A Escola e um MOSAICO DE CAMINHOS
Jenny dos Santos Horta Matrícula: 20081608968 Pólo Niterói – Curso: Pedagogia
Objetivos Partindo de um breve histórico dos estudos sobre o desenvolvimento do indivíduo, possibilitar uma reflexão acerca dos fatores determinantes da complexa dimensão da inteligência, fundamentada nas novas concepções atuais e vislumbrando novos caminhos para a superação, desenvolvimento e aprendizagem dos portadores de deficiência em geral, sejam físicas, motoras ou mentais, avaliando-os de forma qualitativa.
Inteligência- Histórico e Determinantes Os estudos sobre a inteligência originaram conceituações variadas, de acordo com visões de mundo, em geral refere-se ao processo mental que proporciona adaptação a novas situações para lidar com o meio ambiente natural e social. • Partindo dos princípios de Darwin, Francis Galton desenvolveu estudos destacando a importância da Hereditariedade, criando a teoria da EUGENIA. Enfatizou a importância dos estímulos sensoriais e sua relação com o intelecto. Alfred Binet, destacou que atrasos na aprendizagem tinham causas intelectuais e não físicas e juntamente com Theodore Simon, iniciou o conceito de idade mental, criando escalas de inteligência, no intuito de detectar as deficiências, não para limitar ou rotular, mas para ajudar seus portadores, ajustando-se as suas necessidades individuais. Seus estudos, porém, deram origem a qualificações utilizadas de forma deturpada, principalmente nos EUA, reforçando hierarquias sociais e enfatizando a hereditariedade, confundindo em seus testes de QI, diferenças culturais com propriedades inatas. Esta prática tornou-se frequente por longo período, reforçando preconceitos e rótulos e ampliando e exclusão e evasão escolar.
A Plasticidade Neoronal A psicologia define estágios de desenvolvimento focalizando o indivíduo isoladamente e considera modelos baseados nos processos de maturação biológica universais para todas as espécies. Apesar disso, segundo Oliveira e Teixeira, as transformações mais relevantes do desenvolvimento humano, não estão na biologia e sim, na psicologia do sujeito e referem-se a história e experiências vividas por cada um. Atualmente, entende-se que o psiquismo humano possui uma plasticidade que permite conexões e (re)conexões das sinapses nervosas, como forma de reorganizar os estímulos sensitivos e motores. Esses momentos, relacionam-se ao calendário maturativo e favorecem as aprendizagens posteriores, o que demonstra a extrema importância da infância no desenvolvimento do indivíduo. Todas as atividades desenvolvidas no início da vida vão formando sinapses que se alteram tornando-se mais eficientes. A plasticidade e capacidade de regeneração nos casos de lesão cerebral é maior na infância e dependem de sua localização e extensão. Nos casos de lesões ou deficiências, o indivíduo vai aprendendo a aperfeiçoar novas estratégias e criando novas conexões. Segundo Vygotsky, o futuro e a recuperação dos deficientes dependem da interação e qualidade das relações que estes estabelecerão com o meio social através de mediadores (instrumentos e signos) para definir significados e organizar sua relação com o mundo.
Caminhos Isotrópicos Estudos mais recentes sobre Maturação, que é o fator desencadeante do desenvolvimento do indivíduo, englobam não só os aspectos biológicos como também os psicológicos e neuropsicológicos. Por ser um processo complexo, o desenvolvimento cognitivo tem sido alvo de muitas pesquisas e originado muitas teorias, dentre elas a Defectologia, ciência em que Vygotsky dedicou-se aos processos do desenvolvimento infantil. Segundo ele, a deficiência se traduz em recriação da personalidade da criança, possibilitando-a criar novos caminhos para processar o mundo, reestruturando suas funções adaptativas. •O termo Isotrópico significa “desvio” e processos comutativos dá sentido de “permutação” e “substituição”. Assim, a diminuição de uma faculdade, pode ser total ou parcialmente comutada, possibilitando o desenvolvimento de outra, dando origem a novos caminhos: “as rotas isotrópicas”.
Conclusão: Considerar os estudos mais recentes acerca do desenvolvimento do indivíduo contribui de forma significativa para repensar a prática pedagógica no desafio de uma educação para a diversidade e levanta questões como: A necessidade de oferecer á criança um ambiente estimulador no âmbito motor, sensitivo e intelectual, favorecendo a organização e (re)organização de informações. Uma concepção qualitativa na avaliação do desenvolvimento, percebendo principalmente as mudanças ocorridas nas crianças que apresentam alguma deficiência, onde o problema passa a ser um novo caminho a ser trabalhado. A necessidade de revisão de currículos, métodos e atividades, tornando-os mais flexíveis e adequados para proporcionar a superação das limitações desenvolvendo seu processo criativo, estimulando o desafio para encontrar novos caminhos.