Zacânton - A Colonização Grega De Saguntum

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Zacânton: A colonização grega de Saguntum.

Pesquisador: Carlos Eduardo da Costa Campos (NEA/UERJ – PIBIC/CNPQ).1 Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido. (PPGH/NEA/UERJ - PPGHC/UFRJ). e-mail: [email protected]

A região a qual nos propomos analisar é denominada de Sagunto e faz parte na atualidade da província de Valência e se situa no leste da Espanha. Segundo informações do site sobre o município de Sagunto2, a região3 apresenta-se como um dos pilares econômicos de Valência. Sagunto se destaca pela sua produção industrial nas áreas de construção, metalurgia, química, fabricação de vidros e de alimentos4. Além disto, podemos somar à localidade uma intensa atividade turística devido as suas praias e centros históricos. A localidade de Sagunto/Saguntum5 vivenciou uma diversidade de encontros culturais ao longo da sua historicidade. Tal território faz parte da área do Levante espanhol e se integrava na antiguidade as outras regiões ibéricas provavelmente através da via Heraklea (nome pelo qual era conhecida a via terrestre), ou pelas vias fluviais (através do rio Palancia) e pela sua região portuária (MONEO: 2003, p. 15). Nesta região espanhola podemos perceber que anteriormente a chegada dos fenícios e dos romanos no território, os textos clássicos deixam transparecer a existência de interações culturais entre a Península Ibérica e a Grécia, desde os finais do século VI a.C (BAYONA:1997, p. 519). A nossa problemática reside na escassez de produções historiográficas sobre o tema, devido um maior enfoque da academia nos contatos culturais da região com os romanos a partir do séc. III a.C. Interessa-nos fomentar os debates sobre os encontros dos gregos com a região de Sagunto através da documentação textual e dos artefatos arqueológicos encontrados no território saguntino.

Os autores da era clássica, que abordaram os contatos entre os gregos e as populações ibéricas foram: Estrabão (séc. I a.C), na obra Geographiká; Políbios (séc. II a.C) em seu livro chamado de História; Apiano de Alexandria (séc. II d.C.) no escrito VI, sobre a História de Roma. Um ponto em comum aos três autores está no fato deles somente citarem Saguntum, ao analisarem o contexto da Segunda Guerra Púnica. Políbios (História, III, 15) denomina a região de Saguntum antes da romanização como Zacânton e argumenta que ela foi colonizada pelos gregos. Dialogando com os escritos de Apiano (História de Roma,VI, II,7) e Estrabão (Geográphika, III, IV,6) seria possível frisar Zacânton, como sendo uma colônia grega oriunda de Zakinthos. Tal região faz parte das ilhas Jônicas e está atualmente situada no território grego de Zante.

Fig.1 - Zakinthos fica nas Ilhas Jonicas, na Grécia.6

As narrativas míticas que envolvem a região de Zakinthos (situada no mar Jônio) despertam-nos um interesse especial, pois delas fariam parte os gregos, que se instalaram em Zacânton. Segundo Junito Brandão o nome do lugar estudado designaria “emitir clarões”, por ser uma ilha vulcânica. Em seus estudos Brandão interage com os

dados de Homero (Ilíada, II, 631-637), para apontar que a ilha Zakinthos seria uma possessão de Ulisses e desta localidade haveria partido os heróis que participaram da guerra contra Tróia (BRANDÃO:1991,v.2,p.491). O historiador Pierre Grimal corrobora com os apontamentos de Junito Brandão, sobre o herói mítico Zakinthos vir a ser o epônimo da ilha(GRIMAL:2000, p.468). É interessante frisar que sobre a narrativa mítica deste personagem mitológico, pouco é tratado por ambos os autores. Um dos pontos que nos chama a atenção na obra de Junito Brandão é o enfoque do autor sobre a linhagem de Zakinthos. Na visão do historiador, Zakinthos seria filho de Dárdano e de Battia (ou Arisbe) ou poderia ser de acordo com outros relatos um herói arcádio oriundo da cidade de Psófis (BRANDÃO:1991,v.2, p.491). Ao cotejarmos com Pierre Grimal a narrativa mítica a cerca de Dárdano, foi possível perceber que o personagem mítico seria filho de Zeus e Elektra, a qual seria filha do titã Atlas. A região de origem de Dárdano seria a Samotracia, contudo devido à morte de seu irmão Iásion, o pai de Zakinthos teria ido para a costa asiática que ficaria em face do seu lugar originário. Dárdano desposou Batiteia, filha do rei Teucro e após o falecimento do monarca ele assumiu o poder fundando posteriormente o reino de Tróia. O autor prossegue argumentando que teria sido o pai de Zakinthos, que iniciou os troianos nos mistérios dos deuses samotrácios (GRIMAL: 2000, p.111). Antes de nos aprofundamos sobre o processo de colonização de Zacânton, nós gostaríamos de analisar as considerações dos arqueólogos Sophie Montel e Airton Polinni quanto à utilização do conceito de “colônia”. Segundo os autores o emprego do termo “colônia” não seria em certa medida apropriado, pois ele estaria mais relacionado com o processo de colonização da era moderna, o qual estava voltado para a criação de instalações coloniais dependentes de suas metrópoles em áreas do continente americano. Dialogando com os autores veremos que “colônia” seria um termo oriundo

do latim, contudo o seu significado na era moderna e contemporânea foi modificado, pois na língua latina durante o período da República Romana, ela significaria a migração de pessoas almejando estabelecer um controle administrativo maior na localidade, a qual Roma estava conquistando7. O termo utilizado em grego que se aproxima do sentido em latim de “colônia” é o de apoikia. Tal termo significaria a instalação de uma população em uma região culturalmente distinta do seu lugar de origem. Na ótica dos autores Sophie Montel e Airton Polinni, a apoikia possuiria como característica o fato de não ser dependente da sua metrópole, de apresentar culturas similares e a possibilidade delas manterem relações econômicas ou não8. Após as ressalvas feitas, nós gostaríamos de salientar que na historiografia atual sobre o tema, há uma utilização do termo “colônia”, no que se refere aos territórios ocupados pelo fluxo migratório grego através do Mediterrâneo. Em suma nós iremos utilizar tal palavra em relação à colonização grega de Zacânton. Os arqueólogos Montel e Polinni fazem inferência a Homero (Odisséia, VI, 7-10) para exporem a maneira de fazer9 uma apoikia. Segundo Homero o território que foi colonizado seria cercado por uma muralha, havendo a construção de habitações, a criação de santuários e divisão dos campos. Os pensamentos do historiador Michel Gras corroboram com os dos arqueólogos Sophie Montel e Airton Polinni sobre a apoikia. As idéias de Gras vão complementar o nosso estudo no que tange ao uso do termo apoikein em grego, para denominar o ato de colonizar. Tal palavra significaria o ato de ir morar longe. Para o autor os termos apoikia e apoikein designariam uma movimentação para distante da sua região familiar, o oikos. O autor possui por hipótese que o processo colonizador grego teria ocorrido devido a um contexto de sucessivas emigrações, as quais não seriam similares as dos tempos atuais. (GRAS: 1998, p.170).

Na visão do historiador Peter Jones a partir da segunda metade do século VIII a.C. teria ocorrido na Grécia, o processo de migração que levou ao estabelecimento de apoikias pelo Mediterrâneo. A motivação para a saída do contingente populacional seria os períodos de instabilidades políticas levando aos descontentes a realizarem uma tática10 de migração buscando por condições melhores de vida (JONES: 1997, pp. 02 – 03 – 06). Dentro deste fluxo migratório a região do levante na Península Ibérica teria sido um dos pontos receptores de imigrantes gregos, como os que eram oriundos das colônias jônicas.

Fig.2 - Colônias gregas e rotas comerciais 750-550 a.C.11

Os pesquisadores Sophie Montel e Airton Polinni indicam que o motivo para a migração na região grega da Fócea teria sido uma invasão na localidade, por populações consideradas não-gregas, as quais seriam provavelmente os Persas através dos exércitos de Ciro, aproximadamente em finais do século VII a.C. Na visão dos arqueólogos Montel e Polinni dos diversos grupos gregos que fizeram o processo de migração, os fócios teriam sido aqueles que mais distante chegaram, no Ocidente. De acordo com os

autores os fócios chegaram até Tartessos na Ibéria, assim tendo fundado apoikias no território da atual Espanha, como Emporion12 e Rhodes. O arqueólogo Joaquín Ruiz de Arbulo Bayona converge com essas considerações ao ressaltar que no século VI a.C. houve o desenvolvimento de um entreposto comercial grego de origem focense, na região ibérica que foi denominada de Emporion (BAYONE:1997, p. 519). Os escritos do historiador José María Blázquez Martínez fazem inferência a Heródoto (IV, 152), para argumentar que Colaios de Samos teria sido o primeiro grego que chegou à Península Ibérica, na região de Tartessos, no séc. VII a.C. aproximadamente (MARTÍNEZ: 2002, p. 17). Contudo Blázquez interagi com os textos de Plínio, o Velho (História Natural, XVI, 216), para argumentar sobre o passado grego de Saguntum. Segundo o autor, nos textos de Plínio, o Velho a fundação de Zacânton teria ocorrido duzentos anos antes da queda de Tróia, pelos gregos oriundos de Zakinthos13. O interessante a destacarmos dentro desta ótica seria o fato de que Saguntum teria sido a primeira região Ibérica a estabelecer um contato cultural14 com os gregos, pois tal chegada a Ibéria teria sido anterior ao cerco de Tróia, assim estando temporalmente situada antes do processo migratório de Colaios de Samos. A historiadora Rosa - Araceli Santiago refuta a visão de colonização grega em Saguntum (SANTIAGO:1994, p.51). Segundo Santiago os textos sobre a fundação da região, como uma possível colônia de matriz Greco-Itálica, seria uma estratégia de poder15 de Roma para legitimar a sua aliança com Sagunto, assim assegurando o seu domínio em um ponto crucial da guerra, contra os avanços cartagineses. A explicação, para esta hipótese da autora seria a de que as obras teriam sido elaboradas em épocas do conflito entre Roma e Cartago e posteriormente as guerras púnicas16.

A historiadora Rosa - Araceli Santiago destaca, que seria uma prática comum em Roma, se procurar fazer uma história de um passado glorioso para a Cidade- Estado, assim estabelecendo uma ligação da região Ibérica com Zakinthos na Grécia e com isso criando um passado mítico povoado por heróis, como Odisseu17, Enéas18, Dárdanos e outras divindades. Contudo a autora não apresenta em seus escritos um diálogo com a arqueologia, se concentrando em problematizar somente os textos clássicos. Os vestígios arqueológicos encontrados na região nos possibilitam estabelecer outro pensamento sobre a presença grega na região de Saguntum. Os escritos de Estrabão (Geographiká, III,IV,6), nos relatam que o culto a Ártemis Efésia19 era muito difundido na Península Ibérica. Os estudos da historiadora Ana Maria Vázquéz Hoys, sobre a religiosidade romana na Hispania corroboram com as considerações realizadas por Estrabão. A pesquisadora realizou uma investigação através da epigrafia, da arqueologia e da numismática sobre os deuses romanos mais cultuados na Hispania e notou que três divindades foram amplamente veneradas (HOYS:1995, pp. 276-278). A deusa Diana possuiu um dos cultos religiosos mais difundidos em território ibérico, de acordo com os relatos da historiadora. Um ponto necessário a ressaltar, neste estudo é referente à intensificação dos contatos culturais entre os romanos e a Península Ibérica, nos finais do século III a.C. Ao notarmos o processo de identificação existente entre as deusas Diana e Ártemis no Mediterrâneo, nós poderemos supor que o culto a Ártemis Efésia, passou a sofrer o processo de assimilação divina20, com o da deusa Diana21 durante a romanização da Península Ibérica. O Prof. José María Blázquez Martínez se aproxima das idéias de Estrabão e Ana Maria Vázquéz Hoys, ao expor os pontos de culto na Hispania, que foram dedicados a Artemis. Segundo Martínez poderia ser notado à veneração a deusa no Emporion,

provavelmente na região de Palaapolis. Em Sagunto possivelmente haveria indícios de cultura material que seriam pertencentes a um antigo templo de Ártemis Efésia. A maneira de fazer22 sacrifício, para a deusa na região apresentaria pontos em comum com os rituais de sacrifícios gregos, de acordo com Martínez. O ritual envolveria o sacrifício de animais recorrendo ao sacrifício em uma cratera e se atenuava os gemidos, através dos cânticos e do som emitido por um flautista (MARTÍNEZ: 1994, p. 254). O ritual de sacrifício para Ártemis está presente nos estudos de Junito Brandão. Segundo o historiador a corça seria um dos animais a serem sacrificados para a deusa. Os fóceos sacrificavam o animal durante o rito e posteriormente o jogavam em um braseiro (BRANDÃO: 1991,v.1, p.121). Ao continuarmos interagindo com os pensamentos do Prof. José María Blázquez Martínez sobre os escritos de Plínio, nós poderemos verificar que a introdução do culto a Ártemis Efésia, em Zacânton poderia ter sido realizada pelos seus colonizadores de Zakinthos23, os quais já possuíam o contato com tal divindade grega. Ao refletirmos sobre como a cultura religiosa grega haveria se expandido em alguns pontos da Ibéria, se faz necessário o estabelecimento do dialogo com a Geografia Cultural, na vertente da Geografia das Religiões. Dialogando com a geógrafa das religiões Zeny Rosendahl, nós destacamos as reflexões da pesquisadora sobre a difusão da fé e das crenças, como um processo que ocorreria através dos fluxos migratórios dos indivíduos (ROSENDHAL: 2002, pp. 50 – 53). Os contatos culturais, que foram efetuados pelos gregos através do processo de migração, para a Ibéria possivelmente possibilitaram uma inserção das práticas mágicas e religiosas gregas no território colonizado. Tais encontros culturais poderiam transcorrer de modo conflituoso ou não entre os helenos e os nativos.

O arqueólogo espanhol Antonio García y Bellido, na sua obra El lienzo megalítico del Artemision de Saguntum complementa os apontamentos de Blázquez entorno do templo de Ártemis em Saguntum. Bellido também faz inferência a Plínio, o Velho, ao argumentar que havia na parte baixa da cidade um templo dedicado para a deusa. García y Bellido endossa os apontamentos de Plínio ao ressaltar os artefatos arqueológicos encontrados na região, os quais estão dedicados a deidade citada anteriormente24. O autor Bellido25 destaca que a veneração a Ártemis Efésia ocorreria nas colônias jônicas da Ásia Menor, as quais a deusa seria a protetora. O seu templo em Sagunto teria sido construído possivelmente no V ou IV século a.C. e teria uma relação com a possível colonização jônica realizada na costa mediterrânea da Espanha, a qual teria se iniciado no século VI a.C. Podemos supor através das ruínas do templo e dos artefatos ali encontrados, que a colonização grega apontada pelos clássicos na região possivelmente poderia ter ocorrido.26 Fig.3 – Representação das ruínas do templo de Artemis em Sagunto. 27

Outro indício da possível colonização grega em território saguntino foi apontado pela arqueóloga da Universidade de Valencia, Carmen Aranegui Gascó28. A pesquisadora faz inferência a Políbios (Historia, III, 59, 6-8), para nos relatar sobre um acampamento dos romanos no período da Segunda Guerra Púnica no litoral de

Saguntum. Tal relato indica que o acampamento estava situado na parte baixa de Saguntum, junto a um santuário dedicado a deusa Afrodite. A difusão da religiosidade grega em Sagunto através dos dados arqueológicos frisados por Gascó e das considerações realizadas anteriormente nos levam a refletir a colonização grega de Saguntum, não como um mito, mas sim como uma possibilidade histórica real. Em suma através dos textos clássicos podemos ver que a região cultural de Saguntum apresenta a sua historicidade vinculada ao passado mítico dos gregos. Tal contato cultural teria ocorrido através do processo de colonização. Contudo além da documentação textual, os possíveis colonizadores oriundos de Zakinthos deixaram em sua apoikia vestígios de cultura material, como o Artemizion de Saguntum, o que seria indícios de sua presença. Ao estabelecermos o diálogo entre os escritos clássicos e arqueologia nós visávamos contribuir com a fomentação dos debates em torno da provável colonização grega de Zacânton.

Notas:

1

O pesquisador Carlos Eduardo da C. Campos é integrante do NEA-UERJ, sendo orientado pela Profª: Drª. Maria Regina Candido e o mesmo segue a linha de pesquisa: Religião, Mito e Magia no Mundo Mediterrânico. O presente artigo foi publicado nos anais do XIX Ciclo de Debates em História Antiga, promovido pelo LHIA/UFRJ. ISSN 1980 7015 2

Conforme informações expostas no site do município de Sagunto. Acessado: 10/08/2009 Site:http://www.aytosagunto.es/aplicacion/GRUPO.ASP?S=INFOSAG&SS=TURINFO &menu=2 3

O emprego do conceito de região neste caso associa-se também a idéia de localização de determinados fenômenos, como por exemplo, as práticas da magia, colonizações ou contatos culturais. Etimologicamente a região poderia ser vista, na visão de Paulo César

da Costa Gomes, como sendo "área sob um certo domínio ou área definida por uma regularidade de propriedades que a definem." (GOMES:1995, p. 53-54). 4

Op. Cit, nota 1.

5

Saguntum é o termo utilizado em latim para denominar Sagunto.

6

Site: http://imageseu.homeaway.pt/vd2/propmaps/HR/en/6/19344/Greece_19344.png. Acessado em: 30/03/2009. 7

Ver o primeiro parágrafo do artigo: Colonização grega no Ocidente através do exemplo de Poseidonia. Capturado do Site: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=historiadores&id=29. Acessado em:10/08/2009. 8

Ibidem, no mesmo parágrafo acima citado.

9

Segundo Michel de Certeau, as maneiras de fazer constituem as diferentes formas, pelas quais os usuários reapropriam dos elementos contidos no seu espaço. Ver a obra de CERTEAU, Michel. Invenção do Cotidiano: 1 Artes de fazer. Petrópolis: Ed. Vozes, 1994, p. 41. 10

De acordo com Certeau, a tática é uma forma de se solucionar os problemas do cotidiano de acordo com os seus interesses, assim subvertendo uma situação desfavorável. Ibidem, pp. 47 – 94 -100. 11

Ver mapa capturado do site: http://www.utexas.edu/courses/greeksahoy!/greek_trade.jpg Acessado em: 11/08/2009. 12

Op. Cit. Nota 6, verificar referência no quarto parágrafo do artigo.

13

Ver artigo de José María Blázquez. Cólquida e Iberia. La saga de los Argonautas y otras leyendas de la Península Ibérica. Edición digital: Alicante : Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005, pp. 104 -105. Capturado do Site: http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?Ref=13697 Acessado em: 10/08/2009. 14

Na visão do antropólogo Roque de Barros Laraia, o contato cultural seria um encontro entre dois grupos culturais ou mais, que poderia ocorrer de forma traumática ou não no que tange as trocas culturais. (LARAIA:1986, pp. 99 -100.) 15 A estratégia de poder seria um conjunto de práticas elaboradas pelas instituições almejando controlar a ordem social em seu benefício. Conforme CERTEAU, Michel. Invenção do Cotidiano: 1 Artes de fazer. Petrópolis: Ed. Vozes, 1994, p. 99. 16

Ibidem, p. 52.

17

Ibidem, p. 52.

18

Quanto à ligação de Zakinthos com Roma, o que frisamos seria que o herói mítico

Enéas ao fazer sua viagem devido à fuga de Tróia, também haveria passado pela Ilha de Zakinthos (Virgílio, Eneida, III, p.59). 19

Interagindo o nosso estudo com os apontamentos de René Menard veremos que a deusa Ártemis Efésia seria uma divindade semelhante às Grandes Mães, para os efésios. Tal divindade teria seu culto intensificado na região da Ásia Menor e possuiria como seu atributo a fecundidade da terra e seria a protetora das amazonas. (MÉNARD:1991, p.123.) 20

Através dos estudos feitos sobre os escritos do professor Julio César Gralha, nós empregaremos o conceito de assimilação divina realizado entre Artemis e Diana, como sendo um processo vinculação de atributos religiosos de uma divindade a outra, assim tornando- as semelhantes para a cultura religiosa. (GRALHA:2002, p.47) 21

Sobre a identificação que Diana passou a ter com a deusa Ártemis verificar os escritos em relação ao tema elaborados por Pierre Grimal. (GRIMAL: 2000, p.118) 22

Segundo Michel de Certeau, as maneiras de fazer constituem as diferentes formas, pelas quais os usuários reapropriam dos elementos contidos no seu espaço. (CERTEAU: 1994, p. 41.) 23

Conforme o artigo de José María Blázquez. Cólquida e Iberia. La saga de los Argonautas y otras leyendas de la Península Ibérica. Edición digital: Alicante : Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005, pp. 104 -105. Capturado do Site: http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?Ref=13697 Acessado em: 10/08/2009. 24

Cf.: Antonio García y Bellido. El lienzo megalítico del Artemision de Saguntum.p:303. Artigo capturado em: 02/03/2009. Site: http://www.cervantesvirtual.com/FichaObra.html?Ref=14848 25

Ibidem, p. 304.

26

Ibidem, p.305

27

Ibidem, p.306

Bibliografia: BAYONA, Joaquín Ruiz de Arbuloe. Santuarios y comercio marítimo en la península Ibérica durante la época arcaica. In: Quaderns de prehistòria i arqueologia de Castelló, ISSN 1137-0793, Nº. 18, 1997, p.519.

BRANDÃO, Junito de Souza. Dicionário Mítico – Etimológico da Mitologia Grega. Volumes: 1 e 2. Petrópolis: Vozes, 1991. CERTEAU, Michel. Invenção do Cotidiano: 1 Artes de fazer. Petrópolis: Ed. Vozes, 1994. CORELL, Josep. Inscripcions romanes del país Valencià: (Saguntum i el seu territori). Valencià:Ed: Universitat de València, 2002. GASCÓ, Carmen Aranegui. Arse-Saguntum: Una estrategia para consolidar el poder. Leyenda y arqueologia de las ciudades prerromanas de la Península Ibérica, I. Valencia: Museu Arqueológico Nacional ( Ministerio de Cultura).1993, p. 40 GOMES, Paulo C. da C. O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, Iná E.; GOMES, Paulo C.; CORRÊA, Roberto L. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1995, pp.53-54. GRALHA, Julio César Mendonça. Deuses, faraós e o poder: legitimidade e imagem do deus dinástico e do monarca no antigo Egito. Rio de Janeiro: Barroso Produções Editoriais, 2002. GRAS, Michel. O Mediterrâneo Arcaico. Lisboa: Teorema, 1998. GRIMAL, Pierre. Dicionário da Mitologia Grega e Romana. Lisboa: DIFEL, 1993; HOYS. Ana María Vázquez Hoys. Ilu. Revista de ciencias de las religiones, ISSN 1135-4712, Nº 0, 1995, pp. 271-278. JONES, Peter. O Mundo de Atenas. Uma Introdução à cultura clássica ateniense. São Paulo: Martins Fontes, 1997. LARAIA, Roque de Barros. Cultura:um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1986.

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