Ulfba_expressaomultipla_klausreis_p158-196.pdf

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The theoretical-practical research that will be presented has as starting point the creative guidelines proposed by the group OuBaPo Comics Workshop]. The general objective of the work is to deepen the relation between the experimental aspects of drawing and its relation with the visual production for illustrated book and to explore its possibilities as a narrative image. The experiments produced so far have shown points of contact with the so-called artist book - experimental territory par excellence - and allowed the expansion of the graphic and plastic exploration for the structure of the book as an object. We will present some results obtained so far and some questions that will be anwered during the investigation.

Seu formato A dobra central Sua reprodutibilidade

A Oralidade do texto

Em primeiro lugar, devemos ter em mente que as

do OuBaPo

derivadas,

inicialmente, de seu equivalente no OuLiPo (Ouvroir de Literature Potentielle), ou seja, de um

mesmo conjunto de

de economia de meios desenvolvidos para a

de textos

O OuBaPo precisou estabelecer os pontos de contacto e de linguagem

e a Banda Desenhada. A literatura

entre a

a primeira das artes a ter

criativos do tipo proposto pelas oficinas potenciais e por isso se deparou com os obs

comuns aos que

a construir algo novo. Por esse motivo o OuLiPo foi o ponto

de partida do OuBaPo para a A

de seus

e foi assim que partimos

deste

entre palavra e imagem no contexto de uma narrativa foi abordada pelo

OuBaPo e pode

nos apresentar atalhos na

de

voltados para o

livro ilustrado. Assim como as BD, a

para livro mistura a

visual. Apesar disso, a

escrita e a

mais evidente do ponto de vista narrativo o tempo decorrido

entre uma imagem e outra e, principalmente, a quantidade de a cada imagem, seja em se tratando de uma interior de uma vinheta dentro de uma

apresentada ao leitor

inteira de um livro de imagem, seja no de BD.

evidente que a quantidade de

mas quando se trata de um livro de imagem, a

da

frequentemente menor no que diz respeito ao tempo narrado, ou mesmo no que diz respeito ao tempo destinado leitura da

completa.

No texto que estabelece as primeiras Groensteen aponta as

que podemos estender para a

Ao pensar nos os que

de bandas desenhadas, Thierry

entre a literatura e as BD e conclui que as BDs

sequer o mesmo alfabeto51 que entre elas

para

possuem

entre a BD e a

criativos estabelecidos pelo OuLiPo, o autor nos aponta de ordem

diretamente banda desenhada. Isso porque

elas interferem em pequenas unidades da linguagem escrita, quais sejam: letras, palavras. Sendo assim, Groensteen exemplifica,

e

alterar as unidades em que se vai aplicar a em um dos

do OuLiPo, a

procedida:

o pal (que consiste, lembremo-nos, em um enunciado de se ler somente da esquerda para direita, mas da direita para a esquerda) se letras ou palavras, mas a vinhetas inteiras, que obedecer, tanto num sentido quanto no outro, leis do encadeamento sequencial O Famoso Upside-Downs de Gustave Verbeek, se apresentam notavelmente como (GROENSTEEN, 1997, p. 16) 51

No sentido de qual seria a unidade constituinte da banda desenhada, da mesma forma que as letras dos textos. As estruturais da banda desenhada podem ser encontradas, entre outros, em dois livros: Quadrinhos e arte sequencial (EISNER; 1999) e Desvendando os quadrinhos (MCLOUD; 2005). Neles, os autores estabelecem as bases de uma de da banda desenha.

ainda uma outra

importante entre ambos OuLiPo e OuBaPo ainda segundo

Groensteen: para um escritor, via de regra, inserido seu texto para a ou

interessa a

de seu

Isto

em outra, ou se uma

BD, a

na qual vai estar

se um

numa

5 ou 10 linhas da

Por sua vez, para a

praticamente a alma da leitura e, principalmente, parte importante da linguagem da BD.

O desenhista

o

pela

das

composta, carrega em si um conjunto de que deixa para mostrar na

da

e esta, uma vez

narrativas definidas pelo que mostra ou pelo

seguinte. Um dos aspetos narrativos trabalhados nas BD o

tamanho dos quadros ou vinhetas que, por si

unidades subordinadas ao todo da

De acordo com Will Eisner, por exemplo, o tamanho horizontal da vinheta estipular o tempo de Mesmo a

uma forma de

do que se desenrola em seu cont em si

existe isolada, e

concomitante que forma a de uma

estamos a falar das subsequentes, mas da

dupla - o que por si

impressa, desde jornais revistas

(e como veremos frente, a

uma unidade na livros. No que diz respeito BD

dupla cara

para livros) essa

unidade deve ser pensada como um todo de forma a que os desenhos dialoguem de maneira formal, mas que sua

tenha um papel na

narrativa.

primeira vista, podemos deduzir que, o formato, a ou em preto e branco, e mesmo o

de

podem ser considerados impostas num contexto de

prevista para ser em cores

entre outras

do campo

es em si. Mas as e de

OuBaPo, ou num contexto de

somente

podem ser auto

independente como como a

o

que estamos a

conduzir. Essas especificidades do suporte levaram a algumas tomar na

das

por parte do OuBaPo. Uma dessas

que afetem a forma e o curtas. Outra con do leitor na

das vinhetas na

foi a de que as deveriam ser aplicadas a

a de que eventualmente dever-se-ia pedir uma

para que ela se como cortes e dobras passaram,

adotados na

quanto a que

a fazer parte de alguns procedimentos

de narrativas OuBaPo. Todavia, esses tipos de

haviam sido utilizados nas

do OuLiPo, ainda que de maneira e com objetivos

diferentes. Groensteen entende que esses tipos de recursos que se caracterizam por

diretas sobre o suporte livro

frequentemente nas

ao longo

do desenvolvimento conceptual do grupo. De facto, elementos transparentes, recortes

parte integrante de algumas

como

vimos nas

anteriormente apresentadas. Isso porque agir sobre a imagem solidariamente na

do

dobras e das

muitas vezes interferir

e na natureza do suporte (GROENSTEEN, 1997,

p. 17.) D

ENTRE BD E I

E

PARA LIVRO: PROCESSO

DE

A

DOS

OUBAPO

Quanto

do

OuBaPo para a

caminho

percorrido e buscar as

entre a banda desenhada e o livro ilustrado.

Apesar de se tratar de uma linguagem as

que

para livros, devemos repetir o voltada para a

que tipos de

em massa, ser feitas e quais novas

possibilidades se Uma das

mais importantes, ao nosso ver, entre a

para livro e a banda

desenhada pode ser encontrada no uso dos elementos paratextuais do livro. A capa, da folha de rosto, da ficha significativo

e mesmo do

narrativa no livro ilustrado, o que

nem mesmo nas

da

por diversas vezes um contributo se pode verificar na banda desenhada e

da editora francesa

(acessadas

o momento),

voltadas para os trabalhos do OuBaPo. O uso dos elementos paratextuais contribuirem algumas vezes para a narrativa ao apresentar

personagens ou objetos importantes que

qual pertencem num momento posterior.

se pode observar a narrativa

antes de o livro ser aberto, ou seja, desde a capa, a imagem

(a)

(b)

introduzidos na mesmo

entra no tempo da narrativa.

Um exemplo pode ser encontrado no livro do ilustrador brasileiro Marcelo Pimentel intitulado O Fim da Fila (2014). No livro, a capa funciona, primeira vista, como o Trata-se de uma fila de animais que se

em fila para serem pintados por um

que se encontra sentado com um pincel e um pote de tinta nas

Mais tarde vamos perceber

que Pimentel cria uma narrativa sem fim, uma vez que na dentro de um oco de uma Esse oco na

para outro lugar. Uma

um macaco olha para

depois de uma chuva lavar as cores dos animais

nos conduz

da

para dentro do oco da

pintados.

como era de se esperar, mas

externa, que somente descobrimos ao fechar o livro, pois se trata

da quarta capa do Livro. Essa passagem

conduz o espectador para o fim da fila que

se inicia na capa (uma vez que tanto capa quanto quarta capa

um mesmo desenho

dando a entender que a

Figura 14

de O Fim da Fila

Outra

entre o livro ilustrado e a banda desenhada a maneira como a

de imagens se desenhada

tanto no tempo quanto na forma. Formalmente falando, a

da banda

predominantemente vertical, enquanto no livro ilustrado o formato

bastante

disso, o

de imagens em

nas bandas desenhadas

quando pensamos no livro ilustrado que usa com bastante imagem/texto - ou seja, a

dupla mostrando uma

ao longo do livro com algumas

Mas

com a imagem, sendo outra bastante comum a que o texto, e este invadindo

mais extenso a

com imagem e outra com texto de

do texto

da imagem na mesma

do desenho deixados vazios de

para essa

podemos observar que o tempo decorrido de uma vinheta para outra nas bandas desenhadas essas

Em seu Desvendando os Quadrinhos (2005), Scott McLoud exemplifica que tornam

relacionarmos a banda desenhada com a narrativa

no que diz respeito a planos e ideia de cortes e decupagem. de livro, vemos que a narrativa

temporal entre as imagens

muitas vezes dado pelo texto, que

no

da

maior, e o tempo da

sugere os acontecimentos entre uma

imagem e outra. O livro ilustrado possui, de maneira geral, mais elementos visuais por imagem do que as BDs, os quais o leitor pode percorrer para colectar dados e formar (ou ajudar a formar no caso de haver texto) a Mais uma

que

a ser contada.

o facto de muitas das

rias narradas em

um todo, mas somente algumas das produzidas pelo inclusive chamadas de novelas livros ilustrados.

ao

uma

das

como

serem extensas, sendo comumente narradas nos

importante devido ao facto de figurar entre as principais

do Oubapo algumas que sendo totalmente

Oubapo

de BDs

mais bem aproveitadas em

maiores e, portanto,

no caso dos livros ilustrados.

Um aspeto fundamental da narrativa visual que se beneficia da a

das novelas

Groensteen nos lembra da da

uma

Ou seja, a perce

que ensina que quanto mais um evolutivo (ou seja, fracionada em imagens) proposto, afetando somente um elemento do mais sua legibilidade depende da do (1997, p. 25).

da

na imagem depende do que permanece inalterado na

Em suma, o livro ilustrado permite que se explore no campo da experimental com uma complexidade do leitor relativamente abertura de significado que uma

um caminho

maior, uma vez que abre da

para a

Consequentemente,

da

narrativa visual nos parecem necessitar em

termos criativos. Tendo definido as principais estudo dos e de que maneira.

entre a BD e o livro ilustrado, passei

sugeridos pelo OuBaPo e de como estes poderiam

para o

ser aproveitados

livro alterado livro objeto

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