UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO DEPARTAMENTO EM GESTÃO EDIÇÃO 2009-2012
A FORMAÇÃO COMO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO (O CASO DA EDUCAÇÃO)
Tópicos avançados de Gestão
REALIZADO POR: José Carlos Eufrauzino de Souza
Vila Real - 2009
1
SUMÁRIO RESUMO................................................................................................................... INTRODUÇÃO......................................................................................................... PROCESSO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS, NAS UNIVERSIDADES E NAS EMPRESAS....... Nas escolas públicas e privadas.............................................................................. Nas universidades............................................................................................. Nas empresas.......................................................................................................... ALGUMAS CONSIDERAÇÕES............................................................................. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................
3 5 5 6 8 15 18 19
2
RESUMO
Este trabalho mostra a relevância da educação no processo de formação e desenvolvimento do cidadão, no que envolve escolas, universidades e empresas. A educação que se quer e onde se quer chegar é uma realidade vivenciada em todos os aspectos sociais. Portanto, a perspectiva é grande, no sentido de apresentar as questões centrais que consiste estabelecer prioridades em todas as dimensões do fazer educativo. Sabe-se que é uma tarefa árdua e difícil, e ao mesmo tempo um processo a longo prazo, que envolve vários atores e exige cada vez mais de seus sujeitos habilidades e competências para soluções de muitos entraves, pelas crescentes e rápidas mudanças sociais. A princípio, fala-se das escolas de ensino básico (públicas e privadas), em seguida, das universidades bem como as empresas que investem na inovação e empreendedorismo voltados para a formação do cidadão com o objetivo de crescer não somente na produção lucrativa, como também em novas metodologias desafiadoras e diversificadas. Isso, em função das mudanças que vem ocorrendo nos últimos tempos, como é o caso da Globalização de mercados, alianças estratégicas, quedas de barreiras comerciais, crises econômicas, mercados competitivos, enfim, tudo isso fez com que, no meio empresarial, os gestores agregassem mais conhecimentos, produtos diferenciados, processos ou serviços. Neste contexto, o artigo apresenta alguns autores, que facilitam a compreensão do texto com opiniões de grande importância, como é o caso de Gatott, que enfatiza a Democracia no processo educacional; Cruz, no conhecimento pedagógico e o conhecimento da compreensão do professor sobre si mesmo, do seu desenvolvimento cognitivo, dos princípios do ensino, do currículo, do aluno, dos meios dos recursos didáticos, da aprendizagem e do contexto, envolvendo também a aquisição de destrezas capacitadas para a tarefa de ensinar; Zabalza, que reforça a idéia de que é a partir da prática de investigação que o conhecimento científico é ampliado, tornando a docência universitária mais actualizada e socialmente mais construída; Maués, da formação continuada; Drucker, que fala das organizações de pessoas que contribuem para o desempenho e sucesso das empresas no âmbito global; Maister salienta os critérios específicos que favorecem a aprendizagem do educando; entre outros que priorizam a educação como processo de formação e desenvolvimento, além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB N°
3
9394 I 96), que rege a educação no Brasil, com destaque em seu Artigo 67, inciso II, a estabelecer que o professor precise ter "aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim", na perspectiva de que se possa oferecer uma educação de qualidade. A metodologia utilizada na pesquisa tem o caráter analítico e interpretativo de artigos referentes à formação como processo de desenvolvimento, e, neste bojo de informações, procura-se falar da educação como forma de elucidar e definir claramente o objetivo da discussão sobre o tema em questão. A pesquisa aponta a importância do ensino-aprendizagem como forma
de
conhecimentos, a propiciar o desenvolvimento do indivíduo, enquanto cidadão e actuante.
Palavras-chave:
processo
de
formação;
ensino-aprendizagem;
educação;
desenvolvimento; escola; universidade; empresa e mudança.
4
1 INTRODUÇÃO
Este artigo está relacionado à Formação como processo de desenvolvimento (o caso da educação). Nesse processo, é preciso saber a forma, o que se quer o onde se quer chegar, a partir da realidade em que vivencia-se limites e possibilidades. E, as questões centrais estão em obter uma boa formação. E, para que o homem tenha uma sociedade que se deseja, numa perpectiva educacional, é preciso trabalhar a educação estabelecendo prioridades em todas as dimensões do fazer educativo. Abraçar a idéia de uma educação de qualidade é uma tarefa árdua e difícil, e um processo a longo prazo, que envolve vários atores. A partir desta realidade, basicamente o que se busca é a viabilização de um maior grau de ensino da parte do educador e consequentemente, uma maior aprendizagem da parte do educando. Neste bojo, ele terá oportunidade de atribuir sentido ao que se vivencia. Assim, toda e qualquer instituição de ensino que visa uma formação de qualidade, deve, além de parceira, sentir-se co-responsável pelas transformações necessárias à formação do educando, enquanto cidadão, sujeito de suas ações e capaz de atuar
com
responsabilidade na complexa sociedade que hoje se apresenta, e exige cada vez mais de seus sujeitos habilidades e competências para soluções de muitos entraves, pelas crescentes e rápidas mudanças sociais.
2 PROCESSO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS, NAS UNIVERSIDADES E NAS EMPRESAS. A princípio, temos as escolas de Ensino Básico, públicas ou privadas, em seguida, as universidades que buscam a ampliação do conhecimento e que levam à formação profisssional do indivíduo, além das instituições empresariais que de forma estratégica e empreendedora, inova seus conhecimentos junto de seus funcionários.
5
2.1 NAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS A
escola pública e privada de ensino básico, como processo de
desenvolvimento educacional, vive, hoje num momento de acentuadas transições sociais, políticas e pedagógicas e, exige dos profissionais que nela atuam, uma nova postura frente às mudanças que vêm ocorrendo de forma acelerada e global nas sociedades emergentes. Para isso, tornar-se necessário o esforço conjunto de todos os sujeitos envolvidos no processo educativo dessas escolas, compartilhando das ações e delimitando claramente o papel de cada um dos autores na construção de um processo de conhecimento e um projecto comum, estruturado pela gestão democrática da escola, Gadott (2004) parafraseia:
A Gestão Democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente. Precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Ela também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho. p 04.
É nesta perspectiva que se coloca a importância fundamental de que cada escola construa seu projeto, em sintonia, e em articulação com um projecto mais amplo de sociedade. O desafio que se coloca é a busca da identidade da escola e do educador, de acordo com o seu contexto, suas características, clientela, sem perder de vista ao mesmo tempo o objetivo mais amplo: formar cidadãos que atuem e participe na construção de uma nova realidade, uma nova ordem. De acordo com a L.D.B, Lei nº 9394/961, (legislação vigente), a escola pública actualmente volta-se para a organização em ciclos e trabalhos com Projectos que visam maior interação com a comunidade pela abordagem de temas atuais, articulados à realidade do aluno, com a avaliação processual e diagnóstica. Existe dentro da escola, diferenças e peculiaridades próprias de diversos grupos de profissionais e alunos, que convivem no mesmo espaço escolar, com culturas 1
Lei de Diretrízes e Bases, que rege a educação nacional (Brasil). 6
diversas. Este multiculturalismo 2 torna o trabalho colegiado e democrático dos gestores e demais funcionários, necessário e imprescindível na formação dos alunos, possibilitando-os condições de suporte, de assessoria para todas as ações necessárias para o processo de formação e de construção do conhecimento do educando. A ação integrada dos profissionais da educação torna-se indispensável ao se fazer a análise do contexto de vida do aluno, das necessidades econômicas da família, do mercado de trabalho globalizado e das habilidades3 competências biossociais, relevantes a quem irá ingressar no sistema produtivo como cidadão critico e atuante. Faz-se mister, assim, uma ação educativa que oportunize ao educando o desenvolvimento de atitudes e habilidades básicas ao seu auto-aprimoramento e ao contato com as diferentes formas e modos de aquisição e produção do conhecimento acumulado e desenvolvido, bem como a internalizarão de valores inerentes a formação integral do cidadão. Para que esse processo se desenvolva, torna-se imprescindível, a criação de estratégias democráticas, que garantam o acesso e a permanência com sucesso do aluno na escola, respeitando seu ritmo, tempo e forma de aprender, uma vez que no actual estágio de desenvolvimento em que se encontra a sociedade. E, primada pela qualidade total em todos os setores, a educação vem sendo um dos pilares desse desenvolvimento e não pode ficar a margem de tal processo, ou caminhar atrás do mesmo, mas estabelecer, uma política de formação continuada4 mantendo uma postura no seu processo educacional, de forma contínua, gradual, qualitativa, quantitativa, avaliando, planejando e replanejando constantemente, para poder acompanhar o desenvolvimento da humanidade, não com um passo atrás, mas paralelo a este processo, de forma que os alunos acompanhem as transformações e estabeleçam uma análise crítica da conjuntura sócio-cultural do país, apontando soluções para os desafios que surgirem.
2
As mais diversas culturas, vivenciais num ambiente educacional. Unificação das actividades profissionais. 4 Processo educacional que possibilita o educador a ter acesso a formação contínua constante de forma que o educando acompanhe as transformações sócio-culturais. 3
7
Na prática pedagógica diária, sempre nos deparamos com situações conflitantes, que envolvem o processo de ensino e as formas metodológicas de abordagem do conhecimento sistematicamente organizado. A escola é o local em que, a integração das diversas dimensões do perfil do professor se verifica e, onde a inovação e a mudança se processam, uma vez que ela é o contexto principal de convivência dos professores. É nesse espaço, e contexto do trabalho docente, que se toma possível a reflexão sobre a prática real, a discussão, a troca de experiências, a busca de soluções para os problemas do cotidiano que podem construir um importante instrumento de formação de professores. Vive-se hoje a chamada "Sociedade do conhecimento" em que, novas formas de aprender, novas competências do professor são exigidas, novas formas de realizar o trabalho Pedagógico são necessárias e, fundamentalmente é necessário formar o professor para atuar nesta sociedade, em que novas tecnologias servem como basilares do processo ensino-aprendizagem. E, se a sua formação inicial é uma exigência legal, a formação contínua do profissional da educação é uma necessidade e um direito garantido pela atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB N° 9394 I 96), em seu Artigo 67, inciso II estabelece que o professor precise ter "aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim ", na perspectiva de que se possa oferecer uma educação de qualidade. Dentro dessa panorâmica, a educação requer do sistema educativo a formação de pessoas que assimilem a mudança e se adaptem rapidamente as novas situações, exigindo mudança no que ensinar. Ou seja, a formação continuada do professor, que lhe permita a apropriação de teorias, métodos, técnicas e recursos didácticos que possam mediante suas competências e habilidades, estabelecer uma relação de autonomia no trabalho.
2.2 NAS UNIVERSIDADES
Quanto às Universidades, pode-se dizer que, em geral, elas também são responsáveis pela formação do aluno, isto é, no seu processo de desenvolvimento
8
pessoal e profissional. E, para que isso ocorra de fato, torna-se necessário analisar também a formação e desenvolvimento do professor enquanto educador. Segundo Cruz (2006): Esse desenvolvimento envolve conhecimento pedagógico e o conhecimento da compreensão do professor sobre si mesmo, do seu desenvolvimento cognitivo, dos princípios do ensino, do currículo, do aluno, dos meios dos recursos didáticos, da aprendizagem e do contexto, envolvendo também a aquisição de destrezas capacitadas para a tarefa de ensinar. Chamamos isso de formação pedagógica, considerada parte integrante do desenvolvimento integral do docente. P. 67.
Neste contexto, afirma Arrom (2001):
la formación inicial pedagógica como el desarrollo profesional del profesor universitário, requieren una política global de la universidad, que dignifique las funcciones docentes, como fundamentales para el logro de la excelência. p.33
Percebe-se aqui, que a maior preocupação está na formação do professor universitário. Isso implica, não somente na qualidade do ensino, quanto à formação do educando de forma geral, sem importar a que área do ensino está sendo ofertada. Um processo de formação que busque conhecimento e desenvolvimento nos setores educacionais como um todo, está sempre voltado para o ensino e pesquisa. E, neste sentido, leva-se em consideração o que diz Zabalza (2004) quando afirma que: tanto a docência como a pesquisa necessitam de formação, isto é, a formação reprodutiva que só será superada pelo exercício da pesquisa; é a partir da prática de investigação que o conhecimento científico é ampliado, tornando a docência universitária mais actualizada e socialmente mais construída, p 78
O Brasil, por exemplo, tem demonstrado, no ensino-aprendizagem, uma ligeira insatisfação por parte do educando, no que se refere ao setor profissional, ou seja, as manifestações são constantes, quando se trata de capacitação. Por outro lado, a exigência do mundo globalizado requer das instituições de ensino, qualidade na preparação do educando enquanto formação profissional. Isso tem causado
9
inúmeras polêmicas em todo o país, tanto que grande parte das escolhas de áreas especializadas, tem sido nas grandes universidades extrangeiras, a saber, na Europa, Ásia e América do Norte, apesar da “reformas educacionais” realizadas no país. Porém, muitos movimentos de educação foram articulados desde os anos 60, preocupados com questões educativas. Por exemplo: Os sindicalistas, movimentos estudantis, entre outros. Foram realizados vários fóruns, encontros educacionais, onde as discussões são voltadas para as reformas do ensino e, são pautadas, inspirando melhorias na qualidade do ensino e reorganização das leis vigentes. Leis essas que visam assegurar uma política educacional orgânica, nacional e abrangente que “garantem” o controle político e ideológico sobre a educação escolar, em todos os níveis e esferas. Isto é claro, com a ajuda de vários órgãos políticos, governamentais, como plano governamental e entidades de ações sócio-educativas e culturais, reivindicam melhorias na qualidade da educação. Porém, surge a crise dos anos 80 e 90 que desestruturaram a política nas esferas social e ideológica, chegando a um descontrole total. Podemos dizer que em função dos desígnios governamentais, não eram superáveis para controlar a crise econômica do país e, a educação chegou ao ponto, do aluno ter que obedecer às adequações do mercado e ser transformado em mercadoria consumidora. Ou seja, o capitalismo exacerbado5 produtivo fez com que as empresas promovessem cursos profissionalizantes. Não que melhorasse a qualidade da educação, mas que ampliasse o mercado consumidor e obtivesse do aluno a mais-valia6. E assim, o quadro educacional tornou-se alarmante e assustador. Em síntese, a educação básica passa a ser desvalorizada, reduzindo as competências que subjaz a questão sobre os processos de desempenho e aprendizagem e, compromete os conteúdos e capacidades do aluno. É a chamada nova era, a era do capitalismo neoliberalista7. No campo da política educacional voltada para a formação de educando, por exemplo, muitas são as lacunas, em decorrência das transformações e novas configurações, tanto que o Ensino Fundamental, Médio e Superior, sofrem cortes de 5
A luta de classes e a eterna luta pelo ter. A diferença a mais entre o produto e o dinheiro gasto, a qual constitui a fonte do lucro capitalista. 7 A política educacional brasileira tem grande influência do sistema neoliberalista com proposições baseadas nos princípios sociais do liberalismo clássico. O Estado Neoliberal é uma nova leitura do Estado Liberal, onde se enfatiza ainda mais a importância do mercado como agente regulador das relações econômicas. A prestação dos serviços básicos, que no Estado de bem-estar social era efetuada pelo governo, é transferida cada vez mais para a iniciativa privada. O Estado diminui de tamanho, assume o papel de gestor e avaliador dos serviços prestados, mantendo o controle somente de alguns poucos sectores burocráticos e militares da sociedade. Torres (1996). 6
10
verbas, porque outros setores ou órgãos são mais interessantes. Isto é, as aplicações centralizam-se num jogo político de interesse próprio. A intervenção económica do Estado é, por consequência parte integrante do domínio burguês. Acaba sendo uma regulação estatal sobre a educação, que mantém o homem na possibilidade e continuidade do trabalho assalariado. Só depois de muitas lutas e reivindicações, tem - se “melhorado” a educação no Brasil, devido a era da informática. No entanto, disseminou - se a idéia de que para “sobreviver” a concorrência do mercado e, para conseguir ou manter o emprego para o cidadão do século XXI, é preciso dominar os códigos da modernidade. E, quem sofre como agente de mudança é o professor - educador, ou seja, é responsável pela realização do ideário do século XXI. Para tanto, precisa ser treinado para reforçar o conjunto de ideias e prevalecer no futuro, vencendo os preconceitos étnicos e culturais, democráticos8 e, tudo sofre em favor de um mundo tecnologicamente “unido e globalizado”. Esse perfil de educador sofre com as mudanças económicas governamentais9 que resulta na desmotivação, péssima remuneração, falta de incentivo e reconhecimento de suas habilidades e formação aos cargos Há ainda a mencionar o fato de que as reformas educacionais ocorrem, mas nem todas foram com sucesso, a exemplo do ensino superior, onde grande parte das universidades, estaduais e federais está sucateada10, não condizentes com as estruturas que se tem ou que se quer. É tão grave que os cursos de graduação e pós - graduação não corresponde nem alcançam os resultados esperados. É o caso das “reformas” nas universidades, sem reforma universitária. Trata - se da formação dos professores que não correspondem às adequações curriculares e não atendem as necessidades e exigências da sociedade moderna. Freitas (1995) afirma:
A recente regulamentação dos Institutos Superiores de Educação, pelo Parecer no 115/99 da Câmara de Ensino Superior do CNE, deixa clara a concepção de formação de professores que permeia as propostas atuais, ao estabelecer que a preparação dos profissionais para atuar na educação básica se dará fundamentalmente em uma instituição de ensino de caráter técnico profissional. 8
Implicações das desigualdades sociais da pluralidade cultural. O descaso do poder público governamental. 10 O descaso do poder público na educação 9
11
Aguiar (1997), Anoje (1998, 1999), Buenos (1998). As implicações dessa forma de organização do Ensino Superior para a formação dos profissionais da educação têm sido anunciadas e denunciadas tanto pelas diferentes entidades académicas – Anfope, Anped, Anpae, Fórum de Diretores das Faculdades de Educação das Universidades Públicas Brasileiras – quanto por estudiosos da área. Por outro lado, as estatísticas mostram o descaso dos governantes. Portanto, cai a máscara11 daqueles que dizem estar oferecendo “escola e universidade para todos”; e ainda, afirmando ser de qualidade. Com base nessas críticas, o tipo de saber que passa a ser valorizado, é o saber prático que pode avaliar o nível e a qualidade do ensino-aprendizado. Freitas (1995) informa:
Todos os programas de pós-graduação Stricto e Latu sensu em educação articulam-se entre si, a partir da concepção de base comum nacional. Com essa organização, abre-se a oportunidade para que certas atividades sejam vivenciadas conjuntamente por todos os alunos dos programas, inclusive no nível dos conteúdos formativos das áreas de fundamentos e outros da base comum nacional – como os relativos à iniciação à pesquisa, práticas pedagógicas, vivências e estágios profissionais, gestão e organização do trabalho pedagógico e do trabalho escolar, por exemplo.
Importante ressaltar também que o corpo docente não é exclusivo de um ou outro programa, mas é altamente desejável que se movimente entre os programas de formação inicial e a pós-graduação. Ainda reforça a idéia de que em cada instituição, as faculdades/centros/departamentos
de
educação,
em
parceria
com
os
institutos/centros/departamentos das áreas específicas, poderão constituir colegiado próprio, com a participação de professores e estudantes, buscando incorporar professores da rede pública e entidades sindicais de professores. Esse colegiado é responsável pela definição da política global de formação nos cursos e programas de formação dos profissionais da educação. Os atuais Fóruns de Licenciaturas e Comissões de Graduação dos cursos de pedagogia, onde existirem, poderiam constituir-se conjuntamente como esse colegiado, responsáveis pela definição e pela articulação 11
Promessas políticas não cumpridas. 12
dessa política, buscando articulação também com as Comissões de Pós-graduação, no que diz respeito à pesquisa e à articulação da formação de profissionais para o Ensino Superior. Esse espaço institucional de formação – tenha a denominação de escola única ou qualquer outra –, desde que incorpore os conteúdos da formação dos atuais cursos de pedagogia à nova estrutura curricular e organizacional12, abre perspectivas inovadoras para a formação de professores, no interior das IES, baseando-se nas experiências atualmente existentes – consolidadas e em desenvolvimento – e constituindo-se como o novo que avança para formas superiores de organização. As alternativas que se desenham no cenário educacional postas pelo quadro das atuais políticas para a formação de professores desafiam-nos a pensar propostas concretas que possam consolidar a base comum nacional em uma perspectiva de saídas alternativas à atual estrutura dos cursos de formação, em oposição às propostas atuais dos Institutos Superiores de Educação e do Curso Normal Superior. Pensar essas alternativas é colocar em movimento as concepções e práticas que orientam o pensamento mais avançado no campo da formação de professores, garantindo as atuais formas e aprimorando-as na busca por uma educação com bases sólidas voltada para a formação humana. Donald Shön (1993) tem sido um dos grandes inspiradores desse modelo de formação com ênfase na prática com sua teoria do Praticien réfléxif, segundo a qual no curso da ação e sobre a acção é o ponto de partida para a formação de qualidade. Enfatiza Maués (2003), a grande questão que se coloca é relativa a importância e a ao papel dos saberes teóricos na formação. Até que ponto os currículos estão dando importância à formação, de um profissional crítico, analítico, capaz de compreender os processos sociais e fazer as relações necessárias entre estes e a sala de aula, a profissão e os conteúdos ensinados? Apesar de existirem os mais diversos cursos de formação, afirma Maués (2003) de maneira geral, a formação contínua constitui parte integrante de todas as 12
Base curricular formada de conteúdos actualizados e de acordo com os Parâmetros C. Nacionais. 13
reformas que se estão processando, tendo sempre como objetivo maior a busca de um alinhamento dos professores que já estão em exercício com as últimas decisões em matéria de política educacional. O fato em si, sem uma análise mais aprofundada, não parece trazer nenhum problema no tocante aos fins da educação. Contudo, quando ele é examinado de forma política e contextualizado, pode-se observar que, como os demais elementos que compõem o kit reforma13, este tem, sociologicamente falando, o caráter de acomodação e assimilação dos professores a uma sociedade que está cada vez mais voltada para as exigências do mercado e em que a educação está sendo questionada por se parecer a uma mercadoria, enquanto a escola se identifica com uma empresa. Segundo ela, uma corrente de gestores da educação que pensa a formação contínua também como uma forma de reparar as lacunas e as deficiências da formação inicial, colocando em xeque o valor desta e as instituições que as ministram. Dessa maneira a formação contínua viria contribuir, em certa medida, para o aligeiramento da formação inicial, tendo em vista que ela não atenderia às demandas sociais. Além disso, como as transformações em todos os domínios do conhecimento têm-se dado de forma acelerada, caberia à formação inicial apenas dar noções mais gerais, deixando todo o resto a cargo da formação contínua. Esse parece ser um aspecto que tem sido de fato colocado em destaque pelas políticas dos países em desenvolvimento, abrindo um enorme mercado de formação, o que enseja tanto nas universidades públicas quanto nas demais instituições de ensino, e mesmo nas empresas, a possibilidade de aumentar a receita contábil. As críticas são constantes à política educacional, sobretudo quando se apresenta uma diagnose da crise política vigente14. O cenário é maravilhoso, porém é obscuro na ótica real; não condizentes com as estatísticas apresentadas. No entanto, ainda há esperanças de uma política educacional e que vise uma formação de qualidade, e que não fique apenas no discurso ou no papel. Mas as construções ideológicas nos dizem que concepções de progressos virão, e que o tempo bom, apesar de estar sempre no futuro, é sempre promissor. Partindo desta realidade, as tecnologias de informação no contexto Educacional, por exemplo, permitem que as fronteiras da formação sejam ampliadas. 13 14
Educação questionada no sentido reparar as lacunas e deficiências. O ceticismo presente na política actual. 14
Hoje, é possível fornecer uma Educação de qualidade, proporcionando aos educandos a oportunidade de interação, participação e construção de sua identidade, dentro de um grupo social em que vivem. Portanto, há que se investir num processo de construção de conhecimento e que estimule o indivíduo a ser um cidadão crítico. Neste caso torna-se importante investir em inovação e empreendedorismo, novas metolologias desafiadoras e diversificadas15.
2.3 NAS EMPRESAS
E o que dizer do sistema empresarial ( empresas públicas e privadas) que visa a formação como processo de desenvolvimento não somente no setor produtivo, como também, e principalmente no âmbito da qualificação profissional? Formação essa que ajuda o cidadão a desenvolver, ou seja, a desempenhar melhor seu trabalho na empresa. Isso implica dizer que, havendo inovação e empreendedorismo educacional na empresa, certamente o rendimento do empregado será maior e, consequentemente gera lucro à empresa. No mundo empresarial, a busca por melhorias na qualidade do trabalho, bem como e, principalmente na rentabilidade produtiva é muito grande. Isso, em função das mudanças que vem ocorrendo nos últimos tempos, como é o caso da Globalização de mercados16, alianças estratégicas, quedas de barreiras comerciais, crises econômicas, mercados competitivos, enfim, tudo isso fez com que, no meio empresarial, os gestores agregassem mais conhecimentos, produtos diferenciados, processos ou serviços. Isso só tornou-se realidade, a partir da dinamização e eficiência dos gestores, na implantação de programas de qualificação dos colaboradores e parceiros, como porta de entrada no diferencial competitivo. O conhecimento é primordial em fazer a diferênça, tanto no mercado de trabalho humano, quanto produtivo. Para Drucker (2000) a necessidade do conhecimento passou a ser o recurso 15 16
Aplicação de novas estratégicas metodológicas educacionais. Inovações e mudanças no mercado de trabalho empresarial. 15
primário para os indivíduos e base para a economia como um todo, ao passo que os tradicionais fatores de produção – terra, trabalho e capital tornaram-se secundários. As organizações são fundamentalmente constituídas por pessoas, que contribuem para o seu desempenho e sucesso por meio de suas atuações, portanto, a formação desses colaboradores favorece a empresa de forma global. Segundo Hall (2002) o capital humano é a soma do conhecimento de todos dentro de uma empresa, o que lhe propicia um diferencial de mercado. É resultado da interação e colaboração entre as pessoas, do compartilhamento e da aprendizagem contínua em uma organização. De acordo com o pensamento de Hall (2002) acima, logo uma empresa que só investe em máquinas, equipamentos e tecnologias não faz mais a diferença, pois os equipamentos e tecnologias são bens disponíveis no mercado enquanto o capital intelectual, ativo intangível17, pertence não à empresa, mas a cada colaborador. Destaca-se o pensamento de Castells (1999) que cita “pela primeira vez na história, a mente humana é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema produtivo”. Em pleno século XXI, a educação e a qualificação da força de trabalho são essenciais para o desenvolvimento das organizações, devido às novas tecnologias e mudanças no ambiente trabalhista, sendo que as informações e treinamentos recebidos tornam-se rapidamente obsoletos. Maister (1999) p.184-185:
Salienta que é importante o desenvolvimento de uma visão compartilhada para articular os critérios específicos na aprendizagem, conforme elenco abaixo: a) Compartilhamento da visão segundo a qual os serviços aos clientes, a inovação e a melhoria contínua são essenciais ao sucesso; b) Expectativas e receptividade na formação da aliança organização/escola; c) Necessidades e metas complementares. Podem variar desde o financiamento conjunto de pesquisas até o desenvolvimento de programas personalizados de educação de executivos; d) Reputação e prestígio da instituição educacional; 17
A necessidade do capital humano intelectual, a substituir as máquinas nas empresas de mercado. 16
e) Capacidade de desenvolver uma trajetória clara de estudo que leva a um “novo” programa de reconhecimento; f) Mente aberta a experiências com tecnologias para acelerar a aprendizagem; g) Posse de direitos de propriedade intelectuais claramente delineados desde o inicio da parceria; h) Medidas financeiras e não financeiras claramente detalhadas antecipadamente e com as quais todos os principais parceiros concordam; i) Infra-estrutura aberta a experiências; j) Recursos e rede de educação global; k) Compromisso com o dialogo aberto e com a renovação contínua da parceria por meio da atualização contínua das idéias. p. 184 e 185
No âmbito da aprendizagem, a construção do conhecimento dos colaboradores implica atitudes voltadas a ‘aprender a aprender’, ‘aprender a pensar’ e ‘aprender a questionar’. De acordo com Morin (2002), p.75-78 a socialização do conhecimento é implícita, nas atitudes. voltadas a ‘aprender a compartilhar’, ‘aprender a compreender’ e ‘aprender a diversidade intelectual’. Pode-se dizer que essa formação nas empresas está voltada à educação 18
corporativa . Nesse caso a instituição empresarial, seja ela, pública ou privada, compartilha (gestores e funcionários) da aprendizagem organizacional. Assim, as organizações podem aprender a aprender para melhorar o desempenho total das áreas por meio de programas de educação corporativa com objectivos directamente atrelados às estratégias da empresa, de tal forma que apresentem resultados que podem ser mensurados e correlacionados com as competências essenciais do sucesso dos negócios da organização. O sucesso de cada um depende do esforço, da vontade em querer aprender, da atitude, enfim, bases sólidas que influenciam na vida práctica do indivíduo, enquanto ser humano.
18
Educação corporativa é a decisão estratégica para o desenvolvimento e educação de funcionários, clientes e fornecedores, com o objetivo de atender a demanda empresarial. 17
3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Conclui-se que a formação como processo de desenvolvimento acontece em todos os sectores, a começar pela família e, a escola é a continuidade desse processo. Pois, sabe-se que os bons resultados dependem da educação, sobretudo, quando ela é contínua. Os meios de comunicação de massa são os responsáveis para a transmissão do conhecimento, como, quando e onde for preciso. Embora, de modo empírico ou racional, é compromisso de todos os cidadãos na busca desse conhecimento. Portanto, no âmbito da aprendizagem, a construção do conhecimento parte também dos colaboradores e, de acordo com Morin (2002):
A socialização do conhecimento é implícita, nas atitudes voltadas a ‘aprender a compartilhar’, ‘aprender a compreender’ e ‘aprender a diversidade intelectual’. O sucesso de cada um depende do esforço, da vontade em querer aprender, da atitude, competência, enfim, do objectivo a ser alcançado. Nesta perspectiva de aprendizagem. p.75-78
Demo (1994) enfatiza a educação,
[...] no lado formal, instrumenta a pessoa com a habilidade crucial de manejar a arma mais potente de combate que é o conhecimento e, no lado político, alimenta a cidadania. Sociedade educada é aquela composta de cidadãos críticos e criativos, capazes de indicar o rumo histórico, coletivamente pretendido, sobretudo desenvolver, maximamente, a oportunidade histórica disponível, p.131
Quanto às escolas públicas e privadas, há que se melhorar a qualidade do ensino. Pois, em função do multiculturalismo, as prácticas pedagógicas estão a desejar. O que se percebe, são os recursos mal aplicados ou indevidamente por parte do poder público, e que onde na verdade os educadores precisam de aprimoramento, inovações, para a contextualização dos assuntos aplicados, enfim, enfim, as bases sólidas de ensino
18
que influenciam na vida práctica do indivíduo, enquanto ser humano. Em grande parte das Universidades, a situação não é diferente. É preciso reparar as lacunas e diferenças do ensino-aprendizagem. Pois, o que se vê, são as grandes deficiências nos sectores de recursos humanos, ou seja, um quadro de professores defazados, sem qualquer qualificação ou preparação. Sem contar os departamentos sucateados pelo abandono e falta de compromisso dos gestores. Deste modo, não pode-se dizer que existe uma educação de qualidade, nem muito menos uma formação digna. Evidentemente, sem generalizar as situações que ora são colocadas. E, no mundo empresarial, as cobranças são constantes em função da globalização do mercado formal e informal. Neste sentido, há que ter uma preparação profissional para assumir o papel de gestor. Além do mais, o empreendedor precisa inovar, não somente nos sectores de produção, como também na formação educacional dos funcionários em geral, pois a melhoria contínua é essencial para o sucesso de toda e qualquer sector empresarial. E para finalizar, faço uso das palavras de Drucker (2000):
A necessidade do conhecimento passou a ser o recurso primário para os indivíduos e base para a economia como um todo, ao passo que os tradicionais fatores de produção – terra, trabalho e capital tornaram-se secundários. As organizações são fundamentalmente constituídas por pessoas, que contribuem para o seu desempenho e sucesso por meio de suas atuações, portanto, a formação desses colaboradores favorece a empresa de forma global. p.104.
BIBLIOGRAFIA Antonio Carlos Frasson (UTFPR) -
[email protected] Antonio Carlos de Francisco (UTFPR) –
[email protected] Anfope. "Posição na audiência pública, convocada pelo CNE, sobre formação dos profissionais da educação. Brasília, 1998, (Mimeo). Anfope Regional Sul. "Conclusões do Encontro Regional e Estadual." Rio de Janeiro,
19
1998, (Mimeo). Aguiar (1997), Anfope (1998, 1999) & Kuenzer (1998). Educação das Universidades Públicas Brasileiras. Brasil, Lei nº 9.394. de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http//portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf_legislação/rede/legisla_rede_lei9394.pdf – Acesso em 21/04/2008. Comitê Pró-Reformulação dos Cursos de Formação do Educador. I Encontro, Belo Horizonte, 1983. Conarcfe. "Documento Final". III Encontro Nacional da Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação dos Educadores. Brasília, 1988 (Coletânea de Documentos). Demo (1997), Pedro. A Nova LDB: Ranços e Avanços. Campinas: Papirus. Diretrizes curriculares para os cursos de formação dos profissionais da educação. Reunião anual da ANPED, 1998, (Mimeo). Drucker (2000), Peter F. Aprendizado Organizacional: Gestão de pessoas para a inovação contínua. Rio de Janeiro: Ed. Campus. Eboli (1999), M. Educação para as empresas do século XXI: coletânea de artigos sobre as universidades corporativas. São Paulo: FIA/FEA-USP, (Edição especial). Falconer (1999), A.P. A promessa do terceiro setor - um estudo sobre o papel das organizações da sociedade civil e do seu campo de gestão. São Paulo: FEA/USP, (Dissertação de mestrado). Freitas (1995), Helena C.L. de. "Plano decenal de educação: Consenso e cooptação". Revista do Sinpeem no 2. Sindicato dos Profissionais da Educação no Ensino Municipal de São Paulo.
Gadotti (1984), M. "Elementos para a crítica da questão da especificidade da educação". Em Aberto no 22. Brasília, ano 3, jul./ago, p. 21-30. Hall (2002), Brandon. Frequent asked questions about e-learning. Disponível Em www.brandonhall.com/public/faqs2 Acesso em 12/10/2007. Luiz Alberto Pilatti (UTFPR) -
[email protected] Meister (1999), J. Educação Corporativa. São Paulo: Pearson Makron Books. Morin(1999), E. O método 3: O conhecimento do conhecimento. Porto Alegre: Sulina. p.288
20
Nivaldo Pereira da Silva (UTFPR) –
[email protected] Revista - Ingepro: Inovação, gestão e produção. Universidade Federal de Santa MariaRS , Centro de Tecnologia - Rio Grande do Sul. Abril de 2008.
Saviani (1997), Demerval. A nova LDB: limites e perspectivas. In: A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas Campinas: Autores Associados, , 3a ed. (Coleção Educação Contemporânea). Soares (2007), A.A.R. - As mudanças na educação brasileira co contexto neoliberal e suas implicações no ensino superior. Campo de Goytacazes Schommer, Paula Chies. Investimento social das empresas: cooperação organizacional num espaço compartilhado. Salvador: NPGA/UFBA, 2000. (Dissertação de mestrado). Torres (1996), Carlos Alberto. Estado, Privatização e Política Educacional. in: Gentili, Pablo (org). Pedagogia da exclusão. Crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes. Vieira (1995), Sofia Lerche. Neoliberalismo, privatização e educação no Brasil. In: Oliveira, R.P. (Org.) Política Educacional: impasses e alternativas. São Paulo: Cortez.
21