72 - Dos Anjos Do Mal

  • November 2019
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Dos Anjos do Mal John Wesley “Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes”.(Efésios 6:12) I. A natureza e características dos anjos do mal. II. A ocupação deles. III. Alguns poucos exemplos claros da doutrina que irei entregar. 1. Freqüentemente se observa que não existem lacunas ou abismos na criação de Deus, mas que todas as partes dela estão admiravelmente ligadas, para compor o todo universal. Assim sendo, existe uma cadeia de seres, do nível mais baixo ao mais alto; de uma partícula não organizada de terra ou água, até um Miguel, o arcanjo. E a escala de criaturas não avança per saltum, através de saltos, mas, através de graus estáveis e moderados; embora seja verdade, que esses são freqüentemente imperceptíveis às nossas faculdades imperfeitas. Não podemos traçar, de maneira exata, muitas das intermináveis ligações desta espantosa cadeia, que é abundantemente muito sutil para ser discernida, quer pelos nossos sentidos ou entendimento. 2. Nós podemos apenas observar, de uma maneira grosseira e geral, erguendo-se uma acima da outra, primeiro, a terra inorgânica, então, os minerais e vegetais em suas diversas ordens; depois os insetos, répteis, peixes, animais, homens e anjos. Dos anjos, de fato, nós sabemos nada com alguma certeza, a não ser através de revelação. Os relatos que são deixados pelos mais sábios anciãos, ou dados pelos modernos ateus, sendo nada melhor que as fábulas tolas e auto-inconsistentes, também grosseiros para serem impostos, até mesmo, sobre as crianças. Mas, através da revelação divina nós somos informados que eles foram todos criados santos e felizes; ainda assim, nem todos eles continuaram como foram criados: Alguns mantiveram, mas outros deixaram, seu primeiro estado. O primeiro desses são agora os anjos do bem; os últimos, anjos do mal. Dos primeiros, eu falei no discurso precedente: Eu proponho agora falar do último. E é altamente necessário que possamos entender bem o que Deus revelou, concernente a eles, de que eles não podem ter vantagem sobre nós, através de nossa ignorância; que nós podemos lutar contra eles, efetivamente. Porque “nós lutamos, não contra a carne e sangue, mas contra principados, contra poderes, contra os governantes da escuridão deste mundo, contra os espíritos maus nos lugares celestiais”. 3. Esta simples passagem parece conter toda a doutrina bíblica, concernente aos anjos do mal. Eu compreendo que o claro significado dela, literalmente traduzido, é este: “Nós lutamos”, a luta dos cristãos verdadeiros, ”não” apenas, ou principalmente, “contra a carne e sangue”; os homens fracos ou apetites e paixões mundanas, “mas contra principados, e contra potestades”, -- os príncipes poderosos de todas as regiões infernais, com suas forças unificadas: E grande é o poder deles, como é também o poder das legiões que eles comandam, -- “contra os governantes do mundo”. (Este é o significado literal da

palavra). Talvez, esses principados e potestades permaneçam principalmente na fortificação do reino deles. Mas existem outros espíritos malévolos que se estendem nos arredores, aos quais as provinciais do mundo estão comprometidas; “das trevas”, principalmente a escuridão espiritual, “deste tempo”, que prevalece durante este estado presente de coisas, -“contra os espíritos maus” – eminentemente tais; que odeiam mortalmente, e continuamente se opõem à santidade, e trabalham para introduzir descrença, orgulho, desejo diabólico, malícia, ira, ódio, inveja ou vingança – “nos lugares celestiais”, que, uma vez, foram a morada deles, e que eles ainda aspiram. Ao executar este importante objetivo, eu me esforçarei para explicar: I. II.

A natureza e características dos anjos do mal; A ocupação deles. I

1. Com respeito ao primeiro, nós não podemos duvidar que todos os anjos de Deus foram originalmente da mesma natureza. Inquestionavelmente, eles foram da ordem mais elevada de todos os seres criados. Eles foram espíritos, criaturas etéreas puras, simples e incorruptíveis; se não totalmente imaterial, ainda assim, certamente não sobrecarregadas com a grosseira carne e sangue mundanos. Como espíritos, eles eram dotados com entendimento, com afeições, e com liberdade, ou um poder de autodeterminação; de maneira que cabia a eles, tanto continuarem em sua lealdade com Deus, ou se rebelarem contra ele. 2. E as características originais deles foram, sem dúvida, as mesmas daquelas dos anjos santos. Não existe absurdo em supor que Satanás, o chefe deles, de outro modo denominado, “Lúcifer, o filho da manhã”, ter sido, pelo menos, um “dos primeiros, se não o primeiro Arcanjo”. Como os outros filhos da manhã, eles tinham uma altura e profundidade de entendimento, completamente incompreensível a nós. Em conseqüência disto, tal conhecimento e sabedoria, que os mais sábios filhos dos homens (existissem homens, então) teriam sido meros idiotas em comparação a eles. A força deles era igual ao seu conhecimento; tal que não pode entrar em nosso coração conceber; nem podemos compreender quão ampla esfera de ação a força e conhecimento deles se estendiam. A quantidade deles, somente Deus pode dizer: Indubitavelmente, foi apenas menor do que o infinito. E a terça parte dessas estrelas do céu, o arqui-rebelde arrastou com ele. 3. Não sabemos exatamente (porque não está revelado nos oráculos de Deus), tanto a ocasião da apostasia deles, ou qual efeito ela produziu imediatamente sobre eles. Alguns têm, não improvavelmente, suposto, que quando Deus publicou “o decreto” (mencionado em Salmos 2:6-7 “Eu estabeleci o meu Reino sobre Sião, meu santo monte. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei”), concernente ao reino de seu Unigênito filho, ser sobre todas as criaturas, essas primeiras criaturas deram lugar ao orgulho, comparando-se a Ele;... possivelmente declarado, através do próprio nome de satanás, Lúcifer, ou Miguel, que significa: Quem é igual a Deus? Pode ser que satanás, então, primeiro abrindo caminho para a tentação, disse em seu coração: “Eu também terei meu trono. ‘Eu me sentarei nos lados do norte! E serei como o Altíssimo’”. Mas como o

poderoso, então, caiu! Que assombrosa perda eles carregaram! Se nós admitirmos deles tudo que nossos poetas supõem de seu principal chefe em específico: -Sua forma, ainda não tinha perdido Todo seu brilho original, nem havia surgido Menos ainda o arcanjo caído, e o excesso de glória obscurecido; Se nós supusermos que a forma exterior dele não foi inteiramente mudada (embora ela tivesse sido em um grande grau; porque a disposição diabólica da mente deve turvar o brilho da face), ainda assim, que mudança espantosa foi forjada dentro deles, quando os anjos se tornaram demônios! Quando a mais santa das criaturas de Deus tornaram-se as mais iníquas! 4. Do momento em que eles deixaram de ser fiéis a Deus, eles abandonaram toda bondade, e contraíram todos aqueles temperamentos que são os mais odiosos a ele, e os que mais se opõem à sua natureza. E desde então, eles estão cheios de orgulho, arrogância, insolência, exaltando a si mesmos, acima de qualquer medida; e, embora tão profundamente corrompidos em sua estrutura interior, ainda assim, admirando sua própria perfeição. Eles estão cheios de inveja, se não contra o próprio Deus (e, mesmo que não seja impossível, vendo que eles anteriormente aspiraram seu trono), contra todas as suas criaturas: contra os anjos de Deus, que agora desfrutam do céu, de onde eles caíram; e muito mais contra esses vermes da terra que são agora chamados para “herdarem o reino”. Eles estão cheios de crueldade, de ódio a todos os filhos dos homens, aos quais eles esperam inspirar com a mesma maldade de si mesmos, e envolver na mesma miséria. 5. No processo deste desígnio infernal, eles são diligentes ao extremo. Para encontrar os mais efetivos meios de colocar isto em execução, eles aplicam a esta finalidade toda a força de seu entendimento angelical; e a apóiam com toda sua força, até onde agrade a Deus permitir. As é bom para a humanidade que Deus fixou limites a eles, que eles não podem ultrapassar. Ele disse ao mais feroz e forte dos espíritos apóstatas: “Até aqui deves vir, e não mais além”. Do contrário, quão facilmente e quão rapidamente algum deles poderia destruir toda a estrutura da natureza! Quão logo, eles envolveriam todos em uma ruína comum, ou, pelo menos, destruiriam o homem da face da terra! E eles são infatigáveis em sua obra malévola: Eles nunca ficam fracos ou fatigados. Na verdade, parece que nenhum espírito é capaz de fraqueza, a não ser aqueles que habitam a carne e sangue. 6. Uma circunstância mais, nós podemos aprender das Escrituras, concernente os anjos do mal: Eles não se dispersam grandemente, mas estão todos unidos sob um comandante comum. Ele é aquele que é denominado por nosso abençoado Senhor, “o príncipe deste mundo”. Sim, o apóstolo não tem escrúpulos de chamá-lo de “o deus deste mundo”. Ele é freqüentemente denominado de satanás, o adversário; sendo o grande adversário, tanto de Deus quanto do homem. Ele é denominado de “o diabo”, a propósito da eminência; -- “Apollyon”, ou o destruidor; -- “a antiga serpente”, por ter enganado Eva sob esta forma; -- e, “de anjo do abismo sem fim”. Nós temos motivos para acreditar que

outros anjos demoníacos estão sob seu comando; que ele os classifica, de acordo com suas diversas ordens; que são designados por seus diversos postos, e de tempos em tempos, suas diversas obras e ofícios os têm especificado. E, sem dúvida, eles estão ligados (através do que, nós não sabemos como; certamente, não pelo amor), tanto a ele, quanto uns aos outros. II Mas qual é a ocupação dos anjos do mal? Este é o segundo ponto a ser considerado. 1. Mas eles são (lembre-se: até onde Deus permite!) kosmokratores, -- governadores do mundo! De maneira que pode existir mais fundamento do que estamos aptos a imaginar para aquela estranha expressão de satanás (Mateus 4:8-9), quando ele mostrou a nosso Senhor “todos os reinos do mundo e a glória deles. ‘Todas essas coisas eu darei a ti, se tu te prostrares e me adorares’". E no quarto capitulo de Lucas está um pouco mais especificamente expresso: “O diabo mostrou a ele todos os reinos do mundo, em um só momento”. (Tal a medida espantosa do poder ainda restante no príncipe das trevas!). “E o diabo disse: ‘Todo este poder darei a ti, a glória deles: Porque isto está entregue a mim, e a quem quer que queira, eu darei”. (Mateus 4:5-6). Eles são “os governantes das trevas deste tempo” (assim as palavras estão literalmente traduzidas), do presente estado de coisas, durante o qual, “todo o mundo jaz na malignidade”. Ele é o elemento dos filhos dos homens; apenas aqueles que temem a Deus são exceção. Ele e seus anjos, em ligação com ele, e subordinado a ele, dispõem toda a ignorância, todo o erro, e toda tolice, e especificamente, toda a maldade dos homens, de tal maneira, a impedir o reino de Deus, e promover mais o reino das trevas. 2. “Mas cada homem tem um anjo do mal, assim como um anjo do bem, atendendo a ele?”. Esta tem sido uma opinião muito antiga, tanto em meios aos cristãos, quanto em meio aos judeus antes deles: Mas duvida-se muito, se isto pode ser suficientemente provado pelas Escrituras. Na verdade, não seria improvável que exista um anjo do mal específico com cada homem, se nós afirmarmos que existe um anjo do bem. Mas isto não pode ser deduzido daquelas palavras de nosso Senhor, concernentes às criancinhas: “No céu, os anjos delas continuamente vêem a face do seu Pai que está no céu”. Isto apenas prova que existem anjos que são designados a cuidar das criancinhas: Isto não prova que um anjo específico está designado a cada criança. Nem é provado, pelas palavras de Rode, que, ouvindo a voz de Pedro disse: “Este é seu anjo”. Nós não podemos inferir algo mais do que isto, mesmo supor que este anjo signifique seu anjo guardião, ou que Rode acreditava na doutrina de anjos guardiões, que era, então, comum em meio aos judeus. Mas ainda permanece um ponto discutível (vendo-se que a revelação determina nada concernente a isto), se cada homem seja atendido, tanto por anjo pessoal bom, quanto por um anjo pessoal mau. 3. Mas quer os homens sejam atendidos por espíritos pessoais malévolos, ou não, nós sabemos que satanás e todos os seus anjos estão continuamente guerreando contra nós, e vigiando cada filho do homem. Eles estão sempre observando para ver com quais circunstâncias exteriores ou interiores, com qual prosperidade ou adversidade, com qual saúde ou doença, com quais amigos ou inimigos, com qual juventude ou velhice, com qual conhecimento ou ignorância, com qual cegueira ou indolência, com qual alegria ou tristeza,

podem colocá-los em tentação. E eles estão perpetuamente prontos a tirar a extrema vantagem de cada circunstância. Esses hábeis lutadores espiam a menor escorregadela que damos, e beneficiam-se dela imediatamente; já que eles também estão “em derredor de nossa cama, e nossos passos, e espiam todos os nossos caminhos”. De fato, cada um deles “caminham ao derredor como um leão que ruge, buscando a quem ele possa devorar”, ou a quem ele possa “seduzir, através de sua astúcia, como a serpente seduziu a Eva”. Sim; e com a intenção de fazer isto, o mais efetivamente, eles se transformam em anjos de luz. Assim... Com uma ira que nunca termina, sua artimanha infernal, eles experimentam; Legião de horrendos, maliciosos demônios. E espíritos entronizados acima. 4. É por esses instrumentos principalmente que os “corações tolos” daqueles que não conhecem a Deus “estão enegrecidos”. Sim, eles freqüentemente obscurecem, em certa medida, os corações daqueles que conhecem a Deus. O “deus deste mundo” sabe como cegar nossos corações, e espalhar uma nuvem sobre nosso entendimento, e obscurecer a luz daquelas verdades que, em outros tempos, brilha como brilha o sol do meio-dia. Através destes meios, ele ataca nossa fé, nossa evidência das coisas invisíveis. Ele se esforça para enfraquecer aquela esperança completa de imortalidade para a qual Deus nos criou; e, por meio disto, diminui, se ele não pode destruir, nossa alegria em Deus, nosso Salvador. Mas, acima de tudo, ele se esforça para extinguir nosso amor a Deus, já que ele sabe que esta é a fonte de toda nossa religião, e que, quando ele se ergue ou cai, a obra de Deus floresce, ou decai na alma. 5. Próximo ao amor a Deus, existe nada que satanás tão prontamente abomine, quanto o amor ao nosso próximo. Ele usa, portanto, todos os meios possíveis para impedir ou destruir isto; para instigar tanto as suspeitas, animosidades, ressentimentos, e disputas pessoais quanto públicas; para destruir a paz das famílias ou das nações; e para banir a unidade e concordância da terra. E isto, na verdade, é o triunfo de sua artimanha; amargurar os pobres, miseráveis filhos dos homens uns contra os outros, e, por fim, encorajá-los a fazerem sua própria obra, para mergulharem uns aos outros no abismo da destruição. 6. Este inimigo de toda retidão é igualmente diligente para impedir toda boa palavra e obra. Se ele não pode prevalecer sobre nós para fazer o mal, ele irá, se possível, impedirnos de fazer o bem. Ele é peculiarmente diligente para impedir a obra de Deus de se espalhar nos corações dos homens. Quais esforços, ele usa para impedir ou obstruir a obra geral de Deus! E quantas não são suas artimanhas para interromper seu progresso, em almas específicas! Para impedir a continuidade ou crescimento na graça, no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo! Para diminuir, se não, destruir, aquele amor, alegria, paz, -aquela longanimidade, gentileza, bondade, -- aquela fidelidade, submissão, temperança, -que nosso Senhor opera, através de seu Espírito amoroso, naqueles que crêem, e no qual, a própria essência da religião consiste.

7. Para efetuar essas finalidades, ele está continuamente trabalhando, com toda sua habilidade e poder, para infundir maus pensamentos, de todo o tipo, nos corações dos homens. Mas, algumas vezes, é tão fácil para um espírito, falar ao nosso coração, como para um homem falar aos nossos ouvidos. Mas, algumas vezes, é excessivamente difícil distinguir esses de nossos próprios pensamentos; esses que ele injeta tão exatamente semelhantes àqueles que naturalmente surgem em nossas próprias mentes. Algumas vezes, de fato, podemos distinguir um do outro, por estas circunstâncias: -- Os pensamentos que naturalmente surgem em nossas mentes são geralmente, se não, sempre, ocasionados por, ou, pelo menos, ligados a algumas circunstâncias interiores ou exteriores, que existiram antes. Mas aqueles que são sobrenaturalmente sugeridos não têm freqüentemente relação ou ligação (pelo menos, nenhuma que sejamos capazes de discernir), com alguma coisa que precedeu. Ao contrário, eles invadem, por assim dizer, atravessam, e por meio disto, mostram que eles são de um desenvolvimento diferente. 8. Ele igualmente trabalha para despertar as paixões ou temperamentos pecaminosos em nossas almas. Ele se esforça para inspirar aquelas paixões e temperamentos que são diretamente opostos aos “frutos do Espírito”. Ele se esforça para introduzir a descrença, ateísmo, má vontade, amargura, ódio, malícia, inveja, -- opostos à fé e amor; temor, tristeza, ansiedade, preocupação mundana, -- contrários à paz e alegria; impaciência, natureza má, ira, ressentimento, - opostos à longanimidade, gentileza, mansidão; fraude, trapaça, dissimulação, -- contrária à fidelidade; amor do mundo, afeição desordenada; desejos tolos, -- contrários ao amor de Deus. Uma espécie de desejos pecaminosos pode provavelmente se levantar ou se inflamar, através do toque das investidas desta máquina animal. Esforçandose assim, através dos meios do corpo, para perturbar ou destruir a alma. 9. E, em geral, podemos observar que já que nenhum bem é feito, ou falado, ou pensado, por qualquer homem, sem a assistência de Deus, operando junto, em e com aqueles que crêem nele; assim, não existe um pensamento mau, ou falado, ou pensado, sem a assistência do diabo, “que opera com energia”, com forte poder, embora secreto, “nos filhos dos descrentes”. Assim, ele “entrou em Judas”, e o confirmou no objetivo de trair seu Mestre; assim ele “o colocou no coração” de Ananias e Safira, “para mentirem junto ao Espírito Santo”; e, de igual maneira, ele tem uma porção, em todas as ações e palavras e objetivos dos homens pecaminosos. Como os filhos de Deus “são trabalhadores junto com Deus”, em todo o bom pensamento, ou palavra, ou ação; assim os filhos do diabo são trabalhadores junto com ele, em todo mau pensamento, palavra, ou ação. De maneira que todos os bons temperamentos e, remotamente todas as boas palavras e ações, são os frutos do bom Espírito; em igual maneira, todos os temperamentos maus, com todas as palavras e obras que brotam deles, são os frutos do espírito diabólico: A tal ponto, que todas as “obras da carne”, de nossa natureza pecaminosa, são igualmente “obras do diabo”. 10. A este respeito, porque ele está continuamente incitando os homens ao mal, ele é enfaticamente chamado de “o diabo”. Nem é apenas com respeito aos seus próprios filhos que ele está assim empregado: Ele está continuamente tentando os filhos de Deus também, e aqueles que estão se esforçando para assim serem. Uma vigília constante ele mantém; Ele os olha noite e dia;

Ele nunca descansa, nunca dorme, A fim de que ele não perca sua presa. De fato, os mais santos dos homens, por quanto tempo permanecerem na terra, não são exceção às suas tentações. Eles não podem esperar isto; vendo que “cabe ao discípulo, ser como seu Mestre”. E nós sabemos que Ele foi tentado pelo diabo, até que disse: “Pai, em tuas mãos, eu entrego meu espírito”. 11. Porque tal é a malignidade do diabo, de modo que ele atormentará a quem ele não pode destruir. Se ele não puder seduzir os homens ao pecado, ele irá, até onde lhe for permitido, causar-lhes dor. Não existe dúvida de que ele é a ocasião, direta ou indiretamente, de muitas dores da humanidade, que não podem, de forma alguma, serem consideradas levianamente como nervosas. E inumeráveis acidentes, assim chamados, são indubitavelmente devidos à sua atuação; tais como os incontáveis medos e queda dos cavalos; o derrubar de carruagens; o quebrar ou deslocar de ossos; o ferimento causado pela queda ou incêndio de casas, -- pelas tempestades de vento, neve, chuva, ou granizo; -- pelos raios ou terremotos. Mas a todos esses, e a milhares mais, este espírito sutil pode dar uma aparência de acidentes, por temor de que, se os sofredores soubessem o agente real, eles poderiam pedir ajuda de alguém que é mais forte do que ele. 12. Existe pouca razão para duvidar, mas algumas doenças igualmente, ambas do tipo aguda e crônica, são tanto ocasionadas quanto aumentadas pela atuação diabólica; particularmente aquelas que começam, de repente, sem alguma causa discernível; assim como aquelas que continuam, e, talvez, gradualmente aumentem, a despeito de todo o poder da medicina. Aqui, de fato, “homens inúteis” que “seriam sábios”, novamente consultam os nervos para a assistência deles. Mas isto não explica ignotum per ignotius? “Uma coisa desconhecida pelo que é mais desconhecido?" Porque, o que sabemos dos próprios nervos? Nem mesmo se eles são sólidos ou ocos! 13. Há muitos anos, eu perguntei a um médico experiente, e alguém particularmente eminente para curar os lunáticos: “Senhor, você não tem visto razão para crer que alguns desses lunáticos são realmente demoníacos?”. Ele me respondeu: “Senhor, eu estou freqüentemente inclinado a pensar que a maioria dos lunáticos é demoníaca. Nem existe alguma importância naquela objeção de que eles são freqüentemente curados pela medicina. Porque assim poderia alguma outra doença ocasionada por um espírito demoníaco, se Deus não lhe permitisse repetir o golpe, através do qual aquela doença é ocasionada”. 14. Este pensamento nos abre um panorama mais amplo. Quem pode dizer quantas dessas enfermidades que nós atribuímos completamente às causas naturais, não podem ser realmente sobrenaturais? Qual enfermidade existe na estrutura humana que um anjo do mal não pode infligir? Ele não pode nos golpear, como fez com Jô, e de repente, com furúnculos do alto da cabeça, até as solas dos pés? Ele não pode com a mesma facilidade infligir alguma outra doença, quer externa ou interna? Ele não pode, num instante, através da permissão divina, atirar o mais forte dos homens ao solo, e fazê-lo “rolar na sujeira, espumando”, com todos os sintomas, tanto de uma epilepsia ou apoplexia? De igual

maneira, é fácil para ele golpear qualquer homem, ou todos em uma cidade ou nação, com uma febre maligna, ou com a própria praga, de modo que seria em vão a ajuda do homem. 15. Mas esta malignidade cega os olhos do sábio, que alguém imaginaria muito inteligente para descer tão baixo, quanto parece, algumas vezes, o diabo fazer, para atormentar os pobres filhos dos homens. Porque, a ele, podemos atribuir razoavelmente muitas pequenas inconveniência que sofremos. “Eu creio” (diz aquele excelente homem, Marquês de Renty, quando o banco em que se sentava quebrou de repente, sem alguma causa visível) “que satanás tinha a mão nele, fazendo-me cair perversamente”. E não sei se ele não pode ter uma mão naquele horror inexplicável com o qual muitos têm sido atacados, nas altas horas da noite, até mesmo a tal grau, que todos os seus ossos tremem. Talvez, ele tenha também uma mão naqueles sonhos terríveis que muitos têm, mesmo quando estão em perfeita saúde. Pode-se observar que em todos esses exemplos, nós comumente dizemos: “O diabo”, como se houvesse apenas um; porque esses espíritos inumeráveis como eles são, realizam todo o ato em concerto; e porque nós não sabemos, se um ou mais estão envolvidos nesta ou naquela obra de escuridão. III Resta apenas traçar alguns exemplos claros da doutrina que foi entregue. 1. Primeiro, como uma proteção geral contra toda a ira, poder, e artimanhas de seu grande adversário, coloque a armadura de cavaleiro, “toda a armadura de Deus”, a santidade universal. Veja que “a mente que esteve em Jesus Cristo, esteja em você”, e que você “caminhe como Cristo também caminhou”; que você tenha a “consciência nula de ofensa em direção a Deus e ao homem”. Assim você será “capaz de resistir” a toda força, e todos os estratagemas do inimigo: Assim, você será capaz de “resistir no dia mau”, no dia de dolorosa tentação, e “tendo feito tudo para ficar”, permanecer na postura de vitória e triunfa. 2. Quanto aos seus “dardos inflamáveis”, -- suas sugestões malignas de todo o tipo, blasfemas ou impuras, ainda que numerosas como as estrelas do céu, -- defenda-se com “a proteção da fé”. A consciência do amor de Jesus Cristo efetivamente os extingue a todos. Jesus morreu por você! O que pode sua fé resistir? Acredite, segure firme seu escudo! E quem O arrancará da mão dele? 3. Se ele injeta dúvidas, se você é um filho de Deus, ou temor, a fim de que você não permaneça até o fim; “pegue para si um elmo de esperança de salvação”. Segure firme aquela palavra agradável: “Abençoado seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, de acordo com sua abundante misericórdia, nos recriou na esperança viva de uma herança incorruptível, incorrupta, e que não esmorece”. Você nunca será subjugado; você nunca

será abalado pelo seu adversário, se você “segurar firme o começo” desta “confiança constante até o fim”. 4. Quando quer o “leão ruja, caminhando em volta e buscando a quem ele pode devorar”, ele o assalta com toda sua malignidade, e ira, e força, “resista” a ele, “firme na fé”. Então, é o tempo, tendo clamado ao Forte pela fortaleza, “estimule o dom de Deis que está em você”,para reunir toda sua fé, e esperança, e amor; para mudar o ataque em nome do Senhor, e no poder de sua força, e logo “ele fugirá de você”. 5. Mas “não existe tentação”, diz algum, “maior do que o ser sem tentação”. Quando, portanto, este é o caso, quando satanás parece recuado, então, cuide a fim de que ele não o fira como uma falsa serpente, mais do que ele poderia fazer como um leão que ruge. Então, cuide para que você não se tranqüilize em um repouso agradável; a fim de que ele não possa seduzi-lo, como fez com Eva, mesmo na inocência, e insensivelmente o arraste de sua simplicidade em direção a Cristo, de buscar toda sua felicidade Nele. 6. Por fim, se ele “se transforma em um anjo de luz”, então, você está correndo o maior perigo de todos. Então, você precisa se precaver, a fim de que também não caia, onde muitos mais fortes têm sido destruídos; então, você tem uma necessidade maior de “vigiar e orar, para que não caia em tentação”. E se você continuar a fazer assim, Deus a quem você ama e serve irá livrá-lo. “A unção do Espírito Santo habitará com você, e lhe ensinará todas as coisas”. Seus olhos penetrarão, através das armadilhas, e você deverá “saber qual é aquela santa, aceitável e perfeita vontade de Deus”, e se manterá em seu caminho, até que você “cresça em todas coisas nele que é nossa Cabeça, sempre Jesus Cristo”. [Editado Michael Anderson, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]

tradução:izilda bella

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