ET720 – Sistemas de Energia El´ etrica I Cap´ıtulo 2: C´ alculo de fluxo de carga
2.1
Estrutura geral dos sistemas de potˆ encia
Centro de Supervisão e Controle
controle
aquisição de dados
unidade terminal remota (UTR) c.a. ~
Distribuição
Transmissão
Geração
c.a.
c.a. medidor
disjuntor
Conversor (inversor) c.c. Conversor (retificador)
transformador ~
gerador
– 1–
Carga
2.2
Defini¸c˜ ao do problema
I Fluxo de carga (FC): obten¸c˜ ao das condi¸co ˜es de opera¸c˜ ao (tens˜ oes, fluxos de potˆ encia) de uma rede el´ etrica em fun¸c˜ ao da sua topologia e dos n´ıveis de demanda e gera¸c˜ ao de potˆ encia.
´ SISTEMA ELETRICO USINA
PSfrag replacements
15,9 kV 42,7 MW SUBESTAC 72,2 MW ˜ ¸ AO 138,4 kV 15,4 Mvar
12,1 Mvar
3,3 MW
1,0 Mvar
13,4 kV ´ INDUSTRIA
I Fluxo de carga: Modelagem dos componentes → obten¸c˜ ao do sistema de equa¸co ˜es e inequa¸co ˜es alg´ ebricas → m´ etodos de solu¸c˜ ao → estado de opera¸c˜ ao da rede em regime permanente.
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– 2–
I Modelagem ´ e est´ atica → rede representada por um conjunto de equa¸co ˜es e inequa¸co ˜es alg´ ebricas. An´ alise est´ atica: obt´ em-se o estado de opera¸c˜ ao da rede em regime permanente → comportamento dinˆ amico n˜ ao ´ e considerado.
2.3
Aplica¸co ˜es
I FC ´ e utilizado tanto no planejamento como na opera¸c˜ ao de redes el´ etricas. I Em geral ´ e parte de um procedimento mais complexo. I Alguns exemplos: Opera¸c˜ ao arias contingˆ encias (acidentes, dist´ urbios) s˜ ao an´ alise de seguran¸ca: v´ simuladas e o estado de opera¸c˜ ao da rede ap´ os a contingˆ encia deve ser obtido. Eventuais viola¸co ˜es dos limites de opera¸c˜ ao s˜ ao detectados e a¸co ˜es de controle corretivo e/ou preventivo s˜ ao determinadas. Planejamento planejamento da expans˜ ao: novas configura¸co ˜es da rede s˜ ao determinadas para atender ao aumento da demanda e o estado de opera¸c˜ ao da rede para a nova configura¸c˜ ao deve ser obtido.
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– 3–
I Ao longo dos anos, v´ arios m´ etodos de solu¸c˜ ao do FC foram propostos. Para cada aplica¸c˜ ao existem os m´ etodos mais apropriados. Os fatores considerados na escolha s˜ ao mostrados nas tabelas a seguir. Tipos de solu¸c˜ ao Precisa Aproximada Sem controle de limites Com controle de limites Off-line On-line Caso simples Casos m´ ultiplos
Propriedades dos m´ etodos de solu¸c˜ ao do FC Alta velocidade especialmente redes de grandes dimens˜ oes para: aplica¸co ˜es em tempo real casos m´ ultiplos aplica¸co ˜es interativas Pequeno espa¸co especialmente redes de grandes dimens˜ oes de armazena- para: mento computadores com pequena mem´ oria Confiabilidade especialmente problemas mal-condicionados para: an´ alise de contingˆ encias aplica¸co ˜es em tempo real Versatilidade habilidade para incorpora¸c˜ ao de caracter´ısticas especiais (controle de limites operacionais, representa¸c˜ ao de diversos equipamentos etc.); facilidade de ser usado como parte de processos mais complexos Simplicidade facilidade de manuten¸c˜ ao e melhoramento do algoritmo e do programa ET720
– 4–
I Em geral uma aplica¸c˜ ao requer v´ arias caracter´ısticas. Exemplo: na an´ alise de seguran¸ca pode-se necessitar de um m´ etodo de solu¸c˜ ao aproximado, sem controle de limites operacionais, on-line, com solu¸c˜ ao de casos m´ ultiplos.
2.4
Hist´ oria
I Network analyzer – pain´ eis em que os equipamentos do sistema eram emulados atrav´ es de conjuntos de fontes, resistores, capacitores e indutores vari´ aveis. Para redes reais, network analyzers eram enormes (ocupando v´ arias salas), consumiam muita energia e modifica¸co ˜es na rede exigiam altera¸co ˜es na fia¸c˜ ao e ajustes nos valores dos componentes. Network analyzers foram utilizados antes e tamb´ em algum tempo depois da utiliza¸c˜ ao de computadores digitais. I Primeiro m´ etodo pr´ atico de solu¸c˜ ao do problema do FC atrav´ es de um computador digital → Ward e Hale, 1956 (m´ etodo baseado na matriz Y) I M´ etodos baseados na matriz Y : espa¸co de armazenamento pequeno (adequado aos computadores da ´ epoca), convergˆ encia lenta. I Come¸co da d´ ecada de 60: m´ etodos baseados na matriz Z (Gupta e Davies,1961). Convergˆ encia mais confi´ avel, requerem mais espa¸co de armazenamento, mais lentos. I Na mesma ´ epoca: m´ etodo de Newton (Van Ness, 1959). Caracter´ısticas de convergˆ encia excelentes. Computacionalmente n˜ ao era competitivo.
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– 5–
I Meados da d´ ecada de 60: t´ ecnicas de armazenamento compacto e ordenamento da fatora¸c˜ ao (Tinney e Walker, 1967) tornaram o m´ etodo de Newton muito mais r´ apido e exigindo pequeno espa¸co de mem´ oria, mantendo a caracter´ıstica de o ´tima convergˆ encia → m´ etodo de Newton passou a ser considerado como o melhor m´ etodo e foi adotado pela maioria das empresas de energia el´ etrica. I D´ ecada de 70: m´ etodos desacoplados (Stott e Alsa¸c, 1974) baseados no m´ etodo de Newton foram propostos → ainda mais r´ apidos, mantendo precis˜ ao e convergˆ encia. Somente em 1990 foi apresentado um estudo te´ orico aprofundado das caracter´ısticas dos m´ etodos desacoplados. I Foram propostos ainda: varia¸co ˜es dos m´ etodos desacoplados b´ asicos, m´ etodos para redes mal-condicionadas, m´ etodos para redes de distribui¸c˜ ao (m´ edia e baixa tens˜ oes), fluxo de carga da continua¸c˜ ao, fluxo de carga o ´timo, etc.
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– 6–
2.5
Motiva¸c˜ ao e id´ eias gerais
I Considerar o seguinte sistema de potˆ encia:
fechado
~
Região em operação
Transmissão
Distribuição
Geração aberto Carga
~
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– 7–
I Considerar que: a fun¸c˜ ao do sistema de gera¸c˜ ao ´ e produzir a energia el´ etrica que ser´ a consumida → modelado como uma inje¸c˜ ao de potˆ encia no barramento a linha de transmiss˜ ao ´ e modelada como um circuito RL s´ erie, representando as perdas o ˆhmicas de potˆ encia e a presen¸ca de campo magn´ etico em torno dos condutores o sistema de distribui¸c˜ ao consome a energia transportada pelo sistema de transmiss˜ ao → modelado como uma inje¸c˜ ao de potˆ encia no barramento I Diagrama unifilar correspondente:
Região em operação
~
Distribuição
Transmissão
Geração
ag replacements
2
1
P1 + j Q 1 E1 = V1 ∠θ1 Gera¸c˜ ao
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r+jx P12 + j Q12 Transmiss˜ ao
P2 + j Q 2 E2 = V2 ∠θ2 Distribui¸c˜ ao
– 8–
PSfrag replacements I Circuito por fase:
r
1
+ −
Gera¸c˜ ao
I Dados:
I Pede-se:
I
P1 Q1
∼ E1
jx
2
+
P2 Q2
E2 −
Distribui¸c˜ ao
Transmiss˜ ao
V2 =| E2 |= 500 kV (tens˜ ao de linha) S2 = P2 + j Q2 = 100 + j 0 = 100∠0◦ MVA r = 25 Ω/fase x = 125 Ω/fase
(100 MW, 0 Mvar)
V1 S1 = P 1 + j Q 1
Conhecendo essas grandezas, pode-se dizer que o estado de opera¸c˜ ao da rede ´ e totalmente conhecido. A partir da´ı outras an´ alises podem ser realizadas. I Os c´ alculos ser˜ ao feitos em pu (por unidade), cuja id´ eia ´ e muito importante no caso de circuitos com v´ arios n´ıveis de tens˜ ao. I Valores de base: Sb = 100 MVA
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Vb = 500 kV
– 9–
Convers˜ ao dos dados para pu: E2 = 1∠0◦ pu S2 = 1∠0◦ pu 25 r= = 0,01 pu (Vb2 /Sb) 125 x= = 0,05 pu (Vb2 /Sb)
(referˆ encia angular)
Corrente pelo circuito: I=
S2 E2
∗
=
1∠0◦ 1∠0◦
∗
= 1∠0◦ pu
Tens˜ ao na fonte: E1 = E2 + I (r + j x) = 1∠0◦ + 1∠0◦ (0,01 + j 0,05) = 1,0112∠2,8◦ pu Potˆ encia fornecida pela fonte:
S1 = E1I ∗ = 1,0112∠2,8◦ = 1,01 + j 0,05 pu PSfrag replacements
(101 MW, 5 Mvar)
V1 = 1,0112 pu
V2 = 1 pu
1
2
perdas na transmiss˜ ao
101 MW
100 MW
5 Mvar
0 Mvar 1 MW 5 Mvar
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– 10–
I Na pr´ atica, os dados e inc´ ognitas n˜ ao s˜ ao os especificados anteriormente. I Dados:
S2 = P2 + j Q2 = 100 + j 0 = 100∠0◦ MVA V1 = 1,0112 pu (*) (linha) r = 25 Ω/fase x = 125 Ω/fase
(100 MW, 0 Mvar)
(*) Tens˜ ao na sa´ıda do transformador elevador na subesta¸c˜ ao da usina, mantida constante atrav´ es de um complexo sistema de controle. I Pede-se:
V2 S1 = P 1 + j Q 1
I A resolu¸c˜ ao anal´ıtica ´ e mais complicada. Pode-se tamb´ em resolver por tentativa e erro. I Resolu¸c˜ ao anal´ıtica Lei das tens˜ oes de Kirchhoff: E1 = E2 + ZI = E2 + Z (S2 /E2)∗
(×E2∗ )
E1 E2∗ = V22 + ZS2∗ Considerando E1 = V1 ∠0◦ e E2 = V2 ∠θ2 : V1V2 ∠ − θ2 = V22 + (r + j x) (P2 − j Q2 ) Separando as partes real e imagin´ aria: V1 V2 cos θ2 = V22 + (rP2 + xQ2) V1 V2 sen θ2 = (rQ2 − xP2 )
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Elevando as duas equa¸co ˜es ao quadrado e somando-as, elimina-se θ2 : V12 V22 = V24 + (rP2 + xQ2)2 + 2V22 (rP2 + xQ2) + (rQ2 − xP2 )2 i h 2 2 4 2 2 V2 + V2 2 (rP2 + xQ2) − V1 + (rQ2 − xP2) + (rP2 + xQ2) = 0 que pode ser reescrita como: V24 + bV22 + c = 0
∆ = b2 − 4c 1/2 y1 = −b + ∆ /2 y2 = −b − ∆1/2 /2 n o 1/2 1/2 V2 = ±y1 , ±y2
Para os dados fornecidos: V2 = {±1, ±0,05} pu. A resposta esperada ´ e V2 = 1 pu. Ent˜ ao: θ2 = sen−1 [(rQ2 − xP2) /V1V2 ] = −2,8◦ ∗ S2 = 1∠ − 2,8◦ pu I= E2 S1 = E1I ∗ = 1,0112∠2,8◦ = 1,01 + j 0,05 pu
(101 MW, 5 Mvar)
→ Mesma solu¸c˜ ao anterior.
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– 12–
PSfrag replacements
I Interpreta¸c˜ ao: As duas solu¸co ˜es negativas n˜ ao tˆ em significado f´ısico → s˜ ao desprezadas. Supor que a potˆ encia ativa da carga no barramento 2 seja vari´ avel e que a potˆ encia reativa seja nula: V2 [pu]
opera¸c˜ ao est´ avel
1 0,8
V2cr
caso base
0,6 0,1
0,4
P2cr
0,2 0
opera¸c˜ ao inst´ avel 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
P2 [pu]
P2cr – m´ aximo carregamento da rede para as condi¸co ˜es especificadas. V2cr – tens˜ ao para a qual ocorre o m´ aximo carregamento.
Exerc´ıcio
(1) Apresentar a curva [V2 × P2 ] completa para o circuito exemplo, considerando Q2 = 0. (2) Obter P2cr e V2cr analiticamente e comparar com os valores obtidos atrav´ es da an´ alise da curva PV. (3) Apresentar a curva [V2 × Q2 ] considerando P2 = 0 no mesmo gr´ afico de (1). cr Obter Qcr es da 2 e V2 analiticamente e comparar com os valores obtidos atrav´ an´ alise da curva PV.
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– 13–
I Os sistemas el´ etricos de potˆ encia s˜ ao dinˆ amicos: P2
frag replacementsP cr 2 V2cr
t
V2
processo de instabilidade de tens˜ ao que resulta no ˜ COLAPSO DE TENSAO t∗
t
→ Modelagem dos aspectos dinˆ amicos e m´ etodos de resolu¸c˜ ao espec´ıficos s˜ ao necess´ arios. I Para redes maiores:
Resolu¸c˜ ao por meios anal´ıticos ´ e imposs´ıvel. Tentativa e erro?
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– 14–
I Resolu¸c˜ ao por tentativa e erro Uma id´ eia de um procedimento de c´ alculo iterativo: (a) Inicializar contador de itera¸co ˜es ν = 0 (b) Escolher E2ν = E20 (c) Calcular a corrente pela carga: I2ν =
S2 E2ν
∗
(d) Calcular a queda de tens˜ ao na linha de transmiss˜ ao: ∆E ν = (r + j x) I2ν (e) Calcular a tens˜ ao na barra de carga: E2ν+1 = E1 − ∆E ν = E1 − (r + j x)
S2 E2ν
∗
(f) Incrementar contador de itera¸co ˜es (ν ← ν + 1) e voltar para o passo (c) Come¸cando com E2 = 1∠0◦ pu tem-se: Itera¸c˜ ao
E2 [pu]
0 1 2 3 4
1+j0 1,0012 − j 0,0500 0,9987 − j 0,0493 0,9987 − j 0,0494 0,9987 − j 0,0494
Solu¸c˜ ao: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
Na realidade este m´ etodo iterativo (Gauss) foi o primeiro a ser proposto para a resolu¸c˜ ao das equa¸co ˜es de fluxo de carga (∼ 1956). ET720
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I Resumo: ´ necess´ E ario o desenvolvimento de t´ ecnicas de resolu¸c˜ ao espec´ıficas e eficientes para o problema da determina¸c˜ ao do estado de opera¸c˜ ao de ´ redes el´ etricas em regime permanente CALCULO DE FLUXO DE CARGA Fluxo de carga (load flow) = Fluxo de potˆ encia (power flow) ´ uma ferramenta b´ E asica para a an´ alise de redes el´ etricas 2.6
Representa¸c˜ ao por fase
asica equilibrada ´ e representada somente por uma das fases → I A rede trif´ diagrama unifilar:
Furnas (Campinas) Tanquinho (138 kV) Taquaral 42 MVA
x = 21,24% Tanquinho (69 kV)
Souzas
Barão Geraldo
Itatiba
r = 1,41% x = 3,68% b = 0,06%
Nova Aparecida
Trevo (69 kV)
PSfrag replacements x = 24,26%
x = 28%
Trevo (138 kV) barramento Viracopos
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– 16–
I Barramento (barra) – n´ o do circuito.
I Ramos – linhas de transmiss˜ ao ou transformadores, que conectam duas barras.
I Dados dos ramos – em % na base 100 MVA e tens˜ ao nominal (pu × 100%).
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– 17–
I Para as linhas de transmiss˜ ao – utiliza-se o modelo π, em que r ´ e a resistˆ encia s´ erie, x ´ e a reatˆ ancia s´ erie e b ´ e o carregamento total charging da linha (o dobro da admitˆ ancia shunt): PSfrag replacements r
jx j b/2
j b/2
Para a linha Tanquinho-Trevo:
acements Tanquinho
Para a linha do exemplo da Se¸c˜ ao 2.5:
PSfrag replacements Trevo
1
0,0141 j 0,0368 j 0,0003
2
0,01 j 0,05
j 0,0003
I Gera¸c˜ ao e carga – inje¸co ˜es de potˆ encia nas barras.
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– 18–
2.7
Formula¸c˜ ao b´ asica do problema de fluxo de carga
I Rede composta por barras e ramos (linhas de transmiss˜ ao e/ou transformadores). I Barras: 4 grandezas b´ asicas: V θ P Q
– – – –
magnitude da tens˜ ao nodal ˆ angulo de fase da tens˜ ao nodal inje¸c˜ ao de potˆ encia ativa nodal inje¸c˜ ao de potˆ encia reativa nodal
2 grandezas s˜ ao conhecidas e 2 devem ser calculadas. Para a rede exemplo da Se¸c˜ ao 2.5 : Grandezas Grandezas Barra conhecidas a calcular 1
V 1 , θ1
P1 , Q 1
2
P2 , Q 2
V 2 , θ2
I As barras s˜ ao classificadas em: → barras de carga (PQ) – s˜ ao conhecidas as potˆ encias ativa e reativa consumidas. Deve-se calcular a tens˜ ao (magnitude e ˆ angulo de fase) → conhece-se P e Q, calcula-se V e θ. → barras de gera¸c˜ ao (PV) – s˜ ao conhecidos a potˆ encia ativa gerada e a magnitude da tens˜ ao terminal. Deve-se calcular o ˆ angulo da tens˜ ao e a potˆ encia reativa gerada (ou consumida) → conhece-se P e V , calcula-se θ e Q. → barra(s) de referˆ encia (Vθ, tamb´ em chamadas de slack) – a tens˜ ao (magnitude e ˆ angulo de fase) ´ e conhecida. Deve-se calcular as potˆ encias ativa e reativa → conhece-se V e θ, calcula-se P e Q.
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– 19–
I A barra slack tem duas fun¸co ˜es: Fornecer uma referˆ encia angular para a rede (a referˆ encia da magnitude de tens˜ ao ´ e o pr´ oprio n´ o terra) PSfrag replacements Exemplo
Calcular a potˆ encia ativa consumida pela impedˆ ancia Z2 do circuito a seguir. Z1 = 4∠90◦ Ω + V1 − + ∼ E −
V
+ 100 V −
+ V2 −
Z2 = 3∠0◦ Ω
I
Utilizando a medi¸c˜ ao feita pelo volt´ımetro, define-se a tens˜ ao da fonte E como: E = 100∠α V A corrente pelo circuito ´ e:
I=
E = 20∠ (α − 53,1◦) A (Z1 + Z2 )
A potˆ encia complexa consumida por Z2 vale: S2 = V2 · I ∗ = (Z2 · I) · I ∗ = Z2 · | I |2 = 1,2∠0◦ kVA que resulta em uma potˆ encia ativa de 1,2 kW.
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– 20–
Coment´ arios: → os fasores de tens˜ ao e corrente dependem de α. → as defasagens entre os fasores n˜ ao dependem de α. → determinou-se a potˆ encia consumida sem que se conhecesse o valor de α. → as potˆ encias n˜ ao dependem dos ˆ angulos de fase das tens˜ oes e correntes e sim das diferen¸cas angulares entre as grandezas. → α pode ser escolhido livremente pois n˜ ao altera os resultados finais.
x Fechar o balan¸co de potˆ encia da rede, levando em conta as perdas de transmiss˜ ao. As perdas de transmiss˜ ao n˜ ao s˜ ao conhecidas a priori, e devem ser supridas pelas unidades geradoras. Em geral, especifica-se uma barra da rede que suprir´ a as perdas.
Exemplo
Considerar a rede de 3 barras e 3 ramos mostrada a seguir. PSfrag replacements 20 MW +
P
i
perdas1
perdasi
∼
(slack)
2 100 MW
1 perdas3
perdas2 3 ∼
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80 MW
– 21–
Coment´ arios: → a barra slack deve fornecer 20 MW adicionais para satisfazer a demanda na barra 2, pois o gerador da barra 3 entrega somente 80 MW. → a barra slack deve fornecer ainda uma quantidade adicional de potˆ encia para suprir as perdas de potˆ encia nos ramos.
Exemplo frag replacements Relembrando a solu¸c˜ ao da rede exemplo da Se¸c˜ ao 2.5 :
V1 = 1,0112 pu
V2 = 1 pu
1
2
perdas na transmiss˜ ao
101 MW
100 MW
5 Mvar
0 Mvar 1 MW 5 Mvar
I Outros tipos de barras podem ser definidos, em fun¸c˜ ao de situa¸co ˜es de opera¸c˜ ao particulares.
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– 22–
Exemplo
Considere a rede a seguir. 1
PSfrag replacements
3
2
4
5
∼
∼ 6
7 ∼
• Barras 3 e 4: barras de carga (PQ) → P e Q s˜ ao conhecidos e deve-se calcular V e θ • Barras 2 e 6: n˜ ao tˆ em carga nem gera¸c˜ ao associados → s˜ ao consideradas como barras de carga (PQ) com P = Q = 0 • Barras 1, 5 e 7: conectadas a geradores → barras de gera¸c˜ ao → em geral P e V s˜ ao conhecidos e deve-se calcular θ e Q • Uma das barras deve desempenhar o papel especial de: ? ser a referˆ encia angular da rede (θ especificado) ? permitir o balan¸co de potˆ encia da rede • Pode-se escolher, por exemplo, a barra 1 como a slack, atribuindo um valor para θ1. Logo, P1 passa a ser desconhecido. • As barras 5 e 7 continuam a ser PV.
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– 23–
2.7.1
Formula¸c˜ ao nodal – equa¸co ˜es de corrente
I Considerar a rede de trˆ es barras e trˆ es linhas mostrada a seguir. ∼ 1
V1 , θ 1
P12 , Q12
∼
V2 , θ 2
r12 , x12 bsh 12
Pc1 , Qc1 r13 , x13 bsh 13
Pg2 , Qg2
Pg1 , Qg1
2 Pc2 , Qc2
P23 , Q23
P13 , Q13
r23 , x23 bsh 23
V3 , θ 3
3
Pc3 , Qc3
I Barras – 1 e 2 (gerador e carga) e 3 (carga) → Define-se a inje¸c˜ ao l´ıquida de potˆ encia ativa: ∼
PSfrag replacements k P1 = Pg1 − Pc1 Pck P2 = Pg2 − Pc2 P3 = 0 − Pc3
Pgk Pgk − Pck = Pk potencia transmitida pelas linhas
→ o mesmo vale para potˆ encia reativa.
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– 24–
→ o mesmo vale para as correntes – inje¸c˜ ao l´ıquida de corrente:
I1 = Ig1 − Ic1 I2 = Ig2 − Ic2 I3 = 0 − Ic3 I Trˆ es linhas de transmiss˜ ao conectando as barras. → Linhas representadas pelos seus modelos π nominais. → impedˆ ancia s´ erie z12 = r12 + jx12 → admitˆ ancia s´ erie: 1 −x12 r12 y12 = + j = g12 + jb12 = 2 PSfrag replacements 2 + x2 z12 r12 + x212 r12 12 → admitˆ ancia shunt jbsh 12 I Levando em conta as defini¸co ˜es anteriores tem-se o circuito equivalente da rede por fase em pu: I1 1
I2 V1 , θ 1
y12
I13
I12
V2 , θ 2
2
I23 sh j bsh 12 j b23
sh j bsh 13 j b12
y13
y23 V3 , θ 3
3 I3 j bsh 13 ET720
j bsh 23 – 25–
I Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff para o n´ o 1: → a inje¸c˜ ao de corrente I1 entrando na barra se distribui pelas linhas 1-2 e 1-3. → as correntes pelas linhas, por sua vez, tˆ em duas componentes, uma pela admitˆ ancia s´ erie e outra pela admitˆ ancia shunt.
I1 = I12 + I13 = y12 (E1 − E2 ) + jbsh E1 + y13 (E1 − E3) + jbsh 1 12 13 E} | {z } | {z I12
I13
sh I1 = y12 + y13 + jbsh + jb 12 13 E1 + (−y12 ) E2 + (−y13 ) E3
em que Ej = Vj ∠θj , j = 1, . . . , 3. I Realizando o mesmo procedimento para as demais barras, obt´ em-se o seguinte sistema de equa¸co ˜es:
sh I1 = y12 + y13 + jbsh + jb 12 13 E1 + (−y12 ) E2 + (−y13 ) E3 sh I2 = (−y12) E1 + y12 + y23 + jbsh 12 + jb23 E2 + (−y23 ) E3 sh I3 = (−y13) E1 + (−y23 ) E2 + y13 + y23 + jbsh + jb 13 23 E3 I Na forma matricial: sh E1 −y12 −y13 I1 y12 + y13 + jbsh 12 + jb13 sh · E2 I2 = −y12 y12 + y23 + jbsh −y23 12 + jb23 sh sh E3 I3 −y13 −y23 y13 + y23 + jb13 + jb23
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– 26–
ou:
I =Y·E em que I ´ e o vetor de inje¸co ˜es nodais de corrente (n × 1), E ´ e o vetor das tens˜ oes nodais (n × 1) e Y ´ e a matriz admitˆ ancia nodal (n × n). n ´ e o n´ umero de barras da rede. I De acordo com os resultados obtidos obt´ em-se uma regra para a forma¸c˜ ao da matriz Y: elementos fora da diagonal – o negativo da admitˆ ancia s´ erie: Ykm = −ykm elementos da diagonal – soma das admitˆ ancias conectadas ` a barra: P Ykk = m∈Ωk ykm + jbsh km
em que Ωk ´ e o conjunto formado pelas barras vizinhas da barra k. I A matriz Y pode ser colocada na seguinte forma:
Y = <{Y} + j={Y} = G + jB em que G ´ e a matriz condutˆ ancia nodal e B ´ e a matriz susceptˆ ancia nodal. Logo:
I = (G + jB) · E
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– 27–
em que:
g12 + g13 −g12 −g13 G = −g12 g12 + g23 −g23 −g13 −g23 g13 + g23
e
sh b12 + b13 + bsh + b −b −b 12 13 12 13 sh sh −b23 B= −b12 b12 + b23 + b12 + b23 sh −b13 −b23 b13 + b23 + bsh 13 + b23 Exemplo
Para a rede da se¸c˜ ao 2.5 : PSfrag replacements
1
2
r
jx
z = r + jx = 0,01 + j0,05 = 0,051∠78,69◦ pu y = z −1 =
Y=
1 = 19,6116∠ − 78,69◦ = 3,8462 − j19,2308 pu = g + jb ◦ 0,051∠78,69
y −y −y y
=⇒
3,8462 −3,8462 G = < {Y} = −3,8462 3,8462 −19,2308 19,2308 B = = {Y} = 19,2308 −19,2308
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– 28–
PSfrag replacements 2.7.2
Formula¸c˜ ao nodal – equa¸co ˜es de potˆ encia
I Na pr´ atica s˜ ao especificadas as inje¸co ˜es de potˆ encia (P e Q) e n˜ ao as correntes. I Da equa¸c˜ ao das correntes:
I =Y·E
I1 I2 .. . Ik .. . In
=
Yk1 Yk2 · · · Ykk · · · Ykn
E1 E2 .. . Ek .. . En
Logo:
Ik = Yk1E1 + Yk2 E2 + · · · + Ykk Ek + · · · + Ykn Ekn X X = Ykk Ek + Ykm Em = Ykm Em m∈Ωk
m∈K
em que K ´ e o conjunto formado pela barra k e suas vizinhas (K ← Ωk ∪ k).
ET720
– 29–
Exemplo
PSfrag replacements 1
3
8
n
k
De acordo com a regra de forma¸c˜ ao da matriz admitˆ ancia: Yk1 , Yk3, Yk8, Ykn , Ykk 6= 0 e os demais Ykj = 0. Portanto: Ik = Yk1 E1 + Yk3 E3 + Yk8 E8 + Ykn En + Ykk Ekk
I Para uma barra k: Sk = Pk + jQk = Ek Ik∗ Logo: Sk∗
= Pk − jQk =
Ek∗ Ik
=
Ek∗
X
Ykm Em
m∈K
ET720
– 30–
I Lembrando que Ek = Vk ∠θk e Em = Vm ∠θm :
Pk − jQk = Ek∗
X
Ykm Em
m∈K
= Vk ∠ (−θk ) = Vk
X
X
(Gkm + jBkm ) Vm ∠θm
m∈K
Vm (Gkm + jBkm ) e−j(θk −θm )
m∈K
= Vk
X
Vm (Gkm + jBkm ) e−jθkm
m∈K
= Vk
X
Vm (Gkm + jBkm ) · (cos θkm − j sen θkm)
m∈K
Pk = V k
X
Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm)
m∈K
Qk = Vk
X
Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm)
m∈K
que s˜ ao as equa¸co ˜es das potˆ encias nodais → 2 equa¸co ˜es para cada barra.
ET720
– 31–
Exemplo
Considerar a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 :
Geração (slack)
PSfrag replacements
Carga (PQ)
1
2
r
jx
Em princ´ıpio tem-se 2 equa¸co ˜es para cada barra, ou seja, um total de 4 equa¸co ˜es:
P1 = V 1
X
Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m)
m∈K1
=
V12G11
+ V1
X
Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m)
m∈Ω1
P1 = V12G11 + V1 V2 (G12 cos θ12 + B12 sen θ12) X Q1 = V1 Vm (G1m sen θ1m − B1m cos θ1m) m∈K1
= −V12B11 + V1
X
Vm (G1m sen θ1m − B1m cos θ1m)
m∈Ω1
Q1 = −V12B11 + V1 V2 (G12 sen θ12 − B12 cos θ12)
ET720
– 32–
P2 = V 2
X
Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m)
m∈K2
=
V22G22
+ V2
X
Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m)
m∈Ω2
P2 = V22G22 + V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) X Q2 = V2 Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m) m∈K2
= −V22B22 + V2
X
Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m)
m∈Ω2
Q2 = −V22B22 + V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21)
Exemplo
Considerar a rede de 3 barras a seguir. Geração (slack )
Geração (PV)
∼
∼ 2
1
PSfrag replacements 3
Carga (PQ)
ET720
– 33–
Em princ´ıpio tem-se 2 equa¸co ˜es para cada barra, ou seja, um total de 6 equa¸co ˜es:
P1 = V 1
X
Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m)
m∈K1
P1 = V12 G11 + V1 V2 (G12 cos θ12 + B12 sen θ12) + V1 V3 (G13 cos θ13 + B13 sen θ13) Q1 = V1
X
Vm (G1m sen θ1m − B1m cos θ1m)
m∈K1
Q1 = −V12 B11 + V1 V2 (G12 sen θ12 − B12 cos θ12) + V1 V3 (G13 sen θ13 − B13 cos θ13) Obtenha as equa¸co ˜es para P2 , Q2, P3 e Q3 .
2.7.3
Id´ eia geral dos m´ etodos de resolu¸c˜ ao
eia b´ asica ´ e obter as 4 grandezas (P , Q, V e θ) para todas barras da rede. I A id´ → Supor que sejam conhecidas todas as potˆ encias (P e Q) de todas as barras. → A id´ eia ´ e determinar todas as tens˜ oes (V e θ) de forma que satisfa¸cam as equa¸co ˜es das potˆ encias nodais.
Exerc´ıcio
Considerar a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 . Verificar que as equa¸co ˜es das potˆ encias nodais s˜ ao satisfeitas para a solu¸c˜ ao encontrada (E1 = 1,0112∠0◦ pu, E2 = 1∠ − 2,8◦ pu, S1 = 101 + j5 MVA, S2 = 100 + j0 MVA).
ET720
– 34–
I Uma id´ eia para a resolu¸c˜ ao do problema: → Arbitrar tens˜ oes e testar se satisfazem as equa¸co ˜es das potˆ encias nodais. → Se satisfizerem → solu¸c˜ ao do problema foi encontrada. → Se n˜ ao satisfizerem → alterar as tens˜ oes e repetir o processo. I Na Se¸c˜ ao 2.5 foi mostrado um procedimento que segue esta id´ eia geral (m´ etodo de Gauss). I Primeiro problema: como alterar as tens˜ oes convenientemente a fim de sempre caminhar em dire¸c˜ ao ` a solu¸c˜ ao correta? Segundo problema: n˜ ao se conhece todas as potˆ encias → existem diferentes tipos de barras e para cada tipo existem valores fornecidos e valores a serem calculados. I Procedimento geral de resolu¸c˜ ao do problema de fluxo de carga: Tomar as equa¸co ˜es de Pk para as barras dos tipos PQ (carga) e PV (gera¸c˜ ao), para as quais existem valores especificados de Pk . Tomar as equa¸co ˜es de Qk para as barras do tipo PQ (carga), para as quais existem valores especificados de Qk . Supor que existam NPQ barras do tipo PQ e NPV barras do tipo PV. Tem-se (NPQ + NPV) equa¸co ˜es de Pk e NPQ equa¸co ˜es de Qk . O total de equa¸co ˜es ´ e (2NPQ + NPV). As inc´ ognitas s˜ ao Vk e θk para as barras PQ e θk para as barras PV. O total de inc´ ognitas ´ e tamb´ em igual a (2NPQ + NPV). Tem-se um sistema de (2NPQ + NPV) equa¸co ˜es alg´ ebricas n˜ ao-lineares e mesmo n´ umero de inc´ ognitas.
ET720
– 35–
Obter as inc´ ognitas por algum m´ etodo (que ser´ a mostrado adiante). Calcular Pk para a barra de referˆ encia e Qk para a barra de referˆ encia e barras PV.
Exemplo
Descreva o procedimento de c´ alculo de fluxo de carga para a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 , mostrada a seguir. Geração (slack)
PSfrag replacements
Carga (PQ)
1
2
r
jx
• Equa¸co ˜es das potˆ encias nodais: P1 = V 1
X
Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m)
m∈K1
Q1 = V1
X
Vm (G1m sen θ1m − B1m cos θ1m)
m∈K1
P2 = V 2
X
Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m)
m∈K2
Q2 = V2
X
Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m)
m∈K2
• Tomar P2 = . . ., pois P2 ´ e especificado. Tomar Q2 = . . ., pois Q2 ´ e especificado.
ET720
– 36–
• NPQ = 1 e NPV = 0 → o n´ umero de equa¸co ˜es ´ e igual a 2 NPQ + NPV = 2. As inc´ ognitas s˜ ao V2 e θ2 → 2 inc´ ognitas. • Equa¸co ˜es de fluxo de carga: ∆P2 = P2esp − P2calc = P2esp − V2
X
Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m) = 0
m∈K2
∆Q2 =
Qesp 2
−
Qcalc 2
=
Qesp 2
− V2
X
Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m) = 0
m∈K2
• Resolver as equa¸co ˜es de fluxo de carga, obtendo V2 e θ2 . • Calcular P1 e Q1 .
Exerc´ıcio
Descreva o procedimento de c´ alculo de fluxo de carga para a rede de 3 barras mostrada a seguir. Geração (slack )
Geração (PV)
∼
∼
1
2
PSfrag replacements 3 Carga (PQ)
ET720
– 37–
2.8
M´ etodos de solu¸c˜ ao
I Atrav´ es de algum m´ etodo determina-se as tens˜ oes desconhecidas (magnitude e/ou fase). I As equa¸co ˜es das potˆ encias nodais s˜ ao:
Pk = V k
X
Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
k = {barra PQ ou PV}
Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
k = {barra PQ}
m∈K
Qk = Vk
X
m∈K
Tem-se portanto (NPQ + NPV) equa¸co ˜es de potˆ encia ativa e NPQ equa¸co ˜es de potˆ encia reativa. I Supor que sejam arbitrados os valores das tens˜ oes desconhecidas (V e θ). A partir das equa¸co ˜es das potˆ encias nodais pode-se calcular:
Pkcal = Pk (V , θ) Qcal k = Qk (V , θ)
k = {barra PQ ou PV} k = {barra PQ}
I No entanto, os valores de Pk e Qk dessas barras s˜ ao conhecidos (dados do esp esp problema) e valem Pk e Qk . I Se os valores de tens˜ ao arbitrados estiverem errados (o que ´ e prov´ avel), pode-se estimar o erro resultante da escolha desses valores:
∆Pk = Pkesp − Pkcal cal ∆Qk = Qesp k − Qk ET720
k = {barra PQ ou PV} k = {barra PQ}
– 38–
em que ∆Pk e ∆Qk s˜ ao chamados de erros de potˆ encia, res´ıduos de potˆ encia, ou mismatches de potˆ encia (denomina¸c˜ ao mais comum). Se os valores das tens˜ oes arbitrados corresponderem ` a solu¸c˜ ao exata do problema tem-se mismatches de potˆ encia nulos:
∆Pk = 0 ∆Qk = 0
k = {barra PQ ou PV} k = {barra PQ}
I As chamadas equa¸co ˜es de fluxo de carga s˜ ao:
∆Pk = Pkesp − Pkcal = 0 cal ∆Qk = Qesp k − Qk = 0
k = {barra PQ ou PV} k = {barra PQ}
que podem ser escritas de maneira geral como:
g (x) = 0 em que o vetor g ´ e o vetor dos mismatches de potˆ encia e x ´ e o vetor das inc´ ognitas (magnitudes e ˆ angulos de fase das tens˜ oes). I A solu¸c˜ ao xs faz as fun¸co ˜es g se anularem → g (xs ) = 0. Os m´ etodos de solu¸c˜ ao consistem na obten¸c˜ ao de xs que anula g (mismatches).
ET720
– 39–
2.8.1
M´ etodo de Newton
Equa¸c˜ ao alg´ ebrica n˜ ao-linear I Considere a equa¸c˜ ao alg´ ebrica n˜ ao-linear:
g (x) = 0 que ´ e um caso particular (unidimensional) de um sistema de equa¸co ˜es alg´ ebricas n˜ ao-lineares (n-dimensional). I Pretende-se determinar o valor de x para o qual a fun¸c˜ ao g (x) se anula. Em termos geom´ etricos a solu¸c˜ ao da equa¸c˜ ao acima corresponde ao ponto xs em que a curva g(x) corta o eixo horizontal x: g (x)
PSfrag replacements
xs
ET720
x0
x
– 40–
I A resolu¸c˜ ao do problema pelo m´ etodo de Newton resulta em um processo iterativo cujos passos ser˜ ao detalhados a seguir: (1) Inicializar contador de itera¸co ˜es ν = 0 e escolher um ponto inicial x = x(ν) = x(0) . (2) Calcular o valor da fun¸c˜ ao g (x) no ponto x = x(ν) → g x(ν) . ancia especficada ε. (3) Comparar o valor calculado g x(ν) com uma tolerˆ ao x = x(ν) ser´ a a solu¸c˜ ao procurada dentro da faixa Se | g x(ν) |≤ ε, ent˜ de tolerˆ ancia ±ε. ao do processo iterativo. Se | g x(ν) |> ε, prosseguir com a execu¸c˜ g (x)
g x(0)
PSfrag replacements
+ε −ε
x xs
x(0)
edio (4) Linearizar a fun¸c˜ ao g (x) em torno do ponto x(ν) , g x(ν) por interm´ da s´ erie de Taylor desprezando os termos de ordem superior a 2: d (ν) (ν) 0 (ν) (ν) + g x ∆x(ν) ≈g x g x + ∆x +g x ∆x = g x dt Este passo se resume de fato ao c´ alculo da derivada g 0 x(ν) .
ET720
(ν)
(ν)
(ν)
– 41–
(5) Resolver o problema linearizado, ou seja, encontrar ∆x(ν) tal que:
g x
(ν)
+g
0
x
(ν)
∆x(ν) = 0
ou:
∆x(ν) x(ν+1) − x(ν) x(ν+1)
g x(ν) = − 0 (ν) g x g x(ν) = − 0 (ν) g x
(ν) g x = x(ν) − 0 (ν) g x
g (x) g x(0)
PSfrag replacements
+ε −ε
x xs
x(1)
x(0)
(6) Fazer ν + 1 → ν e voltar para o passo (2).
ET720
– 42–
I Uma vis˜ ao geral do procedimento ´ e mostrada a seguir. g (x)
PSfrag replacements g x(0)
g x(1)
g x(2) +ε −ε
x xs x
(3)
(2)
x x(1) solu¸c˜ ao
x(0)
I Uma varia¸c˜ ao do m´ etodo acima ´ e obtida considerando-se a derivada constante (Von Mises), ou seja, ela ´ e calculada somente uma vez no ponto (0) x e utilizada em todas as itera¸co ˜es: PSfrag replacements g (x) g x(0)
g x(1)
g x(2) g x(3)
+ε −ε
ET720
x xs
x(3)x(2) x(1)
x(0)
– 43–
I O n´ umero de itera¸co ˜es ´ e maior que no m´ etodo original. Cada itera¸c˜ ao ´ e mais r´ apida pois a derivada n˜ ao precisa ser calculada a cada passo (esse fato ficar´ a mais claro quando for tratado o caso multidimensional).
Sistema de equa¸co ˜es alg´ ebricas n˜ ao-lineares ˜es alg´ ebricas I Considere agora o caso de um sistema n-dimensional de equa¸co n˜ ao-lineares:
g1 (x1, x2, · · · , xn) = 0 g2 (x1, x2, · · · , xn) = 0 g3 (x1, x2, · · · , xn) = 0 .. . gn (x1, x2, · · · , xn) = 0 ou:
g (x) = 0 em que g (fun¸co ˜es) e x (inc´ ognitas) s˜ ao vetores (n × 1):
g (x) = [g1 (x) g2 (x) ··· T x = [x1 x2 · · · xn ]
gn (x)]T
I Os passos do processo iterativo de resolu¸c˜ ao para o caso n-dimensional s˜ ao basicamente os mesmos do caso unidimensional. A diferen¸ca est´ a no passo (4) onde, ao inv´ es da derivada de uma fun¸c˜ ao, aparece a matriz Jacobiana. ET720
– 44–
I A lineariza¸c˜ ao de g (x) em torno de x = x(ν) ´ e dada por:
g1 x
(ν)
(ν)
+ ∆x
≈ g1 x
(ν)
(ν)
(ν)
+ ∂g1/∂x1|x(ν) ∆x1 + ∂g1/∂x2|x(ν) ∆x2 + · · · +
∂g1/∂xn|x(ν) ∆x(ν) n (ν) (ν) g2 x(ν) + ∆x(ν) ≈ g2 x(ν) + ∂g2/∂x1|x(ν) ∆x1 + ∂g2/∂x2|x(ν) ∆x2 + · · · + ∂g2/∂xn|x(ν) ∆x(ν) n
.. . (ν) (ν) (ν) (ν) (ν) + ∂gn/∂x1|x(ν) ∆x1 + ∂gn/∂x2|x(ν) ∆x2 + · · · + ≈ gn x gn x + ∆x ∂gn /∂xn|x(ν) ∆x(ν) n
Logo:
g x
(ν)
+ ∆x
(ν)
≈g x
(ν)
(ν)
+J x
∆x(ν)
sendo a matriz Jacobiana J dada por:
J x
(ν)
∂ ∂x1 g1 ∂ g ∂x1 2
∂ (ν) g x = = ∂x ... ∂ ∂x1 gn
∂ ∂x2 g1 ∂ g ∂x2 2
... ∂ ∂x2 gn
... ... ... ...
∂ ∂xn g1 ∂ g ∂xn 2
... ∂ ∂xn gn
x(ν)
O vetor de corre¸c˜ ao das inc´ ognitas ∆x ´ e calculado impondo-se:
(ν)
g x
ET720
+J x
(ν)
∆x(ν) = 0
– 45–
I Caso particular em que n = 2: ∂ (ν) (ν) (ν) PSfrag replacements g1 [(x1 + ∆x1) , (x2 + ∆x2)] ≈ g1 x1 , x2 + g1 ∆x1 + ∂x1 ∂ (ν) (ν) (ν) g2 ∆x1 + g2 [(x1 + ∆x1) , (x2 + ∆x2)] ≈ g2 x1 , x2 + ∂x1
∂ (ν) g1 ∆x2 ∂x2 ∂ (ν) g2 ∆x2 ∂x2
e:
g1 g2
(ν) (ν) x1 , x2 (ν) (ν) x1 , x2
+
∂ ∂x1 g1
∂ g ∂x2 1
∆x1
∂ ∂x1 g2
∂ ∂x2 g2
(ν) ∆x2
(ν)
0 = 0
matriz Jacobiana
I Algoritmo para a resolu¸c˜ ao do sistema de equa¸co ˜es g (x) = 0 pelo m´ etodo de Newton: (1) Inicializar contador de itera¸co ˜es ν = 0 e escolher um ponto inicial (ν) (0) x=x =x . (2) Calcular o valor da fun¸c˜ ao g (x) no ponto x = x(ν) → g x(ν) .
(3) Testar convergˆ encia: ao x = x(ν) ser´ a a solu¸c˜ ao procurada Se | gi x(ν) |≤ ε para i = 1, · · · , n, ent˜ dentro da faixa de tolerˆ ancia ±ε e o processo convergiu. Caso contr´ ario, prosseguir com a execu¸c˜ ao do algoritmo. (4) Calcular a matriz Jacobiana J x(ν) . ET720
– 46–
(5) Determinar o novo ponto x(ν+1) :
∆x
(ν)
= −J
−1
x
(ν)
g x
x(ν+1) = x(ν) + ∆x(ν)
(ν)
(6) Fazer ν + 1 → ν e voltar para o passo (2).
I Id´ eia geral da evolu¸c˜ ao do processo iterativo (para n = 2):
x1
g1 0
0
1
lacements
2 3
1
g2 2 3
x2
ET720
– 47–
Problema de fluxo de carga I No m´ etodo de Newton para a resolu¸c˜ ao do sistema de equa¸co ˜es g (x) = 0, o ponto central consiste em determinar o vetor de corre¸c˜ ao ∆x atrav´ es de: g (xν ) = −J (xν ) ∆xν I Para o problema de fluxo de carga tem-se:
g (xν ) =
∆P ν ∆Qν
ν
∆x =
=
P esp − P calc Qesp − Qcalc
∆θν ∆V ν
∂ (∆P ) ∂ (∆P )
ν
} NPQ + NPV } NPQ
} NPQ + NPV } NPQ
(ν)
∂V ∂θ J (xν ) = ∂ ∆ ( Q) ∂ (∆Q) ∂V ∂θ |{z} |{z}
} NPQ + NPV } NPQ
NPQ + NPV NPQ
I Lembrando das equa¸co ˜es dos mismatches (cujas derivadas aparecem na matriz Jacobiana) e de que os valores especificados das potˆ encias s˜ ao constantes∗ , pode-se escrever:
J (xν ) = −
ET720
∂ (P )
∂ (P )
∂θ ∂ (Q)
∂V ∂ (Q)
∂θ
∂V
(ν)
(∗)
calc esp (V , θ) ∆P = P |{z} −P ↓ constante → derivada nula
– 48–
I As submatrizes que comp˜ oem a matriz Jacobiana s˜ ao geralmente representadas por:
∂ (P ) ∂θ ∂ (Q) M= ∂θ
∂ (P ) ∂V ∂ (Q) L= ∂V
H=
N=
As express˜ oes para os elementos das matrizes H, M, N e L s˜ ao deduzidas a partir das express˜ oes b´ asicas de fluxo de potˆ encia (express˜ oes de Pk e Qk ). I Finalmente as equa¸co ˜es podem ser colocadas na forma:
∆P ν ∆Qν
=
H N M L
(ν)
∆θ ν ∆V ν
Exemplo
Considerar a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 :
Geração (slack)
PSfrag replacements
Carga (PQ)
1
2
r
jx
As equa¸co ˜es a serem resolvidas neste caso s˜ ao: ET720
∆P2 ∆Q2
=
H22 N22 M22 L22
∆θ2 ∆V2
– 49–
∂ ∂ V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22 G22 P2 = ∂θ2 ∂θ2 = −V2V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) +V22 B22 −V22 B22 | {z }
H22 =
−Q2
= −Q2 −
V22 B22
∂ P2 ∂V2 = V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + 2V2G22 = P2 + V22 G22 /V2
N22 =
× (V2 /V2)
∂ ∂ Q2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22 ∂θ2 ∂θ2 = V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) +V22G22 −V22 G22 | {z }
M22 =
P2
= P2 −
V22 G22
∂ Q2 ∂V2 = V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − 2V2 B22 = Q2 − V22 B22 /V2
L22 =
× (V2 /V2 )
I Dedu¸c˜ ao das express˜ oes dos elementos da matriz H: A express˜ ao da potˆ encia ativa em uma barra k ´ e:
Pk = V k =
X
m∈K 2 Gkk Vkk
Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) + Vk
X
Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm)
m∈Ωk
ET720
– 50–
A segunda equa¸c˜ ao corresponde a uma separa¸c˜ ao dos termos correspondentes ` a pr´ opria barra k. Logo, a somat´ oria cont´ em agora somente as barras vizinhas da barra k. Elemento fora da diagonal k-m – derivada da potˆ encia Pk em rela¸c˜ ao ao ˆ angulo de uma certa barra vizinha m:
Hkm =
∂ Pk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) ∂θm
Elemento fora da diagonal m-k – derivada da potˆ encia Pm em rela¸c˜ ao ao ˆ angulo de uma certa barra vizinha k – basta inverter os ´ındices k e m da express˜ ao de Hkm :
Hmk =
∂ Pm = Vm Vk (Gmk sen θmk − Bmk cos θmk ) ∂θk
Como:
Gmk = Gkm Bmk = Bkm θmk = −θkm tem-se finalmente:
Hmk = −Vk Vm (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm) Elemento da diagonal k-k:
Hkk
X ∂ Pk = −Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) = ∂θk m∈Ωk
ET720
– 51–
Somando e subtraindo Bkk Vk2 :
Hkk =
−Bkk Vk2
+
Bkk Vk2
− Vk
X
Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm)
m∈Ωk
= −Bkk Vk2 − Vk Vk Vk
X
!
Gkk |sen{zθkk} −Bkk |cos{zθkk} =0
=1
−
Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
m∈Ωk
Incluindo a barra k na somat´ oria:
Hkk = −Bkk Vk2 − Vk |
= −Bkk Vk2 − Qk
X
m∈K
Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) {z
=Qk
}
A express˜ ao em termos da potˆ encia ´ e mais simples mais econˆ omica em termos de c´ alculo, pois aproveita o valor da potˆ encia que j´ a foi calculado anteriormente (este fato ficar´ a mais claro quando for apresentado o algoritmo de solu¸c˜ ao do fluxo de carga). Resumindo:
Hkk =
Hkm = Hmk =
ET720
∂ ∂θk Pk ∂ ∂θm Pk ∂ P ∂θk m
= = = =
P −Bkk Vk2 − Vk m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) −Bkk Vk2 − Qk Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) −Vk Vm (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
– 52–
Os elementos das demais matrizes s˜ ao: Nkk =
∂ ∂Vk Pk
Nkm = Nmk = Mkk =
Mkm = Mmk =
∂ ∂Vm Pk ∂ ∂Vk Pm
∂ ∂θk Qk
Lkk =
∂ ∂θm Qk ∂ ∂θk Qm
Lkm = Lmk =
= = = =
∂ ∂Vk Qk ∂ ∂Vm Qk ∂ ∂Vk Qm
= = = = = = = =
P Gkk Vk + m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm) Vk−1 Pk + Gkk Vk2 Vk (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm) Vm (Gkm cos θkm − Bkm sen θkm)
P −Gkk Vk2 + Vk m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm) −Gkk Vk2 + Pk −Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) −Vk Vm (Gkm cos θkm − Bkm sen θkm ) P −Bkk Vk + m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) Vk−1 Qk − Bkk Vk2 Vk (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) −Vk (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm)
I As matrizes H, M, N e L tˆ em as mesmas caracter´ısticas de esparsidade que a matriz admitˆ ancia nodal Y. I As matrizes H, M, N e L tˆ em dimens˜ oes distintas, em fun¸c˜ ao dos dados do problema. A seguinte t´ ecnica ´ e normalmente utilizada: 1. Construir as matrizes completas (dimens˜ ao [NB × NB]). 2. Na matriz H colocar um n´ umero muito grande (→ ∞) nas posi¸co ˜es das diagonais correspondentes a barras de referˆ encia. 3. Na matriz L colocar um n´ umero muito grande (→ ∞) nas posi¸co ˜es das diagonais correspondentes a barras de referˆ encia e PV.
ET720
– 53–
ments
Quando essas matrizes forem invertidas, os elementos das linhas e colunas correspondentes aos elementos grandes das diagonais ser˜ ao praticamente iguais a zero, assim como as correspondentes corre¸co ˜es das vari´ aveis de estado, ou seja:
∆θk = 0 ∆Vk = 0
k ∈ {referˆ encia} k ∈ {referˆ encia,PV}
I Conhecendo-se os elementos da matriz Jacobiana e a maneira de calcular os mismatches de potˆ encia, pode-se aplicar o m´ etodo de Newton para o problema do fluxo de carga.
Exemplo
Considerar a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 : Geração (slack)
Carga (PQ)
1
2
r
jx
Barra Dados Inc´ ognitas 1 V 1 , θ1 P1 , Q 1 2 P2 , Q 2 V 2 , θ2
Para se conhecer o modo de opera¸c˜ ao da rede de forma completa deve-se conhecer as tens˜ oes em todas as barras (Vk ∠θk ). Inc´ ognitas de tens˜ ao → V2 , θ2
→
2 inc´ ognitas
S˜ ao necess´ arias 2 equa¸co ˜es → P2 , Q2 ∆P2 = P2esp − P2 (V , θ) = 0 ∆Q2 = Qesp 2 − Q2 (V , θ) = 0
ET720
SUBSISTEMA 1 (obter os V e θ que faltam)
– 54–
Problema iterativo a ser resolvido (fluxo de carga): ∆P2 H22 N22 = ∆Q2 M22 L22
∆θ2 ∆V2
Resolvido o SUBSISTEMA 1, pode-se calcular as potˆ encias desconhecidas: P1 = · · · Q1 = · · ·
SUBSISTEMA 2 (calcular as potˆ encias que faltam)
Exemplo
Considerar a rede de 3 barras a seguir.
Geração (slack )
Geração (PV)
∼
∼
1
2
PSfrag replacements 3
Carga (PQ)
ET720
– 55–
Barra Dados Inc´ ognitas 1 V 1 , θ1 P1 , Q 1 P2 , V 2 Q 2 , θ2 2 3 P3 , Q 3 V 3 , θ3 Para se conhecer o modo de opera¸c˜ ao da rede de forma completa deve-se conhecer as tens˜ oes em todas as barras (Vk ∠θk ). Inc´ ognitas de tens˜ ao → θ2 , V3 , θ3
→
3 inc´ ognitas
S˜ ao necess´ arias 3 equa¸co ˜es → P2 , P3 , Q3 ∆P2 = P2esp − P2 (V , θ) = 0 ∆P3 = P3esp − P3 (V , θ) = 0 ∆Q3 = Qesp 3 − Q3 (V , θ) = 0
SUBSISTEMA 1 (obter os V e θ que faltam)
Problema iterativo a ser resolvido (fluxo de carga): ∆P2 H22 H23 N23 ∆P3 = H32 H33 N33 ∆Q3 M32 M33 L33
∆θ2 ∆θ3 ∆V3
Resolvido o SUBSISTEMA 1, pode-se calcular as potˆ encias desconhecidas: P1 = · · · Q1 = · · · Q2 = · · ·
ET720
SUBSISTEMA 2 (calcular as potˆ encias que faltam)
– 56–
I Algoritmo de resolu¸c˜ ao dos subsistemas 1 (pelo m´ etodo de Newton) e 2: (1) Fazer contador de itera¸co ˜es ν = 0. Escolher os valores iniciais das tens˜ oes (magnitudes para as barras PQ e ˆ angulos de fase para as barras PQ e PV) → Vk0 , θk0 .
(2) Calcular Pk (V ν , θν ) para as barras PQ e PV. Calcular Qk (V ν , θ ν ) para as barras PQ.
Calcular os res´ıduos (mismatches) de potˆ encia ∆Pkν e ∆Qνk . (3) Testar a convergˆ encia:
Se
ν o processo iterativo max {| ∆Pk |}k=PQ,PV ≤ εP e =⇒ convergiu para a solu¸c˜ ao ν ν ν max {| ∆Qk |}k=PQ ≤ εQ (V , θ ) → ir para o passo (7).
Caso contr´ ario, prosseguir.
(4) Calcular a matriz Jacobiana: ν
ν
J (V , θ ) =
H (V ν , θ ν ) N (V ν , θ ν ) M (V ν , θ ν ) L (V ν , θ ν )
(5) Determinar a nova solu¸c˜ ao V ν+1, θ ν+1 : θ ν+1 = θ ν + ∆θν V ν+1 = V ν + ∆V ν sendo as corre¸co ˜es ∆θ ν e ∆V ν determinadas pela resolu¸c˜ ao do sistema linear: ET720
∆P (V ν , θ ν ) ∆Q (V ν , θ ν )
=
H (V ν , θ ν ) N (V ν , θ ν ) M (V ν , θ ν ) L (V ν , θ ν )
∆θ ν ∆V ν
– 57–
(6) Incrementar o contador de itera¸co ˜es (ν + 1 ← ν) e voltar para o passo (2). (7) Calcular Pk para a barra de referˆ encia e Qk para as barras de referˆ encia e PV (subsistema 2).
Exemplo
Considerar a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 :
Geração (slack)
PSfrag replacements
Carga (PQ)
1
2
r
Dados:
jx
S2 = P2 + j Q2 = 1 + j 0 = 1∠0◦ pu V1 ∠θ1 = 1,0112∠0◦ pu r = 0,01 pu x = 0,05 pu
(100 MW, 0 Mvar)
Passo (1) ν=0 V20 = 1,0112 pu , θ2 = 0 (valores arbitr´ arios) Passo (2) P2 = V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22G22 3,8462 −3,8462 −19,2308 19,2308 G= B= −3,8462 3,8462 19,2308 −19,2308
P2 = 1,0112V2 (−3,8462 cos θ2 + 19,2308 sen θ2) + 3,8462V22 para V20 e θ20 → P2 = 0
Q2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22 Q2 = 1,0112V2 (−3,8462 sen θ2 − 19,2308 cos θ2) + 19,8462V22 para V20 e θ20 → Q2 = 0
ET720
– 58–
∆P2 = P2esp − P2calc = −1 − 0 = −1 calc =0−0=0 ∆Q2 = Qesp 2 − Q2 Passo (3) Considerar εP = εQ = 0,01 max {| ∆P2 |, | ∆Q2 |} = 1 > 0,01 Passo (4) −V22B22 − Q2 J= P2 − V22 G22
P2 + V22 G22 /V2 19,6640 3,8894 = Q2 − V22B22 /V2 −3,9329 19,4462
Passo (5) 0,0489 −0,0098 J−1 = 0,0099 0,0494 −1 −0,0489 ∆P2 ∆θ2 −1 −1 =J = =J 0 −0,0099 ∆Q2 ∆V2
V2 = 1 − 0,0099 = 0,9901 pu θ2 = 0 − 0,0489 = −0,0489 rad Passo (6) ν=1 Passo (2) P2 = −1,0169 pu Q2 = −0,1905 pu
∆P2 = 0,0169 ∆Q2 = 0,1905
Passo (3) max {| ∆P2 |, | ∆Q2 |} = 0,1905 > 0,01 Passo (4) 19,0424 2,7812 J= −4,7874 18,8480
ET720
– 59–
Passo (5) 0,0506 −0,0075 −1 J = 0,0129 0,0512 ∆θ2 −0,0006 = ∆V2 0,0100
V2 = 0,9901 + 0,0100 = 1,0001 pu θ2 = −0,0489 − 0,0006 = −0,0495 rad
Passo (6) ν=2 Passo (2) P2 = −1,0002 pu Q2 = 0,0028 pu
∆P2 = 0,0002 ∆Q2 = −0,0028
Passo (3) max {| ∆P2 |, | ∆Q2 |} = 0,0028 < 0,01 convergiu para V2 = 1,0001 pu θ2 = −0,0495 rad
−2,8◦
Passo (7)
PSfrag replacements P1 = V12G11 + V1 V2 (G12 cos θ12 + B12 sen θ12) = 1,0102 pu Q1 = −V12 B11 + V1 V2 (G12 sen θ12 − B12 cos θ12) = 0,0472 pu
101,02 MW 4,72 Mvar
∆P2 0,02
V2 1,02
0,01
1,00 0,98 −0,10−0,05
−0,02−0,01
0,01 0,02 ∆Q2
θ2
−1
ET720
– 60–
2.9
M´ etodos desacoplados
I Submatrizes da matriz Jacobiana representam sensibilidades entre as potˆ encias e a tens˜ ao (magnitude e ˆ angulo), por exemplo:
H=
∂ P ∂θ
⇒
H≈
∆P ∆θ
→ uma varia¸c˜ ao no ˆ angulo da tens˜ ao implica em uma varia¸c˜ ao da potˆ encia ativa. O mesmo tipo de an´ alise vale para as outras submatrizes. I Nos m´ etodos desacoplados, assume-se que as sensibilidades ∂ P ∂θ
e
∂ Q ∂V
∂ Q ∂θ
e
∂ P ∂V
s˜ ao maiores que
ou seja, existe um acoplamento forte entre
[P e θ]
e
[Q e V ]
e um acoplamento fraco (desacoplamento) entre
[Q e θ]
e
[P e V ]
I Este fato ´ e em geral verificado para redes de transmiss˜ ao de extra e ultra altas tens˜ oes (tens˜ oes acima de 230 kV). N˜ ao se verifica para redes de distribui¸c˜ ao em geral (n´ıveis de tens˜ ao mais baixos). ET720
– 61–
I O desacoplamento permite que outros m´ etodos de solu¸c˜ ao do fluxo de carga (que s˜ ao derivados do m´ etodo de Newton) sejam obtidos. I M´ etodos desacoplados → simplifica¸c˜ ao da matriz Jacobiana. → modelo da rede ´ e o mesmo utilizado no m´ etodo de Newton. → o processo de convergˆ encia (caminho percorrido durante o processo iterativo) ´ e diferente. → o resultado final ´ e o mesmo.
2.9.1
M´ etodo de Newton desacoplado
I M´ etodo de Newton:
∆P (V ν , θ ν ) = H (V ν , θν ) ∆θ ν + N (V ν , θν ) ∆V ν ∆Q (V ν , θ ν ) = M (V ν , θ ν ) ∆θν + L (V ν , θν ) ∆V ν θ ν+1 = θ ν + ∆θν V ν+1 = V ν + ∆V ν I Devido ao desacoplamento, as matrizes de sensibilidade entre P e V (N) e entre Q e θ (M) s˜ ao ignoradas:
∆P (V ν , θν ) = H (V ν , θν ) ∆θν ∆Q (V ν , θν ) = L (V ν , θ ν ) ∆V ν θ ν+1 = θ ν + ∆θν V ν+1 = V ν + ∆V ν
ET720
– 62–
I Esta ´ e a forma simultˆ anea. Aplica-se agora o esquema de solu¸c˜ ao alternado:
∆P (V ν , θν ) = H (V ν , θν ) ∆θν θ ν+1 = θ ν + ∆θν ∆Q (V ν , θν ) = L (V ν , θ ν ) ∆V ν V ν+1 = V ν + ∆V ν I Duas primeiras equa¸co ˜es → meia-itera¸c˜ ao ativa Duas u ´ltimas equa¸co ˜es → meia-itera¸c˜ ao reativa I Aproxima¸co ˜es na matriz Jacobiana s˜ ao parcialmente compensadas pela atualiza¸c˜ ao das vari´ aveis V e θ a cada meia-itera¸c˜ ao. I Os subproblemas ativo e reativo podem ter velocidade de convergˆ encia diferentes. Existem v´ arias formas de implementar os m´ etodos desacoplados.
ET720
– 63–
0 M´ etodo de Newton Desacoplado
KP = KQ = 1 p = q = 0 V 0 , θ0
Diagrama de Blocos
∆P (V q , θp )
≤
max {| ∆Pk |} : εp k = {PQ, PV}
KP = 0
>
acements Meia-itera¸c˜ ao ativa
p
q
p −1
∆θ = H (V , θ )
q
KQ : 0
p
∆P (V , θ )
θ p+1 = θp + ∆θp
=
6=
p←p+1 KQ = 1 Solu¸c˜ ao p
q
Meia-itera¸c˜ ao reativa
∆Q (V , θ )
≤
max {| ∆Qk |} : εq k = {PQ}
KQ = 0
> q
q
p −1
∆V = L (V , θ )
q
p
∆Q (V , θ )
V q+1 = V q + ∆V q
KP : 0
=
6=
q ←q+1 KP = 1
ET720
– 64–
I No diagrama de blocos tem-se: p,q s˜ ao os contadores das itera¸co ˜es ativa e reativa. KP e KQ s˜ ao indicadores de convergˆ encia dos subproblemas ativo e reativo. sempre que alguma vari´ avel de estado ´ e alterada (p.ex. θ), o indicador de convergˆ encia do outro subproblema (p.ex. subproblema reativo) ´ e feito igual a 1, for¸cando que os mismatches do outro subproblema (p.ex. ∆Q) sejam avaliados, mesmo que este j´ a estivesse convergido. Este procedimento evita afastamentos do ponto de solu¸c˜ ao. o diagrama de blocos corresponde ` a solu¸c˜ ao do subsistema 1. Ap´ os a convergˆ encia, o subsistema 2 pode ser resolvido. Outras grandezas podem tamb´ em ser calculadas, como fluxos de potˆ encia nos ramos.
M´ etodo de Newton desacoplado – uma vers˜ ao diferente ao pode apresentar uma convergˆ encia mais r´ apida para alguns I Esta vers˜ sistemas. I Considerar a matriz diagonal V:
V=
V1 V2 0 0 ... Vn
I As matrizes jacobianas podem ser colocadas na seguinte forma:
H = V H0 L = V L0 ET720
– 65–
I Os elementos de H0 e L0 s˜ ao:
0 Hkk = −Qk /Vk − Vk Bkk 0 Hkm = Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) 0 Hmk = −Vk (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
L0kk = Qk /Vk2 − Bkk L0km = (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) L0mk = − (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm ) I As equa¸co ˜es do m´ etodo de Newton desacoplado ficam:
∆P /V = H0 ∆θ ∆Q/V = L0 ∆V
2.9.2
M´ etodo desacoplado r´ apido
e o mesmo que para o m´ etodo desacoplado, mas as I O diagrama de blocos ´ matrizes utilizadas s˜ ao diferentes. I Considerar as seguintes aproxima¸co ˜es: cos θkm ≈ 1 (θkm pequeno) – v´ alida para sistemas em geral, especialmente para EAT (extra alta tens˜ ao) e UAT (ultra alta tens˜ ao). Bkk Gkm sen θkm – v´ alida para sistemas em geral, especialmente para EAT (extra alta tens˜ ao) e UAT (ultra alta tens˜ ao) – Bkm /Gkm ≈ 5 para linhas de transmiss˜ ao acima de 230 kV, podendo chegar a 20 em linhas de 500 kV.
ET720
– 66–
Bkk Vk2 Qk – se baseia no fato de que as reatˆ ancias shunt s˜ ao em geral muito maiores que as reatˆ ancias s´ erie. Vk ≈ 1 (valores em pu). I As matrizes H0 e L0 ficam:
0 Hkk = −Bkk 0 Hkm = −Bkm 0 Hmk = −Bkm
L0kk = −Bkk L0km = −Bkm L0mk = −Bkm
ou:
H0 ≈ B 0 L0 ≈ B00 I As matrizes B0 e B00 dependem somente dos parˆ ametros da rede → s˜ ao constantes ao longo do processo iterativo. S˜ ao semelhantes ` a matriz B = ={Y} com as seguintes diferen¸cas: linhas e colunas referentes ` as barras de referˆ encia n˜ ao aparecem em B0. linhas e colunas referentes ` as barras de referˆ encia e PV n˜ ao aparecem em 00 B . I As matrizes B0 e B00 tˆ em estruturas idˆ enticas ` as matrizes H e L. I Pode-se trabalhar com as matrizes B0 e B00 com dimens˜ oes (NB × NB) e colocar um n´ umero grande nas diagonais apropriadas.
ET720
– 67–
I As equa¸co ˜es do m´ etodo desacoplado r´ apido ficam:
∆P /V = B0 ∆θ ∆Q/V = B00 ∆V I Melhorias no desempenho do m´ etodo desacoplado r´ apido foram observadas 0 alterando-se a matriz B , resultando em:
0 Bkk 0 Bkm
= =
NB X
x−1 km
m=1 0 Bmk
= −x−1 km
00 Bkk = −Bkk 00 00 Bkm = Bmk = −Bkm
em que xkm ´ e a reatˆ ancia s´ erie do ramo que conecta as barras k e m.
Exemplo
Considerar a rede de 2 barras da Se¸c˜ ao 2.5 : Geração (slack)
PSfrag replacements
Carga (PQ)
1
2
r
Dados:
ET720
jx
S2 = P2 + j Q2 = 1 + j 0 = 1∠0◦ pu V1 ∠θ1 = 1,0112∠0◦ pu r = 0,01 pu x = 0,05 pu
(100 MW, 0 Mvar)
– 68–
G=
3,8462 −3,8462 −3,8462 3,8462
B=
−19,2308 19,2308 19,2308 −19,2308
(1) KP = KQ = 1 p=q=0 V20 = 1,0112 pu, θ20 = 0 rad (2) P2 = V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22G22 = 0 ∆P2 = −1 − 0 = −1 (3) | ∆P2 |= 1 > 0,01 (4) ∆P /V = B0 ∆θ ∆θ2 = −0,0494 rad
→
0 ∆P2/V2 = B22 ∆θ2
0 (B22 = 1/x = 20)
(5) θ2 = 0 − 0,0494 = −0,0494 rad (6) p=1 (7) KQ = 1 (8) Q2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22 = 0,2182 ∆Q2 = 0 − 0,2182 = −0,2182 (9) | ∆Q2 |= 0,2182 > 0,01
ET720
– 69–
(10) ∆Q/V = B00 ∆V ∆V2 = −0,0112 rad
→
00 ∆Q2/V2 = B22 ∆V2
00 (B22 = 19,2308)
(11) V2 = 1,0112 − 0,0112 = 1 pu (12) q=1 (13) KP = 1 (14) P2 = −0,9986 ∆P2 = −1 + 0,9986 = −0,0014 (15) | ∆P2 |= 0,0014 < 0,01 (16) KP = 0 (17) KQ 6= 0 (18) Q2 = 0,0004 ∆Q2 = 0 − 0,0004 = −0,0004 (19) | ∆Q2 |= 0,0004 < 0,01 (20) KQ = 0 ET720
– 70–
(21) KP = 0 convergiu para V2 = 1 pu θ2 = −0,0494 rad
−2,8◦
2.10
Controles e limites
etodos mostrados tratam apenas da determina¸c˜ ao do estado de I Os m´ opera¸c˜ ao da rede (resolu¸c˜ ao do sistema de equa¸co ˜es alg´ ebricas n˜ ao-lineares). I Complica¸co ˜es: → os equipamentos da rede apresentam limites de opera¸c˜ ao. → certos equipamentos realizam controle de certas grandezas. I Limites: → inje¸c˜ ao de potˆ encia reativa em barras PV (relacionado com as curvas de capacidade, que ser˜ ao vistas adiante). → limites de tens˜ ao em barras PQ. → limites dos taps de transformadores. → limites de fluxos em circuitos.
ET720
– 71–
I Controles: → controle de magnitude de tens˜ ao nodal (local e remota) por inje¸c˜ ao de reativos. → controle de magnitude de tens˜ ao nodal por ajuste de tap de transformadores em fase. → controle de fluxo de potˆ encia ativa por ajuste do tap de transformadores defasadores. → controle de intercˆ ambio entre ´ areas.
2.11
Programa¸c˜ ao por computador
etricas reais em geral s˜ ao de grande porte, resultando em matrizes I Redes el´ grandes e esparsas. Considerar uma rede com 100 barras e 200 ramos. A matriz Y ter´ a dimens˜ ao (100 × 100) → 10000 elementos. Destes, ser˜ ao n˜ ao nulos: 100 + 2| ·{z 200} = 500 elementos |{z} diag fora diag.
ou seja, um grau de esparsidade de:
GE =
ET720
10000 − 500 10000
· 100% = 95%
→
95% dos elementos s˜ ao nulos!
– 72–
I Armazenamento compacto de matrizes Invers˜ ao de matrizes → fatora¸c˜ ao (elimina¸c˜ ao de Gauss) → m´ etodo de resolu¸c˜ ao robusto e eficiente.
ET720
– 73–
Referˆ encias [1] F.L. Alvarado, R.J. Thomas, A Brief history of the power flow, IEEE Spectrum, 2001. [2] B. Stott, Review of load-flow calculation methods, Proceedings of the IEEE, vol.62, n.7, 1974. [3] A.J. Monticelli, A.V. Garcia, Introdu¸c˜ ao a sistemas de energia el´ etrica, Unicamp, 1999. [4] C.A. Castro, Material da disciplina IT601 – C´ alculo de fluxo de potˆ encia, dispon´ıvel em http://www.dsee.fee.unicamp.br/∼ccastro
ET720
– 74–