PALAVRAS 10 Proposta de correção – 10.º ano
A 1.
Nesta cantiga de amigo, o sujeito poético encontra-se próximo de uma ermida. Efetivamente, a donzela está em Vigo, no adro de uma igreja (“Eno sagrad’en Vigo”), onde terá ido em romaria, e dança ao ar livre (“bailava corpo velido”). Em suma, o ambiente parece festivo e apropriado para a dança da jovem.
2.
As composições da lírica trovadoresca apresentam várias formas de repetição. Assim, esta cantiga de amigo apresenta um refrão “amor ei”, paralelismo semântico (“Que nunca ouvera amigo” / “Que nunca ouvera amado”) e paralelismo anafórico (“”). Todos estes recursos estão, portanto, ao serviço do ritmo e da musicalidade das composições poéticas. Em conclusão, as repetições características destes textos poéticos adequam-se perfeitamente a um acompanhamento musical.
3.
A composição apresenta seis dísticos de versos heptassílabos e refrão monóstico de verso trissílabo. O esquema rimático é o seguinte: aaR/bbR/aaR/bbR/aaR/bbR//. Esta cantiga é paralelística perfeita, uma vez que o segundo verso da primeira estrofe é igual ao primeiro verso da terceira estrofe e o segundo verso da segunda estrofe é igual ao primeiro verso da quarta estrofe e assim sucessivamente. Conclui-se que, formalmente, esta cantiga de amigo apresenta um esquema estrófico e rimático caracterizado pelo paralelismo.
B A poesia medieval é acompanhada por música e preenche os serões da corte. A esta poesia atribui-se a designação de lírica trovadoresca, uma vez que é composta e cantada por trovadores. A cantiga de amigo é um género da lírica trovadoresca que se caracteriza por expressar os sentimentos de uma donzela por um amigo. Estas personagens surgem associadas à ruralidade e exprimem sentimentos puros de saudade, amor, deceção ou entusiasmo amoroso. Os sentimentos expressos na cantiga de amigo são os da donzela. Nestas composições a natureza é muitas vezes personificada, surgindo como confidente da jovem enamorada. Assim, as ondas ou as flores dialogam com a donzela e ouvem os seus sentimentos. A mãe e as irmãs acompanham muitas vezes os encontros amorosos. Estas composições estão escritas em galego-português e apresentam várias formas de repetição o que lhes confere grande musicalidade.
Grupo II 1. (B)
2. (D)
3. (A)
4. (C)
5. (A)
6. (B)
7. (D)
8. “Humor”. 9. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
PALAVRAS 10
10. Complemento direto.
Grupo III
O galego-português era uma língua derivada do latim e falada na Península Ibérica até meados do XIV. Naquele tempo não havia diferenças linguísticas entre a zona da Galiza e o norte de Portugal. A evolução política levou mais tarde à distinção entre as duas línguas: o português e o galego. O período entre os séculos X e XIV constitui a época por excelência do galegoportuguês. A partir de finais do século XII esta língua falada afirma-se e desenvolve-se como língua literária. Até ao século XIV a lírica trovadoresca constituiu uma importante manifestação literária que se alargou a toda a Península Ibérica e que chegou até nós. Não podemos omitir que a poesia medieval ibérica é uma poesia em galego-português, desenvolvida por trovadores, num espaço alargado que excede os locais onde a língua era falada.