25 anos a anunciar as festas João Carlos Gonçalves
A segunda série de “O Anunciador das Feiras Novas” iniciou a sua publicação em 1984, cumprindo no corrente ano vinte e cinco anos de publicação ininterrupta. É, na actualidade, a publicação periódica que mais relevo dá à história e actualidade locais, com um vasto leque de colaboradores, cujo número já ultrapassou a meia centena e que, com o seu trabalho de pesquisa e divulgação levam Ponte de Lima aos quatro cantos do mundo. O “Anunciador das Feiras Novas” é, por direito próprio, o mensageiro da grande romaria limiana, que encerra o esplendoroso ciclo de festas e romarias que “iluminam” o Alto Minho nos meses de Verão. A publicação é, hoje, propriedade da Associação Empresarial de Ponte de Lima, assumindo-se como uma “publicação anual de informação, cultura, turismo e artes limianas”, sendo seu coordenador Alberto Vale Loureiro, que foi o grande responsável pelo reaparecimento do “Anunciador” em 1984, na senda do seu mestre de artes gráficas, Augusto Castro e Sousa, impulsionador e editor da primeira série da publicação, cujo primeiro número data de Setembro de 1947, da qual apenas foi publicado um segundo, no ano de 1948, há precisamente 60 anos. No primeiro número da segunda série do, datado de Setembro de 1984, as primeiras palavras couberam a Augusto Castro e Sousa, fundador e editor da primeira série, em jeito de saudação: “De um pequeno opúsculo, editado em tempos de enormes dificuldades e sacrifícios morais, renasceu agora esta curiosa revista, graças a um homem simples mas cuja vontade é da força do aço e, por isso mesmo, entendi que merecia a minha melhor colaboração. Mais à frente, o criador do “Anunciador” realça o trabalho de Alberto Vale Loureiro, exaltando “o sangue novo dum jovem, que, contando apenas com o auxílio dos anunciantes e amigos, esqueceu que actualmente é quase uma loucura fazer uma edição como esta e pô-la a circular”. O “Anunciador das Feiras Novas” não foi, porém, a primeira publicação periódica sobre as festas maiores de Ponte de Lima. De facto, em 1926 via a luz do dia o “Arauto das Feiras Novas”, da responsabilidade de Eduardo Castro e Sousa, pai de Augusto Castro e Sousa, que se publicou, pelo menos, durante 13 anos consecutivos, até 1938. É curiosa a coincidência que os tempos nos fazem hoje viver. Alberto Vale Loureiro continua de pedra e cal com o “seu” “Anunciador”. Eduardo e Augusto Castro e Sousa já não está entre nós, mas a festa está entregue ao filho deste, Franclim Castro Sousa, Presidente da Comissão de Festas.
São estes os principais obreiros do “Anunciador” que também o é porque existem as “Feiras Novas”, uma romaria jovem com um grande passado e um futuro que promete. Quem gosta das festas do concelho de Ponte de Lima e exulta com todos os momentos do programa formal e informal que nos proporcionam, passa o Verão ansiando a sua chegada e vive as festas, esperando que nunca acabem. É este o espírito das Feiras Novas, é este o grande feito do “Anunciador”. Com ele, as festas chegam mais cedo mas, graças a ele, perpetuam-se!
Bibliografia: Lemos, Miguel Roque dos Reis (1938) “Anais Municipais de Ponte de Lima”. Ponte de Lima; Vieira, Amândio Sousa (2006) “Feiras Novas – 1826-2006”. Ponte de Lima: Edição do autor. Internet: http://anunciadordasfeirasnovas.blogspot.com/2007/09/as-feiras-novas-e-oanunciador_1947 http://limianismo.blogspot.com/2006/09/imprensa-das-feiras-novas.html