04-protocolocncerdecolo071.06.04

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE NÚCLEO DE SUPERVISÃO E DESENVOLVIMENTO

PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

ARACAJU – 2004

Prefeitura Municipal de Aracaju Secretaria Municipal de Saúde

Modelo Saúde Todo Dia Protocolos de Saúde da Mulher Prevenção do Câncer de Colo Uterino

Protocolo de Prevenção do Câncer de Colo Uterino ÍNDICE II – REALIZANDO PREVENÇÃO PRIMÁRIA E IDENTIFICANDO GRUPOS DE RISCO........................................................................................................................................3 V- RESULTADOS ENCONTRADOS (Seguimento no Fluxograma)....................................9 VI - FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO.................................................................................................10

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Modelo Saúde Todo Dia Protocolos de Saúde da Mulher Prevenção do Câncer de Colo Uterino

I – CONSIDERAÇÕES GERAIS A evolução do câncer do colo do útero, na maioria dos casos, se dá de forma lenta, passando por fases pré–clínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Seu pico de incidência situa–se entre mulheres de 40 a 60 anos de idade, e apenas uma pequena porcentagem, naquelas com menos de 30 anos. Uma marcante característica do câncer do colo do útero é a sua consistente associação, em todas as regiões do mundo, com o baixo nível sócio – econômico, ou seja, com os grupos que têm maior vulnerabilidade social. A consulta ginecológica deverá ser realizada anualmente pelo médico ou enfermeiro não devendo está vinculada à coleta citológica.

II – REALIZANDO PREVENÇÃO PRIMÁRIA E IDENTIFICANDO GRUPOS DE RISCO Um aspecto bastante relevante do ponto de vista da prevenção é que o processo da formação do câncer pode ser interrompido, dependendo da fase em que se encontra, do nível do dano sofrido pela célula e, principalmente, da suspensão da exposição ao agente cancerígeno. A prevenção primária é quando se evita o aparecimento da doença por meio da intervenção no meio ambiente e em seus fatores de risco, como o estímulo ao sexo seguro, correção das deficiências nutricionais e diminuição da exposição ao tabaco. A mulher com situação de risco pode ser identificada durante a consulta ginecológica e deve ser acompanhada de maneira mais freqüente. Na anamnese dirigida é importante investigar quando foi a última coleta do exame citopatológico (Papanicolaou) e qual o resultado do exame. Algum tipo de tratamento no colo do útero deve ser investigado. O uso de DIU, tratamentos hormonais ou radioterápicos, além de uma gestação atual, devem ser investigados. A presença de sangramento vaginal fora do período menstrual normal e após relação sexual (sinusiorragia) deve ser também investigado. É importante identificar um perfil de risco. A presença de uma infecção pelo herpes vírus deve ser valorizada, por este vírus ser considerado um marcador de atividade sexual. Em situações de imunossupressão, a incidência do câncer do colo 3

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do útero está aumentada, tais como no tabagismo, corticoidoterapia, diabetes, lupus e AIDS. O estado de nutrição deve ser avaliado, pois a desnutrição está associada a um aumento de incidência do câncer do colo uterino. Em mulheres nas quais tenha sido identificado algum fator de risco, como por exemplo, a infecção pelo vírus HIV, o rastreamento pelo exame citopatológico a ser recomendado, é anual. No momento da consulta também é fundamental salientar a importância da realização do auto–exame das mamas e, caso a mulher não saiba, é a oportunidade para ensiná-la. A mulher deve ser orientada a solicitar sempre que o profissional de saúde examine as suas mamas e, também deve ser sensibilizada a procurar periodicamente um profissional de saúde para a realização do exame clínico das mamas. III – ROTEIRO PARA UMA CONSULTA GINECOLÓGICA:  Preparo da Usuária -

Abstinência sexual pelo menos 48 hs antes da consulta ou coleta;

-

Não fazer uso de duchas ou medicamentos intra–vaginais durante as 48 hs que precedem o exame;

-

Não pode estar menstruada (sangramentos uterinos ou vaginais impossibilitam a coleta do material);

-

Esvaziar a bexiga antes do exame.

 Exame ginecológico: -

Inspeção;

-

Especular;

-

Toque vaginal;

-

Palpação mamária.

Inspeção Avaliar cuidadosamente os órgãos genitais externos. Ver pilosidade, simetria, corrimentos (vaginais ou cervicais), úlceras, tumorações ou lesões. Exame Especular -

Utilizar espéculo descartável pequeno ou médio; 4

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-

IV



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Visualizar colo uterino e vagina.

COLETA

DO

EXAME

CITOPATOLÓGICO

DO

COLO

UTERINO

(PAPANICOLAOU) Consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e da endocérvice que são extraídas por raspagem do colo do útero. A coleta do exame é realizada durante um atendimento ginecológico de rotina, após a introdução do espéculo vaginal, sem colocação de nenhum lubrificante (pode ser usado apenas o soro fisiológico). Normalmente não é doloroso, mas um desconforto variável pode acontecer, de acordo com a sensibilidade de cada paciente. As mulheres devem ser orientadas previamente para validação do exame. A periodicidade do exame citopatológico a ser adotada no rastreamento do câncer do colo do útero será de três anos, após a obtenção de dois resultados negativos com intervalo de um ano. O procedimento da coleta propriamente dito deve ser realizado na ectocérvice e na endocérvice. No caso de mulheres histerectomizadas que comparecerem para a coleta, deve ser obtido um esfregaço de fundo de saco vaginal. No caso de pacientes grávidas não se deve colher a endocérvice uma vez que existe uma eversão fisiológica da junção escamo-colunar (JEC) do colo uterino durante a gravidez, logo a realização da coleta ectocervical na grande maioria dos casos fornece um esfregaço satisfatório para análise laboratorial. Convém ressaltar que no momento do exame especular pode ser evidenciado no colo do útero alguma lesão que necessite de tratamento, algumas vezes independente do resultado do exame citopatológico. A visualização de um colo com aspecto tumoral é uma indicação de encaminhamento direto ao especialista (ginecologista de referência) para uma avaliação mais precisa.  Passos para a Coleta Citopatológica: 1º Passo: Preparação da lâmina (idenficar a UBS e a mulher), preenchimento completo da requisição de exame citopatológico e separação de todo o material (espátula de Ayres, escovinha ginecológica, espéculo, luvas, etc.); 5

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Figura 1 Espátula e escovinha para a coleta do exame citopatológico (Papanicolaou)

2º Passo: Realização da coleta citológica: -

Profissional responsável: Enfermeira ou Médico;

-

Fazer a observação e descrição do colo uterino;

-

Colher o material da:  Ectocérvice: utilizar a extremidade com reentrância da espátula de Ayre; 6

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Distender o material coletado de forma uniforme no sentido transversal, na metade superior da lâmina, próximo à região fosca.  Endocérvice: utilizar a escovinha Campos da Paz; Distender o material coletado de forma uniforme, no sentido longitudinal, nos 2/3 distais da lâmina. Esquema do esfregaço: Endocérvice

3º Passo: Fixação do material com álcool a 96% não-hidratado ou Absoluto; 4º Passo: Encaminhar semanalmente o material para o laboratório para leitura; Obs: Situações Especiais 1- Não colher citologia:  Mulheres virgens (que não tenham tido relação sexual com penetração);  Para diagnóstico etiológico dos corrimentos (tratar pela abordagem sindrômica); 2-

Mulheres

que

necessitarem

fazer

uso

de

estrógeno

devem

ser

encaminhadas para o especialista de referência.

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V- RESULTADOS ENCONTRADOS (Seguimento no Fluxograma) 1- Alterações Celulares Benignas 2- ASCUS e AGUS 3- Lesões de Baixo Grau (Infecções pelo HPV e NIC I ) 4- Lesões de Alto Grau (NIC II e NIC III ) 5- Carcinomas invasores

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VI - FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO

CITOPATOLOGIA

• SEM CÉLULAS ANORMAIS • ALTERAÇÕES CELULARES BENIGNAS

TRATAR MICROBIOLOGIA

• AMOSTRA INSATISFATÓRIA • SATISFATÓRIA MAS LIMITADA

• LESÕES DE BAIXO GRAU: NIC I E HPV • ASCUS • AGUS

REPETIR O EXAME IMEDIATAMENTE(1)

REFERÊNCIA (COLPOSCOPIA)

• LESÕES DE ALTO GRAU (NIC II E NIC III) • CARCINOMA ESCAMOSO INVASIVO • ADENOCARCINOMA IN SITU • ADENOCARCINOMA INVASIVO • OUTRAS NEOPLASIAS MALIGNAS

CENTRO DE REFERÊNCIA DA MULHER (C A F)

REPETIR O EXAME APÓS 3 ANOS SE OBTIVER DOIS EXAMES CONSECUTIVOS NEGATIVOS QUE FORAM REALIZADOS A MENOS DE 2 ANOS

(1)

Se a amostra for limitada por material purulento, inflamação severa ou atrofia, antes de repetir o exame a paciente deverá ser adequadamente tratada 10

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VII – PAPEL DOS PROFISSIONAIS  PAPEL DO MÉDICO -

Realizar a coleta citopatológica e o exame clínico das mamas nas usuárias que não se encontram na faixa prioritária(25-59 anos);

-

Realizar abordagem sindrômica das DSTs, quando necessário;

-

Captar e inserir a mulher para o programa de prevenção;

-

Participar das atividades coletivas junto com a equipe;

-

Disparar busca ativa das usuárias faltosas;

-

Encaminhar as lesões de baixo grau para a Referência Regional de Ginecologia no impresso de referência e contra – referência;

-

Encaminhar as lesões de alto grau para a Referência Central no impresso de referência e contra – referência;

-

Encaminhar as usuárias que necessitam fazer preparo com o estrogênio para a Referência Regional;

 PAPEL DA ENFERMEIRA -

Realizar a coleta citopatológica e o exame clínico das mamas nas usuárias

que

se

encontram

na

faixa

prioritária

(25-59

anos)

responsabilizando –se pelo cumprimento da meta; -

Realizar abordagem sindrômica das DSTs, quando necessário;

-

Captar e inserir a mulher para o programa de prevenção;

-

Participar das atividades coletivas junto com a equipe;

-

Disparar busca ativa das usuárias faltosas;

-

Encaminhar as lesões de baixo grau para a Referência Regional de Ginecologia, avaliando em conjunto com o médico da sua equipe, no impresso de referência e contra – referência;

-

Encaminhar as lesões de alto grau para a Referência Central, avaliando em conjunto com o médico da sua equipe, no impresso de referência e contra – referência;

-

Realizar levantamento com os agentes das mulheres que necessitam fazer o preventivo, mostrando a cobertura por micro –área. 11

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Responsabilizar- se pelos registros e entrega dos resultados dos laudos para facilitar seu monitoramento.

 PAPEL DA AUXILIAR DE ENFERMAGEM -

Participar das atividades educativas junto à equipe;

-

Disparar busca ativa das usuárias faltosas;

-

Captar e inserir a mulher na ação programática aproveitando toda e qualquer oportunidade que a mulher se dirigir a Unidade de Saúde;

-

Fazer orientações de preparo para a coleta

 PAPEL DA ASSISTENTE SOCIAL -

Envolver todos os equipamentos sociais (prostíbulos, escolas, etc.) para conscientizar a mulher sobre a importância do exame;

-

Promover atividades educativas junto com a equipe para sensibilizar a mulher para o problema;

-

Disparar busca ativa das faltosas junto à equipe e estimular a captação para inserção no programa.

 PAPEL DO ACS -

Realizar a busca ativa das usuárias faltosas;

-

Promover atividades educativas na comunidade;

-

Captar e inserir a mulher para o programa;

-

Fazer levantamento periódico com a equipe das mulheres que necessitam fazer o exame (dando especial atenção às mulheres trabalhadoras);

-

Envolver todos os equipamentos sociais da sua comunidade, alertando para o problema;

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VIII – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

_______ Atualização em Patologia do Trato Genital Inferior da Sociedade Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, capítulo São Paulo, Ano 2000, 1ª edição. BRASIL, Ministério da Saúde. Norma Técnica de Prevenção do Câncer de Colo Uterino. Instituto Nacional do Câncer, Rio de Janeiro, 2002, 59 pgs. Disponível no site: www.inca.gov.br, com acesso em Março de 2004. _______ Manual de Orientações para Assistência em Unidades Básicas de Saúde. Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Departamento de Recursos Médico – Assistenciais, Brasília, 1999.150 pgs. DE PALO, ... Patologia Cervical e Colposcopia. ________ Protocolo de Lesões Cervicais, vaginais e vulvares feito pela Sociedade Brasileira de Patolologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia . Disponível no site: www. Colposcopy.org.Br. Acesso em Fevereiro de 2004. SINGER, Albert et al. Colposcopia, Patologia e Tratamento do Trato Genital Inferior. 2ª edição, ano 2002.

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