A Sobrevivencia Do Mais Falso

  • May 2020
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A SOBREVIVENCIA DO MAIS FALSO

Por: Jonathan Wells Se você me perguntasse, durante os meus anos estudando ciências em Berkeley, se eu acreditava ou não no que lia nos meus livros de ciências, eu teria respondido de forma semelhante àquela dos meus outros amigos estudantes: surpreso que tal questão teria de ser feita. Pode se encontrar pequenos erros, claro, erros de digitação ou de impressão. E a ciência está sempre descobrindo coisas novas. Mas eu acreditava – tinha como certo – que meus livros de ciências representavam o melhor conhecimento científico disponível no tempo. Entretanto, foi somente quando eu estava terminando meu Ph.D. em biologia celular e do desenvolvimento, que eu notei o que primeiramente pensei ser uma anomalia estranha. O livro que eu mais utilizava apresentava desenhos de embriões de vertebrados – peixes, galinhas, humanos, etc. – onde as similaridades eram apresentadas como evidência para se crer que todos tinham um ancestral comum. Realmente, os desenhos pareciam muito semelhantes. Mas eu já estava estudando embriões por algum tempo, observando-os com o microscópio. E eu sabia que os desenhos estavam simplesmente errados. Eu chequei todos os meus livros novamente. Todos eles tinham desenhos similares, e todos eles estavam obviamente errados. Não somente eles distorciam os embriões apresentados; eles omitiam estágios anteriores nos quais os embriões pareciam muito diferentes uns dos outros. Como a maioria dos outros estudantes de ciências, como a maioria dos cientistas, eu deixei passar. Isso não afetava o meu trabalho diretamente, e eu assumi que, enquanto os livros, de alguma forma, erraram neste ponto, isso era uma exceção à regra. Porém, em 1997, meu interesse no desenho dos embriões reviveu quando o embriologista Michael Richardson e seus colegas publicaram o resultado de seu estudo comparando os desenhos dos livros com embriões reais. Como o próprio Richardson foi citado no prestigioso jornal Science: “Parece que isso está se tornando uma das falsificações mais famosas da biologia.” Pior, esta fraude não era recente. Nem foi descoberta recentemente. Os desenhos de embriões que aparecem na maioria dos livros do ensino médio e universidades são as reproduções ou são baseados numa série de desenhos feitos pelo biólogo alemão do Século XIX Ernst Haeckel, um Darwinista fervoroso. E há mais de 100 anos os estudiosos de Darwin e da teoria da evolução sabem que estes desenhos são falsificações. Mas aparentemente, nenhum deles achou certo corrigir esta informação errônea quase onipresente.

Ainda crendo que isto era uma circunstância especial, eu fiquei curioso para ver se poderia encontrar outros erros nos livros texto padrão de biologia lidando com a evolução. Entretanto, minha busca revelou um fato assustador: Longe de ser uma exceção, tais informações errôneas freqüentemente são a regra. Em meu livro recente, eu os chamo: Icons of Evolution (Ícones da Evolução), devido ao fato de que tantos deles são representados por ilustrações freqüentemente repetidas que, como os desenhos de Haeckel, serviram seu propósito pedagógico muito bem – estabelecer informações errôneas básicas sobre a teoria da evolução na opinião do público. Todos nós lembramos delas das aulas de biologia: O experimento que criou os “blocos de construção da vida” em um tubo; a “árvore” evolutiva, enraizada na lama primordial e ramificando-se em vida animal e vegetal. Então havia as estruturas ósseas semelhantes de, digamos, a asa de um pássaro e a mão de um homem, as mariposas pimenta (Biston betularia), e os tentilhões de Darwin. E, claro, os embriões de Haeckel. Casualmente, todos estes exemplos, como também muitos outros presumivelmente representando evidências a favor da evolução, mostram-se incorretos. Não só ligeiramente incorretos. Os textos continham distorções massivas e até mesmo evidências falsas sobre a evolução Darwiniana. Também não estamos falando só sobre os livros de ensino médio, que alguns podem perdoar (mas não deveriam) por aderirem a um padrão mais baixo. Alguns dos mais prestigiados livros universitários também são culpados, como Evolutionary Biology de Douglas Futuyma e Molecular Biology of the Cell, que tem como co-autor o presidente da National Academy of Sciences – NAS (Academia Nacional de Ciências), Bruce Alberts (Ambos os livros têm edições traduzidas para a língua portuguesa). Na verdade, quando a “evidência” falsa é retirada, a defesa da evolução Darwiniana, pelo menos nos livros textos, torna-se magra ao ponto de ser quase invisível. A VIDA EM UMA GARRAFA Qualquer um que já era velho o bastante em 1953 para entender a importância das notícias, lembra-se quão chocante, e para muitos, estimulante, ela foi. Os cientistas Stanley Miller e Harold Urey tiveram sucesso em criar “os blocos de construção” da vida em frascos. Imitando o que se acreditava ser as condições naturais da atmosfera da Terra primitiva, e então emitindo fagulhas elétricas através dela, Miller e Urey tinham produzido aminoácidos simples. Como os aminoácidos são os “blocos de construção” da vida, pensou-se que seria apenas uma questão de tempo até que os cientistas pudessem criar organismos vivos. No tempo, parecia uma confirmação dramática da teoria da evolução. A vida não era um “milagre”. Nenhuma intervenção externa ou inteligência divina era necessária. Ponha os gases certos juntos, adicione eletricidade, e a vida certamente surgirá. É um evento comum. Carl Sagan poderia então prever seguramente na PBS que os planetas orbitando aquelas “bilhões e bilhões” de estrelas no espaço devem estar simplesmente repletos de vida. Entretanto, havia

problemas. Os cientistas nunca foram capazes de ir além dos aminoácidos mais simples em suas simulações de ambientes primordiais, e a criação de proteínas começou a parecer não com um passo simples ou alguns poucos passos, mas sim, como uma grande barreira, talvez intransponível. Todavia, o golpe fatal no experimento de Miller-Urey veio nos anos de 1970, quando os cientistas começaram a concluir que a atmosfera primitiva da Terra não era nem um pouco parecida com a mistura de gases utilizada por eles. Ao invés de ser o que os cientistas chamam de um ambiente “redutor”, ou rico em hidrogênio, a atmosfera da Terra primitiva provavelmente consistia de gases liberados pelos vulcões. Hoje em dia há quase um consenso sobre isso dentre os geoquímicos. Mas se você colocar esses gases vulcânicos no aparelho de Miller-Urey, o experimento não funciona – em outras palavras, não produz “blocos de construção” da vida. O que os livros fazem com este fato inconveniente? Geralmente eles ignoram isso e continuam a utilizar o experimento de Miller-Urey para convencer os estudantes de que os cientistas demonstraram um primeiro passo importante na origem da vida. Isto inclui o já mencionado Molecular Biology of the Cell, que tem o presidente da NAS, Bruce Alberts como co-autor. A maioria dos livros também continua dizendo aos estudantes que os cientistas que pesquisam a origem da vida também encontraram uma abundância de outras evidências para explicar como a vida teria se originado espontaneamente – mas eles não contam aos estudantes que os próprios pesquisadores atualmente reconhecem que a explicação ainda os ilude. EMBRIÕES FALSIFICADOS Darwin Pensava que “de longe, a mais forte categoria de fatos a favor” de sua teoria viria da embriologia. Porém, ele não era um embriologista, então se apoiou no trabalho do biólogo alemão Ernst Haeckel, que produziu desenhos de embriões de várias classes de vertebrados para mostrar que eles são virtualmente idênticos nos seus estágios iniciais de desenvolvimento, e tornamse notavelmente diferentes somente quando se desenvolvem. Foi esse padrão que Darwin achou tão convincente. Isto pode ser a mais rude das distorções, visto que os biólogos já sabem há mais de um século que os embriões de vertebrados nunca se parecem tão semelhantes como Haeckel os desenhou. Em alguns casos, Haeckel utilizou a mesma xilogravura para copiar os embriões que supostamente eram de classes diferentes. Em outras, ele tratou seus desenhos para fazer os embriões parecerem mais semelhantes do que eram na verdade. Os contemporâneos de Haeckel repetidamente criticavam-no por estas adulterações e houve abundantes acusações de fraude durante sua vida. Em 1997 o embriologista britânico Michael Richardson e um time internacional de estudiosos compararam os desenhos de Haeckel com fotografias reais de embriões de vertebrados, demonstrando de forma conclusiva que os desenhos deturpavam a verdade. Os desenhos também são enganosos de outra forma. Darwin baseou sua inferência de ancestralidade comum na crença de que os estágios iniciais do desenvolvimento embrionário são os mais similares. Os

desenhos de Haeckel, contudo, omitem completamente os estágios iniciais, que são muito diferentes, e começa em um ponto, na metade do caminho do desenvolvimento, em que são mais similares. O embriologista William Ballard escreveu em 1976 que é “somente com o uso de truques semânticos e seleção subjetiva da evidência”, ao “dobrar os fatos da natureza”, que alguém pode argumentar que os estágios iniciais dos vertebrados são mais semelhantes que seus adultos. Contudo, algumas versões dos desenhos de Haeckel podem ser encontrados na maioria dos livros atuais de biologia. Stephen Jay Gould, um dos maiores proponentes da teoria da evolução, escreveu recentemente que nós deveríamos estar “estupefatos e envergonhados pelo século de reciclagem descuidada que levou à persistência desses desenhos em um grande número, se não na maioria dos livros modernos.” (Eu irei retornar abaixo à questão do por que somente agora o Sr. Gould, que sabia dessas falsificações por décadas, decidiu trazê-las para o grande público). A ÁRVORE DA VIDA DE DARWIN Darwin escreveu em A Origem das Espécies: “Eu vejo todos os seres não como criações especiais, mas como os descendentes diretos de alguns poucos seres” que viveram no passado distante. Ele acreditava que as diferenças entre as espécies modernas surgiram primariamente através de seleção natural, ou sobrevivência do mais apto, e descreveu todo o processo como “descendência com modificação”. É claro que ninguém duvida que certa quantidade de descendência com modificação ocorra dentro das espécies. Mas a teoria de Darwin alega explicar a origem de novas espécies – na verdade, de todas as espécies, desde que as primeiras células surgiram no caldo primordial. Esta teoria tem a virtude de fazer uma previsão: Se todos os seres vivos são descendentes gradativamente modificados de uma ou mais formas originais, então a história da vida deveria parecer com uma árvore cheia de ramos. Infelizmente, apesar dos pronunciamentos oficiais, esta previsão, em alguns aspectos, mostrou-se errônea. O registro fóssil mostra os maiores grupos de animais aparecendo completamente formados aproximadamente no mesmo período, em uma “explosão Cambriana”, ao invés de divergirem a partir um ancestral comum. Darwin sabia disso, e considerou isso como uma objeção séria à sua teoria. Mas ele atribuía este fato à imperfeição do registro fóssil, e achava que pesquisas posteriores supririam os ancestrais perdidos. Mas um século e meio de coleta constante de fósseis somente agravou o problema. Ao invés das diferenças ligeiras aparecerem primeiro, são as grandes diferenças que aparecem logo no início. Alguns especialistas em fósseis descrevem isso como “evolução de

cima pra baixo”, e notam que isto contradiz o padrão “de baixo pra cima” previsto pela teoria de Darwin. Contudo, a maioria dos livros de biologia modernos nem mesmo menciona a explosão Cambriana, muito menos aponta o desafio que ela representa para a evolução Darwiniana. Então veio a evidência da biologia molecular. Os biólogos dos anos 1970s começaram a testar o padrão da árvore ramificada de Darwin ao comparar moléculas de várias espécies. Quanto mais semelhantes as moléculas de duas espécies diferentes são, resume-se que são mais proximamente relacionadas. Inicialmente essa abordagem pareceu confirmar a árvore da vida de Darwin. Mas à medida que os cientistas comparavam mais e mais moléculas, eles descobriram que moléculas diferentes geravam resultados conflitantes. O padrão de árvore ramificada inferido a partir de uma molécula freqüentemente contradiz o padrão obtido com outra. O biólogo molecular canadense W. Ford Doolitle não crê que o problema irá embora. Talvez os cientistas “tenham falhado em encontrar a ‘árvore verdadeira’”, escreveu em 1999, “não porque os métodos sejam inadequados ou porque eles escolheram os genes errados, mas porque a história da vida não pode ser representada de forma apropriada como uma árvore”. Contudo, os livros de biologia continuam a assegurar aos estudantes de que a Árvore da Vida de Darwin é um fato científico esmagadoramente confirmado pelas evidências. Porém, julgando pelas evidências fósseis e moleculares reais, é uma hipótese não verificada mascarada como fato. TODOS ELES SÃO PARECIDOS: A HOMOLOGIA EM MEMBROS DE VERTEBRADOS A maioria dos livros de biologia contém desenhos de membros de animais vertebrados mostrando similaridades em suas estruturas ósseas. Os biólogos antes de Darwin notaram este tipo de similaridade e a chamaram “homologia”, eles atribuíram isso à construção sobre um protótipo ou design comum. Entretanto, em A Origem das Espécies, Darwin argumentou que a melhor explicação para a homologia é a descendência com modificação, e considerou isso como evidência a favor de sua teoria. Os seguidores de Darwin dependem das homologias para organizar os fósseis em ramos de árvores que supostamente mostram relações do tipo ancestral-descendente. Em seu livro de 1990, Evolution and the Myth of Creationism, o biólogo Tim Berra comparou o registro fóssil com uma série de modelos da Corvette: “Se você comparar um Corvette 1953 e um 1954, lado a lado, depois um modelo 1954 com um 1955, e assim por diante, a descendência com modificação é esmagadoramente óbvia.” Mas Berra esqueceu de considerar um ponto crucial e óbvio: Os Corvettes, até onde alguém já foi capaz de determinar, não dão à luz a Corvettinhos. Como todos os automóveis, eles são projetados pelas pessoas que trabalham para as companhias automotivas. Em outras palavras, uma inteligência externa. Então, embora Berra acreditasse

que estava dando apoio à evolução Darwiniana, em detrimento da explicação pré-Darwiniana, sem perceber ele mostrou que a evidência do registro fóssil é compatível com ambas as explicações. O professor de Direito (e crítico do Darwinismo) Phillip E. Johnson apelidou isso como: “O erro de Berra”. A lição a ser aprendida com o erro de Berra é que devemos especificar um mecanismo natural antes de podermos excluir cientificamente a construção via design como a causa da homologia. Os biólogos Darwinianos propuseram dois mecanismos: caminhos desenvolvimentais e programas genéticos. De acordo com o primeiro, as características homólogas surgem de células semelhantes e processos no embrião; de acordo com o segundo, as características homólogas são programadas por genes semelhantes. Mas os biólogos já sabem há 100 anos que as estruturas homólogas freqüentemente não são produzidas por caminhos desenvolvimentais semelhantes. E eles sabem há 30 anos que elas também não são produzidas por genes semelhantes. Então não há um mecanismo empiricamente demonstrado para estabelecer que as homologias sejam devidas à ancestralidade comum, ao invés de design comum. Sem um mecanismo, os Darwinistas modernos simplesmente têm definido homologia como significando semelhança devida à ancestralidade comum. De acordo com Ersnt Mayr, um dos principais arquitetos do Neo-Darwinismo moderno: “Após 1859 tem havido apenas uma definição de homologia que faz sentido biologicamente: Os atributos de dois organismos são homólogos quando derivados de uma característica equivalente do ancestral comum.” Esse é um caso clássico de raciocínio circular. Darwin via a evolução como teoria, e a homologia como evidência a favor dela. Os seguidores de Darwin assumem que a evolução está independentemente estabelecida e a homologia é o resultado dela. Todavia, você não pode utilizar a homologia como evidência a favor da evolução, exceto com o uso de raciocínio circular: Similaridade devido à ancestralidade comum demonstra a ancestralidade comum. Os filósofos da biologia têm criticado esta abordagem por décadas. Como escrito por Ronald Brady em 1985: “Ao transformar nossa explicação em definição da condição a ser explicada, expressamos não uma hipótese científica, mas uma crença. Estamos tão convencidos de que nossa explicação é verdadeira que não mais vemos qualquer necessidade de distingui-la da situação que estamos tentando explicar. Esforços dogmáticos deste tipo devem eventualmente deixar o reino da ciência.” Então como os livros tratam esta controvérsia? Novamente, ignorando-a. Na verdade, eles dão aos estudantes a impressão de que faz sentido definir homologia em termos de ancestralidade comum e então retorcem as palavras e utilizam a homologia como

evidência a favor da ancestralidade comum. E chamam isso de “ciência”. NADA   QUE   UM   POUCO   DE   COLA   NÃO   POSSA   CONSERTAR:   AS  MARIPOSAS PIMENTA Darwin estava convencido de que no curso da evolução, “a Seleção Natural foi o meio de modificação mais importante, mas não o único”, contudo, ele não tinha evidência direta disso. O melhor que ele pôde fazer em A Origem das Espécies foi dar “um ou dois exemplos imaginários”. Porém, nos anos de 1950, o médico britânico Bernard Kettlewell forneceu o que parecia ser uma evidência conclusiva da seleção natural. Durante o século anterior, as mariposas pimenta [Biston betularia] da Inglaterra mudaram predominantemente, de coloração clara para coloração escura. Pensou-se que a mudança ocorreu porque as mariposas escuras eram mais bem camufladas nos troncos das árvores, escurecidos devido à poluição, e dessa forma, era menos provável que fossem comidas por pássaros predadores. Para testar essa hipótese de forma experimental, Kettlewell soltou mariposas claras e escuras sobre troncos de árvores próximos em bosques poluídos e não-poluídos, e então observou enquanto os pássaros comiam as mariposas mais visíveis. Como esperado, os pássaros comeram mais mariposas claras no bosque poluído, e mais mariposas escuras no bosque não-poluído. Em um artigo escrito para a Scientific American, Kettlewell chamou isso de “a evidência perdida de Darwin”. As mariposas pimenta logo se tornaram o exemplo clássico de seleção natural em ação, e a história ainda é recontada na maioria dos livros de biologia, acompanhada de fotografias das mariposas nos troncos das árvores. Entretanto, nos anos de 1980, os pesquisadores descobriram evidências de que a história oficial era falha – incluindo o fato pertinente de que as mariposas pimenta normalmente não descansam nos troncos das árvores. Ao invés disso, elas voam de noite, e aparentemente se escondem sob os ramos superiores das árvores durante o dia. Ao soltar as mariposas nos troncos das árvores próximas à luz do dia, Kettlewell criou uma situação artificial que não existe na natureza. Muitos biólogos agora consideram os seus resultados inválidos, e alguns ainda questionam se a seleção natural foi a responsável pelas mudanças observadas. Então de onde vêm todas essas fotos de mariposas em troncos de árvores? Elas foram todas encenadas. Para apressar as coisas, alguns fotógrafos colaram mariposas mortas nas árvores. É claro que, as pessoas que encenaram essas fotos antes dos anos de 1980 acreditavam que estavam representando a situação real, mas agora sabemos que eles estavam errados. Mesmo assim, uma olhada em quase todos os livros de biologia atuais revelam que elas ainda estão todas sendo utilizadas como evidência a favor da seleção natural. Em 1999, um autor canadense justificou a prática: “Você tem de olhar para a audiência. Quão enrolado você quer tornar isto para alguém

que está aprendendo pela primeira vez?” Bob Ritter foi citado dizendo na edição de Abril de 1999 da revista Alberta Report Newsmagazine. Os estudantes de ensino médio “ainda são muito concretos em sua forma de aprender”, continuou Ritter. “Nós queremos comunicar claramente a idéia de seleção adaptativa. Mais tarde, eles podem analisar o trabalho de forma crítica.” Aparentemente, o “mais tarde” pode ser muito mais tarde. Quando o professor da Universidade de Chicago, Jerry Coyne, descobriu a verdade em 1998, já estava bem enraizado em sua carreira como biólogo evolucionista. Sua experiência mostra quão insidiosos os ícones da evolução realmente são, visto que eles enganam tanto os especialistas quanto os novatos. BICOS E PÁSSAROS: OS TENTILHÕES DE DARWIN 25 anos antes de Darwin publicar A Origem das Espécies, ele estava formulando suas idéias como um naturalista a bordo do brigue de exploração H.M.S. Beagle. Quando o Beagle visitou as Ilhas Galápagos em 1835, Darwin coletou espécies da fauna local, inclusive alguns tentilhões. Na verdade, embora os tentilhões tivessem pouco a ver com o desenvolvimento da teoria evolutiva de Darwin, eles atraíram considerável atenção dos biólogos evolucionistas modernos como evidência adicional a favor da seleção natural. Nos anos de 1970, Peter e Rosemary Grant, e seus colegas, notaram um aumento de 5 % no tamanho dos bicos após uma seca rigorosa, porque os tentilhões foram deixados apenas com sementes difíceis de quebrar. A mudança, embora significativa, foi pequena; contudo, alguns Darwinistas alegam que, antes de qualquer coisa, ela explica como as espécies de tentilhões surgiram. Em 1999, um livreto publicado pela NAS descreve os tentilhões de Darwin como “um exemplo particularmente convincente” da origem das espécies. O livreto cita o trabalho dos Grant, e explica como “um simples ano de seca nas ilhas pode conduzir mudanças evolutivas nos tentilhões.” O livreto também calcula que “se as secas ocorressem cerca de uma vez a cada 10 anos nas ilhas, uma nova espécie de tentilhão poderia surgir em apenas 200 anos.” Mas o livreto falha em apontar que os bicos dos tentilhões retornaram ao normal após o retorno das chuvas. No “ganho líqüido”, não ocorreu evolução. Na verdade, parece que agora várias espécies de tentilhões estão surgindo através de hibridização, ao invés de divergirem através de seleção natural como a teoria de Darwin requer. Esconder evidências com o intuito de dar a impressão de que os tentilhões de Darwin confirmam a teoria evolutiva beira o comportamento impróprio no que diz respeito à pesquisa científica. De acordo com o biólogo de Harvard Louis Guenin (escrevendo para a Nature em 1999), as leis de segurança americanas provêem “nossa mais rica fonte como guia experimental” ao definir o que se constitui em comportamento impróprio científico. Mas um investidor que diz aos seus clientes que pode se esperar que certas ações tenham seu valor dobrado em 20 anos porque elas subiram 5 % em 1998, ao mesmo

tempo em que esconde o fato de que as mesmas ações declinaram em 5 % em 1999, pode muito bem ser acusado de fraude. Como escrito pelo professor de Direito Phillip E. Johnson no The Wall Street Jorunal em 1999: “Quando os nossos principais cientistas têm de se utilizar do tipo de distorção que colocaria um investidor na cadeia, você sabe que eles estão com um problema.” DOS GRANDES MACACOS AOS HUMANOS A teoria de Darwin rende ao máximo quando aplicada às origens humanas. Enquanto ele dificilmente menciona este tópico em A Origem das Espécies, posteriormente Darwin escreveu extensivamente sobre o assunto em The Descent of Man. “Meu propósito”, ele explicou, “é mostrar que não há uma diferença fundamental entre o homem e os animais superiores em suas faculdades mentais” – mesmo em moralidade e religião. De acordo com Darwin, a tendência de um cachorro em imaginar um agente escondido em coisas movidas pelo vento “poderia facilmente passar como crença na existência de um ou mais deuses”. Claro, a consciência de que o corpo humano é parte da natureza já estava presente há muito tempo antes de Darwin. Mas ele estava alegando muito mais. Como os filósofos materialistas desde a Grécia antiga, Darwin acreditava que os humanos são nada mais que animais. Contudo, Darwin precisava de evidências para confirmar sua proposição. Embora os Neandertais já tivessem sido encontrados, naquele tempo eles não eram considerados como ancestrais dos humanos, então Darwin não tinha evidência fóssil para apoiar sua visão. Somente em 1912 o paleontologista amador Charles Dawson anunciou que tinha descoberto o que os Darwinistas estavam procurando, em uma cascalheira, em Piltdown, Inglaterra. Dawson encontrou parte de um crânio humano e parte de uma mandíbula simiesca com dois dentes. 40 anos depois um time de cientistas provou que o crânio de Piltdown, embora tivesse milhares de anos, pertencia a um humano moderno, enquanto o fragmento da mandíbula era mais recente e pertencia a um orangotango moderno. A mandíbula tinha sido quimicamente tratada para parecer como um fóssil, e os dentes tinham sido deliberadamente lixados para parecerem mais humanos. O homem de Piltdown foi uma falsificação. A maioria dos livros de biologia modernos nem mesmo menciona Piltdown. Quando os críticos do Darwinismo trazem isso à tona, a resposta normalmente é que esse incidente simplesmente prova que a ciência é autocorretiva. E assim foi, neste caso – embora a correção demorasse mais de 40 anos para acontecer. Porém a lição mais interessante a se aprender com Piltdown é que os cientistas, como todo mundo, podem ser enganados a ver o que querem ver. A mesma subjetividade que preparou o caminho para Piltdown continua a atormentar a pesquisa sobre as origens humanas. De

acordo com a paleo-antropologista Misia Landau, as teorias sobre as origens humanas “excedem em muito o que pode ser inferido sobre o estudo apenas dos fósseis, e na verdade, põem um fardo pesado na interpretação do registro fóssil – um fardo que é aliviado ao se posicionar os fósseis em estruturas de narrativas pré-existentes.” Em 1996, o curador do Museu Americano de História Natural, Ian Tattersal reconheceu que “em paleoantropologia, os padrões que percebemos são mais provavelmente o resultado inconsciente da nossa mentalidade do que da evidência em si.” O antropologista da Universidade Estadual do Arizona, Geoffrey Clark repetiu esta visão em 1997, quando escreveu: “Nós selecionamos dentre os conjuntos de alternativas de conclusões de pesquisa, de acordo com as nossas influências e pressuposições.” Clark sugeriu que “a paleo-antropologia tem a forma, mas não tem a substância da ciência.” Os estudantes de biologia e o público em geral raramente são informados sobre as profundas incertezas acerca das origens humanas refletidas nos pronunciamentos acima, de cientistas especialistas na área. Em vez disso, eles são nutridos com a última especulação, como se isso fosse fato. E a especulação é tipicamente ilustrada com desenhos extravagantes de homens das cavernas, ou fotos de atores humanos com maquiagem pesada. O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? A maioria de nós admite que aquilo que ouvimos dos cientistas é comparativamente confiável. Os políticos podem distorcer ou “raspar” a verdade a fim de apoiar uma agenda pré-concebida, mas nos dizem que os cientistas lidam com os fatos. É claro que algumas vezes eles podem entender algo errado, mas a beleza da ciência é que ela é empiricamente testável. Se uma teoria está errada, isso será descoberto por outros cientistas realizando experimentos de forma independente, para repetir, ou refutar seus resultados. Desta forma os dados são constantemente revistos e as hipóteses se tornam teorias amplamente aceitas. Sendo assim, como explicaremos tais distorções impregnantes e antiquadas dos fatos específicos, utilizadas para apoiar a teoria da evolução? Talvez a evolução Darwiniana tenha imposto um significado em nossa cultura que tem pouco a ver com o seu valor científico, qualquer que possa ser. Uma indicação disso foi vista na recente reação universal e censuradora do Conselho de Diretores de Escolas do Kansas e sua decisão de não permitir que se discorde da teoria da evolução padrão (muito da qual, como acabamos de ver, está simplesmente errada). De acordo com a imprensa, somente os fundamentalistas religiosos questionam a evolução Darwiniana. Dizem-nos que as pessoas que criticam o Darwinismo querem bombardear a ciência de volta à idade da pedra, e substituí-la com a Bíblia. O crescente conjunto de evidências científicas contradizendo as alegações Darwinianas é firmemente ignorado. Quando o bioquímico Michael Behe apontou no

The New York Times, no ano passado, que a “evidência” dos embriões a favor da evolução era falsa, o Darwinista Stephen Jay Gould admitiu que sabia disso há décadas (como notado anteriormente) – mas acusou Behe de “criacionista” por apontar isso. Ora, embora Behe apóie a idéia de que algumas características dos organismos sejam mais bem explicadas por design inteligente, ele não é um “criacionista” da forma como essa palavra é normalmente utilizada. Behe é um biólogo molecular cujo trabalho científico o convenceu de que a teoria Darwiniana não está de acordo com as observações e evidências experimentais. Por que Gould, sabendo que os embriões de Haeckel eram falsos, repudia Behe como um criacionista por criticar isso? Eu suspeito que além de ciência pura, haja uma outra agenda em ação aqui. Minha evidência é a mensagem materialista tecida de forma mais ou menos explícita em muitas explicações dos livros. O livro Evolutionary Biology de Futuyma é característico disso, informando aos estudantes de que “foi a teoria da evolução de Darwin,” junto com a teoria de Marx da história e a teoria de Freud sobre a natureza humana, “que propiciaram a tábua crucial para a plataforma do mecanicismo e materialismo” que desde então tem sido “o palco da maioria do pensamento ocidental.” Um livro cita Gould, que declara abertamente que os humanos não são criados, mas sim os ramos meramente sortudos em uma árvore da vida “contingente” (i.e. acidental). O Darwinista de Oxford, Richard Dawkins, embora não tenha escrito isso em um livro, expressa de forma ainda mais direta: “Darwin fez com que fosse possível ser um ateu intelectualmente satisfeito.” Estas visões são obviamente filosóficas, e não científicas. Futuyma, Gould e Dawkins têm o direito de ter sua filosofia. Mas eles não têm o direito de ensiná-la como se fosse ciência. Em ciência, todas as teorias – incluindo a evolução Darwiniana – devem ser testadas contra as evidências. Visto que Gould sabe que a evidência real da embriologia contradiz os desenhos falsos em livros de biologia, por que ele não assume um papel mais ativo na limpeza da educação científica? As adulterações e omissões que eu examinei aqui são apenas uma pequena amostra. Há muito mais. Por muito tempo o debate sobre a evolução assumiu “fatos” que não são verdadeiros. Chegou a hora de limpar as mentiras que obstruem a discussão popular sobre a evolução, e insistir que as teorias estejam de acordo com as evidências. Em outras palavras, é hora de fazer ciência como se supõe que seja feita. SOBRE O AUTOR Jonathan Wells têm dois Ph.D.s, um em Biologia Celular e Molecular pela Universidade da Califórnia em Berkeley, e um em Estudos Religiosos pela Univerdade de Yale. Trabalhou como biólogo pesquisador durante um pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley, como supervisor de um laboratório médico em Fairfield,

Califórnia, e já lecionou biologia na Universidade Estadual da Califórnia em Hayward. O Dr. Wells já publicou artigos nos periódicos: Development, Proceedings of the National Academy of Sciences USA, BioSystems, The Scientist e The American Biology Teacher. Também é co-autor de Charles Hodge's Critique of Darwinism (Edwin Mellen Press, 1988) e Icons of Evolution: Why much of what we teach about evolution is wrong (Regnery Publishing, 2000). O Dr. Wells atualmente está trabalhando em um livro que critica a ênfase excessiva dos genes na biologia e medicina Este   artigo  foi  originalmente  publicado  em  The  American  Spectator  – Dezembro 2000 / Janeiro 2001.

FONTE: http://tedeismo.blogspot.com/2009/07/sobrevivencia-do-mais-falso.html

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