Transporte Activo Apesar de habitualmente se definir transporte activo como um transporte contra o gradiente de concentração, verifica-se que, de facto, a direcção do movimento de iões através da membrana plasmática é condicionada não só pelo gradiente de concentração como também pelo gradiente eléctrico. Deste modo, pode considerar-se que o transporte activo de iões se faz contra um gradiente electroquímico. O transporte activo pode utilizar como energia metabólica a que resulta da hidrólise do ATP — transporte activo primário — ou a energia que provém de gradientes electroquímicos (normalmente nas células animais é o gradiente de Na+ e nas vegetais o de H+) — transporte activo secundário. O transporte activo primário ocorre através de uma proteína intrínseca que, ao catalisar a hidrólise do ATP (ATPase), utiliza a energia que daí resulta para o seu funcionamento. Estas proteínas são designadas por bombas iónicas. O funcionamento das bombas iónicas é fundamental para manter o gradiente electroquímico que, por sua vez, garante a entrada de substâncias importantes para o metabolismo celular por transporte activo secundário. Embora se conheçam actualmente diversas bombas iónicas (por exemplo, bomba de cálcio e bomba de protões), a bomba de sódio e potássio é das mais importantes na manutenção deste gradiente electroquímico nos animais pelo que vamos abordar sinteticamente o seu funcionamento.
A figura reproduz um modelo explicativo, que actualmente é bastante aceite. A bomba é uma proteína intrínseca da membrana e, por conseguinte, assimétrica. Assim se explica que numa das faces internas da proteína se liguem três iões Na+ e uma molécula de ATP e na outra face apenas se liguem 2 iões K+. O transporte de iões ocorre devido a alterações conformacionais da proteína. Como se verifica, esta bomba mantém uma elevada concentração de sódio no meio extra celular, o que permite a sua entrada na célula por difusão através de canais iónicos específicos. Quanto maior for a diferença de concentração, maior será o fluxo de entrada de iões de Na+, criando-se assim um gradiente electroquímico. É este gradiente que gera a energia que permite o transporte simultâneo de outra substância contra o seu gradiente de concentração. A este processo de transporte de duas substâncias acopladas dá-se o nome de co-transporte ou transporte activo secundário, uma vez que não utiliza directamente a energia do ATP.
Bibliografia : OLIVEIRA. E e outros (1996) – Do Big-Bang à célula, CTV. Porto. Texto Editora