e darão lugar aos líderes disciplinados e justos a fim de se organizar uma Sociedade Humana justa, de fato e de direito. Comentário: Nesta quadra ele está se referindo aos capítulos 17 e 18 do Apocalipse, cujos temas são correspondentes. "França": Neste caso - França significa a soma de todo

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Assim falou Nostradamus o potencial virtuoso proporcionado pelas organizações humanas e Divinas a lutar e trabalhar pela vitória da melhor Justiça Social. "Barchinons": Comandantes de barcos. "Saillinons": Marinheiros. "Phocens": Todo e qualquer comerciante. "Bigorna encerrada na bola": É uma expressão idiomática significando: - processo contínuo de transformação mental por ação da luta entre o bem e o mal, na cabeça da pessoa. Corresponde a expressão:"entre a bigorna e o martelo" – a qual significa: - "entre duas grandes dificuldades".

VII - IV Le Duc de Langres assiegé dedans Dolles, Accompagné d'Autun et Lyonois: Geneve, Ausbourg, ioinct ceux de Mirandole, Passer les monts contre les Anconnois. Tradução: O Duque de Langres cercado dentro de Dolle, Acompanhado de Autun e Lyonois: Geneve, Ausbourg, junto aqueles de Mirandole, Passar os montes contra os Anconnois. Nota: Não dá condição para interpretar. E o assunto parece-me desinteressante.

VII - V Vin sur la table en sera respandu, Le tiers n'aura celle qu'il pretendoit: Deux fois du noir de Parme descendu, Perouse à Pize fera ce qu'il cuidoit. Tradução: Vinho sobre a mesa nela será respingado, O terceiro não descaudará aquela que ele pretendia: Duas vezes do negro de Parma descendente, Perouse a Pize fará o que ele cuidava. Interpretação: A cultura religiosa, a científica e a artística estarão sendo sempre disseminadas pelo Mundo e desenvolvendo o progresso moral e material. O plano Divino determinado para a sublimação mental efetiva, embora alcance lisonjeiros resultados não alcançará plenamente o objetivo ainda no terceiro milênio ("o terceiro"). Devemos lembrar que o terceiro

milênio é descendente dos dois milênios anteriores e que a mentalidade humana ainda não conseguirá se livrar dos resíduos dos vícios e pecados que se radicaram no Ego desde os primórdios. Entretanto para quem tem a devida Fé nas promessas Divinas, e, analisa todos os fatos com seriedade, entenderá que pelo poder do conhecimento das Ciências acrescido pelo poder da Fé religiosa, a conquista da esperada Civilização de fato será alcançada dentro dos padrões proféticos. Comentário: Apresento estas conclusões através de intepretação livre, a fim de ser mais explícito. Entretanto, exponho a seguir como entendo a intenção de Nostradamus ao aplicar as metáforas. "Vinho": metáfora de mentalidade virtuosa. Então, no primeiro verso ele inspira uma alegoria de um rico banquete onde brilha a alegria dos participantes, e por natureza as manchas do vício. Com isto, ilustra bem a figura da Humanidade com suas virtudes e vícios que estarão presentes no terceiro milênio. No segundo verso ele teria a intenção de dizer que apesar de todos os melhores esforços os homens não conseguirão dominar os vícios radicados no Ego, os quais vícios ele representa pela figura do rabo do animal("não descaudará"). Não arrancará o rabo. Linguagem perfeitamente inteligível para o psicanalista de nossos tempos. Entendo que as três cidades citadas têm um mesmo valor metafórico. Isto é, representam os valores culturais e religiosos exigíveis para o progresso humano e para a Civilização ideal. Com "Parma" ele faz menção do mal com sua ação subjetiva e/ou insinuante, astuciosa, ardilosa, etc. Semanticamente, o vocábulo "Pérou" significa: lugar riquíssimo, tesouro, fortuna, tesouro oculto. Assim sendo, entendo que com "Perouse" por metáfora ele pretende reforçar a idéia ou corroborá-la. Outrossim, "parma" é nome do broquel, – pequeno escudo redondo, antigo. ("Pize":pise) significa taipa. Nestes termos, por semântica eu acho que ele está reforçando o valor das metáforas. Então, "do negro de Parma descendente" eu enxergo a figura de um escudo negro antigo o qual me inspira por figura – os resíduos dos vícios. Queira entender por vícios a tudo o que causa mal. Nos meios espiritualistas dizem os videntes que, todo mau pensamento, e toda má ação deixa um

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Arvedus resíduo negro e/ou plúmbeo no cérebro. E mancha correspondente na aura da pessoa. "Perouse à Pize": Do erudito até ao mais ignorante nestes assuntos, a Humanidade cortará esse rabo ("fará o que ele cuidava").

seguinte será apenas o "herói da noite", visto que a índole má ("abismos vermelhos") estará enraizada na mente desde os primórdios,e permanece por força do atavismo. Comentário: O quarto verso é alegoria de emoções e paixões violentas em estado latente dentro do cérebro, proveniente de células, genes, etc., os quais processam a ação atuante da inteligência do homem e da alma. Os psicanalistas conhecem bem este assunto, principalmente aqueles que estão devotados ao Espiritualismo, e conhecem a Lei do Carma.

VII - VI Naples, Palerme et toute la Cecile, Par main barbare sera inhabitee, Corsique, Salerne et de Sardeigne l'Isle, Faim, peste, guerre, fin de maux intentee.

VII - VIII

Tradução: Naples, Palerme e toda a Cecile, Por mão bárbara será inabitada, Corsique, Salerne e de Sardeigne a Ilha, Fome, peste, guerra, fim de males intentado. Interpretação: Pessoas, Comunidades, enfim toda a Humanidade, – um dia não terá qualquer traço de maldade. Por consequência, em nenhuma casa, em local algum da Terra haverá fome, peste e guerra. O fim desses males e de outros já vêm sendo intentado. Comentário: Tomei os nomes dos habitantes das Ilhas citadas por metáfora de gente inculta, grosseira ,e/ou mentalidade idem, idem; e lugares idem.

VII - VII Sur le combat des grands chevau legers, On criera le grand croissant confond: De nuict tuer monts, habits de bergers, Abismes rouges dans le fossé profond. Tradução: Sobre o combate dos grandes cavalos ligeiros, Clamar-se-á o grande crescente assombra: De noite matar montes, hábitos de pastores, Abismos vermelhos na fossa profunda. Intepretação: As gentes clamarão assombradas com o crescente desenvolvimento dos conflitos sociais, políticos, religiosos e individuais. À noite, no recesso do lar, o homem sentir-se-á altruista, valente, enfim – um salvador do mundo (mata montes), e se considerará pacífico e simples como os pastores. Entretanto, no recesso da sua mente, as paixões estarão latentes nesses momentos, mas no dia

Flora fuis, fuis le plus proche Romain, Au Fesulan sera conflict donné: Sang espandu, les plus grand prins à main, Temple ne sexe ne sera pardonné. Tradução: Flora, foge, foge o mais próximo Romano, Ao Fesulan será conflito dado: Sangue espalhado, os maiores presos à mão, Templo nem sexo não será perdoado. Intepretação: Nota: Nesta quadra e na quadra IX a composição poética colocada nelas inspira-me duas intepretações válidas, embora o assunto seja totalmente diferente. Suponho que Nostradamus montou estas quadras com a intenção de fazer valer as duas interpretações que ofereço a seguir. Entendo que não há desdouro em fazer assim visto que ambas as interpretações levam um caráter instrutivo. Portanto, não desmerece a mim, ao leitor, e a ele: Alerto que a primeira interpretação delas têm sequência na quadra XIV. Primeira Intepretação: Mente fantasista ("Flora") foge, foge do sentido literal da grafia das minhas quadras ("foge do mais próximo Romano"). Ao espírito destas letras mortas ("Ao Fesulan") surgirá conflito em sua mente sobre a realidade e a dúvida na interpretação. No sentido metafórico circula o meu pensamento vivo espalhado entre o visível das palavras e o sentido subentendido("sangue espalhado"). Os sentidos mais importantes estão presos às palavras escritas por minha mão("os maiores presos à mão"). Nem as verdades do meu pensamento ("nem

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Assim falou Nostradamus templo") nem as fantasias dos intérpretes serão perdoadas pelos críticos e leitores, na conformidade do entendimento de cada um ("templo nem sexo não será perdoado"). Comentário: "Flora": deusa das flores, na mitologia romana. Neste caso representa: a mente, e a imaginação e a fantasia mental. "Fesulan": anagrama de feu + insulaire. "feu": defunto (conforme o dicionário H. Garnier). "insulan": anagrama de insular. "insular": escravo romano desterrado em uma ilha e obrigado a trabalha em favor do público. Portanto, nesta intepretação, "Fesulan" tem o sentido de:letra morta com sentido vivo, subentendido, insulado. Ou, segundo São Paulo: "A letra mata, mas o espírito vivifica". Em outras palavras: "As palavras e sentenças que escrevo, se levadas ao pé da letra matam os sentidos. Porém, por metáfora elas mostram os verdadeiros sentidos do meu pensamento". "Romano": neste caso, tipo gráfico das letras. Portanto,"foge o mais próximo Romano" corresponde a: foge do sentido literal da grafia. "templo": cérebro, mente, campo inteligente. "sexo": neste caso, metáfora de capacidade da imaginação, raciocínio, fantasia, etc. Segunda Interpretação: Tradução: Flora, foge, foge o mais póximo Romano, Ao Fesulan será conflito dado: Sangue espalhado, os maiores presos à mão, Templo nem sexo não será perdoado. Interpretação:Foge Alma! foge depressa ("o mais próximo) do corpo. Ao defunto será conflito dado. As energias dele estarão descontroladas("sangue espalhado"). Seus orgãos e dispositivos de defesa da vida estarão inertes; presos pela mão da morte ("os maiores presos à mão"). Nem a cabeça que é o templo do espírito, e nem toda a estrutura dos desejos ("sexo") serão perdoados pela sanha da morte que invadirá o corpo. Comentário:"Romano": corpo humano "Fesulan": anagrama de feu+insulaire. Conforme registra o dicionário H. Garnier, o substantivo "feu" designa – fogo, e também, defunto."insu" é substantivo designando – ignorância

de alguma coisa. "A l'insu": na ignorância; sem se saber; sem participação. "Insulé": adjetivo significando: insulado; que oferece espaços semelhantes a ilhas. "Insulaire": substantivo com significação de: insular - escravo romano desterrado em uma ilha e obrigado a trabalhos públicos. Conclusão interpretativa: "Fesulan" é um anagrama figurando o corpo humano na situação de defunto em fase de decomposição, ainda com vida vegetativa, cujas atividades internas são vedadas aos sentidos do observador comum, etc... "sangue espalhado": tem duplo sentido. Tanto o sangue vasando por veias dilaceradas pelos micróbios predadores quanto as energias que também se espalham por não serem mais controladas pelo cérebro, o qual, também, perdeu o controle do espírito que acaba de se retirar do corpo. "Sexo": metáfora para desejos, emoções, sensações, sentidos, etc. Enfim, todas as energias inteligentes que eram disciplinadas pela mente, agora estarão desgovernadas, em cáos.

VII - IX Dame à l'absence de son grand capitaine, Sera d'amour du Viceroy, Faincte promesse et malheureuse estreine, Entre les mains du grand Prince Barois. Tradução: Dama na ausência de seu grande capitão, Será requestada de amor do Vice-rei, Fingida promessa e infeliz esforço, Entre as mãos do grande Prince Barois. Primeira Interpretação: Esta obra ("dama") na ausência de seu grande autor "capitão" será usufruída ("requestada de amor") pelo Intérprete ("Vice-rei"). Porém, o sentido literal falseia o sentido esotérico e/ou metafórico("falsa promessa") e o resultado do esforço interpretativo falha ("infeliz esforço") o que deixará o intérprete infeliz, mormente quando o Intérprete é de caráter materialista("Prince Barois") o qual eu figuro por Príncipe aleijado. Comentário:"requestada de amor": entendo que está dizendo que elaborou os textos com grande sentimento de amor, e que o intérprete sensitivo sentirá o mesmo. Porém (4º verso), o Intelectual materialista não

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Arvedus conseguirá alcançar tal sentimento, em razão de desconhecer os fatos da vida espiritual com os quais não procura se familiarizar. "Vice-Rei": metáfora para Intérprete. "Prince Barois": Príncipe padiola. Figura de um Intelectual aleijado. Intelectualmente brilhante para a cultura acadêmica materialista, mas cego no que tange à cultura das realidades espirituais. O mesmo sentido subentende os leitores do gênero. Portanto, é figura de cérebro e/ou Ego caolho, estropiado. (Ego): repito que Ego tem o sentido de distinguir a mente do cérebro, e a mente da alma. Pois, embora sendo agregadas em um mesmo campo inteligente são como duas esferas congregadas, mas com atuação ora conjunta, ora distinta. "Barois": anagrama e metáfora: de"Bar+rois": – padiola de reis. Tradução: Dama na ausência de seu grande capitão, Será requestada de amor do Vice-rei, Fingida promessa e infeliz esforço, Entre as mãos do grande Prince Barois. Segunda Interpretação: Nessa fase (Nota: Assunto em seguimento ao da quadra VIII) a Alma fica confusa, porque sente a ausência de interesse do espírito em permanecer no corpo, e pela confusão física e mental instalada ("na ausência de seu grande capitão"). Então, a mente e/ou inteligência cerebral ("Vice-rei") que deseja ardentemente continuar a viver passa a emitir pensamentos de amor, à semelhança de um moço galante a requestar a jovem que vai partir para sempre. Porém, o idílio entre os dois é promessa fingida, pois no fundo estão conscientes de que a morte é irreversível. Então, o esforço de ambos é infeliz, ante a determinação do espírito que está pronto a se afastar do corpo que então é como um Príncipe doente sobre uma padiola ("Barois). Comentário: "Barois": "Bar":padiola; "rois": de reis.

VII - X Par le grand prince limitrophe du Mans, Preux et vaillant chef du grand exercite: Par mer et terre de Gallots et Normans, Caspre passer Barcelonne pillé Isle.

Tradução: Pelo grande príncipe límitrofe de Mans, Esforçado e valente chefe do grande exército: Por mar e terra de Gallots e Normans, Caspre passar Barcelona pilhado Ilha. Interpretação: Quando encarnado, o espírito está sujeito às leis humanas, as quais são derivadas das Leis Divinas ("Limítrofe de Mans"). Ele é um esforçado e valente chefe de um grande exército de seres microscópicos inteligentes. Nesta conjuntura os seres humanos são como peixes ("Gallots") que vivem e convivem ao sabor das circunstâncias ambientais, e dos desejos e raciocínios ambíguos, com uma personalidade semelhante a dos Normandos ("Normans"). Assim o espírito passa pela vida humana sofrendo os distúrbios provocados pelas emoções e paixões do corpo e do meio ambiente, à semelhança de uma árvore subjugada pelas gavinhas de uma trepadeira parasita ("Caspre), ou com suas capacidades limitadas pela ação do corpo semelhante a uma criança em um berço ("Barcelonne"). Ou, em outros termos, sente-se pilhado pela natureza material do corpo ("Ilha"). Comentário: "Mans" ou Manse: medida de terras, no tempo do feudalismo. Portanto, "limítrofe de Mans" é metáfora de leis humanas limitadas e/ou derivadas das Leis Divinas ou Cósmicas ou Naturais; as quais possuem os princípios importantes para a boa vivência e convivência(pelo grande príncipe"). "Gallots": Tencas (peixes). "Normans": Normas. É proverbial que os Normandos tinham por norma dar respostas evasivas, e ambíguas. "Caspre" ou capre: gavinha. Tentáculo com raízes, de uma trepadeira parasita. "Barcelonne": anagrama de "barcelonnete" nome dado a berço de criança. "pilhado": ele colocou o verbo no masculino portanto o agente oculto é o espírito o qual é subentendido pelos adjetivos – esforçado e valente, e pelo sujeito chefe. "Ilha": corpo e/ou cérebro. Procuro repetir o significado das metáforas ao invés de citar as de outras quadras. Torna-se mais fácil para o leitor. Não é?

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Assim falou Nostradamus Interpretação: O espírito, ao deixar o corpo, porá fim a luta tida na vida terrena. Irá juntar-se aos espíritos que tem méritos para serem perdoados. Espírito e alma irão longe da Terra, renunciando à vida corporal, cerceados como as amigdalas.

VII - XI L'enfant Royal contemnera la mere, Oeil, pieds blessez, rude, inobeissant, Nouvelle a dame estrange et bien amere, Seront tuez des siens plus de cinq cens. Tradução: O infante Real dominará a mãe, Olho, pés feridos, rude, desobediente. Notícia à dama estranha e bem amarga, Serão mortos dos seus mais de quinhentos. Interpretação: O Espírito sublimará a alma, a qual nasce inocente, fere os pés pelos caminhos da vida, é rude, e é desobediente. Notícia estranha e bem amarga eu lego a alma:- Até que sejas sublimada e alcances a angelitude passarás por mais de quinhentas vidas humanas. Comentário: Nesta quadra ele se refere à Lei da Reencarnação, a qual especifica ser o espírito uma chama ou fagulha com poder inteligente, vindo de Deus. A alma é o corpo ou forma substancial do espírito, portanto é a mãe dele. "Dama" de honor do infante Real. Do mesmo modo em que o corpo físico nasce inocente, também o espírito e a alma nascem inocentes. Até à sublimação, ela, esteja na carne ou esteja em seu mundo, – sofre pelo assédio dos defeitos, vícios e erros. Tanto quando encarnada ou quando não encarnada é rude e desobediente. Os Reencarnacionistas, tanto do Oriente quanto do Ocidente, afirmam que o espírito reencarna e desencarna por centenas de vezes até conquistar a sua sublimação. É disto que Nostradamus está falando nesta quadra, e nas demais onde fala a esse respeito.

VII - XII Le grand puisnay sera fin de la guerre, Aux dieux assemble les excusez: Cahors, Moisac iront loing de la serre, Refus Lestore, les Angenois rasez. Tradução: O grande mais jovem dará fim à guerra, Aos deuses junta-se aos perdoados: Cahors, Moissac irão longe da estufa, Renunciar Lestore, os Angenois cerceados.

Comentário: "grande mais jovem":- o espírito, embora velho na idade, não envelhece na forma. Ao contrário, evoluindo a cada reencarnação cresce em sabedoria, em poder e em beleza. "Cahors e Moissac": - metáfora de Espírito e alma. "estufa":- a Terra. "Lestore":- a estória. "Angenois":- referente a angiose com extirpação das amígdalas. Está se referindo ao processo da morte, no qual o espírito e alma são desligados do corpo por operação semelhante à operação cirúrgica das amígdalas.

VII - XIII De la cité marine et tributaire, La teste raze prendra la satrapie: Chasser sordide qui puis sera contraire, Par quatorze ans tiendra la tyrannie. Tradução: Da cidade marinha e tributária, A cabeça raspada tomará a satrapia: Expelir sórdida que depois será contrária, Por quatorze anos terá a tirania. Intepretação: Por comunhão de ideais da alma("cidade marinha") e do cérebro ("tributária"), a cabeça do homem boçal ("cabeça raspada") tomará o comando do ser humano ("a satrapia") e por consequência o comando da coletividade. Expelir a sordidez, depois, será bastante difícil. Por quatorze séculos ("quatorze anos") ainda, tal satrapia sórdida manterá a sua tirania. Comentário: Em teores esotéricos"cidade marinha" representa o mundo das almas; ou mundo espiritual ou mente da alma. Neste caso, representa a alma com seus ideais. "tributaire": é um adjetivo homógrafo que faculta a se tomar o gênero determinado pelo sujeito. Interpretei por cérebro para distinguir a mente do

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Arvedus homem da mente da alma e deixar a distinção mais clara. "cabeça raspada": Neste caso tem a significação esotérica de cabeça ignorante, inculta. Por força dos sentidos das outras metáforas esta toma a força de boçal, rude, tirano, cruel, ignorante, astucioso, etc. "satrapia": dignidade de Sátrapa. "(Satrapa): Governador entre os antigos Persas. Sentido figurado: príncipe, alto personagem orgulhoso, voluptuoso e déspota. "tributaire": nesta quadra tem sentido ambivalente. 1º sentido: que a mente cerebral é tributária, é derivada da mente do espírito. 2º sentido: que alma é obrigada a pagar e a rceber tributos por seus atos. "quatorze anos": por convenção esotérica pode ser intepretado por quatorze séculos, segundo a exigência do assunto do texto. Segundo as profecias, o Juizo Final terá seu início pelos arredores do ano 3000. E, segundo Nostradamus ele terá o fim pelos arredores do ano 3800.

VII - XIV

Comentário: - Usei a intepretação livre para esta quadra com intenção de oferecer melhor clareza. Trata-se de mais um esclarecimento dele a respeito da natureza do seu trabalho, e sua intenção em dar o melhor de si em favor das gentes. "topografia": Configuração de terrenos com seus acidentes. E, descrição anatômica e minuciosa de quaisquer partes do organismo humano. Com isto ele usa metáforas precisas. "brancas": No caso pessoas eruditas, ilustres, simples. "escuras"; Pessoas de nível de cultura mediana. Também, os céticos. "antigas verdes": Almas nascidas há milênios mas que não abriram ainda a consciência para os conhecimentos científicos e reencarnacionistas e/ou espirituais. "momentos": No caso, as quadras dele; e também as profecias bíblicas, e outras.

VII - XV Devant cité de l'Insubre contrée, Sept ans sera le siege devant mis: Le tresgrand Roy y fera son entree, Cité plus libre hors de ses enemis. Tradução: Diante cidade da Ínsubre região, Sete anos estará o cerco diante posto, O muito grande Rei ali fará sua entrada, Cidade mais livre fora de seus inimigos.

Faux exposer viendra topographie, Seront les cruches des monuments ouvertes: Pulluler secte, saincte philosophie, Pour blanches, noires et pour antiques vertes. Tradução: Falso expor virá topografia, Serão as hierografias dos monumentos abertas: Pulular seita, santa filosofia, Para brancas, escuras e para antigas verdes. Intepretação: A construção literária destas quadras por metáforas e jogo de palavras cruzadas mostrarão falso sentido. São como hierografias guardadas nos monumentos, e poderão ser reveladas. Propiciarão interpretações divergentes ou sectárias, porém há nelas filosofia pura para esclarecer as pessoas já familiarizadas com as verdades filosóficas, religiosas e profanas; e para as pessoas que as desconhecem, e para ressaltar várias doutrinas antigas que estarão ainda pouco entendidas ou mal interpretadas.

Interpretação: Dentro da cabeça ("Insubre") no cérebro("Insubre região") de certo modo selvagem como o cérebro dos antigos Insubres, por quem quiser conhecer, serão encontradas as ligações terminais dos sete chacras que formam o trono do espírito, com o poder energético dos quais ele fica defendido das intenções inferiores da estrutura mental advinda de todo o corpo("cerco diante posto"). Tudo é bem edificado durante a gestação da criança e ali o espírito ("Rei") fará a sua entrada. É como uma cidade livre, poderosa, fora do alcance dos maus pensamentos; das más intenções, das paixões de todo tipo. Comentário: A metáfora "Insubre" envolve três conoctações. "In": dentro. "subre: sobre. Portanto, a cabeça

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Assim falou Nostradamus que fica no topo do corpo, a qual tem o cérebro dentro. "Insubre região": região selvagem, onde vivia o povo Ínsubre. E, também, subentende insalubre, visto que os maus pensamentos e más intenções são de natureza insana ou doentia. (chacras)= Sete glândulas que armazenam energias poderosas e as distribuem adequadamente pelo corpo para suprir a inteligência necessária de cada região do corpo através do sistema nervoso, cujos terminais todos estão no cérebro.

VII - XVI Entree profonde par da grand Royne faicte Rendra le lieu puissant inaccessible: L'armee des trois Lyons sera deffaite, Faisant dedans cas hideux et terrible. Tradução: Entrada profunda pelo Rei feita, Tornará o lugar possante inacessível: A armada dos três Leões será derrotada, Fazendo dentro caso horrendo e terrível. Interpretação: Então, o espírito ("Rei") tomará o governo do corpo todo operando toda a atividade vital através do sistema sanguíneo e do sistema nervoso, etc. E, entronizado, na glândula pineal permanece em uma esfera poderosa, inacessível à entrada de energias degradantes. Até que um dia a morte do corpo chega inexoravelmente, e os poderes energéticos do espírito, da alma, e do corpo ("dos três Leões) se separam ("a armada... derrotada"). Então, dentro do corpo surge um caos horrendo e terrível. Nota do Intérprete: Caso horrendo que já vem descrito em muitas quadras, em prismas variados.

Tradução: O Príncipe raro de piedade e clemência, Virá mudar por morte grande conhecimento Por grande expectativa o reino trabalhado Enquanto o grande breve estará condicionado. Interpretação: O Mestre Jesus dotado de rara piedade e clemência virá mudar os padrões da vida humana, extinguindo a má conceituação ética e substituindo-a por uma melhor, através do conhecimento dos ditames Divinos. O reino da Terra está sendo trabalhado sob grande expectativa, enquanto a grande maioria humana estará sendo condicionada para uma transformação radical que virá através de breves tempos. Comentário: "Príncipe": - Jesus Cristo, mais sua hierarquia, composta de anjos, almas e homens. Esta metáfora "Príncipe" faculta-nos simbolizar Jesus; ou outro grande Mestre; ou os Evangelhos. Esta quadra faculta duas interpretações ambivalentes. Pode ser interpretada por contiuação do assunto das duas anteriores, e pela redigida acima. Por continuação teremos: O espírito("Príncipe") de rara piedade e clemência virá receber maior experiência ("grande conhecimento") durante a vida humana("mudar por morte"). Ocorpo humano foi preparado("o reino trabalhado") com o maior requinte possível ("Por grande expectativa") com a finalidade de permitir o maior aproveitamento das experiências necessárias à evolução dele, nao obstante a vida humana ser efêmera("Enquanto o grande breve"), à qual ele "estará condicionado". Devo alertar o leitor que dentro do prisma esotérico Jesus é o nome dado ao corpo do seu Cristo ou Espírito. Portanto: Jesus, o "Filho do homem", ou, a personalidade terrena. E, o Cristo, ou Espírito Ungido "Filho de Deus". Sendo Jesus o teu Modelo ou Paráclito, tu e eu somos "filhos do homem", e cristos; eleitos; ungidos filhos de Deus...

Comentário: "três Leões" Espírito, alma, e corpo; cada um com seus poderes essenciais e/ou naturais.

VII - XVII Le Prince de rare pitié et clemence Viendra changer par mort grand cognoissance Par grand repos le regne, travaillé, Lors que le grand tost sera estrillé.

VII - XVIII Les assiegez couloureront leurs paches, Sept iours apres feront cruelle issuë, Dans repoulsés feu sang. Sept mis à l'hache Dame captive qu'avoir la paix tissuë.

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Arvedus Tradução: Os sitiados colorirão seus humores, Sete dias após farão cruel extremo, Dentro repelidos, fogo sangue. Sete postos ao machado, Dama cativa que tinha a paz tecida. Interpretação: Os homens fantasiarão seus temperamentos com as cores dos desejos e ambições ("colorirão seus humores"). Durante suas vidas ("sete dias") após a infância chegarão a cruel extremo. Repelidos pela força da consciência dentro de seus cérebros ("dentro repelidos") sofrerão a reação natural das leis que regem as virtudes, as quais agem no sentido de sublimação como fogo correndo pelo sangue ("fogo sangue"). Por ação inexorável do destino a morte chega e corta os liames dos chacras ("sete postos ao machado") e a Alma, que estava cativa ("Dama cativa") é libertada e tal libertação a levará a aquela paz almejada por toda pessoa ("tinha a paz tecida"). Comentário: "Sete dias": metáfora para tempo indeterminado. "Sete postos a machado": metáfora referente a alegoria mitológica das Parcas, as quais cortam os fios da vida, isto é, os liames energéticos que interligam os sete chacras no corpo. Com os dizeres do 3º e 4º versos ele está lembrando aos leitores de que a morte , se é desgraça para o corpo, é graça para a Alma. É libertação de um mundo de paz muito limitada para um mundo de maior paz. Naturalmente, não para os grandes pecadores, pois estes passarão sofrendo por tempo indefinido, até que sublimem sua índole.

VII - XIX Le fort Nicene ne sera combattu, Vaincu sera par rutilant metal, Son faitc sera un long temps debatu, Aus citadins estrange espouvantal. Tradução: O forte Niceno não será combatido, Vencido será por rutilante metal, Seu feito será um longo tempo debatido, Aos citadinos estranho espantalho.

Interpretação: O homem goza do direito ao livre arbítrio determinado por Deus("o forte Niceno") (Não será combatido). Porém, facilmente estará vencido pela ambição aos bens materiais, pelo ouro ("rutilante metal"), ou dinheiro. As causas e resultados da ambição serão por longo tempo debatidos. Para os cidadãos mais virtuosos e para os espíritos elevados ("Aos citadinos") a ambição é uma coisa estranha e horrenda; da qual fogem, como os pássaros fogem do espantalho. "O forte Niceno": Alegoria de cérebro humano, cuja inteligência (ou mente) é dotada do livre-arbítrio proporcionado por Deus.

VII - XX Ambassadeurs de la Toscane langue, Avril et May Alpes et Mer passee, Celuy de veau exposera l'harangue, Vice Gauloise ne venant effacer. Tradução: Embaixadores da Toscana língua, Abril e Maio Alpes e mar passado: Aquele pseudo-mestre exporá a arenga, Vida Gaulesa não vindo macular. Interpretação: Mensageiros celestes ("Embaixadores") dotados de linguagem superior, à semelhança da língua Toscana, descem a Terra em ocasiões adequadas, e distribuem orientações evangélicas graciosas como as flores da primavera. O pseudo-mestre viverá expondo sua arenga eivada de misticismos e rituais primitivistas e superstições,que podem confundir os tolos, porém não virá ofuscar o entendimento e o comportamento das pessoas esclarecidas. Comentário: "língua Toscana": - língua mater do italiano. "Abril e Maio": - estação da primavera. "Alpes e mar passado": - Espíritos superiores vindos do alto, e desde o passado vêm auxiliar na evolução da Humanidade. "vida Gaulesa": - gente de bom procedimento ético. Esta quadra faculta, também, uma

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Assim falou Nostradamus interpretação referente às Centúrias – pondo-se o primeiro verso dirigido aos intérpretes ("Embaixadores") com boa erudição ("de Toscana língua"). Neste caso, ele estará dizendo no 4º verso, que os intérpretes incompetentes ("pseudo-mestre") não macularão a dignidade da sua obra ("Vida Gaulesa"). Nesta conjuntura ele já está dizendo uma verdade. Isto é, por estas duas intepretações não se desvalorizará o conteúdo original da quadra. Ao contrário, valorizará, pois os sentidos tornam-se ambivalentes. Sinto que ele teve intenção de dar ambivalência a esta quadra quando a redigiu.

VII - XXI Par pestilente inimitié Volsicque, Dissimulee chassera le tyran, Au pont de Sorgues se fera la traffique De mettre à mort luy et son adherant. Tradução: Por pestilenta inimizade Vosicque, Dissimulada expulsará o tirano, À ponte de Sorgues se fará o tráfico De meter à morte ele e seu aderente.

Outrossim, entendo que ele usa "Volsicque" por anagrama" Vol" volta ou volteio + sicque:psique – psíquico. E isto é uma realidade, pois, a alma ou psiquê arquiva todas as experiências boas e as más nos dispositivos mentais dela, de modo similar ao realizado na memória do cérebro. Por esta razão, explica o comportamento atávico, tanto do homem quanto da alma o qual os cientistas e religiosos observam e analisam para os devidos fins. Os cientistas já alcançaram bons conhecimentos desse processo atávico que está inserido nos genes e cromossomos. "Sorgues": cidade francesa que pertencia aos Estados do Vaticano. Isto significa que ele pensou no lado religioso do assunto. Havia e talvez há ainda a ponte de Sorgues. Ponte é metáfora de transição ou local de transição. Portanto, esta "ponte de Sorgues" significa a transição evolutiva da Humanidade, entre os primórdios e o Juizo Final... Em segunda análise pode-se, perfeitamente, considerar a transição do homem pelo seu tempo de vida. Isto é, do Nascimento até o dia da morte. E de forma bem mais ampla a vida da alma. Não do espírito, visto que Nostradamus afirma, sempre, que o espírito é inocente, embora nasça ignorante em termos de evolução...

Interpretação: Por inimizade contagiosa("pestilenta inimizade") entre a mente cerebral e a mente espiritual, visto que a mente cerebral é rude e beligerante como o era o Povo Volsco que habitava na Umbria, há uma ação bastante dissimulada, ou poder oculto ativado por Entidades religiosas e científicas, cujo poder espalhado pelo Mundo expulsará o mal que se enraiza no cérebro de todo o ser humano desde o nascimento. Por atavismo. Esse mal volteia na psíque ("Volsicque") mas haverá uma irradicação paulatina através da educação religiosa e acadêmica ("ponte de Sorgues") com a finalidade de extinguí-lo definitivamente do cérebro humano e da mente da alma("ele e seu aderente").

Tradução: Os cidadãos da Mesopotâmia Irados contra inimigos de Tarraconne, Jogos, ritos, banquetes, toda gente adormecida Vigário ao Rosne, tomada cidade, aqueles de d'Ausone.

Comentário: Entendo que o nome "Volsicque" tem significação metafórica ambivalente. Os Volscos eram montanheses rústicos e eram guerreiros valentes. Então, Nostradamus está considerando o homem por um ser rústico, e beligerante, porém, valente ante às vicissitudes da vida.

Interpretação: Os cidadãos mais dignos da Terra("Mesopotâmia") estarão sempre descontentes ("irados") contra os cidadãos menos dignos ("de Tarraconne"), os quais são muito materialistas ("jogos"), apegados ao misticismo e à indolatria ("ritos"), portanto aos desejos da carne ("banquetes").

VII - XXII Les citoyens de Mesopotamie Irez encontre amis de Tarraconne, Ieux, rits, banquets, toute gente endormie Vicaire au Rosne, prins cité, ceux de d'Ausone.

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Arvedus Enfim, toda gente insensata que vive na inconsciência sobre os reais valores da vida e apegados aos valores provisórios e os imediatos ("toda gente adormecida"). Porém, uma nova estrutura social mais digna terá sido lançada no seio da Humanidade ("vigário ao Rosne"). E, essa estrutura mais civilizada predominará ("tomada cidade") por força do trabalho conjugado por homens e almas dotados de caráter digno ("aqueles de d'Ausone"). Comentário: Esforcei-me para apresentar uma interpretação mais completa do pensamento dele para esta quadra, dentro dos sentidos anfibológicos que as metáforas propiciam. Minha intenção não o alcançou devidamente, devido à necessidade do laconismo. Espero melhorar pelo comentário, oferecendo os subsídios exigíveis. Estou certo que o estudioso e/ou crítico dotado de inspiração sensível alcançará melhor compreensão do assunto. Assim sendo, em primeiro lugar é preciso lembrar que Nostradamus, dotado de convicção reencarnacionista, prima por salientar o papel das almas, ou "celestes" na expressão dele, como instrumento principal na edificação da civilização das ciências religiosas e acadêmicas. Por este prisma, o analista sente as ambiguidades ou anfibologias das metáforas"Mesopotâmia", e "Tarraconne". A Mesopotâmia sempre foi uma região bela e fértil. Esotericamente representa o que há de mais virtuoso na vida humana, e representa também as virtudes das almas, e o Mundo espiritual. "Tarraconne": é o nome original, do latim, para Terragona, que é uma cidade da Catalunha. Latim: Tarracone, onis. Como metáfora para ser interpretada "Tarraconne" já inspira o suficiente para entender que ele está falando do terráqueo, do homem, qualificado pelas figuras literárias do 3º verso. Associando-se por anagrama, os nomes em francês: "tarragon", e "tarasque" a figura do homem fica expressa com maior força literária e esotérica. Isto porque "tarrasque é figura de dragão em uma procissão religiosa". Portanto, figura o homem em trânsito pela vida, revestido da idéia religiosa de que ele possui uma índole feroz e aterradora semelhante a aparência do dragão.

"Tarragon": é o nome de uma herva, aromática e amarga. A qual também figura a personalidade do homem, com suas virtudes e defeitos. É importante observar que ele diz que os celestes vivem "irados contra amigos". O que expressa bem a postura das almas benfazejas, as quais não guardam ódio nem rancor contra seus inimigos circunstânciais. Iradas, mas amigas. E isto é bem confirmado pela postura de Jesus em toda a sua vida, e principalmente na hora extrema na cruz quando exclama:"Pai, perdoai-os, pois não sabem o que fazem". "Jogos": metáfora referente a todo tipo de comportamento em que o homem e a alma põem o seu bem estar em jogo por força dos desejos e paixões. "Ritos": todo tipo de misticismo e fanatismo. "banquetes": todos os vícios semelhantes à gula. "Vigário": vigas mestras da religiosidade, e de todas as Ciências Humanas, as quais promovem a evolução da alma, e o progresso material. "aqueles d'Ausone": "Ausone" neste caso tem ambivalência para" 1º) os espíritos e/ou almas. Do mundo espiritual. Também, metáfora de : literatos, filósofos, oradores, sacerdotes e também referência a todos os poderes governantes. Porque, no 1º caso está se referindo a Auson filho de Ulísses e Calípso. Calípso, na mitologia grega, era a deusa do Silêncio, e/ou mundo invisível aos seres humanos. Portanto, Auson, semi-deus: o homem semi-digno, é provindo do Mundo do Silêncio. É filho do Mundo invisível, do oculto. No 2º caso, "Ausone" é metáfora montada sobre Ausonius Decimus Magnus que viveu entre os anos 310-394 DC. Mestre em literatura e oratória. Foi prefeito do Lácio, e consul dos Gauleses. E, principalmente foi tutor do príncipe Graciano, filho do Imperador Romano, Valentiniano I. Por tais qualificações dele (Ausonius) entendo que Nostradamus dá força de expressão aos dignitários de todas as ciências e aos governantes.

VII - XXIII Le Royal sceptre sera contrainct de prendre Ce que ses predecesseurs avoyent engagé, Puis que l'anneau on fera mal entendre, Lors qu'on viendra le palais saccager.

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Assim falou Nostradamus Tradução: O Real cetro será forçado aceitar Esse que seus predecessores haviam pactuado, Pois que o anel não se fará mal entender, Quando que se virá o palácio saquear.

alma e de todo o teu pensamento". Amarás o teu próximo como a ti mesmo". É evidente que: quem gosta de ser fiel a seitas satânicas, e a seitas primitivistas cheias de tabus, superstições e idolatrias, estará fora dos Ditames...

Interpretação: Quando as pessoas cristãs se propõem a ler, analisar os textos sagrados da Bíblia ("quando que se virá o palácio saquear"), estarão se obrigando a aceitar as Leis e Ditames Divinos neles contidos ("O Real Cetro"). Visto que essas Leis e Ditames ("Esse") formam o cetro que os povos antigos pacturaram com Deus ("Esse que seus predecessores haviam pactuado"), por intermédio dos profetas. E, serão forçados a aceitar pelo fato de que os assuntos ("pois que o anel") registrados em forma exotérica e esotérica não se farão em muito difícil de compreender. Comentário: Pelo fato de Nostradamus ser cristão convicto, e eu também, dirigi o pensamento dele para os Cristãos e por consequência citei a Bíblia Sagrada. Não obstante, estou certo de que ele desejaria que o alerta fosse estendido a todas as Religiões de escol, e a seus fiéis, visto que os Ditames e Leis Divinos são os mesmos para toda a população do Mundo. Entendo que as divergências originam-se mais do estilo literário do que do conteúdo dos Livros Sagrados, em virtude de que as Verdades provêm do Deus Único, que é o Nosso Criador. Todos os Livros Sagrados falam e ensinam a respeito das mesmas virtudes e dos mesmos defeitos humanos. Da mesma forma que os dicionários falam das virtudes e defeitos. O sentimento de amor é sempre o mesmo em todas as línguas. O sentimento de ódio é o mesmo em todas as línguas. Não importa que seja escrito e falado: "amor" em português; "amour" em francês;"love" em inglês; e em outras grafias e sons das centenas de linguagens pelo mundo todo. Ser fiel a esta ou aquela religião ou Seita é mais uma questão de gosto, do que de necessidade. Para Deus, um ateu convicto que pauta seu comportamento pelas virtudes expostas em um dicionário tem tanto valor quanto aquele que se comporta dento dos padrões de virtude expostas na Bíblia, no Corão, nos Vedas, etc. Jesus colocou esta questão em forma indiscutível no Mandamento Áureo: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua

VII - XXIV L'ensevely sortira du tombeau, Fera de chaines lier le fort du pont, Empoisonnée avec oeufs de Barbeau, Grand de Lorraine par le Marquis du Pont. Tradução: O amortalhado sairá do túmulo, Fará de correntes ligar o forte da ponte, Envenenado com ovas de Barbo, Grande de Lorraine pelo Marquês da Ponte. Interpretação: O espírito supostamente morto ("amortalhado") voltará do além túmulo ("sairá do túmulo"). Ligará suas energias na criação do novo corpo("2ºverso"). Então, reencarnado, o espírito ("grande de Lorraine") sofrerá as consequências de maus comportamentos do homem ("Marquês da Ponte") o qual, por natureza material e por paixões cerebrais torna-se envenenado, e assim, aborrece ao espírito, como alguém que é envenenado por ovas de barbo. Comentário: "forte da ponte": o homem, dono do cérebro. "ponte": metáfora de cérebro. "de correntes ligar": energias do espírito que elabora a criação do corpo, assim como o molusco cria o seu casco. "Barbo": peixe cujas ovas são venenosas para o homem. "Lorraine": cidade francesa. Como cidade famosa é suficiente para figurar, semanticamente, o espírito. Porém, considerando-a como metáfora= derivada de "Lorré" e/ou Loré", complementa pela figura heráldica citada pelo dicionário H. Garnier que registra:Lorré: – adjet., peixe com a barbatana pintada de esmalte diferente. Portanto, derivado de "Lorré" ou "Loré" que significa "figura heráldica de peixe com a barbatana pintada com esmalte diferente", conforme registra o dicionário H. Garnier; eu entendo que ele quis reforçar a expressão da diferença entre o espírito e o corpo.

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Arvedus "Marquis": Marquês, é usado na literatura com sentido irônico de pessoa ridícula, leviana, bonifrate. Pelo que entendo que ele pretende confirmar a figura de pessoa, ou de cérebro.

e constante progresso mental do homem, e da mentalidade humana em sentido coletivo. "Gaulês bronze": idéia relativa do valor do homem em relação ao valor imortal do espírito, que seria figurado, no caso, por Gaulês ouro.

VII - XXV

VII - XXVI

Par guerre longue tout l'exercite expuiser, Que pour soldats ne trouveront pecune, Lieu d'or, d'argent, cuir en viendra cuser, Gaulois aerain, signe croissant de Lune.

Fustes et galeres autor de sept navires, Sera livree une mortelle guerre, Chef de Madric recevra coup de vires, Deux eschapees, et cinq menees à terre.

Tradução: Por guerra longa todo o exército exaurir, Que para soldados não encontrarão pecúnia, Lugar de ouro, de prata, couro se virá cunhar, Gaulês bronze, signo crescente de Lune.

Tradução: Fustas e galeras em torno de sete navios, Será liberada uma mortal guerra, Chefe de Madric receberá tiro de trabuco, Duas escapadas, e cinco levadas à terra.

Interpretação: Ao longo da vida o homem luta contra inúmeras circunstâncias até a velhice quando suas estruturas físicas tornam-se exauridas ("1º verso"). Todos os microorganismos do corpo trabalham febrilmente, porém, são como um exército cujos soldados não recebem pagamento. O corpo é dotado de partes e capacidades muito valiosas ("lugar de ouro"), outras de médio valor ("de prata") e outras de pouco valor ("couro") e utiliza estas capacidades promovendo o progresso contínuo em favor da Coletividade, e de cada indivíduo, e de cada alma, e da cada espírito; na proporção do esforço de cada um. Nestes termos é que se ajuiza a cada pessoa e cada alma, na conformidade do comportamento de cada um, à semelhança do valor de uma moeda de ouro ou uma de prata, ou uma de couro ("se virá cunhar"). De qualquer forma, em relação ao valor do espirito, o homem ("Gaulês bronze") é semelhante a uma moeda de bronze. Porém, é bom lembrar, que de qualquer modo a mentalidade de cada indivíduo, e a Mentalidade Coletiva estarão sempre se desenvolvendo em direção da meta do aperfeiçoamento para o Bem Viver. ("signo crescente de Lune"). Comentário: Como em todas as quadras a intenção dele é nos levar à reflexão e meditação no sentido de utilizar o nosso comportamento no valioso processo de viver. "Signo crescente de Lune": alegoria de lento

Intepretação: Será liberada uma guerra mortal contra toda a estrutura orgânica do indivíduo ("Fustas e galeras") que está regida pelos sete chacras. O sistema vital ("chefe de Madric") receberá um repentino golpe mortal ("tiro de trabuco"). Espírito e alma retiram-se levando suas forças vitais ("duas escapadas"). E os cinco dispositivos do corpo, os quais processam a sensibilidade dos cinco sentidos, são levados para baixo da terra. Comentário: Esta quadra é continuação do 1º verso da quadra anterior que fala da vida até à velhice. "Fustas e galeras"= metáfora de órgãos, glândulas, sistemas, células, etc. "Sete navios": os sete chacras, isto é, sete centros principais de forças inteligentes que regem a vida humana. "Chefe de Madric": o cérebro, visto que ele rege o corpo todo. "Coup de vires": expressão idiomática significando golpe fatal por forças semi-conhecidas.

VII - XXVII Au cainct de Vats a grande cavalerie, Proche à Ferrage empeschee au bagage, Prompt à Turin feront tel volerie, Que dans le fort raviront leur hostage.

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Assim falou Nostradamus Tradução: Ao canto de Vast a grande cavalaria, Próximo à Ferrage oposta à bagagem, Pronto a Turin farão tal latrocínio, Que no forte roubarão seu hospedeiro.

fosse um exército atropelado por um exército defensor equipado com armas de lançar chamas e espetos ("mis en broche": posto em espeto).

Interpretação: Quando uma infecção ou doença está pronta a aparecer, é como uma grande cavalaria que esteja postada a um canto de uma cidade, prestes a atacar (1º verso"). Próximo ao ataque ("próximo à Ferrage") mas ainda impedida pelas forças defensivas do corpo ("oposta à bagagem"). De repente, os micróbios atacam furiosamente matando e roubando a saúde da pessoa ("Turin"). E de tal forma que o homem se sente fraco e com grande mal estar, como se sentiria um hoteleiro roubado por um bando de ladrões assassinos e espancado por eles. Comentário: "Vast": cidade italiana cujo nome é Vasto. "Ferrage": substantivo com significado de – Aço de ferrar. De ferir com ferros. "Hostage": hospedeiro, ou hoteleiro. "bagage": bagagem: – equipagem, utensílios. "Turin": cidade italiana.

VII - XXVIII Le capitaine conduira la grande proye, Sur la montaigne des ennemis plus proche: Environné, par feu telle voye, Tous eschappez, or trente mis en broche. Tradução: O capitão conduzirá grande assolação Sobre a montanha dos inimigos mais próximo, Cercado, por fogo fará tal visão Todos escapados, ouro trinta posto em fuga atropelada. Interpretação: O instinto defensivo da saúde ("o capitão) produzirá grande assolação sobre o exército virulento ("sobre a montanha dos inimigos") que logo estará cercado pelas forças defensivas do corpo ("mais próximo, cercado"). Para um médico dotado da faculdade da vidência ("por fogo fará tal visão"): verá todos os microorganismos postos em fuga atropelada. Os escapados diante das energias e microorganismos vitoriosos ("ouro trinta") é como se

Comentário: "ouro trinta":metáfora baseada no jogo de cartas o "trinta e um". No caso, os defensores ganham a batalha. "o capitão": Entendo que ele está falando do complexo defensivo do corpo contra alguma doença. Naturalmente tal complexo envolve a ação do espírito e do corpo, pelo chamado instinto de conservação.

VII - XXIX Le grand Duc d'Albe se viendra rebeler, A ses grands peres fera le tradiment: Le grand de Guise le viendra debeller, Captif mené et dressee monument. Tradução: O grande Duque de Albe se virá rebelar, A seus grandes pais fará o traimento: O grande de Guise o virá combater, Cativo levado e edificado monumento. Interpretação:O grande Sacerdote ("Duque de Albe") da Igreja Católica virá a se rebelar. Aos cânones dos grandes sacerdotes do passado fará uma suposta traição. O grande poder da Igreja Católica conjugado com os potentados o virão combater ("grande de Guise"). Estará excomungado ("cativo levado") porém terá reformulado os padrões religiosos desta Igreja, e acabará edificando uma nova e poderosa Igreja ("edificado monumento"). Comentário: "Albe": vestimenta branca dos sacerdotes e seus assistentes na cerimônia da Comunhão Sagrada. Então, pela metáfora ("grande Duc de Albe") ele está retratando Martinho Lutero e seus seguidores. Outrossim, por "Albe" ("vestimenta branca") eu entendo que ele considerava a atitude de Lutero, revestida de intenção pura, de boa fé, e necessária para provocar uma correção de vários dogmas e ortodoxias injustas que havia no seio da Igreja. E, de fato, atingiu este desideratum. "grande de Guise": Metáfora para o grande movimento de reação da Igreja e dos Potentados. O Duque de Guise foi figura proeminente na

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Arvedus luta religiosa dos Católicos contra os Protestantes. O substantivo "tradiment" envolve um sentido mais amplo do que a simples traição. Conjuga a idéia de traição com a idéia de revelar segredos religiosos que alguém proibe a revelação indiscriminada. O substantivo "traditeur" tem o significado de "Traidor" – e aquele ou aqueles que entregaram livros sagrados à infiéis. Nostradamus comenta os fatos com o verbo no futuro. Na realidade ele era contemporâneo de Lutero e do Duque de Guise, e acompanhou todas as estrepolias causadas pela luta religiosa entre Católicos e Protestantes. Ante os fatos, ele então profetiza o crescimento da Igreja Protestante ao mencionar ("edificado monumento"). Naquele tempo a Igreja proibia ao povo ler e interpretar a Bíblia. Lutero rebelou-se contra isto, também.

VII - XXX Le sac s'approche, feu grand sang espandu, Po, grand fleuves, aux bouviers l'enterprinse De Gennes, Nice, apres long attendu, Foussan, Turin, à Sauilan la prinse. Tradução: O saque se aproxima, fogo grande sangue derramado Pó, grandes rios, aos boiadeiros a empresa De Gennes, Nice após longa consideração, Foussan, Turin, à Sauillan a presa. Interpretação: Nota: Esta quadra continua o assunto da anterior. Nessa luta religiosa entre Católicos e Protestantes, conflitos maiores e mais apaixonados aproximam ("Le sac s'approche"), crueldades e sofrimentos ("fogo") e grande derramamento de sangue, proporcionados pela Igreja ("Pó") e pelos potentados acompanhados por muita gente a eles subordinados ("grandes rios"). Com isto, de modo certo e errado ao mesmo tempo vai surgindo um renascimento de bons princípios ("de Gennes") apesar do fato de que tal empreendimento vai sendo liderado por gente de índole rude, semelhante à índole de boiadeiros e secundado por turbas que assumem a índole de gado. Por sorte, eu acredito que após longos anos de experimentação e reflexão, os conflitantes chegarão

a entendimentos pacíficos, à beleza do ecumenismo ("Nice"), e por caminhos da diplomacia saudável ("Foussan"). Assim alcançarão um comportamento Civilizado ("Turin") embora não deixarão de ser poluídos por facção ruím, porcalhões ("Sauillan") que manterá as Igrejas por vítimas da sanha deles ("à Sauillan a presa"). Comentário: O substantivo "sac", neste caso, envolve duas idéias conectadas: a idéia de temperamento agressivo dos personagens, e dos consequentes saques e pilhagens e sanguinolência. Fatos que realmente os registros históricos confirmam. Segundo o dicionário H. Garnier o substantivo "sac" significa:"saco; bolsa;("fig.") Vestido de penitente. ("Med."): Bolsa, depósito de humores; saque, pilhagem". Etc. Assim sendo, "sac" figura bem como sujeito o que diz o predicado. "Gennes": Metáfora de algo que nasce, ou renasce, ou se transforma. "Nice": cidade francesa à beira mar, dotada de encantos naturais e artificiais. "Turin": cidade com alta expressão cultural. "Sauillan": anagrama de Souillon, que no dicionário aponta o sentido de porcalhão. "Foussan": anagrama de Fossano, cidade da Itália. Contudo, semanticamente, vindo do latim, "Fons sano" tem o significado de primavera saudável. E, entendo, que pelo assunto da quadra ele pretendeu fazer uma associação de idéia com uma estrada importante da Inglaterra, hoje chamada de Fossway, a qual foi aberta inicialmente pelos militares Romanos, e tinha o nome de Fosse. Os ingleses, segundo a enciclopédia, cognominam essa rodovia por "King's peace". Nesta conjuntura, eu intepreto a metáfora por: caminho real de paz, e/ou de saúde primaveril. Portanto, através do ecumenismo, por diplomacia saudável, mais o resultado da experiência histórica as Instituições Religiosas chegarão à Paz ideal...

VII - XXXI De Languedoc et Guienne plus dix Mille voudront les Alpes repasser: Grands Allobroges marcher contre Brundis, Aquin et Bresse les viendront recasser.

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Assim falou Nostradamus Tradução: De Languedoc e Guienne mais de dez Mil quererão os Alpes repassar: Grandes Allobroges marchar contra Brundis Aquin e Bresse os virão tornar a quebrar.

o ânimo de muita gente.

Nota: Não dá condições para intepretar. Parece-me que ele faz menção sobre origem de povos antigos que povoaram a França, e transmitiram suas línguas e costumes aos pósteros até a época dele. Aliás, tal influência é ainda visível até esta data de 1996. Principalmente a linguagem doc dos Gaélicos com influência na região de Languedoc e da Guienne. Por consequência na Provença, que foi a pátria amada por ele.

VII - XXXII Nota: Esta quadra e as três seguintes mostram fortes indícios de uma profecia referente a passagem de Hitler pelo cenário humano, e me inspiram a interpretá-las nesse sentido. Entretanto, faço-o com reservas de dúvidas íntimas, visto que os possíveis fatos previstos terão sido comuns em muitos movimentos políticos acompanhados de beligerância em vários lugares. Entrementes, os indícios são fortes, principalmente no caso de Hitler ter sido filho bastardo de uma empregadinha, e o comportamento do povo alemão, na época, ter-se salientado nos termos do jogo de palavras destas quadras.

Du mont Royal naistra d'une casane, Qui cave, et compte viendra tyranniser. Dresser copie da la marche Milane, Fauence, Florence d'or et gens espuiser.

Comentário: "do Monte Real": Do mundo espiritual, e alma genial. "adega": metáfora de povo de uma região. "e cálculo": intenção planejada. "Milane": anagrama de Mille+ane:Milênia. "Fauence": anagrama de Faux+ence: para dar a expressão adjetiva de falsidade. No caso; falsidade ideológica. "Florence": anagrama de flor+ence: florência ou florescência. Analisando os registros históricos é fácil verificar que Hitler possuia estas qualidades e defeitos.

VII - XXXIII Par fraude regne, forces expolier, La classe obsesse, passages à l'espie, Deux saincts amis se viendront rallier, Esveiller hayne de longtemps assoupie. Tradução: Por fraude reino, forças expoliar, A classe obsessa, passagens à espia, Dois santos amigos virão a realiar-se, Excitar ódio de longo tempo adormecido. Interpretação: Usando poderes fraudulentos virá expoliar os valores. humanos. A facção humana bastante inclinada aos interesses particulares estará obsediada pelas ideologias aplicadas e tenderão facilmente ao envolvimento. Porém, em contrapartida, dois poderes bemfazejos tornarão a se aliar contra a facção maligna. Por longo tempo os ódios adormecidos estarão despertados. Comentário: Tais situações são perfeitamente visíveis na fase do hitlerismo, e ainda persistem. Entretanto, a ideologia comunista, também é bastante adaptável a esses parâmetros.

Tradução: Do monte Real nascerá de uma empregada, Quem adega e cálculo virá tiranizar, Levantar imagem da marcha Milênia, Falsidade, Florence de ouro e gente exaurir.

VII - XXXIV

Interpretação: Uma alma dotada de um gênio de Rei nascerá de uma empregada e virá tiranizar o ambiente humano e produzir desordem social. Sua atividade produzirá transformações nos destinos humanos em marcha neste Milênio. Por falsidade ideológica exaurirá o florescimento do progresso e da Justiça, e

En grand regret sera lá gent Gauloise, Coeur vain, leger croira temerité: Pain, sel, ne vin, eau, venin en cervoise, Plus grand captif, faim, froid, necessité.

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Arvedus Tradução: Em grande lamento estará lá gente Gaulesa, Coração vão, facilitar a crer temeridade: Pão, sal, nem vinho, água, veneno não cerveja, Maior cativo, fome, frio, necessidade. Intepretação: A gente benévola estará em grande lamento; as pessoas estarão insensíveis à sensatez e facilmente crerão nas propostas audaciosas; Faltará o pão, o sal, o vinho, a água – em lugar dos alimentos terão o veneno parecido com cerveja. Então, estarão cativas da fome, frio e toda a gama de necessidades. Comentário: De tudo isto sofreu o povo alemão na fase hitleriana e após. Do mesmo têm e terão sofrido os povos que passam por guerras e revoluções, ludibriados pelas eternas demagogias políticas e ideológicas.

VII - XXXV La grande pesche viendra plaindre, plorer D'avoir esleu, trompez seront en l'aage: Guiere avec eux ne voudra demourer Deceu sera par ceux de son langage. Tradução: A grande pesca virá queixar, chorar, De ter eleito, enganados estarão em seu tempo: Dirigente com eles não quererá permanecer, Eliminado será por aqueles de sua linguagem. Interpretação: O grande número de ludibriados virá a lamentar e chorar por ter eleito o demagogo, e por ter sido enganados por ele em seu tempo. O Dirigente, com eles não quererá compactuar. Então, será eliminado por aqueles de sua própria linguagem. Comentário: A maioria dos déspotas acabam caindo em desgraça e são eliminados pelo próprio povo. Os políticos demagogos, também, quase em geral sofrem a degradação pelos seus correligionários, a execração pública e em certos casos a morte violenta. A respeito das intenções megalomaníacas de Hitler, que a História não conta, ligadas aos satânicos poderes ocultos, o leitor encontrará revelações inusitadas no livro "O despertar dos mágicos" escrito

por Palweis e Bergier. Segundo estes informam, de acordo com testemunhas pessoais, ele veio com a missão de subverter os padrões morais e religiosos do Mundo, e era comandado por um ser demoníaco de grande poder, ao qual denominavam por "Fuhrer" cuja tradução é Guia. Hitler era um médium das sombras e o tal Guia era o agente condutor das grandes decisões que se fizessem necessárias...

VII - XXXVI Dieu, le ciel, tout le divin verbe à l'onde, Porté par rouges sept razes à Bizance, Contre les oignts trois cens de Trebisconde Deux loix mettront, et horreur, puis credence. Tradução: Deus, o céu, todo o divino verbo à onda, Levado por rubros sete alqueires à Bizance, Contra os ungidos trezentos de Trebisconde Duas leis meterão, e horror, depois credence. Interpretação: Deus, com toda a sua hierarquia de anjos e almas ("céu") e todas as forças inteligentes da Natureza ("o divino verbo") estarão trabalhando conjungadamente ("à onda") com as atividades levadas pelos homens ("levado por rubros") durante sete mil anos ("sete alqueires") em uma atividade semelhante a do Império Bizantino ("à Bizance"). Contra as almas a ser ungidas ("oingts") haverá trezentos anos de progresso brilhante mas cheio de sofrimentos e preocupações à semelhança do pequeno Império de Trebizonda nos seus trezentos anos de esplendor. E, estas almas seletas estarão sujeitas a duas situações ("duas leis"): – ao costumeiro horror, e depois um tempo mais pacífico, um tempo de credência preparando-as para a sagração. Comentário: Esta quadra sintetiza os pontos fundamentais das profecias, principalmente do Apocalípse, para a execução do plano Divino de evolução da alma, e do progresso humano. Os leitores familiarizados com estas questões, tanto as doutrinárias quanto as proféticas entenderão facilmente pela interpretação que ofereço. Os leitores não familiarizados poderão encontrar o entendimento através dos sacerdotes ou ministros, conforme à sua fé religiosa.

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Assim falou Nostradamus Peço desculpar-me por não ter espaço para explicar os detalhes que são amplos para este caso. Em síntese, e dentro dos parâmetros do espiritismo e do espiritualismo, eu compreendo que Nostradamus está dizendo que Deus comanda a execução de um plano determinado para a evolução das almas e o progresso material da Terra com a colaboração de todos os seres envolvidos nela. Tanto os bons quanto os maus, de qualquer modo ou forma particpam da execução desse plano determinado para ser concluído em sete mil anos. "Sete alqueires": o alqueire é uma medida de mais ou menos 14 litros. Portanto, é metáfora de tempo medido. Sete medidas: sete mil anos. "rubros": metáfora de sangue. Portanto, figura os homens, com sentido de encarnados. "divino verbo": energia universal em atividade na Natureza. "à Bizance": à semelhança dos acontecimenos históricos de Bizâncio. "trezentos de Trebizonda": à semelhança dos acontecimentos históricos de Trebizonda, nos trezentos anos. Neste caso – figurando as pessoas e almas que se comportam com maior dignidade, e estão sujeitas a serem eleitas no Juizo Final, como "os trezentos de Gedeão. "credence": credência: mesa junto ao altar, onde se colocam as galhetas e outros acessórios para a celebração da Missa; e também as ofertas do fiéis. No caso, o sentido de credencial fica bem associado à idéia da quadra. O que podemos raciocinar pelo o que menciona o dicionário: Credencial : "Que dá créditos ou poderes para representar o país perante o Governo de outro. E, ações e títulos que abonam uma pessoa. Por algum motivo particular ele escreveu "Trebisconde" ao invés de Trebisonde, ou é algum lapso gráfico em relação ao original escrito a mão. De qualquer modo, sou de opinião que traduzindo-se por Trebizonda este nome não invalida o sentido da sentença. Outrossim, com "Bizance" ele acentua os efeitos contraditórios do progresso humano, o qual beneficia por um lado, e prejudica por outro – por motivo da beligerância com seus resultados destrutivos.

VII - XXXVII Diz envoyez, chef de nef mettre à mort, D'un adverty, en classe guerre ouverte, Confusion chef, l'un se picque et mord, Leryn, stecades nefs, cap dedans la nerte. Tradução: Dez enviados, chefe de nave por à morte, De um advertido, em classe guerra aberta, Confusão chefe a um se pica e morde, Leryn, cobertas naves, cabeça dentro da murta. Interpretação: Dez mandamentos foram enviados a Terra por Deus ("dez enviados") a fim de por o pecado à morte ("chefe de nave por à morte"). Esses mandamentos advertem o Homem de como proceder em relação aos Direitos e Deveres ("de um advertido") para com Deus e com o próximo. Eles classificam o grau de responsabilidade de cada um e por isto, desde então, terá gerado grandes conflitos ("em classe guerra aberta"). Todo aquele que desobedece a esses mandamentos entra em distúrbios de consciência ("confusão chefe") e passa a sofrer as consequências de seus erros e pecados principalmente por autocondenação ("a um se pique e morde"). O cérebro do homem é como um grupo de ilhas ("Leryn") onde o espírito e a alma ficam abrigados como naves que se abrigam nas ilhas; e o espírito é o capitão do corpo, como se fosse a seiva da murta com suas virtudes medicinais, dotada das virtudes do espírito. Comentário: "Leryn": Nome de um grupo de ilhas na França. "la nerte": a murta. Planta que contém virtudes medicinais. No caso, com a figura ("cap dedans la nerte") ele está dando uma força de expressão de que o cérebro rege o corpo com suas virtudes mais as virtudes do espírito, o qual reside nele. Esta metáfora é semelhante a alegoria que está registrada no capítulo 1º, versículos 8 a 11 do livro de Zacarias, na Bíblia. O vers. 8 diz:"Olhei de noite e vi um homem montado num cavalo vermelho, e parava entre as murtas que estavam na profundeza e atrás dele estavam cavalos vermelhos, morenos e brancos". Este versículo pode ser interpretado assim:

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Arvedus Coloquei-me em profunda meditação e por imaginação tive a visão de meu espírito como um homem montado em um cavalo vermelho, cujo cavalo representa meu corpo. E parava ou residia entre os dispositivos do cérebro que estavam no íntimo do cérebro, e atrás dele (do espírito) estavam virtudes do corpo (vermelhos) e virtudes do espírito (brancos). Cavalo é símbolo de força, poder, virtude. ("morremos": virtudes da alma"). No versículo 11 ele ainda fala em alegoria:"Nós já andamos pela terra, e eis que toda a Terra está tranquila e em descanso". O que pode ser interpretado: Eu, Zacarias, já dominei os meus instintos terrenos, e eis que tenho minha consciência tranquila e em descanso. O restante da visão deste capítulo o leitor poderá interpretar, seguindo a minha... "stecades": derivado do latim: "stega- ae = cobertura, toldo. Outrossim, "la nerte" significa murta ou mirta. E, "Myrtéa" é um epíteto de Vênus, deusa das emoções de Amor. "cap": cabeça, lider, capitão. Portanto, "cap dedans la nerte" traz o sentido de algum líder que vive entre a murta, e a cultiva.

VII - XXXVIII

Muitas vezes cai e é arrastado, puxado pelos desvarios das paixões bestiais, das quais discorda e por elas sofre horrivelmente, visto que tal existência culmina em fracasso das obrigações éticas préestabelecidas, o que para ele é como morrer horrivelmente. Comentário: Por esta quadra, mais uma vez ele nos lembra que o espírito fica muito sujeito a ser dominado pela ação mental do cérebro por toda uma existência. É muito difícil para as pessoas leigas em relação as leis da reencarnação entender o processamento mental conjugado pelo corpo, alma e espírito. É fácil para o reencarnacionista em virtude da grande quantidade de livros que explicam esses fatos. Principalmente para o vidente que além de informado ainda os enxerga. Para o espírito superior, acostumado nos pâramos espirituais, o tempo em que tem necessidade de viver na carne afigura-se-lhe, apropriadamente, a uma situação de alguém que está morto.

VII - XXXIX Le conducteur de l'armee Française, Cuidant, perdre le principal phalange, Par sus pavé de l'avaigne et d'ardoise, Soy parfondra par Gennes gent estrange.

L'aisne Royal sur coursier voltigeant, Picquer viendra, si rudement courir, Gueulle, lipee pied dans l'estrein pleignant, Trainé, tiré, horriblement mourir.

Tradução: O condutor da armada Francesa, Cuidando perder a principal falange, Por sobre pavimento de aveia e de ardósia, Aprofundar-se-á por Gennes gente estranha.

Tradução: O morgado Real sobre corcel xucro, Esporear virá, tão rudemente correr: Humilhado, agarrado, pé no estribo lastimando, Arrastado, puxado, horrivelmente morrer. Interpretação: O espírito, herdeiro dos dons de Deus, ao estar encarnado sentir-se-á como um morgado posto sobre o lombo de um corcel selvagem e tresloucado. Ao dar vida ao corpo, o qual figurativamente é um corcel xucro, apaixonado, é como que se o fustigasse com esporas e ele se ponha a correr rudemente pela vida. No decorrer da existência humana, dado às estrepolias provocadas pelo cérebro animalizado, o espírito sente-se humilhado, como um parasita agarrado com unhas e dentes no cabeçote do arreio, procurando ao menos manter o pé no estribo, e segue lamentando.

Interpretação: O espírito de escol, um missionário ("o condutor") que é líder no Mundo espiritual ("da armada Francesa") quando vai reencarnar sente a angústia por se afastar por alguns anos do convívio com os espíritos do seu mundo: O corpo humano para ele é como um cubículo feito de ardósia e aveia, e nele se interligará ("apronfudar-se-á") na conformidade com as leis da Genética("Gennes") e então sentir-se-á em um ambiente de vida estranha ("gente estranha") e ao mesmo tempo sente-se a conviver com gente estranha, em relação às almas do seu Mundo. Comentário: Entendo que ele está figurando o cérebro

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Assim falou Nostradamus como um pudim de aveia, e o corpo com a contextura dos materiais da terra. "por Gennes": de acordo com os conhecimento científicos da Genética.

VII - XL Dedans tonneaux hors oignts d'huile et gresse Seront vingt un devant le port fermez, Au second guet par mort feront proüesse, Gaigner les portes, et du guet assommez. Tradução: Dentro dos toneis por fora untados de azeite e poeira, Serão vinte e um diante do porto fehado, À segunda ronda por morte farão proeza, Ganhadas as portas, e pela ronda mortes a pancadas. Interpretação: Os cérebros humanos são derivados de azeite e pó, e estão encerrados na cabeça como se fossem acomodados em toneis e untados por fora com azeite e pó. A pessoa será considerada adulta quando atingir os vinte e um anos de idade ("2º verso"). Na segunda idade, ou na maturidade, as pessoas farão grandes proezas antes que a morte chegue. Quando chega a velhice ("ganhadas as portas") a morte se aproxima dos corpos que já estão enfraquecendo pelas pancadas recebidas pela vida afora, e lhes aplica as pancadas finais ("e pela ronda mortos a pancadas"). Comentário: "toneis": no caso é figura de cabeça, e também de corpo. O crâneo é um aparente tonel de louça. "untado de azeite e pó": tem dois sentidos conjugados. 1º) – é figura da contextura do cérebro no qual entra uma composição de gorduras e derivados de sais da terra. Por isto Jesus acentua, segundo o Evangelho:"Vós sois o sal da terra". O 2º sentido expressa a idéia de o cérebro ser ungido com a inteligência criadora ("azeite") e por índole materialista ("pó de pedra ou poeira"). "2º verso": metáfora significando que o corpo humano ("porto fechado") e/ou porto onde o espírito está fechado, leva vinte e um anos de vida para ter a sua estrutura completada ("porto fechado"). E também, significa que o cérebro atinge a capacidade ideal da razão. Pelo menos em tese, a qual faculta as determinações das leis civis sobre Deveres e Direitos da pessoa.

"ronda": um tempo de vida. Em padrões esotéricos. Portanto, primeira ronda que vai da infância à juventude. Segunda ronda, da juventude à maturidade. Terceira ronda, ou terceira idade, que é a fase da velhice. Outrossim, a ronda é convencionada pelos esoteristas para figurar um certo tempo de vida eum certo tempo de morte. No Apocalípse, o Apóstolo João fala da primeira morte, e da segunda morte. Em termos esotéricos isto significa o tempo que o espírito morre para o mundo espiritual, e ressuscita no mundo carnal (primeira morte). E morre no mundo carnal para ressuscitar no mundo espiritual (segunda morte). E, vice-versa. São Paulo também escreve a este respeito. São Paulo ainda comenta dizendo que "todos os dias morremos, e todos os dias renascemos". Cientificamente morremos a todos os instantes pois que células de nosso corpo morrem a cada instante, e outras nascem a cada instante. Morremos quando dormimos, e ressuscitamos quando acordamos...

VII - XLI Les os des pieds et des mains enserrez, Par bruit maison long temps inhabitee, Seront par songes concavant deterrez, Maison salubre et sans bruit habitee. Tradução: Os ossos dos pés e das mãos encerrados, Por som casa longo tempo inabitada, Serão por sonhos concavando desenterrados, Casa salubre e sem barulho habitada. Interpretação: Quando os ossos de uma pessoa são desenterrados, e o caixão aberto alguém imagina mais ou menos assim: Ah! por longo tempo este corpo deixou de ser habitado. Barulho algum o tem afetado. Agora ele é uma casa por longo tempo inabitada pelos sons da vida. Agora este esqueleto é uma casa salubre! Doença alguma a pode afetar. Agora é uma casa habitada pelo silêncio; pelo descanso em paz! Comentário: Mais uma vez Nostradamus coloca o chiste macabro, patético, para enfrentar as realidades causadas pela morte. Bom tema para meditação, não?

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Arvedus

VII - XLII Deux de poison saisis nouveaux venus, Dans la cuisine du grand Prince verser, Par le Soüillar toux deux au faict cogneus, Prins qui cuidoit de mort l'aisne vexer. Tradução: Dois de veneno surpreendidos recém-vindos, Dentro da cozinha do grande Príncipe verter, Pela travessa da ponte ambos conhecido o fato, Enganado quem cuidava de morte o mais velho vexar. Interpretação: O corpo e o cérebro são duas estruturas complexas que produzem e vertem dois tipos de veneno: um físico e um psíquico, dentro da mente humana. O espírito e a alma ("recém-vindos") sentemse surpreendidos por este fato quando reencarnam, e mesmo durante toda a vida na carne ("pela travessa da ponte"). Quem terá acreditado que a morte do corpo produz, também, a morte do espírito ("o mais velho vexar") terá incorrido em grande engano vexatório. Comentário: "2º verso": cérebro e ou mente onde vive o espírito."cosinha" é a memória. "recém-vindos": espírito e alma quando encarnam. "pela travessa da ponte": travessia da vida. O 4º verso é um alerta para os ateus, e também, para os religiosos que aceitam o critério materialista como verdade indiscutível. Para os que se contentam com os jargões:"morreu, acabou!":"à vida do indivíduo termina na tumba". Alerta, também, para os religiosos que supõem que as almas dos mortos ficarão dormindo até o dia do Juizo Final. Etc. "Soüillar": travessa da ponte.

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Assim falou Nostradamus

Resumo da CentúriaVIII

VIII-XIV- Riqueza excessiva, e luxo, facilitam a desonra. Etc.

VIII-I - A respeito da indolência, negligência, etc.

VIII-XV- A respeito do homossexualismo e da suas más consequências...

VIII-II- Nesta quadra Nostradamus afirma que possui um dom, e recebe auxílio espiritual, e possui a faculdade da vidência. E, vê os espíritos e as energias que os circundam. Então, inspirado, escreve febrilmente. Etc. VIII-III- Os primeiros anos na vida humana são muito aflitivos para o espírito reencarnado. E, uma interpretação com sentidos associados, ou bivalentes, pela qual Nostradamus faz outra advertência para os intérpretes. Etc. VIII-IV - Por esta quadra ele dá mais alguma orientação aos intérpretes – em continuação ao assunto da quadra anterior. VIII-V- Em sequência às duas quadras anteriores ele previne e faz uma previsão a respeito das capacidades de seus futuros intérpretes. Etc. VIII-VI- Nesta quadra ele mostra uma reação contra alguns líderes da Reforma Protestante. Etc. VIII-VII- Para o espírito humano conquistar a felicidade celeste terá que passar por muitas reencarnações. Do valor da Humildade. Etc. VIII-VIII- Com relação ao espírito o homem é visto, alegoricamente como meio-porco. Alma vista como esposa infiel, etc. VIII-IX- Das turbulências psíco-físicas que os homens estarão sujeitos na vida humana... VIII-X- Quadro repugnante de defunto exalando mau cheiro na sepultura. Etc. E alegoria escarnecendo, talvez, os Calvinistas da época. VIII-XI - o que ocorre à multidão de almas após a morte. E como se processa o desenlace. Etc. VIII-XII- Seguimento da anterior. VIII-XIII- Continuação do assunto das duas anteriores.

VIII-XVI- A Terra é um santuário de Deus, e os homens teimam em transformá-la em um inferno... VIII-XVII- Recrudescimento das paixões, da discórdia e suas consequências. VIII-XVIII- Quando esta obra for devidamente intepretada ajudará a florescer os bons costumes e a boa cultura intelectual, etc. VIII-XIX- Continuação do assunto da anterior. VIII-XX- Continuação do assunto das duas anteriores. VIII-XXI-Defraudação da moral através das gerações... VIII-XXII- Missionários santos e farta literatura advertem os homens. Muitos recusam essa graça. Etc. VIII-XXIII- A respeito da memória prodigiosa da alma. Etc. VIII-XXIV- Reflexões a respeito do homem na vida e na morte. VIII-XXV- A respeito da vida provisória do corpo e da ilusão da alma... VIII-XXVI- A respeito do falso moralista... VIII-XXVII- Outra orientação e advertência para os intérpretes... VIII-XXVIII- Reflexões a respeito de livros valiosos queimados em praça pública. E, conhecimentos e livros são indestrutíveis... VIII-XXXIX- Vatícinios para a Geração do século XX, a respeito da maturação mental. VIII-XXX- Continuação do assunto da quadra anterior. Tesouro escondido no crânio... VIII-XXXI- Reflexões a respeito da atividade do homem na infância, quando adulto, e na hora da morte...

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Arvedus VIII-LII- A maioria da Humanidade não sabe usufruir dos Bens abundantes na Terra. Etc.

VIII-XXXII- Artimanhas do Ego. VIII-XXXIII- O homem é nascido do espírito. Etc. VIII-XXXIV- Recado aos arqueólogos. E vitória do espírito e do homem no caminho da evolução.

VIII-LIII- Quando o espírito e/ou alma falha no seu propósito de evoluir – em uma encarnação; ele pode não avançar, mas também não retrocederá. Etc.

VIII-XXXV- Sequência da anterior, e a respeito de glaciação repentina havida a milhões de anos na região do Garonne.

VIII-LIV- Continuação do assunto da anterior, e mais...

VIII-XXXVI- Outra advertência e orientação para os intérpretes, com relação aos valores da obra.

VIII-LVI- A respeito do que ocorre na consciência da pessoa nos momentos da agonia...

VIII-XXXVII- Continuação do assunto da anterior.

VIII-LVII- O espírito nasce simples e ignorante e conquistará a Sabedoria por milênios até chegar à vitória final. Isto é, à Perfeição do Anjo.

VIII-XXXVIII- Nesta quadra ele conclama os homens a acompanhar o progresso material com justiça e devotamento religioso.

VIII- LV- Continuação do assunto das duas anteriores.

VIII-XXXIX- Continuação do assunto da anterior.

VIII-LVIII- Quadra a respeito da rebeldia dos seres humanos em obedecer a Autoridade das Leis de Deus. Etc.

VIII-XL- A respeito da ação dos Evangelhos como revisor do Velho Testamento. Etc.

VIII-LIX- Tanto o espírito quanto o ser humano estão ainda imperfeitos neste Mundo...

VIII-XLI- Outra orientação e advertência para os intérpretes e leitores, com relação aos valores de sua obra.

VIII-LX- Nesta quadra, Nostradamus afirma a sua convicção de que o espírito é ser real na Árvore da Vida. Que o homem é seu veículo provisório de manifestação. Etc.

VIII-XLII- Corroboração das profecias referentes ao Juízo Final... VIII-XLIII- A maior parte dos sofrimentos a que está sujeito o ser humano provem da indisciplina do Ego. Etc. VIII-XLIV- Por precária obediência e disciplina o homem atrasa a evolução humana e espiritual. Etc. VIII-XLIX- O poder da Justiça Divina estará vindo sobre os homens como águas saneadoras. No final do segundo milêncio da Era Cristã haverá grande mortandade motivada pelos desatinos humanos. Etc. VIII-L- Os homens estarão desvairados pela ganância à semelhança de um bando de macacos desvairados pela fome. Etc. VIII-LI- Da abertura da consciência espiritual...

VIII-LXI- Continuação do assunto da anterior. E, lembra que ninguém conquistará a angelitude se não puzer o Conhecimento das Verdades relativo aos Direitos e Deveres em prática. Etc. VIII-LXII- Não há castigo eterno nos infernos. O sacerdote não deve aterrorizar seus fiéis com este sofisma. VIII-LXIII- Do adultério. Menções referentes ao 6º Mandamento do Decálogo. Consequências... VIII-LXIV- Quem conhece as realidades do Mundo Espiritual suporta as adversidades humanas com maior facilidade. Etc. VIII-LXV- A respeito do Poder Oculto do Bem, e do poder oculto do Mal. Etc. VIII-LXVI- A respeito da Justiça Benfeitora das Leis Divinas. Etc.

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Assim falou Nostradamus

VIII-LXVII- A respeito da discórdia inacabável entre as mentalidades do espírito, da alma, e do corpo. Etc. VIII-LXVIII- Outra advertência aos intérpretes a respeito das Centúrias... VIII-LXIX- Nostradamus menciona nesta quadra que os espíritos humanos levam até dez mil anos para conquistar a Perfeição...

VIII-LXXXII- A respeito do saldo dos méritos e deméritos que o espírito leva de cada vida humana. Etc. VIII-LXXXIII- Outra advertência aos intérpretes a respeito das Centúrias. E, a respeito dos mistérios... VIII-LXXXIV- Da necessária Fé em Deus. "Conheça a ti mesmo". Do paganismo e da ignorância. E sobre o pânico infundado relativo a Morte.

VIII-LXX- Reflexões sobre o Poder Oculto maligno... VIII-LXXI- A respeito do crescimento do número de astrônomos, e de mestres e sectários reencarnacionistas a partir de 1607. Perseguições e injustiças. Etc.

VIII-LXXXV- Reflexão a respeito dos tormentos da vida humana... VIII-LXXXVI- Uma visão da Vida exuberante e prodigiosa que há entre os Céus e a Terra...

VIII-LXXII- A respeito do estado de Civilização e Concórdia que será conquistado a partir do século XXI.

VIII-LXXXVII- Reflexões a respeito das vidas sucessivas do espírito em suas reencarnações e/ou ressurreições...

VIII-LXXIII- A respeito do militarismo bárbaro; da avareza, da Ganância, do egoismo, etc.

VIII-LXXXVIII- Sequência da quadra anterior.

VIII- LXXIV- A perfídia e o seu acolhimento por líderes e seguidores. Etc.

VIII-LXXXIX- Outra advertência para os intérpretes das Centúrias. VIII-XC- Continuação do assunto da quadra anterior.

VIII-LXXV- Ode aos valores sentimentais da Alma... VIII-XCI- Continuação do assunto das duas anteriores. VIII-LXXVI- Quadra a respeito da facção maligna, sem fé, e sem lei, e covarde... VIII-LXXVII- A respeito do "anti-Cristo". E, o sacrifício humano fertilizará a terra... VIII-LXXVIII- Vatícinio a respeito de um grande esforço cultural e religioso que será espalhado pela Terra para esclarecer o sentido esotérico dos Escritos Sagrados ("lingua torta"). VIII-LXXIX- O homem é o filho do espírito. O cérebro do homem é semelhante às Gorgonas, porém, valioso para a evolução do pai. Etc. VIII-LXXX- Contínuas guerras e revoluções... As gentes procurarão socorro nos simulacros, o que é um engano... VIII-LXXXI- A respeito do império da desordem e desolação. Guerras insanas. Tributo, etc...

VIII-XCII- A respeito da situação do espírito quando encarnado e quando desencarnado. VIII-XCIII- A respeito do livre-arbítrio que os homens terão até o Juízo Final, e do qual não saberão usufruir. E após o Juízo Final... VIII-XCIV- A respeito das limitações do cérebro e dos conflitos conscienciais e humanos... VIII-XCV- A alma sempre estará sujeita às seduções... O bom pastor... VIII-XCVI- A respeito da Religião Israelita e da sua esterilidade no sentido de prosperar. VIII-XCVII- O materialismo, os maus instintos, e maus costumes serão suplantados por nova ordem...

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Arvedus VIII-XCVIII- Clérigos serão perseguidos e sacrificados... VIII-XCIX- Transformação do homem pela potencialidade da Religião, das Ciências, e das Artes... VIII-C- Sedentos de felicidade.

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Assim falou Nostradamus

CENTÚRIA VIII VIII - I Pau, NAY, LORON, plus feu qu'a sang fera, Laude nager, fuir grand aux surrez: Les agassas entree refusera, Pampon, Durance les tiendra enserrez. Tradução: Pau, NAY, Loron mais fogo que de amor fará, Louva nadar, fugir grande aos sobre nivelados, Às pêgas entrada recusará, Todos depravados, Durance os manterá encerrados. Interpretação: Homem("Pau"). Espírito ("Nay"), Alma("Loron") convivem mais subordinados às paixões ("mais fogo") do que bom senso amoroso. O homem aprecia ser negligente e indolente, viver ao sabor da corrente ("louva nadar"), e assim fugir demais das boas regras de comportamento ("sobre nivelados"). Recusa dar guarida aos pensamentos mais elevados ("as pêgas entrada recusará"). Porém, todos os depravados ("Pampon") estarão sempre presos à disciplina severa da própria Consciência ("Durance"), durante a vida ("Durance"). Comentário: "Pau": radical latina que sempre traz o sentido de – pouco. Entendo que ele menospreza o homem em relação ao espírito. Então, está depreciando o seu valor por :pouco, pequeno, ínfimo, menor, etc. "Nay": Nascido. Ele costuma considerar o espírito por um deus ou divindade. Colocou a metáfora em maiúsculas para salientar o valor dele. O mesmo fez para alma ("Loron") a qual na realidade é o corpo físico, perene, do espírito. Portanto, tem mais valor intrínseco que o corpo. Pôs em maiúsculas. "sobre nivelados": se ele está falando de bom senso e desatino é evidente que esta expressão, "sobre nivelados" refere-se à Moral, ética, estética. "às pêgas"; a pêga é um pássaro. Esotericamente, os pássaros e as asas, são símbolos de pensamento.

Outrossim, os nomes "Pégásus": musas, fonte de Hipocrane, e Pegasus:Pégaso, cavalo alado nascido do sangue de Medusa. Com uma patada fez brotar a fonte da Bitínia. São símbolos de alegorias mitológicas gregas, os quais representam a fonte e a atividade do pensamento, e a sua força, e poder. Portanto, ao usar "Pêga' por metáfora do pensamento ele nos leva a associar esta aos nomes em latim que menciono. E assim, a expressão tornase mais potente para a quadra. "Pampon": do grego: pampona, significa todo depravado, ou todos depravados. "Durance": rio da França. Porém, na quadra eu considero anagrama de atividade severa. Pelo assunto, associa à idéia de Consciência. Portanto, rio consciencial. E, a idéia de algo atuando com severidade. No caso, a disciplina, a qual é uma sensação, ou atitude severa. E, isto porque "Durance" é palavra derivada do adjetivo francês "Dur": duro, austero, rígido, severo, etc. Pelo exposto, as idéias casam bem. "agassas": significa(ave) pêga, pio de ave; pio: de puro; pio; de devoto, de caritativo, de virtuoso; etc.

VIII - II Condon et aux et autour de Mirande Ie voye du ciel qui les environne; Sol mars conioinct au Lyon, puis Marmande Foudre, grand gresle, mur tombe dans Garonne. Tradução: Condon e aux em torno de Mirande Eu vejo do céu fogo o qual os circunda: Sol Marte conjunto ao Leão, depois Marmande Raio, grande granizo, muro tomba dentro de Garonne. Interpretação: Possuo um dom ("Condon") e tenho auxílio ("aux") e possuo vidência ("e em torno de Mirande"). Eu vejo as almas ou espíritos ("Eu vejo do céu"), e as energias ("fogo"), as quais a eles circundam: Minha inteligência incitada pela coragem e a força ("Sol Marte conjunto ao Leão"), põem-me a escrever no papel ("Marmande"), vindo as idéias com a rapidez do ráio, enquanto descem como um grande granizo e as sentenças tombam sobre as páginas ("Muro tomba") com a essência dentro da doutrina dos Garos ("dentro de Garonne").

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Arvedus Comentário: "Garonne": anagrama derivado de Garos. "Garos": Povo de origem Tibeto-Burmanesa principalmente nas colinas Garo, na Província de Assam, India. Sua religião é animística. Acreditam em um Criador, cultuam as almas dos ancestrais e acreditam, convictamente, na lei da reencarnação da alma. (Nota: Segundo a enciclopédia Funk e Wagnalls.) "Mirande": metáfora derivada do verbo "mirer": contemplar, mirar. Portanto ("e em torno de Mirande") corresponde a ver, mirar, contemplar pela 3ª visão, ou olhos da alma como se esteja vendo com os olhos físicos "Condon": anagrama ou neologismo de Nostradamus. "Con": com +"don"= dom. Creio que derivado do latim:"condono,as avi, atum, are: dar, doar, retirbuir com dom. E, Condonati, onis": dádiva, adjudicação. "Aux" prefixo latino com acepção de auxílio, ajuda. Na Mitologia "Auxo": uma das Graças, é a deusa do desenvolvimento, ou prosperidade. "Muro": neste caso ele figura as letras assentadas na página, como se tijolos assentados em um muro. Em outras quadras ele usa "muro" como metáfora de tábua de lei, código de leis, regras de conduta, etc. Nesta quadra, em redação mais velada, ele repete o que sentia ao escrever. Repete as menções das quadras iniciais da Ia. Centúria, e as menções feitas na Carta ao filho César. "Marmande": Baseei-me no sentido de "Marmentaux": bosques reservados para ornatos. No caso, as páginas escritas são semelhantes aos bosques. As palavras e sentenças são ornamentos das idéias, assim como as árvores proporcionam beleza e utilidade.

VIII - III Au fort chasteau de Vigilanne et Resviers Sera serré le puisnay de Nancy: Dedans Turin seront ards les premiers Lors que de dueil Lyon sera transy. Tradução: Ao forte castelo de Vigilanne e Resviers Estará encerrado o mais jovem de Nancy: Dentro de Turin serão árduos os primeiros Quando que de dual Leão estará transido.

Interpretação: Ao reencarnar, o espírito estará encerrado no corpo ("ao forte do castelo") em permanente vigília ("de Vigilanne") e assim passar a reviver ("Resviers") no mundo humano. Então, aos olhos humanos é visto como uma criança ("o mais jovem"), um anjo vindo do céu ("de Nancy"), quando na realidade a sua existência é milenária. Dentro do corpo ("Turin") os primeiros anos serão árduos para ele, pois o seu universo mental estará confundido ao universo mental do corpo, em uma situação de poder dual ("de dual Leão"). Em tal conjuntura ele estará transido pelo procedimento emocional e apaixonado do Ego. Comentário: Para o reencarnacionista este fato é amplamente conhecido. E, também, pelo psicanalista e psiquiatra, mesmo que não aceitem os parâmetros da reencarnação. "Vigilanne": anagrama derivado de vigília. No caso, ele está subeentendendo que o espírito não dorme no seu mundo, e nem quando está no corpo. Descansa, mas não dorme,pois não tem essa necessidade própria do ser humano. "Resviers": anagrama de reviver, ressucitar em vida humana. E, colocou no plural para referir a reviveres intermitentes. "O mais jovem": esta expressão coloca o intérprete reencarnacionista diante de duas imagens: 1) da criança; 2) ao fato de que o espírito envelhece na idade, não na sua forma, ou corpo espiritual, ou alma. Conforme vai evoluindo sua aparência vai rejuvenescendo. "Turin": metáfora para mente e/ou cérebro, os quais são o centro de comando inteligente do corpo. E, Turin, é uma cerimônia religiosa dos Israelitas. "dual Leão": poder dual. Prezado leitor: esta interpretação é perfeitamente válida, visto que a forma de poema simbólico incita o intérprete a por sua imaginação em efervescência, e assim o leva a confundir a intenção real do autor. Por esta razão, ao se analisar cada intepretação, surgem as divergências e os disparates entre, digamos, vinte ou mais interpretantes. Ocorre que Nostradamus, ou por instinto, ou por intenção, acaba forjando os textos com várias idéias associadas. No caso desta quadra ele faz confundir a sequência da quadra anterior em duas trilhas paralelas: uma de sua convicção religiosa e científica, e outra de sua intenção em manifestar o seu estilo literário.

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Assim falou Nostradamus Nestes termos, sou obrigado a oferecer duas intepretações ao leitor. Para esta e para a próxima quadra. Portanto, ambas válidas, principalmente por razão elucidativa intencionada por ele, e por simbiose, por intenção do intérprete. Por isto ele alerta e orienta pela carta ao filho César expondo seu caráter, sua personalidade, e suas intenções aplicadas nos textos Vamos lá: Segunda Interpretação: Neste livro que é semelhante a um forte Castelo bem estruturado e vigiado, as minhas idéias, convicções e previsões vivem e revivem encerradas nele até que apareçam os intérpretes capacitados para o revelar ("o mais jovem de Nancy"). Dentro da consciência deles ("dentro de Turin") os primeiros passos serão árduos visto que haverá sempre uma dualidade de experiência e de intenção. Minhas e deles. Assim, o pensamento deles estará sempre transido pela dúvida, e pela dificuldade que terão de comprovar a veracidade dos meus pensamentos e intenções.

VIII - IV Dedans Monech le coq sera receu, Le Cardinal de France apparoistra Par Logarien Romain sera deceu Foiblesse à l'Aigle, et force au Coq naistra. Tradução: Dentro de Monech o galo será recebido O cardeal de França aparecerá Por Logarien Romain será revelado, Fraqueza à Aguia, e força ao Galo nascerá. Interpretação: Ao analisar com cuidado, os meus textos, o leitor ("o galo") receberá em sua mente "Monech" idéias com aparência confusa, ou enigmática ("o galo"). Porém, com o esforço devido as idéias fundamentais e verdadeiras ("o Cardeal de França") aparecerão. Por raciocínio lógico sobre as coisas Divinas e Coisas Humanas ("por Logarien Romain") será revelado. O intérprete capacitado atrairá e apanhará os pensamentos, como se fosse um hipnotizador atraindo e apanhando uma águia que esteja voando bem alto ("fraqueza à Águia"). E, assim a força da mente do Intérprete vai

tendo mais e mais capacidade para apreender e compreender meus pensamentos(" e força ao Galo nascerá"). Comentário: "Monech": Mônaco, Moneco, Hércules; cidade de Monaco, templo de Hércules em Mônaco. Neste caso ele está considerando o cérebro e/ou mente do leitor como um templo de um herói mitológico. "O galo": neste caso há a considerar a natureza e a aparência do galo: soberbo, meio boçal, fantasista. As quadras dele, à primeira vista, aparentam isso. Inclusive, é muito comum as pessoas dizerem: "Ah! esse Nostradamus foi maluco, ou malandro para conquistar notoriedade!" "Cardeal": o principal, o fundamental. "de França": de natureza franca, realista, sincera, verdadeira. "Logarien": anagrama de Logos+ ariano, ou ele usou "arien" como desinência para explicar o sentido de ação (o Logos em ação). Logos significa em termos de filosofia acadêmcia:"razão, raciocínio de como foi se constituíndo e disciplinando os princípios do universo, e como foi sendo manifestado por palavras". Em Teologia, e em Teosofia é considerado:"o pensamento eternal e/ou Palavra de Deus, feito encarnado em Jesus Cristo". "Romain": Romano. Neste caso, ele quer acentuar que a capacidade cerebral de raciocínio influi na mentalização do espírito, a fim de revestir o pensamento abstrato com fatos concretos. "Águia": Deduzo que ele tenciona dizer que, os assuntos são elevados, ou pensamentos sábios. "Galo": figura do galo para o Intérprete. Acentuou com "G" maiúsculo para definir o intérprete mais dedicado e mais capacitado.

VIII - V Apparoistra temple luisant orné, La lampe et cierge à Borne et Bretueil. Pour la Lucerne lecanton destorné, Quand on verra le grand Coq au cercueil. Tradução: Aparecerá templo luzente ornado, A lâmpada e círio à Borne e Bretueil. Pela Lucerna o cantão destorcido, Quando se verá o grande Galo ao Caixão. Interpretação: Para o intérprete capacitado, o texto

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Arvedus todo aparecerá como um templo luzente e ornamentado. Para o intérprete pouco capacitado que se puser a intepretar ao pé da letra o texto ficará pobre como apenas uma lâmpada e um círio. Não passará do próprio limite ("Borne") do intérprete. Para ele esta será uma obra pobre, embora reconheça que nela há melhor qualidade ("Bretueil"). Nestes termos, para a pequena capacidade mental do intérprete ("pela Lucerna") este grande canto ("Cantão) ficará destorcido, quando então o livro será abandonado em uma estante ou gaveta da mesma forma em que um grande sacerdote fica encerrado no caixão. Comentário: "Borne": limite, fronteira, fim, termo. "Bretueil": não encontrei tradução adequada para este nome. Então, considero-o um neologismo partindo da radical "Bret" que corresponde à latina "brit" e a inglesa "Brit" que derivam para Breton, latim; Britone, inglês Britanic. Porém, na linguagem Celta corresponde a "Brith" significando: multicolorido. Ou, em inglês, "britannia": uma liga de cobre e antimônio que produz peças com aparência fraca, mas praticamente forte. O assunto da quadra fica revestido por estas figuras, isto é, idéias multicoloridas e com a aparência e consistência da liga citada. Ao mesmo tempo, figura o bretão ou celta com a idéia de semi-civilizado, ou de mentalidade fraca. "Cantão": aumentativo de canto poético. "Cantão destorcido": mecha do lampião destorcida pelo calor de chama. "Galo": neste caso a figura de Galo – sacerdote pagão romano nos templos de Cibele.

VIII - VI Clarté fulgure à Lyon apparente Luysant, pront Malte, subit sera estainte: Sardon Mauris traitera decevante, Geneve à Londes à Coq trahison fainte.

u'a Malta, de súbito será apagada. Alguns líderes de Igreja semelhante a Igreja de Sardes ("Sardon") e de comportamento semelhante ao dos Mouriscos ("Mauris") desenvolverão atividades enganosas. De Genebra ("Geneve") ("a Londes") estará uma traição sendo feita contra o Sacerdócio ("Galo") em ondas sucessivas ("à Londes"). Comentário: Ele me dá a entender sua reação ante o procedimento dos Reformistas da época e prevendo maus resultados produzidos pela luta religiosa. Lendo os registros históricos a respeito das atividades desenvolvidas pelos Reformistas Protestantes desde Lutero até nossos dias o leitor compreenderá o pensamento dele nesta quadra. "Sardon": Cristão adepto à Igreja de Sardes, na Ásia Menor. Lendo a carta de São João à Igreja de Sardes (Apocalípse - cap.3) o leior, também entenderá a intenção dele. "Mauris": referência ao comportamento Mourisco ou dos Mouros. "Geneve": Genebra – Reduto das atividades dos Protestantes. Também, "Bíblia Genebra"; nome dado a uma tradução inglesa da Bíblia, a qual foi impressa em Genebra no ano de 1560. Esta tradução gerou grandes polêmicas. "à Londes":Entendo que ele aplicou um anagrama com dois sentidos – por associação de idéias, visto que Londres escrito em português é também, Londres escrito em francês. Em ingles,"London". "E, "à Londes" tem o sentido de – em ondas sucessivas, porque "onde" significa onda. Em sentido figurado": multidão de indivíduos em movimento tumultuoso. "Galo": Sacerdote pagão no Império Romano. Portanto, metáfora para Sacerdócio.

VIII - VII Verceil, Milan donra intelligence Dedan Tycin sera faite la playe, Courir par Seine eau, sang, feu par Florence, Unique choix d'hault en bas faisant maye.

Tradução: Claridade fulgura a Leão aparenta Brilhante, impressiona Malta, súbito será apagada: Sardon, Mauris tratará enganosa, Geneve à Londes à Galo traição feita. Interpretação: Uma claridade com aparente fulgor e aparente poder ("a Leão") brilhante, impressionando

Tradução: Verceil, Milan dará inteligência Dentro de Tycin será feita a chaga.

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Assim falou Nostradamus Correr por Seine água, sangue, fogo, por Florence, Único escolhido de alto abaixo prostrado de joelhos. Interpretação: Para o espírito humano conquistar a felicidade relativa aos padrões celestes ("Verceil") terá que passar por reencarnações sucessivas por milênios.("Milan dará inteligência"). Quando dentro do corpo humano ("Tycin") ele passará pelas dores proporcionadas pelas vicissitudes da vida humana ("2º verso"). No constante desenvolvimento de sua consciência ("correr por Seine") estará sendo abençoado pela Graça("água"), pelas virtudes construtivas ("sangue") e pelo sofrimento sublimante ("fogo") para chegar à florescente glória do vencedor ("Florence"). O mais valioso instrumento ("único escolhido") para atingir a vitória é a Humildade, a qual deve ser utilizada por cada pessoa, sem distinção de valores intrínsecos e extrínsecos ("de alto a baixo") , seja um potentado, seja um pária. Comentário: "Verceil": referente a Vercelli, cidade da Itália. Vercelli tem o significado de "verdadeiro céu". Do latim "vere+celli". No caso da quadra leva a idéia figurada de felicidade verdadeira. "Milan": anagrama para mil anos, cujos mil anos, literária e esotericamente tem a significação de milênios, ou tempo indefinido. "Tycin": rio Ticino, e cidade de Ticino, hoje Pávia. No caso, o rio e/ou a cidade alegorizam bem a idéia. Tanto para o universo individual quando para o Universo Coletivo. "Seine": Também é metáfora adequada para – consciência, principalmente figurando-a pelo rio Sena, e semanticamente por: seio, regaço, oculto. "Sein": tem a tradução para" seio, regaço, lugar interno, oculto, etc., portanto , sentidos que figuram bem a consciência ou espírito. "Florence": traduzo por florir, florescência. "en bas faisant maye": expressão idiomática com o sentido de: postando de joelhos. No caso, metáfora para Humildade.

VIII - VIII Pres de Linterne, dans de tonnes fermez Chiuaz sera pour l'Aigle la menee, L'esleu cassee luy ses gens enfermez, Dedans Turin rapt espouse emmenee.

Tradução: Perto de Linterne, dentro de toneis fechados, Porco selvagem fará para a Águia a traição, O eleito cassado ele suas gentes encerrados, Dentro de Turin rapto esposa conduzida. Intepretação: Perto do templo do espírito ("Linterne") dentro das cabeças humanas ignorantes ("dentro de toneis fechados") o instinto selvagem ("porco selvagem") trairá a boa fé do espírito ("a Águia"). O espírito – com todas as suas capacidades virtuosas ali encerradas terá as suas faculdades de condutor cassadas, limitadas pelas intenções e desejos do cérebro ("3º verso"). A alma ("esposa") consorte permanente do espírito por sua natureza tendente à sedução é facilmente conduzida a gozar dos deleites da vida material. Ela é como uma esposa infiel que se deixa raptar facilmente pelo amante, embora jamais possa divorciar do marido, e ter que parmanecer dentro do mesmo lar ("dentro do Turin"). Comentário: Esta situação é repetida em muitas quadras. Creio estar clara para o leitor, e dispensa mais comentários.

VIII - IX Pendant que l'Aigle et le Coq à Savone Seront unis, Mer Levant et Ongrie L'armee à Naples Palerme, Marque d'Anconne. Rome, Venise par Barbe horrible crie. Tradução: Enquanto que a Águia e o Galo à Savone Estarão unidos Mer Levant e Ongrie, A armada à Napoles, Palermo, Marca D'Ancona Roma, Veneza por Bárbara horrível grita. Interpretação: Enquanto o espírito e o corpo ("a Águia e o Galo") estarão unidos na vida humana sujeitos à necessária purgação de suas imperfeições ("Savone") sofrerão os efeitos de grandes revolvimentos e/ou revoluções ("Mer Levant") e grandes injúrias e sofrimentos ("e Ongrie"). Todas as suas faculdades inteligentes ("a armada") estarão sujeitas a sofrer as circunstâncias resultantes das atividades psíquicas e físicas, próprias, e do meio ambiente, da mesma forma que terão sofrido os povos de Nápoles, Palermo, Marca D'Ancona e de

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Arvedus Roma. Nestes termos, o ser humano estará conturbado por bárbara e horrível turbulência, à semelhança de uma cidade como Veneza sob as turbulências do mar e tempestades. Comenttário: Embora ele dê enfase ao sofrimento do indivíduo e da Coletividade no árduo caminho da evolução e do progresso, devemos ter o cuidado de analisar os dois lados da questão. Isto é, o lado negativo e o lado positivo. Por isto ele usa algumas cidades por alegoria. "Savone": anagrama derivado do substantivo "savon": sabão, e do verbo "savonner": ensaboar, limpar, higienizar. E, com sentido figurado de purgação, expiação, higienização. Estes três substantivos são bastante usados na literatura espiritualista e espírita. "Ongrie": anagrama de on: se+grief: dano, injúria, prejuizo, injustiça. Portanto, representando no texto as situações pelas quais o homem e, por consequência, o espírito passam pela vida.

VIII - X Puanteur grande sortira de Lausanne, Qu'on ne sçaura l'origine du fait: Lon mettra hors toute la gent lointaine, Feu veu au ciel, peuple estranger desfait. Tradução: Grande fedentina sairá de Lausanne, Que não se saberá a origem do feito: Por-se-á fora toda a gente distanciada, Fogo visto ao céu, povo estranho extenuado. Interpretação: Grande mau cheiro exalará do defunto e poderá escapar do sepulcro ("Lausanne"). Raras pessoas conhecem os porquês, em detalhes, a não ser um médico e vidente. Toda a gente se distanciará dali. Nesta instância o espírito já será visto no espaço ("fogo visto ao céu"). No corpo deitado no caixão o que resta de criaturas vivas e invisíveis aos olhos humanos é como u'a multidão estranha, extenuada. Comentário: Quadra poética jocosa para inspirar a reflexão e a meditação em dois sentidos.

"Lausanne": Neste caso é figura de um defunto num caixão na sepultura. Nesta quadra ele me faz sentir que estava enojado com o procedimento dos Calvinistas em Lausanne, na Suiça. Então, pintou este quadro nojento, que é comum em cemitérios usando da sua capacidade de médico e vidente para escarnecer os líderes Protestantes daquela época. A meu ver, trata-se de um desabafo justo com relação às circunstâncias da época, na qual a luta religiosa entre Protestantes e Católicos era tão acirrada.

VIII - XI Peuple infini paroistra à Vicence Sans force, feu brusler la basilique: Pres de Lunage desfait grand de Valence, Lors que Venise par morte prendra pique. Tradução: Povo infinito aparecerá à Vicense Sem força, fogo queimar a basílica: Perto de Lunagem desfeito grande de Valence, Quando que Veneza por morta impunhar ceifeira. Intepretação: Número infinito de almas aparecerá no mundo espiritual ("à Vicense") desanimadas e semiinconscientes ("sem força") possuídas por apegos, máguas, desesperos, como fogo a queimar suas consciências ("fogo queimar a basílica"). Na hora do falecimento do corpo ("perto de Lunagem") fica desfeita a parceria entre corpo e espírito, cujo pacto é de grande valência para o espírito ("grande de Valence"). E o desenlace se ultimará quando o cirurgião, uma alma especializada para cortar o fio da vida; ou anjo da morte, empunhar a ceifeira, sob a determinação de um Juizo Superior ("Veneza"). Comentário: Estou bastante familiarizado com este assunto em virtude de comunicação direta com espíritos e de estudo da literatura espírita e espiritualista. Estou convicto que muitos leitores terão tais experiências e entenderão. E certo de que os céticos dificilmente o aceitarão. "à Vicense": figura alegórica de uma cidade onde a vida é saudável, viçosa, feliz, ditosa, etc. ("perto de Lunagem"): figura poética para avaliar os momentos de transe da agonia à morte. "basílica": metáfora de cabeça e consciência

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Assim falou Nostradamus que atua dentro dela. "Veneza": neste caso refere-se a um grupo de almas, ou melhor, uma hierarquia que tem autoridade para ultimar a morte do corpo. "morta": neste caso uma figura irônica para a alma que atua como cirurgião na operação do desenlace do espírito, do corpo. Uma sátira às pessoas que acreditam em fantasmas que só têm a função de aterrorizar e infernar as pessoas. Pessoas que desconhecem que o espírito do morto está mais vivo do que quando o morto estava vivo. "morta empunhar ceifeira": é uma figuração correspondente à alegoria das Parcas mitológicas.

VIII - XII Apparositra aupres de Buffalore L'Haut et procere entre dedans Milan, L'abbe de Foix avec ceux de sainct Morre Feront la forbe habillez en vilan. Tradução: Aparecerá ao pé de Buffalore O alto e mais importante entrado dentro de Milan, O abade de Foix com aqueles de santo Morre Farão a pilhagem disfarçados em trajes de vilão. Interpretação: (Nota: Seguimento à quadra anterior.) Os espíritos e ou almas ("o alto e mais importante") que terão feito parte do corpo humano ("entrado dentro de Milan") aparecerão em algum lugar do espaço junto a Terra ("ao pé de Buffalore"). Aqueles que ainda manterão uma personalidade maldosa e zombeteira ("ao pé de Buffalore") agrupar-se-ão em locais de natureza hostil e miserável, correspondente à pobreza da mentalidade deles. Portanto, em vilas pobres, como por exemplo a vila de Buffalore. Organizações de espíritos de boa fé ("O abade de Foix") daqueles que viveram com dignidade e continuam dignos após a morte com aqueles ("de santo Morre") farão um constante trabalho de socorro e catequização a eles ("farão a pilhagem"). Neste mister, estes disfarçarão seu caráter, personalidade e aparência colocando-se ao nível daqueles para obter melhor sucesso em seu labor em favor deles ("disfarçados em trajes de vilão). Comentário: Isto é ensinado nos meios espiritualistas

principalmente nos meios espíritas por intercâmbio direto com espíritos através da mediunidade. E, há farta literatura a respeito, principalmente em livros psicografados por Francisco Candido Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, e outros expoentes que militam no Brasil, e levam as mensagens em palestras por vários países, nos moldes missionários do Apóstolo Paulo (São Paulo). Além destes mencionados que mourejam pela literatura e pela eloquência há ainda uma plêiade de outros missionários do Espiritismo Cristão ou Evangélico, brasileiros, principalmente, e também de outras nacionalidades, no campo da pintura e outras artes. "Buffalore": pequena vila italiana. Este nome, também associa a idéia de bufões maldosos. "Milan": cidade de Milão. Metáfora de corpo humano. "Foix": cidade francesa, e nome de família nobre da França. Lendo os registros históricos sobre esta cidade, e sobre tal família, o leitor encontrará a força alegórica que valoriza o assunto. "Santo Morre": metáfora expressando a idéia: aqueles que vivem, morrem e as almas continuam a viver com santidade, ou dignidade.

VIII - XIII Le croisé frere par amour effrenee Fera par Praytus Bellerephon mourir Classe à mil ans la femme forcenee Beu le breuvage, tous deux apres périr. Tradução: O cruzado irmão por amor desenfreado Fará por Praytus Belleronphon morrer, Classe a mil anos a mulher fora de si Bebida a beberagem, os dois depois perecer. Intepretação: O corpo humano ("o cruzado") irmão do espírito por serem ambos criaturas de Deus, levado pelas paixões geradas pela carne ("por amor desenfreado") fará o espírito falir ("fará Bellerophon morrer"), principalmente por força do Ciúme ("por Praytus"). A Humanidade, por muitos anos ainda ("Classe a mil anos") estará escrava das paixões ("a mulher fora de si").

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Arvedus Todas as vezes que a pessoa é dominada pelo ciúme, e também por outras paixões ("bebida a beberagem") ela estará conduzindo o seu espírito e a sua alma à falência nessa vida ("os dois perecer") a qual é uma das muitas passagens pelo caminho da evolução. Comentário: Entendo que nesta quadra ele tenciona levar o leitor a meditar sobre o ciúme e suas consequências. "Praytus": Proetus - rei de Argos. Devido a um ciúme doentio tentou insidiosamente levar Bellerophon à morte. Portanto, em sentido mitológico "Praytus" ' Proetus personifica o Ciúme, o qual é um defeito instintivo no homem. "Bellerophon:"Belerofonte: herói da Mitologia. Em sentido mitológico personifica o homem como um semi-deus. "Classe": Substantivo com sentido coletivo. Nesta quadra ele pode representar o homem, dotado de três entidade unas, e a Coletividade Humana. "a mil anos": Esotericamente mil anos significa tempo indefinido. É o mesmo sentido de quando uma pessoa diz:"Tenho mil razões para isto ou aquilo". "mulher fora de si": que eu poderia ter traduzido por mulher enlouquecida. Metáfora para mente ou mentalidade doentia. "os dois depois perecer": Neste caso, "perecer" tem mais o sentido de falir em algum propósito. O espírito ("os dois") portanto espírito e alma, reencarnam com projeto de evoluir para alcançar a angelitude.

VIII - XIV

perder a sensibilidade ao mal que a libidinagem pode fazer a honra. Tal ofensa será conhecida por adultério, que as levará a grande desonra.

VIII - XV Vers Aquilon grands efforts par hommasse, Presque l'Europe et l'universe vexer, Les deux eclyses mettra en telle chasse, Et aux Pannons vie et mort renforcer. Tradução: Em direção do Aquilão grandes esforços por marimacho, Quase a Europa e o universo vexar, Os dois eclipses porá em muito grande perseguição, E aos Panônios vida e morte reforçar. Interpretação: Como se fora ventos frios do Norte ver-se-á grandes esforços por parte de homossexuais para vexar toda a Europa e também todo o universo humano. O homossexualismo, tanto masculino quanto o feminino (dois eclípses) porá seus esforços em muito grande perseguição aos marcados por tendências homossexuais (panônios, ou cultores de Pan) em jogo cruel de vida e morte. Comentário: Parece-nos que a licenciosidade e a sodomia previstas por ele já foram bastante ultrapassadas em nossos dias. Em alguns países, os legisladores até já conseguiram transformar a sodomia em objeto de direito humano legal!? Os canais de comunicação mormente a televisão, estão sendo os maiores instrumentos de proliferação do homossexualismo...

VIII - XVI

Le grand credit d'or et d'argent l'abondance Fera aveugler par libide l'honneur, Sera cogneu d'adultere l'offence, Qui parviendra à son grand deshonneur.

Au lieu que HIERON fait sa nef fabriquer Si grand deluge sera et si subite, Qu'on n'aura lieu ne terres s'ataquer. L'onde monter Fesulan Olympique.

Tradução: O grande crédito de ouro e de prata a abundância, Fará cegar por líbido a honra, Será conhecido de adultério a ofensa, Que acontecerá à sua grande desonra. Interpretação: É bastante comum observar que: a acumulação de demasiada riqueza e o adorno de ouro e prata em abundância leva facilmente as pessoas a

Tradução: Ao lugar que HIERON fez sua nave fabricar Tão grande dilúvio estará e tão súbito, Que não se terá lugar nem terras sem atacar, A onda montar Fesulan Olympique.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: Neste planeta ao qual Deus ("Hieron") doou seu santuário, tão grande turbulência surgirá e de modo tão imprevisível que não será visto na Terra lugar algum que não seja afetado por ela. Será como um dilúvio semelhante ao do livro de Gêneses. Essa onda maligna cobrirá inclusive o sagrado mundo da poesia ("Fesulan Olympique"). E o mundo das Almas, o qual envolve a Terra. Ou Mundo Espiritual.

(1555) destes tempos um tanto acomodados, de súbito serão substituídos por três séculos ("pelos três irmãos") em que o mundo será posto em discórdia. As paixões humanas ("inimigos") apossar-seão da Humanidade ("cidade marinha") e então haverá fome, sofrimento ("fogo") derramento de sangue, peste, e de todos os males o dobro do que se tem visto até hoje.

Comentário: "HIERON": Alegoria representando Deus, razão pela qual ele escreveu em letras maiúsculas. Hieron foi rei de Siracusa na Sicilia e ficou famoso por sua armada poderosa na época. Sua glória foi cantada por Píndaro, famoso poeta grego, e outros poetas. Píndaro introduziu em suas odes numerosas reflexões morais e religiosas, e proclamou a imortalidade da alma, e um futuro julgamento de todas as almas humanas. Consta na enciclopédia que ele, como poeta lírico foi sem rival na originalidade do metro e da dicção. No esplendor de suas figuras e na sublimidade dos seus pensamentos. O nome Hieron é derivado do substantivo grego "hieros": sagrado. Hierópolis: cidade sagrada. Nessa conjuntura alegórica, interpretei esta quadra. "Fesulan Olympico": Metáfora referente ao Parnaso, na Grécia, e também referente aos poetas parnasianos. "sua nave": metáfora representando a figura do Planeta Terra. Em suma, esta quadra traz uma profecia que está sendo concretizada neste final do século XX.

Comentário: Esta profecia está quase totalmente realizada. A discórdia sempre existiu no Mundo mas foi recrudescendo a partir da Revolução Francesa em 1792 e desembestou de vez no começo do século XX. Pela previsão dele nesta quadra tal discórdia irá até o ano 2100. mais ou menos. Todas as profecias apontam para esta fase, e predizem que haverá uma Concórdia Universal nunca vista por mil anos. "três irmãos": No caso, três séculos. "cidade marinha": Metáfora para" Terra e sua Humanidade. Cidade Marinha, porque ela flutua no Oceano Espacial.

VIII - XVII Les biens aisez subit seront desmis, Par les trois freres le monde mis en trouble: Cité marine saisiront ennemis, Faim, feu, sang, peste, et de tous maux le double. Tradução: Os bens acomodados súbito serão demitidos, Pelos três irmãos o mundo posto em discórdia: Cidade marinha apossar-se-ão inimigos, Fome, fogo, sangue, peste, e de todos os males o dobro. Interpretação: Após três séculos a contar de agora

VIII - XVIII De Flora issue de sa mort sera cause, Un temps devant par ieusne et vieille bueyre Par les trois lys luy feront telle pause, Pas son fruit fauve comme chair cure mueyre. Tradução: De Flora resultado de sua morte será causa, Um tempo antes por jovem e velha lixivia, Pelos três lírios lhe farão tal pausa, Por seu fruto fulvo como carne crua movida. Interpretação: Esta minha obra é semelhante à mitologia romana da deusa Flora "de Flora". Quando for devidamente interpretada causará resultados florescentes para a cultura intelectual e para os costumes, à semelhança dos grãos do trigo plantados na terra, que morrerão para florescer o trigal ("resultado de sua morte será causa"). Esta obra é o resultado de longos tempos de maturação mental que conquistei por dedicado estudo das ciências atuais e das antigas e de intensas meditações e raciocínios ("lixívia"). Por três séculos ainda ("três lírios") não será intepretada adequadamente pelo fato de eu usar metáforas de aparência sinistra e sanguinolenta: como

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Arvedus nacos de carne crua movidas sobre uma peça de mármore ("3º e 4º versos"). Então, muitos intérpretes só imaginarão sanguinolência quando na realidade estarei falando, também, de flores. Comentário: "De Flora": A deusa Flora era festejada pelos romanos de 28 de abril a 3 de maio. Tais festejos eram celebrados com danças, jogos, espetáculos dramáticos, e muita licenciosidade. Em Roma ela tinha dois templos: um no Quirinal, e outro próximo ao Circo Máximo. Nestes termos, esta simples menção ("De Flore") retrata magistralmente a obra de Nostradamus, pois em seus versos encontramos, tanto as suas meditações e vaticínios sobre os fatos sombrios, quanto os fatos construtivos que proliferam no seio das gerações...

VIII - XIX A soustenir la grand cappe Troublee, Pour l'esclaircir les rouges marcheront, De mort famile sera presque accablee, Les rouges rouges le rouge assommeront. Tradução: A sustentar a grande capa tumultuada, Para a esclarecer os encarnados marcharão, De morte família será quase prostrada, Os encarnados vermelhos o encarnado desancarão. Intepretação: Dedicados a sustentar o resultado das intepretações desta grande obra ("grande capa") tecida em linguagem enigmática ("tumultuada"); para a esclarecer os autores de intepretações ("os encarnados") marcharão. Para os familiarizados com os assuntos das quadras, alguns intérpretes conseguirão quase compreender meus pensamentos ou quase matar as charadas ("3º verso"). Os críticos mordazes, exacerbados ("os encarnados vermelhos") desancarão os intérpretes ("o encarnado") que compreenderem minhas intenções e pensamentos. Comentário: Ele escreve sobre o mesmo assunto desde a quadra XVIII até a quadra XX. "capa tumultuada": escrita enigmática, do tipo de charada, ou jogo de palavras cruzadas.

"rouges": rubros, vermelhos, encarnados, candentes, em brasa, ardente. Etc. Eu poderia traduzir e interpretar por apenas um destes adjetivos. Porém, utilizando "encarnados" por substantivo e "vermelhos" por adjetivo, a predicação fica mais clara.

VIII - XX Le faux message par election fainte, Courir par urben rompe pache arreste, Voix acheptes, de sang chapelle tainte. Et à un autre L'Empire contraincte. Tradução: A falsa mensagem por eleição projetada, Correr por urbano rompido acordo decidida, Vozes cigarras canoras ("acheptees") de sangue capela tingida. E a um outro o Império constrangida. Intepretação: Muitas intepretações dos meus textos serão falseadas ("a falsa mensagem") pelos intérpretes as quais serão projetadas e eleitas segundo a índole de cada um ("por eleição projetada"). A interpretação naturalmente corre por acordo tácito e gentil ("correr por urbano acordo")mas não concordará exatamente na veracidade ("acordo rompido") porém, será decidida pela imaginação de cada intérprete. Parte das quadras canta as virtudes e a beleza da vida como em vozes de cigarras cantoras. Parte delas canta os resultados das atividades humanas promovidos pelo mau comportamento mental levado pelas paixões humanas ("de sangue capela tingida"). E, pelo exposto, o conglomerado dos meus pensamentos e intenções ("o Império") será apresentado por um outro, em forma constrangida. Comentário: Nesta quadra ele fala poeticamente do óbvio ululante. Cada intérprete o entende na conformidade do caráter e personalidade de cada um. E transmitem as mensagens dele da mesma forma que os jornalistas transmitem as notícias. De qualquer modo, o conjunto das interpretações que terão surgido produzirão um bom valor educativo. Assim, a obra de Nostradamus sempre alcança os objetiso de suas intenções.

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Assim falou Nostradamus

VIII - XXI

Para reforçar este sentido podemos ainda usar a informação da Enciclopédia Funk & Wagnalls que menciona: "AGDISTIS": Uma deidade andrógina, filho de Zeus e Gaea; associado com um culto Frígio de Attes.

Au port de Agde trois fustes entreront Portant l'infecte, non foy, et pestilence, Passant le pont mil milles embleront, Et le pont rompre à tierce resistance.

VIII - XXII

Tradução: Ao porto de Agde três fustas entrarão, Portando o infecto, não fé, e pestilência, Passando a ponte mil milhas defraudarão E a ponte romper à terça resistência.

Gorsan, Narbonne, par le sel advertir Tucham, la grace, Parpignan trahie, La ville rouge n'y voudra consentir, Par haut vol drap gris vie faillie.

Interpretação: Uma pessoa quando nasce (" ao porto de Agde") torna-se dotada de três mentalidades distintas ("três fustas entrarão") proporcionadas pela mente do espírito; pela mente da alma; e pela mente do cérebro. Atuam unidas e ao mesmo tempo com muitas divergências e conflitos. Passando por muitas reencarnações a alma continua carregando maus instintos ("portando o infecto"); continua infiel às Leis da Evolução ("não fé"), e com isto sua mente vai carregando seu corpo de insanidade psíquica e física ("e pestilência"). Parte dessa insanidade ela transmite ao cérebro e ao corpo humano que a irá comportando. O corpo humano por sua vez trará alguma insanidade física e cerebral e/ou mental, por atavismo da carne e por circunstâncias naturais e ambientais. O espírito, embora uma "chama divina" trará suas fraquezas e sofrerá por tais insanidades da alma e do corpo. Assim, as três entidades passam por uma vida humana ("Passando a ponte mil milhas") e ("defraudarão") os valores exigíveis ao progresso evolutivo requerido pelas Leis Divinas, até à morte do corpo ("E a ponte romper à terça resistência"). Comentário: Este assunto é vasto. Apresento o essencial. As pessoas dedicadas ao estudo destes fatos compreenderão facilmente. As pessoas não familiarizadas a eles poderão encontrar melhores esclarecimentos no Espiritismo Cristão e no Espiritualismo, tanto pela literatura quanto por mediunidade "Agde": Porto francês entre Narbonne e Marselha. Assim sendo, é metáfora suficiente para corpo humano, o qual é intermediário de alma e de espírito.

Tradução: Gorsan, Narbonne, pelo sal advertir Tucham, a graça Parpignnan traída, A vila rubra, não desejará consentir, Por alto vôo manto cinzento vida falida. Interpretação: Farta literatura e missionários santos ("Gorsan") dotados de virtudes beneficentes ("Narbone") têm estado a advertir o Homem ("Tucham"). Toda essa graça é desprezada pelo Homem ("Parpignan"). A mente dele sempre dominada pelas emoções e paixões ("a vila rubra") não desejará consentir o disciplinamento necessário. O seu cérebro e sua mente ("manto cinzento") são altamente volúveis e voluptuosos ("por alto vôo"). E assim a sua alma chega falida ao fim da vida. Comentário: Não encontrei explicação satisfatória para as metáforas Gorsan, Tucham e Parpignan. Principalmente para Tucham. Portanto, fiz a interpretação baseada nas frases que são bastante inteligíveis. Suponho que "Gorsan" é um anagrama:"Gor – do verbo "Gorger": significando: fartar, saciar, +"san" – san" = farta saúde ou farta sanidade, ou farto de santidade. "Narbonne": nome de cidade francesa. E também – nome de uma espécie de pêssego. Então, considerei: o pêssego como metáfora para virtudes beneficentes, visto que o pêssego é alimento virtuoso, e de agradável sabor e perfume. "Tucham": não encontro nada de concreto para esta metáfora. Então, considero uma figura abstrata para homem, visto que é o paciente da sentença. "Parpignan": talvez seja um anagrama montado por "Par": por = pig: porco em inglês e an –

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Arvedus desinência. Então, forma: por porco. Nostradamus costuma ironizar o corpo humano pela figura do porco. Embora, muitas vezes ressalve o valor intrínseco dele. "manto cinzento": matáfora de cérebro. O mesmo que "massa cinzenta" que no Brasil significa o cérebro com seu grau de inteligência. "Por alto vôo manto cinzento": expressão significando: elevado predomínio dos maus pensamentos e mau comportamento do homem. "vila rubra": consciência ou mente dominada pelas emoções e paixões.

vídeo tape, só podem ser vistos por ele, por quem ele autorizar, e judiciosamente por espíritos superiores, ou anjos. Outrossim, quando o espírito irá reencarnar promete a seus mentores cumprir fielmente – as Leis Divinas e leis sociais, nas quais terá falhado anteriormente. Porém, nem a ele próprio é dado conhecer tais promessas – quando está na carne. Muito menos é permitido a ele e a outrém conhecer alguns destinos que lhe serão proporcionados, de acordo com suas necessidades evolutivas.

VIII - XXIII

VIII - XXIV

Lettres trouvees de la Reyne les coffres, Point de subscrit sans aucun nom d'auteur: Par la police seront cachez les offres, Qu'on ne sçaura qui sera l'amateur.

Le lieutenant à l'entrée de l'huys Assommera le grand de Parpignan, En se cuidant sauver à Montpertuis, Sera deceu bastard de Lusignan.

Tradução: Cartas encontradas da Rainha os cofres, Sem assinatura sem nenhum nome de autor: Pela polícia serão resguardadas as proposições, Que não se saberá quem seja o amador.

Tradução: O tenente à entrada da porta Oprimirá o grande de Parpignan Em se cuidando salvar a Montpertuis, Será desiludido bastardo de Lusignan.

Interpretação: Nos dispositivos da memória da Alma (Rainha) encontram-se registrados (cartas) todos os fatos passados pelo espírito (autor) pelos milênios afora. Não se verá registrado o seu nome, pois em cada encarnação ele recebe um nome diferente. Também, por lei Divina são resguardadas as proposições feitas por ele para cada nova existência corporal. Deste modo, a ninguém é permitido saber quem ele foi e nem quem será.

Interpretação: Durante o tempo de sua vida ("à entrada da porta") o homem ("o tenente") oprimirá o seu nobre senhor o seu espírito ("o grande de Parpignan"). Na ocasião em que ele estiver cuidando de se salvar de ir para a sepultura ("a Montpertuis") será desiludido. Nessa hora seu cérebro compreenderá que não passa de um filho bastardo, um brincalhão ("de Lusignan"), um perdedor no jogo da vida ("de Lusignan").

Comentário: Para quem desconhece estes fatos devo esclarecer um pouco do que se trata nesta quadra: A mente anímica é semelhante, não igual, ao cérebro humano. Ela possui dispositivos para registrar todos os fatos vividos e presenciados pelo espírito através dos séculos e milênios, quando encarnado ou quando desencarnado. Em cada existência terrena recebe um nome dado pelos pais. Quando volta ao Mundo Espiritual costuma usar o nome que desejar. Todos os fatos passados, registrados meticulosamente, semelhantes às gravções de um

Comentário: "Parpignan": entidade semelhante ao suino. Expressão pejorativa para o homem, consi derando-se a sua natureza animal e seu comportamento abusivo no que concerne às regras da Moral. "Parpignan": anagrama composto de:"Par"+ "pig" + desinência "an": por porcão, ou aparência de suíno. "pig": porco, em inglês. "Montpertuis": alegoria para sepultura, suscitando a imagem de um lugar estreito, tapado com terra, conforme o seguinte: "pertuis": subst masc.: estreito, passagem entre terras.

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Assim falou Nostradamus "pertuiser": verbo: furar, trespassar, carcomer. Portanto "Montpertuis" faculta a imagem de sepultura, mais a imagem de trespasse ou falecimento, e que o homem será carcomido. "Lusignan": metáfora de jogador, brincalhão, escarnecedor. Derivada do latim: LUSIO - ONIS: – jogo, brincadeira e do verbo correspondente :LUDO, IS, USI, USUM, ERE: jogar, brincar, zombar, escarnecer, iludir, lograr, enganar. "bastardo": Neste caso, embora aparente uma expressão pejorativa, deve ser tomada pela idéia de energias degradadas. Visto que o corpo humano é composto por energias adensadas, de natureza provisória. Com valor inferior em relação às energias do espírito, mais puras ou mais ricas e mais potentes.

VIII - XXV Coeur de l'amour ouvert d'amour fertive Dans le ruisseau fera ravir la Dame: Le demy mal contrefera lassive, Le pere à deux privera corps de l'ame. Tradução: Coração de amante aberto de amor furtivo Dentro do riacho fará encantar a Dama: O meio mal contrafará lascívia, O pai a dois privará corpo da alma. Intepretação: A natureza emocional do corpo ("coração de amante") muito propenso aos deleites do amor sensual, furtivo; encantará a Alma ("a Dama") dentro da torrente humana ("dentro do riacho"). A morte ("o meio mal") reprimirá esse amor à sensualidade e outros prazeres materiais. O Destino ("o pai") determinado para os dois privará o corpo da alma. Comentário: Dispensável.

VIII - XXVI De Caton es trouvez en Barselonne, Mys descouvers lieu terrovers et ruyne, Le grand qui tient ne tient voudra Pamplonne, Par l'abbage de Montferrat bruyne Tradução: De Caton nos encontrados em Barcelonne,

Postos descobertos lugar terrores e ruína, O grande que tem e não tem desejará Pamplonne, Pela abadia de Montferrat brumado. Interpretação: A pessoa que possui índole proverbial de um Catão, isto é, pessoa que prega a Moral mas no íntimo é um devasso ("De Caton nos encontrados"): em sua Alma ("em Barcelonne") esses defeitos segregados estão a descoberto. E a sua consciência é um lugar de terrores e ruína. O homem ("o grande") que aparenta ter dignidade ("que tem") e na realidade não tem, desejará ser homenageado como se fosse um cortesão de Pamplona. Porém não o conseguirá, e não terá sossego, pois que sua consciência ("abadia") está poluída pelas emoções e paixões e seu cérebro parece u'a montanha cercada por um nevoeiro ferruginoso ("Montferrat brumado"). Comentário: Nesta quadra ele menciona um fato que os espiritualistas ensinam. E explicam que a memória da alma registra todos os fatos que sucede com ela pelos milênios à fora. E todos esses registros são perenes, semelhantes a um vídeo-tape registrando os fatos com até os mínimos detalhes. É o seu "livro da vida" como dizem os profetas. E serão vistos pelos Seres Superiores quando se faz mister. A memória do homem possui uma faculdade semelhante. Com a diferença que após a morte o cérebro se desfaz e a memória é extinta. Uma pessoa que possua a faculdade da clarividência enxerga tais registros, na conformidade de suas capacidades para tal fim. É sobre isto que Nostradamus se refere nesta quadra.

VIII - XXVII La voye auxelle l'un sur l'autre fornix Du muy deser hor mis brave et genest, L'escript d'Empereur le Phenix Unu à celuy ce qu'à nul autre n'est. Tradução: A via auxilia a um sobre o outro de aqueduto, Do muito deserto fora posto bravo e renascido, O escrito do Imperador o Phenix, Uno a aquele este que a nenhum outro não está. Intepretação: Esta minha obra é semelhante a um

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Arvedus aqueduto ("fornix") que leva águas virtuosas para o deserto. É uma via de acesso entre minha mente e a mente do intérprete inter-agindo um sobre o outro por simbiose. Substituindo o sentido literal, ou exotérico, pelo sentido esotérico – ou oculto, ou subentendido ("do muito deserto fora posto") o assunto transparece valioso em sua essência ("bravo e renascido"). Assim feito, o meu escrito ("o escrito do Imperador") será como a Fênix a renascer das cinzas. Unido ao intérprete ("uno a aquele") sempre haverá divergência na veracidade do assunto. Isto é, é muito difícil o intérprete saber o que realmente estou pensando, e as metáforas levam a vários sentidos ("este que a nenhum outro não está"). Então não poderá haver interpretações exatas. Comentário: "Phenix": Fênix – Águia mitológica que periodicamente era consumida por um fogo surgido dela mesma, e a cada vez uma águia nova renascia das suas cinzas. É a figura esotérica da reencarnação e da imortalidade da Alma. Figura criada por sacerdotes do Egito. "fornix": nome de vários arcos ou dobras, uma das quais a fossa da faringe. É semelhante a aqueduto e abóbodas com mucosas e membranas irradiando desde os ouvidos até ao esôfago. O dicionário latino só traz a significação de: arco, abóboda, aqueduto. Lupanar, casa de meretrício, prostituta. Nostradamus está figurando com "fornix": os condutos de inteligência, mente.

VIII - XXVIII Les simulachres d'or et d'argent anflez, Qu'apres le rapt au feu furent iettez, Au descouvert estaincts tous et troublez, An marbre escripts, perscripts interiettez. Tradução: Os simulacros de ouro e de prata assoberbados, Que após o rapto ao fogo furioso lançados, Ao descoberto esgotados todos e perturbados, Ao mármore escritos, por criptas inter-injetados.

descoberto esgotados") deixando todos boquiabertos e perturbados, na realidade não foram totalmente destruídos. Os conhecimentos que neles haviam foram gruardados, escritos no mámore e na memória de alguns e nos esconderijos de sociedades secretas ("por criptas inter injetados"). Comentário: Entendo que ele stá falando dos livros que seu amigo Scalingere lhe pediu para guardar, e que ele foi obrigado a queimar em praça pública – forçado pelos Inquisidores. E, a menção deve ser associada a muitos episódios semelhantes que ocorriam naquela época, e mesmo em nossos tempos.

VIII - XXIX Au quart pillier l'on sacre à Saturne, Par tremblant terre et deluge fendu Soubs l'edifice Saturnin trouvee urne, D'or Capion ravy et puis rendu. Tradução: Ao quarto pilar ele se sagra a Saturno, Por tremente terra e dilúvio fendido – Sob o edifício Saturnino encontrada urna, De ouro Capion arrebatado e depois restituído. Intepretação: Ao redor do fecho do quarto século a partir desta data ("ao quarto pilar") os seres humanos ('ele") estarão bem mais amadurecidos para sagrar seu comportamento pela Dignidade, Justiça, e Moderação, as quais são as virtudes do Saturno, segundo a convenção da linguagem astrológica. Pelo fato de: – cada alma e cada pessoa sofrer o impacto de suas próprias paixões ("por tremente terra") e um dilúvio de comoções proporcionadas pelo meio ambiente ("e dilúvio") sua consciência estará receptiva ("fendido") para compreender os reais valores da vida no que tange a aquelas virtudes ("sob o edifício Saturnino"). Então, encontrará e usará tais valores ("encontrada urna"). Esses valores morais, valiosos como um grande vaso de ouro ("de ouro Capion") terão sido arrebatados do ambiente humano, mas depois daqueles tempos serão restituídos.

Interpretação: Os livros mantendo conhecimentos Comentário: "Capion" derivado do latim: Capisidis: valiosos como o ouro e a prata, livros soberbos, que vaso grande com duas asas. No caso, metáfora para o após tomados à força ("o rapto") foram lançados ao corpo humano dotado de Inteligência e Sentimento fogo furioso, à vista das pessoas em praça pública ("ao358(duas asas).

Assim falou Nostradamus

VIII - XXX Dedans Tholoze non loing de Beluzer, Faisant un puys loing, palais d'espectacle, Thresor trouvé, un chacun ira vexer, Et en deux locz tout pres de l'usacle. Tradução: Dentro de Tholoze não longe de Beluzer, Fazendo um poço longo, palácio de espetáculo Tesouro encontrado, um cada um irá vexar, E em dois locais todos, perto da usacle. Intepretação: Dentro da caixa craniana ("Dentro de Tholoze") nada distante do trono do espírito ("não longe de Beluzer") desde tempos remotos ("fazendo um poço longo") a mente humana é um teatro ("palácio de espetáculo"). Porém, na ocasião em que a pessoa abrir a consciência encontrará ali um tesouro ("tesouro encontrado"). Grande surpresa vexará a cada um. E tal surpresa atingirá o mundo humano e o mundo das almas, e a todos sem uma única excessão ("e em dois locais todos"). E isto ocorrerá na ocasião em que o poder do mal entrará em debacle (Perto da"usacle"). Comentário: "Tholoze": anagrama de:"Thole ou Tholus" significando:"parte onde carregam as curvas de uma abóboda de madeira". Portanto, figura da caixa craniana. "Beluzer": neologismo correspondente a bel luzir – em português. Figura para espírito, mente espiritual, ou consciência. Figura associativa a Lúcifer: estrela d'Alva. "perto da usacle": entendo que ele quer dizer: "com sentido de debacle", e no começo da debacle. "poço longo": metáfora de tempo longo, e desde tempos remotos. "palácio de espetáculo": teatro.

VIII - XXXI Premier grand fruict le prince de Persquiere, Mais puis viendra bien et cruel malin, Dedans Venise perdra sa gloire fierre, Et mis à mal par plus ioyve Celin. Tradução: Primeiro grande fruto o Príncipe de Persquiere, Mas depois virá bem e cruel malígno, Dentro de Veneza perderá sua glória arrogante, E posto a mal por mais dourado Celino.

Intepretação: Logo que o espírito ("O Príncipe") encarna, a criança ("primeiro grande fruto") durante a primeira infância ("primeiro grande fruto") é um príncipe perquiridor ('de Persquiere"). Mas depois quando vai alcançando a idade adulta vai se tornando maldoso e cruel. Quando a morte o cercear ("dentro de Veneza") o homem perderá sua glória arrogante e será posto a mal em favor do valioso destino do espírito ("por mais dourado Celino"). Comentário: "de Persquiere": de perquirir. "Celino": próprio do Céu. "Veneza": metáfora de cidade ilhada. Portanto, "Dentro de Veneza" simboliza a ação da morte dentro do corpo.

VIII - XXXII Garde ton Roy Gaulois de ton nepveu, Qui fera tant que ton unique fils Sera meurtry à Venus faisant voeu, Accompagné de nuict que trois et six. Tradução: Guarda-te Rei Gaulês de teu sobrinho, Quem fará tanto que teu único filho Será sacrificado a Venus fazendo voto, Acompanhado de noite que três e seis. Interpretação: Homem, guarda-te das artimanhas de teu Ego ("teu sobrinho) o qual fará tantos desatinos que teu corpo ("teu único filho") será sacrificado às emoções e paixões ("a Venus") com estranha devoção. O Homem estará acompanhado por essa tendência sombria ("acompanhado de noite")quiçá por três milênios da Era Cristã e por seis milênios da Era Adâmica ("que três e seis"). Comentário: "Rei Gaulês": metáfora de Homem. "sobrinho": O Ego, o qual é filho da alma, a qual é irmã perene do espírito. Portanto, sobrinho do corpo.

VIII - XXXIII Le grand naistra de Veronne et Vincence, Qui portera un surnom bien indigne: Qui à Venise voudra faire vengeance, Luy mesme prins homme du guet et signe.

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Arvedus Tradução: O grande nascerá de Veronne e Vincence, Quem portará um sobrenome bem indigno: Quem a Venise quererá fazer vingança, Ele mesmo prisioneiro homem da ronda e signo. Interpretação: O homem é nascido do espírito o qual vem do Céu ("de Veronne") e vem para vencer no caminho da evolução ("e Vincence") e na Terra é quem será cognominado com um sobrenome indigno, isto é, será chamado de animal, besta, etc. E é quem chegará a angelitude, dentro dos parâmetros da ordem natural e Divina ("Quem a Venise") por suas virtudes ("fazer vingança"). Ele é prisioneiro da lei da evolução, do mesmo modo que o homem, e é sujeito à ronda de contínuas encarnações até chegar ao seu destino que é a angelitude. Comentário:"Veronne": Verona: foi Sede Papal por muitos anos. Portanto, neste caso serve de metáfora para Céu, de onde os espíritos vêm. "Vincence": derivada do latim: VINCENS, ENTIS: Metáfora com idéia de: vindo para vencer. Em padrões esotéricos o espírito vem viver na carne com a intenção e preparo para vencer as imperfeições. "ronda": Neste caso, com o sentido esotérico de roda da vida, com reencarnações e ressurreições intermitentes. "signo": sinais do destino. "vingança": com sentido de vicejar. Com relação a "Vincence": vindo para vencer; a idéia é referente ao "cavalo branco" do Apocalipse, cujo "cavaleiro" "saiu vitorioso e para vencer". (Vide cap.4, vers.2 do Apocalípse).

VIII - XXXIV Apres la victoire du Lyon au Lyon Sus la montagne de IVRA Secatombe, Delves et brodes septiesme million, Lyon, Ulme à Mausol mort et tombe. Tradução: Após a vitória do Leão ao Leão, Anterior à montanha de IVRA Hecatombe, De lavas e orlas sétimo milhão, Leão, Ulm em Mausoleu morte e tumba.

Interpretação: Após ter a Terra passado vitoriosamente por extensas Eras, por ciclos e ciclos que tiveram suas atividades anteriores à enorme e furiosa hecatombe, da qual se vê indícios de sua passagem nas camadas e recortes do solo: Hecatombe ocorrida há sete milhões de anos. Poderão ser encontrados indícios do Homem (Leão), em Ulm, onde há um mausoleu suntuoso propiciado pela natureza guardando os restos dos mortos que tombaram naquela ocasião. Comentário: Sou de opinião de que esta quadra e a seguinte deixam um recado importante para os arqueólogos e outros cientistas. Quanto a ele mencionar a existência de fósseis de aproximadamente sete milhões de anos, naquele local e na Dordonha, acredito que terá recebido tais informações por comunicação mediúnica própria ou de outros ocultistas com os quais privava em sua época. Não havia as medições pelo C-14 e outras usadas hoje pelos arqueólogos. A quase certeza disto, eu ligo ao fato de ele ter escrito "IVRA Secatombe", em letras maiúsculas. "IVRA": em francês tem a acepção de embriagada, intoxicada. Outrossim, vejo uma conotação do adjetivo francês "ivre" com o nome próprio inglês "IVRIA", o qual é sucedâneo do nome hebreu "IVRI e IVRIAH" que tem significação de "vinda do outro lado do rio". Então, percebe-se que está querendo dizer com IVRA, que ele recebeu essas informações de alguém do outro lado da vida (anjo ou alma). Outrossim, estes dois recados já tiveram algumas confirmações por achados arqueológicos: Em 1931 foi encontrado um crânio humano em uma caverna nas proximidades de Ulm, o qual os cientistas julgam ter pertencido a alguém que viveu no período Aurignaceano, entre viente e cinco a cinquenta mil anos. Também, encontraram ossos de variados animais. Encontraram também, o crânio do famoso Cro-Magnon – da Dordonha – , e também ali muitas ossadas de animais. Pelo que se percebe nestas duas quadras, há muito ainda a ser encontrado nos locais citados. Creio que em terrenos situados em depressões. "delves": - lavas, camadas. "brodes": - bordas, orlas, bordados, recortes. "Mausol": - sepulcro suntuoso. "Lyon": - (no primeiro verso) - ciclo poderoso. No quarto verso está representando o Homem - e o

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Assim falou Nostradamus espírito sobre o corpo. Ou, vitória das virtudes sobre as fraquezas e imperfeições do ser humano. Em suma, o 1º verso traz a mensagem falando da vitória evolutiva do espírito, do homem e do ambiente terreno.

VIII - XXXV

que viveu a mais de sete milhões de anos, segundo indica a quadra XXXIV. Também, em Ulm, na Alemanha. Portanto, "não longe de damazan" deve significar: tumbas preservadas pelo ambiente do mesmo modo que as tumbas dos cristãos pelo Papa, Damásio I.

VIII - XXXVI

Dedans l'entree de Garonne et Bayse, Et la forest non loing de damazan Du marsaves gelees, puis gresle et bize Dordonnois gelle par erreur de Mezan. Tradução: Nos arredores da entrada da Garonne e Bayse, E a floresta não longe de damazan, Dos mares descobertos gelados, depois granizo e ventos gelantes, Dordonês gela por erro de Mezan. Interpretação: Nos arredores da entrada de Garonne e Bayse, e a floresta não longe de damazan, a região sofreu pesadas glaciações, tornando-se em mares gelados. Depois sofreu a ação de grandes nevões e constantes ventos gelados vindos do norte. O Dordonês, ao vagar pelas imediações de Mezin foi congelado por mudanças climáticas repentinas. Comentário: Não encontrei damazan em dicionários nem em enciclopédias. Suponho que com o nome "damazan" ele está dizendo damasiano (em português) e com "floresta não longe de damazan" ele estará montando u'a metáfora referente – a muitas tumbas antiquíssimas existentes nos locais citados. Outrossim, por damazan ele pode estar se referindo ao Papa Damasus I, o qual, segundo registra a enciclopédia teve o mandato papal entre os anos 304 e 384 D.C. O qual dedicou-se efusivamente na preservação das tumbas dos primeiros mártires cristãos, e encorajou a revisão dos textos latinos das Sagradas Escrituras, feita por São Jerônimo. Nestas conjunturas, creio estar Nostradamus dando uma valiosa indicação para os arqueólogos e paleontólogos. Pelo quarto verso é suposto que certo grupo emigrou da Dordonha para a região de Mezin e ali foi apanhado por repentina glaciação. Então, nas proximidades da confluência do Garonne e Bayse deve haver fosseis humanos de gente

Sera commis conte oindre aduché De Saulne et saint Aulbin et Bel l'oevre Paver de marbre de tours loing espluche Non Bleteran resister et chef d'oeuvre. Tradução: Será preposto narração ungir adjudicado De Sacro e Santo e Belo a obra Pavimentar de mármore de esforços longo expurgado Não deteriorando resistir e chefe de obra. Interpretação: O intérprete ("preposto") deverá ungir esta minha obra ("narração") com intenção idêntica a do padre ao batizar uma criança e com intenção ajuizada de que a parte ideal pertence a outra pessoa ("aduché": adjudicado). Deve estar convicto de que ela está temperada ("de Saulne"): de sol, de disciplina") com santas intenções ("sainct Aulbin") e é uma obra de Boa Vontade ("Bel l'oeuvre"). Deve explanar com arte, à semelhança de um artífice que pavimenta o altar de uma Igreja, e sujeitarse a um longo esforço para poder expurgar os enigmas que rodeiam ("de tours") as sentenças. Deve resistir às instâncias da imaginação por deteriorar ("Bleteran": deteriorando) a veracidade dos meus pensamentos, os quais compõem a linha mestra ("chef d'ouevre") desta obra. Comentário: "commis": caixeiro, preposto, recebedor, pagador. Preposto:"indivíduo que dirige um negócio por delegação de pessoa competente". "aduché": adjudicado. Adjudicação:"declarar judicial ou judiciosamente que uma coisa ou parte ideal dela pertence a outra pessoa. "De Saulne": não encontrando tradução adequada para Saulne associei-a a "Saunerie" salinas, nome coletivo de tudo quanto compõe o lugar onde se fabrica o sal". Sal, esotericamente é símbolo de temperança,

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Arvedus de têmpera. No caso, um bom ajuizamento sobre as virtudes e defeitos, sobre o bem e o mal, etc. "Sainct Aulbin" ou "Albin": Primeiro martir cristão na Inglaterra, no ano 795. Por alegoria ele dá a entender que sacrificou a clareza dos seus escritos, mas sentia-se amargurado por isto.

VIII - XXXVII La forteresse aupres de la Tamise Cherra par lors, le Roy dedans serré, Aupres du pont sera veu en chemise Un devant mort, puis dans le fort barré. Tradução: A fortaleza junto ao Tâmisa Cairá para esta época o Rei dentro encerrado, Perto da ponte será visto em camisa Um diante morte, depois dentro do forte tolhido. Interpretação: Esta minha obra é semelhante à fortaleza da Torre de Londres junto ao Tâmisa, e eu um Rei encerrrado dentro dela; e será publicada para esta época. Percebo que meus dias estão terminando, e na imaginação vejo-me como um condenado visto em camisa diante da morte, como eram vistos os condenados na Torre de Londres. Depois me vejo tolhido na sepultura, e ao mesmo tempo vejo o meu pensamento vivo, ou meu espírito ou inteligência, tolhido dentro do livro como um surdo-mudo que mal pode se expressar por sinais. Comentário: Ele montou esta quadra de tal forma que ela pode ser interpretada apenas como um ser humano passando pela fase da morte e com a sobrevivência do espírito.

VIII - XXXVIII Le Roy de Bloys dans Avignon regner, Une autre fois le peuple en monopolle, Dedans le Rosne par mer fera baigner Iusque à cinq le dernier pres de Nolle. Tradução: O Rei de Blois dentro de Avignon reinar,

Uma outra vez o povo e monopolle, Dentro do Rosne por mar fará banhar Até a cinco o último perto de Nolle. Interpretação: O progresso científico e tecnológico ("de Blois") deve ser desenvolvido em conexão com os ditames religiosos ("de Avignon reinar"), para que o povo possa usufruir de um maior bem estar ("emonopolle": e monópolio). Dentro desse conceito ("dentro do Rosne") o povo viverá em um mar de rosas ("por mar fará banhar"). Porém, por mais cinco séculos ("até a cinco") o último tempo de conflitos e turbulências sociais ("o último") haverá ainda grande relutância da quase totalidade da Coletividade Humana ("perto de Nolle") em realizar esta conexão. Comentário: Esta quadra oferece uma alegoria muito variável, isto é, proporciona várias interpretações louváveis. Inspira grandes reflexões e meditações valiosas. Entre várias interpretações que elaborei, achei por bem oferecer esta ao leitor, sujeitando-me ao livre arbítrio de cada um – para concordar ou contestar. Aliás, um direito tácito que o leitor possui com relação às interpretações que ofereço de todas as quadras. "Blois": cidade francesa. Tomei-a por metáfora de progresso científico e tecnológico, em relação à cidade francesa "Avignon", baseado nos dados enciclopédicos, os quais dão a elas certas características distintas que me levam a imaginar a idéia central que Nostradamus quis inspirar. Isto é, Avignon foi Sede Papal. Blois, não. Então, eu entendo que ele inspira a idéia de progresso material por Blois, e idéia de religiosidade por Avignon. "De Nolle": Só encontrei tradução na expressão latina "Nolle prosequi" a qual significa principalmente "relutância de o promotor público prosseguir com um processo criminal, ou o queixoso prosseguir com uma ação civil, de modo que os procedimentos jurídicos contra o acusado ficam descontinuados no tribunal. Então, "De Nolle" alegoriza bem o divórcio conflitante entre a ética temporal que rege o comportamento materialista, e a ética religiosa que rege o comportamento virtuoso. "o povo emonopolle": o povo em monopólio. Isto é, o povo aceita o monopólio do materialismo, e reluta em aceitar os parâmetros evangélicos da Religião.

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Assim falou Nostradamus

VIII - XL

"Rosne": Ródano. O rio humano. ("até cinco"): ainda por cinco séculos.

Le sang du Iuste par Taurer la daurade, Pour se venger contre les Saturnins Au nouveau lac plongeront la maynade, Puis marcheront contre les Albanins.

VIII - XXXIX Qu'aura esté par Prince Bizantin, Sera tollu par Prince de Tholouse: La foy de Foix par le chef Tholentin Luy faillira, ne refusant l'espouse.

Tradução: O sangue do Justo por Torar a dourada, Para se vingar contra os Saturninos Ao novo lago mergulharão a tropa mercenária, Depois marcharão contra os Albaninos.

Tradução: Quem terá estado por Príncipe Bizantino, Será subjugado por Príncipe de Tholouse: A fé de Foix pelo chefe Tholentin A ele falirá, não recusando a esposa. Intepretação: Quem terá levado sua vida por comportamento materialista, semelhante a um Príncipe Bizantino, será subjugado pelo seu Ego ("príncipe de Tholouse"): A sua frágil fé ("A fé") materialista distanciada da Fé virtuosa consagrada pelo Espírito ("chefe Tholentin") tal fé o levará à falência, e também a alma irá a falir, embora ela não seja rejeitada por ele como o corpo material o será ("não recusando a esposa"). Comentário: Este fato é devidamente conceituado pelas experiências dos espíritas cristãos, e pelos espiritualistas, A alma é muito inclinada a acompanhar as tendências humanas proporcionadas pelo corpo sob a direção do cérebro. Por consequência ela sofre os maus efeitos e o espírito também, visto que ela é seu corpo perene. Não pode rejeitá-la como pode fazer com o corpo na fase da morte. "Tholouse, Tholentin, e Tollu" são sentidos derivados de "Thole e/ou Tholus" que segundo o dicionário H. Garnier – significa "(Carp.) Parte onde carregam as curvas de uma abóboda de madeira". Portanto, neste caso é metáfora de caixa craniana e cérebro. "La foy de Foix": idéia da relação entre a fé humana e a Fé divina. Isto é bem explicado no livro de Kardec – "o Evangelho Segundo o Espiritismo".

Interpretação: Os Evangelhos de Jesus, o Cristo, foi espalhado para dar vida à real Civilização da Humanidade. Para incrementar a força dos Evangelhos o sangue do Justo, e posteriormente de inumeráveis cristãos, foi e será derramado. Tudo com a finalidade de revivificar o Velho Testamento ("Torar a dourada, e fazer vingar uma nova Civilização cuja estrutura ética, moral, é muito contrária aos conceitos e costumes dos Pagãos ("contra os Saturninos"). Por força desse trabalho prodigioso, a índole humana de caráter mercenário ("a tropa mercenária") será mergulhada em nova conjuntura social como uma tropa mercenária mergulhada em novo lago, à semelhança da tropa egípcia que foi submergida no Mar Vermelho. Depois os Justos marcharão contra os princípios religiosos distorcidos ou poluídos ("os Albaninos") isto é dos sectários maniqueus que negavam o pecado original, os sacramentos, etc. Comentário: "par Taurer": por Torar. Sobrepor os princípios e ditames do Torá ou Velho Testamento, os quais foram reabilitados e ao mesmo tempo sublimados pelos conceitos dos Evangelhos ou Novo Testamento. Esta metáfora "par Taurer la daurade": por torar a dourada, pode ser enriquecida como idéia derivada do substantivo "Toreutique": "Torêntica, arte de cinzelar e fundir". Portanto, a arte de esculpir a imagem dourada das leis e princípios do Torá. E, ainda, a idéia derivada do verbo "Tauricider": Tourear. O qual entrará como metáfora esotérica de tourear os maus prncípios e maus costumes.

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Arvedus

VIII - XLI

Perto santo Memire assalto e resistência, Morto dentro sua tenda dirão que ele dorme lá dentro.

Esleu sera Renard ne sonnant mot, Faisant le saint public vivant pain d'orge, Tyranniser apres tant à un coq, Mettant à pied les plus grands sur la gorge. Tradução: Eleito será Raposo não soando mote, Fazendo o santo público vivendo pão de cevada, Tyranniser perto tanto a um galo, Metendo à pé os maiores sobre a gorja. Intepretação: Quando meu livro estiver em suas mãos ("eleito") parecerá maldoso, sinistro, astucioso ("Raposo") porém, na essência não é feito de motes ("não soando mote"). O seu conteúdo é muito sério ("o santo") e deve ser interpretado e publicado com o intuito de educar, de construir, de enriquecer, como se ele fosse o pão da vida("vivendo o pão de cevada"). As quadras devem soar como uma flauta mágica ("Tyranniser") com alertas sonoros semelhantes ao canto do galo nas madrugadas, para penetrar na consciência do maior número possível de pessoas. Principalmente na consciência dos maiores malfeitores, com aquela austeridade semelhante a alguém que calca o pé no pescoço do inimigo cruel ("4º verso"). Comentário: Mais uma vez ele explica a intenção e finalidade que colocou em seu trabalho, e pede ao leitor, e principalmente ao intérprete para dar a mehor atenção ao que há de mais valioso e educativo para o comportamento individual e da sociedade humana. Com esta alegoria ele dá a entender que suas quadras poéticas formam um poema moralista dotado dos melhores conceitos.

VIII - XLII Par avarice par force et violence Viendra vexer les siens chef d'Orleans, Pres saincte Memire assault et resistance, Mort dans sa tante diront qu'il dort leans. Tradução: Por avareza, por força e violência Virá vexar os seus chefe de Orleans,

Interpretação: O Libertador, Jesus, o Regente da Humanidade ("chefe de Orleans") virá vexar a todas as almas ("os seus") e os seus protegidos no Juizo Final, e cada um será julgado por seu índice de avareza, de força e violência. Nas proximidades do Juizo Final, o qual é constituído por um Exército de Anjos e almas que é mais conhecido por: Hierarquia da Providência Divina que desenvolverá um benfazejo ("santo") e poderoso trabalho ("Memire") e haverá assalto e resistência do poder malfazejo constituído por almas e homens. Toda a gente que desconhece as realidades destes fatos supõe "que Jesus está morto e inoperante". "Que está morto desde que fora para o sepulcro ("morto dentro de sua tenda")". E muita gente acredita que o indivíduo quando morre, ou está morto em sua tumba o seu espírito dormirá lá dentro até o tempo do Juizo Final ("dirão que ele dorme lá dentro"). E, então, durante o Juizo Final será acordado, julgado, e se merecer as delícias dos Céus irá para o céu. Se merecer viver na Terra terá seu corpo reconstituído e aprimorado, e viverá eternamente na Terra, a qual também terá o seu ambiente reconstituído nos padrões do Jardim do Éden, ou Paraíso. "Que as almas malfeitoras as quais serão consideradas totalmente sem a mínima capacidade de regeneração serão condenadas a viver eternamente nos infernos, na pior situação de miserabilidade possível, e em eterno sofrimento". Há ainda os que supõem que tais almas serão extintas. Comentário: Eu deveria interpretar sumariamente e depois fazer o comentário. Porém, na certeza de que cada leitor já conhece o assunto, o qual tem sido amplamente ensinado e discutido, achei por bem esclarecer na interpretação dentro dos pârametros marcados por Nostradamus, nesta e em outras quadras. E dentro dos conceitos interpretativos das Escrituras Sagradas ensinados pelas Igrejas e Seitas, reencarnacionistas ou não reencarnacionistas. Devo repetir que os reencarnacionistas interpretam as Escrituras e ensinam que a Vontade Bondosa de Deus não permite que nem uma alma sequer será castigada com uma vida eterna nos infernos. E nem uma jamais será extinta. E nestes termos estou convicto da Perfeita Justiça de Deus.

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Assim falou Nostradamus "Memire": não encontrei esta palavra. Suponho que ele deve ter escrito Menire, e foi copiado erradamente por outrém. Aliás, o nome "Menire" também não é encontrado em dicionários de francês, nem de inglês. O dicionário brasileiro explica que Menir é sinônimo de dolmen. O que é realmente a mesma coisa. O dolmen é constituído por três enormes blocos de pedra colocados em posição vertical e sobre eles outro bloco enorme em horizontal, e foram assim posicionados pelos mestres celtas, os Druídas, para figurar o homem. Alegoricamente. Isto é, que o homem é constituído por três entidades: corpo, alma e espírito (Nota: os três menires) e o bloco sobre eles representa a mente una, durante a vida humana. O dicionário americano Webster's registra: "dolmen": "do Bretão - taol, table+men, stone (mesa homens, pedra) – uma tumba neolítica ou monumento consistindo de uma grande pedra achatada jazendo sobre outras em vertical". O dicionário brasileiro registra:"Menir, monumento celta que consiste num bloco de pedra levantado verticamente (C.f. dólmen). E, "dólmen", monumento druídico, formado de uma grande pedra chata colocada sobre duas outras verticais.

VIII - XLIII Par le decide de deux choses bastards, Nepveu du sang occupera le regne, Dedans lectoyre seront les coups de dards, Nepveu par pleur pleira l'enseigne. Tradução: Pela queda de duas coisas degenerados, Sobrinho do sangue ocupará o reino, Dentro da instrução estarão os golpes de dardo, Sobrinho por lamento destilará a insígnia. Interpretação: Por comportamento errado ("pela queda") do Ego, ou cérebro e mente anímica, ou físico e psiquíco ("de duas coisas") que se tornam degenerados ("bastardos") o ser humano, imperfeito – com relação às virtudes ("sobrinho do sangue") ocupará o reino da terra. Dentro das Leis Divinas ("dentro da instrução) estarão os castigos ("golpes de dardo"). O Homem, então, passará a vida lamentando ("sobrinho por lamento") e sofrendo, e assim purificará

o seu caráter ("destilará a insígnia"). Comentário: "Choses" : O vocábulo "Chose": – coisa; envolvendo tudo que existe no universo físico e no psíquico ou físico e metafísico. As menções desta quadra são ensinadas por todas as religiões e filosofias...

VIII - XLIV Le procré naturel dogmion De sept à nef du chemin destorner A roy de longue et amy aumy hom, Doit à Navarre fort de PAU prosterner. Tradução: O procriado natural dogmion, De sete a nove do caminho desviar A rei de longa e no meio e pelo meio em dúvida, Dedo a Navarra forte de PAU prosternar. Interpretação: O homem ("o procriado") de natureza animal do tipo do cão de fila ("dogmion"); de sete a nove milênios ele vai se desviar do necessário caminho evolutivo, prejudicando o espírito por longo tempo ("a rei de longa"), o qual quando na carne ("no meio") está sujeito ao meio ambiente ("pelo meio") e fica em dúvida quanto a finalidade da vida, e principalmente da vida humana. O poder da Lei e da Justiça Divina ("Dedo a Navarra") levará o grande e forte rio humano a prosternar-se e reverenciar o Criador. Comentário: "dogmion":metáfora derivada de "dogue": "dog"+"mion": cão pequeno. – alão , cão de fila, cão pequeno de índole bravia. Usou o cão para figurar o homem. "De sete a nove": Sete a nove milênios. Segundo os conhecimentos esotéricos ou ciências ocultas, o plano Divino determinado para a evolução da Humanidade deve ser de dez milênios, da Era Adâmica até o Juizo Final. Porém, na conformidade com a declaração de Jesus – no versículo 20 do capítulo 13 de São Marcos que diz:"E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias"; o tempo determinado terá ficado para logo após o Sétimo Milênio. Repito que Nostradamus profetiza o fim do Juizo Final para as imediações do ano 3797 e/ou 7797

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Arvedus conforme ele escreve na "Carta ao filho César". Entendo que ele descreve nesta quadra ("a nove") visto que está falando de evolução programada ou projetada. Mesmo que o Juizo Final termine em 3797 – o grosso das almas eleitas ainda não estará devidamente purificado. É óbvio. "Dedo a Navarra": O mesmo que "com o dedo em riste". "Navarra": Reino de Navarra, na época de Nostradamus. Porém, entendo que usou este nome para propor u'a metáfora para representar um poder hierárquico. No caso: Divino e humano. Então, usou-o por derivado de "Navarque" – que significa: chefe de uma esquadra grega. "Dedo": literária e esotericamente tem vários significados. Principalmente: o dedo que aponta, que ameaça, que envolve um poder, e expressa algum julgamento. Portanto, no caso – eu entendo que ele quis expressar com "Dedo a Navarra" a ação da Lei e da Justiça Divina por ministério da Hierarquia Divina, secundada pela atividade humana. "forte de PAU": "PAU": cidade francesa. Antiga capital do reino de Béarn. Também, o rio Pó. Portanto, metáfora para grande parte da Humanidade ("forte de PAU").

VIII - XLV La main eschape et la iambe bandee. Longs puis nay de Calais portera, Au mot du guet la mort sera tardee, Puis dans le temple à Pasques saignera. Tradução: A mão na tipóia e a perna enfaixada, Longos depois nascido de Calais portará, Ao santo e senha a morte será tardia, Depois dentro do templo a Páscoas sangrará. Interpretação: O ser humano com suas capacidades muito limitadas como se fosse alguém com a mão na tipóia e a perna engessada, por longos dias de sua vida ("longos depois de nascido") conduzirá o espírito ("de Calais portará") sujeitando este às suas limitações mentais e físicas. Ao santo senhor ("Au mot du guet") a chegada da morte do corpo lhe parece muito demorada ("será tardia"). E quando essa morte chegar dentro do corpo

("depois dentro do templo as Páscoas") o espírito ainda sofrerá bastante ("sangrará"). Comentário: Com a alegoria "de Calais" Nostradamus oferece figuras bastante expressivas para qualificar o espírito e seus valores. Calais está situada no norte da França e tem um porto bastante movimentado. Com isto, esotericamente, ele já retrata bem o espírito. O qual vem do céu ("mar") e entra na cabeça ("norte"); no corpo (porto). Outrossim, esta cidade possui um antigo farol construido no século XIII, o qual serviu o local até o ano de 1848. Seu nome é "Tour du Guet": Torre de Vigia. O espírito fica situado na cabeça(torre) e não dorme (de vigia) e vigia a vida do corpo sem descanso. Os clarividentes informam que ele é visto como uma coroa de luz (farol) e irradia sua luz pelo corpo todo (cidade iluminada pelo farol). "Au mot du guet": expressão idiomática com sentido de santo e senha (santo e senhor). Notemos que Nostradamus teve até o cuidado de alertar os intérpretes para a associação das figuras:"du guet" com o sentido oculto de "Tour du Guet". Por outro lado, eu poderia só situar ou também situar a figuração do espírito pela figura mitológica Romana de Calais e Zetes. Nesta mitologia são dois semi-deuses alados filhos de Bóreas ( deus dos ventos do Norte), os quais tomaram parte na expedição Argonáutica; durante a qual eles resgataram o rei Phineus dos ataques das Hárpias. Se você, leitor, der uma lida na mitologia de Phineus, rei de Salmidessus, na Trácia, entenderá nele a figura mitológica do homem, cegado pelo mau comportamento e pela ignorância (pelos deuses) e atormentado dia e noite pelas Hárpias (Pela consciência e circunstâncias). Na mitologia de Calais e Zetes você entenderá que eles representam o espírito e a alma – dotados de inteligência e sentimento altruistas, sublimes (asas). "a Páscoas sangrará": refere-se aos sofrimentos comuns da vida, e o sofrimento do transe da morte. O sentido da palavra Páscoa é :passagem. Portanto, no caso"Páscoas" significa passagens do espírito pela vida humana com suas naturais vicissitudes, e passagem ou falecimento do corpo. É evidente que o espírito assistirá à grande guerra entre as forças vitais do corpo e entre os microorganismos predadores e os defensores desde a doença, agonia, até a morte do corpo.

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Assim falou Nostradamus Aproveito a oportunidade para lembrar que a história da Páscoa (passagem) que gerou a cerimônia da Páscoa fundamenta uma alegoria esotérica que representa a passagem do espírito e a passagem do homem pela vida humana. Outra alegoria que também representa o mesmo fato é a da passagem pelo Mar Vermelho para conquistar a Terra Prometida. O espírito passa pelo Mar Vermelho (pelo sangue, ou vida humana, para com a ajuda de Deus conquistar a sublimação prometida) depois que o mar vermelho afoga os seus inimigos (os vícios e pecados).

VIII - XLVI Pol mensolee mourra trois lieües du Rosne, Fuis les deux prochains tarasc destrois Car Mars fera le plus horrible trosne, De coq et d'aigle de France freres trois. Tradução: Polo fecho da abóboda morrerá três léguas do rosado Fugido os dois próximos dragão jurisdição; Porque Marte fará o mais horrível trono, De galo e de águia de França irmãos três. Interpretação: De acordo com os planos préestabelecidos pela Providência Divina – o ciclo de maturação da mentalidade humana ("polo fecho da abóboda") deverá ser completado ("fecho") dentro dos três milênios da Era Cristã ("três léguas") um pouco antes do advento dos tempos ditosos ("do rosado"). No final dos dois milênios ("fugidos os dois póximos") a Humanidade estará subordinada aos desatinos psíquico-físicos com toda a sua horrenda malignidade ("dragão jurisdição"). Porque a beligerância consequente produzirá as maiores desgraças ("3º verso") tanto para os seres humanos ("de galo") quanto para as almas ("e de águia") quanto para o ambiente da Terra ("de França") enfim para estes três universos irmanados ("irmãos três"). Comentário: Creio ser dispensável oferecer quaisquer comentários visto que os fatos e acontecimentos diários estão bastante visíveis e sensíveis no transcurso deste século XX. Portanto,as profecias para estes dois milênios já estão totalmente realizadas tanto no que tange à malignidade mencionada nesta quadra, quanto no que tange ao progesso psíquico e físico. Estou convicto de que a partir do século XXI as rosas

começarão a florir - de acordo com as profecias,

VIII - XLVII Lac Transmenien portera tesmoignage, Des coniurez sarez dedans Perouse, Un despolle contrefera le sage, Tuant Tedesq de sterne et minuse. Tradução: Lago Transmeniano portará testemunho, Dos conjurados sarados dentro de Perouse, Um insentato contrafará o sabia, Matando Tedesq por queda e mediocridade. Interpretação: Um universo composto de almas e homens em intercâmbio ("lago Transmeniano") portará o conhecimento de muitas ciências pouco conhecidas sobre os processos mentais saudáveis que existem dentro do ser humano ("1º e 2º versos"). Um constante procedimento insensato contrafará a doutrina sabeliana ("o sabe") prejudicando o Homem ("matando Tedesq") levando-o a cair na mediocridade. Comentário: Entendo que Nostradamus está alertando que a polêmica que existe desde o III século D.C. é uma tolice. Creio que ele está dizendo que uma interligação dos critérios das variadas correntes teológicas e teosóficas levará à verdade. No 1º e 2º versos ele acentua que o homem possui capacidade suficiente para compreender as realidades Divinas e as realidades humanas. Depende de a pessoa se dedicar a estudar, raciocinar, e concluir com desprendimento de sofismas. E, que por outro lado, os seres celestes mantêm intercomunicação constante com os homens, através dos Profetas e através da mediunidade. Os Profetas são os Missionários de escol. Os médiuns são os missionários menores. Isto é, sacerdotes ministros, mestres ocultistas ou esoteristas, etc. No que tange a este assunto, estou convicto de que não é difícil compreender as realidades da Trindade e da Unidade de Deus. É só compreender os valores intrínsecos que estão no homem, o qual foi criado à imagem de Deus. Ora, o homem é composto de espírito, alma, e corpo. Portanto, possui espírito santo, alma santa, corpo santo, pelo fato de ser uma santa criação feita por Deus. Nesta conjuntura ele é um fac-símile ou

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Arvedus imagem pálida de Deus. É um deus, um criador, à imagem e semelhança de Deus, o Criador. Por esta imagem e semelhança eu posso entender a Santíssima Trindade de Deus. O qual é o Pai, Criador de todas as coisas e Coisas. Portanto, as Coisas e coisas formam o Filho, o Criador. Na realidade tudo o que é Criado por Deus é Perfeito – é Santo, visto que Ele é Perfeito, é Ser Santo ou Espírito Santo. Eu sou um ser trino e uno. Sou a imagem e semelhança de Deus, portanto Ele é trino e Uno. Dentro destes parâmetros a imperfeição existe, mas na realidade a sua função é perfeita ou santa. Existe dentro do critério de valores relativos e não existe dentro do critério de valores reais. Um diamante com jaça não deixa de ser um diamante. Da mesma forma o homem. E da mesma forma todas as coisas que existem. Coisas materiais, e coisas espirituais. Físicas e Metafísicas. "Lago Transmeniano": metáfora com idéia de trans comunicação mental. Um lago reflete o céu. "Dos conjurados": dos dispositivos e processos mentais. "sarados": processos mentais sujeitos à decantação e aprimoramento. "dentro de Perouse": dentro do homem, principalmente dentro do cérebro. "despolle": idéia retratando o cérebro de galinha. Insensatez. "o sabe": anagrama alegorizando os ideiais e doutrina de Sabellius a respeito da Santa Trindade e do Unitarianismo e do Monarquianismo. Sabellius viveu no III século DC. "Tedesq": Tedesco ou Tudesco. Povo antigo da Alemanha. Usei como metáfora de Homem, sem levar em conta o porquê ele usou o nome. "de sterne': do latim – Sternens, entis, significando: que derriba, lança por terra o cavaleiro. "minuse": do verbo minuir; diminuir, diminuto (Medíocre).

VIII - XLVIII Saturne en Cancer, Iuptier avec Mars, Dedans Fevrier Caldondon salvaterre; Sault Castallon assaily de trois pars, Pres de Verbiesque conflit mortelle guerre.

Tradução: Saturno em Câncer com Marte, Dentro Fevereiro Caldondon salvaterra: Salto Castallon assaltado de três partes, Perto de falatório conflito mortal guerra. Interpretação: (Nota: Ofereço uma interpretação incompleta visto eu ser pouco versado em astrologia, portanto nos valores convencionados para os signos. Não acredito nas influências diretas dos astros sobre os seres humanos conforme propalam os astrólogos horoscopistas. Sou da opinião que as emanações energéticas dos astros e planetas diluem-se nas imensas distâncias que medeiam entre uns e outros, da mesma forma que as águas dos riachos misturam-se nos rios e estes nos mares. Então, para mim, em matéria de astrologia só acho válido o simbolismo convencionado como por exemplo: Saturno simbolizando a Justiça, a Moderação, a Paciência, etc. E em sentido negativo: a depressão, o marasmo, o desânimo, etc. Nostradamus defende a utilização da astrologia judicial, a qual tem a significação de ajuizamento mental e/ou raciocínio ajuizado pelo espírito. Portanto, com estes sígnos está falando sobre índole e/ou natureza humana). Interpretação: A Humanidade provida de Justiça e de materialidade; de pujança e de beligerância dentro do sígno de Peixes ("dentro Fevereiro") que é o signo que representa o Cristianismo em evolução no Mundo ("fevereiro Caldondon") provocará o progresso humano. Haverá um salto progressivo dentro das virtudes ("Sault Castallon" assaltado de três partes", isto é, por ação das virtudes do espírito, da alma e do corpo. Entretanto, após intermináveis discussões, reivindicações justificativas em todos os segmentos sociais, e nas instituições nacionais e internacionais, advirá guerra mortal. Comentário: "Caldondon": tomei esta metáfora à revelia, por: no calor, por força, por instâncias. "Castallon": de natureza casta, virtuosa. "Verbiesque": verbosidade, falatório, discussão.

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Assim falou Nostradamus

VIII - XLIX

o leitor poderá compreender melhor porque Nostradamus aplicou a metáfora: "Bruge" ou Frígio. "Ponteroso": metáfora derivada de "Pontenage" e/ou Pontonnage, e "Pontonnier". "Pontonnier": Portageiro, cobrador de direito de portonagem ou alfandegário.

Saturne au beuf ioue en l'eau, Mars en fleiche, Six de Fevrier mortalité donra, Ceux de Tardaigne à Bruge si grand Breche Qu'à Ponterose chef Barbarin mourra.

VIII - L

Tradução: Saturno ao boi brinca na água, Marte em flexa, Seis de Fevereiro mortalidade dará, Aqueles de Tardaigne à Bruge tão grande brecha Quem a Ponteroso chefe Barbarino morrerá.

La pestilence l'entour de Capadille, Une autre faim pres de Sagon s'apreste: Le chevalier bastard de bon senile, Au grand de Thunes fera trancher la teste.

Interpretação: A Justiça saneadora estará vindo sobre os homens ("ao boi") como águas soltas de um repuxo ("joue en l'eau") em poderosa atividade ("Marte em flexa"), como uma flecha arremessada por um guerreiro. E,por seis séculos ainda ("seis") até o final do signo de peixes ("Fevereiro") produzirá grande mortandade. Aqueles que estarão retardatários ("de Tardaigne") para se cristianizar como ocorreu com o povo Frígio ("à Bruge") por tão longo tempo ("tão grande brecha"). Os céticos, pagãos selvagens, semelhantes a quele povo bárbaro ("chefe Barbarino") terão que prestar contas ao Poder Divino ("Ponteroso") da mesma forma que o viajante que traz mercadoria proibida em sua bagagem paga os impostos e multas na alfandega do porto. Comentário: "Saturno": conforme à predicação tomei o signo por Justiça saneadora. "boi": figura esotérica para homem. No caso, homem de instinto insolente, negligente, semiselvagem. "joue en l'eau": expressão derivada de:"faire jouer les eaux" significando: soltar as águas de um repuxo. "Tardaigne": derivação de tardio. Retardatário. "Bruge": do latim "Bruges" que significa o mesmo que "Friges" do verbo: Frigeo, es, xi, ere – ter frio, ter preguiça, ser indolente, indeciso, descuidado. E, a idéia na quadra é relacionada com o povo Frígio, o qual por ser bárbaro terá tido tais defeitos além da barbaridade. Esse povo, depois de séculos foi conquistado pelas forças de Carlos Magno, rei do Sagrado Impeerio Romano e desde então foi Cristianizado. Pela história

Tradução: A pestilência em torno de Capadille, Uma outra fome perto de Sagon se apresta: O cavaleiro bastardo de bom senil, Ao grande de Tunis fará tranchar a cabeça. Intepretação: O surto de insanidades que persevera na cabeça do homem ("em torno de Capadille") provocará um comportamento no Mundo semelhante ao de uma colônia de macacos ("perto de Sagon") desvairados pela fome. Uma plêiade de homens extraordinários ("o cavaleiro bastardo") dotados de mentalidade amadurecida ("de bom senil") passará a disciplinar a cabeça das multidões ("4º verso") à semelhança do médico dissecando uma cabeça para descobrir e combater as causas e efeito de doenças. Comentário: "Capadille": metáfora derivada de capa: cabeça+de la : da+ille: ilha= cabeça da ilha, cabeça de homem. "Sagon": sagui, símio, macaco. "Tunis": região da Berbéria. Metáfora com sentido de barbárie. "tranchar": retalhar, dissecar, analisar, etc. "Bastardo": Neste caso, este adjetivo traz o sentido de modificado. Portanto, tem o sentido contrário de filho ilegítimo ou degenerado. Então o 3º verso está dizendo: "O cavaleiro tendo seu caráter modificado e amadurecido em virtudes."

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Arvedus

VIII - LI

trina – proporcionada pela mentalidade do espírito, alma e corpo, os quais possuem vontade, desejo, intenções, peculiares a cada mente. "Golongna": neologismo expressando a figura de um líder, escravo de outrém, obrigado a trabalhos forçados e troças.

Le Bizantin faisant oblation, Apres avoir Cordube à foy reprinse: Son chemin long repos pamplation, Mer passant proy par la Golongna prinse. Tradução: O Bizantino fazendo oferenda a Deus, Após ter Córdoba a si retomada: Seu caminho longo repouso por ampla ação Mar passando assolação pela Golongna aprisionado. Interpretação: O espírito do Homem ("O Bizantino") logo após receber a abertura de sua consciência para as Verdades Divinas e Humanas ("Após ter Córdoba a si retomada") passa a sentir a sua posição real de filho de Deus e assim passa a obedecer os mandamentos Dele com maior disciplina, e melhor boa vontade, e ao mesmo tempo passa a louvar o Criador e sua criação com maior Amor ("fazendo oblação") ou oferenda a Deus. Seu caminho evolutivo para conquistar a pureza ou angelitude é longo, mas ele passa por repousos intermitentes para se refazer do cansaço causado por ampla atividade ("repouso por ampla ação"), tanto quando na carne quanto quando no mundo das almas. E quando passa pela vida humana sofre maior assolação ainda ("Mar passando assolação") aprisionado e submetido às sensação, emoções, e paixões animalizadas do corpo. Sua situação é como se fosse a de um líder Bizantino aprisionado pelos inimigos, obrigado a trabalhos forçados e preso por uma coleira e cabresto ("pela Golongna aprisionado") e ainda sujeito a todo tipo de troça do inimigo. Comentário: "oblation: oblação – oferta piedosa; tudo o que se oferece a Deus. Oferenda, sacrifício em nome de Deus. "Córdoba": alegoria referente aos acontecimentos históricos da cidade espanhola de Córdoba. Principalmente a respeito das invasões por Romanos e Mouros. E com conotação com o fato de ter sido uma Sede principal do Sagrado Império Romano. Por esta alegoria Nostradamus oferece uma forte expressão a respeito da Consciência do espírito e ao mesmo tempo da consciência trina do homem. Isto é, a situação do espírito em relação à consciência

VIII - LII Le Roy de Bloys dans Avignon regner, D'Amboise et seme viendra le long de Lyndre Ongle à Poytiers saincts aisles ruiner Devant Boni. Tradução: O Rei de Bloys dentro de Avignon reinar, D'Amboise e semente virá o longo do Indre Garra a Poytiers santas asas arruinar Diante Boni. Interpretação: O espírito virá viver e conviver dentro do corpo humano, do qual é líder natural como se fosse o Rei de Blois dentro da cidade de Avignon, e aí reinar sujeito a todas as virtudes e todos os defeitos semelhantes ao que os historiadores contam sobre os acontecimentos havidos nestas cidades. O espírito é um universo inteligente e sensível e bondoso semelhante à área de Amboise. Por consequência, da mentalidade benéfica do Espírito Humano ("semente") virá a prosperidade psíquica e física das gerações ("virá o longo") pelo curso perenal da Vida ("do Indre"). Entretanto, as limitações naturais do Homem, mais seus instintos selvagens, incivilizados ("ongle") que os fatos históricos mostram abundantemente pelo que tem ocorrido em Poiters, e Blois, Avignon, Amboise – enfim, que terá ocorrido em todas a cidades do mundo arruinarão as santas aspirações do espírito e dos próprios homens ("santas asas arruinar") no sentido de usufruir de todos os Bens que o Mundo e a Vida oferecem em abundância. Comentário: O leitor, e principalmente o estudioso que tenha Boa Vontade e gosto pelo Conhecimento – se se propuser a pesquisar a história e também os sentidos que os dicionários oferecem para os nomes citados entenderá o assunto com maior profundidade. Por exemplo: Não encontrará um sentido distinto para Amboise. Mas encontrará sentidos aproximados – por associação de idéias dadas pelos

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Assim falou Nostradamus vocábulos e sinônimos. Tomando-se o verbo "Emboiser": temos os sentidos de " embuir, imbuir, desinquietar, enganar, lograr, etc. "Poytiers", Poitiers: antiga província da França. "Poy": ave de rapina da África. Verbo "Pointier": ferir ou dar com ponta "Ongle": Bebida – nome dado pelos médicos à névoa ou mancha embranquiçada na córnea do olho. Ongle tem, também, os significados de: excrescência membranosa nas pálpebras; e de garra; unha; ponta da língua. "Ongle": armado de unhas e garras. Garras: é usado em literatura com sentido figurado de rapinagem. Então, como alegoria do assunto da quadra Nostradamus está acentuando que o Homem possui uma inteligência turbada por interesses rapinantes, etc... "Boni": derivado do latim: Tudo do que é Bom.

VIII - LIII Dedans Bologne voudra laver ses fautes, Il ne pourra au temple du soleil, Il volera choses si haultes, En hierachie nen fut oncq un pareil. Tradução: Dentro de Bologne quererá lavar as suas faltas Ele não corromperá o templo do Sol, Ele voará fazendo coisas tão altas, Em hierarquia em tempo algum foi nunca uma mesma coisa. Interpretação: Quando encarnado ("dentro de Bolongne") o espírito quererá lavar as suas faltas. Ele não corromperá a sua consciência ("o templo do Sol"). Ele estará sempre elevando o seu valor consciêncial comportando-se com dignidade – não obstante o cérebro e/ou Ego procure instar ao contrário. Desse modo, apesar das falhas circunstânciais que sofre pela vida humana, em tempo algum estará no mesmo degrau na hierarquia evolutiva dos espíritos. E muito menos retrocede nos degraus da moralidade ("nunca u'a mesma coisa). Comentário: "Bologne": anagrama derivado de bolo,

com sentido de cidade populada. No caso, o corpo humano. Este fato da quadra é muito bem explicado no espiritismo cristão.

VIII - LIV Soubs la couleur du traicte mariage, Fait magnanime par grand Chyren selin, Quintin Arras recouvrez au volage D'espagnois fait second banc macelin Tradução: Sob a cor do transitório casamento, Feito magnânimo por grande Chyren selin, Quintin, Arras recobertas na jornada De espanhóis feito segundo banco macilento. Interpretação: A vida humana é regida por leis semelhantes às de um casamento no qual há um contrato transitório entre os noivos com seus direitos e deveres até à morte. Por isto, o juiz declara:"... até que a morte os separe" e os noivos respondem "sim" declarando aceitar o que foi dito ("1º verso"). Então, a vida humana tem um grande valor para o espírito, ("Chyren") e também para o corpo enquanto vivo ("Selin"). Por essas leis, o espírito ("Quintin") tem os seus direitos e deveres reassegurados ("Arras recobertas") em sua jornada terrena, e por consequência delas, – ao largar o corpo, os mesmos direitos e deveres permanecem para ele. O corpo, então, sofre o esvaziamento da vida ("de espanhóis") na qual gozou dos bens proporcionados e ao mesmo tempo sofreu tantas adversidades, e agora passará por um segundo sofrimento ao entrar na decomposição que se ultima na sepultura. Agora está ali magro, pálido, amortecido ("macilento") com os valores e inteligência que lhe restam por pouco tempo ("feito segundo banco macilento"). Como alguém observando o saldo magro de sua conta bancária que está sendo encerrada. Comentário: Acredito ter revivido bem a imaginação de Nostradamus quando redigiu esta quadra. "Sob a cor": sob padrões semelhantes. "Chyren": Chiron" – centauro sábio da mitologia grega. No caso, o espírito. "Selin": Salino. Composto de sais da terra. O homem vindo do pó da terra.

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Arvedus "Quintin": metáfora derivada de duas qualificações por idéias associadas: 1º) Tecido de linho fino fabricado em Saint Quintin. 2º) metáfora derivada de "Quintiliens": Quintilianos , sacerdotes dos antigos romanos. "Arras": metáfora referente a:"Penhor, garantia ou sinal de um contrato; bens dotais que, por contrato, o noivo assegura à esposa". Para ilustrar ainda mais a idéia pode-se usar o nome Arras com o seguinte sentido convencionado:"Tapeçarias antigas e valiosas fabricadas em Arras". "De espanhóis": metáfora baseada na expressão idiomática francesa:"Avoir le vantre a l'espagnole": ter a barriga vazia.

VIII - LV Entre deus fleuves se verra enserré, Tonneaux et caques unis à passer outre, Huict ponts rompus chef a tant serré, Enfans parfaicts sont iugulez en coultre. Tradução: Entre dois rios se verá encerrado, Tonéis e barricas unidos à passar além, Oito pontes rompidas chefe a tanto encerrado, Crianças perfeitas estão juguladas em faca. Interpretação: O espírito, quando encarnado sentese como que cercado por dois rios, isto é, consciencialmente interligado à vida terrena e a vida espiritual. Ele vai passando pela Vida como alguém atravessando um lago sobre uma ponte armada de tonéis e barricas. Por oito milênios aproximadamente ("oito pontes rompidas") o espírito ("chefe") estará sujeito às reencarnações a fim de sublimar a sua alma e ou consciência ("a tanto encerradas"). Os espíritos são semelhantes a crianças perfeitas levando suas vidas sob austera disciplina ("juguladas em faca"). Comentário: tonéis e barricas": figura para mundos espirituais e mundo terreno. "entre dois rios": entre dois mundos. "juguladas em faca"; sujeitas a leis e disciplinas severas.

VIII - LVI La bande foible le terre occupera Ceux du hault lieu feront horrible cris, Le gros troupeau d'estre coin troublera, Tombe pres D. nebro descouvers les escris. Tradução: A banda fraca a terra ocupará, Aqueles do alto lugar farão horríveis clamores, O grosso rebanho de ser extremidade turbará, Tumba ao pé D. nebro descobertos os escritos. Interpretação: Nos últimos momentos de agonia da pessoa os microorganismos e energias do corpo estarão enfranquecidos e impotentes ante o poder da morte ("A banda fraca a terra ocupará"). As microvidas que proporcionam o comando do corpo pelo cérebro estarão desesperados e em caos, emitindo horríveis clamores. O enorme rebanho de seres microscópicos que estarão em luta de vida e morte ("O grosso rebanho de ser") turbarão a extremidade da consciência ("extremidade turbará"). Então, ao pé da tumba a consciência do espírito ("D.") estará em uma situação de nebulosidade, ou semi-consciência ("nebro"). Então, as três consciências, isto é, a do espírito, e da alma, e do cérebro virão e sentirão todos os episódios dessa vida terrena a passar veloz e claramente como se os três estivessem vivendo dentro de um vídeo-tape de televisão ("descobertos escritos"). Comentário: "de ser": do ser, do homem. "D.": Alegoria proporcionada por vários sentidos correspondentes ao assunto. Em primeiro lugar: D. de Dominus, o Primeiro; o nosso Senhor. O Domingo. Em segundo lugar: dia D., dia da vitória do espírito. Dia de sua libertação, dos laços da carne. Em terceiro lugar: Delta, figura de três linhas convergindo de, e para um mesmo ponto. Isto é, o espírito e a alma se retirando do corpo; e as energias inteligentes dos três convergindo para o espírito. Sou de opinião que Nostradamus repetiu bastante este assunto em variados prismas poéticos com duas intenções. A primeira intenção, no sentido de, no caso de todas as quadras serem compreendidas, as pessoas contarem com melhor capacidade de fixação do

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Assim falou Nostradamus Conhecimento, na proporção das experiências de cada uma. A segunda intenção é para o caso de apenas ser conseguida a interpretação de algumas. "nebro": Apócope de "Nebrodes". Nebrodes é um epíteto do deus Baco. Baco é o deus da Orgia e da bebedeira ou embriaguês. "nebro" pode ser, também, nebrina e/ou neblina. Ambos sentidos dão a devida expressão ao assunto. "descobertos escritos": trata-se dos registros na memória do cérebro e da alma.

VIII - LVII

VIII - LVIII Regne en querelle aux freres divisé, Prendre les armes et le nom Britannique Tiltre Aglican sera tard advisé, Surprins mener à l'air Gallique. Tradução: Reino em querela aos irmãos dividido, Tomar as armas e o nome Britânico Título Anglicano será tarde advertido, Surpreendido de noite levar ao ar Gálico. Interpretação: O cérebro humano é semelhante a um reino onde os três irmãos estão sempre em querela com opiniões divergentes. Em tais condições o homem decide mais em viver pelos hábitos e costumes terrenos ("2º verso"). Só na hora da morte ele compreende que sua vida deveria ser pautada por uma disciplina puritana ("título Anglicano"). Nessa hora ele estará surpreendido ("surpreendido de noite") pelo fato de ter levado uma vida pagã similar ao comportamento do povo Gálico em relação ao Papado.

De soldat simples parviendra en empire, De robe courte parviendra à la longue Vaillant aux armes en eglise ou plus pyre, Vexer les prestes comme l'eau fait l'esponge. Tradução: De soldado simples virá a ser o império, De veste curta chegará à longa Valente nas armas em igreja onde ainda pior, Vexar os diligentes como a água feito a esponja. Interpretação: O espírito nasce simples e ignorante. É como um soldado raso na carreira militar que vai subindo de posto em sua existência até chegar a imperador. Então, nasce ignorante e vai adquirindo a sabedoria de viver e em consequência vai, também, adquirindo o poder – à imagem e semelhança de Deus, o qual é Onisciente e Onipotente ("2º verso"). Nessas condições, ele é um soldato valente diante das circunstâncias adversas onde estará vivendo ("valente nas armas"). Quando encarnado ("em igreja") passa por situações piores ("onde ainda pior"). Para todos os efeitos, a sabedoria, a justiça, a disciplina necessária, exigiveis para o espírito prosperar em sua caminhada evolutiva trarão para ele incontáveis sofrimentos pelos milênios afora. Figurativamente, ele é semelhante a uma esponja, e as virtudes que conquistará são como a água que encharca a esponja. Nota do intérprete: A situação do homem em sua curta existência é semelhante, quando ele se esforça por ser digno.

Comentário: Devo esclarecer que o 2º verso da quadra anterior ("De veste curta chegará à longa) faculta uma segunda interpretação necessária para o assunto destas duas quadras. A idéia inerente é proporcionada pelo fato de que o espírito tem a necessidade natural de passar por reencarnações circunstanciais ("veste curta") para conquistar a angelitude ("chegará à longa"). Ou em outros termos: o espírito é imortal, porém, por força de Lei sábia Divina ele está destinado a adquirir a sabedoria de viver, adquirindo experiências sucessivas ora na vida terrena, ora na vida espiritual. Em reencarnações e ressurreições intermitentes. "nome Britânico": metáfora com idéia de comportamento semelhante ao do povo Britânico. Idem para Anglicano e Gálico. Nos três casos ele está falando da proverbial disciplina e austeridade dos Juizes Britânicos, as quais são correspondidas pelo povo até nossos dias. Os Gálicos ou Galicanos desafiaram o Papa a partir do século XIII e criaram a Igreja Anglicana que ficou fora da autoridade Papal e promoveu também a indepêndencia dos Reis à autoridade Papal.

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Arvedus

VIII - LIX

Tradução: Primeiro em Gaule, primeiro em Romanie, Por mar e terra aos Angloys e Paris Maravilhosos feitos por aquela grande mesnie Violento monstro orgânico perderá o NORLARIS

Par deux fois hault, par deux foix mis à bas L'orient aussi l'ociddent faiblira O on adversaire apres plusieurs combats Par mer chassé au besoing faillira. Tradução: Por duas vezes alto, por duas vezes posto a baixo. O oriente também o ocidente enfraquecerá Um incerto adversário após diversos combates, Por mar caçado em caso de necessidade falhará. Intepretação: É um fato verdadeiro, e comum, e natural, que o espírito, no seu esforço por evoluir consegue vitórias, tanto na esfera terrena quanto na esfera espiritual ("por duas vezes alto"). Outrossim, nas duas mesmas esferas estrá sujeito a fracassos ("por duas vezes posto a baixo"). Tanto o espírito ("oriente") quanto o homem ("também o ocidente") são ainda imperfeitos e estão sujeitos a ter suas capacidades enfraquecidas nos ambientes em que são colocados a viver tanto nas esferas espirituais ("o oriente") quanto nas esferas terrenas ("o ocidente"). Assim sendo, tanto o espírito quanto o homem, após tanta luta ("após diversos combates") sofrem a influência perniciosa de um adversário ao qual comumente se denomina "poder oculto do mal", ou satã ou demônio. Assim, o espírito é acossado pela vida afora ("por mar caçado") e falhará muitas vezes mormente quando terá a necessidade de reencarnar ("em caso de necessidade"). Comentário: Estes fatos são explicados o bastante nos meios espíritas evangélicos, e nos meios esotéricos. "O on": algo incerto, ou uma coisa incerta, ou muita coisa incerta. "um incerto adversário": com idéia de adversário impalpável, abstrato. Os defeitos e vícios em geral, os quais condicionam o poder do mal que leva o ser humano a se comportar mal com grande prejuizo para todos.

VIII - LX Premier en Gaule, premier en Romanie, Par mer et terre aux Angloys et Paris Merveilleux faits par celle grand mesnie Violant terax perdra le NORLARIS.

Interpretação: O espírito, que é o principal ser na Árvore da Vida ("primeiro em Gaule") e o principal ser na vida do Homem ("primeiro em Romanie"): Tando no céu ("por mar") quanto na terra ("e terra') aos Anjos ("aos Angloys") e aos homens ("e Paris") produz maravilhosos feitos. Por aquela grande "mesnie", violento monstro orgânico, os seres humanos perderão o direito à Felicidade no viver, o qual direito é proporcidonado nos Lares Celestes ("NORLARIS"). Comentário: As palavras: "mesnie" ou menie, e "NORLARIS" são duas alegorias com amplo significado psíco-físico para revestir causas e efeitos do comportamento do espírito e da alma, e do corpo, tanto na Terra quanto nos Céus. "Mesnie" ou menie" deve ser considerado um neologismo e também metáfora – envolvendo o verbo "mener": com os seus variados sentidos proporcionados pelos sinônimos. E, "méninges": meninges em português – "vocábulo usado em anatomia para nomear as três membranas que envolvem o cérebro que são a dura-mater; a aracnóide, e a pia-mater". Mais, "menin": menino fidalgo da companhia de um jovem príncipe. E,"menine":" Dama de honor." E, "ménil": "Herdade, casa de campo", mansão, solar. Por isto, ele escreveu, sutilmente, o adjetivo "grand" no masculino e não no feminino "grande" a fim de concordar com a frase "par celle... mesnie" que pede o adjetivo feminino. Portanto, "grand" neste caso inspira uma adjetivação grande ou ampla, a fim de dar maior realce à idéia central que é a Mente proporcionada pela ação mental do espírito, alma e corpo. Para o leitor entender bem o assunto desta quadra estará obrigado a compor por escrito a associação de idéias para cada frase proporcionada pelo conjunto de metáforas. "Gaule": Vara, ou ramo. "Premier Gaule": principal vara ou ramo de árvore.

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Assim falou Nostradamus Esta metáfora está associada à declaração de Jesus quando no cap.15, versículo 5 do Evangelho de São João, diz:"Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Aliás, o assunto desta quadra é uma súmula magistral do Evangelho de São João, o qual ainda redigi sinteticamente na interpretação que ofereço. Se o prezado leitor estudar este Evangelho em confronto com esta quadra compreenderá o alcançe da intenção de Nostradamus. "Premier en Romanie": Principal no Homem ou no cérebro do homem. Esta metáfora "Romanie": Romania – representa a Mentalidade humana, semelhante à mentalidade do povo durante o Império Romano. "Por mar e terra": Tanto nos céus ou mundos espirituais, quanto na vida terrena. "aux Angloys": aos Anjos, aos espíritos às almas. "e Paris": e homens. Ele está se referindo ao Paris, herói, semi-deus, de Tróia. Não à cidade de Paris. Embora, que esta cidade sirva bem para metáfora de homem. "terax": metáfora correspondente a teratológicos. Isto é, monstruosidades patológicas, psíquicas e físicas. "o NORLARIS": anagrama composto de "NOR" - TE e LARIS": "LARIS": do latim: LAR- ARIS: - casa, lar; deus tutelar de uma família ou de uma casa. Portanto: LARES DO NORTE; LARES DO MAIS ALTO; LARES CELESTES, mundos das almas, dos espíritos, dos anjos. Idéia associada à declaração de Jesus:"Na casa de meu Pai há muitas moradas: se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar": Ev. de São João, cap.14, vers. 2. E, evidentemente, a idéia é referente aos bilhões e bilhões de planetas, os quais, também são moradas criadas por Deus para abrigar seres humanos.

VIII - LXI Iamais par le decouvrement du iour Ne parviendra au signe sceptrifere Que tous ses sieges ne soient en sejour, Portant au coq don du TAO armifere.

Tradução: Jamais pelo descobrimento do dia Ninguém chegará ao signo cetrífero Que todos seus assentos não estejam em sua vida Alegrias e dores ao galo, benefício da CRUZ armífera. Interpretação: Jamais por apenas conhecer as grandes verdades da vida, quem quer que seja chegará ao estado soberano de um anjo ("ao signo cetrífero") se não puzer em prática em sua vida todos os ensinamentos ("todos seus assentos") que terá recebido. Pelo fato de o ser humano viver assediado pelo bem, e pelo mal, que afeta o bem estar em sua existência. ) os valores construtivos e os sofrimentos pelos quais passa – tornam-se em ornamento do espírito, o qual na fase de vida humana estará crucificado ("do TAO") pelos esforços e sacrifícios suscitados pelo ambiente terreno ("armífero"). Comentário: "descobrimento do dia": alegoria para aprendizado das ciências da vida. "signo cetrífero": alegoria representando a situação angélica conquistada com esforço, boa vontade, e disciplina. "ao galo": ele costuma usar a figura do galo para representar o homem. "TAO": letra do alfabeto hebraico e símbolo religioso de sacrifício convencionado por várias religiões. No Cristanismo é o mesmo símbolo da cruz. "armífero": alegoria de luta feroz. "Portant": adjetivo com significação de - ora passando bem, ora, passando mal, de saúde.

VIII - LXII Lors qu'on verra expiler le saint temple Plus grand du rosne leurs sacrez prophaner Par eux naistra pestilence si ample, Roy fuit iniuste ne fera condamner. Tradução: Quando que se ver furtar o santo templo, Maior do rosnar seus sagrados profanar Por eles nascerá pestilência tão ampla, Rei esquecido injusto não fará condenar. Interpretação: Quando o sacerdote ou ministro religioso fizer sermões violentos aterrorizando os seguidores com castigos infernais ("maior do rosnar")

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Arvedus estará profanando seus deveres sagrados e estará furtando o santo templo, pois estará incitando ao fanatismo. Por tais sermões nascerá insanidade muito ampla dentro da sociedade. O sacerdote, ministro, missionário que se esquiva da interpretação injusta das Escrituras não aterrorizará os seguidores com condenação a penas infernais eternas (4º verso"). Comentário: Nostradamus, nesta quadra, está lembrando que há infinita diferença entre a concepção de eternidade da vida humana, a qual raramente atinge cem anos, e de eternidade da vida do espírito. Outrossim, se há o caso de muitos malfeitores tornarem-se regenerados enquanto vivos, o mesmo acontece com as almas, cuja existência é perpétua. Jesuas acentuou:"Meu jugo é suave, e o meu fardo é leve". (Mateus, 11-30). No vers. 29 Ele diz:"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou Manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas". Este jugo ou julgamento Ele recebeu de Deus. Então, que direito terá o rosnador de torcer a Vontade de Deus? A doutrina reencarnacionista, fundamentada nos Evangelhos, ensina que nem uma alma siquer terá estado condenada a eterno castigo no Inferno. Ensina que, cada uma estará regenerada. Dependendo do esforço de cada uma – a regeneração pode ser alcançada em alguns séculos, ou em alguns milênios. E mesmo após o Juizo Final, aquelas que serão banidas para um Orbe inferior à terra. O único que vai para o inferno eterno é o corpo. Visto que ele é sepultado embaixo da terra. O vocábulo "inferno" vem do latim com sentido de baixo, embaixo, debaixo da terra... "Rei": no caso, o missionário religioso: o sacerdote, o ministro, o mestre.

VIII - LXIII Quand l'adultere blessé sans coup aura Meurdry la femme et fils par despit, Femme assoumee l'enfant estranglera: Huict captifs prins s'estouffer sans respit. Tradução: Quando o adúltero ferido sem golpe tiver Morto a mulher e o filho por despeito,

Mulher abatida a criança estrangulada: Oito cativos presos, se sufocar sem delonga. Interpretação: Quando o adúltero instala-se em um lar, ferindo moralmente o ânimo da mulher e do filho estará mortificado por grande sentimento de despeito ("1º e 2º versos"). A mulher fica abatida. A criança se sente como que estrangulada ("3º verso"). Por oito milênios os homens terão estado cativos dessa ânsia do adultério e presos às suas más consequências. Cada pessoa deve sufocar esse apetite destruidor dos lares, sem delonga. Comentário: Neste nosso século o adúlterio vem ultrapassando os extremos do possível. Em concomitância, as desgraças ocasionadas por ele se tornam insustentáveis para todos. Este 6º mandamento do Decálogo:"Não adulterarás" mostra a RAZÃO divina para ter sido colocado como um dos principais alertas ao homem. Todos os grande impérios implodiram, principalmente, pela fermentação do adultério. Dentro dos parâmetros de hoje, esse pecado capital que levou Sodoma e Gomorra à destruição vem implodindo as Nações em nossos dias. É imperioso que cada pessoa analise e sinta que ao cometer este pecado, o qual envolve a essência da infidelidade a Deus e ao próximo, está somando este ato aos bilhões proporcionados por outrém gerando uma nuvem de miasma psíquico que enlouquece, adoenta e mata as populações. É semelhante aos gases químicos e/ou atômicos que vazam de uma indústria e cobrem uma população inteira. Como aconteceu no Iraque e na Ucrânia, recentemente. Disto vem o alerta de Deus com o 6º mandamento, relembrado por Nostradamus nesta quadra...

VIII - LXIV Dedans les Isles les enfants transportez, Les deux de sept seront en desespoir, Ceux du terroüer en seront supportez, Nom pelle prins des ligues fuit l'espoir. Tradução: Dentro das Ilhas as crianças transportadas, Os dois de sete estarão em desespero,

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Assim falou Nostradamus Aqueles do solo terreno de algum modo serão suportados Nome pelle preso das ligas foge a esperança. Interpretação: Os espíritos ("as crianças") são transportados para dentro dos corpos humanos ("Dentro das Ilhas"). De cada sete – dois viverão em desespero. Todas aquelas adversidades circunstânciais que ocorrem durante a vida terrena ("Aqueles de solo terreno") de algum modo serão suportadas por eles. A esperança de uma futura vida ditosa do espírito foge daqueles homens que se prendem às concepções materialistas ("preso das ligas") de forma similar ao dos "Apelliens"("Nom pelle"). Comentário: "Nom pelle": Nome com terminação "pelle". Na conformidade do assunto da quadra, e principalmente do sentido do 4º verso, ele está se referindo aos Apelienses, os quais o dicionário H. Garnier registra o seguinte:"Apelliens: Apelienses – sectários que negavam a autencidade do Velho Testamento, e a ressureição na carne".

VIII - LXV

existência do poder oculto malígno, o qual na Bíblia é denominado, alegoricamente, por Satanás, dragão negro, a grande prostituta, Babilônia, Sodoma e Gomorra, etc. Este "velho" recebe o poder mental de cada cérebro humano formando imensas nuvens de energias psíquicas malígnas que envolvem a Terra. Em cada cabeça, dentro e ao redor do cérebro há pequenas nuvenzinhas semelhantes a aquelas. E há intercomunicação entre as duas quando a pessoa aciona maus pensamentos e más atitutdes de ódio, de avidez, de inveja, ciúmes, ambição, etc. Por outro lado, há o poder oculto Benigno que envolve o espaço todo. Portanto, um poder imensamente maior do que o outro. A este, no Apocalípse, São João cognomina com a alegoria da "mulher vestida do sol". Na cabeça de cada pessoa há uma coroa de luz semelhante à luz do Sol, e pelos bons pensamentos e boas atitutdes há a intercomunicação com o poder oculto Benigno. Portanto, o poder malígno é sempre restrito no espaço e no tempo. Tanto na amplidão do céu – quanto na cabeça do homem. Por isto Nostradamus menciona:"O velho frustrado".

VIII - LXVI

Le vieux frustré du principal espoir, Il parviendra au chef de son empire: Vingt mois tiendra le regne à grand pouvoir, Tiran cruel en delaissant in pire.

Quand l'escriture D. M. trouvee, Et cave antique à lampe descouverte, Loy, Roy et Prince Ulpian esporuvee, Pavillon Royne et Duc sous la couverte.

Tradução: O velho frustrado da principal esperança, Ele chegará ao chefe de seu império: Vinte meses terá o reino ao grande poder, Tirano, cruel em deixando um pior. Interpretação: O velho poder maligno, oculto, que envolve a mentalidade humana desde os primórdios da Humanidade, conhecido por "satanás", vive frustrado da esperança de sobreviver e predominar ("frustrado da principal esperança"). Ele chegará a um aparente predomínio sobre o poder do Bem ("ao chefe de seu império"). Por vinte séculos ainda ele terá grande poder destrutivo sobre o reino da Terra. A cada ano atuará com maior tirania e crueldade e irá deixando resultados piores. Comentário: Nesta quadra ele repete o fato da

Tradução: Quando a escritura Divina Majestade encontrada, E cripta antiga ao lume descoberta, Lei, Rei e Príncipe Ulpiano posta a prova, Pavilhão Rainha e Duque sob a coberta. Interpretação: Quando as Verdades Divinas que estão registradas nas Escrituras Sagradas forem compreendidas, e os antigos segredos nelas contidos por enígmas forem revelados devidamente à fraca inteligência humana, – as Leis de Deus e do seu Critsto serão provadas pelos homens. Corpo, Alma e Espírito estarão cobertos pela Justiça dessas Leis. Comentário: Domicius Ulpianus tem sido considerado o maior jurista do Império Romano.

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Arvedus Portanto, Nostradamus está figurando a Deus e a Jesus Cristo por Supremos Juristas. Por "e cripta antiga ao lume descoberta" – ele simboliza o cérebro humano iluminado pela Inteligência, ao mesmo tempo em que considera a Bíblia como uma cripta antiga guardando os segredos na escuridão dos enígmas literários e esotéricos. E da mesma forma, os livros herméticos de muitos Mestres, tanto do Oriente quando do Ocidente. "D.M." sigla de Divina Majestade, em conotação em latim – "Diis Manibus". "Pavilhão": metáfora de corpo. "Rainha": alma. "Duque": o espírito.

VIII - LXVII PAR. CAR. NERSAF, à ruine grand discorde, Ne l'un ne l'autre n'aura election, Nersaf du peuple aura amour et concorde, Ferrare, Collonne grand protection. Tradução: PAR. CAR. NERSAF, à ruína grande discórdia, Nem a um nem a outro não terá eleição, Nersaf do povo terá amor e concórdia, Ferrare, Colonne grande proteção.

Nostradamus. A qual transparece no sentido indiscutível de que tanto o espírito quanto a alma, e o corpo possuem faculdades distintas para construir o progresso. Tanto o individual quanto o Coletivo. E, ainda são sempre auxiliados por Deus através de sua Hierarquia composta de Anjos, e Almas, e homens, Então, para figurar o ESPÍRITO eu tomei a cidade de Paris, e também o herói troiano Páris. ("PAR"). Para o CORPO tomei a cidade de Carcassone. Por associação à idéia de carcassa, ou estrutura corporal . ("CAR"). "NERSAF": Acho que é u'a metáfora que faculta várias figurações. Pouco importa qual seja a que ele pensou. O assunto da quadra aponta para a figura da Alma. Achei mais condizente considerar as Nereidas: Ninfas do mar, (da mitologia), mais a radical do vocábulo "safre": azul. Portanto, Nereida azul. Visto que a forma física da alma é gerada pelas energias da atmosfera do Planeta. Os Teosofistas e os Teólogos conhecem este assunto melhor do que eu, e poderão esclarecer melhor em futuro.

VIII - LXVIII

Interpretação: ESPÍRITO, CORPO, ALMA ("PAR. CAR. NERSAF") convivem sempre em grande discórdia, o que leva à ruína. Nem a um, nem a outro é possível eleger as decisões acertadas para serem postas em prática no ideal do resultado construtivo. A Alma do Povo ("Nersaf") terá amor e concórdia em tempos futuros. Cada ser humano ("Ferrare") e cada Coletividade Humana ("Colonne") sempre terá tido grande proteção advinda da Providência Divina a fim de progredir em processo construtivo através de todas as Ciências, Artes e Ofícios. Da mesma forma e modos em que a cidade de Ferrara e a cidade de Colônia mostram seus prodígios evolutivos; apesar das circunstâncias contrárias que de forma e de modo natural terão vindo a obstar as melhores realizações. Comentário: "PAR. CAR. NERSAF.": são figuras que facultam tomar cidades, pessoas, ou coisas por alegoria de espírito, corpo, alma. Os predicados patenteiam a idéia central implícita nos pensamentos de

Vieux Cardinal par le iune deceu, Hors de sa charge se verra desarmé, Arles ne monstres, double soit aperceu, Et Liqueduct et le Prince embaumé. Tradução: Velho Cardeal pelo jovem enganado, Fora de sua carga se verá desarmado, Arles não mostra, ambíguo seja percebido, E Liqueduto e o Príncipe embalsamado e perfumado. Interpretação: Os velhos fundamentos desta obra ("Velho Cardeal") serão mal interpretados pelos que no futuro esforçar-se-ão por esclarecer. Então, serei um velho espírito, semelhante a um velho Cardeal sendo enganado por um jovem. Fora do corpo humano ("fora de sua carga") sentir-me-ei desarmado para os necessários esclarecimentos. As quadras dotadas de fantasias poéticas não mostram ("Arles não mostra") a verdadeira face das realidades que tenho a intenção de transmitir. Porém, montei-as em condições que possibilitam o

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Assim falou Nostradamus entendimento e seja percebido pelo sentido ambíguo. E assim as idéias postas nas quadras estarão a fluir como águas correndo por um liqueduto e o Principal ("Prince") estará como se fosse um corpo perfeito embalsamado e perfurmado. "Arles": metáfora derivada de arlequins. Com idéia de fantasias. E pode ser secundada por idéia de lugar arenoso e seco – se se tomar a cidade de Arles por metáfora; visto que seu nome antigo em latim era:"Arelas, Arelatis, o que corresponde a local arenoso e seco.

VIII - LXIX

dez milênios ou dez ciclos iguais, há alguns estudiosos reencarnacionistas que informam de haver uma determinação Divina pela qual o espírito humano nasce capacitado para conquistar a Perfeição dentro de sete mil anos. Muitos conseguem antes. Muitos, depois. Nstradamus menciona, nesta quadra, dez mil anos. Só estou convicto de que todo e qualquer espírito humano chegará à Perfeição e que nem um sequer será extinto,pois que por Lei Divina o espírito humano é imortal. Portanto, leve sete, dez, cem mil anos, eu , você, nós chegaremos lá...

VIII - LXX

Aupres du ieune le vieux ange baisser, Et le viendra surmonter à la fin: Dix ans esgaux plus vieux rabaisser, De trois deux l'un huictiesme seraphin.

Il entrera vilain, meschant infame Tyrannisant la Mesopotamie Tous amis fait d'adulterine dame. Terre horrible noir de phisonomie.

Tradução: Ao pé do jovem o velho anjo baixar, E o virá sobrepujar ao fim: Dez anos iguais aos mais velhos rebaixar, De três dois o um oitavo serafim. Interpretação: O espírito ("o velho anjo") virá encarnar ("baixar") no corpo da criança ("Ao pé do jovem") e ao morrer o corpo ("ao fim") ele virá a sobreviver ("E o virá sobrepujar"): Aos espíritos ("aos mais velhos") está determinado reencarnar ("rebaixar") dentro do prazo de dez mil anos para conquistar a Perfeição ("Dez anos iguais"). Das três entidades inteligentes do homem ("De três"), isto é, espírito, alma, corpo; – a alma e o espírito que na realidade compõem o ser espiritual ("dois o um"); este "um" é que alcançará a sublimação.Então, chegará à categoria de serafim, que é a oitava categoria do coro de anjos, cuja Hierarquia é dotada de nove categorias ou nove coros de anjos. Comentário: Até onde conheço este assunto, o espírito humano alcança até a categoria de anjo, e tem o direito de se situar na sétima esfera, a qual é a mais pura da Terra. Creio que depois irá subindo até a arcanjo, o que demandará um tempo inconcebível para mim. A enciclopédia menciona essa questão das categorias angélicas. Quanto aos ("Dez anos") que interpreto por

Tradução: Ele entrará vilão, maligno infame Tiranizando a Mesopotâmia Todos amigos feito de adulterina dama, Terra horrível negro de fisionomia. Interpretação: O Poder Oculto (Nota do Intérprete: O "Satanás"), vilão, maligno, infame, estará tiranizando em todo o ambiente virtuoso da Terra ("a Mesopotâmia"). Todos os homens estarão com a mente infeccionada pelas substâncias energéticas psíquicas degradantes ("feito de adulterina dama"). Alegoricamente, eu imagino o ambiente da Terra – tomado em parte por um monstro, horrível, negro, com fisionomia humana. Comentário: "Mesopotâmia": Literalmente, a Mesopotâmia sempre foi usada como alegoria de área fértil, benéfica, abundante, etc.

VIII - LXXI Croistra le nombre si grand des astronomes, Chassez, bannis et livres censurez, L'an mil six cens et sept par sacre glomes, Que nul aux sacres ne seront asseurez.

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Arvedus

VIII - LXXII

Tradução: Crescer o número tão grande dos astrônomos, Caçados, banidos e livros censurados, O ano mil seiscentos e sete por sacra congregação, Que nenhuns aos sacros estarão assegurados. Interpretação: O número de astrônomos crescerá bastante... Alguns serão caçados, banidos e terão livros censurados. No ano mil e seiscentos e sete, por sacra congregação, nenhum deles pelos sagrados estarão assegurados. Comentário: Realmente, de mil e seiscentos em diante houve uma proliferação de astrônomos, aparecendo dos mais importantes:– Tycho, Brahe; Kepler e Galileu, os quais passaram a endossar a Teoria Heliocêntrica ditada por Copérnico. Galileu, por este motivo, foi perseguido pelos sacros e obrigado a abjurar por odem do Papa Paulo V, e então pressionado pelos Inquisidores, em 1633. Abjurou, mas entre-dentes proferiu:"Mas a Terra move". Outrossim, esta quadra tem dois sentidos, e o segundo sentido refere-se aos Mestres Ocultistas. Nostradamus costumava usar os vocábulos :– astro, astrólogo, astrologia judiciária, juristas, astrônomo – por metáforas com o sentido de: espírito, profeta, vidente, mestre esoterista, filósofo, médium, apóstolo, e até para algumas pessoas ilustres. Por astrologia judiciária, considerava toda filosofia religiosa de padrões superiores: Cristã, Mosaica, Teosofista, e também as profanas. Principalmente aquelas fundamentadas no Reencarnacionismo. É que se depreende facilmente dos seus escritos. Por este prisma eu entendo que ele está se referindo bem mais ao crescimernto do número de reencarnacionistas, e por consequência do maior número de seitas que se fundamentam na Lei da Reencarnação. Os registros históricos e os fatos confirmam esta hipótese. A partir do ano de 1900 a intolerância religiosa vem decrescendo e em nossos dias atua mais nos limites da contestação intelectual. Principalmente em virtude do divórcio que foi ocorrendo entre o Estado e o Clero, através de leis a determinar a liberdade de culto religioso. E também,em razão do advento do ecumenismo instituido pelo Vaticano.

Cham Perusin ô l'enorme desfaite Et le conflict tout aupres le Ravenne, Passage sacree lors qu'on fera la feste, Vainqueur vaincu cheval manger l'avenne. Tradução: Campo Perusin oh a enorme derrota E o conflito todo perto de Ravenne, Passagem sagrada quando que se fará a festa, Vencedor vencido cavalo comer a aveia. Interpretação: O enorme complexo de defeitos psíquicos sofrerá enorme derrota, semelhante às derrotas sofridas pelos inimigos dos Perugianos ("1º verso"). E por longo tempo ainda haverá conflitos em cada cérebro e em cada comunidade humana, à semelhança dos conflitos que têm havido com os habitantes de Ravena. Porém, virá a época em que a Humanidade consquistará o ideal estado de civilização o que se pode dizer que é uma passagem sagrada em que se festejará. Do mesmo modo como aconteceu nas cidades de Perúgia e de Ravena quando se tornaram cidades eclesiásticas. Naquela época, o vencedor e o vencido estarão em perfeita Concórdia, à semelhança de dois cavalos amarrados por uma corda curta entre montes de aveia. Então, ao invés de cada um forçar por lados contrários – terão a inteligência de ir juntos a cada monte a fim de saciar a fome. Comentário: Lendo a história das duas cidades, o leitor entenderá a profundidade dos pensamentos da quadra. O século XXI será cognominado "Século da Concórdia Universal". Depois virá a "Idade de Ouro".

VIII - LXXIII Soldat Babare le grand Roy frappera, Iniustement non esloingné de mort L'avare mere du fait cause sera Coniurateur et regne en grand remort. Tradução: Soldado Bárbaro o grande Rei ferirá,

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Assim falou Nostradamus pior acontece quando o líder é um Hitler, Stalin, Sadan, Fidel Castro, e outros de tal estirpe.

Injustamente não alongado de morte A ávara mãe do fato causa será Conjurador e reino em grande remorso. Interpretação: Um militarismo bárbaro ferirá a Humanidade ("o grande Rei"). E não será injustamente. As causas que levam a esse castigo provêm de longa duração dos erros e pecados ("alongado de morte"). A avareza é uma causa principal ("3º verso"). Por conclusão: Tanto os líderes governantes ("conjurador") quanto as populacões são culpáveis ("e reino em grande remorso"). De alguma forma não há inocentes, pois que a Avareza está enquistada em cada um. Comentário: Analisando bem, verifica-se que em qualquer movimento armado, por trás dele, está o egoismo, a ambição, a usura, a avareza. Seja na guerra mundial, regional, nacional, e principalmente nas guerrilhas.

VIII - LXXIV En terre neufvre bien avant Roy entré, Pendant subjets lui viendront faire acueil, Sa perfidie aura tel recontré Qu'aux citadins lieu de feste et recueil. Tradução: Em terra nova bem avante Rei entrado, Pendente súditos a ele virão fazer acolhimento, Sua pérfidia terá tal concordância Que aos cidadãos lugar de festa e recolhimento. Interpretação: O Ego ("rei") tem uma propensão natural para a perfídia, e encontra terra fértil ("terra nova"). Quando um líder assume o comando de uma instituição ou de uma Nação, sendo pérfido encontrará sempre muitos súditos para acompanhá-lo em seus intentos, pois que a maioria estará sempre pendente e dependente de tais lideranças. Então, tais líderes serão acolhidos para ser acompanhados por eles, em estrita concordância de interesses. De tal forma que para os cidadãos é motivo de festa e recolhimento para idolatrá-los. Comentário: Este fato é bastante comum. Razão pela qual os candidatos mais pérfidos vencem facilmente os candidatos mais dignos em eleições políticas. E o

VIII - LXXV Le pere et fils seront meurdris ensemble Le persecteur dedans son pavillon Le mere à Tours du fils ventre aura enfle, Cache verdure de fueilles papillon. Tradução: O pai e filho serão magoados juntos O algoz dentro de seu pavilhão, A mãe à Tours do filho ventre terá inchado, Oculta verdura de folhas borboleta. Interpretação: Durante a vida humana, o espírito e o corpo ("pai e filho") estarão sendo magoados, visto que junto a eles – o Mal ("o algoz") estará dentro da cabeça das pessoas ("dentro de seu pavilhão"). A alma ("a mãe") é o corpo sutil do espírito e ela também é indestrutível. Sua estrutura é forte como as Torres. E ela é como u'a mulher grávida em cujo regaço traz um filho. E à semelhança daquela, sonha um futuro feliz para ele ("verdura de folhas"). Ela se sente como um casulo de onde o espírito abrirá as suas virtudes da mesma forma que u'a borboleta multicolorida abrirá as suas asas e volitará sob a luz do sol, sob o azul dos céus, e sobre o verdor dos campos. Comentário: Esta quadra tem a função de excitar a nossa eterna aspiração de conquistar a Perfeição, e a Felicidade. Por meditação tranquila e efetiva leva-nos a compreender a Vida Modelar de Jesus, o Cristo. Faz-nos lembrar que Jesus era o Homem dotato de Espírito Puro e Alma Pura. Portanto, o Cristo que habitou por 33 anos um corpo humano, do mesmo modo que nosso espírito ou cristo, e nossa alma habitam nosso corpo. Evidentemente, o corpo é dotado de uma perfeição relativa ao espaço e ao tempo. Porém, a mente do cérebro tem a faculdade de acompanhar a mente do espírito – em suas virtudes. Assim sendo, Jesus demonstrou que seu cérebro obedecia, sensatamente, o comando do Espírito. Com isto, Ele exemplificou e ensinou que ante esforços adequados nós podemos fazer o mesmo. Outrossim, deixou bem claro que o mais

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Arvedus importante é a purificação da Inteligência e Sentimento do espírito e da alma, em virtude de ambos terem um destino imortal para se aproximar da Eternidade de Deus... Com este entendimento você terá maior faculdade para compreender os Evangelhos.

VIII - LXXVI Plus Macelin que Roy en Angleterre Lieu obscur nay par force aura l'empire: Lasche sans foy sans loy saignera terre, Son temps s'approche si pres que ie souspire. Tradução: Mais Macelin que rei em Angleterre Lugar obscuro nascido por força terá o império: Covarde sem fé sem lei sangrará terra, Seu tempo aproxima-se tão logo que eu suspiro. Interpretação: O comportamento do Homem , aqui na Terra ("em Angleterre") é mais próprio de Açougueiro ("Mascelin") que de rei. O espírito encarnado no corpo ("lugar obscuro nascido") conquistará o império do bem através de longo esforço ("por força"). Uma facção covarde, sem fé, sem lei, sangrará a terra. Porém, seu fim aproxima-se e seu castigo é quase tão imediato que até já suspiro aliviado ante a breve supressão dessa laia. Comentário: "Covarde sem fé sem lei": Entendo que por esta frase ele está se referindo à facção psíquica da mente humana. E por consequência à facção humana – maligna.

VIII - LXXVII L'antechrist trois bien tost annichilez. Vignt et sep ans sang durera sa guerre, Les heretiques morts, captifs exilez, Sang corps humain eau rougie gresler terre. Tradução: O anti-cristo três muito breve aniquilado, Vinte e sete anos sangue durará sua guerra Os heréticos mortos, cativos exilados, Sangue corpo humano água avinhada granizar terra.

Intepretação: Os sentimentos anti-cristo terão perdurado por três milênios da Era Cristã, os quais milênios e tais sentimentos estarão findados muito em breve, considerando-se em relação à eternidade. Por vinte e sete séculos da Era Cristã ("vinte e sete anos") os homens farão durar sua guerra eivada de sofrimentos ("sangue"). Tanto essa heresia quanto os heréticos que a propalam serão derrotados ("heréticos mortos"). Os sentimentos heréticos e seus cultores serão banidos da Terra ("cativos exilados"). O sofrimento ("sangue") do espírito no corpo humano tem a função de sublimar a alma e por consequência sublimar a mentalidade humana. (Nota do Intérprete: Muito bem alegorizado pela expressão "enobrecer as bodas"), conforme à literatura esotérica Cristã ("a água avinhada granizar a terra"). Comentário: As idéias colocadas por Nostradamus nesta quadra estão associadas à alegoria das bodas de Caná – quando Jesus transformou as águas dos potes em vinho da melhor qualidade. Estou convicto de que o fato histórico das bodas de Caná resgistrado pelos Apóstolos nos Evangelhos foi um fato indiscutível. Entrementes, é indiscutível que utilizaram este fato para oferecer uma profecia, em termos esotéricos, sobre a realização constante da sublimação moral dos espíritos humanos, inclusive alma e corpo. E, naturalmente, a intenção de Jesus foi esta. Isto é, não teve a simples intenção de oferecer um milagre - sem maiores consequências. "O anti-cristo três": com esta expressão que inicia a quadra, Nostradamus faz entender que o ideal anti-cristo anda radicado no homem afligindo o mental uno do espírito, alma e corpo. Ao mesmo tempo faz entender que esse sentimento deverá perdurar por três milênios da Era Cristã. Outrossim, devemos lembrar que a expressão "anti-cristo"envolve aplicações variadas para o processo de viver ou no comportamento moral. A palavra "cristo" vem do grego com a significação de ungido ou eleito. É fato convencionado desde os primórdios do Cristianismo que – cada e todo espírito humano é filho de Deus. "Criado à imagem e semelhança de Deus". Portanto, nasce ungido, eleito, filho de Deus. Determinado por Onisciência Divina o espírito humano deve passar por um processo de evolução até conquistar a sabedoria e sentimento de amor adequado

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Assim falou Nostradamus ao anjo, a fim de poder conviver com os celestes em lugares celestes. Mesmo assim, continua com o direito agraciado pelo Criador de – se necessário, por missão , voltar a viver no Planeta. Jesus assevera nos Evangelhos que Ele já existia antes que a Terra fosse criada, e que tudo que Deus criou o criou para Ele. Esta idéia é ampla. Pois, sendo Ele o Cristo, o Primogênito, o Unigênito, o Modelo, ao fazer essa afirmação deixou subentendido que, embora nós sejamos imensamente pequenos, inferiores a Ele, somos espíritos, também, herdeiros da Terra, por ser filhos do mesmo Pai. Ao mesmo tempo, Ele mostrou o alto valor do corpo para o bem do espírito. Embora o corpo tenha os seus valores precários em relação ao espírito, e tais desvalores são os que geram os pensamentos, sentimentos, e atos "anti-cristo". Então, há os "anti-Cristo" e os "anti-cristo". Os maiores ('líderes) e os menores ("povo em geral"). Enfim, todos em todas as horas, estarão a aumentar o "poder anti-cristo", por desobedecer os ensinamentos do Cristo... "Vinte e sete anos": metáfora de vinte e sete séculos". Em primeiro lugar entendo que ele tencionou dizer que por vinte séculos o sentimento anti-cristo estaria muito forte, até o final deste século vinte. E descontou mil anos de melhor concórdia universal que deverá ocorrer do ano 2001 ao ano 3000. Daí então, voltará um obscurantismo semelhante ao do obscurantismo atual que deverá se desenvolver por uns setecentos anos. Isto, de acordo com as profecias do Apocalípse, quando afirmam que "Satanás será encarcerado por mil anos". E devo lembrar que Nostradamus afirma que o fechamento do Juízo Final dar-se-á por volta do ano 3797. Não obstante entender assim, redigi na intepretação o sentido de dois mil e setecentos anos da Era Cristã, pelo fato de a idéia condizer com a idéia supracitada. Isto é, que o sentimento e comportamento anti-cristo será esvaziado a partir do final do ano 2000 e depois novamente a partir do ano 3000; aproximadamente.

VIII - LXXVIII Un Braganas avec la langue torte Viendra des dieux le sanctuaire Aux heretiques il ouvira la porte En suscitant l'église militaire. Tradução: Um Braganás com a língua torta Virá dos deuses o santuário, Aos heréticos ele abrirá a porta Em suscitando a igreja militar. Interpretação: Um movimento de cultura religiosa, eloquente e poético ("Um Braganás"), que enfatizará o ditado ("Deus escreve direito por linhas tortas") trará dos Céus o ensinamento das verdades santas ("2º verso"). Aos heréticos, distanciados das realidades ensinadas pelos Escritos Sagrados, esse movimento abrirá a porta de suas consciências e estará suscitando as coletividades humanas a disciplinar ("militar") sua mente e seu comportamento. Comentário: "Braganás": Entendo que ele montou um neologismo para figurar o resultado de todo o esforço religioso, científico, e artístico em prol da Civilização da Humanidade. Isto é, o cerne dos planos da Providência Divina. Então, usou o nome "Bragi", o qual é o nome de uma deidade da mitologia Escandinava. O deus da eloquência e da poesia. Filho de Odin e Frigga. O deus que recebia e dava as boas vindas, no Valhala, às almas dos heróis que morriam em batalha por alguma boa causa que deveria ser imortalizada em prosa e verso, O leitor dotado de grande experiência e estudando essa mitologia entenderá melhor o pensamento dele nesta quadra. "militar": metáfora de Disciplina, e/ou esforço disciplinado no bom comportamento. Entendo que ele, também, se refere às Centúrias, de forma indireta ("com a língua torta") visto que muitas quadras estão fundamentadas na Bíblia.

VIII - LXXIX Qui par fer pere perdra nay de Nonnaire,

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Arvedus De Gorgon sur la sera sang perfetant En terre estrange sera si tout de taire, Qui bruslera luy mesme et son enfant. Tradução: Quem por ferro pai perderá nascido de Nonnaire, De Gorgon sobressairá sangue aperfeiçoante Em terra estranha fará tudo mui discretamente Quem inflamará a si mesmo e seu filho. Interpretação: O homem, por força da morte ("Quem por ferro") perderá o espírito – o qual é o pai de sua vida ("pai perderá") o qual outrossim , quando encarnado vive como um monge asilado em um convento ("nascido de Nonnaire"). Da estrutura energética inteligente do homem ("De Gorgon") sobressairá para o espírito muitos resultados aperfeiçoantes, principalmente proporcionados pelo cérebro – à semelhança do sangue da Medusa. Quando encarnado, o espírito sente-se como um estrangeiro em terra estranha, e como não é enxergado pela gente comum, ele passará a vida a fazer tudo muito discretamente. De tal forma que a gente comum, a gente que não possui a capacidade de vidência das coisas espirituais não tem podido compreender. Porém, ele é a vida, ele é a força que inflama a si mesmo, e a seu filho, o homem. Comentário: "Nonnaire": metáfora derivada do latim "Nonnus", significando monge, monástico, vida de monge, etc. "Gorgon": Gorgona. Figura monstruosa da mitologia grega. Em termos esotéricos é figura alegórica do homem. Ser mitológico composto por três entidades: Medusa, Euryale, Stheno. Medusa é mortal. Euryale e Stheno são imortais. Portanto, com "De Gorgon" Nostradamus aponta para a alegoria do homem – composto pelo corpo, alma e espírito. Estudando essa lenda com boa acuidade para o sentido esotérico colocado pelos gregos antigos, o leitor compreenderá bem o assunto desta quadra.

VIII - LXXX Des inocens le sang de vesve et vierge, Tant de maux faits par moyen se grand Roge,

Saints simulachres trempez en ardant cierge. De frayeur craint ne verra nul que boge. Tradução: Dos inocentes o sangue de viúva e virgem, Tanto de males feitos por meio se grande Roge, Santos simulacros temperados em ardente círio De terror pânico não verá ninguém que boge. Interpretação: Contínuas guerras e revoluções sangrentas farão correr o sangue dos soldados e dos cívis, dos quais a grande parte será inocente. Com isto haverá muitas viúvas e muitas noivas, sem maridos. Tanto de males será feito pelos homens que o Mundo parecerá uma grande fogueira ("Se grande Roge"). Diante de tantos males as gentes procurarão socorro na fé que alcançaram nas imagens de santos ("santos simulacros") nos altares iluminados por velas. E continuarão aterrorizados e em pânico por concluir que as imagens não os poderão socorrer. Tais ídolos nem sequer se movem! Comentário: "Roge": derivado do latim"ROGUS I= fogueira em que os antigos incineravam os mortos. "boge": move, mexe-se, mobiliza.

VIII - LXXXI Leneuf empire en desolation, Sera changé du pole aquilonaire, De La Sicile viendra l'esmotion Troubler l'emprise à Philip, tributaire Tradução: O novo império em desolação, Estará mudado do polo aquilonário, Da Sicília virá a emoção, Perturbar a empresa à Philip, tributário. Interpretação:Novas gerações entrarão em fases de um império em desolação. Os valores humanos e morais estarão radicalmente mudados – como se o polo norte mudasse para o sul, e o polo sul para o norte. Então, as populações estarão desnorteadas ("do polo aquilonário"). As emoções virão perturbar a cabeça das pessoas como os calores vindos da Sicília. E haverá guerras insanas promovidas por

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Assim falou Nostradamus intenções tributárias às empresas de Filipe da Macedônia. Então, o espírito humano fica sujeito às causas e efeitos das situações criadas – sujeito a receber e a pagar o mal com o bem, ou seja, pagar os tributos ("tributário") até que sua alma seja purificada, segundo à lei da evolução.

conceitos das doutrinas reencarnacionistas será muito fácil compreender. Os livros de Kardec explicam-nos com clareza meridiana. E, também, os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier e outros médiuns de boa autoridade...

VIII - LXXXIII

Comentário: dispensável.

Le plus voile hors du port de Zara, Pres de Bisance fera son entreprise, D'ennemy perte e l'amy ne sera, Le tiers à deux fera grand pille et prinse.

VIII - LXXXII Ronge long, sec faisant du bon valet, A la parfin n'aura que son congie, Poignant poyson et lettres au collet Sera saisi eschappé en dangie.

Tradução: O maior velame fora do porto de Zara, Perto de Bisance fará sua empresa, De inimigo perda e o amigo não será, O terceiro a dois fará grande pilhagem e presa.

Tradução: Tormento longo, seco, fazendo do bom servo, No final não terá que seu pagamento, Apunhalante veneno e cartas ao íntimo Será apanhado escapado em perigo. Interpretação: Assim sendo, e por lei natural e/ou Divina o espírito sofrerá tormento longo, pelo qual ele vai se tornando austero ("seco fazendo") e sábio, educado e obediente. Enfim, um bom servo – para alcançar a dignidade de senhor. No final de cada vida humana o espírito verificará um ajuste de contas e estará consciente da situação em que se encontra no seu caminho evolutivo. E compreenderá que no balanço havido entre os feitos virutosos e os feitos maldosos estará o saldo dos seus méritos e deméritos ("que seu pagamento"). No final, durante a fase da morte do corpo, verificará que todos os acontecimentos dessa vida estão registrados na memória de sua alma ("cartas ao íntimo"), e o que ocorreu de mal feito é para a sua consciência um "apunhalante veneno". Então, o espírito, durante a vida humana é "apanhado" por perigo constante ("em perigo") e pode continuar em perigo no outro mundo se sua alma e/ou consciência sair conturbada. Porém, se conseguiu mais mérito do que demérito terá "escapado" de situações aflitivas e ali receberá um bem estar relativo. Comentário: Assunto em sequência da quadra anterior. Para o leitor leigo no assunto é ainda difícil entender esta interpretação. Para o leitor familiarizado com esses fatos – através do conhecimento dos

Interpretação: O maior volume de realidades abstratas denominadas por mistérios ("O maior velame") terá estado fora da compreensão do Homem ("fora do porto de Zara") e por muito tempo ainda. Poderão ser entendidos por um confronto ambíguo ("Perto de Bisance") proporcionado por fatos concretos após muitas experiências ("fará sua empresa"). Assim sendo, os que me contestarão terão provocado a perda dos valores que pretendo oferecer ("De inimigo perda"). Portanto, serão inimigos da minha boa intenção, e ao mesmo tempo não serão amigos daqueles que procuram o Conhecimento dos tais mistérios da Vida ("e o amigo não será"). Nessa conjuntura, o crítico desavisado ("o terceiro") poderá desvalorizar os trabalhos de dois ("a dois") isto é, o meu e o do intérprete bem intencionado ("fará grande pilhagem e presa").

Comentário: "voile": véu, cortina, vela de barco. Em sentido figurado: segredo, mistério, pretexto, coisa velada. "porto de Zara": metáfora de cérebro humano. No caso – reduto da inteligência, ou da compreensão. Sou de opinião de que ele poderia ter usado qualquer outra cidade portuária que daria o mesmo sentido. É possível ter usado Zara pelo fato de os guerreiros da quarta cruzada ter tomado esta cidade,

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Arvedus ter causado lá muitas atrocidades e saques, e de tal forma que o Papa da época (1202) excomungou a cruzada inteira. "Perto de Bisance": Bisance, no caso, é um neologismo derivado de "Bis=duplo" – com sentido de ambiguidade, anfibologia, duplo sentido, associação de idéias.

VIII - LXXXV Entre Bayonne et à sainct Iean de Luz Sera posé de Mars la promontoire Aux Hanix d'Aquilon Nanar hostera lux, Puis suffoqué au lict sans adiutoire. Tradução: Entre Bayonne e até Santo João de Luz, Será posto de Marte a promontório, Aos Hanix d'Aquilon Nanar retirará a luz, Depois sufocado no leito sem adjutório.

VIII - LXXXIV Paterne orra de la Sicile crie, Tous les aprest du goulphre de Trieste, Qui s'entendra iusque à la Trinacrie, De tant de voiles fuy, fuy l'horrible peste. Tradução: Paterna ouvirá da Sicília grita, Todos os aprestos do Golfo de Trieste, Quem se entenderá até a Trinacria, De tanto de velas foge, foge à horrível peste. Interpretação: Deus, O Pai Eterno atenderá sempre aos pedidos de socorro das almas ilhadas na Terra ("da Sicília grita"). A Hierarquia Divina já está bem preparada para ultimar o Juízo Final à semelhança de uma Armada em serviço no Golfo de Trieste. Quem conhece a si mesmo ("Quem se entenderá') com relação ao espírito, à alma, ao corpo ("até a Trinacria") já se vê liberto do misticismo, da superstição, do tabu, e de tantos outros mistérios falsamente propalados ("De tanto de velas foge"). A horrível peste provinda do paganismo e da ignorância, foge de quem "conhece a si mesmo". Inclusive o pânico milenar que preocupa a todos ao encarar a Morte como sendo um monstro cruel ("foge a horrível peste"). Comentário: Nos dois primeiros versos ele demonstra sua Fé inquebrantável nas promessas Divinas das quais nós, filhos de Deus, não estamos abandonados na Terra à própria sorte. E, que gerações futuras viverão na Terra em uma situação correspondente ao Paraíso alegórico da Bíblia. "Trinacria": poder conjugado de três entidades ou pessoas em comunhão.

Interpretação: Desde os primórdios da Humanidade e até o Juízo Final, conforme explica a Bíblia – desde o livro de Gênesis até o Apocalípse de São João Evangelista ("1º verso"); o espírito humano viverá hostilizado ("será posto de Marte") acerbamente até chegar ao cume de sua perfeição ("a promontório"). Os homens ("Hanix") estão fadados a uma vida tormentosa – como que afligidos pelos ventos tormentosos do polo norte ("d'Aquilon") até o transe da morte ("Nanar") quando ela retirará a vida do corpo, e os espírito se retirará para o seu mundo espiritual ("retirará a luz"). Por fim, o corpo morrerá em agonia sufocante sem qualquer adjutório possível para sobreviver sem o espírito. Comentário: Toda a alegoria bíblica explica estes fatos, mais em forma esotérica do que exotérica. "Bayonne": metáfora que ele aplicou com maestria para o assunto. Bayonne é uma cidade antiga, dividida por dois rios. Com os dois rios, ele figura o mundo espiritual e o mundo terreno. E a dividem em três partes: a Grande Bayonne; a pequena Bayonne, e a Santo Espírito. Portanto, está figurando o corpo, a alma, o espírito. E os dois rios figuram, também, O Velho e o Novo Testamentos. "de Marte": Esotericamente, Marte representa, neste caso, as hostilidades naturais e as humanas que afligem o ser vivente na Terra. "a promontório": figura a idéia de hostilidade acerba; e ao mesmo tempo a idéia de pináculo da perfeição do espírito. "Hanix": metáfora montada por Hommes animaux= H-ani-x- correspondendo a Homem animado por alma e espírito. "de Aquilon": tormentas frias vindas do Polo Norte.

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Assim falou Nostradamus "Nanar": metáfora derivada do latim "Nenia, ae= deusa dos funerais ou dos cantos fúnebres. "Santo João de Luz": São João, Apóstolo Iluminado, e/ou Apocalipse (Revelação) segundo São João.

VIII - LXXXVI Par Arnani Tholoser Ville Franque, Bande infinie par le mont Adrien, Passe riviere, Hutin par pont la planque Bayonne entrer tous Bichoro criant. Tradução: Por Arnani Tholoser Ville Franque, Banda infinita pelo monte Adrian. Passa ribeira, Hutin por ponte a prancha Bayonne entrar todos Bichoro queixando. Interpretação: Por todo o âmbito que circunda a Terra desde a atmosfera e além da estratosfera, embora os nossos sentidos não tenham faculdades suficientes para conhecer e , assim nos pareça um imenso espaço estéril ("Arnani"), esse espaço todo é constituído por extraordinário poder inteligente e construtivo. Por ele e dele são criados todos os seres e todas coisas ("Tholoser") que estão franqueados aos nossos sentidos humanos ("Ville Franque"). Assim, a Terra é semelhante a uma cidade aberta ("Ville Franque") ao embate das energias inteligentes e construtivas operadas pela Onipotência, Onisciência, e Onipresença de Deus. Um número incontável de almas ("banda infinita") vivem e trabalham por todos os espaços que vão desde a superfície da Terra até o perímetro máximo da última esfera pertencente a ela ("pelo monte Adrian"). Portanto, todos os seres celestes e humanos formam a imensa população da Terra e dos céus. A eles alegorizo por "monte Adrian". Outrossim, se nesse âmbito mencionado há inumeráveis seres aos quais denominamos anjos ou espíritos bons, há, também, uma parte menor constituída por almas e/ou espíritos inferiores ("Passa ribeira") que povoam desde a superfície da Terra até o perímetro da ionosfera. Estes são os alegóricos "anjos decaídos" mencionadaos pela Bíblia e por outros livros religiosos. Por sua natureza pouco evoluída são rixosos, rebeldes, amotinadores ("Hutin") tanto quando encarnados quanto quando desencarnados

("por ponte a prancha"). E, pelo exposto, há uma permanente entrada e saída de almas puras, pouco puras e muito impuras na Terra ("Bayonne entrar"). E quando encarnados ("todos Bichoro") parecem-nos uma imensa manada de bichos selvagens ("Bichoro"). E assim, tanto os bons quanto os ruins passam pela vida a se queixar de tudo e de todos. Comentário: Para facultar entendimento mais fácil montei uma interpretação livre para esta quadra. Naturalmente, o reencarnacionista estudioso o compreenderá. Os demais, se tiverem boa vontade poderão entender, visto que há farta literatura espírita e espiritualista a respeito deste assunto. "Arnani": metáfora derivada de Arnado terreno estéril e arenoso. Nesta quadra, com significação de espaços atmosféricos, e estratosféricos e além deles. Em círculos concêntricos à Terra e dentro do seu âmbito energético. Nos meios esotéricos é chamdo por âmbito dos sete céus. O Apóstolo Paulo relata o seguinte na II epístola aos Coríntios, cap. 12, vers. 02 e 05:"Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos... foi arrebatado até o terceiro céu..." – Foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis de que ao homem não é lícito falar". Outrossim, para o leitor que deseje pesquisar mais a respeito dos céus, encontrará dezenas de menções referentes – na Pequena Enciclopédia Bíblica editada por O.S.Boyer, impressa pela Imprensa Metodista, 3º edição, 1969, no ítem "Céu". "Tholoser": metáfora derivada de "Tholus" ou Thole, que significa:"parte onde carregam as curvas de uma abóbada de madeira". Na quadra tem função de verbo. E, expressa idéia de: construir uma estrutura. "Ville Franque": metáfora de cidade aberta à entrada de energias e seres celestes. "monte Adrian": alegoria de população, suscitada pela idéia associada ao mar Adriático – mar Humano, ou monte humano. Deve, também, carregar uma ambiguidade com o fato de ter havido seis Papas, desde o ano 775 até 1523, e nos tempos de Governo da Igreja por eles a sua influência ter provocado importantes transformações políticas e sociais. Neste caso, Nostradamus deve ter tido a intenção de ligar os seis Papas e os resultados das gestões aos seis milênios em que a Humanidade terá

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Arvedus produzido o progresso evolutivo, conforme às profecias. "Passa ribeira": metáfora referente à passagem das almas – do mundo espiritual para o mundo terreno, e vice-versa. Como alguém atravessando de u'a margem para a outra, de uma ribeira. Esta metáfora é muito usada nos meios reencarnacionistas. "Hutin": Rixoso, amotinador, rebelde. "por ponte a prancha": alegoria para canais de passagem, e de intercomunicação entre almas, seres celestes e homens. "Bayonne": cidade francesa, com a mesma alegoria da quadra anterior. "Bichoro": metáfora correspondente à manada de bichos, ou bestas, ou animais. Para compreender melhor a alegoria que emana do 1º e 2º versos, o leitor pode usar de um meio prático e simples. Isto é, postar-se no topo de um grande edifício de uma cidade grande. Dali observar e meditar colocando as figuras em projeção. Então, sentirá a movimentação que as palavras sugerem na conformidade dos seus conhecimentos e experiência vivida. Em síntese: Terá uma visão global da Terra ("Ville Franque": Vila Franca); da cúpula celeste ("Tholoser": curvas de uma abóboda) e observando o espaço que se perde na expansão imaginará a grandiosidade do poder construtivo das energias que transitam entre os céus e a terra, as quais são pouco visíveis e pouco sensíveis à nossa inteligência. Portanto, é um grande espaço aparentemente vazio, estéril ("Arnani": terreno estéril). E, bilhões de almas vivem e transitam por esses espaços que circundam a Terra ("Banda infinita"). As quais perfazem a imensa população de almas e homens que estão radicados ao Planeta por tempos inconcebíveis ("monte Adrian"). Por esta observação prática você entenderá que esta alegoria de Nostradamus corrobora o que diz São João no Apocalípse a respeito de "milhões de milhões de almas". E, também, o que diz o Profeta Daniel, no capítulo 7, cuja interpretação apresento neste livro, a respeito dos "Quatro animais simbólicos"...

VIII - LXXXVII Mort conspiree viendra en plein effect, Charge donnee et voyage de mort

Esleu, crée, receu par siens deffait. Sans d'innocence devant foy par remort. Tradução: Morte conspirada virá em pleno efeito Carga dada e viagem de morte Eleito, criado, recebido por seus extenuado, Sangue de inocência diante fé por remorte. Interpretação: A morte do corpo é planejada por seres celestes em concordância com as necessidades evolutivas do espírito ("morte conspirada") e virá quase sempre na ocasião determinada por eles ("virá em pleno efeito"). Então, a pessoa adoece, e as forças da morte viajam sobre ela ("viagem de morte'). Ao mesmo tempo o espírito ("Eleito") viaja para o seu mundo. Na vida humana ele é o criador, porém considerado pelas pessoas como um criado a seu serviço ("criado"). Então, em seu mundo o espírito será recebido por seus espíritos amigos ("recebido por seus"). Nesses momentos ele está extenuado pela luta que travou durante a vida corporal. ("extenuado"). Para os seres celestes o espírito é sempre considerado inocente ("sangue de inocência"), pois eles sabem que toda a estrepolia é causada pela alma e pelo corpo – os quais são incitados e excitados pelas sensações, emoções e paixões – as quais são propriedades particulares de ambos. E sabem que no íntimo de sua consciência – o espírito não concorda e não participa das estrepolias deles. O exposto é um fato conhecido por aqueles que compreendem, aceitam e professam a doutrina da reencarnação ("diante fé por remorte"). Comentário: "diante fé por remorte": – Na época em que Nostradmus escreveu as Centúrias não poderia escrever a palavra "reencarnação". Seria considerado bruxo e iria imediatamente para a fogueira. Então, nesta quadra usou o neologismo "remorte", com idéia de renascer. Portanto, deixa implícito que o espírito está destinado a renascer na carne, ou reencarnar – após ter morrido e re-morrido. Portanto, "fé por remorte" é o mesmo que – fé de que o espírito sofre a consequência de corpos que morrem uma porção de vezes, enquanto ele sendo imortal renasce ou ressurge constantemente. O mito da Fênix dos gregos envolve a alegoria do mesmo fato. Isto é, é uma alegoria do espírito a reencarnar e desencarnar..

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Assim falou Nostradamus

VIII - LXXXIX

VIII - LXXXVIII Dans la Sardaigne un noble Roy viendra, Qui ne tiendra que trois ans le Royaume, Pluisieurs couleurs avec soy conioindra, Luy mesme apres soin sommeil marrit scome.

Pour ne tomber entre mains de son oncle,

Tradução: Dentro da Sardenha um nobre Rei virá, Quem não terá que três anos o Reinado, Diversas cores a si mesmo conjungirá, Ele mesmo após diligência letargia pesaroso escarna.

Tradução: Para não tombar entre as mãos de seu tio, Quem seus filhos por reinar trucidados, Argumentando ao povo metendo o pé sobre Peloncle Morto e arrastado entre cavalos ajaezados.

Interpretação: O espírito de qualquer pessoa quando virá encarnar em seu corpo ("Dentro da Sadenha") é como se fosse um nobre Rei que entra e reside por algum tempo nessa Ilha. Nos primeiros três anos, a consciência dele ainda terá maior acesso para o seu mundo espiritual do que para o mundo terreno("2º verso") ("o Reinado"). Então, com sua inteligência ou mente mesclada com a inteligência animal do cérebro ele sentirá o ambiente que o circunda dotado de realidades e fantasias ("Diversas cores"). Com o passar dos anos, nos quais ele se esforça muito ("após diligência") para aprender e aproveitar a fixação de experiências importantes para a sua vida imortal, apesar de em sofrendo as limitações de sua inteligência e faculdades de ação ("letargia"), circunscrito a uma situação pesarosa, ele passa a vida humana bastante dividido nas suas aspirações de viver ("escarnar"). Isto é, cativo dos prazeres da terra, e ao mesmo tempo cativo das delícias dos céus.

Interpretação: Quem cuidou em por seus pensamentos ("filhos") para reinar com a Verdade ("Quem seus filhos por reinar") foi obrigado a trucidar os sentidos reais ("trucidados") – para não morrer pelas mãos dos seus inimigos ("Para não tombar entre as mãos de seu tio"). Por isto, os seus escritos estão argumentando para ensinar o povo através de sentidos subentendidos, esotéricos, à semelhança da lenda de Pelops, semideus da mitologia grega, cujo corpo foi trucidado por ordem de seu pai, Tântalo, rei da Lídia ("Argumentando ao povo metendo o pé sobre Peloncle"). Porém, o seu pensamento vivo, ou espírito de seus escritos, será revivificado por alguns intérpretes perspicazes, da mesma forma em que Pelops foi revivificado pelos deuses a mando de Zeus ("Metendo o pé sobre Peloncle"). Então, o que parece morto ("morto") está bem vivo. E seus inimigos (Nota: ou pensamento vivo contraditor) serão derrotados ("morto, como foi morto e derrotado Oenomaus, rei de Elis – por Pelops, o redivivo). Então, da mesma forma em que Oenomaus foi "morto e arrastado entre cavalos ajaezados", os meus inimigos que terão contestado as Verdades que coloquei nas minhas quadras sob o jaez e o arnês da poesia simbolista serão derrotados pelo poder das minhas convicções, as quais estão fundamentadas sobre as verdades dos fatos.

Qui ses enfants par regner trucidez, Orant au peuple mettant pied sur Peloncle Mort et traisné entre chevaux bardez.

Comentário: "Diversas cores": Diversidade de sentimentos ante às realidades e às fantasias. "conjungirá": unirá seu caráter à personalidade do corpo. "escarna": O verbo escarnar tem o sentido de retalhar a carne para descobrir o osso. Separar a carne do osso. Tem o sentido figurado de: investigar, esquadrinhar, dividir a carne. "conjungirá": conjugar os sentidos e os esforços com o corpo à semelhança de dois bois jungidos à canga para puxar um carro.

Comentário: Creio ter oferecido o suficiente para o entendimento da quadra. Porém, o leitor terá necessidade de analisar a lenda de Pelops para um melhor entendimento. Outrossim, o teosofista e/ou reencarnacionista

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Arvedus que conhece o sentido esotérico desta lenda alcançará melhor ainda o pensamento vivo de Nostradamus nesta quadra. Em essência, Pelops personifica a vida humana do espírito, no processo de nascer e renascer sob os desígnio de Deus, passando pelos sacrifícios necessários à sua evolução. Tem sentido correspondente à alegoria da Fênix. "seu tio": Entendo que Nostradamus quer subentender a divergência de ideal doutrinário. A diferença entre o ideal da facção a que ele pertencia e a facção contrária. Portanto, há dois ideais divergentes ou dois pais. Então, o ideal contrário é o tio dele. O mesmo acontece com Pelops que era filho de Tântalo, o qual era filho de Júpiter. Então, Tântalo era um semi-deus, e Oenomaus era um semi-deus. Portanto, Oenomaus era semi-deus, tio do semi-deus Pelops, neto de Zeus. Assim as alegorias se encaixam na quadra. "Peloncle": metáfora constituída por Pel de Pelops, e oncle: tio. Portanto, tio de Pelops que é personificado por Oenomaus. Inimigo de Pelops. Portanto, Tântalo e Oenomaus personificam os enganos e maus pensamentos do semi-deus homem ("Pelops")...

VIII - XC Quand des croisez un trouvé de sens trouble En lieu du sacre verra un boeuf cornu Par vierge porc son lieu lors sera comble, Par Roy plus ordre ne sera soustenu. Tradução: Quando dos cruzados um achado de senso desordenado Em lugar do sacro verá um boi cornudo Por virgem porco seu lugar então será transmudado Por Rei mais ordem não será sustentada. Interpretação: Quando alguns dos intérpretes ("Quando dos cruzados") concluirem ter achado o sentido da quadra ("um achado"), mas o fizerem de modo insensato, desordenado; ao invés ("Em lugar") do sentido verdadeiro e benéfico contido nela ("do sacro") imaginará acontecimentos bestiais, catastróficos, sinistros, hediondos ("um boi cornudo"). Por visão mental apurada, fértil, construtiva ("Por virgem") – nas conotações que aparentam algo

de terrível, de nojento ("porco"), o intérprete deve e pode transmudar para as imagens verdadeiras ("porco seu lugar então será transmudado")("Por Rei"). Portanto, a minha redação não poderá ser sustentada, a fim de que as idéias proporcionadas pela simbologia sejam postas mais em ordem ("mais ordem não será sustentada"). Comentário: Esta quadra complementa o assunto da anterior:"dos cruzados": sentidos cruzados entre o pensamento dele e o pensamento do intérprete. Nas cartas e em algumas quadras ele repete este assunto, sempre lembrando que os intérpretes geralmente tendem a distorcer suas figuras literárias, simbólicas, alegóricas, montando as interpretações com imagens materialistas quando na realidade ele tenciona oferecer imagens sacras, ou religiosas. E isto tem acontecido muitas vezes pelo fato de a maioria supor que a intenção dele era de oferecer profecias de acontecimentos fantásticos ou miraculosos, tanto ao gosto do cidadão comum. Por esse prisma têm surgido muitos livros com montagem de ficção sobre acontecimentos históricos a fim de provar que Nostradamus tinha, ou não tinha a capacidade de profeta. Ele sempre afirma que não era profeta. Estudou e compreendeu as profecias bíblicas e procurou retransmití-las. Considerando que as profecias bíblicas têm a finalidade de alertar a cada pessoa para as causas e efeitos que produzem seus pensamentos e seu comportamento no âmbito social, Nostradamus faz a mesma coisa. Isto é, utiliza todo seu conhecimento, e experiência religiosa e acadêmica no sentido de mostrar e demonstrar as causas e efeitos das atividades psíquicas e físicas de cada pessoa, e por consequência de cada geração da Humanidade. Assim, ele tenta corroborar as profecias bíblicas, as quais tratam das razões e resultados bons e maus dos acontecimentos que sucedem a cada pessoa, e ao mesmo tempo a toda humanidade...

VIII - XCI Frymy les champs de Rodanes entrees Ou les croisez seront presques unis, Les deux brassieres en pisees reencontrees Et un grand nombre par deluge punis. Tradução: Escarchados os campos das Rodanes entradas

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Assim falou Nostradamus Onde os cruzados estarão quase unidos, Os dois coletados em terras pisadas encontradas E um grande número por dilúvio punidos. Interpretação: Por outro lado esta minha obra é semelhante aos campos banhados pelo Rodano com seus afluentes ("os campos das Rodanes entradas") em dias de nevoeiro saraivado ("Escarchado"), onde os sentidos dos versos estão cruzados ("Onde os cruzados") e estarão quase unidos pelo sentido exotérico e esotérico. Os dois sentidos estão restringidos como os seios de u'a mulher estão restringidos por um espartilho ("os dois coletados"). Da mesma forma estarão restringidas as redações do autor e do intérprete. E assim as idéias serão encontradas como se fossem terras duras, pisadas ("em terras pisadas encontradas"). Nestes termos, haverá um dilúvio de contestações e por grande número de críticos ambos serão punidos. Comentário: "Escarchado": Nevoeiro com gotas congeladas por fenômeno meteorológico. "Frymy": do verbo "Frimasser": escarchar-se. "brassieres": espartilhos, coletes. Para melhor entendimento da idéia pode-se utilizar os sentidos de "coletânea, de coletâneo, de coletados, e de coletício, os quais os dicionários explicam. "pisees": "terras pisadas": taipas, terras endurecidas após ter sido pisadas e depois ressequidas. Sinto e entendo que esta metáfora confere ambiguidade de sentidos. Um para a redação. Outro para o raciocínio crítico do leitor, com sentido satírico de "cabeça dura" ou teimoso. Então, foi posta como predicado do 4º verso.

VIII - XCII Loing hors du regne mis en hazard voyage Grand host duyra pour soy l'occupera, Le Roy tiendra les siens captif ostage, A son detour tout pays pillera.

várias capacidades e faculdades, tanto físicas quanto inteligentes. Então, sente-se longe, fora do seu reino, e forçado a uma viagem arriscada pela vida humana. No corpo, sente-se cativo e refém, mas continuará mantendo suas qualidades e faculdades, – embora estejam limitadas. Ao deixar o corpo, pela morte, e retornar ao seu Mundo, levará todas as suas energias inteligentes. Nesse transe o corpo é semelhante a um país sendo pilhado pelo espírito. Comentário: dispensável.

VIII - XCIII Sept mois sans plus obtiendra prelature Par son decez grand scisme fera naistre: Sept mois tiendra un autre la preture Pres de Venise paix union renaistre. Tradução: Sete meses sem mais obterá prelatura Por seu óbito grande cisma fará nascer Sete meses terá um outro a pretura Perto de Veneza paz união renascer Interpretação: Por sete mil anos da Era Adâmica ("Sete meses") a Humanidade disporá do livre arbítrio ("prelatura") à semelhança do prelado em sua jurisdição. Findos esses sete mil anos ("por seu óbito") haverá uma grande confusão ideológica, tanto no ambiente religioso quanto no ambiente social ("grande cisma fará nascer"). Desde então, por sete séculos ("sete meses") haverá uma situação sombria ("terá um outro a pretura"). Depois do Juizo Final renascerá a paz e a união, o que levará as gerações posteriores a um viver ditoso – semelhante ao doParaíso ("Perto de Veneza"). Comentário: "Perto de Veneza": metáfora figurando o Paraíso em relação à parte romântica, científica, e religiosa da cidade de Veneza.

Tradução: Longe fora do reino posto em arriscada viagem, Grande hoste liderará para si mesmo o ocupará, O Rei manterá os seus cativo refém, Em seu retorno inteiro país pilhará.

VIII - XCIV

Interpretação: Quando o espírito encarna, ele perde

Devant le lac où plus cher fut getté De sept mois, et son ost desconfit,

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Arvedus Seront Hyspans par Albanois gastez Par delay perte en donnant le conflict.

conjugados por homens e almas no sentido de alcançar a Civilização real.

Tradução: Ante o lago onde mais caro foi lançado De sete meses, e sua hoste confundida, Serão Hyspans por Albinos frustrados, Por diluir ruina dando-se o conflito.

VIII - XCVI

Interpretação: O espírito é lançado ante a vida humana ainda imperfeito, e sua mente fica confundida com as limitações do cérebro. Não obstante, as tendências animalizadas do homem serão frustradas pelas virtudes do espírito. No processo de diluir os efeitos ruinosos, surgem os conflitos conscienciais e humanos. Comentário: "o lago": mundo humano. "de sete meses": prematuro, incompleto. "Hyspans": metáfora composta de Hys - porco + pans – cingidos, rodeados. O que redunda no sentido: pensamentos sujos, porcos, rodeados de sujeira. "Albinos": tendências e pensamentos virtuosos. Derivação de alba, alvo, branco, puro, santo.

VIII - XCV Le seducteur sera mis à la fosse, Et estaché iusques à quelque temps, Le clerc uny le chef avec sa crosse Pycante droite attraira les contens Tradução: O sedutor será posto na fossa, E amarrado por algum tempo, O pastor suave o mestre com seu bordão Estimulante justiça atrairá os contentes. Interpretação: Toda pessoa e toda alma sempre estará sujeita às seduções, porém, em algum tempo poderá reduzir a influência delas. O pastor gentil, suave, o verdadeiro mestre, usando seu poder estimulante de justiça atrairá os homens de boa vontade. Comentário: O1º e 2º versos fazem referência à profecia do Apocalipse, pela qual Satanás (poder maléfico da Mente Humana) será restringido, "amarrado". O 3º e 4º versos fazem, também, referência aos resultados benéficos dos esforços

La Synagogue sterile sans nul fruit Sera receue entre les infideles De Babilon la fille du porsuit Misere et triste lui trenchera les aisles. Tradução: A Sinagoga estéril sem nenhum fruto Será recebida entre os infiéis De Babilônia a Filha do perseguido Desolada e triste a ela cortará as asas. Interpretação: A Sinagoga estéril, sem nenhum desenvolvimento doutrinário será aceita entre os infiéis. Os descendentes do povo perseguido da Babilônia a ela cortará as asas. E, estará desolada e triste. Comentário: Pelo que me é dado entender sobre o pensamento exposto – Nostradamus está comentando o fato de que a Religião Hebraica, hoje denominada Israelita, era muito tradicionalista, e então, previa que ela continuaria no mesmo rítmo. E realmente tem continuado. Conclusão: mantendo tal conjuntura não poderia prosperar no Mundo, como acontece com as outras Religiões. Estas recebem adeptos vindos de todos os tipos de crença e grande parte deles tornam-se realmente fiéis às doutrinas, como é o caso, principalmente, do Cristianismo. O Cristianismo, além de aceitar novos adeptos ainda reestrutura constantemente a doutrina ética e filosófica na conformidade com o progresso social e científico que vai sucedendo através dos anos. Aos poucos, vai eliminando os tabus, as superstições, rituais, dogmas e as ortodoxias, através de esclarecimentos e práticas sadias. Por este prisma, o Cristianismo torna-se uma árvore altamente fértil, não obstante a sua diversidade de seitas:– Católica, Ortodoxa, Protestante, Espírita Cristã, e outras. "a Filha do perseguido": a Igreja Cristã ou Cristianismo. "infiéis de Babilônia": Fariseus e Saduceus, cujos sucessores continuaram muito apegados a

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Assim falou Nostradamus tradições, ritos e tabus primitivistas, os quais não permitem a evolução da sua Doutrina, principalmente por interpretar erroneamente os sentidos esotéricos dos escritos redigidos pelos Profetas do Velho Testamento, e abominam o Novo Testamento.

VIII - XCVII

VIII - XCVIII De gens d'Eglise sang sera espanché, Comme de l'eau en si grand abondance Et d'un long temps ne sera restanché Veue au clerc ruyne et doleance. Tradução: Das gentes de Igreja sangue será espalhado, Como da água em tão grande abundância E de um longo tempo não será retanchado Ai ai ao clérigo ruína e lamentação.

Aux fins du Var changer le Pom potans, Pres du rivage les trois beaux enfans naistre, Ruyne au peuple par aage competans Regne au pays changer plus voir croistre.

Interpretação: desnecessária.

Tradução: Aos fins do VAR mudar o Pomar embriagados, Perto da margem as três belas crianças nascer, Ruína ao povo por idade competentes Reino ao país mudar mais ver crescer.

Comentário: A história e o noticiário de todos os dias confirmam estes fatos. "retanchado": substituído por outro.

Interpretação: Nos propalados fins dos tempos proféticos da Terra e de sua Humanidade ("Aos fins do VAR") tudo mudará, tanto o ambiente ("o Pomar") quanto os homens que terão estado embriagados pelos apetites materialistas. Ao nascer ("perto da margem... nascer") cada criança já terá o cérebro dotado das virtudes necessárias provindas da mente do espírito, da alma, e de si mesmo, como se cada pessoa tenha u'a mente xipófaga, constituída por três belas crianças interligadas. Os maus instintos e maus costumes e maus hábitos serão arruinados ("Ruína ao povo") os quais por tanto tempo terão sido competentes competidores contras as virtudes. O Reino dos Céus ou Reino das virtudes terá estado a mudar os instintos e índoles do cérebro ("país"). Pelas gerações vindouras mais e mais se irá ver crescer este Reino. Comentário: "do Var": O Var era uma antiga província na Provença. "Pom": anagrama de pomar, com sentido de ambiente e população fértil, promissor. Do latim: Pomarius, a , um: de pomar. "potans": do latim: potans, antis: – que bebem. No caso, os que bebem, beberrões, embriagados. "competans": No caso, com idéia conjunta de competentes e competidores.

VIII - XCIX Par la puissance des trois Rois temporels, En autre lieu sera mis le sainct Siege: Où la substance de l'esprit corporel, Sera remis et receu pour vray siege. Tradução: Pela potência de três Reis temporais, Em outro lugar será posto a santa Sé: Onde a substância do espírito corporal, Será reunido e recebido para verdadeiro trono. Interpretação: Pela potência da Religião, Ciências e Artes ("de três Reis temporais") o ser humano será transformado em lugar santo, e seu cérebro em trono santo ("Santa Sé"): Trono santo onde a essência da vida a quem chamamos por espírito corporal ("3º verso")será remido e recebido para seu verdadeiro reinado. Isto é, para a sua verdadeira vida imortal, como um semi-deus, e regente íntimo do homem. Comentário: "três Reis temporais": Entendo que são três poderes construtivos passíveis de ser tomados por muitos sentidos. Optei por Religião, Ciências e Artes, considerando que são mais relevantes para o assunto.

VIII - C Pour l'abondance de larme respandue Du haut en bas par le bas au plus hault

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Arvedus Trop grand Foy par ieu vie perdue, De soif mourir par habondant deffault. Tradução: Pela abundância de lágrima derramada Do alto em baixo pelo baixo ao mais alto Muito grande fé por jogo vida perdida, De sede morrer por abundante imperfeição. Interpretação: Pela abundância de lágrimas derramadas, tanto nos céus quanto na Terra ("Do alto em baixo") desde a alma inferior até ao mais alto dos Seres; muitos perderam a fé nos motivos reais da vida. E assim, todos têm estado a morrer de sede pela aspirada Felicidade, devido à abundante imperfeição. Comentário: À primeira vista parece ele ter se enganado quanto ao fato de seres celestiais perderem a fé nesse jogo da vida. Eles conhecem muito bem as Razões. Porém, analisando pelo prisma da reencarnação a idéia dele está correta. Em virtude de os hoje grandes Seres terem passado por vidas terrenas, sofrido, e por consequência devem ter tido o enfraquecimento dessa fé por alguns tempos.

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Assim falou Nostradamus

Resumo da Centúria IX

IX-XIX- Visão a respeito dos primeiros momentos da vida do feto humano.

IX-I- A respeito da Civilização que será instalada no futuro. E, Menções, a respeito das Centúrias referentes à forma e conteúdo.

IX-XX- A respeito da ação sutil dos maus instintos e suas consequências.

IX-II- A respeito da ação constante da Providência Divina no sentido de civilizar os homens...

IX-XXI- A respeito da sagração das almas através do trabalho dos grandes pensadores.Etc.

IX-III- A respeito da grande desordem por quinze séculos ainda, e os resultados, etc.

IX-XXII- A língua tagarela é semelhante a um punhal. Etc.

IX-IV- A respeito das lutas psíco-físicas. Etc...

IX-XXIII- Visão a respeito da atividade do espírito, e da mente humana. Etc.

IX-V- Valores do corpo humano em favor da evolução do espírito...

IX - XXIV - A respeito do alto valor dos olhos…

IX-VI- Vaticínio a respeito de ocupação de uma região da França pelos ingleses. IX-VII- Outra advertência para os intérpretes, a respeito das Centúrias...

IX-XXV- Ao retornar ao mundo espiritual a alma sente-se feliz. Porém, logo sua consciência a acusa dos erros cometidos na carne e ela se sente frustrada e triste. IX-XXVI- Continuação do assunto da quadra anterior.

IX-VIII- Continuação do assunto da anterior. IX-IX- O Amor e a Razão são as essências da convivência civilizada. Etc. IX-X- A respeito da fé e esperança que embalam o espírito e a alma no seu afã evolutivo. Etc. IX-XI- A respeito da injustiça e suas consequências.

IX-XXVII- Sequência das duas anteriores. IX-XXVIII- Não tenho capacidade para decifrar esta quadra. IX-XXIX- Integração do assunto das quadras XXV, XXVI e XXVII. IX- XXX- Continuação do assunto das acima citadas. E, a respeito do fanatismo.

IX-XII- Outra advertência a respeito de sua obra. IX-XIII- Continuação da anterior. IX-XIV- Situação do espírito em sublimação durante a vida humana...

IX-XXXI- Continuação do assunto das anteriores. E sobre o tribunal da consciência... IX-XXXII- Outra referência e advertência à sua obra.

IX-XV- Não consigo intepretar esta quadra. IX-XXXIII- Ode à grandeza do Apóstolo Paulo. IX-XVI- Menções a respeito da Maçonaria. IX-XVII- A respeito de uma nova época de degradação moral da Humanidade, após o III Milênio.Etc. IX-XVIII- Não tenho possibilidade para interpretar esta quadra.

IX-XXXIV- Sagração do espírito após a morte do corpo. Unção salvadora pelo mérito e pela Graça. Etc. IX-XXXV- "Abandonar a paz, seguir a guerra", a miséria, a desgraça... IX-XXXVI- Perfil da vida humana com suas

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Arvedus IX-LIV- As virtudes da mente do homem, apesar dos pesares, predominará...

transformações através dos tempos... IX-XXXVII- Continuação do assunto da quadra anterior.

IX-LV- Nesta quadra ele sugere ter tido visões das guerras e grandes guerras de nossos tempos...

IX-XXXVIII- A respeito do instintivo espírito de conquista em direção da perfeição da alma, e do progresso humano. Etc.

IX-LVI- Visão satírica do homem no transe entre a agonia e a morte...

IX-XXXIX- Não tenho capacidade para intepretar esta quadra.

IX-LVII- A respeito de sensações do espírito em face a sua consciência...

IX-XL- Causas e efeitos psíquicos que levam o ser humano à angustia de viver. Etc.

IX-LVIII- Continuação da anterior.

IX-XLI- O Cristo com sua Hierarquia virá apossar suavemente da Terra... IX-XLII- Quadra profética a respeito dos facínoras e dos bandos predadores. Etc.

IX-LIX- Continuação das duas anteriores. E, sobre os valores físicos proporcionados pelo corpo ao espírito. IX-LX- Grandes conflitos humanos, sofrimentos; e o constante socorro promovido pelos Celestes... IX-LXI- Sequência do assunto anterior.

IX-XLIII- A respeito da Providência Divina no sentido de levar o Cristianismo a prosperar. Etc. IX-XLIV- Reflexões a respeito da situação de vida no mundo espiritual, e na vida terrena...

IX-LXII- Quadra a respeito da má influência do materialismo e do misticismo no final do II Milênio. Etc. IX-LXIII- Sobre calamitosas mudanças em 680 anos...

IX-XLV- A respeito do homem com e seu precário senso de justiça e de civilidade...

IX-LXIV- Sobre os maus resultados da intriga, e da beligerância...

IX-XLVI- Da origem dos pecados. Etc. IX-XLVII- Quadra a respeito do tribunal da consciência- do homem, e da alma. Etc.

IX-LXV- Sobre a luta mental perene entre os interesses éticos do espírito e os interesses anti-éticos do corpo e sua redundância no universo da Coletividade humana. Etc.

IX-XLVIII- Progresso e angústia nas Gerações humanas...

IX-LXVI- Sequência da anterior. IX-LXVII- Assunto a respeito do espírito vencedor e de sua morada após o desenlace. E a respeito da fé ficciosa dos eruditos pretenciosos, semi-pagãos e de seus seguidores...

IX-XLIX- Não entendo esta quadra. IX-L- A respeito do Poder Satânico... IX-LI- As Seitas Religiosas aliar-se-ão para combater o grande surto de violência. Etc. IX-LII- Sobre o esforço pela Paz. Lamentação... IX-LIII- Profecia sobre o surgimento de Hitler e o grande Holocausto da II Guerra Mundial...

IX-LXVIII- Nesta quadra Nostradamus condena a Idolatria e o Ritualismo que são praticados nas Religiões e Seitas, e ao mesmo tempo, ressalva a essência doutrinária delas. IX-LXIX- Sátira contra a arrogância, a presunção, e a falsa nobreza...

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Assim falou Nostradamus

IX-LXX- Outra advertência sobre as Centúrias, em concomitância com os livros bíblicos...

IX-LXXXVII- A respeito da atuação do espírito, e do cérebro durante a vida humana...

IX-LXXI- Sequência da anterior.

IX-LXXXVIII- Continuação do assunto da quadra anterior.

IX-LXXII- A respeito da regeneração do senso de Justiça. Etc. IX-LXXIII- Continuação do assunto da quadra anterior, e com relação à Justiça Social. Etc. IX-LXXIV- Toda e qualquer alma conquistará a Perfeição. Mesmo a do maior facínora. Etc. IX-LXXV- Menção histórica a respeito de tribos da Ambrácia e da Trácia que emigraram para a Provença nas imediações do século VII A.C. IX-LXXVI- Reflexões a respeito do Poder Oculto maligno, e do Poder Oculto benigno... IX-LXXVII- Sequência do assunto da quadra anterior. IX-LXXVIII- Nesta quadra Nostradamus considera que a filosofia grega sofreu degeneração ao ser transladada para a Europa, e principalmente na Espanha.

IX-LXXXIX- A respeito da civilização moral. Etc. IX-XC- Reflexões a respeito das artes e ciências usadas demagogicamente para os interesses imediatos e contrários aos padrões morais do Cristianismo... IX-XCI- A respeito da ação sutil da mente que provoca os conflitos individuais e coletivos. Etc. IX-XCII- Sequência da anterior. IX-XCIII- Menções a respeito do período de gestação da criança... IX-XCIV- Visão médica sobre a instalação de uma doença e da ação de microorganismos... IX-XCV- Sequência da anterior. Ação do médico e do cirurgião. IX-XCVI- Sequência. Alastramento da doença... IX-XCVII- Sequência das anteriores.

IX-LXXIX- Outra advertência aos intérpretes a respeito da sua obra enigmática.

IX-XCVIII- Sequência das anteriores.

IX-LXXX- Sequência do assunto da anterior.

IX-XCIX- Sequência das anteriores.

IX-LXXXI- Sequência do assunto das duas anteriores.

IX-C- Encerramento do assunto das anteriores que inicia na quadra XCIII com a gestação da criança e termina na morte da pessoa, traçando um quadro em que a pessoa nasce, adoece e morre. E o espírito é libertado.

IX-LXXXII- Sequência do assunto das três anteriores. IX-LXXXIII- Profecia a respeito da situação mental da Humanidade no Século XX, e os grandes conflitos... IX-LXXXIV- Continuação do assunto da quadra anterior: mau comportamento, e resultantes hecatombes. IX-LXXXV- Na fase da morte o cérebro luta desesperadamente para manter a vida corporal... IX-LXXXVI- Continuação do assunto da quadra anterior.

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Arvedus

IX - II

CENTÚRIA IX

Du hault du mont Aventin ouye, Vuydez vuidez de tous les deux costez, Du sang des rouges fera l'ire assomie, D"Arimin Prato, Columna debotez.

IX - I

Tradução: Do alto do monte Aventino voz ouvida, Vindo de todos os dois lados, Do sangue dos encarnados será a ira espancada, De Arimin Prato, Coluna descalçados.

Dans la maison du traducteur de Bourc Seront les lettres trouvees sur la table, Borgne, roux, blanc chenu tiendra de cours. Qui changera au nouveau Connestable. Tradução: Dentro da casa do tradutor de Bourc Serão as cartas encontradas sobre a mesa, Caolho, ruivo, branco grisalho terá de curso Quem mudará ao novo Condestável. Intepretação: Dentro deste livro ("Dentro da casa") pelo qual eu sou o tradutor ("do tradutor") das atividades físicas e mentais de homens e almas ("de Bourc") serão as mensagens encontradas ("as cartas encontradas") sobre as páginas ("sobre a mesa") em literatura poética destorcida como os olhos de um caolho; com aparência de pensamentos aflitivos ("ruivo"), mas na realidade trazem a pureza dos fatos ("branco") com a mistura do bem e do mal, a semelhança de cabelos grisalhos, cuja atividade contraditória, porém natural do dito bem e mal estará sempre em curso pela vida. Por este prisma maniqueista, devo afirmar que as Gerações do futuro conquistarão um novo padrão de viver com a melhor dignidade ("ao novo Condestável"). Ou, mais propriamente conquistarão a Arte de viver dentro dos padrões civilizados com respeito aos Direitos e Deveres dos seres humanos. Comentário: "Bourc": Bourg – cidade francesa ao norte de Bordeux. Os habitantes são chamados "bourcais". Metáfora representando a Humanidade. Então, por "du tradutor de Bourc" ele quer dar a entender que é conhecedor da mentalidade e dos destinos humanos, baseado em fatos. "cartas": metáfora de mensagens e/ou destinos. "Condestável": Dignitário. No caso, ("novo Condestável") traz o sentido de uma nova estrutura social, um novo padrão de Civilização.

Intepretação: A voz de Deus é ouvida pelos homens através dos Profetas (1º verso) e vinda pelo ensinamento dos homens, e das almas e/ou espíritos ("vindo de todos os dois lados") através das palavras e dos escritos. Por esses ensinametos a selvageria ("a ira") será esvaziada ("espancada") da mente ("do sangue") dos homens ("dos encarnados"). Homens do porte de Arimin Prato, que perfazem a Coluna de sustentação social e religiosa das Coletividades Humanas estarão sendo desprestigiados ("Coluna descalçados"). Comentário: ("monte Aventino"): Local onde foram construídos vários templos pagãos nos quais os Romanos cultuavam seus deuses. Neste caso, é uma alegoria representando a ligação entre Deus e os homens através dos Profetas e das Religiões. ("Arimin Prato"): grande vulto na História do Império Romano.

IX - III La magna vaqua à Ravenne grand trouble, Conduicts par quinze enserrez à Fornase: A Rome naistra deux monstres à teste double Sang, feu, deluge, les plus grand à l'espase. Tradução: A magna vaga em Ravena grande desordem Conduzidos por quinze encerrados em Fornase Em Roma nascerá dois monstros de cabeça dupla, Sangue, fogo, dilúvio os maiores no espaço.

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Assim falou Nostradamus Interretação: A Humanidade ("magna vaga") estará em grande desordem na Terra ("Ravena"). Os homens estarão conduzidos por quinze séculos ainda, encerrados em suas preocupações e estarão a amadurecer suas virtudes. É como pães a coser em um forno.("fornase"). Na Terra ("Roma") haverá sempre duas facções em divergência, semelhantes a dois monstros de cabeça dupla. Isto é, cada cabeça humana tem e terá duas inclinações constantes: para o bem e para o mal. Dessa conjuntura virão: sofrimentos, derramamento de sangue, ódio ("fogo") e um dilúvio de paixões alucinantes cobrindo os maiores epsaços da Terra. Comentário: "Fornase": Tomo por anagrama de "fornage". Tomando Ravena e Roma por metáforas de Terra e Mundo – causa espécie ao leitor. Porém, é correto em razão do assunto, e literariamente.

IX - IV

coletividade é formada por seres humanos inteligentes. Em todas as quadras, praticamente, ele fala nesse sentido. Do particular e do social e vice-versa. Interpretação: A cada ano, ou mesmo cada dia, observa-se os resultados dos procedimentos humanos, tanto no progresso quanto no retrocesso. Na pessoa humana há dois chefes eleitos pela Divindade: o espírito e o cérebro. O espírito é imortal. O cérebro e o corpo pertencem a uma estrutura provisória. Ambos, espírito e corpo são valiosos. No processo de viver e de conviver sofrem grandes conflitos entre si. O mesmo ocorre com a coletividade. É comum o espírito ser derrotado pelo cérebro e terá que fugir, manter-se na sombra a um canto do cérebro onde fica em refúgio. Então, a cabeça é como uma cabana saqueada pelos desejos do cérebro. Não obstante, o espírito que é essencialmente virtuoso manterá a vida do corpo e do cérebro até à morte. Nota: Em boa parte das quadras, Nostradamus repete este fato da convivência entre o espírito e o cérebro, dentro dos padrões teosofistas e espíritas

L'an ensuyvant descouverts par deluge, Deus chefs esleuz, le premier ne tiendra De fuyr ombre à l'un d'eux le refuge, Saccagee case qui premier maintiendra.

IX - V Tiers doibt du pied au primier semblera A un nouveau Monarque de bas haut, Qui Pyse et Luques Tyran occupera Du precedent corrige le deffaut.

Tradução: No ano seguinte descobertos por dilúvio, Dois chefes eleitos, o primeiro não aguentará De fugir sombra a um deles o refúgio Saqueada cabana que primeiro manterá. Comentário: Nesta quadra ele dá sequência à anterior. Mostra a análise dos resultados do comportamento coletivo, e ao mesmo tempo, do comportamento de cada pessoa. Análise válida para todos os tempos. "cabana": metáfora de cabeça ou cérebro. Devemos sempre lembrar que os conflitos coletivos são sempre semelhantes aos conflitos mentais ou conscienciais que sucedem em cada cabeça. As virtudes e os defeitos são os mesmos. Só a aparência muda. Amor, ódio, amizade, inimizade; carinho, crueldade, construção, destruição, economia, desperdício, etc. Cada ser humano é um universo formado por micro-vidas inteligentes, do mesmo modo que cada

Tradução: Terceiro dedo do pé ao primeiro parecerá A um novo Monarca de baixo alto, Quem Pyse e Luques Tyran ocupará Do anterior corrigir o defeito. Interpretação: O corpo humano recebe a forma do espírito encarnante. O cérebro, conforme o corpo vai se tornando adulto assume o papel de Rei do corpo. E como um Tirano passa a dominar a ação da alma ("Pyse", ou psique) e do espírito ("Luques"). A função do corpo é a de corrigir os defeitos do espírito. Comentário: "Pyse": – metáfora de psiquê, alma. "Luques": metáfora para espírito. Suponho

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Arvedus que ele cogitou pelo latim:"lucubrare": que significa "trabalhar à luz do candieiro", o que figura bem a situação do espírito convivendo com a luz do cérebro. Para o 4º verso devo esclarecer que, embora o espírito seja o rei do corpo, ele nasce inocente e ignorante. Conforme à doutrina reencarnacionista, principalmente, ele evolui em sabedoria e poder através das reencanações sucessivas. Por consequência Nostradamus tem razão em salientar que o corpo é instrumento valioso para corrigir, ou ajudar o espírito a evoluir, a se aperfeiçoar.

IX - VI Par la Guyenne infinité d'Anglois Occuperont par nom l'Anglaquitaine, Du Languedoc Ispalme Bourdeloys, Qu'ils nommeront apres Barboxitaine. Tradução: Pela Guyenne inifinidade de Ingleses Ocuparão por nome de Anglaquitaine, Do Languedoc Ispalme Bourdeloys, Que eles nomearão depois Barboxitaine. Interpretação: Desnecessário interpretar. A quadra é clara. Como profecia Nostradamus falhou nesta quadra. Os ingleses já ocupavam a área mencionada por ele desde o ano de 1152 quando o Rei Henrique II da Inglaterra a herdou por casar-se com Eleanor de Aquitaine, a qual era divorciada do Rei Luiz VII da França. Outrossim, o rei Henrique II da França expulsou os ingleses do seu último reduto em Calais em 1558. Não há menção histórica de Barboxitaine para tal região. A não ser que ocorra no futuro. Considerando que todo acontecimento histórico exerce influência, tanto regional quanto mundial, o assunto desta quadra tem seus valores, principalmente para a Região afetada. Mesmo porque perdurou por mais de quatrocentos anos.

IX - VII Qui ouvrira le monument trouvé, Et ne viendra le serrer promptement, Mal luy viendra, et ne pourra prouvé, Si mieux doit estre Roy Breton ou Normand.

Tradução: Quem abrirá o monumento encontrado, E não virá fechá-lo prontamente, Mal lhe virá e não será fácil provar, Tanto melhor deve ser Rei Bretão ou Normando. Intepretação: Quem descobrir os significados desta obra monumental, e não se calar prontamente, mal lhe virá. Não será fácil provar que sua interpretação esteja certa. Para um intelectual francês já consagrado (Bretão ou Normando) será mais fácil ter a interpretação aceita por outrém. Comentário: O verbo francês "serrer" tem signficado extenso e contraditório. Tem o sentido de fechar e ao mesmo tempo de abrir, ou por à vista. Então nesta quadra, Nostradamus está usando de um alerta ambíguo e o mesmo faz na "Carta ao Filho César". Opina que o intérprete se cale, e ao mesmo tempo insta-o a propalar. Nesta conjuntura, o intérprete fica em um dilema: se se calar sofrerá dor de consciência. Se propalar fica sujeito à contestação e ao escárnio. Evidentemente, optei por publicar. Sem temer pelas consequências, em parte por convicção de ter entendido bem a quase totalidade da obra, e em parte pelo fato de que tudo que escrevi em simbiose com ele só poderá trazer benefícios psíquicos e físicos aos leitores e estudiosos. "Rei"- neste caso é força de expressão para designar o intérprete capacitado para entender os escritios dele, principalmente se for um intelectual consagrado por trabalhos correspondentes.

IX - VIII Puisnay Roy fait son pere mettre a mort, Apres conflit de mort tres inhonneste: Escrit trouvé, soupçon donra remort, Quand loup chassé pose sur la couchette. Tradução: Filho mais jovem Rei feito seu pai meterá à morte, Após conflito de morte mui desonesta: Escrito encontrado, suposição dará remorso, Quando lobo perseguido pousa sobre o catre. Interpretação: O intérprete destes textos (filho mais

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Assim falou Nostradamus jovem) sentindo-se capacitado, procurará dominar o pensamento do autor (pai) após o conflito de idéias, muitas vezes disparatadas. Porém, mesmo encontrando o sentido, devidamente, ficará em dúvia e sentirá algum remorso em publicar, porque os pensamentos furtivos (Lobo) que se encontram na montagem enigmática das quadras e cartas são semelhantes ao lobo caçado, em repouso sobre um catre. Ou, os enigmas repousam sobre o papel. Comentário: Neste caso, ele previu que sirgiriam intérpretes de má fé a torcer o sentido dos seus propósitos para favorecer intenções políticas, e interesses particulares, como ocorreu durante a primeira e a segunda guerras mundiais. E, outros por interesse de fama e fortuna. E, dado a escabrosidade das quadras previu que ocorreriam interpretações disparatadas, sem má fé. Portanto, presumivelmente desonestas.

IX - IX Quand lampe ardente de feu inextinguible Sera trouvé au temple des Vestales, Enfant trouvé feu, eau passant par crible Perir au Nymes, Tholose cheoir les halles. Tradução: Quando lâmpada ardente de fogo inextinguível For encontrada no templo das Vestais, Menino enjeitado fogo, água passando por crivo: Parecer água Nymes, Tholose cair os mercados. Interpretação: Quando o amor ("lâmpada ardente de fogo inextinguivel") for encontrado no coração das pessoas mais puras ("no templo das Vestais") o mau instinto estará rejeitado e extinto pelo fogo sublimante, à semelhança de um menino enjeitado. Então, os pensamentos irão passando pelo crivo da Razão, à semelhança da água passando pelo filtro ("crivo"). O mau instinto perecerá na Consciência ("Perecer água Nymes") à semelhança da cidade de Nimes sendo lavada pela água. Nessa conjuntura, as pessoas tornar-se-ão civilizadas. Deixarão de usar as discussões e palavreado grosseiro ("Tholose cair os mercados") semelhantes ao burburinho que ocorrenos mercados. Comentário: ("Enfant trouvé"): expressão idiomática com sentido de :menino enjeitado.

"Tholose": metáfora derivada de Thole: parte onde carregam as curvas de uma abóboda de madeira". Em várias quadras, ele usou esta metáfora para figurar o cérebro ou cabeça. ("cair os mercados"): expressão referente à expressão idiomática francesa:"Language de halles": linguagem grosseira, linguagem mal educada.

IX - X Moyne moynesse d'enfant mort exposé, Mourir par ourse, et ravy par verrier, Par Fois et Pamyes le champ sera posé Contre Tholose Carcas dresser fourier. Tradução: Monge monja de criança morte e xposta, Morrer por ursa, e arrebatado por vidreiro Por Fois e Pamyes o campo será posto Contra Tholose Carcas adestrar furriel. Interpretação: Espírito e alma unidos no corpo parecem duas crianças expostas à morte. O espírito é arrebatado pelo corpo ("vidreiro") que lhe dá forma e personalidade terrena. Nascer na vida humana é como morrer para a vida espiritual, e esta vida humana é de natureza selvagem ou hostil como uma ursa. A natureza hostil da Terra ("campo") é imposta ao espírito, o qual vem encarnar com fé e esperança ("Fois e Pamyes") de corrigir o seu caráter cheio ainda de defeitos visto que nasce inocente e ignorante e terá que conquistar sabedoria. Comentário: Interpretação dentro dos parâmetros da doutrina da reencarnação. "vidreiro": figura do vidreiro criando a figura de um frasco, ou vaso pelo sopro. O espírito da vida ao corpo e o corpo dá a forma ao espírito, assim como o vidreiro sopra e dá forma ao frasco. "furriel": semi-oficial no exército na patente entre o cabo e o sargento. Tem por função dirigir o alojamento e entretenimento dos militares, etc. Furriel no caso é o espírito que tem a função de adestrar corpo e alma. Neste caso, "Tholose" é a alma, e "Carcas" (carcassa) o corpo. (1º verso"): figura de espírito e alma, semi-

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Arvedus inocentes e com suas capacidades espirituais limitadas pela natureza do corpo. ("Fois"): fé. ("Paymes"): metáfora derivada de "Pamylies": interpreto por sentimento de esperança. ("Tholose Carcas"): alma e corpo, figurados por imagem de cúpula ou abóboda mental, e carcassa (estrutura corporal).

IX - XI Le juste à tort à mort l'on viendra mettre Publiquement, et du milieu estaint: Si grand peste en ce lieu viendra naitre, Que les iugeans fuyr seront contraints. Tradução: O justo injustamente à morte virão meter Publicamente, e do meio extinguindo: Tão grande peste nesse lugar virá nascer, Que os juizes fugir serão constrangidos. Interpretação: Injustamente meterão o justo à morte publicamente com a intenção de livrar o meio de sua influência, definitivamente. Tão grande desgraça virá ocorrer nesse lugar que os juizes serão constrangidos a fugir. Comentário: Muitas injustiças desse tipo têm ocorrido no Mundo. Naturalmente elas terão atraido a situação prevista por ele. Há inúmeros fatos semelhantes registrados nos anais da História, mormente nos meios religiosos com as atividades da Inquisição. Ele faz um alerta. Não está mencionando um fato isolado. Praticar a injustiça é muito mais fácil do que praticar a justiça. Por esta razão a Humanidade vem sofrendo horrores. Há injustiça nos Deveres, e há injustiça nos Direitos! A injustiça nasce, principalmente, da negligência, da indolência, do egoismo, da ganância. Nem o pobre, nem o rico, nem mesmo o indigente é inocente neste particular. Por isto, Jesus asseverou que o Juizo Final virá antecipadamente, senão nem uma alma teria salvação. "O justo": está falando de Justiça como um todo. Em cada pensamento e cada atitude.

IX - XII Le tant d'argent de Diane et Mercure, Les simulachres au lac seront trouvez: Le singulier cherchant argille neuve Luy et les siens d'or seront abbreuvez. Tradução: O grande montante de prata de Diana e Mercúrio, Os simulacros no lago serão encontrados: O singular procurando argila nova, Ele e os seus de ouro estarão banhados. Intepretação: Nota: Entendo que o lago e simulacros que ele menciona são os escritos dele. O grande montante de conhecimentos esotéricos ("de Diana e Mercúrio") encontrado em meus escritos ("lago") em caracteres enigmáticos ("simulacros") é valioso como a prata. O intérprete singelo que esteja procurando novos conhecimentos ("argila nova") para retransmitir; ele e seus leitores e amigos estarão banhados de áureas informações. Comentário: Considero que para conseguir interpretá-lo tenho que: além dos meus conhecimentos – pesquisar exaustivamente em enciclopédias e outros livros e estar atento a todo tipo de informações dadas por canais de comunicação. Isto tem elevado muito meu nível de conhecimentos gerais. O mesmo sucederá a todo leitor deste livro, que esteja procurando aumentar seus conhecimentos. Este livro precisa ser encarado como um livro de cabeceira para ser degustado por toda uma vida. Assim terá valor útil e ao mesmo tempo recreativo.

IX - XIII Les exilez autour de la Soulongne Conduicts de nuict pour marcher à Lauxois, Deux de Modenne truculent de Bologne, Mis descouvers par deu de Burançois. Tradução: Os exilados ao redor da Soulongne Conduzidos de noite para marchar a Lauxois, Dois de Modenne truculento de Bologne, Postos descobertos por fogo de Burançois.

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Assim falou Nostradamus Intepretação: Nota: Continuação da anterior. Os intérpretes ("os exilados') que se puserem a interpretar minuciosamente o meu trabalho ("ao redor da Soulongne") estarão inclinados a fantasias imaginativas semelhantes aos sonhos que se tem à noite ("Conduzidos de noite") e assim chegam ao exagero de acrescentar seus sofismas ("para marchar a Lauxois"). Haverá um embate truculento entre o meu pensamento poético e o pensamento do intérprete ("Dois de Modenne") os quais terão sido arquitetados pela cabeça de cada um ("de Bologne"), cujos pensamentos estarão postos à vista para os leitores interessados no assunto ("Postos a descoberto") com arte literária formando um bolo de pensamentos conjugados ("por fogo de Burançois") e ("Bologne"). Comentário: Esta quadra, a meu ver, é uma das mais escabrosas. Nestes termos, a veracidade da intepretação morrerá na dúvida. Só Nostradamus poderá explicá-la a mim e a você. Não obstante, suponho que ele pensou o que redigi, o que baseei nas derivações das metáforas que exponho a seguir: ("Soulongne"): metáfora derivada de :"Souligneur". Pessoa que sublinha tudo, que procura dar valor a todas as palavras. O que traduzo por exégese – ou interpretação minuciosa. ("Lauxois"):L'auxois. Metáfora derivada de "auxese": exageração, exagero; e "auxegesie": acrescimento, acréscimo. ("de Modenne"): metáfora derivada de "modenature": modenatura de uma cornija" com figuras artísticas. Entendo que ele está figurando a cabeça ou cérebro dele e do intérprete como sede mental de criação literária ("Dois de Modenne"). ("de Boglogna"): Bologne, centro cultural famoso. No caso, figurando a capacidade mental dele e do intérprete. ("Burançois"): metáfora derivada de "bure": poço de minas, que vai da superfície da terra ao interior. Parte superior de um forninho de forja. Pela frase"por fogo de Burançois" ele estará figurando um processo mental executado pelo intérprete em seu esforço para interpretar seus escritos. Evidentemente, utilizando os conhecimentos e experiências advindas do mundo exterior, e do mundo interior do intérprete. Portanto, envolvendo a análise, o raciocínio e a imaginação.

E, "bure" ainda figura a cabeça, como parte superior do corpo ("fornilho"). E, também, significa burel, saia. Vestimenta de frade. Com isto ele estará figurando o intérprete como um monge dedicado a esse trabalho.

IX - XIV Mis en planure chauderon d'infecteurs, Vin, miel et huyle, et bastis sur fourneaux, Seront plongez sans mal dit mal facteurs Sept. fum. extaint au canon des borneaux. Tradução: Posto em aparas caldeirão de infectadores, Vinho, mel e azeite, e dispostos sobre fornilhos, Estarão mergulhados, sem mal dito mal factores Sept. fum. extinto ao canhão dos caolhos. Interpretação: O espírito é colocado no corpo com interligações energéticas ("posto em aparas") como se colocado dentro de um caldeirão onde há materiais infectantes ("caldeirão de infectadores"). Assim ficam situadas as naturezas do espírito, alma e corpo ("vinho, mel, azeite") e dispostos às circunstâncias da vida humana ao calor das sensações, emoções e paixões ("e dispostos sobre fornilhos"). Assim, estarão mergulhados em uma vida provisória ("estarão mergulhados") na qual não lhes foi predeterminado fazer o mal ("sem mal dito mal factores") principalmente ao espirito ("sept. fum.") o qual entre outros cognomes simbólicos é chamado por "sétima chama", ou "sétima fumaça", ou "sétimo eter"(("sept.fum.") pelo fato de ele ser invisível às pessoas que não possuem a faculdade da vidência ou clarividência ("extinto ao canhão dos caolhos"). Comentário: Pelo fato de Nostradamus falar a respeito de espírito, corpo e alma em centenas de quadras – ele usa e abusa do direito de usar símbolos e metáforas que lhes dão figurações. Assim, ele se mantem dentro das regras da literatura no que tange à forma. Por consequência turba o conteúdo obrigando o intérprete a ter o maior cuidado e perspicácia para acompanhar o pensamento dele. Por este prisma ele dificulta demais a aqueles que não estão familizarizados com a simbologia literária convencionada pelos expoentes das doutrinas

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Arvedus religiosas. Isto é, Profetas da Bíblia, Sacerdotes, e Mestres em teosofia e teologia. Por esta razão, os intérpretes que supõem que ele estará profetizando acontecimentos políticos, bélicos, e catástrofes naturais em locais, regiões, e tempos os quais irão sendo registrados pelos historiadores – falharão redondamento em suas intepretações. Suas profecias são fundamentalmente filosófico-religiosas, e/ou teosófico-teológicas. Outrossim, o metaforismo colocado nesta quadra permite outra interpretação, ambivalente, a qual dará continuidade ao assunto das duas quadras anteriores. Fico em dúvidas e ele quis falar do espírito conforme à minha interpretação acima, ou se quis falar ainda sobre sua obra, conforme interpreto a seguir: Segunda interpretação: Meu pensamento está posto nestas páginas ("Posto em aparas") formando um livro com palavreado metafórico desagradável, o qual livro parecerá um caldeirão de pensamentos infectadores, aborrecíveis. Porém, no entendível e no subentendido há muitas virtudes nele ("vinho, mel e azeite"). E os pensamentos estão dispostos nas quadras para ser destilados pelos intérpretes à semelhança de materiais dispostos em fornilhos por um alquimista Deste modo e forma estarão mergulhados nos versos sem capacidade de encaminhar quem quer que seja para pensar e dizer mal, e nem levar alguém a fazer mal. O sentido verdadeiro ("Sept. Fum.") ou essência dos meus pensamentos não dará condição de ser assimilado por pessoas dotadas apenas de visão materialista, e sem visão das verdades espirituais ("4º verso").

IX - XV Pres de Parpan les rouges detenus, Ceux du milieu parfondres menez loing; Trois mis en pieces, et cinq mal soustenus, Pour le Seigneur et Prelat de Bourgoing. Tradução: Perto de Parpan os vermelhos detidos, Esses do meio fundidos levados longe: Tres postos em partes e cinco mal sustentados Pelo Senhor e Prelado de Bourgoing. Interpretação: Não consigo intepretar.

IX - XVI De castel Franco sortira l'assemblee L'ambassadeur non plaisant sera scisme: Ceux de Ribiere seront en la meslees Et au grand goulfre desnieront l'entree. Tradução: De Castel Franco sairá a assembléia O embaixador não agradável haverá dissidência Os de Ribiere estarão em confusão, E ao grande abismo recusarão a entrada. Interpretação: Do castelo da Franco-Maçonaria sairá uma grande Organização. O código moral estabelecido ("embaixador") muito severo será desagradável. Haverá muita dissidência. Os líderes de seitas e sociedades religiosas ("Ribiere",Ribeira) estarão confusos quanto aos segredos dos grêmios maçônicos. E os maçons recusarão a entrada franca das pessoas nessa sociedade secreta ("abismo"). Comentário: As fraternidades maçônicas tiveram seu início no século XIV por agremiação dos pedreiros artífices nas construções de catedrais. Com o tempo foram transformadas em sociedades secretas de teor religioso e político para proteger seus adeptos de situações de injustiças religiosas e sociais. Ao mesmo tempo enveredaram pelo caminho da benemerência, subsidiando entidades de amparo a idosos, crianças e escolas, etc, Sempre se ajudaram mutuamente, a membros e adeptos principalmente durante guerras e revoluções. Suas ações foram fundamentais para a instauração da independência de vários países das Américas, mormente do Brasil, México, Estados Unidos, Colombia e Venezuela. Nostradamus vaticinou muito bem os cismas. Em 24 de junho de 1717 quatro grêmios uniram-se na Inglaterra formando a "Grande Loja da Inglaterra". Em 1725, foi criado a "Grande Loja de toda a Inglaterra". Em 1726, a da Irlanda. E, em 1736, a da Escócia. Na França, permaneceu a Franco-Maçonaria. As Fraternidades Maçônicas devotaram-se

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Assim falou Nostradamus aos ideiais gerais de Fraternidade, Igualdade e Paz. O seu poder altruístico e fraternal rivaliza com as atividades das grandes Organizações Religiosas como a Católica, Protestante, Budista e outras de grande porte. Sobre o que Nostradamus não deixou de fazer menção em forma ambígua no 4º verso – quando escreve:"E ao grande abismo recusarão a entrada": No dicionário francês-português editado por H. Garnier, quinta edição – talvez no ano 1907 e adjacências, traz a palavra "abismo" com o sentido figurado no seguinte teor: Gouffre:(Fig.) abysmo, grande cúmulo de desgraças; o que ocasiona grandes despesas e perdas, que consome. Immensidade. Nestes termos, o 4º verso está dizendo que as Fraternidades Maçonicas evitarão a ocorrência de grandes desgraças, despesas e perdas. Devo confessar que não sou filiado a nenhuma loja ou sociedade maçônica e pouco conheço seus segredos e me atenho a registros históricos e outras informações. Concluo que seus feitos pelos séculos têm sido admiráveis, e elas merecem o mais profundo respeito e consideração... Nostradamus inspira-me tais afirmações nesta quadra.

IX - XVII Le tiers premier pis que fit Neron, Vuidez vaillant que sang humain respandre: R'edifier fera le forneron, Siecle d'or mort, nouveau Roy grand esclandre.

XX. Então, entre os anos 3500 a 3800 virá o propalado juizo final. Depois os tempos dourados permanentes ("Nova Jerusalem", segundo o Apocalipse e outros textos bíblicos). E sobre isto que Nostradamus está reiterando nesta quadra.

IX - XVIII Le lys Dauffois portera dans Nansi Iusques en Flandres electeur de l"Empire, Neufve obturee au grand Montmorency, Hors lieux prouvez delivre à clerc peine. Tradução: O lys Dauffois levará de Nansi Até Flandres eleitor do Império, Nova obstruida ao grande Montmorency, Exceto lugares provados libertados à clara pena. Intepretação: Não tenho condições para interpretar.

IX - XIX Dans le milieu de la forest Maynne, Sol au Lyon la foudre tombera, Le grand bastard yssu du grand du Maine, Ce iour Fougeres pointe en sang entrera. Tradução: No meio da floresta Moyenne, Sol no Leão o raio tombará, O grande bastardo descendente do grande do Maine, Esse dia Fougeres ponta em sangue entrará.

Tradução: O terceiro primeiro pior do que fez Nero, Visto corajoso quem sangue humano derramar: Reedificar fará a fornalha, Século de ouro morto, novo Rei grande escândalo. Interpretação: O primeiro milênio após o terceiro milênio será pior do que o tempo de Nero. Vereis o valente sangue humano derramar. A fornalha será reedificada. Os tempos de harmonia e fraternidade estará susbstituido por um novo tempo de grande escândalo. Comentário: Conforme às profecias, no século XXI começará um ciclo de regeneração moral da Humanidade que irá sendo sublimado por mil anos. Logo após o ano 3000 a moral voltará a decair até os padrões dos dias de hoje; neste final do século

Interpretação: No meio do complexo orgânico da mulher fértil ("1º verso") o espírito ("Sol") dará início à vida do ser humano ("o raio tombará... no Leão"). Então, começa a nascer a pessoa descendente de Adão: o grande do Paraíso ("grande do Maine"). E assim a Terra vai sendo populada. Nesse primeiro momento ("esse dias") é iniciada a vida do feto ("Fougeres") em cujo sangue entrará a vida inteligente do espírito ("ponta"). Comentário: ("Mayenne"): metáfora derivada de "Maya" e /ou Maia". "Maia": deusa da fertilidade na mitologia Romana. "Maya": mãe da natureza e dos deuses de

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Arvedus sgunda ordem, na mitologia Indiana. E, deusa da Ilusão. "pointe": ponta, e com significação de agudeza de espírito. ("floresta Mayenne") alegoria do complexo orgânico feminino que gera a criança. O 3º verso personifica o ser humano e a HUmanidade com idéia de descendentes de Adão abastardados pelo mau comportamento à semelhança da figura alegórica de Caim. ("Fougeres"): fetos de plantas. E copos. Copo e taça são muito usados como metáfora de corpo humano, ou como cérebro. No caso; o feto. ("pointe"): ponta. No sentido figurado: agudeza de espírito". Neste caso, ele está representando o espírito ao se ligar no feto, no primeiro momento em que as células começam a ser multiplicadas. Os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier trazem explicações detalhadas a respeito deste fato, sujos detalhes são expostos pelo espírito cognominado" André Luiz", muito conhecido no Brasil.

IX - XX De Nuict viendra par la forest de Reines Deux pars vaultore Herne la pièrre blanche Le moine noir en gris dedans Varennes Esleu cap, cause tempeste, feu sang tranche Tradução: De noite virá pela floresta de Reines Dois partidos vôo torto perturbar a pedra branca, O monge negro em cizento dentro de Varennes Eleito capitão causa tempestade, fogo sangue trincha Intepretação: De um modo sutil ("De noite") virá pelos meandros do cérebro ("floresta de Reines") a atividade do bem, e do mal ("Dois partidos") com pensamentos injustos ("vôo torto") que irão perturbar as energias virtuosas ("pedra branca"). O instinto mau ("monge negro") que está insinuado na massa cinzenta do cérebro ("em cinzento") dentro da cabeça ("dentro de Varennes") se fizer predominar sua força mental ("Eleito capitão") causa tempestade de paixões, ódio, sangue e sofrimentos ("trincha"). Comentário: ("forest de Reines"): floresta de variedades de maçãs e peras. ("vôo torto"): volitação de pensamentos

injustos. ("pedra branca"): expressão com sentido de espírito forte puro, ou forte moderado, ou manso e forte. ("Varenne")"tem, tambeem, o sentido de charneca – terreno árido e inculto. ("vaultorte ou valtore": traz o sentido de vôo torto: injustiça mental.

IX - XXI Au temple hault de Bloys sacre Salonne, Nuict pont de Loyre, Roy pernicant, Cuiseur victoire aux marestes de la Sone D'où prelature de blancs abormeant. Tradução: Ao templo alto de Blois sangue Sallonne, Noite ponte de Loyre, Prelado, Rei prejudicado, Forneiro vitória aos vinhateiros da Sone De onde prelatura de brancos limitante. Interpretação: Ao sagrar a mente humana ("Ao templo"), as Doutrinas Elevadas ("alto de Blois") sagram, também, a Alma ("sagra Sallonne"). Devido a ignorância ("noite") que há a respeito dos ditames religiosos no cérebro das pessoas ("ponte de Loyre"), o homem ("Rei") vem prejudicando a evolução do Espírito ("Prelado"). O Pensador, o Filósofo, o Mestre, o Sacerdote ("Forneiro") que lideram os trabalhadores nas Vinhas do Senhor ("aos vinhaterios da Sone") levarão a maioria das almas à vitória no caminho da evolução, visto que homens e almas mostram pouco interesse pelos princípios purificadores dos comportamentos de homens e almas ("4º verso"). Comentário: Para esta quadra apresento uma intepretação um tanto arbitrária, apoiado nos sentidos que facultou entender o pensamento dele; visto que para as palavras "Sone" e "abormeant" não encontro explicação clara. Suponho que houve erro de grafia na cópia de "aborneant", a qual derivando do verbo "aborner" tem o sentido de limitar, demarcar. "la Sone": tomei por sentido de campo mental fértil para ser trabalhado por ensinamentos elevados. "Sallonne": tomei quase arbitrariamente por Alma humana.

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Assim falou Nostradamus E, assim, todos os sentidos metafóricos das palavras que são convencionados na eloquência e na literatura esotérica. Creio ter alcançado o pensamento de Nostradamus cuja certeza fica na dependência de intérpretes mais capacitados do que eu.

IX - XXII Roy et sa cour au lieu de langue halbe, Dedans le temple vis à vis du palais Dans le iardin Duc de Mantor et D'Albe, Albe et Mantor poignard langue et palais.

Interpretação: O Espírito com seus atributos tem o seu trono na cabeça onde está também a língua tagarela. Está também no centro do cérebro que está circundado pelo crânio ("palácio"). Dentro da cabeça, toda a organização orgânica é como um jardim conduzido ("Duc") pelo cérebro ("Mantor") e a mente anímica ("Albe"). Alma e cérebro usam a língua e o palato para transmitir as idéias. Figurativamente a língua como um punhal. Comentário: "halbe": ou é erro de grafia do vocábulo "hable" que significa "tagarela", ou ele o colocou em anagrama. "Mantor": tomo por anagrama de mentor. "Palais": tem ambos os significados: de palácio e de palato.

Puisnay ioüant au fresch dessous la tonne, Le hault du toict du milieu sur la teste, Le pere Roy au temple saint Salonne, Sacrificant sacrera fum de feste. Tradução: O filho mais novo brincando ao fresco sob a pipa O alto do teto do meio sobre a cabeça

Intepretação livre: O cérebro humano é como uma criança (entidade inteligente mais nova do que o espírito) brincando livremente sob o crânio. Sob a arcada do crânio. O pai, o Espírito, é o Rei nesse salão ("Sallone") nesse templo santo. Nessa situação o espírito está em sacrifício, mas por esse meio vai evoluindo até chegar à pureza do anjo em festiva ditosidade. Comentário: "sagrará fumo de festa": festejará a sua gloriosa perfeição. Este fato só é inteligível para as pessoas que compreendem e aceitam a doutrina da reencarnação. Para os demais é dif´ciil compreender e aceitar. É uma verdade discutível, razão pela qual Nostradamus a repte em muitas quadras por variadas figurações de literatura esotérica.

Tradução: Rei e sua corte no lugar de língua tagarela No centro do templo cara a cara do palácio Dentro do jardim Duc de mantor e de Albe, Albe e mantor punhal língua e palato.

IX - XXIII

O pai Rei no templo santo Sallone, Sacrificando sagrará fumo de festa.

IX - XXIV Sur le palais au rochier des fenestres Seront ravis les deux petits royaux, Passer aurelle Luthece, Denis cloistes, Nonnain, mallods avaller verts noyaux. Tradução: No palácio ao peitoril das janelas Estarão extasiados os dois pequenos entronizados Passar aureola Luthece, Denis cláustros, Monja, insetos devorar verdes caroços. Intepretação: Na cabeça, os olhos nas fossas, como que debruçados no peitoril de janelas estarão brilhando alegremente como duas pequenas jóias de uma coroa. Por eles passam todas as atividades da vida que são encaminhadas ao trono do Espírito (Denis) em imagens iluminadas (Luthece). Ao chegar a morte, os vermes os irão devorar como se eles sejam simples caroços ainda vivos. Nota: - "monja": a morte. "Luthece": Cidade luz, ou imagens iluminadas. "palácio": cabeça.

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Arvedus

IX - XXV

ter passado pela vida humana como por nuvem cinzenta, então sente que tudo é interessante, isto é, alegrias e tristezas, sob os impulsos pouco explicáveis do destino, semelhante ao vento em bom impulso.

Passant les ponts, venir pres des rosiers, Tard arrivé plustot qu'il ouydera, Viendront les noues Espagnols à Besiers, Qu'a icelle chasse emprinse cassera. Tradução: Passando as pontes, vir perto das roseiras, Tarde chegado mais cedo que ele cuidara, Virão os liames Espanhóis a Besiers, A quem essa perseguição empresa definhará. Intepretação: Passando as fronteiras da vida para outro Mundo, o espírito sentirá que o Mundo espiritual é bastante agradável – como a visão de um roseiral. Então, sente ter demorado para voltar, porém perceberá em breve que retornou mais cedo do que era previsto para sua necessidade de demorar na carne. Os liames da carne, que são os apegos e defeitos, virão logo à sua mente. Então, estes fatores perseguirão a sua consciência e frustrarão os seus anseios de plena felicidade. Comentário: ("liames Espanhóis"): Espanhóis aqui é metáfora do corpo humano com seus sistemas: nervoso e circulatório. ("à Besiers"): metafora de mente, e/ou cérebro.

IX - XXVI Nice sortie sur nom des lettres aspres, La grand cappe fera present non sien: Proche de vultry aux murs de vertes capres, Apres plombin le vent à bon essien. Tradução: Nice provida sobre nome das cartas ásperas, A grande capa fará presente não seu: Próximo de arrebatamento aos muros de verdes capres, Após cinzenta nuvem o vento a bom impulso. Intepretação: A alma provida de destinos ásperos, agora cobre a aconsciência do espírito na situação presente, cuja situação não é seu destino final. Nessa ocasião em que ela é arrebatada a um Mundo diferente, com novos e variados sentidos, após

Comentário: Esotericamente, capa tem sentido de vestimenta moral e/ou mental. "muros": leis de segurança. "verdes capres"capres são arbustos existentes à beira do Mediterrianeo, cujas folhas são usadas por agradáveis condimentos. "cartas" destinos traçados ou predeterminados, como em cartas de navegação. "vultry": possui sentido de arrebatamento emocional e ao mesmo tempo, de um lugar para outro. "cinzenta nuvem": no caso, um misto de alegria e tristeza.

IX - XXVII De bois la garde, vent clos rond pont fera, Hault le receu frappera le Dauphin, Le vieux teccon bois unis passera, Passant plus outre du Duc le droit confin. Tradução: De bosque a guarda, vento cerca esfera ponte estar Alto o recebido agitará o Delfim, O velho marceneiro bosque unidos passará Passando mais além do Duc o direito confim. Interpretação: O cérebro ("bosque") estará sempre sob a guarda do espírito. As energias inteligentes do Universo ("vento") estão ao redor da cabeça ("cerca esfera") formando uma aura constante, cuja aura é uma ponte que interliga a mente humana à mente universal. Por essa ponte o espírito recebe o entendimento das coisas espirituais por inspiração. Assim é o velho jogo da vida pelo qual espírito e corpo passam unidos. Porém, o espírito ("Duc" - condutor) tem o direito de continuar a viver mais além da vida corporal. Comentário: Devo repetir que Nostradamus vai nos oferecendo retalhos de informações em prismas teosóficos sobre os processos mentais e/ou espirituais. A soma dessas instruções por centenas de quadras podem levar o leitor a profundos conhecimentos os

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Assim falou Nostradamus quais deverão ser desenvolvidos por pesquisas constantes em livros e entidades teosóficas e espíritas. Para o leitor que já está ligado a escolas religiosas de natureza reencarnacionista é fácil entender essas concepções. Contudo, os demais têm possibilidades de entendê-las desde que se dediquem a pesquisar com a mente despida de preconceitos. "...agitará o Delfim": empolgará a mente do Espírito, que neste caso ele coloca como a figura de Príncipe ou Infante. "Teosofia": considero a Teosofia como Ciência das Coisas de Deus sob doutrina reencarnacionista.

IX - XXVIII Voille Symacle port Massiliolique, Dans Venise port marcher aux Pannons: Partir du goulfre et Synus Ilyrique, Vast à Sicile, Ligurs coups de canons. Tradução: Pela Symacle porto Marselhês, Dentro Veneza porto marchar aos Pannons: Partir do boqueirão e Baía Ilírica, Amplia à Socille, Lígures tiros de canhões. Interpretação: Indecifrável para mim.

IX - XXIX Lors que celuy qu'à nul ne donne lieu, Abbandonner voudra lieu prins non prins: Feu nef par saignes, bitument à Charlieu, Seront Quintin Balez reprins. Tradução: Quando aquele que não dá lugar a ninguém, Abandonar quiser lugar tomado não tomado: Defunto nave por sangrias, betumeando ao Charlieu, Estarão Quintin Balez reavaliando. Interpretação: Quando o espírito quiser abandonar o corpo, o qual é um lugar tomado por ele mas não tomado definitivamente: o corpo torna-se em defunto, e é como uma nau esvaindo suas forças por sangrias e o seu sangue vai coagulando e escurecendo como o betume. Nessa fase do desenlace, Espírito ("Quintin")

e Alma ("Balez", ou Bâle ou Basel - cidade Suiça) estarão reavaliando os resultados dessa existência no corpo humano. Comentário: Jamais o espírito de qualquer pessoa permite que outro espírito se apodere de seu corpo totalmente e após a morte do corpo nenhum espírito tem possibilidade de se apoderar dele. É lei natural e Divina. Quando ele diz no 2º verso:"lugar tomado e não tomado" está correto, pois o espírito dirige toda a formação da estrutura corporal, porém não consegue controlar os impulsos todos do cérebro, o qual é um campo peculiar de forças inteligentes que dá acesso às idéias do espírito quando interessa aos desejos do corpo e não dá acesso quando não interessa aos desejos do corpo. É muito rebelde à disciplina necessária exigida pelas virtudes e se curva facilmnte à fraqueza e indisciplina proporcionada pelos vícios e defeitos. "Feu": geralmente se traduz em português por "fogo". Na língua francesa também tem o significado de: defunto, falecido, morto. Ex: "La feue reine, feu la reine"– a defunta rainha, morta a rainha. "Nave": neste caso pode ser intepretado por corpo ou por espírito. Preferi corpo, porém segundo meus conhecimentos poderia interpretar por espírito. Neste caso levaria em consideração que ao deixar o corpo – o espírito é como u'a nave que sai singrando pelo espaço. E sai pelas sangrias, isto é, ao serem cortados os cordões prateados que o prendem ao corpo. (Cordões energéticos visto pelos videntes). Sob prisma da Mitologia grega são os laços cortados pelas três Parcas, as quais são figuras alegóricas do espírito ou espíritos que têm a incumbência de desatar ou cortar tais cordões. "Charlieu": entendo que ele usa este nome como figura de corpo, embora seja nome de cidade francesa no Charolais, ao sul de Charolles. (Segundo explica o sr. Fontbrune em seu livro.) "Quintin": o espírito, com idéia de quintessência. "Balez" ou Bâle ou Basel: cidade da Suiça onde houve três Concílios religiosos protestantes – em 1531, 1534 e 1564 para resolver certas divergências doutrinárias. Creio que Nostradamus usou este fato para figurar a posição da alma, a qual é uma entidade com inteligência peculiar e que tem a função de intermediar os entendimentos entre o cérebro e o espírito como é

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Arvedus compreendido pelos mestres reencarnacionistas. Nostradamus costuma chamar a alma também de ponte. Outrossim, no 4º verso ele está mencionando o fato de que desde a agonia – e por três dias a alma e espírito estarão ligados mentalmente ao corpo, mesmo que este esteja em sepultura e neste transe suas consciências estarão repassando ("reavaliando") todos os episódio dessa vida humana, como que se estivessem dentro de uma tela de televisão ou cinema.

IX - XXX Au port de Puola et de sanct Nicolas, Peril Normande au goulfre phanatique, Cap. de Bisance rues crier helas, Secours de Gaddes et du grand Philippique.

da coletividade. Mesmo porque tal dogmatismo e ortodoxia é a causa principal das guerras religiosas de triste memória histórica proporcionadas pelas cruzadas, conflitos entre católicos e protestantes e as terríveis injustiças promovidas pela Inquisição. E outros que tais. Outrossim, devo lembrar que toda e qualquer alma recebrá sempre os socorros necessários à consciência quando aporta nos mundos espirituais. "Gaddes": metáfora de" Boa fortuna, e lugar de restauração. "grande Felípico": metáfora de Céus, ou dos Campos Elísios da mitologia grega designando lugares de bemaventurança para as almas dos heróis.

IX - XXXI Le tremblement de terre à Mortara, Cassich sainct George à demy perfondrez: Paix assoupie, la guerre esveillera, Dans temple à Pasques abysmes enfondrez.

Tradução: Ao porto de Puola e de santo Nicolas, Perigo Normande ao abismo Fanático, Cap. de Bisance ruas gritar ai de mim, Socorro de Gaddes e do grande Felípico. Interpretação: Logo que a alma chega no Mundo espiritual, tanto a que tem direito ao Purgatório ("Puola") quanto a que tem direito a lugar mais santo ("santo Nicolas") está sujeita ao perigo dos conceitos religiosos arraigados na mente, com fanatismo ("abismo fanático"). Nesta conjuntura, o espírito ("capitão") estará a gritar ais (a se lamentar) como se fosse um capitão Bizantino vagando pelas ruas de Bisancio. Porém, receberá sempre o socorro das almas benfeitoras que povoam os lugares de restauração psíquica quanto das que povoam os lugares de Bemaventurança ("grande Filípico"). Comentário: Nos meus contatos com os espíritos através de médiuns tenho recebido informações concretas a respeito deste fato mencionado nesta quadra. Nela Nostradamus está especificando a situação em que a alma apega-se exageradamente a certo dogmatismo, religioso ou filosófico, ou científico, e torna-se fanático, dono das verdades. Em lá chegando verá que apenas conhece parte das verdades e se desespera,pois suas conscência o acusa de mau comportamento no seio da família e

Tradução: O tremor de terra à Mortara, Cassich santo Jorge a meio abatidos: Paz letárgica, a guerra excitará, Dentro do templo à Páscoa abismos infundado. Intepretação: A pessoa nos estertores da morte ("1º verso"), sente-se diante do tribunal da Consciência("Cassich") e a alma sofre um autojulgamento severo como se diante de um Preboste turco ("Cassich"), porém, um julgamento justo ("santo") contra seus erros e pecados, os quais serão meio abatidos à semelhança do quadro alegórico no qual o dragão está sendo abatido por São Jorge("Jorge"). Nesse transe o corpo da pessoa está inerte e aparenta estar em paz ("paz letárgica") porém, em seu cérebro ("Dentro do templo") a Consciência estrá em guerra ("a guerra excitará"), pois está na fase de libertação do espírito das injunções do corpo ("na Páscoa"). Para quem desconhece estes fatos supõe que a morte é um abismo misterioso ("abismos") porém, são mistérios infundados ("abismos infundados") devido à falta de conhecimento. Comentário: ("Mortara"): metáfora de morte. ("Cassich"): anagrama de "Cassiacher" nome

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Assim falou Nostradamus dado ao grão preboste turco: antigo magistrado de justiça militar, na Turquia. Neste caso, ele colocou-o por figura do abstrato juiz da consciência do ser humano. E coloca a alegoria de São Jorge ferindo o dragão para complementar a idéia. ("na Páscoa"): o nome páscoa tem o sentido de passagem, e de libertação. Pelo exposto, esta quadra integra o assunto das anteriores a partir da XXV.

Tradução: Hércules Rei de Roma e Annemarc, Do Ramo três Guião apelidado, Tremer a Itália e a onda de São Marcos, Primeiro sobre todos monarca renomado. Interpretação: Heróico ("Hércules") Grande vulto em Roma ("Rei de Roma") e de caráter Santo como que descendente de Sant'Ana("e d'Annemarc"); da estirpe ("De Gaule") dos três maiores Apóstolos ("três") foi cognominado "Apóstolo"("Guião"). Fez tremer o Impériop Romano ("Tremer) a Itália, e a sua Fé era tão ardente quanto a fé de São Marcos. Sua grandeza levou a ser reconhecido como o maior dos Apóstolos ("Primeiro sobre todos"), monarca Cristão("Monarca renomado").

IX - XXXII De fin porphire profond collon trouvee, Dessouz la laze escripts capitolin: Os poil retors Romain force prouvee, Classe agiter au port de Methelin. Tradução: De fino pórfiro profundo migrante encontrada Sob a base escritos capitolino: Osso pêlo retorcidos Romano força provada, Classe agitar no porto de Methelin. Interpretação: De esmerada forma ("De fino pórfiro") e sentido penetrante, sutil, e de difícil compreensão ("profundo"); metafórico ("migrante") é encontrada a idéia sob cada frase ("sob a base") dos meus escritos em jogo das palavras que atrai a curiosidade como os jogos capitolinos ("capitolino") atraiam os romanos ao circo do Capitólio: Meus versos estão retorcidos como se fossem ossos e pêlos em um monturo ("Osso pêlo") e forçarão o intérprete ("Romano") a provar sua capacidade ("força provada") e assim irá agitar a cabeça daqueles que se propuseram a intepretar estes meus escritos ("3º e 4º versos'). Comentário: ("collon"): colono, migrante. ("Capitolino"): jogo de palavras – com idéia correspondente aos jogos capitolinos. ("Romano"): metáfora de pessoa dedicada a interpretar seu trabalho. ("Methelin"): Não encontro explicação para o significado desta metáfora. Suponho que se refere à Mitilene na ilha de Lesbos. De qualquer modo "porto de Methelin" pode ser tomado por metáfora de cérebro ou cabeça, como qualquer outro porto ou cidade.

IX - XXXIII

Hercules Roy de Rome et d'Annemarc, De Gaule trois Guion, surnommé, Trembler l'Itale et l'unde de sainct Marc, Premier sur tous monarque renommé.

Comentário: Nesta quadra, eu entendo que ele traçou o perfil do Apóstolo Paulo. ("Annemarc"): marca de Ana. Santidade correspondente a de Sant'Ana, avó de Jesus. ("Guião"): Grande líder religioso. Apóstolo. ("De Gaule"): da Vara; do Ramo: da estirpe, do porte.

IX - XXXIV Le part soluz mary sera mitré, Retour conflict passera sur la thuille: Par cinq sens un trahyr sera tiltré, Narbon et Saulce par contaux avons d'huille. Tradução: O parto desembaraçado esposo será mitrado, Retorno conflito passará sobre a telha: Por cinco sentidos um trair será titulado, Narbon e Saulce por contadores temos azeite. Interpretação: Ao ser desembaraçado do corpo pela morte o espírito ("esposo") será sagrado ("mitrado"). Entretanto, sua consciência ("telha") não estará livre de conflitos. Ele sentirá traído pelos apetites que assediam o ser humano através dos cinco sentidos.

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Arvedus Porém, no fim da estória, recebemos a unção ("azeite') salvadora que é ajuizada sob o mérito ("narbon") e a graça ("Saulce") na conformidade com as leis Divinas registradas pelos profetas e Apóstolos ("contadores"). Comentário:"Narbon": Não encontro um motivo claro que explique por que ele usou esse nome para representar mérito pelas obras. Apoiado no assunto que mostra boa ligação de sentidos, mais a palavra "Saulce";"sauce" em françês moderno, que significa (graça) em sentido figurado (Molho, em sentido concreto) o último verso, assim, completa o sentido que ele pretende dar, pois que associa nossa idéia com os ensinamentos do Apóstolo Paulo quando escreve que: somos salvos por mérito e graça. E que a graça Divina é maior do que o mérito por nossas boas obras. "telha": mente ou consciência. "sens": sentidos, senso.

IX - XXXV

nesta quadra. "Quitter la fleur": expressão idiomática francesa significando: abandonar a paz. "seguir o Macedon": metáfora significando seguir o Guerreiro (Alexandre e seus exércitos). "Myrmidon": Diz a lenda grega que os Mirmidons popularam a ilha Egina. Devido a uma peste que dizimou totalmente a população dessa ilhas, Zeus transformou as formigas dela em gente. E esta gente tinha uma natureza guerreira e boçal, fácil de ser escravizada; e cumpria à risca qualquer ordem, boa ou má, vinda de superiores. Com estas figuras Nostradamus tece o perfil da Humanidade, de geração em geração, nesta quadra.

IX - XXXVI Un grand Roy prins entre le mains d'un Ioyne, Non loing de Pasque confusion coup cultre: Perpet captifs temps que foudra en la huine, Lors que trois freres se blesseront et murtre. Tradução: Um grande Rei prisioneiro entre as mãos de um jovem Não longe da Páscoa confusão golpe de faca: Perpétuo cativos tempos que raio na estupefação Quando que três irmãos se ferirem e se matarem.

La Ferdinand blonde fera descorte, Quiter la fleurs suyvre le Macedon: Au grand besoin defaillira sa routte, Et marchera contre le Myrmidon. Tradução: A Ferdinand loira estará abandonada, Abandonar a paz, seguir a Guerra: Na grande indigência desfalecerá sua rota E marchará contra o Myrmidon. Interpretação: A felicidade humana estará abandonada pelo Homem. Seu lema passou a ser :"Abandonar a paz, seguir a guerra". Isto provocará grande pobreza no seio da Humanidade o que não permitirá que ela usufrua dos bens naturais e tecnológicos que estão ao seu dispor. E assim, à guisa dos Mirmidans marchará para as desgraças. Comentário: "La blonde": a loura": metáfora de felicidade. "Ferdinand": nome de vários reis europeus dos quais os registros históricos apontam suas personalidades despóticas, belicosas, ardilosas, etc., e ao mesmo tempo empreendedoras. Com isto, Nostradamus figura bem as tendências do Homem

Interpretação: Nota: Esta quadra traz sentido ambíguo. Pode ser interpretada em função de Coletividade humana, e também em função de pessoa ou indivíduo. Em função de indivíduo: O Espírito ("grande Rei") é um prisioneiro dos desejos e sensações do corpo ("jovem"). A vida é curta ("não longe da morte ou passagem ("Páscoa") a pessoa vive em confusão dolorosa como golpe de faca. Tal situação é perpétua na vida humana onde os espíritos estão cativos por tempos vivendo em constante estupefação diante dos acontecimentos que surgem e desaparecem como o raio, pelo fato de que o espírito, alma e corpo (três irmãos) estarem a se ferir e se matar em luta inconsciente. Em função de Coletividade: A Humanidade é como um grande Rei prisioneiro das circunstâncias naturais e movimentos humanos ("jovem"). Nas proximidades do Juizo Final ("Páscoa") haverá uma confusão dolorosa como golpe de faca.

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Assim falou Nostradamus É uma situação perpétua na vida terrena onde as pessoas estão cativas por tempos que na realidade, em relação à Eternidade, passa como um raio produzindo estupefação, enquanto as três classes sociais ("três irmãos") estão a se ferir e a se matar. "Páscoa": passagem, libertação. No caso, o Juizo Final que é a passagem da Humanidade de um estágio de desatinos para um estado de perfeição mental aprimorado, conforme às promessas Divinas vasadas no livro do Apocalipse e outros textos bíblicos. "Jovem": cada geração.

IX - XXXVII Pont et moulins en Decembre versez, En si haut lieu montera la Garonne: Murs, edifice, Tholose renversez, Qu'on ne sçaura son lieu autant matronne. Tradução: Ponte e moinhos em Dezembro tombados Em tão alto lugar subirá Garonne: Muros, edifícios, Tholose transformada, Que não se saberá seu lugar outro tanto respeitável. Interpretação: As atuais estruturas humanas ("ponte e moinhos") no Fim dos tempos ("Dezembro") derrubadas. A Humanidade ("Garonne") conquistará alto grau de civilização. Leis e costumes ("muros") e o edifício humano, e a natureza da Terra ("Tholose") estarão transformados. De tal modo que nunca se conheceu este Mundo em forma tão respeitável. Comentário: "Matronne": senhora respeitável por idade, estado e procedimento. ("Tholose"): metáfora derivada de "tholose ou tholu" significando:"Parte onde carregam as curvas de uma abóboda de madeira (em carpintaria). Neste caso, representa a Terra como base da abóboda celeste. E, também, o cérebro ou a cabeça do homem.

IX - XXXVIII L'entree de Blaye par Rochelle et l'Anglois, Passera outre le grand Æmathien, Non loing d'Agen attendra le Gaulois, Secours Narbonne deceu par entretien.

Tradução: A entrada de Blaye por Rochelle e o Inglês, Passará além o grande Æmathien, Não longe de Agen aguardar o Gaulois, Socorro Narbonne desviado por entretenimento manutenção. Intepretação: A entrada da Vida ("Blaye") pela Terra ("Rochelle") e/ou pelo Corpo Humano ("o Inglês") passará além pelo grande espírito de conquista ("Æmathien"). Não longe da Era ("d'Agen") aguardará o Espírito purificado ("Gaulois, gaulês"). Socorro do Céu ("Narbonne") desviado por entretenimento e manutenção. Comentário: "Rochelle": espécie de uva. A uva tem forma semelhante a da Terra. No seu interior, a pívide representa o princípio da vida. "Emathien": na mitologia céltica ou germânica representa o Espirio de Conquista. "Agen": tomei por metáfora de Idade ou Era, firmado no vocábulo "age"– idade. ("Anglois"): Metáfora de anjo – ou angélico. Com isto, ele estará considerando o espírito humano em sua natureza angélica, e ao mesmo tempo, a mentalidade coletiva em seu afã de progresso. "Gaulois", gaulês": entendo que ele considera o gaulês superior aos indivíduos das outros tribos que deram origem ao povo francês. Então, entendo que está falando nesta quadra a respeito da evolução do planeta e ao mesmo tempo do homem. Portanto, está dizendo que muitas almas chegarão ao nível de perfeição ideal na próxima Era, antes do Juizo Final, e aguardarão a vitória das que se terão atrasado. Como ele prevê a próxima Era pelas proximidades do ano 3800 eu me alicerço neste fato para entender uma afirmação amplamente conhecida nos meios espíritas e teosofistas. Isto é: As pessoas dedicam-se de corpo e alma às necessidades de manutenção e entretenimento, e com isto obstam a ajuda das hostes Celestes. Mantêmse exageradamente desligadas do Céu, ou sem religião. "entretien": significa: manutenção e também entretenimento. No caso, ambos dão peso devido à idéia. ("Blaye") Não encontrei explicação para este nome e então tomeio-o por metáfora de Vida, arbitrariamente.

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Arvedus ("Socorro Narbonne"): socorro do Céu ao Homem.

IX - XXXIX En Arbissel à Veront et Carcari, De nuict conduits pour Savone attraper, Le vif Gascon Turby et la Scerry Derrier mur vieux et neuf palais griper. Tradução: Em Arbissel à Veront e Carcari, De noite conduzidos por Savone alcançar, O vivo Gascon Turby e a Scerry Detrás muro velho e novo palácio ocupar.

Comentário:"Quintin": metáfora de quinta essência; linho puro ou fino. Portanto, valores do espírito. "floresta": alegoria de corpo humano e/ou cérebro. "Abadia": cabeça, cérebro:templo do espírito. Entendo que sendo médico e vidente Nostradamus assim encarava os dramas de consciência do homem. Compactuo com ele na convicção de que somos meio civilizados e meio selvagens, e assim perfazemos a floresta humana. "Flamantes": metáfora de paixões com forças semelhantes às chamas.

IX - XLI

Interpretação: Esta quadra é meio inteligível para mim, porém as palavras com iniciais maiúsculas não têm tradução e nem sentido adequado para complementar o assunto. Torna-se muito vago. Não me arrisco a apresentar a interpretação.

IX - XL Pres de Quintin dans la forest bourlis, Dans l'Abbaye seront Flamans ranchés; Les deux puisnais de coups my estourdis, Suitte oppressee et garde tous achés. Tradução: Perto da Quinta na floresta enganados, Dentro da Abadia estarão Flamantes escalados: Os dois mais jovens por tiros meio aturdidos, Comitiva oprimida e guarda todos amargurados. Interpretação: No corpo humano ("floresta") selvagem junto do Espírito, o qual é a quinta essência ("Quintin") todos os componentes vivos e inteligentes são enganados pelos pensamentos. Dentro da cabeça ("Abadia") as paixões humanas escalam. Corpo e alma ("mais jovens do que o espírito") vivem meio aturdidos pelos acontecimentos desagradáveis ("tiros"). Enfim, toda a comitiva microorgânica inteligente sente-se oprimida, inclusive a consciência ("guarda") e todos amargurados provocando a angústia que sofrem: o espírito, corpo e alma.

Le grand Chyren soy saisir l'Avignon, De Rome Lettres en miel plein d'amertume, Lettres ambassade partir de Chanignon, Carpentras pris par duc noir rouge plume. Tradução: O grande Chyren suavemente se apossar de Avignons, De Roma cartas em mel pleno de amargor, Carta embaixada partir de Chanigon, Carpentras tomada por duque negro rubra pena. Interpretação: Jesus Cristo ("grande Chyren") se apossar suavemente da Terra ("Avignon") com sua Hierarquia. O destino ("cartas") da Humanidade ("Roma") é o de viver feliz ("em mel") não obstante ela vive cheia de amargor. Esta mensagem ("carta embaixada") tem sido profetizada desde tempos imemoriais ("Chanignon"). Os seres humanos ("Carpentras") sendo dirigidos por condutores maldosos ("duque negro") sofrerão duras penas ("rubra pena"). Comentário: "Chyren" oy Chiron": famoso centauro da mitologia grega, filho de Céres e Netuno. Famoso médico, profeta e músico. Teve vários heróis gregos por alunos. Nostradamus usa-o em algumas quadras por alegoria de Jesus Cristo. Isto porque o centauro na mitologia tendo a forma de um cavalo e cabeça de homem representa o ser humano – em conceito esotérico. Isto é, a cabeça representa o Espírito e o corpo

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Assim falou Nostradamus do cavalo representa o corpo humano, – o animal. Diz a mitologia que Chiron é filho de Netuno (Rei dos Mares e oceanos) e de Céres ou Demeter, deusa da argicultura e da vida rural. Portanto, o homem é filho do Rei do Grande Oceano (Céu) e da deusa da Terra. Na bíblia: Jesus Cristo é o filho "primogênito de Deus", e o "Filho do Homem". Nestes termos entendo que Chrion nesta quadra, figura Jesus, o Cristo; Meedico para os males humanos e profeta. "O grande Chyren ou Chiron." "Carpentras": do latim: carpentum - i, que em figuração esotérica é metáfora de carruagens (corpos humanos). "Chanignon": como é nome fictício, interpreto-o com sentido de tempo indefinido. "embaixada": mensagem.

IX - XLII De Barcelonne, de Gennes et Venise, De la Secille peste Monet unis: Contre Barbare classe prendront la vise, Barbare poulsé bien loing iuq'à Thunis. Tradução: De Barcelonne, de Gennes e Venise, Da Secille peste Monet unidos: Contra Bárbara classe farão pontaria, Bárbaro repelido bem longe até Thunis. Interpretação: A imperfeição natural que envolve o corpo ("De Barcelonne"), o espírito ("de Gennes") e a alma ("e Venise") quando estes estarão unidos em uma vida humana; os fatores dessa imperfeição submetem o homem a um comportamento ruim em sua vida humana. Nas conjunturas deste fato surgem os bandos de malfeitores semelhantes a bandos de pardais ("peste Monet") vindos da Sicília ("Da Secille") os quais são dotados de instintos predadores tão prejudiciais aos homens. Porém, as Comunidades Humanas unirão forças para repelir esses bandos ("3º verso") e os de maior periculosidade serão degredados para lugares inóspitos semelhantes às regiões escabrosas da Tunísia ("4º verso"). Comentário: ("Barcelonne"): metáfora derivada de "barcelonnete": berço ou cama. Neste caso, representa

o corpo humano, o qual acomoda o espírito ("Gennes") e a alma ("Venise"). ("Monet"): pardal - vide o dicionário francêsportuguês H. Garnier. Então, "peste Monet" representa surto de bandos de malfeitores. ("Thunis"): capital da Tunísia. No caso, está referindo à Tunísia com suas regiões desérticas e de clima muito hostil para se viver. Essas alusões que ele faz no 3º e no 4º versos faz-me subentender que profetizou o surgimento de multidões de malfeitores em todo o Mundo para os quais não haveria espaços em cadeias e penitenciárias. E que a solução estaria em degredá-los para ilhas e regiões hostis não populadas e situados em campos de concentração, etc. Nos dias de hoje tal profecia já está realizada. Os presídios andam super-populados e a condição de vida dos detentos é desumana. Principalmente para os detentos de menor periculosidade, os quais são colocados junto com os facínoras de todo gênero. E a maior parte de tais delinquentes continuam à solta atazanando as populações. Principalmente nos países do Terceiro Mundo, onde os guerrilheiros, os nacrotraficantes, os sequestradores, os terroristas pululam e tripudiam sobre os Poderes constituidos e contra a Ordem e o Progresso. O que mais dizer? E o que fazer? Eis a questão... Nem os Países do Primeiro Mundo estão conseguindo suplantar tal situação, não obstante suas capacidades econômicas e Administrativas serem das melhores!

IX - XLIII Proche à descendre l'armee Crucigere Sera guette par les Ismaëlites, De tous cotez batus par nef Ravier, Prompt assaillis de diz galeres eslites. Tradução: Próximo a descer a armada Crucígere Será espreitada pelos Ismaelitas, De todos os lados batidos por nave Ravier, Pronto assaltados por dez galeras de elites. Interpretação: Está próximo a descer do Mundo espiritual para a Terra uma multidão de almas

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Arvedus preparadas para expandir o Cristianismo. Essa tarefa será espreitada por todas as correntes religiosas contrárias aos conceitos da doutrina Cristã. Estes conceitos serão contraditados por todas as formas e meios pelos oponentes que conservam os parâmetros tradicionais de suas doutrinas. Não obstante as divergências; todas as religiões e seitas estão confrontadas pelos ditames dos Dez Mandamentos ('dez galeras de elite"). Comentário: "armada Crucígera": multidão de almas preparadas para um grande trabalho de expansão do Cristianismo no Mundo. "Ismaelitas": metáfora representando toda pessoa e toda doutrina religiosa ou filosófica contrária ao Cristianismo. "Ravier": pratinho para conservas. No caso, uma alegoria representanto os conceitos e preconceitos de pessoas e de organizações religiosas nas suas tradições doutrinárias que refugam os ditames cristãos, como ocorre principalmente com os Ismaelitas, com os Israelitas, e algumas religiões e seitas da Ásia e África. Entendo que no tempo de Nostradamus, esse trabalho já era proporcionado pela Providência Divina, evidentemente a partir da ressureição de Jesus. Entretanto, Nostradamus tendo contato mais direto com os espíritos através da mediunidade, conforme expõe nas cartas e quadras foi informado por eles desse surto de trabalho. Baseio esta convicção principalmente quando ele escreve em sua carta "Deus opera entre os homens pelo ministério de seus anjos"(Nota: Anjos e/ou espíritos e almas e homens.) "dez galeras de elite": Os dez mandamentos entregues por Deus a Moisés. Síntese de toda filosofia religiosa e humana de cuja prática na Terra e nos Mundos Espirituais capacita a todos a ter uma convivência harmoniosa e pacífica visto que nivela os Direitos e os Deveres de cada ser. Aliás, é uma Lei Cósmica. O Cristo, Jesus confirma estas Leis e as sintetisa no mandamento Áureo:"Amarás a teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. E amarás a teu próximo como a ti mesmo."

IX - XLIV Migrés, migrés de Genesue trestous, Saturne d'or en fer se changera,

Le contre RAYPOZ exterminera tous, Avant l'advent le ciel signes sera. Tradução: Migrados, migrados de Genesue todos os três, Saturno de ouro em ferro se mudará, O contra RAYPOZ, exterminará todos, Antes do advento o céu sinais fará. Interpretação: Migrados ! migrados em pena constrangedora ("Genesue") para espírito, alma e corpo;(todos os três). A vida dourada do Mundo espiritual será mudada para uma vida de aflições ("ferro") na Terra. A morte (Raypoz") exterminará a todos. Antes de nascer aqui cada um terá conhecimento deste fato. Comentário: "migrados": Nostradamus, como todo espiritualista considera o espírito como um ser que reencarna, que emigra domundo espiritual e torna-se em imigrante temporário na Terra. "Saturno de ouro": mundo feliz, justo. "Le contre Raypoz": entendo que ele usou rayraio do inglês e Poz referente a "pose" colocação, colocado, posto. Assim dará - raio posto. Então, a idéia seria a morte contra o ráio posto no corpo: o espírito situado no corpo, cujo corpo a morte exterminará. Fato indiscutível, não é?

IX - XLV Ne sera soul iamais de demander, Grand Mendosus obtiendra son empire Long de la cour fera contremander, Pymond, Picard, Paris, Tyron le pire. Tradução: Não estará farto jamais de reivindicar, Grande Mendicante obterá seu império Longe da civilidade fará contramandar, Pymond, Velhaco, Paris, Mercador o pior. Interpretação: O ser humano jamais estará farto de reivindicar. Grande Mendicante ele obterá seu império. Dotado de civilidade precária e pouca justiça em seu comportamento provocará a desordem. Ele é um mundo ou universo, velhaco e semelhantemente ao herói troiano Páris possui grandes qualidades e grandes defeitos, e é o pior Mercador.

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Assim falou Nostradamus Comentário: Nesta quadra, Nostradamus tece um perfil do ser humano mostrando algumas facetas pouco lisonjeiras da índole das pessoas. Com a alegoria de Páris que se pode aquilitar com precisão ele nos mostra com maestria a índole das pessoas com seus valores e desvalores ou virtudes e defeitos, o que se pode aquilatar mesmo que só lendo o que a enciclopédia registra a respeito desse herói troiano. Principalmente o fato de que a Divindade coloca à disposição do Homem a abundância das riquezas e bens naturais conjugados às virtudes da inteligência com a qual, também dota a todos nós. "Pymond": mundo ou universo. Anagrama de pi (círculo fechado – indivíduo) + mond (mundo). "Picard": velhaco, malandro. "Tyron": cidadão de Tiro, famoso porto comercial da Fenícia. Esotericamente o mercador fenício representa os mercadores da Terra em sentido pejorativo, semelhante aos mercadores do templo dos textos evangélicos. "Mendosus": anagrama relativo ao substantivo "mendiant": mendicante e/ou ao verbo "mendier": mendicar. "cour": corte. Tomado em sentido mitológico significa – acompanhamento das divindades da lenda ou fábula, e cortejo, civilidade, obséquio, segundo o dicionário da H. Garnier. Portanto:"longe da civilidade" – corresponde a pouco civilizado, pouco obsequioso, pouco fraternal, etc. Devo ainda ressaltar a idéia de "pior Mercador": É o fato evidente do mercantilismo egoista e muitas vezes cruel que atua na Terra. O bom comportamento ético determina os parâmetros da troca de favores entre os homens, comunidades, e nações com a devida justiça, sob o lema" Dar para receber", ou lei dos "Direitos e Deveres", e "tudo na vida tem um preço", "pesos e medidas". Na Bíblia é asseverado que Deus usa pesos e medidas para nos comprar. Por isto somos servos de Deus e de nosso semelhantes. Cada pessoa deve servir sem ser servil. Porém, todos nós temos tendência a receber e não dar. Tendência de usurpar. É destas coisas e muito mais que Nostradamus menciona nesta quadra para nos inspirar à análise, aprendizado e prática do melhor comportamento ético.

IX - XLVI Vuydes, fuyez de Tholose les rouges, Du sacrifice faire piation, Le chef du mal dessous l'ordre des courges, Mort estrangler carne omination. Tradução: Fugir, fugir de Tholose os rubros, Do sacrifício é feita expiação, O chefe do mal debaixo da sombra das abóboras, Morte estrangular carne mau agouro. Interpretação: Deveis fugir, fugir dos pecados ("os rubros") da Terra "Tholose". Pelo sacrifício é feita a remissão dos pecados. A origem do mal está na ignorância. A morte, esse mau agouro ("omination") virá estrangular o corpo ("carne") com tudo que ele tem de nefasto. Comentário: "Tholose": metáfora de Terra, ou de corpo humano. "omination": mau agouro, nefasto, causa de desgraças. "abóboras": metáfora de cabeças.

IX - XLVII Les soubs signez d'indigne delivrance, Et de la multe auront contre advis: Change monarque mis en pareil pense, Serrez en cage se verront vis à vis. Tradução: Os abaixo assinados de indigna redençao, E da condenação terão contra-aviso: Muda monarca posto em perigosa pensadura, Fechados em jaula se verão frente a frente. Interpretação: Os que levam vida ("redenção") indigna muito abaixo dos padrões toleráveis ("abaixo assinados") terão grande surpresa ("contra-aviso") pela condenação a que estarão sujeitos. Na mudança de personalidade ("muda monarca") de gente para alma, serão postos em perigoso tratamento ("perigosa pensadura"); fechados em suas próprias consciências como se prisioneiros em jaula ver-se-ã cara a cara com os episódio dos seus desatinos.

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Arvedus marés. Comentário: Estes fatos são bastante conhecidos nos meios espíritas cristãos. Almas de todos os níveis consciênciais declaram todos os dias através dos médiuns e videntes as suas situações na vida espiritual. Os maiores criminosos queixam-se do assédio que sofrem de outras almas que foram altamente prejudicadas por eles. E ainda sofrem mais pela ação das idéias fixas que pululam em suas consciências expondo-lhes os quadros dantescos dos episóidos e dramas dos quais foram autores. As almas que praticaram delinquências menores e que estão na situação de purgatório ficam também vis a vis com os episódio gravados em suas consciências e não têm sossego. Em suma, os grandes inimigos das almas criminosas e das pecadoras são os quadros elaborados pela própria imaginação, a qual atua de modo semelhante ao vídeo-tape só que a alma vive dentro dele como acontece nos sonhos e pesadelos.

O que ele salienta nesta quadra ocorre com a HUmanidade, e de modo semelhante com cada pessoa e cada alma.

IX - XLIX Gand et Bruceles marcheront contre Anvers Senat de Londres mettront à mort leur Roy, Le sel et vin luy seront à l'envers, Pour eux avoir le regne en desarroy. Tradução: Gand e Bruceles marcharão contra Anvers Senado de Londres meterão a morte seu Rei, O sal e o vinho ser-lhe-ão ao avesso, Para eles ter o reino em desordem. Interpretação: Não consigo entender esta quadra. "Bruceles": de Brucelose - infecção epidêmica.

IX - L

IX - XLVIII

Mandosus tost viendra à son hault regne, Mettant arriere un peu les Norlaris: Le rouge blesme, le masle à l'interregne, Le ieune crainte et frayeur Barbaris.

La grand cité d'Occean maritime Environnee de marets en christal: Dans le solstice hyemal et la prime, Sera tentee de vent espouvantal.

Tradução: Mandosus breve virá a seu alto reino, Metendo atrás um pouco os Norlaris: O rubro descorado, o viril no interregno, O jovem medo e pavor pelo alarido dos Bárbaros.

Tradução: A grande cidade do Oceano marítimo, Rodeada de marés em cristal: No solstício do inverno e da primavera, Estará abalada por vento medonho. Interpretação: A grande Humanidade ("cidade do Oceano marítimo", ou mar humano") composta por muitas gerações ("marés em cristal") e marés de progresso. Nos tempos de angústia e nos tempos de paz e alegria estará abalada por movimentos sociais apavorantes ("vento medonho"). Comentário: Esta situação mencionada por ele sempre existiu no Mundo. E acontece também, no mundo das almas que está situado na camada da atmosfera. Razão pela qual ele fala poeticamente: "rodeada de marés de cristal". Quando se observa vídeo-tapes projetados pelas naves espaciais vê-se a atmosfera como um oceano de cristal, com várias camadas como vagas e

Interpretação: Em breve o Poder satânico ("Mandosus") terá preponderância enfraquecendo um pouco a ação dos anjos tutelares que norteiam os bons costumes ("Norlaris"). O valente estará indolente, o decidido ou enérgico estará indeciso, o imaturo estrá cheio de medo e pavor sob a ação das notícias que falam e mostram os acontecimentos trágicos do Mundo, e assim se sentem como uma coorte posta em pânico pelo alarido dos Bárbaros. Comentário: "Mandosus": mandão, avassalador. Interpreto por Poder satânico ou poder maléfico ou espírito do mal. Não um ser denominado Satã. Considero um poder maléfico formado pela somatória de todos os maus pensamentos e ações más proporcionadas por cada pessoa e alma do Mundo.

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Assim falou Nostradamus Por exemplo: a maledicência, o roubo, o assassínio, o desperdício, a corrupção, a guerra, a crueldade em todos os sentidos, etc. Tudo isto somado gera o poder satânico. "Norlaris": anagrama de Nor-norte + Laris: deuses ou anjos tutelares Lar-Laris do latim.

Tradução: A paz aproxima-se de um lado a guerra Nunca foi de continuidade tão grande, Lamentar homem, mulher, sangue inocente por terra, E assim será na França por todos os lados. Interpretação: Há sempre um esforço pela paz, entretanto há sempre um esforço maior pela guerra e em futuro ela terá maior extensão. Homem e mulher estarão a lamentar. Sangue inocente correrá por terra. E assim acontecerá na Terra ("França") por todos os lados.

IX - LI Contre les rouges sectes se banderont, Feu, eau, fer, corde par paix se minera, Au point mourir ceux qui machineront, Fors un que monde sur tout ruynera. Tradução: Contra os rubros seitas se ligarão, Fogo, água, ferro, corda por paz se arruinará, Ao ponto morrer aqueles que maquinarão Fora um que mundo sobre todos arruinará.

Comentário: É ocioso comentar estes vaticínio. A história e os canais de comunicação mostram esses fatos a toda hora.

Interpretação: Contra os violentadores ("os rubros") as seitas religiosas ligar-se-ão. Beligerância, diplomacia, prepotência arruinarão acordos ("corda") para a paz. É um gosto, uma ânsia inexplicável dos que engendram tais desgraças no Mundo; mas o fazem mesmo sabendo que morrerão por isto e/ou sofrerão muito por isto. Só não morrerá o maior maquinador que está atuando sobre todos os seres humanos, o Poder Satânico que atua sobre o cérebro de cada pessoa no Mundo.

Ne Neron ieune dans les trois cheminees Fera de paiges vifs pour azdoir ietter, Hereux qui loing sera de tels menees, Trois de son sang le feront mort guetter.

IX - LIII

Comentário: Entendo que ele usou as metáforas seguintes para:Beligerância – "fogo"; diplomacia "água; prepotência "ferro"; acordos ("corda) visto que em todos os movimentos de conquista estas forças são usadas. A diplomacia secunda e é secundada pela intenção beligerante e pelo arsenal de guerra que é todo proporcionado pelo ferro. A diplomacia é de ação sutil como a água que infiltra pelo solo.

IX - LII

La paix s'approche d'un costé et la guerre, Onques ne fut la poursuitte si grand, Plaindre homme, femme, sang innocent par terre. Et ce sera de France à toute bande.

Tradução: O Nero jovem dentro das três chaminés Fará de páginas vivas para arder jogar, Feliz quem longe estará de tais maquinações, Três de seu sangue o farão morte espiar. Interpretação: Um novo Nero surgirá dentro de trezentos anos ("três chaminés') ou três séculos. Fará pessoas vivas ("páginas vivas") ser jogadas no fogo para serem queimadas. Feliz de quem estiver longe de tais maquinações. Três da sua raça o farão sofrer a agonia da morte. Comentário: Entendo que Nostradamus teve uma visão muito clara da época Hitleriana com os feitos horrendos da II Guerra, e a grande hecatombe nos campos de concentração onde os prisioneiros judeus e prisioneiros de outras raças foram queimados vivos, fusilados, enforcados e sufocados em câmaras de gás. Profetizou para trezentos anos e o vaticínio foi cumprido após 390 anos, portanto antes do 4º século de previsão. O 4º verso prevê que o responsável principal dessa ação desumana deveria sofrer três atentados. Alguns militares alemães provocaram três

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Arvedus atentados contra a vida de Hitler, sendo que ele espiou a morte no terceiro atentado. Hitler teve um comportamento semelhante, ao que Nostradamus mostra um perfil magistral.

IX - LIV

todas as almas tenham a possibilidade de se remir dos defeitos e pecados.

IX - LV L'horrible guerre qu'en l'Occident s'appreste, L'an en suivant viendra la pestilence Si fort horrible, que ieune, vieux ne beste, Sang, feu, Mercure, Mars, Iupiter en France.

Arrivera au port de Corsibonne Pres de Ravenne, que pillera la dame, En mer profonde legar de la Ulisbonne Sous roc cachez raviront septante ames.

Tradução: A horrível guerra que no Ocidente se apresta O ano seguinte virá a pestilência Tão fortemente horrível, que jovem, velhos nem besta Sangue, fogo, Mercúrio, Marte Júpiter na França.

Tradução: Arribará ao porto de Corsibonne, Perto de Ravenne quem pilhará a dama, Em mar profundo legar da Ulisbonne Sob rocha ocultados arrebatarão setenta almas. Interpretação: Adentrará no cérebro humano ("porto") os defeitos e qualidades do Corso ("Corsibonne") ao redor da mente espiritual ("Ravenne", e/ou olho de Ravena) sendo que os defeitos pilharão as virtudes da mente ("dama"). Por processos misteriosos como do mar profundo a mente passa a legar o progresso moral do Homem, esse herói perante a vida que tem em si o arrojo e tantas outras virtudes de Ulisses ("Ulisbonne"). Todas as virtudes que na cabeça estão ocultas sob o crânio, como tesouros ocultos sob a rocha arrebatarão as almas da perdição durante setenta séculos. Comentário: Nesta quadra ele define o conceito que faz do homem e do Espírito Humano ou Mente Coletiva. "Corsibonne": anagrama composto por Corso + boa ou seja: homem heróico que desenvolve suas qualidades semelhantemente a Ulisses, segundo as descrições da mitologia. "Ravenne": Ravena foi sede do papado por certo tempo. E o papado sempre teve o conceito proverbial de "Olho de Deus na Terra", ou sede da Divindade. A cabeça é a sede de nossa divindade, o espírito. "dama": no caso, mente. "setenta": o número sete, e o setenta, esotericamente tem o sentido de completo, de perfeito, de total. No caso de "setenta almas" ele quer designar todas as almas. E também setenta séculos que é um tempo planejado pela Providência Divina para que

Intepretação: Tenho visão da horrível guerra que se prepara para eclodir no Ocidente. Após sua eclosão virá a pestilência. Tão fortemente horrível que todos – jovens, velhos e até as bestas não escaparão dos seus efeitos. Haverá muito sofrimento ("sangue") e muita paixão desencadeada ("fogo") na Terra ("França") pois que os seres humanos usarão das suas virtudes e defeitos que sintetizo nas figuras mitológicas de Mercúrio, Marte, e Júpiter, para gerar tal guerra. É fácil comprovar estes vaticínios ao analisarmos os acontecimentos históricos a partir do ano de 1600 até hoje, 1998. A constância das guerras que explodem intermitentemente dá-nos a impressão de uma guerra só. A pestilência mencionada por ele deve ser tomada não só por pestilência física, mas principalmente por pestilência mental, ou insanidade mental. Tal insanidade floresce durante as guerras e se alastra furtivamente e vai destruindo os bons costumes e substituindo-os pelos maus comportamentos. Analisando-se as causas e efeitos das seguintes guerras: a Napoleônica, e a I e a II Guerras Mundiais temos subsídios mais suficientes para corroborar os vaticínios desta quadra. Peço desculpas a você, leitor, por não ter condição de transcrever os textos mitológicos que explicam o caráter e tendências do homem representados pelas elegorias de Mercúrio, Marte, e Júpiter, quais podem ser estudadas nas encliclopédias e outros livros para sua melhor compreensão desta quadra.

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Assim falou Nostradamus

IX - LVI Camp pres de Noudam passera Goussan ville, Et à Malotes laissera son enseigne, Convertira en instant plus de mille, Cherchant les deux remettre en chaine et legne. Tradução: Campo próximo de Noudam passará Goussan ville, E a Malotes deixará sua insígnia, Converterá em instante mais de mil, Procurando os dois repor em corrente e lenha. Interpretação: O corpo humano ao se aproximar da Morte (Noudam") passará a um estado nojento e estúpido ("Goussan") parecendo uma vila nojenta, e a moscardos ("malotes") deixará seu vestígio. E em um instante se converterá em mais de mil predadores. Na fase da agonia ele estará tentando manter aprisionados em si o espírito e a alma ("os dois repor"). Comentário: Este fato é bastante conhecido por médicos e por médiuns videntes. ("Malotes"): moscardos, em francês. ("Goussan"): metáfora derivada "Goussant": homem torpe, nojento, estúpido. E/ou "gousset": sovaco, mau cheiro de sovaco. ("mais de mil"): Neste caso significa uma multidão de predadores.

IX - LVII Au lieu de DRUX un Roy reposera, Et cherchera loy changeant d'Anatheme, Prendant le ciel si tresfort tonnera, Portee neusve Roy tuera soy-mesme. Tradução: No lugar de DRUX um Rei repousará, E procurará lei mudando de Anatema, Enquanto o céu trovejará tão fortemente, Compreensão nova mortificará a si mesmo. Interpretação: Em lugar Divino um espírito repousará e procurará andar dentro dos princípios da boa ética para sair da ex-comunhão em que se terá colocado, enquanto a sua consciência trovejará acusações. Compreensão nova mortificará a si mesmo.

Comentário: "DRUX": nome alegórico para "Divino Rei de Uz". "Uz": região que abrangia, inclusive, o Líbano e a Síria. E é sobrenome de uma ancestral tribo aramaica representado pelo filho mais velho de Aarão, irmão de Moisés. "Drux": é uma forma arcaica de Drusos, povo que habita nas montanhas do Líbano, descendentes de Aarão. Professam a doutrina reencarnacionista nos moldes do espiritismo cristão e espiritualismo. A enciclopédia americana "Funk e Wagnalls" traz uma gama de detalhes bastante apropriados para o entendimento desta quadra, ao que se refere à palavra "DRUX" e à consequente idéia e conceitos expostos nela. Nostradamus, em suma, está contando qo que ocorre com qualquer espírito ("um Rei") após desencarnar, o que é sobejamente conhecido pelos espiritualistas. Aliás, ocorre, também, para algumas pessoas ainda encarnadas.

IX - LVIII Au costé gauche à l'endroit de Vitry Seront guettez les trois rouges de France, Tous assommez rouge, noir non meurdry, Par les Bretons remis en asseurance. Tradução: Ao lado esquerdo no lugar de Vitry Serão observados os três rubros da França, Todos afligidos vermelho, negro não magoado, Pelos Bretões remidos em segurança. Interpretação: Na cabeça, ao lado esquerdo, no mesmo lugar, onde vive o Espírito serão observados os três fatores de emoções que acionam a Mente ("France"). Todos nós somos afligidos pelas emoções do sangue ("vermelho") enquanto estamos vivos; o corpo estando morto, o sangue fica escuro ("negro") e então não estrá mais sendo magoado. Então, os nossos espíritos serão remidos em segurança pelos espíritos missionários, apoiados em nossas virtudes ("Bretons"). Comentário: "Vitry": metáfora de Espírito. De aspecto transparente como o vidro. "três rubros": metáfora de três fatores

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Arvedus emocionais (a sensação, a emoção, e a paixão) que são emoções geradas pelo corpo e incidem nas atividades mentais da pessoa ("França" – Mente). "Bretons": moedas dos duques da Bretanha. Neste caso, é metáfora de riquezas (virtudes) do espírito (o dirigente, o duque).

IX - LIX

sentido de valores virtuosos, éticos os quais são fortalecidos pelos sacrifícios ("tristezas") naturais da vida. Neste caso, "Bretões": "moedas valiosas dos Duques da Bretanha".

IX - LX Conflict Barbare en la Cornete noire, Sang espandu trembler la Dalmatie, Grand Ismael mettra son promontoire, Ranes trembler, secours Lusitanie.

A La Ferté prendra la Vidame Nicol tenu rouge quavoit produit la vie, La grand Loyle naistra que sera clame, Donnant Bourgongne à Bretons pas ennuie. Tradução: Na fertilidade colherá a Vidame, Nicol mantido encarnado vermelho quem tinha produzido a vida, A grande Loyle nascerá que fará clame, Generoso Bourgogne a Bretons por tristeza. Interpretação: Na fertilidade do corpo o espírito colherá os benefícios da vida humana com a obrigação de defendê-la. Assim o espírito ("Nicol") será mantido encarnado utilizando as qualidades do Sangue ("vermelho") o qual é a essência e veículo para dar vida ao corpo, utilizado pelo espírito que é o seu criador. Deste modo, o corpo é figurativamente, a esposa leal ou uma espécie de capa de peregrino ("que fera clame") ou em outras palavras: é um terreno generoso ("generoso Bourgogne") posto a disposição do espírito e da alma ("Bretons') para os quais, não obstante, o corpo ser-lhes uma terra útil, não deixa de lhes causar tristeza. Comentário: "vidame": título dado a alguém que antigamente gozava de algumas terras pertencentes a um bispo com a obrigação de defendê-la. "Nicol": anagrama de Nicolau, São Nicolau, Papai Noel. Figuração do espírito por expressão bondosa do Papai Noel sentida por uma criança. "Loyale":leal, fiel, legal. Figura da esposa para o marido, usualmente aplicada para ilustração da alma, e das virtudes, pelos escritores bíblicos. "clame": espécie de capa de peregrino. "Borgogne": região da França. Neste caso, metáfora para o corpo. "Bretões": metáfora com sentido de conquistadores europeus. Ao mesmo tempo, "Bretões " tem

Tradução: Conflito Bárbaro na Corneta negra, Sangue espargido, tremer a Dalmácia, Grande Ismael meterá seu promontório, Rãs tremer, socorro Lusitânia. Interpretação: Ainda haverá grandes conflitos selvagens naqueles tempos alertados por Profecias sinistras ("Corneta negra"). Muito sangue e sofrimentos serão espargidos e farão tremer a Terra ("Dalmacia"). As facções e seitas Ismaelitas ("grande Ismael") tentarão impor suas convicções religiosas e políticas com reivindicações e vindicações seculares ("meterá seu promontório"). As populações estarão a tremer de medo como rãs nos brejos. Não obstante, o socorro dos Céus ("Lusitânia") estará mantido por meio de homens e almas, secundados pelas ciências, e pela tecnologia, e pela ação Religiosa. Comentário:("grande Ismael"): frase significando o Poder gerado pela desobediência e desrespeito da Humanidade às Leis Divinas e humanas – o que causa prejuizo geral. ("socorro Lusitânia"): Lusitânia tem a significação de luzente benéfico. E da natureza dos seres celestes. ("corneta negra"): com o mesmo sentido de trombetas do apocalípse.

IX - LXI La pille faite à la coste marine, Incita noua et parens amenez,

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Assim falou Nostradamus Plusieurs de Malte par le fait de Messine, Estroit setrez seront mal guerdonnez.

danificou 70.000 pessoas.

IX - LXII

Tradução: A pilhagem feita à costa marinha, Incita nova e parentes persuadidos, Diversos de Malta pelo fato de Messina, Estreito escudados serão mal recompensados.

Au grand de Cheramon agora Seront croisez par ranc tous attachez, Le portinay Opi et Mandragora, Raugon d'octobre le tiers seront laschez.

Interpretação: Quando uma pessoa digna, altruista, analisa bem os acontecimentos históricos eos esotéricos que a circundam, verifica a grande pilhagem que vai se sucedendo contra o bom padrão moral da Humanidade ("costa marinha"). Tal análise incita a arquitetar uma nova ordem de procedimento filosófico e religioso ("incita nova") e leva tal pessoa a comungar com pessoas e Instituições sequiosas por conquistar o melhor Bem Estar humano ("parentes"). Muitas instituições religiosas e outras profanas estarão sempre trabalhando e batalhando por essa nova ordem universal, ou seja, a Civilização propriamente dia, – à semelhança do esforço proverbial dos Cavaleiros de Malta. E o estarão fazendo arrostando toda a sorte de adversidades naturais, físicas e psíquicas promovidas pelos adversários que são amigos da desordem ("fato de Messina"). Arrostando os acontecimentos adversos, e os adversários, a semelhança das populações de Messina através dos tempos. É evidente que tais instituições e pessoas estarão batalhando em minoria ("estreito escudados") e além disso serão mal recompensadas pelos seus eforços. Porém, continuarão intrépidos em sem trabalho messiânico ("fato de Messina"). Comentário: Acredito que meu esforço em aclarar a intenção altruista subentendida por ele nesta quadra seja suficiente para o leitor se inspirar no ideal apontado. Sei que o erudito de boa vontade assimilará bem o exposto. Não obstante, qualquer pessoa dotada de boa experiência da vida, ao ler os fatos históricos e geográficos a respeito de Malta, e de Messina, incorporando-os as idéias e conceitos da quadra, entenderá e sentirrá a intenção dele como eu senti ao interpretar. Em 1908 Messina sofreu um terremoto que

Tradução: Ao grande de Cheramon agora Estarão cruzados por categoria todos atados, O porto-nascido Ópio, e Mandrágora, Raugon de outubro o terceiro estarão afrouxados. Interpretação:Ao grande número de seitas valiosas ao meu ver ("Cheramon agora") que existem agora, no futuro os Cristãos ("cruzados') estarão interligados ("todos atados") de acordo com a categoria ideológica de cada seita cristã ("por categoria"). Uma grande parte da Coletividade Humana ("O porto-nascido") estará constituida de uma mentalidade sonambúlica em relação às realidades espirituais ("Ópio") e ainda mais conturbada por idealismos misticistas e materialistas cujos idealismos atuarão à semelhança da influência do ópio e da Mandrágora. Os freios da disciplina, da obediência, do respeito estarão afrouxados o que facultará a um grande número das gentes ("Raugon") viver e conviver em um regime altamente anti-ético no final do II Milênio ("de outubro") e começo do III Milênio ("o terceiro"). Comentário: ("Cheramon"): tomei por metáfora de: valioso, a meu ver, ou caro a meu ver ou entender. ("cruzados"): metáfora de cristãos. ("ranc"): categoria, posição social, fileira, classe. Creio que usou ranc por anglicismo. Isto é, derivou de "rank". (Portinay"): com sentido de: aportado, portonascido. Isto é, o espírito que aporta na carne. ("Opi"): apócope de Ópio. ("Mandrágora"): Gênero de plantas da família das Solanáceas muito empregadas em feitiçaria na Antiguidade e na Idade Média. Neste caso, alegoriza a influência exercida pelo materialismo juntamente com o idealismo misticista. ("Raugon"): Creio que ele escreveu "Rangon" e terá sido copiado "Raugon". Por erro de grafia. Assim

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Arvedus sendo, Rangon" é metáfora derivada de "rang": classe, ordem, fileira. Então, "Rangon" terá o sentido de grande número de pessoas. ('de outubro") Pelo calendário anterior a 1608 o mês de outubro era o último mês do ano. Então, neste caso representa o final do II mIlênio e se refere às Profecias dos últimos tempos. Da mesma forma ("o Terceiro").

IX - LXIII Plainctes et pleurs, cris et grands hurlemens Pres de Narbon à Bayonne et en Foix, O quels horribles calamitez changemens, Avant que Mars revolu quelques fois.

que em razão das calamidades apontadas na quadra, haveria também uma expansão e fortalecimento da Fé nos ditames Divinos para benefício dos homens e almas.

IX - LXIV L'Æmathion passer monts Pyrenees, En Mars Narbon ne fera resistance, Par mer et terre fera si grand menee, Cap n'ayant terre seure pour demeurancé. Tradução: O Æmathion passar montes Pireneus, Em Mars Narbon não fará resistência, Por mar e terra fará tão grande intriga secreta, Cap não tendo terra segura para habitação.

Tradução: Lamentos e prantos, gritos e grandes urros Perto de Narbon a Bayonne e em Foix, Oh que horríveis calamitosas mudanças, Antes que Marte revoluido algumas vezes. Interpretação:Lamentos e prantos, gritos e grandes urros nas proximidades de um tempo (Narbon a Bayonne") e em sucessão de tempos menores ("em Foix"). Oh! que horríveis e calamitosas mudanças antes que a paixão beligerante ("Marte") deixe de subordinar os homens e depois de ela ter revoluído algumas vezes. Comentário: Entendo que ele está vaticinando o efeito de guerras e revoluções com as suas violentações, as quais deveriam ocorrer a partir de seu tempo até mais ou menos ao ano de 2200. Uma revolução de Marte dura 680 dias. Em linguagem bíblica 680 anos. ("Perto de Narbon a Bayonne"): entendo que está falando de um ciclo, o qual não especifica. "Foix": fois– significa, também: sucessão de tempos, além de significar: turno, ocasião, momento, circunstância. Foix com "x" é o nome da cidade fundada por Carlos Magno e que foi um dos principais centros dos combates entre Católicos e Protestantes. Outrossim, Carlos Magno, instituído Rei do Sacro Império Romano fundou Foix a partir de uma capela que existiu no local. Com isto, torna-se uma metáfora de expansão de fé humana. A qual ligada ao sentido do vocábulo "Fois" que é: sucessão de tempos, amplia a idéia de

Interpretação: Uma poderosa intenção de conquista tanto de cunho Celeste quanto de infernal ("Æmathion") estará ulrapassando as expectativas ("passar montes Pireneus'). Haverá constante beligerância ("Em Mars"), e o homem não oporá resistência a esta emoção ("Narbon não fará resistência"). Por almas e homens ("por mar e terra") haverá muito grande intriga, a qual agirá sutilmente através das mentes ("secreta"). E de tal forma a beligerância e a intriga estará atuando que o homem ("Cap") sentir-se-á muito inseguro em sua vida terrena. Comentário:"Æmathion": deus da conquista, na mitologia céltica e germânica. "Narbon": habitante de Narbonne: metáfora para homem. "Mars": Marte – deus da guerra. Em sentido construtivo: deus do entusiasmo, da intrepidez, do heroismo.

IX - LXV Dedans le coing de Luna viendra rendre Où sera prins et mis en terre estrange, Les fruits immeurs seront à grand esclandre, Grand vitupere, à l'un grande loüange. Tradução: Dentro do canto da Lua virá sujeitar-se,

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Assim falou Nostradamus

IX - LXVII

Onde será preso e posto em terra estranha, Os frutos imaturos estarão a grande escândalo, Grande vitupério, a um grande louvor. Interpretação: O espírito virá sujeitar-se a viver no corpo humano como se fora um raio de sol aprisionado, no canto sombrio da Lua. Aí sentr-se-á como que exilado em terra estranha. Os pensamentos gerados pelo cérebro e os comportamentos acionados pelo corpo terão muito de escandaloso. Porém, de grande louvor para os interesses e desejos do corpo, o qual é muito inclinado aos bens materiais, e pouco inclinados aos bens espirituais. Comentário:dispensável. A interpretação esclarece suficientemente.

IX - LXVI Paix, union sera en chagement, Estats, offices, bas hault, et hault bien bas, Dresser voyage, le fruict premier tourment, Guerre cesser, civil procez debats. Tradução: Paz, união haverá e transformação, Estados, ofício, baixo alto e alto bem baixo, Preparar viagem, o fruto primeiro tormento, Guerra cessar civil processo debates. Interpretação: Nota – Sequência da anterior LXV. Externamente há uma expressão de paz e de união perfeita entre espírito e corpo. E, com os tempos ou idades vai havendo transformação. Status social e deveres passarão a ser mal ajuizados. Os desejos, interesses, aparências de pouco valor realmente virtuoso serão considerados de alto valor ("baixo alto"); e as reais virtudes, tanto do corpo quanto do espírito, estarão sendo mal cuidadas e mal consideradas ("e alto bem baixo"). Ao chegar a morte, no momento da agonia ("preparar viagem") ao analisar os resultados da vida ("o fruto") é para o espírito ("primeiro") um tormento. Porém, a guerra entre ele e o corpo cessa. Agora ele e o cérebro estarão diante do tribunal da consciência, à semelhança de um tribunal em que há os debates sobre um processo civil. Comentário: Estes fatos são familiares para os espiritualistas.

Du hault des monts à l'entour de Lizere Port à la coche Valent cent assemblez De Chasteau neuf Pierre late en douzere, Contre le Crest Romans foy assemblez. Tradução: Do alto dos montes ao redor de Lizere Porto à rocha Valente cento reunidos De castelo novo Pierre oculta em duodécima Contra o Crest Romans fé reunidos. Interpretação: Nota: sequência das quadras anteriores. Logo ali, pouco acima dos mais altos montes dentro do atmosfera que envolve a Terra ("Lizere") aporta o espírito vencedor ("Porto à rocha Valente"). Ali onde convivem muitos outros espíritos da mesma categoria ("cento reunidos"). Agora ele está revestido de um corpo novo, ou forma diferente do corpo humano ("castelo novo"). Agora ele é aquela metafórica pedra angular ("Pierre') que estava oculta até a hora extrema do corpo ("oculta em duodécima"). Esta exposição é verdadeira embora contrarie os mistificadores ignorantes, ("Crest Romans") reunidos em sua fé matizada pelo paganismo ("fé reunidos"). Comentário: "Lizere": metáfora de Terra. Anagrama de lis – lírio. Idéia poética de coisa ou natureza bela e útil como o é o lírio. "rocha Valente": figura de espírito ou mesmo pessoa destemida, valente. "cento": metáfora de – um número indefinido de coisas ou seres. "castelo novo": metáfora de novo corpo, nova forma do ser. Com idéiade caráter enriquecido, brilhante. "Pierre":metáfora concernente à natureza santa do Apóstolo Pedro, baseado na asseveração de Jesus quando disse:"Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja". Com isto, Jesus transfere ao Apóstolo a alegoria profética que assegura ser Ele a Pedra Angular da Pirâmide Humana. Neste caso, Nostradamus transfere a alegoria para a situação e função do espírito da pessoa, fazendo subentender que o espírito é a pedra oculta que cria e complementa a estrutura e a inteligência do corpo.

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Arvedus Portanto, o templo ou igreja do espírito. ("Crest ou Crête"): Crista do galo. Neste caso, com sentido de orgulho, de vaidade. ("Romans"): novela, romance, ficção. Portanto, "Crest Romans" alegoriza a vaidade intelectual dos misticistas, dos materialistas e mesmo dos religiosos. Principalmente dos líderes. E, mais, ("Crest"): anagrama de "Crète", ou nova ortografia francesa para "crest", significando Creta, ilha de Creta. E, entendo que ele está impondo a idéia de cretinice, visto que cretino é um prejorativo derivado dos antigos habitantes de Creta. Sentdo pejorativo proverbial pelo fato de que os cretenses antigos eram considerados os maiores boçais do Mundo. Portanto, "Crest + Romans" tem a tradução de corja de boçais pagãos. ("duodécima"): a última hora do dia.

IX - LXVIII Du mont Aymar sera noble obscurcie, Le mal viendra au ioinct de Saone et Rosne, Dans bois cachez soldats iour de Lucie, Qui ne fut onc un si horrible throsne. Tradução: Do monte Aymar será nobre obscurecida, O mal virá à juntura de Saone e Rosne, Dentro do bosque escondidos soldados dia de Lucia Quem não foi nunca um tão horrível trono. Interpretação: A partir da época remota em que o Hinduismo coligado ao Brahmanismo passou a doutrinar as massas por doutrinação mitológica, arquitetando um panteon cada vez maior de divindades exóticas ("do monte Aymar") e levando as multidões a cultuar tais divindades, os tabus e as superstições foram crescendo. Por isto e outros fatores correlatos, ambas as correntes religiosas foram perdendo a nobreza inicial("será nobreza obscurecida"). Haverá uma decadência paulatina para estas duas correntes religiosas, na proporção do crescimento de suas populações de adeptos ("o mal virá à juntura de Saone e Rosne"). Dentro de cada cérebro e/ou mente de seus adeptos e seguidores ("dentro do bosque") – o fanatismo, o paganismo, a superstição, os tabus, os maus costumes, etc, estarão à guisa de soldados escondidos até o dia em que a consciência de cada um possa enxergar as Verdades com clareza ('dia de

Lúcia"). Até essa ocasião, o Ego dos adeptos será umhorrível trono; o qual não era antes("Quem não foi nunca um tão horrível trono"). Comentário: "monte": facção, multidão. "Aymar ou Ayenar": na mitologia Indiana – é o filho do deus Vishnu, o protetor do campo ou preservador. Os primeiros e principais mitos do Bramanismo e do Hinduismo são: Brahma, o Criador; Visnu, O Preservador; Siva, o Destruidor. "Saone e Rosne": dois grandes rios da França. "Jour de Lucie": dia de glória, de esplendor. Neste caso, metáfora para Iluminação, Verdade, clareza justa e benéfica para a consciência. Nostradamus disparou as suas baterias de eloquência metafórica sobre estas duas religiões, o que me leva a entender que ele estudou minuciosamente a literatura sobre elas. Condenou a prática e ressalvou a essência doutrinária. Se o leitor quiser compreender as razões, de fato, só precisará ler toda a literatura a respeito para chegar as conclusões que ele chegou e que eu entendi. Outrossim, ao se confrontar as doutrinas e práticas de todas as grandes Religiões, e também, das seitas vamos encontrar comportamentos semelhantes. Infelizmente, o Cristianismo não vem trazendo excessão à regra. No Velho e no Novo Testamento são encontradas severas condenações à Idolatria e ao Ritualismo, visto que postos em prática afastam o homem de Deus – e leva às pessoas a ter a verdadeira Fé enfraquecida, como é bem alegorizado pelo episódio do bezerro de ouro no tempo de Moisés.

IX - LXIX Sur le mont de Bailly et la Bresle Seront cachez de Grenoble les fiers, Outre Lyon, Vien, eulx si gran gresle, Langoult en terre ne restera un tiers. Tradução: Sobre o monte de Bailly e a Bresle Estarão escondidos do Grenoble os presunçosos Além Lyon, Vien, eles tão grande saraiva, Locusta em terra não restará um terço.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: Sobre a estrutura do cérebro humano ("sobre o monte de Bailly") e sobre o corpo ("Bresle") estarão escondidos os pensamentos presunçosos do arrogante sob a máscara da Nobreza ("de Grenoble"). No Além, o espírito ("além Lyon") e a alma ("Vien") ambos sofrerão muito grande tormento ("grande saraiva"). Do corpo ("locusta") enterrado ("na terra") não restará um terço. Comentário: "Bailly ou bailli": Baílio – juiz de província. Neste caso, o cérebro: o que julga que raciociona. "Bresle ou brellee": balsa ou jangada para navegar pelo rio. No caso, o "rio da vida". ("de Grenoble"): aplicado como em jogo de palavras cruzadas. O nome antido de Grenoble era Gracianópolis. Nome dado à cidade por menção honrosa ao Imperador Graciano. Assim sendo, Gre-noble monta a metáfora Graça Nobre, ou virtude da nobreza. "Lyon": Leão: – metáfora de espírito. "Vien": metáforade alma, visto que é anagrama de Viena. O nome antigo de Viena, posto pelos romanos era Vindobona – com a significação de boa herança, ou vinha boa. Viena, em língua alemã, é Wien. Em sentido esotérico "vinha" é usada para figurar alma. "Vinho": – para figurar espírito. "Locusta": neste caso, é figura de corpo humano. Pelo 4º verso ele faz lembrar que na sepultura não restará um terço da estrutura corporal do homem. E, nada, restará da inteligência.

Interpretação: Nestas minhas quadras ("archotes") estão escondidos, velados muitos conhecimentos e sabedoria ("Arnêses") em linguagem cortante e pungente ("armas talhantes"). Outrossim, falo também das coisas Sagradas e do após Juizo Final ("dia do Sacramento"). Nessa aparência feroz de leão ("dentro de Lyon") há um sentimento sagrado de fraternidade ("dia do sacramento"). Porém, é-me necessário repetir e repetir por estes versos latinos ("cantões Latinos") que os defeitos, vícios e pecados humanos, os quais são nocivos como as pragas na Videira ("Vienne":Vinha) serão subjugados por uma disciplina severa, como sendo mortos a machado. Ou, como o trigo é segado pelo alfanje. O profeta mascara seus escritos, mas não mente ("Mascon não mente"). Comentário: Pode-se também compreender por uma interpretação sumária, o seguinte: Nos textos bíblicos em linguagem exotérica e esotérica estão explicadas todas as ciências para o melhor comportamento ético necessário para os homens e almas viverem e conviverem com sabedoria e Bem Estar. Esses textos são como armaduras e armas competentes para subjugar os defeitos, vícios e pecados – pela força das virtudes. "Vienne": Viena. Metáfora de Vinha que é bastante usada nos textos bíblicos. "Cantões Latinos": versos ou cantos em línguagem latina. "Mascon": anagrama de "Mascaron": mascarado. "Dentro de Lyon": leão. No íntimo do ser. No Ego. Na mente e no corpo.

IX - LXX

IX - LXXI

Harnois trenchans dans les flambeaux cachez Dedans Lyon le iour du Sacrement, Ceux de Vienne seront trestous hachez Par les cantos Latins, Mascon ne ment.

Aux lieux sacrez animaux veu à trixe Avec celuy qui n'osera le iour, A Carcassonne pour disgrace propice Sera posé pour plus ample seiour.

Tradução: Arnêses armas talhantes nos archotes escondidos Dentro de Lyon o dia do Sacramento, Aqueles de Vienne serão mortos a machado Pelos cantões Latins, Mascon não mente.

Tradução: Aos lugares sagrados animais vistos por metáfora Com aquele quem não ousará o dia, A Carcassonne por desgraça propícia Estará posto por mais ampla permanência.

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Arvedus

Interpretação: Nos textos sagrados ("aos lugares sagrados") as figuras literárias, em parte figuras de animais, são utilizadas por metáforas para subentender os pensamentos abstratos por vários motivos que não permitem ao Profeta expor os fatos com clareza. Ao ser humano ("A Carcassonne": carcassa) os sofrimentos são postos por necessidades reconhecíveis, por desgraça propícia para a evolução do espírito. E estará ainda atuando por mais ampla permanência neste mundo. Comentário: Todas as Religiões e filosofias pregam a realidade deste fato. As religiões e seitas espiritualistas pregam isto em maior profundidade prática.

IX - LXXII Encor seront les sainctes temples poillus, Et expiller par Senat Tholosain, Saturne deux trois cicles revolus, Dans Avril, May, gens de nouveau levain. Tradução: Por mais tempo ainda estarão os santos templos poluídos E pilhados por Senado Tholosain, Saturno dois três ciclos revoluídos, Dentro de Abril, Maio, gente de novo fermento. Interpretação: Por mais algums tempo ainda estarão as mentes humanas e as Instituições Religiosas e as temporais poluídas. E todos estarão sendo pilhados pelos já antigos vícios e pecados ("Senado Tholosain"). A Justiça essencial ("Saturno") estará em regeneração em dois grandes ciclos: a partir do final do segundo milênio da Era Cristã e a partir do final do terceiro milênio. Nessas épocas dentro de um maior padrão de concórdia e de fraternidade semelhante aos dias de primavera ("abril e maio") as gentes estarão sendo propiciadas por novas filosofias de vida mais civilizadas ("gente de novo fermento"). Comentário: ("Senado Tholosian"): metáfora para vícios e pecados radicados nos Egos desde a Antiguidade.

"Ego": em padrões esotéricos significa o conjunto mental da inteligência particular do cérebro e a inteligência da alma. Duas inteligências com suas peculiaridades de sensações aliadas nas inclinações pela desordem. Quanto aos ciclos já há bastante repetições explicativas em outras quadras.

IX - LXXIII Dans Foix entrez Roy celulee Turban, Et regnera moins evolu Saturne, Roy Turban blanc Bizance coeur ban, Sol, Mars, Mercure pres la hurne. Tradução: Dentro da Fé entrado Rei enjaulado Turbando E reinará menos evoluido Saturno, Rei Turbante branco Bizâncio coração exílio, Sol, Marte, Mercúrio perto a urna. Interpretação: Quando a pessoa medita dentro de boa Fé religiosa ("Dentro da Fé entrado") passa a julgar o reino humano ("Rei") como que enjaulado em turbação estranha ("Turbando") e o reino humano estará ainda vivendo em um estágio pouco evoluido até a chegada do profetizado ciclo de Saturno, isto é, ciclo da Justiça Social. A parte da Humanidade que tem o seu Ego mais sublimado em termos de moral ("Rei Turbante branco") sente-se na Terra como que exilada no turbulento reino de Bizâncio. O mesmo sente o espírito de cada pessoa. Sabedoria, entusiasmo construtivo, boa fé e boa vontade ("Sol, Marte, Mercúrio") serão preponderantes nas mentes humanas em breves tempos ("perto a urna"). Comentário: Creio que a interpretação explica o suficiente e dispensa maiores comentários. ("Turbante branco"): alegoria de consciência pura, ou santificada. Neste caso, o "Rei":o espírito sente-se como um exilado em um mundo materialista.

IX - LXXIV Dans la cité Fertsod homicide, Fait et fait multe beuf arant ne macter,

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Assim falou Nostradamus Retour encores aux honneurs d'Artemide, Et à Vulcan corps morts sepulturer. Tradução: Dentro da cidade de Fertsod homicida, Feitos brilhantes e feitos sombrios multidão bois arando não matar, Retorno ainda aos honores de Artemide, E a Vulcan corpos mortos sepultar. Interpretação: Dentro do cérebro, que é semelhante a uma fértil Sodoma ("Fertsod") o homicida carrega pensamentos que o levam a feitos lisonjeiros e a feitos sombrios. Uma multidão destes feitos. Apesar disto, a pena de morte para ele não é aconselhável, visto que os espíritos e/ou almas são imortais e Deus dá o direito a todos de se regenerar através dos tempos, pelo processo da reencarnação e ressurreição intermitente. Assim, são como bois arando a terra e preparando-a para a boa colheita. Todos, sem excessão nenhuma, retornarão ao bom caminho e serão festejados nos céus por honra semelhante aos festivais que os romanos dedicavam a Artemis, enquanto os corpos mortos receberão as exéquias costumeiras e o sepultamento como festivais a Vulcano. Comentário: "Fertsod": anagrama de Fértil+sodoma. Está evidente que ele era contra a pena de morte para os grandes delinquentes.

IX - LXXV De l'Ambraxie et du pays de Thrace Peuple par mer, mal e secours Gaulois, Perpetuelle en Provence la trace, Avec vestiges de leur coustum et loix. Tradução: Da Ambracia e do país da Tracia Povo por mar mal e ajuda Gauleses, Perpétuo na Provença o traço, Com vestígios de seu costume e leis. Interpretação: Gentes da Ambrácia e da Trácia emigraram por mar até a Gália. Tais imigrantes trouxeram vantagens e desvantagens para os Gauleses. Ficou perpetuado na Provença o vínculo racial com vestígios de suas leis e seus costumes.

Comentário: "Ambrácia": antiga colônia grega no Epiro, desde cerca do ano 630 a.C. Esta quadra é clara e dispensa interpretação. Relata fato conhecido.Não se trata da guerra turco-grega entre 1825 e 1827, conforme interpretação do sr. Fontbrune e outros.

IX - LXXVI Avec le noir Rapax et sanguinaire, Yssu du peaultre de l'inhumain Neron, Emmy deux fleuves main gauche militaire, Sera meutry par Ione chaulveron. Tradução: Com o negro Rapace e sanguinário, Nascido do catre sujo do desumano Nero, No meio de dois rios mão esquerda militar, Será assassinado por Ione carecão. Interpretação: Esse malfadado, sombrio, rapinador ("negro Rapace") e sanguinário movimento humano que é conjurado pelo mundo afora é originado no Ego e forma um poder inumano indescritível. Para se ter uma noção desse poder mental violentador pode-se figurá-lo por um príncipe nascido na corte imunda do Imperador Nero. Porém, com toda a certeza, esse poder maligno será submetido por um poder construtivo disciplinado e severo que surgirá também do seio da Humanidade. Esse poder restaurador será semelhante a uma espada de dois gumes na mão de um militar muito rigoroso e até cruel, porém, necessário para suplantar o tal poder maquiavélico. E digo mais. Esse poder disciplinado à guisa de força militar vai secundar o poder maior gerado pelos mandamentos Divinos nas Escrituras Sagradas ("Ione") o qual alegorizo por um sacerdote de cabeça raspada ("carecão") muio sábio. Comentário: ("Ione" ou Iona"): É uma das ilhas das Hébridas, na Escócia. Até hoje é conhecida pelos escoceses como "ILha dos Druídas". Isto pelo fato de antigamente ser considerado um lugar sagrado pelos cânones da religião celta dos Druidas, seus sacerdotes, etc. Nostradamus utilizou "Ione" por metáfora de Escrituras Sagradas e ao mesmo tempo de todo

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Arvedus trabalho religioso em favor da moralização e civilização humana para os padrões determinados pelas profecias. ("carecão"): sacerdote de cabeça raspada. É comum a quase todas grandes Religiões raspar a cabeça dos sacerdotes na cerimônia de unção. Com isto é convencionado significar que os pensamentos, palavras e comportamento deles são disciplinados pelo espírito, o qual obedece a todos os ditames Divinos. E, não são disciplinados pelo Ego, isto é, pelos desejos e sensações do corpo e da alma. Os cabelos, por metáfora esotérica, significam os pensamentos do Ego. Os sacerdotes católicos, quando são ungidos, têm apenas um círculo raspado na parte superior da nuca. Quanto a "Ione", ou Iona; a enciclopédia registra dados meio suficientes para se entender a idéia na quadra.

IX - LXXVII

doutrina da reencarnação. Tem necessidade de compreender que a alma é o corpo do espírito, da mesma forma que o corpo é o corpo do espírito. Que, corpo e alma, estão regidos pelas mesmas leis físicas da evolução e também pelas mesmas leis psíquicas e/ou cósmicas. Tanto a forma física e mental do corpo quanto a da alma estão sujeitas a constantes transformações. Pelo que ele diz por ("presa a m1orte jurados à sorte"). Neste particular o Apóstolo Paulo assevera:"O salário do pecado é a morte". Outrossim, é necessário também compreender que a vida do homem é comandada por três campos de inteligência, cada um com suas peculiaridades, porém, unidos. Campos de inteligência ou mentes ou entidades. Conhecido em padrões esotéricos por "trilogia ou trindade una". Devo repetir que Nostradamus fundamentou seus textos dentro deste parâmetro.

IX - LXXVIII

Le regne prins Roy conviera La dame prinse à mort iurez à fort, La vie a Royne fils en desniera, Et la pelix au fort de la consort.

La dame Grecque de beuaté laydique, Heureuse faicte de procs innumerable, Hors translatee au regne Hispanique, Captive prinse mourir mort miserable.

Tradução: O reino tomado o Rei estimulará A dama presa à morte jurados à sorte, A vida à Rainha filho se negará, E a amante ao forte da consorte. Interpretação: Nota: Sequência da quadra anterior. Quando o reino do mal estiver transformado em reino do bem, em reino civilizado, o cérebro de cada pessoa ("o Rei") estimulará a alma a se tornar civilizada, raciocinando que tanto ele quanto ela estão destinados ("jurados à sorte") a sofrer as consequências da selvageria e/ou pecados descritos anteriormente ("a dama presa à morte"). A continuação da selvageria ("Rainha") será negada ao homem ("filho") por disciplina racional. E, também, à alma ("a amante") pelo próprio raciocínio da mente dela ("no forte') visto que a alma é consorte do corpo, tanto encarnada quando desencarnada. Comentário: Para o 1º e 2º versos ser bem entendidos pelo leitor, é necessário que ele conheça e aceite a

Tradução: A dama Grega de beleza original, Ditosa feita por próceres grandiosos, Depois de transladada ao reino Hispânico, Cativa presa morrer morte miserável. Interpretação: A filosofia Grega, de beleza original, era ditosa por ter sido realizada por próceres grandiosos. Depois de transladadas para outros países tornou-se cativa, fadada a morrer por morte miserável. Comentário: Apolônio de Tyana, no século I d.C. esteve ensinando filosofia grega na Espanha – e um pouco em outros países.

IX - LXXIX Le chef de classe par fraude stratageme, Fera timides sortir de leurs galleres,

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Assim falou Nostradamus Sortis meurtris chef renieux de cresme, Puis par l'embusche lui rendront les saleres. Tradução: O chefe de classe por fraude estratagema, Fará tímido sair de suas galeras, Saídos assassinados chefe renegado da melhor parte, Depois pela cilada a ele entregarão as devidas pagas. Interpretação: O autor destas quadras, por fraude e estratagema fará os tímidos desistirem do intento de interpretá-las. Outros as interpretarão assassinando os sentidos e assim o autor fica renegado da melhor parte deles. De qualquer modo, devido a cilada que há nelas, farão elogios a ele ("devidas pagas")

IX - LXXX Le Duc voudra les siens esterminer, Envoyra les plus forts lieux estranges, Par tyrannie Bize et Luc ruiner, Puis les Barbares sans vin feront vendanges.

Comentário: "Lemprin": - significa: o espírito da idéia - no caso corresponde ao resultado conclusivo. Consta que Nostradamus, além de espiritualista sério gostava de ser espirituoso. Notase isto em muitas quadras. Principalmente nestas três, nas quais, praticamente, ele tripudia sobre os intérpretes. Na próxima ele fala do mesmo assunto em tom mais sério.

Par le deluge et pestilence forte, La cité grande de long temps assiegee, La sentinelle et garde de main morte, Subite prinse, mais de nul outragee.

Interpretação: O Autor quererá aniquilar os seus intérpretes. Porá em seus textos as mais fortes metáforas e sentidos esotéricos estranhos. Por tirania bizarra e luzidia põe-se a arruinar os verdadeiros sentidos. Por isso os toscos, sem a necessária sensibilidade, farão as confusões, assim como os vinhateiros esmagam as uvas. Nota: "vinho": fluido emocional ou mental que produz a embriaguez dos sentidos e confundem a razão.

Le Roy rusé entendra ses embusches, De trois quartiers ennemis assaillir, Um nombre estrange larmes de coqueluches Viendra Lemprin du traducteur faillir.

Interpretação: O intérprete perspicaz perceberá os ardis postos nas três quadras, como sendo inimigos a atacar a clareza das idéias. Um número de palavras com sentidos estranhos, por idéias dissimuladas, irônicas, como lágrimas de crocodilo, virá ofuscar as conclusões do tradutor e o levará a falir.

IX - LXXXII

Tradução: O Duque quererá os seus exterminar, Enviará os mais fortes lugares estranhos, Por tirania Bize e Luc arruinar, Depois os Bárbaros sentidos vinho farão vindimas.

IX - LXXXI

Tradução: O Rei perpicaz entenderá seus ardis, De três quadras inimigos assaltar, Um número estranho lágrimas de coqueluches Virá conclusão do tradutor falir.

Tradução: Pelo dilúvio e pestilência forte, A cidade grande por longo tempo assediada, A sentinela e guarda de mão morta, De súbito tomada, mas de nenhum ultrajada. Interpretação: Esta obra será interpretada por um dilúvio de livros e muitos suporão que ela profetiza apenas terríveis ocorrências históricas, semelhantemente a uma grande cidade assediada por longo tempo pelo dilúvio e pestilência forte. Porém, os textos com sua inteligência resguardados em sentido enigmático, permanecerão nas páginas em estado latente, como que vigiada por sentinela e guarda, dorminhocos, de mão morta. Assim, esta obra pode ser subentendida, mas por ninguém ultrajada.

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Arvedus

IX - LXXXIII

Comentário: "tumba de mármore e chumbo": registros históricos dos feitos nobres e dos fatos e feitos nefastos do Império Romano. "insíginia Medusina": Medusa é uma figura mitológica cuja cabeça é um ninho de cobras. Alegoricamente representa o poder maldoso dos pensamentos humanos a ativar os maus comportamentos éticos.

Sol vingt de Taurus si fort terre trembler, Le grand theatre remply ruinera, L'air ciel et terre obscurcir et troubler, Lors l'infidelle Dieu et saincts voguera. Tradução: Sol vinte de Taurus mui forte terra tremer, O grande teatro repleto arruinará, Oar, o céu e terra obscurecer e perturbar, Então o infiel Deus e Santos vogará.

IX - LXXXV

Interpretação: No século XX, "Século das Luzes"(Sol), as mentes humanas estarão nebulosas, com semelhança à nebulosa de Taurus, a qual tem a aparência de um caranguejo. A Terra estará com grande população, a qual tremerá por fortes conflitos e sofrerá muita ruína. É como se fosse um teatro repleto de gente, acossado por grandes tremores. O ar, céu e terra estarão muito poluidos. Então, todo infiel procurará o amparo de Deus e dos Santos. Nota: "Sol": símbolo da sabedoria, Ciência, conhecimento, inteligência, etc. ("Taurus"): Constelação contendo dois grupos de estrelas: as Plêiades e Hyades. E contem uma forma nebulosa com a aparência de caranguejo.

IX - LXXXIV Roy exposé parfaira l'hecatombe, Apres avoir trouve son origine, Torrent ouvrir de marbre et plomb la tombe, D'un grand Romain d'enseigne Medusine. Tradução: Rei exposto perfará a hecatombe, Após ter encontrado sua origem, Torrente abrir de mármore e chumbo a tumba, De um grande Romano de insíginia Medusina. Interpretação: Nessa epóca todos estarão colaborando em perfazer a hecatombe, cuja origem é encontrada em cada mente. E assim, o mau comportamento ético agirá como uma torrente a abrir uma tumba de mármore e chumbo, a reviver as estrepolias do Império Romano, com todas as maldades próprias da cabeça da Medusa.

Passer Guienne, Languedoc et le Rosne, D'Agen tenans de Marmande et la Roole, D'ouvrir par foy parroy, Phocen tiendra son trosne, Conflict aupres sainct Pol de Manseole. Tradução: Passar Guienne, Languedoc e la Rosne, D'Agen defensores de Marmande e a Roole, De abrir por fé por rei, Phocen terá seu trono, Conflito ao pé Saint Pol de Manseole. Interpretação: Ao passar pela fase da morte – o espírito ("Guienne") a Alma ("Languedoc") e o corpo ("La Rosne") terão as proteções determinadas pela Divindade desde a criação da Terra ("De Agen") para defender os direitos por leis e mandamentos dirigidos a Humanidade ("Marmande") por um rol de Justiça dirigido a cada ser e também à Coletividade ("Roole"). Ao abrir a porta de sua liberdade por ação da morte ("de abrir por fé") e por vontade do próprio espírito, o cérebro assume o comando do corpo ("Phocen terá seu trono"). Então, o corpo todo estará em pavoroso conflito até depois de sepultado na tumba do campo santo ("Saint Pol de Manseole"). Comentário: Devo alertar que Nostradamus está sempre a salientar com a maior eloquência possível – a crise. A crise individual, e a crise coletiva. A crise com toda sua conjuntura boa e ruim. E, em grande parte em tragi-comédia poética. Ou, com seriedade, e com graça. No caso do "Phocen terá seu trono" e "conflito ao pé Saint Pol Manseole" ele está falando de um fato real, com seriedade. E ao mesmo tempo ele está ridicularizando os desejos ambiciosos do cérebro no sentido de ser o governante supremo da pessoa. Porém, ele só consegue tal supremacia quando há o desenlace

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Assim falou Nostradamus fatal do espírito. Então, o cérebro assume o trono quando o reino corporal entra em franca desintegração. Fatalidade que vai se sucedendo desde a agonia até à tumba. Se o prezado leitor meditar conscientemente sobre a ação da crise coletiva sobre si mesmo aprenderá muita coisa que lhe tem passado desapercebido! "Saint Pol de manseole": metáfora de mansão no inferno do santo pó. "Mans-Mansion": mansão. No caso, túmulo, tumba. "Seole": seol em português. Vocábulo vindo do hebraico significando inferno. "inferno": sob a terra. No caso, sepultado. "Saint Pol": pó santo ou terra santa ou campo santo ou cemitério. Na Bíblia é citado que Moisés quando esteve na presença de Deus na montanha, disse-lhe Deus:"Moisés, tira suas sandálias que a terra é santa". Em sentido esotérico, esta sentença é uma alegoria colocada pelo Profeta para subentender o seguinte: Homem, a terra é santa ou perfeita em sua total conjuntura. Respeita-a. De onde se deduz:– o homem vem do pó da terra e a ela retorna. Portanto, o homem, a alma, o espírito; o todo do ser humano é perfeito na sua conjuntura, no espaço e no tempo. Apenas sujeito à necessárias transformações no espaço e no tempo, em direção de uma perfeição tácita cada vez maior. Por isto, Jesus assevera:"Sois deuses". "Phocen": metáfora de mercador. Materialista. À semelhança dos Fenícios. "Marmande": anagrama: mar+mando: – mandamentos para o mar humano. Humanidade.

IX - LXXXVI Du bourg Lareyne parviendront droit à Chartres Et seront pres du pont Anthoni pause, Sept pour la paix cauteleux comme Martres Feront entree d'armee à Paris clause. Tradução: Do burgo Lareyne chegarão direito a Chartres, E farão perto da ponte Anthoni pausa,

Sept pela paz cautelosos como Martas, Farão entrada de exército em Paris estipulação. Interpretação: Saindo do corpo ("do burgo") a Alma ("Lareigne – a Rainha") e/ou almas das pessoas que morrem chegarão com direito aos seus Destinos ("Chartres"). E, por algumas horas, logo antes do desenlace farão uma pausa para meditação ("farão perto da ponte Anthoni: – Antonio). Nesse tempo de pausa ascética ("Sept") terão uma visão de toda a vida passada no corpo, e estarão estáticas sem dores, em situação de paz ("pela paz") porém com um sentimento de cautela ante a algo imprevisto que venha a suceder ("cautelosos como Martas"). Depois disto, quando a consciência se abre, entrarão no Mundo Espiritual ("Paris") e passarão a fazer parte do exército de almas que ali chegam todos os dias, e então ali ficarão em expectativa no sentido de receber a estipulação dos seus direitos e deveres para esta nova vida. Comentário: "do burgo": metáfora de corpo. "Lareyne": anagrama de a Rainha: Alma. "chegarão": visto que o verbo não concorda com o sujeito:"Rainha", em número, fica evidente que ele está falando da alma em sentido coletivo. "perto da ponte": em sentido esotérico esta ponte significa o momento de transição em que a alma passa da dimensão material para a dimensão espiritual. "ponte Anthoni": Antonio: está se referindo a Santo Antonio, o Grande, que viveu entre os anos 250 a 350 d.C., e ficou cognominado por "Pai dos monges" e "Pai dos Mosteiros", por ter sido o primeiro católico a criar mosteiros com comunidades de monges vivendo em celas isoladas. Com esta metáfora, Nostradamus está mencionando o fato ensinado nos meios espiritualistas de que as almas, durante o tempo indeterminado para cada uma, logo após desencarnar ficam em um estado de inconsciência para o mundo exterior, e com consciência para o seu universo mental ou íntimo. Por ilustração, usam a alegoria da lagarta encerrada no casulo por algum tempo, até quando se transforma em borboleta. "Chartres": tem a tradução para prisões ou cárceres. Entretanto, dentro das idéias trazidas pelos predicados, na quadra, é envolvida pelas idéias análogas do vocábulo "Charte" que tem o seguinte significado: carta, privilégios antigos e papéis relativos

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Arvedus à história, ao direito público, etc., ou pertencentes a uma vila ou cidade. Portanto, é uma metáfora mencionando que a alma desencarnada está sujeita a Leis Divinas que regem a situação dela no corpo ou fora dele. Porém, neste caso Nostradamus está se referindo à situação da alma para os tempos a partir da agonia até a abertura da consciência. Fato compreendido por pouca gente neste mundo. "Sept": o número sete em português. Porém, ardilosamente, ele usou este "sept" por anagrama de "Septique": séptico em português que significa em termos de Medicina:"que produz a putrefação das carnes sem causar dor". Com esta significação a metáfora "Sept" tem a função do adjetivo "séptico" para qualificar a idéia do 3º verso. Isto é, a alma fica em uma situação de asceta, enquanto o corpo então desligado dela encontra-se em fase de putrefação mas não causa dores a ela. "Paris": – (a proverbial"Cidade Luz") é metáfora de Mundo Espiritual, nesta quadra. "estipulação": metáfora que envolve um fato amplo, ao qual as almas estão sujeitas por Leis da Providência Divina nos mundos espirituais, com referência aos seus Direitos e Deveres, similares aos Direitos e Deveres dos seres humanos e/ou almas encarnadas. Para finalizar, devo confessar a certeza de que muitos leitores céticos com respeito a estes fatos contestarão esta interpretação. Principalmente o erudito e ilustre padre jesuita o Sr. Quevedo, no Brasil. A quem admiro pelas suas altas capacidade religiosas e científicas porém pragmaticamente cego em matéria de reencarnação.

IX - LXXXVII Par la foret du Touphon essartee, Par hermitage sera posé le temple, Le Duc, l'Estempes par sa ruse inventee, Du mont Lehori prelat donra exemple. Tradução: Pela floresta do Touphon roçada, Por ermitério será colocado o templo, O Duque de Estempes por sua astúcia inventada, Do monte Lehori prelado dará exemplo.

Interpretação: A localização do espírito dentro do cérebro, figuradamente é vista como um templo colocado em uma clareira roçada no seio de uma floresta, onde o espírito vive solitário. Desta forma, o espírito ("Duque": condutor) procura dirigir o cérebro, o qual usando das faculdades da imaginação ("de Estempes") inventa, astuciosamente a multidão de situações boas e más que sucedem pela estrada da vida do homem. Do seu trono ou mente ("mont Lehori") o espírito é o prelado que orienta o Ego, também através da imaginação para que o homem amadureça sua consciência e pratique seu comportamento dentro dos parâmetros da Justiça, da Boa Ordem, e da Paz ("mont Lehori"). Comentário: Usei da interpretação quase livre para oferecer o entendimento da intenção de Nostradamus nesta quadra. Agora darei alguns detalhes: "Touphon": anagrama derivado do substantivo "touff" que em português significa moita de arvores. Portanto, "Touphon" tem idéia de grande moita, ou moitão, ou moitedo. Então, "roçada" pela floresta é o que se diz em português: uma clareira no seio da floresta. Com isto ele faz um chiste ridicularizando o cérebro, subentendendo-o por selvagem. "Duc de Estempes": condutor de figuras ou imagens. Portanto, a sede da imaginação que é utilizada tanto pelo Ego quanto pelo espírito. "Lehori": anagrama de Le: O+ Hori: das horas, que são "Eunomia", deusa da Boa Ordem; "Eirene", deusa da Paz; e Dike, deusa da Justiça. Em "Hori" ele usou o "i" do genitivo latino para colocar o nome no plural "Horas" que são as três deusas mencionadas, filhas de Jupiter e Têmis. Têmis personifica a Justiça. Outrossim, originalmente, em Atenas, as Horas eram representadas por Thallo e Carpo. Thallo – deusa do florescimento. Carpo – deusa da maturação dos frutos. Usando-se as duas versões, a quadra torna-se mais eloquente ainda, visto que Nostradamus está falando a respeito do contínuo florescimento e maturação das capacidades de Justiça, Ordem e Paz; a partir de cada pessoa e em direção de toda a Coletividade Humana.

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Assim falou Nostradamus

IX - LXXXVIII Calais, Arras, secours à Theroane, Paix et semblant simulera l'escoute. Soulde d'Alobrox descendre par Roane, Destornay peuple qui defera la routte. Tradução: Calais, Arras, Socorro a Theroanne, Paz e semblante simulará a escuta, Soldo de Alobrox descerá por Roane, Destorcido-nativo povo quem desfará a rota. Interpretação: Do Céu ("Calais') e dos procedimentos construtivos dos homens ("Arras") virá o socorro para os homens("Theroanne"). Evidentemente há paz na Terra, e as pessoas mostram aparência constante de paz interior ("semblante") porém, é mais uma simulação processada pela mente com seus pensamentos furtivos, seus desejos e muitas vezes com suas más intenções ("a escuta"). Assim sendo, o Ego é semelhante a um espião mal intencionado, à espreita ("a escuta"). Uma parte dos maus resultados que o homem sofre por seus pensamentos e procedimentos errados("soldo do Alobrox") provém das sensações e/ ou desejos da Alma ("por Roanne"). São destorções natas provindas do propalado pecado original e queda dos anjos ("destornay"). Por tais motivos o povo da Terra vai destorcendo e dificultando a realização dos planos Divinos para a sua evolução ("quem desfará a rota"). Comentário: Estou certo de que a quase totalidade dos leitores considerarão esta interpretação como fruto de raciocínio alucinado. E me é difícil provar o contrário. Porém, tomo a liberdade de tentar– explicando em parte a intuição, e em parte o sentido de cada palavra. "Calais": metáfora de Céu e seres celestes. "Arras": seres humanos com seus dotes proporcionados por Deus, o Criador. Arras, no dicionário significa:"bens dotais que por contrato, o noivo assegura à esposa". Nos Evangelhos encontram-se metáforas e palavras com esse sentido. Constantemente, para designar o Cristo, (o noivo) e a Humanidade, (a noiva ou esposa). "Theroanne": metáfora de Therodamas. Therodamas era o nome de um rei da Cítia, o qual

trazia em sua guarda leões sustentados com sangue humano. Portanto, "Theroanne": Teroana em português, representa a Humanidade, cuja vida depende do sangue. Na interpretação coloquei "os homens". O que dá na mesma. "Alobrox": metáfora composta por:"halo" + "broccus" – do latim, significando homem dentuço. Portanto, com figura de homem feroz, selvagem, boçal, etc. Isto inspira a intuição e a imaginação de um homem selvagem, com idéias e comportamentos selvagens, incivilizados, etc. "soldo": resultado de seus pensamentos e ações que lhe trazem sofrimentos por força de intenções mercenárias. "alo:halo": aura do homem, neste caso. Conclusão: O clarividente enxerga na aura do homem os pensaments e desejos refletidos pela ação da alma e do cérebro; e os maus pensamentos e maus procedimentos fazem o homem sofrer. O sofrimento é o soldo que o homem recebe pela insânia. É o mesmo que assevera o Apóstolo Paulo: " O salário do pecado é a morte." "Roane" significa: égua pampa. Égua cujos pêlos possuem manchas brancas, marromavermelhadas e pretas. Então, metáfora da alma, a qual esotericamente, possui faculdades de virtudes, de emoções, e de maldades, com as quais comunga com as faculdades semelhantes do cérebro gerando os pensamentos altruistas e os pensamentos que facultam o procedimento do homem, tanto para o lado construtivo quanto para o lado destrutivo. "destornay": anagrama de destorcido-nato. O que inspira a figura bíblica do homem nascido com a propensão para o pecado, o que proporciona prejuizos para o espírito, ou queda dos anjos, e do Lucífer.

IX - LXXXIX Sept ans sera Philip fortune prospere, Rabaissera des Arabes l'enffort, Puis son mydi perplex rebora affaire, Iune ognyon abysmera son fort. Tradução: Sete anos estará Felipe fortuna próspera, Reduzirá dos Árabes o esforço, Depois seu meio-dia perplexo revés negócio, Jovem bulbo abismará seu forte.

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Arvedus Interpretação: Por sete mil anos estará corpo e alma ("Felipe") prosperando no caminho da Civilização e Bem Estar ("fortuna próspera"). Com os tempos o homem reduzirá seu barbarismo ("dos Árabes") instintivo, através do esforço constante para progredir. Logo após o instinto selvagem chegar ao seu climax ("seu meio-dia") perplexo o homem começará a reverter seu comportamento. O cérebro do homem ("bulbo") subjugará ("abismará") seus maus instintos ("seu forte") por força das virtudes conquistadas. Comentário: "Felipe": duplo" no caso corpo e alma; ou corpo e espírito. "dos Árabes": instintos ruins dos antigos Árabes. "Jovem bulbo": cérebro rejuvenescido por mentalidade mais virtuosa.

IX - XC Un capitaine de la grand Germainie Se viendra rendre par simulé secours Au Roy des Roys aydes de Pannonie, Que sa revolte fera de sang grand cours. Tradução: Um capitão da grande Germânia Virá entregar-se por simulado socorro Ao Rei dos Reis ajuda de Pannonie, Que sua revolta fará de sangue grande curso. Interpretação: A amplitude de todas as artes dos antigos povos da Germânia, mesclados com as artes dos antigos povos da Panônia, inclusive com as artes militares, virá a ser empregada demagogicamente por socorro e sustentáculo da Doutrina de Jesus Cristo ("Rei dos Reis"). E, de tal forma, que seu revolvimento ("revolta") produzirá grandes perturbações sangrentas por longo tempo ("fará de sangue grande curso"). Comentário: Entendo que, nesta quadra, Nostradamus está oferecendo uma alegoria fundamentada na cultura artística, militar e política dos povos antigos da Germânia e Panônia, para nos levar a compreender que toda a expressão e todos movimentos artísticos são levados por interesses de lucros em fama e riqueza, e poder; em todos os

segmentos da Sociedade Humana. Ele dá maior ênfase à demagogia referente às artes sacras e aos movimentos religiosos que culminam em guerras religiosas principalmente no mundo cristão. Quem analisa minuciosamente os fatos históricos, e também os fatos do dia a dia, vê e sente essas realidades demagógicas que ele aponta. Entendo que, em particular, ele está se referindo às guerras religiosas entre católicos e protestantes que em seu tempo mostraram a maior amplitude. E continuam em nossos tempo. Outrossim, considerando que Nostradamus tinha a intenção de escrever sobre suas reflexões a respeito de todos os problemas e movimentos em âmbito mundial – esta alegoria alcança a todas as Religiões e nações do mundo. Na realidade, todos os potentados religiosos, e potentados materialistas aliam-se para sustentar seus interesses particulares sob a máscara da cultura e defesa dos valores sagrados. Colocam-se na mesma posição do fabricante de medalhas e imagens de escultura para satisfazer a idolatria do povo supersticioso. E o que dizer da arte literária? A Literatura é a Alma de todas as artes e ciências. Por consequência é a Rainha envilecida. Esta é uma das razões que levou Nostradamus a encerrar suas quadras em esdrúxulos enígmas. E alcançou a meta. Nenhum intérprete sequer consegue difamar a sua obra principalmente por medo de difamar a si mesmo. Alcance ou não o pensamento verídico dele, o trabalho do intérprete é sempre valioso para o leitor, e não permite que os críticos e céticos o mordam, como ele mesmo diz nas cartas e em algumas quadras. Haja visto os trabalhos do Sr. Fontbrune e Sra. Cheetham cujas interpretações são vasadas essencialmente sobre episódios históricos com a intenção de afirmar que ele está profetizando tais e tais acontecimentos em desacordo com as instruções dele nas Cartas ao filho Cesar e rei Henrique. Assim sendo, eles oferecem relevantes conhecimentos históricos que valorizam o intelecto do leitor. O mesmo virá acontecer com este meu trabalho seguindo por uma linha espiritualista com ênfase para as doutrinas reencarnacionistas. Partindo para a hipótese de que minha interpretação está distorcendo completamente a

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Assim falou Nostradamus veracidade dos pensamentos dele, mesmo assim culminará em relevante aproveitamento educativo para o leitor.

IX - XCI L'horrible peste perynte et Nicopolle, Le Chersonnez tiendra et Marceloyne, La Thessalie vastera l'Amphipole, Mal incogneu, et le refus d'Anthoine. Tradução: A horrível peste Perynte e Nicopolle, O Chersonnez terá e Marcelônia, A Tessália devastará a Amphipolle, Mal não conhecido e o refugo de Antonio. Interpretação: O Homem ("o Chersonnez") sofrerá por uma horrível degradação mental ("a horrível peste" por todo o âmbito da Terra ("Perynte") e por consequência em sua cabeça ("Nicopolle") e também por força de doutrinas religiosas de fundo pagão ("Marcelônia"). Movimentos bélicos e políticos e místicos ("a Tessália") deixarão a Humanidade desolada ("devastará a Amphipolle"). A multidão de distorções psíquicas que produzem resultados maléficos para o Homem é um mal pouco conhecido. Para quem medita acuradamente, esse mal essencial é um refugo das virtudes, o qual refugo fica encrustado no cérebro e na mente da alma desde os primórdio da Humanidade. ("refugo de Antonio"). Comentário: A interpretação desta quadra deve ser fundamentada nas palavras e sentenças inteligíveis, e ampliada e ilustrada pelas metáforas, as quais, à primeira vista são complexas. Então, é acionada a experiência e também a intuição sobrepostas aos registros históricos etc. facultados por livros e enciclopédias. Neste caso, a enciclopédia e a Bíblia dão-me subsídios adequados, suficientes. Analisemos as metáforas: ("o Chersonnez"): o habitante do Chersoneso ou Queroneso). Habitante da Terra. Os homens. "Perynte": metáfora com dois sentidos conjugados. 1º) perímetro. No caso dentro do âmbito da Terra.

2º) Alusão à queda dos anjos. Na conformidade com a lenda persa "os Peris" ou anjos decaídos. "Nicopolle": Nicópolis: cidade de Nico. Cabeça e/ou cérebro com sentido esotérico de cidade. "Nico" figurando Nicodemus, o qual mesmo sendo sacerdote fariseu, não entendia a respeito de ressurreição e reencarnação da alma. Vide o capítulo 3 do Evangelho de São João Evangelista. Na quadra, Nicodemus é a figura dos sacerdotes e dos cristãos que ignoram as realidades da ressurreição e da reencarnação. Thessalie": Tessália: – região antiga cujo povo guerreiro, semi-civilizado, realizou feitos importantes, segundo os registros históricos. Mitologicamente, era considerada a terra dos Centauros. "Centauro": esotericamente é figura que representa o homem semi-civilizado. Isto é, tem corpo de animal e cabeça de homem. "Amphipolle": cidade anfíbia. O homem é de origem anfíbia. E é composto de minerais da terra, e de água. Por consequência, a Humanidade toda é anfíbia. Portanto, o mau comportamento devastará a HUmanidade ("a Amphipolle"). "Marcelônia": região ou cidade de Marcelo. No caso, o "Marcelianismo" que é o nome dado à doutrina religiosa de Marcelo de Ancyra. Ancyra era o nome antigo de Ancara na Turquia. Não encontrei informações sobre esta doutrina. Suponho que era uma doutrina sincrética. Mescla de cristianismo e paganismo. "Antonio": –Santo Antonio, o Grande. Ou, o pai dos monges. Ou o pai dos mosteiros. Primeiro sacerdote cristão a criar mosteiros e ordem monástica com celas individuais. Então,essas "celas individuais" passam a ser metáfora de cabeça humana.

IX - XCII Le Roy voudra en cité neusve entrer, Par ennemis expugner on viendra Captif libere sauls dire et perpetrer, Roy dehors estre, loin, d'ennemis tiendra. Tradução: O Rei quererá em cidade nova entrar, Por inimigos submeter se o virá, Cativo liberado, aliviado dizer e perpetrar

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Arvedus Rei fora estar, longe de inimigos se manterá. Interpretação:O espírito ('O Rei") sempre quererá reencarnar ("em cidade nova entrar"). E quando está na carne sempre acaba sendo submetido às más inclinações do corpo. Ele fica cativo das energias mentais do homem, mas será liberado e aliviado. Assim sendo, a inteligência cerebral toma as iniciativas para falar e perpetrar ações condenáveis, nas quais o espírito nnao participa ("Rei fora estar"). Quando ele está desencarnado, no seu mundo, ele está longe dos seus inimigos, os quais são os pensamentos processados pelo cérebro. Comentário: Há farta literatura espírita e espiritualista a respeito deste fato. No Brasil, principalmente os livros de Kardec e do médium Francisco Cândido Xavier explicam bem estas coisas. Refere-se também ao capítulo 3 do Evangelho de São João citado na quadra XCI, anterior a esta sobre Nicodemus, a respeito da ressurreição.

ao fato pouco conhecido de que o corpo é elaborado por gestão do espírito. "Bourges": cidade francesa. No caso, é apenas metáfora de corpo humano. "muros... esfacelados": partes do corpo ainda não devidamente interligados, e incompletos. "bastião": metáfora lisonjeando o valor do corpo com figura de um baluarte onde reside o espírito. "carruagens": células e outros microorganismos. "Hércules":alegoria lisonjeando o espírito considerando-o um heróico semi-deus. "Hæmathion": metáfora figurando os processos de formação de toda a estrutura do corpo por ação do sistema circulatório sanguíneo. Do sangue: conforme a hematologia. "os inimigos... afastados": metáfora se referindo `as capacidades extraordinárias dos órgãos femininos que geram a criança, no sentido de defesa.

IX - XCIV Foibles galeres seront unies ensemble, Ennemis faux le plus fort en rempart: Faible assaillies Vratislave tremble, Lubecq et Mysne tiendront barbare part.

IX - XCIII Par chariots conduict le bastion, Les ennemis du fort bien esloignez, Par sus les murs de Bouges esgrongunz, Quand Hercules batira l'Hæmathion.

Tradução: Frágeis galeras serão unidas em conjunto, Inimigos falsos o mais forte em trincheira: Fraco assaltados Vratislave treme, Lubecq e Mysne terão bárbara parte.

Tradução: Os inimigos do forte bem afastados, Por carruagens conduzido o bastião, Por sobre os muros de Bourges esfarelados, Quando Hércules construirá o Hæmathion. Interpretação: Durante o período de gestação, o feto e a criança estarão muito bem defendidos dentro do útero ("do forte"). O feto e/ou corpo ("bastião") vai sendo elaborado pelas células e outros microorganismos ("por carruagens") por cima das estruturas que vão se formando ("3º verso") quando ,então, o espírito("Hércules') construirá todos os sistemas orgânicos por atividade do sistema circulatório do sangue ('O Hæemathion"). Comentário: Por esta quadra ele se refere à gestação vista sob o prisma do médico e vidente. E dá ênfase

Interpretação: Células frágeis ("frágeis galeras") serão unidas em conjunto. Microorganismos inimigos e falsos concentram-se em trincheiras para ataques de surpresa, quando sentirem-se mais fortes. Quando percebem que o organismo está fraco eles assaltam e são produzidas batalhas como as batalhas em Bratislava, e assim o corpo todo treme de febre. Então, corpo e alma ("Lubecq e Mysne") sofrerão as barbaridades da doença ("terão bárbara parte"). Comentário: Esta quadra está em continuação da anterior e continuará até a quadra cem (C). "Frágeis galeras": as células do corpo são frágeis.

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Assim falou Nostradamus "Vratislave": Bratislava. Nome antigo "Pressburg". Área estratégica onde houve famosas batalhas mencionadas na História. "Lubecq": cidade alemã. Em 1227, foi decretado "cidade livre Imperial" pelo imperador Frederico II. Entendo que Nostradamus usou-a por metáfora do corpo humano – o qual é semelhante a uma cidade livre. Inclusive em padrões espíritas, o homem é dotado do livre arbítrio. "Mysne": Entendo que ele está usando o nome Misnie, para o qual o dicionário H. Garnier registra:Misnie, divisão administrativa da Saxônia. Nestes termos Misnie figura bem a alma, visto que ela é a medianeira entre o espírito e o corpo.

"Milannoille": o nome antigo da cidade de Milão era Mediolanum. Em latim – "Lanionius, A, UM, é um adjetivo com significado de "carniceiro. Portanto, entendo que ele usou o anagrama: médio + lanum para a metáfora de meio carniceiro. Aliás, é uma sátira sempre em voga contra os médicos. Não é? A elite médica. "Duc": condutor. No caso, o médico é o que conduz o paciente à cura. "Milan": Milão. Metáfora para o homem, e neste caso o paciente.

IX - XCVI Dans cité entrer exercit desniee, Duc entrera par persuasion, Aux foibles portes clam armee amenee, Mettront feu, mort, de sang effusion.

IX - XCV Le nouveau faict conduira l'exercice, Proche apamé iusqu'aupres du rivage, Tendant secours de Milanoille eslite, Duc yeux privé à Milan fer de cage.

Tradução: Dentro da cidade entrar exército traída, Duque entrará por persuasão, Às fracas portas clama armada dirigida, meterão fogo, morte, de sangue efusão.

Tradução: O novo feito conduzirá o exercício, Próximo pasmado até ao pé da ribanceira, Tendendo socorro de Milannoille elite, Duque olhos privado a MIlan ferro de jaula. Interpretação: Instalada a doença ("o novo feito") o paciente será conduzido ao exercício da cura ("conduzirá ao exercício"). A aparência do doente é a de quem está para morrer ("próximo pasmado"). Aparenta a quem está à beira da tumba ("até ao pé da ribanceira"). Então, está tendendo ao socorro de um médiocarniceiro ("médico cirurgião") de elite ("Milannoille"). Eis que o Doutor ("Duc") após auscultação cuidadosa ("olhos") privará o paciente ("a Milan") ao leito do hospital("fer de cage, ou cama de ferro e colchão desconfortável") como se o paciente estivesse preso em uma jaula sobre cama desconfortável de uma prisão. Comentário: Entendo que ele trata a este fato com algum chiste com relação ao doente e ao médico. Algumas biografias mencionam que ele era bastante dado a chistes irônicos. Estas e algumas outras quadras confirmam tais menções.

Interpretação: Dentro do corpo que se sente traído pelos seus microorganismos defensores ("cidade traída') o exército de microorganismos virulentos avançam ("entrar exército"). O médico e/ou o cérebro do doente entrarão nessa guerra com medicamentos e com pensamentos de persuasão para as energias e microorganismos de defesa, os quais elementos de defesa clamam por "socorro" em razão das fracas condições de reação do paciente ("às fracas portas"). Tais combates produzirão muita febre ("meterão fogo") e morte e grande efusão de sangue. Comentário: Creio ser desnecessário comentar. Depende só do leitor raciocinar sobre os fatos conhecidos.

IX - XCVII De mer copies en trois pars divisee, A la seconde les vivres failleront, Desesperez cherchant champs Helisees, Premiers en breche entrez victoire auront.

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Arvedus Tradução: Do mar hostes em três partes dividido, À segunda os víveres faltarão, Desesperados buscando campos Elíseos, Primeiros em brecha entradas vitória terão. Interpretação: Todas as energias vitais e inteligentes do corpo ("do mar hostes") estarão divididas em três partes (Nota: a primeira sob ação do espírito, a segunda sob ação do corpo, e a terceira sob ação da alma). Para o corpo ("à segunda") faltarão as capacidades para sobrevier ("os víveres faltarão"). Então, os três estarão em desespero e estarão clamando por socorro aos Céus (campos Elísios"). O espírito e a alma ("primeiros") postos em fase de desligamento ("em brecha entradas") sairão vitoriosos. Comentário: O terceiro verso refere-se também aos parentes da pessoa doente. Quando veem que a morte aproxima-se dele, ficam comovidos e se põem a orar aos Céus pedindo socorro.

IX - XCVIII

dispositivos energéticos que prendem a alma ao corpo Os quais são denominados, alegoricamente, "Anjos da morte", ou as Parcas da Mitologia Grega. ("Molite"): vocábulo que em Medicina significa: concreção sanguínea. Portanto, nesta quadra é metáfora de corpo humano, cuja estrutura é formada e mantida pelos componentes sanguíneos. ("teint"):"tinto, infeccionado, corrompido". No caso, o corpo infeccionado pela doença.

IX - XCIX Par mut getter cendres, chauls et poussiere: Vent Aquilon fera partir le siege, Par pluyes apres, qu'il leur fera bien piege, Dernier secours encontre leur frontiere. Tradução: Por muros lançar cinzas, cal, e poeira: Vento Aquilão fará partir o residente, Por chuvas depois, que ele lhe fará bem pior, Último socorro encontra sua fronteira. Interpretação: No último suspiro ("vento Aquilão) fará partir o espírito ("residente") e o complexo de energias lançadas nesse instante eu figuro como cinzas,cal e poeira soprados pelo vento forte pelos muros. Ao mesmo tempo, tais energias são lançadas sobre o espírito como chuvas, pelo que o espírito sentir-se-á muito afligido. Porém, neste último momento o espírito encontrará socorro de outros espíritos que o estarão aguardando nessa passagem.

Les affligez par faute d'un seul taint, Contremenant à partie opposite, Aux Lygonnois mandera que contraint Seront de rendre le grand chef de Molite. Tradução: Os afligidos por falência de um só infeccionado, Contrapondo à parte opositora, Aos Lygonnois mandará que constrangido Terão de render o grande chefe de Molite.

Comentário: dispensável para quem está familiarizado com este fato.

Interpretação: Espírito e alma ("os afligidos") afligidos pela falência do corpo que, neste caso, é o único que sofre a infecção material; ambos contrapondo aos desejos do cérebro, o qual se opõe a ação da morte ("parte opositora") embora conturbados, instintivamente se colocam a disposição dos Anjos da Morte ("Lygonnois") os quais têm a função de provocar o desligamento dos liames energéticos que os entrelaçam ao corpo (4º verso). Comentário: ("Lygonnois"): metafora derivada do verbo latino "Ligo...are": lugar, atar, entrelaçar, etc. Nesta quadra, ele está se referindo a espíritos que têm a função de provocar o desligamento dos

IX - C Navalle pugne nuit sera superee, Le feu aux naves à l'Occident ruine Rubriche neusve, la grand nef coloree Ire à vincu, et victoire en bruine. Tradução: Naval pugna noite será superada, O fogo, às naves ao Ocidente arruina, Rubrica nova, a grande nave colorida, Ira ao vencido, e vitória em bruma.

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Assim falou Nostradamus

Interpretação: Agora a batlha final entre os exércitos microscópicos no interior sombrio do corpo ("pugna noite") assemelha-se a uma batalha naval que por muitos dias será superada na tumba. A putrefação instalada é como um fogo lento ("fogo") ateado nos sistemas orgânicos e estruturas ("às naves") nesse crepúsculo de uma vida humana ("ao Ocidente") e a tudo arruína. Por algumas horas, o espírito ainda estará próximo do corpo, e aos olhos de um vidente é visto iluminado("a grande nave colorida") e em nova condição de vida("rubrica nova"). E o corpo é visto como um ser vencido em cujo interior os combatentes microscópicos estão em grande ira, e nenhuma classe em luta sairá vitoriosa ("e vitória em bruma"). Comentário:("ao Ocidente"): alegoria de corpo em decadência ou no crepúsculo de uma vida humana. (Rubrica"): metáfora com sentido de regras de celebração de novos ofícios divinos que estão expostos nos missais. Neste caso, novas leis que regem o espírito após desencarnado.

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Arvedus

Resumo da Centúria X

seguem vírus escondidos. O mesmo ocorre com os pensamentos, etc.

X - I - O poder satânico render-se-á ao poder das realidades das virtudes,...

X - XIV - O cérebro é como urna vacilante. Ora valente, ora tíbio, ora infame...

X - II - Dez ciclos evolutivos terão surgido desde os primórdios da Humanidade. Grande turba vai sendo vencida e vai se unindo à Legião do Bem...

X - XV - Reencarnado, o espírito sente-se preso em um poço...

X - III - Mesmo após cinco ondas evolutivas, o rebanho humano continuará preso aos demandos... A perversidade esconde-se no cérebro como um fugitivo... X - IV - Pela metade do tempo previsto para a regeneração, o poder malígno parecerá esvanecer... Setecentos anos depois regressará...

X - XVI - Desencarnado estás feliz na vida. Encarnado estás posto em ânsias. X - XVII - A alma aprisionada no corpo sente-se como uma rainha observando sua vida esmaecida... X - XVIII - Valores morais decrescerão... X - XIX - Razão, posta por Rainha em desfavor do sentimento, etc...

X - V - A respeito das heresias religiosas e profanas. X - VI - A materialidade crescerá na proporção, do crescimento populacional. Porém, a fé será revigorada... X - VII - Grandes conflitos desenvolver-se-ão à medida em que a população cresce e a ciência e tecnologia avançam. Emoções entre duas filosofias religiosas obstarão a paz por longo tempo... X - VIII - As preocupações premirão as frontes e as paixões hostilizarão os cérebros... O amor vencerá totalmente após o terceiro milênio... X - IX - O espírito nasce e evolui pelo corpo humano, a semelhança de um príncipe nascendo de mulher infame, etc... X - X - A mancha do crime e enormes adultérios são grandes inimigos do gênero humano...

X - XX - Quem decide ser ativista em partido político, religioso, filosófico está fadado a rudes golpes... X - XXI - Pai que deseja formar filho nobre deve agir como os Magos da Pérsia... Governante... X - XXII - Almas indígnas demais serão expulsas da Terra após o Juizo Final... X - XXIII - Povo ingrato. Alerta... X - XXIV - O espírito será salvo pela Graça Divina... X - XXV - Processo evolutivo do espírito e da Coletividade Humana. "Porco selvagem". "dama sentada sobre a orquestra". X - XXVI - Augúrio de longo tempo para a Bretanha... X - XXVII - A respeito do quinto ciclo de evolução: militarismo, governantes, intelectuais, cientistas...

X - XI - Morto o corpo, o espírito renasce em outras plagas, com as faculdades menos limitadas, etc...

X - XXVIII - A má substituição da ideologia religiosa por ideologias políticas. Orgulho pelo progresso material com descaso pelo progresso moral...

X - XII - Papa eleito e logo ridicularizado. Morre de súbito. Sua morte cheira a assassinato, etc...

X - XXIX - Alma enlouquecida e/ou amedrontada quando deixa o corpo. Odisséia e Socorros...

X - XIII - Animanis ruminando. Com as ervas comidas

X - XXX - Espírito reencarnado: alegrias e tristezas...

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Assim falou Nostradamus

X - XXXI - Império da bondade; estupidez. Empenho da Providência Divina. X - XXXII - Império da fraternidade... Embate do poder contrário por dois milênios...

X - XLVIII - A grande turba pervertida será derrotada por minoria justa e intrépida... No entretempo grande turbulência no Continente Europeu... X - XLIX - O Mundo voltará a ser um Éden quando conquistar o real caráter de Civilização...

X - XXXIII - Intenção cruel, malícia...

X - XXXV - Sexo... homem, mulher; libidinagem...

X - L - A Humanidade prosperará quando as mentes de todos estiverem esclarecidas... será conseguido após três milênios a Justiça Social... Movimentos sociais como dilúvio... cérebro será rehabilitado e fertilizará a Terra...

X - XXXVI - Governante com ambição de conquistas militares. Tirania e miséria da Nação...

X - LI - As minorias virtuosas unidas e reunidas lutarão pela evolução moral e social...

X - XXXVII - Não entendo esta quadra...

X - LII - A cabeça é o lugar onde o divino e o humano se encontram... o espírito permanece imaculado...

X - XXXIV - Império gerado por guerra... reação dos povos conquistados... ódios inapagáveis.

X - XXXVIII - Amor fraternal e surto de ódio... Justos obrigados a camuflar suas virtudes... X - XXXIX - Casal sem filhos: ilhas em discórdia... Casal, quando chega o primeiro filho... problema para o marido...

X - LIII - Corpo, alma, espírito bater-se-ão durante a vida corporal... O nome do espírito tem muitas versões: fogo, escudo: branca rota. X - LIV - Neste mundo a alma é concubina furtiva... ... Suas ações e reações psíquicas... voltará a seu mundo em condições lastimáveis...

X - XL - Morte do corpo e liberação do espírito... X - XLI - O corpo na tumba. O espírito pode observar a combustão e decomposição do corpo... X - XLII - A vida humana é de origem angélica...

X - LV - Casamentos infelizes celebrados à semelhança dos felizes... sonho do príncipe encantado...

X - XLIII - Futura realização da Bondade. Benevolência e malquerência...

X - LVI - Tornando-se muito liberal, a Igreja terá a lamentar...

X - XLIV - Os bons sempre subjugarão os maus... dádivas e sombras...

X - LVII - Turba sublevada sujeitará doutrinas e sacerdotes a uma decadência dolorosa...

X - XLV - A vida na carne é um tanto ilusória... A grande promessa da glória espiritual e humana será fato legítimo...

X - LVIII - Os mercadores da Terra e o declínio da moral e bons costumes... tempos sombrios...

X - XLVI - Ao espírito, o corpo parece-lhe vilão indígno, mas valioso para sua evolução. Há espíritos falsos que transmitem mensagens sedutoras para os crédulos. X - XLVII - Os falsos hipócritas e rapinadores serão derrotados pelo grande Prelado - "Leão de Judá"...

X - LIX - Cinco raças principais na Terra... progresso... descobertas são inspiradas pelos anjos guardiães... X - LX - Eu choro os povos... infeliz noite... X - LXI - A Terra abalada pelos incivilizados e pelos interesses imediatos... as três classes sociais são coniventes...

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Arvedus X - LXII - Os bárbaros e/ou selvagens farão do Mundo um Salão de Escravos... lei dos Árabes.

X - LXXVII - O belicoso e ambicioso serão banidos... frota espalhada à mercê dos Corsários...

X - LXIII - Os Evangelhos conhecidos e praticados salvam homens e almas, tanto as boas como as ruins...

X - LXXVIII - A Terra enlaçada pelas graças... almas de péssimo comportamento serão surpreendidas e enfeixadas.

X - LXIV - Oh! Povos do Mundo. Em resposta às vossas queixas e lamentos o nosso Grande Condutor virá mudar...

X - LXXIX - Velhos hábitos e costumes serão embelezados. O progresso ultrapassará o fulgor de Memphis. O mundo a fremir de felicidade.

X - LXV - Oh! Vasto Mundo, tua ruina aproxima-se... X - LXVI - Naqueles tempos em que a hegemonia for transplantada de Londres para a América... depois a guerra fria generalizada.

X - LXXX - Porém, passado certo tempo, futuras gerações voltarão a degenerar... porto demolido, nave afundada e o céu sereno. X - LXXXI - A cabeça é um templo onde os celestes guardam um tesouro. Em lugar secreto um registro das vidas sucessivas...

X - LXVII - Não entendo esta quadra. X - LXVIII - Desordens populares e repressão... X - LXIX - Ação reluzente da Justiça... terá que ser enérgica como o sol do meio dia, e os ventos do Norte... X - LXX - Avidez pelos valores materiais... É inadimissível que o primata supere o homem evoluido.

X - LXXXII - Na cabeça, luta constante, gritos, choros... os pensamentos... X - LXXXIII - Pessoas comuns não percebem a batalha mental. Porém, ela é percebida nas entrelinhas dos gestos e atos.

X - LXXI - No prometido dia da vinda do Senhor...

X - LXXXIV - Na mente do espírito, quando este regressa ao seu mundo, também há debates mentais...

X - LXXII - No ano 1999, 7 º mês; do céu virá um grande Rei de assustar...

X - LXXXV - Fase da morte... gestos de extertor e palavras entrecortadas... o porquê disto...

X - LXXIII - O tempo presente e passado será julgado por grande movimento proporcionado por eruditos religiosos e profanos, quando a Humanidade estiver fatigada com os julgamentos mistificados e desleais de seitas primitivistas, etc...

X - LXXXVI - Poder regenerador... líderes humanos e celestes... X - LXXXVII - Grande Instituição Política e Econômica fará um grande império contra os abusos e ganâncias dos Mercadores da Terra...

X - LXXIV - No limiar do Juizo Final... sinais... X - LXXV - Jesus não voltará jamais do modo como é esperado... Ele nunca saiu do âmbito da Terra. Uma doutrina reencarnacionista descendente de grande Hermes crescerá sobre todas as doutrinas esotéricas, inclusive as dos Orientes. X - LXXVI - O poder mental negativo será afastado da Terra... O mesmo ocorrerá com almas e homens...

X - LXXXVIII - No segundo Milênio o poder militar terá de ser utilizado contra a ação gananciosa dos mercantilistas... X - LXXXIX - No terceiro milênio, por 750 anos haverá Concórdia Universal... progresso prodigioso... tempos ditosos... X - XC - A tirania inumana será extinta aos poucos... Integridade e Justiça serão impostas, também.

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Assim falou Nostradamus

X - XCI - Em 1609 será eleito prelado, falso, de alma negra... X - XCII - Povo de Genebra será esforçado... Diante do pai o filho será morto... X - XCIII - Em breve, duas seitas protestantes estarão firmes como duas colunas de Porphire... X - XCIV - Há e haverá cisões e novas seitas protestantes... Seis deles com intenções puras... X - XCV - Nas Espanhas surgirá Rei poderoso... oprimirá, também, protestantes e judeus... X - XCVI - O Cristianismo vencerá na disputa com a descendência de Ismael... X - XCVII - As mentes do Espírito, do corpo e da alma estão cativas das experiências da vida... X - XCVIII - Por algum tempo a glória de viver estará insípida, por força da má conduta dos mercadores da Terra... X - XCIX - Após o Juizo Final os maus instintos humanos estarão totalmente transformados... Não faltarão mais as graças dos Céus... X - C - A Inglaterra será potência hegemônica por 300 anos...

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Arvedus

CENTÚRIA X

A grande turba de seres corrompidos virá a diminuir, paulatinamente. Dez ciclos evolutivos terão surgido desde os primórdios da Humanidade, e lado a lado levá-la-ão avançar no aperfeiçoamento moral e físico. A grande turba que sendo vencida, regenerada, passa a se unir a Legião do Bem.

X-I L'ennemy, l'e ennemy foy promise Ne se tiendra, les captifs retenus: Prins, preme mort, et le reste en chemise, Damné le reste pour estre soustenus. Tradução: Ao inimigo, o inimigo fé prometida Não se terá, os cativos retidos: Preso, perto morte, e o resto em camisa, Danado o resto para ser selecionado. Interpretação: O poder satânico, cuja fé prometida é de destruir a moral humana e perverter as almas não se aguentará diante da ação do Poder Divino constituido de seres celestes e humanos. Todo homem cativo da maldade render-se-á às realidades das virtudes. O poder satânico será enfraquecido, parecendo moribundo, e sua ação estará sob controle do Poder Divino. Homens e almas sofrerão condenação e castigos a fim de serem purificados. 3º verso: O espírito preso ao corpo tem suas capacidades diminuidas como tem o moribundo ("perto morte"). Sente suas capacidades reprimidas à semelhança de uma pessoa atada por uma camisa de força no sanatório.

X - II Voille Gallere voil de nef cachera, La grande classe viendra sortir la moindre, Dix naves proches le tourneront pousser, Grande vaincue unies à foy joindre.

Comentário: Os Teosofistas e os Espíritas Cristãos ensinam que o ciclo completo de evolução planejado pela Providência Divina tem a duração de dez mil anos, para ser realizado desde Adão até o Juízo Final. E é composto por ciclos de mil anos para os quais é pré-determinado a execução de determinadas conquistas morais e materiais. Tudo funciona à semelhança da construção de uma cidade planejada, sujeito a incontáveis circunstâncias, pró e contra. Jesus afirma, na Bíblia, que tal duração foi diminuida para menos de oito mil anos. Já estamos no ano seis mil... É evidente que a Humanidade ainda não estará totalmente purificada após o Juízo Final.E terá mais mil e duzentos anos para completar a sua retificação após o Juizo Final.

X - III Peu apres cinq troupeau ne mettra hors, Un fuytif pour Penelon laschera, Faux murmurer, secours venir par lors, Le chef le siege lors abandonera. Tradução: Em após cinco rebanho não porá fora, Um fugitivo para Penelon o deixará, Falso murmurar, socorro vir por algum tempo, O chefe o cerco então abandonará. Interpretação: Mesmo após cinco ciclos evolutivos o rebanho humano continuará preso aos desmandos. A perversidade esconder-se-á no cérebro da pessoa como um fugitivo. Haverá falso murmurar para receber socorro nas ocasiões piores. A Providência Divina diminuirá a pressão nessas ocasiões, mas socorro permanece.

Tradução: Vela galera vela de nave esconderá, A grande classe virá por fora a menor, Dez naves próximas o tornarão a seguir, Grande vencida unida à fé juntar. Interpretação: Cada ciclo evolutivo ofusca os anteriores assim como a vela da galera esconde a vela da nave.

Comentário: ("Penelon"): metáfora derivada do verbo "pener": penar, punir, contraido por Pene-le-on: com idéia de auto-punição.

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Assim falou Nostradamus

X - IV Sus la minuict conducteur de l'armee Le sauvera subit esvanouy, Sept ans apres la fame blasmee De son retour ne dira oncq ouy. Tradução: Pela meia-noite condutor da armada Escapará súbito desaparece, Sete anos depois a fama não recriminada, Em seu retorno não dirá nunca sim. Interpretação: Pela metade do tempo sombrio previsto para a regeneração da mentalidade humana, o poder malígno parecerá esvanescer de súbito, como que desaparecido para sempre. Porém, setecentos anos depois essa malignidade regressará com a mesma força destrutiva, visto que não poderá ter havido uma cura total. Em seu retorno não será percebida porque ela (tendência malígna) age sorrateiramente. Comentário: Ele está falando que a partir do ano 2001 haverá uma regeneração da moralidade até o ano 3000 mais ou menos. Uma "Idade de Ouro", porém, dos 3000 aos 3700 a malignidade volverá como a de nossos dias, visto que a tendência malígna que envolve o cérebro humano percebe que está em vias de ser suprimida no Juízo Final. Trata-se da alegórica reação do Satã no estertor da morte...

X-V Albi et Castres feront nouvelle ligue, Neuf Arriens feront Lisbon et Portugues, Carcas, Tholose consumeront leur brigue, Quand chef neuf monstre de Lauragues. Tradução: Albi e Castres farão nova liga, Novo heréticos Lisbon e Portugueses, Carcas, Tholose consumarão sua trama, Quando chefe novo monstro de Lauragues. Interpretação: Não tenho condições para interpretar esta quadra. O pouco que me dá a entender, o assunto da quadra é referente à lutas religiosas em Portugal e na França.

Por ("Albi"), talvez ele está se referindo aos Albingenses, os quais eram considerados heréticos pelo Clero Católico. Também, os Arrimenses, que eram considerados heréticos do século XIII. O 3º e o 4º versos dão-me a entender que uma nova mentalidade religiosa seria gerada pelo resultado de grandes polêmicas entre seitas heréticas, e entre elas e a Igreja Católica. Considerando que "Carcas" é metáfora de carcassa (corpo humano), e "Tholose" é metáfora de cúpula cerebral – ele estará dizendo que todo o universo religioso, e todo o universo profano gerarão um monstro cultural nocivo à humanidade. – por força do racioínio enganoso, e por sofismação.

X - VI Sardon Nemans si hault desborderont Qu'on cuidera Deucalion renaistre, Dans le colosse la plupart fuyront, Vesta sepulchre feu estaint apparoistre, Tradução: Sardon Nemans tão alto transbordarão, Que se cuidará Deucalião renascer, No colosso a maior parte fugirá, Vesta sepulcro fogo extinto aparecer. Interpretação: O materialismo crescerá muito e transbordará como os rios sob um dilúvio, na proporção do crescimento populacional que será explosivo. Naqueles tempos ter-se-á a impressão que Deucalião está a renascer. Dessa população colossal a maior parte fugirá dos deveres religiosos e cívicos. Porém, a fé pura, que pareceria uma chama quase extinta em um sepulcro – reaparecerá. Comentário: Deucalião é uma figura da mitologia grega correspondente ao Noé da Bíblia. Após o dilúvio a deusa Têmis mandou que ele e a esposa pegassem pedras e as atirassem para trás. Das pedras atiradas por ele surgiam homens para repovoar o Mundo, e das atiradas pela esposa surgiam mulheres. Sardon é alegoria da Igreja de Sardes, na Asia Menor, nos tempos em que São João Evangelista escreveu o Apocalípse. Na carta que ele escreveu a essa Igreja

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Arvedus condena o comportamento materialista e corrupto dos membros e adeptos dela. Estes dois fatores explicam a alegoria usada por Nostradamus para se analisar os fatos de hoje e futuros. Outrossim, devemos considerar que as profecias bíblicas, embora não especifiquem, fundamentam as previsões de maiores catastrofes ocasionadas em razão do explosivo surto populacional. Se formos analizar esse fator por dados estatísticos logo ficamos surpresos diante dos complexos problemas que ele causa e causará. Conforme aos últimos dados apresentados pela ONU em 1991, a população mundial era de cinco bilhões e quatrocentos milhões de pessoas. Verifica-se que de alguns séculos para cá o crescimento populacional é de 2% ao ano. Então a cada cinquenta anos a população mundial dobra. Se continuar nesse rítmo vamos ter o seguinte quadro:

em todos os países, sem o que o Planeta teria que acomodar trilhões de habitantes, o que é logicamente inviável. Ou, Deus, Onisciente, tomará as providências cabíveis... ("Sardon"): metáfora referente aos integrantes da Igreja de Sardo, os quais são advertidos pela carta do Apóstolo João a respeito do mau comportamento deles (V. Apocalípse, Cap. 3) ("Nemans"): metáfora derivada de latim "NEMEA, AE: cidade de Tristena no Peloponeso, junto à qual estava o bosque onde Hércules matou o leão Nemeu". O qual aterrorizou o povo das vizinhanças. Neste caso, esta metáfora representa a cabeça ou cérebro de pessoas como sendo cidade e bosque – onde os pensamentos circulam e preocupam.

No ano 2000 uma população de seis bilhões. " " 2050 " " " doze bilhões. " " 2100 " " " vinte e quatro bilhões. " " 2150 " " " quarenta e oito bilhões. " " 2200 " " " noventa e seis bilhões. E assim por diante... Por análise, sou de opinião que a Terra comportará bem – até uma população de cem bilhões. Isto, confiando-se na extraordinária ajuda das ciências e da tecnologia, que vão avançando, prodigiosamente, a partir do ano de 1900. Suponho que Jesus tinha conhecimento de tais perspectivas, razão pela qual afirmou que os planos Divinos determinados para "X" tempos de evolução humana até o Juizo Final foram alterados para menos tempo – a fim de que a maioria das almas conquistassem a salvação. Aliás, pelos cálculos de Nostradamus, neste particular, e informações de Espíritos, por psicografia; e de esoteristas, e de espíritas cristãos, – o grande círculo de evolução será completado antes do ano 4000 D.C., ou 8.000 D. Adão. No apocalípse o Apóstolo João deixa meio explícito que o Juizo Final ocorrerá entre os anos 7.000 e 8000 D. Adão. Nostradamus até se arrisca a afirmar que ocorrerá no ano 3797 D. C., de cuja exatidão fico muito cético. Estou convicto de que a partir do ano 2001 surgirão planejamentos familiares concisos e justos

Le grand conflit qu'on appreste à Nancy, L'AEmathien dira tout je soubmets, L'isle Britanne par vin, sel en solvy, Hem. mi. deux Phi. long temps ne tiendra Mets.

X - VII

Tradução: O grande conflito que se apresta em Nancy, O Emacion dirá tudo eu submeto, A ilha Britanne por vinho sal em cuidado, Hem. mi. dois Phi. longo tempo não terá Mets. Interpretação: Grandes conflitos se aprestam no Mundo à medida em que a população cresce e a ciência e a tecnologia proguidem. O Espírito de conquista do Homem, (l'Aemathion), intrepidamente dirá: "TUDO EU SUBMETO". A humanidade estará sujeita às paixões. Os Cristãos mais virtuosos, os quais são o "sal da terra", devem tomar cuidado. A Igreja preocupada. Emoções conflituosas entre duas filosofias obstarão a paz e a liberdade aspirada por longo tempo ainda. "Heim.": Tomei por metáfora de emoções, visto "hem" significar no grego o prefixo de nosso vocábulo – sangue, com suas emoções. "Metz": – Foi capital e poderoso reduto dos gauleses ou gálios, e por ser importante ponto estratégico tem sido muito disputada através dos tempos, e tem sofrido muita intermitência de guerra e paz.

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Assim falou Nostradamus Devido essa intermitência de opressão e liberdade de suas populações seu povo estará sempre em paz. "mi": – Tomei por "mis" - entre; em português. "Phi": – É símbolo de filosofia. No caso duas filosofias conflitantes. "Ilha Britanne": Metáfora de Igreja, ou conjunto de Religiões. "Por vinho, sal": Por virtude espiritual, temperança.

X - VIII Index et poulse parfondera le front, De Senegalia le Comte à son fils propre. La Myrnamee par lusieurs de prin front Trois dans sept iours ne blesses mors. Tradução: Indicador e pulso aprofundará a fronte, De Senegália o Conde a seu filho próprio, A Myrnamee por vários de primeira ousadia, Três em sete dias feridos mortos.

De mulher infame nascerá soberano príncipe, Cognominado filho da terra à ela voltará após a morte. Nunca Rei foi tão pior em sua província. Interpretação: O cérebro humano passa por dias nebulosos, como foram os dias dos franceses em Castillon. De mente infame nascerá e evoluirá o espírito, em cujo processo simbolizo: um soberano príncipe nascendo de mulher infame. O corpo humano vem da terra e vai para debaixo da terra depois de morrer, para que o espírito, postumamente, renasça. Nunca um Rei terá sofrido tanto em seu reino, quanto sofre o Espírito enclausurado na cidadela de seu corpo, ante às vicissitudes da vida e as paixões que o corpo suscita.

X-X

Interpretação: As preocupações premirão as frontes como se comprimidas pelo indicador e polegar, e as paixões hostilizarão as mentes deixando-as febris como que sob os calores do Senegal. O Espírito fustiga o cérebro através da ação da consciência, assim como o Conde repreende seu próprio filho a fim de enobreçêlo. A emoção do Amor sofrerá o predomínio das paixões até o advento do Juizo Final, pelos tres milênios da Era Cristã (ou sete milênios a contar de Adão).

Tasche de meurdre, enormes adulteres, Grand ennemy de tout le genre humain, Que fera pire qu'ayeuls, oncles, ne peres, En fer, feu, eau, sanguin et inhumain. Tradução: Mancha de homicídio, enormes adultérios, Grande inimigo de todo o gênero humano, Que será pior que avós, tios, e pais, Em ferro, fogo, água, sanguinário e desumano.

Comentário: "Myrnamee": é a mesma Venus dos romanos: e Afrodite dos gregos. Deusa do Amor para os gregos; e deusa da raça e do Amor para os romanos. Nesta quadra Nostradamus fala dos processos psicológicos das paixões e emoções do Amor que atuam em conjunto no espírito, alma e corpo.

Interpretação: A mancha do crime e enormes adultérios são os grandes inimigos do gênero humano. Com o aumento das populações no futuro estes males crescerão proporcionalmente, e assim a situação será bem pior do que nos tempos dos antepassados. As energias do ferro, fogo e água continuarão a serem usadas por instintos sanguinários e desumanos.

X - IX

X - XI

De Castillon figuieres iour de brune, De femme infame naistra souverain prince Surnom de Chausses perhume luy posthume, Onc Roy ne fut si pire en sa province.

Dessous Ionchere du dangereux passage, Fera passer le posthume sa bande, Les monts Pyrens passer hors son bagage, De Parpignam courira Duc à Tende.

Tradução: De Castillon figueiras dia de bruma.

Tradução: Debaixo Junqueiro da perigosa passagem,

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Arvedus Fará passar o póstumo seu bando, Os montes Pyrens passar então sua bagagem, De Perpignam correrá Duque a Tende.

Sous la pasture d'animaux ruminant Par eaux conduicts au ventre helbipolique, Soldats cachez, les armes bruit menant, Nom loing temptez de cité Antipolique.

Interpretação: Sob essa intrincada passagem pela vida humana, ao morrer o corpo, o espírito renascerá em outras plagas para conviver com seus afins. Lá, onde a sua inteligência e a sua ação são menos limitadas do que no corpo utilizará melhor as suas experiências. Sentir-se-á como um general que estava preso na fortaleza de Perpignam e agora passeia entre os altos picos da vida espiritual como se estivesse vivendo pelo luxuriante vale de Tende, com a posse das virtudes ("Pyrens") adquiridas na vida corporal. Nota: ("bagagem"): metáfora de: soma das experiências recebidas na vida humana. ("Pyrens"): do latin: "PYREN, - ENIS: espécie de pedras preciosas".

X - XII Esleu en Pape, d'esleusera mocqué; Subit soudain esmeu prompt et timide, Par trop bon doux à mourir provoqué, Crainte estaincte la nuict de sa mort guide. Tradução: Eleito Papa, de eleito será ridicularizado, Súbito inesperadamente mudo resoluto e tímido, Por demais bom afável a morrer provocado, Temor opressivo a noite de sua morte guia. Interpretação: Um Papa será eleito e logo será ridicularizado por outros dignitários da Igreja. Súbita e inexperadamente ele se inflama, e embora pareça tímido e mudo torna-se resoluto e empreendedor. Deveras bom e afável, porém terá sua morte provocada. Sua morte, cercada de mistério, guia um temor opressivo que alguém acalentava. Comentário: Transparece, com clareza meridiana tratar-se da morte ocorrida com o Papa João Paulo I. A não ser que tenha havido outro fato semelhante com algum Papa anterior.

X - XIII

Tradução: Sob a pastagem de animais ruminando, Por eles conduzida ao ventre herbipólico, Soldados escondidos, as armas ruido levando Não longe tentados por cidade Antipólica. Interpretação: Nota: Nesta quadra ele evidencia um fato comum aos animais ruminantes. Não obstante inspira também um fato psíquico, se for considerado por alegoria. É fato comum que o gado, principalmente o cavalo (nota: este não é ruminante) facultam bastante a proliferação dos virus, principalmente do tétano. Por alegoria, inspira-nos a considerar a ruminação dos maus pensamentos. Então, pode-se ter duas interpretações válidas, como as seguintes: 1ª - Quando os animais estão ruminando, a pastagem conduzida por eles ao ventre, o qual pode-se considerar uma cidade repleta de ervas, muitos vírus, também, são levados – quais soldados escondiodos nelas. Esses vírus estão sempre tentados a destruir essa cidade (são anti-cidadãos, no caso antimicroorganismos). Contudo, seus dispositivos de destruição produzem ruídos característicos, os quais naturalmente alarmarão os defensores do organismo. 2ª - Junto aos pensamentos que as pessoas ruminam no cérebro, sempre há pensamentos nocivos escondidos, como soldados com a intenção de destruir o caracter bom da pessoa. Tais pensamentos produzem ruídos característicos que alertam os dispositivos da consciência.

X - XIV Urnel Vaucile sans conseil de soy mesmes Hardit timide, par crainte prins, vaincu, Accompagné de plusieurs putains blesmes, A Barcelone aux chartreux convaincu. Tradução: Urnal Vaucile sem planos próprios, Arrojado tímido, por receio preso, vencido,

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Assim falou Nostradamus Acompanhado de várias prostitutas pálidas, A balançar nas camas como criança aos conventos convencido. Interpretação: O cérebro é como uma urna vacilante, sem planos próprios. Ora corajoso, ora tímido; por receio de ser vencido e dominado. É acompanhado de muitas idéias pálidas como as prostitutas de Barcelona. Além disto é sempre presunçoso, como criança a balançar nas camas dos conventilhos.

X - XV Pere duc vieux d'ans et de soif chargé Au iour extreme fils desniant l'esquiere Dedans le puis vif morf viendra plongé, Senat au fil la mort longue et legere.

da carne, a morte, furor e rapina. Quando está encarnado será posto em ânsias, por não encontrar aquí o tratamento gentil a que estava acostumado. Sentir-se-à como um Rei expoliado, e com profunda mágua íntima.

X - XVII La Royne Ergaste voyant sa fille blesme, Par un regret dans l'estomach enclos, Crys lamentables seront lors d'Angolesme, Et au germain mariage forclos. Tradução: A Rainha prisioneira vendo sua filha pálida, Por um desgosto no coração fechado, Gritos lamentáveis serão então de Angolesme, E ao germano casamento inaceitável.

Tradução: Pai condutor velho de anos e de sede carregado, Ao dia extremo filho negando a jarra Dentro do poço vivo morto virá mergulhado, Envelhecido ao filho morte longa e ligeira. Interpretação: O espírito é o condutor e é pai do corpo, e é um ser antigo, sequioso por evoluir. Durante a vida corporal as emoções e más tendências do filho (corpo) nega-lhe satisfazer as suas aspirações de virtude. Sente-se como que mergulhado em um poço; vivo, mas completamente cerceado na ação e inteligência. Quando o corpo está envelhecido, a pessoa sente como que a vida torna-se em morte longa, não obstante sentir que o dia dela aproxima-se ligeiro.

X - XVI Heureux au regne de France, heureux de vie Ignorant sang mort, fureur et rapine, Par non flateurs sera mis en envie, Roy desrobé, trop de foye en cuisine. Tradução: Feliz no reino de França, feliz da vida, Ignorando sangue, morte, furor e rapina, Por não aduladores será posto em desejo ardente, Rei roubado, demasiado fel na cosinha. Interpretação: Quando o espírito está feliz no reino dos Céus, está feliz da vida; ignorando os sofrimentos

Interpretação: A alma aprisionada no corpo sente-se uma Rainha observando a sua vida esmaecida por um profundo desgosto encerrado em seu íntimo. Em tais casos as pessoas mostrar-se-ão lamentosas e inconformadas, visto que a mente e o cérebro não se conjugam para suplantar as vicissitudes da vida humana. Para o espírito ("germano" = gêmeo) é um casamento inaceitável. Comentário: Para ficar esta quadra mais explícita devo repetir que a alma é a forma ou corpo sutil do espírito. Ela é tão perene quanto ele, entretanto, ela irá sofrendo modificações físicas e psíquicas na conformidade com o meio ambiente em que é posta a viver. Assim, ela, juntamente com o espírito, embora sempre unidos, possuem mentalidade individual, da mesma forma que o corpo possue a mentalidade no cérebro. Por consequência, podemos dizer que o espírito, a alma, e o corpo formam a santa trindade, a qual é a miniatura da Santíssima Trindade Celeste apresentada pelas Religiões (Pai, Filho e Espírito Santo). As Religiões Orientais chamam-na (Mãe, Filho e Espírito Santo).

X - XVIII Le ranc Lorrain fera place a Vendosme,

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Arvedus Interpretação: Todo aquele que se decide a ser ativista em um partido político, ou filosófico, ou religioso está destinado a rudes golpes. Até a ser morto e saqueado. Muitos benefícios do pensamento e das artes serão negligenciados, continuamente destruidos, e substituidos pela cultura inútil. Nem o povo Romano terá sido tão ultrajado.

Le haut mis bas et le bas mis en haut, Le fils de Hamon sera esleu dans Rome, Et les deux grands seront mis en defaut. Tradução: A classe Lorrain fará praça à Vendosme, O alto posto baixo, e o baixo posto alto, O filho de Hamon será eleito em Roma, E os dois grandes serão postos em culpas.

X - XXI

Interpretação: Os valores morais decrescerão na proporção dos valores entre Lorena e Vendome. As virtudes serão postas abaixo e as perversões serão postas acima. A crueldade de Hamon será eleita na Terra, e as duas facções maniqueistas - do bem e do mal terão motivos de culpa.

X - XIX Le iour apres le salut, le priere: Iour que sera par Royne Saluee, Le compte fait raison et valbuee, Par avant humble oncques ne fut si fiere.

X - XXII

Interpretação: Na ocasião em que a razão for posta como Rainha – em desfavor do sentimento, será necessário muita prece. O valor concedido ao Racionalismo tão propalado, antes humilde, nunca foi tão orgulhoso, tão exagerado.

Tous les amys qu'auront tenu party, Pour rude en lettres mis mort et saccagé, Biens oubliz par fixe grand neanty. Onc Romain peuple ne fut tant outragé. Tradução: Todos os amigos que terão tido partido, Por rude em cartas posto morte e confuso, Bens esquecidos por permanente grande nada, nunca Romano povo fôra tanto ultrajado.

Tradução: Por má vontade do Rei sustendo inferior, Será lesado apresentando-lhe os anéis, O pai ao filho querendo nobreza despontar, Faz como na Pérsia outrora fizeram os Magos. Interpretação: O Rei ou Governante que descuida do bem estar do povo e vive ostentando seu enriquecimento ilícito provoca o despeito e será condenado. O pai que deseja desenvolver a nobreza do seu filho deve fazer como os Magos da Pérsia, isto é, ensinar e exemplificar em disciplina, moderação e respeito.

Tradução: Dia que será por Raínha saudada, O dia, após a a saudação, a prece: A conta feita razão e resmungada, Por antes humilde nunca foi tão orgulhosa.

X - XX

Par le despit du Roy soustenant moindre, Sera meurdry lui presentant les bagues Le pere au fils voulant noblesse poindre: Fait comme à Perse iadis feirent les Magues.

Pour ne vouloir consentir au divorce, Qui puis apres sera cognu indigne, Le Roy des Isles sera chassé par force. Mis à son lieu qui de roy n'aura signe. Tradução: Por não querer consentir no divórcio, Que logo em seguida será conhecido indigno, O rei das Ilhas será caçado por força, Posto em seu lugar quem de rei não terá signo. Interpretação: Quem não se divorciar dos maus costumes, e no Juízo Final for considerado indigno de permanecer na Terra, será expulso a força. Em seu lugar será posto o humilde. Comentário: Dizem as Profecias que muitas almas serão banidas da Terra para outro Planeta onde os seres humanos de lá estão na fase selvagem dos nossos

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Assim falou Nostradamus homens das cavernas. E que os homens e almas que irão permanecer na Terra estarão civilizados e humildes...

X - XXIII

Au peuple ingrat faictes les remontrances, Par lors, l'armes se saisira d'Antibe, Dans l'arc Monech feront les doleances Et à Freius l'un l'autre prenda ribe.

Interpretação: O espírito é um príncipe cativo durante as suas vidas terrenas, e nelas constantemente vencido pelos defeitos e fraquesas da carne e do ambiente. Desde seu nascimento (Gennes) até alcançar a Perfeição (Marselha), por grande esforço de in tenções estranhas ele se sentirá sobrevencido muitas vezes. Entretanto, será salvo da condenação por virtude da Graça Divina (licor de abelha).

Tradução: Ao povo ingrato feitas as advertências, Por ocasião a armada se apoderará de Antibe, No arco Monech farão as queixas, E a Freios a um o outro porá limite. Interpretação: Ao povo ingrato às repreensões que têm sido feitas através dos Profetas e de um caudal literário: Se ele não se corrigir, então o poder militar dominará a Terra. Nessa fase repressiva em que os conflitos serão cada vez mais ampliados, as lamentações crescerão, e as duas facções – a da ordem e a da desordem afligir-se-ão duramente, pondo as mútuas intenções a freios. Comentário: "Monech": Hoje Mônaco. Na antiguidade – Monaecus. Os romanos, também, nomeavam a Hércules por Monaecus. Mônaco, na antiguidade era uma cidade fortificada dos Fenícios. Mais tarde, dos gregos, os quais erigiram um templo a Heracles (Hércules). Conclusão: "arco Monech leva ao sentido de cidade fortificada, e também cidade comercial. Então, Nostradamus está colocando "arco Monaco" por alegoria de: época em que o mercantilismo e o militarismo, em conjunto, compõem um poder avassalador no seio da Humanidade, e suas atividades opressivas causarão grandes tragédias e enormes queixas. Nestes têrmos esta quadra espelha muito bem a situação atual, desde o início do século XX

X - XXIV Le captif prince aux Itales vaincu Passera Gennes par mer iusqu'à Marseille, Par grand effort des forens survaincu, Sauf coup de feu barril liqueur d'abeille.

Tradução: O cativo príncipe nas Itálias vencido Passará Gennes por mar até Marselha, Por grande esforço dos extrangeiros sobrevencido, Salvo explosão barril licor de abelha

X - XXV Par Nebro ouvrir de Brisanne passage, Bien esloignez et rago fara muestra, Dans Pelligouxe sera commis l'outrage De la grand dame assise sur l'orchestra. Tradução: Por Nebro abrir de Brisanne passagem, Bem alongado o porco selvagem fará mostra, Em Pelligouxe será cometido o ultraje, De grande dama sentada sobre a orquestra. Interpretação: Revestido pelo corpo humano, o espírito irá abrindo passagem para uma vida feliz ("Brisanne") Mas, por longo tempo a índole má do corpo estará à mostra, à semelhança do porco selvagem (rago). A Humanidade irá caminhando em visível bacanal, assemelhando-se a uma grande dama sentada sobre a orquestra. Ela estará muito depravada cometendo ultraje contra os ditames Divinos e sociais. Colmentário: "Pelligouxe": do latim Pellis (pele) + gauche (depravada). "Nebro": do latim Nebris, idis (pele de gamo ou corça, com a qual as sacerdotisas de Baco se cobriam. Neste caso é metáfora de corpo humano. "Brisanne": – brisas agradáveis.

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Arvedus

X - XXVI

O militarismo, os governantes, e os intelectuais e cientistas nunca estiveram tão enfurecidos quanto naqueles tempos.

Le sucesseur vengera son beau frere, Occuper regne souz umbre de vengeance, Occis ostacle son sang mort vitupere, Long temps Bretaigne tiendra avec la France. Tradução: O sucessor vingará seu cunhado, Ocupar reino sob sombra de vingança, Morto obstáculo seu sangue morte vitupério, Longo tempo Bretanha terá com a França. Interpretação: O Exército francês terá ocupado a Bretanha sem reação militar. Por consequência a ocupação foi pacífica, sem deixar intenções de vingança por insulto. A Bretanha permanecerá fazendo parte da França por longo tempo, Comentário: A Bretanha tornou-se parte da França, permanentemente, por tratado assinado em 1532, no reinado de Francisco I, o qual sucedeu a Luiz XII, do qual era genro. Luiz XII era magnânimo e era aclamado pelo seu povo como o "Pai do povo". Isto foi no tempo de Nostradamus. Por esta quadra ele pressagia a longa duração dessa integração que permanece tranquila há 462 anos.

X - XXVII Par la cinquiesme et un grand Hercules Viendront le temple ouvrir de main bellique, Un Clement, Iule et Ascans recules, Lespee, clef, aigle, n'eurent onc si grand picque. Tradução: Pelo quinto e grande Hércules, Virão o templo abrir por mão bélica, Um Clemente, Júlio e Ascânios recuam A espada, chave, águia, nunca tiveram tão grande força. Interpretação: Pelo quinto ciclo de transformações já profetizadas e grande tempo de Odisséias hercúleas virão abrir a consciência humana por revoluções sociais e guerras. A clemência, a justiça e os grandes feitos estarão em recuo.

Comentário: Esta quadra faz referência ao capítulo 9 do Apocalipse – "A quinta trombeta" e "a sexta trombeta". Este capítulo profetiza os acontecimentos que transformaram toda a estrutura psíquica e física da Humanidade, a partir do ano de 1900, principalmente com os efeitos da 1ª e 2ª guerras mundiais e a posterior querra fria entre o Bloco Comunista e o Bloco Capitalista. E, este capítulo especifica o surgimento e expansão maciça do petróleo, e por consequência das máquinas, equipamentos, veículos e toda a gama de aparelhos em desenvolvimento pelas ciências e tecnologia, conforme esclareci melhor pelo meu livro "Apocalípse Total", em 1981 – páginas 134 a 136.

X - XXVIII Second et tiers qui font prime musique Sera par roy en honneur sublimee, Par grasse et maigre presque demy eticque Raport de Venus faulx rendra deprimee. Tradução: Segundo e terceiro que fazem primorosa música, Será por Rei em honra sublimada, Por gordo e magro quase meio febril, Relato de Venus falso tornará deprimida. Interpretação: Pondo de lado a ideologia religiosa, os homens montarão uma segunda e uma terceira com o primor de uma composição musical, de tal forma que os homens as cultuarão com honra sublimada, supondo que sejam a esperada salvação da Humanidade. Essa Humanidade estará orgulhosa pelo desenvolvimento do progresso material, e magra pelo retrocesso moral, e febril no seu comportamento ideológico. Contudo, ao concluir que essas ideologias pregam e executam o falso amor, ficará deprimida.

X - XXIX De POL MANSOL dans caverne caprine Caché et prins extrat hors par la barbe, Captif mené comme beste mastine Par Begourdans amenee pres de Tarbe.

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Assim falou Nostradamus Tradução: De POL MANSOL em caverna caprina, Escondido e preso extraído fora pela barba, Cativo levado como besta mastina, Por Begourdans conduzida perto de Tarbe.

O espírito, nesta fase, acalenta a esperança (verde) de passar por uma vida ditosa, porém os acontecimentos que enfrentará na vida converterão suas esperanças em sofrimentos e angústias (vermelho e negro). Não obstante, terá também momentos de alegrias.

Interpretação: A alma enlouquecida e amedrontada sai da sepultura e se esconde em cavernas, como fazem as cabras montezas quando fogem das tempestades. Com o tempo, almas caridosas, cujo serviço é o de socorrer almas penadas, pegam-na à força, amarramna e a levam cativa como se faz com o cão feroz, a lugares próximos à face da Terra ("Tarbe"). Comentário: "Begourdans" (Begourdanos) – são comunidades de leigos, e de alguns frades com votos de pobreza e caridade, como os Franciscanos. Essa ordem religiosa atuava na França do século XI ao XIV. Em 1311 o Papa Clemente V declarou-os hereges e suprimiu a Ordem deles. Esta alegoria da quadra figura com precisão o trabalho das almas missionárias que socorrem e amparam todas as almas quando desencarnam. "POL MANSOL" – Tomei por metáfora de sepultura. Contração de Mansarde + Sheol. "Sheol" – Hades, inferno. "Mansarda" – Morada réles, desprezível. "Pol" – Polo; – universo; algum espaço.

Comentário: Com referência ao sobrinho, Nostradamus aponta um fato pitoresco ocasionado pelo processo de reencarnação. Para explicar, vamos convir que eu – na encarnação anterior era filho de Ari e Ana. Chamavame José. Nesta encarnação, sou o mesmo espírito e me chamo Armando: sendo filho de Rogério e Lúcia – um outro casal. Ambos os casais são filhos de Deus. Portanto, irmãos. Então, nesta vida passei a ser sobrinho de Ari e Ana. Mormente se eles se encontrarem encarnados, ainda. Outrossim, nestas conjunturas eu posso vir a ser neto de mim mesmo. Isto se dá na hipótese de eu morrer e reencarnar brevemente em um filho de meu filho. Torna-se pitoresco, sem nada de absurdo, pois que é fato provado cientificamente por psiquiátras nas regressões hipnóticas que levam a alma a enxergar muitos episódios em vidas humanas anteriores.

X - XXX

X - XXXI

Nepveu et sang du saint nouveau venu, Par le surnom soustient arcs et couvert Seront chassez et mis à mort chassez nu, En rouge et noir convertiront leur vert.

Le sanct empire viendra en Germanie, Ismaelites trouveront lieux ouverts, Anes voudront aussi la Carmanie, Les Soustenans de terre tous couverts.

Tradução: Sobrinho e sangue do santo novo vindo, Pelo sobrenome sustem arcos e coberta, Serão caçados e postos à morte caçados nus, Em vermelho e negro converterão seu verde.

Tradução: O santo império virá em Germania, Ismaelitas encontrarão lugares abertos, Asnos quererão também a Carmania, Os sustentadores da terra todos cobertos.

Interpretação: Quando o espírito reencarna continua santo em essência. É filho dos pais de agora, e ao mesmo tempo sobrinho deles. Como sobrinho ele mantém em sua mente (abrigo) as experiências das vidas passadas (arcos). Porém, os acontecimentos das vidas passadas são postos no esquecimento (postos a morte). O cérebro não registra tais lembranças (está nu, - inocente).

Interpretação: O império da bondade virá sobre a Terra com a disciplina e o carater austero, semelhante ao caracter tradicional dos Germanos. Entrementes, o poder maldoso encontrará lugares abertos nos cérebros das pessoas e das almas. A estupidez, própria dos asnos, quererá também permanecer nas mentes.

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Arvedus Os defensores da Terra estarão todos cobertos pelo amparo da Hierarquia Divina. Comentário: "ismaelitas": do mesmo modo que ele costuma considerar os espanhóis, lígures, líbios – por gente bárbara, costuma fazer o mesmo com os ismaelistas, persas e outros do Oriente Médio. Por outro lado ele usa a França, Alemanha, Inglaterra – por figuras lisonjeiras, e suas gentes por figuras até celestes. "Carmania": Antiga província na Pérsia - Hoje Irã.

X - XXXII

Esta intenção íntima pretende conquistar os Bens (Florença"), a mente o espírito, enfim corpo e alma dos outros. Descobre-se a má intenção das pessoas por suas palavras e gestos imaturos, e zombeteiros.

X - XXXIV Gaulois qu'empire par guerre occupera, Par son beau frere mineur sera trahy, Par cheval rude voltigeant trainera, Du fait le frere long temps sera hay. Tradução: Gaulés que império por guerra ocupará, Por seu cunhado menor será traido, Por cavalo rude voltejante arrastado, Do feito o irmão longo tempo será odiado.

Le grand empire chacun an devoit estre, Un sur les autres le viendra obtenir: Mais peu de temps sera son regne et estre, Deux ans aux naves se pourra soustenir. Tradução: O grande império cada ano deve ser, Um sôbre os outros o virá a obter: Mas em pouco tempo será seu reino e sêr, Dois anos em as naves se poderá suster. Interpretação: O grande império da fraternidade deverá prosperar a cada ano. Cada pessoa o obterá proporcionalmente. Mas pouco tempo prevalecerá seu reinado e sêr. Poderá suster-se ao embate do poder contrário por mais dois mil anos.

X - XXXIII La faction cruelle à roble longue, Viendra cachez souz les pointus pognards: Saisir Florence le duc et lieu diphtongue, Sa descouverte par immeurs et flangnards. Tradução: A facção cruel em roupa longa, Virá esconder sob os pontudos punhais: Tomar Florença o condutor e lugar duplo som, Sua descoberta por imaturos e aduladores. Interpretação: A intenção cruel que se aninha no cérebro humano esconde sua malícia, como se coberta por veste longa trazendo escondidos agudos punhais debaixo dela.

Interpretação: O povo que criar um império pelo poder da guerra será traído pelos povos conquistados. A guerra, evidentemente, é um poder cruel e estúpido que arrastará as Nações ao ódio. Esse ódio é como um cavalo indomado, volteante, que arrastará todos à vingança. Por consequência, o povo conquistador será odiado por longo tempo.

X - XXXV Puinay royal flagrand l'ardant libide, Pour se iouyr de cousine germaine: Habit de femme au temple d'Artemide: Allant Meurdy par incognu du Maine. Tradução: Nascido por último real inflamado em ardente líbido, Para se deleitar de prima irmã gêmea, Roupa de mulher no templo de Artemide: Indo a ser morto por desconhecido do Maine. Interpretação: O homem nasceu destinado a usar o prazer do sexo para a procriação. Este é o destino real deste apetite. Porém, acaba viciando na libidinagem ardente para obter o maior gozo com a mulher. Desnuda, a mulher profana o templo do amor. Assim, ambos acabam provocando a falência da moralidade coletiva, desencadeando um materialismo paralelo às outras fraquezas que levam a Humanidade a enormes desgraças.

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Assim falou Nostradamus Comentário: Por esta quadra ele considera que a força sexual impele o homem à ação construtiva. Porém o abuso desta força prostitue a finalidade ideal, e leva os homens às corrupções materialistas. "Desconhecido do Maine": mal psíquico gerador de desejos e ambições materialistas. O 3º verso representa o pecado do adultério e da prostituição. E representa, também, o luxo exagerado nos templos.

X - XXXVI Apres le Roy du soucq guerras parlant, L'isles Harmotique le tiendra à mespris: Quelques ans bons rougeant un et pillant, Par tyrannis à l'Isles changeant pris. Tradução: Após o Rei da estirpe guerras falando, As ilhas comandadas o terá em desprezo: Alguns anos bons subjugando um e empilhando, Por tirania a ilha mudando preço. Interpretação: Quando o Governante de um País põese a falar em guerras os cidadãos pacíficos o terão em desprezo. Passará alguns anos de abastança roendo o erário público e pilhando o povo para arregimentar e equipar seu poderio militar. Por tal tirania a Nação vai empobrecendo. Comentário: Não é o que vem ocorrendo cada vez mais em nosso Mundo de hoje?

X - XXXVII L'assemblee grande pres du lac de Borget, Se ralieront pres de Montmellian: Marchans plus outre pensifs feront proget, Chambry moriane combat sanct Iulian. Tradução: A assembléia grande perto do Lago de Borget, Se reunirão perto de Montmellian: Marchando mais adiante pensativos farão projeto, Chambry Moriane combate São Julião. Interpretação: Não entendo esta quadra.

X - XXXVIII Amour alegre non loing pose le siege, Au sainct barbare seront les garnisons: Ursins Hadrie pour Gaulois feront plaige, Pour peur rendus de l'armee aux Grison. Tradução: Amor alegre não longe coloca o cerco, Ao santo bárbaro serão as guarnições: Ursinos Hadrie para Gaulês guarida, por medo rendidos da armada aos Grissões. Interpretação: O amor fraternal em breve conseguirá conter o surto de ódio. O comportamento bárbaro prevalecerá contra o que é justo e bom. Os justos não poderão expor suas virtudes e terão que camuflar suas atitudes, como os caçadores o fazem com peles de ursos na floresta. Ficando em minoria inerme, os bons estarão submissos à vontade da maioria rude e cruel. Estarão tão desolados e esparsos dentro das coletividades quanto os habitantes dos Grisões, na Suissa

X - XXXIX Premier fils veuve malhereux mariage, Sans nuls enfans deux Isles en discord, Avant dix huict incompletant aage, De l'autre pres plus bas fera l'accord. Tradução: Primeiro filho viúva infeliz casamento, Sem nenhum filho duas Ilhas em discórdia, Antes dezoito incompetente idade, Do outro perto mais baixo será o acôrdo. Interpretação: Quando um casal tem o primeiro filho o marido fica infeliz no casamento, – porque a mulher passa a se dedicar inteiramente ao filho, como se fosse viúva. Sem nenhum filho o casal parece duas ilhas em discórdia. Os jovens não tem idade competente para casar antes dos dezoito anos. O casal que passa todos os dias juntos em casa brigarão muito e haverá baixa concórdia

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Arvedus

X - XL

corpo humano. ("1º verso"): Alegoria figurando o momento da agonia. ("Ville Franche"): Vila Franca. Metáfora de Céu, onde o espírito goza de maior liberdade psíquica e física.

Le ieune nay au regne Britannique, Qu'aura le pere mourant recommandé, Iceluy mort L'ONGLE donra topique Et à son fils le regne demandé.

X - XLII

Tradução: O jovem nascido no reino Britânico, Que terá o pai morrendo recomendado, Este morto entorpecimento e mortandade dará tópico, E a seu filho o reino demandado. Interpretação: Quando o ser humano está moribundo, visto que o espírito deve partir, o falecimento se ultima e o entorpecimento ocorrerá em todo o corpo, e a mortandade e a rapinagem intestina é iniciada. Então o espírito demanda para o reino espiritual. Nota: "L'ONGLE": mortandade tumultuosa e rapinagem. Nesta quadra ele considera o espírito - o filho; e o corpo, - o pai. Ao contrário do usual em outras quadras.

Le regne humain d'Anglique geniture, Fera son regne paix union tenir: Captive guerre demy de sa closture, Long temps la paix leur fera maintenir. Tradução: O reino humano de Ânglica genitura, Fará seu reino paz união conter: Cativo guerra meio de sua clausura, Longo tempo a paz lhe fará manter. Interpretação: A vida humana é de origem angélica, Por consequência, instintivamente, o homem fará conter a paz e união. O espírito, cativo no meio humano, em sua clausura fará a paz ser mantida por longo tempo. Comentário: A vida humana está sujeita a muitas circunstâncias hostis, tanto natural quanto mental. Como o espírito possui origem angélica, suas virtudes conseguem frear os ímpetos do corpo durante o tempo da existência corporal. E no 3º e 4º versos ele se refere à Saúde ("Paz")

X - XLI En la frontiere de Caussade et Charlus, Non guieres loing du fond de la valle, De ville Franche musique à son de luths, Environnez combouls et grand mitee. Tradução: Na fronteira da Rocha Calcária e Homem Livre, Não muito longe do fundo do vale, De ville Franche música a som de alaúdes, Rodeados de combustos e grande exalação de fedor. Interpretação: Na transição entre o desenlace e a ida do defunto para a sepultura, o Espírito fica livre, e já ouve a música das esferas. ("de ville Franche música"). E, se o espírito se põe a observar a situação do corpo no fundo da tumba, - verifica uma combustão e decomposição a se processar, e grande exalação de fedor. Comentário: "Charlus": significa: homem livre. Por semântica: Charles em francês, Carlos em Português. "Caussade": rocha calcária. A região de Causses é de natureza altamente calcária. Portanto, alegoria de

X - XLIII Le trop bon temps trop de bonté royalle, Fais et deffais prompt subit negligence: Legiers croira faux l'espouse loyalle, Luy mis à mort par sa benevolence Tradução: O demasiado bom tempo de bondade real, Feita e desfeita pronta súbita negligência, Ligeiro crerá de esposa leal, A ela posta à morte por sua benevolência. Interpretações: Em futuro a Humanidade realizará essa aspiração de possuir uma bondade real e duradoura. Porém, visto que o cérebro humano sempre está sujeito às virtudes e desfeitos, haverá súbita negligência. Então os homens começarão logo a raciocinar

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Assim falou Nostradamus e a concluir que para a bondade reinar estarão sujeitos às asperezas da disciplina, da austeridade, e assim sendo suporão que a bondade, esta esposa leal, para eles é falsa companheira. Por isso, a benevolência será posta à míngua, e a malquerência voltará a vicejar.

X - XLIV Par lors qu'un Roy será contra les siens, Natif de Bloye subiuguera Ligures, Mammel, Cordube et les Dalmatiens, Des sept puis l'ombre à Roy estrennes et lemures. Tradução: Por quando que um Rei será contra os seus, Nativo de Bloye subjugará Lígures, Mammel, Cordube e os Dalmacianos, Dos sete depois a sombra a Rei presentes e espíritos dos mortos. Interpretação: Pelo tempo em que o poder malígno estiver contra os bons, os virtuosos ainda subjugarão os cruéis e seus seguidores. Depois do sétimo milênio (de Adão) em ocasião imprevista, os bons receberão as dádivas prometidas, e os maus receberão as sombras dos espectros. Comentário: Embora sabendo que os nomes no seu 3º verso possuam sentido influentes na quadra deixeios de lado, visto que o exposto na interpretação é suficiente.

X - XLV L'ombre du regne de Navarre non vray Fera la vie de fort illegitime; La veu promis incertin de Cambray. Roy Orleans donra mur legitime. Tradução: A sombra do reino de Navarra não verdadeira. Fará a vida fortemente ilegítima: O voto solene prometido incerto de Cambray, Rei Orleans dará muro legítimo. Interpretação: A vida na carne é um tanto ilusória, e é como a sombra de um pequeno reino em relação a um grande reino. Sua atividade é fortemente ilegítima.

A promessa solene, aparentemente um voto incerto registrado por profetas, de que a Humanidade será gloriosa após o Juízo Final, será fato legítimo por atuação do Rei dos Reis. Comentário: "Rei Orleans" metáfora considerando Rei dos Reis, pelo fato de Orleans ser Província mais poderosa naquela época. "Sombra do reino de Navarra": alegoria referente à filosofia de Platão, o qual afirmava que a vida humana é uma sombra da vida espiritual. Entendo que os fatos históricos relacionados na quadra apenas servem de alegoria.

X - XLVI Vie sort mort de l'or vilaine indigne, Será de Saxe non nouveau electeur: De Brunsvic mandra d'amour signe, Faux le rendant au peuple seducteur. Tradução: Vida sai morte do ouro vilão indigno, Será de Saxe não novo eleitor: De Brunsvic mandará signo de amor, Falso entregando-o ao povo sedutor. Interpretação: Quando a vida se esvai devido à morte, ao espírito o corpo lhe parece a um vilão indigno, embora valioso instrumento para sua evolução. Daí em diante o espírito deixa de ser contado entre os humanos. Porém, em a nova vida terá saudade da Terra e emitirá sinais de amor. Há espíritos falsos que se fazem passar pelos espíritos dos mortos ilustres, principalmente de parentes, e transmitem sinais de amor, mas seduzindo os crédulos. Nota: Tomei Saxe e Brunsvic por metáfora de Terra e Céu. O fato mencionado no 4º verso, é muito comum nas sessões mediúnicas promovidas por charlatões, curandeiros e buena-dichas. E até mesmo em sessões espíritas que trabalham com seriedade religiosa. Nestas últimas tais almas são desmacaradas facilmente.

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X - XLVII

Arvedus

X - XLIX

De Bourze ville a la Dame Guyrlande, L'on mettra sus par la trahison faicte Le grand Prelat de Leon par Formande. Faux pellerins et ravisseurs deffaicte.

Iardin du monde aupres de cité neusve, Dans le chemin des montagnes cavees: Sera saisi et plongé dans la cuve, Beuvant par force eaux soulphre envenimees.

Tradução: De Bourze ville a Dama Guyrlande, Se lhe porá abaixo pela traição feita, O grande Prelado de Leon por Formande, Falsos peregrinos e rapinadores derrotada. Interpretação: Em cada cérebro, e por consequência toda a coletividade humana está coroada pela Vaidade, - como uma Dama ostentando um diadema de flores. Por traição feita aos bons princípios de conduta, essa mentalidade será esvasiada e posta abaixo pela doutrina do Grande Prelado de Leon. Os falsos, os hipócritas e rapinadores serão derrotados pelo poder desta doutrina. Comentário: Entendo que ele usou Prelado de Leon - por metáfora a "Leão de Judá". Neste caso Jesus. "Formande": metáfora de doutrina. Forma de mando. Ditame.

X - XLVIII Du plus profond d'Espaigne enseigne, Sortant du bout et des fins de l'Europe, Troubles passant aupres du pont de Laigne, Será deffaicte par bande sa grand troupe.

Tradução: Jardim do mundo perto de cidade nova, No caminho das montanhas cavadas. Será agarrado e jogado no tonel, Bebendo por força águas enxofre envenenadas. Interpretação: O Mundo voltará a ser um Eden quando a Humanidade conquistar um real caracter de civilização, após sua turbulenta caminhada, enquanto presa da selvageria desde o tempo dos homens das cavernas ("montanhas cavadas"). Nessa caminhada para a aspirada Civilização de fato, todos os povos da Terra passarão pela sublimação dos instintos, do caráter e da personalidade, a cada geração. E estarão sujeitos aos sacrifícios e martírios proporcionados pelas intenções perversas. Em sentido figurado, - será como uma pessoa agarrada à força e mergulhada numa cuba, e sujeita a beber águas infectadas e repugnantes, mas dosadas com enxofre para sublimar seu corpo para ter saúde.

X-L La Meuse au iour terre de Luxembourg, Descouvrira Saturne et trois en lurne: Montaigne et pleine, ville, cité et bourg, Lorrain deluge, trahison par grand hume.

Tradução: Do mais profundo da Espanha insígnia, Saindo do começo e dos confins da Europa, Desordens passando perto da ponte de Laigne, Será derrotada por bando sua grande tropa. Interpretação: Os comportamentos com sinais distintivos da índole dos povos da Espanha tomarão conta de todos os povos do Continente Europeu. Haverá grandes turbulências durante o ciclo evolutivo, principalmente nas proximidades do Juízo Final. Porém, a grande turba pervertida será derrotada por u'a minoria de pessoas justas e intrépidas. Comentário: Tomei "ponte de Laigne" por alegoria de - ciclo de tempo.

Tradução: O Meuse ao dia terra de Luxemburgo, Descobrirá Saturno e três na urna: Montanha e planície, vila, cidade e burgo, Lorrain dilúvio, traição por grande humo. Interpretação: Quando o caudal humano tiver a mente esclarecida receberá as beneesses da prosperidade. Será como o rio Mosa fluindo tranquilamente pela terra de Luxemburgo. Descobrirá o valor da Justiça Social, da Civilização de fato. E, até lá terá passado por tres milênios com a mente turbada, como alguêm a caminhar por montanha, por planície, vila, cidade e

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Assim falou Nostradamus burgo em noite mal iluminada por pálido luar. Haverá um dilúvio de paixões que acabarão sendo transformadas em virtudes, da mesma forma que um dilúvio cobrindo a terra de humo que se transformará e fertilizará a terra.

X - LI

Porém, o espírito, consorte do homem, embora velho na essência, permanece jovem na aparência, e imaculado. Comentário: ("GAND", ou Ghent) na Bélgica, na confluência dos rios Liz e Scheldt.

X - LIII

Des lieux plus bas du pays de Lorraine, Seront des basses Allemaigne unis: Par ceux du siege Picards, Normans, du Maisne Et aux cantons se seront reunis.

Les trois pelices de loing s'entrebatront, La plus grand moindre demeurera à l'escoute: Le grand Selin n'en sera plus patron, Le nommera feu pelte blanche routte.

Tradução: Dos lugares mais baixos do país de Lorraine, Serão das baixas Alemanhas unidos: Pelos do cerco Picards, Normans, do Maisne E aos cantões se terão reunido. Interpretação: As minorias compostas de pessoas justas que lutam e trabalham pela evolução social e moral da Terra estarão unidas e reunidas, à semelhança dos Protestantes Lorenos, Picardos, Normandos, e do Maisne o fizeram, reunindo-se aos Prostestantes dos Cantões Suissos, e aos da Alemanha.

Tradução: As tres peliças de longe se entrebaterão, A maior menos demorará à escuta: O grande Selin já não será mais patrão, Nomea-lo-á fogo escudo branca rota.

Comentários: Históricamente ele se refere aos fatos ocorridos entre 1539 e 1570, quando vários líderes franceses protestantes reuniram-se com os suissos nos Cantões.

Interpretação: As três mentes (do espírito, da alma, do corpo) entrebater-se-ão por pensamentos durante longo tempo na vida corporal. O cérebro é o que menos cuidará de ouvir as ordens e orientações da consciência. Então, o cérebro logo não será o condutor (patrão). O espírito será nomeado pelos homens por várias versões. Entre elas por: fogo, escudo, branca rota.

X - LII

Nota: ("Selin") : O homem, cujo corpo é constituido por sais da terra. "sel": Sal.

Au lieu ou LAYE et Scelde se marient, Seront les nopces de long temps maniees; Au lieu d'Anvers ou la crappe charient, Ieune vieillesse consorte intaminee.

X - LIV

Tradução: No lugar onde LAYE e Scelde se casam, Serão as núpcias por longo tempo arraigadas: No lugar de Anvers onde o lixo carregando, jovem velhice consorte incontaminada. Interpretação: A cabeça é o lugar onde o DIVINO e o humano se encontram, semelhantemente às correntes do LIZ e do Scheldt em Gand. Ali serão as alianças mentais por longo tempo manejadas. Outrossim, a cabeça é o mesmo lugar onde a desordem está a flutuar, como o lixo flutua em certo lugar de Antuérpia.

Nee en ce monde par concubine fertive, A deux haulte mise par des tristes nouvelles, entre ennemis será prinse captive, Amenee à Malings et Bruxelles. Tradução: Nascida neste mundo por concubina furtiva, A dois alto posta pelas tristes novas, Entre inimigos será presa cativa, Levada a Doenças e Bruxarias. Interpretação: Nascida neste mundo, a alma tornase concumbina furtiva do corpo. Suas ações e reações psíquicas ampliam-se

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Arvedus por força das emoções do corpo, e assim é levada pela euforia da sensualidade a tristes consequências. Isto porque se vê colocada em campo sob novas experiências, visto que em seu mundo espiritual não está presa às emoções do sangue, aos apetites da carne, e da idolatria aos bens materiais, coisas que a levam ao fracasso evolutivo juntamente com o espírito. Com isso sofrerá de variada insanidade e ainda sujeita a obsessões por parte de outras almas e de pessoas perversas, como que atacada por bruxarias. Nota: ("Malings"): metáfora derivada de "malingre": perverso, doentio. ("Bruxelles"): tomei este nome, arbitrariamente, por metáfora de bruxarias, visto que condiz com o assunto.

X - LV Les malheureuses nopces celebreront En grande ioye, mais la fin malheureuse, Mary et mere nore desdaigneront, Le Phibe mort, et nore plus piteuse. Tradução: As infelizes núpcias celebrarão Em grande alegria: mas o fim infeliz, Marido e mãe nora desdenharão. O Febo morto, e nora mais lastimosa. Interpretação: O casamento infeliz será celebrado em grande alegria, da mesma forma dos casamentos felizes. Mas, depois a convivência será infeliz até um desenlance. Marido e mãe desdenharão a nora. Seu sonho de encontrar o príncipe encantado, seu Apolo, seu Sol, está morto. Então a nora ficará mais lastimosa. "Phibe": Febo, Apolo. Comentário: Moral da história: - Casamento sem amor recípocro é desgraça duradoura.

X - LVI Prelat royal son baissant trop tiré, Grand flux de sang sortira par sa bouche, Le regne Anglicque par regne respiré. Long temps mort vifs en Tunis comme souche. Tradução:

Prelado real som baixando de mais limitado, Grande fluxo de sangue sairá por sua boca, O reino Ânglico por reino suspirar, Longo tempo morto vivo em Tunis como cepo. Interpretação: Nos tempos em que a Igreja for se tornando mais liberal e negligente, ("curvando-se demais") muito terá a lamentar com seu esvaziamento. Os fiéis, embora muitos se queixam do rigor das disciplinas necessárias, no fundo aspiram pela austeridade puritana ("regne Anglicque"), nos padrões da Igreja Anglicana. Os fiéis que vão se afastando da Igreja por tais motivos, religiosamente parecerão mortos vivos. Passarão a ser infiéis endurecidos como cepos. Comentário: Essa previsão com matizes de profecia, hoje é um fato. Curvando-se a movimentos que se tornam poderosos no Mundo, elaborados principalmente por comunistas, e por uma ampla facção de jovens desmiolados, imaturos e rebeldes, a Igreja tem passado a aceitar parâmetros de conduta que ferem frontalmente os padrões de disciplina dos Evangelhos, na tentativa de superar os dilemas em que ela é colocada. De uma forma ou de outra, no fim da estória ela vai sendo esvaziada, a autoridade do Clero vai falindo, e os fiéis que permanecem ficam frágeis e inermes na ajuda necessária para que os Sacerdotes venham a cumprir sua missão de orientar os seus rebanhos. E assim a Igreja vai "sangrando pela boca", sob a pressão de uma longa espada de dois gumes. Este comentário envolve as referências da quadra LVII a seguir.

X - LVII Le sublevé ne cognoistra son sceptre, Les infans ieunes des plus grands honnira: Oncques ne fut un plus ord cruel estre, Pour leurs espouses à mort noir bannira. Tradução: O sublevado não conhecerá seu cetro, Os filhos jovens dos maiores desonrará: Nunca houve um mais torpe sêr, Por suas esposas à morte negra banirá.

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Assim falou Nostradamus Interpretação: A turba sublevada não respeitará a autoridade da Igreja. Novas gerações amaldiçoarão as atitudes dos dignitários. Nunca antes terá havido uma situação tão constrangedora. Aquela turba sujeitará suas doutrinas e sacerdotes a uma decadência dolorosa. Comentário: Esses alertas não estão dirigidos apenas para a Igreja Católica Romana, mas sim a todas seitas Cristãs, e não Cristãs.

X - LVIII Au temps de du dueil que le felin monarque Guerroyera le ieune AEmathien: Gaule bransler, perecliter la barque, Tenter Phossens au Ponant entretien. Tradução: Ao tempo do luto que o felino monarca Guerreará o jovem Espírito conquistador: Vara abalar, periclitar a barca, Tentar Phossens ao Poente permanência. Interpretação: No tempo sombrio em que o poder bestial e austucioso guerrear o futuro Espírito de conquista do progresso, a justiça será abalada, e a Humanidade periclitará. Os Mercadores da Terra ("Phossens") procurarão sustentar o declínio moral e dos bons costumes, por cujo declínio ("Poente") eles terão maiores oportunidades de lucros em seus negócios. Nota: Esta quadra corrobora as profecias do Apocalípse, capítulo 18 e 19. "Gaule": Vara. Vara significa Justiça austera, e/ou medidas de justiça. Tomei "AEmathien" por cidadão de EMATHIA (Província da macedônia) figurando o espírito de conquista de Alexandre, Rei da Macedônia.

X - LIX Dedans Lyon vingt cinq d'une halaine, Cinq citoyens Germains, Bressans, Latins: Par dessous noble conduiront longue traine Et descouverts par abbois de mastins.

Tradução: Em Lyon vinte e cinco de uma respirada, Cinco cidadãos Germais, Bressans, Latins; Por baixo nobre conduzirão longo comboio, E descobertos por latidos de mastins. Interpretação: Sôbre a face da Terra, por vinte e cinco séculos, são conhecidos cinco raças principais. Na Europa as predominantes são: Germanos, Bressanos e Latinos. Estas três, embora não tão nobres quanto pretendem aparentar, terão conduzido o progresso a reboque, por longo esforço de pesquizadores e cientistas. E as descobertas serão inspiradas pelos Guardiães da Terra. ("por latidos de mastins"). Comentário: Refletindo sobre a concepção de raça pura – sou de opinião de que nem uma pessoa deste mundo pode se ufanar de o ser. Nem branca, nem preta, nem amarela. A miscigenação tem sido total através dos tempos. Pode-se apenas concluir que há uma aparência externa prepoderante. Internamente a mestiçagem é inegável. Somos todos – Mestiços. Está em tempo ainda de os Israelistas encararem este fato.

X - LX Ie pleure Nisse, Mannego, Pize, Gennes, Savone, Sienne, Capue, Modene, Malte: Le dessus sang, et glaive par estrennes, Feu trembler terre, eau, malhereuse nalte. Tradução: Eu choro Nisse, Mannego, Pize, Gennes, Savone, Sienne, Capue, Modene, Malte: O triplo sangue e gládio por presente de Natal, Fogo, tremer terra, água, infeliz noite. Interpretação: Eu choro Nice, Monaco, Pisa, Genova, Savona, Siena, Capua, Modena, Malta: Por cima sangue, e gládio por presentes: fogo, terra tremer, água, em tempos sombrios. Comentário: Ele deve ter gostado muito destas cidades, e previsto as tragédias apontadas, pelo que antecipa seu lamento. Aliás, tais tragédias são praticamente comuns a todos os lugares da Terra.

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Arvedus

X - LXI

Reverdira le medicant secours: Mort fils de Roy par mort de deux heron, L'Árabes, Ongrie feront un mesme cours.

Betta, Vienne, Emorre Sacarbance, Voudront livrer aux Barbares Pannone: De feu & sang en cité de Bisance Les coniurez descouverts par matrone.

Tradução: Cydron, Raguse, a cidade ao santo Hieron, Reverdecerá o medicante resgate: Morto filho do Rei por morte de dois heron, Os Árabes, Ongrie farão um mesmo curso.

Tradução: Betta, Vienne, Emorre Sacarbance, Quererão livrar aos Bárbaros pannone: Fogo e sangue na cidade de Bisance Os conjurados descobertos por enfermeira-chefe.

Interpretação: Não entendo esta quadra. "Santo Hieron": São Jerônimo.

Interpretação: As tres classes sociais (rica, média, pobre), convergentes na Sociedade humana, no processo de convivência, desejarão, passivamente, entregar os poderes da Justiça nas mãos dos injustos: a semelhança dos povos vizinhos que entregaram a Panônia nas mãos dos bárbaros (hunos e outras tribos). Por tal motivo os cidadãos mais civilizados não poderão contar com o amparo da Moral ("matrone"), por estar abalada pelos incivilizados e pela conivência de todos. Em tais condições haverá destruições e sofrimentos, os quais serão promovidos pelos interêsses imediatos que dominam a cada mente.

X - LXII

Tradução: Chora Milan, chora Lucques, Florence, Que teu grande Condutor sobre o carro montará, Mudar o cerco perto de Venise se avança, Quando que Collone em Roma mudará.

Comentário: Toda a alegoria desta quadra resume-se em sua conclamação à Esperança nas promessas da vinda do Senhor Jesus.

Tradução: Perto de Sorbin para assaltar Ongrie O arauto de Brudes os virá advertir: Chefe Bisantino, Sala de Escravônia, À lei de Árabes os vira converter.

X - LXV

Interpretação: O grande assalto da selvageria a Terra está próximo. Os acontecimentos falarão por si para os advertir. Os bárbaros farão à Terra o que foi feito ao Império Bizantino: um salão de escravos. Todos serão convertidos pela lei da violência, à feição da lei dos Árabes.

Cydron, Raguse, la cité au sainct Hieron,

Pleure Milan, pleure Lucques, Florence, Que ton grand Duc sur le char montera, Changer le siege pres de Venise s'advance, Lors que Colonne à Rome changera.

Interpretação: Tu que choras e lamentas por tantas injustiças que campeiam pelas cidades, mantenha a Esperança, pois teu grande Condutor em breve virá com suas hostes e grande poder para retirar o cerco da malignidade, e a tua escravidão Ele mudará em glória.

Pres de Sorbin pour assaillir Ongrie, L'heraut de Brudes les Viendra advertir: Chef Bisantin, Sallon de Sclavonie, A loy d'Arabes les viendra convertir.

X - LXIII

X - LXIV

O vaste Rome ta ruyne a'approche. Non de tes murs, de ton sang et substance: L'aspre par lettres sera si horrible coche, Fer pointu mis à tous iusques au manche. Tradução: Oh vasta Roma tua ruína aproxima-se, Não de teus muros, de teu sangue e substância: O áspero por cartas fará tão horrível dano, Ferro aguçado posto a todos até o punho. Interpretação: Oh vasto Mundo tua ruína aproxima-

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Assim falou Nostradamus se. Não dos teus mares, continentes, nem de todos os seres criados que em ti vivem, mas das paixões e má conduta dos homens. Todos sofrerão horríveis golpes, com sofrimento atroz, semelhante a um ferro aguçado entrando no corpo até o punho.

X - LXVI

Nota: Não entendo esta quadra. Entendo que o 4º verso é referente às profecias do Apocalípse.

Le chef de Londres par regne l'Americh, L'Isle d'Escosse t'empiera par gelee: Roy Reb auront un si faux Antechrist, Qui les mettra trestous dans la meslee.

X - LXVIII L'armee de mer devant cité tiendra, Puis partira sans faire longue allee: Citoyens grande proye en terre prendra, Retourner classe reprendre grande emblee.

Tradução: O chefe de Londres por reino a América, A Ilha D'Escócia temperará por geada: Rei Reb terão um tão falso Anti-Cristo, Quem os porá todos no conflito. Interpretação: O poder hegemônico mundial será transplantado de Londres para a América. A Nação da Escócia estará aceitando com frieza o predomínio do Governo Inglês. Surgirá um Poder Rebelde na Europa, muito falso, com os sinais do propalado Anti-Cristo, o qual porá a todos no conflito. Comentário: Esta quadra é realmente profética. É interessante observar que naquele tempo, 1550 mais ou menos, os ingleses mal tinham posto os pés no litoral Americano. Quanto ao tal Poder Rebelde, temos que observar que não se trata somente de Hitler e a II Guerra Mundial: e da efervecência comunista que atuou antes e depois e culminou na lastimável Guerra Fria. Esse Poder Rebelde é mais vasto. Ele envolve esses acontecimentos e mais todos os conflitos que terão havido - a partir dos lares nas ruas, nas Empresas: dilatando nas revoluções, guerrilhas, terrorismo, banditismo, traficância de narcóticos, racismo, reivindicações sociais, reivindicações de classes, etc. Tudo isto, e mais é o propalado Anti-Cristo.

X - LXVII

Le tremblement si fort au mois de May, Saturne, Caper, Iupiter, Mercure au boeuf: Venus, aussi Cancer, Mars en Nonnay: Tombera gresle lors grosse qu'un oeuf Tradução: O tremor tão forte no mes de Maio, Saturno, Caper, Júpter, Mercúrio ao boi: Vênus, também Câncer, Marte em Nonnay, Cairá granizo então mais grosso que um ovo.

Tradução: A armada do mar diante cidade aguentará, Depois partirá sem fazer longa ida: Cidadãos grande presa em terra apanhará, Retornar classe retomar grande assalto. Interpretação: Haverá grandes desordens populares nas cidades, então os militares serão postos a reprimilas: e se afastarão mas ficarão de prontidão para fazer face a possíveis novos grandes distúrbios. Nos entretempos os cidadãos serão a presa dos bandidos e terroristas, e sofrerão a consequência das sortidas de surpresa, até que os militares voltem para reprimir. Comentário: Esta quadra espelha bem a situação dos grandes distúrbios ideológicos, os reivindicatórios, o terrorismo e banditismo que vão grassando pelo Mundo, a colocar os cidadãos em pânico constante.

X - LXIX Le fait luysant de neuf vieux eslevé, Seront si grands par Midy Aquillon; De sa seur propre grandes alles levé, Fuyant meurdry au buisson d'Ambellon. Tradução: O feito brilhante de novo velho elevado, Serão tão grandes, por meio-dia Aquilão:

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Arvedus Das quatro partes o virão honrar.

De sua irmã própria grandes asas levantado, Fugitivo ferido no matagal de Ambellon. Interpretação: A ação reluzente da Justiça severa, com seu velho código reformulado de acordo com as necessidades de cada época, terá que ser tão enérgica e avassaladora quanto a luz do Sol do meio-dia e dos ventos do Norte. Isto porque a sua própria irmã, a injustiça terá alçado asas de grande poder. Sob a pressão da Justiça, adequada por uma disciplina austera, - a injustiça fugirá sem defesa e estará às escondidas; mas será extinta do mesmo modo que o bandido fugitivo e sem defesa, escondido atrás da moita, e ferido pela polícia.

X - LXX

Tradução: O olho por objeto fará tal excrescência, Tanto e ardente que tombará a neve: Campo regado virá em decrescência, Que o primata sucumbirá a Régio. Interpretação: A avidez pelos valores materiais crescerá tanto quanto um tumor tomado de tal febre que fará derreter a neve que se lhe ponha em cima. A humildade virá em decrescência, de tal forma que os valores da dignidade sucumbirão ao peso das mesquinharias e superfluidades. É inadmissível que o primata supere o homem civilizado.

La terre et l'air geleront si grand eau, Lors qu'on viendra pour Ieudy venerer: Ce qui fera iamais ne fut si beau, Des quatre parts le viendront honorer. Tradução: A terra e o ar gelarão tão grande água, Quando se virá por Quinta-feira venerar: O que virá jamais fora tão belo,

X - LXXII L'an mil neuf cens nonante neuf sept mois, Du ciel viendra un grand Roy d'effrayeur: Ressusciter le grand Roy d'Angolmois. Avant apres Mars regner par bon heur. Tradução: No ano mil novecentos noventa e nove sete mês, Do céu virá um grande Rei de estarrecer: Ressuscitar o grande Rei de Angolmois, Antes depois Marte reinar por felicidade.

Loeil par obiect fera telle excroissance, Tant et ardente que tombera la neige, Champ arrousé viendra en decroissance, Que le primat succombera à Rege.

X - LXXI

Interpretação: A terra e o ar condensarão enormes bênçãos quando chegar o venerável Dia da vinda do Senhor. O que virá jamais foi tão glorioso. As multidões dos quatro cantos do Mundo o virão honrar.

Interpretação: No ano de mil novecentos e noventa e nove, no sétimo mês, do céu virá um grande acontecimento ("grande Rei"), o qual porá a Humanidade em terrível pânico. Esse acontecimento terá a função de abrir a consciência de todos (3º verso) a fim de que cada pessoa torne-se mais sensibilizada no tocante às Leis Divinas e Sociais. E, assim passarão a se comportar com melhor justiça e civilidade. Outrossim, antes de ser suprimida a índole de belicosidade que está enquistada em cada cabeça ("Antes... Marte"). Porém, essa belicosidade começará a ser transformada - de ação destrutiva para atividade construtiva ("depois Marte"). Então, esse ímpeto benéfico trará o reino de maior felicidade para todos. Comentário: A profecia redigida nesta quadra é a mais importante de todas para o nosso tempo. Será um poderoso acontecimento, inusitado. Nostradamus o afirma com convicção apondo data, o que fez em poucas quadras. À guisa dos profetas bíblicos ele não esclarece o que virá a ocorrer. E se soube guardou segredo, pois tal acontecimento terá melhor efeito pelo impacto. Muitos estudiosos têm especulado, motivados por fama e dinheiro, e até lá outros o farão. Principalmente alegaram e alegarão que virá o fim do

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Assim falou Nostradamus Mundo, ou o fim da Humanidade, o que não passa de sinistras previsões medíocres. Esta profecia, aliás, mais vaticínio do que profecia é concordante com o capítulo 20 do Apocalípse, o qual afirma o início da regeneração da mentalidade humana, condicionada a uma prodigiosa transformação energética do Planeta. Portanto, é o início de uma higienização mental e física adredemente planejada pela Providência Divina para entrar em função no tempo adequado. O qual tempo está assinalado pelas profecias bíblicas com início no século XXI, o qual será denominado "Século da Justiça Social" ou "Século de Ouro", para coroar este século XX, hoje conhecido por "Século das Luzes", que as Ciências e a Tecnologia têm tido em seu transcurso a maior florescência ultrapassando em cem anos a soma das realizações ocasionadas nos seis mil anos de História da Humanidade. No capítulo 20 do apocalípse, São João profetiza um bom resultado de regeneração mental das humanidades que se irão sucedendo pelos proxímos mil anos. Para isto ele utiliza a alegoria "Satanás é aprisionado por mil anos – os fiéis reinam com o Cristo". Nesta conjuntura, não há por quê a humanidade entrar em pânico. Mas entrará. Poucos não entrarão. E isto será bom para todos. Pois a intenção da Providência Divina é a de colher os melhores resultados em menor tempo. E assim, nós estaremos curiosos para saber que "grande Rei de estarrecer", "que virá do Céu". Para mim, que não sou profeta, e muito menos advinhão coloco-me na espectativa até a data prevista. Estou convicto de que o acontecimento – em si não será mais trágico do que as grandes guerras pelas quais já passamos. Entendo, por experiência, que esse "grande Rei de estarrecer" será um acontecimento de espectro amplo, porém será agigantado em assombração pelo sensacionalismo dos poderosos canais de comunicação. As informações emitidas pelos equipamentos de rádio e televisão descem a nós vindas por ondas hertzianas. Portanto é um grande poder "um grande Rei que vem do céu", não é? Se o predito acontecimento vier, também, do Céu – o que poderá ser? Não será bombardeio por bombas convencionais, nem por bombas atômicas, pois isto já é sobejamente conhecido.

Resta-nos supor, ou prever, baseados em atuais informações científicas, e espirituais através de médiuns bastante credenciados – três opções: 1ª) O surgimento de um grande planeta desconhecido vindo em direção a Terra com aparente rota de colisão. Tal rota de colisão poderá ser prevista, erroneamente pelos astrônomos. Aliás, de dois anos para cá, e estou escrevendo em janeiro de 1998, os astrônomos vêm informando que há um planeta desconhecido dirigindo-se em direção da Terra, ao qual deram o nome de "Barnard", Informam os espíritos que nesta época, entrada do III milênio da Era Cristã, VII milênio da Era Adâmica, um grande planeta passará junto a terra com a função de produzir uma higienização energética e ao mesmo tempo mental deste nosso Planeta. Com isto haverão acontecimentos inusitados. Porém, não destrutivos como tem sido alardeado. E a humanidade sofrerá pânico motivado por desconhecimento de causas. E, tal planeta será visto a olho nú, de dia e de noite, em tamanho maior que o do sol. 2ª) Meteóros. Astrônomos vêm propalando ultimamente da possibilidade que algum ou alguns meteóros possam colidir com nosso Planeta. 3ª) Discos voadores ou UFOS É possível que na ocasião apontada surjam grupos destas naves espaciais que poderão ser tomados por ameaça de invasão, como ocorreu com o filme de H. G. Wells e outros filmes de ficção muito a gosto dos espectadores pouco informados. De qualquer modo o que virá só poderá beneficiar-nos. Vamos pagar para ver. O pânico é desnecessário... "Grande Rei de Angolmois" é alegoria representando toda a soma de cérebros humanos, e de almas, o que entendemos por mentalidade humana coletiva.

X LXXIII Le temps present avecques le passé, Sera iugé par grand Iovialiste: Le monde tard luy sera lassé, Et desloyal par le clergé iuriste. Tradução: O tempo presente juntamente com o passado, Será julgado por grande jovialista:

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Arvedus O mundo tarde lhe estará cansado, E desleal pelo clero jurista. Interpretação: O tempo presente e passado será julgado por um grande movimento proporcionado por eruditos religiosos e profanos, sob jurisdição Celeste. A Humanidade estará fatigada de sofrer as injustiças e as mistificações de caráter primitivista, superticioso, ritualista, que têm sido criados e desenvolvidos por todo tipo de filosofias profanas e religiosas, com ascendência sôbre todos os segmentos que estruturam as Sociedades Humanas. Comentário: Sou levado a entender que em nossa época os povos estarão cansados de sofrer as ações desregradas dos poderes constituídos e do poder caótico das turbas: banditismo, licenciosidade e que tais. Então passarão a aceitar e cumprir as disciplinas determinadas pelas Leis Civis e Religiosas e com isto virá através de melhor assimilação dos sistemas de educação já existentes e que não estão sendo aceitos pelo povo, principalmente pela juventude: tanto no lar quanto fora dele. Por "jovialiste" eu entendo que ele propõe um extenso significado envolvendo a ação da Hierarquia Divina secundada pela gente altruista trabalhando pela higienização mental de homens e almas, de conformidade com as profecias para o século XXI, várias vezes mencionado... Então o pânico que será gerado segundo a quadra LXXII facultará tal ação. Aliás, está profetizado que tal higienização mental estará conjugada com uma higienização das energias inteligentes naturais do planeta o que ocasionará reações mentais destrutivas e reações geológicas em maior escala: provocando terremotos, tempestades e outros cataclismos em todo o mundo. Aliás, isto já vem acontecendo neste ano de 1998, e talvez deverá recrudescer até o ano 2000. A partir do ano 2001 deverão ir arrefecendo, tanto os embates mentais e materiais destrutivos, quanto os cataclismos. E tudo irá se acomodando paulatinamente. Mormente no seio do lar e no âmbito das sociedades humanas. Devemos raciocinar que tanto as catástrofes e hecatombes produzidas pelos humanos, quanto as catástrofes e hecatombes produzidos pela natureza, em nossos tempos, estatisticamente produzem maior sentimento de terror e angústia do que antigamente; em razão direta com o número populacional. Óbvio ululante!

"Jovialista": derivado do nome do deus mitológico "Jove", o qual é o mesmo deus Júpiter dos romanos, cujas qualificações são: deus da verdade, da justiça, da lei e da virtude. Então, no caso desta quadra Nostradamus está se referindo ao poder Divino secundado pelo poder humano - no sentido de realizar um trabalho fecundo para a regeneração da mentalidade humana... Em suma: Do céu virá um acontecimento inusitado, em Julho até Outubro de 1999, que aterrorizará bilhões de pessoas. E será agigantado pelo medo pânico através da televisão e rádio. Portanto, vindo também do céu - pelas ondas hertzianas. Quem prestar atenção na interpretação destas duas quadras e da LXXIV ficará consternado mas não em pânico

X - LXIV Au revolu du grand nombre septiesme, Apparoistra au temps ieux d'Hecatombe, Non esloigné du grand aage miliesme, Que les entrez sortiront du leur tombe. Tradução Revolvido o grande número sétimo, Aparecerá no tempo jogos de Hecatombe: Não distante da grande idade milésima, Que os entrados sairão de sua tumba. Interpretação: Iniciado o sétimo milênio surgirá um tempo de grandes movimentos conflituosos acompanhados de enormes hecatombes. E isto sucederá até as proximidades do Juizo Final, quando aquela Humanidade e todas as almas que ainda não conquistaram a devida sublimação e que povoam o âmbito da Terra irão ao último julgamento. Comentário: Esta quadra faz lembrar as profecias para os últimos tempos. Prevê os distúrbios e turbulências; os naturais e os produzidos pelos homens, até o final deste século; e outro ciclo semelhante que ocorrerá após o ano 3000, época em que a população humana será imensamente maior do que os seis bilhões de habitantes de hoje.

X - LXXV Tant attendu ne reviendra iamais,

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Assim falou Nostradamus Dedans l'Europe, en Asie apparoistra, Un de la ligue yssu du grand Hermes, En sur tous Roys des Orients croistra. Tradução: Aquele tanto esperado não voltará jamais, Dentro da Europa, na Ásia aparecerá, Um da liga brotada do grande Hermes, E sobre todos os Reis dos Orientes crescerá. Interpretação: Jesus, o Cristo não voltará jamais, do modo como é esperado. Ele nunca saiu do âmbito deste Mundo, do qual é Regente da Humanidade e de todas as almas circunscritas ao âmbito do Planeta. Ele será visto por todos nos Ares, conforme aos textos dos Profetas e Apóstolos. E reinará sobre todos os homens e almas, com um poder crescente, segundo as determinações dos planos Divinos adredemente preparados. Uma doutrina reencarnacionista, descendente da doutrina do grande Hermes Trismegisto crescerá sobre todas as doutrinas Orientais. Comentário: Ampliei o pensamento dele em razão da necessidade de maior clareza. Ele diz ainda que tal doutrina será desenvolvida na Europa, na Ásia e consequentemente nos outros Continentes. Devo opinar que o Espiritismo Cristão codificado por Kardec nos idos de 1860 vem evoluindo e prosperando rapidamente a partir do Brasil, e vem reformulando as Doutrinas do Trismegisto e dos Teosofistas da Ásia, Europa e Oriente Médio. E, devemos lembrar que o Hermes Trismegisto não é um homem, mas é o nome que foi dado a uma obra escrita ditada a sacerdotes egípcios por Espíritos Superiores (ou Anjos) do mesmo modo que os mesmos vêm fazendo a partir de 1860 em todo o Mundo, e principalmente no Brasil. Tais Espíritos alertaram-nos claramente através de Kardec que esta Doutrina Evangélica iniciada por ele (Kardec) não é obra de homens. É obra de Seres Celestes ou Providência Divina que irá sendo ditada, mormente por psicografia. Portanto, é uma obra essencialmente Cristã instituída para os homens, não por homens como tem ocorrido desde tempos remotos e deram vaza ao Paganismo. E, tais Espíritos ainda afirmam que esta Doutrina denominada Espírita Cristã envolve o

CONSOLADOR prometido por Jesus. Nesta conjuntura, sou de opinião que este 3º verso ("Um da liga brotada do grande Hermes") tratase do Espiritismo Cristão iniciado por Kardec e está sendo ampliado e difundido atualmente por grandes médiuns brasileiros. Mormente por Francisco Cândido Xavier. Porém, devemos lembrar que há grandes médiuns em outros Países aos quais, também, vêm sendo ditados livros doutrinários do gênero. Visto que o Cristianismo é Religião Universal, e de natureza Cósmica. Não é privilégio de alguns, e nem de uma ou algumas Nações apenas. E, muito menos de uma só Escola Religiosa...

X - LXXVI Le grand Senat discernera la pompe, A l'un qu'apres sera vaincu chassez, Ses adherans seront à son de trompe Biens publiez, ennemis dechassez. Tradução: O grande Senado discernirá a pompa, A um que depois será vencido abatido, Seus aderentes estarão a som de trompa, Bens alardeardos, inimigos afugentados. Interpretação: O grande Tribunal Divino julgará com seu poder brilhante, Justo, a esse poder mental negativo que envolve o Mundo, o quel simbólicamente é chamado por Satanás, e esse poder será vencido e afastado da Terra. O mesmo acontecerá com as almas e homens que são seus adeptos. Os bens serão alardeados e os bons permanecerão. Os maus, os quais o Senado julgar irregeneráveis serão afugentados.

X - LXXVII Trente adherans de l'ordre des quirettes Bannis, leurs biens donnez ses adversaires, Tous leurs bienfaits seront pour demerites, Classe espargie delivrez aux Corsaires. Tradução: Trinta aderentes da ordem dos quirites, Banidos, seus bens dados seus adversários,

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Arvedus Todos os seus feitos meritórios serão por deméritos, Frota espalhada entregue aos Corsários.

Fazendo tremer terra, mar e países.

Interpretação: Todos aqueles de caráter belicoso e ambicioso, do tipo da alegoria das trinta moédas de Judas, serão banidos. Mesmo o que produziram de meritório ficará em benefício dos que sofreram as suas injustiças. Ficarão à mercê dos malígnos - como uma frota espalhada a mercê dos Corsários. Comentário: De acôrdo com os espíritas cristãos e os espiritualistas, essas almas irregeneráveis serão banidas para outros Mundos, onde o caráter e padrão vibratório são idênticos aos delas. Lá recomeçarão a sua evolução.

Subite ioye en subite tristesse, Sera a Rome aux graces embrasses, Dueil, cris, pleurs, larm, sang, excellent liesse Contraires bandes surprinses et troussee, Tradução: Súbita alegria em súbita tristeza, Estará em Roma as graças suspensas, Luto, gritos, prantos, lágrimas sangue excelente regozijo, Contrárias bandas surpresas e atadas. Interpretação: Súbita alegria em súbita tristeza estará na Terra, nesse tempo enlaçada pelas Graças. Infelismente, de um lado almas em excelente regozijo, enquanto do outro lado: luto, gritos, lágrimas de sangue das almas condenadas. Por ser contrárias ao comportamento virtuoso, à ética e à estética, serão surpreendidas e enfeixadas.

Les vieux chemins seront tous embellis, Lon passera à Menphis somentrees, Le grand Mercure d'Hercule fleur de Lys Faisant trembler terra, mer et contrees. Tradução: Os velhos caminhos serão todos embelezados, Passar-se-á a Menfis sementeiras, O grande Mercúrio de Hércules flor-de-lis,

X - LXXX Au regne grand du grand regne regnant, Par force d'armes les grands partes d'airain Fera ouvrir, le Roy et Duc ioningnant, Port demoly, nef à fons iour serain. Tradução: Ao reino grande do grande reino reinando, Por força de armas as grandes portas de bronze Para abrir, o Rei e Duque juntando, Porto demolido, nave ao fundo, dia sereno.

X - LXXVIII

X - LXXIX

Interpretação: Os velhos hábitos e costumes serão todos embelezados, tanto ética quanto esteticamente. O progresso ultrapassará o fulgor de Menfis. As virtudes mitológicas de Mercúrio e de Hércules serão belas e puras como o lírio, fazendo a terra, o mar e os Países fremir de tanta felicidade.

Interpretação: Porém, passado um certo tempo aquelas gerações futuras que receberam o beneplácito de um crédito de confiança por parte do Tribunal Divino, voltarão a degenerar por força das paixões, avidez, violência etc. Reabrirão as portas de bronze do cérebro onde as tendencias corruptivas da mente terão estado encerradas. Então, os povos juntar-se-ão aos líderes malignos e demolirão a prodigiosa estrutura social, levando a Humanidade, novamente, à angustia e à saudade dos poucos séculos de felicidade. Porém, essa situação de desgraça não durará muitos séculos e esse porto será demolido, a nave ao fundo, e o céu sereno. Comentário: Pelo quarto verso ele faz referência ao após Juizo Final, quando toda estrutura maligna será desmantelada, os cultores da malignidade estarão banidos, e a Paz fraterna voltará a Terra.

X - LXXXI Mis tresor temple citadins Hesperiques, Dans iceluy retiré en secret lieu: Le temple ouvrir les liens fameliques, Reprens, ravis, proye horrible au milieu.

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Assim falou Nostradamus Tradução: Posto tesouro templo cidadãos Hespéricos, Dentro aquele retirado em secreto lugar: O templo abrir os liames famélicos, Retomam, arrebatados, presa horrível no meio.

doença ou acidente. Assim os pensamentos vão sendo repelidos um pelo outro, praticamente assassinados às pressas. Nota: "parques": - significando a idéia de: encerrados em um parque (cérebro).

Interpretação: A cabeça humana é como um templo onde os cidadãos Celestes colocam um tesouro. É como um templo onde as virtudes são como os pomos de ouro da Hespéria. Nela as virtudes do espírito permanecem retiradas em lugar secreto, com o registro de todas as suas vidas passadas em reencarnações sucessivas. Conforme a pessoa vai passando da infância à maturidade, os defeitos vão se assenhoreando do cérebro e inflamados pelas emoções e paixões abrem seus braços famélicos de gozos e desejos materiais. Então as virtudes do espírito tornam-se em uma presa fácil de ser dominados pelos impulsos viciosos do meio ambiente que compõem a personalidade, levado pelas circunstâncias da convivência humana. Comentário: Está falando das virtudes conquistadas pelo espírito; aquelas que se mantêm firmes contra qualquer ciscunstância e situação contrária. Exemplo: - a lealdade, a gratidão, etc.

X - LXXXII Cris, pleurs, larmes viedront avec couteaux, Semblant fluir, donront dernier assault: L'entour parques planter profonds plateaux. Vifs repussez et meurdris de prinsault,

X - LXXXIII De batailler ne sera donné signe, Du parc seront contraints de sortir hors: De Gand l'entour sera cognu l'ensigne, Qui fera mettre de tous le siens a mort. Tradução: De batalha não será dado final, Do parque serão obrigados a sair logo: De Gand ao redor será conhecida a insígnia, Quem fará pôr a todos os seus à morte. Interpretação: Não há sinal de batalha mental para a pessoa comum, nem as emissões de pensamentos que o vidente enxerga. Porém, os pensamentos logo saem da cabeça e são projetados pelo espaço, obrigatoriamente. De qualquer modo eles são manifestados no meio ambiente por palavras e/ou gestos. Assim, as intenções serão conhecidas. E assim os pensamentos se desfazem no exterior, embora no interior da mente as idéias e intenções permanecem em forma de resíduo energético. Nota: (Como nas fitas magnéticas).

X - LXXXIV

Tradução: Gritos, choros, lágrimas virão com adagas, Parecendo fugir, darão último assalto: Em volta parques plantar profundas plataformas, Vivos repelidos e contundidos às pressas.

Le naturelle à si hault non bas, De tard retour fera maris contens: Le Recloing ne sera sans debats, En employant et perdant tout son temps.

Interpretação: Gritos, lágrimas são vistos e ouvidos no cérebro, em virtude da constante luta entre as boas e as más intenções, as quais parecem soldados manejando adagas. Umas e outras quando parecem fugir darão ainda um último assalto. Tais energias inteligentes morrem nos embates e deixam resíduos invisíveis aos nossos olhos, e são vistos em placas ao redor do cérebro, do mesmo modo que coágulos de sangue do cérebro afetado por

Tradução: O natural a tão alto não baixo, O tardio retorno fará magoados contentes: O fecho não será sem debates, Empregando e perdendo todo seu tempo. Interpretação: Tudo isso que falo em minhas quadras são bastante importantes, embora pareçam simplórias.

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Arvedus Quando, tardiamente, forem compreendidas farão as pessoas magoadas pela vida ficar contentes. Para se chegar às conclusões haverá muitos debates, e muitos estarão empregando e perdendo todo seu tempo.

X - LXXXV

X - LXXXVII Grand Roy viendra prende port pres de Nisse, Le grand empire de la morte si en fera Aux Antipolles posera son genisse, Par mer pile tout esvanouyra. Tradução: Grande Rei virá aportar perto de Nisse, O grande império da morte então aí fará Aos Antípolis pousará sua novilha, Por mar a pilhagem tudo esvairá.

Le vieil tribun au point de la trehemide Sera pressee, captif ne delivrer, Le vueil non vueil le mal parlant timide, Par legitime à ses amis livrer. Tradução: O velho tribuno ao ponto da síncope extrema Será pressionado, cativo não libertar, O visível não visível, o mal falando tímido, Por legítimo a seus amigos livrar Interepretação: O corpo envelhecido ("velho tribuno"), no momento em que ainda está moribundo não quer morrer, a fim de Libertar o espírito que está cativo nele. Mas, será pressionado pela fase da morte, e então mostra a sua indecisão com gestos de estertor e tímidas palavras entrecortadas. Por fim sente que é justo entregar a alma e o espírito, seus amigos legítimos na vida.

X - LXXXVI Comme un gryphon viendra le Roy d"Europe, De rouges et blancs conduira grand troupe. Accompagné de ceux d'Aquilon, Et iront contre le Roy de Babylon.

Interpretação: Um grande Poder regenerador aportaá junto a Terra, e então um grande império da morte cairá sôbre a humanidade. Esse poder será posto contra os inimigos da Civilização. No mar humano haverá grande pilhagem. Nota: Analisando-se os acontecimentos deste século XX, principalmente neste final, os fatos de corrupção e violência que vêm ocorrendo pelo Mundo mostram claramente os sintomas da previsão desta quadra. Vê-se claramente, pelos fatos, que os antiCivilização (Antípolis) estão perdendo terreno dia a dia, e novas Leis e novas posturas, tanto pessoal quanto coletiva já estão sendo aplicadas. Não obstante as fortes reações que se observa, por parte daqueles que adoram ver o Circo pegar fogo, o bom senso vai progredindo...

X - LXXXVIII Pieds et Cheval à la seconde veille Feront entree vastiant tout par la mer: Dedans le poil entrera de Marseille, Pleurs, crys et sang, onc nul temps si amer.

Tradução: Como um grifo virá o Rei da Europa, Acompanhado daqueles do Aquilão, De encarnados a brancos conduzirá grande tropa, E irão contra o Rei da Babilônia. Interpretação: Como um grifo virá o Rei dos reis. De almas e anjos conduzirá uma grande tropa, acompanhado de poderes como os dos ventos do Aquilão. E irão contra o poder da desordem e confusão que é semelhante o reinado da Babilônia. Nota: Quadra alusiva a Babilônia do Apocalípse.

Tradução: Pés e Cavalo na segunda vigília, Farão entrada devastando tudo pelo mar: Dentro do pêlo entrará de Marseille, Prantos, gritos e sangue jamais nenhum tempo tão amargo. Interpretação: Grandes hostes de gente gananciosa e violenta e cruel, como se fora compostas de infantaria e cavalaria, no final do segundo milênio, entrarão a corromper e a devastar tudo pelo mundo. E no interior das mentes serão sentidos prantos, gritos e sofrimentos. Jamais terá havido tempos tão amargos.

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Assim falou Nostradamus Comentário: "Marseille", usada aqui por ele como figura de eloquência, corresponde a mesma figura de Babilônia - no Apocalípse. "Dentro do pêlo entrará de Marseille" - Os maus intentos, os interêsses, as corrupções, as violências - entrarão no íntimo de cada pessoa, como se fora hostes invasoras. Como Marselha tem sido um importante porto comercial e reduto militar, - neste caso figura os movimentos comerciais e militares do Mundo.

X - LXXXIX De brique en marbre seront les murs reduis, Sept et cinquant annees pacifiques: Ioye aux humains, renoué l' aqueduict, Santé, grands fruicts, ioye et temps melifique

irá crescendo um comportamento sábio e bondoso. A integridade e a Justiça estarão em mãos de homens bondosos, os quais, se irritados por algum temerário, serão maldosos com ele por força de leis severas.

X - XCI Clerge Romain l'an mil six cens et neuf, Au chef de l'an fera election: D'un gris et noir de la Campagne yssu, Qui onc ne fut si maling. Tradução: Clero Romano no ano mil seiscentos e nove, Ao cabo do ano fará eleição: De um cinza e negro da Companhia provindo, Quem nunca foi tão maligno.

Tradução: De tijolo em mármore serão os muros reduzidos, Setecentos e cinquenta anos pacíficos: Alegria aos humanos, renovado o aqueduto, Saúde, grandes frutos, alegria e tempos melífluos. Interpretação: No terceiro milênio, na fase da "Concórdia Universal" já exposta: - por setecentos e cinquenta anos haverá grande paz. Será como a transformação dos muros de tijolos sendo reedificados com mármore. As leis e todas as atividades terão progresso prodigioso. Todos os cidadãos estarão alegres. O ambiente das cidades estará renovado. Saúde, grandes desenvolvimentos, alegria e tempos ditosos.

X - XC Cent fois mourra le tyran inhumain, Mis à son lieu sçavant et debonnaire, Tout le Senat sera dessous sa main, Fasché sera par malin temeraire. Tradução: Cem vezes morrerá o tirano desumano, posto em seu lugar sábio e bondoso, Todo o Senado estará debaixo sua mão, Irritado estará por maldoso temerário.

Interpretação: O Clero Romano, no ano de 1609, ao cabo de um ano fará eleição de um prelado, de falsa aparência de boas intenções, porém de alma negra, provindo de uma Companhia ou Ordem. Outro jamais foi tão manhoso. Comentário: A pessoa figurada nesta quadra, pelas suas atividades, aproxima-se mais de Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, dos Jesuitas, cuja Ordem acabou sendo muito corrompida pela astúcia e crueldade, sob o lema: - "Importa os fins, não os meios". Por segunda hipótese há o caso de Francisco de Sales. Este nasceu no castelo de Sales, na Savóia, e foi educado no Colégio Jesuita de Clermont, em Paris, e Universidade de Pádua. Em 1594 foi designado para cuidar da conversão compulsória dos Protestantes da Província de Chablais, Savóia. E lá permaneceu para além de 1610. Considerados herejes pelos Inquisidores, os Protestantes eram forçados a se converter ao catolicismo, a duras penas, e é provável que ele haja conivido com os Inquisidores da região, no afã de cumprir o mandato que lhe fôra imposto. Contudo, desconheço os pormenores.

X - XCII

Interpretação: Essa tirania desumana de que tenho falado irá se extinguindo aos poucos. Em seu lugar

Devant le pere l'enfant sera tué, Le pere apres entre cordes de ionc,

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Arvedus Genevois peuple sera esvertué, Gisant le chefe au milieu comme un tronc. Tradução: Diante do pai o filho será morto, O pai depois entre cordas de junco, Genevois povo estará esforçado, Jazendo o chefe no meio como um tronco. Interpretação: Diante do pai o filho será morto. Depois o pai será amarrado por cordas de junco e supliciado. Povo Genebrino será esforçado pela atividade corajosa do chefe, o qual parecerá rijo como um tronco. Comentário: Aqui ele faz referências aos movimentos protestantes daquela época. E, continua a falar a respeito de seitas e perseguições até a quadra 97. Da 98 a 99 refere-se às profecias, e na de nº 100 faz uma premonição realmente acertada, e então finaliza esta Xª Centúria

X - XCIII

doutrinas Luterana e Calvinista. Ao mesmo tempo, considerando o seu caráter reencarnacionista e a menção de Porfírio, leva-me a entender que ele estará falando do Protestantismo e do Espiritismo Cristão. Muito embora o Espiritismo tenha iniciado a sua maior projeção a partir de 1860. Há também a se considerar a criação de várias seitas espiritualistas cristãs que tem advindo de Religiões teosofistas do Oriente e do Ocidente. Seitas ramificadas das Sociedades Esotéricas (Hermetistas e Budistas). Outrossim, há a se considerar que: - da metade da população mundial é convicta da existência da reencarnação. Da outra metade, embora não possua a convicção absoluta, parte dela considera a doutrina da reencarnação por matéria viável. Porfírio foi o precursor da Escolástica (Instituição filosófico-religiosa que congregava grandes sábios a discutir as realidades dos fatos concretos e abstratos. Segundo a enciclopédia - Porfírio defendia a doutrina de Platão, o qual era reencarnacionista por excelência.

X - XCIV

La barque neusve recevra les voyages, Là et aupres transferont l'Empire: Beaucaire, Arles retiendront les hostages, Pres deux colonnes trouvees de Porphire

De Nismes, d'Arles, et Vienne contemner N'obey tout à l'edict d'Hespericque: Aux labourieuz pour le grand condamner, y Six eschappez en habit seraphique.

Tradução: A barca nova receberá as viagens, Lá e mais próximo transferirão o Império: Beaucaire, Arles reterão os refens, Perto duas colunas encontradas de Porphire. Interpretação: A nova doutrina assumirá a missão de atrair adeptos para os seus preceitos, assim como por um novo barco procura-se passageiros para as viagens. Assim agindo irá havendo a transferência de adeptos de outras seitas e então se irá desenvolvendo o Império dessa nova doutrina. A Igreja que impera atualmente, e o Estado, reagirão em conjunto e submeterão os cismáticos a tratamentos opressivos, semelhantes aos que são dados aos refens. Em breves tempos, duas seitas estarão firmes como duas colunas de Porfírio. Comentário: A meu ver ele está se referindo às

Tradução: De Nismes, de Arles, e Viena contaminar, Não obedece tudo ao édito do Hespérico: Aos laboriosos pelo grande condenar, E seis escapados em hábito seráfico. Interpretação: Haverá cisões e novas seitas advindas de Nismes, Arles e Viena, em virtude de alguns líderes não obedecerem a todas as regras editadas por Lutero. Os luteranos condenarão os laboriosos dissidentes. E seis deles estarão. de certa forma, perdoados em razão de suas intenções puras como as dos serafins.

X - XCV Dans les Espaignes viendra Roy tres puissant

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Assim falou Nostradamus e os Ismaelitas sejam provindos do mesmo Pai. ("Aleph e Aleph").

Par mer et terre subiugant or Midy: Ce mal fera, rebaissant le croissant, Baisser les aisles à ceux du Vendredy. Tradução: Nas Espanhas virá Rei muito possante, Por mar e terra subjugando prece Meio-dia: Este mal fará, rebaixando o crescente, Baixar as asas aqueles da Sexta-feira. Interpretação: Nas Espanhas surgirá um Rei muito poderoso. Por mar e terra irá subjugando os Mouros. Este Rei acabará fazendo muito mal, o que enfim trará maus resultados para a sua Nação, e seu poder decrescerá. Oprimirá os Protestantes e Judeus. Comentário: Os árabes fazem a prece ao meio-dia. Os da sexta-feira são os judeus, os quais encerram toda e qualquer atividade ao por do sol nas sextas-feiras até o final do sábado, por respeito ao mandamento do Decálogo de Moises. Ligo a eles os Prostestantes - por evidência histórica e também pelo fato de que estes se liguem ao Velho Testamento, tanto quanto aos Evangelhos. E com bastante razão, pois os Evangelhos não têm a função de suprimir os ditames do Velho Testamento, mas sim cumpri-los e desenvolve-los pela Lei do Amor do Cristo Jesus. Outrossim, esta quadra é um augúrio envolvendo o Rei Felipe II, que reinou de 1527 a 1598.

X-XCVI Religion du non des mers vaincra, Contra la secte fils Adaluncatif, Secte obstinee deploree craindra Deux blessez par Aleph et Aleph. Tradução: Religião do nome dos mares vencerá, Contra a seita filho Adaluncatif, Seita obstinada deplorada temerá Duas feridas por Aleph e Aleph. Interpretação: O Cristianismo vencerá na disputa contra a seita advinda do Filho da Serva que não foi seduzida. Esta seita obstinada, deplorada, sempre temerá a reação dos Cristãos e dos Israelitas, os quais têm sido ofendidos por ela, não obstante os Israelistas

Comentário: Nesta quadra ele está se referindo a Ismael e sua descendência. Foi filho da Egípcia Agar e do Patriarca Abraão. Por esta descendência a raça Árabe e/ou Ismaelita desenvolveu espantosamente para os números de sua população de hoje. Ismael e sua mãe Agar foram banidos por Abraão após o nascimento de Isaac, nascido de Sara e/ou Sarai, esposa legítima de Abraão. Segundo tradição e escritos apócrifos, abraão compensou prodigamente a Ismael com bens que julgou por direito de filho. Porém, Ismael sentiu-se imperdoavelmente ofendido e jurou vingança eterna a Isaac e sua descendência. Assim sendo, inculcou este desejo de vingança em seus descendentes e determinou que procriassem profusamente a fim de terem condições para extinguir a raça hebráica. Os resultados desse ódio milenar continuam evidentes. Por consequência, como se refere Nostradamus nesta quadra, esse ódio atinge também aos Cristãos, visto que o Cristianismo é um prolongamento do Mosaismo, e também por ser Jesus descendente do sangue de Isaac. Isto explica o Aleph e Aleph posto em metáfora. Outrossim, os Ismaelitas partiram para a miscigenação com tribos e Nações, principalmente no Oriente Médio, África e Ásia. O que não ocorreu por parte dos Hebreus, posteriormente Judeus e Israelitas. Nesta conjuntura os povos do Oriente Médio e outros foram se tornando solidários com eles, na perene disputa contra a descendência de Isaac, por dois motivos principais: - pelos interesses políticos, regionais, econômicos; promovidos em grande parte pelo expansionismo hebreu naquela Região, com toda a estrepolia que os registros bíblicos e históricos têm registrado. E por segundo motivo: - O fanatismo religioso que vai perserverando no íntimo das duas facções. Moral da história: - nem um nem outro é inocente à luz de julgamento sereno e imparcial. Ambos pecam contra o Direito Sagrado de viver e conviver em harmonia, mantendo uma constante parcela de turbulências em desfavor do Bem Estar da Humanidade.

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Arvedus ADALUNCATIF = Amagrama e/ou metáfora formado por AD A LE UN CATIF, de cujo sentido chegamos a - Advindo de um cativo. No caso: Ismael filho da escrava egípcia AGAR. E também: Filho de uma serviçal de Sara.

X - XCVII

Interpretação: Essa aspiração de ver a humanidade feliz, como uma donzela alegre irradiando um claro explendor em seu semblante, não luzirá mais. Por longo tempo a glória de viver estará insípida. Por força da má conduta dos mercadores da Terra, com suas rufias, parecendo lobos odiosos: todos estarão em tropelia. - à guisa de um monstro universal.

Triremes pleines de tout aage captifs, Temps bon à mal, le doux pour amertume: Proye à Barbares trop tost seront hastifs Cupide de voir plaindre au vent la plume. Tradução: Trirremes cheias toda idade cativos, Tempo bom a mal, o doce por amargor: Presa a Bárbaros muito cedo serão prematuros, Ansioso por ver queixar-se ao vento a pena. Interpretação: Nota: - Ofereço ao leitor uma interpretação para o indivíduo, e outra em termos de coletividade, com intenção de facilitar o raciocínio. A) As mentes do Espírito, da alma, do cérebro humano (trirremes), - estão nutridas por experiências da vida de todos os tempos, e os indivíduos estão cativos de todas essas experiências, O tempo vivido no Mundo tende a levar o indivíduo bom ao mal, e o doce viver ao amargor. O ser humano, cedo de mais, torna-se presa dos pensamentos bárbaros. Nisto todos serão precoces. Cansado de ver isto, ponho minha pena a queixar-se ao vento. B) As tres classes sociais que compoem as Nações, em todos os tempos são formadas de seres humanos presos e seduzidos pelas circunstâncias da vida. O tempo vivido no Mundo tende a levar os bons momentos ao mal, os doces momentos ao amargor. A Humanidade é uma presa constante dos intentos bárbaros, e por tal razão as pessoas tendem às condutas anti-éticas cedo demais, e a elas serão precoces. Cansado de ver os resultados de tais procedimentos, ponho minha pena a queixar-se ao vento.

X - XCVIII La splendeur claire à pucelle ioyeuse, Ne luyra plus, long temps sera sans sel:

Avec marchans, ruffiens, loups odieuse, Tous pesle mesle monstre universal. Tradução: O explendor reluzente de donzela alegre, Não luzirá mais, longo tempo estará sem sal: Com mercadores rufiões, lobos odiosos, Tudo tropelia monstro universal.

X - XCIX La fin loup, lyon boeuf et l'ane, Timide dama seront avec mastins: Plus ne cherra à eux la douce manne, Plus vigilance et custode aux mastins. Tradução: Ao fim o lobo, o leão, o boi e o asno, Tímida dama estarão com mastins: Mais não tombará a eles o doce maná. Mais vigilância e custódia aos mastins. Interpretação: Após o Juizo Final os maus instintos humanos estarão bastante sublimados por forças determinantes ativadas por Celestes e humanos. Então os instintos estarão de tal forma transformados que parecerá que o lobo, o leão, o boi e o asno estarão convivendo pacificamente junto dos mastins e das ovelhas. Não mais faltará aos homens as Graças dos Céus. Não haverá mais necessidade de uma vigilância pressurosa, preocupada, e de leis e dispositivos violentos para os manter em custódia. Comentário: Esta quadra traz um conteúdo correspondente aos textos do Profeta Isaias: - cap. 11, vers. 5 a 8; e cap. 65 vers. 25. Finalizando esta Xª Centúria ele oferece um presságio sobre a hegemonia que seria conquistada pela Inglaterra.

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Assim falou Nostradamus

X-C Le grand Empire sera par Angleterre, Le Pempotam des ans plus de trois cens: Grandes copies passer par mer et terre, Les Lusitains n'en seront pas contens. Tradução: O grande Império será por Inglaterra, O Pempotam dos anos mais de trezentos: Grandes tropas e abastanças passar por mar e terra, Os Lusitanos por tal não estarão contentes. Interpretação: A Inglaterra formará um grande Império. Será uma grande potência hegemônica por mais de trezentos anos. Fará grandes forças militares e abastança passar por mar e terra. Os Lusitanos, por tal fato não estarão contentes. Comentário: Realmente a hegemonia mundial foi iniciada pela Inglaterra a partir do século XVI e praticamente terminou a partir de 1945, quando a hegemonia passou a ser assumida pelos Estados Unidos da América do Norte.

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Arvedus

TRADUÇÃO LITERAL DA CARTA AO FILHO CESAR Nota: Numerei sentenças e períodos nesta tradução e na interpretação para facilitar o estudo por confrontação. 1) AD CAESAREM NOSTRADAMUS FILIUM VIE ET FELICITÉ 2) Teu tardio advento Cesar Nostradame, 3) meu filho, tem feito por meu longo tempo por contínuas vigílias noturnas a referir por escrito, deixar para tua memória, após a extinção corporal de teu progenitor, ao comum proveito dos humanos, destas coisas que a divina essência, por Astronômicas revoluções tem me dado conhecer. 4) E depois que ele tem apelado ao Deus imortal que tu não será vindo em natural luz nesta terrena plaga, e não querer dizer os anos que não são ainda acompanhados, mas tuas tendências Marciais incapazes de receber em teu débil entendimento, isto a que eu serei constrangido após meus dias dar a conhecer: visto que não é possível deixar por escrito aquilo que será pela injúria do tempo obliterado; 5) porque a palavra hereditária da oculta predição estará no meu íntimo fechado: 6) considerando também as aventuras do humano destino ser incertas, 7) e que tudo é regido e governado pelo poder de Deus inestimável, inspirando-nos não por bacante furor nem por linfático movimento mas por astronômicas asserções, 8) os presságios são animados pela sabedoria divina e pelo dom profético em particular. 9) Muitas vezes e a longo tempo eu tenho predito com larga antecedência coisas que depois advieram e em particulares regiões, atribuindo a tudo ser feito pela virtude e inspiração divina e outras e felizes e sinistras aventuras de acelerada prontidão pronunciada que depois são advindas pelos climas do mundo - tenho querido calar e resguardar por causa da injúria do tempo presente, mas também da maior parte do futuro, de colocar por escrito pelo fato de que os reinos, seitas e religiões farão mudanças tão opostas, com visão diametralmente oposta em relação ao presente, que se eu viesse a me referir às coisas que advirão, esses do reino, seita, religião e fé tornarão tão mal de acordo com sua fantasia auricular o que

eles virão a coroar isto que pelos ciclos a surgir se conhecerá ser visto e percebido. Considerando também a sentença do verdadeiro Salvador: "Não deis aos cães o que é sagrado nem jogueis pérolas aos porcos, pois eles destruirão tudo a seus pés e se voltarão contra vós". Por estas causas fui levado a retirar a minha linguagem ao popular e a pena ao papel, 10) depois fui levado pela vontade de estender declarando pelo comum advento por obstrusas e perplexas sentenças as causas futuras, 11) mesmo as mais urgentes e aquelas que já tenho percebido, qualquer humana mutação que advem não escandalize a fragilidade auricular, e o todo escrito sob figura nebulosa, mais que do todo profético: 12) de modo que permaneça obscura para sábios e estudiosos, poderosos e reis, e tenha uma clareza formal para os de uma pequena parte modesta e sutil e aos Profetas - intermediários ou ministros de Deus imortal 13) e dos bons anjos que hão recebido o espírito do vaticínio, pelo qual eles vêem as causas longínquas e vêm a prever os futuros adventos pois nada se pode concluir sem eles - aos quais tão grande é a influência e a bondade aos humildes que se ligam a eles, os quais habitam neles, 14) todas as vezes aos outros efeitos sujeitos por similitude e à causa do bom Gênio, esse calor e poder vaticinador, aproxima-se de nós, como ele nos advem dos raios do sol, os quais vêm por si lançando influências aos corpos elementares e não elementares. 15) Quanto a nós que somos humanos nada podemos de nosso natural conhecimento e inclinação de engenho, ter certeza dos segredos obstrusos de Deus o Criador, "Porque não nos é facultado conhecer o tempo nem os momentos, etc.". 16) Quanto ao que de presente pode influir no futuro e ser personagens que Deus o Criador tenha vontade de revelar por impressões imaginativas, qualquer segredo do futuro acordado à astrologia judicial como do passado, que certo poder e vontade facultada virá para eles como chama de fogo aparecer, que lhes inspira em vir a julgar as divinas e humanas inspirações. 17) Pois as obras divinas, que são totalmente absolutas, Deus as vem concluir: a mediana que está no meio, os anjos; a terceira, os malvados. 18) Mas, meu filho, eu te falo aqui um pouco bastante obstrusamente; mas quanto aos ocultos vaticínios que eles vêm receber pelo sutil espírito do fogo que qualquer ocasião pelo entendimento agitado contemplando o mais alto dos astros, como estando vigilante mesmo que as pronunciações estando

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Assim falou Nostradamus surpresos pelo pronunciamento escrito sem temer ser tomado de desavergonhada loquacidade. Mas por que? Tudo procedeu do poder do grande Deus eternal, do qual toda bondade procede. 19) Ainda, meu filho, que eu tenha inserido o nome de profeta, eu não quero atribuir título de tão alta sublimidade pelo tempo presente: pois que "os que hoje são chamados profetas, antes eram chamados de videntes", pois, profeta propriamente, meu filho, é aquele que vê as coisas distantes da compreensão natural de toda criatura. E, caso aconteça que o profeta mediando a perfeita luz da profecia apareça-lhe manifestamente das coisas divinas, como humanas: que não se pode fazer, visto que os efeitos da futura predição se estendem ao longe. Pois, os segredos de Deus são imcompreensíveis e a virtude é causa eficiente, contigente de longa extensão da compreensão natural, retendo sua mais próxima origem do livre arbítrio, faz aparecer as causas que delas mesmas não podem obter aquele entendimento por não ser conhecidas pelos humanos augúrios, nem por outro conhecimento ou virtude oculta existente sob a concavidade do céu, mesmo do feito presente da total eternidade que vem abraçar em si todo o tempo. Mas medindo qualquer indivisível eternidade por turbulenta agitação Heracliana, as causas pelo celeste movimento são conhecidas. 20) Eu não digo, meu filho, a fim que bem o entendas que o conhecimento desta matéria não se pode ainda imprimir em teu débil cérebro, que as causas futuras bem longínquas não estejam ao alcance do conhecimento da criatura razoável: tanto são não obstante de boa índole a criatura de alma intelectual, das causas presentes longínquas não lhe são de todo nem muito ocultas nem tanto reveladas. Mas a perfeita notícia das causas não se pode adquirir sem aquela divina inspiração: visto que toda inspiração profética vai recebendo seu principal movimento de Deus criador, depois da sorte e da natureza... Porque estando as causas indiferentes, indiferentemente produzidas, o presságio advém em parte ou tem estado predito. Pois o entendimento crê intelectualmente, não pode vir ocultamente, senão pela voz feita ao limbo mediando a exígua chama na qual à parte as causas futuras se virão a inclinar. 21) E também, meu filho, eu te suplico que

jamais tu não queiras enpregar teu entendimento a tais sonhos e vaidades que secam o corpo e metem a alma à perdição, dando confusão ao senso fraco: mesmo a vaidade da mais que execrável magia reprovada outrora pelas sagradas escrituras e pelo cânones divinos 22) por força do qual está excluido o julgamento da astrologia judicial: pela qual e mediando inspiração e revelação divina, por continuadas vigílias e suputações, temos nossas profecias redigidas por escrito. 23) E para que esta oculta Filosofia não fosse reprovada, não tenho nunca desejado presentear suas turbulentas persuações. Do mesmo modo muitos volumes que têm estado guardados por longos séculos e me pertencem por mim viessem a ser conhecidos. Mas prevendo que isso ocorreria se eu o fizesse, após leitura delas, fiz presente a Vulcano, temendo que enquanto ele os viria a devorar, a chama em fatias reluzentes o ar transluzia numa claridade insólita, mais clara do que a chama natural, - como a luminosidade do fogo de cristal fulgurante, iluminando de súbito a casa, como se ela fosse posta em súbita conflagração. Por isso a fim de que no futuro não faças abuso perscrutante contra a perfeita transformação tanto lunar, quanto solar, e subsolo metais incorruptíveis, e as ondas ocultas eu os tenho em cinzas convertido. 24) Mas quanto ao julgamento que se vem adquirir por meio do julgamento celeste este eu te desejo manifestar; pelo qual terás conhecimento das causas futuras, rejeitando sobriamente as fantásticas imaginações que advirão, limitando a particularidade dos lugares por divina inspiração sobrenatural, concordante com as celestes figuras, os lugares e uma parte do tempo de propriedade oculta por virtude, poder e faculdade divina: em presença das quais os três tempos estão contidos por eternidade, revolução ligada à causa passada, presente e futura porque todas as coisas estão nuas e claras, etc. 25) Pelas quais, meu filho, tu podes facilmente não obstante teu tenro cérebro, compreender que as coisas que devem advir se podem profetizar pelas noturnas e celestes luzes que são naturais e pelo espírito da profecia: 26) não que eu pretenda a mim atribuir nome nem fama de profeta, mas por revelada inspiração, como homem mortal, distanciado não menos da sensibilidade ao céu do que dos pés em terra, não posso errar, faltar à verdade, armar laços para apanhar pássaros:

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Arvedus Sou pecador maior que nenhum deste mundo, sujeito a todas humanas aflições. Mas estando surpreso por algumas vezes na semana um tanto em delírio, e por longos cálculos gozando os estudos noturnos de suave odor, eu tenho composto Livros de profecias, contendo cada um cem quadras astronômicas de profecias, as quais eu tenho desejado montar obscuramente: e são perpétuos vaticínios para daqui ao ano 3797. As quais possivelmente farão retirar a fronte a quaisquer pessoas em vista tão longa extensão; e por sob toda a concavidade da lua terá lugar e inteligência: 27) e isso entenderá universalmente as causas, meu filho, que se tu encarares a idade natural e humana, tu verás as inclinações do teu clima, ao próprio céu de teu nascimento, prever as futuras aventuras. 28) De modo que só o Deus eternal, sabe por si mesmo quem conhecerá a eternidade da sua luz, procedente dele mesmo: e eu digo francamente que a aqueles a quem sua magnitude imensa a qual é sem medida e incompreensível, tem desejado revelar por longa inspiração melancólica, que mediando esta causa oculta manifestada divinamente, principalmente de duas causas principais as quais inseridas no entendimento deste mesmo inspirado que profetiza: a uma e que vem a intuir, esclarecendo a luz sobrenatural ao personagem que prodiz pela doutrina dos astros e profetiza por inspirada revelação: a qual é uma certa participação da divina eternidade: mediando o profeta vem a julgar daquilo que seu divino espírito lhe tem dado por intermédio de Deus o criador e por uma natural instigação: e vir a saber que isto que é predito é verdade, e tem ligada sua origem etereamente, e tal luz e chama exígua é de todo eficaz e de tal altitude não menos que a natural claridade e natural luz torna os filósofos tão seguros de si que mediando os princípios da primeira causa aos mais profundos abismos de mais alta doutrina. 29) Mas por esta finalidade, meu filho, que eu não quero vagar muito profundamente pela capacidade de teu senso, e também que eu acho que as cartas farão tão grande e incomparável jactância, que eu vejo o mundo diante de universal conflagração futura tanto de dilúvios e tão altas inundações, que ele não terá pouco terreno que não será coberto d'água: E será por tão longo tempo na história e topografia de modo que tudo estará decadente como os espíritos caidos segundo a lenda dos "Peri" (Nota: Da mitologia persa): também antes e depois de tais inundações, em

vários países as chuvas serão tão exíguas e tombará do céu tão grande abundância de fogo e de pedras candentes que não terá permanecido nada que não seja consumido: e este advir, e em breve, e antes da derradeira conflagração. Pois ainda que o planeta Marte termine seu ciclo e ao fim de seu derradeiro período, tanto retornará ele a ti: mas congregados uns em Aquário por vários anos, os outros em Câncer por mais longas e contínuas. 30) E agora que somos conduzidos pela lua, mediando o total poder de Deus eternal, que antes que ela tenha readquirido seu total circuíto o Sol virá e depois Saturno. Pois segundo os sinais celestes o reino de Saturno estará de retorno, que o todo calculado, o mundo se aproxima de uma desordenada revolução: e que de presente que isto eu escrevi antes cento setenta e sete anos três meses, onze dias, por pestilência, longa fome e guerras, e mais pelas inundações o mundo entre este e aquele termo prefixado, antes e depois por várias vezes estará tão diminuido, e tão pouco do mundo estará que o não se encontrará quem venha tomar os campos os quais desviarão, livres também longamente que eles não terão estado em servir, -- e isto, quanto ao visível julgamento celeste, que ainda que nós estejamos no sétimo nome de mil o qual aproxima o todo, nos aproximando do oitavo, onde está o firmamento da oitava esfera, que é em dimensão latitudinária, onde o grande Deus eternal virá antes de chegar a revolução: onde as imagens celestes retornarão a se mover, e o movimento superior o qual nós possuimos a terra estável e firme, não inclinará pelos séculos dos séculos, a não ser que, quando sua vontade será cumprida, isto será, mas não por gosto cruel. 31) Na medida que por ambíguas opiniões excedam todas razões naturais por sonhos maométicos - também Deus criador pelo ministério de seus mensageiros de fogo em chama missiva vem propor aos sentidos exteriores mesmo a nossos olhos, as causas de futura predição significativa do caso futuro, os quais se devem àquele o qual presságio manifestar... Pois o presságio o qual se faz da luz exterior vem infalivelmente a julgar parte com a qual e intermediando o lume exterior: embora verdadeiramente que a parte a qual pareçam ter pelo olho do entendimento 32) isto é que não é pela lesão do senso imaginativo à razão e por muito evidente, e todo ser predito por aflação de divindade e por meio de espírito angélico inspirado ao homem profetizante,

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Assim falou Nostradamus ofertando unções de vaticínios, vindo a o iluminar, demovendo-o de modo a não ser levado pela fantasia por diversas noturnas aparições, as quais por diurna certeza profetize por administração astronômica, conjugada da santíssima futura predição, não consistindo de outras coisas além da coragem livre. Vindo a esta hora entender, meu filho, que eu encontro por minhas revoluções que são acordantes à revelada inspiração, que a mortal espada se aproxima de nós por peste, guerra mais horrível que tem vida de três homens não tem sido, e fome, a qual tombará na terra e retornará frequente - pois os astros são concordantes à revolução: e também um ditado: "Eu os afligirei com barra de ferro por suas iniquidades e os castigarei por suas palavras". Pois a misericórdia do Senhor não será dispensada um tempo, meu filho, que a maior parte de minhas profecias serão cumpridas e virão ser por cumprimento revolvido. 33) Então por várias vezes durante as sinistras tempestades, "eu os golpearei" dirá o Senhor "e serão despedaçados com violência e sem piedade e mil outras aventuras as quais advirão por águas e contínuas chuvas, como mais em detalhe eu tenho redigido por escrito nas minhas outras profecias que estão compostas tudo em grande quantidade, em orações desordenadas, limitando os lugares tempos e o termo prefixado que os humanos após a vir verão conhecendo as aventuras surgirão infalivelmente, como temos notado pelas outras, falando mais claramente: não obstante que sub-desconjuntadas serão compreendidas as inteligências: Porém quando for submovida a ignorância, o caso será mais esclarecido. Finalizando, meu filho, por consequência receba este dom de teu pai M. Nostrdamus esperando tu próprio esclarecer cada uma profecia das quadras aqui contidas. Rogando a Deus imortal que ele te venha conceder vida longa em boa e próspera felicidade. De Salon este primeiro de março de 1555.

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Arvedus Transcrição do original em Francês da Carta ao filho Cesar:

Préface de M. Nostradamus à ses prophéties Ad Caesarem Nostradamus filium vie et félicité Ton tard advènement Cesar Nostredame, mon fils, m'a faict mettre mon long temps par continuelles vigilations nocturnes reférer par escript, toy délaisser mémoire, aprés la corporelle extinction de ton progéniteur, au commum profit des humains de ce que la divine essence par Astronomiques révolutions m'ont donné cognoissance. Et depuis qu'il a pleu au Dieu immortal que tu ne sois venu en naturelle lumière dans ceste terriene plaige, et ne veulx dire les ans qui ne sont encores accompaignés, mais tes moys Martiaux incapables à recevoir dans ton débile entendement ce que je seray contrainct après mes jours desiner: vu qu'il n'est possible te laisser par escript ce que seroit par l'injure du temps oblitéré; car la parolle héréditaire de l'occulte prédiction sera dans mon estomac incluse; consydérant aussi les adventures de l'humain désinement estre incertaines, et que tout est régi et guberné par la puissance de Dieu inextimable, nous inspirant non par bacchante fureur non par lymphatique mouvement mais par astronomiques assertions. Soli numine divino afflati praesagiunt et spiritu prophetico particularia. Combien que de long temps par plusieurs foys j'aye predict long temps auparavant ce que depuis est advenu et en particulières régions, attribuant le tout estre faict par la vertu et inspiration divine et autres félices et sinistres adventures de accélerée promptitude prononcées que depuis sont advenues par les climats du monde - ayant voulu taire et délaisser pour cause de l'injure du temps présent, mais aussi de la plus grande part du futur, de mettre par escript pour ce que les regnes, sectes et religions feront changes si opposites, voyre au respect du present diamétralement, que si je venais à referer ce qu'à l'advenir sera, ceux de règne, secte, religion et foy trouveroient si mal accordant à leur fantaisie auriculaire qu'ils viendroient à dammer ce que par les siècles advenir on cognoistra estre veu et apperceu.

Consydérant aussi la sentance du vray Sauveur, Nolite sanctum dare canibus, nec mittatis margaritas ante porcos ne conculcent pedibus et conversi dirumpant vos, qui a esté cause de faire retires ma langue au populaire et la plume au papier: puis me suis voulu estendre déclarant pour le commum advènement par obstruses et perplexes sentences les causes futures, mesme les plus urgentes et celles que j'ay apperceu, quelque humaine mutation que advienne ne scandalisez l'auriculaire fragilité et le tout escript sous figure nubileuse, plus que du tout prophétique: combien que, Abscondisti haec a sapientibus et prudentibus, id est potentibus et regibus et ennucleasti ea exiguis et tenuibus, et aux Prophètes - par le moyen de Dieu immortel et des bons anges ont receu l'esprit de vaticination par lequel ils voyent les causes loingtaines et viennent à prévoyr les futurs advènements car rien ne se peult parachever sans luy - auxquels si grande est la puissance et la bonté aux subjects que pendant qu'ils demeurent en eulx, toutesfois aux aultres effects subjects pour la similitude et la cause du bon Genius, celle chaleur et puissance vaticinatrice s'approche de nous: comme il nous advient des rayons du soleil, qui se viennent jettans leurs influences aux corps elementeres et non elementeres. – Quant à nous qui sommes humains ne pouvons rien de nostre naturelle cognoissance et inclination d'engin, cognoistre des secretz obstruses de Dieu le créateur, Quia non est nostrum noscere tempora nec momenta, etc. Combien que de présent peuvent advenir et estre personnaiges que Dieu le créateur aye voulu reveler par imaginatives impressions, quelques secretz de le l'advenir accordés à astrologie judicielle comme du passé, que certaine puissance et volontaire faculté venoit par eulx" comme flambe de feu apparoir, que luy inspirant on venoit à juger les divines et humaines inspirations – Car les oeuvres divines, que totalement sont absolutes, Dieu les vient parachever: la moyenne qui est au milieu, les anges; la troisième, les mauvais. – Mais, mon filz, je te parle icy un peu trop obstrusement: mais quant aux occultes vaticinations que l'on vient à recevoyr par le subtil esprit du feu qui quelque foys par l'entendement agité contemplant le plus hault des astres, comme estant vigilant, mesme que aux prononciations estant surprins escripts prononceant sans crainte moins attainct d'inverecunde loquacité: mais à quoy? tout procedoit de la puissance divine du grand Dieu éternel, de qui toute bonté procéde.

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Assim falou Nostradamus – "Encores, mon filz, que j'aye inséré le nom de prophète, je ne me veulx attribuer tiltre de si haulte sublimité pour le temps présent: car qui Propheta dicitur bodie, olim vocabatur videns; car prophéte proprement, mon filz, est celuy qui voit choses loingtaines de la cognoissance naturelle de toute créature - Et cas advenant que le prophét moyennant la parfaicte lumière de la prophètie lui apaire manifestement des choses divines, comme humaines: que ne ce peult fayre, veu les effects de la futur prédiction s'estendant au loing. – Car les secretz de Dieu sont incompréhensibles et la vertu effectrice, contingent de longue estendue de la cognoissance naturelle, prenant son plus prochain origine du libéral arbitre, fait apparoir les causes qui d'elles mesmes ne peuvent acquérir celle notice1 pour estre cognües ne par les humains augures, ne par aultre cognoissance ou vertu occulte comprinse soubz la concavité du ciel, mesme du faict présent de la totale éternité que vient en soy embrasser tout le temps. – Mais moyennant quelque indivisible éternité par comitiale agitation Hiraclienne, les causes par le celeste mouvement sont cognuës. – Je ne dis pas, mon fils afin que bien l'entendes, que la cognoissance de ceste matière ne se peult encores imprimer dans ton debile cerveau, que les causes futures bien loingtaines ne soient à la cognoissance de la créature raisonnable: si sont nonobstant bonement la créature de l'âme intellectuelle, des causes presents loingtaines ne luy sont du tout ne trop occultes ne trop referées: – Mais la parfaicte des causes notice ne se peult aquérir sans celle divine inspiration: veu que toute inspiration prophetique reçoit prenant son principal principe mouvant de Dieu le créateur, puis de l'heur et de nature. – Par quoy estant les causes indifférantes, indifferentement produictes et non produictes, le présage partie advient ou a esté prédict. – Car l'entendement créé intellectuellement ne peult voyr occultement, sinon par la voix faicte au lymbe moyennant la exiguë flamme en quelle partie les causes futures se viendront à incliner. – Et aussi, mon filz, je te supplie que jamais tu ne veuilles emploier ton entendement à telles resveries et vanités qui seichent le corps et mettent à perdition l'âme, donnant trouble au foyble sens: mesme la vanité de la plus qu'exécrable magie reprouvée jadis par les sacrées escriptures et par les divins canons: – au chef duquel est excepté le jugement de l'astrologie judicielle: par laquelle et moyennant inspiration et révélation divine,

par continuelles veilles et supputations, avons nos prophéties redigées par escript. – Et combien que cette occulte Philosophie ne fusse reprouvée, n'ay onques voulu présenter leurs effrenées persuasions: – Combien que plusieurs volumes qui ont esté cachés par longs siècles me sont esté manifestés. Mais doutant ce qui adviendroit en ay faict, après lecture, présent à Vulcan, que pendant qu'il les venoit à dévorer, la flamme leschant l'air rendoit une clarité insolite, plus claire que naturelle flamme, comme lumière de feu de clystre fulgurant, illuminant subit la maison, comme si elle fust esté en subite conflagration. – Parquoy affin que à l'advenir ni feusses abusé perscrutant la parfaicte transformation tant selme que solaire, et soubz terre metaux incorruptibles, et aux undes occultes, les ay en cendres convertis. – Mais quant au jugement qui se vient parachever moyennant le jugement celeste cela te veux-je manifester: parquoy avoir cognoissance des causes futures, rejectant long les fantastiques imaginations qui adviendront, limitant la particularité des lieux par divine inspiration supernaturelle, accordant aux celeste figures, les lieux et une partie du temps de proprieté occulte par vertu, puissance et faculté divine: en présence de laquelle les trois temps sont comprins par éternité, révolution tenant à la cause passée, présente et future: quia omnia sunt nuda et aperta, etc. Parquoy, mon filz, tu peulx facilement nonobstant ton tendre cerveau, comprendre que les choses qui doivent advenir se peuvent prophetizer par les nocturnes et celestes lumières que sont naturelles et par l'esprit de prophétie: non que je me veuille attribuer nomination ni effect prophétique, mais par révelée inspiration, comme homme mortel, esloigné non moins de sens au ciel que des pieds en terre, Possun non errare, falli, decipi: suis pecheur plus grand que nul de ce monde, subject à toutes humaines afflictions. – Mais estant surprins par foy la sepmaine lymphatiquant, et par longue calculation rendant les estudes nocturnes de souesve odeur, j'ay composé Livres de prophéties, contenant chacun cent quatrains astronomiques de prophéties, lesquelles j'ay un peu voulu raboter obscurément: et sont perpétuelles vaticinations, pour d'yci à l'année 3797. Que possible fera retirer le front à quelques-uns en voyant si longue extension; et par souz toute la concavité de la lune aura lieu et intelligence: et ce entendant universillement les causes, mon fils – que si tu vis l'aage naturel et humain, tu verras devers ton climat, au propre ciel de ta nativité, les futures adventures prévoir. – Combien que le seul Dieu

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Arvedus éternel, soit celuy qui cognoit l'éternité de sa lumière, procédant de luy mesme: et je dis franchement qu'à ceulx à qui sa magnitude immense, qui est sans mesure et incompréhensible, a voulu révéler par longue inspiration melancholique, que moyennant icelle cause occulte manifestée, divinement, principalement de deux causes principales qui sont comprinses à l'entendement de celui inspiré qui prophétise: l'une est que vient à infuser, esclarcissant la lumière supernaturelle au personaige qui predit par la doctrine des astres et prophétise par inspiré revélation: – laquelle est une certaine participation de la divine eternité: moyennant le prophéte vient à juger de cela que son divin esprit luy a donné par le moyen de Dieu le créateur et par une naturelle instigation: c'est assavoir que ce que predict est vray, et a prins son origine etheréement; et telle lumiére et flambe exiguë est de tout efficace et de telle altitude: non moins que la naturelle clarté et naturelle lumière rend les philosophes si asseurés que moyennant les principes de la premiére cause ont attainct à plus profonds abysmes de plus haute doctrine. – Mais à celle fin, mon fils, que je ne vague trop profondément pour la capacité de ton sens, et aussi que je trouve que les lettres feront si grand et incomparable jacture, que je treuve le monde avant l'universelle conflagration advenir tant de déluges et si hautes inundations, qu'il ne sera gueres terroir qui ne soit couvert d'eau: – Et sera par si long temps que hors mis enographies et topographies, que le tout soit péri: – aussi avant telles et aprés inundations, en plusieurs contrées les pluies seront si exiguës et tombera du ciel si grande abondance de feu et de pierres candantes, que n'y demourra rien qui ne soit consummé: et ce ci advenir, et en brief et avant la dernière conflagration. – Car encores que la planète Mars parachève son siècle et à la fin de son dernier periode, si le reprendra-t-il; mais assemblés les uns en Aquarius par plusieurs années, les autres en Cancer par plus longues et continues. – Et maintenant que sommes conduicts par la lune, moyennant la totale puissance du Dieu eternel, que autant qu'elle aye parachevé son total circuit, le Soleil viendra et puis Saturne. – Car selon les signes celestes le regne de Saturne sera de retour, que le tout calculé, le monde s'approche d'une anaragonique révolution: – et que de présent que ceci j'escriptz avant cent septante sept ans troys moys unze jours, par pestilence, longue famine et guerres, et plus par les inundations le monde entre cy et ce terme préfix, avant et après par plusieurs foys sera si diminué, et si peu de monde

sera que l'on ne trouvera qui veuille prendre les champs qui deviendront libres aussi longuement qu'ils ont été en servitude; – et ce, quant au visible jugement celeste, que encores que nous soyons au septiesme nombre de mille qui parachève le tout, nous approchant du huictiesme, où est le firmament de la huictiesme sphère, que est en dimension latitudinaire, où le grand Dieu eternel viendra parachever la révolution: ou les images celestes retourneront à se mouvoir, et le mouvement supérieur qui nous rend la terre stable et ferme, non inclinabitur in saeculum saeculi: – hors mis que, quand son vouloir sera accompli, ce sera, mais non poinct aultrement: – Combien que par ambiguës opinions excédans toutes raisons naturelles par songes Mahométiques –, aussi aucunes foys Dieu le créateur par les ministres de ses messagiers de feu en flamme missive vient à proposer aux sens extérieurs mesmement à nos yeulx, les causes de future prédiction significatrices du cas futur, qui se doit à celui qui presaige manifester. – Car le presaige qui se faict de la lumière extérieure vient infailliblement à juger partie avecques et moyennant le lume extérieur: – combien vrayment que la partie qui semble avoir par l'oeil de l'entendement, ce que n'est par la lésion du sens imaginatif: la raison est par trop évidente, le tout estre predict par afflation de divinité et par le moyen de l'esprit angélique inspiré à l'homme prophétisant, rendant oinctes de vaticinations, le venant à illuminer, lui esmouvant le devant de la phantasie par diverses nocturnes apparitions, qui par diurne certitude prophétise par administration astronomique, conjoincte de la sanctissime future prédiction, ne consistant d'ailleurs que au courage libre. Vient à ceste heure entendre, mon filz, que je trouve par mes révolutions que sont accordantes à révellée inspiration, que le mortel glaive s'approche de nous par peste, guerre plus horrible qu'a vie de trois hommes n'a esté, et famine, lequel tombera en terre et y retournera souvent –, car les astres s'accordent à la révolution: et aussi a dict: Visitabo in virga ferrea iniquitates eorum, et in verberibus percutiam eos. Car la misericorde du Seigneur ne sera point dispergée un temps, mon filz, que la plupart de mes prophéties seront accomplies et viendront estre par accompliement revoluës. – Alors, par plusieurs foys durant les sinistres tempestes, Conteram ergo, dira le Seigneur, et confringam et non miserebor et mille aultres adventures qui adviendront par eaux et continuelles pluys, comme plus à plain j'ay rédigé par escript aux miennes aultres prophéties qui sont

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Assim falou Nostradamus composées tout au long, in soluta oratione, limitant les lieux temps et le terme préfix que les humains après venus verront cognoissant les aventures avenues infailliblement, comme avons noté par les autres, parlans plus clairement: non obstant que sous nuée seront comprinses les intelligences: Sed quando submovenda erit ignorantia, le cas sera plus esclairci. – Faisant fin, mon filz, prens donc ce don de ton père M. Nostradamus, esperant toy déclarer une chascune prophétie des quatrains icy mis. Priant le Dieu immortel qu'il te veuille prester vie longue en bonne et prospère félicité. De Salon ce 1. de mars 1555

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Arvedus

INTERPRETAÇÃO DA CARTA AO REI HENRIQUE 1 - TÓPICO Para estudo e para comprovação desta interpretação veja a tradução que vem a seguir: Ao Invictíssimo, Muito Poderoso JESUS CRISTO, Rei da Terra, SEGUNDO. (NOTA: Segundo em Poder, depois de DEUS.) De Michael de Nostradamus, seu mui humilde e mui obediente servidor e criado. Vitória e Felicidade Por aquela soberana intuição que tive, oh Senhor dos Cristãos e muito vitorioso REI; depois que minha consciência esteve longo tempo obscurecida pela ignorância, apresenta-se hoje esclarecida ante Vossa Magestade incomensurável. Após ter compreendido Vossa Excelsitude senti-me ofuscado como a luz da vela ante o Sol, não cessando de honrar e sentir a dignidade de venerar aquele dia em que me foi concedido chegar à Vossa presença e ver e sentir Vossa Magestade tão singela. Ora, esperando a ocasião propícia, preparando-me no sentido de me tornar dígno ante Vós, pois, que me sentia tão ínfimo para merecer tal privilégio. E, esforçando-me continuamente para sublimar meus sentimentos e desenvolver minhas capacidades de adquirir sabedoria para Vos servir com mais eficácia, e mesmo ainda assim me sinto pequenino e intranquilo ante Vossa Magestade Sereníssima, e vendo-me muito limitado na qualidade de ser humano, continuando a me sentir limitado pela ambição a qual é menor que a aspiração, em cujo desejo tenho estado secularmente preso em êxtase e consequente obscuridade, vi-me subitamente esclarecido por forças superiores às forças mentais e corporais da inteligência e dos sentidos humanos. Compreendi então, que o sentimento e a sabedoria são originados no espírito, portanto, são poderes de dimensões superiores, apenas vislumbráveis pela acanhada consciência humana, aquelas as quais nesta carta denomino "causas

espirituais", conforme o uso no linguajar humano. Compreendi que tais causas ou forças, ou virtudes provêm de Deus, através do ingente ministério de seus Anjos, que nos assistem e manifestam em nós e por nós a Vontade Criadora de Deus. Por tal ministério esclarecem o entendimento humano e articulam na mente humana as idéias criativas que voam incessantemente pelos espaços, em faixas de ondas distintas, as quais são captadas pelos dispositivos do cérebro e são transformadas em imagens sensíveis e compreensíveis, de maneira a levar a pessoa a conhecer até os acontecimentos futuros. A alma, a qual é composta de substâncias com forças e dispositivos mais sutis que o corpo, a qual é o corpo imortal do espírito, e na qual o Espírito vai fixando paulatina e progressivamente os dispositivos de manifestação de suas potencialidades divinas, e a mais apropriada para receber as idéias causais, quando ela consegue evitar a predominância dos naturais sentidos humanos que atuam em faixas vibratórias mais densas, sob índice vibratório reduzido. Então ela consegue ter seus dispositivos atuando em faixa vibratória superior e consegue captar os pensamentos e sentimentos puros do espírito, e por processos desconhecidos pelo homem consegue manifestar no cérebro - parte das idéias de vontade superior. Isto é possibilitado quando a pessoa - por meditação e exercícios exaustivos e estudos continuados consegue liberar a Mente de toda solicitude das necessidades e prazeres de natureza humana. Necessidades prementes como a fome, a sede e toda série de necessidades supérfluas geradas pelos desejos e apetites sensoriais viciosos. Quaisquer pensamentos que produzam ansiedade conturbam a interligação cérebro-mente e mente-espírito. Se a pessoa é altamente exercitada neste processo que se costuma chamar por meditação e contemplação interior - consegue entender e manifestar os pensamentos virtuosos vindos do espírito. Tal processo é chamado Intuição. Para melhor entendimento devo classificar a manifestação do pensamento humano por três nomes referentes às três origens distintas e interligadas. Intuição: gerada pelo espírito. Inteligência: gerada e/ou processada pela Mente. Instinto: gerado pelo cérebro. Na realidade estes vocábulos nomeiam a

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Assim falou Nostradamus Inteligência. Só estamos subdividindo a fim de termos melhor entendimento dos processos e centros de manifestação dos sentidos e sentimentos. Hoje, costuma-se chamar, também, a tais processos, centros e faculdades por: superconsciência, consciência e subconsciência, respectivamente. Devemos completar que a pessoa amplamente exercitada no processo de interligação do cérebro à Mente Divina ou do espírito, consegue manifestar a vontade ou pensamento disciplinado por ele, - em qualquer lugar ou circunstância, isto é, esteja a pessoa na solidão do campo ou no burburinho da cidade, ou andando, correndo, sentada, deitada. Entretanto, se a pessoa estiver sentada ou deitada em lugar silencioso é óbvio que terá melhor sucesso para ouvir a voz e sentir o sentimento do espírito, o qual é o mais perfeito instrumento de sintonia com a Inteligência e Vontade Divina que regem os espaços até ao Infinito. (NOTA DO INTÉRPRETE: Alonguei os períodos a fim de esclarecer o que ele deixou subentendido). São Tomás de Aquino, II, LXXXVI, 4, ensina que transportado à presença de Jesus Cristo, como eu também estive,; - como ele, também fiquei longamente em dúvida se deveria ou não manifestar a outrem, em nome do Cristo, estas três Centúrias (NOTA = VIII, IX, X), as restantes de minhas profecias, as quais preveem os acontecimentos do último milênio. Após conjecturar longo tempo, sentindo uma responsabilidade acima de minhas capacidades, e na dúvida de ter isto por missão determinada por Vossa Magestade, pois, sinto-me ínfimo operário na sua imensa obra; embora em tal dúvida e supondo temerária audácia, resolvi de motu-próprio manifestalas a público, não antes de muitas preces endereçadas a Vossa Magestade, e embora não tendo resposta concreta segundo aos hábitos humanos, senti a Vossa aquiescência tácita, não estando então aturdido como conta o austero autor Plutarco em sua vida de Licurgo, "que vendo as ofertas e presentes que se ofereciam aos templos dos Deuses imortais daqueles tempos, e não ousavam apresentar-se aos templos aqueles que não conseguiam compreender bem a essência dinâmica dos rituais, com suas prendas e lances".

2 - tópico - Interpretação Não obstante a isso, vendo o Vosso explendor

real acompanhado de um incomparável espírito de fraternidade, tomei minha deliberação. Dirijo-me a Vós - não como se me dirigisse aos Reis da Pérsia, que se orgulhavam e se envaideciam do seu poder, e de modo algum era permitido aos cidadãos comuns procurá-los e nem mesmo deles se aproximarem. Mas, a muito humilde, prudente e muito sábio Príncipe, consagrei minhas noturnas e proféticas cogitações, compostas antes por uma sutil intuição, acompanhadas de um furor poético, as quais compus e escrevi pela regra de poesia. E no conteúdo sintetisei os pensamentos em símbolos naturais, esotéricos, mitológicos e históricos, o que permitirá maior expansão do entendimento no futuro adequado. Assim, a maioria foi composta, e de acordo com determinações celestes que encontrei nos livros sagrados e intuições recebidas no presente, correspondentes aos anos, meses e semanas das regiões, países e da maior parte das vilas e cidades de toda a Europa, compreendendo parte da África e da Ásia, uma parte pela mundança de regiões políticas que se darão em próximo futuro, todos seus climas, e pela mentalidade das facções componentes das regiões e cidades. Tudo em conjunto esclarecerá a qualquer pessoa que sinta a necessidade de interpretar. O rítmo é tão fácil como o entendimento do texto é difícil. Nota do autor: Após ter eu interpretado e rascunhado as Centúrias pude entender estes alertas e todo aquele que tiver boa vontade em servir pelo Bem Estar da Coletividade e de si próprio encontrará nesta Epístola e nas Centúrias um manancial exuberante de ensinamentos, os quais estão bem interligados aos ensinamentos Evangélicos e Bíblicos e outros. Posso afirmar que as pessoas de consciência aberta compreenderão bem a intenção de Nostradamus, no sentido de alertar a Humanidade dos últimos tempos. Analisemos alguns pontos essenciais para se chegar a esta conclusão: 1) Pelo seu alto conhcimento mesclado à sua faculdade profética tinha a certeza de que não haveria a menor chance de ser compreendido em sua época e nem em breve futuro. Sabia que no estágio evolutivo a Humanidade estava e estaria imatura para resolver os problemas morais e sociais através da razão e teria maiores chances em nossos tempos, ajudada pela experiência cruciante e pelo progresso científico e tecnológico. Por isto ele reitera incessantemente a sanguinolência dos fatos históricos de guerras e revoluções constantes, tendo afirmado em uma de suas

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Arvedus quadras que de 1547 a 1999 haveria 70 guerras. Entendia, e devemos entender que as guerras não são causas naturais para beneficiar o progresso humano, mas sim são o resultado de maus efeitos acumulados que minam o edifício humano. A guerra é efeito de má construção psíquica. Por consequência - destrói muito, e faculta a construir quase nada. Partindo-se do princípio que diz: "nada se perde, tudo se transforma", a Providência Divina concede aos homens a liberdade de escolher o caminho do progresso, mesmo que seja pelo menos sensato, como tem sido feito por séculos e séculos. 2) Em sua época o poder religioso e o poder político estavam de mãos dadas e ambos obscurecidos pela ignorância e pelo fanatismo. Se ele publicasse seus escritos com a devida clareza seriam atirados à fogueira imediata e arbitrariamente, e nem se discute que ele os acompanharia no holocausto. Então foi bastante prudente ao encerrá-los na potente cadeia enigmática, entregá-los ao rei Henrique acompanhando-os desta carta sibilina,a qual o rei não entendeu o mínimo. Mas como era de se esperar guardou e defendeu para a posteridade. 3) Ele via e sentia a sucessão dos acontecimentos históricos. Sua vontade era de relatálos com clareza com a intenção de evitá-los, ao menos em parte. Mas não se sentia autorizado pela Divindade. E, ao que nos parece não houve quem interpretasse em tempo hábil. 4) A maior parte das quadras das Centúrias concentram um tratado iniciático e filosófico singular, com palavras e expressões comumente usadas nos livros Espíritas de Kardec e nos psicografados por Francisco Candido Xavier, e nos livros escritos por teosofistas, e nos livros da Bíblia. É por este motivo que os eruditos e astrológos que se propuzeram a interpretar só conseguiram o mínimo, principalmente os que tentaram apenas por linha histórica: só criaram um bouquet de fantasias. As quadras e cartas possuem o mesmo tipo de sentido ambíguo e anfibológico idêntico à queda das muralhas de Jericó, dos 300 de Gedeão, das lutas de Davi e Saul, as de Sansão com a famosa queixada de burro, e tantas guerras dos hebreus contra egípcios, cananeus, filisteus, etc. 5) Poucas vezes ele menciona datas precisas, sendo que em tais casos as profecias e/ou premonições têm sido exatas ou distinguíveis. Nestes casos sua intenção foi de firmar sua autoridade a fim de que os

céticos e os desconfiados pudessem ter a necessária confiança nas suas afirmações, mormente na possível III Guerra Mundial que está sujeita a eclodir numa explosão atômica de efeitos imprevisíveis, entre o bloco comunista e o capitalista, a qual deverá ser susstada por algum forte motivo que neste ano de 1982 não nos é possível conhecer, mas que eu tenho a certeza que será evitada por ação semi-oculta da Providência Divina, pois o Apocalípse só aponta uma terceira guerra mundial para depois do ano 3000 DC., após os "mil anos de prisão de Satanás no báratro profundo". Em um ponto desta carta que passaremos em seguida, Nostradamus informa que receberemos alta influência do signo de Saturno, a partir do início do século XXI, o qual será chamado o "Século de Ouro", e/ou "Século da Justiça Social". NOTA: Este ítem "5" redigi em 1982 e agora em 1998 o mantenho. Continuemos com a interpretação: E por prudência, Oh humaníssimo Rei, montei a maior parte das quadras proféticas em forma escabrosa, muito difícil para ser entendidas, e muito menos interpretadas. Entretanto desejo deixar por escrito os anos, vilas, cidades, regiões onde a maior parte, não tudo, acontecerá, mesmo do ano 1585 e do ano 1606, começando após esta data 14 de março de 1547 e passando desde então até ao acontecimento (Nota: acontecimento que virá após o começo do sétimo milênio e/ou do terceiro milênio da Era Cristã), profundamente computado por meio do meu conhecimento das leis divinas, restrito aos escritos sagrados, os quais se estendem nos acontecimentos pré-determinados até o ano 2000 e com alguns vislumbres até o ano 3797 DC., conforme a síntese revelada (Apocalípse). Ocasiões em que os adversários de Jesus Cristo e da Humanidade começarão a se manifestar mais fortemente. Tudo foi computado em dias e horas em que minhas faculdades receptivas e manifestantes eram mais eficientes, e o fiz o mais exatamente que me foi possível. E nos momentos em que me sentia imbuido da mais justa e livre boa vontade, e não compelido, computando a interligação dos acontecimentos passados e futuros inclusive o presente, e procurando antecipar o conhecimento das coisas que pelo curso do tempo por todas as regiões se analisará. De forma resumida mas precisa. Nada misturando de supérfluo. Ao contrário do que se costuma fazer. Portanto, "A VERDADE SOBRE O

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Assim falou Nostradamus FUTURO NÃO PODE SER INTEIRAMENTE DETERMINADA." É bem verdade, Senhor, que usei meus arquivos internos gravados pelas experiências passadas em vidas sucessivas e também registradas nos genes e cromossomos, - evitando a advinhação. E justapondo minhas experiências íntimas com o resultado de meus estudos e pesquisas. E libertando a alma, o espírito e a coragem de qualquer solicitude e ansiedade própria do ser humano quando se propõe a ouvir a voz do espírito. Tudo concorde e pressagiado em ligação una de cérebro, mente e mente espiritual. Nota: "Tripé de cobre": símbolo do homem dotado de corpo, alma e espírito. Sei que são muitos os que não compreedem as minhas capacidades mais sutis e por isto desconsideram os resultados do meu empenho. Só Deus eterno que é prescrutador das humanas coragens, piedoso e misericordioso, é o verdadeiro juiz, ao qual peço me defender da calúnia dos mentirosos que desejariam fraudulentamente pesquisar porque motivo todos os Vossos antiquíssimos santos e mestres (Reis da Terra), curaram as escrófulas, outros picadas de serpentes, outros tiveram intuição de arte advinhatória e outros casos inumeráveis. Não obstante isto, daqueles, aos quais por seus íntimos malígnos não tenham possibilidade de compreender, melhor será resguardar meus escritos do que minha vida, os quais terão valor pelo curso do tempo após minha extinção. Entretanto, se a minha computação das idades eu errei, não poderei satisfazer a vontade de alguns. Preza a Vossa Imperial Magestade perdoar-me protestando diante de Deus e de seus Santos que eu não pretendo colocar de modo algum, coisa alguma por escrito nesta Epístola que seja contra as verdades universais.

3º tópico Conferi de modo justo os cálculos celestes com meu saber: porque os espaços de tempos mencionados pelos nossos predecessores bíblicos são de tal amplitude ante nossa costumeira contagem de tempo, os quais compreendo, mas é de bom alvitre ilustrá-lo pela nossa simples contagem para facultar o inicial entendimento de outrem, o que acho ajuizado. Assim sendo, o nome Adão que representa o primeiro ciclo da criação e desenvolvimento da Humanidade em seu aspecto mental e físico, de sentimento e inteligência, vem atuando em processo

evolutivo por 1.242 ciclos, na conformidade dos planos Divinos pré-estabelecidos por suas hierarquias. Estes cálculos e informações eu apresento sob os registros das Sagradas Escrituras e segundo minhas experiências íntimas, embora considerando as minhas limitações humanas em relação à amplitude das Verdades Divinas, e da real amplitude dos tempos necessários e ideais para a complementação da grande fase dessa Obra. Não levei em consideração os cálculos profanos de computação elaborados por Varrão. Considerando que o nome Noé simboliza um ciclo de repouso e rearticulação do movimento evolutivo necessário, passo ao ciclo de Abraão. Abraão simboliza o início da religação da consciência humana a Oniciência Divina e a sua expansão pela Terra, e então exigiu um grande ciclo evolutivo composto de 1.080 ciclos. O personagem Abraão existiu e foi precursor do movimento liderando seu grupo migrante, inclusive está registrado seu grande saber em astronomia e foi o primeiro homem a compilar as primeiras cartas astronômicas dos Caldeus. Vem depois Moisés, elevado missionário das hostes Divinas, cuja missão principal foi a de compilar, codificar, ensinar e exemplificar aos povos do seu tempo e para a posteridade. Compilou, então, as Leis Cósmicas do ideal comportamento humano e seu relacionamento com as hostes celestes, conforme aos desígnios de Deus Todo-Poderoso. Teve a incumbência de registrar também por escrito as Verdades Divinas das quais era conhecedor e portador, e as sintetizou em seus cinco livros. Neles a pessoa encontrará uma essência dos planos Divinos elaborados desde antes da Criação da Terra e dos seres - até a "Nova Jerusalem" citada no Apocalípse, quando novos planos evolutivos entrarão em atividade, com vistas à perene sublimação dos seres e também da sua Natureza ambiental, até a sua consumação, a qual tomará bilhões de anos. Para maturação deste empreendimento, incrementado pela atuação de Moisés é necessário um trabalho de mais ou menos 516 ciclos. Vem depois o grande ciclo de Davi e deve-se incluir Salomão para melhor entendimento. Davi personifica por seu caráter intrínseco o Sentimento do homem em ascenção, coadjuvado pela Sabedoria representada por Salomão. Nota: Se o leitor analisar com profundidade, a atuação altamente sentimental sobrepujando a ideal

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Arvedus atuação da inteligência levou Davi a certos desatinos perigosos, promovidos por exaltações emotivas e apaixonadas. Conquistou altos méritos e alguns deméritos imperdoáveis ante os olhos de Deus e de Suas Leis, e por isto foi premiado e também punido, conforme ao que diz a Bíblia. Estudando os registros sobre Davi e Salomão o leigo verifica a intermovimentação dos sentimentos e da inteligência, que são atributos Divinos e humanos inerentes a pessoa, e o erudito encontrará maior horizonte na visão das verdades aí implícitas que o capacitará compreender como a evolução humana e espiritual se processa sob planificação justa e irreversível por parte das hostes angélicas. Continuando a carta: Esta nova fase de maturação do sentimento e da inteligência iniciada por Davi e Salomão leva um tempo pré-determinado de 1.350 ciclos, até o advento de Nosso Salvador e Redentor Jesus Cristo, nascido da única Virgem. Poderá alguém objetar que este cálculo não é verdadeiro, porque difere do de Eusébio. E depois da Paixão do Cristo houve uma fase de elevação moral que atuou por 621 anos e então a infidelidade a Deus prosperou a partir do surgimento da onda de sedição Sarracena. Daí em diante os acontecimentos históricos nos mostram o que se passou e passará, se a minha profecia não for considerada boa e válida para todas as Nações, porque tudo foi calculado e planejado pelos Líderes Celestes, pelo curso do tempo. Isto tenho conhecido por sentimento intuitivo e experiências proféticas registradas por emoção fraternal dos veneráveis antigos profetas. Mas a ignorância ainda predominante, oh Sereníssimo Senhor, exige que tais acontecimentos não sejam claramente manifestados e precisam ser mantidos enigmáticos. Estes escritos possuem mais que um sentido e são susceptíveis de vários entendimentos - para unidos produzirem melhor compreensão. Contudo, ao analisá-los é ideal entender os dois pensamentos que se interligam, pois determinei neles a clareza pela junção dos dois sentidos que externam, em metáforas e outros recursos literários. Portanto, há neles uma infusão mental com aparente névoa de obscuridade que se desvanece logo que se recorra a um dos 1.002profetas que apareceram após a criação do mundo, mormente o registro do Profeta Joel quando diz: - E HÁ DE SER QUE DEPOIS DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO SOBRE TODA A CARNE E VOSSOS FILHOS E VOSSAS

FILHAS PROFETIZARÃO, OS VOSSOS VELHOS TERÃO SONHOS, OS VOSSOS MANCEBOS TERÃO VISÕES. (Vide Joel - cap. 2, vres. 28). Mas, tal profecia procedeu da boca do Espírito Santo que age soberano e com poder eterno. Esta faculdade de profecia foi concedida ao homem para manter o intercâmbio com as forças inteligentes celestes e principalmente em maior sensibilidade para alguns profetas que as deixaram registradas nos livros sagrados.

4º tópico Eu nesta oportunidade absolutamente não me atribuo o título de profeta, pois tal título prevaleceu até a época dos Apóstolos de Jesus. Entretanto posso confessar que tudo em nossa vida vem de Deus e lhe rendo graças, honra e louvor imortal, sem misturar no que escrevi qualquer tipo de advinhação, derivada de FATO ou fenômenos humanos, porém minha computação provem da Natureza de Deus, e a maioria das vezes as coisas são vistas nos arquivos da Natureza, coisa que a poucos é permitido ver, e vi como se estivesse olhando dentro de um espelho candente. E como se fora em imagens ilusórias eu vi os grandes acontecimentos, tristes, prodigiosos e calamitosos eventos que se realizarão pela ação dos homens, seus principais cultores. Primeiramente, devo dizer que estas previsões são frutos da Onisciência e experiência de Deus. Em seguida verifiquei que eram criações dos homens, as quais vão se expandindo e vão sendo por eles sustentados, até um ápice em que reflue a decadência com inúmeros acontecimentos calamitosos, os quais pelo correr do tempo serão manifestos. Porque Deus olhará a longa esterilidade moral das Humanidades que vão se sucedendo, e estas logo desenvolverão dois poderes: um científico e um tecnológico, os quais denomino de meninos príncipes, em virtude de a Humanidade usá-los com grandes carências, devido sua mentalidade ainda infantil no que tange ao grau de responsabilidade necessária. E tal mentalidade é periclitante e periclitará ainda mais com o peso dos desmandos que lhe serão adjudicados ao chegar a Idade da Morte, isto é, à ocasião em que a Humanidade inicia um ciclo de maior desordem e violência. Isto se dará a partir de 1918 até 1936, quando então é iniciada a geração de três blocos ideológicos políticos, e também uma força ideológica sublime -

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Assim falou Nostradamus como uma filha, a qual é a concentração mental provinda das Escolas Religiosas de natureza nobre, e da ação virtuosa de todas as pessoas e almas dignas que a este poder mental se ligam. E haverá dois poderes ideológicos com novas roupagens, isto é, de aspecto diferente aos anteriores, pois estarão mesclados de vários tipos de experiências políticas e belicosas dos reinos anteriores com novas propostas de bem estar do povos, mas eivados de más intenções. Por isto digo que não serão filhos do mesmo pai. Serão três blocos ideológicos irmanados pelos mesmos interesses particulares, mas tais interesses serão demagógicos, pois devido ao alto estado de egoismo e ambição de cada um - não se entenderão e todos, desordenadamente, prejudicarão a todos. De certa forma estarão unidos no seu confuso mister competitivo que acabarão enfraquecendo o poder econômico e social de três e até quatro partes da Humanidade levando todos a pânico constante, em virtude da ação violenta e desumana de um dos blocos, ao qual chamo de menor idade visto que o seu surgimento se iniciará mais fortemente entre 1918 e 1936, e sua doutrina política e filosófica parecerá bem intencionada - para as massas desfavorecidas da sorte as quais suporão ter chegado a hora de sacudir o jugo imposto pelas minorias das elites favorecidas pelo poder da riqueza. A partir dessa fase a potencialidade cristã será sustentada e aumentada, pois as Escolas Cristãs serão obrigadas a sair do comodismo ante às grandes pressões divisionárias promovidas pelas violentas forças políticas ambiciosas de poder, que agirão sem se importar com a consequente degeneração moral, essa Moral que as Religiões têm o Dever primordial de defender a todo custo. Religiões e seitas serão reerguidas e subitamente decaídas. Poderio religioso árabe recuando, isto é, tornando-se mais tolerante com o direito e liberdade de fé e culto religioso. Reinados e Nações Cristãs unidas em saudável ecumenismo. Novas leis sociais promulgadas. Dos três blocos ideológicos, o primeiro será violento como o leão furioso. Coroar-se á do poder bélico e terá vários países da sua mesma raça sob o tacão de suas armas e regimens. O segundo bloco (Nota: bloco capitalista) terá hegemonia sobre os países latinos e o seu regimen político e social será acompanhado por eles. Assim terá ascenção, mas seu regimen será enfraquecido por

excessiva liberalidade. Porém, depois se reconstituirá por novas leis e nova mentalidade, e ganhará poder que o levará a se garantir contra o poder do bloco violento. Nessa fase esse bloco terá reabilitado a sua autoridade por um regimen democrático mais equilibrado - semelhante ao poder e autoridade dos monarcas. Esta fase tornar-se-á muito perigosa e facultará uma terceira guerra mundial com imensa inundação de sangue e sofrimentos. Se chegarem a uma total deflagração - em pouco tempo o vencedor cairá exangue sobre o vencido, em razão da destruição total que todos sofrerão. Por isto digo que não se encontrará por muito tempo Marte em Caresma (Nota: expressão francesa significando "o que está para acontecer acontecerá, inevitavelmente"). E a filha, a religiosidade ecumênica dos povos, conservará a necessária fidelidade a Deus, e será chamada a Igreja Universal, embora articulada sob os mais variados matizes religiosos de fé. E, todas as pessoas infiéis que concentravam um amplo poder dominante de imoralidade cairão em completo paganismo. Infelizmente, como a natureza humana não progride da noite para o dia, a Igreja Universal ainda estará eivada e terá em seu seio dois novos poderes, um de fidelidade aos seus ditames, e um de infidelidade. Contudo, esta situação levará a sublimar a Igreja Cristã. Assim sendo, os seus fieis terão sua fé sublimada pelo embate gerado pela seita infiel, mesclada com os pseudo-fiéis, que agirão solertemente em seu seio, os quais para sua grande confusão e tardio arrependimento a quererão arruinar. Todos os infieis quanto suas seitas unir-se-ão aos três blocos políticos e belicosos, cujos blocos possuirão características Romanas, Germânicas e Espanholas, considerando-se as suas mentalidades e atividades históricas de conquistas bélicas, e assim criarão diversas seitas de caráter militar. Dentro desse quadro os mais nobres centros religiosos e culturais sentir-se-ão desamparados e em pânico ("vã timidez"). Depois os povos de mentalidade religiosa recomendável, mas com predominância materialista. Em seguida os menos cultos e até os mais espiritualizados tremerão de pânico, tal será o poder que os infiéis criarão pela concórdia e união insuportável das conquistas bélicas promovidas por seus comparsas políticos. Entretanto, os infiéis e os políticos ateus serão aparentemente iguais nas intençoes, porém grandemente diversos na fé e logo se desentenderão entre si. Em complementação a estes acontecimentos,

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Arvedus uma concentração humana de natureza mais imoral prevalecerá em maior potência do que o segundo. Será admitida por dois povos em conjunto de nações, sendo o primeiro povo obstinado e regente dos demais. O segundo bloco também estará estéril quanto à moralidade e fidelidade às leis divinas de respeito aos direitos humanos e fraternais, e também o terceiro bloco que será constituido por muitas nações formando um poder anárquico, e todos estenderão suas forças para o circuíto do Oriente da Terra, agindo sob tratados confusos e arruinantes que os levarão sucumbir nos seus interesses egoistas. E, ainda terão sua perversa atuação manejada pelo poder mental das organizações diabólicas das almas que operam nas esferas inferiores. As quais possuem intenções solidárias com os humanos em levar a Humanidade ao cáos da imoralidade, e como ela - têm um interesse insano de sustar e até destruir a obra Divina, a qual tem o desígnio precípuo de conceder à Humanidade um estado de vida de pleno Bem Estar, dentro dos padrões ideais da disciplina, da ordem, da harmonia e da fraternidade. Felizmente, a Providência Divina está sempre alerta e operosa. Assim, a Trinacria elaborada por tais homens e almas sucumbirá em seus fins. E esse poder bárbaro e inconsciente que passou a preponderar em todas as Nações será grandemente afligido e diminuido, sob a ação das hostes celestes conjugadas com as potencialidades dos homens de Boa Vontade. Depois o Grande Império do Anticristo, isto é, o poder mental concentrado das almas e homens infiéis às leis do Cristo, esse Império caótico que atua com plena infidelidade as Leis Divinas e humanas voltará a se concentrar e atuar de alto a baixo ("de A a Z"), formando um imenso exército com intenções degeneradoras e destruidoras. Contudo o Espírito Santo de Deus descerá com forte atuação fazendo enfraquecer a mentalidade do poder Anticristo, o qual é insano e ilusório e faz guerra contra o Poder Real, esse poder que é a Viga Mestra de Jesus Cristo. E contra a sua Igreja, cujo reinado prevalecerá por todas as ocasiões de tempos, a despeito dos movimentos contrários de infidelidade às Leis Divinas. E nessas ocasiões mencionadas sucederá tal obscurecimento mental prodigalizado pela insanidade humana, como se fosse o mais escuro e tenebroso eclípse solar que tenha havido depois da criação do Mundo até a morte e paixão de Jesus Cristo. E de lá até agora, e isto será nas proximidades do fim deste século, considerando-se seu início de incrementação

pelos arredores do ano de 1700 DC. Grande mudança se efetuará no final. Tal mudança mostrará um efeito conjunto, tanto mental quanto ambiental, de tal forma que se acreditará que a Terra perdeu seu natural destino de progresso e estar abismada em treva perpétua. Tais acontecimentos precederão o grande juizo seletivo, ao que chamo temporal urnal, seguindose depois extremas mudanças e permutações pelo grande tremor ambiental e mental da Terra, devido a inusitada nova confusão e desordem humana, e isto ocorrerá por um ciclo de setenta e três anos e sete meses. (NOTA: de 1918 a 1992).

5º tópico Após isso surgirá da estirpe humana uma mentalidade moral mais avançada, a qual terá sofrido u'a maturação e sublimação por cinquenta ondas cíclicas consecutivas, e as almas e pessoas sublimadas em tal mentalidade renovarão toda a Igreja Cristã. E será feita grande paz, união e concórdia entre as gentes que têm agido como se fora meninos de fronte extraviada e separada: por diferentes Nações será tal paz como nunca houve. Entretanto, o suscitador e promotor da facção marcial - embora circunscrito como no mais profundo báratro, por alguns séculos, não estará todo extinto. Haverá ainda religiosidade carente na maior parte das pessoas e estas voltarão a se unir às nocivas tendências que têm gerado o poder real do Raivoso, e tal concentração de poder virá a contraditar novamente o poder de sabedoria benéfica que fora adquirida. E novamente todas as pessoas do Mundo deixarão de cumprir os votos que fizeram no final da grande transformação. Deles abdicarão tornando-se novamente cativas das más tendências, e ainda mais profundamente que antes, como se fora um jardim que depois de bem cuidado ficara totalmente abandonado a todo tipo de plantas venenosas, insetos predadores, espinhos e plantas daninhas a sufocar as flores benfazejas. Serão inconscientemente privadas de sua liberdade e terão a sua religação com o celeste perdido. Começarão a banir de si as virtudes e substituí-las pelos defeitos e má conduta. Contudo, se para muitos a santidade é destruida, para outros ela será restaurada e sublimada na conformidade do cultivo das Leis Divinas determinadas desde os primórdios da Terra. E, da mesma forma que terá havido a grande seleção aflitiva no fim deste século, haverá uma seleção ainda mais aflitiva naquela ocasião. Será feita a destruição

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Assim falou Nostradamus de tudo, mesmo do progresso benfazejo conquistado. Por algum tempo os templos serão postos em bom caminho, como estava nos primórdios do Cristianismo, e o clero será restaurado ao seu primitivo estado. Entretanto, logo começará a futricar, a luxuriar e a cometer mil pecados. E, estando próximo de outra desolação, - porque a santidade renascerá com a mais alta e sublime dignidade, adestrar-se-ão potentados e chefes militares, e estes dois poderes lhe serão hostis como dois gládios céleres em destruir vidas e fundamentos. E então serão dizimados sacerdotes, mestres e dignitários religiosos. Não restará senão seus ensinos, dos quais o povo não se desligará totalmente e os manterão da mesma forma que o fizeram os cristãos nas catacumbas romanas. E o povo não aceitando a condescender com os potentados e chefes militares, apesar da coerção violenta pelas armas e suplícios, como ocorreu nos tempos dos romanos, aqueles usarão da astúcia e diplomacia. Aproveitandose dos fracos na fé e na moral procurarão insidiosamente enganar o povo que lhes será rebelde, prometendo-lhe que em se sujeitando a uma servidão benígna e voluntária - ficarão em bem estar e conforto sob a disciplina militar. Com isto procurarão espoliar o povo de sua capacidade criadora e seus direitos humanos de liberdade e livre arbítrio, os quais são direitos naturais concedidos aos homens pela Divindade. Nestas circunstâncias, é de interesse dos potentados e militares - jungir o povo a uma exígua abundância por eles arquitetada e condicionada, a fim de ficar com a parte do leão. Os governantes nessa época não passarão de títeres. E estarão ignorantes das manobras espúrias de bastidores, cujos líderes operando nas sombras terão manietado todos e tudo. Serão Trasíbulos às avessas. Então as imundícies da abominação prevalescerão vergonhasamente e mal serão vislumbradas por poucos religiosos e intelectuais. Seu poderio não sofrerá mudanças, e os Chefes da Igreja estarão abaixo do amor de Deus. E estando fracos na Fé verdadeira vários deles apostatarão. E das três seitas - aquela do meio pela cultura daqueles comodistas - estará um tanto em decadência. A primeira, mais sublime e digna estará firme nos países de maior cultura. A maior parte, que é composta de pobres e incultos e desinteressados pelas coisas religiosas terão vida miserável, pois estarão destinados a receber os mínimos direitos elaborados pela terceira classe que é dos ateus e materialistas. Essa grande parte estará mentalmente prostituida pela

grande insensatez e pela luxúria libidinosa próprias de sua índole. A plebe inconsciente e ensandecida, sustentada pelos poderosos caçará as pessoas dignificadas pelo bom comportamento ditado pela legislação de natureza Divina, e parecerá aos dos reinos enfraquecidos pelos orientadores dessa organização perversa, que o Deus criador tenha desligado Satã das prisões infernais para deixar nascer os grandes poderes destruidores (Gog e Magog), os quais farão tão grande mal às Igrejas, de tal forma que nem os governantes violentos e nem os mansos, os quais estarão incapacitados de discernir e de executar, e estarão também incapacitados de julgar os acontecimentos, e lhe serão usurpados - a autoridade e o poder para governar bem. Então será feito tal perseguição às Igreja como jamais se viu. E por estes fatos nascerá pestilência no Mundo. Tão grande, que três partes dele se perderão. De tal modo a imoralidade preponderará que não se verá a dignidade nem nos campos, nem nos lares, e as cidades estarão em tal abandono que a erva crescerá mais alta que os joelhos. E ao clero será feita toda a desolação e usurpação pelos guerreiros, depois de os clérigos terem se tornado dignos e valentes como os Cavaleiros de Malta e das ilhas Estécades. E será aberta a cadeia dos espaços onde as almas inferiores estavam circunscritas. E as organizações religiosas farão nova investida evangélica para neutralizar as tendências de infidelidade. E não serão seus assaltos vãos. Em contrapartida, os escaninhos mentais que outrora foram a morada da fidelidade própria de Abraão serão assaltados por pensamentos que terão em veneração os novos ideais de infidelidade que assimilaram por força dos condicionamentos recebidos dos variados canais materializantes. E aquela aglomeração de fieis será cercada e assaltada por todos os meios e modos, por muito forte poder de gente armada. Serão enfraquecidas suas forças da alma pelos assédios materialistas. E nesse reino mental será feita grande desolação. E as maiores cidades serão desarvoradas e aqueles que entrarão serão entregues a regeneração aflitiva determinada por Deus. E este estado de coisas permanecerá como um sepulcro de grande veneração humana por longo tempo, sob o soberano e universal olhar dos olhos do céu, da Intuição e da Inteligência Humana. E a Terra, que é um lugar sagrado para a evolução espiritual da

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Arvedus humanidade será convertida em abrigo de tropas grandes e pequenas e adaptada para fins profanos. Oh! Que calamitosa aflição será então para as almas sensíveis do seu âmbito! E será então a maior parte das pessoas nobres e dignas dividida pelos ateus e materialistas. E o seu poder de dignidade será batido e limitado e o resto posto em fuga. As virtudes da alma estarão aprisionadas. Então se cumprirá a profecia do Real Profeta: _"Para que ouvisse os gemidos dos presos e libertasse os filhos dos supliciados". (NOTA: vide Salmo 79, vers. 11 e 102, vers. 20). Que grande consternação então se fará nos príncipes e governantes religiosos, mesmo dos mundos das almas e anjos. E suas forças políticas estarão misturadas em grande sociedade à política dos latinos e dos árabes para ultimar a movimentação púnica. E serão esses ateus e mateialistas caçados, batidos, exterminados. Não exclusivamente pelas Organizações Celestes. E no final de nosso século - agirão por meio de três blocos ideológicos unidos disfarçadamente, usando a morte e a infidelidade para embair os outros, isto é, uns aos outros. Esse TRIUNVIRATO disfarçado em três blocos, com aparentes interesses próprios e distintos aprimorar-se-á por alguns anos e estenderá sua influência nefasta pelo Mundo quando então se perceberá suas reais intenções. Cujas intenções, na realidade, serão de que uns poucos imperem com seus egoismos usurpadores, e o seu poder é concentrado por idênticas intenções de suas hierarquias, sendo que os povos até o último pária que os acompanham possuem em seu íntimo as mesmas tendências egoísticas e não se darão conta de que estão sendo execravelmente condicionados e usados como instrumento degradante e destrutivo. E será mantido o sacrifício da santa e imaculada fraternidade. Dois dos blocos arvorar-se-ão em defensores da obra do Senhor, como o faziam os reis das cruzadas e assim enganarão as almas nobres. Será tão grande naquela ocasião o ruido e tumulto bélico que até as esferas superiores sentirão os efeitos pelo fragor dos ânimos dos irmãos humanos, mas que pelas suas estrepolias não podem ser considerados irmãos no SENHOR.

6º tópico E porque, SENHOR, decidi por este escrito

em veladas e quase confusas predições, e velei quase todas as datas, as mesmas serão entendidas por força dos acontecimentos que se darão no decorrer dos tempos. Entretanto, posso afirmar que em pequena parte é conforme aos planos Divinos e grande parte é circunstancial, em razão dos atos humanos imprevisíveis. Posso ainda afirmar que tive visão espiritual e intuições por outros meios, e usei também as profecias registradas nas Escrituras Sagradas, nas quais não há engano, e assim posso colocar em cada quadra a indicação de tempo em que os fatos se darão; mas a poucos será agradável interpretar. Até ao pouco que mencionei. Demais, Senhor, percebo que Vossa Magestade só me outorgou uma simples capacidade para fazer isto, a fim de não dar oportunidade aos caluniadores para me sacrificar. Outrossim, contando os anos após a criação até ao nascimento de Noé, até a perfeita fabricação da arca que o livrou do dilúvio universal, passaram-se 600 anos solares, segundo as Escrituras Sagradas. Entendo que houve um ciclo de 600 anos no qual o ambiente e a Humanidade passaram por um processo de aprimoramento físico (adâmico). Depois, por um ano e dois meses houve um estágio de descanso. Comentário: Neste trecho Nostradamus está se referindo a ciclos de evolução cosmogônica sobre os quais os Mestres Esoteristas oferecem informações respeitáveis. Estes dados fornecidos por ele são metafóricas, em relação a anos, pois na realidade tais dados subentendem milhares e até milhões de anos como se poderá verificar pelo livro "Doutrina Secreta", escrito por Madame Blavastky; e pelo livro "Conceito Rosacruz do Cosmo", elaborado pelos Mestres da Sociedade Rosacruz, e por outros livros procedentes de doutrinas espiritualistas do Oriente. E segue: Então, por um ciclo de 295 anos houve um trabalho celeste intensivo no sentido de a Humanidade aprimorar seu sentimento de fidelidade - personalizado por Abraão. Depois, por 100 anos houve um ciclo personalizado por Isaac, que é a dos eleitos que conquistaram o mérito por serem fiéis no cumprimento das Leis Divinas, ao passo que os personalizados por Ismael são as pessoas e almas banidas do reino, temporariamente, e que deverão conquistar o mérito de ser chamadas por filhos de Deus, através do próprio esforço, porém sem perder o direito à Graça simbolizada por Isaac e Ismael. E desde Isaac até Jacó um ciclo de 60 anos,

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Assim falou Nostradamus que é um ciclo de religação dos homens com Deus. Por 130 anos a Humanidade é posta à prova sob forte assédio da idolatria e feitichismo, simbolizados pelo Egito da época de Jacó. E por um ciclo de 430 anos a Humanidade é posta no deserto. Isto é, um ciclo em que a Humanidade passa a ter maior capacidade para se dirigir sob a Lei do livro arbítirio e assumindo maior responsabilidade moral pelos efeitos de sua conduta. Isto é, até então os homens eram conduzidos como crianças - pelo Providência Divina, e daí em diante passa a ter a responsabilidade do púbere. Depois, por 490 anos que vai desde a construção do templo até o advento de Jesus Cristo ela é amadurecida para ter condições de receber o novo surto evolucional do amor prodigalizado e exemplificado por Jesus Cristo, segundo especificado nos Evangelhos. Todo este plano de trabalho será executado em 4173 anos e oito meses. Comentário: Entendo que Nostradamus compôs esse trecho da carta como referência sumária ao grande plano Divino de evolução dos homens e almas no sentido de seu desenvolvimento moral condicionado às imensas dificuldades tidas pela hostilidade ambiental da Terra e pela hostilidade da natureza mental dos homens em seu convívio, cujas situações existentes na face da Terra conduzem os seres humanos à luta maniqueista do bem contra o mal. Os leitores já familiarizados com os ensinamentos esotéricos prodigalizados pelas instituições herméticas ou ocultistas o entenderão facilmente. Os não familiarizados poderão encontrálos e vir a compreender. Adquirir esses conhecimentos é uma questão de gosto para chegar mais depressa à sublimação da alma, pois que todo o conhecimento da complexa natureza psíquica do homem e do ambiente leva à edificação e sublimação da alma - e do conjunto da Humanidade. Não quero dizer com isto que a salvação da alma depende exclusivamente de tais conhecimentos. Isto é outra questão. As boas escolas religiosas, mesmo com apenas ensinamentos exotéricos estão capacitadas a conduzir bem, a homens e almas, principalmente pelas luzes dos Evangelhos do Cristo. Devemos lembrar que a Humanidade atualmente ainda está na fase da passagem do "Mar Vermelho", e só alcançará a "Terra Prometida" daqui

a 1.800 anos, mais ou menos. Porém, muitas almas, não por privilégio, mas por esforço inteligente já alcançaram, e muitas alcançarão essa "Terra Prometida" antes do Juizo Final. O livro de Daniel e o Apocalípse confirmam este fato. Nota: - Para o 7º tópico apresento a interpretação quase totalmente livre.

7º tópico Neste tópico não apresentou um tratado de astronomia esotérica, o que teria pouco valor prático aos leigos que porventura viessem compreender seus escritos. Contudo, escreveu em síntese, o essencial para que os eruditos e especialistas na arte astrológica judicial tenham a oportunidade de seguir no caminho certo, por indicações precisas, como setas em uma estrada. Então ele nos indica a continuidade dos eventos que são regidos em ciclos intermitentes de forças e poderes emanados pelo Governo Celeste ou Providência Divina. Por essas indicações os especialistas poderão desenvolver trabalhos escritos e verbais mais esclarecedores dos fatos e acontecimentos passados e futuros a partir de Jesus Cristo. Neste sumário interpretativo só vejo importante comentar que Saturno simboliza a Justiça; Júpiter, a expansão do poder santificante; o Sol, o poder da Sabedoria; Marte, o poder da violência; Mercúrio, o poder da astúcia; Venus, o poder emotivo; Lua, o poder mental humano. Os outros signos mencionados possuem suas simbologias de influência física, emocional e mental conforme as posições e conjunções mentais das pessoas no convívio humano. No final, quando ele diz: -"A cabeça do Dragão em Libra e a cauda em seu signo oposto, seguido de uma conjunção de Júpiter com um quádrupulo aspecto de Marte em Mercúrio e a cabeça do Dragão será com uma conjunção do Sol em Júpiter...", podemos interpretar com simplicidade, sem misticismos e superstições astrologicas. Assim: A mente humana em Equilíbrio, embora o sistema nervoso, que é a cauda do instinto em desequilibrio estará sob forte influência de quatro forças distintas, isto é, da Santificação, através da Luta e da Astúcia, entre as pessoas e o ambiente, o que fará proponderar na Mente a Sabedoria em Atividade Sublimante.

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Arvedus Esta fase de transição será pacífica, sem eclípse do progresso, mas não de todo, e será o começo do fim, considerando-se que esta fase durará pouco e principiará então a maior perseguição ao conglomerado das pessoas dígnas, as que se afastaram das violências e das paixões, e tal flagelo durará até o ano de 1992, quando então sucederá a transformação do século, e começará o povo prepotente a se regenerar e a desfazer-se da profunda inconsciência, recebendo um pouco da primordial bondade, embora ainda sob a pressão de grandes conflitos e contínuas mudanças sociais e ambientais. As hostes celestes, então em grande força e poder usará amplamente de suas prerrogativas determinantes, com impulso imperativo, como faziam as hostes da antiga Roma. E naqueles tempos, grandes organizações de aspecto pomposo, associados aos grupos privilegiados pelo apoio do Senhor, provocarão o cerceamento dos dois blocos conflitantes, os quais estarão atuando fortemente, e não poderão usar de benevolência com eles. As almas perversas e belicosas acompanharão as hostes humanas em sua prepotência. No mar humano mais equilibrado nas paixões ainda haverá discórdia. Muitos equilibrados se desiquilibrarão, e muitos desiquilibrados se equilibrarão. E desse conjunto de pessoas de nível arrojado e fiel às Leis Divinas será gerado um poder ativo, benéfico e fértil, ao qual dou o nome de Pempotam, o poder fértil da Terra. E este poder conjugado pelos mesmos princípios fraternais operará em 165 países com relativa equidade de preceitos e virtudes, segundo os costumes tradicionais de cada região e terá predominância de certas virtudes: umas em 45 paízes, outras em 41, outras em42, outras em 37 países, segundo as tendências morais de cada um. E naqueles tempos futuros, e naqueles países, o poder malígno concentrado lutará contra o poder benéfico das organizações fiéis a Jesus Cristo. O poder adversário de suas leis Evangélicas, o qual será chamado de o poder Anticristo perseguirá a Organização fiel e o cerne de sua Viga Mestra que é o Evangelho, por meio do poder dos potentados temporais que estarão seduzidos pelo sua insensatez, contra os bens das virtudes reais, e seduzidos pelos condicionamentos preconceituosos que lhes retalharão a mente - mais que um gládio entre as mãos do insensato.

O supracitado reino de ignorância e maldade contra as leis do Cristo, ao qual chamo por reino Anticristo, não durará senão até o final desse século. É, por conseguinte a duração de um ciclo de confusãoe desordens - promovido pela escolha humana de reger seu comportamento pela ambição às honrarias e bens materiais, e pelo poder arbitrário, fraudulento e infraternal, mantido e incentivado pelas almas perversas e malígnas dos espaços inferiores, tudo isto em conjunção expansiva do grande poder anárquico concentrado pelos três blocos ideológicos supramencionados. Depois de tal situação chegar ao ápice permissível - o poder celeste em intercâmbio com as organizações humanas e pessoas que respeitam as leis determinarão o seu cumprimento justo. Então, em virtude dos conflitos irreversíveis, o sangue humano será espalhado profusamente, e isto, de qualquer forma, embora seja a pior escolha humana, servirá para enobrecer as bodas. Isto é, preparará as pessoas para o evento da fraternidade e paz prometida. Então, por grandes dilúvios de paixões e combates, as conquistas humanas alcançadas pela força das armas e paixões sofrerão grandes perdas, mesmo os destinos previstos para os fiéis à Vontade Divina sofrerão transtornos dolorosos. Haverá preponderância circunstancial da malignidade satânica, o que só acontecerá nas grandes conturbações do gênero(Nota do intérprete: como ocorreu na 1ª e 2ª guerra mundial). Comentário: Nesta data, 22 de abril de 1995, estamos convivendo com essa situação apontada por Nostradamus: guerras e revoluções em todos os continentes, banditismo, narcotraficância, corrupção nos meior governamentais e empresariais, abortos, reinvindicações de classes em movimentos sangrentos, êxodos e migração de populações açoitadas por lutas armadas e por variadas circunstâncias que as tornam miseráveis. Por consequência final estamos vendo que o sofrimento, o desassossego e a morte violenta de milhões por ano atingem todas as classes sociais. Estamos vendo que todo o progresso material, que tem sido maravilhoso - a despeito de tudo, não está sendo usufruido como era de se esperar, visto que pessoa alguma pode afirmar que está com sua mente em paz. Assim, ricos, pobres e miseráveis estão na miserabilidade pelo simples fato de não ter ainda aprendido a trocar favores com a devida justiça e moderação mantendo-se na constante luta do "salve-

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Assim falou Nostradamus se quem puder". Estamos diante de um quadro real onde não se encontra alguém inocente, a não ser parte das crianças e parte dos velhos. E digo parte porque uma grande parte das crianças, principalmente das classes rica e média martirizam seus pais - não aceitando as disciplinas necessárias às suas idades, são rebeldes e exigentes demais no sentido de receberem a satisfação de seus desejos de natureza supérflua. Pais e mães comprendem o que estou dizendo... Parte dos velhos que ultrapassam os sessenta anos também fazem das suas por descontentamento ante sua situação de carência física e mental e por certo grau de intolerância, o que causa certos aborrecimentos a familiares e outros que os circundam. Estes dois casos têm um peso prejudicial para o conjunto social... Não sou especializado em Astronomia e nem em Astrologia. E, ainda não tive oportunidade de verificar se o quadro zodiacal e o quadro astrológico redigido por Nostradamus já se realizaram. Isto deixo para os especialistas nestas ciências. Outrossim, se se realizou, ou se realizará este quadro celeste é de suma importância para confirmar as mensagens dele: nas quadras e as cartas.

8º tópico Terminada esta fase crítica ressurgirá a paz universal entre os homens, e a Igreja de Jesus Cristo composta de todos os seus fiéis às Leis Divinas será libertada de toda tribulação, enquanto que para os Apóstatas acontecerá a angústia como se fora a mistura do mel e do fel. Isto é, não terão capacidade de usufruir das delícias da pacificação por estar ainda amargurados pelos maus hábitos enraizados no seu íntimo, e sua infecciosa sedução. E isto acontecerá no limiar do sétimo milênio. Então, o trabalho santificante de Jesus Cristo não sofrerá mais o assédio violento e o desrespeito dos infiéis, os quais se tem desenvolvido desde eras imemoráveis e tem levado o Mundo a constantes deflagrações e levará a esse maior mencionado por mim como o grande cão, e voltará após mil anos, em movimento espiral evolutivo, cujo final de ciclo chamo por grande mastim. Na Epístola que anteriormente dirigi a meu filho Cesar Nostradamus deixei abertamente declarados alguns pontos sem presságios. Mas aqui, oh Senhor, estão compreendidos

vários grandes e surpreendentes acontecimentos para aqueles que virão depois e os verão realizar. E, por aquela computação astrológica (Nota: intuitiva e inspirada) baseada nos registros das Sagradas Escrituras, que poderão ser analisadas e compreendidas , - a perseguição às gentes dotadas de nobre religiosidade tem sua origem mostrada desde épocas remotas, pela concentração de forças e poderes de homens cultores de magia negra (Aquilonários) unidos com as potestades de organizações de almas das esferas inferiores (Orientais). E esta perseguição durará onze anos mais ou menos, quando diminuirá a pressão desse poder que vem se concentrando desde o passado remoto, em seu corpo mixto de semi-religiosidade e materialismo (Meridional). Contudo, em união com o Meridional haverá novo surto de forte perseguição às gentes da Igreja pelo espaço de três anos, e tal movimento será liberado pela sedução carismática de um que receberá todo o poder absoluto pela concentração de pessoas militantes, tanto no âmbito da magia negra quanto na mágia psicológica e tecnológica dessa época, e o santo povo de Deus, cumpridor de suas leis, e todas as organizações religiosas serão grandemente perseguidos e afligidos. De tal modo que o sangue dos verdadeiros eclesiásticos jorrará por toda parte. E a um dos terríveis líderes temporais serão dadas tais homenagens e honrarias pelos seus aderentes (Nota: Entendo que por Líderes temporais ele considera o caráter ateu do Comunismo e do Nazismo, visto que os dois produziram as crueldades mencionadas), de tal forma que incrementará sua sede de sangue e martirização aos fiéis inocentes. Maior sede que a do apaixonado beberrão do vinho. E aquele Líder cometerá crimes incríveis e inomináveis contra os Religiosos. Correrá sangue humano pelas ruas e templos como a água de chuva impetuosa, e os rios próximos rugirão com a enxurrada de sangue, e por correspondente batalha na esfera das almas rugirá o mar ambiental, de tal forma que ao se analisar o resultado dos dois embates observar-se-á que: O ambiente mental das esferas inferiores está rubro de violência, como se as águas do mar estivessem rubras de sangue durante imensa batalha naval. Comentário: Neste tópico evidencia-se claramente os acontecimentos que montaram a detonação da II Guerra Mundial, e o mencionado tempo 11 mais 3 anos se encaixam ao se analisar o surgimento da

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Arvedus atuação de Hitler e seus asseclas, a partir de 1927 até o seu declínio em 1944. Ao mesmo tempo, ao se analisar o desenvolvimento do Comunismo a partir de 1917 até esta data observa-se a interligação dos acontecimentos que geraram o surgimento dos blocos ideológicos (Comunismo, Capitalismo e Desalinhados - este composto por países pobres, de influência política pequena, e de escasso poder militar, os quais, durante a Guerra Fria que perdurou de 1945 a 1991 alinhavam-se a este ou aquele Bloco na conformidade de seus interesses e necessidades ocasionais, principalmente nos casos de votação nas Assembléias da ONU onde o peso dos votos tinha um certo valor para os dois Blocos em conflito. Hitler e Stalin cometeram os tais crimes horríveis contra os Religiosos e ao mesmo tempo contra seus patrícios e contra outros povos. Hitler era um mago negro e Stalin era ateu. Outrossim, este "Século das Luzes" pode ser chamado também, de "Século de Sangue", pois somando-se as vítimas da hecatombe que nele foi produzida pelas guerras e revoluções - mais de cem milhões de pessoas foram mortas, portanto mais de quinhentos milhões de litros de sangue foram derramados. Nesta conjuntura, será que o Líder mencionado é o propalado sentimento Anticristo? Se for - poucos inocentes serão encontrados no mundo!

9º tópico Depois ao mesmo tempo, e nos seguintes surgirá a mais horrível pestilência e o surto de fome mais surpreendente, sem precedentes e muito grandes tribulações que jamais se viram desde os primórdios da Igreja Cristã. E também atingirá regiões de ascendência latina e com maior duração em algumas regiões de ascendência espanhola. Então, um terceiro Poder Regenerador concentrado por Nações e Organizações semireligiosas e anárquicas e belicosas armará tão grande armada, e por feitos semelhantes aos movimentos sociais e políticos anteriores provocará maiores destroçamentos. Contudo, as Vigas da Religiosidade receberão a regeneração e voltará a Igreja ao seu primitivo estado de simplicidade, como era o Cristianismo comunal elaborado pelos Apóstolos de Jesus. Porém, estará desolado e sentindo-se abandonado. A santidade dos Santos nessa fase voltará a ser largamente prejudicada pelo paganismo reinante

nas mentes e no seio das organizações humanas, e o Velho e o Novo Testamentos serão amplamente desrespeitados e queimados. E mais: se o Líder Anticristo deste movimento for um príncipe infernal reencarnado, então por uma III Guerra Mundial tremerão todas as Nações da Cristandade; e também as outras Nações não Cristãs. Tal calamidade durará aproximadamente 25 anos. E haverão as mais ferozes guerras e batalhas. Serão vilas, cidades, castelos e todos os outros edifícios queimados, desolados, destruidos, com imensa efusão de sangue. Casadas e viúvas violadas, crianças de peito mortas junto às paredes das cidades destroçadas e queimadas. E tantos outros males serão cometidos por malignidade humana - própria de Satã, príncipe infernal, que quase todo o mundo universal, isto é, material e mentalmente se achará desfeito e desolado. E antes daqueles acontecimentos surgirão pássaros hoje desconhecidos, os quais procriarão e gritarão pelos ares Huy, Huy!, e depois de algum tempo desaparecerão. (Nota: Evidentemente, ele está falando dos aviões militares. Creio que ele se enganou um pouco no prazo da atividade da aviação militar, pois que seu uso foi iniciado na I Guerra Mundial e ainda está sendo usada com relativa eficiência, não obstante o seu poder estratégico já estar sendo superado pelos mísseis). E, depois que esses golpes tenham durado o bastante será quase renovado outro reino de Justiça e Século de Ouro ("reino de Saturno). Nota: O Século XX foi cognominado ("Século das Luzes", "Século das Ciências e do Intelecto". O Século XXI será chamado de "Século de Ouro" e/ou Século da Justiça Social"). Deus, o criador dará ouvidos à aflição de seu povo, então a Malignidade será restringida, tanto no ambiente quanto nas mentes. Não será ainda extinto, mas o será depois do sétimo milênio. E então começará entre Deus e os homens uma paz universal duradoura. Por interligação, a Humanidade terá paz e prosperidade inusitada pelo tempo de mil anos, e o poder eclesiástico voltará em sua maior força. Depois dos mil anos a turbulência voltará por alguns séculos, até o Juízo Final, e após ele, como diz o Apocalípse: novo plano Divino entrará em ação.

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Assim falou Nostradamus

10º tópico Todas estas figurações estão devidamente adaptadas, isto é, os Planos Divinos pré-estabelecidos e escritos nas coisas e nos seres da Natureza, principalmente no homem, a saber: a Justiça (Saturno), a Sublimação (Júpiter), a Turbulência (Marte) e outros astros e planetas em conjunção, como se poderá analisar de modo mais evidente por algumas outras quadras das Centúrias. Comentário: Considerando-se o espírito humano por Saturno, a alma, Júpiter; o corpo, Marte; teremos maior facilidade para captar a idéia ambígua de Nostradamus no que tange a evolução do ser humano, da Coletividade Humana, e da Natureza ambiente, pois que o processo evolutivo é concomitante - desde o primeiro átomo, no caso o do hidrogênio, até a maior galáxia. O espírito evolue e cresce em sabedoria. A alma cresce em sabedoria e pureza para acompanhar o espírito na imortalidade, visto que é seu corpo físico feito de energias sutis; o corpo - por ser formado por energias adensadas por agregação de massa foi feito para servir de instrumento provisório às necessidades do espírito, porém é mister que ele sempre receberá evolução - tanto na forma quanto na utilidade, isto é, vai se tornando cada vez mais belo e bom para possibilitar a sua utilização pelo espírito. A Natureza segue o mesmo princípio sob a regência dos Seres Cosmogônicos... Continuação da epístola: Calculei mais profundamente, e adaptei uns aos outros. Porém, vendo, Oh Sereníssimo Rei, que alguns céticos e invejosos encontrarão diculdade em entender, isto motiva retirar minha pena para assegurar a minha vida e o repouso de minh'alma. De certa forma é penoso, oh Potentíssimo Rei de todas as coisas, que não obstante ter colocado muitas coisas preclaras, indicadas correta e sumariamente, mas não pude nem quiz esclarecer todas nesta carta que Vos é dirigida: com efeito caso sejam entendidos certos fatos horríveis, certos destinos não se cumpririam, e, por maiores que sejam a Vossa grandeza e Vossa humanidade para com todos os homens, e Vossa piedade de um Deus, visto serdes amplíssimo e Cristianíssimo Rei em autoridade e sois a essência da dignidade e da autoridade conferidas a

todas as Religiões. Mas tão somente em Vós requeiro, oh Rei muito clemente, por aquela Vossa singular e prudente humanidade, entender antes o desejo de minha coragem, depois que meus olhos estiverem tão próximos de Vosso explendor de Sabedoria que a ilusória grandeza humana não consegue obter e nem requer. De Salon, neste dia 27 de junho de 1558 Destinado por Michel Nostradamus Lápide viva em Salon - Provence. Comentário final do intérprete: Embora me esforçando ao máximo não tive condições de esclarecer bem os sentidos desta Carta, visto que teria de me alongar muito. Entendo que a interpretação dará subsídios suficiente para os estudiosos e eruditos desenvolverem interpretações mais esclarecedoras. De qualquer modo esta Carta ajuda a compreender as quadras das Centúrias e vice-versa, ainda mais sendo auxiliada pela Carta ao filho Cesar. Nesta data, maio de 1997, tenho a intenção de realizar uma interpretação mais desenvolvida desta Carta, quiçá até meados de 1999, após uma análise mais profunda dos acontecimentos os quais estão se sucedendo em rápidas mudanças, tanto no universo social, quanto no ambiental. Quanto à interpretação que apresento do 7º tópico devo acrescentar que Nostradamus mostra conhecer muito bem a ciência astrológica que tem sido manifestada por linguagem convencionada pelos Mestres e seguidores desde a antiguidade com a intenção de profetizar os grandes acontecimentos. Tais Mestres e seguidores têm criado sistemas dos mais desencontrados e a fim de provar que a ocorrência dos acontecimentos de maior envergadura são pré-manifestados e assinalados, por Deus e/ou por sua Hierarquia - na conformidade com as posições e interposições dos astros e planetas no Zodíaco. Por resultado de análise racional sou de opinião que tais posições e conjunções astrais e planetários trazem pouca influência energética nas convulsões necessárias ao Planeta Terra. E muito menos eles têm influência no psíco-físico dos seres humanos. Pessoas e almas, realmente são influenciadas por ação dos climas. Por inclemência das temperaturas. Partindo-se do princípio de que: "todo excesso é prejudicial".

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Arvedus Calor exagerado ou frio exagerado transtorna qualquer um. E em primeiro lugar estão os excessos dos cinco sentidos, os quais criam os grandes problemas psicológicos individuais e coletivos. Até onde chego a conhecer - a ação cosmogânica dos astros e planetas é totalmente assimilada pelo Sol que então proporciona todo o fluxo energético necessário ao nosso Planeta. Este sim e também a Lua têm influência direta para a Terra e para nós. Para mim a influência de qualquer planeta do nosso sistema solar, e qualquer astro de outros sistemas é praticamente nulo. Tão pequena quanto o tamanho delas que meus olhos enxergam. Por outro lado, é suficiente partir da realidade de que toda a criação física é originada por um mesmo princípio: o núcleo atômico, pelo qual emergem todos os sistemas de desenvolvimento inorgânico e orgânico. Pelo exposto é que baseei a interpretação deste 7º tópico. Para o necessário estudo - confrontando esta interpretação com o texto traduzido do francês para o português: coloco esse texto a seguirw:

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Assim falou Nostradamus

TRADUÇÃO DA CARTA AO REI HENRIQUE

e presentes que se faziam em sacrifício aos templos aqueles que não podiam estender-se muito com as referidas prendas e laços.

1º tópico

2º tópico

Nota: Redigi em dez tópicos para facilitar o estudo da interpretação. Ao Invictíssimo, muito Poderoso e muito Cristão Henrique, Rei de França, Segundo. Michel de Nostradamus, seu mui humilde e mui obediente servidor e criado. Vitória e felicidade Por aquela soberana observação que tive, ó muito cristão e muito vitorioso Rei, depois que minha face esteve longo tempo obnubilada se apresenta diante da deidade de vossa Majestade incomensurável, depois disso estive perpetuamente ofuscado, não cessando de honrar e dignamente venerar aquele dia em que primeira vez me vi diante dela como de uma singular Majestade. Ora, procurando uma ocasião em que pudesse manifestar bom coração e boa coragem, que mediante aquele meu poder fosse feito simples extensão de conhecimento para a vossa sereníssima Majestade, e, vendo que efetivamente não me era possível declararme, junto ao meu singular desejo de meu tão longo êxtase e obscuridade subitamente esclarecido por causas superiores às espirituais e corporais. Assim eles provêm de causas espirituais, quando Deus, pelo ministério dos anjos, esclarece o entendimento humano e dispõe as imagens sensíveis que são nele de maneira a lhe fazer conhecer as coisas futuras. A alma é mais apropriada para receber a influência destas causas quando ela não faz uso dos sentidos porque se aproxima de novo por si mesma das substâncias espirituais e que ela é mais livre de toda solicitude exterior. Santo Tomás de Aquino, II, LXXXVI, 4, ensina que transportado diante do olho soberano do primeiro Monarca do Universo, do mesmo estive eu, como ele, longamente em dúvida a que poderia consagrar estas três Centúrias restantes de minhas profecias para rematar o milhar, e depois de ter demoradamente conjecturado uma temerária audácia, resolvi endereçar-me a vossa Majestade, não estando por isso aturdido, como conta o gravíssimo autor Plutarco em sua vida de Licurgo, que vendo as ofertas

Não obstante isso vendo vosso esplendor real acompanhado de uma incomparável humanidade tomei minha deliberação, não como aos Reis da Pérsia, dos quais de modo algum se estava permitido ir procurá-los nem mesmo deles se aproximar. Mas um muito prudente, muito sábio príncipe, consagrei minhas noturnas e proféticas cogitações, compostas antes por um natural instinto, acompanhado de um furor poético, que pela regra da poesia, e a maioria composta e de acordo com o cálculo astrológico, correspondente aos anos, meses e semanas das regiões, países e da maior parte das vilas e cidades de toda a Europa, compreendendo parte da África e da Ásia, uma parte pela mudança de regiões que se aproximam a maior parte delas de todos esses climas e composta por uma natural facção que corresponderá a qualquer um que tenha muita necessidade de experimentar, o rítimo é tão fácil como a inteligência do texto é difícil. E porque, Ó muito humaníssimo Rei, a maior parte das quadras proféticas são de tal modo escabrosas que não poderiam ser vistas, nem menos ainda interpretadas, entretanto, esperando deixar por escrito os anos, vilas, cidades, regiões, ainda a maior parte das predições acontecerá, mesmo do ano 1585 e do ano 1606, começando após o tempo presente, que é o dia 14 de março de 1547, e passando então bem distanciado até ao acontecimento, que será após o começo do sétimo milênio profundamente computado tanto que meu cálculo astrológico e outro saber pouco se estende, onde os adversários de Jesus Cristo e de sua Igreja começarão a se manifestar mais fortemente: tudo foi composto e calculado em dias e horas escolhidas e bem dispostas e o mais exatamente que me foi possível. E o dia MINERVA LIBERA E NON INVITE, computando quase que tanto os acontecimentos do futuro, como das idades passadas compreendendo o presente e daquilo que pelo curso do tempo por todas as regiões se conhecerá vindouro, tudo assim nomeadamente como está escrito, nada misturando de supérfluo, como se costuma: A VERDADE SOBRE O FUTURO NÃO PODE SER INTEIRAMENTE DETERMINADA. É bem verdade, Sire, que pelo meu natural

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Arvedus instinto que me foi dado pelo meus antepassados, não procurando pressagiar e pondo de acordo aquele natural instinto com minha longa computação unida e libertando a alma, o espírito e a coragem de toda rara solicitude e pesar pelo repouso e tranquilidade de espírito. Tudo concorde e pressagiado a uma parte TRIPÉ DE COBRE. Ainda que sejam vários os que me atribuem o que é em mim como se nada fosse. Deus só eterno, que é prescrutador das humanas coragens, piedoso, justo e misericordioso, é o verdadeiro juiz, ao qual eu peço que me queira defender da calúnia dos mentirosos que desejariam também caluniosamente pesquisar por que motivo todos vossos antiquíssimos progenitores, Reis da França, curaram as escrófulas, outros as mordidas de serpentes, outros tiveram certo instinto de arte advinhatória, e outros casos que seria longo enumerar aqui. Não obstante isto, aqueles aos quais a malignidade do espírito malígno não seja compreendida pelo curso do tempo após a minha extinção terrena, melhor será meu escrito que a minha vida, entretanto se a minha computação das idades eu errei, não poderei satisfazer a vontade de alguns. Praza a vossa mais que imperial Majestade me perdoar, protestando diante de Deus e de seus santos que eu não pretendo colocar, de modo algum, nada por escrito na presente Epístola que seja contra a verdadeira fé católica.

nascido da única Virgem, medearam (segundo alguns cronologistas) mil trezentos e cinquenta anos; poderá alguém objetar que este cálculo não é verdadeiro, porque difere do de Eusébio. E desde o tempo da redenção humana até ao da sedição detestável dos Sarracenos, decorreram cerca de seiscentos e vinte e um anos, depois do que podemos coligir facilmente o tempo que se passou, se a minha computação não é boa e válida para todas as nações, porque tudo foi calculado pelo curso celeste dos astros, por associação de emoção infusa e certas causas descuidadas pela emoção de meus antigos pais. Mas a injúria do tempo, oh Sereníssimo Rei, requer que tais acontecimentos não sejam manifestados senão pela sua enigmática sentença, não tendo um só sentido e única inteligência, sem ter nele mais de ambíguo natural infuso, aproximando a sentença de um dos mil e dois profetas que apareceram depois da criação do mundo, justamente o cálculo e Crônica Púnica de Joel. EFFUNDAM SPIRITUM MEUM SUPER OMNEM CArNEM E ET PROPHETABUNT FILLI VESTRI & FILLIAE VESTRAE. Mas tal profecia procedeu da boca do Espírito Santo que tem o soberano poder eterno, adjudicou com a celeste e alguns deste número que predisseram grandes e maravilhosas aventuras.

4º tópico

3º tópico Conferindo os cálculos astrológicos justamente com meu saber: porque o espaço de tempo de nossos predecessores é tal, remetendo-me sob correção do mais santo julgamento, que o primeiro homem Adão foi diante de Noé, cerca de mil duzentos e quarenta e dois anos, não computando o tempo pelo cálculo dos gentios, como pôs por escrito Varrão: mas tão somente segundo às Sagradas Escrituras e segundo a fraqueza de meu espírito em meus cálculos astrológicos. Após Noé e o universal dilúvio, veio Abraão cerca de mil e oitenta anos, o qual foi um soberano astrônomo segundo alguns, ele levantou as cartas cardaicas pela primeira vez. Depois veio Moisés cerca de quinhentos e quinze ou dezesseis anos, mais ou menos e entre o tempo de David e Moisés medearam cerca de quinhentos e setenta anos, mais ou menos. Depois disso, entre o tempo de David e o tempo de Nosso Salvador e Redentor Jesus Cristo,

Eu nesta oportunidade não me atribuo absolutamente o título que a Deus já não agrada; confesso antes que tudo vem de Deus e lhe rendo graças, honra e louvor imortal sem misturar nisso a advinhação que provém do FATO, porém a DEO NATURA, e a maioria das vezes acompanhada do movimento dos astros em seu curso celeste, do mesmo modo que vendo dentro de um espelho ardente, como pela visão obnubilada, os grandes acontecimentos, tristes, prodigiosos e calamitosos eventos que se aproximam pelos principais cultores. Primeiramente dos tempos de Deus. Em seguida por aqueles que são terrenamente sustentados, aproxima-se tal decadência com mil outras calamitosas aventuras, que pelo curso do tempo se conhecerá vindas. Porque Deus olhará a longa esterilidade da grande dama, que logo depois conceberá dois meninos príncipes: mas ela periclitando, aquela que lhe será adjudicada pela temeridade da Idade da Morte periclitante durante o

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Assim falou Nostradamus dezoito não podendo ultrapassar o trinta e seis que nela desamparará três machos e uma fêmea, e terá dois daquele que teve nunca de um mesmo pai, de três irmãos serão tais as diferenças, mas unidos e de acordo que três e quatro partes da Europa tremerão pelo de menor idade e será a monarquia cristã sustentada e aumentada, seitas reeerguidas e subtamente decaídas, árabes recuando, reinados unidos, novas leis promulgadas; dos outros meninos o primeiro ocupará o Leão furioso, coroar-se-á, tendo os parentes sob as armas intrépidas; o segundo se aprofundará tanto pelo latinos acompanhado, que será feita a segunda ascenção trêmula ao monte Jovis, descendo para subir aos Pirineus, será trasladado à antiga monarquia, sendo então feita a terceira inundação de sangue humano, quando não se encontrará por muito tempo março na CARESME. E será dada à filha para a conservação da Igreja Católica tombando seu dominador no paganismo, na seita dos novos infiéis, ela terá dois meninos, um de fidelidade e o outro de infidelidade pela confirmação da Igreja Cristã,e outro que, para sua grande confusão e tardio arrependimento a quererá arruinar; serão três regiões pela diferença das ligas: a saber, a România, a Germânia e a Espanha que farão diversas seitas por mão militar, desamparando os 50 e 52 degraus de altura primeiro por vã timidez fará tremer depois os mais Ocidentais, em seguida Meridionais e Orientais tremerão, tal será o seu poder, que isto se fará pela concórdia e união insuportável das conquistas bélicas. De natureza serão iguais, porém grandemente diversos na fé. Após a dama estéril da maior potência que a segunda, será admitida por dois povos, pelo primeiro obstinado, por aquele que tem o poder sobre todos, pelo segundo e pelo terceiro, que estenderá suas forças para o circuito do Oriente da Europa aos tecidos e profligou e sucumbiu e pelo véu marinho fará as extensões, a Trinacria Adriática por Nirmido e Germânicos tudo sucumbido e será a seita barbárica em todas as nações grandemente afligida e diminuida. Depois o Grande Império do Anticristo começará na Arda e Zerfas descer em número grande e incontável, assim como a vinda do Espírito Santo procedendo do 24º degrau fará transmigração, decaindo a abominação do Anticristo fazendo guerra contra o Real, que será o Grande Vigário de Jesus Cristo e contra sua Igreja, em seu reino POR TEMPUS, & IN OCCASIONE TEMPORIS. E acontecerá então um eclípse solar o mais

escuro e o mais tenebroso que tenha havido depois da criação do mundo até a morte e paixão de Jesus Cristo, e de lá até agora, e será no mês de outubro que alguma grande mudança se afetuará e tal que se acreditará que o peso da Terra perdeu seu natural movimento, e estar abismada em treva perpétua, precederão o temporal urnal e seguindo-se depois extremas mudanças e permutações, pelo grande tremor de terra com pululação da nova Babilônia e não terá somente setenta e três anos, sete meses.

5º tópico Após isso sairá da estirpe aquela que ficará tanto estéril, procedente do quinquagésimo degrau, que renovará toda a Igreja Cristã. E será feita grande paz, união e concórdia entre um dos meninos de fronte extraviada e separada; por diferentes nações será tal paz que permanecerá ligada ao mais profundo báratro o suscitador e promotor da facção marcial, pela diversidade dos religiosos, e será unida à Realeza do raivoso, que contradita ao sábio. E os países, vilas, cidades, reinos e províncias que terão deixado os primeiros votos para os abdicar tornando-se cativas, mais profundamente, serão secretamente privadas de sua liberdade, e perfeita religião perdida, começarão a bater na parte dianteira para retornar a esquerda, e restabelecendo a santidade profligada há muitos com seu primeiro escrito, e após o grande cão sairá o maior mastim, que fará a destruição de tudo, mesmo daquilo que entretanto perpetrado: serão postos em bom caminho os templos como nos primeiros tempos, e será restituido o clero ao seu primitivo estado, e começará a futricar e a luxuriar, fazer e cometer mil pecados. E estando próximo de outra desolação, porque ela será em sua mais alta e sublime dignidade, se adestrarão potentados e mantos militares, e lhe serão hostis os dois gládios, e não restará senão seus ensinos, dos quais por meio da curvatura que os atrai, o povo os faz ir direito, e não querendo condescender com eles pelo fim oposto da mão afiada, tocando a terra quererão estimular até o que nasce de um ramo da longamente estéril, que livrará o povo todo daquela servidão benígna e voluntária, remetendo-se à proteção de Marte, espoliando Júpiter de todas as suas honras e dignidades pela cidade livre, constituida e assentada em uma outra exígua Mesopotâmia. E será o chefe governador atirado ao meio e

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Arvedus colocado no lugar do ar, ignorando a conspiração dos conspiradores com o segundo Trasíbulo, que longa data terá manietado tudo. Então as imundícies da abominação serão por grande vergonha abjuradas e manifestadas às trevas da luz entenebrecida, cessará deveras o fim da mudança de seu reino, e os Chefes da Igreja serão abaixo do amor de Deus, e vários dentre eles apostatarão da verdadeira fé, e de três seitas, aquela do meio pelas culturas daqueles, estará um pouco em decadência. A primeira totalmente pela Europa, a maior parte da África exterminada da terceira mediante os pobres de espírito, que pela grande insensatez e pela luxúria libidinosa adulterarão. A plebe se erguerá, sustentada caçará os aderentes dos legisladores, e parecerá que os reinos, enfraquecidos pelos Orientais, que o Deus criador tenha desligado Satã das prisões infernais, para fazer nascer os grandes Gog e Mogog, os quais farão tão grande mal às Igrejas, que os vermelhos nem os brancos sem olhos e sem mãos não mais julgarão e lhes será tirado o poder. Então será feita tal perseguição às Igrejas, como jamais se viu. E sobre estes fatos nascerá pestilência no mundo, tão grande, que três partes dele se perderão. De tal modo que não se poderá conhecer nem os que pertencem aos campos e às casas, e nascerá a erva pelas ruas das cidades mais altas que os joelhos. E ao clero será feita toda a desolação e usurpação pelos guerreiros, depois de ter voltado da cidade do Sul de Melite e das ilhas Estécades, e será aberta a grande cadeia do porto que prende à sua denominação o boi marinho. E será feita nova incursão pelas plagas marítimas, querendo o partido de Castelo desforrar-se da primeira tentativa maometana. E não serão os seus assaltos vãos, e o lugar que outrora foi a morada de Abraão, será assaltada por pessoas que terão em veneração os jovialistas. E aquela cidade será cercada e assaltada por todas as partes por muito forte poder de gente armada. E serão enfraquecidas suas forças marítimas pelos Ocidentais. E neste reino será feito grande desolação e as maiores cidades serão despovoadas e aqueles que entrarão serão entregues à vingança da ira de Deus. E permanecerá o sepulcro de tão grande veneração por longo espaço de tempo sob o soberano e universal olhar dos olhos do céu, do sol e da Lua. E será convertido o lugar sagrado em abrigo de tropas grandes e pequenas e adaptado para fins profanos. Oh que calamitosa aflição será então para

todas as mulheres da cercania. E será então do principal chefe oriental a maior parte dividida pelos setentrionais e ocidentais vencido e posto à morte, batido e o resto posto em fuga, e seus filhos de várias mulheres aprisionados, e então se cumprirá a profecia do Real Profeta: PARA QUE OUVISSE OS GEMIDOS DOS PRESOS E LIBERTASSE OS FILHOS DOS SUPLICIADOS. Que grande impressão então se fará nos príncipes e governadores das realezas, mesmo que serão marítimos e orientais, e suas línguas misturadas em grande sociedade à língua dos latinos e dos árabes para a comunicação Púnica, e serão estes reis caçados, batidos, exterminados, não de todo por meio de forças dos Reis de Aquilão, e pela proximidade de nosso século por meio de três unidos secretamente procurando a morte e a infidelidade para embair uns aos outros, e durará o renovamento do TRIUNVIRATO, sete anos que o renome de tal seita se estenderá pelo universo, e será mantido o sacrifício da santa e imaculada hóstia, - e serão então os senhores dois em nome do Aquilão, vitoriosos sobre os orientais, e serão naquela ocasião tão grande o ruido e tumulto bélico, que todo aquele Oriente tremerá pelo fragor dos irmãos, mas não irmãos do Aquilão.

6º tópico E porque, SIRE; que por este discurso eu coloco quase que confusamente estas predições, e quando isto possa ser, pelos acontecimentos e pela descoberta do tempo que se segue, que não é de modo algum ou bem pouco conforme ao superior, ao qual tanto por fluxo astrológico como por outros, mesmo os termos das Sagradas Escrituras, que não podem enganar-se de modo algum se eu quero colocar em cada quadra a indicação do tempo, em que se fará; mas nem a todos será agradável interpretá-los até a isto, SIRE, que V. Magestade não tenha outorgado simples poder para fazer isto, para dar motivos aos caluniadores de me morder. Entretanto, contando os anos após a criação até ao nascimento de Noé até a perfeita fabricação da arca que o livrou do dilúvio universal, passaram-se seiscentos anos (se os anos eram solares ou lunares, de mistura de ambos) fico com o que dizem as Sagradas Escrituras que eles eram solares. E no fim daqueles seiscentos anos Noé entrou na arca para salvar-se do dilúvio, que foi o dilúvio universal sobre

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Assim falou Nostradamus a Terra, e durou um ano e dois meses. E desde o fim do dilúvio até o nascimento de Abraão, passou-se um número de anos tal como duzentos e noventa e cinco. E desde o nascimento de Abraão até o nascimento de Isaac passaram-se cem anos. E desde Isaac até Jacó sessenta anos. Da hora em que ele entrou no Egito até sua saída passaram-se cento e trinta anos. E após a entrada de Jacó no Egito até a saída dos seus passaramse quatrocentos e trinta anos. E desde a saída do egito até a edificação do templo feito por Salomão no quarto ano de seu reinado passaram-se quatrocentos e oitenta anos. E desde a edificação do templo até Jesus Cristo, segundo o cálculo dos Hierógrafos, passaram-se quatrocentos e noventa anos. E assim por esta cronologia que eu mesmo fiz, coligida das sagradas letras, são cerca de quatro mil cento e setenta e três anos e oito meses mais ou menos.

7º tópico Ora, de Jesus Cristo em diante, pela diversidade das seitas eu deixo, e tendo computado e calculado as presentes profecias, tudo segundo a ordem da cadeia que contém sua revolução, tudo pela doutrina Astrológica e Astronômica, e segundo o meu natural instinto, e depois de algum tempo, e dentro do qual compreendo desde o tempo que Saturno tornará a entrar a 7 do mês de abril até a 15 de agosto, Júpiter a 14 de junho até 7 de outubro, Marte desde 17 de abril até 22 de junho, Vênus desde o 9 de abril até a 22 de maio, Mercúrio desde o 3 de fevereiro até ao 24 do mesmo mês. Em seguida, de 1º de junho até ao 24 dia do mesmo mês, e do 25 de setembro até ao 16 de outubro, Saturno em Capricórnio, Júpiter em Aquário, Marte em Escorpião, Vênus em Peixes, Mercúrio, em um mês, em Capricórnio, Aquário em Peixes, a Lua em Aquário, a cabeça do Dragão em Libra e a cauda em seu signo oposto, seguindo uma conjunção de Júpiter com um quadruplo aspecto de Marte em Mercúrio, e a cabeça do Dragão serão com uma conjunção do Sol em Júpiter, o ano será pacífico sem eclípse, e não de todo, e será o começo, compreendendo o que durará e principiando aquele ano será feita maior perseguição a Igreja Cristã, que não estará na África, e durará isto até ao ano noventa e dois, que se operará uma revolução do século, depois começará o povo romano a de endireitar, e de expulsar algumas escuras trevas, recebendo um pouco de sua primitiva claridade, não sem grande divisão e contínua

mudança. Veneza, então em grande força e poder, erguerá suas asas tão alto, não deixando nada a desejar, absolutamente, às forças da antiga Roma. E naqueles tempos grandes velas bizantinas associadas aos Ligústicos pelo apoio do Aquilão, darão algum impedimento que dos dois Cretenses não lhe será a Fé delicada. As arcas construidas pelos antigos marcianos, acompanharão as ondas de Netuno. No Adriático haverá grande discórdia, o que estiver unido será separado, voltará à casa o que estiver fora, e será feita grande cidade, compreendendo o Pempotam, a Mesopotâmia da Europa, conterá quarenta e cinco cidades e outras de quarenta e uma, de quarenta e duas e trinta e sete. E naqueles tempos futuros, e naqueles países o poder infernal porá contra o poder da Igreja de Jesus Cristo o poder dos adversários de sua lei que será o segundo Anticristo, o qual perseguirá aquela Igreja e seu verdadeiro Vigário por meio do poder dos reis temporais que serão pela sua ignorância seduzidos, por línguas que cortarão mais do que nenhum gládio entre as mãos do insensato. O supradito reino do Anticristo não durará senão até a definição desta idade, e por outra a cidade de Plancus, acompanhada pela escolha de Modene Fulcy, por Ferrara, mantido pelos Ligurianos Adriáticos, e da proximidade da grande Trinacria. Depois passará o monte Jovis. O grêmio Gálico acompanhado de tão grande número que de bem longe, o Império de sua grande lei será apresentado, e por algum tempo depois será espalhado o sangue dos inocentes profusamente para enobrecer um pouco as bodas: então por grandes dilúvios, a memória das coisas contidas em tais instrumentos receberá incontável perda, mesmo as cartas a que serão inclinados os Aquilionários pela vontade divina, e no meio uma fé ligada a Satã.

8º tópico E será feita a paz universal entre os humanos, e a Igreja de Jesua Cristo será libertada de toda tribulação, enquanto que para os Azotains acontecerá a mistura do mel ao fel, e sua pestífera sedução, e isto será próximo ao sétimo milênio, que o santuário de Jesus Cristo não será mais pisado pelos infiéis, que virão do Aquilão, o mundo aproximando-se de grande conflagração, enquanto que pelos meus cálculos em

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Arvedus minhas profecias o curso do tempo vai muito mais longe. Na Epístola que nestes anos passados dediquei a meu filho Cesar Nostradamus, deixei abertamente declarados alguns pontos sem presságio. Mas, aqui, oh SIRE, estão compreendidos vários grandes e maravilhosos acontecimentos, que aqueles que virão depois os verão realizar. E durante aquela computação astronômica e astrológica, conferida nas sagradas letras bíblicas, a perseguição das gentes eclesiásticas tomará sua origem pelo poder dos Reis Aquilonários, unidos com os Orientais. E esta perseguição durará onze anos, algum pouco menos que então desfalecerá o principal Rei Aquilonário, o qual, anos depois fará união com o Meridional, que perseguirá ainda mais fortemente pelo espaço de três anos as gentes da Igreja pela sedução Apostólica de um que terá todo o poder absoluto da Igreja militante, e o santo povo de Deus, observador de sua lei, e todas as ordens religiosas serão grandemente perseguidas e afligidos de tal modo que o sangue dos verdadeiros eclesiásticos nadará por toda parte. E um dos horríveis Reis temporais pelos seus aderentes serão dadas tais homenagens que ele terá mais sede do sangue humano dos inocentes eclesiásticos, que ninguém saberá ter do vinho e aquele Rei cometerá crimes incríveis e inomináveis contra a Igreja, correrá o sangue humano pelas ruas públicas e templos, como a água pela chuva impetuosa, e rugirão com o sangue os rios mais próximos, e por outra guerra naval rugirá o mar, que a relação de um Rei a outro dirá: "As guerras navais enrubeceram as águas."

9º tópico Depois, no mesmo ano e nos seguintes seguirse-á a mais horrível pestilência, e a mais maravilhosa pela fome precedente, e tão grandes tribulações que jamais se viram iguais desde a fundação da Igreja Cristã e por todas as regiões latinas, permanecendo seus vestígios em algumas regiões da Espanha. Então o terceiro Rei Aquilonário estendendo o domínio do povo de seu principal título, armará tão grande armada, e passará pelos destroços de seus últimos avós e bisavós, que ele restabelecerá a maior parte em seu estado, e o grande Vigário da capital será devovido ao seu primitivo estado; porém, desolado e abandonado. Voltará a ser a SANCTA SANCTORUM destruida

pelo paganismo, e o Velho e o Novo Testamentos serão desfeitos e queimados, depois se o Anticristo for o príncipe infernal, ainda pela terceira vez tremerão todas as realezas da Cristandade, e também infiéis pelo espaço de 25 anos e haverão mais ferozes guerras e batalhas, serão vilas, cidades, castelos e todos os outros edifícios queimados, desolados e destruidos com grande efusão de sangue vestal, casadas e viúvas violadas, crianças de leite contra as paredes das cidades aluídas e queimadas, e tantos males se cometerão por meio de Satã, príncipe infernal, que quase todo o mundo universal se achará desfeito e desolado, e antes daqueles acontecimentos alguns pássaros desconhecidos criarão e gritarão pelos ares HUY, HUY, e depois de algum tempo desaparecerão. E depois que esses golpes tenham durado bastante, será quase renovado um outro reino de Saturno, e Século de Ouro. Deus, o criador, dará ouvidos a aflição de seu povo, e então, Satã será preso e atirado no abismo do báratro na profunda fossa. E então começará entre Deus e os homens uma paz universal, e permanecerá ligado pelo espaço de cerca de mil anos e voltará em sua maior força, o poder eclesiástico e depois tudo desligado.

10º tópico Que todas estas figuras justamente adaptadas, por estas divinas cartas às coisas celestes visíveis, a saber, por Saturno, Júpiter e Marte e outros em conjunção, como mais evidentemente por algumas quadras poder-se-á ver. Calculei mais profundamente, e adaptei uns ao outros. Porém, vendo, oh sereníssimo Rei, que alguns da censura encontraram dificuldade, o que será motivo de retirar minha pena e para o meu repouso noturno: "De certa forma é penoso, oh potentíssimo Rei de todas as coisas, que não obstante ter colocado muitas coisas preclaras, indicadas correta e sumariamente, mas não pude nem quiz esclarecê-las todas nesta carta que vos é dirigida, com efeito caso sejam entendidos certos fatos horríveis, certos destinos não se cumpririam, e, por maiores que sejam a Vossa grandeza e Vossa humanidade para com todos os homens, e Vossa piedade de um Deus, visto serdes amplíssimo e Cristianissimo Rei em autoridade, e, serdes a essência da dignidade e da autoridade conferidas a todas as Religiões."

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Assim falou Nostradamus Mas tão somente em Vós requeiro, oh Rei muito clemente, por aquela Vossa singular e prudente humanidade, entender antes o desejo de minha coragem, e o soberano empenho que tenho de obedecer à Vossa sereníssima Magestade, depois que meus olhos estiveram tão próximos de vosso explendor solar, que a grandeza não obtem nem requer, de Salon, este dia 27 de junho de 1558 Faciebat Michel Nostradamus Salonas Petrae Provinciae.

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Arvedus

INTERPRETAÇÃO DOS CAPÍTULOS 20, 21 E 22 DO APOCALÍPSE. TÍTULOS: 1) "Satanás é amarrado por mil anos - Os fiéis reinam com o Cristo." 2) "Satanás é solto, e depois vencido para sempre." 3) "O juízo final." 4) "Os novos céus e a nova terra." 5) "A nova Jerusalém." 6) "Admoestações e promessas finais - Conclusão."

INTRODUÇÃO Para o leitor conseguir entender estes textos é necessário apanhar sua Bíblia e confrontar seu texto com esta interpretação. Não tendo sua Bíblia à mão, utilizará o texto transcrito fielmente, que vem a seguir a esta. Considero importante colocar esta parte do Apocalípse neste livro pelo fato de ela profetizar o comeco do Juízo Final justamente nestes nossos tempos, e o final lá pelo ano 3797 (segundo afirma Nostradamus). E é importantíssima porque vem confirmar a MAIOR PROMESSA DIVINA de que os espíritos humanos - ao passar no exame final passarão da imortalidade para a eternidade. E, para uma eterna Felicidade que o ser humano sempre tem aspirado. Outrossim, esta parte mantém a outra GRANDE PROMESSA de que os seres humanos que não passarem por aquele exame final terão mantido o Direito de filhos pródigos de Deus, isto é, o direito de se reabilitarem através de novos esforços constantes. Da mesma forma que um estudante que não conseguiu a nota mínima estipulada para se manter na mesma escola, e então tem o direito de recomeçar em outra escola cujo ambiente condiz mais adequadamente com sua índole e sua capacidade do momento. Este fato é bastante apontado na Bíblia, principalmente nas crônicas seguintes: do "filho pródigo", de "Nicodemus", do "bom ladrão", de "Zaqueu". Mostra, também, a certeza da existência dos planos divinos condicionando a evolução do espírito

humano, da Humanidade, do Homem, e do ambiente da Terra com tudo que nela há. O cumprimento dessas promessas tem sido evidenciado pelos fatos sensíveis, a cada dia, cada ano, cada século. Com esses textos bem analisados e esclarecidos em nossa mente a Vida passa a ter novos valores. Por que? Porque fortalece nossa Fé em Deus; a pessoa fortalece a fé em si mesma; e nas virtudes do Bem. Por tal fé, qualquer mal, por maior que seja, não poderá nos deixar em pânico. No caso, os espíritos que serão condenados, e serão em minoria, não terão condenação eterna num inferno dantesco, conforme propalado por certos dogmas. Conhecendo bem isto, sentiremos sempre aquele tipo de segurança e de Esperança expressado por Davi no Salmo 23: _ "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; e a tua vara e o teu cajado me confortam." O livro do Apocalípse, cuja tradução do grego para o português significa: o livro da Revelação; à primeira vista - mormente se nos apegarmos apenas ao sentido exotérico ou literal parece-nos ao contrário, isto é, parece ser o livro da confusão. Fala de Graças e desgraças; de salvação e de condenação - em tal forma literária que as pessoas menos avisadas acabam dando maior ênfase às desgraças, as quais, na realidade, terão vindo por circunstâncias, não por destino. E as pessoas deixam de enxergar que as Graças terão vindo por Destino, determinado e prometido pelo PAI. A verdade principal é que o livro do Apocalípse tem a finalidade de revelar que o espírito é um ser imortal, essência do ser humano, criado por um Ser Eterno, a quem conhecemos pelo nome de Deus, ou Ser Divino. Que o espírito humano e/ou ser humano é criado semi-perfeito e terá que conquistar a perfeição por esforço próprio, mas, sempre ajudado pelo CRIADOR. Então, recebe o livre-arbítrio para realizar o seu aperfeiçoamento no contínuo processo de viver em qualquer ambiente que lhe seja necessário. Nestes termos ele vai vivendo com intermitência, ora no ambiente da carne, ora no ambiente das energias sutis, chamado mundo espiritual; - portanto, em constantes reencarnações e ressurreições.

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Assim falou Nostradamus Nota: Nesta fase do comentário esbarramos com o valor da palavra "perfeição". Semanticamente, "perfeito" significa "antes feito". Nesta conjuntura o espírito foi criado perfeito, pois a sua essência (que podemos designar por energia pura e inteligente) foi utilizada por Deus no momento de criar o ser inteligente (indivíduo). Para individualizar o espírito Deus utilizou outra energia perfeita, menos pura - em virtude de ser menos sutil e menos durável. Por consequência, menos poderosa (em acepção física e inteligente), a qual é designada por alma. Depois Deus criou o corpo, também perfeito, pois que é constituído por energia pura, e por energias sutis, e por energias adensadas, o qual pode ser considerado imperfeito por ser uma estrutura de pouca durabilidade e muito sujeito à depreciação. Em suma, o espírito, a alma e o corpo são perfeitos no sentido absoluto do princípio; e semiperfeitos no sentido de valores relativos, ou na proporção de valores convencionados. Principalmente diante dos fatores seguintes: - eternidade, beleza e bondade. Estas três entidades são transformáveis para bom e para ruim; para o bem e para o mal - na proporção dos padrões convencionados. O Bem é eterno. O mal é sempre provisório. A alegria é um reflexo do bem e é a poderosa alavanca que nos anima no caminho da evolução. A dor é o reflexo do mal. Entretanto, não é propriamente um mal; pois tem a virtude de alertar e defender a nossa consciência. Aqui termino o texto da nota. Conclusão: O livro do Apocalípse está revelando a existência de Deus; do Cristo Jesus; dos Anjos; das almas que já conquistaram a sublimação até o tempo de S. João; e também das almas que vivem pelas esferas próximas à face da Terra e entre os homens. Tudo isto S. João viu e relatou, porque esteve de alma presente em um lugar das altas esferas onde viu e os ouviu, conforme relata no capítulo 4. E o conteúdo do seu livro ainda fala de como se processa a evolução dos Homem, dos seres e do ambiente geral da Terra, dentro dos planos préestabelecidos pela alta Hierarquia Divina, ou Providência Divina. Ele dá ênfase igual aos Bens e Males que são causados pelo ambiente, e causados, principalmente, pelos homens e almas, os quais colaboram com a

Divindade no Eterno processo do Viver. Todos nós somos regiamente pagos, na proporção de nossos esforços de colaboração. Mesmo os negligentes e os refratários são bem pagos, apesar das maldades que praticam. Quanto às catástrofes e hecatombes profetizados pelo Apocalípse, a amplitude delas surge na direta razão do aumento da população, e no aumento dos desatinos psíquicos de homens e almas...

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Arvedus

I NTERPRETAÇÃO DO CAPÍTULO 20 "Satanás é amarrado por mil anos" Nota: Estude confrontando com sua Bíblia ou com a transcrição que coloquei logo após a esta. Cap. 20 - v. 01 - O anjo que desce do céu, neste caso, é a figura de uma determinada atividade que será exercida pelos seres celestes em conjunção com os seres humanos na Terra ("abismo"). A "grande cadeia" é a figura de uma determinada atividade repressiva que levará os homens a tomar consciência ou tornar-se sensíveis às leis e ditames e aplicar a justiça com mais rigor. Cap. 20 - v. 02 - O dragão, antiga serpente, Diabo e Satanás, simbolizam o conjunto de todos os defeitos humanos que estão enraizados na mente humana desde os primórdios da Humanidade. Retratam, também, imensos campos de forças mentais negativas, que se formam como nuvens em redor da Terra, com as quais cada mente humana sintoniza nos momentos em que aciona pensamentos e intenções maldosas. Os campos de forças benéficas circundam aquelas, semelhantemente, na atmosfera. São João representa-os pela figura da "mulher vestida do sol". Os acessos do ódio, egoismo, ambição, ingratidão, etc., sintonizam-nos com os campos negativos. Os rasgos de amor, de altruismo, moderação, gratidão, etc. sintonizam-nos com os campos positivos. Não existe um ser todo-poderoso chamado satanás. Só existem almas e homens malfeitores que operam apenas na atmosfera e na face do Planeta liderando grupos e até parte de nações em ação provisória. Como exemplo temos os fatos diários, e os grandes movimentos históricos. Este versículo informa, também, que a Providência Divina colocou uma legião de anjos e almas para esvaziar as tais formações de campos mentais depressivos, e ao mesmo tempo eles estão atuando diretamente sobre o cérebro de cada pessoa. Neste caso é o "anjo da guarda" de cada pessoa, ou um seu preposto. Tais atividades sempre houveram, porém, este

capítulo está se referindo a uma época em que a malignidade começa a superar a benignidade. E tal situação ocorre em nossos dias. Estamos exatamente no início dessa atividade de "amarrar o Diabo ou Satanás", cujo trabalho de amarração vai sendo executado por mil anos. Portanto, entre os anos 2000 e 3000. As almas extremamente cruéis já estão sendo trancafiadas por mil anos. Cap. 20 - v. 3 - Este versículo refere-se mais às almas perversas e cruéis que serão banidas do contato com almas e homens durante os próximos mil anos. Passados os mil anos serão soltas, a fim de terem novas oportunidades de regeneração e serem salvas da condenação no Juízo Final. As que nele forem condenadas serão degredadas para algum outro Orbe que esteja nas condições da nossa Idade da Pedra. Aliás voltarão ao seio da Humanidade apenas muitas almas que durante esses mil anos mostrarem real arrependimento e vontade real de se regenerar. Então serão ajudadas como filhos pródigos. Cap. 20 - v. 4 - Neste versículo S. João informa que ele via em nossa época o assentamento de "tronos" com poderes para julgar. Isto é, anjos e almas sublimadas com autoridade para julgar e reprimir as almas malfeitoras. Por consequência o mesmo ocorrerá com homens por ação solidária entre os celestes e os terrenos. E informa que fazem parte dessas celestes as almas das pessoas que se sublimaram por efeito dos sacrifícios em suas atividades em favor da Doutrina Cristã, e/ou almas que não se apegaram à idolatria aos bens, status, e paixões materiais (não adoraram a besta"). São João usa esta figura ("a besta") com vários sentidos: de animal; corpo humano; cérebro; coletividade humana; alma; corpo mental perverso, cujas atividades trazem prejuízo ao indivíduo e à entidade coletiva. No capítulo 13 ele fala de duas bestas: "a besta que subiu do mar", e "a besta que subiu da terra". A alma surge do "mar": do mar atmosférico. Ela, como corpo do espírito é constituida por energias da nossa atmosfera. O corpo humano é "a besta que subiu da terra". É o ser orgânico constituido pelos elementos da terra. Quando ele se refere a ambos (alma e corpo) em

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Assim falou Nostradamus sentido de meio ambiente, ele denomina "dragão", Satanás, etc. Ele cita "...e vi as almas daqueles...", e não receberam o sinal da besta em suas mãos, nem em suas testas". Estas metáforas: "sinal na testas" significa que tais almas não permitiram que as tendências ruins sobrepujassem suas virtudes na mente, e "sinal na mãos" significa as boas obras. Que suas mãos trabalharam com dignidade igual ao trabalho honroso da mente. Portanto, "estão reinando com o Cristo por mil anos." Outrossim, "reinaram com Cristo" tem sentido ambíguo, mas com efeito solidário. Cristo: significa Ungido por Deus. O espírito humano já nasce ungido filho de Deus. Jesus é o Cristo filho de Deus. Ungido para ser o Regente da Humanidade. O espírito humano é ungido para reger a pessoa. Se a pessoa comporta-se com dignidade própria do espírito está colaborando no reinado do seu espírito, e ao mesmo tempo no reinado de Jesus Cristo. Nestes termos, tais pessoas e almas são operários importantes para o Reino do Cristo por esses mil anos mencionados. Cap. 20 v. 5 - Neste versículo ele está falando da morte provisória do espírito humano, isto é, ocasiões em que a mente e as capacidades de ação dele estão limitadas por forças externas. Tal situação ocorre, principalmente, quando ele está na carne, ou corpo humano. A natureza animal do corpo ("besta") limita suas capacidades e principalmente quando a pessoa comporta-se mal. Do mesmo modo ocorre quando ele está desencarnado, e ainda a sua alma está subjugada pela malignidade. Por grandes pecados, e também por pequenos pecados (por soma) e também por circunstâncias naturais do ambiente. São Paulo explica isto em uma sentença sumária: "O salário do pecado é a morte". Nestas conjunturas, o espírito sofre pesadas limitações, tanto quando encarnado quanto quando desencarnado. Tenho tido contatos com almas desencarnadas; boas e más. As "boas" - quando mantêm excessivo apego a seres e coisas da vida material passam, também,

dezenas de anos fechadas em si mesmas, com idéias fixas, vivendo jungidas a quadros ilusórios promovidos pela imaginação, como se vivessem dentro de um vídio-tape em quatro dimensões. As almas cruéis vivem até por séculos em estado semelhante, mesmo depois de terem a visão da consciência aberta para o exterior, quando passam a praticar a crueldade contra almas e homens. Em ambos os casos são considerados "mortas" ou "dormentes". De qualquer modo estão vivendo no "inferno". Em inferno íntimo, e também em locais de natureza infernal correspondentes às narrativas de Dante Alighiere. Neste estágio não terão conseguido ainda "a primeira ressurreição" citada por S. João. A nossa primeira ressurreição ocorre quando a alma conquista o pré-domínio das virtudes sobre os defeitos. Defeitos que no fim da estória são proporcionados pelo ambiente natural correspondente ao caráter do espírito no estágio de sua evolução. Ambientes em que ele está obrigado a viver para ir conquistando a sabedoria e o poder - a que está destinado. Tal primeira ressurreição é a fase em que chegam as "almas santas"; que ainda não são perfeitas ou puras, não são anjos. Porém, já possuem o mérito e a graça de viver e conviver com os anjos. Cap. 20 - v. 06 - Por este versículo São João confirma a minha exposição, e afirma que tais almas estão livres do poder da "segunda morte". O que é esta segunda morte? Não é a do corpo. São João está falando de espírito e de alma. Doutrinariamente, a primeira morte do espírito ocorre pela limitação natural das suas faculdades e capacidades intrínsecas adequadas para viver nos Mundos ditosos dos anjos, ou céus. A "segunda morte" ocorre quando termina um ciclo de evolução dos espíritos e do ambiente planetário a que estão radicados. Ciclo prédeterminado de tempo e planejado com vistas ao progresso psíquico e físico: indiviual, coletivo e ambiental pela Providência Divina, e tais espíritos não conseguiram superar os defeitos ou imperfeições. Os Profetas não comunicam as datas exatas para indicar as realizações desses planos que vão sendo conseguidos. Falam de "tempos e tempos". ou ciclos de tempos menores, os quais demonstram as fases de realização indicadas por grandes acontecimentos

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Arvedus profetizados. Entre muitos do passado, podemos citar por maior expoente - o progresso material surpreendente que tivemos no século XX, "Século das Luzes"; os grandes movimentos políticos, bélicos e religiosos, ressaltando-se com a Revolução Francesa de 1790, as guerras mundiais de 1914/18 e a de 1939/ 45; a guerra fria entre os blocos ideológicos (comunista e capitalista); a implosão do comunismo: as viagens espaciais, etc. Tudo isto indica que o espírito humano vive na fase da "primeira morte da consciência". A "segunda morte" ocorrerá após o Juizo Final - para os espíritos altamente pecaminosos que serão banidos do Planeta para outros Orbes onde deverão recomeçar em outros planos evolutivos até alcançar a santidade. Nenhum espírito está destinado a extinção, e nem a inferno eterno. Nasce imortal e se tornará eterno. Considerando que estes são conceitos da doutrina reencarnacionista; e considerando que são inaceitáveis para grande número de leitores, a estes peço desculpar-me se firo suas convicções. Não obstante, permitam-me justificar minhas convicções, não só por estes argumentos sumários, mas, também por fatos que podem coroar a verdade, cujos fatos estão à disposição de quem queira dedicar-se a ver. Há farta literatura a respeito e Instituições Espiritualistas capacitadas para provar e comprovar. SATANÁS É SOLTO E DEPOIS VENCIDO PARA SEMPRE Cap. 20 -v. 7 e 8 - Por estes versículos S. João afirma que ao se completar os mil anos, novamente, as Organizações Celestes entregarão os destinos da Humanidade ao livre-arbítrio dos homens e almas. Que "Satanás", ou almas cruéis serão soltas da prisão, e sairão a enganar as nações que estarão sobre os quatro cantos da terra. Ele diz: "da sua prisão" o que faz entender que tais almas estarão presas - mais no seu próprio íntimo - como a lagarta presa em seu casulo; do que presas em certos lugares. Embora, anteriormente ele tenha dito que serão presas nos abismos da terra. Outrosssim, o sentido esotérico é necessariamente ambíguo - para se compreender que esse "Satanás" compõe as almas e os defeitos; vícios e pecados; os quais estarão ainda enquistados nos cérebros e nas almas, da mesma forma em que os resíduos químicos venenosos: do tabaco; dos

narcóticos; do álcool; e dos alimentos nocivos acumulam-se pelo cérebro, orgãos, glândulas, nervos e veias. E assim acabam provocando doenças e até a morte do corpo. "Gogue e Mogogue": são símbolos que representam todo o poder maléfico constituído pelos governantes, instituições e pessoas do Mundo: os quais somam um único poder contra o reino de Deus. Isto é, contra o reino da bondade, da paz, do bem estar, do Amor. Gogue era um príncipe hebreu da tribo de Ruben, da província de Magogue, na região norte de Israel. Magogue era filho de Jafé, e neto de Noé. Por isto seu nome foi dado a aquela região que era governada por Gogue. Em seu tempo, Gogue e o povo de Mogogue aliaram-se com os Persas, Armênios e Cimerianos povos idólatras, bárbaros e cruéis, a fim de derrotar o povo de Israel, cognominado "povo de Deus". Então, para os Profetas, Gogue e seu povo passaram a simbolizar o poder satânico em luta contra Deus. Em nossos dias corresponde ao "Anticristo". Por isto S. João assevera que esse poder Anticristo, ou Gogue e Magogue é a soma constituida por u'a multidão "cujo número é como a areia do mar". Cap. 20 - v. 09 - Neste versículo ele arremata com a ação desse poder maléfico contra a população mais digna, e contra o ambiente da Terra ("cidade amada") por Deus. Mas, contra eles descerá a ação do céu e os devorará. Cap. 20 -v. 10 - E ele completa com a profecia do Juizo Final dizendo que o poder maléfico gerado por almas e homens no âmbito da Terra será extinto por sublimação. Isto é, sublimado por ação repressiva e educativa, cuja ação preponderará para todo o sempre para não dar mais condições para o desenvolvimento do mal. Esse mal que domina a mente e o corpo da alma; e o cérebro e o corpo do homem desde os primórdios da Humanidade. "A besta": o instinto animal com todas as suas nuances e nocividades contra a Moral ou bom procedimento. "O falso profeta": que é a mentalidade individual e/ou coletiva apegada ao misticismo e/ou feitichismo; ao racionalismo científico ateu, ao

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Assim falou Nostradamus primitivismo cultural e intelectual em todos os seus meios e formas que se contrapõem aos ditames Divinos, e às leis naturais. E contra as verdades essenciais que beneficiam o Bem Estar das almas e homens. As pessoas e almas apegadas a tais instintos serão "atormentadas" pela repressão educativa "para todo o sempre". Isto é, enquanto a alma e/ou pessoa não compreender e não assimilar as verdades virtuosas para se comportar com dignidade, fraternidade e justiça. De acordo com os ensinamentos e com as Leis e Regras de comportamento manifestados por Deus através de seus missionários de todos os níveis, e registrados nos livros sagrados. Neste caso serão atormentados para todo o sempre - os espíritos, dos quais as almas continuam muito impregnadas pelos vícios e defeitos. É preciso esclarecer, para melhor compreensão, embora tanto a explicação quanto o entendimento deste fato é muito dificultado, devido à sua natureza abstrata. Tal esforço para compreender isto causa "tormento". E como diz Nostradamus na carta: "seca o corpo e leva a alma à danação". Então, é preciso comprender que o espírito é constituído, no seu íntimo ou essência, de energia inteligente pura. É todo virtuoso. Por este motivo ele não aceita e refuga qualquer pensamento e atitude, viciados ou viciosos. A alma, que lhe dá forma, corpo, individualidade; constituída por energias mais densas do que as dele - aceita, usa e abusa dos pensamentos e comportamentos viciados e viciosos. Ela possue um cérebro ou mente semelhante ao cérebro humano. Não igual - semelhante. Seu cérebro e corpo são constituídos por energias ativas da atmosfera terrestre; enquanto o espírito é constituído de energia pura a qual também transita por canais na atmosfera. Tal energia pura sobre-existe, tanto na atmosfera quanto na materia densa terrestre, entretanto os três campos de força são distintos em suas atividades inteligentes. Não se assimilam; superpõemse, como em camadas, à semelhança das cores do arcoíris e seus matizes. A alma tem a faculdade de aceitar ou de recusar os pensamentos ou mentalizações do espírito. E o cérebro humano possue a mesma faculdade. Por isto se diz que a pessoa "ouve a voz da consciência", a qual é a voz do espírito. Pois bem. Então, como diz S. João neste

versículo, o espírito sofre um perene tormento, enquanto a sua forma ou corpo (alma) não descartar as energias degradantes que se acumulam nela por ação de todo o mau comportamento mental e físico. Tais energias não permitem a entrada da alma nos círculos ou esferas de energias puras apropriadas aos anjos (Céu). Nestes termos, o ser humano conquistará a angelitude, ou santidade, ou pureza quanto tiver conquistado a sublimação da alma, e/ou quando a alma conseguir aceitar o predomínio da Vontade do espírito em completa fusão mental e física. Quando o espírito e a alma conquistam tal casamento perfeito - o espírito terá a capacidade de reger todas as atividades do corpo humano, o qual pela sua natureza física é mais difícil de ser conduzido pelo espírito. Neste particular, Jesus nos ensina na teoria e na prática, e com seus exemplos registrados nos Evangelhos confirma plenamente estes fatos. Mormente quando assevera: "O espírito é forte, mas a carne é fraca". E, é interessante observar que na Terra as fraquezas da carne conseguem dominar a fortaleza das virtudes do espírito, não é? O vício de fumar consegue suplantar a força do raciocínio e da inteligência e causar a "morte" e a morte. Os narcóticos conseguem fazer pior ainda. E, sucessivamente, a soma de todos os vícios, más intenções e maus procedimentos compõem o Diabo, a besta e o falso profeta que "foi lançado no lago de fogo e enxofre, e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre", que S. João ressalta neste versículo 10. E serão atormentados até alcançar a sublimação da alma pelo "fogo" e o "enxofre".

O Juizo Final Cap. 20 - v. 11 - Neste versículo ele está informando que um ser sublime e poderoso será o Regente do tribunal no último julgamento das almas, o qual Nostradamus afirma que estará operando a partir do ano 3000 até o ano 3797. Com a sentença: "de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se encontrou lugar para eles" entendo que é uma força de expressão pela qual S. João acentua que o sêr instalará o tribunal no pináculo do círculo mais perfeito da terra. Círculo onde só podem chegar anjos e almas plenamente sublimadas. Então, é um círculo em que nem as almas que

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Arvedus povoam as esferas menos sublimes em volta da Terra, nem as que povoam a face da Terra terão acesso por motivo de categoria psíquica e física, cujos "pesos" e "medidas" de sabedoria e moral não terem o padrão energético adequado para entrarem naquelas paragens. Para um pálido exemplo - consideramos que aqueles lugares estivessem a dez mil metros de altitude, e que as almas mencionadas fossem balões com pesos e medidas diversas. Uns com capacidade de chegar até mil metros, outros a três mil, a cinco, a oito e outros a dez mil. Outro exemplo bastante ilustrativo poderá ser dado entre nós e os peixes. Não temos estrutura natural para viver debaixo d'água, assim como os peixes não possuem estrutura para viver em nossa atmosfera. Cap. 20 - v. 12 - Neste versículo ele traça um quadro vivo dos fatos que se darão durante o julgamento de todas as almas, tanto dígnas quanto as indígnas (grandes e pequenos), ilustres e anônimos. "abriram-se os livros", isto é, as almas ali presentes estarão com os registros em suas memórias à mostra, com imagens visíveis como em vídeo-tape mostrando todos os fatos que ocorreram com elas através dos séculos. Os bons e os maus procedimentos. Portanto: "abriu-se outro livro, que é o da vida"; "e os mortos foram julgados... segundo as suas obras". Nestas conjunturas a Justiça será aplicada com segurança; no equilíbrio das boas e das más obras; e finaliza com a situação mental do momento, isto é, se o caráter da alma tornou-se praticamente bom, ou se mantém ruim. Cap. 20 - v. 13 e 14 - Em sentido literal, o entendimento fica complicado, nestes versículos. São João expressa: "morte" e "inferno" como sendo indivíduos viventes que serão lançados no lago de fogo. Isto pode ser aplainado com a seguinte redação: No tempo em que o Juizo Final irá sendo executado as almas das pessoas que vão morrendo no "mar" humano irão sendo levadas a julgamento; da mesma forma que as almas que já estão fora da carne, tanto as boas quanto as perversas, estarão sendo julgadas segundo às suas obras. E, a "morte" e o "inferno" - duas situações transitórias para os seres em evolução no ambiente planetário irão perdendo a força e o aspecto sinistro. Para o reencarnacionista, a morte do corpo é apenas uma intermitência libertadora para o

crescimento do espírito; à semelhança do grão de trigo que ao se desfazer no seio da terra libera a planta viçosa que logo produzirá muitas sementes para alimentar e enriquecer a Terra. A vida é contínua - com intermitências de expressão física. No capítulo 6 - versículo 8, S. João diz que o cavaleiro assentado sobre o cavalo amarelo tinha por nome "Morte"; "e o inferno o seguia...". À luz do raciocínio lógico esta alegoria representa o cérebro onde o medo da morte está assentado; e seguido do medo que temos dos sofrimentos a que estamos sujeitos pela vida a fora. Por este raciocínio a morte e os sofrimentos não deixam de existir, porém diante da compreensão adquirida a atuação deles em nossa mente deixa de ser sentida com o medo pânico que normalmente nos assedia. Nestes termos, a morte e o inferno ficam reduzidos pela ação do fogo da inteligência ("lago de fogo"). Outrossim, essa morte e esse inferno morrem com a morte do nosso corpo. É a primeira morte. Sendo essa compreensão adquirida, o medo da morte e dos sofrimentos é reduzido, também, na alma. É a segunda "morte". Outrossim, devemos lembrar que o Apóstolo está se ocupando das coisas, ou da vida do espírito. A preocupação dele com o corpo é um motivo secundário. Isto é patente no próximo versículo. Cap. 20 - v. 15 - E a alma que não terá condição de permanecer com as almas eleitas, neste Mundo, será lançada em outro ambiente (outro planeta) onde a vivência é tanto ou mais hostil do que o atual ambiente da Terra ("lago de fogo").

Os novos céus e a nova Terra Cap. 21 - v. 01 - E vi que o âmbito da Terra será totalmente transformado. Tanto o ambiente das almas quanto o ambiente dos homens, e também toda a estrutura moral. Em suma, haverá um progresso indescritível das ciências e da tecnologia cobrindo a face da Terra, e uma evolução moral da Humanidade, de tal forma que eu resumo nestes termos: "Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe." E a terra terá sua órbita mudada em relação às constelações. Nota: Do versículo 2 ao 10 - apenas transcrevo, visto

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Assim falou Nostradamus serem claros. Cap. 21 - v. 02 - "E eu, João, ví que a Terra será como uma cidade santa, uma nova Jerusalém que estará organizada nos padrões celestes, segundo os ditames de Deus. Adornada como uma esposa digna para o seu marido." Cap. 21 - v. 03 - "E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus." Cap. 21 - v. 04 - "E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas." Cap. 21 - v. 05 - "E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disseme: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fieis." Cap. 21 - v. 06 - "E disse-me mais: Está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida." Cap. 21 - v. 07 - "Quem vencer, herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho." Cap. 21 - v. - 08 - "Mas quanto aos tímidos e aos incrédulos, e aos abomináveis, aos homicidas, e aos fornicários e aos feiticeiros e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte."

A NOVA JERUSALÉM Cap. 21 - v. 09 - "E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro." Nota: "esposa, a mulher do Cordeiro" simboliza a Terra e a Humanidade. Cap. 21 - v. 10 - "E levou-me em espírito a um grande e alto monte..."; é uma expressão alegórica dizendo

que o anjo levou João a uma visão extraordinária do futuro mostrando como estará a Terra após o Juizo Final. Cap. 21 - v. 11 - Empolgado pela visão ele faz uma descrição sumária do que viu; em poesia radiante. Cap. 21 - v. 12 - Com toda a alegoria deste versículo ele está representando todos os ensinamentos exotéricos e esotéricos mencionados na Bíblia; nas crônicas, estórias, história, leis, filosofia, ciências, enfim tudo o que ocorreu e se refere às doze tribos de Israel. Cap. 21 - v. 13 - Essas doze portas, cada três apontadas para um ponto cardeal, significa uma abertura completa das mentes humanas para a ação dos seres que compõem a Hierarquia Divina. Cap. 21 - v. 14 - Esse "muro" significa - fortaleza; complexo defensivo: leis: regras de conduta. No caso representa os ensinamentos doutrinários do Cristo, registrados e propalados pelos doze Apóstolos. Um "muro" de virtudes que manterá a "cidade humana" em harmonia consciente e ditosa. Cap. 21 - v. 15 e 16 - Essa medição da cidade é coisa estranha, não é? Ela é medida pelo anjo - em quatro dimensões. Em figura cúbica. Se calculamos 12.000 estádios por 185 metros encontramos 2.200 quilômetros de extensão, pois (o dicionário e a enciclopédia americanos registram 607 pés - correspondentes a 185 metros para cada estádio). Tais medidas de superfície da cidade nada tem que surpreenda. Mas, por que 2.200 quilômetros de altura? Não parece ilógico? A lógica surge se traçarmos um croquis no papel criando um cubo de 12 centímetros de comprimento, por 12 de largura e 12 de altura, e traçarmos dentro um círculo, ou melhor, uma esfera encostada nas linhas do cubo, nos pontos cardeais. Encontraremos aí a figura da Terra - ("a cidade") com seus 12.760 quilômetros de diâmetro, o qual multiplicado por "pi" (3.416) mostrará a circunferência da Terra, a qual é de 40.000 quilômetros. Ele utilizou uma figura geométrica simples, com medidas aritméticas elementares e criou um

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Arvedus símbolo de elevada expressão. O mesmo fez para o "muro" que descreve em seguida. Dispensou os 760 quilômetros do diâmetro, o que não invalida a perfeita expressão da idéia. Cap. 21 - v. 17 - O "muro", neste versículo, parece, também, um contra senso. Por que um muro ou muralha de 95 metros de extensão (144 covados multiplicados por 0,66 centímetros) poderia resguardar uma cidade limitada por um perímetro de 8.800 quilômetros? Considerando-se o número 144 como número perfeito, segundo o conceito esotérico; ou número completo, ou melhor, número suficiente; e muro como metáfora de leis e regras morais; chegamos à conclusão filosófica ou lógica de que as leis e regras que serão instituidas naqueles tempos serão suficientes para manter um comportamento justo das populações, as quais ao obedecer tais leis e regras proporcionarão o Bem estar geral. São João ressalta que é medida de homem, "que é a de anjo". Ou seja - leis cósmicas de moral que são respeitadas pelos anjos, e consequentemente devem ser respeitadas pelos homens. Devemos lembrar que as leis civis e sociais de hoje são fundamentadas nas Leis Divinas. O grande problema é que são muito pouco respeitadas por nós, não é? Cap. 21 - v. 18, 19 e 20 - Nestes versículos, ele conjuga as metáforas "muro" e "fábrica" (fábrica com idéia de edifício) para expressar a idéia de leis e estrutura social atuando como o jaspe (pedra semi-preciosa); e a "cidade" de ouro puro, transluzente como vidro puro. Isto é, uma Humanidade que estará provida de um comportamento moral bastante puro e justo. Valioso como o ouro. E ainda acentua que os fundamentos das leis, regras e comportamentos serão valiosos como as pedras semi-preciosas que ele cita. Os doze fundamentos são referências sumárias à estrutura psíquica e física do homem e do espírito, e da alma; cujo esclarecimento demanda ampla redação, o que não é possível fazer neste livro. Cap. 21 - v. 21 - Neste versículo, ao falar das doze portas que são doze pérolas, e da praça da cidade, possibilita uma explicação resumida que poderá ser bastante ampliada, na conformidade dos

conhecimentos científicos e espirituais de cada leitor. São João utilizou no Apocalípse uma parte da linguagem convencionada pelos mestres esotéricos ou hermetistas, codificando conhecimentos científicos concretos e conhecimentos abstratos; isto é, ciências físicas e espirituais proporcionadas pelos espíritos ou anjos através de videntes, os quais hoje são chamados por médiuns. Os Profetas e os Apóstolos eram médiuns clarividentes, na acepção entendida em nossos dias. Quando se referem às "sete portas" ou as "sete portas da cidade" estão se referindo às sete portas de comunicação entre o mundo interior e o mundo exterior da pessoa. Isto é, as portas da consciência: que estão na cabeça - dois olhos; dois ouvidos; duas fossas nasais; e a boca. O corpo é a cidade. O cérebro e/ou mente é a cidade. Neste caso, São João está falando de centros de energia inteligente. Está falando de glândulas que são semelhantes às pérolas, tanto por sua aparência quanto pelo seu grande valor, por intermédio das quais, a pessoa que é um universo em miniatura comunicase com o universo exterior. Portas por onde entram e saem todas as atividades inteligentes da vida. Os Mestres esoteristas, desde a antiguidade foram informados através do contato mediúnico com espíritos elevados; e os cientistas hoje estão confirmando por análise concreta, que a glândula pineal - do tamanho de um grão de ervilha, comanda todas as atividades inteligentes do corpo e da alma. Isto porque ela é o "trono" onde o espírito está assentado. É a "porta norte" por onde o espírito faz transitar suas forças inteligentes por toda a estrutura do corpo. Ao mesmo tempo é a porta que permite a ele manter comunicação constante com o Mundo Divino; do qual recebe as energias revigorantes para suplantar as energias nocivas, psíquicas e físicas emanadas da alma, do corpo e do ambiente. Os olhos, regidos por essa pérola, são outras duas pérolas preciosas, duas portas abertas para o exterior. Não obstante serem órgãos constituidos por energias densas, materiais, possuem capacidades prodigiosas. Têm a capacidade de suprimir as dimensões do espaço e do tempo. Eles possuem capacidade de expandir a velocidade de tal forma que pode colocar o espaço e o tempo em situação de inércia. Quando olhamos à noite para o firmamento enxergamos imediatamente os focos de luz dos astros

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Assim falou Nostradamus e galáxias que se situam a um, mil, cem mil, um milhão de anos-luz de distância. Nestes termos, a velocidade da visão coloca a dimensão do espaço e a do tempo a praticamente zero, não é? É uma capacidade conjugada do espírito com o corpo. Esta menção diverge frontalmente da teoria científica que afirma que a luz irradiada pelos astros e galáxias viaja a trezentos mil quilômetros por segundo até chegar aos olhos de um observador na Terra, e ser vista por reflexão. Essa teoria afirma que na hipótese de um astro estar situado em um ponto do universo a uma distância de mil anos-luz, ou mesmo a um milhão de anos-luz, apagar-se de súbito, por qualquer motivo, o seu último foco de luz irradiado chegaria nos olhos do observador, respectivamente após mil anos, e após um milhão de anos. Partindo-se do fato de que a amplidão celeste, à noite, é vista escura e pontilhada de focos de luz irradiados pelos astros distantes, essa teoria científica deixa dúvidas. Sou de opinião que a viagem da luz expandida por um foco astral tem um limite imposto pela amplidão celeste. Haja visto que o nosso sol tem um foco irradiante de luz com um diâmetro de 1.380.000 quilômetros; cento e dez vezes o diâmetro da Terra, que tem 12.600 Km. Duvido que a luz expandida por ele viaje durante anos. Assim como uma lâmpada de mil velas projeta uma esfera de luz ao seu redor - de mais ou menos vinte metros de diâmetro e dai em diante a escuridão prevalece, entendo que o mesmo se dá com a luz do sol, no escuro da amplidão. Portanto, se o foco do sol se apagar de repente - em poucas horas toda emissão anterior de luz estará apagada pelo escuro da amplidão celeste. A lua pode refletir a luz do sol para a Terra porque está dentro da esfera de luz dele, e porque as energias dele ao atritar com a atmosfera e solo dela produzem outra projeção. Assim mesmo a luz dela chega à noite, em penumbra. Se as luzes de todos os astros viajassem como propalam os cientistas não teríamos noite. A sombra da Terra seria superada. As energias constituídas por átomos, eléctrons e outros viajam sem luz para os olhos humanos. A luz nasce para nos por atrito com matéria densa e ao gerar os fótons, os quais logo se apagam. Os fótons têm vida curta.

Nossos olhos não contêm pontos de atrito para gerar luz em energias vindas de astro que se acha a mil anos luz… Caro leitor - tomei a liberdade de fazer esta digressão expondo uma dúvida e conceito íntimos, pelo que peço desculpar, crendo que se nada tem de utilidade prática, também não é inútil. Ao menos tem uma utilidade recreativa para o raciocínio, não é? Cap. 21 - v. 22 até o versículo 27 - Queira ler em sua Bíblia, ou na transcrição que vem a seguir na página… Cap. 22 - do vers. 01 até o v. 05 - Por estes versículos, o Apóstolo João transmite-nos a certeza do cumprimento das Promessas de Deus para o espírito humano. Promessa da felicidade indescritível que o ser gozará - tanto quando na carne quanto fora dela. Devemos observar que na carne o espírito sempre sofrerá limitações, porém, estará livre das situações angustiosas de hoje. Principalmente pelo fato de a alma e o corpo, naquela ocasião, assimilarem e obedecerem o comando do espírito; e a natureza ambiental deixar de ter a hostilidade que hoje imprime. Então, a alma e o corpo terão uma saúde mental e física praticamente perfeita, e o clima será bastante ameno. Sem os excessos de calor e de frio; e sem as turbulências catastróficas; as pestes; e os surtos epidêmicos, etc. E, principalmente, a Justiça; o respeito; a fraternidade; etc., predominarão de tal modo que os conflitos humanos praticamente deixarão de existir. Então, homens e almas estarão voltando ao Paraíso. A consciência de cada um estará no Éden, levada pela Graça e pela benção de Deus, as quais serão aceitas incondicionalmente pela alma e pelo homem. Isto ele acentua no Versículo 03 do capítulo 22, quando afirma: "E ali (na mente humana) nunca mais haverá maldição contra alguém..." "... e nela (Nota: na Terra e/ou na mente de cada um) estará o trono de Deus e do Cordeiro...". Isto é, o ser obedecendo estritamente as leis e a Vontade de Deus e de Jesus viverá em tal fraternidade e boa vontade com seus semelhantes, que não haverá possibilidade de conflitos angustiantes. "E os seus servos o servirão." Isto é, almas e homens; serão os colaboradores fieis na eterna

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Arvedus atividade da vida coroada pela alegria de viver, que é o principal desígnio de Deus. E ao mesmo tempo todos serão servos de boa vontade entre si. Todos cumprirão até os deveres de trabalho compulsório com alegria, coisa que poucos o fazem desde os primórdios até hoje. Acentua no vers. 04 do capítulo 22, que todos terão a faculdade de conhecer o rosto ou semblante de Deus. Creio que do mesmo modo que o Apóstolo viu, conforme relata nos capítulos 04 e 05; o Profeta Daniel viu, conforme relata no capítulo 07 do livro de Daniel. No vers. 05, o Apóstolo diz: "E ali não haverá mais noite..." Com isto ele está dizendo que na Terra, e na mente de cada um não haverá mais a angústia que conhecemos hoje. Creio que com estas explicações suscintas, mesmo o leitor pouco familiarizado com a simbologia literária aplicada por São João, entenderá as outras metáforas, e por conseguinte o texto todo destes três capítulos. Ao mesmo tempo terá uma visão mais clara de todo o livro do Apocalípse e do Novo Testamento. Reciprocamente, entenderá até os textos do Nostradamus, não obstante a escabrosidade literária que ele utilizou.

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Assim falou Nostradamus

ADMOESTAÇÕES E PROMESSAS FINAIS CONCLUSÃO

ressurreição. 6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele mil anos.

Não vejo necessidade de oferecer a interpretação dos versículos deste capítulo 22, que vão do número 6 ao número 21. Estão claros para qualquer pessoa. Só poderá passar despercebido por alguns, que o anjo - quem o Apóstolo afirma estar levando-o para ver e ouvir todas essas coisas é o próprio Jesus. E isto fica bem patente quando ele escreve no versículo 16: _ "Eu, Jesus, enviei meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas: eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandescente estrela da manhã." O "meu anjo" neste caso é o Apóstolo João.

Satanás é solto, e depois vencido para sempre.

Nota: O texto original do Apóstolo vem transcrito fielmente, a seguir, para o estudo em confrontação:

TRANCRIÇÃO DA BÍBLIA PARA ESTUDO EM CONFRONTO COM A INTERPRETAÇÃO

7 E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. 8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra. Gogue e Mogogue, cujo número é como a areia do mar, para os ajuntar em batalha. 9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu, e os devorou. 10 E o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.

O Juizo Final

Satanás é amarrado por mil anos Os fiéis reinam com Cristo Cap. 20 E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. 2 Ele prendeu o dragão a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. 3 E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo. 4 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. 5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira

11 E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. 12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriuse outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13 E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14 E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte. 15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

Os novos céus e a nova terra Cap. 21 e VI um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 E eu, João, vi a santa cidade, a Nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como

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Arvedus uma esposa ataviada para o seu marido. 3 E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. 4 E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. 5 E o que estava assentado sobre o trono disseme: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. 6 E disse-me mais: Está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. 7 Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. 8 Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.

A nova Jerusalém 9 E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. 10 E levou-me em espírito, a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. 11 E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de Jaspe, como o cristal resplandescente. 12 E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel. 13 Da banda do levante tinha três portas, da banda do norte três portas, da banda do sul três portas, da banda do poente, três portas. 14 E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. 15 E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. 16 E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o

seu comprimento, largura e altura eram iguais. 17 E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo. 18 E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro. 19 E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda. 20 O quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisopraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista. 21 E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. 22 E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. 24 E as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. 25 E as suas portas não se fecharão de dia,porque ali não haverá noite. 26 Ea ela trarão a glória e honra das nações. 27 E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. Cap. 22 E MOSTROU-ME o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. 2 No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. 3 E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. 4 E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome. 5 E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre. 6 E disse-me: Estas palavras são fieis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. 7 Eis que presto venho: Bem-aventurado

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Assim falou Nostradamus aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. 8 E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. 9 E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. 10 E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. 11 Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo; seja santificado ainda. 12 E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. 13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro. 14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. 15 Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. 16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas: eu sou a raíz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. 17 E o espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. 18 Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhe acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro. 19 E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro. 20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho, Amém. Ora vem, Senhor Jesus. 21 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.

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Arvedus

Interpretação do Capítulo VII, do livro do Profeta Daniel: OS QUATRO ANIMAIS SIMBÓLICOS Introdução: Conforme exposto nos dez tópicos da carta ao Rei Henrique, – o "fim dos tempos" significa o fim das más tendências humanas, ou melhor, o fim da predominância destas tendências; o fim da predominância do mau comportamento, individual e social, que tem ocasionado inusitada destruição dos valores morais e materiais da Humanidade, e em nossa época a predominância da injustiça atingiu o clímax. A Lei e a Justiça estão desvirtuadas, – ora por excessos de liberalismo, ora por excessos de severidade. A Consciência e a Sensibilidade estão muito inibidas, – ao que tange aos Direitos e Deveres, do indivíduo e da Coletividade. A Lei e a Justiça são instrumentos que existem com a finalidade de beneficiar ao todo, não obstante a disciplina que irreversivelmente é acionada por elas seja um fator desagradável e aparentar prejuízo. A Lei e a Justiça precisam e devem ser aplicadas com o bom discernimento, – não com licenciosidade. A própria Justiça Divina sabe ser justa com magnanimidade, mas quando o abuso excede os limites – Ela sabe ser severa. No livro do Apocalípse, capítulo 18, versículo 21, São João acentua este fato com uma alegoria marcante, quando escreve: – "E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será mais achada". Estamos nessa fase babilônia... Segundo Nostradamus, essa fase de injustiça e terror irá a seu clímax até julho de 1999, quando então se inicia a transformação e regeneração dos valores morais e materiais, e a Humanidade inicia um programa ordeiro e disciplinado de reconstrução através da Concórdia justa. Diz ele na Xª Centúria – quadra LXXII: "No ano mil novecentos e noventa e nove sete mês Do céu virá um grande Rei de assustar: Ressuscitar o grande Rei D'Angoumois, Antes depois Marte por boa sorte reinar." Estará ele falando da mó que o anjo vai jogar

em nossas cabeças? Em outras quadras Nostradamus mostrou com precisão - datas em que se dariam certos acontecimentos sociais, e tais acontecimentos foram sendo confirmados. Para nossa época essa previsão já se evidencia. Através de acontecimentos passados e presentes distinguem-se por simples análise e observação dos fatos que essa data marcará o ponto crítico da transição da desordem para a Ordem, da degeneração dos costumes para a regeneração deles. Se os dizeres desta quadra apresentam-se um tanto nebulosos – podemos clareá-los assim: No ano de 1999, mês de julho, sucederão acontecimentos jamais vistos, embora previstos e alertados no correr dos séculos, através de profetas e cientistas. Os Poderes Celestes entrarão em ação com determinação necessária, embora surpreendente, e essa ação receberá reações humanas e ambientais, sujeitando o Mundo a calamidades e hecatombes. E tais acontecimentos surpreenderão e assustarão a todos os que não abriram os olhos e ouvidos do entendimento para os alertas dos Santos e Homens. Isto se dará "antes" que o poderio belicoso (Marte) desenvolvido pela Humanidade entre em domínio irreversível, e "depois" de os belicosos terem chegado ao ápice do abuso. Na quadra LXXIII ele comenta que um grande Ser Celeste (jovialista) – do Monte Jovis romano, com significado relativo ao Monte Sião de Israel – o qual representa a Justiça Divina na Terra, e apoia a Justiça terrena, cuidará do julgamento ideal para as ações necessárias. Xª Centúria – quadra LXXIII: O tempo presente com o passado, Será julgado por grande Jovialista: O mundo tarde lhe ficará fatigado, E desleal pelo clero jurista. Entendo que por esta quadra ele quer dizer que o grande Tribunal Celeste já está instalado em nossos tempos, e já está acionando uma forte inspiração dirigida às mentes dos Legisladores e Magistrados e Chefes Religiosos no sentido de reestruturarem as leis vigentes e torná-las mais eficazes contra os abusos e más interpretações, e decisões injustas, em âmbito nacional e internacional. Que a precariedade das leis vigentes proporcionam desgraças em todos os sentidos, e os povos já estão fatigados

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Assim falou Nostradamus com a situação reinante. Ao mesmo tempo os povos tornam-se desleais aos bons costumes por aproveitarem dos precedentes facultados aos seus interêsse imediatos. Um dos casos patentes hoje é o das leis do aborto, a qual inocenta os abortistas – proporcionandolhes a liberdade de assassinar milhões e milhões de crianças, as quais receberam da Divindade o Direito de nascer. Porém, certos médicos, parteiras e outros empregados coniventes, e também os pais arrostam a lei Divina do Direito de Nascer supondo estarem livres do castigo por estarem velados por leis fantasiadas de direito humano de fugir das responsabilidades que o gozo do sexo proporciona. E há os casos dos terroristas que compõem os grupos guerrilheiros, os quais assassinam e destróem desbragadamente, e depois têm ainda o desplante de reivindicar os benefícios dos "direitos humanos". E alguns tíbios governantes ainda até conferem aos lideres – altos cargos na política e no Governo. As promessas do Cristo para o Bem Estar da Humanidade já começam a se realizar. As almas e homens que se deleitam em suas atividades satânicas engolirão seus próprios vômitos... Pois bem. Vamos agora às profecias de Daniel. Para o melhor aproveitamento queira o prezado leitor apanhar sua Bíblia e estudar o seu texto em confrontação com esta interpretação que lhe ofereço. Na ausência da Bíblia, confronte com o texto transcrito que se segue – na página ... CAPÍTULO SETE – OS QUATRO ANIMAIS SIMBÓLICOS Preâmbulo: Inicialmente devemos observar que os quatro animais simbólicos apresentados por Daniel correspondem aos quatro animais relatados pelo Apóstolo João, no Apocalípse, capítulo 4 (Os quatro cavaleiros). Aliás, São João teve sua visão a mais ou menos 700 anos após Daniel, e o registra talvez com o intuito de mais uma vez confirmar os Profetas, as profecias de Jesus e de seus Apóstolos. Escrevo em empatia com Daniel, descrevendo e explicando, sintéticamente, a sua visão: Cap. 7. - v.1: Estando eu na cidade de Babilônia, no primeiro ano de Baltazar, deitado em minha cama tive uma visão das coisas que passo a relatar. Não foi um sonho comum, mas sim uma visão grandiosa e racional

mostrada ao meu espírito, cujas faculdades de inteligência e sentimentos não tem as limitações do cérebro, e meu cérebro registrou tais conhecimentos em símbolos de grande simplicidade, mas de difícil entendimento, em virtude das limitações do cérebro humano em sua limitada capacidade de conhecimento das verdades da vida espiritual, e mesmo das coisas materiais. Porém, fatos que irão sendo experimentados e conhecidos pelos homens no decorrer dos tempos. Embora eu tenha recebido de Deus – faculdades excepcionais para conhecer muitas coisas que não foram dadas ao comum das pessoas do meu tempo, estas ciências surpreenderam e me confundiram, e isto ocorrerá a muitos que lerem meus escritos. E poucos compreenderão, mesmo no futuro quando as ciências humanas já terão evoluido bastante. 7-2: Foi me dado ver em um todo – a natureza da Terra em seu âmbito ao que chamo por "mar grande", isto é: - a esfera da terra, de águas, de ar que compreende a atmosfera, e a estratosfera; todas intercambiando as suas forças energéticas em atividade centrífuga e centrípeta. Pois que são esferas dotadas de energias distintas, isto é, mais sutis e menos sutis, e suas forças se interpenetram. Outrossim, são esferas concêntricas em relação ao centro da Terra, e suas camadas distintivas transparecem em circulos superpostos, como que flutuando uns sobre os outros, desde a pirosfera até a estratosfera. Observando atentamente a grandiosidade dessas esferas em movimento exuberante de trocas e transformações, de estado e de ação, eu via tudo isso como um formidando combate no entrechoque dos quatro ventos do céu. Cap.; 7.3: Eis que desse universo maravilhoso surgem quatro animais enormes, de cuja visão fiquei aterrado. Só mais tarde pude raciocinar e entender que eram figuras alegóricas para simbolizar ciclos de evolução do espírito, do homem, da humanidade, e do ambiente da Terra. Que o quarto animal vem simbolizar a engenhosidade humana no uso do ferro e dos metais na conformidade do progresso científico e tecnológico para usufruir das dádivas Celestes prodigalizadas por Deus, o Criador da Terra e de todas as coisas. Cap.; 7.4: O primeiro animal representa o Espírito humano com suas potencialidades. É aqui simbolizado pelo leão, o qual usa suas forças com engenhosidade

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Arvedus adequada para conquistar o suprimento adequado às suas necessidades. As asas de águia representam as forças do pensamento humano. Quando o Espírito humano prende-se ao corpo pela encarnação as suas potencialidades mentais tornam-se limitadas, então a limitação causada pelo cérebro é como se as asas de águia fossem arrancadas. O mesmo se dá com sua capacidade de sentimento. Então o homem tem a sede da inteligência na cabeça, e a sede do sentimento no coração. Embora a Inteligência e o Sentimento fiquem individuados no homem, e tenham sua atuação restringida, com relação ao infinito, possuem a faculdade de influir no conjunto da Coletividade por intercâmbio de comunicação psíquica e física. Cada pessoa atua como uma pequena estação de televisão em intercomunicação inteligente e sentimental com o todo. Atinge espaço mais amplo, ou também menor, segundo ao seu padrão vibratório átomo-sentimental, isto é, em ondas longas, curtas e super-curtas. Entretanto, sua capacidade de visão, recepção e transmissão, fica muito aquém da capacidade da alma não encarnada ou anjo. Algumas pessoas como Daniel, São João, São Paulo recebem a capacidade de ver e se comunicar em maior expansão. E assim relatam suas experiências e conhecimentos para serem aproveitados pelos demais. O mesmo ocorre com os sábios, cientistas, e santos em seus trabalhos específicos em favor do progresso conjugado em todos os setores da vida. Cap.; 7.5: Vi outro animal, semelhante ao urso, o qual simbolizava o homem carnívoro, isto é, o homem que foi criado com a determinação de alimentar-se de frutas e produtos vegetais, mas que por força de circunstâncias e vícios passou a alimentar-se também de carnes. Tornou-se então necessário que os Celestes elaborassem uma dentição com tres ordens de dentes (molares, incisivos e caninos). A Providência Divina aceitou essa aberração, - segundo a sentença relatada por Daniel: - "Levantate e come carne em abundância". Nota: Quero lembrar um fato estatístico bastante curioso: uma pessoa que viver 70 anos, e comer em média 200 gramos diários de carne, terá comido ao redor de 5.000 quilos de carnes, o que corresponde a uns 15 bois. Há quem come bem mais que isto. Ingerindo 500 gramos diários de alimentos - terá

ingerido 12.775 quilos deles. Bebendo um litro de água por dia - terá ingerido 25.000 litros de água. Cap.; 7.6: Depois disto vi outro animal semelhante ao leopardo com quatro asas e quatro cabeças e foilhe dado o poder. Nota: Entendo que o profeta está mencionando as quatro faculdades inteligentes do homem, isto é, a intuição, intelecto, instinto e sensibilidade. Por quatro asas de um pássaro creio que são quatro glândulas e/ ou dispositivos do cérebro que processam os pensamentos. Como o leopardo aparenta as tendências de violência, astúcia, ardil, flexibilidade, ferocidade, insensibilidade pelas suas vítimas, entendo que neste caso ele representa essas tendências do homem, que nos são familiares por experiência e análise. Outrossim, o poder individual e coletivo tem sido fundamentado nessas tendências, o que vem confirmar esta simbologia do profeta, e de outros. Cap.; 7.7: Depois disto, prosseguindo na contemplação vi outro animal, terrível e espantoso, o qual simbolizava a industrialização do ferro e outros metais que deveriam entrar na composição da tecnologia humana aliada a todos os setores de produção, transportes e comunicação. Mantenho o relato sintetizado e profetizo seu evento maciço, e também o desenvolvimento científico previamente elaborado pela Providência Divina em favor do progresso necessário ao conforto dos homens. Contudo, antevejo que levados pelas más tendências, os homens farão mau uso das ciências que lhes são proporcionadas por Deus. O que lhes é doado para construir - usarão para destruir. Este meu relato tem a finalidade de esclarecer e alertar, e o faço na esperança de ser entendido e atendido, pois se de um lado o produto da tecnologia trará um prodigioso bem estar, por outro lado será um monstro cruel para desgraçar a humanidade. Então, apresento os artefatos de ferro e metais como um monstruoso ser vivente acionado pela mente e as mãos dos homens. Considere como poderosos dentes de ferro: - as engrenagens, polias e rodas das máquinas e veículos nas suas ações construtivas e destrutivas. Os dez chifres e também o pequeno chifre que repontará e arrancará tres deles representam a totalidade das atividades psíquicas e físicas da humanidade, secundadas pelo poder dos artefatos que

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Assim falou Nostradamus ela terá para manejar - na conformidade dos seus méritos ou deméritos. O 11º chifre simboliza mais especificamente os canais de comunicação - pela fala, escrita e imagens; apoiados por todos os equipamentos e acessórios físicos e tecnológicos que envolvem os sistemas de comunicação, e inclusive os do sistema de transportes. Eu via que este novo sistema "arrancava" substituia tres outros sistemas de comunicação, transportes e costumes por sistemas de grande velocidade - tanto físicos quanto psíquicos. Neste contexto, por um lado trazia um progresso fabuloso, e por outro lado facultava uma decadência impressionante. Nota: Devemos lembrar que esta profecia não leva uma intenção de a Divindade pré-determinar a decadência moral e os movimentos destrutivos para castigar a Humanidade. Ela pré-determina os planos de progresso. O que seria de nossa Humanidade de hoje com os seus seis bilhões de pessoas no Mundo, e quiçá dos 50 ou 100 bilhões que estarão vivendo aqui nos próximos 2000 anos - se tal progresso, e o mais prodigioso ainda do futuro não fossem realizados? Nota: Para se entender as referências do profeta no vers. 8 a seguir é preciso saber que :olhos" simbolizam centros e fulcros de inteligência.

de Deus e do Cristo. Esta descrição é reiterada pela visão de São João Evangelista, relatado no Apocalípse, cap. 01, vers. 13 a 16 quando este se encontrava na presença de Jesus Cristo e de Deus.

Cap.; 7.8: Eu estava contemplando e analisando o processo de ação organizada desses sistemas de poder (chifres ou pontas) e eis que do meio deles surgiu um sistema organizado de comunicação que anulou tres outros, pois aparentando um pequeno poder físico na realidade difundia grande poder de inteligência Humana. Seus artefatos pareciam possuir fulcros de inteligência, e bocas a falar com insolência em prejuízo da mentalidade humana, e falava também com grandiosidade. Nota: Entendo que por este versículo Daniel está profetizando a atividade grandiosa da televisão, rádio, revistas, jornais, computadores, etc., os quais atualmente estão sendo mais utilizados para difundir idéias de violência, fraude, beligerância e toda sorte de corrupção - do que para divulgar idéias construtivas e benéficas. Cap.; 7.9: Estava eu atento ao que via e ouvia, e em certo tempo foi determinado que a hierarquia Divina assumisse o comando (tronos), e Deus (Ancião de muitos dias) assumiu o comando da Terra e diminuiu o livre-arbítrio dos homens. Nota: Vem em sequência uma descrição dos atributos

Cap.; 7.13: Eu estava ainda observando estas coisas e eis que vi um Sêr - como o filho do homem, que vinha célere pelo espaço (Jesus Cristo, o filho do homem, segundo os Evangelhos), e chegou à presença de Deus, e a Ele foi apresentado solenemente.

Cap.; 7.10: O solo em que Ele se encontrava parecia a um impetuoso rio de fogo, semelhante ao horizonte ao despontar da aurora; eram milhares os anjos que o serviam, e milhões de milhões de almas encontravamse diante dele. E iniciou o julgamento dos homens e almas do âmbito da Terra. Cap.; 7.11 e 12: Eu analisava atentamente o resultado das palavras arrogantes disseminadas pelo poder do sistema de comunicações. Vi que as más tendências humanas tiveram sua ação neutralizada. ("Como se o animal fôra morto"), e as lembranças de tais blasfêmias foram apagadas das mentes como que se houvesse sido queimadas pelo fogo; e vi também que as outras más tendências simbolizadas pelos outros animais foram neutralizadas e já não tinham mais poder sobre as virtudes dos homens, e que a duração dessas tendências tinham um final estabelecido, mas seriam suprimidas paulatinamente pelo correr de alguns tempos.

Cap.; 7.14: E Deus o ungiu com o Poder, a Honra e a Responsabilidade de reinar; e todos os seres humanos e todas as almas e todos os seres celestiais radicados na Terra ficaram obedientes ao seu governo; e o seu poder é um poder eterno que jamais lhe será tirado; e o seu reino jamais será destruido. Cap.; 7.15: Meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me espantavam. Cap.; 7.16: Aproximei-me de um Sêr que estava perto e pedi-lhe a verdade sôbre o que via. Ele me fez saber a interpretação das coisas, e disse: Cap.; 7.17: Estes quatro grandes animais simbolizam quatro ciclos evolutivos da Terra e sua Humanidade.

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Arvedus Cap.; 7.18: Mas os Santos do Deus Altíssimo, que perfazem a Hierarquia da Providência Divina receberão o reino e entrarão na posse do mesmo reino até a consumação física da Terra (Nota: - biliões de anos), e serão partícipes pela eternidade, Cap.; 7.19 e 20: Depois disto, quiz eu diligentemente me informar sobre o quarto animal, que era diferente de todos os outros, sobremaneira apavorante, cujos dentes e unhas eram de ferro e metais, e que devorava e despedaçava e calcava aos pés o que sobejava. E quiz também me informar dos dez chifres que tinha na cabeça, e de outro que lhe viera de novo e ao repontar arrancou tres outros chifres. Deste chifre que tinha olhos e tinha uma boca que falava com insolência, e que se fez mais poderoso que os outros. Cap.; 7.21: Eu olhava e observei que aquele poder inteligente lutava contra os justos e prevalecia sôbre eles. Cap.; 7.22: Até que veio Deus e sentenciou a favor dos santos de Deus Todo-Poderoso. Então chegou o tempo pré-estabelecido e os santos receberam o reino da bondade que lhes tem sido prometido. Cap.; 7.23: Ele falou assim: - O quarto animal será na terra o quarto ciclo evolutivo (nota:- hoje conhecido por Idade do Ferro), que será maior que todos os outros reinos. Pelo mau uso do seu poder pelos homens, devorará a terra e a calcará aos pés, e a despedaçará por força dos artefatos destruidores criados pelos homens.

do Altíssimo, e imaginarão poder mudar os planos Divinos adredemente elaborados para a evolução da Terra e de sua Humanidae. Desobedeçerão e desrespeitarão as Leis Divinas. Os justos ficarão entregues ao seu alvitre até o tempo necessário estabelecido pelo Senhor do Mundo. Cap.; 7.26 e 27: Depois desse tempo, e no grande momento adequado, o Poder Celeste usará de suas prerrogativas e atuará com justa determinação. Fará um julgamento seletivo, neutralizará o poder nocivo cultivado pelos homens e almas perversos, e tal poder nocivo não poderá ressurgir por todo o sempre – enquanto o Planeta existir. Daí em diante imperará o poder da justiça e da bondade, e da obediência ao Deus Altíssimo e aos seus santos. Desde então a nova Humanidade ("Nova Jerusalem") receberá um novo direito ao livre-arbítrio em razão de ter conquistado maior capacidade de bom senso, o qual será cultivado e cada vez mais aprimorado pelos homens e almas da Terra enquanto ela existir por mais alguns bilhões de anos, e pela eternidade – pelos espíritos que a ela terão estado radicados. Cap.; 7.28: Aqui terminou o que me foi dito. Eu, Daniel, fiquei muito pertubardo pelo que vi e ouvi, e todo o meu entendimento foi transformado; mas conservei os conhecimentos proporcionados por essas visões profundas das coisas, isto é, da natureza humana e ambiental da Terra, e mais as visões dos páramos celestiais que me foram dados a conhecer ainda nesta minha vida humana.

Cap.; 7.24: Os dez chifres significam dez ciclos de tempos nos quais os poderes organizados pelos homens serão acionados coletivamente com fraudulência; e depois deles será desenvolvido esse poder já mencionado - quando os homens colocarão a inteligência nos artefatos e usarão os equipamentos e dispositivos para destruir as coisas, e para corromper os costumes através dos seus canais de comunicação, máquinas e veículos. Essa Idade do Ferro será mais poderosa do que todas as outras anteriores, e suplantará em poder as tres mencionadas, isto é, a Idade da Pedra, Idade da Madeira, e a Idade do Cobre. Cap.; 7.25: Nessa Idade do Ferro os homens falarão e atuarão insolentemente contra o Excelso, como nunca fora feito antes. Atropelarão os santos e os justos

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Assim falou Nostradamus

TRANSCRIÇÃO DA BÍBLIA Do Capítulo 7 do Profeta Daniel Para estudar em confronto com a Interpretação

A visão dos quatro animais simbólicos Cap. 7 - No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho, e relatou a suma das coisas. V. 2 - Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu combatiam no mar grande. V. 3 - E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. V. 4 - O primeiro era como leão, e tinha asas de aguia; eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem; e foi lhe dado um coração de homem. V. 5 - Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foilhe dito assim; Levanta-te, devora muita carne. V. 6 - Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. V. 7 - Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez pontas. V. 8 - Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequana, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente. V. 9 - Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo de sua cabeça como a limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. V. 10 - Um rio de fogo manava e saia de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-

se os livros. V. 11 - Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que provinha da ponta; estive olhando até que o animal foi morto e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo. V. 12 - E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes dada prolongação de vida até certo espaço de tempo. V. 13 - Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. V. 14 - E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será destruído. V. 15 - Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me espantavam. V. 16 - Cheguei-me a um dos que estavam perto, e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isto. E ele me disse, e fez-me saber a interpretação das coisas. V. 17 - Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra. V. 18 - Mas os santos do Altíssimo receberãp o reino e possuirão o reino para todo o sempre, e de eternidade em eternidade. V. 19 - Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés os que sobrava. V. 20 - E também das dez pontas que tinha na cabeça, e da outra que subia, de diante da qual cairam três, daquela ponta, digo, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cujo parecer era mais firme do que o das suas companheiras. V. 21 - Eu olhava, e eis que esta ponta fazia guerra contra os santos, e os vencia. V. 22 - Até que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuiram o reino. V. 23 - Disse assim; O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. V. 24 - E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.

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Arvedus V. 25 - E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo; e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. V. 26 - Mas o juízo estabelecer-se-á e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim. V. 27 - E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão. V. 28 - Aquí findou a visão. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me espantavam, e mudouse em mim o meu semblante; mas guardei estas coisas no meu coração.

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Assim falou Nostradamus

Interpretação do Capítulo 5 do Evangelho de São Marcos O ENDEMONINHADO GADARENO Antes de iniciar a interpretação devo avisar de que estou colocando a seguir uma transcrição fiel deste capítulo – a fim de o leitor ler ou estudar o assunto em confrontação, sem o que a interpretação torna-se precária. Vide transcrição após a interpretação. Outrossim, acho por bem colocar esta interpretação neste livro, principalmente pelo motivo de este capítulo apontar com exatidão a data em que termina o ciclo em que o mal tem tido predominância, e ao mesmo tempo é iniciado o predomínio do Bem. Pois, variadas profecias e informações espirituais afirmam que – nos arredores do nosso ano 2000 e início do ano 2001 terá início a regeneração da mentalidade moral humana. O versículo 13 expressa essa data entre parênteses: (eram quase dois mil), como pretendo demonstrar. Creio que Nostradamus deve ter-se baseado neste capítulo profético ao afirmar categoricamente na quadra 72 da Xª Centúria – que haverá um sinal extraordinário nos céus, no mês de julho de 1999. Interpreto versículo por versículo a fim de facilitar para o leitor, tanto a leitura quanto a análise por confrontação entre o texto original de sua Bíblia, ou texto que transcrevo fielmente – com o texto desta interpretação. Devo mencionar que o capítulo anterior com o título: "Jesus acalma a tempestade" (vers. 35 a 41) informa que Jesus e seus discípluos deixaram u'a multidão e atravessaram de barco para a outra banda do mar. Que durante a travessia ordenou ao vento e ao mar que se acalmassem, e eles se acalmaram imediatamente. Depois chegaram à província de Gadar. Esotericamente, este trecho está mencionando que Ele e eles estavam deixando os páramos celestiais e estavam atravessando para a banda da Terra. E, o capítulo 5 dá continuidade ao fato, como passaremos a analisar. O leitor observará que o sentido esotérico casa

bem com o sentido exotérico dos textos. Verificará que, sempre, os escritores bíblicos fazem uma crônica de um fato real, cuja estória verídica traz um ensinamento exotérico, a altura dos conhecimentos de qualquer pessoa; e ensinamentos esotéricos, isto é, ensinamentos ocultos ou subentendidos dotados de maior amplitude de fatos implícitos a aqueles que possuem o dom de interpretar. E, tornam-se explícitos a qualquer pessoa quando ela se dedica a estudar ou analisar. E muitas pessoas interessadas e esforçadas acabam aprendendo a interpretar por si mesmas. Neste livro, eu tenho a intenção de auxiliar tais pessoas, por isto procuro esclarecer até com certo exagero. Na realidade o dom da interpretação é comum a todas as pessoas. Só depende de gosto e de esforço, da mesma forma em que se aprende gramática, matemática e qualquer outra ciência. Nas boas Sociedades Ocultas, Rosacruzes, Teosóficas e outras, encontram-se Mestres com dom e alta capacidade para interpretar escritos sagrados. Não obstante, tenho visto muitos Pastores Evangélicos e Padres Católicos apresentarem extraordinárias interpretações dos textos bíblicos – em seus sermões nos púlpitos. É uma pena que não escrevem em livros, a fim de as pessoas interessadas terem em mãos as variadas interpretações de cada texto. Embora tais variações possam ocasionar divergências, acredito que viriam beneficiar muita gente, e beneficiar principalmente os mestres e sacerdotes entre si para levá-los a maior expansão dos resultados. Veja-se o caso da interpretação de Nostradamus. Segundo uma relação apresentada pelo Sr. Fontbrune, em seu livro consta mais de cem intérpretes. Alguns tentando corroborar as profecias dele por linha exclusivamente histórica (cuja linha discordo, inclusive a do Sr. Fontbrune), outros por linha filosófica, e outros por linha reencarnacionista. Fora os apontados por ele existem muitos outros. Entretanto, nem nas boas bibliotecas encontrei os tais por linha filosófica e/ou espiritualista.Só tenho em mãos os cinco apontados no item "bibliografia". É pena. Pois bem. Vamos a interpretação: Cap.5 – vers. 1 e vers. 2: Estes dois versículos representam, esotericamente, que Jesus ao chegar a Terra encontrou u'a Humanidade dotada de mentalidade grosseira, perversa e cruel. (mentalidade,

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Arvedus ou espírito imundo). Nota: – Do texto : – "sepulcros" significa cérebros, corpos, cidades, casas, considerando-se-lhes com mau ambiente mental. Neste caso este homem representa a facção perversa da Humanidade, cujos componentes levados pelas paixões dos interesses materiais comportam-se como loucos, e assim sendo, nem as cadeias da lei, nem os grilhões da Justiça os podem obstar. Cap. 5 – v. 3 e 4: Para o reencarnicionista, esse homem representa também, os homens cujas almas danadas saem dos "sepulcros", isto é, já estiveram encarnadas muitas vezes, sofreram muitas vezes as consequências do mau comportamento contra as Leis Divinas e Humanas, desobedeceram os padrões das leis e da justiça (cadeia e grilhões) e continuam tresloucadas, e ninguém consegue amansá-las. Continuam delinquindo por séculos e milênios, tanto quando na carne quanto no mundo das almas. (Nos infernos e purgatórios). Cap.5 – v.5: E assim a alma humana anda pela vida, nos seus dias e noites (encarnadas ou desencarnadas), entre a Coletividade Humana ("mentes") e pelos sepulcros (no além sepulcro), clamando e ferindo a sua consciência com o resultado do seu mau comportamento ("ferindo-se com pedras"). Nota: S. Marcos diz: – "Com pedras". Não diz – nas pedras. Portanto, fere-se com a reação dos seus próprios atos. Cap. 5 – v.6 e 7: Quando o homem entende as mensagens e ensinamentos de Jesus, ele se apressa a adorá-lo. Porém, no seu íntimo uma voz forte dos maus hábitos o faz recuar e clamar intimamente: – Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altissimo? Conjurote por Deus que não me atormentes. Nota: Quantas vezes a gente passa por esse tipo de reação! não é? Os preceitos evangélicos atormentam a consciência do pecador, assim como um fogo forte atormenta as cobras no antro escuro. Para as pessoas e almas amorosas e disciplinadas as sentenças evangélicas são como árvores frutíferas e flores perfumadas a beira do caminho da vida. Para as perversas tais sentenças transparecem sempre como um dedo acusador em riste. Um tormento!

Cap.5 – v.8: Porque, o Cristo, ao dizer: "Sai deste homem, espírito imundo", a mente humana sofre o pavor de perder o deleite dos prazeres a que está viciada. Para ela, não habituada com as virtudes, estas parecem tediosas. Então ela pensa: "o tédio é maior tormento do que os males que possam me atingir por reação ao mau comportamento. Daí advêm as reações pela rogativa citada no versículo 10. Cap. 5 – v.9 e 10: Nestes dois versículos, S. Marcos nos fala das más tendências humanas. De uma Legião de más tendências que povoam a mente conjugada do homem e da alma. Sôbre as quais Nostradamus comenta em muitas de suas quadras. Essas tendências, as centenas, que são apontadas, vistas, sentidas e acionadas a todos instantes, e estão catalogadas em ordem alfabética nos dicionários, como por exemplo: o egoismo, a ganância, a avidez, o medo de perder os bens materiais que se tenha conseguido – e outros medos, a ambição pela fama, poder e riquezas, etc. Todas as tendências ruins atuam em nossas mentes como seres vivos inteligentes, – por atuação dos gens, dos cromossomas, dos vírus, e enfim de todos outros microorganismos que invariavelmente atuam sôbre o complexo processamento mental da inteligência humana. Evidentemente, ao lado das tendências virtuosas. As más tendências não querem perder a hegemonia na província (no cérebro). Razão da rogativa do personagem desta crônica. Os filósofos gregos compreenderam bem este fato e os classificaram em sua mitologia: as virtudes e os defeitos humanos, respectivamente, por deuses, semi-deuses e heróis; e por demônios, vilões, figuras de metade- homem e metade-animal, e monstros. Encontramos então os mitos da Hidra de Lerna, o Minotauro, a Medusa, reis e príncipes vilões acompanhados por seus sequases, etc. representando os defeitos humanos enquistados no cérebro, em luta constante contra as virtudes que atuam ao redor do trono do espírito, que também vive alí, no centro do cérebro. Do outro lado encontramos Apolo (espírito Humano), Hércules, Perseu, e outros, representando as virtudes em sua luta contra os defeitos, fraquezas e más tendências. No Bagavad Gita vamos encontrar Krishna (espírito humano), e Arjuna (homem e/ou alma humana) com seus exércitos de virtudes regeneradoras.

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Assim falou Nostradamus Do outro lado as Legiões inimigas com suas tendências e ações viciosas e degenerantes.

ser o "Filho do Homem", não obstante ser um sublime Filho de Deus: – o Cristo!

Cap. 5 – v.11 e 12: Estes dois versículos, alegoricamente, põem em evidência mais uma Lei Divina, fundamental para a evolução do espírito humano. Evolução individual e ao mesmo tempo coletiva. ",,, uma grande manada de porcos" representa a humanidade. "...pastando no monte" representa a Humanidade composta de almas e homens vivendo na Terra e nos seus arredores. Tal Lei Divina especifica que o espírito e/ou alma nasce inocente, da mesma forma em que uma criança nasce inocente. Na conformidade em que a inteligência do espírito vai crescendo através de múltiplas reencarnações na Terra, e ressurreições nos mundos invisíveis para nós, e que circundam o Planeta, ele vai assumindo maior responsabilidade individual no processo de viver e conviver. Portanto, o princípio é idêntico ao da criança, que nasce inocente e vai sendo sujeita a maior responsabilidade, na medida em que sua inteligência e capacidade física vão crescendo. Por tais conjunturas as almas possuem o Direito e a faculdade de pedir ao Pai deixar-lhes reencarnar (entrar nos porcos) segundo a Lei determinada com a devida misericórdia de Deus. A existência de almas virtuosas e almas perversas é fato inconteste. Porém, ambas gozam dos direitos – na conformidade com os seus méritos individuais; e também sujeitas aos méritos coletivos. Por tal razão, os textos bíblicos colocam as almas em metáforas (cordeiros, ovelhas, e, lobos e porcos). É uma questão de eloquência literária e verbal, para dar maior ênfase ao assunto, com o mínimo de palavras. Jesus, nos textos, é cognominado por "Cordeiro de Deus"; "Leão de Judá"; "Estrela da Manhã"; "Filho do Homem". Tenho a convicção de que o corpo humano é uma estrutura valiosa para o espírito. A alma, idem. Muitas pessoas tem o péssimo hábito de julgar o corpo humano por instrumento de desgraça do espírito. Erro crasso. Razão pela qual prolongo estas considerações. Jesus coloca o valor do espírito e do corpo nos têrmos justos, quando assevera: "O espírito é forte, mas a carne é fraca". Costumava declarar com orgulho o fato de

Cap. 5 – v.13: Então, Jesus permitiu que a Legião saisse e aqueles espíritos imundos entraram nos porcos, e a manada precipitou-se por um despenhadeiro no mar, e se afogaram. (...eram quase dois mil). Comentário: Em sentido literal e exotérico este versículo é muito esquisito, e até infantil, embora justificável por uma série de argumentos relativos ao corpo do texto, – como simples crônica. Até mesmo um reencarnacionista menos avisado pode argumentar que a alma do tal homem pode ter encarnado anteriormente e ter sido uma pessoa influente e muito má. E agora aquela Legião seria composta de almas vingativas que passaram a lhe martirizar. Argumento viável! Porém, deixa grande dúvida, principalmente em se considerando que Jesus, – o Cristo Regente da Humanidade, terá tido poder mais que suficiente para retirar tais almas do corpo do personagem e ordenar aos seres de sua imensa hierarquia que os levassem aos recantos adequados existentes nas regiões purgatórias, ao invés de introduzí-los nos porcos. Outrossim, sendo Ele – Justo não praticaria a injustiça de causar tamanho prejuizo ao dono dos porcos! Então, somos levados a conclusões lógicas: – S. Marcos utilizou um acontecimento real e montou a crônica com ensinamentos esotéricos e exotéricos, que podemos interpretar pelo conjunto das figuras anfibológicas. Isto é, somando-se as idéias de vários sentidos que as palavras e sentenças representam em figuras literárias. Portanto, é a crônica de uma pessoa que estava possuida por demônios (almas e/ou tendências malignas). Se fosse apenas isso, Jesus o teria curado simplesmente, como o fez a vários endemoninhados, e mais uma vez estaria confirmando a sua capacidade de poder e de bondade para ser devidamente propalado, mormente porque neste caso havia perto de duas mil almas obsessoras. Ao mesmo tempo S. Marcos está afirmando que uma pessoa pode ser obsediada por um número indefinido de almas ruins. Em contra-parte podemos considerar que a pessoa pode ser gratificada com o amparo de muitas

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Arvedus almas boas, pelo mesmo sistema de influência mental. Outrossim, ele nos dá uma lição de um fato psíquico. Isto é, da faculdade que o cérebro humano e o cérebro da alma possuem de arregimentar a ação das más tendências para criar um inferno na cabeça do ser humano. Cujo número de tendências pode alcançar quase dois mil. Por um dicionário pode-se catalogar tais tendências e/ou defeitos, e/ou males. Tanto psíquicos, quanto físicos, e também ambientais. Devemos observar que os acidentes e desastres provocados pela natureza ambiental motivam sofrimentos. Figurativamente, também são "demônios" que fustigam a pessoa. Continuando – vamos agora analizar a parte esotérica ou subentendível da crônica, a qual se refere, mais especificamente, às almas; e ao sentido profético. Para melhor entendimento devo repetir que Deus, com plena Sabedoria terá criado eternamente: espíritos corporificados e individualizados por uma forma animada por ele (espírito), cuja forma é de natureza sutil e sublimável, pois é composta por energias sutis adequadas ao espaço ou ambiente em que o espírito esteja vivendo na ocasião, e de acôrdo com as necessidades de manifestação dele. Do mesmo modo terá criado o corpo humano de natureza densa ou material para a morada provisória do espírito, o qual é instrumento valioso e impreterível para a evolução do espírito – até que este alcance o estágio virtuoso de poder e de sabedoria que o situarão nas categorias dos anjos e arcanjos. Jesus assevera em um versículo lacônico: "Sois deuses". (vide o evangelho de S. João, cap. 10, vers. 34). Até onde as informações levam-me a conhecer, o nosso Cristo, Jesus, o Filho do homem, foi ungido por Deus, o Criador da Terra – para ser o Regente da Humanidade "até a consumação dos séculos". Pois bem. Deus cria os planetas para que os espíritos e/ou almas os povoem. E, eles os povoam em dois universos paralelos e concêntricos. Um universo denso ou material, e outro de natureza sutil, o qual os nossos sentidos sentem mas não enxergam. Então a alma encarnada tem a faculdade de sentir e enxergar a vida neste mundo denso na figura de homem. Desencarnada, é a alma humana, em vida

semelhante, porém, com horizontes mais amplos de visão e sentimentos propiciados pelo meio ambiente sutil e menos limitante para os seus sentidos e atividades. Da mesma forma em que o corpo do planeta é constituido por sete esferas e/ou circulos concêntricos, superpostos na conformidade com o peso específico de cada camada, – a alma também tem o corpo constituido por correspondentes energias emanadas do planeta, Do mesmo modo o corpo humano, com suas energias adensadas e as sutis. Quando desencarnada, o peso específico deste corpo do espírito varia de acôrdo com a evolução da inteligência e da moral conquistadas pelo espírito. Nestes têrmos, quando desencarnado, o espírito e/ou alma tem a faculdade de viver nas esferas menos sutis, ou mais sutis, e a capacidade de viajar celeremente no círculo de peso específico correspondente ao seu, e também pelos círculos de baixo, embora constituidos de energias mais adensadas. Quando conquista o direito de viver na esfera de energias sublimadas ao máximo – terá alcançado a natureza angelical, o Céu, o qual é ainda o último círculo da Terra. Portanto, é um universo angelical terreno, que faculta ao espírito reencarnar, – se e quando for necessário para ele. Caro leitor: – estou prolongando estas considerações por dois motivos: 1.) – para fundamentar o amplo sentido da crônica em pauta. 2.) para corroborar o fato de que o exposto envolve a essência da Filosofia de vida dos textos bíblicos, e fundamenta os princípios da vida humana. Outrossim, faço-o com a intenção de favorecer o entendimento dos textos de Nostradamus, mais complexos, que antecedem este texto. Esta crônica dá ênfase ao tipo de alma e/ou almas em situação de precariedade moral e de precária inteligência, que povoam a Terra; na carne e fora dela. Com a restrita menção: (eram quase dois mil) S. Marcos inspira-nos a compreender uma situação em que a Humanidade chegaria nas proximidades do ano 2000, a qual é a situação visível nestes nossos dias. Não vamos entender com isso que todas as pessoas de hoje sejam demônios encarnados. Tanto em nosso universo quanto no universo paralelo, das almas, – anjos e demônios convivem; no eterno mistér da evolução mental e física. Baseados no conceito maniqueista, da luta entre o Bem e o mal, podemos considerar,

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Assim falou Nostradamus tranquilamente, que na pior hipótese há o necessário equilíbrio. Pois, a imensa hierarquia Divina, constituída por seres celestes e seres humanos, jamais poderá ser suplantada pelas Legiões caóticas de seres que terão estado em provisória insanidade. As profecias são unânimes em afirmar isto, e os fatos estão sempre confirmando aos nossos olhos. Não é difícil evidenciar o quadro dantesco da "Legião" que infesta as Comunidades, a Sociedade e as Nações. Difícil, e muito difícil é esvaziar o seu poder, e mesmo coibir a proliferação da sua influência. Porém, em breves tempos será conseguido. É fácil catalogar as cabeças e braços que constituem o seu poder no Mundo, de cujas atividades caóticas montam um poder destruidor e degenerante, muito bem representado pelo "monstro de dentes de ferro" apontado pelo profeta Daniel, no capítulo 7. Eis alguns dos mais operantes – em rápido esboço: 1.) – Tendência individual para os defeitos e vícios. Esta é a matriz que dá origem à proliferação dos grupos, bandos e falanges que lhe dão poder na Terra, os quais são: 2.) – Delinquentes de toda espécie: – o ladrão, o assassino, o bandido, o terrorista, o guerrilheiro, o narcotraficante, a prostituta, o prostituto, o corruptor e o corrompido (por suborno e/ou fascinação), o estelionatário, o sequestrador, o estuprador, o abortista (médico e auxiliares, parteira, pai e mãe da criança abortada criminosamente), o traficante de armas (tanto o fabricante quanto o distribuidor e o receptador, e os coniventes deles). Só os entitulados nesta lista já têm peso suficiente para colocar a Humanidade em desgraça, visto que envolvem uma segunda legião de coniventes atraídos por interesses particulares. Se raciocinarmos com o auxílio dos números estatísticos encontramos a viabilidade de um esvaziamento sensível dos fatores mencionados, e de congêneres. Vamos verificar que os delinquentes de alta periculosidade e contumácia que precisam ser retirados do seio da Sociedade de cada país seria da ordem de 0,5% (meio por cento) da população adulta. O número de líderes, percentualmente, podese dizer que é irrisório, em relação à população, mas com grande poder de atuação maligna. Ora, degredar os líderes e seus comparsas mais violentos é uma necessidade premente. E tal degredo deve ser realizado para ilhas distantes. E lá,

ao invés de serem colocados em prisões deveriam ficar em alojamentos modestos, do tipo dos campos de concentração, e obrigados a trabalhar para o seu sustento. E, sujeitos a se governarem por si mesmos. Os governantes portugueses têm boa experiência nisto, pois, por muitos anos degredaram seus delinquentes para as possessões, onde eles mesmos construiram seus alojamentos modestos e faziam os serviços necessários ao seu sustento, etc. Principalmente nos Estados Unidos, as penitenciárias são verdadeiros hoteis de tres e quatro estrelas dotados de ginásios de esportes a onerar os cofres públicos. Outrossim, sabe-se que há muito bandido rico cujo patrimônio pode e deve ser arrestado e o produto dele ser aplicado no pagamento de suprimentos que o Governo terá que efetuar na comunidade deles. Outrossim, o Governo apenas manteria u'a milícia para evitar fugas. Os componentes de tal milícia não se imiscuiria em absolutamente nada. De alguns meses para cá o Governo Americano vem mantendo trinta mil balseiros cubanos em campos de concentração provisórios em Guamtanamo e no Panamá. Consta que a despesa mensal para todo o suprimento a eles é da ordem de trinta milhões de dólares. Portanto, mil dólares por cabeça, quando para os detentos das penitenciárias americanas o custo mensal por cabeça é da ordem de tres mil dólares. Creio que essa despesa está calculada não só para o suprimento das necessidades essenciais. Deve envolver outras despesas, visto que eu e minha esposa vivemos com um conforto de classe média baixa – com despesa média mensal de oitocentos dólares. Esses "balseiros" fogem de Cuba para Miami e são apresados no mar. Muitos morrem afogados em virtude da fragilidade das balsas de construção improvisada com câmaras de ar, plásticos e tábuas. Mas, fogem do pesadelo comunista da Ilha em demanda da liberdade e da generosidade americana, hoje cognominado (sonho americano). Nesta data o número de detentos nas prisões americanas é da ordem de um milhão e cem mil detidos. Aliás, uma boa parte composta de delinquentes primários, e mesmo reincidentes de crimes considerados leves estão postos em prisãodomiciliar sob custódia e vigilância. As prisões já estão superlotadas, e é suposto que um número igual ou até maior do que os detidos

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Arvedus continuam assolando as Comunidades. Fato ocorrente em todos os países, dentro dos mesmos percentuais apontados atrás. Pois bem, meu caro leitor. Acho que estas considerações e opiniões inspiradas pelo versículo 13, mesmo sumárias, refletem bem os tristes fatos profetizados. Em síntese, S. Marcos está informando que uma "Legião" de almas perversas, em número além do habitual, viriam a encarnar na terra e aumentar exageradamente a desordem, em nossos tempos. Porém, que o mar humano reagirá e suprimirá a escalada da desordem – por força de ações restritivas, e naturalmente acompanhada por ações educativas ("afogar no mar"). Cap. 5 – v.14: Este versículo reflete bem a ação dos líderes religiosos e suas hierarquias em serviço pastoral, e também a ação de todos os segmentos da Sociedade, no sentido de mostrar "nos campos e cidades" os acontecimentos de desordem, e a ação dos responsáveis pela implantação da ordem – com o respaldo dos Seres Divinos, representados por Jesus e o seu Evangelho. Cap. 5 – v.15 e 16: A frase: "...sairam muitos a ver..." representa todas as pessoas que prestam atenção nos ensinamentos dos supra-citados, nos acontecimentos profetizados, e nas confirmações feitas pelos fiéis que já tenham compreendido bem os ensinamentos proféticos e evangélicos. Cap. 5 – v.17: Este versículo é lacônico, esquisito, mas preciso e de grande significado. Diz: – "E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus têrmos". Ora, não é estranho que tais personagens ao presenciar e/ou confirmar os milagres realizados por Jesus reagissem com tal rogativa? Tenho tido constantes experiências neste sentido, quando conversando com uma ou mais pessoas a respeito de interpretações das profecias e dos Evangelhos. Algumas pessoas entusiasmam-se com a abertura do seu entendimento. Outras afastam-se, ou simplesmente alegam: – "É ótimo, mas por favor, vamos mudar de assunto. "Isso é muito para minha cabeça!" Então pergunto: – Pois bem, de que vamos falar?

–Ah! vamos falar de futebol, de sexo, de como enriquecer sem fazer força! – E meu caro leitor? empolga-se com o assunto? ou já está bocejando com lágrimas de enfado? O mesmo acontece com palestras e sermões evangélicos. Sempre a platéia mostra uma parte das pessoas vibrando com o orador, com brilho nos olhos, e alguns gestos de entusiasmo. A outra parte boceja e algumas pessoas até cochilam. Outros estampam expressões tácitas de enfado " a rogar que Jesus saia dos seus têrmos". Por que isso acontece? Porque a Doutrina Cristã, na sua singeleza, é muito forte em energias para os cérebros fracos, desinteressados e medrosos. Os microorganismos e os elementos do cérebro e do corpo, viciados nas tendências e interêsses pelos gozos das coisas da carne, ou materiais, nesses momentos sentem-se ameaçados e condenados. Então, processam a reação mental de fuga – por medo, enfado, etc. Verifica-se pela crônica que os "demônios" escolheram por entrar nos porcos, os quais lhes ofereciam o habitat propício aos seus prazeres. E, os personagens, por serem almas encarnadas ainda dominadas pelos interesses da carne, escolheram pelo afastamento de Jesus com suas virtudes. Cap. 5 – v.18 e 19: Cumprida a missão do momento – Ele "entrou no barco". Com isto S. Marcos sugere que ao terminar sua grandiosa missão na Terra – Jesus não saiu dela, apenas passou para "a outra banda". Isto quer dizer: Após a ressurreição afastouse dos olhos humanos e foi viver no Mundo dos Espíritos, no âmbito da Terra, e juntou-se à imensa multidão de seres celestes, mas continuou junto ao mar humano; conforme o versículo 21 dá a entender – quando diz: "E passando Jesus outra vez num barco para a outra banda, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto ao mar". E, "...rogava-lhe o ex-endemoninhado, que o deixasse estar com Ele". Porém, "Jesus não lhe permitiu". E disse-lhe que fosse para junto de sua família e da sua Comunidade e anunciasse a eles quão grandes coisas o Senhor propiciou-lhe, e como teve misericórdia dele. Comentário: A atitude do personagem, no vers. 18, retrata as pessoas que começam a compreender a grandeza da Doutrina Cristã, e já supõe terem

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Assim falou Nostradamus conquistado a coroa de alma eleita para viver junto ao trono de Deus. O mesmo se dá com certas seitas Cristãs que passam a ensinar aos seus adeptos que seus líderes e adeptos são os "únicos donos da Verdade", portanto únicos eleitos filhos de Deus. Aliás, os israelitas, embora não Cristãos, pecam, também, pela pretensão de serem os filhos diletos de Deus, e supõe que os "gentios" estão destinados ao Hades. Jesus, então, diplomaticamente, mandou que ele anunciasse os fatos aos familiares e amigos, pois ele era uma alma comum como você e eu. E como tal, a sua capacidade de serviço não passava dos limites da função que Jesus lhe determinou. Ao mesmo tempo Jesus está nos alertando para prestar atenção às graças e à Misericórdia propiciadas por Deus a nós. Cap. 5 – v. 20: Este versículo faz-nos compreender, através do sentido subliminar ou esotérico, que o Cristão que recebeu a graça do esclarecimento evangélico – tem o dever de repassar esse conhecimento, – mais por exemplicação do que por discurso. Ou melhor, deve comportar-se no melhor padrão possível da moral instituida por Jesus, cuja Doutrina, sendo vivenciada possue o condão de levar o ser humano aos páramos da glória evolutiva, isto é, à Felicidade completa do homem, do espírito, enfim de toda a Humanidade, o que é a finalidade precípua da Vontade de Deus. Nota: – Decápolis era uma província da Galiléia, composta de dez cidades. Esotericamente, o número 10 significa um todo. Portanto, Decápolis neste versículo representa todas as cidades do Mundo. Em suma, Jesus está determinando que os Cristãos devem anunciar em todo o Mundo, exemplificando, com bom comportamento moral, e esclarecendo a Doutrina para quantos for possível – de boca em boca, como o personagem desta crônica passou a fazer. OUTRAS CONSIDERAÇÕES De conformidade com as profecias, e com os fatos sensíveis e visíveis em nossos dias, – no Século XXI, a partir de janeiro do ano 2001, os Governantes, respaldados pelas Instituições Religiosas e Instituições Sociais; mais a boa vontade dos cidadãos bem intencionados, iniciarão um surto de realizações extraordinárias – com vistas ao Bem Estar humano.

Parecerão extraordinárias pelo fato de que as providências têm sido negligenciadas, principalmente ante a realidade da explosão demográfica em crescimento médio de 2% ao ano, e fazendo dobrar a pouplação mundial a cada 50 anos. E essa explosão é bem mais acentuada na classe pobre – com média de cinco filhos por casal, quando as classes rica e média sustêm u'a média de dois e meio filhos por casal. Por estes dados está patente a inversão de valores, isto é, a recrudescência da população pobre em desnível com a recessão das classes mais abastadas. Com referência ao versículo 13 citei o problema da delinquência e a viabilidade de providências proporcionadas às capacidades humanas e materiais dos países. Por ter à mão certos dados estatísticos recentes sôbre a situação carcerária, judicial, e policial nos Estados Unidos, posso argumentar com base, a respeito do possível esvasiamento da delinquência em atividade no seio da Sociedade Americana. Argumentos bstante adaptáveis aos outros países, de acôrdo com as peculiaridades de cada um. Partindo do fato de que nesta data há um milhão e cem mil delinquentes condenados e presos (parte deles em prisão domiciliar sob custória policial), e que as prisões já estão com superpopulação surge a idéia lógica: degredar os detentos condenados à prisão perpétua, e os penalizados por mais de 10 anos para ilhas e/ou campos de concentração, a fim de abrir espaços nas prisões para os de menor periculosidade. É pressuposto que uma legião de malfeitores em número correspondente ao número dos detidos, ou em maior número, vagueia impunemente, por falta de espaço nas prisões, falta de tempo para o julgamento nos tribunais, número reduzido de policiais – em relação ao elevado número de delinquentes, e insuficiência material e financeira nos dois órgãos. Ora, só para a manutenção dos encarcerados, os cofres públicos têm um ônus de tres mil dólares ($3.000,00) per capita, ao mês. Portanto: quarenta bilhões por ano ($40.000.000.000). Conclusão lógica: – o mesmo número de detentos em campos de concentração exigirá um dispêndio máximo de dez bilhões ($10.000.000.000 de dólares ao ano). Isto, considerando-se com certas "mordomias". Então, o erário público terá suficiência para esvaziar a delinquência nas ruas, fará as instituições judiciais e policiais sentirem-se eficientes, e compensadas em seus esforços, e levará as populações

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Arvedus a respirar aliviadas de muitas desgraças e tensões. Os detidos, por sua vez, terão uma situação de vida mais humana, por ficarem praticamente livres em grandes espaços onde poderão trabalhar e produzir para o próprio sustento, e com opção de desenvolver empresas agrícolas, pastoris e industriais de pequeno porte, com possíveis auxilios governamentais e particulares. Auxílios por investimentos reembolsáveis. Não por doação com odor de esmola. Além desta, outras providências serão iniciadas e ultimadas com alguma rapidez – a partir do começo do século XXI. Não suponho. Afirmo, – fundamentado nas profecias e baseado nos fatos em evidência, principalmente para os ítens que aponto a seguir: 1) Desarmamento militar – através de acôrdos internacionais, austeros. 2) Instituição de um único idioma no mundo. 3) – Instituição de sistema único de pesos e medidas. 4– Expansão do sistema de mercado comum, nos padrões do Mercado Comum Europeu. 5) – Desmembramento de países de grandes territórios e grandes populações. De cujos desmembramentos surgirão países com população máxima de cinquenta milhões de habitantes. E tais desmembramentos serão realizados por convenções e acôrdos pacíficos e fraternos. Nos parâmetros do desmembramento ocorrido na Checoslovaquia. Não nos padrões sangrentos e imbecis que estamos observando na Iugoslávia, Rússia, na África e em outras regiões. 6) – O movimento ecumênico iniciado pela Igreja Católica Romana será ampliado por inteligência e Boa Vontade de outras Doutrinas Religiosas, inclusive as duas mais recalcitrantes: – dos Islamitas e dos Israelitas. 7) – As leis civis serão reestruturadas em todos os Países proporcionando melhores condições de Justiça aos cidadãos, e os educando para o melhor comportamento social – em respeito aos Direitos e Deveres. Serão, necessariamente, mais severas para os cidadãos desobedientes, perversos e recalcitrantes. 8) Os ricos e os empresários concederão uma distribuição mais justa dos bens e riquezas produzidos; e os pobres e empregados esforçar-se-ão mais por trabalhar com a maior eficiência. 9) Haverá planejamento familiar justo, respeitoso e respeitável – condicionando os casais pobres e muito pobre a não procriar mais do que dois filhos. E, condicionando os casais ricos e os da classe média a procriar mais. Haverá, então, uma inversão que está

sendo necessária, visto que a classe pobre cresce desmesuradamente, enquanto as classes mais abastadas decrescem, até abaixo do mínimo necessário. Tal inversão vem ocasionando uma exagerada expansão da miséria – física e mental para todos. Uma sociedade humana proporcionada por ricos menos ricos, e, pobres menos pobres – consequentemente redundará em uma grande e proficiente classe média, ao mesmo tempo em que levará à extinção racional da miséria. 10) – As leis que "licenciam" o abôrto criminoso em alguns países, hoje porém leis que não liberam as consciências da condenação, nem na Terra e muito menos no Mundo das almas, serão extirpadas por ação de legisladores dignos. Estas providências, impreteríveis, e inúmeras outras apontadas serão realizadas a partir do Século XXI, o qual será chamado por "Século de Ouro", e/ou "Século da Justiça Social"; e comporá a "Idade de Ouro" para as humanidades que se sucederão pelo III Milênio. Segundo os Profetas registraram _ Deus assim determinou e Jesus, o Cristo, acompanhado por sua Hierarquia composta por anjos, almas e homens tem vindo executando a Vontade do Criador da Terra e de todos os sêres que devem estar aqui para usufruir da Dádiva da vida...

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Transcrição da Bíblia para estudo em confronto com a interpretação São Marcos - Capítulo 5

O ENDEMONINHADO GADARANO V. 1 - E chegaram à outra banda do mar, à província dos gaderanos. V. 2 - E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; V. 3 - O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender; V. 4 - Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar. V. 5 - E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras. V. 6 - E, quando viu Jesus ao longe, correu e o adorou. V. 7 - E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjurote por Deus que não me atormentes. V. 8 - (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) V. 9 - E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. V. 10 - E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. V. 11 - E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. V. 12 - E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. V. 13 - E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar. V. 14 - E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e sairam muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido. V. 15 - E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado,

vestido e em perfeito juizo, e temeram. V. 16 - E os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado; e acerca dos porcos. V. 17 - E começaram a rogar-lhe que saisse dos seus termos. V. 18 - E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. V. 19 - Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti. V. 20 - E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam.

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