A PEDRA DE ROSETA O Egito Antigo invoca imagens de faraós, pirâmides imponentes e tumbas cobertas de ouro. Séculos atrás, antes de a arqueologia ser considerada um campo legítimo da ciência, exploradores fizeram uma incursão nas ruínas egípcias a procura de artefatos. Os colecionadores sabiam que se tratavam de objetos valiosos, embora não tivessem meios de saber quanto exatamente valiam. Devido ao fato de que os registros históricos de civilizações e monumentos continham inscrições em hieróglifos, linguagem que ninguém, nem mesmo os egípcios conseguiam decifrar, os segredos do passado do Egito pareciam perdidos para sempre. Até que a a Pedr a de Roseta foi descoberta.
TRADUZINDO A PEDRA DE ROSETA •
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Os estudiosos iniciaram as tentativas de tradução da Pedra de Roseta assim que colocaram suas mãos nela, ou de uma cópia do texto. Não levou muito tempo para que as partes em grego e demótico fossem traduzidas, mas os hieróglifos pareciam ser um mistério indecifrável. Seguiu-se uma batalha intelectual sobre dois estudiosos dos hieróglifos, um britânico, Thomas Young, e um francês, Jean-François Champollion. Seus respectivos países sempre foram rivais, e até hoje a GrãBretanha e a França debatem sobre quem teria decifrado o código primeiro e a qual país a Pedra pertence. Quando a Pedra de Roseta foi exibida em Paris em 1972, para o bicentenário de sua descoberta, os rumores eram de que os parisienses planejavam secretamente roubar a Pedra. Os britânicos e franceses também contestaram os retratos de Young e Champollion, exibidos ao lado da Pedra, alegando que eram de tamanhos diferentes, o que daria mais crédito a um estudioso em relação ao outro [fonte: Harvard].
MUSEU DE LONDRES
Getty Images A Pedra de Roseta, exposta no British Museum, em Londres
BLOCO DE PEDRA COM INCRIÇÕES DE REGISTROS •
A Pedra de Roseta é um fragmento de uma estela, bloco de pedra com inscrições de registros governamentais ou religiosos. A Pedra é feita de granito negro e pesa cerca de ¾ de uma tonelada (0,680 toneladas métricas). A pedra mede 118 cm de altura, 77 cm de largura e 30 de espessura, praticamente o tamanho de uma televisão LCD ou de uma pesada mesa de centro [fonte: BBC (em inglês)]. Mas o conteúdo das inscrições na Pedra de Roseta é muito mais importante do que sua composição. São três colunas de inscrições com a mesma mensagem, mas em três línguas diferentes. Grego, hieróglifos e demótico. Estudiosos usaram as inscrições em grego e o demótico para poder decifrar o alfabeto dos hieróglifos. Ao utilizar a Pedra de Roseta como um glossário de tradução, os estudiosos revelaram mais de 1.400 anos de segredos do Egito Antigo [fonte: Cleveland MOA (em inglês).
A DESCOBERTA •
A descoberta e decifração da Pedra de Roseta são tão fascinantes quanto a tradução final das inscrições. Controversa desde o início, ela foi descoberta em 1799, numa expedição militar do então general Napoleão mais tarde ela foi capturada pelos ingleses. Sua tradução ainda causa conflitos entre nações e, até os dias de hoje, estudiosos debatem sobre quem deveria levar crédito por decifrar o código dos hieróglifos. Até mesmo a atual localização da pedra é assunto para debate. O objeto sempre foi considerado de grande importância histórica e política.
A história da Pedra de Roseta • A mensagem gravada na Pedra de Roseta não tem a importância das línguas em que foi escrita. A Pedra data de 27 de março de 196 a.C. e traz um decreto feito por padres egípcios, endossando o faraó como um ótimo e honesto governante e respeitoso seguidor dos deuses egípcios [fonte: BBC(em inglês)]. Escrito abaixo do decreto, está uma ordem instruindo como a mensagem deveria ser compartilhada. Os padres claramente queriam que a mensagem fosse disseminada, por isso, solicitaram que fosse escrita em três línguas e entalhada na pedra.
Registrando a história •
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Durante séculos, os egípcios registraram sua história em hieróglifos. Caracteres sagrados reservados para mensagens religiosas ou políticas, os hieróglifos eram usados em inscrições de tumbas, templos e outros monumentos. Devido ao fato de os hieróglifos serem uma língua tão sagrada e confusa, os egípcios criaram o hierático, uma espécie de versão abreviada da linguagem. O hierático era usado para registrar decretos governamentais e transações comerciais, não sendo utilizado para fins religiosos. No período ptolomaico, quando a Pedra de Roseta recebeu suas inscrições, os egípcios recorreram ao demótico, versão ainda mais simplificada dos hieróglifos. Ao solicitarem que o decreto da Pedra de Roseta fosse escrito em três idiomas, os padres asseguraram que todo o Egito seria capaz de decifrá-lo [fonte: Harvard]. E, até o 4º século d.C., a mensagem da Pedra de Roseta pôde ser completamente decifrada. Mas, com a expansão do cristianismo no Egito, os hieróglifos foram abandonados pela sua ligação com os deuses pagãos. O demótico não era considerado uma língua tabu como os hieróglifos, mas acabou se modificando e passou a se chamar cóptico. O cóptico era baseado nas 24 letras do alfabeto grego, assim como alguns caracteres do demótico, para fonemas egípcios não existentes no idioma grego.
OS HIERÓGLIOFOS EGÍPCIOS
DESVENDANDO O PASSADO •
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Por si própria, a Pedra de Roseta não é mais extraordinária do que qualquer outra estela de sua época. Mas sua preservação nos ajuda a entender o passado do Egito e mudanças de governo durante o período greco-romano, quando o Egito era governado pelos macedônios, ptolomeus e romanos. Os faraós, dos quais a última foi Cleópatra, seriam sucedidos por cristãos coptas, muçulmanos e otomanos, entre os anos 639 e 1517d.C [fonte: BBC (em inglês)]. Governos tão diferentes causaram mudanças em todos os aspectos do estilo de vida dos egípcios, sendo a língua escrita o mais aperente. As novas regras trouxeram novas religiões e antigos deuses foram substituídos por novos. Como resultado, a mais sagrada das escritas, os hieróglifos, foi substituída também.
GRUPO 02
• TRABALHO APRESENTADO PARA A DISCIPLINA DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA SOBRE • A ARQUEOLOGIA EGÍPCIA • • • • • • •
EDEGAR CÉCIO WAGNER DIONES ELENÚBIA CLEIDE ANTONIO MARCOS