26-ix-2009

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L'OSSERVATORE ROMANO EDIÇÃO SEMANAL Unicuique suum Ano XL, número 39 (2.075), sábado 26 de Setembro de 2009

Bispos brasileiros em visita «ad limina»

A solidez da família cristã resposta às seduções relativistas

Na manhã de sexta-feira, 25 de Setembro, Sua Santidade recebeu em audiência os Bispos brasileiros dos Regionais Nordeste 1 e 4 em visita «ad limina Apostolorum». No seu discurso, o Papa recomendou que é necessário repropor a solidez da família cristã, fundada no matrimónio, como modelo para impedir a lenta mas constante degradação da instituição familiar no Brasil, posta em perigo por seduções e ilusões alimentadas por certos estilos de vida relativistas que as produções cinematográficas e televisivas promovem. PÁGINA 3

Angelus de domingo, 20 de Setembro

Homens de paz para realizar obras de paz PÁGINA 7

Entrevista a Tony Blair

A religião desempenha um papel central e único na sociedade e para o seu progresso PÁGINAS 8-9

NESTE NÚMERO Página 2: Entrevistas a D. José Antônio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo de Fortaleza; e a D. Sérgio da Rocha, Arcebispo de Teresina. Página 4: O Pontifício Conselho para a Família rumo à conferência de 2010. Página 6: A genialidade das Reduções entre os guaranis, por Gianpaolo Romanato. Página 7: Discurso aos Bispos nomeados no último ano. Página 10: Nomeações para a segunda Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos.

EM PORTUGUÊS Non praevalebunt

Cidade do Vaticano

O Papa na República Checa de 26 a 28 de Setembro Antes de saudar em várias línguas os fiéis presentes, Bento XVI recordou a viagem que inicia hoje, 26 de Setembro, na República Checa. Publicaremos na próxima edição os pronunciamentos do Papa.

Preço ; 1,00. Número atrasado ; 2,00

No coração da história da Europa GIOVANNI MARIA VIAN

O anúncio foi dado no encontro de Bento XVI com os Cardeais, Patriarcas, Beatitudes e Arcebispos-Mores orientais no dia 19 de Setembro. O Sínodo, que terá lugar de 10 a 24 de Outubro de 2010, terá como tema: «A Igreja católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho: “A multidão daqueles que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma” (Act 4, 32)».

Um percurso no coração da Europa para se dirigir idealmente a todo o continente e ao mundo. Pode ser sintetizada assim a décima terceira viagem internacional do pontificado de Bento XVI, à República Checa. A nação, por tantos motivos símbolo da atormentada história europeia, depois de um passado esplendoroso e trágico, voltou a ser improvisamente protagonista em 1968, com a chamada Primavera de Praga. À sua perturbadora repressão por obra das tropas do Pacto de Varsóvia, seguiu-se, um decénio mais tarde, a Charta 77, manifesto pelo respeito dos direitos humanos. Estas sementes civis encontraram depressa resposta e acolhimento por parte da Igreja de Roma: nos sinais de Paulo VI e desde os primeiros anos de pontificado nas escolhas de João Paulo II, o bispo que veio «de um país distante». Assim em 1977, no último consistório do Papa Montini, foi publicado o nome do administrador apostólico (depois arcebispo) de Praga, František Tomášek, criado in pectore no ano precedente. Os evangelizadores do país e das vastíssimas regiões centrais e orientais do continente, Cirilo e Metódio, em 1980 foram proclamados copadroeiros da Europa. E em 1985 foi dedicada aos dois santos irmãos a encíclica Slavorum apostoli, que delineava a imagem extraordinária dos dois pulmões, oriental e ocidental, com os quais respira a tradição cristã. O sinal mais comovedor – enquanto o Papa lançava mão à reorganização daquela Igreja, martirizada atrozmente ainda nos finais dos anos 80 – foi dado pela canonização de Inês da Boémia, no memorável Outono de 1989 que marcou o fim do comunismo real em terras da Europa. Permanece ainda a memória daquele tímido sol que a 12 de Novembro iluminou os grupos de fiéis checos que chegaram a Roma, quase incrédulos e com meios pobres, para honrar a nova santa proclamada pelo Romano Pontífice. Precisamente naquela praça São Pedro onde, segundo as representações da propaganda política, deveriam dessedentarse os cavalos dos cosacos. No ano seguinte, tendo iniciado a retirada das tropas soviéticas, teve lugar a primeira das três viagens de João Paulo II em terras checas e eslovacas. Atento e dirigido ao coração

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De sábado, 26 de Setembro, a segunda-feira, 28, se Deus quiser, realizarei uma viagem apostólica à República Checa. Estarei na capital, Praga, mas irei também a Brno, na Morávia, e a Stará Boleslav, lugar do martírio de São Venceslau, padroeiro principal da Nação. A República Checa situa-se geográfica e historicamente no coração da Europa, e depois de ter passado pelos dramas do século passado, tem necessidade, como todo o Continente, de reencontrar as razões da fé e da esperança. Nas pegadas do meu amado predecessor João Paulo II, que visitou aquele país por três vezes, também eu prestarei homenagem às testemunhas heróicas do Evangelho, antigos e recentes, e encorajarei todos a prosseguir na caridade e na verdade. Agradeço desde já quantos me acompanharem com a oração nesta viagem, para que o Senhor a abençoe e torne frutuosa.

Profunda dor pelos militares assassinados e pelas vítimas civis dos conflitos No final do Angelus, o Papa expressou «profunda dor» pelos militares assassinados e pelas vítimas civis dos conflitos. Pelas numerosas situações de conflito que existem no mundo, chegam-nos, quase quotidianamente, trágicas notícias de vítimas quer militares quer civis. São acontecimentos aos quais nunca nos podemos habituar e que suscitam profunda reprovação, assim como perturbação nas sociedades que se preocupam pelo bem da paz e da convivência civil. Nestes dias, a notícia do gravíssimo atentado no Afeganistão contra alguns militares italianos causou-me profunda dor. Uno-me com a oração ao sofrimento dos familiares e das comunidades civis e militares e, ao mesmo tempo, pen-

so com iguais sentimentos de participação nos outros contingentes internacionais, que também recentemente tiveram vítimas e que trabalham para promover a paz e o desenvolvimento das instituições, tão necessárias para a coexistência humana;€garanto€a€todos a minha recordação diante do Senhor, com um pensamento especial para as queridas populações€civis,€e€convido a elevar a Deus a nossa oração por todos. Desejo também renovar aqui o meu encorajamento à promoção da solidariedade entre as nações para contrastar a lógica da violência e da morte, favorecer a justiça, a reconciliação, a paz e apoiar o desenvolvimento dos povos partindo €do €amor €e €da €compreensão recíproca, como escrevi recentemente na minha Encíclica Caritas in veritate (cf. n. 72).

Em 2010 o Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente