Verdade Insana (salvo Automaticamente).docx

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Verdade Insana.

Certamente eu não sei como começar esta história. Minhas lembranças são nebulosas, elas navegam entre os fatos reais e a loucura. Mas isso não significa que eu seja realmente insana e sim que há muita gente louca no mundo, tão louca quanto eu. Eu não fumo mais maconha, mas quando penso no assunto me sinto inserida em uma nuvem de fumaça da planta cheirosa. Apesar de muitos fatos que serão detalhados ao decorrer deste memorial de lembranças e investigação não poderem ser provados, cheguei a um ponto em que percebi que o ocorreu comigo em partes são verdades e outras delírios da minha imaginação. E na arte, delirar não é um problema, o problema é quando a vida tenta imitar a loucura da arte. Foi o que aconteceu! Julguem-me de insana, até acho beleza nisso...

Capítulo 01. Mozão. Após o término de um relacionamento longo com um cara que tinha habilidades especiais como: alinhar todas as coisas, fazer exercícios penianos para aumentar o membro que já era grande, lavar as mãos novecentas vezes por dia e tocar sempre a mesma música todo o final de semana. Senti-me vazia, triste e devastada. Afinal? Quem não gostaria de perder uma preciosidade como esta? O tipo de cara que te julga, reclama que você esta comendo demais e que provavelmente ficará gorda como a sua mãe, enche o saco porque você gosta de beber, fumar, sair e se divertir. Mas na época eu não o via desta forma, eu o via como lindo, impotente, inteligente e ruim de cama. Sim, sempre achei ele ruim de cama, boa parte das vezes quando ele ia até o banheiro para tomar banho após o ato sexual, eu terminava o serviço sozinha. E ele sempre me perguntava: — Quantas vezes você gozou? Eu respondia: —Nossa! Hoje creio que foram umas 7! Eu era realmente uma atriz na cama, deveria ter filmado e enviado para uma agência de filme pornô, porque para cada penetrada seca e dolorida eu gritava: — Ahhhhhhhhhh, ai amorrrrrrrrrrrrr! E na minha mente só passava uma coisa... ”Termina logo isso, por favor.” E um dia ele terminou! Terminou essa parceria de alto custo benefício de um ego só, dentro de um carro, em uma rua vazia e isolada com chão de terra. Esperei ele terminar de falar, abri a janela e pedi para voltar para casa. Se eu tivesse um cigarro em mãos, acenderia com certeza!

Neste dia, eu e meus amigos resolvemos brindar a separação, regada a muita maconha e bebida. O famoso dia festa “dedo no cu e gritaria”. Neste dia houve tristeza, mas também houve alegria.

Capítulo 2. Rinha de Egos. Muitas vezes pensei e repensei sobre se devo ou não continuar esta história. Quando se é perseguido por um psicopata, o que ele mais quer não é somente fazer a sua mente e o seu corpo enfraquecer, mas também o reconhecimento dos crimes cometidos por ele. E se eu decidisse continuar escrevendo o que aconteceu, eu estaria dando um troféu de mão beijada para o meu personal psicopata. O reconhecimento de toda a vontade de potencia e do ego inflado dele. Mas o meu autocontrole é menor e meu ego também é inflado. Uma história como esta poderia ser guardada somente em minha memória ou ser contada apenas para os amigos mais próximos que viram a minha psique sucumbindo gradativamente. Esta pessoa, este “anjo” com facetas de monstro não me deu apenas uma das experiências mais transcendentais que podem existir no mundo. A experiência da loucura, ele deu mais do que isso, me deu uma história. Quando me perguntam qual foi a droga mais gostosa que já usei, eu respondo: — Sem sombra de dúvida argiréia, cocaína e maconha são deliciosas, mas vocês já experimentaram a loucura? Ahhh, a loucura, uma vez dialogando com um amigo que estava questionando a própria sanidade ele relatou uma observação que uma amiga psicóloga havia feito sobre a loucura. —Ju, a Ana me disse que é impossível eu estar louco, pois eu estou plenamente consciente. Minhas idéias estão apenas confusas. — A realidade é dura e bruta, poder sair dela por completo é um privilégio para poucos. Definitivamente, sair da realidade é muito mais interessante do que se pode imaginar. Quando narro sobre o que aconteceu, sempre saliento que foi o momento da minha vida mais emocionante que até hoje vivi. Era um filme ação passando pela a minha mente, com emoções perseguições e conspirações. Somente depois de um tempo que me dei conta que a minha imaginação estava sendo utilizada ao máximo e que boa parte do que ocorreu era apenas fantasia. Depois de sã me dei conta, que não era bem assim. Eu enlouqueci tentando entender os fatos estranhos que estavam acontecendo em minha vida e ao meu redor.

E que definitivamente, coisas estranhas aconteceram! A prova que elas existiram foi quando o meu agressor, o personal psicopata, se manifestou, rindo da minha cara e rindo do desfecho da minha história. Por dias eu chorei muito com ocorrido, mas hoje em dia eu dou muita risada e sempre repito para mim mesma: —Psicopata, filho da puta! Você no fim das contas conseguiu me pegar! Eu já me desapeguei da idéia e da história, mas acho que não é um direito meu guardar em sete chaves. Pois, no final das contas se trata da natureza humana... Afinal, o quão você esta disposto a chegar para se vingar de uma pessoa? Meu personal psicopata foi longe e fez com maestria. Eu bato palmas para ele. Reconheço quando perco um jogo para um bom jogador. Só quem ama uma competição sabe como é... Os gregos quando assistiam uma tragédia, daquelas cheias de desgraças no fim da apresentação riam loucamente, este fato foi denominado de Catarse. É exatamente isso que estou fazendo no momento, tornando esta história digna de uma Catarse. Afinal, como diz o ditado popular: “É melhor rir do que chorar”.

Capítulo 2. Encalhada, maconha, chatuol e sem vergonha. Após o término do relacionamento, fiquei encanada em achar um substituto para a lacuna que o meu ex-namorado super prendado, foda e ilustre havia deixado. Eu fui até os confins do inferno para achar uma pessoa com uma personalidade que chamasse a minha atenção. Como na época eu estava sem celular, usei os mecanismos que eu tinha em mãos, o Chatuol. Neste site de bate papo existem milhares de salas, não só das cidades, mas de estilos musicais, temáticas como: papo cabeça, filosofia e cinema. Eu entrava com o mesmo nick em todas, conversava com milhares de pessoas ao mesmo tempo, mas sempre tinha um cara que me enchia muito o saco. Sinceramente não me recordo sobre as conversas, mas quando me perguntavam de onde eu era eu sempre respondia. Sou do Acre. Sobre o que eu gostava: Filosofia, Cinema, Artes e afins. Muitas pessoas se prestavam para debater sobre assuntos complexos e muitas delas eram bem idiotas, mesmo afirmando ter PHD. Conversei com diversos caras que eram extremamente conservadores e imbecis. Eu discutia com eles com gosto. Algumas vezes eu estava mais melancólica e desesperada e até convidada para vir até a minha casa bater um papo e viver uma loucura. Foi em uma dessas que conheci uma pessoa que chamou a minha atenção e trocamos muitas informações, contei detalhes sobre a minha vida, concepções e ideologias. Passei o meu endereço e claramente o cara não apareceu, afinal, ele era do Rio de Janeiro. Maconha e bebida são ótimos instrumentos para deixar a gente mais desinibida e sem responsabilidade alguma. Eu não tinha noção no que poderia me meter ou o que eu estava atraindo para o meu ninho. Quanto mais louca era a pessoa, mais eu conversava com ela, mais eu sentia ter afinidade e mesmo quando não tinha, chamava muito minha atenção. Eu me sentia visitando um hospício e contemplando milhares de patologias, não que eu não tivesse uma, mas conversar com os loucos era arte pura. É como se a loucura fosse hipnótica. Uma vez me recordo de um cara que queria uma prostituta, ele pagaria 5 mil reais para ela.

Eu fiquei curiosa para saber e fui conversar com ele, então o cara me disse que queria que a mulher transasse com os 5 cachorros dele e depois transasse com ele em uma cadeira de sexo. Conversei com ela, discuti sobre o papel da mulher sobre a figura do que a mulher representava para ele, que ele estava simulando nada mais que estupro. Passei horas conversando com esta pessoa, tentando entende-la, tentando entender o desejo dele. Até que ele se irritou porque percebeu que eu no final das contas só estava especulando e brincando com ele e me mandou tomar naquele senhor lugar. Após algumas semanas eu estava fumando um baseado em frente a minha casa, quando um motoqueiro começou a descer a rua devagar, quase parando. Ele ensaiou ir até a avenida principal, mas ele deu meia volta, subiu a minha rua, deu meia volta em frente da minha casa, subiu a calçada e parou a moto em minha frente. Ele estava com um capacete escuro, jaqueta preta e uma moto de uma marca que nem faço idéia, a única marca que moto que conheço é a lambreta. Eu achei que era uma pessoa que estava prestes a pedir informação, mas ele ficou ali parado sem tirar o capacete. Então fiquei com medo, pensando: — Será que ele irá me assaltar?! —Será que ele vai me dar um tiro?! —Que cara assustador! —Será que é o cara do Chatuol? Mas quem? Passei meu endereço para tantos... Fiquei estática, paralisada, em momento algum tive impulso suficiente para tirar o capacete da cabeça dele. Ele parecia sorrir, mesmo que eu não visse nada, eu sabia que ele estava sorrindo e era um sorriso maquiavélico. Depois de permanecer um longo tempo, ele foi embora. Sem pedir informação, sem falar nada, sem me atacar ou me matar. Fiquei encanada por um tempo, mas eu tinha um senhor baseado em mãos, não queria perder tempo pensando em quem era ou porque estava ali. Eu só queria curtir a brisa e me divertir. Afinal, depois de dez anos namorando um cara idiota, eu tinha todo o direito de curtir a minha vida de solteira sem medo, fumando baseado na rua e tomando litrões nos piores bares da cidade ao som de alguma música cafona e muita gente louca do meu lado.

E foi o que fiz. Vivi a vida sem medo suprindo quase todos os meus desejos.

4- Casa suja e bitucas de cigarros Minha depressão estava tão profunda, que eu não sabia mais onde vivia, se era no lixão de onde a Carminha saiu ou se era na minha própria confusão mental projetando no mundo exterior. Estava uma loucura, dizem que todo bagunceiro se acha na própria bagunça, eu havia criado o caos dentro de uma casa. Às vezes relaxava pintando algumas paredes, usando a tinta para colocar o que eu sentia para fora. Tentei análise na época, mas estava estudando um lance da fenomenologia que dizia que inconsciente não existia, acabei comprando a teoria filosófica ao invés de me deixar me levar pela psicanalise. Meu limite foi quando o meu psicanalista disse: —Você é uma menininha, igual à Alice! Eu queria explicações, elaborar sentimentos externos, não queria ser catalogada, foi quando eu decidi parar de ir à analise e me entreguei de vez para os baseados da vida. O baseado me fazia rir da sombra, não me criticava e dava a fome que eu havia perdido com o tempo. O baseado pode ser considerado a oitava maravilha do mundo, ele faz milagres...E como faz. Eu acredito que ao passar o endereço para da minha casa para um estranho provavelmente mais pirado que eu, deve ter o chocado ao entrar nela. Eu sempre escutava passos de alguém pisoteando o lixo que estava em meu quintal, mas nunca tinha coragem para descer e ver quem era. Aconteceu diversas vezes... Uma vez pedi ajuda para o meu ex-namorado, mas ele disse que eu tinha que me virar sozinha e que não era problema dele. Neste dia fiquei com as minhas gatas, deitada em minha cama, escutando alguém cortar a brisa do meu baseado explorando as enfermidades do meu quintal. Eu sei que tinha um estranho, eu escutei, eu senti, só não o vi.

Depois disso passei a dormir com um martelo do lado da minha cama, mas um dia pensei, eu durmo pesado pra caramba e se alguém usar o martelo para me matar? Logo o instrumento que eu deixei como arma para a minha proteção, seria ironia demais. Depois dessa reflexão resolvi deixar o martelo em outro ponto estratégico, mas eu sei que nunca teria coragem de usar contra alguém. Mesmo que esse alguém se ache no direito de invadir minha depressão, minha vida, minha privacidade e me aterrorizar. Sabe aquele ditado, não faça para o outro o que você não quer que faça para si mesmo? Algo do tipo, sei lá...Então, concordo plenamente com este ditado. Eu jamais faria o que fizeram comigo... Existem caminhos mais simples e ninguém é peça de tabuleiro de ninguém. Mas enfim, é a humanidade, ela é cheia dessas escrotisses..

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