As Cores

  • April 2020
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  • Words: 839
  • Pages: 2
Texto livre AS CORES… Era uma vez um país azul, um país onde tudo era azul. As pessoas eram azuis, os animais eram azuis, os carros eram azuis, as estradas eram azuis, as casas eram azuis, tudo mas tudo era azul e eram felizes assim. Até que um dia, vindo de longe, apareceu um menino amarelo, que ao chegar ao país azul, onde tudo era azul, se surpreendeu, pois de todos os países por onde tinha passado, e não tinham sido poucos, nenhum tinha só uma cor. As pessoas do país azul, ao verem aquele menino amarelo, ficaram chocadas e começaram logo a comentar e a dizer piadas muito parvas. Então, o menino amarelo, ao ouvir aqueles comentários, saiu daquele país e isolou-se num sítio um pouco estranho e sem nome onde se alojou numa pensão vazia e quase em ruínas. Para ele, tudo era melhor que aquele país azul. Depois de uma boa noite de sono, o menino amarelo decidiu voltar ao país azul com objectivo de se integrar, mas não sabia como fazê-lo pois nunca lhe tinha acontecido nada igual. Ainda assim ele foi sem medo e muito confiante. Chegado ao país azul, começou a tentar falar com as pessoas, mas todas lhe viravam as costas e algumas, com um espírito mais fogoso, dirigiram-se a ele com modos bruscos, expulsando-o de lá. Assim fez, deixou o país azul, mas com objectivo de voltar no dia seguinte, só tinha de arranjar os argumentos certos para convencer os habitantes do país azul a aceitarem-no. Antes de adormecer, reflectiu sobre isso, tendo chegado ao que pretendia. No dia seguinte, de manhã cedo, voltou ao país azul com esperança de conseguir o que queria: integrar-se. Quando chegou, entrou num café, onde estava bastante gente, e começou a falar antes que alguém começasse a tratálo mal. Começou a dizer: - Olhem bem para mim, olhem mesmo bem. O que é que vêem? Vêem orelhas, olhos, boca, nariz, mãos, pernas. Agora olhem para a pessoa que está ao vosso lado, o que é que vêem? O mesmo não é? O mesmo, mas de cor diferente. Então porque é que não me aceitam? Só por eu ser amarelo e não azul? - Claro! Aqui é só azul, não há cá nada de amarelo. Agora sai daqui, antes que perca a cabeça! – disse uma pessoa azul mais violenta. E ele foi, desiludido, mas foi. Chegou a casa desesperado e teve outra ideia se era a cor que os incomodava, então iria pintar-se de azul. Então, na manhã seguinte, foi a outro país arranjar tinta azul e pintou-se completamente e foi assim para o país azul. As pessoas, ao verem que era azul, receberam-no bem, começaram a falar com ele e até estavam a gostar da sua maneira de ser mas, de repente, começou a chover e a tinta saiu. Quando se aperceberam que tinham sido enganados, os habitantes do país azul expulsaram de vez o menino amarelo, avisando-o para nunca mais lá aparecer.

Um menino do país azul que assistiu a tudo seguiu o menino amarelo até sua casa. O menino amarelo, ao vê-lo, disse-lhe: - Se vens gozar comigo, podes ir já embora! - Não venho nada gozar contigo! Até acho que o amarelo te fica muito bem e que não devias ser excluído pela tua cor. – disse o menino do país azul. - Sim e o que queres? - Quero ser teu amigo e quero convencer toda a gente de que és igual a nós e muito boa pessoa, pelo que já vi. – afirmou o menino do país azul. - Mas, eu já tentei! – retorquiu o menino amarelo. – e não deu em nada. - Se nos unirmos, vai resultar de certeza. – disse o menino do país azul, cheio de convicção. E assim foi, os dois meninos uniram-se e combinaram o “plano perfeito”. Quando se sentiram preparados para enfrentar todas as pessoas do país azul, o menino azul marcou uma reunião na praça e começou a falar sobre os últimos acontecimentos. - Toda a gente deste país tem agido mal com o menino amarelo! – disse ele – Excluíram-no, maltrataram-no só por ser de outra cor, mas quando ele se disfarçou de azul já gostavam todos dele e até o achavam boa pessoa. Mas digam-me, só porque ele era azul já era melhor pessoa do que quando era amarelo? Pensem, raciocinem um bocado e vejam o terrível erro que estão a cometer. – concluíu o menino azul. Então, as pessoas do país azul começaram a reflectir no que fizeram e sentirem-se culpadas. Nesse momento, apareceu o menino amarelo e todos os habitantes do país azul o aplaudiram, a ele e ao discurso do menino azul. A partir desse dia, o amarelo foi permitido, o vermelho foi permitido, o verde foi permitido, todas as cores foram permitidas no país azul e a viagem do menino amarelo parou neste país, pois, depois de ser aceite, ficou fascinado com aquela gente e com aquele tal país azul. FIM Alexandra Sousa, 11.ºB

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