1 NOVOS CURSOS
PROCESSO SELETIVO NOVOS CURSOS - 2006/1 27/janeiro/2006 PROVA 1 LINGUAGENS E CÓDIGOS, CIÊNCIAS SOCIAIS LÍNGUA ESTRANGEIRA, CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA PROVA 2 REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
ATENÇÃO
O candidato não poderá levar o Caderno de Provas
INSTRUÇÕES • Para marcar no Cartão, utilize caneta esferográfica azul. • Em nenhuma hipótese será distribuída duplicata do Car-
• Aguarde a ordem para a abertura da prova.
• Não se comunique, em hipótese alguma, com outros candidatos. Não é permitida a consulta aos apontamentos, livros ou dicionários. Solicite a presença do fiscal, apenas no caso de extrema necessidade. • A prova 1 é objetiva, contém 150 itens, devendo o candidato assinalar Verdadeiro(V) ou Falso (F). A prova 2 Redação em Língua Portuguesa - será discursiva, na modalidade dissertação, manuscrita, com letra legível, sendo obrigatória a utilização de caneta esferográfica de tinta azul. • Confira, no Cartão-Resposta, o número de sua Inscrição, seu nome e apenas assine no retângulo adequado (não faça outras anotações ou marcas).
tão-Resposta, que é numerado e assinalado mecanicamente, antes do início das provas. • Não serão consideradas as respostas que não forem transportadas para o Cartão-Resposta. • Serão devolvidos para o fiscal o Cartão-Resposta, o Caderno de Provas e a Folha de Redação. • As respostas deverão ser transportadas para o CartãoResposta, sem rasuras, assinalando-se da seguinte forma. VERDADEIROS (V) (1ª coluna). FALSOS (F) (2ª coluna), Coluna de itens FALSOS
Coluna de itens VERDADEIROS
Assinatura (não assinar fora do retângulo)
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO
Nome
- Confira seu número de inscrição. - Preencha as bolas com caneta esferográfica azul. - Não dobre, não suje e não rasure esta folha, ela é a sua prova. - Assine a folha no local indicado. 1
V
F
16
V
F
31
V
F
46
V
F
61
V
F
76
V
F
91
V
F 106 V
F 121 V
F 136 V
F
2
V
F
17
V
F
32
V
F
47
V
F
62
V
F
77
V
F
92
V
F 107 V
F 122 V
F 137 V
F
3
V
F
18
V
F
33
V
F
48
V
F
63
V
F
78
V
F
93
V
F 108 V
F 123 V
F 138 V
F
4
V
F
19
V
F
34
V
F
49
V
F
64
V
F
79
V
F
94
V
F 108 V
F 124 V
F 139 V
F
5
V
F
20
V
F
35
V
F
50
V
F
65
V
F
80
V
F
95
V
F 110 V
F 125 V
F 140 V
F
6
V
F
21
V
F
36
V
F
51
V
F
66
V
F
81
V
F
96
V
F 111 V
F 126 V
F 141 V
F
7
V
F
22
V
F
37
V
F
52
V
F
67
V
F
82
V
F
97
V
F 112 V
F 127 V
F 142 V
F
8
V
F
23
V
F
38
V
F
53
V
F
68
V
F
83
V
F
98
V
F 113 V
F 128 V
F 143 V
F
3
9
V
F
24
V
F
39
V
F
54
V
F
69
V
F
84
V
F
99
V
F 114 V
F 129 V
F 144 V
F
V
F
25
V
F
40
V
F
55
V
F
70
V
F
85
V
F 100 V
F 115 V
F 130 V
F 145 V
F
Não marque assim: CÓDIGO INSCRIÇÃO
0
0
0
0
0
Para uso exclusivo do Fiscal de sala CANDIDATO AUSENTE 0
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
LÍNGUA ESTRAN- CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA (84 a 150) GEIRA (68 a 83)
LINGUAGEM, CÓDIGOS E CIÊNCIAS SOCIAIS (1 a 67)
Marque assim:
4
4
4
4
4
4
10
5
5
5
5
5
5
11
V
F
26
V
F
41
V
F
56
V
F
71
V
F
86
V
F 101 V
F 116 V
F 131 V
F 146 V
F
6
6
6
6
6
6
12
V
F
27
V
F
42
V
F
57
V
F
72
V
F
87
V
F 102 V
F 117 V
F 132 V
F 147 V
F
7
7
7
7
7
7
13
V
F
28
V
F
43
V
F
58
V
F
73
V
F
88
V
F 103 V
F 118 V
F 133 V
F 148 V
F
8
8
8
8
8
8
14
V
F
29
V
F
44
V
F
56
V
F
74
V
F
89
V
F 104 V
F 119
F 134 V
F 149 V
F
9
9
9
9
9
9
15
V
F
30
V
F
45
V
F
60
V
F
75
V
F
90
V
F 105 V
F 120 V
F 135 V
F 150 V
F
2 VESTIBULAR 2006/1
LINGUAGEM, CÓDIGOS E CIÊNCIAS SOCIAIS Tendo em vista a característica desta prova, a integração das áreas de conhecimento, você poderá encontrar itens de diferentes disciplinas, explorando um eixo temático ou uma referência inicial.
TEXTO 1 CAPÍTULO 35 (fragmento) Entrei nesse ano com o pé esquerdo. Vários fregueses que sempre tinham procedido bem quebraram de repente. Houve fugas, suicídios, o Diário Oficial se emprenhou com falências e concordatas. Tive de aceitar liquidações péssimas O resultado foi desaparecerem a avicultura, a horticultura e a pomicultura. As laranjas apodreciam nos pés. Deixá-las. Antes isso que fazer colheita, escolha, embalagem, expedição, para dá-las de graça. Uma infelicidade só. As fábricas de tecidos que adiantavam dinheiro para a compra de algodão, abandonaram de chofre esse bom costume e até deram para comprar fiado. Vendi uma safra no fuso, e enganaramme na classificação. Era necessário adquirir novas máquinas para o descaroçador e para a serraria, mas na hora dos cálculos vi que ia gastar uma fortuna: o dólar estava pelas nuvens. — Vamos deixar de novidade. Sacrificar–me e no fim entregar a mercadoria de mão beijada a esses velhacos! Ainda por cima os bancos me fecharam as portas. Não sei porque, mas fecharam. E olhem que nunca atrasei pagamentos. Enfim uma penca de caiporismos. Cheguei a dizer inconveniências a um gerente: — Pois se os senhores não querem transigir, acabem com isso. Ou os papéis valem ou não valem. Se valem, é passar o arame. Pílulas! Eu encomendei revolução? Em seis meses havia tamanha quebradeira que torrei nos cobres o automóvel para não me protestarem uma letra vagabunda de seis contos. — Maré vazante. Agora ganham os preguiçosos. Quem devia estar vivo era o velho Mendonça, que deixava a propriedade coberta de capoeira e o engenho de fogo morto. Trabalhar para formiga! É cruzar os braços. E cruzei os braços. RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1992. p. 178-9
Os itens de 1 a 20 referem-se ao fragmento da obra São Bernardo, de Graciliano Ramos. Julgue-os, para assinalá-los corretamente. 01 ( ) A obra São Bernardo apresenta uma visão dos grandes proprietários de terra, no Nordeste, na primeira metade do século XX. Nesse trecho é narrada a decadência econômica de Paulo Honório, protagonista e narrador da obra. Tal fato ocorre após a morte de Madalena que, tendo sido considerada como mais uma das posses do marido, não suporta a brutalidade e os maus-tratos deste e suicida-se. 02 ( ) Por esse trecho, em que Paulo Honório narra a sua decadência, percebe-se, no nível da linguagem, que a capacidade de expressão da personagem é superficial, simples, seca, bastante apoiada nos clichês. Paradoxalmente, Graciliano cria uma personagem complexa, embora com aparência de rasa e objetiva. É dessa forma que o dono da fazenda São Bernardo empreende a meta de resgatar a sua vida escrevendo um livro para contar a sua história. 03 ( ) Graciliano, pertencente à geração de 30 do Modernismo brasileiro, foi um dos principais representantes do ciclo do regionalismo nordestino. Tal ciclo iniciou-se com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida. A terra, a sociedade, a organização social, a linguagem, os costumes típicos estão presentes nas obras dos romancistas dessa fase. Além de São Bernardo, Vidas secas é outra obra de Graciliano bastante representativa de tal geração. 04 ( ) Além do caráter regional, a obra São Bernardo é marcada pelo interesse por problemas existenciais, pela análise psicológica das personagens, pela exploração da paródia e do humor, neste caso, resultante da influência da geração anterior, especialmente representada por Oswald de Andrade. Há ainda o entrelaçamento de uma literatura comprometida com a denúncia de injustiças, crueldades, desequilíbrios da sociedade no plano coletivo e a análise do homem no plano individual. 05 ( ) Estudando este trecho de São Bernardo, percebe-se a impotência do homem, os seus limites, nas suas relações socioeconômicas. Tem-se a delimitação do cenário em que o homem se move circunscrito, não a partir de suas relações com a rede ecológica, menos ainda em sua relação de compromisso solidário, fraterno com a criatura humana. As regras do mercado e do sistema monetário, a sensação de impotência a que se vê submetido face ao seu insucesso e ao fracasso de tantos reduzem-no, rebaixam-no. 06 ( ) Em, “As laranjas apodreciam nos pés. Deixálas. Antes isso que fazer colheita, escolha, embalagem, expedição para dá-las de graça.”, na seleção de palavras, nas regras combinatórias utilizadas para a estruturação sintática das ora-
3 NOVOS CURSOS
07 (
08 (
09 (
10 (
11 (
12 (
ções do trecho, o pronome las, enclítico, é complemento verbal e, ao mesmo tempo, refere-se ao sujeito da primeira oração; o pronome demonstrativo isso faz remissão intradircursiva aludindose ao ato de abandonar as laranjas apodrecendo. ) Na passagem, “Era necessário adquirir novas máquinas para o descaroçador e para a serraria, mas na hora dos cálculos vi que ia gastar uma fortuna: o dólar estava pelas nuvens”, constata-se a elipse do verbo adquirir e de seu complemento novas máquinas na terceira oração; a expressão ia gastar uma fortuna funciona como complemento do verbo ver; uma fortuna funciona como complemento de ia gastar. ) Em, “vi que ia gastar uma fortuna: o dólar estava pelas nuvens”, a oração destacada foi introduzida por dois pontos que podem ser substituídos pelo relator pois, mantendo a mesma relação de sentido, isto é, ambos os recursos denotam função explicativa e realizam economia lingüística. ) O narrador é um homem que vive no campo e sua variedade lingüística revela a sua identidade antropo-cultural. Em seu vocabulário, aparecem termos como: “pé esquerdo”, “procedido bem”, “emprenhou”. E quando afirma: “Vendi uma safra no fuso” dá-nos a entender que ele plantava, colhia e fiava o algodâo e o vendia. ) A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, provocada por uma crise de superprodução, não atingiu só os Estados Unidos, mas todo o mundo, com exceção da URSS que estava em uma fase de industrialização, graças aos “Planos Quinqüenais”. As cotações das ações caíram rapidamente nos E.U.A. e corretores, especuladores, homens de negócios suicidaramse. Com o objetivo de resgatar o crescimento econômico interrompido pelo “crash”, o presidente Roosevelt implantou um programa de ação denominado “New Deal”. ) A crise econômica de 1929 atingiu a cafeicultura brasileira. As plantações haviam se estendido muito no estado de São Paulo. Muitos produtores haviam feito empréstimos para plantar café na expectativa de lucros certos, garantidos pelo Estado. Com a crise, os preços internacionais do produto caíram e os cafeicultores endividados solicitaram ao governo federal a concessão de novos financiamentos e de uma moratória de seus débitos. A proposta foi recusada pelo presidente, provocando um grande descontentamento. ) No Brasil, como resultado da crise, houve também uma ruptura política na substituição do presidente Washington Luís. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a Aliança Liberal e foi deflagrado o movimento de 1930 que depôs o presidente. O gaúcho Vargas assumiu o governo federal. Em Goiás, foi designado Pedro Ludovico como interventor.
13 ( ) Em nosso País, as facilidades de importação decorrentes da crise de 1929 e a inexistência de uma indústria de base e de capacidade ociosa das indústrias, principalmente no setor têxtil, dificultaram o processo de substituição de importação de produtos manufaturados pela produção interna. Esta foi acelerada com a renovação do equipamento industrial brasileiro e o início da Segunda Guerra Mundial. 14 ( ) O texto em estudo faz referência a bancos. O primeiro banco brasileiro, o Banco do Brasil, foi fundado, em Salvador, por D. João VI, quando a corte portuguesa lá se instalou fugindo das guerras napoleônicas. Ao regressar a Portugal, após o movimento independencista do Brasil, deixou ele nos cofres deste banco um lastro em ouro para financiar as guerras de independência. 15 ( ) O imaginário sempre povoou a mentalidade dos povos europeus. Eram bruxas, demônios, monstros marinhos... Ao virem para o Brasil, no século XVI, os portugueses trouxeram a lenda do caipora, palavra que deu origem a caiporismo , citado no texto. Caipora era um ente da mitologia portuguesa que socorria os navegadores perdidos nos mares e oceanos. 16 ( ) O texto faz referência à venda de um automóvel. A instalação da indústria automobilística no Brasil é associada ao governo JK. Do ponto de vista empresarial, tal medida foi um êxito, porém ela criou uma “civilização do automóvel”, em detrimento da ampliação de meios de transporte coletivos. Ocorreram com ela também o quase abandono das ferrovias e a necessidade de ampliação das rodovias e do uso dos derivados do petróleo. 17 ( ) Hoje, a dívida constitui um problema que acomete vários países do mundo, dentre eles o Brasil, detentor da maior dívida externa do Terceiro Mundo e uma das maiores do Globo. Ela foi avolumada por volta de 1956, quando, objetivando implantar diversas indústrias, em especial a automobilística, foram concedidos enormes incentivos à entrada de capitais estrangeiros. Além disso, a construção de Brasília, dentre outros empreendimentos ambiciosos, necessitou de empréstimos externos, principalmente dos norteamericanos. 18 ( ) O algodão produzido no Brasil destina-se à exportação e às indústrias têxtil e de alimentos (produção de óleo comestível). Pela sua importância industrial, tem a maior parte da comercialização controlada por grandes empresas do ramo têxtil ou de alimentos enlatados (Sanbra, AndersonClayton, Hering) ou por intermediários, que revendem o produto para a indústria. Os maiores produtores são Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Ceará e Minas Gerais.
4 VESTIBULAR 2006/1
19 (
) A Revolução Verde surgiu na década de 70 visando a aumentar a produtividade agrícola e, por consequência, minimizar as crises na agricultura. Ela pode ser caracterizada pelo uso de sementes híbridas, de fertilizantes e agrotóxicos. A despeito do impacto ambiental que causou e causa, promoveu o aumento significativo de produtos agrícolas, que associado aos programas da ONU reduziu drasticamente a falta de alimentos nos países subdesenvolvidos. 20 ( ) No Brasil, a existência da dívida externa pesa sobre toda a economia e é um dos grandes entraves ao desenvolvimento do país como um todo. Nos anos 1980 e 1990, o Brasil passou por enormes sacrifícios para pagar parcelas dessa dívida: despendeu cerca de 200 bilhões de dólares para pagar os juros e as parcelas que venceram, mas, em vez de ser diminuída ou liquidada, a dívida cresceu ainda mais, pois os juros são elevados e uma parte dos pagamentos foi feita à custa de novos empréstimos. TEXTO 2 SÉTIMO QUADRO CORO Junto à estátua, sob um jato de luz. À sombra desta estátua Uma cidade cresceu, Cresceu, cresceu, cresceu, À sombra dela cresceu. Barriga também cresceu. Surgem Major, Prefeito e Vigário com enormes barrigas. Cantam e dançam. MAJOR Tenho a consciência tranqüila, Tudo o que dizem é intriga; Quem é que após os cinqüenta E que regime não siga, Pode evitar de criar U”a respeitável barriga? PREFEITO Se alguma coisa comemos - viver não há que consiga Se, qualquer coisa ingerir – Verdade é bom que se diga: Nem um tostão desse povo Entrou em nossa barriga. VIGÁRIO Não há quem a Deus sirva E que a Satanás persiga Que trace um caminho reto
E sem desviar-se o siga, Se Deus lhe enche a alma E o Cão lhe enche a barriga. Surge Antonieta, também com enorme barriga. ANTONIETA Desgraça pior é a minha Em toda essa cantiga; Não vou lanças na cegonha A culpa desta barriga; Pra não implicar o Major, Melhor dizer que é lombriga. CORO À sombra desta estátua Uma cidade cresceu, Cresceu, cresceu, cresceu, De muita gente cresceu. E agora, que fazer? Que a estátua virou, virou, virou, virou, de novo gente virou... A estátua se anima: é o próprio Cabo Jorge. Todos fogem, gritando apavorados. TODOS Nossa cidade morreu! CABO JORGE Antes ela do que eu! GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 111-113.
Os itens de 21 a 36 têm como referência o contexto abordado no sétimo quadro, fragmento da peça O berço do herói, de Dias Gomes. Julgue-os para assinalá-los de modo correto. 21 ( ) A estátua a que se refere o coro no primeiro bloco de fala é a estátua do Cabo Jorge, um herói criado por força da conveniência e para atender aos interesses políticos, econômicos, culturais e espirituais da população da cidadezinha de Cabo Jorge, no estado da Bahia. Como uma peça que se passa no Nordeste, O berço do herói apresenta-se, no todo, com forte influência da literatura de cordel, como se percebe nos versos metrificados e rimados da fala de cada personagem. 22 ( ) A peça teatral O berço do herói, de Dias Gomes, é composta pelo prólogo, em que é apresentada a situação dramática em questão; por dois atos e, dentro desses atos, treze quadros. Nesse sétimo quadro, são apresentadas situações que envolvem as principais personagens da peça, quais sejam: o major, o prefeito, o vigário, a viúva
5 NOVOS CURSOS
23 (
24 (
25 (
26 (
27 (
28 (
Antonieta, o Cabo Jorge e a voz do coro, que representa uma voz correspondente à de um narrador. ) Na peça de Dias Gomes, as várias personagens que não têm nome são, ao contrário do que se espera, individualizadas em seus aspectos humanos, psicológicos e morais. Somente com o desenvolvimento da trama é possível conhecer-lhes as múltiplas facetas. Contraditoriamente, a única personagem que representa um tipo social é a que tem nome: Cabo Jorge. A alusão à barriga, em cada uma dessas personagens, no sétimo quadro, tem o propósito de mostrar, caricaturalmente, a deformação de caráter que lhes é peculiar. ) Na composição do Sétimo Quadro da peça em estudo, o autor empregou o irônico como recurso estético e, em nível de linguagem, utilizou figuras de estilo para instaurar a sugestão e a surpresa. A ironia, a reduplicação e a gradação formam o tripé do processo de significação. Desde o canto do coro introdutório, este recurso é instituído mediante relação entre três imagens: a estátua, a cidade, a barriga. ) Na primeira cena deste quadro de Dias Gomes, há uma relação alegórica entre a estátua e a cidade, quando se institui a idéia de que a cidade cresceu à sombra da estátua, por duas razões fundamentais, dentre outras: uma cidade não cresce sob uma estátua, uma vez que uma estátua é parte de uma cidade; a estátua a que se refere não é propriamente uma estátua, pois é revelada, ao final do quadro, como Cabo Jorge em carne, osso e movimento. ) Tomando como referência as formas verbais cresceu e virou, presentes no último coro, observase que o verbo crescer compõe os predicados verbais das orações, revelando os atos. Já o verbo virou estrutura o predicado nominal em que gente exprime a circunstância do sujeito representado pelo substantivo estátua. Esse mecanismo gramatical tem sentido simbólico e possibilitou, com efeito irônico-lúdico, a representação de um recorte da vida do cotidiano brasileiro. ) A antítese, o paradoxo ou oxímoro, são figuras de estilo que se confundem. A antítese é uma figura de pensamento resultante da oposição estabelecida entre duas idéias, visando ao contraste, enquanto o paradoxo ou oxímoro consiste em relacionar palavras antônimas em busca da conciliação de conceitos contraditórios. Assim, em, se Deus lhe enche a alma / e o Cão lhe enche a barriga, tem-se um paradoxo, uma vez que os opostos - Deus e Cão - fundem-se em uma única idéia, a barriga. ) Numa abordagem semântica, o verbo implicar, utilizado no penúltimo verso do texto em estudo que representa a fala de Antonieta, confirma a compreensão de que o sentido das palavras re-
29 (
30 (
31 (
32 (
33 (
sulta das relações mantidas por elas com outras palavras. Por isso, o verbo implicar é usado com o sentido de comprometer, em vez de acarretar problemas. Conseqüentemente, quanto à sua predicação, no texto, funciona como transitivo indireto. ) O texto faz referência a uma cidade fictícia. Pode ser aproveitado como ponto de partida para analisar o surgimento de núcleos urbanos no Brasil Colonial, conforme as atividades econômicas regionais. Na área açucareira, as vilas e povoados eram pontos de contatos entre a administração portuguesa e o poder local dos latifundiários. No interior da colônia, onde a ocupação se deu, em grande parte, em função da pecuária, os povoados surgiram nos caminhos do gado e dos tropeiros. Nas regiões de mineração, os arraiais se formaram no fundo dos vales, perto dos rios e das jazidas minerais. ) Ao usar a expressão “nem um tostão desse povo entrou em nossa barriga”, o prefeito quis defender a sua honestidade como administrador. Ao estudarmos História, apreendemos que a corrupção, a improbidade e o descompromisso administrativos são males crônicos das sociedades modernas e contemporâneas, inexistindo nas sociedades antigas e medievais, que atribuíam penas graves como mutilações e morte aos maus administradores. ) O texto também menciona Deus e Satanás. Deus sempre teve um papel importante nas sociedades humanas, no decorrer dos tempos históricos. Durante a Idade Média, a Igreja Cristã exerceu a hegemonia ideológica e cultural da época, caracterizada pelo Teocentrismo. Com o Renascimento Cultural, o Humanismo passou a valorizar a vida terrena e o “humano” ocupou o lugar cultural dominado pelo divino e extraterreno. ) O capitalismo pode não ter inventado a cidade, mas indiscutivelmente inventou a cidade grande. Criou, particularmente, a metrópole e a megalópole. Esses dois fenômenos urbanos são típicos da fase mais avançada do desenvolvimento capitalista, ou seja, da etapa financeira e monopolista, alcançada no final do século XIX. O capitalismo tem uma tendência intrínseca, manifestada historicamente, de concentração, seja no plano econômico, seja no plano geográfico: as metrópoles, no século XIX e as megalópoles, mais tarde no século XX. ) O processo de urbanização não é tão recente. Entretanto, a partir de 1950 presenciamos uma aceleração neste processo, de tal modo que no ano 2000 cerca de metade da população mundial vivia nas cidades. Esse crescimento intensivo das cidades, no Brasil, tem sido acompanhado por uma maciça urbanização da pobreza e diminuição da qualidade de vida da população, gerada
6 VESTIBULAR 2006/1
34 (
35 (
36 (
pelo desemprego, falta de saneamento básico, de escolas, de segurança, de assistência médica, dentre outros. ) A fome é um dos fortes indicativos de indigência social e surge sob duas formas: aguda e crônica. A fome aguda é medida pelo baixo consumo de calorias e leva à morte por inanição. A fome crônica ou subnutrição está muito mais disseminada pelo mundo e é menos evidente (há pessoas obesas e subnutridas) e definida por critérios qualitativos, decorrendo de uma alimentação deficiente em proteínas, sais minerais, vitaminas e carboidratos. Ao longo da vida, trás conseqüências graves aos indivíduos que vão desde a baixa resistência imunológica à limitação da capacidade intelectual. ) Alguns países subdesenvolvidos são governados por ditaduras ou regimes democráticos pouco consolidados, sob comando de elites em geral indiferentes ao bem-estar social do restante da população. Dessa forma, o Estado deixa de realizar muitas de suas atribuições básicas para satisfazer ao interesses da classe social ou do grupo étnico que detém o poder. Essa apropriação do Estado por um setor da sociedade é mais comum nos países economicamente mais atrasados. ) No que se refere à nutrição da população brasileira, pesquisas recentes do IBGE mostram que a média de consumo de alimentos no Brasil está dentro do mínimo considerado recomendável pela FAO e OMS, pois a média nacional está cerca de 3% acima do padrão. As desigualdades sociais no Brasil, entretanto, estão entre as maiores do mundo, o que indica que a minoria rica consome muito, a maioria da população, em especial as camadas de baixa renda, tem necessariamente um nível de consumo alimentar bem abaixo desse mínimo.
TEXTO 3 A máquina extraviada Estamos tão habituados com a presença da máquina ali no largo, que se um dia ela desabasse, ou se alguém de outra cidade viesse buscá-la, provando com documentos que tinha direito, eu nem sei o que aconteceria, nem quero pensar. Ela é o nosso orgulho, e não pense que exagero. Ainda não sabemos para que ela serve, mas isso já não tem maior importância. Fique sabendo que temos recebido delegações de outras cidades, do estado e de fora, que vêm aqui para ver se conseguem comprála. Chegam como quem não quer nada, visitam o prefeito, elogiam a cidade, rodeiam, negaceiam, abrem o jogo: por quanto cederíamos a máquina. Felizmente o prefeito é de confiança e é esperto, não cai na conversa macia. Em todas as datas cívicas a máquina é agora uma parte importante das festividades. Você se lembra que
antigamente os feriados eram comemorados no coreto ou no campo de futebol, mas hoje tudo se passa ao pé da máquina. Em tempo de eleição todos os candidatos querem fazer seus comícios à sombra dela, e como isso não é possível, alguém tem de sobrar, nem todos se conformam e sempre surgem conflitos. Felizmente a máquina ainda não foi danificada nesses esparramos, e espero que não seja. A única pessoa que ainda não rendeu homenagem à máquina é o vigário, mas você sabe como ele é ranzinza, e hoje mais ainda, com a idade. Em todo caso, ainda não tentou nada contra ela, e ai dele. Enquanto ficar nas censuras veladas, vamos tolerando; é um direito que ele tem. Sei que ele andou falando em castigo, mas ninguém se impressionou. VEIGA, J. J. Melhores contos. Seleção de José Aderaldo Castello. São Paulo: Global, 2000.
Considerando os aspectos temático, estrutural e contextual a que se refere o fragmento anterior, julgue os itens de 37 a 50 para assinalá-los de modo correto. 37 ( ) Na narrativa curta “A máquina extraviada”, de José J. Veiga, a temática do insólito traduz uma constatação de violação das normas, uma subversão do real, uma poética de incerteza. Tal poética encena uma luta quase perdida pelos seres humanos contra as manifestações negativas e, conseqüentemente, retrata personagens angustiadas quanto às suas índoles e quanto aos seus estados de inanição frente aos acontecimentos estranhos. 38 ( ) O discurso de José J. Veiga, no conto “A máquina extraviada”, tematiza uma interdição e insiste em trabalhar o binômio opressão versus liberdade e se transforma numa busca recorrente da temática da expiação, do silêncio e da possessão. As personagens aceitam passivamente as interdições. O escritor recorre a objetos insólitos, inexplicáveis e estranhos para viabilizar o seu projeto de construção e de desconstrução crítica da realidade brasileira. 39 ( ) “A máquina extraviada” é um texto que se insere em todas as características do conto tradicional. Apresenta número reduzido de personagens: a ação está centrada em apenas um núcleo narrativo; há um narrador que conta a história em 3ª pessoa. O tempo e o espaço também são bem delimitados e bem definidos. Toda a coletânea que compõe Os melhores contos de José J. Veiga mantém essas características, o que permite atribuir ao autor o título de um autêntico contista contemporâneo. 40 ( ) A literatura brasileira, em sua fase romântica de construção literária, vê-se representada, também, pela obra do escritor goiano, José J. Veiga. O silêncio das personagens, dentre outras conotações, revela o processo de construção da história e a busca consciente de subjetividade. No conto “A
7 NOVOS CURSOS
máquina extraviada”, a personagem romântica encontra-se impossibilitada de expressar sua identidade uma vez que está impedida também de reconhecer a sua própria existência. 41 ( ) Dias Gomes, Graciliano Ramos e José J. Veiga são escritores que representam, literariamente, faces do Brasil. O interior da Bahia e sua realidade política; a realidade do sertão de Alagoas, uma cidade qualquer do interior, com personagens que revelam a repressão e a passividade do ser humano adquiridas pela ausência de uma linguagem capaz de transformar o meio em que vivem. 42 ( ) Pelo texto 2, de Dias Gomes, vê-se que o Estado e a Igreja, representados pelo prefeito e pelo vigário, são abordados de modo irônico e cômico, num papel que os contrapõe aos interesses do povo da cidade. No trecho de José J. Veiga, temse também a presença da Igreja e do Estado, representados pelo prefeito e pelo vigário, mas evidenciando percepções distintas nas sua interação com o povo da cidade. No caso do texto 2, uma das motivações centra-se no culto da estátua. No texto 3, o objeto de contemplação é a máquina. Dessa ótica, a estátua e a máquina são objetos que simbolizam esvaziamento de sentido em favor do culto da aparência, nas suas relações com a cidade e com a população. 43 ( ) A figura do prefeito é retratada sob dois ângulos aparentemente inconciliáveis: credibilidade e esperteza. O resultado desses dois traços de sua personalidade, além de delinearem o perfil do político no exercício de suas funções públicas, denotam o reduzido nível de exigência do eleitor quanto ao papel do gestor dos interesses e das necessidades da população. Lendo o texto sob este ângulo, depreende-se que o eleitor, o político e o vigário são alvo de crítica pelo narrador, proporcionando a interpretação: o político é esperto; o eleitor é desprovido de senso crítico e o vigário exerce o seu poder mediante promessas de castigo. 44 ( ) “Estamos habituados com a presença da máquina ali no largo” a expressão em negrito é introdutória. Sobre ela repousa a seqüência narrativa recortada para este estudo. Nela, o verbo estar vem flexionado no plural da primeira pessoa, do presente do indicativo. Sintaticamente, tem por sujeito o pronome pessoal que lhe é correspondente – nós. Este recurso discursivo serve para estabelecer aproximação entre o narrador e o leitor. 45 ( ) Na expressão: “Chegam como quem não quer nada, visitam o prefeito, elogiam a cidade, rodeiam, negaceiam, abrem o jogo”, além da oração principal, há cinco orações coordenadas assindéticas com as quais se institui a gradação de sentido para demonstrar que o prefeito é incorruptível. De outra parte, servem para expres-
46 (
47 (
48 (
49 (
50 (
sar a sagacidade das delegações seduzidas pela máquina. Dispostos em seqüência, os verbos destas orações – visitam, elogiam, rodeiam, negaceiam, abrem – nas relações que mantêm, na expressão destacada, exercem a função de verbos transitivos diretos. ) Lendo o 1º parágrafo do fragmento de Veiga, chama-nos a atenção a força argumentativa dos enunciados que apontam a contradição: ignorância da serventia da máquina e a seu poder de convergência popular. O autor alcançou seu objetivo utilizando-se de uma progressão discursiva em que se insere; o uso de operadores argumentativos tais como: tão, que, nem, felizmente; o trabalho morfossintático dos verbos em seus modos (indicativo, subjuntivo e imperativo). Assim, ofereceu ao leitor um texto coeso, coerente e significativo. ) O texto faz referência a uma máquina. Procurando resgatar historicamente a importância da “máquina”, remete-nos à Revolução Industrial. A industrialização do século XVIII iniciou-se com a mecanização do setor têxtil, com amplos mercados nas colônias da América, África e Ásia. As invenções da máquina de fiar, do tear hidráulico e do tear mecânico aumentaram a capacidade produtiva. ) A mecanização industrial trouxe significativas transformações para quase todos os setores da vida humana. No aspecto socioeconômico, houve a separação entre o capital e o trabalho, eliminando-se a organização corporativa da produção, utilizada pelos artesãos. O trabalhador perdeu a posse das ferramentas e máquinas, passando a viver da sua força de trabalho. ) Pela inexperiência do trabalhador, a industrialização aumentou a necessidade de mão-de-obra. Ao contrário do que ocorria com a produção artesanal da Idade Média, que englobava todos os membros do grupo familiar, nas indústrias evitava-se o trabalho feminino e infantil. Com isto, atividades femininas como tarefas domésticas, aleitamento e educação das crianças foram preservadas. ) A indústria é uma atividade imprescindível para a sociedade moderna. O mundo passou por vários estágios de transformação de matérias primas até chegar ao patamar de modernização que se tem hoje em vários locais. Estes estágios podem ser divididos em : artesanato (estágio mais primitivo, realizado em equipe e sem uso de ferramentas); manufatura (estágio intermediário, com uso da máquina, mas ainda sem a divisão de trabalho); indústria moderna (estágio predominante em nossos dias, que surgiu no século XX, caracterizado por uma grande divisão de trabalho, uso de máquinas e tecnologias informatizadas, movidas por energia elétrica e calor).
8 VESTIBULAR 2006/1
52 (
TEXTO 4 Novas lideranças, novas identidades: o século 21 começou no século 20 Olhando em retrospectiva, devemos constatar que o ano de 1968 foi o primeiro sinal de grave descontentamento com o modelo de capitalismo industrial no final de seu ciclo e o marco histórico que anunciou ao mundo o final precoce do século 20 e a chegada antecipada do século 21. Se o século 20 foi curto com afirma Eric Hobsbawm, porque começou mais tarde com o fim da Primeira Guerra Mundial, foi mais curto ainda porque terminou muito cedo com a eclosão do protesto estudantil em cadeia, iniciando em Paris, em maio de 1968, passando por Berkleley, Berlim e Rio de Janeiro. Aquele primeiro surto de globalização dos movimentos sociais apontava para mudanças radicais que iriam se estender a vastos domínios, influenciando não apenas a economia e a sociedade como também o próprio modelo de civilização, com seus usos e costumes. Em todas as frentes o inimigo era o mesmo: a falsa idéia de uma evolução sem limites e a ingênua crença na continuidade do progresso. Para onde vamos? Esta era a questão central que inquietava os corações e as mentes, especialmente a daqueles que, mal alcançando a idade adulta, não encontravam respostas satisfatórias para o que viam ou ouviam. À juventude cabia romper barreiras e promover os valores alternativos de uma nova utopia, menos baseada na luta de classes entre o capital e o trabalho e mais orientada para a busca de equilíbrio entre a Natureza e a Cultura, entre a dimensão material e a dimensão espiritual, entre homens e mulheres, raças e etnias. A busca da harmonia interior, da espiritualidade e da meditação passou a conviver, em diferentes comunidades, com a descoberta do corpo e de suas necessidades naturais como um valor central da existência.
53 (
54 (
55 (
CAMARGO, Aspásia. Novas lideranças, novas identidades: o século 21 começou no século 20. In: TRIGUEIRO, André (coord). Meio ambiente no século 21.Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
Os itens de 51 a 67 têm como referência a temática desenvolvida no fragmento do texto de Aspásia Camargo. Analise-os e os assinale corretamente. 51 ( ) Na construção discursiva do terceiro parágrafo do texto de Aspásia Camargo, nota-se que o processo argumentativo centra-se na tentativa de delimitar o papel da juventude. A técnica argumentativa adotada pela autora, para restringir a significação dada à expressão nova utopia, fundamenta-se na relação entre capital e trabalho que se opõe à Natureza e Cultura, à dimensão material e dimensão espiritual, a homens e mulheres, e à raça e etnias, tendo como recurso coesivo as expressões: menos baseada e mais orientada.
56 (
) Em “A busca da harmonia interior, da espiritualidade e da meditação...”, do mesmo fragmento do texto de Aspásia Camargo, pode-se observar que a relação sintática estabelecida entre os constituintes oracionais privilegia substantivos que solicitam complementos nominais em vez empregar verbos transitivos e seus complementos. Neste sentido, predomina, na expressão destacada, o uso do nome e da forma nominal do verbo sobre o uso da forma verbal que exprime ação, procedimento por meio do qual se nota reforçada a idéia de que a harmonia é conquistada por meio de outro modelo de relações interpessoais, centradas no corpo e na existência. ) O primeiro e o segundo parágrafos do texto 4 foram interligados pela expressão “aquele primeiro surto de globalização”, referindo-se ao protesto estudantil iniciado em Paris, no ano de 1968. Em primeira instância, a mesma expressão reporta-se também “à falsa idéia de uma evolução sem limites e à ingênua crença na continuidade do progresso”. ) A primeira frase do texto IV pode ser reduzida sem prejudicar a realização do sentido do período: “Olhando em retrospectiva, devemos constatar que o ano de 1968 foi o primeiro sinal de grave descontentamento com o modelo de capitalismo industrial no final de seu ciclo e o marco histórico que anunciou ao mundo o final precoce do século 20 e a chega antecipada do século 21. Sintaticamente, este é um período que pode ser considerado longo, segundo as exigências das regras de comunicação moderna. Para aproximá-lo de tais regras, pode-se suprimir a expressão: “Olhando em retrospectiva, devemos constatar que”. ) O texto menciona a Primeira Guerra Mundial que o historiador Hobsbawn colocou como marco para o início do século XX, por ele denominado “A Era dos Extremos”. O conflito foi considerado sem precedentes históricos, pois envolveu todas as grandes potências do mundo. Os tanques de guerra, os encouraçados, os submarinos, a aviação, dentre outras inovações tecnológicas, demonstraram que o mundo possuía uma capacidade bélica inimaginável. ) O ano de 1968 foi marcado não só por movimentos estudantis como também por greves operárias em vários lugares do mundo. No Brasil, foi decretado o AI-5 que inaugurou uma nova fase, menos repressora, do regime militar. Setores radicais de oposição à ditadura refluíram de suas posições, em favor de acordos políticos com o governo Costa e Silva. Em Goiânia, distante dos centros culturais e econômicos do País, inexistiram manifestações estudantis de expressão.
9 NOVOS CURSOS
57 ( ) “Paz e Amor” pregavam as comunidades hippies. Anteriormente a elas, o líder hindu Gandhi, admirado por gerações de jovens de todo o mundo, deixara um legado de paz e conciliação. Como precursor da independência da Índia, promoveu campanhas de desobediência civil e resistência pacífica contra a Inglaterra. Comandou o boicote aos manufaturados ingleses, defendendo o uso dos tecidos rústicos de algodão produzidos manualmente na Índia e o boicote ao sal, vendido pelos ingleses sob regime de monopólio. 58 ( ) No Brasil, caracterizado desde o período colonial pelo pluripartidarismo, a militância ecológica criou o PV (Partido Verde), nascido juntamente com o PT. Em meio à crise política que o País viveu em 2005, surgiu nova legenda partidária, o PSOL, que absorveu o PV e tem como objetivo maior aparar as arestas em favor do Governo Federal. 59 ( ) No mundo atual, pela primeira vez na história, a humanidade coloca em risco sua própria sobrevivência, como resultado dos profundos desequilíbrios provocados pela sua contínua interferência na natureza. Diante deste quadro e do intenso trabalho efetivado pela mídia internacional, a população mundial tomou consciência de que o homem é parte integrante do meio em que vive e que ele também é componente da frágil cadeia que sustenta a vida no planeta e não o senhor absoluto da natureza. Embora não lhe seja mais submisso, continua precisando dela para a sua sobrevivência e para a sobrevivência de milhares de espécies dos diversos ecossistemas. Esta consciência ambiental fez com que se adotasse a prática de se colocar sempre em segundo plano os interesses econômicos nas negociações internacionais. 60 ( ) Para se entender a problemática ambiental temos a necessidade de rediscutir o modelo de desenvolvimento, o padrão de consumo, a desigual distribuição de riquezas e o padrão tecnológico existente no mundo atual. Para isso é fundamental compreender o sistema produtivo e os processos de produção que causam tantos desequilíbrios na natureza. No pós-guerra, principalmente a partir da Conferência da ONU sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo (1972), o mundo tomou consciência dos limites impostos pela natureza.
61 ( ) No Brasil, o movimento ecológico nasceu no final dos anos 60, em um contexto histórico marcado pela ditadura militar, entrelaçado com outros movimentos sociais de grande importância como o movimento das mulheres, dos negros, dos homossexuais. Neste período, o Brasil alcançaria o maior desenvolvimento industrial da história, submetido ao regime autoritário e desenvolvimentista do governo Médici, sob a égide
do capital internacional. Entretanto, este modelo de desenvolvimento era forjado pelas elites dominantes sem o menor respeito aos trabalhadores e ao meio ambiente. 62 (
63 (
64 (
65 (
66 (
) De acordo com os estudiosos, o termo “raça” seria totalmente inadequado à espécie humana. Desse modo, o termo “etnia” foi criado para definir o sentimento de identificação de um grupo, podendo envolver pessoas com diferentes cores de pele, tipos de cabelo e estrutura física entre outras. No Brasil, temos como exemplo os negros ou afro-brasileiros, os diversos grupos indígenas, os descendentes de italianos, portugueses e outros. A despeito da presença da discriminação contra diferentes grupos, há movimentos que lutam para que se esclareça a diferença entre raça e etnia e reivindicam a busca da alteridade. ) Existe, normalmente, um certo equilíbrio de proporções entre o sexo masculino e o sexo feminino no mundo. Entretanto, em alguns países, o número de homens supera significativamente o número de mulheres como, por exemplo, na Nigéria e na Etiópia. Isto ocorre basicamente por dois motivos: muitos bebês do sexo feminino são sacrificados ao nascerem, por serem considerados um peso a mais para o orçamento doméstico; inúmeras mulheres morrem, por causa de doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS. ) O incremento das técnicas, associado ao modo de produção capitalista, propiciou o aumento frenético de produtos a serem oferecidos aos cidadãos do mundo. A sociedade do culto “ter” opõe-se à do “ser” de tal modo que se vive em uma sociedade global que almeja o consumo, o acúmulo de bens e serviços. Os países desenvolvidos são os que mais se embrenham neste modelo de sociedade. Nos países subdesenvolvidos9 a economia informal surgiu na década de 70, como alternativa de emprego e consumo para a população menos favorecida economicamente, proporcionando-lhe o poder de compra e a satisfação pessoal. ) No romance Mongólia, Bernardo Carvalho faz amplas digressões sobre a entrada do capitalismo na região da Mongólia. Dessa forma, o autor, em uma abordagem literária cuja fronteira entre a ficção e a realidade é quase imperceptível, apresenta também o seu “grave descontentamento com o modelo de capitalismo industrial”. Antecipa, assim, com sua obra, vários fatores de ordem política, econômica, social e cultural que marcam este início de século XXI. ) A obra Caderno de Edmar Guimarães apresenta características próprias de uma metalinguagem do fazer literário. Como num caderno, a vida precisa ser passada a limpo, observando-se atentamente os rascunhos para que estes sejam os mesmos textos a vigorarem no jogo existencial. Isto faz com que a obra do poeta esteja enganjada
10 VESTIBULAR 2006/1
67 (
nos movimento que provocaram mudanças radicais na sociedade do século XX e, de forma específica, nos movimentos da juventude, baseados na promoção de valores alternativos e útopicos, conforme sugere o texto de Aspásia Camargo. ) O movimento simbolista, no qual se insere a poesia de Alphonsus de Guimaraens, adotou princípios semelhantes ao do movimento realista-naturalista, muito embora tenha se impulsionado na literatura brasileira por uma reação à idéia de que o indivíduo e toda a realidade humana encontra explicações e soluções com o uso exclusivo do conhecimento científico. Pode-se afirmar que os poetas simbolistas fizeram uma poesia em que se expressa o descontentamento com o capitalismo industrial e com a falsa idéia de uma “evolução sem limites” .
71 ( ) a obra relata a luta de Paulo Honório e de sua esposa para fazer com que Bernardo seja reconhecido como um Santo, por suas obras de amor e de caridade; 72 ( ) o final é surpreendente e perfeito: Paulo Honório reconhece que é um ¨porco¨ incapaz de perdoar e de mudar seu modo de vida. Os itens 73 e 74 referem-se ao texto 6 de Dias Gomes. Leia-o e observe a temática desenvolvida pelo autor. Depois, verifique se há correspondência entre esta temática e a mensagem veiculada na charge correspondente ao item. Marque V ou F.
TEXTO 6 Não é botão que se abra em flor, Que desabroche em vida e perfume, Não é botão que adormece a camisola Da noiva desejada E desabotoe em prazer e amor Ao doce apelo da fecundidade; É o contato fatal entre dois pólos, Fim de todos os fins.
ATENÇÃO O candidato que, na ficha de inscrição, optou pela língua espanhola deve passar para o item 68, página12. LÍNGUA ESTRANGEIRA
Botão que espera O dedo assassino, Exterminador, que o virá premir e o fará parir o feto atômico.
INGLÊS
TEXTO 5
GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 18.
São Bernardo Graciliano Ramos Paulo Honório is a tough man who does everything to earn more money and to be more powerful. But, when he knows Madalena, a game of interests begins. His world, dominated by the use of force and represented by São Bernardo, his farm, is questioned by Madalena’s world, built on a base of love and charity. This fight leads to an astonishing and perfect end, in which Paulo Honório realizes that he is a “pig” which can’t be able to forgive and to change his way of life.
Charge 1
http://www.villagevoice.com
Após a leitura do texto acima sobre a obra de Graciliano Ramos, São Bernardo, marque os itens de 68 ao 72, indicando (V) para os itens verdadeiros e (F) para os itens falsos. 68 (
69 (
70 (
) No trecho acima, são citados três personagens que compõem a obra de Graciliano Ramos, São Bernardo; ) Paulo Honório é um homem explorado, que trabalha duro para ganhar dinheiro e pagar os devidos impostos; ) quando conhece Madalena, Paulo Honório torna-se dominado pela figura da mulher e de seu filho Bernardo;
www.miltpriggee.com
73 (
) Title: Technology Vs Humanity, Artist : Milt Priggee, Attribution: Milt Priggee.
11 NOVOS CURSOS
Os itens 77 e 78 referem-se ao texto 8 de Dias Gomes. Leia-o e observe a temática desenvolvida pelo autor. Depois, verifique se há correspondência entre esta temática e a mensagem veiculada na charge correspondente ao item. Marque V ou F.
Charge 2
TEXTO 8 Junto à estátua, sob um jato de luz. À sombra desta estátua Uma cidade cresceu, Cresceu, cresceu, À sombra dela cresceu. Barriga também cresceu de muita gente cresceu.
http://www.glasbergen.com/
74 ( ) Title: Computers: Business, TODAYS CARTOON by Randy Glasbergen. Os itens 75 e 76 referem-se ao texto 7 de Dias Gomes. Leia-o e observe a temática desenvolvida pelo autor. Depois, verifique se há correspondência entre esta temática e a mensagem veiculada na charge correspondente ao item. Marque V ou F. TEXTO 7 “... Cabo Jorge pertence a esta nossa geração que, muito antes de chegar à idade da razão, recebeu a notícia, jamais dada a outros antes de nós: o homem adquiriu o poder de destruir a humanidade. Num mundo assim, que poderá desaparecer de um momento para outro, ao simples premir de um botão, certos conceitos de heroísmo, de dignidade, lhe parecem absurdos, ridículos”.
Surgem Major, Prefeito e Vigário com enormes barrigas. Cantam e dançam. GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 111.
Charge 5
GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. pp. 58 e 59.
Charge 3
77 (
http://www.politicalcartoons.com/ ) Title: Tax Cuts for the Wealthy, Artist: Monte Wolverton Attribution , Monte Wolverton, Cagle Cartoons
Charge 6 http://cagle.msnbc.com/politicalcartoons/PCcartoons/PCbest3
75 ( ) Steve Sack, Minnesota, The Minneapolis Star-Tribune. Charge 4
http://www.politicalcartoons.com http://www.cagle.com/politicalcartoons/PCcartoons/PCbest3.asp
76 (
) Vince O’Farrell, Wallongong, Australia, The Illawarra Mercury, The Melbourne Express.
78 ( ) Title: CIA secret prisons around the World, Artist: Stephane Peray, Attribution: Stephane Peray, Thailand
12 VESTIBULAR 2006/1
Os itens de 79 a 83 referem-se a diferentes manchetes retiradas de Brazzil Senior Citizens (http:/ /www.brazzil.com) sobre aspectos sócio-políticos e culturais no Brasil. Marque com V as informações sobre questões de analfabetismo, de violência, de imigração e, com F as que não tratarem destes problemas. 79 ( ) The Old Boys (and Girls) from Brazil - The proportion of Brazil’s elderly is increasing more rapidly than that of children. In 1980 there were 16 elderly for every 100 children. In 2000, there were 30 elderly for every 100 children. The Catholic Church in Brazil is focusing its attention on them, this year. 80 ( ) Inspired by similar lists of movies and books in the United States, Rio’s weekly magazine Manchete asked a group of eight experts from Rio and São Paulo to present their 50 favorite romances produced this century by Brazilian writers. Grande Sertão: Veredas by João Guimarães Rosa came in first with 315 points out of a possible 400, just slightly ahead of Mário de Andrade’s Macunaíma. with 300. 81 ( ) Itamaraty’s (Foreign Ministry) first census on Brazilians overseas is out with the revelation: 1.5 million Brazilians have left their country for the first and third world. From those, the majority (610,130) went to the US. Almost one third of those who chose the United States went to New York (230,000). As large as it is, the exodus phenomenon represents less than 1% of Brazil’s 160 million souls. 82 ( ) Amnesty International in its latest report on Brazil shows that high levels of crime continues to drive underfunded, poorly trained and often corrupt police forces to the further use of repressive methods. Thousands of people were killed in confrontations with the police, often in situations described by the authorities as “resistance followed by death. 83 ( ) The price of books and lack of libraries can be considered some of the reasons for Brazil’s low reading index and illiteracy. According to a CBL study, Portrait of Reading in Brazil, 61% of Brazil’s literate adult population has very little or no contact with books. Among the 17 million people who don’t like to read books, 11.5 million have 8 years of schooling or less.
ESPANHOL
TEXTO 5 Mestre Graciliano Ramos fue tan marginal en su puesto de empleado público de una región perdida del Brasil como el Nordeste mismo es marginal al Brasil moderno. Su experiencia como Prefecto de Palmeira dos Indios en Alagoas (donde era dueño de una tienda llamada Sincera) sólo duró un par de años, pero los relatorios oficiales que escribió en ese período llamaron la atención del Brasil entero por la economía y precisión de su lenguaje. Graciliano Ramos fue Director de la Imprenta Oficial, en Maceió, la capital del Estado (1930-1931) y, más adelante, Director de Instrucción Pública por un lapso de tres años (1933-1936). Un introvertido, tímido hasta el extremo del silencio total o a la emisión, epigramática, de frases que no solicitan el diálogo, Ramos manifestó su reticencia hasta por la demora en publicar su primera novela. Iniciada en 1925, Ramos tenía ya cuarenta y un años cuando Caetés apareció en 1933. Al año siguiente saldría su segunda novela, São Bernardo, que él llegaría a considerar como menos mala que la anterior. Graciliano Ramos y el regionalismo nordestino. En Revista de la UNAM, v. 39, nueva época, nº 30, octubre 1983, p. 34-41 (adaptado)
As seguintes informações são conclusões a que se pode chegar baseando-se no trecho anterior sobre Graciliano Ramos. 68 ( ) Graciliano Ramos era marginalizado pela sociedade por causa do seu emprego como funcionário público em uma região perdida no nordeste do Brasil. 69 ( ) Ele foi prefeito de Palmeira dos Índios, uma cidade localizada no interior do Estado de Alagoas, e, ao mesmo tempo, tinha uma tenda para reuniões, onde se conversava con sinceridade sobre economia e precisão. 70 ( ) Quando ele era Diretor de Instrução Pública, cometeu um lapso que lhe trouxe conseqüências por três anos, de 1933 a 1936. 71 ( ) Ele era um homem tímido e de poucas palavras, tanto nos seus relatórios oficiais como alcalde, como na oralidade do seu dia-a-dia e até na publicação dos seus romances. 72 ( ) O seu renomado romance São Bernardo, tão elogiado pela crítica nacional e mundial, foi publicado em 1934 y considerado pelo autor apenas como “menos ruim” que o anterior, Caetés, lançado um ano antes.
13 NOVOS CURSOS
TEXTO 6
75 ( ) Charge 3
Não é botão que se abra em flor, Que desabroche em vida e perfume, Não é botão que adormece a camisola Da noiva desejada E desabotoe em prazer e amor Ao doce apelo da fecundidade; É o contato fatal entre dois pólos, Fim de todos os fins. Botão que espera O dedo assassino, Exterminador, que o virá premir e o fará parir o feto atômico. GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 18.
[Botón] Fonte: redescolar.ilce.edu.mx/
Os itens de 73 a 77 referem-se ao texto 6 de Dias Gomes. Leia-o e observe a temática desenvolvida pelo autor. Depois, verifique se há correspondência entre esta temática e a mensagem veiculada no hipertexto (charge, gráfico, fotografia) que compõe o item. Marque V ou F. 73 (
76 ( ) Gráfico 1 EFECTOS GLOBALES DE UNA GUERRA NUCLEAR
) Charge 1
Fonte: www.losGraficos.com
74(
) Charge 2
Fonte: www.arrakis.es/~lallave/nuclear/global.htm
77 ( ) Foto 1
Fonte: www.usuarios.lycos.es
... vemos uma flor de botón azul, campanulácea ... 95.10 Kb Fonte: www.coloredhome.com/paisajes_pirineo/turieto/turieto.htm
14 VESTIBULAR 2006/1
TEXTO 7 CORO Junto à estátua, sob um jato de luz. À sombra desta estátua Uma cidade cresceu, Cresceu, cresceu, À sombra dela cresceu. Barriga também cresceu de muita gente cresceu. Surgem Major, Prefeito e Vigário com enormes barrigas. Cantam e dançam. GOMES, Dias. O berço do herói. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. p. 111.
As seis frases, a seguir apresentadas, foram extraídas de jornais e revistas hispânicos. Marque V para aquelas frases nos itens que tratam do mesmo tema desenvolvido por Dias Gomes no texto 7 e F para os que não tenham relação com o tema em referência. 78 ( ) No permitiré injusticias ni juego sucio, pero si se pilla a alguien practicando la corrupción sin que yo reciba una comisión lo pondremos contra la pared... ¡Y daremos la orden de disparar! Fonte: www.enplenitud.com
79 ( ) El recaudo de impuestos este año llegó a un récord histórico de 43,3 billones de pesos Eso, sumado a la revaluación, las privatizaciones y los altos precios del petróleo llevarán a que el descuadre fiscal este año ronde el 1 % del PIB. Fonte: El Tiempo 22/12/2005
80 (
81 (
) La corrupción socava la calidad de vida de las personas en todo el mundo, no solo en los países pobres. Fonte: El Tiempo 26/12/2005 )Estadísticas demuestran una asombrosa alza en el índice de problemas cardiacos, diabetes y obesidad entre la población del Sur de Texas. Fonte: El Nuevo Heraldo 11/4/2005
82 (
) ... la corrupción socava la legitimidad de las instituciones públicas, atenta contra la sociedad, el orden moral y la justicia, así como contra el desarrollo integral de los pueblos ... Fonte:
CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA
TEXTO I Atividade física é qualidade de vida Exercitar-se com disciplina é a chave para garantir a saúde e o bem-estar Nunca se falou tanto em qualidade de vida e saúde como nos últimos tempos. O que antes era apenas motivo de preocupação ou modismo, hoje tornou-se necessidade. Para nós, educadores, é nítido o aumento desta consciência. Já não era sem tempo. Pois o homem atualmente é submetido a uma quantidade avassaladora de pressões e responsabilidades. Isso é apenas uma das conseqüências desse tempo de novas tecnologias e economia globalizada. A evolução permitiu o desenvolvimento, gerando no nosso cotidiano mais conforto e comodidade. A tecnologia facilita o dia-a-dia, mas também nos prende a afazeres que roubam o nosso tempo, diminuindo ou eliminando o lazer e a atividade física. Esta ausência de atividade física trouxe aumento do estresse e do sedentarismo, principais inimigos da vida saudável. Diante desse quadro crônico moderno, só nos resta trazer o homem de volta à sua origem, resgatando o movimento. Todas as descobertas da ciência e da fisiologia humana nos últimos anos levam aquilo que eu já dizia na década de 60: “A máquina humana é a única que se aprimora com o uso e se atrofia com o desuso”. COBRA, Nuno. IstoÉGente, 17/03/03 [adaptado]
O exercício físico é um dos principais mecanismos para melhorar a nossa saúde e qualidade de vida. 84 ( ) Considerando-se os efeitos benéficos do exercício físico regular e controlado, em nível cardiovascular ocorre a melhora da eficiência do músculo cardíaco, acarretando maior eficiência do coração como bomba propulsora de sangue. A corrida moderada é uma excelente prática de exercício útil ao combate contra o sedentarismo. A figura abaixo representa uma pista para a prática de corrida formada por semicircunferências e segmentos de reta conforme o esquema: LARGADA
A B
www.oas.org/dil/esp/Oficina_de_derecho_interamericano_ programas 1º/1/2006.
83 (
) ¡¡¡cómo se atreven a querer bajarnos el sueldito que apenas alcanza para vacacionar 4 veces al año, comprarnos no más de 4 o 5 movilidades, o mantener una casita con piscina en los barrios más caritos de La Paz o Sta. Cruz (...) no se metan con los sueldos, empiezan por ahí y después querrán cortarnos nuestros negocitos, que seran sucios, pero se sabe que chancho limpio nunca engorda. Fonte: http/bolivia.indymedia.org
32m
100m
32m
5m
Suponhamos que duas pessoas estejam correndo na pista. A pessoa A utiliza a linha externa, enquanto a pessoa B utiliza a linha interna (considere π = 3,14). Assinale corretamente os itens a seguir.
15 NOVOS CURSOS
85 ( ) A pessoa B deve dar mais de 7 voltas para poder percorrer a mesma distância percorrida em 6 voltas pela pessoa A. 86 ( ) O comprimento da pista interna corresponde a aproximadamente 92,7 % do comprimento da pista externa. 87 ( ) Para revestir a pista com um certo material, gastase aproximadamente R$ 4.166,60, sendo que o custo de cada m2 desse material é de R$ 0,50. 88 ( ) Nas células, o aumento do metabolismo durante o exercício físico é seguido de uma atividade mitocondrial menos pronunciada e de uma exigência menor dos processos de transporte ativos pela membrana, como é o caso da bomba de sódio e potássio. 89 ( ) Ao final da corrida de São Silvestre, dois atletas A e B estão a 900 m da linha de chegada disputando o primeiro lugar. Sabendo que suas velocidades são regidas, respectivamente, pelas funções vA = 3 + 0,015t e vB = 3,5 + 0,01t (t em s, v em m / s), podemos afirmar que o atleta B é o vencedor da corrida. 90 ( ) Após realizar uma série rigorosa de exercícios aeróbicos, o corpo de um atleta recebe uma quantidade de calor Q que provoca um aumento de 1,5 oC de sua temperatura corporal. Se a mesma quantidade de calor Q for aplicada a um líquido, com a mesma massa do atleta, e sofrer uma variação de temperatura de 1oC, então podemos afirmar que o calor específico desse líquido é de 3/2 do calor específico do corpo do atleta.
91 ( ) Em um atleta, o mecanismo de fornecimento energético é determinado primariamente pelo aumento da síntese protéica e quebra das proteínas armazenadas. Neste processo, estão envolvidas as funções do ergastoplasma e do complexo de Golgi. 92 ( ) Durante a atividade física, a transpiração ocorre como fator regulador do aumento da temperatura corpórea. Com a vasodilatação, há uma maior saída de líquidos do leito vascular e estes, através dos poros da pele, são lançados à superfície corpórea atenuando a hipertermia provocada pelo aumento do metabolismo celular. 93 ( ) Num grupo de 99 esportistas, 40 praticam vôlei, 20 praticam vôlei e futebol, 22 praticam futebol e tênis, 18 praticam vôlei e tênis e 11 praticam as três modalidades. Se o número de pessoas que praticam futebol é igual ao número de pessoas que praticam tênis, então 36 pessoas praticam tênis e não praticam vôlei. 94 ( ) Se uma pessoa do grupo citado acima é escolhida ao acaso, a probabilidade de que ela pratique somente futebol é de aproximadamente 0,545. 95 ( ) Uma academia oferece aos seus usuários ginástica localizada, musculação e 4 opções de esportes: natação, basquete, futsal e vôlei. As possibilidades para que uma pessoa pratique uma atividade do primeiro grupo e duas do segundo são 8. A respiração é um ciclo completo e cíclico que começa pela inalação e acaba pela exalação, e isso leva
1 æ 2 ðt ö aproximadamente 5s. A função f (t ) = 2 senç 5 ÷ , onde è ø t está em segundos, é frequentemente utilizada para representar a taxa de fluxo de ar (l/s) dentro dos pulmões. Após o processo de inalação, os pulmões estão totalmente cheios. Supondo-se que no instante t = 0 começa o processo de respiração, assinale os itens 96, 97 e 98. 96 ( ) Para t = 2,5 s o volume de ar dentro dos pulmões é máximo. 97 ( ) Quando t = 1,125 minutos inicia-se uma nova etapa de inalação. 98 ( ) A taxa de fluxo de ar é máxima para valores de t = (1,25 + 2kπ) s onde k∈Ν.
16 VESTIBULAR 2006/1
Durante o metabolismo, visando a produção de ATP, as células transformam a glicose em piruvato que, posteriormente, é transformado em CO2 e H2O durante a respiração. Em situações de intensa atividade muscular, o suprimento de O2 no músculo não consegue atender à demanda. Assim, o músculo utiliza o glicogênio para gerar ATP por fermentação, formando lactato como produto final, conforme a reação a seguir:
-O
C C
-O
O
O + NADH + H
CH3 piruvato
+
H
A lasanha, descrita anteriormente, quando mal acondicionada, pode estragar e servir de meio de cultura para microorganismos tais como bactérias e fungos. 102 ( ) Suponha que o número de bactérias de uma colônia, presente em uma lasanha em decomposição, aumente de acordo com a função: N (t ) = 1053t -1 , onde t é o tempo em minutos.
Pode-se dizer que, após 2 minutos, o número de bactérias triplicou em relação ao primeiro minuto. O C 103 ( ) Em um laboratório de microbiologia para a cultura destas bactérias, prepara-se uma solução de ágar C OH + NAD+ a 8% num frasco Erlenmeyer, constituído de um tronco de cone reto e de um cilindro circular reto, CH3 conforme a figura:
lactato
Com base nestas informações assinale corretamente os itens 99 e 100. 99 ( ) Trata-se de uma reação de oxidação e redução onde o grupo cetona do piruvato foi oxidado a álcool, enquanto a molécula de NADH sofreu redução. 100 ( ) Piruvato e lactato são bases conjugadas dos ácidos pirúvico e láctico, respectivamente. Julgue os itens seguintes. 101 ( ) “A evolução permitiu o desenvolvimento, gerando no nosso cotidiano mais conforto e comodidades. A tecnologia facilita o dia-a-dia ......”. Nesse contexto, basta observar a variedade de produtos semi-prontos nas prateleiras dos supermercados. Por exemplo, uma lasanha “Chester” traz, no seu rótulo, a seguinte informação por 100g do produto: cálcio = 66 mg; ferro = 1mg; sódio = 515 mg, entre outros componentes. Assim, o consumo de uma porção de 162,5 g desta lasanha levará à ingestão de 2,68.10-3 mol de Ca e 3,64x10-2 mol de sódio.
Considerando que a solução de ágar preenche todo o tronco do cone e desprezando as espessuras do vidro, se 294π ml foram utilizados para a cultura, então no frasco resta menos do 50 % do volume inicial da solução. 104 ( ) Uma das facilidades da vida moderna no preparo de refeições rápidas é o forno de microondas. Considere que um forno de microondas seja capaz de fornecer uma potência de 12000 cal/ min para a água componente dos alimentos. Então, um copo com 200 g de água, colocado neste forno de microondas, depois de 10 s terá a sua temperatura aumentada de 10 oC. Considere cágua = 1 cal / g . ºC.
17 NOVOS CURSOS
A tabela abaixo relaciona a quantidade de vitaminas A, B e C presentes em cada grama de três tipos de alimentos I, II e III, bem como a quantidade mínima necessária na refeição diária de uma pessoa. Vitamina (mg)
Alimento I
Alimento II
Alimento III
Quantidade mínima
A
1
2
3
11
B
3
3
3
9
C
4
5
0
20
105 ( ) Uma pessoa que ingere 10 mg, 18 mg e 20 mg de vitaminas A, B e C, respectivamente, terá consumido 3, 2 e 1 gramas dos alimentos I , II e III respectivamente. 106 ( ) Se o alimento I custa R$ 0,40 por grama e os outros dois custam, cada um, R$ 0,20 por grama, então, é possível atender a necessidade diária de vitaminas de uma família de 4 pessoas gastandose apenas R$ 4,00. 107 ( ) Se uma pessoa consumir 1800 mg do alimento III, então poderá atender as suas necessidades de vitaminas consumindo-se 400 mg do alimento I e 2600 mg do alimento II. TEXTO 2 A transferência de nutrientes Durante uma queimada, nem todos os nutrientes vão obrigatoriamente para a superfície do solo sob a forma de cinzas. Grande parte deles é perdida para a atmosfera como fumaça. Cerca de 95% do N presente na fitomassa combustível volatilizam-se, retornando à atmosfera como gás. A metade dos outros nutrientes, como fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre entra em suspensão no ar sob a forma de micropartículas de cinza, constituindo a parte visível da fumaça. Assim, a grande perda de nutrientes provocada pelo fogo reside nesta forma de transferência para a atmosfera e não na lixiviação dentro do solo, como se imaginava. A névoa seca que escurece os céus do Brasil Central, na época das queimadas (junho, agosto), é uma demonstração visível dessa enorme perda de nutrientes. Numa estimativa grosseira, poderíamos dizer que o Parque Nacional das Emas, com seus 131.832 ha de Cerrado, queimados integralmente no ano de 1994, perdeu para a atmosfera algo em torno de 3.000 T de nitrogênio, 220 T de fósforo, 1.000 T de potássio, 1.800 T de cálcio, 400 T de magnésio, 450 T de enxofre, totalizando cerca de 6.800 T de nutrientes minerais sob forma elementar. Felizmente, estes nutrientes em suspensão na atmosfera acabam por retornar ao solo, seja por gravidade, seja por arraste pelas gotas da chuva. Um balanço feito em cerrados de Pirassununga, entre o que saía e o que retornava anualmente, permitiu-nos avaliar que, se as queimadas fossem feitas em intervalos de 3 anos, o “pool” de nutrientes no ecossistema local praticamente não sofreria prejuízos.
Os solos do Cerrado são passíveis de desequilíbrio quanto ao teor de alumínio. Este último está sujeito à seguinte reação na solução do solo: [Al (H2O)6]3+(aq) + H2O(l) Al3+(aq) + 7H2O(l) [Al (H2O)5OH]2+(aq) + H3O+(aq) De acordo com essas informações, assinale os itens 108 a 111. 108 ( ) Verificando a equação, podemos afirmar que o Al3+ é um dos responsáveis pela acidez dos solos do Cerrado. 109 ( ) O íon Al3+ nessa reação é considerado uma base de Lewis. 110 ( ) A constante de equilíbrio para a reação pode ser escrita como: [Al(H2O)5OH]2+ . [H3O+] Ke = [Al3+] 111 ( ) O pH dos solos do Cerrado pode ser corrigido pela adição de carbonato de cálcio. Sabendo-se que o íon CO 32- pode reagir com os íons H3O+ para formar o íon HCO 3- , de onde se pode concluir que esta neutralização causará um aumento na concentração de íons Al3+. Supondo-se que uma região do cerrado atingida por uma queimada tenha o formato da figura abaixo e área total de 1 318,32 km2,
onde A1 + A2 = 1 018,32 Km2 AB = 40 km
BC = CD
BE = 50 km
112 ( ) A medida do segmento CD é 10 km.
113 ( ) Sabendo-se que AP = ângulo θ é de
p rad. 6
120 - 50 3 km, então 3
18 VESTIBULAR 2006/1
Considerando que o ponto A da figura anterior coincida com a origem de um sistema de eixos de coordenadas cartesianas, tendo o eixo x sobre AC e eixo y orientado de baixo para cima, marque o seguinte item: 114 ( ) Podemos afirmar que a equação da reta paralela a CE e que passa pelo ponto B é 5x + y = 40. 115 ( ) O enxofre liberado nas queimadas pode reagir com o oxigênio do ar formando dióxido de enxofre, que, em contato com mais oxigênio, transformase em trióxido de enxofre. O trióxido de enxofre, em contato com vapor de água, transforma-se em ácido sulfúrico. SO2(g) S(s) + O2(g) SO2(g) + ½ O2(g) SO3(g) H2SO4(aq) SO3(g) + H2O (l) Considerando que em 1994 foram liberadas para a atmosfera 450 T de enxofre, a quantidade de SO3 que potencialmente gerou chuva ácida foi de 1125 T. 116 ( ) Além das queimadas, outro grande poluente ambiental é o monóxido de carbono liberado pelos motores dos automóveis. A molécula deste composto é linear, apolar e possui 10 elétrons de valência. 117 ( ) Sobre as cianofíceas, seu conteúdo nuclear encontra-se difuso no citoplasma devido a ausência de membrana nuclear e os pigmentos não estão contidos nos plastos. 118 ( ) Os estômatos e as lenticelas são estruturas vegetais especializadas em realizar trocas gasosas com o meio externo enquanto que o esclerênquima são estruturas responsáveis pela sustentação. 119 ( ) Os acúleos são estruturas da raiz que atuam como absorventes de água. 120 ( ) Tanto as briófitas quanto as pteridófitas possibilitaram grande expansão vegetal ao ambiente terrestre devido a presença de vasos condutores.
TEXTO 3 Elementos essenciais Dos 112 elementos conhecidos, mais ou menos 20 são essenciais e podem ser, de modo geral, divididos em duas categorias: elementos que existem em quantidades normais e aqueles que só aparecem em pequeníssimas quantidades (denominados elementos traço). Os elementos que existem em quantidades normais incluem elementos representativos (C, H, N, O, P e S), que são usados principalmente na construção de proteínas e outros componentes orgânicos celulares. Incluem-se também íons minerais como Na+, K+, Mg2+, Ca2+, Cl- e HPO 24- , que servem como eletrólitos. Quatro elementos (O, C, H e N) correspondem à maioria da massa do corpo humano. Aproximadamente 99% da estrutura do corpo são constituídos por elementos com número atômico até o 21. O 1% restante dos elementos essenciais vem principalmente da primeira série de transição. Na realidade, a sua importância não pode ser bem definida em relação à sua abundância no corpo humano, sendo que o ferro, o zinco e o cobre estão entre os elementos mais importantes. O corpo humano contém cerca de 75mg de cobre, dos quais cerca de um terço é encontrado nos músculos e o restante em outros tecidos. Ele se envolve em muitas funções biológicas e a sua deficiência aparece de inúmeras formas: anemia, degeneração do sistema nervoso, deficiência imunológica e defeitos na cor e estrutura dos cabelos. Muitos desses elementos podem ser obtidos de alimentos consumidos no cotidiano (Tabela A). Tabela A: Fontes de alguns elementos essenciais Elementos
Fonte
Ferro
Levedo de cerveja Ovos Castanha-do-pará Galinha Ostra Castanha-do-pará Queijo suíço Leite integral Brócolis Manteiga Vinagre de cidra
Zinco Cobre Cálcio
Selênio
mg/100g 17,3 2,3 4,2 2,6 13,7 2,3 925 118 103 0,15 0,09
KOTZ J. C.; TREICHEL Júnior, P. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 1.
19 NOVOS CURSOS
121 ( ) Observando-se a carga nuclear efetiva dos elementos essenciais em suas formas iônicas Na+, Mg 2+ e Cl - , constata-se que a espécie que apresenta maior raio iônico é o íon cloreto. 122 ( ) Para manter a taxa de 75mg de Cu no corpo de uma pessoa adulta, recomenda-se a ingestão de 2,3 mg de Cu/dia, em média. Sabendo-se que o cobre é absorvido no teor de 50% do total ingerido, verifica-se que o consumo de 12 unidades de castanha-do-pará (Tabela A), com peso médio de 11g cada, como única fonte deste mineral, conduzirá a uma deficiência de 40% de cobre ao dia. 123 ( ) Substâncias como CO2, H2O, PCl3 e NH3 são formadas por elementos representativos e apresentam em comum o tipo de ligação química entre os átomos. A polaridade da molécula, por sua vez, depende da eletronegatividade dos átomos que formam a ligação e da geometria molecular. No conjunto de substâncias citadas, tem-se somente moléculas polares, pois todas as ligações entre os átomos são polares, apresentando vetor resultante diferente de zero ( ì R ¹ 0 ). 124 ( ) O fosfato de cálcio Ca3(PO4)2 é encontrado nos ossos dos animais. Neste composto, o átomo de P possui número de oxidação 3+.
–
O
= C– OH
ácido glutâmico
– –
–
CH – CH 3 CH 3 –
CH 2
H – N – C – C – OH –
–
CH 2
–
– –
– –
–
TEXTO 4 As moléculas de hemoglobina são formadas por uma porção protéica (globina) e uma não protéica (heme). O grupo heme é constituído por anéis heterociclícos complexados com Fe2+, onde podem se ligar moléculas pequenas como O 2 , CO 2 e CO. A molécula da hemoglobina humana normal (HbA) difere de outras hemoglobinas, denominadas anômalas, como a hemoglobina S (HbS), característica da anemia falciforme. A HbS é menos solúvel do que a HbA, formando precipitados no interior das hemácias, o que provoca uma série de alterações no organismo do indivíduo. A diferença entre as duas hemoglobinas é a substituição de um resíduo de ácido glutâmico por um de valina. Considerando-se os aspectos genéticos e bioquímicos da hemoglobina, pode-se afirmar que 125 ( ) as fórmulas estruturais do ácido glutâmico e da valina, com as cadeias laterais em destaque, permitem concluir que a cadeia lateral do ácido glutâmico, devido ao grupo carboxílico, tem carga negativa no pH próximo a 7,0 encontrado no interior das hemácias, enquanto a cadeia lateral da valina é hidrofóbica. H–H–O– –H–H–O H – N – C – C – OH
valina
126 ( ) A cadeia lateral do ácido glutâmico pode estabelecer interações íon-dipolo, enquanto a cadeia lateral da valina estabelece somente ligações de van der Waals. 127 ( ) A figura a seguir apresenta o resultado da análise por eletroforese das hemoglobinas de três irmãos, onde o indivíduo I apresenta-se como heterozigoto (AS) e os demais homozigotos (AA e SS, respectivamente). Na determinação do risco de recorrência, os pais procuram serviço de aconselhamento genético. Podemos considerar que certamente os pais são heterozigotos (AS) e a probabilidade do próximo filho não apresentar nenhum traço de anemia falciforme é menor do que 28%. I
II
III βS βA
128 ( ) Fazer caminhadas, corridas, ciclismo, ou natação ao ar livre nos expõe aos raios solares. O Sol é uma importante fonte de radiações ultravioleta, às quais somos expostos diariamente. Para conseguir retirar fotoelétrons de uma placa metálica, cuja função trabalho é de 6,6.10-19 J, seriam necessárias radiações ultravioletas solares com comprimentos de onda superiores a 3,5 . 10-7 m. Considere c = 3 . 108 m / s e h = 6,6 . 10-34 J.s. 129 ( ) A incidência de radiação ultravioleta sobre a pele determina, como adaptação fisiológica, o aumento da síntese de melanina pelos melanócitos e pode, em certas condições, ocasionar o desenvolvimento de lesões caracterizando assim uma adaptação do tipo patológica. 130 ( ) As características quantitativas são as que exibem variações contínuas (às vezes descontínuas) e são parcialmente de origem não genética; ou seja, são grandemente afetadas pelo ambiente. Diversos níveis de degeneração do sistema nervoso, deficiência imunológica e defeitos na cor e na estrutura dos cabelos são exemplos da participação do ambiente e da predisposição genética dos indivíduos. A pigmentação da pele humana é caso típico de herança quantitativa. Considere que indivíduos brancos possuem genótipo “aabb”, indivíduos negros “AABB” e indivíduos mulatos (claros, médios e escuros) as outras combinações genotípicas. A probabilidade de um casal mulato claro de ter filhos mulatos é maior do que 90%, visto que não podem ter filhos negros.
20 VESTIBULAR 2006/1
131 ( ) A vitamina D é derivada do colesterol e é precursora de um hormônio relacionado com o metabolismo do cálcio e do fósforo. É normalmente sintetizada na pele em uma seqüência de reações que se inicia com uma fotólise, promovida pela radiação ultravioleta, conforme mostrado a seguir. Verifica-se que a fotólise promove a abertura do anel aromático do 7-desidrocolesterol e a transformação em previtamina D3 é completada com uma metilação em posição para e o aumento do número de carbonos sp2 de 4 para 6.
133 ( ) A estrutura VI participa da digestão mecânica dos alimentos e produz uma substância de natureza mucosa responsável pela acidificação do pH do bolo alimentar, transformando-o em quimo. 134 ( ) As estruturas II e V apresentam atividades endócrinas e exócrinas, sendo que II atua em atividades do processo digestório, enquanto que V, apenas de processos da coagulação sangüínea. 135 ( ) Ondas eletromagnéticas são ondas transversais que não necessitam de um meio material para propagarem-se. Elas se propagam no vácuo com velocidade c = 3 . 108 m / s. Alguns exemplos de ondas eletromagnéticas são listados a seguir e estão ordenados da esquerda para a direita no sentido crescente de comprimentos de onda e por conseguinte de energia: Raios gama – Raios X – Radiação ultravioleta – Radiação visível 136 ( ) Um atleta exercita-se puxando verticalmente, com r uma força F , uma corda que passa por uma
7-Desidrocolesterol
HO
Luz ultravioleta
HO
Previtamina D3
2
HO
Vitamina D3 (Colecalciferol)
132 ( ) A formação da vitamina D 3 a partir Previtamina D 3 , conforme apresentado proposição anterior, envolve uma reação isomerização, visto que não há alteração fórmula molecular.
O esquema a seguir representa estruturas importantes da digestão humana:
da na de da
polia interligada a um bloco de massa M = 100 kg, que está sobre um plano inclinado, fazendo um ângulo de 30o com a horizontal, conforme figura mostrada abaixo. Considere a polia e a corda como ideais e a aceleração da gravidade como g = 10 m/s2. (cos30o = 0,866 e sen30o = 0,5). Assim, desprezando-se o atrito entre o bloco e o plano inclinado, podemos afirmar que o bloco subirá a rampa com velocidade uniforme se o atleta puxar a corda com uma força vertical constante de módulo F = 400 N .
M r F 30O
21 NOVOS CURSOS
137 ( ) Ao andar ou correr uma pessoa empurra o solo, com os pés, para trás. Assim, pela terceira lei de Newton, pode-se afirmar que o solo reage e empurra a pessoa, para frente, com uma força de mesma intensidade. Também podemos dizer que se a superfície não tiver atrito, a pessoa não conseguirá caminhar. 138 ( ) Para uma pessoa totalmente imersa em uma piscina durante um mergulho, o empuxo sobre ela é igual ao peso do líquido deslocado que possui volume igual ao volume do corpo da pessoa. Caso a pessoa esteja nadando na superfície da água o volume do líquido deslocado será menor e, portanto, o empuxo também será menor do que durante o mergulho.
140 ( ) Como indica a figura, uma pessoa está exercitando levantamento de pesos. A figura mostra dois sistemas com roldanas e fios ideais (com massas desprezíveis e sem atrito), suportando cada um deles um corpo com peso P. Supondo-se que os sistemas estão em equilíbrio, podemos afirmar que cada braço da pessoa está aplicando uma força F igual ao peso P.
P
Conta-se que Galileu Galilei descobriu a lei que rege o comportamento dos pêndulos observando o movimento oscilatório de um candelabro quando assistia à uma missa. Diz-se que ele mediu o período das oscilações do pêndulo através das batidas cadenciadas de seu coração. Considere um pêndulo simples composto de uma massa m e um fio ideal de comprimento L, preso a um suporte e livre para oscilar no plano da página, como mostra a figura.
L m
F
F
P
141 ( ) De acordo com os quadrinhos abaixo, podemos concluir que fazem referência à metamorfose, processo que caracteriza o desenvolvimento de alguns insetos. Em relação ao processo de metamorfose das borboletas, são classificadas em holometábolos e o processo se desenvolve na seqüência: Ovo → Larva → Pupa → Imago.
139 ( ) Para um pêndulo simples, o período (T) é dado
L por T = 2p g , onde L é o comprimento do fio e g é a aceleração da gravidade. Se o comprimento do fio for quadruplicado, pode-se a firmar que o período será duplicado.
142 (
) Uma forma de gerar energia elétrica e de se exercitar ao mesmo tempo é, por exemplo, ligar os eixos das roldanas de uma bicicleta ergométrica ao eixo de um dínamo, de modo que, o trabalho mecânico realizado pelo atleta seja convertido em energia elétrica. O princípio básico de funcionamento deste aparelho consiste em girar uma bobina, constituída de N espiras de um fio condutor, em numa região no interior do dínamo, onde existe um campo magnético. Assim, a força eletromotriz gerada está de acordo com a lei de indução de Faraday.
22 VESTIBULAR 2006/1
Um atleta em uma prova de salto a distância quer ultrapassar a marca de 8,5 m e estabelecer um novo recorde. Para simplificar a análise do problema, considere o atleta como uma partícula de massa M, arremessada da origem do sistema de referência com uma velocidade, de módulo vo fazendo um ângulo de 25o com a horizontal. Considere g = 10 m/s2, sen25o = 0,42 e cos25o = 0,91. 143 ( ) A velocidade inicial que o atleta deverá ter no momento do salto, para atingir a marca de 8,5 m, deverá ser inferior a 10 m/s. 144 ( ) Considerando vo = 10 m/s, a altura máxima atingida pelo atleta será de 88,2 cm e o tempo total do salto será de 2 s. 145 ( ) Uma onda, em uma corda esticada, propaga-se com velocidade (v), freqüência (f) e comprimento de onda ( l ). Sabe-se que a freqüência
1 e o período (T) estão relacionados por T = f e T e 2 mantendo a velocidade constante, podemos afirmar que a nova onda terá um comprimento de onda igual a 2 λ.
v = λ . f. Alterando o período da onda para
146 ( ) A máquina humana é extraordinária e, de todos os nossos sentidos, a visão é o mais desenvolvido. Quando uma pessoa tem problemas de visão eles podem ser corrigidos, na maioria dos casos, pelo uso de lentes corretoras. Assim, em pessoas míopes, a imagem se forma na frente da retina. Para que se tenha a imagem formada sobre a retina, elas devem usar óculos com lentes divergentes. Uma partícula de massa m e carga elétrica q é lançada com velocidade horizontal de módulo constante v = 3 m/s, numa região onde existe um campo magnético uniforme. O valor do campo magnético que, como mostra a figura, está entrando na página é B = 2 T. (Despreze os efeitos gravitacionais). Com base nesta informação assinale os dois itens a seguir.
147 (
) A força magnética que age sobre uma carga q = 0,5 C tem módulo de 6 N. Ela atua como uma força centrípeta, fazendo com que a carga descreva uma trajetória circular. 148 ( ) A trajetória de uma carga, na região onde existe o campo magnético, será no sentido horário ou anti-horário dependendo de o sinal da carga ser, respectivamente, positivo ou negativo. 149 ( ) A espécie Pipile jacutinga (jacutinga) consta dentre as aves brasileiras ameaçadas de extinção. Apresenta-se como arborícola, com face plumada negra, tipicamente encontrada na região sudeste. Com a redução da mata atlântica e devido à caça predatória do homem, restam poucas populações naturais no estado de São Paulo. A espécie Pipile cajubi (cajubi) ocorre em matas de floresta amazônica, na região centro-norte do país, e não se encontra ameaçada de extinção. Difere de P. jacutinga, pois apresenta face branca e nua, dentre outros caracteres. Em cativeiro, P. jacutinga e P. cajubi hibridam facilmente, produzindo híbridos férteis e resistentes. Um grupo de ambientalistas propôs a seguinte estratégia para preservação da espécie P. jacutinga: produzir híbridos em cativeiro e soltá-los no que ainda resta de mata atlântica. Como os híbridos são resistentes e apresentam ótima capacidade reprodutiva, poderiam cruzar com os remanescentes de P. jacutinga, promovendo a recuperação das populações e assegurando a preservação da espécie. Essa estratégia para preservar a espécie P. jacutinga na mata atlântica é inadequada, pois com a hibridação poderá haver descaracterização da espécie P. jacutinga, com conseqüências à sua adaptação ao ambiente de mata atlântica. Meios diferentes podem selecionar indivíduos diferentes e não necessariamente aqueles das espécies que queremos manter. 150 ( ) Numa cadeia alimentar constituída por produtores, herbívoros e predadores, a diminuição da população de herbívoros terá como conseqüência o crescimento dos produtores e a diminuição dos predadores.
B y m, q v
x
45
39
20
Ca
40
19
K
39
Série dos Actinídeos
Série dos Lantanídeos
226
(223)
104
88
137
133
Ra
Ba
Cs
87
56
Fr
178,5
87,6
55
232
(227)
238
U
92
144
Nd
60
(263)
Sg
106
184
W
74
96
Mo
42
52
Cr
24
6
237
Np
93
(147)
Pm
61
(264)
Bh
107
186
Re
75
99
Tc
43
55
Mn
25
7
12
C
6
(244)
Pu
94
150
Sm
62
(265)
Hs
108
190
Os
76
102
Ru
44
56
Fe
26
8
(243)
Am
95
152
Eu
63
(268)
Mt
109
192
Ir
77
103
Rh
45
59
Co
27
9
Massa atômica
Símbolo
(247)
Cm
96
157
Gd
(251)
Bk
97
159
Tb
65
(272)
(271)
64
111
Uuu
110
Ds
197
Au
79
108
Ag
47
63,5
Cu
29
11
195
Pt
78
106,4
Pd
46
58,7
Ni
28
10
(251)
Cf
98
162,5
Gd
66
(285)
Uub
112
200,6
Hg
80
112
Cd
48
65
Zn
30
12
(254)
Es
99
165
Ho
67
204
Tl
81
115
In
49
70
Ga
31
27
Al
13
11
B
5
13
(257)
Fm
100
167
Er
68
(289)
Uuq
114
207
Pb
82
117
Sn
50
72,5
Ge
32
28
Si
14
12
C
6
14
(258)
Md
101
169
Tm
69
209
Bi
83
122
Sb
51
75
As
33
31
P
15
14
N
7
15
Tabela com dados ajustados para resolução da Prova de Química - Atualizada - IUPAC-2004
231
Pa
91
90
Th
89
Ac
141
140
139
Pr
59
(262)
Db
105
181
Ta
73
93
Ce
58
(261)
Rf
Hf
72
91
Nb
41
51
V
23
5
La
57
89-103
*
57-71
*
89
40
Zr
85,5
Y
38
Sr
37
48
Ti
22
4
Rb
Sc
21
24
23
3
12
9
7
Mg
Be
Li
11
4
3
Na
2
1
Número atômico
CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
(255)
No
102
173
Yb
70
(292)
Uuh
116
(210)
Po
84
127,6
Te
52
79
Se
34
32
S
16
16
O
8
16
H
(256)
Lr
103
175
Lu
71
(210)
As
85
127
I
53
80
Br
35
35,5
Cl
17
19
F
9
(222)
Rn
86
131,3
Xe
54
84
Kr
36
40
Ar
18
20
Ne
10
4
2
He
1 1
18
17
23 NOVOS CURSOS
24 VESTIBULAR 2006/1
REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
ORIENTAÇÃO GERAL Há, a seguir, três propostas de dissertação. Você deverá escolher uma delas e desenvolver o seu texto, em prosa, observando atentamente as orientações que acompanham cada proposta. Observe que todas as propostas pressupõem uma tomada de posição diante de um tema polêmico. Você deverá considerar a leitura dos fragmentos da coletânea, bem como o seu conhecimento de mundo e os fatos da atualidade. ALTERNATIVA A Proposta: Existente há bastante tempo no Direito Penal brasileiro, a delação premiada nunca foi tão discutida quanto agora. A imprensa tem noticiado vários casos, muitos deles nos casos de corrupção, em Brasília, de acusados que podem ter a redução ou até mesmo extinção da pena por cooperarem com a justiça delatando parceiros no crime. A aplicação da delação premiada tem sido intensamente discutida na comunidade jurídica e na sociedade, de forma geral, porque envolve uma série de problemas éticos, incluindo o fato de o Estado utilizar um criminoso nas investigações e, muitas vezes, incorrer numa série de denúncias falsas, como, em alguma medida, tem acontecido nas investigações políticas. Mas há quem a considere um instrumento jurídico importante, pois funciona como uma poderosa arma contra o crime organizado. Há a seguir uma coletânea com várias opiniões sobre o assunto. Reflita, posicione-se e desenvolva um texto dissertativo sobre o seguinte tema: Delação premiada: um mal necessário? COLETÂNEA TEXTO 1 O ponto de partida da delação premiada provoca a mais vívida repulsa moral. Com efeito, a História abomina traidores. O nome de Joaquim Silvério dos Reis, por exemplo, o homem que entregou o Tiradentes à Coroa Portuguesa, é até hoje sinônimo de perfídia. (...) Desconfio de que a nossa intolerância para com a idéia de traição, que chega a ser visceral, se funda na necessidade que nós, humanos, gregários, temos de confiar, se não em todas as pessoas, pelo menos naquelas que consideramos próximas. Se elas não se mostram dignas de crédito, é a própria possibilidade de convivência que fica sob suspeição. Conspirar contra um amigo é o equivalente microcósmico de romper os liames que tornam possível a vida em sociedade. (...) Num plano menos instintivo, porém, é forçoso reconhecer que as comunidades se sofisticaram bastante ao longo dos últimos 30 ou 40 séculos. Regras que visam a apartar pessoas que se mostram não-confiáveis para a convivência permanecem válidas, mas existem também outros fatores a considerar. Um deles, também fundamental para manter coesos grupos humanos complexos, é o de que violações ao Direito precisam produzir conseqüências para o infrator. A não-aplicação desse princípio [o da delação premiada] é a impunidade, cuja perpetuação se converte num poderoso incentivo a toda espécie de desmando e crime, nódoas que também contribuem para esgarçar o tecido social. Hélio Schwartsman, editorialista da Folha de São Paulo. www1.folha.uol.com.br. 22/09/2005.
TEXTO 2 O instituto pode até funcionar em alguns países, mas, na tropicalização, a delação premiada pode ser um grande perigo. As provas disso já começaram a aparecer. O advogado Rogério Buratti foi o primeiro a sair atirando para todos os lados para tentar aliviar sua culpa. De imediato, um integrante do Ministério Público de São Paulo, que na teoria deveria preservar não só Buratti como todos os que haviam sido citados por ele, saiu por aí dando declarações e entrevistas. A cultura do jeitinho brasileiro não combina com a frieza que a delação premiada exige. Tadeu Garcia, sociólogo, doutor em Ética pela USP. Assessoria de imprensa do MMPE. Acesso em 27/12/05.
TEXTO 3 Há [sobre a delação premiada] uma série de discussões do ponto de vista ético. No campo prático, no entanto, há um sucesso que precisa ser levado em consideração. Mas no Brasil, temos que levar em conta a questão cultural, na qual a figura do delator representa o que há de mais execrável. José Paulo Cavalcanti, jurista pernambucano. Assessoria de imprensa do MMPE. Acesso em 27/12/05
25 NOVOS CURSOS
TEXTO 4 A prática da delação premiada é um grande avanço na legislação brasileira. É óbvio que estamos falando de crimes onde, apesar de todos os esforços das autoridades policiais e do Ministério Público, não foram suficientes para solucionar a questão. Nesses casos, a delação premiada é muito útil e pode representar a diferença entre acabar com a ação de chefes do crime organizado ou continuar prendendo apenas seus subalternos, que são trocados facilmente por outros. Desembargador Francisco Queiroz, presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª região. Assessoria de imprensa do MMPE Acesso em 27/12/05
TEXTO 5 Existe uma tendência de acreditar na pessoa coagida que fala. E aquilo pode ser tudo uma encenação. Ela pode contribuir para esconder os verdadeiros culpados. Apesar da existência do benefício, muitos acusados preferem se manter calados. Eles temem que, dentro da penitenciária, sejam castigados pela traição por outros membros do grupo também presos. É bem verdade que a lei diz que ele deve cumprir num setor separado do presídio, mas sabe como é presídio… Qualquer dia, os caras se encontram. Maurício Zanoide, presidente do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Agência Estado, revista AOL, 20/12/2006.
ALTERNATIVA B Proposta: A mudança de um ano para outro é momento de retrospectiva, de rever o passado em seus acertos e erros e é também tempo de prospectiva – olhar o futuro que se anuncia em um novo ano, uma nova oportunidade. É assim que 2006 se apresenta para os brasileiros - uma incógnita que traz consigo o medo e a esperança. Segundo o escritor argentino Borges, citado pela revista ISTOÉ (28/12/2005, p.27), “o presente do futuro é aquilo imaginado por nossa esperança ou por nosso medo”. A partir de suas informações acerca dos acontecimentos que se destacaram no ano de 2005 e das informações contidas na coletânea, redija um texto dissertativo em que discuta o seguinte tema: Quais as perspectivas para o Brasil em 2006 em seus aspectos econômicos, políticos e sociais?
COLETÂNEA TEXTO 1 UM BRASIL POR FAZER
2005, ao se encerrar, presta-se a uma conclusão e a uma pauta. Encadeadas. Houvesse dúvidas, cairiam: o Brasil é país imaturo, marcado por uma espécie de inviabilidade, até hoje orgânica, com a democracia. Com a contemporaneidade. Com o próprio progresso, embora inscrito na bandeira. Tal a conclusão, ao considerar a elite predadora e o povo resignado. E o abismo que separa a minoria feroz, incompetente, pretensiosa, e a maioria, larguíssima, submissa e atônita. Cordial, já houve quem dissesse. Não é por acaso que o Brasil é vice-campeão mundial em má distribuição de renda, bate recordes nos números da criminalidade, exibe índices de escolaridade ínfimos e mantém em vida doenças endêmicas erradicadas no resto do planeta. Não é por acaso que os poderes da República portam-se freqüentemente como debochados em bares do arrabalde, que o ódio de classe ainda viceja com extrema virulência, que a mídia é o sabujo dos senhores, e que, mais do que nunca, vale a regra vetusta: aos amigos tudo, aos inimigos a lei. É preciso remontar, na história mais ou menos recente, aos tempos do golpe de 1964, e do posterior golpe dentro do golpe, para localizar um ano tão simbólico da prepotência e da arrogância dos donos do poder, a da imaturidade do País, como 2005. Quanto à pauta de 2006, faísca na sombra. Temos, todos nós, brasileiros sempre esperançosos, um Brasil por fazer. É tarefa imensa como o tamanho da Terra e do tempo perdido, mas seria bom se os primeiros passos fossem dados logo mais. CARTA, Mino. Um Brasil por fazer. Carta Capital. Ano XII, nº. 374, 28 dez. 2005, p.13.
26 VESTIBULAR 2006/1
TEXTO 2
Jornal da Manhã (PR).
ALTERNATIVA C Proposta: Num passado remoto, o som de batidas regulares que vinham do fundo do peito causava assombro no homem. O corpo era algo estranho e desconhecido. Hoje, ele já não é um grande mistério. Sabe-se que o que bate no peito é o coração. Mas o corpo ainda apresenta muitas contradições, principalmente num mundo em que a máquina ameaça substituí-lo. Ele é acusado, explorado, xingado, espezinhado, amado, adorado, louvado. É a representação material do homem em toda a sua complexidade. É também o grande veículo de denúncia do que a linguagem tenta tapear ou mascarar. Pensando nisso e na coletânea que segue, desenvolva um texto dissertativo com base no seguinte tema: O corpo e suas contradições na vida contemporânea COLETÂNEA A TEXTO 1 A igreja diz: O corpo é uma culpa. A ciência diz: O corpo é uma máquina A publicidade diz: O corpo é um negócio. O corpo diz: Eu sou uma festa. GALEANO, Eduardo. “Janela sobre o corpo” in: As palavras andantes.
TEXTO 2 Os movimentos expressivos do corpo identificam a necessidade natural que o ser humano tem de expor seus sentimentos e pensamentos de forma sistematizada ou não, evidenciando o espírito artístico ou simplesmente como forma de lazer. Podemos expressar sentimentos sem pronunciar uma palavra, mas através apenas de simples movimentos de expressão corporal. Na dança, na ginástica, nas lutas marciais, enfim, de diversas maneiras, usamos o nosso corpo para manifestar, expandir nossas emoções. www.edukbr.com.br Acesso em 08/10/2005.
TEXTO 3 Posso fazer tudo com minha linguagem, mas não com o meu corpo. O que escondo pela linguagem, meu corpo o diz. (...) Meu corpo é uma criança cabeçuda, minha linguagem é um adulto muito civilizado. BARTHES, Roland. Fragmentos de um discurso amoroso. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.
27 NOVOS CURSOS
TEXTO 4 (...) Quero romper com meu corpo, quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência, mas ele sequer me escuta e vai pelo rumo oposto. (...) ANDRADE, Carlos Drummond de. As contradições do corpo. In: Corpo. Rio de Janeiro: Record,1994.
TEXTO 5
O corpo não mente Espelhamento Boa estratégia para quem não tem o que dizer é adotar a postura do líder a quem você se subordina, diz Allan Pease. O deputado ACM Neto, escravo de sua diminuta aparência,às vezes deixa a gente sem saber se é o original ou se não passa da sombra daquele outro lá.
Carta Capital. Ano XII, nº. 374, 28 dez. 2005, p.66.
28 VESTIBULAR 2006/1
RASCUNHO - REDAÇÃO