Tristana.docx

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TRISTANA - Aprimorando a prática de Vinyasa Yoga.

Vinyasa Vinyasa é o nome que se dá à ligação fluida entre uma postura e outra, tendo por guia a respiração. Uma forma antiga de vinyasa é a pratica do Surya Namaskara e mais recentemente, no século passado surge um método de Hatha Yoga, denominado pelo seu autor de ashtanga vinyasa Yoga. O autor deste método é Patthabi Jois, um mestre muito influente, cuja escola situada em Mysore na Índia ainda é visitada por pessoas de todo mundo que desejam praticar e ensinar seu método. Tristana

Quando movimento e respiração se fundem, o corpo se move aparentemente sem esforço carregado pela energia e o foco se move de fora para dentro, alcançamos Tristana. Ou: através do vinyasa, bandha e drishti podemos alcançar a dimensão espiritual na prática do Ashtanga Yoga. Yoga é o que você não vê. Os movimentos vigorosos do Ashtanga são somente a superfície externa de uma viagem espiritual interna. "Atrás da força do corpo, existe uma energia que é espiritual e que nos mantém vivos. Para ter acesso à espiritualidade, você precisa primeiro entender o corpo. Este corpo é o nosso templo e neste templo encontra-se Atman - Deus." Sri K. Patthabi Jois. Tristana é a chave para o lado espiritual do Yoga. Tristana é o nome da união de vinyasa, bandha e drishti. Somente quando este estado é alcançado, a flor de lótus do Ashtanga Yoga abre suas pétalas. A respiração Ujjayi é a base do vinyasa. O alinhamento do corpo na postura é alcançado através do bandha. O drishti completa o trio e constrói a ponte para carregar a essência da sua prática do tapete para dentro da sua vida diária.

Bandhas – Os três selos

Bandhas são fechos que evitam a dispersão da energia e ao mesmo tempo conduzem-na para alguma região específica. Os três mais importantes são: jalandhara bandha,uddiyana bandha e mula bandha. Jalandhara bandha envolve o pescoço, elevar a espinha e deixar toda a coluna ereta. Uddiyana bandha localiza-se na na área entre o diafragma e o chão pélvico. Mula bandha envolve a área entre o abdômen e o chão pélvico. Os três bandhas podem ser aplicados ou sentidos tanto na inspiração quanto na expiração. Em ambos os casos, o movimento da energia é ascendente (na coluna), transformando o movimento rotineiro apânico (descendente).

Leia, a seguir, uma explicação de cada um deles.

Jalandhara bandha (o fecho da rede), na região da garganta

Uma rede de nadis passa por essa região. Para fazê-lo, eleve a coluna, deixando-a reta e alongada. A cabeça desce um pouco à frente, o pescoço se alonga e o queixo encontra a base da garganta. Desde que o seu queixo esteja para baixo e a sua coluna ereta, você está fazendo o jalandhara bandha. Esse bandha aparece em algumas posições, mas não em todos os asanas. Tem o efeito dedesobstruir as passagens nasais e regula o fluxo de sangue e de energia sutil para o coração,cabeça e glândulas endócrinas no pescoço (tireóide e paratireóide). Estimula o anahata chakra, encaminhando a sua energia para a sushumna nadi, evitando que a mesma se disperse voltando para baixo. Ajuda a controlar as forças vitais e acorda a kundalini.

Uddiyana bandha (o vôo ascendente), na região do baixo ventre

Essa técnica é normalmente ensinada da seguinte forma: o diafragma e o baixo ventre são elevados. Quando você exalar, contraia o abdômen. No final da exalação o abdômen deve estar totalmente contraído para cima e em direção à coluna. Com essa contração o diafragma se eleva. Quando esse bandha é mantido com maestria, o umbigo se move em direção a espinha e os músculos retos e posteriores se contraem, e na fase completa do uddiyana bandha todo o abdômen fica côncavo. Na prática do Ashtanga Yoga é super importante a manutenção desse bandha, só que nesse caso a contração fica mais na área do baixo ventre, dois dedos abaixo do umbigo, e é feita de forma suave, pois mantemos o bandha durante a inspiração e na exalação, e então o diafragma fica livre para fazer o seu movimento natural.

Esse bandha eleva a energia. Quando os músculos abdominais são pressionados e elevados para cima e para baixo das costelas, o pranaencaminha-se para as nadis (corrente de prana, energia vital), energizando-as fortemente, principalmente na área do manipura chakra, aumentando a temperatura do corpo. O aumento do fogo gástrico remove as doenças dos órgãos abdominais.

Mula bandha (fecho da raiz)

Contraem-se o esfíncter do ânus e o períneo, puxando o assoalho pélvico para cima. Essa ação fortifica o assoalho pélvico, que é formado principalmente pelos músculos eretores do ânus e dos músculos coccígeos, permitindo à rede muscular resistir à pressão desenvolvida pelo empurrão de cima para baixo do diafragma, resultando em um aumento de pressão intra-abdominal com todas as boas repercussões para essa região. Estimula a região sacra e pélvica. A energia apana, que está localizada na parte baixa do corpo, é forçada para cima e alcança agni (o fogo digestivo) no manipura chakra, e depois chega até o prana noanahata chakra, provocando uma onda de calor que aquece todo o corpo. Esse forte calor desperta o fogo interno do corpo e acorda a energia kundalini, ajudando-a a penetrar o canal central (nadi central) sushumna.

Durante a prática

A maioria dos movimentos para cima é conectada com a inalação e também associados com a firmeza. A maioria dos movimentos para baixo é conectada com a exalação e também associados à flexibilidade: esse é o sistema de vinyasa. É uma regra geral que o mula bandha seja ativado

(consciente ou inconscientemente) com a inalação para facilitar o movimento do prana. Tradicionalmente, o uddiyana bandha é ativado no final da exalação. Pelo fato de também se ativar o mula bandha na exalação, mais energia é trabalhada. O uddyana bandha deve ser mantido na inspiração, o que mantém a expansão dos limites e a coluna lombar estendida. Baixando o diafragma e expandindo a lateral das costelas na inspiração também aumenta a circulação de prana no corpo, mantendo a mente alerta. Não é necessário apertar demais o bandha, pois isso pode se tornar uma distração para o que realmente está acontecendo. Eles também não podem ser ignorados. A respiração deve fluir e se mover assim como o bandha. O mula bandha deve ser o suficiente para trazer a atenção do praticante à região do períneo. Algumas situações nas quais focalizar a atenção no mula bandha: nos saltos, nas posturas invertidas. Isso é secundário em relação à respiração. Primeiro respire, depois faça os bandhas e depois os drishtis, nessa ordem. O jalandhara bandha é enfatizado na invertida sobre os ombros, no dandasana e em padmasana, durante pranayamas. Os bandhas tem um importante papel no processo de limpeza de todo o corpo, pois eles intensificam esse processo. Os textos falam-nos que, quando usamos os bandhas, agni (o fogo) é direcionado para o exato local onde o lixo, as toxinas, estão bloqueando o fluxo da energia no corpo. Os bandhas intensificam o efeito do fogo, do calor. A palavra bandha significa colocar junto, aproximar, e é dessa forma que é usada no Yoga.Bandha também significa fechar,prender, trancar. Quando executamos o bandha, nós fechamos certas áreas do tronco de uma forma particular.

Bandhas e asanas

Comece tentando usar os bandhas em asanas mais simples, onde você possa observá-los melhor, como no adhomukha svanasana e no trikonasana. Comece tentando primeiro o uddiyana, mais tarde o mula e depois tente manter os dois enquanto permanece no asana.

Desintoxicação com Yoga A prática do Surya Namaskara possui um efeito desintoxicante, eliminando as toxinas (mala/ama) dos tecidos e conduzindo estas impurezas para os sistemas responsáveis por sua eliminação. Existem muitas formas de se desintoxicar corpo e mente através do Yoga e escolhi um processo eficiente e simples que nos renderá excelentes resultados através da combinação entre uma alimentação leve, livre de aditivos químicos e as sequências de vinyasas, pranayamas e meditação. Segundo o Yoga e ayurveda nos alimentamos através dos cinco sentidos. Nosso agni, ou fogo metabólico, deve estar bem ativo para digerir todas estas absorções, caso contrário o que não digerimos bem se torna ama (toxina). Faço então a proposta de nos dedicarmos durante três dias a um programa de detox através do Yoga. Durante o programa iremos cuidar de absorver apenas o que nos nutre positivamente e cuidaremos também de nosso fogo digestivo. Ao acordar, ainda em jejum, após ir ao banheiro e higienizar os dentes e a língua, beba 1 copo de água morna com gotas de limão, isso irá ativar o agni e alcalinizar seus sistemas. O café da manhã deverá ser à base de mingau de aveia, iogurte natural com mel e frutas cozidas (banana, maçã, pera). Os itens do café da manhã podem ser consumidos como lanche ao longo do dia. O consumo de chá de salsaparrilha auxilia na depuração do sangue. Para o almoço e jantar deve-se preparar o Kichadi, um prato à base de arroz, ervilhas e especiarias. O que evitar durante o detox: Tv e internet Café ou qualquer alimento não mencionado Dormir tarde

Receitas:

Mingau de aveia (Leite de saquinho, aveia integral e mel para adoçar)

Kitchari – (prato Indiano) Leve e Digestivo, bom para monodieta* * refeição composta de apenas um tipo de alimento para facilitar a digestão Ingredientes: 1 xic de arroz (escolha o que for mais indicado: basmati, cateto, integral)

1 xic de ervilha

2 colheres de sopa de ghee

Temperos: 2 folhas de louro,1 colher de chá de cominho, 1 pitada de pimenta do reino, 1 colher de chá de gengibre,, ½ colher de chá de cúrcuma (açafrão da terra), 1 colher de sopa de coentro fresco picado

Preparo: Deixe o arroz e os grãos de molho (mesma vasilha) por pelo menos 1 hora Derreta em frigideira 2 colheres de sopa de ghee e coloque para fritar o louro e o cominho. Acrescente a cebola e frite até dourar. Acrescente o arroz, a erviha, o sal, a pimenta do reino, o gengibre, o feno grego, a cúrcuma. Adicione 4 xícaras de água e cozinhe.

Retire do fogo, acrescente uma pequena porção de manteiga ghee para ficar cremoso. Sirva, guarnecido com as folhas de coentro frescas.

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