Vca Book_portugues

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MIXANDO AO VIVO COM VCA’S INTRODUÇÃO Até há pouco tempo, mesas de mixagem ao vivo equipadas com VCA eram raramente vistas fora do mundo glamoroso dos grandes shows e turnês de rock. Não é surpresa que, ainda hoje, muitos operadores e técnicos não tenham posto as mãos em um mixer VCA e que a tecnologia envolvida ainda seja largamente incompreendida. Este texto pretende oferecer uma explicação simples da operação e das vantagens de se usar VCA em uma mesa de mixagem. Naturalmente, nem todos os fabricantes implementam essa tecnologia da mesma maneira. Neste texto, examinaremos os princípios aplicados nas mesas Allen & Heath ML Series (atualmente os modelos ML3000, ML4000 e ML5000 oferecem este recurso). A sigla VCA significa Voltage Controlled Amplifier ou amplificador controlado por voltagem. Um VCA é um dispositivo eletrônico (circuito integrado) que repassa o sinal de áudio após ter seu ganho controlado por uma voltagem DC externa. O nome em si pode ser de pouca ajuda, quando aplicado a mesas de mixagem, já que ele induz o aspirante a usuário a imaginar para onde vai essa voltagem e de onde vem o controle em vez de pensar no benefício que pode obter. Se alguém tivesse imaginado alguma sigla como SGF (sistema de gerenciamento de faders), talvez o conceito fosse mais amplamente compreendido hoje. As mesas de mixagem não necessitam usar VCA’s para misturar sinais, mas eles ajudam! VCA’s são uma forma simples de controle remoto, capazes de ajudar o operador a "equilibrar" grupos complexos de canais de entrada no mix de saída ou nos diversos "mixes" auxiliares pós-fader. GRUPOS DE ÁUDIO SÃO ÓTIMOS Antes de entrarmos nos grupos VCA, vamos relembrar porque gostamos de usar os grupos de áudio normais. A vantagem de poder misturar sinais a partir de um grupo de faders localizados centralmente é bastante óbvia: as mãos do técnico podem permanecer próximas à seção master da mesa onde se acham os botões de saída AFL e os medidores. O técnico pode precisar "equilibrar" a mistura de alguns canais de entrada que muitas vezes se acham a grande distância entre si, no painel da mesa. Ao mesmo tempo, depois de combinados em um grupo, os sinais podem ser processados ao mesmo tempo através de um compressor/limitador, por exemplo, ou enviados a um canal de um gravador. Foi por estes motivos que os grupos de áudio foram criados. ENTÃO, POR QUE SE IMPORTAR COM GRUPOS VCA? Se os grupos de áudio são tão úteis, por que então se importar com grupos VCA? A resposta é que ambos os tipos possuem diferentes atributos, que os tornam apropriados para tarefas distintas. As páginas a seguir delineiam alguns aspectos que diferenciam os dois tipos de grupos de canais de áudio. CONTROLANDO ENTRADAS PARA L COM GRUPOS DE ÁUDIO Tradicionalmente, o único modo de controlar uma coleção de canais de entrada de um mix era direcioná-la para grupos de áudio: um para mono, dois para estéreo e três para arranjos LCR (esquerda/centro/direita). Isto significa que os sinais dos canais do grupo deveriam ser endereçados às vias internas compartilhadas do mixer (sub bus) na seção master central da mesa e a soma destes canais poderia ser controlada pelos faders de grupo e pelos controles de pan (veja o diagrama 1).

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Diagrama 1

Este tipo de disposição é necessário nos casos em que o grupo precise ser interrompido por um processador, como por exemplo, um compressor/limitador, noise gate ou por algum efeito como delay, e seja desejável manter a integridade coletiva do sinal do grupo separadamente do "mix" (por exemplo, fornecer uma pista separada para um gravador ou injetar um sinal separado em um grupo específico de caixas). Essas condições específicas envolvem a necessidade de canais de saída separados da console, assim como todo o circuito de direcionamento necessário. COMO O VCA É APLICADO DENTRO DA CONSOLE Uma console (mesa de mixagem) equipada com VCA’s tem canais de entrada especiais, que respondem a uma voltagem "remota" de controle (na realidade, isto é feito acrescentando-se um circuito integrado – o amplificador controlado por voltagem – a cada canal). Este tipo de circuito foi usado intensivamente em aparelhos como compressores/limitadores e noise gates onde o circuito integrado amplificador é controlado por uma voltagem relacionada ao seu sinal de entrada – ou às vezes por algum sinal externo. Cada canal do mixer é equipado com um dispositivo VCA que substitui o circuito convencional de fader, mostrado no diagrama 2. Seu nível é controlado por uma voltagem DC variável, que é injetada na porta de controle do VCA, conforme mostrado no diagrama 3. Por exemplo, o sinal pode ser ajustado para estar "totalmente desligado ou inexistente" quando uma voltagem de -5V for aplicada e para estar "totalmente ligado ou presente" quando receber uma voltagem de 0 V. O sinal passa pelo VCA em vez de passar pelo fader. Ou seja, ao contrário das mesas não equipadas com VCA, nenhum sinal de áudio passa pelo fader. Uma vantagem disto é que os faders equipados com VCA não apresentam os problemas que podem acometer os faders convencionais, como ruídos severos e perda de sinal quando a superfície resistiva começa a deteriorar-se devido a desgaste pelo uso.

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Diagrama 2

Diagrama 3

Pode-se acrescentar filtragem de ruído, como mostrado no diagrama 4. O benefício é uma vida mais longa do fader, graças à suavização dos ruídos e quedas de sinal típicas dos faders convencionais de áudio.

Diagrama 4

CONTROLANDO ENTRADAS PARA LR/LCR COM GRUPOS VCA Um fader pode controlar mais de um canal VCA – veja o diagrama 5:

Diagrama 5

Diagrama 6

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As voltagens de vários canais podem ser somadas para controlar o mesmo VCA, como mostrado no diagrama 6. Isto demonstra como são criados os "grupos" em uma mesa equipada com VCA.

No diagrama 7, a saída de áudio do canal é enviada diretamente às linhas compartilhadas ("bus" em inglês) (no caso do exemplo, "busses" L, C e R). Note que somente um fader de grupo é necessário.

ANALOGIAS Mostramos aqui algumas analogias de fora do mundo do áudio, para você firmar melhor o entendimento do conceito VCA. Os leitores familiarizados com os antigos circuitos escolares de fonte/lâmpada/reostato (e os controles primitivos de iluminação em teatros) poderão lembrar-se que a luminosidade da lâmpada era controlada por um grande resistor, ligado em série com a lâmpada e a fonte de alimentação (diagrama 8). Várias lâmpadas podiam ser direcionadas através deste resistor (que era um fader com enrolamento gigante!). Este circuito é similar ao do grupo de áudio tradicional sem VCA (diagrama 9).

Diagrama 8: Circuito simples de reostato. Toda a corrente passa pelo reostato (fader).

Diagrama 9: Circuito simples de áudio com fader. Toda a corrente passa pelo fader.

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Surgiu então o tiristor, um componente de estado sólido que usa uma voltagem de controle para controlar o nível de saída (Soa familiar? Veja o diagrama 10). Basicamente é disto que se tratam os controles tipo dimmer para lâmpadas. Uma vantagem é que o potenciômetro pode estar a alguma distância do circuito que maneja a saída (por exemplo, uma mesa de iluminação controla dimmers de lâmpadas localizados a muitos metros de distância. Ele funciona de modo similar ao controle VCA em uma mesa de mixagem – diagrama 11).

Diagrama 10: potenciômetro

fader

Diagrama 11: O chip VCA é controlado pela posição do fader. O sinal de áudio passa através do chip VCA.

ou

Tudo bem, você não domina a eletricidade a este ponto. Então, que tal encanamentos? Uma torneira é usada para controlar o fluxo (saída) de água através de um cano e vários canos podem ser direcionados a um cano mais largo antes que o fluxo seja enviado a outro local. O fluxo total deste grupo de canais agora pode ser controlado por uma válvula (uma grande torneira) neste último cano – diagrama 12. Isto é similar ao grupo de áudio tradicional, sem VCA, onde os canos menores são os canais, as torneiras menores são os faders de canal, o cano grande é o "bus" ou via compartilhada, e a válvula é o fader de grupo.

Diagrama 12

Se as torneiras nos tubos menores fossem substituídas por válvulas motorizadas, como as encontradas nos modernos sistemas centrais de aquecimento, e então ligadas por fios a um termostato, as válvulas individuais poderiam ser instaladas localmente, enquanto que o termostato atuaria como um controle remoto geral para os níveis fluindo através do sistema – diagrama 13. Aqui, o controle por termostato teria uma operação similar à do fader master em uma mesa, controlando um grupo de canais.

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Diagrama 13

NÍVEIS DENTRO DE GRUPOS VCA De um modo simples, um grupo VCA é um meio de controlar remotamente múltiplas entradas usando um único fader de grupo. Isto afeta o nível do sinal nos canais e não dentro de algum estágio posterior de mixagem no caminho de áudio da mesa. É preciso entender que tanto o fader de canal quanto o fader de grupo afetam o nível do sinal, do mesmo modo como o fazem quando se trabalha com grupos convencionais de áudio. As voltagens de ambos os faders são somadas para controlar o VCA. Pode parecer que se você aumentar o nível de ambos os faders, obterá o dobro de nível, e que quanto mais faders de grupo forem acrescentados maior o nível obtido, mas o circuito é projetado para que o fader de canal não seja afetado por quaisquer faders de grupo que estejam ajustados na posição marcada com "0". Operacionalmente você poderia imaginar isto como um sinal de áudio passando através de dois faders ligados em série. Entretanto, nenhum áudio passa através destes faders. O modo como obtivemos isto nas mesas Allen & Heath ML Series foi ajustando o VCA para produzir ganho unitário de 0 dB quando a voltagem de controle for 0 V, significando que o sinal passa sem sofrer mudança em seu nível. Quando todos os faders de grupo estão na posição "0", cada um deles contribui com 0 V para a soma total, sem causar mudanças no nível do fader de canal. Quando um grupo é baixado (puxado para trás), ele produz uma voltagem negativa, atenuando assim o VCA. Quando ele é aumentado para reforçar o sinal até um máximo de +10 dB, produz uma voltagem positiva, induzindo assim um ganho no VCA. É por este motivo que, ao fazer sua mixagem em uma mesa A&H equipada com VCA’s, você deve iniciar com os faders de grupo na posição "0". Quando usamos grupos VCA, uma mudança no fader Master afeta igualmente a todos os faders vinculados (mas eles não se movem automaticamente). O exemplo mostrado nos diagramas 14 e 15 mostram que, quando se diminui o nível do fader Master de 0 dB para -5 dB, os níveis em todos os canais vinculados são reduzidos na mesma proporção.

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Diagrama 14

Diagrama 15

Um canal pode ser vinculado a mais de um grupo VCA. O efeito disto é demonstrado no exemplo do diagrama 16. Aqui, o canal é vinculado a três grupos VCA. Com as posições ajustadas como mostrado, a saída de áudio resultante é -10 dB. Se qualquer dos faders estiver bem abaixo, a saída resultante será "totalmente desligado". Vincular um canal a mais de um grupo VCA pode permitir controle muito sofisticado do mix, como descrito adiante.

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Diagrama 16

OS BENEFÍCIOS DE GRUPOS DE ÁUDIO E DE VCA Agora que você já faz uma idéia da diferença de operação entre grupos de áudio e grupos VCA, veja alguns outros pontos a considerar na operação de uma mesa equipada com VCA: 1) O VCA controla os níveis pós fader, mas não as mandadas pré-fader. Deste modo, as mixagens de monitor feitas a partir dos auxiliares da mesa principal (FOH) não são afetadas. 2) Emudecer o grupo VCA aciona remotamente os comandos de mute de todos os canais associados a ele. Todas as mandadas do canal serão afetadas. Os grupos VCA atuam como grupos adicionais de mute. 3) O grupo VCA afeta o nível do canal antes dos controles pan e routing (direcionamento), significando que basta apenas um fader para criar grupos estéreo e LCR. Criar um grupo de áudio estéreo convencional exige dois faders, com os respectivos controles pan totalmente para a direita e para a esquerda, o que é um modo rápido de consumir os grupos disponíveis em sua mesa não-VCA, e utilizada até seu limite. Os grupos VCA não possuem nem necessitam de controles pan próprios. 4) Quando o nível do fader de um grupo de áudio é alterado, o equilíbrio no mix dos efeitos (por exemplo, reverb) gerados pelos instrumentos/canais naquele grupo (via mandadas dos auxiliares de canal) não seguirão os movimentos do fader de grupo, a menos que o efeito seja retornado ("Volta") apenas para aquele grupo de áudio. Os problemas surgem quando uma mesma unidade de efeito é compartilhada por diferentes grupos de canais (por exemplo, reverb nos vocais de apoio e nas cordas), que voltam ao mix estéreo através de canais de entrada. Se o nível dos vocais de apoio for baixado no mix, através de uma redução de, digamos, 3 dB no nível dos faders de grupo, o nível do efeito reverb nestes vocais (o sinal "molhado") permanecerá inalterado, ficando portanto alto demais no mix. Essa situação não acontece quando se usa um grupo VCA porque, quando o fader do grupo VCA é diminuído, as mandadas auxiliares pós-fader enviadas ao reverb pelos canais dos vocais de apoio também são reduzidas – deste modo, o equilíbrio entre os vocais "com" e "sem" efeito é mantido. 5) Os canais de entrada podem ser controlados por mais de um fader mestre VCA (no passado, a vinculação era feita por meio de um botão giratório, portanto era impossível fazer vinculações múltiplas). Esta característica pode ser muito útil – por exemplo, diferentes seções de músicos de apoio em um show – como bateria/percussão/teclados e baixo/guitarras ritmo etc – podem ter seu próprio grupo de faders VCA. Todas estas fontes também podem ser vinculadas a um outro grupo VCA, de modo que todo o acompanhamento pode ser "afinado" para diferentes músicas, enquanto que grupos 8

individuais podem ser removidos e retornados ao mix conforme necessário. Este ajuste geral dos VCA’s é chamado de "Backing Master", algo como "Mestre do Acompanhamento". Um fader mestre VCA que controle todo o mix é conhecido como "Grand Master". 6) Um grupo VCA e canais de entrada podem ser inspecionados usando-se o recurso "escuta pós-fader" (AFL) – isto permite ao operador ouvir o equilíbrio do grupo no mix e, como as posições dos controles pan são seguidas, ouve-se a imagem estéreo do grupo. Mais incomum é o recurso dispendioso de inspecionar os canais de entrada vinculados usando "controle remoto" do PFL (escuta pré-fader) dos canais de entrada vinculados. Isto pode ser extremamente útil para verificar um grupo de microfones sem fio, por exemplo, antes que o fader de grupo seja aberto. 7) Canais podem ser endereçados aos grupos VCA por meio de chaves físicas ou software. A vantagem deste último está nos snapshots, ou memórias para endereçamento de grupos VCA, que podem ser armazenados e chamados do processador interno da mesa ou por controladores externos via midi ou porta RS232. Canais podem ser isolados destas mudanças de cena por meio do recurso edit safe e podem ser combinados com um sistema de emudecimento via software, de modo que os snapshots contenham as vinculações de VCA e as de mute. 8) Um grupo VCA e um subgrupo de áudio podem ser combinados quando você necessitar tanto de controle de nível quanto de processamento inserido. Por exemplo, você pode direcionar vários canais dos cantores de apoio para um grupo de áudio para inserir um pouco de compressão. O sinal processado é retornado ao mix principal do modo habitual. Você também pode vincular aqueles canais a um grupo VCA, o que lhe dá um controle total do nível nos próprios canais. Isto manterá o equilíbrio dos efeitos e das múltiplas saídas quando você ajustar o fader do grupo VCA. O fader do grupo de áudio não precisa ser ajustado, e deve ser deixado na posição aberta, ou "0". 9) O caminho do sinal é curto e limpo, direto para o mix. O fader do grupo VCA atua simplesmente como um controlador remoto das entradas. Isto fornece um controle mais lógico da estrutura de ganho da mesa, no lugar onde ele é necessário, evitando a distorção resultante de grupos de áudio com altos níveis sendo cortados por faders ajustados em níveis baixos. 10) Um outro benefício é a possibilidade de filtragem de interferências e ruídos dos faders, evitando assim o encurtamento da vida dos faders convencionais de áudio. 11) Microfones e monitores sem fio – durante um show, os artistas podem estar equipados com microfones sem fio, que são injetados no monitor. Fontes de monitoração geralmente são ajustadas pré-fader, podendo alternativamente ser ajustadas para operação pós-fader, para evitar que ruídos do backstage sejam ouvidos. Quando um músico sai do palco, o fader pode ser fechado. Entretanto, se o operador da mesa estiver usado um fader de grupo de áudio em vez de faders de canais individuais, o microfone estará silenciado no mix principal, mas não nos monitores. Grupos VCA contornam isto ao afetar corretamente também as mandadas pós-fader para os monitores. Ambos os tipos de agrupamento são importantes em uma mixagem ao vivo. Sabemos que nenhum grupo de áudio passa através de um grupo VCA. Isto significa que você não pode inserir processamento de sinal em um grupo como este. Tampouco é possível mandar os sinais do grupo a outro lugar, como um matrix mix. É aqui que o grupo de áudio tem seus principais benefícios: 1) Pode-se inserir processamento de sinal, como compressores ou EQ, em um grupo de sinais. Uma aplicação comum é ter uma quantidade de canais de vocal de apoio compartilhando o mesmo compressor em situações em que espaço, tempo ou o orçamento não permitam dispor-se de um processador por canal. 9

2) Você pode mandar o grupo de sinais para uso externo, por exemplo, uma sub mixagem para gravação. Digamos que você esteja gravando um show em um dos populares gravadores de 8 pistas e baixo custo, disponíveis atualmente. Como você não dispõe de pistas suficientes para gravar cada canal separadamente, poderá gravar os sons de solo das saídas diretas de canal, e agrupar os demais canais usando os grupos de áudio. 3) Você pode mixar o grupo em uma matriz, quando criar um equilíbrio diferente para mandadas especiais, como as feitas para aplicações de side fills e de Broadcast. Uma aplicação popular para a matriz é fornecer sinal para gravação em estéreo. Neste caso, típico de locais menores, aumentar alguns dos grupos de instrumentos acima do mix principal do PA pode compensar a falta de um backline acusticamente alto no PA. A realidade é que se necessita de muito menos grupos de áudio em uma mesa equipada com VCA’s, já que a função de controle de nível fica por conta dos grupos VCA, com os grupos de áudio sendo usados somente para inserir efeitos e para mandadas por matriz. Isto valoriza ainda mais a função "dual mode" das mesas A&H ML Series, onde os masters de grupos de áudio não utilizados podem ser revertidos para auxiliares, permitindo que tais controles sejam mais bem aproveitados como mandadas para monitor e outras aplicações usando mandadas auxiliares. CONTROLES TÍPICOS DA SEÇÃO VCA Depois de termos compreendido como funciona um grupo VCA, examinemos agora os controles tipicamente encontrados nessa seção da mesa VCA. VCA MASTER FADER Este é o controle principal. Afeta o nível dos canais pós-fader vinculados, mas não o dos canais préfader. Sua posição normal "0" é claramente marcada para servir como um lembrete da posição inicial e da mix costumeira. Algumas mesas oferecem um pequeno LED indicador, que se ilumina quando o fader está próximo ou exatamente nesta posição. O ganho fornecido pelo fader é tipicamente de +10 dB acima da posição "0", mas sugerimos que evite aplicar este reforço sempre que possível. É sempre preferível cortar (atenuar) a partir do ponto "0" do que reforçar. Lembre-se que o canal VCA tem uma quantidade finita de reforço disponível. VCA MUTE Em algumas mesas este controle atua como uma chave liga/desliga do fader mestre. Em outras, inclusive na Allen & Heath ML Series, ele age como um controle remoto para ligar as chaves de mute de todos os canais vinculados. Acionar um VCA master mute faz emudecer todos os canais associados e todas as respectivas mandadas, incluindo os monitores pré-fader. Se ajustar o master fader em "0", você pode imaginar que o VCA mute age como outro grupo de mute para a mesa. VCA PFL/AFL Nem todas as mesas oferecem este recurso. Em princípio pode parecer estranho oferecer monitoração de áudio quando nenhum áudio passa através do grupo VCA. Entretanto, a chave mestra PFL/AFL age simplesmente como um controle remoto para ligar todas as chaves PFL/AFL vinculadas. As mesas ML4000 e ML5000 incluem chaveamento entre PFL e AFL. AFL tem o benefício óbvio de permitir que o operador ouça a contribuição dos canais vinculados ao mix, tanto em nível quanto em sua imagem estéreo (controle pan), permitindo verificar, por exemplo, como o mix em estéreo da bateria encaixa-se no mix geral do PA. A aplicação de PFL não é tão óbvia, já que ela mistura todos os sinais pré-fader dos canais vinculados para a saída de fones. Entretanto, considere um grupo de microfones sem fio. Selecionar VCA PFL permite ao operador verificar rapidamente a presença e a qualidade do sinal de todos os rádios ativos, antes de juntar o grupo ao 10

mix. Isto pode permitir que você "salve o dia" ao identificar a fonte daquele zumbido ou de ruídos antes de mandar o sinal ao ar. CONFIGURANDO GRUPOS VCA Configurar grupos VCA nas mesas da Série ML é um processo simples: 1) Pressione EDIT GROUP (ou "ASSIGN" na ML3000) – a tecla pisca. 2) Pressione MUTE no Master Group que você pretende editar – o LED correspondente pisca. 3) Pressione as teclas MUTE para vincular ou removê-los do grupo. 4) Verifique quais canais estão vinculados verificando o LED SAFE/EDIT do canal (LED’s de grupos individuais nos canais da ML5000 e ML4000, um LED para indicar qualquer vinculação a grupos na ML3000). 5) Pressione o próximo master a editar. Pressione EDIT GROUP quando terminar, para voltar ao modo de edição. Você encontra maiores informações sobre a vinculação, verificação e uso de grupos VCA em qualquer dos manuais do usuário das mesas Allen & Heath ML Series – disponíveis em www.allenheath.com. MEMÓRIAS INSTANTÂNEAS E AUTOMAÇÃO Hoje, estamos todos provavelmente familiarizados com a programação de mute de canais no sistema de memória da mesa, um recurso ótimo para chamar diferentes ajustes on/off de canais, conforme a banda ou a cena. A automação dos níveis (volume) de uma mesa analógica pode ser obtida ou por meio de moving faders ou de VCA’s controlados por computador. Este recurso é tecnicamente complexo e dispendioso, sendo usado somente nas mesas mais sofisticadas e caras, usadas em shows ao vivo ou em teatros, e está fora do objetivo deste texto. Entretanto, há um outro aspecto na automação da memória instantânea de mesas equipadas com VCA que abre uma grande gama de novas possibilidades, facilitando o trabalho do operador de áudio em produções mais complexas. As vinculações de VCA poderiam ser salvas e recuperadas da memória instantânea, significando que os canais afetados por um fader mestre de grupo poderiam ser mudados cena a cena. Você poderia designar um grupo VCA como "solo" e então sempre usar este fader para equilibrar o som do solo, independente de qual canal contenha a parte do solo. Bastaria simplesmente percorrer as memórias pré-programadas. Este recurso está presente nas mesas da série ML, onde os mutes de canal e as vinculações de VCA podem ser salvas em 128 endereços de memória. Na ML5000 há um gerenciador de memória instantânea. As ML3000 e ML4000 usam o software de armazenamento ML Series – que pode ser baixado gratuitamente de nosso site na Internet. Mudanças na memória instantânea também podem ser vinculadas a seqüenciadores externos e a controladores MIDI, aprofundando ainda mais a automação do processo. O resultado é um controle sofisticado do show, sem custar os olhos da cara. VCA’s DEGRADAM O SOM? Os sinais de áudio em uma mesa com VCA passam através de um circuito VCA mesmo que não estejam vinculados a qualquer grupo VCA. Como tudo mais no caminho do sinal, o dispositivo VCA acrescenta coloração ao som até um certo ponto, embora componentes modernos e de alta qualidade certamente tenham um efeito desprezível quando comparados aos projetos pioneiros desta área, que tendiam a sofrer problemas por variações térmicas e de faixa dinâmica restrita. Vale a pena lembrar que usar grupos de áudio significa direcionar um sinal através dos circuitos do grupo, os quais por sua vez também vão acrescentar colorações ao som, até certo ponto. Os faders do grupo de áudio também podem tornar-se barulhentos devido ao desgaste por uso. As mesas Allen & Heath ML Series usam os circuitos integrados VCA mais modernos e de padrão mais alto 11

disponíveis no mercado. Estes componentes foram selecionados após testes de audição intensivos, e escolhidos por sua qualidade de áudio comprovada. VCA PARA O MUNDO REAL Por que a Allen & Heath entrou na arena dos mixers com VCA? Nossa intenção, ao apresentarmos uma linha utilizando VCA’s, foi levar tecnologias antes consideradas como exclusivas a uma base de consumidores tão ampla quanto possível. Desejamos durante muitos anos desenvolver este projeto, mas foi necessário esperar pacientemente até que a crescente qualidade e os custos decrescentes dos dispositivos VCA tornassem possível construir consoles VCA a um preço de aquisição que os consumidores pudessem pagar. Nossa experiência com VCA’s começou no início dos anos 80 quando éramos solicitados a adaptá-los em um número de mesas de gravação Syncon e Sigma. Nossa primeira mesa VCA construída em série foi a GS3V, um mixer para project studios cuja produção foi iniciada em 1991. Em meados dos anos 90, quando começamos a trabalhar no conceito da linha de mesas VCA para apresentações ao vivo, que se tornaria a Série ML, concluímos rapidamente que não queríamos simplesmente acrescentar VCA’s a algum projeto pré-existente. Cada aspecto dos recursos de uma mesa interage com todos os outros, portanto, ao introduzir os VCA’s na equação, tivemos que reavaliar todos os outros recursos, de modo a termos um pacote bem equilibrado no final. Nós realmente queríamos manter o recurso de reversão entre grupos/auxiliares, tão apreciado pelos consumidores da série GL. A essência deste conceito é que, ao reverter um ou mais aux masters para atuarem como controles group master, o operador se beneficia com recursos como os faders de 100 mm, mutes e inserts para suas mixagens auxiliares. Isto é ideal em empresas flexíveis de locação ou instalação de equipamentos onde uma única mesa pode ser usada para a mixagem principal (FOH), para monitoração ou desempenhar um papel duplo. Descobrimos rapidamente que este recurso era ainda mais útil em um mixer VCA, já que os grupos VCA usualmente permitem que o técnico use menos grupos de áudio, portanto mais auxiliares podem ser convertidos para masters de grupo. Se há uma coisa que os consumidores que trabalham com orçamentos do mundo real odeiam é pagar por recursos que eles não vão usar. Quanto mais benefícios puderem obter dos controles disponíveis, melhor. A ML5000 foi a primeira da série, tendo estreado na PLASA 1999. Desde então continuamos a projetar mesas que tornam os VCA’s acessíveis em níveis de preço ainda mais baixos, resultando na ML4000, seguida pela ML3000. A ML3000 é um produto particularmente excitante para nós, já que está trazendo VCA’s e LCRplus pela primeira vez a usuários como teatros comunitários, igrejas, casas de culto e bares com música. Conversando com operadores atuando nestes locais, fica perfeitamente claro que eles são tão apaixonados por seu trabalho quanto as pessoas por trás dos potenciômetros em turnês de grande porte, e que eles possuem o conhecimento e o desejo de abraçar as tecnologias que queremos oferecer-lhes. & Allen & Heath Limited Kernick Industrial Estate Penryn – Cornwall TRI 0 9LU – UK Tel: +44 (0) 870-755-6250 Fax: +44 (0)870-755-6251 Info: www.allen-heath.com

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